Panrotas 1.552

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ANO 31 | 1.552 | 13 a 19 de março de 2023 www.panrotas.com.br
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3 10 a 16 de outubro de 2022 — PANROTAS

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Editorial - Networking ou conteúdo?

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20º Fórum PANROTASO que nos transforma?

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Aviação - Talk show com Azul Linhas Aéreas e Latam Brasil

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Flashes do Fórum PANROTAS

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Painel com CVC Corp, Decolar e Expedia

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Valter Patriani de volta a um evento de Turismo

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Flashes do Fórum PANROTAS

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Daniela Cachich, da Ambev, e seus vários cases

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Painel com Azul Viagens, Mondiale, Orinter e ViagensPromo

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Lounge e Almoço vip Copastur

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Os melhores voos de Luigi Cani

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Flashes do Fórum PANROTAS

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A transformação épica do Epcot

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Cultura e experiência do cliente, por Maurício Parise

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Flashes do Fórum PANROTAS

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Localiza, uma trajetória de crescimento

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Os destinos com mais reserva da hotelaria brasileira

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Argentina muito além do óbvio

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Ativações de parceiros no evento

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ESG, o Turismo cuidando do mundo

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Sheraton São Paulo WTC

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As principais tendências do Turismo no TikTok

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Happy Hour ViagensPromo

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TRVL Lab - 6 tendências para Viagens e Turismo

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Paulo Loeb, da FBiz, e o poder do Marketing B2B

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Como digitalizar sua empresa?

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Economia - Turismo é mola propulsora do Brasil

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Todos os momentos do palco do Fórum PANROTAS

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MSC Cruzeiros navegando em direção ao futuro

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O gran finale com Denise Fraga

PRESIDENTE

José Guillermo Condomí Alcorta

GESTÃO

José Guilherme Condomí Alcorta

TECNOLOGIA

Ricardo Jun Iti Tsugawa

EDITORIAL

Artur Luiz Andrade

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ÍNDICE ANO 31 | 1.552 | 13 A 19 DE MARÇ0 DE 2023 | www.panrotas.com.br | R$ 11,00
Estratégica
Media Partner Parceria
ABRA SEUS HORIZONTES Conheça nosso novo time dos sonhos no mar, o Norwegian Prima e o Norwegian Viva, os dois primeiros navios de uma nova classe projetada para elevar todas as expectativas. NAVEGANDO EM 2023 AGORA NAVEGANDO ATENDIMENTO A AGÊNCIA: SÃO PAULO (11) 3177 3131 OUTRAS LOCALIDADES: 0800 773 7203 OU ACESSE O SITE: WWW.NCL.COM.BR ©2023 NCL Corporation Ltd. Registro dos Navios: Bahamas e EUA. 891857 03/23

NETWORKING OU CONTEÚDO? BUSCANDO O EQUILÍBRIO

Quem vai a um evento como o Fórum PANROTAS, que em 2023 reuniu mais de 1.750 profissionais de Turismo, sendo cerca de 50 no palco e a grande maioria na plateia e corredores, busca essencialmente conhecimento e networking, cada qual com suas variáveis.

Conhecimento de mercado, conhecimento que surpreende, conhecimento que reforça nossas certezas, ou que questiona, conhecimento sobre concorrentes... conhecimento para ajudar no dia a dia do trabalho, no planejamento, mas também algum tipo de conhecimento que nos transforme pessoalmente. Sair enriquecido do evento, pensando em coisas novas, possibilidades, em futuros, no plural, e não apenas em uma linha reta que devemos seguir.

Paralelamente, e muitas vezes com a mesma importância, vem o relacionamento. E com quase dois mil colegas de indústria (e alguns de fora dela) à disposição, é inevitável que ele seja um dos pilares do evento. Networking para abrir caminhos, iniciar negócios, reforçar laços, comentar sobre o conteúdo, ajustar ideias, dar andamento em projetos que estavam apenas no papel (ou nem isso), conhecer os diversos elos da indústria, sair das nossas próprias bolhas.

E para que esse equilíbrio exista, nós, da PANROTAS, montamos um evento que possibilite o melhor do

conteúdo com o networking mais qualificado. O espaço do WTC Events Center permite esse mix como poucos em São Paulo, com muitas possibilidades para atender as necessidades do nosso público – fiel e exigente. Começamos cedo, com welcome coffee, temos intervalos e almoços e também, desde o ano passado, happy hour. E tudo no mesmo espaço, no máximo a uma escada rolante de distância. O espaço de networking, que contou com lounges e ativações de patrocinadores, funcionou durante todo o evento, pois sabemos da importância desse fluxo entre o relacionamento e o conteúdo. E a agenda é montada também para que você personalize o seu Fórum PANROTAS: momentos de debate se alternam com palestras e com apresentações de fora da indústria, tudo disponível no Facebook para quem não pôde participar.

Não dá para escolher um ou outro. Há conteúdo no networking, há relacionamento (e dicas para ele) no conteúdo.

O primeiro ano do retorno ao WTC Events Center também nos mostra caminhos que podemos seguir nos próximos anos. Com uma certeza: muito conteúdo e qualidade na plateia e no palco para que o networking continue sendo diferenciado. Obrigado aos que estiveram com a gente presencialmente ou on-line.

#SomosTodosTurismo. n

6 PANROTAS — 13 a 19 de março de 2023
EDITORIAL

Explore novos horizontes

Descobrir, inovar e aprender.

Faça parte da construção da nova indústria do turismo .

3 - 5 April 2023

Expo Center Norte, São Paulo

Siga nas redes sociais:

LATIN AMERICA The World Travel Market logo, WTM, RELX Group and the RE symbol are the trade marks of RELX Intellectual Properties SA, used under liccense.
/wtmlat

O QUE NOS TRANSFORMA?

OFórum PANROTAS – Tendências do Turismo completou 20 anos em 2023 e realizou edição histórica em 7 e 8 de março, retornando ao WTC Events Center, em São Paulo, e reunindo mais de 1.750 profissionais de Turismo.

Com mais de 40 palestrantes e painelistas, sendo 20 mulheres e 24 homens, o evento teve como fio condutor a pergunta “O que nos transforma?”, e foram muitas as respostas no palco.

A tecnologia, claro, é uma delas, como mostrou Tiago Mattos, investigador de futuros, mas a união e interação com um bom time também. Ouvir o consumidor transforma na direção certa. Ouvir os colaboradores, tão importante quanto.

Loeb, da Fbiz, e Valter Patriani, da Patriani Construtora, falaram das transformações na gestão, nas vendas e no marketing. Já Denise Fraga pediu uma transformação de dentro para fora, com menos ruído e telas, com uma interação mais pessoal com o outro e com o mundo a nossa volta.

Rachel Maia, da RM Consulting e conselheira da Vale, Banco do Brasil e CVC Corp, aposta na transformação social. O anti-racismo é a arma para chegar lá.

O paraquedista Luigi Cani, movido a desafios, dividiu com a plateia como cada recorde novo o transforma e como ele se planeja para cada passo (ousado) a ser dado.

No mercado de Turismo, as transformações estão à nossa frente e muitas delas motivadas por mais

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Fórum PANROTAS 2023 Artur Luiz Andrade

de dois anos de pandemia, restrições de viagens e mudanças no viajante. Companhias aéreas, hoteleiros e operadoras dividiram com a plateia do Fórum PANROTAS as transformações em seus setores. Passagens aéreas ainda caras, multicanalidade agressiva e a força de distribuição dos agentes de viagens foram destaque.

No painel que reuniu CVC Corp, Decolar e Expedia, as grandes distribuidoras mostraram suas estratégias para continuarem ditando tendências e pelo que vimos tudo pode acontecer nessa terra de gigantes.

Nos parques da Disney, como assistimos no palco do fórum, as transformações são constantes e permanentes, sempre antenadas com o encantamento do visitante. Como disse Jodi McLaughling, em sua apresentação, a empresa está sempre em um estado de transformação, sem perder sua essência, seu DNA e a expertise em contar boas histórias para seu público.

Lideranças como Bruno Lasansky, da Localiza, Thomas Dubaere, da Accor, Leonel Andrade, da CVC Corp, Jerome Cadier, da Latam, Abhi Shah, da Azul, Ana Maria Berto, da Orinter, Ana Biselli, da Resorts Brasil, Elisa Carneiro, do Sabre, e tantas outras, subiram ao palco do Fórum PANROTAS para dialogar, dividir conhecimentos, tirar dúvidas e dar

opinião. É o caminho que o Fórum PANROTAS trilha há 20 anos, e que encontrou no formato deste ano e no espaço do WTC Events Center modelos ideais. E, claro, também estamos em constante transformação.

Foram dois dias de conteúdo diversificado, que não evitou assuntos polêmicos, como paridade tarifária na hotelaria, OTAs milheiras, o alto preço dos bilhetes aéreos, a falta de promoção do País nos últimos anos, o racismo estrutural, o machismo, as novas tentativas de venda direta... tudo sem bate boca e sim com questionamentos construtivos. Foram dois dias também de inspiração e de muita troca entre palco e plateia e entre os próprios participantes, uma audiência qualificada que fez com que todos se alternassem entre o conteúdo e o networking, o que enriqueceu ainda mais a experiência no evento.

A seguir, um resumo do que ocorreu nos dias 7 e 8 de março de 2023 no WTC Events Center, durante o Fórum PANROTAS 2023. E mesmo com tantas fotos, números e detalhes, a certeza de que é apenas um relance do que foi a experiência de vivenciar, in loco , os dois dias do evento. Olho no olho com conteúdo? Temos. E isso nos transforma.

Nos vemos em 2024. n

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TALK-SHOW DAS AÉREAS

Na 20ª edição do Fórum PANROTAS, o tradicional momento com presidentes das companhias aéreas brasileiras voltou a acontecer. Desta vez, em um formato diferente, o jornalista William Waack entrevistou individualmente Abhi Shah, presidente da Azul Linhas Aéreas, e Jerome Cadier, CEO da Latam

Brasil. Durante os encontros, diversos assuntos foram abordados, como preço da passagem aérea, judicialização da aviação, reestruturação de capital das empresas, custos de operação, mercado de milhas e muito mais. Confira abaixo as duas conversas na íntegra.

10 PANROTAS — 13 a 19 de março de 2023
Aviação
William Waack com Abhi Shah, presidente da Azul Linhas Aéreas, e Jerome Cadier, CEO da Latam Airlines Brasil

WILLIAM WAACK: No balanço de 2022 da Azul, houve um registro de acordo sobre leasing de aeronaves. Como ficou, no caso da Azul, a geração de caixa e estrutura de capital para os próximos anos depois desse acordo?

ABHI SHAH: Nós, como setor e empresa aérea, estamos evoluindo depois da pandemia e achando soluções para o futuro a longo prazo. A verdade é que a pandemia foi difícil para todo o Turismo. Ao longo dos últimos dois ou três anos, houve impacto da pandemia, do dólarque subiu de R$ 3 para R$ 5,70 -, combustível - que quase triplicou em custo em reais por litro. Isso teve um grande impacto em nosso dia a dia. Tivemos muitas iniciativas nos últimos anos para solucionar isso e continuar nossa caminhada. Nós pensamos em fazer algo estruturado que nos traga uma pista de crescimento e sucesso a longo prazo. Nós fizemos um acordo com nossos parceiros de sourcing para um novo plano de fluxo de caixa e otimizar nossa estrutura de capital. É um sinal positivo de que esses parceiros querem continuar trabalhando com a Azul e fazer parte do nosso futuro. Esse foi um grande voto de confiança em nós.

WAACK: Quais são os planos da Azul com esse novo patamar que dá perspectiva por um longo período?

SHAH : Nosso plano continua sendo no nosso crescimento, na renovação de frota. Estamos no processo de trocar nos -

sas aeronaves antigas por aeronaves modernas, como o Embraer E2. Somos o maior cliente do Embraer E2 com 17 aeronaves e muito mais para chegar. Estamos muito felizes com essa aeronave. Além de outros modelos de aeronaves que são muito mais eficientes e queimam muito menos combustível. Mais que economia, isso também tem um papel muito importante no nosso compromisso com ESG e sustentabilidade. Nosso plano é continuar essa transformação e crescimento. Azul, hoje, voa para 158 cidades no Brasil e achamos que isso pode chegar a mais de 200 cidades.

WAACK: Essas dificuldades que você citou deixaram uma dívida considerável. Como que a Azul vai absorver essa dívida?

SHAH: Nós estamos fazendo um plano com todos nossos parceiros, começando pelas empresas de leasing, porque o leasing, as novas aeronaves, representam 80% da nossa dívida. Isso simplifica um pouco porque você trabalha com um grande grupo e resolve 80% do desafio. Mas nós vamos também trabalhar junto com parceiros como a Embraer e montadoras de motores, vamos usar nossos ativos. Nós temos três grandes negócios - Tudo Azul, Azul Viagens e Azul Cargopara usar e colocar no mercado novas oportunidades. Mas é um plano que envolve todos os parceiros e começamos com as empresas de leasing.

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ABHI SHAH, AZUL

WAACK: Muitas empresas aéreas americanas, não vou nem mencionar as europeias, receberam algum tipo de suporte governamental. No Brasil, não. Deveria ter acontecido?

SHAH: Não sei, mas o fato é que não aconteceu. Eu vou dar um exemplo: no último trimestre de 2022, a Azul pagou pelo combustível R$ 5,70 por litro, isso foi mais que o dobro de 2019, 119% maior. A American Airlines, a maior empresa aérea do mundo, que ganha em dólar, que teve ajuda financeira do governo dos Estados Unidos, paga combustível 20% mais barato que a Azul paga, que a Gol paga, que a Latam paga aqui no Brasil. Nossa empresa, aqui no Brasil, paga no mínimo 20% a mais no combustível que outras empresas que tiveram ajuda financeira do governo. E essas empresas são nossas concorrentes. Nossos voos para os Estados Unidos concorrem com voos da American Airlines, que teve essa ajuda. Esse é um dos desafios que temos. Mas o Brasil tem muitas oportunidades. Nós acreditamos muito que o brasileiro viaja pouco. Esse mercado pode crescer muito mais. Estamos aqui para isso. Desafios, mas também oportunidades.

WAACK: Na questão do combustível, vimos recentemente uma discussão política muito relevante no Brasil sobre a oneração e desoneração de impostos sobre o setor de combustíveis. A solução alcançada até aqui é deixar o combustível de aviação de fora até o final de 2023. Isso resolve para você?

SHAH: É só uma parte do problema. Temos outros desafios como infraestrutura para transporte do combustível e a distribuição do combustível. Todas as etapas e cadeias do combustível têm uma contribuição para que as empresas brasileiras paguem mais caro em um combustível que é produzido aqui no Brasil. E empresas estrangeiras, que têm ajuda do governo, pagam 20% a menos do que nós. Tudo pode ajudar sim, mas cada etapa influencia na questão do combustível.

WAACK: O peso do preço do combustível aéreo é evidente para a composição do preço da passagem aérea. E a pergunta é: quando vamos pagar mais barato na passagem aérea?

SHAH: Tudo são custos, não é? E, hoje, a pas-

sagem está em dólares. O câmbio pré-pandemia duplicou, junto com o combustível e a inflação. Queremos que o mercado cresça. Quando a Azul começou, em 2008, o Brasil tinha 50 milhões de passageiros. Em 2019, foram 100 milhões. O mercado dobrou. Acreditamos muito que esse mercado vai crescer e continuar crescendo. Acho que, em 2023, o mercado já vai superar o pré-pandemia. O mercado cresceu 50 milhões de clientes em dez anos. A Azul foi 60% desse crescimento. Nós queremos que esse mercado cresça, queremos mais pessoas viajando. Mas precisamos reduzir os custos.

WAACK: Os números que tenho aqui são os seguintes: 98 milhões de passagens aéreas vendidas em 2022 e 119 milhões de passagens em 2019. Você acredita então que vamos passar o nível pré-pandemia em 2023?

SHAH: Sim, acredito que alcançaremos o nível de 2019 este ano. E temos que seguir projetando crescimento. Se você olhar o número de viagens por pessoa do Brasil, estamos em 0,45 no pré-pandemia. No Chile, México e Colômbia, esse número é muito maior. Para o brasileiro viajar no mesmo patamar de outros países da América Latina, precisa de três, quatro, cinco vezes mais Azul voando aqui. Tem demanda e geografia para isso. Brincamos que o brasileiro visita muito mais Miami do que Foz do Iguaçu. Acho que isso vai continuar crescendo, mas o custo é muito alto.

Outro exemplo: processos jurídicos. A Azul, e todas as aéreas brasileiras, trazem um serviço de nível global. A Azul foi a companhia mais pontual do mundo em 2022. Latam esteve logo abaixo, foi 3º ou 4º. Gol também tem um serviço muito bom, mas todos os anos nossos processos jurídicos só aumentam. Hoje, gastamos muito mais nesses processos jurídicos do que em marketing. Essas coisas pesam muito e influenciam esse valor que você comentou.

WAACK: Nesse fator da judicialização no Brasil, o aspecto regulatório é fortemente condicionado em favor do consumidor. Isso está sendo distorcido na sua opinião?

SHAH: Nós também estamos a favor do consumidor. Nossas metas são alinhadas com o consumidor. Queremos mais pessoas viajando.

12 PANROTAS — 13 a 19 de março de 2023

WAACK: Em alguns setores, a Azul tem passagens mais caras que os competidores, mas também opera sozinha em alguns destinos. O que explica o preço mais alto é a falta de concorrência?

SHAH: O preço das passagens tem muitos fatores. Sazonalidade, rota, distância, todos esses fatores. Nós crescemos no mercado colocando conexões em cidades que nunca tiveram serviço e em alguns desses lugares, os preços de operação são altos. Nosso preço de combustível em Cacoal (RO) é muito mais caro que em Campinas (SP). O preço do combustível em Fernando de Noronha (PE) é muito mais caro do que em Campinas ou Guarulhos. Então precisamos adequar também os custos nessas cidades mais distantes e remotas. Mas acreditamos que, com mais conexões e mais destinos servidos, trazemos mais conveniência para os nossos passageiros. Quando a Azul chega nessas cidades, muda a vida das pessoas. Na Amazônia, em algumas cidades, para ter tratamento médico, é a aeronave da Azul ou três dias de barco. Essa conectividade traz demanda, cresce mercado, mas também muda a vida das pessoas.

WAACK: E como vai ficar a operação da Azul em Congonhas?

SHAH: Nossa operação vai crescer em Congonhas no final de março para 42 decolagens diárias, servindo os seis grandes destinos. Estamos otimistas e felizes para mostrar a estes clientes de São Paulo, nossa malha, nossos serviços e nossas pessoas. Estamos otimistas que pudemos mostrar tudo que temos para esse cliente de São Paulo. O cliente corporativo de São Paulo ainda não conhece a Azul. Então vamos voar para Rio de Janeiro, Recife, Belo Horizonte, Brasília, Curitiba e Porto Alegre. São seis grandes destinos corporativos e vamos ver como o cliente vai reagir, mas estamos otimistas.

WAACK: Como está a questão da infraestrutura de aeroportos no Brasil?

SHAH: No geral, acreditamos que o processo de privatização dos aeroportos foi positivo. Hoje, aeroportos como Brasília, Belo Horizonte e Campinas também promovem uma experiência para o cliente bem melhor que antes. Não há dúvidas sobre isso. A privatização traz para o cliente uma experiência moderna, uma experiência nova que ajuda as pessoas a viajarem.

WAACK: Sobre os investimentos da Azul no setor de operação, qual é a ideia? Mais fretamentos? Vamos falar: bater de frente com a CVC Corp?

SHAH: Nós queremos crescer no mercado. Acreditamos que a Azul Viagens tem oportunidade para desenvolver Turismo aqui. Nós temos serviços que nunca existiram de cidades no interior do Paraná e São Paulo para destinos turísticos. A Azul cresce mercado para criar serviços, conexões e opções que não existiam antes. Essa é nossa ideia. Azul Viagens é um caminho, uma ferramenta para capturar esse cliente. Mais pessoas viajando é melhor para todo o Turismo.

WAACK: Qual é a relação da Azul com as empresas que compram milhas e vendem passagens baseadas nisso?

SHAH: Nós temos relacionamento com todas as empresas do Turismo. Empresas de milhas só existem no Brasil. Pessoas compartilhando senhas para outra pessoa resgatar. Isso não existe em outros lugares. Isso é ruim para o cliente. A Azul está bloqueando contas que compartilham senha com terceiros para resgate de milhas. São nossas regras e essa atividade é ilegal.

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JEROME CADIER

WILLIAM WAACK: Vou começar nossa conversa com o que acabei de perguntar ao Abhi sobre o mercado de milhas, a qual você fez uma crítica severa na última edição do Fórum PANROTAS. O que a Latam tem feito para enfrentar o que você caracterizou como "câncer do Turismo"?

JEROME CADIER: É um tema que toca todos nós de forma bastante importante. Por quê? Porque esta atividade destrói o programa de fidelidade em longo prazo. Fica cada vez mais uma troca de pontos por dinheiro e não uma influência do seu comportamento de compra. Os programas de fidelidade têm o intuito de incentivar as pessoas a serem fiéis a determinada companhia. Mas se a qualquer momento, você puder comercializar milhas, aqui se desfez o negócio da lealdade. Não vamos isentar a culpa, parte disso acontece pela forma que as companhias aéreas, Latam inclusive, por muitos anos deram impulso a esse mercado de comercialização de milhas, mas infelizmente ele tomou uma proporção destrutiva. Há anos temos suspendido e cancelado contas com comportamentos que são contra a regra do programa. Temos feito isso de forma muito significativa nos últimos anos, a ponto de ter brigas na justiça, porque muitas vezes a justiça dá a liminar ao passageiro ou a quem está vendendo milhas para reaver sua conta. Além disso, começamos a reduzir o número de promoções, porque quando fazemos muita promoção, isso estimula a indústria de mi-

lhas. Então começamos a promocionar menos, aqueles multiplicadores de pontos, as parcerias que davam uma quantidade absurda de pontos em determinadas compras. Estamos fazendo menos porque isso alimenta menos esse mercado. E ainda tem uma série de melhorias de sistema que vão ser implementadas esse ano em que será mais difícil uma atividade fora das regras do programa. Também vamos continuar tentando convencer a justiça que, se existe um programa e existem regras, a pessoa tem que cumprir as regras do programa; se não que opte por outro programa ou não o faça. Mas não dá para ser parte do programa e não cumprir suas regras. Quero que o Brasil seja como outros países, onde existem programas de fidelidade, eles são efetivos e não atrapalham o trabalho do agente de turismo, que está aí para vender pacotes e viagens. É isso que eu quero.

WAACK: Há mais algum ponto nesse combate ao mercado de milhas?

CADIER: Precisamos ter clareza nesse embate legal para os juízes que estão dando ganho de causa para muitas dessas atividades ilegais entendam que não estamos indo contra o consumidor, mas muito pelo contrário, estamos defendendo o valor do programa de fidelidade. Odiaria ver que, no Brasil, daqui a dez anos, a gente não tenha mais programa de fidelidades, porque é para aí que estamos caminhando se não conseguirmos lidar com esse problema hoje.

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Jerome Cadier, Latam

WAACK: Em que medida a indústria da indenização te afeta?

CADIER: Afeta muito. Hoje, a Latam tem 55% das operações no Brasil. 99% das ações na justiça estão no Brasil no Grupo Latam. Isso faz com que a nossa operação seja mais cara. Para vocês terem ideia, se só olharmos indenizações, o quanto isso encarece a passagem, porque precisamos cobrar isso de alguém, são R$ 10 por passagem. Ou seja, quando alguém compra uma passagem hoje, R$ 10 vai para pagar a indenização que algumas pessoas vão utilizar na justiça para depois ganhar dinheiro. E a gente chega em alguns absurdos. Vou dar um exemplo para ver o quão absurdo chegamos. A Latam foi condenada em uma ação na qual o passageiro tinha uma passagem comprada Galeão-Guarulhos-Milão não se atentou que era Galeão, e não Santos Dumont. Passageiro foi para o Santos Dumont, quando chegou lá falamos que esse voo sai do Galeão. Obviamente, ele chegou no Galeão e perdeu o voo, porque não deu tempo. A Latam foi condenada e tivemos que pagar R$ 20 mil em indenização para o passageiro. Aí eu pergunto para vocês: o que a Latam fez de errado? Escrevi em algum lugar que era Santos Dumont? Não. Mas é isso o que acontece e são milhares de casos todos os meses. Muitos deles parecidos com esse.

WAACK: Sobre os outros componentes no preço da passagem aérea, quando vamos pagar menos?

CADIER: Acho que o Abhi respondeu, sem responder, porque não dá para saber. Temos uma dificuldade tremenda de antecipar para onde vão os principais fatores de custo no próximo ano. Citamos o dólar, o combustível, indenizações, custos trabalhistas. Quando colocamos tudo isso, fica difícil estimar para onde tudo isso vai. O que é ponto pacífico aqui é que as companhias aéreas estão cobrando caro sem mostrar margens super saudáveis. Vamos pegar os últimos quatro ou cinco anos de resultados, foram bilhões de reais em prejuízo das companhias aqui. Então é importante entender que precisamos endereçar esse aspecto de custos de forma consistente. Não é só uma mudança imediata, porque são custos estruturais. Se não olharmos para isso estruturalmente, vamos continuar voando muito menos. Esse número de 0,45 passageiro por habitante por ano aqui no Brasil também me incomoda muito. Temos vontade que esse número duplique ou triplique, mas aí depende de duas coisas. Depende do trabalho de custo, porque o custo de operar no Brasil é muito alto. Mas também depende de medidas que olhem o desenvolvimento do País. Quando crescemos na aviação na década de 2000, crescemos por dois fatores: o custo da passagem caiu e a renda do

brasileiro aumentou. Precisamos estar em um País em que não nos satisfaça crescimento econômico de 1% ou 2%. O Brasil precisa crescer seguidamente 5% ou 6% anualmente. E isso vai fazer com que mais gente possa pagar uma tarifa, que a gente espera que seja mais baixa. Quando a Latam olha seus diversos países, esse é um grande fator que esperamos que a gente encontre o caminho para o crescimento desse País.

WAACK: No fundo, você faz uma correlação direta entre poder aquisitivo, renda, crescimento, sair da situação econômica e a atividade do seu setor comercial. Como você projeta o crescimento de passageiros no Brasil levando em consideração os problemas estruturais que você descreveu?

CADIER: Hoje, acho que ainda estamos tímidos. Em 2023, no mercado doméstico, provavelmente transportaremos mais passageiros que 2019 como indústria. Mas comparar 2023 com 2019 é esquecer que passaram quatro anos de crescimento zero. Jogamos fora quatro anos devido à pandemia. Então, não estou feliz em repetir os números de 2019 em 2023, mas é isso que deve acontecer. Quando olhamos para 2024 e 2025, tem uma projeção de crescimento. Estamos trazendo frota, estamos contratando pilotos, mecânicos e pessoal para o aeroporto. Estamos alimentando isso. Vou citar uma das medidas que tomamos, que é muito positiva para o País. Nós temos nosso maior centro de manutenção da América Latina em São Carlos (SP). Se você voltar à cidade, você vai ver uma São Carlos muito maior, porque começamos a operar lá as aeronaves que operam em outros países da Latam. Estamos fornecendo serviços no Brasil para aeronaves que voam no Chile, Equador e Peru. E estou substituindo alguns serviços que antes fazia em Abu Dhabi, e é muito mais barato fazer no Brasil porque não tem o traslado até lá e pagamos em reais. Então, no fim, temos uma economia dupla. Geramos mais empregos relacionados à tecnologia e isso vai fazer com que mais gente alimente essa roda econômica que o Brasil precisa alimentar para sairmos desse 0% a 1% de crescimento e olhar para o 4% e acima. Então, eu aposto muito em crescimento, mas também aposto em trazer empregos para cá. Precisamos trazer empregos para o Brasil, porque vão gerar renda e mais pessoas vão viajar. Vou pegar uma frase do passado, que eu acho horrível, eu quero sim que a empregadas vão para Miami e Orlando. Temos que voar muito mais gente.

WAACK: Como é que o Chapter 11 molda suas perspectivas de modo imediato?

CADIER: Nos últimos meses, o Chapter 11 já beneficiou a companhia, porque tomamos o remé-

15 13 a 19 de março de 2023 — PANROTAS

dio amargo cedo. Quando muita gente acreditava que essa crise seria passageira, a Latam foi vista como uma empresa pessimista, ou muito conservadora, porque muito cedo tomou a medida de entrar no Chapter 11 em maio de 2020. E o grupo já saiu do processo reestruturado, com mais de 35% de redução de dívidas e mais de 40% de redução de custo operacional, porque conseguimos renegociar absolutamente todos os contratos operacionais da Latam. Então, a companhia está muito mais eficiente e com menos dívidas. Quando você passa por um processo de Chapter 11, ou recuperação judicial, você refaz toda a composição acionária, porque você prioriza o pagamento aos credores e o acionista fica no fim da fila. E, no nosso caso, tivemos novos aportes de acionistas que já estavam com a gente antes. Então, Delta, Qatar e o grupo Cueto continuam como acionistas. Somados, essas três empresas têm 27% da Latam. Tinham 47% anteriormente. Mas esses 27% não vieram em função dos 47%, eles tiveram que aportar na saída do Chapter 11 fundos como se tivessem entrado na empresa novamente. E, além disso, vieram investidores estrangeiros, fundamentalmente fundos americanos, que compõem o resto da composição acionária da companhia e agora controlam uma companhia com muito menos dívida e um custo operacional muito mais baixo. Isso fez com que a Latam conseguisse acelerar a retomada. A Latam não liderava o mercado doméstico brasileiro desde 2015. Nos últimos dois anos, todos os meses a Latam liderou o mercado doméstico, porque estamos com mais apetite, mais agilidade, mais vontade e capacidade de crescer. Todas as companhias, em determinado momento, vão ter que lidar com o custo da pandemia. A grande vantagem da Latam, nesse processo, é que lidamos com esse custo muito cedo. Com muita dor. Perdemos muitos postos de trabalho durante esse período, os acionistas perderam absolutamente tudo o que tinham investido na companhia, os credores perderam muito do que tinham na pandemia. Mas a companhia renasceu mais forte, mais ágil e mais rápido.

WAACK: Alguns anos atrás, você caracterizou a Latam como defasada em tecnologia. Como está a empresa hoje? Como a compararia à própria Delta?

CADIER: É curioso comparar com a Delta porque o mercado americano é tão diferente do brasileiro, que tem algumas comparações que valem a pena e outras não. Mas do ponto de vista tecnológico, a Delta é muito avançada e prioriza muito o viajante corporativo. É uma empresa muito focada em agradar o passageiro de mais alto valor, aquele mais frequente. Com isso, ela opera com uma receita maior e com isso consegue operar, talvez,

com um custo maior do que conseguimos operar aqui no Brasil. Então as comparações funcionam até certo ponto. Do ponto de vista tecnológico, estamos muito bem hoje. Passamos por toda uma fase em que os sistemas tinham uma interligação complexa e cara, para hoje com um sistema que acredito estar no estado da arte. Tem problemas? Óbvio que tem problemas. Todas as companhias passam por problemas tecnológicos. Mas a plataforma sobre a qual estamos operando hoje, ela permite muito mais velocidade, flexibilidade e estabilidade. Porque o grande problema é sair do ar no meio do processo de comprar, cair no meio do processo de pagamento. Estamos muito mais fluídos hoje, está tudo na nuvem e temos investido muito na proteção da companhia e seus sistemas contra ataques cibernéticos. Isso é muito complexo, e temos investido muito para não estarmos vulneráveis nessa frente.

WAACK: Voos internacionais. Volta a malha antiga? Qual é o destino dos sonhos que vem aí?

CADIER: Vêm dois. Um que sempre foi muito questionado, pedido e reclamado por todos, que é Joanesburgo. Na época que a gente operava, a South African também operava. Na pandemia, ninguém operou. E hoje, a solução para a África do Sul, porque você precisa subir até a Europa ou Oriente Médio para descer de novo. Então, voltamos com Joanesburgo agora em setembro. Em agosto, lançamos um voo muito interessante para nós, que é o primeiro fruto da parceria com a Delta, que é Los Angeles direto de Guarulhos. Já estamos operando 21 destinos internacionais, ou seja, na quantidade de destinos, podemos nos considerar recuperados. Ainda não chegamos nas mesmas frequências de antes. Mas do ponto de vista da quantidade de destinos, em setembro já vou estar com a quantidade de antes. E o que vai ser interessante é que a parceria com a Delta permitirá uma integração muito maior das malhas, então isso faz com que eu consiga distribuir muito melhor o passageiro que chega em Los Angeles, por exemplo, com as conexões que a Delta pode oferecer nos Estados Unidos. E a Delta pode distribuir muito melhor o passageiro que chega em Guarulhos, com a malha que a Latam tem. E aí começaremos a ver cada vez mais as malhas alinhadas e os horários mais inteligentes dos voos, a experiência melhor para o passageiro, e essa fluidez para que o passageiro, independentemente de ser Delta ou Latam, tenha uma experiência de voo similar. Estou otimista, embora o internacional esteja caminhando mais lentamente que o doméstico. No doméstico, já recuperaremos o número de passageiros este ano. No internacional, só devemos recuperar em 2024, como um todo. n

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FLASHES DO TURISMO

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Paulo Cruz, da Air France-KLM, com Marcelo Rolim, Soraya Roamano e Daniel Castanho, da Ancoradouro José Guilherme Alcorta, da PANROTAS, com Juarez Cintra e Juarez Cintra Neto, da Ancoradouro Daniel Castanho e Andreza Lubatsch, da Ancoradouro, Jão Pin, do Lufthansa Group, E Robert Hainz, da Ancoradouro Viviane Amadei, BWH Hotel Group, e Sandra Veloso, da Alagev Juarez Cintra Neto, da Ancoradouro, e Ricardo Nobre, da Villa dos Nativos Eduardo Genekian, da Cruise America, Juliana Balancin, da BestBuy Travel, Karen Schmidt, do BWH Hotel Group, e Elisabete Leonardo, da BeFly
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FLASHES DO TURISMO

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Paulo Biondo, da Azul Viagens, e Karen Schmidt, do BWH Hotel Group Alexandre Sampaio, da CNC, e Ibrahim Georges Tahtouh, IT MICE Travel Solutions Roberto Nedelciu, da Braztoa, Magda Nassar, da Abav Nacional, e Alexandre Sampaio, da CNC e FBHA Camila Zucoloto, Ricardo Manarini e Viviane Amadei, do BWH Hotel Group Fatima Facuri, da Abeoc, Alexandre Sampaio, Aline Lopes, e Marcia Alves, da CNC, Cristina Fritsch, da Abav-RJ, Antonio Henrique, do Senac, e Roberta Barreto, do Sesc Alexandre Sampaio, da CNC
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FLASHES DO TURISMO

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Renata Santinon, Richard Santos, Daniel Caturani e Iris Ferreira, da Decolar Paula Bottino, da Decolar, Jorge Chaves e Amanda Brandão, do Hoteis Othon, e Luiza Falco, da Decolar Daniela Araujo e Damián Scokin, da Decolar José Guillermo C. Alcorta, da PANROTAS, e Mauricio Parise, da Delta Air Lines Time Decolar no Fórum PANROTAS 2023 EJ Richardson e Jussara Haddad, do US Commercial Service, com Danillo Barbizan, da Delta Air Lines
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FLASHES DO TURISMO

PANROTAS

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Equipe Delta Air Lines Heloisa Prass, da PANROTAS, e Luiz Araújo, da Disney Destinations Luiz Araujo, da Disney, entre Thais Campos, da Neia Turismo, e Karla Tanaka, da Giro Pelo Mundo Viagens e Integração Trade Cesar Ciconet, Giselle Melo, Ricardo Oliveira, Graziela Pinto, e Cássio Oliveira, da Delta Air Lines Jodi McLaughlin e Luiz Araújo, da Walt Disney Imagineering e Disney Destinations, respectivamente Terry Brinkoetter, a imagineer Jodi McLaughlin, Sarah Domenech e Luiz Araújo, da Disney Destinations
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FLASHES DO TURISMO

21 PANROTAS — 13 a 19 de março de 2023
Aline Mafra, da Latam Isaac Correa, Rafael Diogo, Tamires Gomes, Aline Mafra, Bruna Freitas, Thyago Ludson e Cleber Gil, da Latam Carlos Prado, do Grupo Tour House, Jerome Cadier, da Latam, e Eduardo Sanovicz, da Abear Artur Andrade, da PANROTAS, e Bruno Wendling, da Fundtur-MS José Guilherme Alcorta, da PANROTAS, e Jerome Cadier, da Latam Bruno Wendling, da Fundtur-MS
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FLASHES DO TURISMO

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Bruno Wendling e Marlise Gasparetto, da Fundtur-MS Cassio Garkalns, da GKS Negócios Sustentáveis, e Ana Clévia Guerreiro, do Sebrae Equipe do Sebrae no Fórum PANROTAS 2023 Ricardo Szpigel, da Copastur, Carlos Prado, do Grupo Tour House, e Bruno Wendling, da Fundtur-MS Ana Clévia Guerreiro, do Sebrae, e Solange Portela, da Secretaria de Turismo Rio Grande do Norte Ana Clévia Guerreiro, do Sebrae
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GIGANTES EM EXPANSÃO

O Fórum PANROTAS 2023 promoveu, em seu primeiro dia, o encontro de grandes players no palco do Golden Hall do Sheraton WTC, em São Paulo, para discutir o poder da distribuição na América Latina. Em conversa mediada por Elisa Carneiro, líder regional da Sabre para Caribe e América Latina, Leonel Andrade (CVC Corp), Damián Scokin (Decolar) e Salim Arkuch (Expedia) apresentaram seu sucesso recente, os elementos que têm trabalhado para alavancar a empresa, e os planos para um crescimento futuro. Confira os destaques de cada gigante da distribuição na América Latina.

23 13 a 19 de março de 2023 — PANROTAS
Painel distribuição
Elisa Carneiro, líder regional da Sabre para Caribe e América Latina Fórum PANROTAS teve painel com executivos da CVC Corp, Decolar e Expedia

CVC CORP

Leonel Andrade, CEO da CVC Corp, celebrou que a companhia está próxima de finalizar sua estruturação de capital após entrar na pandemia em dívida. Após concluir esse processo, e apenas após, Andrade afirmou que pensa em novas aquisições e expansão para outros continentes.

"Estamos no processo final da estruturação de capital da companhia. A CVC Corp comprou 10 companhias com capital de terceiros há uns cinco anos, antes da pandemia, então estamos finalizando essa estruturação, e só então olharemos para novos relacionamentos. Já temos atuação consolidada no Brasil e na Argentina, empresa na Flórida, Estados Unidos, e agora é a hora de olhar para os brasileiros entrando na Europa", afirmou Leonel, indicando que a Europa seria o próximo mercado alvo da companhia.

Além de afirmar pensar em expansão, Andrade disse que a empresa será "totalmente diferente" no final de 2023 após investimento em tecnologia e no B2B. Para o CEO, CVC Corp era fraca em tecnologia ao entrar na pandemia e passou por uma "revolução" nos últimos anos.

"Finalmente, entramos numa rota de forte demanda e forte crescimento. Acredito que a pandemia acabou para o Turismo. Ainda temos questões sanitárias, mas a preocupação dos viajantes acabou. Saímos da pandemia com a operação inteira e uma revolução em tecnologia. Na distribuição própria, o salto foi gigantesco. Mais da metade das transações da CVC Corp em janeiro foram digitais", afirmou Andrade.

Já no B2B, o investimento está acontecendo e será concluído com a unificação das marcas B2B da empresa no Brasil. "Somos o único grupo com posição de liderança no Brasil e na Argentina tanto no B2B quanto no B2C. Passamos por uma mudança gigantesca no B2C, com franqueados tendo resultados de performance expressivos, e agora isso será levado ao B2B. E mais importante, que isso seja casado em um ambiente de governança com sistemas eficientes de pagamento e processos automatizados. A prioridade da empresa agora é o B2B. Terminaremos o ano muito diferentes com uma marca B2B única", explicou o CEO. "Tudo que temos no B2C agora entra no B2B. Vamos terminar o ano de 2023 totalmente diferentes no B2B em questão de tecnologia e processos. Aí será a hora de resgatar a boa e velha CVC de vendas", concluiu Leonel.

DECOLAR

Na ocasião, Damián Scokin, CEO da Decolar, explicou que a empresa saiu da pandemia fortalecida após investimentos em tecnologia e aquisições, e agora foca no crescimento do seu B2B.

"A Decolar sai da pandemia muito fortalecida, tanto financeiramente quanto em termos de operação. Fize-

mos aquisições estratégicas para um inventário mais potente e a perspectiva futura é muito positiva depois de o setor atravessar essa crise tão severa. Não tivemos quase nenhuma viagem por um período e ainda estamos aqui", afirmou Scokin.

O CEO também disse que o crescimento da Decolar estará no B2B, se apoiando em suas marcas como a HotelDO. "No nosso caso, o B2B é a avenida de maior crescimento para a Decolar porque mudamos e melhoramos significativamente as nossas plataformas, como da HotelDO. Em 2023, esperamos grandes resultados", explicou.

Scokin ainda afirmou que, mais importante do que expandir sua pegada geograficamente, prefere consolidar a atuação da Decolar nos países em que a empresa já está presente, encontrando maneiras de "inovar tecnologicamente e explorar outros canais, encontrando maneiras de aportar tecnologia e inovação nos canais".

EXPEDIA

2022 foi o ano mais lucrativo da história do Expedia Group. Foi o que comunicou Salim Arkuch, vice-presidente Latam & Caribbean do grupo, no Fórum PANROTAS 2023. Em bom português, o executivo ainda afirmou que a empresa está investindo em tecnologia e muito próximo de integrar todas suas plataformas, o que deve trazer ainda mais crescimento em 2023.

"O Grupo Expedia fechou 2022 com o ano mais lucrativo de toda a história da empresa. Isso é muito boa notícia, porque tivemos uma volta das viagens com muita força. No Brasil, por exemplo, vemos um incremento na demanda internacional, sendo os Estados Unidos o mercado mais importante, seguido de Argentina, Reino Unido, México e Canadá", afirmou Arkuch.

O executivo também compartilhou que o Expedia Group está continuamente em busca de oportunidades de negócios, mas o foco agora é a tecnologia. "Estamos sempre buscando oportunidades globalmente, mas agora estamos focando em investimentos internos de tecnologia, unificando as plataformas para ter uma única plataforma eficiente e estável. Queremos nossos parceiros com mais conversões e receita com o novo programa de fidelidade", explicou.

Segundo o VP Latam & Caribbean do grupo, o principal desafio da empresa atualmente é a experiência do hóspede, e por isso está implementando uma ferramenta para valorizar boas avaliações em seu buscador. "Historicamente, o preço e disponibilidade são os principais fatores de busca, mas agora estamos incorporando uma ferramenta para considerar as experiências dos viajantes nos hotéis, e isso terá importância na visibilidade dos hotéis em nossa plataforma. Se o hotel é barato, mas tem avaliações ruins, não aparecerão tanto quanto hotéis com tarifas um pouco mais altas, mas com melhores avaliações", explicou. n

24 PANROTAS — 13 a 19 de março de 2023

VENDEDOR E CONTADOR DE HISTÓRIAS

Valter Patriani é fundador da Construtora Patriani, uma das empresas de mais rápida ascensão do mercado imobiliário no Brasil. Mas para nós, do Turismo, ele é conhecido como um dos maiores vendedores que essa indústria já teve. Um professor, um mestre, para quem trabalhou com ele.

No palco do Fórum PANROTAS 2023, o ex-presidente da CVC, empresa para a qual prestou 40 anos de contribuições, falou sobre o poder das conexões e o que ele aprendeu com os clientes. Antes de começar, porém,

procurou na plateia Guilherme Paulus, parceiro de tantos anos de caminhada, para uma fraterna saudação. "Ele me dava um bom salário", brinca com o ex-colega de CVC. "E com esse bom salário, eu investia em imóveis. Eu achava que os imóveis na velhice me ajudariam. Se eu tivesse alguns, eu conseguiria fazer, no futuro, as viagens que tanto vendi na vida. Investi em imóveis durante esse tempo de CVC e, quando tive de mudar minha vida, repensá-la, tive a ideia de montar pequena incorporadora", conta.

25 13 a 19 de março de 2023 — PANROTAS Valter Patriani
Fora do setor, Valter Patriani voltou a um evento de Turismo após oito anos

Foi assim que tudo recomeçou. Quando achou que seu momento no Turismo havia chegado ao fim, ele decidiu se reinventar. "Eu tinha 54 anos e empreender com essa idade é mais difícil do que aos 18. Por isso recorri a um dos meus filhos, que aos 21 anos abraçou a ideia."

Patriani então começou a trabalhar se apoiando em bons engenheiros. "Ninguém pode se meter em um negócio de qualquer jeito. Eu não entendia de construção, e sim de vendas, mas, sinceramente, vender apartamentos e viagens é parecido. Inclusive, muitos resorts estão atuando no setor imobiliário. Uma coisa está ligada a outra."

Hoje, a Construtora Patriani, aos oito anos, é premiada, tem dois mil funcionários e em 2021 já faturava seu primeiro bilhão. É aí que vem algumas lições para o Turismo. No meio de tanta competição, com grandes players de décadas de atuação, como uma empresa tão jovem ganhou tamanha notoriedade?

DEFINA SEU PRODUTO

A Construtora Patriani logo encontrou o tipo de consumidor que gostaria de encontrar, o que tinha poder aquisitivo o suficiente para comprar apartamentos de R$ 700 mil para cima. Para isso, investiu em imóveis tecnológicos, abriu mão das coberturas para instalar placas solares e instalar abastecimento elétrico em todas as vagas na garagem, entre outros detalhes. "O agente de viagens é uma profissão que nunca vai acabar, ela é a mola propulsora que permite o crescimento do Turismo, mas vejo muitos com dificuldade em definir um produto. Meu conselho ao agente: seja um micro operador, tenha um produto que seja sua cara, tenha sua marca, seja conhecido pela comunidade como alguém que faz alguma coisa. Evite ser um vendedor genérico. O médico que mais ganha dinheiro não é o clínico geral, é o especialista. Tenha coragem para ter um produto que seja seu. Escolha hotel, destino, serviço, produto, mas não escolha muita coisa. Tenha no máximo quatro ou cinco especialidades", exemplifica.

"Ninguém tem tudo. Um cliente quer

Dubai, outro Rio de Janeiro, outro Buenos Aires. Especialize-se em algo. Que funcionário vai conseguir dar conta de tudo? Vai chegar uma hora que você vai ter de dizer: 'Dubai eu não tenho, mas Foz do Iguaçu é comigo mesmo.'"

CONHEÇA SUA COMUNIDADE

Seguindo a mesma linha de raciocínio, ele diz que a Construtora Patriani nunca passou de 90 dias para vender todas as unidades de um prédio, isso porque a divulgação de cada empreendimento era feita na própria comunidade. "Apesar de investir muito dinheiro com marketing massivo, o que vendia mesmo eram os panfletos na padaria do bairro. As pessoas querem saber o que está se passando em suas cercanias."

DETALHES, EMOÇÕES

Quem compra um apartamento ou uma viagem tem muita emoção no negócio. Não é uma compra só aritmética. "Cor, acabamento, detalhes tecnológico. O que motiva a vida são os detalhes, e o que motiva as vendas também. Se o vendedor acerta nos detalhes, o sucesso vem, pois o 'macro' todo mundo sabe fazer, mas acertar no 'micro' é onde está o desafio. Quem acerta o ponto-chave tem sucesso garantido, e para isso você precisa entender de gente, de sentimento, para surpreender." n

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Abraço entre amigos que fizeram a CVC ser o que ela é hoje: Valter Patriani e Guilherme Paulus

FLASHES DO TURISMO

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Antonietta Varlese, da Accor Orlando Souza, do Fohb, e Thomas Dubaere, da Accor, com José Guillermo Alcorta e José Guilherme Alcorta, da PANROTAS Anderson Salvá, Manuel Flahault e Fabio Lessa, da Air France-KLM Pablo Morbis, do Grupo Cataratas, e Otavio Leite, da Fecomércio RJ Fábio Lessa, Manuel Flahault, Helen Assis, Anna Carla Homem, Steven Van Wijk, Paulo Cruz, Mateus Tamiozzo e Júlia de Medeiros, da Air France-KLM Renê Amorim, da PANROTAS, e Pablo Morbis, do Grupo Cataratas
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FLASHES DO TURISMO

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Beatriz Chueco, Amanda Rebouças, Mauricio Santos, Rafael Leonildo, Paula Harumi, Daniel Amorim, Marcelo Rocha, Rafael Ferreira, Ricardo Szpigel, Edmar Mendoza e Carolina Bull, da Copastur Carlos Luiz da Silva, Claudia Brito e Simone Campos, da Coris Equipe CVC Corp no Fórum PANROTAS 2023 Edmar Mendoza e Edmar Bull, da Copastur Kleber Lima, Carlos Giubine, Wagner Figueiredo, André Domiciano, Claudia Brito, Juçara Serrano, Marcelo Galbe e Carlos Luiz da Silva, da Coris Fabio Mader, Tulio Oliveira, Leonel Andrade e Rodrigo Sienra, da CVC Corp
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FLASHES DO TURISMO

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Patricia Thomas, da Omnibees, e Ana Paula Zuppi, da Gol Rodrigo Possatto, Renzo Mello e Nathalia Vicente, da Gol José Guilherme Alcorta, da PANROTAS, entre Bruno Lasansky, Paulo Henrique Pires e Elvio Lupo, da Localiza Sergio Sanches, Monique Monteiro e Juliana Kozemekinas, da Movida Eduardo Bernardes, da Gol, Alexandre Cavalcanti, da American Airlines, e Renzo Mello, da Gol Elvio Lupo Gustavo Souza, Henrique Buzo, Augusto Bezerra, Andrea Lima, Kenya Mesquita, Thais Valverde, Bruno Lasansky e Paulo Henrique Pires, da Localiza
2 0 º FÓRUM
PANROTAS

FLASHES DO TURISMO

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Cristiane Yumi, da Movida Luis Ferrinho, da Omnibees, e Flávio Louro, da EHTL Patricia Besteti, Elisa Carneiro, Karina Fioranelli, Max Gurdian e Vanessa Coqueiro, do Sabre Melanie Teixeira, da Omnibees, Alexandre Cordeiro, da Produta, e Eduardo Batista, da Omnibees Elisa Carneiro e Karina Fioranelli, do Sabre Time ViagensPromo no Fórum PANROTAS 2023
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FLASHES DO TURISMO

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Renato Kido e Mary Hira Kido, da ViagensPromo Ivan Cadahia, da Aerolineas Argentinas, entre, Paula Fariña e Natalia Pisoni, do Inprotur (Visit Argentina) José Guilherme Alcorta, da PANROTAS, entre Paula Fariña e Natalia Pisoni, do Visit Argentina
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Paulo Kugelmas e Bárbara Braga, da Secretaria de Turismo de Alagoas, com Milton Vasconcellos, do Maceió CVB Andrea Avelleda, Marcelo Cohen, Rafael Cohen e Erika Alves, da BeFly Equipe Aviva
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Sua

A FORÇA (E IMPORTÂNCIA) DA LIDERANÇA FEMININA

Participação feminina nas empresas, mulheres em cargos de liderança, diversidade e inclusão. A presidente da unidade de negócios de Além da Cerveja na Ambev, Daniela Cachich, que falou também sobre inovação e experiência do cliente, mostrou, no Fórum PANROTAS, que não há como não discutir esses temas e que a mulher pode chegar aonde quiser chegar.

“Estou há mais de 25 anos trabalhando em empresas multinacionais de consumo e, melhor que falar, é mostrar o que uma mulher pode fazer à frente de uma unidade de negó-

cios da Ambev. Queria contar também que a Ambev não se define mais como uma cervejaria. Nos repensamos e nos transformamos em uma plataforma para oferecer os melhores serviços, produtos e experiências para os clientes”, disse.

Daniela aproveitou o gancho da transformação da empresa fabricante de bebidas para relacionar com o Turismo e em como as companhias deste setor podem se reinventar, trazer coisas novas e trabalhar para atender o cliente cada vez melhor.

“Em vez de convencer alguém que não gosta

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Mercado Beatrice Teizen
Daniela Cachich, da Ambev

de cerveja que a bebida é legal, por que não pensar no que a pessoa gosta e como posso, como empresa, me transformar e lançar produtos para atender às suas necessidades? O mesmo vale para o Turismo. Às vezes tentamos colocar nosso core como uma única solução, mas existem inúmeras possibilidades de crescimento de negócio”, pontuou. A executiva apontou que é muito menos de dentro para fora e muito mais de fora para dentro. É sobre como os consumidores podem impactar uma marca para que ela produza um portfólio focando em diferentes necessidades. O que a torna muito mais relevante e atrativa do ponto de vista de escolha e oferta. “É muito interessante ver como uma empresa sai de um lugar e vai se transformando e, quando abre a mente, traz muito mais oportunidade de crescimento. É escutar quem é o nosso consumidor, ter essa escuta ativa, e ouvir o que as pessoas estão querendo”.

CASE DE CARNAVAL

Daniela Cachich trouxe também para a plateia o case recente da Ambev no Carnaval. Em apenas quatro meses – coisa que geralmente leva um ano –a empresa lançou a CaipiBeats, bebida preparada com cachaça, com um toque gaseificado da Beats e a praticidade de ser em lata.

“Lançamos para ser a bebida do Carnaval e decidimos ter uma ambição, que era fazer o maior Carnaval de todos os tempos da Beats. E deu certo. Batemos todos os recordes de metas e KPI e vendemos em um mês o que planejávamos vender em três. Quando você é relevante e está fazendo algo no qual a audiência vê valor, dá muito certo.”

REPRESENTATIVIDADE

Perguntada pela plateia quais são os desafios e como ela lida com a questão de ser uma líder feminina em um mercado majoritariamente masculino – de empresas de bebidas alcoólicas –, Daniela trouxe a seguinte reflexão:

“Acho curioso que me questionam como é ser uma mulher em um mercado de bebidas, mas não perguntam para os homens que são líderes de empresas de beleza, que não usam os produtos, como é ser um homem neste setor. Durante minha trajetória passei por muitos episódios de machismo, de pessoas duvidando da minha competência simplesmente por ser mulher. Às vezes vamos acreditando e sedimentando isso, o que impacta muito na nossa autoestima. Fiz com que isso me desse força para provar para as pessoas que elas estavam erradas. É sobre mostrar nossa competência para cravar que estamos onde devemos estar.” n

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Painel Operadoras

O QUE ESPERAR DAS OPERADORAS EM 2023?

A visão de mercado de quatro operadoras com diferentes perfis foi apresentada no Fórum PANROTAS em painel que contou com as provocações do editor-chefe da PANROTAS, Artur Luiz Andrade. A tradicional Orinter, de Ana Maria Berto, recentemente comprada pelo grupo Mondee, dos EUA, a Mondiale by Ancoradouro, representada por Edson Ruy, a ‘novata’ Viagens Promo, de Renato Kido, aberta há cinco anos, e a Azul Viagens, da companhia aérea Azul, representada pela gerente de Produtos e Serviços, Giulliana Mesquita, apresentaram suas perspectivas para este ano. Confira!

ORINTER

Comprada pelo grupo americano Mondee, a Orinter não mudará em seu DNA de vendas exclusivas para os agentes de viagens, segundo a diretora Ana Maria Berto. “Fomos comprados justamente por acreditar no mesmo que a Mondee, que está buscando mais empresas aqui no Brasil, nos segmentos corporativo e de luxo, por exemplo. Mas sempre com o foco de vendas por meio do agente de viagens”, garantiu. Segundo ela, a aquisição trará benefícios para os agentes brasileiros, especialmente em relação a tecnologias agregadas.

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Artur Luiz Andrade, da PANROTAS, media painel com Renato Kido (ViagensPromo), Giulliana Mesquita (Azul Viagens), Ana Maria Berto (Orinter Tour & Travel) e Edson Ruy (Mondiale by Ancoradouro)

Ana Maria destacou o crescimento da empresa nos últimos oito anos, quando deixou de ser uma operadora regional para abraçar todo o Brasil. “Vamos consolidar esse crescimento e ampliar nosso portfólio, sempre na venda B2B. Quando vejo um hotel vendendo mais barato no canal direto, penso na oportunidade que ele está perdendo”, disse. “Ele perde a chance de ter um exército de 30 mil profis-

sionais trabalhando para ele.”

O programa de fidelidade Orinter Club, lançado na semana passada, teve mais de 2,3 mil associações de agentes em 24 horas, segundo Ana Maria, e é uma grande aposta da operadora para este ano. “Nosso foco será em agregar valor para o agente de viagens, seja em tecnologia, atendimento, novos produtos e benefícios.”

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Painel das operadoras foi um dos mais assistidos do Fórum PANROTAS 2023

MONDIALE BY ANCORADOURO

O excelente momento das viagens internacionais foi destacado pelo diretor da Mondiale by Ancoradouro, Edson Ruy, que aposta no sucesso dos circuitos europeus para este ano, com destaque para a oferta de produtos com a Trabax, empresa que atende com exclusividade a operadora na Europa. Combinar os produtos da empresa a experiências exclusivas é a tendência para este ano, anunciada na semana passada com o reposicionamento dos produtos. “A palavra-chave do nosso negócio é experiência, das mais simples ao extremo luxo. Oferecemos experiências agregadas para que o agente possa passar isso a seus clientes.”

Questionado sobre os hoteleiros com tarifas mais baratas em canais de venda direta, Edson Ruy lembrou que isso é um direito deles, assim como é direito do operador escolher qual hotel privilegiar na hora da venda. “Internacionalmente também encontramos tarifas diferenciadas nos canais de venda direta, mas acho importante destacar que somos nós, operadores e agentes, que podemos escolher, também, qual hotel oferecer a nossos clientes.”

AZUL VIAGENS

Única operadora participante com vendas diretas para o consumidor, a Azul Viagens foi representada pela gerente de Produtos e Serviços, Giulliana Mesquista, que assegurou que o percentual de vendas diretas é muito pequeno. “E não estimulamos esse canal. Pelo contrário, estamos com foco na campanha de incentivos ‘O agente está on’, com distribuição de carros, entre outras ações de estímulo e apoio aos agentes”, contou. Para este ano, Giulliana conta que haverá o incremento da oferta de produtos internacionais, inclusive com outras companhias aéreas. “Durante a pandemia, apostamos nos destinos domésticos. Neste ano, vamos buscar tarifa-operadora com outras companhias aéreas para ampliar nosso portfólio internacional”, contou. Além do aumento na oferta de produtos internacionais, a Azul Viagens está focada no desenvolvimento de tecnologias para o autosserviço dos agentes dentro do inventário Azul Viagens, contou Giulliana.

VIAGENS PROMO

Os fretamentos continuam na Viagens Promo neste ano, especialmente nos três hubs que a operadora deve anunciar em breve. “Teremos no Sul, Sudeste e Centro-Oeste, um em cada região”, contou o diretor da empresa, Renato Kido, afirmando que os hubs oferecerão ainda interligações rodoviárias, também. “Nesses hubs, teremos nossas tarifas mais acessíveis”, anunciou. Outra novidade que a operadora lança em 2023 é sua plataforma multimarcas, uma empresa independente voltada para agentes de viagens, que serão sócios nesse novo CNPJ. “Atenderemos nessa empresa o agente de viagens com a oferta de outras operadoras, uma verdadeira multimarcas”, disse.

Kido contou ainda que a operadora vai fortalecer parcerias como a que já existe com a ETS, para ofertas produtos e experiências que o agente deve oferecer aos agentes. “Hoje a operadora precisa fazer o diferente. O tradicional não existe mais. Precisamos ter inovação contínua, apesar dos números recordes de 2022 e dos fantásticos resultados que registramos em janeiro passado”, analisou. “O relacionamento é o que temos de mais valioso”, completou. Perguntado sobre destinos que realizam um bom trabalho junto aos operadores e agentes de viagens, Kido destacou os destinos da Bahia. Na outra ponta, sobre destinos que precisam melhorar seu relacionamento, apontou o Pantanal. n

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FLASHES

FÓRUM PANROTAS 2023

SALA VIP COPASTUR

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Roberto de Lucena, secretário de Turismo do Estado de São Paulo, e Luciane Leite, secretário executiva da Setur-SP Antonio Fernando Slomp e Peterson Prado, da Avipam Marcelo Oliveira, assessor jurídico da Abav, Roberto Nedelciu, da Braztoa, e Fernando Santos, da Abav-SP|Aviesp Eduardo Genekian, da Cruise America, e Karen Schmidt, do BWH Hotel Group Antonio Americo, da Azul, Juarez Cintra Neto, da Ancoradouro, Pedro Janot, ex-presidente da Azul, Anderson Serafim, da Azul, e Juarez Cintra Filho, da Ancoradouro Carolina Negri e Murilo Pascoal, do Sindepat Luís Ferrinho, da Omnibees, e Edmar Mendoza, da Copastur Jeanine Pires, Fabio Mader, Leonel Andrade e Bruno Heleno, da CVC Corp

FLASHES

42 PANROTAS — 13 a 19 de março de 2023
Daniela Araújo, Sebastian Mackinnon e Damian Scokin, do Grupo Despegar Renato Hagopian, da Qatar Airways, com Carmen Moreira Lage e Tiago Grandizoli, da British/Iberia Heber Garrido, do Hot Beach, e Gabriela Schwan, da Swan Hotéis Raquel Lima, Salim Arkuch e Ellen Lobo, da Expedia, entre Karina Fioranelli e Elisa Carneiro, do Sabre Paulo Ventura, do Expo Center Norte, Raffaele Cecere, da R1, Fatima Facuri, da Open Brasil e Abeoc Nacional, e Toni Sando, do Visite São Paulo Carlos Vazquez, da Ideas Fractal, e Leonor Bernhoeft, da LTN Brasil Ivo Lins, da Voetur, com Paulo Henrique Pires, Gustavo Souza e Augusto Bezerra, da Localiza Sylvio Ferraz, Marcelo Cohen e Andrea Panisset, da BeFly, com Marianna Alcorta, da Abav, e José Guillermo Alcorta, da PANROTAS
FÓRUM PANROTAS 2023 SALA VIP COPASTUR

FLASHES

FÓRUM PANROTAS 2023

SALA VIP COPASTUR

43 PANROTAS — 13 a 19 de março de 2023
Artur Andrade, da PANROTAS, entre Sylvio Ferraz, Marcelo Cohen e Luciano Guimarães, da BeFly Annette Taeuber e Felipe Bonifatti, da Lufthansa, ao lado de Priscila Bures e Paula Domingues, da CVC Corp Cacau de Paula, secretária de Turismo de Recife, Alexandre Pereira, secretário de Turismo de Fortaleza, e Tatiana Turra, secretária de Turismo de Curitiba Luiz Araújo, da Disney Destinations, Jodi McLaughlin, da Walt Disney Imagineering, Sarah Domenech e Terry Brinkoetter, da Disney Destinations Magda Nassar, da Abav, e Eduardo Zorzanello, do Festuris Gramado Ana Maria Berto e Roberto Sanches, da Orinter

FLASHES

FÓRUM PANROTAS 2023

SALA VIP COPASTUR

44 PANROTAS — 13 a 19 de março de 2023
Abhi Shah, da Azul, e Eduardo Sanovicz, da Abear Artur Andrade, da PANROTAS, Chieko Aoki, da Blue Tree Hotels, e Jerome Cadier, da Latam Valter Patriani, da Construtora Patriani, Luis Quaggio, da Ancoradouro, e Edmar Bull, da Copastur Aline Lopes, da CNC, Guilherme Mercês, da CNC, e Alexandre Sampaio, da FBHA e CNC Time Copastur na Sala Vip do Fórum PANROTAS. Empresa completa 50 anos em 2023 Viviânne Martins e Juliana Andrade, da Academia de Viagens Corporativas

FLASHES

FÓRUM PANROTAS 2023

45 PANROTAS — 13 a 19 de março de 2023
Edmar Mendoza e Edmar Bull, líderes da Copastur, discursaram para os convidados Duda Slud, da Unav, Carmen Moreira Lage, da Iberia, Annette Taeuber, da Lufthansa, e Artur Andrade, da PANROTAS Guilherme Alcorta, da PANROTAS, e Gustavo Giannetti, da Elo Alexandre Sampaio, da FBHA, e Roberto Nedelciu, da Braztoa Ivan Cadahia, da Aerolineas Argentinas, Paula Fariña, do Visit Argentina, Guillermo Alcorta, da PANROTAS, e Natalia Pisoni, do Visit Argentina Rodrigo Possatto, da Gol, entre Bárbara Picolo e Michael Barkoczy, da ETS Cassio Garkalns, da GKS Negócios Sustentáveis, e Ana Clévia, do Sebrae
ALMOÇO
Peterson Prado, da Avipam, e José Guilherme Alcorta, da PANROTAS
VIP

FLASHES

FÓRUM PANROTAS

46 PANROTAS — 13 a 19 de março de 2023
Danillo Barbizan, da Delta, Aline Mafra, da Latam, Juliana Castaglione, da Gol, e Mauricio Parise, da Delta O almoço exclusivo para convidados aconteceu na área da piscina no Sheraton WTC José Guilherme Alcorta, da PANROTAS, e sua esposa Renata Tacla Fatima Facuri, da Open Brasil, Alexandre Sampaio, da FBHA, Aline Lopes, da CNC, Antonio Henrique, do Senac, Marcia Alves, da CNC, Roberta Barreto, do Sesc, e Cristina Fritsch, da Abav-RJ Jaqueline Rodrigues, da BeFly, e Valeria Gordilho, do Grupo Armação Edmar Mendoza fala aos convidados durante o almoço José Guilherme Alcorta, da PANROTAS, Edmar Mendoza, da Copastur, Guillermo Alcorta, da PANROTAS, e Edmar Bull, da Copastur Leandro Guelfi, Gelson Popazoglo e Celso Guelfi, da GTA
2023 ALMOÇO VIP

FLASHES

FÓRUM

47 PANROTAS — 13 a 19 de março de 2023
Nathalia Lemeszenki e Carla Reis, da Iberostar Tamires Ribeiro, Pedro Masini e Luciana Lentini, do WTC Events Center Raffaele Cecere, do Grupo R1, e Priscila Domit, do Grupo Royal Palm Karen Schmidt, do BWH Hotel Group, entre Sebastian Lezcano e Márcio Nogueira, da HotelDo Paulo Kulgemas, da secretaria de Turismo de Alagoas, Luciane Leite, da Secretaria de Turismo de São Paulo, Guillermo Alcorta, da PANROTAS, Bárbara Braga, da secretaria de Turismo de Alagoas, e Milton Vasconcelos, do Maceió Convention Roberto Nedelciu, da Braztoa, Magda Nassar, da Abav, e Alexandre Sampaio, da FBHA
PANROTAS 2023 ALMOÇO VIP

FLASHES

PANROTAS

48 PANROTAS — 13 a 19 de março de 2023
Carol Gaete, da Accor, Edmar Bull, da Copastur, Gabriela Spinola, da Accor, e Edmar Mendoza, da Copastur Ana Paula Ramazzini, da Integração Trade, Juliana Assumpção e Fernando Santos, da Abav-SP|Aviesp, e Silvia Junqueira, da Integração Trade Magda Nassar e Jerusa Hara, da Abav Nacional Lucas Paci, da Tyller, e Antonio Fernando Slomp, da Avipam Maria Camilla Alcorta, da Ideas4Brand, as jornalistas Izabel Reigada e Fabiola Bemfeito, e Jaqueline Rodrigues, da BeFly Marcelo Oliveira, assessor jurídico da Abav Nacional, e Giovana Jannuzzelli, da Alagev
FÓRUM
2023 ALMOÇO VIP

Aventuras e recordes

Carla Lencastre, especial para a Revista PANROTAS

OS MELHORES VOOS DE LUIGI CANI

49 13 a 19 de março de 2023 — PANROTAS
Luigi Cani

Recordes mundiais; curso na Nasa, a agência governamental de Aeronáutica e Espaço americana; produção de cinema na Califórnia; voo de wing suit em torno do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, ou entre as Petronas Towers, em Kuala Lumpur, na Malásia; campanhas publicitárias nas alturas... Tem tudo isso e muito mais na carreira do paraquedista e produtor cinematográfico Luigi Cani, palestrante no primeiro dia do Fórum. Ele encantou com seus vídeos de aventuras mundo afora o público que lotou o Golden Hall do WTC Events Center, em São Paulo. Mas deixou claro que a maior parte do seu trabalho é mesmo no chão: “Meus voos são muito bonitos, chegam a ser uma coisa lúdica. Porém, meu principal voo hoje é no chão. Meu trabalho é normal a maior parte do tempo”.

Para Cani, há 5 itens essenciais para se tornar um bom profissional, seja em ar, mar ou terra:

1. Assumir riscos;

2. Gerenciar riscos;

3. Saber que quanto maior o risco, maior a conquista;

4. Impor limites;

5. Transformar sorte em experiência.

DO IMPOSSÍVEL AO POSSÍVEL

Atualmente Cani não tem a menor dúvida de que pode voar. Mas nem sempre foi assim, como ele contou para a plateia do Fórum PANROTAS:

“Nunca imaginei que um dia pudesse voar. Porém, não posso dizer que nunca sonhei em voar. Fui uma criança impossível, aquela que só aprontava. Sonhava que estava voando como o super-homem, e era ótimo. Fui correr atrás do meu sonho, e no caminho fracassei muito.”

Cani começou a fazer curso de paraquedismo em Curitiba, onde nasceu e cresceu, meio que por acaso, quando ouviu um anúncio no rádio. O paraquedista relembrou seu primeiro salto, quando ficou em pânico e, quase ao mesmo tempo, teve uma das melhores sensações da vida: “Foi maior medo que já senti. De desconforto, de sair da zona de conforto. Quase desisti de pular. Mas quando pousei, a sensação de superação e de conquista foi a melhor que já tive. O impossível tinha se tornado possível. Depois de dois anos saltando no Brasil, resolvi ir atrás dos meus ídolos, que moravam na Califórnia, perto de Los Angeles.”

DA SORTE À EXPERIÊNCIA

Na Califórnia, Cani começou a trabalhar em uma produtora especializada em imagens aéreas. Quando se deu conta, estava saltando e filmando com os melhores do mundo. O passo seguinte foi passar a desenvolver seus próprios projetos de mídia. Hoje coleciona 79 medalhas, mais de uma dezena de recordes e 14 mil saltos “sem quebrar nem uma unha”: “Meu vaso da experiência está cheio; o da sorte, vazio. É preciso transformar sorte em experiência para ser um veterano na atividade profissional. Meus anjos da guarda se aposentaram. Hoje são pessoas reais, que amam o que fazem, que formam a minha equipe. Se antes eu saltava mais de 1 mil vezes por ano, agora o número fica entre 30 e 40. Porque cada projeto exige um planejamento minucioso. Sou um profissional como todos os outros.”

Para encerrar, Cani deixou um recado inspirador: "Respeite seu sonho, acredite em você”. n

50 PANROTAS — 13 a 19 de março de 2023

FLASHES DO TURISMO

51 PANROTAS — 13 a 19 de março de 2023
Sami Fustinoni, Rodrigo Inouye e Fernanda Escovale, da Clickbus Renata Vuono, do Ministério do Turismo de Israel, Fabio Ashcar, da Life at Campus, e Carolina Dias, do Ministério do Turismo de Israel Guta Valente, Bárbara Picolo e Michael Barkoczy, da Easy Travel Shop Gustavo Gianetti, da ELO Jaqueline Rodrigues, da Queensberry, e Priscila Bures, da CVC Corp Alexandre Pereira e Valéria Cavalcante, do Turismo de Fortaleza
2 0 º FÓRUM PANROTAS

FLASHES DO TURISMO

52 PANROTAS — 13 a 19 de março de 2023
Leonardo Guelfi, Celso Guelfi e Agenor Bertoni, da GTA Nathalia Lemeszenski e Carla Reis, do Iberostar Luiz Araújo, da Disney Destinations, Juarez Cintra Neto, Ancoradouro, Edson Ruy, da Mondiale by Ancoradouro Simone Martins, Rodrigo Caetano, Raffaele Cecere e Renata Honorato, do Grupo R1 Eduardo Malheiros, Rodrigo Vaz, Daniel Bressan e Rafael Albuquerque, do Grupo Wish Patricia Pol, Lilian Dâ´Angelo, Carolina Abud e Debora Spada, do Palladium Hotel Group
2 0 º FÓRUM PANROTAS

FLASHES DO TURISMO

53 PANROTAS — 13 a 19 de março de 2023
Antonio Dias, do Royal Palm, Manoel Linhares, da ABIH Nacional, e Luiz Guilherme, do Summerville All Inclusive Toni Sando e Sofia de Russi, do SPCVB Ricardo Assalim e Leandro Polido, da ViagensCorp Franklin Gomes, Carolina Mantovani e Marcel Ito, da Shift Alexandre Motta e Carlos Prado, do Grupo Tour House, e Fábio Ashcar, da Life At Campus Carla Oliveira, Carla Simone e Priscila Cachuba, do Costão do Santinho
2 0 º FÓRUM PANROTAS

EPCOT: UMA TRANSFORMAÇÃO ÉPICA

O Epcot é um símbolo mundial de diversão e entretenimento. Localizado no Walt Disney World Resort, em Orlando, na Flórida, é conhecido por sua tradição misturada com inovação e cultura, além de capacidade de dar uma volta ao mundo, com atrações e sabores de países ao redor do globo. Criado há mais de 40 anos, o parque temático passa pela maior transformação da história de um parque Disney.

E, para falar sobre tudo que está acontecendo por lá, a produtora executiva de Portfólio na Walt Disney Imagineering, Jodi McLaughlin, veio especialmente de Los Angeles, na Califórnia, para o Fórum PANROTAS 2023. No palco, a executiva

revelou como ela, a Disney e seus imagineers estão transformando um dos parques mais icônicos de Walt Disney World.

“Estou há mais de 35 anos na empresa, onde comecei como designer no set da atração de Piratas do Caribe. E hoje tenho muito orgulho de representar a Imagineering, é uma parte muito significativa da minha vida. Tive muitas oportunidades que me permitiram aprender novas coisas, vem sendo uma experiência muito relevante para mim”, disse Jodi.

Para realizar todos os grandiosos feitos, o time desta divisão da Disney possui profissionais de diversas aéreas: artis-

55 13 a 19 de março de 2023 — PANROTAS Parques temáticos Beatrice Teizen
Jodi McLaughlin, da Walt Disney Imagineering

tas, engenheiros, arquitetos, programadores e muito mais. Segundo Jodi, são estas pessoas que transformam e colocam na vida real tudo que está no papel em termos de atrações e tudo que envolve os parques temáticos.

TRANSFORMAÇÃO DO EPCOT

O Epcot é um dos quatro parques temáticos que a Disney tem na Flórida. De acordo com a produtora executiva, “é muito relevante, sempre foi um lugar de grandes ideias. Entre elas elevar a humanidade para um futuro melhor e mais brilhante. O Epcot celebra a história, por meio de uma comunidade divertida e vibrante, com pessoas otimistas”.

A principal visão dessa transformação – e também desafio – é criar um destino onde os visitantes já tradicionais, aqueles que vão sempre, e os novos, que nunca foram, irão gostar. É trazer o Epcot para o futuro, mantendo sua história e tradição, mas trazendo ainda mais inovações. O coração do parque continua sendo curtir o momento, os festivais e eventos, envolvendo todas as pessoas com o ambiente ao redor, mas, agora, aprimorado.

Além de alterar o parque em si, os imagineers transformaram o logo, criado na década de 1990, para trazer um design gráfico mais moderno. “Lançamos um novo design e cores que te ajudam a identificar onde você está no parque”, conta. Outra grande mudança são os novos "bairros" do Epcot. Dividido anteriormente em World Showcase e Future World, agora o parque conta com quatro áreas, com algumas delas tendo sido renomeadas: World Celebration, World Nature, World Showcase e World Discovery.

“World Showcase é onde a diversidade é celebrada. Representa as duas áreas temáticas, incluindo a visão original e a tradição. No World Discovery, focamos na ciência, na aspiração, tecnologia e viagens. O World Nation é focado na humanidade, nas relações humanas, abraça as terras, e é lá que teremos a nova atração de Moana, Journey of Water, que será inaugurada em breve. Já o World Celebration é onde as comunidades vêm ao Epcot para se divertir, nas áreas de festivais, e onde temos uma nova estrutura para os visitantes conhecerem seus personagens favoritos”, comentou Jodi.

Todos os detalhes sobre o que está sendo feito no Epcot podem ser conferidos aqui e aqui. Nestas matérias já publicadas no Portal PANROTAS trazemos tudo que a Walt Disney Imagineering está imaginando para o parque.

56 PANROTAS — 13 a 19 de março de 2023

MISSÃO: IMAGINAR

Jodi McLaughlin ingressou na Walt Disney Imagineering em 1987. Desde então, vem criando projetos que são verdadeiros sonhos aos visitantes e fãs de Disney. Em uma entrevista exclusiva à PANROTAS, Jodi divide as alegrias e desafios de ser uma imagineer e de trazer à vida aquilo que suas equipes desenham por meses. De acordo com a executiva, isso é mágico! Confira abaixo três perguntas para Jodi.

PANROTAS – Como é ser uma imagineer na Disney?

JODI MCLAUGHLIN – “É muito energizante. Em cada projeto aprendo algo novo, todo dia, algo que eu não sabia. Por termos 140 disciplinas diferentes, os imagineers trazem um nível de expertise enorme, o que nos faz aprender cada vez mais. São esses níveis de especialidade, as codependências e pontos de contato que cada disciplina tem uma com a outra que criam a experiência por inteiro. É tudo sobre storytelling, este é o nosso DNA. Sempre começamos perguntando qual é a história e, quando estabelecemos isso, colocamos diferentes fatores para solucionar e criar aquele enredo. No fim do dia temos um design bastante coeso, o que cumpre a satisfação do visitante de estar imersivo em um cenário onde tudo faz sentido”, explica.

PANROTAS – Como é este lado criativo da sua profissão?

JODI – “A criatividade vem de muitas maneiras. E, na Imagineering, acreditamos que todo mundo é um pensador criativo. Tudo que fazemos é mágica, seja algo técnico, artístico, de engenharia... Tudo tem um processo criativo. Por isso, logo no começo de um projeto gostamos de pensar grande. Temos alguns parâmetros, claro, mas, como produtora, gosto de deixar o time se aprofundar. Tudo é ‘e se?’. A partir daí começamos com as ideias chave que constroem uma história. No entanto, qualquer que seja a criação, precisamos respeitar o lugar em que a

atração estará. Nós realmente nos preocupamos em respeitar a cultura local. É pensar quais são os elementos chave da atração, que prestem respeito e homenagem ao lugar em que está, mas trazendo uma experiência divertida e excitante aos visitantes”, conta.

PANROTAS – O que você mais gosta em ser uma imagineer e quais são os desafios e dificuldades?

JODI – “O que eu mais gosto é que tudo é uma página em branco. Gosto de pensar no que pode ser e ver toda essa criatividade incrível vir à vida. Tudo que sai de ideia dos cérebros das equipes vai se costurando. Os desafios que temos é justamente sobre essas ótimas ideias: agora como as traduzimos em um design, que tem de caber em um certo budget, em um cronograma? São muitos os parâmetros. São sempre ótimas oportunidades, mas também temos de aplicar algumas restrições. Então é sobre pensar em como vamos trabalhar juntos para chegar em um design viável. Outro desafio é manter o espírito de equipe quando algo dá errado. Gerenciar as expectativas das pessoas e lembrá-las que o projeto que estamos tocando é maior que todos nós”, afirma a executiva. Por fim, Jodi ressalta ainda que imagineers são ágeis, provocativos, espertos e trabalham duro. São conhecidos por pensar fora da caixa. “Uma das frases que costumamos dizer é: ‘quantos imagineers são necessários para trocar uma lâmpada?’, e a resposta é: ‘precisa ser uma lâmpada?’. É quem somos. Gostamos de questionar, de refletir de maneiras diferentes e não ter medo de pensar grande. Porque não existe isso de ideia ruim, tudo pode ser usado em diferentes espectros”, finaliza. n

57 13 a 19 de março de 2023 — PANROTAS

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CULTURA E EXPERIÊNCIA DO CLIENTE: QUAL A RELAÇÃO?

A experiência do cliente, e como ele está se sentindo, está cada vez mais no centro de tudo. Quando se fala em viagem, o customer centricity é a máxima para as empresas que querem se manter no topo e em constante aprimoramento de seus serviços. Para isso, é necessário que a empresa tenha uma cultura bem consolidada e que ela seja espalhada por todos os colaboradores.

“A cultura da empresa está acima de tudo.

É sobre paixão, sobre conhecer a marca. Desde os primórdios da criação da Delta, por exemplo, a aérea acredita na importância de investir no colaborador, pois, se ele estiver motivado, ele vai criar uma experiência muito mais positiva ao cliente”, disse o vice-presidente global de Customer Experience da Delta Air Lines, Mauricio Parise, no Fórum PANROTAS 2023. Neste movimento, o VP citou que são três os

60 PANROTAS — 13 a 19 de março de 2023
Delta Air Lines
Beatrice Teizen
Mauricio Parise, da Delta Air Lines

fatores importantes na criação das experiências: cultura acima de tudo, como citado anteriormente; entender que em alguns momentos os números não mostram a real situação, vem da convicção dos valores; e ter a crença muito forte de que companhia aérea não é commodity

“Não é apenas colocar o voo certo na hora certa nas rotas certas que a demanda vai vir. Se você criar a experiência, se o produto for percebido como diferenciado e superior, é aí que que estes consumidores vêm.”

OPORTUNIDADE NA CRISE

Mauricio Parise contou ainda que, apesar de todas as dificuldades, a pandemia de covid-19 foi usada para a companhia pensar no futuro. A aérea, que entrou em 2020 com o maior lucro líquido já registrado de sua história, precisou lidar dos cinco mil voos cheios, para 300 vazios em abril daquele ano. Tudo mudou e foi preciso pensar o que fazer com os funcionários, como manter a cultura viva no ambiente mais desafiador já visto.

“Também repensamos a relação com o consumidor. Vemos hoje uma explosão das viagens a lazer e muitos desses viajantes escolhendo pagar por um produto premium. Sobrou um dinheiro, economizaram, e agora querem investir em mais experiência. Antes da covid-19, 45% da classe executiva era formada por viajantes a lazer. Hoje, chega a 70%. Não importa se vai para a Ásia, Europa ou EUA, é nítida a quantidade de famílias nas cabines premium”, conta.

PRÓXIMOS 10 ANOS

Parise trouxe ainda quatro pontos que, segundo ele, são muito importantes para a Delta nos próximos dez anos, no que diz respeito a tenências e, claro, experiência de seus passageiros. São eles:

1. Preservar a cultura a qualquer custo.

“Um quinto do nosso quadro de funcionários foi embora, contratamos 20 mil pessoas de volta nos últimos 12 meses, por isso, moldar esse pessoal com as crenças e valores da empresa é fundamental.”

2. Dados. “Quanto mais sabemos, melhor servimos. Vamos fazer dos nossos bancos de dados algo muito mais robusto com informações de viagem. Nome, aniversário, para onde vai, se gosta de Coca-Cola, se viaja com crianças, se tem alguma necessidade especial... Temos uma lista de 500 itens que estamos implementando nos próximos

dois a três anos. Colocar esses dados na mão do colaborador é muito importante”, pontuou.

3. Reconhecer que às vezes as coisas dão errado. “No ano passado implementamos uma ferramenta para ajudar a eliminar a ansiedade do nosso cliente no processo da viagem. São detalhes que não farão com que o passageiro que teve seu voo atrasado não viaje no dia seguinte do combinado, por exemplo, mas que tiram uma série de anseios deste viajante.”

4. Criar fidelidade acima da razão, pensando no sentimento em todas as etapas de uma viagem. “A resposta nunca é uma só, é um conglomerado que ajuda quem está construindo a viagem a olhar de forma mais holística”, finalizou Parise. n

61 13 a 19 de março de 2023 — PANROTAS

FLASHES DO TURISMO

62 PANROTAS — 13 a 19 de março de 2023
Aoron Beyer, da Set2 Tecnologia, e Rafael, da WTS Renata Vidal, Aline Pontes e Alexandra Quirici Távora, do Amadeus Melanie Teixeira, da Omnibees, com Silvia Russo e Lucas Paci, da Tyller Simone Luz, da CWT Brasil, Thais Machado, da FRT Operadora, Adriana Martins, da Diversa, e Jorge Souza, da Orinter Tour & Travel Felipe Maschio, Natalia Martim, Mayti Hirata e Ana Porto, da Accor Renato Silva, da CVC Corp, e Daniel Caturani, da Decolar
2 0 º FÓRUM PANROTAS

FLASHES DO TURISMO

63 PANROTAS — 13 a 19 de março de 2023
Viviane Passeri, da Vivi Passeri, e Livia Sá, da Go Viagens Lucio Oliveira, da Capacitar Educação, Marcelo Oliveira, da CMO Advogados, e Gervásio Tanabe, da Abracorp Felipe Becker, da Mobility, e Jackson Andrade, da Wooba Pablo Zabala, da Discover, e Fabio Ashcar, da Life At Campus Cássio Oliveira, da Sakura, e Sandi Santos, da TBO.com Lívia Cristine, da OWN Management, Mariana Gramático e Paula Rotter, da LSH by Own, e Liberado Junior, da GCLJ
2 0 º FÓRUM PANROTAS

FLASHES DO TURISMO

64 PANROTAS — 13 a 19 de março de 2023
Lucilene Chaves, da ViagensPromo, Cesar Michelão, da Michelão Viagens, Floris Chieregatti, da Vero Viagens, e Alex Calabria, da Krooze Rodrigo Aquino, da HotelCare, com Patricia Magno e Amanda Oliveira, da BeFly, e Thais Valverde, da Localiza Juliana Tamae, do Grupo BRT, Felipe Cuadrado, da Abreu, e Bruna Castro, da BeFly Giulliana Mesquita, da Azul Viagens, Any Brocker, da Brocker Turismo, e Adriana Regadas, do Wyndham Gramado Fanny Gottschalk, da Unav, Sandi Santos, da TBO, e Duda Slud, da Unav Alessandra Passos, do Ten Lifestyle Group, Christiane Momose, da Iberia e British Airways, e Tatiana Lula, da BeFly
2 0 º FÓRUM PANROTAS

FLASHES DO TURISMO

65 PANROTAS — 13 a 19 de março de 2023
Cristiane Santos, do Curitiba Convention, Andressa Szekut, da Secretaria Municipal de Turismo de Foz do Iguaçu, e Gislaine Queiroz, do Curitiba Convention Flávia Raia e Heber Garrido, do Hot Beach Adriano Aguiar, da Hertz, Marina Barros, da MB Double Marketing, e Marcello Patelli, da Travel Compositor Adriana Godoy, da Dri Viagens, Mara Witzel Reis, da Witzel Reis Turismo, e Tereza Godoy, da Dri Viagens Breno Mesquita e Claudio Junior, da BTM Renê Castro e André Pereira, da Nova Operadora
2 0 º FÓRUM
PANROTAS
Daniel Firmino, da Orinter Tour & Travel, Rosália Lucas, Secretaria de Estado do Turismo Paraíba, Christiane Teixeira, da Luck Receptivo, e Jorge Souza, da Orinter Tour & Travel

A TRANSFORMAÇÃO DA CVC EM TURISTECH

E A GUINADA DE VENDAS NAS LOJAS FÍSICAS

Digitalização. Essa expressão pode assustar quem está no mercado atuando em profissões aparentemente menos tecnológicas, mas ela tem ampliado as vendas no varejo físico. Com isso em vista, a CVC tem fortalecido seu protagonismo no ambiente digital, tornando-se a primeira Turistech Brasileira e que mais entende do Turista, dando mais navegabilidade e agilidade para os consultores de vendas das 1.100 franquias CVC no Brasil, com vendas otimizadas e o cliente enxergando as franquias como ponto essencial em sua jornada de compra.

Com a omnicanalidade presente em praticamente todas as experiências de compra que se tem hoje em dia, é imprescindível que o setor de Turismo esteja alinhado com essa realidade. A partir de 2020, a CVC iniciou um processo de modernização e, junto com seu time de TI, desenvolveu o Atlas, plataforma que unificou todos os sistemas de vendas das lojas CVC.

Além do Atlas, a CVC utiliza hoje recursos como a ciência preditiva e seus algoritmos, que trazem inputs sobre o perfil e preferências de cada turista ao vendedor (por meio do cadastro unificado do cliente nas bases de dados da CVC – CRM, telefones, e-mails, site CVC).

O orçamento dinâmico também é um ponto especial a favor da equipe de vendas das lojas: o cliente já rece-

be um link com a sua cotação e acompanha a flutuação de tarifas em tempo real, com liberdade para escolher o melhor momento para fechar a viagem, inclusive em horário que a loja eventualmente esteja fechada, com comissionamento para a loja.

Tudo isso faz parte da jornada phygital, que combina a facilidade do digital, com a vantagem da presença física da CVC, com assistência em todos os canais.

As emissões de viagens nas franquias CVC, que em janeiro agora cresceu 132%, também têm apoio do Marketplace de Crédito, lançado pela CVC com ofertas de crédito de instituições parceiras da Turistech, para que o vendedor consiga disponibilizar o financiamento mais acessível –até 24 parcelas, para que o cliente possa escolher e embarcar em sua sonhada trip.

Se antes o consultor de vendas ficava refém da visita do cliente à loja, agora se tornou possível ao cliente se conectar com a loja mais próxima via WhatsApp, direcionado por geolocalização.

Desse modo, além de poder selecionar seu destino ao toque dos dedos, cliente e consultor se aproximam e interagem sobre destinos possíveis em tempo real, ampliando a possibilidade de vendas futuras.

Todo esse processo de transformação digital da CVC apoia o vendedor a oferecer rapidamente opções vantajosas aos clientes e, do outro lado, viabiliza aos clientes a inclusão da viagem em sua cesta de consumo. n

66 PANROTAS — 13 a 19 de março de 2023 PATROCINADO
Por Tulio Oliveira, diretor executivo dos Negócios B2C da CVC Corp

UMA TRAJETÓRIA DE CRESCIMENTO

Desde que iniciou a sua história, em 1973, a Localiza viu um crescimento exponencial em seus negócios. A locadora começou com apenas 6 fuscas 100% financiados e, 50 anos depois, chegou a 586,4 mil carros.

“Nas últimas três décadas, a Localiza multiplicou sua frota por cinco a cada dez anos, o que mostra foco grande em crescer e desenvolver a nossa indústria”, comenta o CEO da empresa, Bruno Lasansky.

Mas o que está por trás de todo esse crescimento? “Em 1981 a empresa já era líder de mercado e utilizou a parceria de franquias para crescer Brasil afora. Depois que o fundador da locadora viu carros bem cuidados

sendo vendidos em leilões, deu início à Localiza Seminovos no Brasil, em 1991, tornando-a a maior varejista de veículos do País”, conta Lasansky. De acordo com ele, somente em 2023 a Localiza deve vender mais de 20 mil veículos.

Em 1997, a empresa recebeu aporte de um fundo e começou o negócio de terceirização de frotas. Em 2005, a Localiza abriu seu capital na Bovespa e a isso se seguiu um ciclo de muito crescimento. “Em 2014 a empresa começa sua transformação digital e inovação e, três anos depois, faz a aquisição da Hertz no Brasil. Em 2020, lançamos o serviço de carro por assinatura”, conta Lasansky.

68 PANROTAS — 13 a 19 de março de 2023
Localiza&Co Karina Cedeño
O CEO da Localiza, Bruno Lasansky

FUSÃO COM A UNIDAS

A potencialização dos negócios ficaria ainda mais evidente em julho de 2022, quando a Localiza anunciou a fusão com a Unidas. Essa união posicionou a Localiza como a maior companhia do segmento em valor de mercado (dentre as de capital aberto) e líder na América Latina nos principais segmentos em que atua.

Além disso, impulsionou a realização de investimentos em expansão internacional, inovações tecnológicas, além da diversificação do portfólio e de soluções, oferecendo opções para diferentes necessidades e perfis de cliente.

“A combinação de negócios com a Unidas nos permitiu criar diferenciais competitivos no mercado”, comenta o CEO da Localiza. De acordo com ele, era necessária uma estrutura que desse coerência para os ecossistemas de marca e que dialogasse com outros públicos de relacionamento da companhia.

A fusão entre as empresas resultou na renovação da marca da Localiza, que passou a se chamar Localiza & Co, criada com o objetivo de fortalecer a cultura interna e a conexão com os diferentes públicos corporativos – colaboradores, parceiros e investidores. A holding engloba: Localiza, Localiza Meoo, Localiza+, Localiza Seminovos, Localiza Empresas, Zarp e Eqip.

Além de dar unidade à nova companhia, a marca Localiza & Co impulsionou a agenda ESG da empresa por meio da troca de boas práticas e soma de iniciativas, recursos e expertises, com o objetivo de maximizar o seu impacto positivo.

MOBILIDADE SUSTENTÁVEL

A Localiza já nasce com os pilares de sustentabilidade integrados à estratégia do negócio com o objetivo de fomentar a mobilidade sustentável, seguir na promoção de transformações sociais por meio de projetos de educação e de empreendedorismo, além de primar por padrões de governança corporativa. Tudo isso com foco na experiência do cliente.

Durante o Fórum PANROTAS 2023 o CEO da Localiza destacou os diferentes programas da holding que visam reduzir a pegada de carbono e atender a diferentes públicos.

São eles:

• O Programa Neutraliza , que convida os clientes a se juntarem à Localiza para diminuir os impactos das mudanças climáticas, compensando as emissões geradas durante suas jornadas de mobilidade com a locadora;

• O Zarp Localiza , destinado a motoristas de aplicativo que passam a ter acesso a soluções específicas para suas necessidades, como o novo app, parcerias com empresas

69 13 a 19 de março de 2023 — PANROTAS

para oferecimento de benefícios, soluções administrativas e financeiras para facilitar a jornada financeira desse público, além de lojas físicas e central de atendimento especialmente customizadas e dedicadas para esse público;

• Em consonância com a mudança de comportamento da sociedade que tem priorizado o uso em detrimento da posse, a companhia lançou Localiza Meoo que oferece a pessoas físicas e pequenas e médias empresas um carro zero quilômetro no modelo de assinatura. Com contratos que podem ser de dois a quatro anos, os clientes recebem o carro e têm acesso a vantagens exclusivas, além do suporte da rede da Localiza espalhada por todo o País;

• E o Localiza Fast que possibilita uma jornada 100% digital, desde a reserva até a abertura do carro pelo celular, sem a necessidade de contato com qualquer pessoa. “Um a cada nove clientes já utiliza a locação 100% digital e oferecemos 40 mil veículos em 90 agências pelo Brasil com essa solução. Estamos sempre buscando simplificar a experiência dos clientes”, conta Lasansky. Além dessas ações, há 24 projetos do Instituto Localiza voltados à educação e ao empreendedorismo, sendo muitos deles na área de Turismo. O instituto foi criado em 2021 com o objetivo de gerar valor para a

sociedade além do viés econômico entregue pelo negócio.

Com o propósito de unir pessoas pela transformação social, o Instituto traz o acesso à educação e o fomento ao potencial empreendedor das pessoas como caminhos para o crescimento, autonomia e melhoria da qualidade de vida nas comunidades. “Temos a reponsabilidade de deixar o Brasil melhor em todas as decisões que tomamos”, comenta Lasansky, destacando também o protagonismo feminino na empresa: “Temos 46% de líderes femininas e estamos apenas começando”.

“Hoje somos a empresa brasileira com maior valor de mercado no mundo e nos dedicamos a surpreender os clientes. Isso é parte da nossa cultura organizacional. Não tem nada impossível para o agente ou colaborador desde que ele faça com paixão, querendo servir seus clientes com dedicação, para criar confiança e relacionamentos”, comenta Lasansky. Entre os diferenciais da empresa, ele destaca a maior capilaridade do mercado: a Localiza oferece mais de 670 pontos de atendimento na América do Sul, em 365 municípios, sendo em 205 com presença exclusiva. Além disso, a empresa está presente em mais 100 aeroportos e tem hoje valor de mercado de US$ 10,1 bilhões.

70 PANROTAS — 13 a 19 de março de 2023

PARCERIA COM OS AGENTES DE VIAGENS

No final de 2022, a Localiza lançou a Universidade Localiza, que tem o objetivo capacitar agentes de viagens, considerados pela empresa como “parceiros indispensáveis e viabilizadores de experiências encantadoras aos clientes”. Desde setembro, a empresa oferece a plataforma de aprendizagem da Universidade Corporativa com conteúdos gratuitos e exclusivos, para possibilitar aos consultores, supervisores e gerentes das agências de viagens a oportunidade de desenvolver novas habilidades e competências profissionais e pessoais. Após concluir os conteúdos, todos os participantes recebem certificado. Vale destacar que é necessário que o interessado seja cadastrado em uma das agências da Localiza para ter acesso ao programa.

AGENTES CUMULAM PONTOS

Além da Universidade Localiza, a companhia também oferece aos agentes de viagens uma solução ágil para facilitar a reserva de aluguel de carros, o WebFácil. Todos os agentes cadastrados contam com o sistema WebFácil para cotar e reservar o carro.

A cada aluguel fechado, pontos são creditados na conta desses profissionais. Assim, os agentes acumulam pontos e podem escolher entre as mais de 50 mil opções de produtos e serviços disponíveis no catálogo. Há desde aparelhos de televisão até crédito para pagamento de contas.

MAIOR FATURAMENTO NO MERCADO CORPORATIVO

O mercado corporativo vem mostrando cada vez mais força no que se refere ao aluguel de carros. Em 2021, foi registrado aumento de 74% no faturamento de aluguel de carros no setor, em comparação com 2020.

O share do aluguel de carros nos gastos de viagens também vem mostrando aumento no corporativo. Em 2018, esse share representava apenas 1,8% dos gastos com viagens. Em 2020, chegou a 2,9% e em 2021 a 3,8%. Para este ano, a projeção é de que a porcentagem seja de 3%. "Nos Estados Unidos esse número é de 14%, o que mostra que ainda temos uma grande oportunidade no Brasil de usar o aluguel de carros como solução nas viagens", destacou Lasansky durante o Fórum PANROTAS 2023.

O Turismo de lazer, somado às viagens de negócios, já é responsável pela demanda de 48% da frota total das locadoras, que ultrapassou 1,3 milhão de veículos em outubro de 2022.

A expectativa da Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis Abla é de que o índice de aluguéis de veículos em viagens cresça 15% durante este verão, sobre valor total de carros alugados no mesmo período do ano passado.

A expectativa tem como base as variáveis que estão afetando o bolso dos turistas que pretendem viajar pelo País, como o alto preço das passagens aéreas, fator que acaba estimulando o uso do carro como meio de transporte para viagens de férias, principalmente as de média e de curta distância. n

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NORDESTE E SUL DO BRASIL PUXAM A RETOMADA EM 2022

As reservas hoteleiras mostraram aumento significativo em 2022, no comparado com 2019, o ano imediatamente antes da pandemia. E, segundo dados apontados pela Omnibees com exclusividade no Fórum PANROTAS 2023, as regiões que mais cresceram em reservas no período foram o Nordeste e o Sul, diferentemente de 2021, quando o

Sudeste concentrou o maior número de reservas.

Maragogi (AL), que aparece em primeiro lugar no ranking, registrou um expressivo aumento de 324% nas reservas, no comparado com 2019. Porto Seguro (BA) vem em segundo lugar, com aumento de 164%, seguido por Bonito (MS), que teve alta de 148%.

72 PANROTAS — 13 a 19 de março de 2023
Hotelaria
Karina Cedeño Patricia Thomas, da Omnibees, apresenta a pesquisa durante o Fórum PANROTAS 2023
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A diretora de Vendas Corporativas da Omnibees, Patrícia Thomas, em sua apresentação, ressaltou que “em outubro de 2019 foi registrado um pico de reservas, enquanto em 2021 o crescimento foi mais tímido. Já em 2022, as reservas registraram aumento novamente e 2023 deve ser um ano bastante promissor.”

“É importante lembrar que nesse período 200 destinos internacionais já estavam abertos, o que revela ainda mais a importância desse crescimento nacional”, completa.

No cenário corporativo, São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília concentraram o maior volume de reservas.

USO DO CARTÃO DE CRÉDITO CRESCE

O mesmo estudo apresentado por Patrícia mostra que o pagamento faturado ainda predomina no cenário da hotelaria em viagens corporativas. De acordo com a Omnibees, 76% dos pagamentos foram

feitos nessa modalidade no ano passado.

No entanto, nota-se também um aumento do uso do cartão de crédito. Em 2022, 24% das compras de hotel corporativo foram pagas desta maneira. Em 2021, o número foi de 23%, e em 2020, de 12%, mostrando um grande salto de um ano para outro, em tempos de pandemia. Em 2019, 10% das reservas foram pagas com cartão.

74 PANROTAS — 13 a 19 de março de 2023

“Ainda há muita oportunidade de mudar esse cenário. Vale lembrar que a virtualização dos meios de pagamento traz mais segurança e eficiência e para a gestão, principalmente no que diz respeito à conciliação de pagamentos”, comenta a diretora de Vendas Corporativas da Omnibees, Patricia Thomas. Quando se trata do lazer, entretanto, o cenário é outro: o pagamento em cartão de crédito predomina (86%), enquanto o pagamento faturado é menos utilizado (14%).

COMPORTAMENTO DE COMPRA SIMILAR AO DE 2019

Embora o comportamento de compra tenha mostrado oscilação de 2020 para 2021, hoje os padrões estão similares aos de 2019. As reservas hoteleiras cresceram em todos os canais no ano passado, em relação aos anos anteriores. Em 2022, 76% das reservas foram feitas por meio de tarifa pública, enquanto 24% foram feitas por meio de acordo.

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É importante observar que destinos como Rio de Janeiro e São Paulo, bastante procurados para reservas corporativas, apresentavam baixa disponibilidade de quartos nos primeiros meses deste ano. "Portanto, as empresas precisam ter parcerias estratégicas e informações à mão para saber como se planejar em um período tão curto de tempo", destaca Patricia. As reservas hoteleiras no lazer foram feitas com uma média de 33 dias de antecedência no ano passado, enquanto no corporativo a antecedência média foi de 12 dias.

AUMENTO DA DIÁRIA MÉDIA

O estudo da Omnibees também revelou aumento da diária média, por faixa de preço. “Todos tiveram crescimento maior do que a inflação acumulada no período (janeiro de 2023 comparado com janeiro de 2019)”, destaca Patricia.

76 PANROTAS — 13 a 19 de março de 2023

DICAS PARA POTENCIALIZAR AS VENDAS DE ARGENTINA

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Inprotur
Paula Fariña, do Inprotur, apresenta dados sobre visitantes na Argentina durante o Fórum PANROTAS 2023

Operadoras e agências de viagens brasileiras podem potencializar as vendas de Argentina, ainda que o Brasil já seja o maior mercado emissor de turistas para o país vizinho. Complementar as vendas para além dos destinos tradicionais é a orientação da capacitadora do Instituto Nacional de Promoção Turística (Inprotur), Paula Fariña. Segundo ela, tem muita opção na prateleira. “Mendoza, por exemplo, não e só vinho. Dá para vender outras experiências no destino. Assim como Buenos Aires, onde os agentes podem vender um passeio diferente no Caminito, levando grupos para fazer uma aula de tango na rua. Ou levar os viajantes para visitar o Colón Fábrica, onde é possível conhecer toda a cenografia, vestuário e outros itens utilizados nas peças teatrais apresentadas na Argentina.”

E por que não vender experiências turísticas durante a noite, como um tour pelos bares secretos da cidade? É preciso diversificar e ir além do city tour”, enfatiza Paula. A conectividade aérea, segundo ela, é um facilitador neste caso, já que há novos voos diretos ligando o Brasil à Argentina (como as rotas para Salta e Jujuy, no norte da Argentina), possibilitando também escalas em outros lugares. “Se o cliente gosta de ir sempre para o mesmo destino na Argentina, o agente pode complementá-lo com outras opções.

Por exemplo: se o viajante gostou de Bariloche, dá para incrementar o roteiro com uma visita a San Martín de Los Andes ou Villa la Angos -

tura. Vale lembrar, também, que para quem gosta de esqui, Bariloche não é a única opção. Há pistas de esqui por toda a Patagônia e até em Ushuaia.”

Paula também conta que o Inprotur está promovendo diversas capacitações para os agentes, em diferentes regiões do Brasil, como Manaus e o interior de São Paulo. “Queremos mostrar aos agentes que eles não precisam deixar de oferecer os destinos clássicos, mas podem complementá-los com outros roteiros. A Argentina tem muito mais a oferecer do que o tradicional”, conclui a capacitadora do Inprotur.

O QUE OS BRASILEIROS BUSCAM NA CAPITAL ARGENTINA?

Dados do Observatório de Dados do Escritório de Turismo de Buenos Aires revelam que o turista brasileiro tende a viajar majoritariamente para férias e lazer (73%), tem uma estada média de seis noites, hospeda-se preferencialmente em hotéis (77%) e dois em cada dez visitam algum outro destino no país. Como principais atividades, visitam museus e realizam atividades culturais (84%), realizam atividades relacionadas com a gastronomia (64%) e frequentam pubs, bares e discotecas (37%). Além disso, quatro em cada dez realizam alguma atividade de tango. Por sua vez, as áreas mais visitadas em 2022 foram as de Palermo Soho, Mercado de San Telmo e Palermo Hollywood. n

78 PANROTAS — 13 a 19 de março de 2023

FLASHES

FÓRUM PANROTAS 2023

ESPAÇOS DE PARCEIROS DO 20º FÓRUM PANROTAS

Além da sala vip da Copastur, o 20º Fórum PANROTAS contou com estandes e ativações de parceiros da edição. Confira os espaços:

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Estande da ClickBus Painel da Disney Destinations Túnel Localiza Veículo em exposição da Movida Lounge da CVC Corp Painel da Copastur no Lounge Vip Aviva ofereceu café aos participantes do Fórum

FLASHES

FÓRUM PANROTAS 2023

ESPAÇOS DE PARCEIROS DO 20º FÓRUM PANROTAS

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Lounge das parceiras Latam e Delta Air Lines Simulador de voo de Latam e Delta divertiu os participantes Totens de Alagoas para carregar celular
Túnel R1
Fortaleza foi a patrocinadora do almoço do 20º Fórum PANROTAS

TURISMO CUIDANDO DO MUNDO

ESG é um tema em comum entre todas as empresas de Turismo, de hotelaria a companhias aéreas a locadoras de veículos e hotéis. O viajante quer, cada vez mais, saber se aquela viagem que ele está fazendo e se a companhia em questão têm políticas e ações sustentáveis. Se importa em diminuir sua pegada de carbono e impactar positivamente na comunidade que está visitando. Diante disso, o que as empresas da nossa indústria estão fazendo para trazer ganhos aos destinos, pessoas e ambientes em que atuam? Air France-KLM, Aviva e Movida trouxeram a discussão para o palco do Fórum PANROTAS 2023.

“No último ano, o mercado da sustentabilidade movimentou US$ 35 trilhões e a expectativa é que chegue a US$ 50 trilhões até 2025. E, no setor de viagens sustentáveis, temos hoje um movimento de mais de US$ 400 bilhões, podendo chegar a US$ 1 trilhão até 2027. É um tema mandatório para as empresas, não há como não olhar para ele. Trazendo a visão B2B, em uma pesquisa, 82% dos entrevistados esperam que as marcas de Turismo apresentem opções mais sustentáveis de viagem, com 70% deles esperando fazer viagens mais ecológicas nos próximos anos”, informou a head de Comunicação e ESG da BeFly, Andrea Panisset, que foi a mediadora do painel.

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Painel ESG
Beatrice Teizen
Andrea Panisset (BeFly), Pedro Telles (Movida), Alessandro Cunha (Aviva) e Manuel Flahault (Air France-KLM)

QUATRO FATORES EM COMUM

1. COMUNIDADE

Para todas as empresas participantes do debate, olhar para as comunidades em que atuam é essencial para fazer a roda girar e cuidar das partes envolvidas. Seja por meio de capacitações ou criando oportunidades.

“Temos ações sustentáveis há muitos anos, com uma gerência e time específico para cuidar do assunto na Aviva há 15 anos. Pensando nisso, programas de apoio e ações de desenvolvimento às nossas comunidades e projetos de educação ambiental são muito importantes. Nos dois destinos em que atuamos, somos o maior empregador da região. E nossa indústria tem um benefício muito grande, que é ser a primeira porta de entrada para o jovem que está começando. Por isso, temos o Hub do Bem, onde temos algumas ações de desenvolvimento da comunidade, como a cozinha escola, com diversos cursos de gastronomia”, contou o CEO da Aviva, Alessandro Cunha.

2. SUSTENTABILIDADE

Sem dúvidas, a visão de um negócio mais sustentável, cuidando do meio ambiente, é o fator que mais conecta as três empresas. Segundo o diretor geral para América do Sul da Air France-KLM, Manuel Flahault, a aérea sempre teve o compromisso de ser uma companhia pioneira em termos de sustentabilidade. Para isso, faz investimento contínuo em sua frota, com aeronaves de nova geração, que são mais eficientes; promove a utilização do SAF (combustível sustentável); usa veículos elétricos em seus equipamentos de pista; e otimiza seus processos operacionais.

“Além disso, temos o compromisso de chegar a uma redução de 30% da emissão de carbono até 2030”, salientou Manuel Flahault.

Já o head de Sustentabilidade da Movida, Pedro Telles, contou que desde 2019 a empresa tem um programa de reflorestamento, além de trabalhar entre os clientes o estímulo da escolha de etanol.

“O aumento da nossa frota de carros elétricos também é um movimento, uma vez que reduz a emissão de gás carbônico. Entendemos que expandir o mercado

de veículos elétricos significa aumentar a estrutura e dar acessibilidade aos clientes. Temos, ainda, como compromisso para reduzir a pegada, aumentar nossa frota elétrica, assim como engajar o uso de etanol como combustível nos carros que não são elétricos”, explicou.

“A sustentabilidade faz parte do nosso DNA, nossos destinos têm como proposta de valor a sustentabilidade. E por isso temos algumas ações bem importantes, como cuidar dos recursos hídricos. Nosso objetivo é chegar a 100% de água de reuso. Fora energias renováveis, que fazemos investimentos há vários anos”, afirmou Cunha, da Aviva.

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Andrea Panisset, da BeFly, moderou o painel

3. PROCURA DO VIAJANTE POR EMPRESAS SUSTENTÁVEIS

O viajante hoje em dia está mais consciente, sabe do impacto de suas viagens e o quanto elas influenciam não só na pegada de carbono, por exemplo, mas também nas questões sociais. É por isso que as três companhias entendem que não há como não atender a esta demanda.

“É um fato e estamos observando que mais e mais clientes estão demandando que possamos reduzir as pegadas de carbono em suas viagens e querem saber o que estamos fazendo nesse sentido. E eles estão dispostos a pagar por isso. No ano passado, passamos a permitir aos clientes fazer contribuição voluntária para adquirir SAF e reduzir pegada, por meio do site da Air France-KLM. Essa opção também é possível para os clientes corporativos. Fazemos uma estimativa das emissões de carbono geradas pelas viagens das empresas e depois ela determina um valor que deseja fazer a conversão para reduzir a pegada. Mais e mais clientes estão propensos a pagar para reduzir”, disse Flahault.

“Tem também um ponto que o cliente, o hóspede, está muito mais disposto a selecionar o destino que já tem essas ações e políticas sustentáveis. Quando falamos de concorrência, se o destino em questão faz tudo isso na prática, com certeza terá um efeito

maior na escolha”, pontuou o CEO da Aviva. Telles, da Movida, reforçou que a companhia sempre leva em conta a vontade do cliente. “Um dos indicadores disso é que usamos essa oferta com produto carbon free. O consumidor paga R$ 1,99 a mais na diária comum do aluguel para compensar. É uma demanda que vem crescendo e estas opções são resultados de programas que os próprios clientes nos ajudaram a criar.”

4. PENSAR NO FUTURO

Cuidar da sustentabilidade, do social e da governança, vem ao encontro, principalmente, com a preocupação com o futuro. “Temos uma série de programas voltados ao treinamento de colaboradores. Entre os objetivos está crescer a diversidade na empresa como um todo para garantir que eles também cresçam. Também capacitamos jovens para garantir que as pessoas que estejam dentro da companhia consigam crescer”, ressaltou o head de Sustentabilidade da Movida.

“As mudanças climáticas, por exemplo, têm efeito direto nas nossas atividades. E cada vez mais nossas equipes têm de se adaptar a planos de contingência. É obrigação nossa trabalhar com mais agilidade, ser reativos, olhar para o futuro e cuidar do mundo como um todo”, finalizou Flahault. n

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Pedro Telles (Movida), Alessandro Cunha (Aviva) e Manuel Flahault (Air France-KLM)

POR UM TURISMO SEM RACISMO

De que forma as empresas no setor de Turismo podem ser mais inclusivas e eliminar o racismo? A pergunta foi feita pela CEO da Brafrika Agências de Viagens, Beatriz Moremi, à consultora e conselheira de empresas, inclusive a CVC Corp, Rachel Maia durante o Fórum PANROTAS 2023.

Para Rachel, as empresas devem ser propositivas na mudança e atingi-la por meio de metas. “É preciso que as empresas sejam disruptivas em seu pensamento. A liderança deve ser diversificada. Hoje vejo só a área de serviços com lideranças negras e elas não estão em cargos de gestão. Mas é preciso lembrar que a diversidade não é uma opção. A

Resolução Normativa 59 irá cobrar das empresas diversidade e concordância com as práticas ESG e os consumidores também estão conscientes disso. Hoje eles deixam de escolher uma empresa como parceira ou optam por não adquirir seus produtos se souberem que ela não tem diversidade em seu quadro de funcionários. E essa atitude está correta”, destaca Rachel. Por isso, segundo ela, as empresas sem diversidade deixarão de crescer no mercado. “A inovação é necessária. E as empresas devem elencar o público negro, LGBTQIA+ e com mobilidade reduzida nessa inovação".

84 PANROTAS — 13 a 19 de março de 2023
ESG
Cedeño
Karina
a CEO da Brafrika Agências de Viagens, Beatriz Moremi, e a consultora e conselheira de empresas Rachel Maia

MAIS ACESSIBILIDADE NO BRASIL

A consultora também defende a ideia de que o Brasil precisa trazer mais acessibilidade a seus pontos turísticos. “É preciso trabalhar na infraestrutura e nas políticas públicas em conjunto com o governo. O Turismo tem um potencial gigantesco no Brasil. E é preciso se atentar a alguns pontos. A hotelaria, por exemplo, deve oferecer acessibilidade não apenas em hotéis de luxo, porque muitas pessoas com problema de mobilidade não têm acesso apenas a esse

nível de hotel. Elas estão na base da pirâmide", observa.

"No Brasil há 46 milhões de pessoas com necessidades especiais e isso não significa que elas não querem fazer Turismo. Significa falta de opção. Elas têm um salário garantido pelo governo que não têm como gastar. Por isso, é preciso olhar para alguns nichos de forma diferenciada, desconstruindo o pensamento que a empresa trouxe até aqui e reconstruindo-o de forma mais ampla”, destaca Rachel. n

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Muito do sucesso do 20º Fórum PANROTAS foi devido ao espaço onde o evento foi realizado. O Golden Hall do WTC Events Center São Paulo, com sua grande estrutura e vários ambientes permitiu a execução de um Fórum recorde em todos os sentidos. Nos vemos lá em 2024!

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SHERATON WTC
FLASHES FÓRUM PANROTAS 2023
SÃO PAULO
Priscyla Itoakazo, Fernanda Belaunde, Fernando Guinato, Luciana Lentini, e Andrea Oliveira, time do Sheraton WTC São Paulo

FLASHES

FÓRUM PANROTAS 2023

SHERATON

WTC SÃO PAULO

87 PANROTAS — 13 a 19 de março de 2023

AS MARCAS DE TURISMO MAIS VISUALIZADAS NO TIKTOK

Quais são as marcas de Turismo e viagens mais buscadas no TikTok? A resposta a essa pergunta foi dada durante o Fórum PANROTAS 2023. Na ocasião, a líder de Indústria de Travel no time de negócios do TikTok, Claudia Figueiredo, divulgou pesquisa inédita com dados da plataforma relacionados ao setor. De acordo com o levantamento, entre

os termos mais visualizados, estão: #viajarbarato (562 milhões de views), #latam (168 milhões de views), #hurb (50 milhões de views), #clickbus (43 milhões de views), #voegol (16 milhões de views), #voeazul (10 milhões de views), #cvc (6 milhões de views), #decolar (3 milhões de views), #123milhas (2 milhões de views).

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Tendências
A líder de Indústria de Travel no time de negócios do TikTok, Claudia Figueiredo

Para se ter uma ideia, são mais de 1 bilhão de visualizações em hashtags como #cruzeiros e #parquedediversões.

“A comunidade de Turismo é muito positiva e valoriza experiências alegres, por meio de vídeos de viagens divertidos, mas autênticos, que mostrem a realidade. No ano passado, a visualização de conteúdos de viagem no Tik -

Tok cresceu 73%. Foram mais de 6 bilhões de visualizações todas as semanas em vídeos relacionados ao tema”, comenta. Dentro desse cenário, as viagens domésticas ganham destaque, atraindo grande interesse dos usuários. “A intenção de comprar passagens dentro do País é duas vezes maior do que a de comprar passagens internacionais”.

89 13 a 19 de março de 2023 — PANROTAS

“Quase 80% das pessoas dizem estar abertas a ver anúncios e ouvir sobre produtos e serviços no TikTok e mais de 60% dos que pesquisaram compraram o produto depois que o viram na plataforma”, comenta a executiva. Portanto, “essa é uma grande oportunidade para as marcas alcançarem consumidores de uma forma inovadora, abrindo portas para o chamado Community Commerce, ou seja, o comércio movido pela comunidade".

“A comunidade já pode estar falando das marcas mesmo que elas não estejam participando dessas conversas Entretanto, quando as marcas conseguem fazer essa comunicação, inserindo as comunidades no contexto e utilizando a linguagem da plataforma para se comunicar com as pessoas, os conteúdos podem se converter em vendas".

90 PANROTAS — 13 a 19 de março de 2023

NEM SÓ DE JOVENS VIVE O TIKTOK

Muitos ainda têm a visão de que o TikTok é uma plataforma usada apenas por pessoas jovens, mas a realidade é outra, de acordo com a líder de Indústria de Travel no time de negócios do TikTok, Claudia Figueiredo. “É um mito a ideia de que só jovens usam o TikTok. A faixa etária inclui usuários bem mais velhos que são, inclusive, consumidores em potencial”, afirma Claudia. Por isso, começar a produzir conteúdo na plataforma pode gerar bons resultados para as marcas. Ainda mais porque há uma comunidade de viagens no TikTok que consome esses conteúdos - e produtos relacionados a eles - com muita frequência.

COMO AS MARCAS PODEM PRODUZIR CONTEÚDO

RELEVANTE NO TIKTOK?

De acordo com Claudia, há algumas diretrizes para que as marcas tenham sucesso ao produzirem conteúdos na plataforma. Conexão, mensagem e autenticidade são os três pilares essenciais. Mas há outros:

Colocar a comunidade no centro dessa conversa – As pessoas querem se conectar com as marcas da mesma forma que consomem vídeos de pessoas comuns;

Focar mais no conteúdo transmitido do que na produção do vídeo – Mesmo quando se está falando de uma marca, a produção deve ser simples e natural. Afinal, não importa o tamanho da produção e sim a conexão que o conteúdo estabelece com as pessoas;

Entregar logo a mensagem e não enrole – É necessário trazer a mensagem logo nos primeiros segundos do vídeo, mostrando informações relevantes;

O vídeo deve sempre ter som – 85% dos usuários assistem a conteúdos do TikTok com o som ligado. Portanto, ele é essencial para a experiência do usuário;

Autenticidade sempre – Autenticidade é melhor do que perfeição. As pessoas gostam de vídeos que mostram a vida real (por exemplo, os bastidores no aeroporto, um dia com a comissária de bordo, a rotina no escritório);

Gerar entretenimento

Afinal, os usuários acessam o TikTok para se divertir. Então, vale a pena explorar coisas diferentes e divertidas, sem medo de errar;

Ficar atento às trends – É importante que as marcas estejam por dentro dos temas mais debatidos na plataforma, para que possam participar dessas conversas. n

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FLASHES

FÓRUM PANROTAS 2023

HAPPY HOUR VIAGENSPROMO

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A festa foi animada pela DJ Clara Ribeiro David Largman e Patrícia Curvello, da NCL, ao lado de Giovana Mikelaitis, da The Leading Hotels Time ViagensPromo acompanhado por José Guilherme Alcorta, da PANROTAS, no happy hour do Fórum Equipe Copastur curtindo o happy hour Mary Giacometti e Tatiana Guilherme, da BeFly, Amanda de Rousset, da MSC Cruzeiros, e Priscila Fabri, da Diversa Turismo Alexandre Cordeiro, da Produta, e Aoron Beyer, da Set2 Tecnologia Vagner Sardinha, da Saviero Administradora, Felipe Cuadrado, da Abreu, Fabricio Romero, CVC Corp, Marcos Pessuto, da FRT, e Renato Kido, da ViagensPromo Jaqueline Rodrigues, da BeFly, Valéria Cavalcante, do Turismo de Fortaleza, Simone Lara, da PANROTAS, Maria Camilla Alcorta, da Ideas4Brand, Monica Aguiar, da Copasul Hotel, e Marianna Alcorta, da Abav Nacional

FLASHES

FÓRUM PANROTAS 2023

HAPPY HOUR VIAGENSPROMO

93 PANROTAS — 13 a 19 de março de 2023
Equipe Latam no Happy Hour Dyogo Schroeder, da Europlus, Andreia Menezes e Nelly Silva, do WZ Hotel Jardins, Caroline Ribeiro, Best Western Shalimar, e Jonathan Wommer, da Europlus Fernanda Vio e Ivan Martins, do Grupo Leceres (agora Grupo Wish), Sabrina Moretti, da R11 Travel, e Pablo Torres, da CVC Corp Maira Rezende, do JW Marriott, e Beatriz Moremi, da Brafrika Viagens Marvio Mansur, da CVC Corp, Rafael Malfará, da Dynamic Travel, e Lucas Cerqueira, da Klas Viagens Henrique Machado e Gabriela Schwan, da Swan Hotéis, Bruno Heleno, da CVC Corp, e Any Brocker e Guilherme Ribeiro, da Brocker Turismo

6 TENDÊNCIAS PARA O SETOR DE VIAGENS E TURISMO EM 2023

94 PANROTAS — 13 a 19 de março de 2023
TRVL LAB Karina Cedeño
A diretora da Mapie e da TRVL Lab, Carolina Sass de Haro

O comportamento do viajante vem mudando de uns tempos para cá e isso ficou ainda mais evidente após a pandemia. É o que revela uma pesquisa divulgada pela diretora da Mapie e da TRVL Lab, Carolina Sass de Haro, durante o Fórum PANROTAS 2023.

O estudo mostra 6 tendências no setor de viagens para este ano. Confira quais são elas:

1-TURISMO COMO PRIORIDADE

A compra de experiências começa a se tornar mais importante do que a aquisição de bens materiais. Para 29% das pessoas entrevistadas no estudo, viajar é uma prioridade em suas vidas. 25% delas têm um orçamento reservado para viagens e 23% afirmam já terem comprado viagens não planejadas estimulados pelo preço/promoção.

2-TURISMO DIGITAL HUMANIZADO

Embora a tecnologia facilite muito a vida dos viajantes, eles continuam sem abrir mão de um atendimento humanizado. 30% afirmam preferir o contato humano às facilidades digitais, enquanto 13% consideram satisfatório o atendimento por ferramentas de inteligência artificial. 43% dos viajantes contam que farão suas reservas de viagens on-line nos próximos meses e 58% das pessoas entrevistadas afirmam que costumam pesquisar em vários sites antes de reservarem. 51%, por sua vez, leem comentários de outros viajantes antes de fazer a reserva.

3-TURISMO DE BEM-ESTAR

O Turismo de bem-estar é uma prioridade para os viajantes ouvidos pela pesquisa. 54% entendem que as viagens são parte da manutenção de sua saúde e bem-estar, enquanto 32% aproveitam as viagens para encaixar essas experiências em suas atividades. Por fim, 19% pretendem fazer viagens para destinos com foco na saúde e bem-estar.

95 13 a 19 de março de 2023 — PANROTAS

4-TURISMO DAS SUPER-EXPERIÊNCIAS

As viagens com conteúdo ganham força, principalmente em experiências como visitas, oficinas e vivências, as quais permitem que os viajantes conheçam com mais profundidade aspectos da cultura local. Há ainda um desejo de resgatar as raízes e a ancestralidade, e de estar em contato com a natureza. 25% dos entrevistados no estudo preferem fazer menos viagens, porém ter mais qualidade na experiência, enquanto 23% querem conhecer lugares que prezam pela autenticidade histórica e cultural. 19%, por sua vez, querem viajar para um destino com pleno contato com a natureza e/ ou de ecoturismo.

5-TURISMO REGENERATIVO

A escolha pela sustentabilidade torna-se cada dia mais presente nas decisões de viagens. Afinal, há um aumento da consciência coletiva de questões associadas à crise climática e aos impactos sociais gerados pelas escolhas de consumo que começa a chegar ao Turismo de forma mais significativa. Cada vez mais clientes optarão por alternativas sustentáveis, responsáveis e regenerativas. 28% valorizam marcas/ empresas que prezam pela sustentabilidade, enquanto 15% topam pagar mais por produtos e serviços que sejam responsáveis ambiental e socialmente e 17% priorizam fornecedores locais e/ou comunitários ao fazerem a compra.

6-TURISMO HÍBRIDO

A adoção crescente de novos formatos de trabalho também afeta o Turismo. O bleisure veio para ficar e demandará adaptação de produtos, serviços e experiências por parte das empresas do setor. 40% dos entrevistados contam que têm flexibilidade para viajar fora da alta temporada e 25% têm flexibilidade para trabalhar de qualquer lugar. 18%, por sua vez, trabalham somente em home office.

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Quando se trata das preocupações dos viajantes, a principal diz respeito à violência e criminalidade, seguida pelos altos preços das passagens aéreas e pela inflação e crise econômica.

A pesquisa foi realizada com 1.348 viajantes brasileiros de todas as regiões do País, das classes A, B e C e com idades entre 30 e 59 anos. n

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O PODER DO MARKETING B2B

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Tendências Beatrice Teizen

O B2B está muito presente no Turismo. O setor conta com diversas empresas vendendo para outras empresas, entre serviços e produtos que vão desde tecnologias a pacotes turísticos, soluções de mobilidade e muito mais. Por isso, é importante saber o que é mito e verdade no marketing B2B, de uma forma geral, e qual o poder desta ferramenta para entender qual o melhor caminho a se tomar. “Percebemos uma oportunidade muito grande dentro do mercado B2B e, por isso, criamos o núcleo B2Biz, dentro da FBiz. É a área que mais cresce nos últimos sete anos. É importante saber que, para qualquer ação que uma empresa, uma marca, for fazer, é preciso pensar no meio e na mensagem. Quais canais ela quer se comunicar com seu público e qual mensagem, qual conteúdo, quer passar”, explicou o publicitário e CEO da FBiz, Paulo Loeb, em sua palestra no Fórum PANROTAS 2023.

Loeb pontuou ainda que, atualmente, é preciso pensar em todas as plataformas para transmitir a comunicação: Facebook, Instagram, Twitter, WhatsApp, Linkedin, YouTube... Diferentemente da TV ou da revista, onde o target é mais aberto, nesses canais digitais é possível ser muito mais granular. Tem como definir de maneira muito específica que público deseja falar. Segundo Loeb, para ter escala e segmentação antigamente era necessário gastar muito dinheiro – hoje não é mais.

“Não faça uma segmentação genérica. Quanto mais específico e mais segmentado, maior o retorno para a companhia. E este retorno medimos de diversas maneiras: por meio de cliques, cadastro nas páginas, recomendações de outras pessoas etc. A definição de métrica dentro do contexto digital é muito simples”, contou o CEO.

ESQUEÇA OS MITOS

Durante sua apresentação, Paulo Loeb mostrou também que é preciso “desmistificar os mitos” que algumas pessoas têm em relação ao marketing B2B. São eles:

• O marketing B2B tem de ser sério – não precisa. “É possível fazer uma comunicação bem divertida, não precisa ser sempre sério”;

• Tem de ser curto – a comunicação não precisa ser curta, é possível estender e ir além;

• Tem de ser técnico – também não. Dá para trazer uma comunicação mais leve até mesmo sendo de empresa para empresa.

PODER DE CONVERSÃO

O CEO da FBiz abordou também o poder de conversão ao realizar ações de marketing B2B. De acordo com ele, quanto mais uma marca conhece os interesses de seu público-alvo, melhor é a comunicação dela com estes consumidores e mais sua chance de converter em vendas.

“Na medida que uma empresa conhece meu gosto e interesses e a sua comunicação chega para mim nos meios digitais, eu começo a achar aquela companhia mais interessante. Depois de umas duas semanas, recebo um e-mail ou ligação dessa marca. Essa é a forma de inverter a pirâmide: definir o target, mostrar o conteúdo para os clientes que estão buscando e só depois um representante entrar em contato. A certeza da possibilidade de conversão é maior”, finalizou. n

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COMO DIGITALIZAR SUA EMPRESA?

O fundador da Aerolito, Tiago Mattos, subiu ao palco do Fórum PANROTAS 2023 para falar sobre futuros possíveis e fornecer uma direção para empresários digitalizarem suas empresas. E, quando o "investigador de futuros" fala sobre digital, ele está falando sobre um fenômeno com quatro forças dominantes: digitalização, automatização, personalização e distribuição. "Atualmente, as pessoas não dão atenção devida à transformação digital e fazem uma 'lipoaspiração digital'. É parecer digital em vez de transformar. João fumava, comia fast food com frequência, dormia mal, era sedentário, e, consequentemente, tinha uma saúde fraca. Então ele decidiu transformar sua saúde e fazer uma lipo, uma harmonização facial, comprou roupas novas e começou a se bronzear em vez de substituir seus hábitos. Isso é transformar? Claro que não. Mas quando falamos em transformação tecnológica, é isso o que acontece", explicou Mattos.

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Investigador de futuros
Tiago Mattos, fundador da Aerolito e "investigador de futuros"

O profissional motivou os participantes do Fórum a digitalizar, automatizar, personalizar e distribuir; e forneceu 10 passos para transformar sua empresa digitalmente. Confira abaixo.

1. Perspectiva futures-back;

2. Multidimensionalidade e gradientes para futuros;

3. Impermanência propositiva;

4. Inovação em modelos de negócios;

5. Cultura antecipatória;

6. Novas métricas para impacto;

7. Intraempreendedorismo orgânico;

8. Ecossistema pós-digital;

9. Tecnologia como facilitador;

10. Sistemas de incentivo ao risco.

"Não importa se a empresa é pequena ou grande, nova ou centenária, nacional ou internacional. O que importa para ditar os próximos passos é a fluência na linguagem 'futuro'", concluiu Mattos n

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TURISMO É MOLA PROPULSORA DO BRASIL

Segundo dados do IBGE, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro encerrou 2022 com um crescimento de 2,9%, totalizando R$ 9,9 trilhões. O crescimento do PIB em 2022 foi puxado pelas altas nos Serviços (4,2%) e na Indústria (1,6%), que juntos representam cerca de 90% do indicador. Dentro da alta do setor de serviços, o Turismo é fator determinante. E Guilherme Mercês, diretor de economia e inovação da CNC, comprovou isso no Fórum PANROTAS 2023.

De acordo com dados da CNC, o setor de serviços registrou alta de 8,3% na comparação ano a ano e sustentou o crescimento do Brasil em 2022. Enquanto isso, o volume de atividades turísticas cresceu 29,9% comparado a 2021. A alta temporada de verão, por exemplo, representou superação de 2% do nível pré-pandemia. Em dezembro, o Turismo registrou R$ 41,79 bilhões em receita, representando o maior montante para meses de dezembro da série histórica.

Em 2023, a CNC projeta um volume de receita 3,4% maior do setor de serviços, e um crescimento de 2,5% no volume das atividades turísticas, mantendo o Turismo como mola propulsora do País este ano.

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Economia
Guilherme Mercês, diretor de economia e inovação da CNC

Em 2022, o Turismo também se destacou no número de empregos gerados com 212 mil postos de trabalho, sendo o segundo setor que mais gerou empregos. Com as 465 mil vagas abertas desde outubro de 2020, Turismo está próximo de repor as 470 mil vagas eliminadas no começo da pandemia. A projeção da CNC para a abertura de postos de trabalho no setor é de 84 mil vagas. Assim, o Turismo deve repor todos os empregos perdidos em 2020 ainda este ano.

INFLAÇÃO

Mercês ainda abordou os desafios econômicos, como a alta inflação. "Nos países desenvolvidos, a inflação ficou em média em 6,1%. Estados Unidos e Europa não vivem com inflação deste tipo desde a década de 1970. Nos países em desenvolvimento, a inflação média ficou em 17,7%. O Brasil, por sua vez, foi um dos únicos países emergentes que tiveram uma inflação menor em 2022 do que em 2021, porque o Banco Central se antecipou e acertou. Na Argentina, a inflação está na casa dos 70%. Temos um desafio global com inflação. No Brasil, não é diferente", explicou. n

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TURISMO
EMPREGOS NO

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Valéria Gordilho, do Armação Resort , uma das MCs convidadas do Fórum PANROTAS 2023 José Guilherme e José Guillermo C. Alcorta, da PANROTAS Mauricio Parise, VP da Delta Air Lines Luigi Cani, atleta, interage com um participante do evento Valter Patriani, da Construtora Patriani e ex-CVC, de volta a um evento de Turismo Gianni Onorato, CEO da MSC Cruzeiros
PALCO

FLASHES

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Pedro Janot, empresário e ex-presidente da Azul Linhas Aéreas Paula Fariña, do Inprotur/Turismo da Argentina Carolina Sass de Haro, da Mapie e TRVL LAB Ana Clévia Guerreiro, do Sebrae Nacional Paulo Loeb, CEO da F.Biz Andrea Panisset, da BeFly, Pedro Telles, da Movida, Alessandro Cunha, da Aviva, e Manuel Flahault, da Air France-KLM
PALCO

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Elisa Carneiro, do Sabre, Salim Arkuch, do Expedia Group, Damián Scokin, da Decolar, e Leonel Andrade, da CVC Corp Claudia Leal, do TikTok Daniela Cachich, CEO da unidade Além Cerveja da Ambev Karen Schmidt, do BWH Hotel Group, Guilherme Luck Peres, do Grupo Ecocharme, Ana Biselli, da Resorts Brasil, e Thomas Dubaere, da Accor Heloisa Prass, da PANROTAS, e Manu Vazquez, com Karla Tanaka, da Integração Trade Patrícia Thomas, da Omnibees
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FÓRUM PANROTAS 2023

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Artur Andrade, da PANROTAS, Renato Kido, da ViagensPromo, Giulliana Mesquita, da Azul Viagens, Ana Maria Berto, da Orinter, e Edson Ruy, da Mondiale by Ancoradouro Guilherme Mercês, da CNC William Waack, jornalista, e Abhi Shah, presidente da Azul Linhas Aéreas Tiago Mattos, da Aerolito Bruno Lasansky, CEO da Localiza&Co William Waack e Jerome Cadier, CEO da Latam Airlines
FLASHES
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Jodi McLaughlin, do Walt Disney Imagineering Beatriz Moremi, da Brafrika, e Rachel Maia, consultora José Guillermo C. Alcorta, José Guilherme e o sobrinho Gustavo, da PANROTAS Denise Fraga, atriz
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NAVEGANDO EM DIREÇÃO AO FUTURO

109 13 a 19 de março de 2023 — PANROTAS Cruzeiros marítimos
Gianni Onorato, CEO da MSC Cruzeiros

No Fórum PANROTAS 2023, o CEO da MSC Cruzeiros, Gianni Onorato, explicou como a companhia tem crescido muito rapidamente nos últimos anos. O executivo abordou crescimento, investimentos, luxo, sustentabilidade, tendências e desafios da MSC.

"No Brasil, somos os líderes. Anteriormente, tínhamos embarques apenas em Santos e Rio de Janeiro, mas agora adicionamos Salvador, Maceió e Itajaí (SC). Temos seis navios operando na América do Sul, sendo cinco partindo de portos brasileiros. Atualmente, são mais de 200 mil cabines disponíveis no Brasil, representando um crescimento de 68% de crescimento comparado a temporada 2019-2020", afirmou. Mas o sucesso da companhia é global. "Somos a terceira maior companhia, atrás de duas companhias americanas. Estamos crescendo de forma que temos 21 navios, com novo navio para ser inaugurado em junho. Ao mesmo tempo, desenvolvemos a marca de luxo Explora Journeys, que estreia este ano. Em 2023, estamos de volta aos eixos. São quatro milhões de passageiros, crescimento de 54% comparado a 2019. Estamos saindo muito bem desse momento delicado que foi a pandemia", afirmou.

O CEO também reforçou o contínuo investimento da companhia em novos navios. Em 2021, a MSC inaugurou o MSC Seashore; e em 2022, inaugurou o MSC Seascape e o MSC World Europa.

INVESTIMENTOS

Os investimentos em navios não param aí. "O MSC Euribia, nosso mais novo navio, será o mais sustentável do mundo.

Queremos tomar a liderança nas viagens marítimas sustentáveis. Teremos um itinerário nos fiordes noruegueses, onde outros navios não são permitidos", disse Gianni. Depois do Euribia em junho deste ano, o próximo navio da companhia será o MSC World America. Para apoiar estes novos navios com novas tecnologias, a MSC Cruzeiros também está investindo em novos terminais para "oferecer uma experiência positiva para os passageiros desde o embarque", segundo Onorato, como Barcelona, Ocean Cay MSC Marine Reserve, Durban e Port Miami.

SUSTENTABILIDADE

Após mostrar os novos navios que serão movidos com combustíveis sustentáveis, o CEO da MSC Cruzeiros abordou a importância do tema para a companhia. "Os clientes levarão cada vez mais em consideração as iniciativas de sustentabilidade das empresas das quais consomem. Então estamos investindo nas tecnologias inovadoras disponíveis e estamos traçando meta de reduzir a emissão de CO2 em 40% até 2030, e acreditamos que alcançaremos três anos antes, em 2027. A meta é zerar as emissões até 2050", afirmou. No entanto, a MSC ainda avalia como lidar com o lixo e a reutilização da água, por exemplo. "Para alcançar o net zero, precisamos desenvolver e ter em escala novas tecnologias e combustíveis de baixa/zero emissão. Queremos assegurar a vocês de que estamos trabalhando nessas iniciativas e estamos comprometidos com um futuro mais sustentável", concluiu. n

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O GRAN FINALE COM DENISE FRAGA

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Inspiração
Carla Lencastre, especial para a Revista PANROTAS Paula Fariña, do Inprotur, apresenta dados sobre visitantes na Argentina durante o Fórum PANROTAS 2023

Quem encerrou o Fórum PANROTAS 2023 foi a talentosa e premiada atriz Denise Fraga. E ela o fez com sentimento e emoção. Denise falou sobre antirracismo, gentileza e tecnologia nos dias de hoje. De como estamos indiferentes ao outro. E de como é urgente mudarmos o modo de agir. “Inventamos uma sociedade onde sucesso não significa felicidade. A gente pode se perder neste jogo. Isso me inquieta”, disse a atriz.

Foi a inquietação que levou Denise a começar uma nova carreira de escritora e palestrante. Ela estava viajando pelo Brasil com A alma boa de Setsuan, peça de Bertolt Brecht, e em entrevistas para promover o espetáculo em diferentes cidades do País falava muito sobre as ansiedades e a vontade de mudar o mundo para melhor. Daí foi um caminho natural passar a ser chamada para escrever colunas e palestrar em eventos.

“Até hoje me sinto nervosa com o ‘título’ de palestrante. Estou aqui para distribuir pulgas atrás da orelha. Comecei a falar sobre o poder da gentileza, inspirada pelo texto do Brecht. Realmente confio na eficácia da gentileza. Gentileza lucra, rende, mas dá trabalho. Você tem que se dedicar. Outro dia segurei a porta para uma pessoa e ela me agradeceu como se eu tivesse feito uma coisa de outro mundo.”

Logo, Denise percebeu que não fazia sentido falar sobre gentileza sem contextualizar com o mundo digital em que vivemos: “Acho até que podemos dividir a vida em antes e depois do WhatsApp. Tenho muito amor pelos áudios, eles me salvaram durante a pandemia. Hoje as pessoas aceleram os áudios. Isso é um pacto com o diabo”. Denise contou uma história para ilustrar seu ponto de vista: “Estava em um aeroporto, sem celular, e precisava encontrar meu marido.

Cheguei para um rapaz e perguntei:

‘Posso pedir um favor?’. A resposta foi um não. Se eu estivesse distraída, se não estivesse vivendo a vida com atenção, diria ‘Obrigada’ e procuraria outra pessoa. Mas resolvi jogar um jogo que inventei, chamado ‘Divertida captura e despertar de letárgicos’.”

Denise disse que insistiu na conversa, o rapaz emprestou o telefone e percebeu o quanto ela estava angustiada por não conseguir falar com o marido, o cineasta Luiz Villaça. Quando o casal finalmente se achou, o rapaz já tinha se transformado em outra pessoa e até comemorou o reencontro. Para Denise, nadar contra a corrente é a única maneira de lidar com a falta de gentileza, de empatia, com o descaso.

“Precisamos restabelecer a lógica. Não dá para conversar com uma pessoa que está respondendo mensagens no celular. No trabalho, isso acontece toda hora. Nós estamos sucumbindo ao excesso de tecnologia, e isso está afetando a produtividade das empresas. Se a gente não cuidar um do outro moralmente, vamos ladeira abaixo. Estamos todos no mesmo barco. Sinto como se estivesse tocando uma sirene forte, o prédio está pegando fogo, e nós saímos de pijama com o laptop na mão e ficamos sentados na calçada trabalhando enquanto o edifício pega fogo.” Denise deixou claro que não é contra a tecnologia, e que inclusive não vive sem ela. Mas chamou a atenção para os excessos que fazem com as pessoas deixem de prestar atenção umas nas outras.

Para encerrar, chamou a atenção para o racismo na sociedade brasileira: “Que sociedade é essa de maioria negra na qual os negros não frequentam o mesmo lugar que os brancos. Não basta não ser racista, temos que ser antirracista. As redes sociais podem nos enlouquecer. Mas as vozes que não eram ouvidas, agora são”. n

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DOE POR TELEFONE FIXO OU PÓS*: 0500 12345 05 - doe R$ 5* 0500 12345 20 - doe R$ 20* 0500 12345 40 - doe R$ 40* *Telefone xo: R$ 0,39/minuto + impostos Telefone móvel: R$ 0,71/minuto + impostos Nathália Lopes, primeira paciente símbolo da campanha Teleton, em 1998. Sua doação espalha o bem a cada movimento! Doe e faça parte da nossa história de 25 anos. #Teleton25anos Foto: Sergio Luiz Jorge Ou acesse teleton.org.br DOE AGORA, FAÇA UM PIX PARA : doeteleton@aacd.org.br

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