PANROTAS 1.589

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Página 06

Editorial: Quem é o leitor da PANROTAS?

Página 08

A História de José Guillermo Condomí Alcorta – o primeiro capítulo

Página 24

Marketing no Turismo: Como empresas e destinos se vendem?

Página 54

Os números da América Latina, no estudo anual da Phocuswright

Página 62

O Festuris e a resiliência do Rio Grande do Sul

Página 70

A reabertura do Aeroporto Salgado Filho

Página 76

Jurema Monteiro, presidente da Abear, e o futuro da aviação no Brasil

Página 82

10 Tendências do Turismo já em prática na CVC Corp

Página 88

Evolução e tendências do setor de parques temáticos

Página 94

Accor e os planos para o Brasil e a América Latina

ÍNDICE

Página 98

Hotelaria Rio: o papel de 4 mulheres na evolução da hospitalidade carioca

Página 106

Artigo: Rogéria Pinheiro e recados para os agentes de viagens

Página 110

Planejando uma viagem de Volta ao Mundo? Trazemos as dicas para tudo dar certo

Página 118

Esportes Unidos da América: o crescimento do Turismo esportivo nas cidades americanas

Página 132

Rextur, Rextur Advance, CVC Corp, BeFly... Amizade e trabalho que atravessam décadas

Página 149

Artigo: Mariana Aldrigui nos 50 anos da PANROTAS

Página 152

Histórias com a PANROTAS: agentes de viagens contam momentos marcantes

Página 160

Linha do Tempo: O que saiu na PANROTAS em 50 anos

PRESIDENTE

José Guillermo Condomí Alcorta

GESTÃO

José Guilherme Condomí Alcorta

TECNOLOGIA

Ricardo Jun Iti Tsugawa

EDITORIAL

Artur Luiz Andrade Media Partner

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QUEM É O LEITOR DA PANROTAS?

A pergunta parece óbvia (você que está lendo esse texto é o leitor da PANROTAS), mas ela é um pouco datada e reducionista. Leitor (de jornais, revista, sites) traz uma ideia de barreira intransponível entre dois lados, falta de interação, acesso passivo a informações estáticas. No máximo uma carta do leitor, que, com sorte, seria selecionada para a seção específica.

Audiência? Nesse caso, há uma generalização e nós do Turismo sabemos quem é quem... Audiência é número e também força. É ela que nos empurra, que nos cobra, que nos traz responsabilidades maiores ainda.

Mas a PANROTAS, em seus 50 anos, comemorados este mês, novembro de 2024, tem mostrado que é uma empresa que não quer apenas números grandiosos e cliques aleatórios.

Nossos leitores, nossa audiência, se assemelham a uma comunidade. Porque nós somos parte do trade e o trade de Turismo forma uma comunidade de profissionais de empresas diversas, segmentos que se complementam, até de inimigos íntimos, concorrentes que saudavelmente atuam de forma amigável em prol do setor – e de nossa saúde mental.

A comunidade PANROTAS é ativa e presente, e interage em vários momentos do dia. Nas redes sociais, compartilha e comenta. Dá muitos corações e às vezes carinhas indignadas.

No portal, dá audiência, mas também engajamento ao enviar notícias para os amigos, nos enviar informações quentes, posarem para fotos na cobertura dos eventos, navegarem por todos as seções, ficando uma média incrível de mais de 10 minutos com a gente em cada sessão.

A comunidade PANROTAS se reúne em eventos, como o Fórum PANROTAS, os Next, pelo Brasil, as feiras onde temos estandes agregadores, nos inúmeros encontros do Turismo, nas viagens no Brasil e no Exterior e nos outros tantos eventos internacionais.

Também interagimos de forma digital, 24 horas por dia, e vemos que, mesmo na madrugada, a comunidade está ali, observando, clicando, guardando aquela informação para o dia seguinte.

Na comunidade temos um mar de agentes de viagens, mas também fornecedores de todos os tipos. Falamos com toda a indústria de Viagens e Turismo. Todos trocando contatos, negócios, experiências, abraços. Temos amigos de longa data, parceiros de várias gerações, fãs confessos, haters que amam nos odiar, pioneiros e inovadores, professores queridos e mestres que admiramos, empresas de todos os portes, mas por trás de todas elas...pessoas. Nossa comunidade é feita de pessoas. E isso não mudou e não mudará. Relacionamento é uma das bases de nossa indústria e sabemos o como é bom interagir, contar boas histórias de gente e conhecer e reencontrar amigos que nos seguem, lado a lado, por anos, décadas. Desde 1974, quando José Guillermo C. Alcorta fundou a empresa, a PANROTAS é feita por pessoas e para pessoas. Pessoas apaixonadas por Turismo. Por comunicar. Por descobrir. Por viajar. Leitores, audiência, comunidade, amigos e fãs, haters e fontes de notícia, seguidores, anunciantes, líderes, atuais e ex-colaboradores, brasileiros de todos os lugares e estrangeiros de olho no Brasil, dos boomers à geração Z (e a alpha será muito bem-vinda)... somos mais de 20 mil por dia no Portal PANROTAS (com dias de 50 mil e mais), mais de 2 mil no Fórum PANROTAS, cerca de 150 em cada PANROTAS Next, somos 10 ou menos em viagens pelo mundo, somos 5 mil nos estandes PANROTAS, somos 2 nas entrevistas exclusivas, somos cerca de 5 em reuniões estratégicas, somos milhares na luta diária pelo Turismo... Acima de tudo, por trás de cada número ou estatística, somos o que os publicitários chamam de público qualificado, interessado, engajado.

O “leitor” da PANROTAS são sim todos vocês, que nos fazem elevar a nossa barra de exigência a cada dia, a cada evento e publicação. E nós somos muito gratos em podermos estar, há 50 anos, fortalecendo, trabalhando e se divertindo ao lado dessa incrível comunidade.

Muito obrigado por todo o carinho, mensagens e homenagens neste ano tão especial para a PANROTAS. Neste mês de aniversário. Muito obrigado, seu Guillermo e Família Alcorta, Time PANROTAS, do presente e do passado, e Comunidade do Turismo por esses 50 anos incríveis. Já, já serão 51... e assim caminha o Turismo. Com todos nós. Juntos. n

Artur Luiz Andrade Editor-chefe e Chief Communication Officer da PANROTAS artur@panrotas.com.br

A HISTÓRIA DE JOSÉ GUILLERMO C. ALCORTA

Guillermo Alcorta com os filhos José Guilherme, Maria Camilla e Marianna em dois momentos

Introdução

O fundador da PANROTAS, José Guillermo Condomí Alcorta, tem recebido diversas homenagens com a celebração, em 2024, dos 50 anos da empresa. Fundada no final de 1974, a PANROTAS tem no mês de novembro sua data oficial de aniversário, pois foi quando foi publicado o primeiro Guia PANROTAS com o olhar e a metodologia criada por Alcorta. Até então, o Guia

PANROTAS não era uma publicação regular e também não tinha as divisões e exposições de horários de voos idealizada por Guillermo e que foi sucesso até a segunda década do século 21, quando deixou de ser impresso, dando lugar à digitalização da companhia.

Uma das homenagens que preparamos para Guillermo Alcorta é um livro, que será lançado no Fórum PANROTAS 2025 (dias 11 e 12 de março, em São Paulo) e que trará sua história, desde a Argentina até a consolidação como um dos líderes do Turismo brasileiro.

Apaixonado pelo Brasil e pelo Turismo, piloto, expert em aviação, ex-jogador de golfe, pai de três filhos e avô de três netos, José Guillermo Condomí Alcor-

ta tem histórias surpreendentes que muitos desconhecem e que vão além da PANROTAS, seu grande legado para nossa indústria.

No mês de celebração dos nossos 50 anos, trazemos em primeira mão nesta edição da Revista PANROTAS, o primeiro capítulo do livro sobre a vida de Guillermo Alcorta. O texto foi escrito por Luiz Sales, ex-editor e ex-diretor comercial da PANROTAS, a partir de pesquisas e entrevistas feitas por Fátima Gatoeiro, inclusive com o próprio Guillermo.

É o nosso muito obrigado e nossa reverência ao criador da PANROTAS.

Boa leitura a todos.

Capítulo 1

Duas famílias, dois países

No calçadão do centro velho de São Paulo, Guillermo Alcorta para e olha pensativo para um vetusto prédio. “Meu avô foi presidente do banco que ficava aqui”, comenta sem desviar os olhos da construção centenária. Parecia ter sido invadido por uma enxurrada de memórias. Não esboça tristeza ou felicidade. Abaixa a cabeça lentamente e sem mais nada comentar acelera o passo até o endereço onde teria uma reunião de negócios.

O avô lembrado, por parte da mãe, é José Maria Whitaker, nascido em São Paulo em 1878. Não apenas presidiu, como fundou o Banco Comercial de São Paulo, em 1912, com Erasmo Teixeira de Assunção e os investidores Vicente de Almeida Prado e Paulo Nogueira de Almeida. O prédio fica na 15 de Novembro, que um dia foi apelidada de “rua dos bancos”, antes de o eixo financeiro ter sido transferido para a Avenida Paulista. Tem uma saída para a Rua Boa Vista, um dos vértices do chamado triângulo histórico de São Paulo. No térreo funciona uma agência do Banco do Brasil. Hoje, a referência mais imediata a José Maria Whitaker é a avenida que leva seu nome, no Planalto Paulista, zona sul da capital.

O avô paterno, argentino, também tem presença forte na história, trajetória e memória de Guillermo. Arturo Maria Condomí Alcorta nasceu em 1884. “O meu avô teve a visão de comprar uma chácara pertinho de La Plata, porque eles eram originários de lá, que é a capital da província de Buenos Aires. Fica a 60 quilômetros da cidade de Buenos Aires. Uma chácara grande, com 80 hectares. E ali foram anos maravilhosos nossos, dos netos, dos filhos. Três dos meus tios fizeram casa lá e todos passávamos as festas e férias junto com o

meu avô, que era muito agregador. Ele tinha um apartamento lindo em Buenos Aires. Grande.Também era uma pessoa conhecida e respeitada, advogado, com escritório na capital.”

As duas famílias eram numerosas. Por parte dos Whitaker eram 14 filhos, incluindo a mãe de Guillermo, Maria do Carmo, nascida em 1908 e carinhosamente chamada de Carminho. Do lado argentino, seis, entre eles Arturo Raúl, de 1909, seu pai. “Tanto avô quanto avó são sempre aquele elo que mantém a união. Meus avós eram muito agregadores”.

Guillermo morou em Buenos Aires até chegar à idade adulta. Mais jovem, quando vinha para o Brasil ficava na residência do avô, na Rua da Liberdade, 844. Casa grande, com três andares, de onde podia avistar o córrego e os barrancos que deram lugar à Avenida 23 de Maio. “Na margem do rio tinha campo de futebol, onde jogava com os primos”.

Eram os anos 1940 e 1950. As festas de Natal eram ali, com mais de 20 crianças e todas ganhavam presentes, distribuídos por uma sala enorme com os respectivos nomes. “Natal e Ano Novo eram um acontecimento. Cantávamos músicas alusivas Glória a Deus no céu cantam os anjos em louvor/Glória a

Deus no céu cantam os anjos em louvor/Glória a Deus/Glória a Deus. No Ano Novo subíamos até o quarto do meu avô e ele, na cama, estava com uma taça de champanhe na mão para brindarmos. Às vezes íamos até a fazenda que ele tinha, a Santa Amélia, que ficava na região de Cotia, a oeste da capital paulista”.

Whitaker tinha hábitos espartanos. “Meu avô ia dormir às nove da noite. Às quatro ele se levantava, ia ao banheiro e tomava banho por uma hora, frio, inclusive no inverno. Às seis descia para o escritório, que ficava no porão da casa e voltava às oito, para o café com a gente”.

Esse cenário bucólico não foi constante, apesar da importância precoce conquistada pelo avô banqueiro. Décadas antes, em dezembro de 1920, por exemplo, Whitaker assumiu pela primeira vez a presidência do Banco do Brasil (até o final de 22), a convite do presidente Epitácio Pessoa — anteriormente, havia negado o convite do governador paulista Washington Luís para assumir a Secretaria da Fazenda. José Maria Whitaker viveu de perto dois dos momentos mais críticos e violentos da história da cidade no século passado — ambos antes do nascimento de Guillermo Alcorta.

Primeiro, em julho de 1924, despachou toda a família para a fazenda Santa Bárbara, de Eduardo da Cunha Canto, perto de Mogi Mirim, no interior paulista. Maria do Carmo, ainda menina, tinha 15 anos. Por quase 30 dias a capital paulista foi bombardeada pelas forças federais, na chamada Revolta Paulista. Entre 500 e 800 pessoas morreram, vários bairros foram destruídos, entre eles a Aclimação, para onde Whitaker havia se mudado no início do conflito que se desenrolava perto do bairro da Liberdade, onde moraram. Sem saber, estava indo para o centro do combate.

No retorno de Mogi Mirim, onde tinha ido ver a família, descreveu o que lhe pareceu uma providência divina: “No regresso da primeira visita, pouco antes de chegar à minha casa, fora esta atingida por três granadas, a última das quais despedaçando a escada da entrada (que era então do lado contrário à atual), espalhou-se em estilhaços pela parede fronteira, arrebentando, ainda, quase todas as vidraças do meu lado. Uma curta parada para engraxar os sapatos quando vinha, a pé, da Estação da Luz, salvou-me, talvez, a vida, livrando-me das explosões pouco antes ocorridas 1”.

A segunda visita à família em Mogi Mirim não foi menos emocionante. Na companhia do amigo José Carlos de Macedo Soares, foi até a Estação das Luz.

1 O Milagre de Minha Vida, Ed. Hicitec, publicado em 1978, no

Fotos: Álbum de família

“Havíamos apenas chegado, quando uma granada explodiu sobre a composição em que deveria partir. O estrondo, repercutindo soturnamente sob a abóbada de vidro da construção, arrancou um brado de terror dos que fugiam, mas não demoveu o bravo amigo de fazer-me companhia, até a partida do novo comboio, reconstituído quase uma hora depois”. Na manhã seguinte tiveram fim os combates. A tranquilidade, contudo, seria por curto período. Em 1926, depois de viajar por cinco meses pela Europa, norte da África e Oriente Médio no ano anterior, Whitaker foi convidado novamente para assumir o Banco do Brasil, desta feita pelo último presidente da República Velha, Washington Luís, a quem já havia negado, seis anos antes, o convite para o Governo do Estado. Nova negativa por não concordar com o que o novo presidente pensava sobre as contas nacionais.

A crise econômica de 1929 e, ato contínuo, a revolução de 1930 voltaram a quebrar a rotina. Sobre a segunda, Whitaker deixou registrado: “A princípio, confusão e anarquia, cidade sem governo, povo desorientado, tumulto em diversos pontos. Na rua Turiassu, em frente à casa onde morava uma de minhas filhas, e para onde, cautelosamente nos havíamos abrigado, despertou-nos na calada da noite, clamor temeroso de turba em revolta. Entreabrindo uma janela, lobrigamos entre labaredas, vultos de lenço vermelho ao pescoço, arremessando furiosamente em alta fogueira, livros, papéis, roupas, móveis, lustres e até portas furiosamente arrancadas à casa em que residia o Dr. Laudelino de Abreu, até então delegado de Segurança Pública, e alvo, por isso, de particular aversão dos mazorqueiros”.

Pouco tempo depois, a convite do próprio Getúlio Vargas, José Maria Whitaker assumiu o Ministério da Fazenda — antes havia dirigido a mesma área no Governo Provisório de São Paulo, a convite do próprio Vargas. Tentou se safar

tanto do cargo estadual quanto do federal.

“Solicitando do sr. Getúlio Vargas um entendimento particular, roguei-lhe instantaneamente que me dispensasse de tão alto e difícil encargo, mas tive, afinal, que ceder à sua sorridente obstinação, sendo imediatamente assinado o título já anteriormente lavrado, de minha nomeação, o que foi referendado no mesmo ato pelo Ministro da Justiça, Oswaldo Aranha.

Curiosas contradições do destino. O mais conservador e, talvez, o mais tímido cidadão de São Paulo, transformado, sem esperar, primeiramente, em chefe de uma junta revolucionária em sua terra, e depois, em titular da pasta mais importante no governo revolucionário, instalado na capital do País!”

Primeiro ministro da Fazenda da Nova República, José Maria Whitaker ficou no cargo entre 1930 e 31. De volta a São Paulo, no ano seguinte, mesmo que tivesse inicialmente resistido, foi nomeado para a presidir a Campanha do

Ouro Pelo Bem de São Paulo, liderada pela Associação Comercial, em meio à última guerra civil ocorrida em território brasileiro, a Revolução Constitucionalista de 1932. O ouro seria usado justamente para custear as despesas dos paulistas contra o Governo Federal. Findo mais este episódio, Whitaker retornou ao setor privado, ocupando novo cargo público apenas em 1955 — na Fazenda Federal, Presidência de Café Filho, sucessor de Getúlio Vargas, que havia se suicidado no ano anterior.

Guillermo Alcorta nasceu em Buenos Aires em 17 de janeiro de 1939, ano do início da Primeira Grande Guerra. Morando na capital argentina, era natural o maior contato com os avós paternos Arturo Maria Condomí Alcorta e Elena Pando. “Meu avô era filho de um Condomí, a mãe dele, de um Alcorta. Para se diferenciar de outro Condomí de quem não gostava, uniu os dois nomes e Condomí Alcorta passou a ser o sobrenome da família”, lembra Guillermo.

O pai de Guillermo era empreendedor. “Trabalhava com muitas coisas. Lembro que ele abriu um negócio de importação de café que se chamava Embaixada do Café, em Buenos Aires. Você chegava lá e encontrava tudo: café servido, máquinas de torrar café e até um depósito”.

Também foi representante da fabricante americana de aviões Piper Aircraft.

Entre os modelos mais conhecidos da época, o monoplano (asa alta) Taylor Cup, na primeira fase da empresa, e o Piper Cub construído principalmente para treinamentos. Foram fabricados cerca de 20 mil nos Estados Unidos. Depois de um tempo foi surgiu um equipamento similar no Brasil, batizado de Paulistinha. “Meu pai também era piloto civil e sempre falava de aviões, daí minha proximidade (e paixão) com o assunto desde que nasci”.

Menino, com a família dividida entre os dois países, as primeiras viagens aéreas de Guillermo Alcorta para o Brasil foram no Focke-Wulf, introduzido na rota Rio-Buenos Aires, com escalas em São Paulo e Porto Alegre, pelo Sindicato Condor em 1939. O quadrimotor alemão, fabricado em Bremen, era o mais moderno equipamento disponível na América do Sul.

Tempos depois e por conta da Segunda Grande Guerra, aviões e estrutura do alemão Sindicato Condor foram nacionalizados, dando início à Serviços Aéreos Cruzeiro do Sul (janeiro de 1943). As lembranças infantis de Guillermo quanto à qualidade dos aviões foram preservadas. “A Cruzeiro do Sul tinha dois Focke-Wulf, que voaram até 1946”.

Da infância na Argentina alguns dos momentos mais lembrados têm relação com a chácara em La Plata. “A gente lidava muito com cavalos. Desde muito cedo. Comecei a andar a cavalo perto dos quatro anos de idade. Ganhei de meu avô um pônei. Ele me levou até uma casa especializada em celas para que eu escolhesse uma. Isso me marcou muito. Eu nunca tinha visto uma casa só

de coisas para cavalo”.

Quando estavam em La Plata saiam todos os dias de cavalo, lembra Guillermo. Havia um curral grande, com mais de dez animais. À noite ficavam soltos no campo e, pela manhã, com os primos Carlito e Maico, ia buscá-los. “Três vezes por semana tínhamos que dar banho neles, o que era um trabalho miserável”. O cavalo de Guillermo se chamava Lontue, nome de uma região chilena, pouco ao sul de Santiago. Além da proximidade com Carlitos e Maico, havia muita amizade com a prima Maria Mercedes, chamada de Muti.

Uma vez por semana todos andavam de breck, um tipo de carroça com quatro rodas, com uma parte coberta; havia também os passeios de bicicleta, a subida em árvores frutíferas — entre elas as ameixeiras — e, nos dias mais quentes, o nado no tanque australiano.

Com tantos jovens e opções de lazer ao ar livre, os momentos de comer não eram menos animados. “Meus primos Carlitos, Maico, Dorita, Alejandro e Júlio César, filhos do tio Carlos, irmão de meu pai, tinham uma babá inglesa.

Se chamava Sara e era uma fera, brava mesmo. Para chamar as crianças para almoçar, lá pelas 11h, ela tinha um apito. Fazia uns bifes para eles e, nós, que éramos primos, ficávamos morrendo de vontade de comer. Ela não deixava, porque primeiro era para os meninos dela”.

Em Buenos Aires, Guillermo estudou por 12 anos no Colégio Marista Champagnat, tradicional, fundado em 1915. Até antes da pandemia de covid-19, em 2020, quando as viagens à capital argentina eram mais frequentes, além da família era comum se encontrar com amigos dos tempos de escola.

Nos momentos de lazer na capital, aos seis ou sete anos, o menino Guillermo começou a jogar golfe. Toda a família ia nos finais de semana ao Ranelagh Golfe Club, distante 30 quilômetros, ainda na Província de Buenos Aires.

Amando Rossi foi seu professor e anos depois veio para São Paulo ensinar o esporte.

“Quando em Buenos Aires, todos os finais de semana eram no clube. Havia campeonatos”. Foi campeão das categorias menores como 12 anos, depois com 13, 14, cada vez jogando melhor e, ironicamente, sempre contra o mesmo adversário na final, Hernán Bertolini. “Fui campeão três anos seguidos.

Antevia no meu futuro como golfista que seria campeão nacional”. Um trágico acidente abreviou a carreira esportiva de Guillermo, que não disputou o campeonato seguinte, vencido por Bertolini — tempos depois, campeão argentino. n

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COMO O TURISMO SE PROMOVE? NOSSOS MARQUETEIROS RESPONDEM

Lançado em 1974, o Guia PANROTAS, que trazia horários de voos e rotas das empresas aéreas que operavam no Brasil, foi, durante muito tempo a grande vitrine de anúncios publicitários do setor. Até o final da década de 1990, todo o caderno de notícias e reportagens, com cerca de 200 páginas, tinha os anúncios ocupando metade delas, e do lado direito, o mais nobre. Era um guia de promoções e ofertas, além das informações técnicas que enchiam as outras 200 páginas. Até a virada do milênio e um pouco ainda

na década seguinte, o mundo era essencialmente off-line. Operadoras de Turismo imprimiam toneladas de material para distribuir a clientes e agentes de viagens. TV, rádio, outdoors dominavam as mídias para contar sua história, além das revistas, jornais e das mais diversas publicações. Os eventos serviam também como fonte de atualização e perder um deles significava ficar um bom tempo desatualizado. O ritmo era outro, o consumidor parecia um só, todos queriam padrão, viajar ainda era algo distante para muitos brasileiros.

A evolução dos anúncios no Turismo, pelas páginas do Guia, Jornal e Revista PANROTAS

E a imagem do Brasil no Exterior era o Rio de Janeiro, sol, praias e mulheres de biquinis em alguns anúncios, inclusive oficiais.

A tecnologia mudou o marketing do Turismo (e no Turismo) e, junto com crises, com as transformações políticas (em 50 anos passamos de uma ditadura para uma democracia) e planos econômicos diversos, o consumidor também se transformou. Primeiro aprendeu a ser parte do mundo – com a globalização. Depois, com a internet, viu sua vida acelerar, sua opinião ganhar relevância (mesmo que às vezes manipulada pelos algoritmos) e sofreu com o bombardeio de informações. Por fim, aprendeu a lidar com esse ambiente digital multitela e multiplataforma, a estar on-line o tempo todo (mesmo no modo avião) e a valorizar suas bolhas, a personalização e seu tempo.

Como as empresas de Turismo encararam essas transformações?

Como substituíram a folheteria e como respondem a essa nova jornada do consumidor, que deixou a linearida -

de e abraçou o tudo ao mesmo tempo agora, na velocidade do pensamento –ou talvez da luz?

Como o Turismo se vende no mundo real, que agora inclui o digital?

O Brasil ainda é apenas o Rio de Janeiro?

Os destinos aprenderam a usar as ferramentas digitais como as empresas de Turismo já usam?

Como os marqueteiros de nossa indústria resolvem a nova equação da promoção de produtos, empresas e destinos?

É possível estar em todos os lugares falando para todos os possíveis viajantes ou é preciso escolher?

Dói escolher ou as métricas ajudam e atenuam a decisão?

Com a palavra, alguns de nossos especialistas, os marqueteiros da próxima era, já de olho nas ondas de consumo que começam a se formar, nas tendências sendo desenhadas (quais vingarão?), nas novas ferramentas (welcome, AI) e plataformas (Tik Tok? Really? Really).

GLOBAIS COM ATUAÇÃO REGIONAL 1

UM PARQUE QUE VAI MUDAR A EMPRESA, MAS NÃO SEU DNA

Juliana Pisani, diretora de Marketing da Universal Destinations and Experiences para a América Latina, e Eduardo Mariani, gerente de Marketing da MSC Cruzeiros, lidam com grandes orçamentos, campanhas para a massa, ativações milionárias e marcas que precisam contar suas histórias para um público bem diverso e exigente. Mas, como diz Juliana, os budgets não são infinitos, por isso, é preciso escolher.

Segundo a diretora da Universal, o Marketing atualmente é muito dinâmico e as ações e planos precisam ser revistos constantemente. Não dá mais para fechar um planejamento pétreo para todo o ano.

“O exercício é entender o que cada mídia consegue entregar, e se é adequado ao momento e ao seu objetivo”, explica. Taxas de conversão, alcance, métricas diversas, objetivo da campanha, comunicação com o viajante segmentado ou com o público em geral... São muitos os componentes que podem entrar ou não na equação para decidir onde investir. “Estamos olhando semanalmente nosso plano, há uma adequação constante”, conta ela.

DO MULTITELA AO MULTIPARQUE

Engenheira, com pós-graduação e MBA em Marketing, Juliana atua na área desde 1999. Ou seja, pegou toda a transição e transformação causada pela tecnologia. Passou por empresas como Unilever, L’Oreal e Yum! Brands (Pizza Hut, Taco Bell e KFC), e lembra bem das descobertas e desafios de passar do analógico para o digital.

“Lembro quando descobrimos um consumidor multitela. Imagina que transformação na cabeça de quem trabalha com marketing. Em 1999 os celulares eram pesados e limitados, mas então veio uma atualização muito rápida, a internet, as redes sociais, e todas as mudanças nos próprios consumidores.”

Juliana chegou ao Turismo junto com a pandemia e usou o tempo “extra” para aprender e mergulhar na estrutura da marca que iria promover em toda a América Latina.

Juliana Pisani, diretora de Marketing da Universal Destinations and Experiences para a América Latina

Divulgação

“A marca Universal tem um poder muito grande e temos no nosso DNA sermos uma challenger brand (uma marca desafiadora). Isso significa que em produtos e também no marketing temos de ter ousadia, coragem, inovação, e de forma única e inteligente. Em todas as frentes em que atuamos, no B2C, no B2B, na relação com a imprensa... Estamos sempre nos desafiando e desafiando o setor.”

As orientações e estratégias, como uma marca global, vêm de Orlando, com inputs e dados fornecidos por todos os mercados, incluindo a América Latina. Mas a atuação regional é importante e toda a comunicação passa por uma tropicalização e por ações locais que a equipe considera importantes.

“Um case importante foi mostrar à matriz que termos uma conta no Instagram dedicada à América Latina era estratégico. Foi uma aposta que fizemos e deu muito certo.

Tanto que já partimos para fazer o mesmo com o Tik Tok”, conta ela, que afirma que todo o conteúdo passa por uma curadoria para adequar a mensagem para cada rede.

As mídias sociais são um canal importante na estratégia da Universal na América Latina e também globalmente. No mês passado, por exemplo, o anúncio da abertura do novo parque da Universal Orlando, o Epic Universe, marcada para 22 de maio de 2025, foi feita simultaneamente pelas redes sociais. “As redes sociais também são fonte de informação para que os viajantes e os agentes de viagens se planejem. Temos muito engajamento orgânico nessas redes, repostamos conteúdo de fãs e parceiros, trabalhamos com produtores de conteúdo... Realmente atuamos de forma bem dinâmica nessas redes, inclusive com memes, com humor”, explica a diretora. E a parte mais técnica e informativa? Isso fica mais para os canais de vendas, o site, os eventos para o trade e anúncios específicos na mídia. Os eventos, aliás, são um dos carros-chefes da Universal no Brasil. “O digital contribui para estabelecermos relações com nossos clientes, mas nada substitui o ao vivo. E a Universal, no B2B, tem uma conexão muito próxima com os agentes de viagens. Conhecemos as pessoas, valorizamos seu trabalho e esse contato pessoal faz a diferença.”

EPIC CHEGA EM MAIO

E como fica o marketing diante de um lançamento tão grandioso quanto o Epic Universe? “A gente tem se dividido em pensar o presente e pensar o futuro. Há mais de 20 anos que não se abre um parque temático em Orlando. O último foi o Islands of Adventure, da Universal. Então sabemos da importância dessa inauguração, que irá fazer da Universal Orlando um destino completo, onde o viajante vai passar uma semana inteira. Vamos continuar sendo uma challenger brand, trazendo muita criatividade, intensidade e inspiração, e conseguiremos competir de forma mais robusta. Estamos muito animados”, sintetiza Juliana Pisani.

EM RESUMO:

A tecnologia oferece diversos caminhos e análises. Use as métricas e ferramentas à disposição para escolher, para decidir onde investir e como se comunicar com seu cliente. Fique atento para atualizações contantes e siga o posicionamento que está no DNA de sua marca. n

Reprodução Instagram
Anúncio da data de abertura do Epic Universe, na Universal Orlando, foi feito simultaneamente nas redes sociais, como Instagram e X

ONDAS DE FORA QUE CHEGAM AO BRASIL

Eduardo Mariani Simões, gerente de Marketing da MSC Cruzeiros, tem quase o mesmo cenário que Juliana Pisani em seu departamento: uma empresa com sede fora do Brasil, com estratégia definida no Exterior, e atuação regional, tropicalizando ações e a comunicação, e com força nos eventos presenciais. Muda, porém, o produto. Depois de uma carreira em empresas como Sky, ESPN, Abril, Globo, Kia e Adidas, Simões ingressou no Turismo há sete anos, no setor de cruzeiros, com a MSC. Com 25 anos de atuação no Marketing de empresas, ele diz que o que se fazia lá no começo pouco tem a ver como o que se faz hoje. A tecnologia, claro, foi o grande alavancador de mudanças. Ao lado do comportamento do consumidor, hoje mais focado no vivenciar experiências do que em possuir e consumir. Ele destaca ainda o drive da sustentabilidade, que já orienta as escolhas de muitos viajantes e consumidores em geral.

“Turismo é experiência, viajar de navio reúne diversas delas em um só lugar. Atendemos a todos os perfis de viajantes e é preciso falar com cada um deles de uma maneira. Quem vai para uma lua de mel é diferente do passageiro de volta ao mundo, ou o que busca os minicruzeiros com amigos, o que foca nos destinos... Então investimos muito na produção de conteúdo para cada nicho”, explica.

Eduardo Mariani Simões é o gerente de Marketing no Brasil da MSC Cruzeiros, líder em transporte de passageiros na temporada brasileira

Segundo ele, a mensagem geral, para todos, de antigamente, pode continuar sendo passada institucionalmente, mas nas redes sociais, na comunicação direta com o cliente, essa mensagem precisa ser personalizada. E isso a tecnologia hoje permite. Mesmo tendo as famílias, com ou sem filhos, como principal público da MSC Cruzeiros, Simões diz que a empresa tem de estar atenta aos nichos, mesmo os mais restritos, como os da Volta ao Mundo, que se resumem a 5 mil clientes por ano.

MARKETING ABRANGENTE

E para falar com todo mundo e com diferentes mensagens, é preciso estar em praticamente todos os lados, em diferentes plataformas ao mesmo tempo. Rádio, streaming, e-mail, redes sociais, nos shoppings, nas revistas... A MSC tem uma estratégia bem ampla, e ferramentas como o CRM ajudam a direcionar a comunicação. “Para quem não tem um budget tão amplo, saber usar o digital é fundamental: contar histórias nas redes sociais, usar mídias de performance, usar o SEO no site, comprar adwords no Google...São muitas as alternativas e cada empresa deve usar um mix de ferramentas para acessar seu público segmentado.”

ESCOLHENDO OS INFLUENCIADORES

O mesmo mix ele recomenda para o trabalho com influencers – fechar parcerias tanto com os micro e regionais quanto com os que têm milhões de seguidores. “Os grandes nos ajudam a ganhar alcance e falar com mais pessoas ao mesmo tempo, com uma mensagem mais superficial. Já os menores, especialmente no segmento de viagens, falam para menos pessoas, mas com mais profundidade”, exemplifica. Quanto ao trabalho com o trade, os eventos e as viagens para conhecer os navios, como na convenção in-

ternacional da empresa, são destaques. “Temos um trabalho grande de treinamento, é importante o lado educacional para explicar o produto. Assim como participar dos famtours ou da convenção. Os agentes voltam com mais autoridade sobre os produtos.”

Com a campanha Viva a Grande Beleza em vigor no Brasil, Eduardo Simões ressalta que a MSC Cruzeiros é glocal... pois a adaptação da comunicação no Brasil e a tropicalização, como existe a bordo dos navios que vêm para a temporada, acontecem naturalmente.

No fim das contas, a mensagem é uma só: “convidar os brasileiros a viver férias inesquecíveis a bordo dos navios da MSC Cruzeiros, com experiências diferentes e diferenciadas e com as pessoas queridas de nossa vida”.

EM RESUMO:

Invista nas possibilidades do digital, conte sua história de forma geral ou segmentada, e continue capacitando e educando seus vendedores. n

Exemplo de campanhas da MSC Cruzeiros em 2024

BRASILEIRAS E LATINAS 2

NOVA JORNADA DO CONSUMIDOR NA CVC CORP

Emerson Belan, diretor executivo B2C da CVC Corp, e Mariana Karrer, gerente de Marketing da Latam Airlines Brasil, também têm o desafio da grandiosidade, de falar para vários públicos e atingir a massa, e ainda se posicionarem como uma liderança na América Latina, onde têm a maior parte dos seus negócios.

Na CVC Corp, a empresa prepara seu plano de crescimento para os próximos anos, um projeto com a consultoria Integration, e que contou com uma pesquisa sobre a nova jornada não linear do consumidor de viagens. Se antes o processo era mais previsível, agora o potencial viajante tem todo o mundo digital a lhe bombardear e seduzir.

O diretor executivo B2C da CVC Corp, Emerson Belan, revelou alguns dados dessa pesquisa que está ajudando a empresa a planejar e projetar seus próximos anos:

Jornada do viajante ao planejar sua viagem agora é não linear;

Amigos eram os que mais influenciavam na decisão do destino, mas agora os influencers assumiram o topo da lista, especialmente via redes sociais;

Os amigos e familiares estão na segunda posição na hora de influenciar a decisão do consumidor e em terceiro aparece “voltar ao destino que já conhece”;

Se há alguns anos o viajante pesquisava até três locais para checar preços e informações, agora são mais de cinco;

Mais de 5 mil marcas bombardeiam os consumidores por dia (especialmente no mundo digital). Dessas, eles lembram de 360 e escolhem 12 para seguir adiante; Atualmente 70% do budget de publicidade da CVC Corp está voltado para as mídias on-line, incluindo Google, Instagram, Tik Tok, Facebook e Youtube, esta última apresentando um dos maiores crescimentos, segundo Belan; Mas o off-line ainda está bem vivo e com os dois pés no digital, pois todo meio de comunicação reverbera sua cobertura nas redes sociais e em ferramentas como newsletters;

O rádio, destaca ele, voltou a ter relevância com o fim do home office na maioria das empresas, e a TV continua forte na formação da marca.

Emerson Belan é o diretor executivo B2C da CVC Corp e cuida, além da rede de lojas, do Marketing da maior operadora do País

Já os eventos são a conexão da marca com seu público, seja no B2B, onde há um caráter de qualificação e relacionamento, ou no B2C, para aumentar a base de clientes e fãs. A CVC, por exemplo, esteve no Rock in Rio, Fórmula 1 e no Círio de Nazaré.

Ainda no B2B, os eventos regionais e a comunicação por WhatsApp são outras tendências abraçadas pela CVC Corp e suas marcas (Visual, Trend e Rextur Advance).

Conhecida por ser uma das maiores distribuidoras de folheteria para as agências de viagens, a CVC diminuiu bastante essa impressão, mas mantém o chamado guia Completão dos dez destinos mais vendidos em cada loja franqueada.

Os 110 demais destinos piroritários têm a versão on-line do Completão, criação do antigo VP Valter Patriani.

Na hora de atrelar sua marca a influenciadores a CVC vai de Ivete Sangalo aos nomes regionais, que muitas vezes dão um resultado melhor para a loja localmente. É o caso de saber escolher e dosar o investimento. Um nome mais midiático, como o da cantora ou de Fábio Porchat, atinge todos os públicos. Mas o influenciador local pode levar clientes rapidamente à loja de determinada cidade.

Para a Black Friday deste ano, a CVC já contratou 15 influenciadores nacionais e mais uma outra quantidade de regionais.

“É importante estar na jornada inteira do cliente, usar a tecnologia, como a inteligência artificial, para responder e até retomar esse viajante durante o processo de planejamento, e ser físico e digital ao mesmo tempo. Por isso, a CVC Corp tem investido em ser uma empresa fígital. Para

estar ao lado desse cliente o tempo todo, onde ele quiser e estiver”, diz Belan, que pretende personalizar ainda mais o que oferece aos clientes da operadora. Para isso, está definindo cinco perfis de clientes, e em breve terá uma comunicação mais direcionada a cada um deles.

EM RESUMO:

Acompanhe seu cliente na jornada fígital dele, usando tecnologia apropriada, monitoramento e com a ajuda de influenciadores de todos os tamanhos – tudo depende de seu objetivo e de seu budget. n

O Rock in Rio foi um dos eventos em que a CVC investiu fortemente este ano
Início da jornada figital na CVC

Mariana Karrer, gerente de Marketing da Latam, no Rock in Rio 2024

LATAM APOSTA NA PROXIMIDADE COM O BRASILEIRO

Mariana Karrer, gerente de Marketing da Latam, assumiu o cargo há cerca de quatro meses, em um momento de muitos êxitos para a companhia, que tem a liderança no doméstico, com 38% de share e crescimento de 6% no transporte de passageiros. No Marketing, foi um ano em que a Latam apostou na estratégia “Go big”, com ações do BBB ao Rock in Rio. Mas, segundo ela, não se trata só de tamanho, e sim de relevância, de reforçar a conexão da marca Latam com os brasileiros. E esses eventos grandiosos falam com a diversidade do mercado, fazem a Latam chegar a locais e pessoas novos, em um momento de diversão e descontração do público.

Além dos grandes investimentos, quando se fala de marca Mariana destaca a importância da proximidade personalizada com os clientes.

“Nas redes sociais, não disputamos espaço apenas com as demais companhias aéreas e sim com todos os segmentos. E o desafio de ser lembrado é constante”.

Em sua primeira experiência no Turismo (ela vem da área de saúde, na empresa Dasa, mas tem passagens por empresas como L’Oreal, Tim e Nextel), Mariana destaca o dinamismo do setor de aviação e o encantamento que o público tem com as empresas aéreas e a indústria em geral. Os consumidores querem se relacionar com as marcas de aviação, diferentemente do setor de saúde, que geralmente aparece na vida das pessoas quando há um problema.

E é o inspiracional, a experiência, o que mais tem atraído os consumidores a se engajarem com a Latam. É um dos pilares do marketing da aérea, segundo a gerente. No Rock in Rio, cinco mil pessoas tiveram a experiência de fazer o check-in e “viajar” com a Latam.

Com os dados do Latam Pass, a empresa tam -

bém consegue personalizar essa experiência e oferecer eventos e ativações diferenciadas. Ela destaca o uso de e-mail marketing, WhatsApp e do app do Latam Pass para falar de forma personalizada com esses clientes.

CONSUMIDORES ENGAJADOS

Nas redes sociais, além de contar com o CEO da Latam, Jerome Cadier, como um dos principais chamarizes (via Linkedin), a Latam usa o Instagram e o Tik Tok para desenvolver essa proximidade com o cliente. “Tivemos mudanças no Latam Pass e vimos muito engajamento nas redes sociais, as pessoas querendo ajudar”, revela. A Latam produz conteúdos exclusivos para cada rede social e também trabalha com creators adequados para cada campanha e plataforma. No trade, os eventos continuam sendo pilares, desde feiras, como o Festuris e a Abav Expo, até encontros de relacionamento com agências e empresas.

Segundo Mariana, o objetivo do marketing da Latam é tornar a empresa mais próxima dos brasileiros, mostrar que ela conecta o Brasil ao mundo (daí a assinatura Sem Fronteiras) e provocar o viajante a ir além e ultrapassar barreiras.

EM RESUMO:

Seja indo “big” ou personalizando, aposte na experiência e no engajamento, na proximidade com o cliente e use as redes sociais como canal de comunicação, investindo em conteúdos diferentes para cada plataforma. n

A Latam convidou os participantes do Rock in Rio para uma experiência de viagem em seu estande no festival de música
Fotos: Divulgação/Latam

MARKETING DE DESTINOS 3

COMO O BRASIL TRABALHA SUA IMAGEM NO EXTERIOR?

Bruno Reis, diretor de Marketing da Embratur, Luciana Fernandes, diretora da B2Live e ex-diretora de Marketing do Ministério do Turismo, Fabiana Misse, diretora de Marketing na Secretaria de Turismo do Rio de Janeiro, e Toni Sando, presidente do Visite São Paulo e ex-diretor de Marketing da Accor, sabem bem dos desafios dos destinos na promoção e no marketing. O maior deles: budget. Um tão grande quanto: a continuidade política para os projetos e estratégias. Um terceiro não menos problemático: a burocracia das licitações e falta de agilidade para aprovar inovações e projetos mais ousados e transversais, por exemplo em parceria com outros destinos e marcas.

Até chegar à Embratur atual, bastante elogiada pelo seu corpo técnico e onde já trabalhou coordenando os extintos EBTs (em 2013) e na área de Mice (com Jeanine Pires, na gestão de Eduardo Sanovicz), Reis passou por duas posições importantes: no RioGaleão, aprendendo sobre esses novos players no Turismo brasileiro (os administradores aeroportuários), e no Turismo do Rio Grande do Norte, onde aplicou um piloto da estratégia digital e tecnológica que levou para a promoção do Brasil. Sem contar o período que passou na Austrália (um ano e meio), até hoje o modelo concorrencial que tem em mente quando analisa as ações do Brasil.

“Brasil e Austrália são destinos de voos de longa distância, são mais caros, considerados exóticos, até a diversidade de cenários naturais é similar”, explica.

E de 2002 para cá, desde que foi estagiário na Embratur, melhoramos na promoção do País?

“Melhoramos muito. Hoje já acessamos painéis de inteligência, usamos muito BI, vemos empresas como Similarweb e Fowardkeys fornecendo dados e soluções para os destinos. Hoje voltamos a seguir a linha que o Plano Aquarela tinha, baseada em nichos e segmentação e a tecnologia facilita muito nessa estratégia.”

Bruno Reis, diretor de Marketing da Embratur, quer que a agência seja uma bússola para destinos e empresas planejarem suas ações de Promoção e Marketing no Exterior

O que falta, segundo o diretor de Marketing da Embratur, é alinhar com todo o trade (iniciativa privada e poder público municipal e estadual) como se promover internacionalmente, combinar as mentalidades dos gestores públicos e privados.

E para isso, além de todas as ferramentas e ações criadas pela nova gestão da Embratur, a agência irá promover, em maio, no Rio de Janeiro, o Visit Summit Brasil, para reunir o trade e coordenar esse alinhamento. Mostrar a estratégia da Embratur e debater como todos podem, mesmo com personalizações e ações individuais, contar a mesma história, estar na mesma página de promoção e marketing.

“Vamos mostrar, por exemplo, e já temos isso disponível, que países consomem cada segmento. A partir dos nossos dados, da nossa inteligência de mercado e das ferramentas que oferecemos, os destinos conseguem entender e se planejar de forma alinhada com o que estamos fazendo, com o que o mundo está fazendo”, explica Bruno Reis. Ele dá um exemplo prático de promover o Pantanal no mercado americano como um destino para safáris.

“Para isso, é preciso alinhar a estratégia com o Mato Grosso do Sul e do Mato Grosso. Para a operadora lá de fora, não importa em que Estado está o Pantanal que seu cliente vai visitar. O mesmo vale para posicionar o Nordeste. Será que conseguimos ter uma marca única para a região? E na hora de promover no Exterior dizermos quantos quartos all inclusive estão disponíveis, quantas praias com essa ou aquela especificação... O Nordeste sabendo com quem concorre vai poder se posicionar melhor.”

Conceitos e teorias que levam à prática e para a maioria dos destinos essa prática tem de ser ampliada, tem de incluir outros parceiros e não apenas a ida às principais feiras do calendário internacional. Para fomentar essa nova mentalidade, a Embratur passará a avaliar os destinos de acordo com o marketing e a promoção lá fora. Quanto mais ações casadas, melhor. Isso inclui, além do estande na feira, fazer press trips, trabalhar com influenciadores, fazer campanhas cooperadas com OTAs e operadoras, realizar ativações nos mercados...

Ferramentas e campanhas do Brasil

DIVERSIDADE BRASILEIRA

E qual a imagem do Brasil que Bruno Reis tem em mente para promover no Exterior? O Rio de Janeiro continua sendo o carro-chefe?

A boa notícia é: desde 2003, com a nova gestão da Embratur e o Plano Aquarela, o Brasil se livrou, segundo ele, da imagem sexualizada de alguns destinos. “Hoje há todo um cuidado para focarmos no lado cultural quando mostramos pessoas, como no carnaval. Mas sim, o Rio de Janeiro é o principal cartão postal, só que agora não apenas ele. Há diversidade (inclusive de portões de entrada, graças à captação de novos voos), há mais conhecimento de outros destinos dentro do Brasil.

Mas não é todo mercado que está pronto para consumir toda a diversidade do Brasil. Ainda falta promoção desses nichos e novos destinos, falta qualificação, falta criar na mente dos turistas desses países que o Brasil não é só Rio ou Amazônia.

A França, segundo Reis, é um mercado bem maduro nesse sentido. O francês vê e quer explorar essa diversidade de cenários e toda a autenticidade que eles oferecem.

EM RESUMO:

Nicho e segmentação, diversidade de produtos nas prateleiras internacionais, e muito uso dos dados de inteligência de mercado que as ferramentas da Embratur oferecem são os objetivos da agência, que quer ser o orientador e coordenar a promoção de uma forma alinhada, com destinos e empresas, para evitar esforços repetidos ou até contraditórios.

Perguntas rápidas sobre Promoção e Marketing do Brasil para Bruno Reis:

PANROTAS – Perdemos duas grandes oportunidades com a Copa do Mundo e a Olimpíada do Rio?

BRUNO REIS – De jeito nenhum. Além do legado para o País, como as arenas multiuso da Copa, as experiências vividas aqui pelos turistas ficaram na memória deles. Todos ainda lembram do que viveram no Brasil, especialmente no Rio, que foi icônico. Tanto que nossa campanha este ano em Paris, na Casa Brasil, trouxe o esporte ligado a diversos destinos brasileiros, como o kite surfe no Ceará, o futevôlei no Rio.

PANROTAS – Os EBTs fazem falta? Podem voltar?

REIS – Estamos estudando a implantação de um projeto piloto, com a Apex e o Sebrae. É um modelo que a Apex já tem e que elege um país para cuidar da região. Faz falta a relação com o trade sim. Hoje trabalhamos com os departamentos de Turismo das embaixadas do Brasil e com empresas de relações públicas em oito mercados (Alemanha, Reino Unido, Espanha, França, Portugal, Estados Unidos, Chile e Colômbia).

PANROTAS – Que orientação a Embratur tem em relação a influencers e creators?

REIS – Trabalhar com creators é muito importante, especialmente quando falamos de nicho e segmentação. O kite leader, por exemplo, que organiza as viagens e eventos de kite surfe, não está na cadeia do Turismo e a gente consegue atingi-lo por meio dos produtores de conteúdo. Bali tem um trabalho muito bom de posicionamento em nomadismo digital e estamos desenvolvendo um piloto, com o Rio de Janeiro, para trazer isso ao Brasil.

PANROTAS – Como problemas de infraestrutura e malha aérea podem limitar esses planos ambiciosos de promoção no Exterior?

REIS – Você tem razão. Meu período no RioGaleão me trouxe a visão do gargalo da conectividade, de como devemos falar com os governos, da escala que precisamos ter para atrair voos. Para 2025 nossa meta é regionalizar os assentos e trazer mais voos. Perdemos o Brasil Air Pass, que era muito importante para o turista estrangeiro, e pelo tamanho do País precisamos resgatar um modelo parecido. Precisamos dele para que o turista consiga visitar com facilidade para Jericoacoara, Fernando de Noronha e Bonito, ver o mix de produtos do Brasil a partir do Rio de Janeiro, que é a imagem que mais o atrai.

PANROTAS – Alguns defendem que o foco da Embratur deveria ser os países vizinhos? Você concorda com essa visão?

REIS – Não gosto de generalizar. Temos que trabalhar com inteligência, saber que produtos são adequados para que mercados, ver no curto prazo quem mais nos interessa... Temas que eu debatia muito com a Mari Aldrigui na Embratur. Deu saudade dessas discussões boas com ela.

PANROTAS – O que mais te surpreendeu nesse novo momento do Brasil e do Turismo?

REIS – A proximidade com os concessionários de aeroportos. Passamos a ter uma outra visão, a ir em eventos que não frequentávamos, como o Routes, a trabalhar bem perto com eles e ver seu engajamento. Essas concessões e os Sebraes são dois players importantes na promoção do País que não tínhamos há 20 anos... Olha, outra boa surpresa, que tem me ensinado muito, é termos a Tânia Neres na Embratur, trazendo todo o potencial do afroturismo. É um produto importantíssimo e a Embratur começou a dar luz a ele, com a coordenação da Tânia.

PANROTAS – Quando falamos em promoção no Exterior, a imagem que nos vem à mente é o outdoor na Times Square... Isso ainda é fundamental?

REIS – Sim, mas com o produto certo e com o call to action adequado. E também saber que só esse anúncio na Times Square não vai funcionar. É preciso um mix de ferramentas –redes sociais, métricas que vêm do BI, eventos com o trade, relação com a imprensa, atuação segmentada... É o que vemos os destinos internacionais fazerem no Brasil. Quando a Dani Roman, da Interamerican, traz Nova York, não são apenas os anúncios na avenida Paulista. Tem todo esse mix. n

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E O RIO DE JANEIRO? GRANDES EVENTOS BASTAM?

O Rio de Janeiro se vende sozinho, dirão alguns leigos. Mas só quem é do trade sabe os esforços para lotar hotéis, inovar e empurrar a barra cada vez mais para o alto quando falamos dos grandes eventos na cidade. Mas sabemos que Turismo vai além dos grandes eventos, e o principal cartão postal do Brasil no Exterior sabe que tem muitos nichos e segmentos a explorar. Fabiana Misse, diretora de Marketing na Secretaria de Turismo da cidade, conta que o destino quer mostrar um Rio mais voltado às experiências e à diversidade, dentro dos cenários já conhecidos mundialmente, ou no entorno deles. Ela cita o cubo Rio Imersivo, que leva uma experiência 360 graus aos eventos, como feiras no Exterior.

“Dentro do Cubo projeções com alta tecnologia fazem a pessoa se sentir na Cidade Maravilhosa, nos pontos turísticos, no Carnaval e Réveillon. Essas ações fazem com que a cidade fique ainda mais aspiracional. Tivemos uma enorme repercussão internacional levando essa experiência imersiva para França, Estados Unidos, Argentina, Portugal, entre outros mercados”, conta ela.

O Carnaval também é destaque em uma ação que acaba de ser aprovada. A Prefeitura do Rio, por meio da Secretaria de Turismo, produziu o livro de arte bilíngue (em português e inglês)

“Rio Carnaval”, com grandes fotógrafos como o artista plástico Vik Muniz, Fábio Ghivelder, João Farkas, Igor Souto e Leonardo Ramadinha. A belíssima exposição de mesmo nome “Rio Carnaval”, idealizada pela secretária Daniela Maia e com curadoria de Gringo Cardia e Luiz Antônio Simas, vai rodar o mundo promovendo internacionalmente a nossa cidade.

Fabiana Misse, diretora de Marketing na Secretaria de Turismo da cidade do Rio de Janeiro

MADONNA FEZ O NOME

E não dá para falar do Rio em 2024 sem citar o show de Madonna, o Rock in Rio e o Réveillon 2025, que promete shows de Anitta, Ivete Sangalo, Caetano Veloso e Maria Bethânia.

“A secretária municipal de Turismo do Rio, Daniela Maia, não mediu esforços para trazer o show da Madonna na Praia de Copacabana. O show teve mais de US$ 250 milhões de mídia espontânea colocando o Rio no topo do mundo.”

Um dos nichos que mais crescem na cidade é o gastronômico e a volta do Guia Michelin ao Rio foi também um destaque de 2024. Na hora de promover o Rio, Fabiana conta que o destino usa todas as ferramentas digitais e de live marketing disponíveis. Tudo para passar a imagem de que o Rio é um destino completo: “temos a natureza exuberante, praias espetaculares, a bossa nova, o samba e postos turísticos e culturais únicos, como os icônicos e conhecidos mundialmente Cristo Redentor, que é uma das 7 maravilhas do

Divulgação

mundo moderno, e o Parque Bondinho do Pão de Açúcar. Mas também muito além deles”, diz Fabiana Misse. “Somos uma cidade plural, com enorme diversidade natural, cultural e histórica. Entre os nichos prioritários estão Turismo de experiência, Turismo gastronômico, Turismo de natureza, Turismo cultural e histórico, Turismo sustentável, Turismo de negócios e Turismo de Esportes. Temos um legado olímpico com infraestrutura e expertise para atrair grandes eventos.”

Pedimos que ela destacasse algumas experiências que o turista pode fazer na cidade: n desfilar em uma escola de samba no Carnaval carioca;

n assistir ao show Aquele Abraço, na mais nova experiência cultural e gastronômica no Rio, no novo Roxy, em Copacabana;

n passeios guiados muito ricos no Jardim Botânico ou Parque Lage;

n trilhas em cenários deslumbrantes, do litoral à floresta;

n aulas de esportes outdoor;

n assistir a um clássico jogo de futebol no Maracanã ou fazer o “Tour Maracanã” passando pelo museu com troféus e terminando no gramado do estádio;

n imersão no Museu do Amanhã é imperdível; n diferentes trilhas de bicicleta pela Cidade Maravilhosa.

n assistir ao nascer do sol lá de cima do Pão de Açúcar, com café da manhã; n no Corcovado o turista pode agendar café da manhã, casamentos e batizados, em uma mistura de Turismo religioso, de natureza e cultural.

AUTENTICIDADE

Mas como como vencer os estereótipos, positivos e negativos, que muitos turistas têm da cidade?

“Fazendo uma promoção autêntica e transparente é um ótimo caminho para vencer os estereótipos. Mostrando não somente o tradicional, mas divulgando como o Rio é uma cidade diversa com muitas atrações culturais, gastronômicas, como restaurantes estrelados e botequins, Turismo de experiência com a nossa natureza espetacular.”

Os canais digitais da SMTUR-RIO e o site e mídias digitais do Visit.rio e Riotur são os recomendados para os viajantes buscarem informações seguras sobre a cidade.

EM RESUMO:

Nada de deitar em berço esplêndido. O Rio tem mostrar ser uma cidade que vai além do óbvio e dos grandes cartões postais, ao apostar em experiências, nichos, autenticidade e em ser um destino digital e conectado. n

Gringo Cardia , Vik Muniz , Dani Maia e Luiz Antônio Simas, na exposição "Rio Carnaval"
Divulgação

Luciana Fernandes já atuou como diretora de Marketing do MTur, e hoje dirige sua empresa, ao lado do marido, Vitor Bauab, a B2Live

IR ALÉM DA LISTA DE ATRATIVOS

Luciana Fernandes já atuou como diretora de Marketing do MTur, já comandou o Turismo de Pernambuco, no CVB local, e agora dirige sua empresa, ao lado do marido, Vitor Bauab, a B2Live. A maior mudança no marketing de destinos nos últimos anos para ela está alinhada com o que disseram outros entrevistados: o viajante está mais focado na busca de experiências e autenticidade. Assim, o marketing dos destinos precisa estar alinhado com essa demanda e entregar o que o turista busca, ir além de uma lista de atrativos e equipamentos. A tecnologia permite uma nova comunicação e promoção dos destinos e ela quer ver cada vez mais as ferramentas sendo usadas pelos secretários e diretores de Marketing e órgãos públicos.

“Com as redes sociais, podemos mostrar essas experiências em pílulas curtas, em vídeos rápidos, em depoimentos em que os turistas podem compartilhar suas experiências”, exemplifica ela, que concorda com Bruno Reis, da Embratur, ao afirmar que infelizmente não há um alinhamento da promoção e do conteúdo compartilhado pelos destinos. “Quem procura o Brasil sofre com essa informação fragmentada. Sei que a Embratur está iniciando um trabalho, mas precisamos padronizar os discursos”, opina Luciana Fernandes.

RECEPTIVOS

AINDA NOS ANOS 2000?

Ela aproveita para puxar a orelha dos receptivos pelo Brasil. A maioria, segundo ela, ainda está nos anos 2000 e isso não pode ocorrer, pois o receptivo representa o Turismo na ponta, onde as experiências precisam acontecer.

“Recife vive dos city-tours e de passeios a Porto de Galinhas e Carneiros. Mas eu como local sei que há muito mais a oferecer. O Turismo de massa também pode incluir experiências diferenciadas. Por que não temos a experiência do Carnaval de Olinda uma vez por semana?”, provoca.

A diversidade de produtos, segundo ela, precisa ser descoberta e valorizada pelos destinos, como o Mato Grosso do Sul descobriu, como o Rio e São Paulo já fazem. “Todos no mesmo ônibus não dá mais. É preciso personalizar”, vaticina. O novo marketing, segundo ela, não está apoiado nos produtos engessados e no ícone principal do destino. “Precisamos contar as histórias que temos, mostrar as experiências para os turistas serem atraídos.”

Mas não houve evolução na última década?

“Sim, claro que houve. Vemos ótimas campanhas do Rio Grande do Norte, Ceará, Alagoas... Vemos o investimento no figital, no live marketing. Cito como exemplos duas campanhas que fizemos e que foram bem completas nas ativações e ferramentas que usamos com eles.

O Verão Pernambuco e o São João da Azul trouxeram esse marketing mais completo e abrangente”, exemplifica.

E a promoção do Brasil? Segundo ela, precisa da cadeia do Turismo mais unida, o público junto com o privado, mesmo que a decisão seja ter um estande separado do cooperado da Embratur em determinada feira.

EM RESUMO:

Os destinos precisam acelerar e pensar no novo turista e usar as novas ferramentas de marketing, de preferência com mais união entre eles e com a participação da iniciativa privada. n

Ativações para Pernambuco e a Azul Viagens levaram as experiências aos potenciais viajantes
Caderno produzido para o mercado argentino, em parceria com a Ladevi
Fotos:
Divulgação

SÃO PAULO APOSTA EM AÇÕES INTEGRADAS

Ex-diretor de Marketing da Accor e hoje presidente do Visite São Paulo, Toni Sando viveu toda a transição do modo off-line para o on-line e acredita que o Turismo evoluiu com essas mudanças.

Impressão de folheteria para ficar o lobby dos hotéis, implantação do e-mail nos quartos do hotel, divisão dos hotéis por classe social...Foram muitos testes e desafios da hotelaria e do Turismo para chegarmos hoje na era da inteligência artificial e da personalização das experiências. Algo que, obviamente, ainda está longe de ter chegado ao auge.

“Especialmente a hotelaria ainda vai evoluir muito em tecnologia para eventos, em comunicação com o hóspede, em uso das redes sociais. Não basta colocar um post e não ter uma estratégia por trás. Ainda vemos hotéis no interior do País com a ficha do hóspede em papel”, opina.

No marketing de destinos, Sando, que comanda a promoção do Visite São Paulo, vê avanços, como a união e parceria com a Abear, a Setur-SP e a Embratur, mas quer ver mais ações integradas, mais ações além da feira, como encontros nas agências, roadshows, trabalho com decisores e influencers, de modo a intensificar e fortalecer as relações dos destinos com os principais players.

O trabalho nas prateleiras também é importante, para que a diversidade de produtos do Brasil esteja sendo oferecida pelos operadores lá fora.

“Não vemos isso. Não vemos o Brasil. Somos grandes por dentro, mas pequenos lá fora.”

E o trabalho em São Paulo? Para onde caminha?

Segundo Toni Sando, os últimos seis anos representaram uma grande virada no destino, que

Toni Sando, presidente do Visite São Paulo Convention Bureau

está nas prateleiras dos operadores. Ele cita as parcerias com a Abear, Unesco, a rede El Corte Ingles, a criação do site dedicado ao Mice e a Lina, a IA do destino. “Na década de 1990, tínhamos um estagiário para catalogar as atrações no entorno do hotel, hoje a IA nos ajuda com o mapeamento do que podemos oferecer aos turistas”, diz.

Para 2025, Toni pretende aumentar a integração com os players de São Paulo, trazendo também a Secretaria Municipal da capital. A campanha do Stopover também vai se intensificar, com produtos a partir dos aeroportos paulistas, como Guarulhos, Congonhas e Viracopos.

EM RESUMO:

Os destinos e a hotelaria precisam acelerar no uso estratégico das ferramentas digitais e redes sociais. E a integração dos poderes públicos com a iniciativa privada pode exponenciar as ações de promoção e marketing de um destino. Promover-se de forma isolada não está com nada. n

AS OPERADORAS B2B 4

TECNOLOGIA PARA SABER O QUE FUNCIONA

Alexandre Cordeiro, da ViagensPromo, e Priscila Fabri, da Diversa Turismo (Grupo Arbo) têm grande experiência no marketing B2B e veem que as empresas já estão bem antenadas com as ferramentas e novas métricas que definem ou levam às estratégias de marketing dos novos tempos do setor. O uso da inteligência de dados para validar ações e investimentos ainda convive com o mundo dos estandes e brindes, mas mesmo a participação em feiras do trade muda quando vemos a estratégia toda, quando sabemos o que queremos reforçar no evento.

Alexandre Cordeiro está no Turismo desde 2003 e pegou a época em que o relacional era soberano e os orçamentos de marketing iam para itens como folheteria (as famosas lâminas e catálogos) e eventos. Os eventos e o relacional continuam, obviamente, mas as novas ferramentas digitais vieram primeiramente desafiar e depois ajudar as empresas a segmentar e personalizar.

Para ele as empresas evoluíram melhor que o destino Brasil, ainda lutando para se promover melhor, sem ver a fatia do bolo crescer.

Saber identificar o que funciona em cada momento é o segredo do sucesso dos times de Marketing no Turismo, de acordo com Cordeiro.

“No off-line, no presencial, os eventos como continuidade das campanhas funcionam muito bem, e também quando enveredam para a capacitação e o live marketing”, analisa.

Segundo ele, a ViagensPromo vê o digital como apoiador das empresas e seus parceiros. Complementa o presencial que, garante, a VP não irá abandonar. Na recente Abav Expo, a ViagensPromo surpreendeu ao contratar um grande nome midiático para gerar leads para as agências de viagens, em uma campanha específica para Minas Gerais. Cauã Reymond causou

Alexandre Cordeiro comanda o Marketing da ViagensPromo e também a comunidade Travel Tech Hub

alvoroço no estande da operadora e mostrou que o Go big pode sim fazer parte da estratégia de empresas menores.

“O Kido (Renato, CEO da empresa) sempre nos instiga a fazer diferente. Para apoiar o B2B nessa campanha e vencer a concorrência do B2C, contratamos o Cauã por sua relevância como ator e influenciador, que tem também uma pegada de viagens que casava com nossa proposta”, explica.

HUB DE TURISMO

Empresa jovem e com um leque grande de produtos na prateleira, a ViagensPromo quer, de acordo com seu diretor de Marketing, ser reconhecida como o melhor, mais confiável e mais completo hub B2B do Turismo. Fazem parte disso ideias, produtos, pessoas, marcas diferentes dentro do hub.

Para apoiar as campanhas, a VP aposta em e-mail marketing e ainda em folheteria, mas também nas redes sociais, no cobranded e na inovação de marcas como VPExperience. Ainda para apoiar os parceiros agentes de viagens, há todo um aparato de marketing e a VPAcademy, que foca na qualificação dos profissionais.

E o inspiracional? Tem espaço no meio da necessidade de ter preços e produtos competitivos? “Tem espaço sim. As operadoras ainda são empresas tradicionais, mas estão mudando, estão caminhando para inspirar, para focarem nas experiência e levar o cliente para o site ou outros canais, onde terão as informações práticas”, analisa Cordeiro.

O preço, claro, chama muito, pois o cliente está on-line comparando sites e ofertas. O lazer tem muita promoção na internet, mas a inspiração tem de ter lugar e isso é um desafio para os players. E também para os destinos, que, para Alexandre Cordeiro, deveriam estar mais focados e atentos na evolução do marketing, nas ferramentas de análise de dados, em serem destinos inteligentes.

“O Brasil e os destinos precisam beber nas fontes da inteligência de dados, IA, redes sociais... Não é só isso que trará mais turistas, mas com certeza vai agregar uma nova camada na promoção e no marketing.”

A junção da mídia certa com o produto adequado, segundo ele, também faz parte da matemática do marketing atualmente. Ele cita o exemplo de uma campanha do VPpay no Portal PANROTAS, que gerou o maior número de leads para a VP. São esses casamentos perfeitos que os marqueteiros atuais buscam constantemente. Sabendo que a equação muda a cada instante. Os dados e as ferramentas mostram isso.

EM RESUMO:

Destinos precisam abraçar as novas tecnologias e ferramentas de marketing, que, nas empresas servem para apoiar o relacional e o presencial, e para criar campanhas que envolvem parceiros de todos os tipos – de Cauã Reymond à mídia especializada. n

Cauã Reymond foi contratado pela ViagensPromo para campanha que incluiu visita à AbavExpo, em Brasília

VICIADA E APAIXONADA POR TURISMO... E MÉTRICAS

Priscila Fabri começou no Turismo criando o departamento de Marketing da operadora MMTGapnet, em 2004. Em 2010 assumiu também o Marketing da consolidadora Gapnet e em 2017 houve a fatídica fusão com a Flytour... e o resto é história. Em 2019, voltou a trabalhar com Arnaldo Franken, presidente do Grupo Arbo, primeiro na Diversa Turismo e depois com as 15 marcas da empresa. “Em 2004 era outro mundo. Muito material impresso, muitos workshops. Mas já cadastrávamos pacote no site, por exemplo. Hoje só imprimimos se o comercial pede para levar para as feiras e mudamos o formato de nossos eventos de workshops, onde acho que há muito desperdício de tempo, para o modelo Descubra, que inclui a co-criação de produtos com os agentes de viagens. Esse collab de criação com as agências deu super certo e é uma das tendências dos eventos”, conta Priscila. Segundo ela, tanto a MMT quanto a Diversa sempre tiveram muita criatividade em suas prateleiras, privilegiando o tailor made, e esse collab com as agências casou bem com a estratégia da operadora. Os pacotes em colaboração têm uma área específica no site e há até duas saídas de grupos, para Austrália e Butão, assinadas pelas agências.

Trazer as agências para a co-criação definitivamente é uma tendência e os números que as ferramentas de marketing trazem provam isso.

“Antes aprovávamos as coisas com uma boa dose de feeling, hoje temos dados. O marketing virou matemarketing e eu adoro isso, tanto que fiz MBA em BI... Os destinos americanos, sempre cheios de dados e pesquisas, me inspiraram a ir atrás dessa especialização.”

Priscila Fabri, gerente de Marketing do Grupo Arbo, que tem 15 marcas, entre elas a Diversa Turismo

Divulgação

NICHOS

EM DESTAQUE

Outra aposta é nos nichos. A segmentação é um dos pilares do marketing na operadora e mais uma vez as ferramentas e a tecnologia ajudam. Diversidade, Grupos, DiviCorp (viagens corporativas) e África são alguns desses nichos, além dos pacotes Wow, do segmento premium. E como fica a dicotomia preço x inspiração? “Estamos sempre atentos a preços para sermos competitivos. A maioria vai comparar preços e estamos sempre analisando as tendências. Por outro lado, precisamos também inspirar, destacar experiências. As operadoras têm o papel de criar tendências”, afirma Priscila. Na atuação em redes sociais, no B2B Priscila aposta no Instagram e muitas vezes em ações em parceria com as agências. Os stories da Diversa têm bastante repost dos agentes (70% do conteúdo publicado), o que mostra um grande engajamento das agências nas redes da operadora. A empresa também está testando o Tik Tok, mas ainda não viu resultados. Mensalmente, a Diversa lança de seis a oito campanhas para os agentes em par -

ceria com fornecedores e também tem campanhas independentes, como a que dá prêmios em dinheiro atualmente. A comunicação inclui e-mail, WhatsApp, o site da campanha e as redes sociais, além da mídia especializada, como a PANROTAS. Por fim, ela ressalta que o Marketing na Diversa anda de mãos dadas com Produtos e Vendas. “Não dá para o Marketing andar sozinho.”

EM RESUMO:

Entenda a importância de ter dados confiáveis à mão, aposte na personalização e no collab com seus clientes. Tem muita informação na internet confundindo os passageiros, então as agências precisam se estruturar e escolher as parcerias certas para competir e crescer nesse mundo digital. n

Roteiros feitos em collab com os agentes de viagens
Priscila Fabri em um dos eventos da Diversa

CORRENDO CONTRA O TEMPO NA HOTELARIA 5

Flavia Zulzke, da rede Deville, e Flavia Possani, da agência Vyra, contam como a hotelaria está se comunicando com o novo consumidor – que passa muito tempo de sua jornada dentro dos empreendimentos. No caso de Flavia Zulzke, é sua primeira incursão no setor, pois vem da aviação e do entretenimento. Já Flavia Possani, depois de anos na Aviva e no Royal Palm Plaza, e de uma passagem pela BeFly, abriu sua própria consultoria e trabalha novamente com a hotelaria, além de outros segmentos.

MARKETING E VENDAS JUNTOS

Flavia Zulzke, que teve passagem marcante no Marketing da Avianca Brasil (OceanAir), comanda pela primeira vez um departamento de Vendas (aliado ao Marketing), agora na hotelaria, na rede Deville, do Paraná. Flavia tem passagens pela Sony Music, Swatch e GPTW, ficou quatro anos fora do Turismo, na área de entretenimento e cultura, e, como nossos colegas de reportagem, está mergulhada no marketing voltado para a experiência, para a comunicação digital, as métricas e o diferenciado.

“90% da mídia na Avianca, quando entrei como gerente de Marketing, era off-line. Quando saí, já como CMO, era o contrário, 90% era digital”, lembra ela, que acompanhou na prática, como profissional e consumidora, a revolução das redes sociais e do mundo multitela. Curiosamente, já na Avianca os posts que mais faziam sucesso nas redes eram os que mostravam a experiência a bordo, as poltronas. “Achamos que as pessoas queriam ver promoções, preço, mas os maiores engajamentos vinham desses outros posts, que mostravam como era viajar com a gente.”

Seu maior cliente era, claro, o departamento de Vendas, comandado por Rodrigo Napoli. Os eventos demandados por Vendas levavam 60% de seu orçamento, com um foco grande no B2B, experiência que está lhe servindo para trazer essa cultura para a rede Deville. “Este ano vamos fazer 280 ações com o trade, de feiras a famtours e visitas. Isso não mudou no Turismo, o relacionamento, o evento presencial. Aprendi muito isso com o Rodrigo e o Tarcísio (Gargioni) na Avianca”, conta.

Flavia Zulzke é diretora de Vendas e Marketing da rede Deville

EMBAIXADORA DA CULTURA

Um dos grandes destaques do Marketing da Avianca na época em que estava no comando da área foi o patrocínio de diversos espetáculos e shows. Os setores de cultura e entretenimento ajudaram muito a consolidar a marca da Avianca junto ao público final, como uma grande embaixadora. Na Deville, que é uma rede com forte apelo regional, mas que se prepara para um salto estratégico com a inauguração, em 2025, do Westin São Paulo, Flávia está começando a buscar esse tipo de parcerias, e até estuda como as leis de incentivo se encaixam nos projetos do grupo.

VÍDEOS PARA

GERAR ENGAJAMENTO

Para as redes sociais, ela prepara para novembro um lançamento alinhado com a tendência de consumo de vídeos curtos. Sua websérie no Youtube terá dois pilares: Curiosidades da Hotelaria (de como arrumar uma cama como nos hotéis até como conservar alimentos para o bufê do café da manhã) e Gastronomia, já que comida regional e inovação culinária são destaques nos hotéis da rede.

Desde agosto, Flavia também vem testando a comunicação com o hóspede durante a estada, via WhatsApp ou e-mail. O objetivo é oferecer e comunicar promoções e ações dentro do hotel e também se comunicar antes e depois da hospedagem.

No primeiro teste, em Curitiba, o A&B do hotel aumentou sua receita em 40%. A comunicação com o hóspede hoje precisa ser mais próxima e seguir as tendências e é isso que Flavia quer implementar na rede hoteleira. Enquanto na aviação isso já é default, na hotelaria ainda há chão a percorrer – e o fato de o hóspede permanecer mais tempo com a marca, dormindo com ela, facilita explorar novas conexões.

e

EM RESUMO:

O olho no olho pode migrar para o digital para falar com os hóspedes e oferecer serviços, mas os eventos B2B continuam tendo força, calcados no relacionamento. n

Comunicar-se com o hóspede antes
durante a hospedagem é uma das estratégias da Deville

ENTRETENIMENTO E COLLABS DEVEM

ESTAR EM SUA ESTRATÉGIA

Flavia Possani abriu sua consultoria de Marketing, a Vyra, depois de anos na hotelaria e no Turismo

No Turismo desde 2007, Flavia Possani acompanhou muitos dos lançamentos que impactam o marketing até hoje: a chegada das redes sociais, o aumento de relevância dos sites nas redes hoteleiras, o início do e-commerce, o timeshare... Quando trabalhou na Aviva viu, por exemplo, a migração do foco nos anúncios de TV (ainda como Rio Quente) para as mídias sociais e os influenciadores. E o Turismo, assim como a moda, outro setor em que trabalhou, abraça as redes sociais como poucos setores. “O Turismo é aspiracional, como a moda, e essas indústrias têm alto impacto nas mídias sociais.”

Sempre, claro, com uma boa história para contar. “Isso não muda”, diz ela. O que mudou é que o cliente hoje quer uma história consistente, verdadeira, autêntica, com que se identifique. O conteúdo, então, e ela vem apostando nisso desde a Aviva, precisa entregar entretenimento.

“Coloquem isso na cabeça. Turismo é entretenimento. É preciso ir além do que o hotel tem”, garante.

Instagram e Tik Tok são ótimas plataformas para se contarem boas histórias, e de formas diferentes. O Tik Tok, segundo Flavia, já não é mais apenas dancinha e é usado massivamente pela geração Z para buscar informações.

Já o Instagram do hotel ou do restaurante é puro field experience, é a migração do site focado na experiência do usuário. E essa entrega no Instagram precisa ser consistente e verdadeira, de acordo com ela. Precisa entreter contando sua hisrória.

Vídeos curtos, aposta em criadores de conteúdo (os creators), que começam a se sobrepor aos influenciadores de via-

Divulgação

gens (segundo ela, em declínio), autenticidade, conteúdo menos engessado, curadoria e criatividade são as tendências. E isso com a ajuda de mega influencers ou micro influencers regionais. Desde que tenham ligação verdadeira e conexão com a marca.

“Influencer com cara de propaganda não pega. Se puder, escolha os dois tipos de influencers, o regional e o macro. Mas se tiver de escolher, por questão de budget, por exemplo, vá nos menores, que multiplicam as ações em vários momentos e regiões”, aconselha.

Flávia Possani também concorda que os eventos continuam um elo importante com os clientes, especialmente no B2B. E a busca pela oferta de entretenimento para ciar conexões vale para os eventos também. “Veja como o varejo investe em lojas conceito, onde experiências e ativações envolvem o cliente além do produto. Mesmo com o e-commerce dominando vários setores, essas lojas conceito são fundamentais para as marcas. O B2B deve seguir esse

Campanha para o novo Cataguá Resort
Flavia Possani
Divulgação

caminho. No corporativo, investir em eventos especiais para os clientes deve ser prioridade”, analisa Flavia. Isso inclui ter eventos proprietários, como a hotelaria já faz (e o timeshare idem), e fazer eventos collabs, uma tendência que o Turismo ainda não abraçou, segundo ela. “Não necessariamente um evento da operadora com o hotel, isso é feito. Estamos falando de algo com a pegada do varejo, o Turismo com empresas de outros segmentos, como moda, música, arte... Somar públicos.”

Com clientes como o Novotel Recife, o Transamérica Comandatuba e o Cataguá Resort, que será aberto em breve em Capitólio (MG), além da LTN Brasil e da webull (que prepara o site viajanteglobal.com.br), a Vyra foi idealizada por Possani como uma consultoria estratégica para marcas, que oferece todas as frentes do Marketing, do conceito à execução. “Nossa especialidade é entender a marca, analisar os cenários, definir ações e colocar a mão na massa. O que eu fazia como CMO agora faço junto com as marcas.”

EM RESUMO:

Entretenha, engaje, seja autêntico nas histórias que conta e crie estratégias para as redes sociais. Sem esquecer dos eventos proprietários e collabs. n

Campanha da Vyra paa o novo hotel da Novotel em Recife
A Webull viu nas viagens um potencial de crescimento e encomendou à Vyra o site ViajanteGlobal

XCARET: UM DESTINO TURÍSTICO INIGUALÁVEL PARA SEUS CLIENTES

Há mais de três décadas, o Xcaret nasceu como o parque de ecoturismo mais amado do México. Hoje, tornou-se um dos destinos turísticos mais visitados no mundo, oferecendo uma ampla gama de entretenimento, incluindo parques, excursões, hospedagem e experiências de férias inigualáveis na região de Cancun e Riviera Maya.

Nossos hotéis de luxo foram projetados para atender às necessidades de todos os tipos de viajantes:

• Hotel Xcaret México: um hotel para famílias que reúne o melhor do México.

• Hotel Xcaret Arte: ideal para casais e amigos, com foco na arte.

• La Casa de la Playa: um hotel boutique ultra-luxuoso.

Todos os nossos hotéis oferecem o inovador conceito All-Fun Inclusive®, que inclui acesso ilimitado aos nossos parques e passeios, integrando aventura, cultura, natureza e relaxamento em cada visita. O transporte de ida e volta entre o aeroporto de Cancun e o hotel, bem como entre a hospedagem e os parques, também está incluso. Além disso, nossa companhia de navegação complementa essa oferta com serviços de ferry e experiências em catamarãs e iates.

No La Casa de la Playa, luxo e conforto se unem em 63 suítes que, por meio do conceito Exclusively Your Way, oferecem uma experiência personalizada, adaptando-se aos gostos e necessidades de cada hóspede. Isso inclui experiências exclusivas nos parques Xcaret e transporte em carros de luxo.

Nossa oferta gastronômica, gerida por um coletivo de chefs renomados mundialmente, alguns deles com estrelas Michelin, garante uma experiência culinária de primeira classe. Descubra como nossas experiências únicas podem enriquecer sua oferta turística, proporcionando memórias inesque-

cíveis aos seus clientes, sempre com um serviço integral e sustentável. Estamos prontos para colaborar com você e garantir que seus clientes vivam experiências excepcionais!

Para mais informações, acesse: Xcaret.com n

Sky Bar de Casa de la Playa

OS NÚMEROS DO TURISMO NA AMÉRICA LATINA

A nova edição do estudo da Phocuswright Latin America Travel Market Report – 2023-2027 , aponta que, apesar da volatilidade política da América Latina, há boas razões para apostar no setor de Viagens e Turismo na região, já que o PIB cresceu 2,2% em 2023, liderado pelos 3,2% do México. O desemprego caiu para 6,5%, menor valor em dez anos, e a hotelaria tem centenas de novos hotéis sendo construídos ou já anunciados no Brasil, México e Colômbia.

Viagens e Turismo tiveram vendas de US$ 70 bilhões na América Latina, crescimento pelo terceiro ano seguido,

com previsão de chegar a quase US$ 100 bilhões em 2027.

Além disso as companhias aéreas latino-americanas estão registrando números recordes de passageiros transportados e expandindo frota (na medida do possível) e rotas para acomodar a demanda. Crescimentos de dois dígitos estão previstos de 2025 a 2027 no setor de Viagens, quando o total de vendas deve atingir US$ 96 bilhões.

Sobre o Brasil especificamente, o estudo fala da estabilidade econômica, diminuição da pobreza e do tamanho do setor aéreo.

HIGHLIGHTS DO ESTUDO

4 O mercado de Viagens e Turismo na América Latina cresceu pelo terceiro ano consecutivo, com as vendas aumentando 29% sobre 2022, e alcançando US$ 70,1 bilhões no ano passado.

4 O México é o maior mercado da América Latina, respondendo por 45% das vendas de viagens. O Brasil tem 31% de share na região e vem em segundo lugar. Juntos, os dois países respondem por mais de 75% do mercado latino-americano.

4 As vendas por meio dos canais off-line representaram mais da metade do total, mas a previsão da Phocuswright é de que este share caia para 46% em 2027. Mesmo assim continuará sendo o maior canal individual, contra 27% das OTAs e 27% da venda direta.

4 As vendas on-line cresceram 32% e chegaram a US$ 33,2 bilhões em 2023 – uma performance melhor que a média do mercado. As OTAs responderam por US$ 17,5 bilhões do total de vendas.

4 O Brasil respondeu por 32% das vendas de viagens on-line – com 31% das transações.

4 As vendas de OTAs continuam à frente da venda on-line direta de fornecedores, mas também em 2027 isso deve mudar, com essa participação passando dos 50% das vendas on-line – ou US$ 25,9 bilhões.

4 Em 2027, a venda direta de fornecedores nos dispositivos móveis (venda mobile) deve chegar a US$ 7,5 bilhões, contra US$ 2,7 bilhões em 2023.

4 As maiores vendas por segmento vêm da hotelaria e não do aéreo, como muitos pensam. A hotelaria responde por 47% das vendas na América Latina, chegando a US$ 32,7 bilhões.

4 As companhias aéreas vêm em segundo lugar, com 34% do total, ou US$ 28,1 bilhões. No Brasil, o setor aéreo é maior que o hoteleiro, com 21 milhões de passageiros internacionais em 2023 e 51% das vendas. As grandes distâncias que precisam ser cobertas no País justificam a liderança.

4 O aluguel de carros respondeu por vendas de US$ 4,1 bilhões e as operadoras ficaram com US$ 5,3 bilhões, mas essas só devem atingir os níveis pré-pandemia em 2027.

4 O Brasil teve o maior crescimento entre todos os mercados latino-americanos: aumento de 37% e total de US$ 21,8 bilhões em vendas de viagens em 2023.

4 Para 2024, o Brasil deve crescer 7% e chegar a US$ 23,4 bilhões.

4 A receita on-line representa 49% de todas as vendas no Brasil.

DESEMPENHO DOS PRINCIPAIS MERCADOS DE TURISMO NA AMÉRICA LATINA

OFF-LINE AINDA

DOMINA A REGIÃO

A penetração da internet na região continua crescendo muito rapidamente, atingindo 78%.

O Chile lidera com 90%, seguido da Argentina com 87%. Em 2027 as vendas on-line devem chegar a US$ 51,5 bilhões.

Até lá, o domínio é dos canais tradicionais offline, que representaram 53% das vendas em 2023, amparados por forte posicionamento entre hotéis, locadoras e operadoras. Em 2027 a previsão é de que o share dos canais offline caia para 46%, as OTAs chegariam a 27%,

mesmo índice previsto para a venda direta dos fornecedores. De qualquer forma a venda indireta (canais tradicionais mais OTAs) continuará dominando o panorama, com 73% do total de vendas de viagens.

VENDA DIRETA

Como já dito em estudos anteriores, os maiores crescimentos têm vindo da venda direta de fornecedores. Em 2023, esse incremento foi de 33%, alcançando US$ 15,7 bilhões. Um aumento de 51% comparado com dados de 2019, antes da pandemia.

Trata-se de algo sem volta mas que traz insights para os agentes de viagens e demais canais:

• A diferenciação em relação à venda direta é cada vez mais importante, seja mostrando assistência e expertise, quanto ter todos os produtos em um só lugar;

• O bolo todo deve crescer e se em share o off-line cairá, em volume haverá crescimento;

• O off-line somado às OTAs continuarão sendo a maior fatia absoluta das vendas de viagens, com cerca de 75% do mercado. Portanto, com muito poder de negociação com os fornecedores;

• Em share absoluto o offline (ou canais tradicionais) continuará líder isolado, com 46%;

• As vendas diretas dos fornecedores no mobile terão crescimentos substanciais (chegando a 29% do total de suas vendas on-line). Seus concorrentes devem,

portanto, estar atentos na sua estratégia para esse dispositivo;

• Especialmente a aviação terá destaque na venda direta via mobile, com 66% de share na venda direta via dispositivos móveis na região;

• E ainda: muitas OTAs são associadas a meios off-line e os grupos de Turismo tendem a consolidar ainda mais. Portanto, não se trata de uma conta exata, ainda mais que, mesmo os canais off-line, realizam boa parte de suas transações de forma on-line.

Dito isso, doa a quem doer, os fornecedores aprenderam a usar as ferramentas e canais certos para vender diretamente aos clientes finais. Na pandemia, vimos como foi problemática a relação com quem queria reembolsos e remarcações, em uma crise de atendimento sem precedentes. Então, não que seja um céu de brigadeiro para todos os fornecedores, que querem crescer a venda direta, mas sabem que há um limite. Até que novas tecnologias mudem tudo de novo.

DESTAQUES DO SETOR AÉREO:

• As vendas das companhias aéreas excederam, em 2023, os valores pré-pandemia, chegando a US$ 28,1 bilhões. Elas transportaram 452 milhões de turistas. A maior companhia aérea da região é a Latam Airlines, com forte operação em três dos grandes mercados da América Latina: Chile, Brasil e Colômbia.

• Três companhias aéreas entraram na cena mexicana em 2023: Aerus, Señor Air e uma relançada Mexicana.

• O setor aéreo na região deve encolher 3%, apesar dos bons resultados da maioria das empresas. Além da crise de desvalorização das moedas do México e Argentina, algumas empresas sucumbiram à crise econômica e estão em recuperação, como a brasileira Gol.

O estudo completo da Phocuswright traz em detalhes como é a distribuição em cada segmento (Aviação, Hotelaria, Locadoras e Operadoras) e uma análise de cada um deles nos países, incluindo o Brasil.

Saiba mais em www.phocuswright.com. A empresa é representada no Brasil pela Mapie, que pode ser contatada pelo e-mail da sócia Carolina Sass de Haro: carolina@mapie.com.br n

50 ANOS DE PANROTAS E 52 ANOS DE CVC –HISTÓRIAS QUE CAMINHAM LADO A LADO

Juntos, pilares do Turismo brasileiro, sempre com o objetivo de desbravar destinos e proporcionar momentos inesquecíveis aos passageiros. Ao longo de cinco décadas, enfrentamos desafios e mudanças que nos impulsionaram a evoluir.

Na CVC, nossa missão é estar onde o passageiro está, oferecendo soluções inovadoras e produtos exclusivos. Expandimos com novos modelos de franquias, como quiosques e lojas modulares, e focamos em um ambicioso plano de crescimento no interior do Brasil.

A omnicanalidade tornou-se um conceito central em nossa abordagem, permitindo que estejamos presentes em todos os ambientes, tanto físicos quanto digitais. O que chamamos de "fígital" é essencial para uma agência de viagens que deseja ser competitiva e aumentar suas vendas.

Atualmente, 50% dos nossos clientes já chegam por meio de canais digitais, e com as ferramentas disponíveis na CVC, como o atendimento por inteligência artificial, conseguimos não apenas gerar tráfego para as lojas, como também acompanhar cada passo do processo de compra.

Valorizamos não apenas nossos franqueados exclusivos, mas também os agentes multimarcas, que contam com o apoio de uma equipe dedicada para ajudá-los a maximizar suas vendas. Nosso compromisso é fornecer o suporte necessário para que esses agentes alcancem o sucesso, seja como multimarcas ou como parte da nossa rede de franquias exclusivas. Esse suporte é um dos nossos principais diferenciais, demonstrando nossa crença no potencial de crescimento do mercado de Turismo através de uma parceria sólida. Além do suporte, essa estrutura de gerenciamento das vendas e dos clientes é o nosso diferencial e um dos principais benefícios que oferecemos aos agentes de viagens que desejam se tornar franqueados CVC.

Estamos comprometidos em transformar a experiência de viajar e, juntos com parceiros como o PANROTAS, continuaremos trilhando histórias e caminhos de inovação e excelência no Turismo. Que venham mais 50 anos de histórias para contar! n

Os CEOs da PANROTAS, José Guilherme Alcorta, e da CVC Corp, Fabio Godinho

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36 ANOS MOSTRANDO GRAMADO PARA O MUNDO

Há 36 anos nascia o Festuris na garagem do hotel Serrano (hoje Wish Serrano Resort), em Gramado, no Rio Grande do Sul. O que começou como um desejo de Marta Rossi e Silvia Zorzanello de desenvolver o setor de eventos da Serra Gaúcha e reposicionar o Estado no mapa turístico, se transformou em uma das principais feiras de Turismo do calendário nacional – a que fecha o ano –, consolidando o destino na rota dos importantes motores da indústria.

Primeira edição do Festuris, em 1989
Marta Rossi e Eduardo Zorzanello

Muita coisa mudou de lá para cá. A Feira Internacional de Turismo passou a ser chamada cada vez mais apenas de Festuris, cresceu, se internacionalizou e de feira de negócios se transformou em um verdadeiro hub de conexões e relacionamento, trazendo não somente estandes das marcas expositoras, mas palestras, áreas de conteúdo, ESG, arte e cultura.

Perguntada se imaginava que o evento em Gramado seria este sucesso que é hoje, que chegaria aonde chegou, Marta, fundadora ao lado de Silvia e CEO da Rossi & Zorzanello Feiras e Empreendimentos, conta que à época elas desenhavam um cenário grande, mas que não esperava o tamanho que a feira se tornaria.

“E pensar que, em 1988, os europeus não sabiam nem onde era o Rio Grande do Sul, como íamos mostrar Gramado?

Nunca imaginamos o crescimento do Festuris, mas, principalmente, a

responsabilidade que ele nos trouxe quanto empresárias no setor. Até hoje me preocupo no sentido de fazer ainda melhor, de entregar cada vez mais, pois é uma responsabilidade muito grande. Lá no início, queríamos ser grandes. Ficávamos com medo, mas dizíamos que não tinha mais como voltar atrás e assim fomos tocando o projeto. Seria mais fácil ter delimitado o crescimento”, brinca Marta.

RECEITA PARA O SUCESSO

Entre os fatores que a empreendedora acredita que contribuíram para o sucesso do evento, um dos principais seria a cara, a personalidade, a alma do Festuris. A empresa por trás (Rossi & Zorzanello) está junto dos clientes, do começo ao fim do processo. E quando ela diz “estar junto”, ela se refere a ela mesma e ao Eduardo Zorzanello, filho de Silvia, e também CEO da companhia, que toca a feira ao lado de Marta.

As sócias e amigas Marta Rossi e Silvia Zorzanello
Como eram os estandes em 1990, na segunda edição do Festuris –este, da CVC Viagens

“Sem contar o time que conseguimos formar, que não somente veste a camisa no corpo, mas na alma. E, aí, conseguimos fazer a entrega com excelência. Claro que durante o processo acontecem falhas, mas há uma equipe preocupada, tentando solucionar os imprevistos que ocorrem”, pontua.

E com o crescimento e reconhecimento da feira, veio junto sua transformação, que muito foi impactada pelo surgimento das novas tecnologias. Desde os processos internos de gestão e administrativos, até a forma de acesso e conexão dentro do próprio Festuris. Com a aceleração digital, os expositores mudaram, chegaram novos segmentos, assim como o buyer também se transformou.

“Os últimos 15 anos no Turismo sofreram uma mudança bárbara. Embora continue uma feira, onde comercializamos o espaço, fazemos as áreas de conteúdo, isso sozinho já não vende mais. Quem trabalha no Turismo tem a obrigação de fazer reciclagem e buscar conhecimento diário. Temos de conhecer o que o mercado tem de novo e como trabalhar o setor, além da segmentação turística”, afirma Marta Rossi.

PERDA DE SILVIA E ENTRADA DE EDUARDO

O falecimento precoce de Silvia Zorzanello em 2010, vítima de um câncer, foi uma das grandes perdas do Turismo, principalmente em um momento em que o Festuris caminhava para a sua 22ª edição, mostrando toda a potencialidade de Gramado e do Rio Grande do Sul como um todo. Foi também um dos momentos mais difíceis da trajetória pessoal e profissional de Marta, que perdeu sua sócia e grande amiga. A executiva conta que o início foi difícil e a vontade foi de desistir. Mas era um desejo de Silvia colocar seus filhos, Marcus Vinicius (Marta) e Eduardo (Silvia), para dentro da empresa para que o legado continuasse. Marcus Rossi acabou deixando a Rossi & Zorzanello e atualmente é CEO do Gramado Summit, mas Eduardo Zorzanello vem, desde então, ocupando o espaço de sua mãe com maestria, deixando viva a trajetória criada por ela.

Solenidade abertura da 6ª edição do Festuris, em 1994
O Festuris realizado em 2009 foi o último com a presença de Silvia Zorzanello
Uma homenagem à Silvia no Festuris de 2010, logo após o seu falecimento

“A vinda do Edu deu dinâmica para o Festuris, trouxe internacionalização. Ele é um parceiro, um grande amigo. Tem o mesmo jeito da Silvia, é sensível. No começo foi desafiador e tivemos alguns conflitos, mas a partir do momento que nos demos conta que, à época, tínhamos uma empresa de 20 funcionários dependendo da gente, que éramos importantes, sim, para a comunidade, que tínhamos uma responsabilidade, tudo começou a fluir melhor”, relembra Marta.

IMPACTO – MAIS QUE POSITIVO –PARA GRAMADO

Já que o Festuris nasceu com o intuito de mostrar Gramado e toda a região da Serra Gaúcha

para o mundo, o destino foi forte e positivamente impactado pela feira e pela fomentação da economia que ela vem gerando há 36 anos. Na edição de 2023, cerca de 2,5 mil marcas participaram, distribuídas em pelo menos 400 unidades de negócios como mesas, balcões, lounge e estandes. No ano passado, 40 destinos internacionais estiveram em Gramado. Para esta edição já estão confirmados 53 países e espera-se um público de 15 mil pessoas.

“Gramado é o que é hoje porque sempre teve lideranças muito fortes que entenderam a força econômica do Turismo, mas que também valorizaram a importância dos meios de comunicação para transformar o destino. O destino e nós, como

empresa, conseguimos criar parcerias sólidas para manter uma divulgação forte, para que o Turismo sempre fosse assunto”, diz Marta. Para além do impacto positivo, o Festuris também enfrentou duas grandes adversidades nos últimos anos – e mostrou sua resiliência. A pandemia de covid-19, em 2020, e, mais recentemente, as fortes enchentes que atingiram todo o Estado do Rio Grande do Sul.

A feira foi o primeiro evento de calendário na América Latina a ser retomado presencialmente, com todos os protocolos de saúde da época, e ficou marcada como o precedente da volta dos encontros presenciais no País. Foram cinco mil inscritos e mais de seis mil reuniões realizadas.

O Festuris da retomada na pandemia de covid-19, em 2020

Pandemia superada, maio de 2024 e o Estado gaúcho é afetado por chuvas que deixaram cidades sob a água, milhares de desabrigados, famílias que perderam tudo e fechamento do principal aeroporto (o Salgado Filho). Um cenário sem igual e sem muita perspectiva até então. A dúvida que ficava para o setor de Turismo era: como fica o Festuris, em novembro?

“A gente já estava com mais de 50% dos espaços comercializados. Nos assustamos, porque a tendência natural era o retrocesso, as pessoas cancelando. Discutimos se suspenderíamos, se mudaríamos a data e, conversando com o

governador [Eduardo Leite] e autoridades, nos deram expectativas, boas e possíveis, e decidimos não alterar. Tivemos três únicas desistências, que já retomaram”, conta a empreendedora. Empreender é isso. Jogar com as adversidades, criar coisas novas, buscar conhecimento, fomentar conexões. Teria sido mais fácil sem uma perda como foi a de Silvia, uma pandemia e uma enchente sem precedentes, com certeza. Mas 36 anos não são 36 dias e a resiliência é a palavra que passou a fazer parte da rotina de Marta Rossi, Eduardo Zorzanello e do próprio Festuris. n

Eduardo Zorzanello e Marta Rossi, na edição de 2022
Gustavo Meirolli

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ACESSO LIVRE PARA O RIO GRANDE DO SUL

Dia 3 de maio de 2024. Uma tempestade sem precedentes fechava o Aeroporto Salgado Filho, de Porto Alegre. Na ocasião, todos, inclusive a própria Fraport Brasil, acreditavam que as operações no terminal voltariam dois dias depois, naquele domingo após a tragédia que assolou o Rio Grande do Sul. Ledo engano.

Mais de cinco meses (171 dias ou 4.100 horas) se passaram até a manhã do 21 de outubro, quando pousou o primeiro voo comercial oficializando não só a reabertura do Salgado Filho para pousos e decolagens de voos comerciais, mas a reconexão (aérea) de Porto Alegre, portão de entrada para os destinos gaúchos, com o Brasil e com o mundo.

A PANROTAS esteve na reabertura do Salgado Filho. Embarcamos no primeiro voo da Gol, CGHPOA, e, quando chegamos, encontramos autoridades, trade turístico, lojas já em funcionamento, os espaços públicos limpos, entre tantos outros momentos que ficarão marcados neste dia tão importante para o Turismo do Rio Grande do Sul. Estavam por lá de braços abertos o governador

do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, o ministro de Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, Paulo Pimenta, a CEO da Fraport Brasil, Andrea Pal, o gerente de Planejamento de Infraestrutura Aeroportuária da Gol, Matheus Mota, o CEO da Azul, John Rodgerson, a CEO do Grupo Brocker, Any Brocker, o diretor do Festuris, Eduardo Zorzanello, entre outras figuras.

O FUTURO

DO SALGADO FILHO E AS

EXPECTATIVAS DO TRADE

Sabemos que a plenitude das operações só acontecerá no dia 16 de dezembro. A partir deste momento estarão de volta as operações internacionais de Copa Airlines, Aerolíneas Argentinas e Latam, as três companhias que já anunciaram

Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul, e o comandante Paulo Zancani, do primeiro voo da Gol de retomada

seus respectivos retornos a Porto Alegre. Até lá, o terminal será capaz de receber até 128 voos diários. No entanto, Azul, Gol e Latam vão operar, neste princípio, 81. De acordo com dados da ForwardKeys, empresa de inteligência de viagens, agora em novembro estão previstos 267.422 assentos, queda de 34,2% em comparação com o mesmo mês do ano passado. Já para dezembro, estão previstos 288.536 assentos (-28,9%). Ao todo, de outubro a dezembro, são mais de 637 mil assentos ofertados.

Em entrevista coletiva no dia da reabertura, a CEO da Fraport Brasil, Andrea Pal, comentou sobre este momento. Segundo ela, as obras para a reabertura completa do aeroporto continuam com tudo e vão se seguir pelo ano de 2025, embora a plenitude das operações já ocorra no dia 16 de dezembro.

Até antes da pandemia, o Salgado Filho tinha cerca de 180 voos diários. Questionada sobre quando este patamar estará de volta, Andrea Pal foi clara: a possível retomada que aconteceria em 2024, ficou para 2025 ou para 2026. "A gente estava pronto para retomar 100% da oferta pré-pandemia quando veio a enchente e paralisou todas as nossas operações. Para voltarmos a este nível agora depende da retomada do aeroporto e das companhias. Confesso que gostaríamos de ver os níveis de 2019 de volta agora em 2025, mas deve ser algo que ficará mesmo para 2026”, disse.

"A Gol opera com uma malha de transição nos últimos dez dias de outubro, com aproximadamente 60 operações semanais. A partir do dia 1º de novembro, a companhia já volta a ter aproximadamente 120 voos semanais. E aí, com a chegada do verão, a companhia deve ter novas operações. Isso fará com que cheguemos próximos ao que tínhamos antes da enchente. Lembrando que é só no dia 16 de dezembro que o aeroporto volta a ter 100% da sua capacidade de processamento no pátio e na pista de pouso e decolagem. Então, hoje a Gol já está retomando voos diretos para Congonhas, Guarulhos, Rio de Janeiro/Galeão e também Brasília e, nos próximos 20 dias, vai seguir crescendo as operações para Porto Alegre. E com a chegada da alta temporada, também chegam novos voos, como para Salvador, por exemplo", explicou Matheus Motta, gerente de Planejamento de Infraestrutura Aeroportuária da Gol.

SERRA GAÚCHA

COMEMORA REABERTURA

Por outro lado, com a reabertura, estima-se que mais de 50% dos turistas que passarão pelo aeroporto da capital já terão como destino a Serra Gaúcha e cidades como Gramado e Canela. A retomada das atividades no aeroporto inclusive deve contribuir instantaneamente para intensificar a recuperação econômica da região. A previsão do Sindtur (Sindicato da Hotelaria, Restaurantes, Bares, Parques, Museus e Similares da Região das Hortênsias) é de que a ocupação dos hotéis na Serra Gaúcha possa chegar a até 70% nos próximos meses, impulsionada também pelo Natal Luz de Gramado.

Gaúcho Paulo Zancani foi o comandante do primeiro voo de retomada ao Rio Grande do Sul
Paulo Pimenta, ministro de Apoio à Reconstrução do RS, Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul, e Alberto Fajerman e Matheus Motta, da Gol
Check-in da Latam no primeiro dia de voos no Salgado Filho

BROCKER INAUGURA LOUNGE PARA RECEBER PASSAGEIROS

Na ocasião, a Brocker Turismo comemorou não só a retomada dos voos comerciais para Aeroporto Salgado Filho, mas também a reinauguração de sua loja, localizada em frente ao desembarque, que dobrou de tamanho e ainda ganhou um lounge exclusivo. Agora, o passageiro da Brocker que chegar pelo Salgado Filho vai encontrar um novo espaço, uma loja que dobrou de tamanho e que agora conta com um lounge exclusivo para melhor receber os passageiros.

“Nossa expectativa é imensa. É um momento muito especial de retomada da esperança, da volta dos turistas de todo Brasil ao Rio Grande do Sul. Ver um avião voltar a pousar no Salgado Filho é diferente, a emoção muda, e agora a demanda por viagens vai triplicar! Esta retomada acontece num momento muito importante, no período do Natal Luz, principal evento da nossa região. E as pessoas que ainda não se decidiram, podem vir, porque ainda tem ingressos de última hora”, disse Any Brocker, CEO do Grupo Brocker.

A PANROTAS viajou a convite da Gol n

Novo lounge da Brocker no Salgado Filho
Any Brocker, da Brocker Turismo
Loja da Brocker no Salgado Filho dobrou de tamanho para proporcionar maior conforto aos passageiros

WEE TRAVEL: CONECTANDO CULTURAS E PROMOVENDO SUSTENTABILIDADE NO CEARÁ

Natália e Regis Abreu, gestores com mais de 30 anos de experiência no mercado, estão à frente da Wee Travel há quatro anos. A agência de viagens apresenta um conceito inovador, focado em Turismo personalizado e de experiências no Ceará. A Wee Travel se destaca por oferecer consultoria especializada, criando conexões culturais, promovendo a troca de conhecimento e integrando a sustentabilidade em suas operações, com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento do Ceará.

A Wee Travel surgiu como um elo entre o mercado, seus consultores e clientes, consolidando-se como uma referência em viagens de luxo e experiências autênticas, com foco em oferecer uma experiência imersiva e significativa.

Operando em três áreas principais — receptivo no Nordeste, viagens corporativas e lazer — a agência disponibiliza um atendimento personalizado, ajustado ao perfil de cada cliente. Com 50 profissionais apaixonados por viagens, a agência prioriza a qualidade e o propósito nas experiências oferecidas.

Em um curto período, a Wee Travel já conquistou reconhecimento nacional e internacional, destacando-se entre as melhores agências de viagens do Brasil.

A agência foi reconhecida pelos fornecedores da indústria, na premiação Melhores do Turismo PANROTAS 2024, como uma das três melhores agências de viagens a lazer fora do eixo Rio-São Paulo.

A essência da Wee Travel é proporcionar aos clientes uma conexão genuína com os destinos, seja por meio de história, cultura, gastronomia ou lazer, pois acreditam que o verdadeiro valor do Turismo está nas conexões e trocas culturais. A sustentabilidade também é um pilar fundamental, garantindo que as viagens preservem o patrimônio cultural, protejam o meio ambiente e fortaleçam as economias locais. Para 2025, a agência visa aprimorar o relacionamento com clientes, fornecedores e parceiros, sempre com foco na sustentabilidade e excelência no atendimento. O objetivo é tornar cada viagem inesquecível, conectando culturas e contribuindo para o crescimento do Ceará. n

Natália e Régis Abreu

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AVIAÇÃO HÁ 50 ANOS, AVIAÇÃO PARA O FUTURO

Em 1974 – quando nascia a PANROTAS –o cenário da aviação comercial brasileira era bem diferente. O setor se encontrava em uma fase de amadurecimento, acompanhando o desenvolvimento econômico mundial e o aumento da demanda por transporte aéreo. Eram quatro as companhias aéreas nacionais que dominavam o mercado e que hoje já não existem mais: Varig, Vasp, Cruzeiro do Sul (incorporada depois pela Varig) e Transbrasil.

No ano em questão, foram transportados cerca de 8,7 milhões de passageiros, sendo a maioria em voos domésticos. No entanto, o setor enfrentava problemas, especialmente após a crise do petróleo de 1973, que causou um aumento expressivo no preço dos combustíveis. Os custos operacionais das aéreas foram diretamente impactados, passando a sofrer com a inflação e dificuldades financeiras.

Trinta anos depois, nos anos 2000, a aviação viveu uma verdadeira revolução, com o surgimento de novas áreas brasileiras – Azul, Gol e Latam (após fusão da Lan com a Tam) –, novas tecnologias, novas formas de relacionamento com o trade entre si (agências de viagens e operadoras) e um novo tamanho da indústria.

“Vinte anos atrás, o Brasil tinha um modelo de aviação regulado, o Estado dizia qual seria a rota operada e o preço praticado. Era assim no mundo inteiro, mas paulatinamente o ambiente regulatório foi mudando e o Brasil foi um dos últimos países a fazer essa movimentação para ter uma liberdade de rotas e tarifária, em 2005”, conta a presidente da Abear, Jurema Monteiro.

É aí que entra muito a Abear, fundada em 2012, que tem como pilar de defesa a manutenção e o fortalecimento da política de liberdade tarifária. Segundo Jurema, essa legislação deixa o Brasil mais alinhado e traz mais competitividade.

“Com a liberdade, vimos um ambiente mais competitivo, um novo modelo de negócios, já que não era mais o Estado que decidia quem voava para onde e, sim, as empresas. Novas companhias aéreas surgiram, a Tam, que era regional, cresceu, virou nacional, se fortaleceu.

A Gol sofreu processos de aquisição (com a compra da Webjet e do que sobrou da Varig). Então houve uma movimentação muito grande no setor”, complemente a executiva.

AVIAÇÃO NOS DIAS

ATUAIS – E MUITOS DESAFIOS

Naquela época, no início de 2000, a aviação registrava 30 milhões de passageiros por ano.

Em 2019, e agora novamente em 2023, foram 112 milhões de pessoas transportadas tanto

nacional quanto internacionalmente. Para Jurema, este grande salto se deve a uma série de fatores. “Os 30 milhões de todo o setor no começo dos anos 2000 significam menos de uma aérea, em termos de comparação. Tivemos uma revolução na matriz de transporte. Naquele tempo, 70% viajavam dentro do Brasil e o faziam de ônibus. Hoje, 70% viajam de avião. Incluímos mais gente na cesta de consumo, muitos brasileiros que não iam de avião passaram a viajar, o transporte aéreo se apresentou e aí vieram os desafios. Com o crescimento da demanda, a infraestrutura não estava adaptada.” Entre 2006 e 2007, veio o caos aéreo. Os aeroportos não tinham capacidade para a quantidade de pessoas que começaram a voar. Nisto, o País criou o programa de concessões aeroportuárias, que visava à transferência da gestão de aeroportos para a iniciativa privada, com o objetivo justamente de melhorar a infraestrutura e a qualidade dos serviços oferecidos aos passageiros.

Aviação comercial brasileira tem três aéreas principais (Azul, Gol e Latam)

“Essa evolução é um marco para o setor nesses 20 anos e nesses 12 da Abear, mas com muitos desafios. O setor viveu um período muito duro em 2017 com a disparada de custos, variação de câmbio, e em 2020 a pandemia marcou toda a nossa história. Mas nossa indústria sobreviveu e temos no Brasil uma vitória, que é o fato de termos todas as empresas aéreas, vivas e fortes, e sem nenhum ajuda pública”, pontua Jurema Monteiro.

E O FUTURO DA AVIAÇÃO? CRESCIMENTO, POR FAVOR

O maior dever para o futuro da aviação comercial brasileira é pensar de quais condições o mercado precisa para reestabelecer os números de antes. No ano passado, o setor cresceu 15% o montante de passageiros em relação a 2022, mas, na verdade, este índice foi apenas uma retomada do que era o setor em 2019, que já não crescia desde 2017.

Por isso, a presidente da Abear aponta que é preciso melhorar as condições para as empresas terem menos custos e mais demanda. Ela conta que 60% dos gastos das companhias aéreas são dolarizados, sendo 36% referentes a combustível. Há ainda questões tributárias, preocupação sobre o excesso de judicialização, insegurança jurídica, sem contar a agenda ambiental.

“O Brasil, como um todo, é pressionado pela ampliação da demanda. A distribuição de renda para que mais pessoas consigam viajar de avião é fundamental para o setor crescer. Precisamos ampliar isso, dar oportunidade para mais pessoas poderem voar. Com o custo reduzido, as companhias competem e geram mais oferta, mas é necessário ter mais gente voando”, reforça.

Jurema Monteiro, presidente da Abear
Foto: Emerson Souza

E, claro, o tema da descarbonização não pode ficar de lado. Não somente na aviação, mas em todos os setores, uma vez que a mudança climática está aí e afetando cidades e Estados inteiros – como a tragédia das chuvas no Rio Grande do Sul.

“Em Porto Alegre perdemos o Aeroporto Salgado Filho por mais de 170 dias, uma infraestrutura superimportante. Voltou a operar no dia 21 de outubro, mas mostrou para nós o quanto temos de cuidar. O setor tem uma agenda bastante desafiadora, de longo prazo, e nós, como entidade, estamos muito comprometidos”, afirma a dirigente da Abear.

IMPORTÂNCIA

DE ESTAR ONDE ESTÁ

Jurema Monteiro está há 30 anos no Turismo, sendo nove deles na Abear – desde quase o surgimento da associação. Trabalhou ao lado do saudoso Eduardo Sanovicz, que ajudou a construir a entidade e foi também um dos principais representantes da aviação comercial no País. Sucedeu a Edu (falecido em setembro de 2023) em maio do ano passado, tendo com ela todo seu apoio e confiança.

Não há como não citar os desafios de ser mulher – e mulher preta –na liderança de uma associação em uma indústria que costuma ser predominantemente liderada por figuras masculinas. O assunto está sempre em pauta, o tema diversidade é constantemente debatido, mas, na prática, ainda não foi superado e ainda deixa muito a desejar.

“Mulheres ainda são minorias, pessoas pretas em liderança também. Mas, essa posição que nós alcançamos, líderes femininas e líderes negros, se deve a um passado construído, por muitas pessoas que lutaram para esse caminho. E, no meu caso, houve um homem branco que meu deu essa oportunidade, que foi o Edu [Sanovicz], aliado ao meu esforço”, diz Jurema.

Diante deste cenário e desses obstáculos que a inclusão e diversidade como um todo enfrentam, a líder da Abear reflete que, como um desafio pessoal seu, mas também de um coletivo, é preciso estar de fato

engajado e não somente dar acesso, mas também as condições para que a pessoa permaneça.

“Sou muito feliz e agradecida pela oportunidade que tive. Também entendo que devo a ela essa conjuntura que trouxe e tenho plena consciência do que ela representa para muitas outras pessoas. Principalmente o que ela significa em termos de outras mulheres que têm a capacidade de ir atrás e batalhar”, conclui a presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas. n

Jurema Monteiro, na foto com Marcelo Freixo, participou
Eduardo Sanovicz e Jurema Monteiro
Divulgação
Divulgação

LIDERANÇA CARIOCA NO SEGMENTO DE SEGURO VIAGEM

A Intermac Assistance, uma das maiores empresas de seguro viagem da América Latina, celebra mais de 25 anos de sucesso, consolidando-se como a número 1 no Rio de Janeiro e no Brasil. Com uma essência vibrante e acolhedora, a Intermac carrega em seu DNA a alma carioca, sempre pronta para encarar desafios no mercado nacional e internacional. Com uma estrutura robusta voltada ao cliente, a Intermac oferece o que há de mais completo em seguro viagem, sendo a primeira escolha de milhares de brasileiros que buscam segurança e tranquilidade. Um dos seus diferenciais é a central própria de atendimento 24 horas, com especialistas nativos em português, inglês e espanhol, prontos para oferecer suporte em qualquer parte do mundo.

Presente em 17 países, a Intermac combina inovação e excelência em seus serviços, sendo referência em coberturas completas, personalizadas para diferentes perfis de viajantes.

A empresa também apoia grandes clubes de futebol, como Vasco da Gama no Brasil, San Lorenzo e Belgrano na Argentina, e o time feminino do Jorge Wilstermann na Bolívia, reforçando seu compromisso com o esporte e o espírito de equipe.

Thayse Neves, chefe de Marketing da Intermac no Brasil, destaca: “Temos investido muito, especialmente em patrocínios esportivos, e o retorno tem sido muito promissor. Estamos fortalecendo nossa marca a cada dia.”

Com excelente avaliação nas plataformas de consumidores, a Intermac segue em evolução, expandindo sua presença global e inovando no mercado de assistência. Laís Aoki, COO da Holding, reforça: “Nosso foco é sempre oferecer o melhor em segurança. Buscamos constantemente inovações para garantir uma experiência de viagem tranquila e segura.”

Com alma carioca e presença global, a Intermac se posiciona como líder no Brasil, pronta para continuar crescendo e inovando.

Na celebração dos 50 anos do PANROTAS, a Intermac reafirma seu compromisso de garantir a segurança de milhões de viajantes ao redor do mundo. n

Eduardo Aoki, CEO global da Intermac
Eduardo Aoki com parte da equipe Intermac
Intermac é patrocinadora de times de futebol na América do Sul, como o Vasco da Gama

10 TENDÊNCIAS DO TURISMO NA CVC CORP

Otrade inteiro acompanhou de perto a crise extrema que a CVC Corp enfrentou no pós-pandemia e viu também, depois da troca de gestão, em junho de 2023, como a recuperação do que chamaram de “Nova Velha CVC” mudou não apenas o astral e a imagem da companhia, como os resultados, que já foram suficientes para bancos como o Itaú e consultorias devolverem o grau de investimento à empresa comandada por Fabio Godinho, com a orientação e aval da Família Paulus.

Qual o segredo do sucesso, além do resgate de profissionais e fortalezas do passado e que haviam sido colocadas de lado em decisões questionáveis? A nova gestão da CVC Corp implementou as tendências de mercado, tanto em tecnologia como produtos, com uma rapidez invejável, e também voltou a fazer da marca ela mesma uma criadora de tendências. Conversamos com o CEO da CVC Corp, Fabio Godinho, para que ele identificasse essas tendências e mostrasse o caminho da companhia nos próximos anos. O momento é mais que oportuno, pois, no final de outubro, todo o comitê executivo se reuniu com a consultoria Integration para a definição do novo plano estratégico. Mas isso é tema para uma próxima reportagem. Vamos às tendências – e veja quais delas servem para sua empresa, seu negócio e planejamento.

Fabio Godinho, CEO da CVC Corp

Todo mundo sabe que o mantra na CVC Corp hoje é a palavra figital, que significa a união dos mundos físico e digital na jornada do consumidor. Godinho afirma que a CVC Corp é a única empresa de Turismo do País preparada para atender qualquer viajante brasileiro com essa integração e sinergia do físico com o digital. “O figital é a grande tendência do Turismo de lazer e não tem outra empresa como a CVC nesse quesito. Somos a única operadora de Turismo omnichannel e com essa escala. Temos cerca de 1,1 mil lojas em todo o País”, explica. O Turismo vai chegar a ser 100% digital? “Nunca”, garante ele. O fator humano sempre vai ter seu espaço. Hoje, 50% das pessoas que entram em uma loja CVC são indicadas pelo meio digital, e um terço das vendas da rede já é figital, em algumas lojas esse índice chega a 80%.

1. FIGITAL 2. INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

A CVC Corp já usa e aprimora diversas ferramentas de inteligência artificial. Uma delas faz o primeiro atendimento ao passageiro nos meios digitais, como o chat do site ou o WhatsApp. E a partir das respostas do cliente, o encaminha para uma das lojas CVC. São gerados cerca de 800 mil leads por mês para as lojas. “Toda semana temos novidades, é algo que está evoluindo muito rapidamente”, diz Godinho.

3. FRANQUIAS E CONVERSÕES

A associação a grandes marcas é uma tendência no Turismo e no varejo em geral e a CVC Corp bateu recorde de abertura de lojas no primeiro semestre (com 90 novos endereços) e está investindo na conversão de agências multimarcas. “A agência de viagens não tem como investir em tecnologia para atender ao figital e também não pode depender de sua carteira fixa. Ao se converter em franquia CVC, o faturamento da agência cresce 40%”, afirma o CEO da CVC Corp. A meta é recuperar as 1,4 mil lojas de antes da pandemia e a conversão de agências está nessa conta.

4. PRODUTOS EXCLUSIVOS

As grandes operadoras já viram que fidelizar com fornecedores estratégicos e fechar negociações exclusivas rendem as maiores margens. Quanto maior escala, melhores as negociações e a CVC Corp tem apostado em ter na prateleira produtos exclusivos, no Brasil e Exterior, com negociação direta, sem intermediários. Os produtos exclusivos já respondem por 20% das vendas na CVC e a meta é subir para um terço em 2025.

5. MARKETING DIGITAL

A CVC Corp está com orçamento para, em novembro, mês da Black Friday, aumentar a geração de leads para as lojas de 800 mil para 1,2 milhão. Segundo Godinho, fora da Black Friday a conversão desses leads é de 25%, ou seja, cerca de 150 vendas por mês para as lojas. A campanha da Black Friday, aliás, será um showcase do marketing digital da CVC, com parcerias com influenciadores nacionais, campanha com a CRM Bônus e muitas oferta de olho no verão e em 2025.

6. CRM

Segundo Godinho, a CVC Corp hoje tem um CRM parrudo e consegue saber mais sobre os clientes e se comunicar com eles de uma forma que nunca aconteceu, e em diversos meios. “Se a jornada desse cliente não é mais linear, precisamos aprender mais sobre esse caminho e ter a melhor comunicação com ele.”

7. PARCEIROS PREFERENCIAIS

Para concorrer com a venda direta dos fornecedores e dar competitividade às lojas, a CVC lançou o programa de fornecedores preferenciais, que devem concentrar 80% das vendas da rede de lojas. Melhores condições e um comissionamento dinâmico para as lojas são os efeitos mais visíveis, mas há todo um ganho em relacionamento e no posicionamento de produtos exclusivos e diferenciados na prateleira. “Somos prestadores de serviço. Não temos de ter todos os hotéis na prateleira e sim fazer uma seleção dos melhores, uma curadoria”, argumenta. “Nós não temos um modelo de OTA, que tem toda a hotelaria. Somos uma operadora de serviços e por isso não temos produtos para gerar reclamação do cliente. Somos RA1000 na Reclame Aqui.”

Divulgação
Folha de S. Paulo
Top of Mind 2024

8. DIVERSIDADE

DE OPÇÕES DE PAGAMENTO

Pix, pix parcelado, cartão de crédito, aniversário FGTS, boleto, financiamento próprio CVC (com R$ 300 milhões alocados)... são muitas as opções para viabilizar a viagem do cliente na operadora. “O objetivo é facilitar o acesso do viajante, que pode combinar todos esses meios de pagamento. Nosso objetivo não é ganhar dinheiro com maquininha de cartão, isso não é nosso core business. Somos uma operadora, temos escala, somos a marca mais lembrada no Turismo (segundo o Top of Mind, da Folha de S. Paulo), ganhamos dinheiro com Turismo”, explica o CEO da CVC Corp. Segundo Godinho, a CVC Corp se espelha em grandes corporações como McDonalds, Itaú e Walmart, que têm feito revoluções na estratégia figital. “Somos o Itaú do Turismo. Tem espaço para o Nubank? Claro, cada um tem seu espaço. Mas vamos seguir o modelo do Itaú.” E como o Itaú, a CVC tem suas soluções, mas também as de terceiros, que visa fortalecer com parcerias.

9.

ESTABILIDADE FINANCEIRA

A pandemia mostrou a empresas de todos os setores a importância de uma boa gestão financeira. Com a CVC Corp não foi diferente. De junho de 2023 até aqui, a nova gestão conseguiu trazer de volta a segurança financeira para a empresa – e consequentemente para seus clientes. Dos R$ 800 milhões captados à redução e renegociação da dívida, o processo foi coroado com a volta do grau de investimento dado pelos principais bancos.

10. FORÇA NO B2B

Godinho destaca a força no B2B como um diferenciais da CVC Corp e tendência dos grandes grupos de Turismo.

Por isso, vem muita novidade por aí.

Visual: O CEO da CVC Corp diz que 2025 será o ano de arranque da operadora, que já tem 100% do portfólio definido, acesso via Infotera, para facilitar a vida dos agentes, e já dobra o faturamento mês a mês.

Rextur Advance: Para 2025, está prometido o Reserva Fácil 3.0. “O melhor sistema de reservas da consolidação vai ficar ainda melhor.”

Trend: Os grandes clientes e integradores terão nova conexão com a Trend, via APIs, no Conectaas. A plataforma já está em piloto e será lançada no próximo ano. O NaTrend, para as agências, continua funcionando. n

Fabio Godinho

SAKURA E PANROTAS CELEBRANDO A MATURIDADE E O SUCESSO CONSOLIDADO NO TURISMO

Nós sabemos que, com o passar do tempo, algumas benesses nos são dadas. Dentre elas, a maturidade, a racionalidade e o conhecimento de mercado são algumas das qualidades que ajudam a nos lapidar e nos firmar como referência em qualquer setor. E, o melhor de tudo, a maturidade nos traz a calma de saber que as dificuldades passam e nós permanecemos.

Nesses 50 anos do Panrotas, todo o turismo celebra meio século de sucesso irrestrito de um veículo que é uma verdadeira referência no Turismo. “A Sakura Consolidadora se orgulha em compartilhar essa idade tão emblemática com o Panrotas. Afinal, a Sakura também chega aos seus 50 anos em 2025, tão atual e moderna quanto”, comenta o CEO da Sakura, Wagner Chaves. Assim como a PANROTAS, nos reinventamos todos os dias para não nos acomodar, mantendo a posição de referência. Afinal, andamos sempre para frente, carregando uma bagagem que poucos podem se orgulhar de ter.

Para o diretor comercial da Sakura, Cassio Oliveira, o segredo para se manter relevante no mercado, é não ter medo de se arriscar. “A maturidade nos traz muita coisa boa. Nos ajuda a ter calma e ter uma noção de previsibilidade que, quando se é jovem, é muito difícil de conquistar. A vontade, a garra e o ímpeto de criar e de se inovar, deve ser algo que apenas cresce com o passar do tempo”, completa.

É com essa visão que a Sakura Consolidadora se mantém atualizada e oferece sempre as melhores soluções para os agentes de viagens, além de um portfólio robusto para completar toda essa experiência. O portal Sakura Click segue sempre à frente, oferecendo agilidade, segurança e tecnologia para otimizar o dia a dia, com atendimento próprio, 24 horas, sete dias por semana. Além disso, a empresa também oferece capacitações exclusivas e materiais de divulgação para ajudar os profissionais a se manterem atualizados e potencializarem suas vendas. A Sakura não para de criar, inovar e se atualizar, sempre pensando nos negócios e no sucesso dos nossos clientes. E a PANROTAS está conosco, informando todas as nossas novidades e fortalecendo essa parceria que, com certeza, vai durar mais outros 50 anos. Parabéns, PANROTAS! n

Time Sakura na ABAV EXPO 2024
Cassio Oliveira (diretor), Vivi Siqueira (CFO) e Wagner Chaves (CEO)
Vivi Siqueira e Wagner Chaves
Diretoria Sakura

PARQUES, ATRAÇÕES E QUEM QUISER SOMAR

Antes de retornar a Fernando de Noronha, onde já morou e quer viver permanentemente, o CEO do Grupo Cataratas, Pablo Morbis, tem muito a fazer pelo setor, ainda mais agora que acaba de assumir a presidência do Conselho do Sistema Integrado de Parques Temáticos e Atrações, o Sindepat, que reúne mais de 100 dos principais equipamentos de lazer do País. Sem falar nas obras de expansão em Foz do Iguaçu (junto com a Urbia o Cataratas administra o Parque Nacional), no início da administração no parque de Jericoacoara, nos planos a médio prazo para a área do Cristo Redentor (onde o grupo administra o Paineiras Corcovado e todo o transporte oficial de vans) e outros que ele ainda não revelou – mas que devem estar no forno.

A decisão (ainda a ser debatida com a esposa, Gabriela) de morar em Noronha vem do período em que passou por lá, no começo da concessão do parque nacional pelo Grupo Cataratas. Foram quase cinco anos intensos, de trabalho com a comunidade, organização da visitação ao parque e ordenamento dos equipamentos. A paixão foi dupla em Noronha: pelo destino e por Gabriela, que conheceu na ilha e com quem tem dois filhos, Gabriel e Henrique. Antes de chegar a Noronha e ao Grupo Cataratas, Pablo Morbis, curitibano e engenheiro civil, trabalhou na Kibon (“onde tive os primeiros lampejos de que Turismo é entretenimento, como o Alê Costa da Cacau Show está mostrando pra gente”), foi subprefeito de Beto Richa em Curitiba e quebrou

Pablo Morbis, CEO do Grupo Cataratas, é o novo presidente do Sindepat

ao empreender na indústria de calçados. Reza a lenda que até hoje ele tem estoque de famosas sandálias em um quarto de seu apartamento... A vida pública trouxe vários ensinamentos, segundo ele, de ter de fazer entregas para uma alta demanda com poucos recursos até a importância de uma boa relação do governo com a comunidade, o que veio a usar em Noronha, ao chegar para representar o Grupo Cataratas.

“As demandas na vida pública sempre são maiores do que conseguimos atender, mas não tem frustração, pois buscamos otimizar recursos, temos ótimo quadro de funcionários nas prefeituras, conseguimos avançar em vários pontos. Aliás, a sociedade às vezes tem uma imagem errada do servidor público. Tem muita gente de primeira qualidade”, afirma.

Foram seis anos na vida pública e em 2010 ingressou no Grupo Cataratas, fruto da união de empresários paranaenses, e foi para Fernando de Noronha, cuidar da implantação da concessão. O Cataratas já tinha os direitos de explorar o Parque Nacional em Foz do Iguaçu desde 1998 (a Lei de Concessão é de 1996) e já tinha aprendido (e sofrido) sendo pioneiros nesse novo negócio. Em 2007 houve uma negociação com o governo e um reequilíbrio contratual assinado, ou seja, Noronha chega em um novo momento no setor de concessões, mas não sem conflitos, dessa vez com a comunidade. “Venderam a ilha, foi o que pensaram os moradores. Tivemos de trazê-los para nosso lado, mostrar nossos objetivos, engajar a comunidade. Começamos com a contratação dos moradores, dos integrantes das famílias tradicionais. Mostramos seriedade e que não iríamos concorrer com eles. Ou seja, não estávamos lá para abrir pousadas, restaurantes, e sim para melhorar e estruturar o destino, garantir a preservação com eles.” E dar visibilidade a todo aquele paraíso. A Praia do Sancho, por exemplo, nunca havia entrado no Top 10 do TripAdvisor. E é a mesma praia desde sempre. O que mudou? A estrutura levada pelo Grupo Cataratas, que demarcou trilhas, levou serviço, melhorou a escada, distribuiu passarelas pelo local. “Beleza mais infraestrutura e serviços não tem pra ninguém”, garante.

“ Queremos que o visitante veja que o parque não é apenas as Cataratas. Toda a área do lado esquerdo da rodovia tem um potencial enorme de atividades junto

à natureza. Tem o rio, mata virgem, aventura, trilhas na copa das árvores, tirolesa... Queremos que um passeio que hoje dura

meio dia seja de dia inteiro ou mais”, conta.

ATÉ BREVE,

NORONHA

Em 2015, o chamado levou Pablo ao Rio de Janeiro e em um ano ele e seu time abriram o Centro de Visitação Paineiras Corcovado, que deveria estar pronto para a Olimpíada 2016. E ficou. “Foi uma insanidade, mas também uma satisfação poder levar um novo produto turístico para o Rio. Oferecer experiências diferenciadas no Cristo Redentor como um todo. O Trem do Corcovado também se revitalizou na época, então o produto ficou muito bom. Agora, temos o desafio de revitalização do alto do Corcovado, e estamos falando com o ICMBio, com a igreja, para aumentar a capacidade, melhorar os acessos...”, explica, já baseado no Rio, com escritório dentro do AquaRio, outro equipamento do Grupo Cataratas na cidade (há ainda o BioParque, antigo zoológico). De 2015 a 2019 administrou Paineiras e Noronha (sim, ele manteve um pé por lá) e em 2020, sete dias antes da pandemia, assumiu como CEO do Grupo Cataratas. Era também o período da renovação da concessão em Foz do Iguaçu, que foi conseguida com termos mais modernos, e em parceria com o Grupo Construcap/Urbia.

Os planos para Foz, aliás, estão a todo vapor: de um aquário, o AquaFoz, previsto para 2025, a novas experiências dentro do Parque Nacional, incluindo novas passarelas na Garganta do Diabo, trilhas a pé e de bike, arvorismo e um novo centro de visitantes. O masterplan está parcialmente aprovado pelo ICMBio e o objetivo é preparar o parque para receber o dobro de sua capacidade atual, ou seja, saltar para quatro a cinco milhões de pessoas por ano. Também as obras do Marco das Três Fronteiras, no projeto do Espaço das Américas, estão avançando, ainda na fase de licenciamento ambiental e devem começar em 2025. “Foz é nosso principal hub de obras, mas também temos Jeri, no Ceará. Assinamos em junho e há uma transição de até seis meses, já estamos com o masterplan e o objetivo, como em Noronha, é organizar e estruturar a visitação”, diz Pablo, que no Ceará também tem a parceria com a Construcap.

O SETOR DE PARQUES E ATRAÇÕES NO BRASIL

Na liderança do Sindepat, sucedendo Murilo Pascoal, do Beach Park, que fez um trabalho bastante elogiado tanto na parte política quanto técnica, Pablo Morbis sabe da importância de os líderes do setor doarem parte de seu tempo para associações e indústrias. E agora chegou sua vez. Recebendo 128 milhões de visitantes ao longo do ano passado (39 milhões a mais que o verificado em 2022), o setor de parques e atrações turísticas no Brasil faturou R$ 8,2 bilhões e empregou 182 mil pessoas diretamente em 2023, segundo o Panorama Setorial - Parques, atrações e entretenimento no Brasil, um dos legados de Pas -

coal no Sindepat.

“Não temos como não falar em continuidade na gestão do Sindepat. O Murilo mostrou a importância de estarmos unidos dentro da associação, mas também no Turismo. O G20 foi uma grande conquista nesse sentido, precisávamos nos organizar, ter voz, e o grupo mostrou isso. Também vimos a importância de chegar com dados e números quando formos falar com o poder público.

As definições da Lei Geral do Turismo também mostraram como temos de ter articulação política. Ou seja, vamos continuar essas frentes que o Sindepat abriu na gestão do Murilo, do Alain (Baldacci)...”

COMO ESTÁ ESSA INDÚSTRIA?

Segundo a análise de Morbis, os parques aquáticos e os pequenos parques temáticos (como o Parque da Mônica e o NBA Park Gramado) são os subsetores que mais crescem nesse segmento abraçado pelo Sindepat. O mercado, segundo ele, está em ebulição e isso inclui os investimentos nas concessões de parques naturais ou urbanos, as atrações, os empreendimentos hoteleiros com entretenimento e lazer atrelados, os planos da Cacau Show. E muito mais.

ATINGIU O LIMITE?

Mas ebulição pode significar excesso? Segundo ele não. O único destino onde talvez haja um excesso de atrativos e parques, para ele, é Gramado (RS). E haverá um processo natural de seleção. Nos demais destinos, ele garante que há oportunidades, pois a clusterização é tendência e a fórmula para se criarem mais destinos de sucesso no lazer e entretenimento.

“Ainda vejo que Foz pode crescer muito com mais parques e atrativos, no Rio há muito espaço, pois por ser um destino focado na natureza, carece de atrações como as que vemos pelo mundo. O Roxy Dinner Show, por exemplo, recém-aberto, era uma atração que faltava. Há muito espaço ainda, estamos longe da saturação”, analisa o presidente do Sindepat. Mas e os grandes parques temáticos? Por que, à exceção do Beto Carrero World, ainda não vingaram no Brasil?

Pablo Morbis garante que esse momento vai chegar, apesar dos altos valores necessários de investimento.

Ele cita os projetos de Roberto Medina e Alê Costa, e os novos produtos dos Smurfs e do Sítio do Pica Pau Amarelo em São Paulo para mostrar que há ousadia e coragem por parte dos investidores, e que os grandes parques estão a caminho. “É um segmento que começou com empresas familiares, e que seguem sendo familiares, e que vem amadurecendo muito rapidamente. E logo chegaremos nesse segmento de grandes parques. Acho que o Alê (Costa) vai dar esse start.”

VOLTANDO AO SINDEPAT...

Além da continuidade da gestão de Murilo Pascoal, incluindo o diálogo e a união do setor e do Turismo, Pablo Morbis promete:

® construir mais pontes do setor de parques com o poder público e demais entidades;

® fortalecer os novos comitês do Sindepat, como o de Parques Naturais, que tem chancela do Instituto Semeia, e o de Sustentabilidade;

® criar o comitê de Zoológicos e Aquários;

® criar um Fórum de CEOs, cuja primeira reunião será no começo de 2025;

® trazer parcerias de outros setores;

® realiza o Summit de 2025 já com boa parte dessas novidades, em maio, em local ainda secreto até o fechamento desta edição. n

ORINTER, HÁ 33 ANOS AO LADO DOS AGENTES DE VIAGENS

A Orinter Tour & Travel completou 33 anos em 2024. Uma trajetória de sucesso graças ao foco exclusivo no atendimento aos agentes de viagens, seus únicos clientes. Esse enfoque especializado permite que a empresa ofereça soluções completas e personalizadas, garantindo que os agentes tenham as melhores opções para atender seus próprios clientes com eficiência e qualidade. Com esse atendimento exclusivo, a Orinter se tornou a operadora líder no segmento B2B. O portfólio da Orinter é vasto e diversificado, com mais de 500 mil hotéis nacionais e internacionais, parcerias com as principais companhias aéreas e uma ampla gama de serviços, como seguros de viagem, transfers, tours e ingressos. Com um sistema on-line completo e facilidades de pagamento, a Orinter se destaca por fornecer todas as ferramentas necessárias para que os agentes trabalhem com agilidade e confiança.

Mais do que uma fornecedora de serviços, a Orinter é reconhecida pela credibilidade e segurança que sua marca oferece ao mercado. Os agentes de viagens sabem que ao escolher produtos da Orinter, optam por qualidade e pelo suporte de uma equipe experiente e dedicada. A empresa disponibiliza atendimento especializado em diversas áreas, como Casamentos, Cruzeiros, Corporativo, Destinos Exóticos, LGBT+ e muito mais, além de suporte comercial estendido e assistência 24 horas para passageiros em viagem.

Esse compromisso com a excelência e o suporte contínuo aos agentes de viagens fez da Orinter a operadora mais completa do mercado, proporcionando aos seus parceiros a tranquilidade de saber que estão sempre amparados por uma marca sólida e confiável.

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Ana Maria Berto, CEO da Orinter e da Mondee Brasil, e Roberto Sanches, diretor da Orinter

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FRANQUIAS, CONVERSÕES E EXPANSÃO

Recentemente, desembarcou no Brasil o CEO global da divisão Premium, Midscale & Economy da Accor, Jean-Jacques Morin, que, entre uma reunião e outra em São Paulo, atendeu a PANROTAS para uma entrevista ao lado do CEO para as Américas do mesmo departamento, Thomas Dubaere.

E eles estão entusiasmados com a condução dos negócios e os resultados da rede hoteleira no País. Por vários motivos. Apesar de reconhecerem todas as dificuldades de fazer negócios por aqui, em virtude de carga tributária, burocracia e outros desafios, os europeus veem no mercado brasileiro um terreno fértil para crescer, sobretudo por conta de um aumento potencial de uma classe média ávida por viajar, o que vem acontecendo em vários outros países, e no Brasil não é diferente. Para Morin, a Accor está colhendo os frutos de uma estratégia assertiva de expansão de seu portfólio. De 15 marcas em 2013, a rede escalou para 47 em 2024. "E as marcas são o grande elemento de sucesso de uma rede hoteleira", afirma o francês, que chefia uma divisão com 24 marcas (Premium, Midscale e Economy - PME).

Rodrigo
Jean-Jacques Morin, CEO global da divisão Premium, Midscale & Economy da Accor, no Pullman Vila Olímpia

BRASIL NA

LIDERANÇA

E ESTADOS UNIDOS NA AMBIÇÃO

A Accor tem 450 hotéis PME nas Américas, dos quais 65% estão no Brasil, seguido por México e depois Peru, Argentina e Chile. A meta é chegar a 600 nos próximos cinco anos, mantendo o Brasil como o líder de unidades deste pipeline.

"Mas isso não significa sair criando hotel por aí sem critérios. Temos um estudo baseado em poder de consumo e PIB, e são justamente esses termos que fazem o Brasil se manter na liderança. Temos, ainda, a ambição de consolidar mais marcas PMEs nos Estados Unidos, mas, reforço, de maneira seletiva", justifica Dubaere.

90% DAS ABERTURAS GLOBAIS EM MODO FRANQUIA

Neste ano, a Accor converteu um hotel em São Francisco, Califórnia, em Stratford San Francisco, Handwritten Collection, o primeiro da marca no país.

"Handwritten Collection, como o nome diz, é uma marca de coleção, uma marca de conversão. Digo isso porque, do nosso pipeline para hotéis Accor PME nas Américas, que é de 150 hotéis para os próximos anos, cerca de 45% deles está sob conversão. São hotéis já existentes, que não pertencem a nenhuma marca, mas cujo produto poderia perfeitamente se encaixar em uma das nossas marcas, pois têm boa qualidade e personalidade", complementa Jean-Jacques Morin, acrescentando ainda a Tribe como um negócio em modelo similar.

"Quem consegue converter hotéis já existentes em propriedades de marca, leva vantagem. Somos de longe a rede que converte a maior parte dos hotéis em operação. Metade do nosso volume global é fruto de conversão. Foi assim que crescemos e não foi assim que nossa concorrência cresceu. Isso nos deu vantagem, pois no mundo atual o capital está restrito e, por isso, a demanda por parte das empresas hoteleiras será muito forte nos próximos três, quatro anos, até que a situação se resolva", afirma Morin.

"E outra métrica importante é que cerca de 80% a 90% dos hotéis que abriremos no futuro, seja no Brasil ou em qualquer outro país, estarão sob o modo de franquia", indica Morin.

Thomas Dubaere, CEO da divisão Premium, Midscale & Economy da Accor para as Américas

CONSUMIDOR BUSCA

LIBERDADE

Além do maior leque para conversão, a vastidão de marcas do portfólio da Accor, na visão de Morin, é justificada pelo desejo de personalização do hóspede e do próprio franqueado do hotel. O viajante de hoje, principalmente após a pandemia, quer ter liberdade para escolher, após décadas sendo submetido ao mesmo tipo de chuveiro, quarto e padrão.

PAPEL DO B2B

E qual é o papel dos operadores e agentes de viagens brasileiros na distribuição dos produtos Accor? "É um papel muito importante. Nosso modelo de negócios é um círculo retroalimentado entre ter boas marcas e ser capaz de distribuilas", afirma Morin, mencionando Omnibees e B2B Reservas como motores fundamentais na distribuição indireta no País.

VENDAS

DIRETAS VIA ALL

Mas é por meio do programa de fidelidade ALL que a Accor vem conseguindo turbinar suas vendas. "Vender direto é o que o franqueado quer, pois é menos custoso, e também é o que o consumidor quer, pois ao reservar pelo ALL ele recebe benefícios", aponta o CEO global da divisão Premium, Midscale & Economy da Accor.

"Por uma questão de cultura de consumo, o ALL não tem o mesmo poder dos programas americanos, mas nosso crescimento é vertiginoso. Temos mais de 100 parceiros no ecossistema de experiências oferecidas, e já ganhamos alguns prêmios com o sucesso do ALL."

No Brasil, 42% das reservas feitas nos hotéis Accor são via ALL. Azul e Santander estão entre os principais parceiros locais do programa, que recentemente ganhou um modo de assinatura, também considerado um sucesso pelos líderes entrevistados.

MAIS PROPÓSITOS

DA ACCOR

O belga Dubaere e seu chefe francês ainda passaram por outros temas, como a liderança global ESG da Accor nas três bases que definem a sigla (meio ambiente, fatores sociais e governança), no tamanho do desafio que foi a Olimpíada em "casa", sendo a rede um dos patrocinadores oficiais do evento, além das comemorações de 50 anos de Ibis, completados em 2024, e da abertura do milésimo Mercure, em Macau. Os executivos também comentaram que consideram assertiva a decisão da Accor, há pouco mais de um ano, de se reestruturar globalmente, dividindo a rede em "Premium, Midscale & Economy" e "Luxury & Lifestyle". Segundo eles, a nova estrutura permite que o grupo consiga acelerar o crescimento e abordar melhor a evolução do mercado, prestando os mais altos níveis de serviço a todos os stakeholders. "Antes, não tínhamos um propósito e, por isso, gastávamos energia para descobrir quais eram os valores da Accor que nos uniam. Você pode unir as pessoas de várias maneiras, mas a melhor é pela cultura. Na nova divisão, chegamos a algo que se lê como a arte da hospitalidade responsável, conectando cultura com cuidado genuíno. E o que isso realmente significa é que somos pioneiros na arte da hospitalidade responsável, conectando culturas com paixão e generosidade", pondera Morin. n

Thomas Dubaere e Jean-Jacques Morin, da Accor, em entrevista no Pullman Vila Olímpia

50 anos da PANROTAS

Carla Lencastre, especial para a Revista PANROTAS

A EVOLUÇÃO DA HOTELARIA CARIOCA

Ahotelaria no Rio de Janeiro passou por uma significativa transformação ao longo das últimas cinco décadas, refletindo as mudanças sociais, econômicas e culturais da cidade. Um dos principais destinos do País, o Rio atrai visitantes a lazer e a trabalho, brasileiros e estrangeiros (para esses, continua sendo a imagem mais conhecida).

Adaptações e ajustes constantes precisam ser feitos para atender à evolução do mercado, com um hóspede cada vez mais bem informado e exigente.

Há 50 anos eram raras as figuras femininas em cargos de liderança nos hotéis. Hoje elas ocupam posições estratégicas em redes hoteleiras de diferentes tamanhos, nacionais e internacionais, em mais um reflexo das transformações sociais. Para contar um pouco dessa histó-

ria, conversamos com três mulheres que hoje desempenham papéis fundamentais em três grandes hotéis, ícones do Rio há muitos anos e que se tornaram símbolos da hospitalidade carioca. Seja há exatas cinco décadas, como o Sheraton Grand Rio, ou há cinco anos, como o Fairmont Rio de Janeiro Copacabana (cujo prédio contribuiu para a história da cidade, com as marcas Rio Palace e Sofitel).

São elas: Sintia Gomes, gerente-geral do Sheraton; Patricia Costa, diretora de Vendas e Marketing do Fairmont, do Sofitel Rio e do MGallery Santa Teresa, e Tereza Guimarães, diretora de Recursos Humanos do Hilton Copacabana e do Hilton Barra. Com o bônus de Mônica Paixão, hoje comandando o Le Canton, e cuja trajetória é um exemplo de como o Turismo foi transformado por mulheres de visão e liderança.

Sintia Gomes, Patricia Costa, Monica Paixão e Tereza Guimarães analisam a evolução da hotelaria no Rio de Janeiro

SINTIA GOMES, GERENTE-GERAL DO SHERATON GRAND RIO HOTEL & RESORT

O Sheraton foi o primeiro hotel de bandeira internacional no Rio de Janeiro e acaba de comemorar meio século à beira-mar, entre as praias de Leblon e São Conrado. Sintia Gomes começou a trabalhar na propriedade como gerente de Reservas na segunda metade da década de 1980. Naquela época, com o impulso da abertura econômica do País, o Rio de Janeiro começava a realizar eventos internacionais (alô, Rock in Rio 1985), a se promover novamente como destino turístico e a receber mais visitantes estrangeiros.

“Fiquei um tempo na área de Vendas, depois fui selecionada para um treinamento nos Estados Unidos e voltei apaixonada pelas operações hoteleiras”, conta Sintia. “Em 2003, fui gerenciar o Sheraton Porto Alegre (Hilton desde o início de 2022). Não existia no País uma mulher na posição de gerente-geral de um hotel de rede internacional, muito menos brasileira. Nas reuniões, todos os participantes eram homens, e a grande maioria estrangeira”.

A temporada do Sul foi curta. Em 2005, Sintia retornou ao Rio de Janeiro como gerente-geral do Sheraton Barra (sob a bandeira Wyndham desde o final de 2018). Há dez anos, voltou para o Sheraton original, entre Leblon e São Conrado, onde essa história teve início.

“Foi uma alegria. É lindo estar aqui em 2024 nas comemorações dos 50 anos do hotel. Jamais imaginei participar deste exato momento e vivenciar o cinquentenário. Fico muito feliz de celebrar com pessoas que também trabalhavam no hotel quando comecei”.

Para exemplificar como a hotelaria mudou ao longo da sua trajetória profissional, desde os pequenos detalhes, Sintia lembra como eram feitas as reservas na era pré-internet no Brasil.

“Se o hóspede ia ficar cinco noites, você fazia cinco tracinhos ao lado do nome dele. E a loucura que era quando a chave do quarto era guardada no escaninho errado em um hotel de 538 quartos como o Sheraton?”, diz Sintia, rindo das lembranças.

“Hoje, o check-in pode ser feito pelo celular. A internet foi um marco e a tecnologia facilita muito a vida dos colaboradores e dos hóspedes. Mas as máquinas nunca vão substituir as pessoas na hotelaria, porque o contato humano é fundamental. O hóspede quer se sentir único. E o de um hotel de alto padrão como o Sheraton Grand Rio é ainda mais exigente”. Sintia ressalta que limpeza e conforto são o básico esperado de um quarto de hotel, com água quente e uma cama boa. A partir daí, o que começa a fazer diferença é o serviço oferecido. “Tem uma coisa que não vai mudar na hotelaria: o servir com excelência”, afirma a gerente-geral do Sheraton. “Pode ser em uma bandeja de prata ou em um prato simples, mas não adianta ser o hotel mais maravilhoso do mundo se não tiver excelência no serviço. Por isso, a Marriott (grupo do qual o Sheraton faz parte desde 2016) investe muito em treinamento. Para que cada um saiba como tratar o hóspede como exclusivo. Gentileza é essencial na hotelaria.” Quando o tópico é lifestyle e luxo, Sintia aponta mais mudanças:

“O segmento de luxo cresceu de maneira exponencial. Este hóspede não quer um quarto básico. É preciso oferecer internet de alta velocidade e televisão com os aplicativos de streaming. Se não for além de uma cama gostosa e um ótimo chuveiro, o hotel não entrega o que o espera um hóspede que busca qualidade e requinte. E experiências. Gastronomia hoje é importantíssimo. Foi-se o tempo em que restaurante de hotel era um quebra-galho. As pessoas pensam muito mais em qualidade de vida. No Sheraton, por exemplo, oferecemos aulas de ioga de frente para o mar e reformamos toda a academia, que hoje tem os equipamentos mais modernos e está aberta 24 horas por dia. É a bossa carioca em um oásis de tranquilidade”.

PATRICIA COSTA, DIRETORA DE VENDAS E MARKETING DO FAIRMONT RIO DE JANEIRO COPACABANA

Quando abriu, em agosto de 2019, o Fairmont Rio era a inauguração mais aguardada na hotelaria de luxo brasileira. Durou pouco. No início de 2020, veio a pandemia. O hotel reabriu meses depois com outro posicionamento no mercado. Enquanto os visitantes estrangeiros de negócios, público-alvo inicial, não voltavam, o Fairmont passou a acolher turistas brasileiros e os próprios cariocas, com atrativos como shows que poderiam ser assistidos da varanda do quarto e refeições ao ar livre. Foi um sucesso. Até hoje, quando acaba de comemorar cinco anos, cariocas e brasileiros em geral continuam frequentando o hotel na Praia de Copacabana. Os estrangeiros retornaram. E é quase com um olhar de estrangeira que Patricia Costa, diretora de Vendas e Marketing que assumiu a posição em agosto, analisa a evolução da hotelaria carioca. Ela é pernambucana, mas começou a trabalhar na hotelaria em Portugal, onde estudava, no início dos anos 2000. No grupo Pestana a partir de 2003, especializou-se no segmento de luxo. Voltou para o Brasil, mais especificamente para o Rio, em 2011, quando a cidade se preparava para a Copa do Mundo FIFA (2014) e os Jogos Olímpicos (2016).

“Em 2011, quando cheguei, o Rio já estava sediando vários eventos preparatórios e havia escassez de funcionários especializados em hotelaria de luxo”, lembra Patricia. “Vim como diretora de Vendas para o Sofitel, onde hoje é o Fairmont Copacabana (e que, num passado mais distante, já foi o Rio Palace, também um hotel de luxo e anfitrião de artistas do primeiro Rock in Rio). Em 2014 assumi também o Caesar Park. Eram dois hotéis fantásticos, porém distintos, por conta de suas localizações”.

O Fairmont fica no Posto 6, no final da Praia de Copacabana. Logo depois estão o Arpoador e a Praia de Ipanema, endereço do Caesar Park, atualmente em obras. Quando reinaugurar, lá para o final de 2025, será o novo Sofitel. Patricia ficou no Rio durante a Copa e os Jogos. Mas, logo depois, retornou para Portugal, onde continuou a trabalhar na hotelaria de luxo.

“Levei seis meses para convencer a Patricia a voltar”, conta Netto Moreira, gerente-geral de Fairmont, Sofitel e MGallery, os três hotéis de luxo da Accor no Rio. “Trabalhamos juntos no Sofitel e ela é a pessoa certa para esta nova fase do grupo e da cidade”.

“Estou contente de ver este novo momento do Rio. O Fairmont acaba de completar cinco anos, teremos o futuro Sofitel no coração de Ipanema, e ainda há o MGallery Santa Teresa, que é um mimo. O Fairmont é um hotel bonito, que combina excelência no design com a alegria carioca. Agora é manter o nome e trabalhar o posicionamento no mercado do Sofitel. Retorno mais uma vez da Europa depois de um período de trabalho muito enriquecedor.

“Como diretora comercial da Duco Travel Summit, tive oportunidade de conhecer a excelência de hotéis boutique e de eventos de luxo não apenas em Portugal, mas também em Espanha, França e Itália. Voltar agora para o Rio foi como chegar em casa. Temos muitos colaboradores do meu período anterior na cidade e recebi uma acolhida muito gostosa”, continua ela.

Comparando seu breve período atual no Rio com o anterior, Patricia já percebe duas mudanças que vê como transformadoras para a hotelaria:

“A primeira é a sustentabilidade no sentido amplo do termo, sem dúvida. Na Accor, sempre tivemos essa preocupação. Mas agora o mercado também tem. O hóspede que saber o que estamos fazendo como empresa, como tratamos a comunidade, se compramos peixe local. A outra é a demanda por experiências. Gerações distintas, dos mais jovens aos mais velhos, querem viver momentos especiais, e não apenas se hospedar em um hotel de alto padrão”.

TEREZA GUIMARÃES, DIRETORA DE RECURSOS HUMANOS DO HILTON COPACABANA E BARRA

O grupo Hilton administra dois hotéis no Rio, um em Copacabana e outro na Barra da Tijuca. O da Barra, de 2015, é mais voltado para o visitante de negócios. Com 298 quartos, foi a primeira unidade da rede no Rio. Já a história do Hilton Copacabana é maior, assim como o hotel, de 545 apartamentos, a maioria com vista panorâmica para o mar. Projetado pelo arquiteto carioca Paulo Casé (1931-2018), o edifício mais alto de Copa foi inaugurado em 1974. É uma torre de 39 andares na esquina das avenidas Atlântica e Princesa Isabel, no trecho inicial da praia. Ao longo de três décadas, o prédio abrigou o Le Méridien. O hotel fez fama na cidade pela cascata de fogos de artifício que escorria pela fachada na noite de Ano Novo, nas décadas de 1980 e 1990, e pelo restaurante Le Saint-Honoré, no 37º andar, durante alguns anos comandado pelo então jovem chef Laurent Suaudeau, hoje em São Paulo. No início deste século, os fogos foram proibidos. Anos depois, o hotel passou para o grupo espanhol Iberostar. Quando recebeu a marca Hilton, em 2017, era Windsor Atlântica. Foi quando Tereza Guimarães, então diretora de Recursos Humanos do Hilton Barra, assumiu também a diretoria de RH do novo Hilton carioca. Ela começou na hotelaria nos anos 2000, no JW Marriott, outro hotel de grande rede internacional na Praia de Copacabana.

Muita coisa mudou no Rio nestas duas décadas de Tereza na hotelaria. Os períodos preparatórios para a Copa do Mundo FIFA e os Jogos Olímpicos exigiram aumento de oferta e qualidade não apenas de hospedagem, mas de serviços como um todo. Hoje, é preciso avançar em tecnologia e, também, em diversidade, inclusão e qualidade de vida em geral. Tereza elenca os desafios enfrentados para atrair e reter talentos na fase atual da hotelaria carioca:

“O setor está bastante aquecido, competindo diretamente com outros segmentos pelo mesmo perfil de colaboradores. A demanda é maior do que a oferta em posições operacionais, como para profissionais de Alimentos e Bebidas, por exemplo", analisa.

Tereza diz que os hóspedes do Hilton, tanto em Copa quanto na Barra, estão mais exigentes, “como em qualquer lugar do mundo”. Mas pontua que a cidade não faz a sua parte.

“Estamos na direção correta, mas ainda falta muito investimento para o Rio de Janeiro ser mais atrativo e acolhedor para os turistas. Exploramos pouco o potencial da cidade”, acredita.

"Outro grande desafio é a escala de trabalho 6 x 1, pouco atrativa para a Geração Z. Para driblar esses obstáculos, estamos investindo em um ambiente diverso e inclusivo, além de oferecer benefícios competitivos como horários flexíveis e folgas duplas. Fazemos parcerias com nossos fornecedores de Alimentos e Bebidas para ter também treinamentos técnicos e oportunidades de crescimento.

MÔNICA PAIXÃO, CEO DO LE CANTON (TERESÓPOLIS, RJ)

Se tem alguém que pode falar sobre as mudanças na hospitalidade no Rio de Janeiro nas últimas décadas, é Mônica Paixão. Ela está no segmento hoteleiro desde meados dos anos 1980. De lá para cá, enfrentou o machismo, promoveu o Turismo LGBTQIA+, valorizou o bem-estar dos colaboradores. Hoje se orgulha de ter ajustado um resort que tem no DNA o público de famílias com crianças para receber também adultos em geral, com ou sem filhos, que queiram fazer home office em um ambiente acolhedor e em contato com a natureza. Há quase dez anos como diretora-geral no Le Canton, resort em Teresópolis, na Serra Fluminense, Mônica começou na hotelaria em meados da década de 1980 como recepcionista no Le Méridien, hoje Hilton Copacabana. Na virada do século, assumiu o Ipanema Plaza (fechado desde 2017). Na época, foi a primeira mulher a ocupar a posição de gerente-geral em um hotel carioca. Pouco mais de uma década se passou. Em 2012, Mônica seguiu para o Hotel Santa Teresa, então um Relais & Châteaux. No final de 2015, quando a administração passou para a Accor, ela continuou sua trajetória em um resort e subiu a serra para o Le Canton. A seguir, Mônica dá um depoimento que detalha a evolução do perfil dos clientes e, como consequência, dos hotéis. E, principalmente, da sociedade, ainda que às vezes pareça que não.

“Comecei o Le Méridien como recepcionista, um trabalho de verão que mudou minha vida. Apostaram muito em mim, mas naquela época a cultura na gestão de hotelaria era muito machista. Só homens ocupavam cargos de liderança. E, na maioria, estrangeiros.

"Depois de 15 anos, fui para o Ipanema Plaza, onde fiquei por 12 anos como gerente-geral. Tenho muito orgulho de ter posicionado o hotel como uma propriedade carioca gay friendly, em uma época em que atender bem ao público LGBTQIA+ ainda era considerado diferencial.

No Santa Teresa, foi como trocar uma roda do carro em movimento. Era um hotel de luxo, um Relais & Châteaux, o nível de exigência do hóspede era alto, inclusive em relação à gastronomia, mas os funcio-

nários não estavam felizes e era um caos. Aos poucos, fui montando a equipe com meu networking e investindo em treinamento. É uma sensação muito boa quando você consegue implementar o que sabe. O lugar decolou, e a Accor comprou.

Sentia falta de ter experiência em resort, por isso agora estou há dez anos no Le Canton. É outra pegada, famílias com crianças nos fins de semana e eventos empresariais nos dias úteis. Dobrei a capacidade hoteleira, estamos indo para 300 acomodações. No pós-pandemia muitos conceitos da hotelaria mudaram. Todo mundo está viajando mais, porque tem consciência de como é ruim ficar confinado. Le Canton oferece contato com a natureza e, nos últimos anos, se preparou totalmente para receber quem estiver trabalhando em home office.

Treino cada vez mais meu time para lidar com pessoas. Meu foco é em equipe e em serviço. Nas pesquisas que fazemos no Le Canton, o que os clientes mais apreciam são nossos colaboradores. Temos muitos hóspedes frequentes, para os quais já separamos a mesa preferida e sugerimos o vinho que sabemos que vai agradar. Podemos receber cerca de mil pessoas em um fim de semana. O acolhimento independe do tamanho da propriedade. Sempre gostei muito de lidar com pessoas. Se não gosta, é melhor não ir para a hotelaria”. n

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A Hero é uma insurtech, ou seja, uma empresa de seguros que utiliza tecnologia para criar e distribuir seguros focados em experiência e personalização. A companhia foi criada com o propósito de facilitar os negócios, descomplicando um mercado tradicional e burocrático, tendo o cliente como o centro de suas operações.

Como MGA (Managing General Agent) da Generali Brasil, uma das maiores seguradoras do mundo, a Hero conta com um time com mais de 20 anos de experiência no mercado segurador e digital. Desde 2022, já conquistou a confiança de mais de 1,7 milhão de segurados e emitiu mais de 120 mil seguros por mês.

NA ERA DA EXPERIÊNCIA E PERSONALIZAÇÃO, A HERO É SUA MELHOR OPÇÃO EM SEGURO VIAGEM

Cuidamos de toda a jornada do seguro, da criação do produto até o atendimento ao cliente e o pagamento de sinistros, garantindo uma experiência completa, ágil e descomplicada. Nosso sistema próprio, Xavier, dá aos parceiros autono -

mia sobre preços e comissões, que podem chegar a 65%, além de serem altamente competitivos. Na Hero, você pode personalizar o seguro para seus clientes!

Nosso DNA é formado por praticidade e segurança, com assistência 100% internalizada, trilíngue, disponível 24 horas por dia, proporcionando suporte próximo e humanizado.

Oferecemos benefícios exclusivos aos viajantes, que podem ser utilizados antes, durante e depois da viagem, mesmo sem sinistro, como acesso a salas VIP em aeroportos no Brasil, descontos em lojas duty-free, cashback para planos nacionais e internacionais, além de telemedicina com o Hospital Israelita Albert Einstein.

Enquanto muitos se apegam ao passado, na Hero somos movidos pela inovação. Estamos atentos às transformações do mercado, criando soluções tecnológicas e disruptivas, que trazem personalização e uma experiência superior, tanto para quem vende quanto para quem compra. Somos muito mais que um seguro viagem. E quem faz parte da nossa história confia e indica. n

Guilherme Wroclawski e Raphael Swierczynski, fundadores e CEOs da Hero Seguros

Com a HERO, você indica e ganha!

Através do nosso programa #EuConfioEuIndico, você aumenta seus ganhos ao indicar agências. E não há limite de indicações!

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Ao atingir 5 cadastros no Xavier. E-book “Jornada da Produtividade” de Saulo Boccanera. Ao atingir 10 indicações. Ao atingir 3 indicações. 5 artes personalizáveis para as redes sociais da sua agência.

Muito mais que um seguro viagem.

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COMO O AGENTE DE VIAGENS PRECISA EVOLUIR?

O que funcionava há 5 anos, não funciona mais. O consumidor mudou. O dinheiro descentralizou. As gerações estão conectadas entre si. A concorrência ganhou outras nuances. As decisões de compra passam hoje por várias etapas. O conhecimento é de todos. E o estilo de vida foi completamente alterado.

E o Turismo ganhou outro significado na vida das pessoas e se popularizou como nunca. Entramos em um momento na história contemporânea que podemos dizer que viajar é quase para todos. E as motivações para viajar hoje são inúmeras, conceitos abstratos se tornaram nichos de mercado e ganha o cliente aquele que está mais antenado, que entende sua importância e que se faz útil e imprescindível. Atendimento de qualidade é rei. E o conhecimento específico e sua utilização estratégica são os caminhos para a evolução do mercado de Turismo.

Não podemos mais generalizar grupos etários, nem posição social, nem potencial financeiro. Tudo isso caiu por terra, porque existem mais exceções do que regras e as motivações são intrínsecas e tão particulares que seguir argumentos de venda em uma apostila se torna uma estratégia datada e ineficaz. Primeiro deve-se entender que poucas compras na vida contemporânea podem gerar mais felicidade e satisfação do que investir em uma viagem. O consumidor, mais do que nunca, está valorizando esse momento de escolher um destino, decidir por um meio de hospedagem, criar um roteiro

personalizado, imaginar suas reações nas experiências locais. A internet deixou isso mais palpável e influenciadores e celebridades levaram isso a outro patamar, ao compartilhar suas próprias experiências que inspiram viajantes de todos os lados. Cada seguidor de uma conta famosa é um possível novo viajante para aquele destino dos sonhos, e dependendo do nível da influência, que atinge nichos específicos, o influenciador ou celebridade acabam convertendo viajantes e os instigando a visitar o destino X ou Y.

Então se as opções de destinos não são mais apresentadas em um encarte de jornal ou em displays em agências de viagens, o agente de viagens precisa dissecar essas opções. É preciso fazer seu dever de casa, estudar o zeitgeist, ou o espírito do tempo, compreender as motivações das viagens, muitas delas motivadas pela nostalgia e pela possibilidade de experimentar o novo, reconectar-se com memórias afetivas ou construir novas para o futuro, veja os adultos se divertindo e gastando nos parques de Orlando, vivendo o sonho de princesas ou o mundo mágico de Harry Potter; hoje aos 30 a 45 anos, os que leram os livros, assistiram aos filmes e que agora podem visitar parte daquele mundo com amigos ou com seus filhos.

Ou visitar Taormina, na Itália, inspirado pelas cenas deslumbrantes da série “White Lotus”, ou os bairros parisienses por conta de “Emily in Paris”. Nunca antes o audiovisual fez

Rogéria Pinheiro

tanto pelos destinos como hoje, o que vem gerando até problemas sérios para alguns locais em que o fluxo de turistas está excedendo a normalidade e afetando os moradores. Isso tudo tem a ver com o poder de influência e com a descentralização do conhecimento, que democratizou o acesso à informação qualificada. Esse conteúdo curado é uma fonte de informações valiosas para o viajante e também para o agente de viagens. O olhar atento para o viajante é a grande chave para a evolução desse profissional que possui o conhecimento técnico capaz de separar o joio do trigo, de realizar O MATCH PERFEITO.

O que eu tento passar sempre nas minhas aulas, palestras e mentorias é que o agente de viagens deve vender a solução dos problemas do viajante, quando esse profissional se apropria das ferramentas disponíveis e combina com seu olhar singular ele é capaz de ampliar as possibilidades no seu mercado. O "pulo do gato" para mim é voltar o olhar para o cliente e focar no que é importante para ele e não ficar preso em convenções e formatos de trabalho ultrapassados. É assim que o agente de viagens vai poder continuar evoluindo na sua atuação, tornando-se relevante para seu cliente.

Dominar a execução de uma venda consultiva que conecta desejos e necessidades a soluções realmente personalizadas, ser curador de informações e trazer seu repertório técnico que te distancia da seara das dicas de viagens, antecipar necessidades específicas e traduzir gostos pessoais em experiências únicas. Se você fizer isso, a evolução será constante. n

EUROPLUS LANÇA NOVA IDENTIDADE DE MARCA E FACILITA ALTERAÇÃO DE RESERVAS

Durante o Festuris 2024, os visitantes têm a oportunidade de ver de perto a nova identidade visual da Europlus. A operadora revisou sua paleta de cores e redesenhou o logotipo, resultado de uma extensa análise de mercado que busca aproximar ainda mais a marca de seu público-alvo. O novo design reflete os valores centrais da empresa e projeta uma imagem mais moderna e conectada às necessidades dos agentes de viagens.

O CEO da Europlus, Peter Weber, explica o conceito por trás das mudanças visuais: "As cores e o novo logotipo foram escolhidos para reforçar o fato de que a Europlus é uma empresa próxima aos agentes de viagens, sempre pronta a oferecer serviços e soluções que dialoguem diretamente com as demandas do mercado atual."

A Europlus também aproveita o momento para lançar uma inovação tecnológica em seu sistema EuroEasy. Com essa atualização, os agentes de viagens agora podem realizar alterações em suas reservas de forma on-line, sem precisar de intermediários. Entre as opções disponíveis, está a possibilidade de modificar nomes, tipos de apartamentos, além de ajustar as datas de check-in e check-out, oferecendo mais autonomia e praticidade aos profissionais do setor.

Essas novidades reafirmam os pilares que sempre

guiaram a Europlus: a proximidade com o cliente, o atendimento personalizado e um pós-venda que é constantemente elogiado pela sua eficiência. Além disso, a nova função no sistema EuroEasy visa fortalecer a experiência do agente de viagens, garantindo mais agilidade e facilidade no dia a dia. Com essas mudanças, a Europlus reforça seu compromisso com a inovação, ao mesmo tempo em que mantém o foco na qualidade dos serviços, buscando sempre melhorar a experiência dos agentes e, consequentemente, dos viajantes. n

50 anos da PANROTAS

Mari Campos, especial para a Revista PANROTAS

Planejando uma viagem de Volta ao Mundo

Kyoto, Japão

Como toda criança que leu a obra prima de Júlio Verne, cresci achando fascinante a ideia de dar a volta ao mundo. Quem nunca sonhou com uma, não é mesmo? Mas foi somente pouco depois de deixar a universidade que descobri a existência das RTW (Round the World tickets), as passagens aéreas criadas especialmente para viajantes munidos do mesmo desejo.

Apesar de até hoje pouco conhecidas dos brasileiros, as tarifas RTW são objeto de desejo de muita gente mundo afora. Eis aí uma forma tranquila, conveniente e financeiramente interessante de conhecer diversos países com a segurança, os benefícios e a mesma franquia de bagagem em todos os voos.

Se antes a maioria das pessoas achava que era preciso tirar um ano sabático para emitir sua RTW, hoje em dia as viagens de volta ao mundo vendidas por redes hoteleiras e operadoras de luxo dificilmente ultrapassam os 28 dias de duração.

Com essas tarifas especiais, dar a volta ao mundo deixou de ser privilégio de celebridades e herdeiros circulando por aí em seus jatinhos – principalmente por terem valores incrivelmente atraentes, cabendo muito mais facilmente também nas férias de quem trabalha com dias contados de descanso anual.

Passei quase 20 anos desejando emitir um bilhete RTW; e finalmente embarquei em um roteiro cuidadosamente planejado - uma "volta ao mundo em 50 dias" que, espero, será a primeira de várias.

Foram diversos rascunhos de roteiros (21 no total!) até chegar ao itinerário mais redondinho, que alinhasse meus interesses de viagem com o meu tempo disponível e as disponibilidades de assento das rotas aéreas pretendidas.

Para rodar o mundo durante quase dois meses, foi preciso planejar tudo com bastante cuidado para que houvesse também tempo suficiente para aliar as sonhadas férias com um pouco de "anywhere office" (o trabalho de qualquer lugar) aqui e ali. Sem aquele papo chato de "nômades digitais", com a RTW é possível, sim, aliar "turistagem", descanso e trabalho em um mesmo roteiro.

Aeroporto de Narita, em Tóquio
Vista do Chicago360

VOANDO SEMPRE NA MESMA DIREÇÃO

+ Uma passagem RTW é um tíquete aéreo especial que permite que viajantes visitem vários destinos ao redor do globo munidos de uma única passagem, geralmente a um custo bem menor que a compra individual das passagens trecho a trecho.

+ As passagens RTW podem ser emitidas através de diversas companhias aéreas , sobretudo aquelas filiadas à Star Alliance e OneWorld (a SkyTeam também oferecia passagens RTW, mas suspendeu as emissões deste tipo de tíquete por enquanto).

+ As viagens com passagens RTW devem obrigatoriamente começar e terminar no mesmo país (em alguns casos, na mesma cidade) e têm que ser concluídas em no máximo 12 meses.

+ É preciso também voar sempre na mesma direção (tudo a leste ou tudo a oeste, sem exceções) , cruzando os oceanos Atlântico e Pacífico. Não é permitido ir e voltar para lugar nenhum, mas open jaws (chegar em um destino e continuar a viagem por outro) são possíveis na maioria das passagens RTW.

+ Especialistas do setor dizem que um período de quatro a oito semanas seria o ideal para fazer uma viagem com RTW com calma . Pela Oneworld, para emitir uma RTW é preciso visitar pelo menos três continentes em um máximo de 16 voos, com custos desde US$ 3.500 em econômica e US$ 11.000 em classe executiva.

+ Com a Star Alliance, a maior aliança de companhias aéreas do mundo (são 26 delas no total), a malha aérea

reforçada permite 1.300 possibilidades de destinos em 190 países . A RTW precisa ter pelo menos 2 escalas, com preços a partir de US$ 4.000, e tem franquia de bagagem mais limitada (no máximo 20kg por passageiro em classe econômica e um total de 30kg para quem voa em classe executiva).

+ Comprando uma RTW, o viajante, fazendo o seu itinerário dos sonhos, acumula também milhas voadas e pode ter créditos importantes para aceder a status melhores no programa de fidelidade de sua companhia aérea favorita.

+ Mas hoje em dia é possível também emitir uma RTW com milhas/pontos de programas de fidelidade , com custos desde 250.000 milhas em classe econômica e apenas 350.000 em classe executiva - uma das maiores "pechinchas" da aviação atualmente.

Emiti a minha RTW assim, usando milhas acumuladas em um programa de fidelidade, e posso garantir: sendo esse um processo complexo, trabalhoso e por vezes bastante demorado, valer-se do know-how e de todas as habilidades de um bom agente de viagens também pode fazer toda a diferença nesse caso, garantindo principalmente que o itinerário final da passagem seja realmente eficiente e satisfatório para o viajante.

Ao agente de viagens a dica: atender o passageiro que vai emitir com milhas vai render, além do seu fee de serviços, adicionais de produtos a serem consumidos nos dois meses da viagem.

Bangkok, Tailândia
Aeroporto de Bangkok
Aeroporto de Dubai
Business Turkish

PLANEJAMENTO E FLEXIBILIDADE SÃO ESSENCIAIS

Na hora de emitir uma passagem RTW para dar a volta ao mundo, duas palavrinhas ajudam o viajante a chegar a seu itinerário ideal: planejamento e flexibilidade

A minha RTW foi emitida pela Star Alliance, através da Tap, no modelo mais simples disponível, com um total de até 26.000 milhas voadas e um máximo de 10 voos no percurso completo. Mas o roteiro inicial que eu tinha imaginado acabou se revelando inviável na hora H da emissão do bilhete. Por questões de disponibilidade de assentos nos voos e limitações de rotas, tive que mudar não apenas o sentido todo da minha viagem (queria voar a leste, acabei voando a oeste), como também mexer ligeiramente nas datas e na quantidade de dias em cada escala, além de abrir mão de alguns destinos que estavam na minha lista de desejos.

Ainda assim, financeiramente, as RTWs compensam mais do que nunca na atualidade, principalmente se forem emitidas em classe executiva: hoje, esse tipo de bilhete aéreo já é mais barato que muita passagem ida e volta neste tipo de classe. Segundo algumas agências de viagens

americanas, há cada vez mais viajantes dos EUA emitindo passagem RTW em executiva para visitar apenas dois ou três destinos na viagem simplesmente porque o preço final seria inferior ao de emitir uma simples ida e volta em business para um único lugar. Para viajar, por exemplo, entre Los Angeles e Londres em classe executiva, tem gente optando por RTWs em percursos mais enxutos, como Los Angeles - Nova York - Londres - Bali – Los Angeles. Assim, seguem sem problemas as regras básicas da passagem de volta ao mundo – atravessar Atlântico e Pacífico, fazer pelo menos duas escalas, voar sempre no mesmo sentido etc –, e conhecem ao menos um lugar a mais, desembolsando valores finais mais camaradas. É o clássico "unir o útil ao agradável", em uma sacada do consultor de viagem que realmente conhece o mercado.

Seja em econômica ou executiva, a RTW vem se revelando um sonho cada vez mais acessível ao viajante contemporâneo; e que deve pouco a pouco entrar de vez no radar do viajante brasileiro. Eu, por aqui, ainda nem terminei a primeira volta ao mundo e já estou pensando na próxima! n

Tóquio, Japão
Classe executiva da ANA

O Malai Manso Resort está entre os

Top 10 melhores resorts all inclusive do Brasil em 2024.

Além dos bares e restaurantes, dos 3.000m2 de piscinas, das diversas opções de lazer e esporte, o Malai também inclui na sua hospedagem a natureza exuberante da Chapada dos Guimarães e do Lago do Manso,

que fica a poucos quilômetros de Nobres e do Pantanal. Descubra o destino perfeito. Descubra o primeiro resort com o conceito all nature inclusive do Brasil.

GRUPO BRT: 46 ANOS DE EXPERIÊNCIA E SOLIDEZ NO MERCADO

Fundado em 1978 como Brementur, o Grupo BRT é especialista na distribuição de produtos e serviços de Turismo, atendendo exclusivamente agências de viagens. Presente em 28 cidades no Brasil, a companhia valoriza a agilidade e qualidade no atendimento, conectando agentes a uma vasta rede de fornecedores globais e oferecendo ferramentas que otimizam tempo e custos.

A missão da BRT é facilitar o acesso a produtos e serviços turísticos, no Brasil e no mundo, por meio de tecnologia avançada e parcerias estratégicas, com o intuito de oferecer soluções confiáveis e seguras para as agências de viagens.

Com 46 anos de experiência, a empresa construiu uma sólida reputação no trade, oferecendo suporte especializado e consultoria de qualidade para agentes, permitindo que eles entreguem experiências incríveis aos seus clientes.

Com um portfólio diversificado, a BRT disponibiliza mais de dez mil fornecedores, oferecendo pacotes personalizados, de forfaits a FIT e grupos, em destinos nacionais e internacionais. Além disso, a empresa oferece tarifas competitivas, amplo suporte durante a viagem e uma gestão eficiente com produtos que variam desde o econômico ao luxo.

TECNOLOGIA A

SERVIÇO DOS AGENTES

O portal exclusivo da BRT para agentes de viagens é uma ferramenta essencial para cotação, reservas e emissões de pacotes. Nele, os profissionais têm acesso a saídas garantidas e personalizadas, além de tarifas diferenciadas com as principais companhias aéreas, hotéis, locadoras de veículos, seguros, e ingressos para shows e parques. Entre as inovações tecnológicas, destaca-se o Portal de Pagamentos TurismoPago, uma plataforma própria que garante mais conveniência e segurança nas transações. Em desenvolvimento, os dashboards em PowerBI trarão insights detalhados para os clientes acompanharem o desempenho em tempo real.

Para o futuro, a BRT planeja abrir novas filiais no Nordeste em 2025 e investir no mercado de luxo, com bloqueios exclusivos para viagens nacionais e internacionais. n

Luciano Palmerini, Eraldo Palmerini, Carlos Vazquez, Marco Di Ruzze

E SPORTES U NIDOS DA A MÉRICA

Met Life Stadium, em Nova Jersey

Os Estados Unidos da América são o maior poderio esportivo do mundo. Em cada uma das últimas oito edições dos Jogos Olímpicos, desde 1996, o país liderou em medalhas conquistadas. No acumulado de todas as edições, incluindo a de Paris, neste ano, os Estados Unidos também sobram na liderança, com mais de 2,5 mil medalhas. E essa hegemonia deve ser ampliada em 2028, quando a sede da Olimpíada será Los Angeles, cidade que também abrigou a última edição do IPW, em maio de 2024.

Neste evento, que é o principal para promover o Turismo dos Estados Unidos para o Exterior, o órgão de promoção turística do país - Brand USA - colocou o esporte e os eventos esportivos como um dos principais chamarizes para atrair 90 milhões de turistas internacionais em 2027. Ano que ficará entre duas grandes competições esportivas que serão sediadas nos Estados Unidos: a Copa do Mundo FIFA de 2026 e a Olimpíada de Los Angeles em 2028.

Inclusive, o principal torneio de futebol foi assunto no IPW. Sabendo o alcance global do esporte, todas as cidades e Estados que sediarão jogos da competição daqui a dois anos colocaram o evento entre suas novidades e oportunidades para visitantes. Competição esportiva mais assistida do mundo, atingindo até 5 bilhões de pessoas em 2022 segundo a FIFA, esta Copa do Mundo também será o maior torneio da história com 48 seleções nacionais. Estes 48 países estabelecerão um novo recorde de jogo para uma única Copa do Mundo FIFA ao competir em 16 cidades da América do Norte , sendo 11 nos Estados Unidos, três no México e duas no Canadá. Confira ao lado as cidades-sede dos EUA, seus estádios e sua capacidade.

Troféu da Copa do Mundo

Com grandes estádios espalhados pela América do Norte, a Copa do Mundo FIFA 2026 também marcará o recorde de distância entre cidades em uma única edição e, possivelmente, o maior número de ingressos vendidos, já que terá o maior número de jogos realizados em grandes arenas, a maioria utilizada para jogos de futebol americanono caso dos Estados Unidos. O grande número de cidades sede e as grandes distâncias até criaram oportunidades de promoção conjunta para alguns destinos estadunidenses, como é o caso de Boston, Filadélfia e Nova York. “Estamos nos juntando com parceiros de Nova York e Filadélfia para criar um corredor de visitantes no leste dos Estados Unidos. Somos as três cidades mais próximas que sediarão jogos da Copa do Mundo, e queremos aproveitar isso para atrair turistas”, explicou Martha Sheridan, do Meet Boston.

Nova York, inclusive, sediará oito jogos da Copa do Mundo FIFA 2026, entre eles a final do torneio. A região, que inclui Nova Jersey - onde está localizado o Met Life Stadium, espera um impacto econômico de mais de US$ 2 bilhões com a competição, apoiando mais de 14 mil empregos para atender mais de 1 milhão de turistas que estarão nas cidades para assistir às partidas de futebol.

DisneyExperiences
Maratona em Walt Disney World
Martha Sheridan, do Meet Boston
©Disney
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Mas, apesar do grande evento ser tema no IPW 2024 e grande oportunidade de atração de turistas, os Estados Unidos contam com eventos esportivos que merecem a atenção dos turistas durante o ano todo, todos os anos. No caso de grandes metrópoles, como Chicago e Nova York, uma única cidade pode abrigar mais de 10 equipes profissionais, com jogos sendo realizados em diferentes épocas, de acordo com o calendário do esporte.

"Chicago é uma cidade que ama esportes e tem um legado vencedor. Nós temos 12 equipes profissionais, incluindo futebol americano, basquete masculino e feminino, futebol masculino e feminino, hóquei e dois times de beisebol. Além disso, também temos empresas promovendo campeonatos basicamente todos os finais de semana, incluindo muitos de vôlei de praia, e o único circuito de rua da Nascar", explicou Rich Gamble, CEO do Choose Chicago.

AMPLA OFERTA ESPORTIVA

Pela quarta vez, o IPW contou com uma área dedicada ao Turismo de esportes e times americanos chamada IPW Sports. Em 2019, primeira edição, a área apoiada pela Global Tourism Sports & Events (GTSE) contava com quatro times. Na última edição, realizada em Los Angeles, foram 20 times americanos de diversos esportes representados no espaço.

"É fenomenal poder crescer a presença dos esportes no Turismo para que o mundo os conheça. 37% dos turistas que visitam os Estados Unidos querem ver um evento esportivo. É uma ótima forma de ter uma experiência autêntica no destino com hot dog, cerveja e a adrenalina e amizade que fazem parte do esporte. Cada jogo é diferente, obviamente, então os turistas sempre terão experiências únicas", afirmou Luisa Mendoza, CEO e fundadora da GTSE.

Rich Gamble, do Choose Chicago
Luisa Mendoza, da GTSE

A GTSE oferece ingressos de eventos esportivos no Brasil via operadoras, e de acordo com Luisa, os esportes preferidos dos brasileiros quando visitam os Estados Unidos são Fórmula 1, basquete (NBA), futebol americano (NFL) e tênis (US Open e Miami Open), nos destinos que já são os mais visitados por turistas do Brasil, como Miami, Nova York, Las Vegas, Los Angeles e Texas.

O ginásio do Orlando Magic, time de basquete baseado na capital dos parques temáticos, está sempre lotado de brasileiros, por exemplo, apontou Luisa. A NBA conta com grande apelo no Brasil, com grandes eventos como a NBA House, websérie no Youtube com influenciadores brasileiros chamada NBA na Estrada apresentando os times e os destinos em que estão localizados, e até transmissão dos jogos das finais em rede aberta.

Mas o jogo propriamente dito não é a única atração ao entrar no Kia Center e outros ginásios. Até mesmo turistas que não têm familiaridade com o basquete se divertem, e muito. Além da cerveja e o cachorro quente citados por Luisa, cada intervalo do jogo já é uma atração por si só, com apresentações de dançarinas, acrobatas fazendo enterradas espetaculares, e muita interação com o público através dos telões e das camisetas distribuídas para os fãs.

E, se essas opções inclusas no valor dos ingressos - com exceção da comida e bebida -, não forem o suficiente, cada ginásio promove um tipo de experiência vip e personalizada aos fãs e aos turistas. O Barclays Center no Brooklyn, por exemplo, conta com espaço exclusivo da Qatar Airways e restaurante de luxo em experiência que pode chegar ao valor de US$ 5 mil para aqueles dispostos a investir mais.

Intervalo de jogo do Orlando Magic, como sempre na NBA, o intervalo é um espetáculo à parte

ESPORTES PROPRIAMENTE AMERICANOS

Além do basquete, que é um esporte global mas com uma grande liga americana, os Estados Unidos também são muito populares pelas ligas nacionais de esportes criados em território estadunidense, como são os casos do beisebol e do futebol americano.

Um dos times mais tradicionais da NFL (Liga de Futebol Americano dos Estados Unidos) está localizado em uma pequena cidade no Estado de Wisconsin, chamada Green Bay. Localizada a três horas de carro de Chicago, a cidade promete uma imersão na história do futebol americano com o Green Bay Packers, além de boas opções de recreação ao ar livre, gastronomia e cultura nativa americana.

"Em Green Bay, você será imerso na história do futebol americano. Se você está vindo para os Estados Unidos para uma experiência NFL, não há melhor lugar do que Green Bay. É futebol profissional situado entre os fãs mais fanáticos em uma cidade pequena que é tomada pelo esporte", disse Nick Meisner, VP de Marketing Digital do Discover Green Bay. O Green Bay Packers enfrentou o Philadelphia Eagles em São Paulo em setembro no primeiro jogo da NFL no Brasil, com vitória do Eagles. Mas o evento mais visado da NFL, até por brasileiros, é o Super Bowl, finalíssima da NFL que está entre os eventos esportivos com maior audiência, espetáculo também famoso por seu show do intervalo com grandes estrelas da música. O próximo Super Bowl está marcado para 9 de fevereiro, em Nova Orleans, com show de intervalo com Kendrick Lamar. Por sua vez, o beisebol, esporte menos popular no Brasil, tam -

bém tem muito a oferecer ao turista brasileiro. De acordo com Tara Napoli e Taylor Kelly, representantes do New York Mets no IPW 2024, “o estádio de beisebol é um ambiente familiar com um jogo mais longo e devagar, em que você não está em sua cadeira 100% do tempo. Não é só sobre ver o jogo, mas a experiência toda. E parte dessa experiência é comida e bebida. No Citi Field, incluímos negócios locais que são populares em Nova York".

Tara Napoli e Taylor Kelly, do New York Mets
Nick Meisner, do Discover Green Bay
Cheerleader do Green Bay Packers agita torcida no Lambeau Field

Mas, assim como em ginásios da NBA, também é possível ter experiências à parte, como museus e tours guiados, que permitem até estar no campo. Blythe, guia dos tours no Los Angeles Dodgers Stadium, explica que "mesmo que não assistam a um jogo, todos devem fazer um stadium tour. Temos muita história no beisebol, é um esporte mais antigo. Se quer ir a um jogo (de basquete) do Lakers, pelo menos venha fazer um tour no Dodgers Stadium também. É um passeio rápido, fácil, barato e a maioria das pessoas não se arrepende”.

No caso do Los Angeles Dodgers, a equipe foi pioneira em incluir jogadores de diferentes etnias no beisebol em um esporte que era muito dominado por brancos. "Nós tivemos Jackie Robinson, primeiro jogador preto em 1947; Jan Heon Park, primeiro jogador coreano em 1944; Hideo Hinomo, segundo jogador japonês em 1995; e Fernando Valenzuela em 1981, que trouxe para perto nossa comunidade mexicana de Los Angeles. Então, temos muita história. Isso vale a pena ser visto”, completou Blythe.

Los Angeles Dodgers Stadium

ESTRELAS FEMININAS EM ASCENDÊNCIA

Nos Estados Unidos, ao contrário do Brasil, o futebol (ou soccer) é mais tradicional entre as mulheres. O país conta com a seleção mais bem sucedida do futebol feminino mundial, tendo vencido quatro Copas do Mundo de Futebol Feminino e quatro medalhas de ouro olímpicas. No entanto, a luta por igualdade salarial e de tratamento também acontece. No País, a maior disparidade esportiva entre gêneros é observada no basquete, já que o beisebol e futebol americano nem possuem ligas femininas profissionais devidamente estabelecidas. O principal método de entrada dos atletas para a NBA e a WNBA é o Draft, onde as franquias selecionam os principais jovens talentos universitários dos Estados Unidos e de equipes internacionais para integrar suas equipes em uma ordem de seleção determinada a partir da classificação no último campeonato, onde os times mais fracos têm prioridade nas escolhas para tentar trazer mais equilíbrio às ligas. Dito isso, um caso recente para retratar a diferença entre salários no basquete masculino e femininos dos Estados Unidos são as mais novas estrelas Victor Wembanyama e Cailin Clark. Enquanto o jovem francês de 2,24 metros garantiu um contrato de quatro anos de US$ 55 milhões, sob o qual embolsou US$ 12,1 milhões em sua primeira temporada na NBA; a estadunidense que trouxe as maiores audiências do basquete nos Estados Unidos, incluindo a NBA, nos últimos cinco anos ganhará US$ 338 mil em quatro anos, de acordo com o acordo coletivo de trabalho da WNBA.

E o impacto de Clark será sentido na WNBA já este ano. Os ingressos para os jogos do Indiana Fever, franquia da WNBA que a draftou, experienciaram aumento dos preços e valores chegando até a casa dos US$ 600 para ver Clark jogar. Além de times, como Washington Mystics e Las Vegas Aces, que mudaram os jogos contra o Indiana Fever para arenas maiores, para comportar a maior demanda de ingres-

sos para assistir à novata jogar e, claro, ganhar mais dinheiro.

Estes talentos femininos também são responsáveis por trazer luz à novos destinos dos Estados Unidos. Clark teve sua trajetória inteira no basquete universitário feminino na Universidade de Iowa. Para Jessica O'Riley, representante do destino, "Clark joga com muita intensidade e paixão, e trouxe uma nova atenção ao basquete feminino e ao Estado de Iowa, esgotando jogos em diversas ocasiões. Esperamos, que mesmo sem ela, conseguimos continuar a trazer fãs para torcer pelas Hawkeyes".

Mas, para os brasileiros, há uma estrela ainda maior no basquete feminino: Kamilla Cardoso. A gigante brasileira de 2,01 metros e natural de Montes Claros, Minas Gerais, foi escolhida pelo Chicago Sky na 3ª posição no mesmo draft que Clark. Mas a brasileira não fica de forma alguma atrás da estrela estadunidense. Cardoso e sua equipe universitária de South Carolina State inclusive derrotaram Clark e Iowa na final do basquete universitário feminino que antecedeu o draft.

Rich Gamble, do Choose Chicago, espera que "Kamilla e o Chicago Sky ajudem com Turismo do Brasil. Aliás, todos querem ver pessoas do seu país e cultura de origem, e apoiá-las. Chicago Sky ganhou o campeonato anos atrás, e agora com ela e Angel Reeseoutra novata draftada em 2024 - temos um grande time e grandes expectativas para a temporada".

Brasileira Kamilla Cardoso e Caitlin Clark em duelo pelo basquete universitário

PRATICANDO ESPORTES NOS EUA

Além de visitar os Estados Unidos para assistir aos eventos esportivos, brasileiros também visitam o país para praticar esportes em suas viagens a lazer. Pode ser surfando na Califórnia e Havaí, correndo as maratonas de Boston, Chicago ou Nova York, ou esquiando. Este último parece ser ainda o mais praticado por brasileiros no país, com diversas operadoras e agências de viagens brasileiras especializadas em esqui.

Destinos como o Colorado, inclusive, estavam tentando diversificar sua oferta de produtos aos brasileiros no IPW 2024. Muito visitado por esquiadores de todos os níveis vindos do Brasil, o Estado busca promover também sua grande oferta de experiências ao ar livre, com diversos parques nacionais, em uma distância relativamente próxima dos aeroportos de Dallas e Houston, no Texas, que recebem voos diretos do Brasil.

"Colorado é um Estado muito grande e um exemplo de Turismo sustentável, que incentiva responsabilidade e busca por turistas responsáveis. Colorado oferece experiências ao ar livre, resorts de luxo, resorts de esqui e quatro parques nacionais", explicou Adriana de la Torre, do Turismo do Colorado para a América Latina, que ainda defendeu ser possível ficar até duas semanas no Estado, destino "seguro e com muitas experiências".

Liz Birdsall e Adriana de la Torre, do Turismo de Colorado

Aliás, Colorado tem estações de esqui operadas por uma empresa com representação da Vertebratta no Brasil: a Alterra Mountain Company. Entre as montanhas operadas pela empresa, estão Mammoth Mountain, na Califórnia, Deer Valley Resort, em Utah, e Steamboat e Winterpark, no Colorado. E Patton Murray, gerente de Vendas Internacionais da empresa, explica que o Brasil é um mercado importante, tanto que conta com representação no País, com Sheila Nassar e a Vertebratta.

"Brasil é um mercado muito importante, com o qual estamos muito comprometidos. É um dos principais mercados internacionais e estamos investindo nos operadores para que conheçam os destinos e novidades, e assim aumentar o número de brasileiros. Atualmente, já trabalhamos com empresas brasileiras, como Ski Brasil, Snow Time, Snow Operadora, Interpoint e Landscape", explicou Murray. Perguntado pela reportagem da PANROTAS sobre os destinos preferidos de brasileiros para esquiar nos EUA durante o IPW 2024,

Murray explicou que varia muito dependendo da estação do ano e do nível do esquiador. Mas citou montanhas como Deer Valley Resort, em Utah, Mont Tremblant, no Canadá, e Mammoth, que opera durante a maior parte do ano na Califórnia e quebrou recorde de brasileiros recentemente. "Para brasileiros que esquiam bem, e viajam todos anos para isso, temos estações como Mammoth para os experientes; temos Deer Valley para turistas que buscam luxo e nível mais alto de serviço; e Big Bear Mountain Resort, também na Califórnia, é muito indicada para iniciantes, com dificuldade e custo mais baixo", explicou o gerente de Vendas Internacionais.

A PANROTAS viajou a convite do IPW, com seguro viagem GTA. n

Patton Murray e Sheila Nassar, da Alterra Mountain Company
Winter Park Colorado

MSC CRUZEIROS SE PREPARA PARA UMA GRANDE TEMPORADA NA AMÉRICA DO SUL

A temporada de cruzeiros na América do Sul começa em novembro e a MSC Cruzeiros oferecerá uma série de ofertas de cabines, navios e itinerários, e ainda opções exclusivas de roteiros para o Nordeste. Confira:

MSC GRANDIOSA: saindo de Santos, o navio fará roteiros de 6 noites para Búzios, Salvador e Ilha Grande, e de 7 noites, com destino a Búzios, Salvador e Maceió, sendo possível embarcar em Salvador e Maceió.

MSC SPLENDIDA: oferecerá roteiros de 7 noites, saindo de Santos, para Buenos Aires, Punta Del Este, Balneário Camboriú e Itajaí, onde também será possível embarcar.

MSC SEAVIEW: partindo de Santos, fará cruzeiros de 3 e 4 noites, com visitas alternadas a Búzios, Ilha Grande, Balneário Camboriú e Porto Belo, além de duas opções com 7 noites: Salvador, Ilhéus e Rio de Janeiro; ou Balneário Camboriú, Montevidéu e Buenos Aires.

MSC ORCHESTRA: saindo do Rio de Janeiro, fará roteiros de 3 a 5 noites visitando alternadamente Ilhabela, Ilha Grande, Búzios, Ilhéus e Salvador; de 6 e 7 noites para Salvador, Ilhéus, Búzios e Ilha Grande, e um roteiro de 8 noites para Buenos Aires, Punta Del Leste e Montevidéu.

MSC ARMONIA: com embarques em Itajaí, ele realizará cruzeiros de 7 noites para Punta Del Este, Buenos Aires e Paranaguá, onde também será possível embarcar; e com embarques em Santos será roteiros de 3 a 5 noites e escalas alternadas em Ilhabela, Búzios, Ilha Grande e Rio de Janeiro, além de um itinerário de 7 noites para Balneário Camboriú, Punta Del Leste e Buenos Aires.

VIVA A MAGIA DAS FESTAS DE FIM DE ANO EM ALTO-MAR

Para um Natal e Réveillon inesquecíveis, a MSC Cruzeiros oferece roteiros especiais com navios decorados e programação festiva. Os roteiros de Natal, de 6 a 8 noites, passam por destinos no Sudeste e Nordeste, além de cidades na Argentina e Uruguai. No Réveillon, opções de 7 ou 8 noites, incluem queima de fogos em Copacabana a bordo do MSC Grandiosa e MSC Orchestra, além de explorar outros países na América do Sul com o MSC Splendida e o MSC Armonia. n

MSC Grandiosa
MSC Grandiosa

MSC CRUZEIROS.

A MELHOR PARCEIRA DO AGENTE DE VIAGENS.

Líder absoluta na América do Sul, a MSC Cruzeiros se destaca como a marca de cruzeiros mais reconhecida e desejada pelos consumidores. Para a temporada 24/25, oferecemos a maior oferta do mercado, com 5 luxuosos navios, incluindo o incrível MSC Grandiosa, o ultramoderno MSC Seaview, o sofisticado MSC Splendida, o deslumbrante MSC Orchestra e o elegante MSC Armonia.

São cruzeiros de 3 a 8 noites, com itinerários que incluem destinos exclusivos para o Nordeste, pelas praias tropicais do Sul e do Sudeste e para a Argentina e o Uruguai, com 6 opções de portos de embarque: Santos, Rio de Janeiro, Salvador, Maceió, Itajaí e Paranaguá.

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DEUS ABENÇOE

Emerson Cardoso, Renata Esteves, Sayuri Mioshi, Luti Guimarães, Quinho, Danyele Bellangero e Alex Santana

ESTA BAGUNÇA

As vozes e risadas vindas da cobertura de um prédio na alameda Campinas, 1.070, em São Paulo, já podiam ser ouvidas do andar de baixo. Subindo as escadas, a reportagem encontrou uma roda de amigos que, além da parceria no trabalho atual, compartilham um passado em comum. E que passado. Todos atuam no setor de consolidação e têm no início de sua trajetória a consolidadora Rextur, definida por eles como um ponto de aprendizado em comum. Nos 50 anos da PANROTAS, resolvemos juntar para um bate papo esses profissionais que evoluíram juntos, tornaram-se grandes parceiros, entre brigas e anedotas, e hoje são exemplos e espelho do que aconteceu com tantos outros grupos de pessoas que começaram lado a lado. O Turismo tem o dom de aproximar (forçadamente, muitas vezes), de curar feridas, de suavizar processos, de criar laços, que como sabemos e vamos ver a seguir, atravessam décadas e qualquer crise.

Atualmente, esse grupo de profissionais que começou lá atrás, alguns na década de 1980, na Rextur, está na BeFly, uma empresa que representa o novo Turismo, uma nova forma de trabalhar no setor. Como essa amizade convive em um ambiente tão diferente? O que mudou na vida deles e na consolidação? O time, além da amizade, tem em comum a figura de Luciano Guimarães, o Luti, que era, além de filho do fundador da Rextur, Goiaci Alves Guimarães, um dos diretores da consolidadora. Empresa essa que passou por uma fusão com a concorrente Advance, e venda para a CVC Corp. A marca continua na empresa de Santo André (SP), mas a equipe se dividiu.

Representando o núcleo da Rextur raiz (que nem sonhava com a fusão com a Advance ou venda para a CVC), estiveram em nosso

Sayuri Mioshi, Alex Santana, Emerson Cardoso, Renata Esteves, Luciano Guimarães, Quinho e Danyele Bellangero

bate papo, na sede da BeFly:

Luciano Guimarães , vice-presidente de Negócios da BeFly;

Renata Esteves , diretora de Gente e Gestão e Governança da BeFly;

Quinho , gerente de Emissão Flytour Consolidadora;

Emerson Cardoso , diretor de Atendimento da Flytour Consolidadora;

Danyele Bellangero , coordenadora comercial da Flytour Consolidadora;

Sayuri Mioshi , gerente de Atendimento da Flytour Consolidadora; e Alex Santana , gerente comercial Flytour Consolidadora.

Na conversa, ficou evidente a sintonia entre os membros do grupo, capaz de se entenderem apenas por meio de dicas, olhares e gargalhadas e sem precisar concluir frases. E também o amadurecimento de todos enquanto profissionais. Sem deixar de lado o afeto, o reconhecimento à história e a líderes que já não estão mais no dia a dia, e a vontade de sempre crescer e aprender. De preferência, juntos.

JOVEM APRENDIZ

Quinho, pioneiro na equipe, compartilhou lembranças de sua entrada na Rextur, aos 14 anos. Ele destacou que a sinceridade foi determinante para conquistar sua vaga na época – aliás, vários deles conseguiram seus empregos batendo na porta da empresa ou por indicação de amigos do trade. "Eu estava procurando emprego e não achava em lugar nenhum. Naquele dia, cheguei em frente a um edifício chamado Itália, no centro de São Paulo, e vi o nome Rextur no quinto andar. Pensei: 'vou nessa com nome de cachorro mesmo. Gosto de cachorro'". "Fui atendido pelo Vicente Bezerra, que começou com algumas perguntas: 'Você sabe onde é a avenida São Luís? A praça da República? A rua 7 de abril?' Eu não sabia nada e respondi isso. Ele então disse: 'Você está contratado'. Eu fiquei surpreso, porque não conhecia nada, mas ele me disse que eu era honesto por ter falado a verdade", contou Quinho.

Depois de ingressar na empresa como office boy, o profissional escalou as mais variadas funções dentro da consolidação e assistiu à chegada de todos os seus companheiros que ainda hoje estão com ele. Ele destaca que uma diferença marcante entre sua geração e a atual é a experiência diversificada em

várias áreas da empresa. "Naquela época, não havia muitos profissionais de Turismo, então precisávamos formar as pessoas dentro das empresas, que tinham ainda a característica de ter uma fundação familiar", recorda. "Todo mundo aqui já passou por mais de uma área. Isso confere um engajamento muito forte, diferente do que chamamos hoje de clima e cultura empresarial. Era algo muito verdadeiro. Muitas vezes, eu ia lá emitir bilhete, ficava com a mão vermelhinha, porque íamos ter pizza à noite e ajudávamos de bom grado. Hora extra? Nunca tinha ouvido falar", relembra Quinho. Ele menciona que a cultura da época era marcada por um ambiente mais simples e descontraído.

Antônio Marques, o Quinho

"Era tudo uma festa. Eu tinha uma placa em cima da mesa e muitos aqui lembram. Dizia: " Deus abençoe essa bagunça ", porque traduzia mesmo o que era muitas vezes". Em meio a emissões acumuladas, prazos apertados porque o preço ia aumentar, muitos procedimentos manuais, telefones tocando, boys passando para pegar material, gritos para quem estava do outro lado da sala, chefe chamando a toda hora... tudo dava certo e todos iam para casa felizes e realizados. Pelo menos essa é a lembrança que a memória fez questão de guardar, um tanto romantizada, mas que é a semente do que esse grupo é hoje.

O ANTES E O AGORA

Nesse momento do papo, de lembrar de como era o trabalho e o ambiente na Rextur, quem colabora com Quinho é Renata Esteves, diretora de Gente e Gestão e Governança da BeFly, que também tem uma tese sobre as diferenças do antes para o atual. "Hoje, com uma empresa que conta com milhares de funcionários e diversas marcas, vemos que tudo mudou. Agora, temos mais clareza sobre as trilhas de carreira, algo que não existia antes. Naquela época, as oportunidades surgiam conforme a estrutura pequena da empresa permitia. Para crescer, muitas vezes, era preciso esperar o gerente sair. Agora, em estruturas maiores, já se entra com uma perspectiva de desenvolvimento", aponta ela, que entrou na Rextur como secretária e, aos poucos, foi ganhando espaço na estrutura da empresa, por ter sempre estado atenta ao que poderia ser feito e melhorado naquela “bagunça” abençoada por Quinho. Ela acrescenta: "Nessas estruturas maiores, você já entra com uma perspectiva de carreira, faz um onboarding no qual entende melhor a empresa e tem acesso a mais ferramentas de aprendizado. Assim, em poucos meses, você já se torna um profissional mais preparado, o que antes demorava muito mais tempo. Para se tornar emissor, tinha chão. Emissor internacional, então, era um fera na empresa", comentou.

Renata Esteves, diretora de Gente e Gestão e Governança da BeFly

MARKETING E GENTE

Além de destacar a evolução nas perspectivas de carreira, Renata compartilhou um pouco de sua própria trajetória. "Começou ali perto dos anos 2000. Tinha um plano de trabalhar na Disney, por meio de um programa do STB", recorda. Durante os preparativos para seu embarque, no entanto, o pai adoeceu, o que a fez repensar suas decisões.

"Na semana do embarque meu pai foi para a UTI e ficou naquele negócio. Vem a família, volta a família. Eu fiquei pensando, se eu embarcar e meu pai morrer, como fica minha mãe? Só que eu não podia manter minha vaga na American Airlines [que era onde ela trabalhava, com José Roberto Trinca], porque eu tinha indicado uma amiga para a minha vaga", explica. Renata compartilhou sua situação com Marco Loes, então gerente da American. "Contei essa situação pro Marco, que me falou sobre uma oportunidade como secretária", lembra. Essa conversa abriu uma nova oportunidade para Renata na Rextur. "Entrei como secretária e no meu início comecei a resolver as questões que chegavam antes de passar para o gerente da área", completou.

Ela conta que, com o tempo, passou a ajudar em novos projetos. "Mais ou menos nessa época procurei o Luti, que era do Nacional, e recebi um pedido para ajudar na organização da festa de 30 anos da empresa. Era um show do Ira!, no Olímpia", conta.

Esse evento marcou o início de sua transição para o Marketing, quando abraçou novas atribuições na área em que trabalhou por anos.

Os exemplos de Renata e Quinho, que chegaram à Rextur ainda sem experiência e construíram sua carreira dentro da consolidadora, também vale para outros membros deste mesmo grupo.

GENTE QUE VAI E VOLTA

Alex Santana, que voltou a fazer parte deste time em 2024, tem uma história similar. Santana, que chegou à Rextur ainda como estagiário, em 1996, recorda que enfrentava desafios para conseguir seu primeiro emprego. "Eu estava fazendo faculdade de Administração, porque quando você não sabe o que quer fazer, você faz administração. Precisava de um estágio e a vaga me pareceu ideal porque era a chance de lidar com muitos departamentos", comentou. Ao longo de sua trajetória, Alex passou por diferentes funções e testemunhou o crescimento e as mudanças na Rextur. "Nunca tinha trabalhado com aviação. Estava fazendo mesmo para colocar no currículo”, diz ele. “Mas foram 23 anos por lá, acompanhando as transições da empresa, a fusão com a Advance, até a época da compra pela CVC Corp", detalha. Passou um tempo na concorrente

Durante anos, a Rextur foi anunciante de capa do Jornal PANROTAS

Skyteam (o que é comum nessa ramo da consolidação, o vaivém) e agora voltou às origens.

Alex retornou há poucos meses ao grupo liderado por Luciano Guimarães, e vê com entusiasmo o reencontro com os antigos colegas. "Aqui todo mundo é raiz mesmo. A gente se conhece há muito tempo e essa conexão faz toda a diferença no trabalho em equipe", pontuou.

O movimento de retorno recentemente feito por Alex Santana é o mesmo realizado por boa parte desse time que agora veste a camisa da BeFly mas tem boas recordações e pés fincados nos tempos de Rextur.

Emerson Cardoso e Sayuri Mioshi, ambos integrantes deste grupo antes dos anos 2000, viveram a experiência de ida e volta por um período bem curto. Sayuri, especializada no mercado asiático, lembra de como conheceu Cardoso, uma figura já popular no meio. "Quando fui fazer a entrevista para entrar na Rextur, todo mundo comentava: 'Ah, você vai fazer entrevista com o Emerson'. Ele tinha fama de ser exigente, então eu fui com medo", relembra. "Ele continua exigente até hoje, mas acho que a gente aprendeu a lidar um com o outro".

A chegada de Sayuri foi um marco na criação do Departamento de Ásia, uma área específica da Rextur que, na época, ainda era bastante segmentada. "Tínhamos divisões para diferentes regiões, como Estados Unidos, Europa, e outros mercados. A Ásia ainda era um campo a ser desbravado", explica a executiva, que trouxe um olhar estratégico para o desenvolvimento do segmento. Cardoso, por sua vez, que já atuava na Rextur antes dos dois movimentos mais profundos que a empresa viveu (fusão com a Advance e venda para a CVC) compartilhou os desafios de assumir o operacional em um contexto de mudanças estruturais. "A integração após a venda para a CVC foi um período bem difícil pra mim. Eu fiquei 30 dias na função e, depois disso, decidi sair", conta ele. A experiência foi

Alex Santana
Sayuri Mioshi

traumática na relação com Luti. "Ele fez de tudo para me manter. A gente chegou a negociar alguns pontos, mas no fim das contas, eu sabia que meu caminho ainda era com essa turma", detalha.

Quando Cardoso decidiu sair da companhia, em junho de 2015, algumas pessoas de seu time, incluindo Sayuri, toparam o desafio de fazer o mesmo trabalho em outra empresa, a Sakura. "Saí com o compromisso firmado com o Luti que, se ele estivesse à frente da equipe novamente, eu estaria junto", revela.

Pois bem, meses depois da saída, uma reorganização dentro da RexturAdvance colocou Luciano na direção da consolidadora e uma das suas primeiras providências foi cobrar o compromisso de quem havia saído meses antes. Foi quando o telefone de Emerson Cardoso tocou.

- "Alô! Quero ver se você tem palavra", disse Luciano.

- "Tá falando do que?", respondeu Emerson.

- "Costumo guardar aquilo que é benéfico para mim. Lembra quando você saiu daqui?", indagou Luciano.

- "Lógico que eu lembro", contestou Emerson.

- "Se recorde que eu perguntei se você voltaria se eu estivesse na operação de novo? Voltei", informou Luti.

"Mano, meu coração veio à boca! O que eu vou fazer agora?", confessa Cardoso. Na semana seguinte, contudo, tomaram um café juntos e acertaram a volta de Emerson Cardoso à RexturAdvance, mas não sozinho. Trazer seu time foi a condição do executivo que assim acertou seu retorno ao grupo. Um diretor da CVC chegou a dizer que só contrataria Cardoso, mas venceu o apalavrado com Luti e o sentimento de time.

Luti e Cardoso, aliás, falam abertamente dessa época, dos rancores que ficaram no passado, e da amizade e confiança entre os dois, que se sobrepuseram a todos os percalços. Hoje Emerson Cardoso cuida de toda a operação da Flytour Consolidadora.

Emerson Cardoso é hoje diretor de Atendimento da Flytour Consolidadora

ESPECIALIZAÇÃO E TRANSFORMAÇÃO NA CONSOLIDAÇÃO

Danyele Bellangero, atualmente coordenadora comercial da Flytour Consolidadora, compartilhou sua trajetória e as mudanças que observou no setor de consolidação desde que iniciou na Rextur, em 1998. A evolução das práticas e exigências do mercado foi marcante ao longo dos anos, como destaca.

"Quando entrei, era comum um profissional cuidar apenas de uma companhia aérea. Eu, por exemplo, comecei no atendimento nacional e depois fui para a emissão nacional, atendimento internacional e emissão inter", relembra Danyele. Esse modelo, que priorizava um conhecimento técnico profundo de cada rota, foi aos poucos se transformando. "Eu cuidava de tudo da Tam e da American, por exemplo. Isso já não existe mais, e já não era prática nem quando a Rextur Advance nem fazia parte da CVC Corp. A especialização era fundamental, pois era preciso conhecer profundamente cada rota específica e calcular tarifas detalhadas de cada companhia", explica.

"Um profissional que sabia calcular uma tarifa para um voo da Vasp para Los Angeles e Seul, não necessariamente saberia fazer o mesmo para a American, porque eram sistemas diferentes, com fórmulas de cálculo distintas. Era um conhecimento técnico que fazia a diferença é que hoje já não é mais necessário com o avanço da tecnologia", conta Danyele.

Danyele Bellangero

Luti complementa as observações de Danyele ao falar sobre as mudanças na tecnologia e o impacto no perfil dos profissionais de consolidação. "Hoje, entender de GDS é um requisito básico, e o NDC [New Distribution Capability] já virou uma realidade no mercado. Sempre há alguém na equipe que entende bem do NDC, mas ainda é uma ferramenta em processo de adaptação", explica.

Emerson Cardoso destaca que o perfil desejado nos dias atuais é diferente do passado: "Aqueles especialistas em um único tipo de tarifa, em uma única companhia, já têm prazo de validade. Agora, quem se destaca é quem tem habilidade de relacionamento e a nova geração que domina as tecnologias do setor".

Luciano também refletiu sobre a rapidez com que os novos talentos absorvem conhecimentos em comparação aos profissionais do passado. "Antigamente, o caminho era longo: começava como office boy, depois carimbava bilhete, fazia estoque, até chegar a emissor e, finalmente, trabalhar no internacional. Quem chegava nesse nível tinha 15 anos de casa. Era uma verdadeira elite, muito poucos dominavam o mercado internacional", relata. "Hoje, com treinamento, o profissional já entra bem preparado, e essa nova geração entende bem de tecnologia. Eles entram como jovens aprendizes na emissão nacional e rapidamente se adaptam. A base tecnológica é muito mais forte desde o início", completa.

As falas de Danyele, Emerson e Luciano ilustram como o setor de consolidação passou por uma transformação profunda, na qual a especialização técnica e o longo tempo de aprendizado deram lugar a uma preparação mais dinâmica e voltada para a tecnologia. Os três reconhecem que, para o futuro, a adaptação às novas ferramentas digitais será essencial para a continuidade e o crescimento dos profissionais no mercado.

Luti Guimarães
Luciano Guimarães ainda no tempo da Rextur

REFERÊNCIAS

Durante a conversa, Luciano Guimarães relembrou como as empresas Flytour e Rextur lideraram o setor de consolidação e definiam tendências no mercado. Ele ressaltou que, apesar da concorrência, existia um grande respeito entre as duas companhias, especialmente entre seus líderes, Goiaci Guimarães (fundador da Rextur e pai de Luciano) e Eloi Oliveira, que revezavam as posições de mais vendidos em São Paulo – muitas vezes em um acordo entre eles, para não se tornarem alvo constante da concorrência mais agressiva. Além disso, Luti destacou que, para ele, o principal diferencial do trabalho sempre foram as pessoas, mencionando a diversidade e a conexão com colegas de diferentes gerações como parte essencial de sua experiência profissional.

Na mesma reflexão, Luciano destaca a dificuldade de criar ícones no mercado atual de Turismo, comparando com figuras que marcaram o passado, como o seu pai Goiaci, Eloi

e Juarez Cintra (da Ancoradouro).

"Essa época do começo da consolidação criou vários ícones. O Eloi, Goiaci, o próprio Juarez... vários nomes realmente que são os pioneiros. Não sei se hoje é uma época para criar líderes, como é que você compara as lideranças? Talvez não seja mais o trabalho que gere esses ícones", refletiu.

Ele ainda falou com carinho especificamente sobre seu pai, que segundo ele era reconhecido pela sua habilidade em liderar e ajudar. "O Goiaci foi um cara que se destacou por várias coisas. Se destacou pela liderança que ele tinha, se destacou porque era um cara com bom trato político, se dava bem com todo mundo. Ajudava todo mundo. Ajudou do Juarez ao Eloi. As pessoas olhavam para ele e reconheciam alguém bem-sucedido, humilde... Difícil alguém falar mal dele, mesmo que um inimigo e sempre têm uma história boa para contar. E têm outros no mercado também que foram como ele e ficarão gravados de maneira positiva", relembrou.

Goiaci Alves Guimarães (fundador da Rextur)

MODÉSTIA À PARTE, LUTI

O outro lado do raciocínio de Luti aponta para o carisma de alguns profissionais como um desafio a ser superado. "Um dos grandes desafios que temos como empresa, e aqui vou citar um exemplo, é: como fazemos o agente de viagens deixar de comprar do Goiaci? Porque havia essa característica de comprar do profissional e não da empresa. Era muito pessoal", afirma. Nesse momento da conversa, Renata Esteves coloca seu ponto de vista para falar sobre um elo de ligação entre esses amigos que até hoje estão juntos e desempenhando um trabalho que ainda é líder de mercado. "Acho que o Luti está sendo humilde porque quando fala em liderança, ele poderia falar também sobre ele mesmo, assim como outros filhos de grandes nomes como o próprio Fábio Oliveira, o Juarez Neto, também se formaram como o Luti", avalia Renata, destacando a continuidade do legado de liderança.

Renata enfatiza que Luti foi um dos poucos que conseguiram realizar uma transição bem-sucedida, mantendo seu grupo unido. "Talvez tenha sido a única pessoa que fez uma transição de empresas e que provou essa liderança, trazendo todo mundo que está aqui com ele. Muitos profissionais o acompanharam nessa transição e eu sou uma delas", afirmou. Ela também mencionou os resultados alcançados pela equipe, que conquistou a liderança na emissão de bilhetes aéreos. "Os clientes vieram e vieram por quê? Por conta dele. É óbvio", destacou Renata, reconhecendo o papel de Luti, mas também atribuindo o sucesso ao trabalho conjunto. "Mas não é de mim, é do time, né, Renata? É do time", respondeu Luciano, em um dos momentos emocionantes da conversa.

Luti em seu momento na Rextur
Luciano Guimarães

O QUE OS UNE?

Questionados sobre a razão que os une em uma equipe que tem aproximadamente 30 anos de convivência, os executivos destacam alguns valores essenciais: Confiança, Gratidão, Cumplicidade e uma relação de verdade.

"Confiança é uma boa. Uma palavra que me faz lembrar bastante do meu pai, porque ele sempre falou que isso é algo que se conquista. Mas ainda acho que mais que confiança o que nos une é verdade. Aqui não tem ninguém que se enganou. Quando alguém optou por sair, deu os motivos com transparência e se alguém aqui erra, admite", aponta Luti Guimarães. "É uma relação acima de tudo de verdade. Confiança é saber que o cara ao seu lado não vai te ferrar e aqui a gente vai sabendo que quem está com a gente está de verdade", completa.

"Não é nem uma relação de família, porque família a gente não escolhe e aqui nós nos escolhemos. Eles, que estão aqui agora e mais 200 colaboradores que já estiveram conosco na Rextur e ainda estão. É uma relação verdadeira, de gente que se gosta de verdade, se apoia", afirma Luciano. A proximidade entre eles também foi marcada por momentos de dificuldade. Ainda no período de Rextur Advance, dentro da CVC, dois episódios foram especialmente marcantes para Luciano, quando dois colaboradores queridos foram desligados. "Meus filhos me viram desabar de chorar – inclusive estou quase chorando novamente ao relembrar, mas é difícil. Foi quando desligaram o Quinho, que está aqui conosco. Um cara que me ensinou tudo e estava saindo. E a Meg, que era a nossa copeira lá. No dia que a demitiram e era pandemia, ela me ligou dizendo que não

Luciano Guimarães e Quinho

tinha mais para quem servir café. Sensação difícil de lidar. É mais que uma relação de família, é relação de verdade. É muito real o que a gente vive", lembrou. Essa relação de proximidade, mesmo em um mercado transformado pela tecnologia, mantém um tom humano para a empresa, reforçando vínculos que se solidificam ao longo do tempo. Quinho, um dos que vivenciaram essa trajetória, complementa: "Aquilo que eu falava e mostrava de ' Deus abençoe essa bagunça ' ainda está em nós. Só que hoje numa proporção muito maior. Muito maior. Então, a gente sabe a nossa responsabilidade, a gente sabe tantas famílias que a gente tem que cuidar. E é cuidar mesmo, de pegar na mão e se preocupar com as necessidades".

E o cuidado não se restringe apenas ao ambiente profissional. "Já internamos

funcionário que usava drogas, já ajudamos… Já trocamos o piso de casa, sabe? De visitar a casa e não ter piso, chegar e ajudar. Muitas coisas. Trocamos o carpete do escritório também. No final de semana, recolhemos todos os móveis, trocamos o carpete do escritório. Chegou na segunda-feira, os moleques, tudo de carpete novo", lembra Quinho, destacando o espírito de colaboração entre todos.

Essas histórias ilustram um ambiente onde, mais que colegas, eles se tornaram um grupo unido por experiências e desafios compartilhados. "Quando eu digo 'a gente', é a gente mesmo. E quando precisamos um do outro, nos juntamos e fazemos o que for preciso, sempre de verdade", finaliza. O Turismo agradece. n

Renata Esteves, Quinho, Luciano Guimarães, Danyele Bellangero, Sayuri Mioshi, Emerson Cardoso e Alex Santana

CELEBRANDO A PARCERIA QUE CONECTA O MUNDO: COPA AIRLINES E OS AGENTES DE VIAGENS

Há 50 anos, a PANROTAS tem sido um pilar na indústria do Turismo, conectando profissionais, inspirando negócios e consolidando-se como referência no setor. Nesse momento de celebração, a Copa Airlines reafirma o compromisso com a conectividade e a excelência, e destaca o papel fundamental dos agentes de viagens na trajetória de sucesso da companhia aérea.

A empresa tem como missão conectar as Américas, oferecendo ampla rede de destinos por meio do Hub das Américas, na Cidade do Panamá. Sua visão é facilitar o acesso a novas oportunidades, culturas e experiências, proporcionando viagens tranquilas e seguras. Nessa jornada, a colaboração próxima aos agentes de viagens é indispensável. Eles são mais do que parceiros comerciais: são embaixadores da marca, atuando da personalização das experiências às orientações precisas, das recomendações valiosas aos serviços que vão além do esperado. Para a Copa Airlines, essa parceria é um dos principais fatores para a satisfação e lealdade dos passageiros. Para fortalecer essa relação, a Copa Airlines oferece um site exclusivo com acesso aberto

aos agentes de viagens: www.copaair.com/pt-br/agencias Nesse portal, os profissionais têm acesso a notícias, políticas e procedimentos, requisitos de viagens além de ferramentas essenciais, como solicitações de correção de nome e outros serviços para facilitar o dia a dia.

Ao longo de sua trajetória, a companhia investe constantemente em programas de capacitação, ferramentas exclusivas e suporte contínuo para os agentes de viagens. Para que eles tenham à disposição todos os recursos necessários para continuar desempenhando seu papel com excelência e para que possam conectar cada vez mais pessoas e destinos. Na celebração dos 50 anos da PANROTAS, aproveitamos para agradecer a todos os profissionais que fazem parte dessa história. Juntos, continuaremos a construir pontes, conectar sonhos e proporcionar experiências inesquecíveis. Copa Airlines e agentes de viagens: uma parceria que vai além do voo. n

RÉGUA BAIXA E APLAUSOS

Mariana Aldrigui

É professora e pesquisadora na Universidade de São Paulo, com toda sua carreira acadêmica dedicada ao Turismo

“Dos 50 anos da PANROTAS, sou leitora assídua há 30 anos, desde meu primeiro emprego como agente de viagens. Parte do meu treinamento com tarifas se deu com o uso diário do Guia PANROTAS. Posteriormente, atuando em hotelaria, usava o Jornal PANROTAS para acompanhando as informações sobre produtos e serviços concorrentes. Finalmente, como professora, recomendando a leitura aos alunos e selecionando as informações relevantes para ilustrar e atualizar os necessários exemplos em sala de aula”.

Todo profissional que se interesse em compreender o Turismo brasileiro sabe (ou se não sabe, aprenderá) que deve recorrer à PANROTAS, em função do seu compromisso renovado em documentar o dia a dia do setor. São 50 anos de uma iniciativa que nasce como uma ferramenta necessária ao trabalho do agente de viagens e se estabelece como o veículo de comunicação mais relevante para todos que atuam nesta área. Ao mesmo tempo em que celebramos efusivamente estes 50 anos, esperando que os próximos 50 sejam ainda mais prósperos e com muitas notícias positivas para todos nós, cabe-nos avaliar se nosso setor merece os frequentes aplausos que recebe.

Não resta dúvida de que, em função das mudanças comportamentais e dos avanços tecnológicos, viajar passou a ser extremamente relevante para a sociedade, e isso estimulou que discussões sobre Turismo ocupassem mais espaço nos diferentes meios de comunicação. Se mais pessoas podem viajar, mais os efeitos positivos e negativos da atividade serão sentidos, estimulando então novas e diferentes conversas sobre o tema.

Novos destinos se apresentaram, novas práticas se estabeleceram, mais e melhores (às vezes nem tão melhores assim) ideias se transformaram em bons projetos e gradualmente conseguimos ver até mais atores políticos

falando consistentemente da atividade, nas diferentes esferas do poder nacional. Celebramos com orgulho o abandono da objetificação da mulher na promoção do País, e abraçamos a diversidade e alegria brasileira como grande pilar da nossa identidade.

Vimos nascer e se consolidarem espaços políticos de prestígio, notadamente a criação do Ministério do Turismo - que em 20 anos de existência teve nada menos que 17 ocupantes (apenas duas mulheres). Vimos também, infelizmente, o MTur se tornar moeda de troca para acomodação política, com um desfile de incompetência e inadequação cujo ápice ainda é uma grande piada de mau gosto – um sanfoneiro desafinado desmontando os poucos bons programas estabelecidos e interrompendo importantes pesquisas para o setor.

Aumentar a nossa régua é um desafio coletivo. Não perderemos a esperança, talvez a marca maior de todos que atuamos em Turismo, de ainda ver mais mulheres ocupando os lugares a que se amarraram há mais de 50 anos os mesmos homens brancos em paletós de gosto duvidoso.

Assim, quem sabe, abrindo espaço efetivo para pessoas diversas, as ideias se diversifiquem de fato, e possamos fazer com que a criatividade brasileira seja motivo de tamanho orgulho, a ponto de todo brasileiro ser um embaixador de sua cidade, de seu país – sem ressalvas e sem medo de colocar turistas em risco.

Por fim, que seja possível, em muito breve, acessarmos o Portal PANROTAS para ler notícias comemorando os avanços de um setor por meio da valorização efetiva de todos em sua cadeia produtiva, com salários muito melhores, jornadas de trabalho justas e uma competição saudável por talentos criativos. n

Mariana Aldrigui

A MINHA HISTÓRIA COM A

Fabricio Ferreira
Romulo Costa

Qual a participação da PANROTAS na sua trajetória profissional? Para quais memórias as publicações e os eventos da empresa, ao longo das últimas cinco décadas, te remetem? Como é o dia a dia do seu trabalho no Turismo com a presença da PANROTAS e, em um exercício de imaginação, como seria sem ela? Nós fizemos estas e outras perguntas a agentes de viagens de diferentes gerações, desde os autodenominados “antigos do Turismo” até os mais contemporâneos, e ouvimos histórias que ratificam a vocação da empresa como uma fonte de informação precisa –e tantas vezes essencial – ao profissional da indústria.

Para os mais experientes, claro, a relação está intimamente ligada ao Guia PANROTAS, que, entre as décadas de 1970 e 2010, era a referência do agente para a pesquisa de rotas aéreas nacionais e internacionais, principalmente. Naquela época não era raro que, como pré-requisito em processos seletivos, agências exigissem dos candidatos conhecimento acerca da utilização do guia.

“Junto com o alfabeto fonético, o Guia PANROTAS foi a primeira coisa que precisei aprender para trabalhar no Turismo”, lembra o agente Romulo Costa, de 52 anos. “No curso técnico de Turismo já nos ensinavam a manusear o guia”, complementa.

Atualmente gestor de viagens corporativas, o paulista Fabricio Ferreira, de 45 anos, tem o que considera uma memória afetiva do Guia PANROTAS. Ele conta que, nos idos dos anos 1980, ainda criança, gostava de acompanhar a tia a agências de viagens da avenida São Luís, na capital paulista, para poder folhear os guias que encontrava nos balcões das empresas. “Eu adorava saber sobre os modelos dos aviões, os horários dos voos, as companhias aéreas… Até hoje, quando vejo PANROTAS, me vem a imagem minha,

criança, folheando o guia nas agências do centro de São Paulo. É uma memória afetiva.”

O agente de viagens Heron Milan, da AVT Internacional, teve o primeiro contato com o Guia PANROTAS na década de 1970, em serviço para a lendária aérea norte-americana Pan Am, e explica como se dava a utilização da publicação: “Nós precisávamos estudá-la para poder tarifar as passagens. Havia fórmulas, regras, era possível dar desconto. E nós fazíamos isso porque muita gente comprava passagem no próprio aeroporto. Essa foi uma experiência que ficou.”

Heron Milan

Contemporâneo de Milan, o agente Pedro Shiray, hoje Azul Viagens, começou no Turismo em 1971 na agência Univetur, focada na colônia japonesa de São Paulo. Ele era office boy e tinha a função de emitir para companhias como Varig, Jal e Pan AM. “Foi quando tive o meu primeiro contato com a PANROTAS, aprendendo a usar o guia para desempenhar esse trabalho. Se não houvesse o guia, talvez tivéssemos que falar direto com a companhia, o que seria bem mais complicado”, diz. “Lembro que quando havia mudança em alguma aérea, o PANROTAS nos avisava e mandava uma ficha nova pelo correio, então nós, na agência, retirávamos a antiga e anexávamos a nova”.

GOOGLE

DO PASSADO

Com 25 anos de Turismo, a agente Leodete Parisotto, da Travel For, de Caxias do Sul (RS), também usou muito o Guia PANROTAS e diz que hoje conta histórias daquele tempo para as três atuais funcionárias atuais, mais jovens e impressionadas com o modus operandis de décadas passadas. “O guia ficava em cima da mesa e os atendentes tinham que consultar para tudo. Rotas, horários, número dos voos, contatos. Era a nossa referência, o Google daquele época”.

NA UNIVERSIDADE

Formado em Turismo pela Universidade Anhembi Morumbi em 1994, o professor e doutor Marcelo Vilela de Almeida utilizava o guia, no último ano do curso, na matéria “Agência de Viagens”, para as atividades práticas e avaliações relativas a roteiros, cálculo de tarifas e emissão de passagens. “No início dos anos 2000, já como docente e coordenador do curso superior de Turismo, fui à PANROTAS algumas vezes a fim de buscar os guias para o acervo da instituição e uso por parte dos estudantes. Em 2007, ingressei como docente da área de agência de viagens do curso de graduação em Lazer e Turismo da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP e sempre mencionei a experiência de utilizar os guias impressos, mostrando dos dois volumes do PANROTAS Universitário, como exemplo de como consultávamos os tarifários, rotas e outras informações.”

Pedro Shiray

PAN EMPREGOS

E A VOZ DE DEUS

Com o passar dos anos e o advento da internet, o guia naturalmente perdeu relevância na rotina do setor e a PANROTAS seguiu no processo de criar novas ferramentas e mecanismos que continuassem a auxiliar o trabalho dos profissionais no dia a dia. Uma delas, publicada no Guia PANROTAS a partir de 1986 e adaptada ao Portal PANROTAS, criado no ano 2000, é o PAN Empregos, que no ano passado recebeu o cadastro de 1,4 mil currículos e 3,1 mil vagas de trabalho.

Um dos inúmeros beneficiados pela plataforma foi Leonardo Santos, de 49 anos, hoje na ViagensPromo. No começo dos anos 2000, ele se mudou do Rio de Janeiro para uma pequena cidade do interior do Estado fluminense, com os dois filhos pequenos, e lá viveu momentos de dificuldade em função da carência do mercado de trabalho local e dos baixos salários encontrados na cidade. “Um dia, nesse período difícil, em 2003, eu fui para o quintal da minha

casa e pedi uma ajuda para Deus, dizendo: ‘Deus, eu estou vivendo uma situação complicada, me ajude’. Foi quando eu ouvi Ele dizendo para mim: ‘Entra no PANROTAS e coloca o seu currículo’. Eu ainda perguntei: ‘como?´. E aí eu vi no site que havia o PAN Empregos, então cadastrei o meu currículo e, de verdade, não tinha nenhuma expectativa de conseguir algo. Mas em dois dias a empresa CP Turismo, do Carlos Pinto, me chamou para trabalhar, que foi quando eu saí de um salário muito baixo para sustentar uma casa e duas crianças para, através do PAN Empregos, mudar a minha vida”, relembra Santos. “Eu agradeço muito o PANROTAS por proporcionar esse canal que, além de informações, também traz tantas oportunidades para muita gente”, disse ele, emocionado, durante ao PANROTAS Next do Rio de Janeiro, onde ele participava representando um dos patrocinadores, a ViagensPromo.

Leonardo Santos

MELHORES PROMOTORES

NA HISTÓRIA

DOS JORNALISTAS

Vivendo há nove anos em Lisboa, o repórter que assina esta matéria teve seu primeiro contato com a PANROTAS em 2007, quando trabalhava para a agência de assessoria de imprensa Amigo, então responsável pela comunicação da Abav Nacional. Passou a integrar a Redação da editora no ano seguinte, como repórter, tendo se tornado editor-assistente algum tempo depois até se mudar para Portugal, em 2015.

“Conhecendo e entrevistando muita gente naqueles anos, eu sempre me impressionei com o respeito com que os profissionais dedicam à PANROTAS. Ao longo das décadas a empresa construiu uma reputação muito forte e importante, que ‘facilitava’ o meu trabalho, pois as portas sempre se abriam para o ‘jornalista do PANROTAS’. Atualmente sigo colaborando com a editora, em pautas especiais na Europa, e segue sendo motivo de orgulho me apresentar a profissionais internacionais como representante do principal veículo B2B do Turismo no Brasil”.

Outra criação da PANROTAS que chacoalha o mercado desde meados dos anos 2000 são os Melhores Promotores de Vendas, premiação ancorada pelo voto de agentes de viagens de todo o País. O concurso cresceu em importância ao longo dos anos e, atualmente, é visto com muito orgulho pelos ganhadores, que costumam destacá-lo em seus currículos e perfis no Linkedin.

Na CVC há 18 anos, a executiva de Contas Vivian Lima, de 38, ingressou no Turismo como estagiária da Tia Augusta, em vaga “descoberta” no PAN-Empregos (olha ele aí, de novo). Já na CVC, se destacou no Marítimo, chegando a ganhar 30 room nights de diferentes companhias devido ao bom desempenho nas vendas, passou pelo Internacional e, desde 2012, está no comercial. Vivian foi premiada nos Melhores Promotores de Vendas em 2018, 2022 e 2024, sendo que, em 2022, ficou em primeiro entre as Consolidadoras e em segundo na categoria Operadoras.

“É um reconhecimento muito grande, um marco na carreira de qualquer profissional que fica para sempre. É um prêmio que todos os executivos almejam”, afirma a executiva.

O jornalista

Vivian Lima
Alex Souza trabalhou na PANROTAS por 7 anos

ATÉ NA

PANDEMIA

Cristina Albuquerque, da Veromundo Viagens, de Campo Grande, trouxe uma outra história com a PANROTAS, que, segundo ela, foi sua companhia e orientadora durante os meses de pandemia de covid-19. “A PANROTAS esteve presente todos os dias com o agente de viagens na pandemia, fazendo companhia, fazendo com que a gente se unisse e se valorizasse. Foi nosso maior incentivador, levando vários parceiros para as lives. Foi muito importante para nos atualizarmos, para estudarmos naquele período tão difícil. Sou muita grata à PANROTAS. Sou fã, continuo seguindo e estarei sempre nos eventos que a PANROTAS promover”, contou Cristina, durante o PANROTAS Next de Campo Grande.

Do Guia PANROTAS ao prêmio Melhores Promotores de Vendas, passando pelo PAN Empregos e por tantos outros produtos e serviços que marcaram época, a PANROTAS chega ao quinquagésimo aniversário em grande forma e comprometida em seguir antenada, atendendo às necessidades dos profissionais da indústria de diferentes formas. Criar, participar e contar histórias que impactam a vida de pessoas também é parte do nosso DNA. Há 50 anos. n

Cristina Albuquerque, da Veromundo Viagens

50 anos da PANROTAS

Artur Luiz Andrade e Rodrigo Vieira

APANROTAS iniciou sua trajetória em novembro de 1974, consolidando-se rapidamente como a principal fonte de informação para o setor de Turismo. Graças à inconformidade de seu fundador e presidente, José Guillermo C. Alcorta, a empresa sempre foi marcada pela inovação contínua que até hoje faz a concorrência tentar seguir cada passo que dá. Isso porque Alcorta nunca se acomodou a um produto, uma linha, mesmo quando se encontrava no auge – sempre é hora de mudar a forma de agir, interagir, pilotar. Talvez Alcorta tenha se inspirado no próprio setor que dá vida à PANROTAS, o Turismo, que muitas vezes é tardio ao dar seus chacoalhões. Nos anos 1970, a empresa evoluiu de um guia técnico de horários e tarifas para uma editora multifacetada, introduzindo notícias do trade e edições diárias em eventos importantes como o Congresso e Feira da Abav. Mais tarde viria o PANROTAS de Bolso, graças a um episódio de rara coincidência de Alcorta, com olhar atento a bordo de um voo.

AS ATAS DA TURISMO

Esta década de inovação e expansão estabeleceu a PANROTAS como uma referência essencial no Turismo, capaz de adaptar-se e liderar o mercado por meio de décadas de transformação.

Guia PANROTAS, edição de novembro de 1974

HISTÓRIA DO TURISMO

Portal PANROTAS, 2024

Os primeiros anos: um resumo da década de 1970

1974

1976

EXPANSÃO EDITORIAL E PUBLICAÇÃO DE NOTÍCIAS

• Em 1976, o primeiro estande na Feira da Abav, para apresentar o novato Guia PANROTAS aos agentes de viagens.

• Já em maio de 1977, a PANROTAS começou a publicar notícias e fatos do trade turístico, estreitando a relação com o mercado. Nesse mesmo ano, durante o Congresso da Abav em Curitiba, a PANROTAS lançou suas edições diárias, marcando um avanço significativo na cobertura de eventos e mostrando visão e coragem editorial.

Mais conhecida, a PANROTAS continuou a expandir sua influência e cobertura nos anos 1980, um período de grandes desafios econômicos e políticos no Brasil. A década foi marcada por eventos sociais e econômicos significativos, e nossa indústria também teve seus momentos emblemáticos, como o Salão Profissional de Turismo e a fundação da

FUNDAÇÃO E PRIMEIROS PASSOS

• Em novembro de 1974, a PANROTAS começou sua história com a publicação do Guia PANROTAS.

• Focado inicialmente em horários e tarifas aéreas, o guia era uma ferramenta técnica essencial para agentes de viagens.

1979

PANROTAS DE BOLSO

• Em 1979, foi lançado o PANROTAS de Bolso, um livreto de 15 centímetros dedicado principalmente ao mercado corporativo, facilitando a consulta de frequências e horários.

• Em novembro de 1979, o Guia PANROTAS começou a incluir notícias do trade de fora do eixo Rio-São Paulo, começando com Pernambuco e Rio Grande do Sul, expandindo a cobertura para mais de dez Estados.

Aviesp. A CVC emergiu, ganhou maior importância no Brasil, e a PANROTAS estampou em suas páginas inovações e discussões críticas, como a mobilização contra o empréstimo compulsório e o crescimento de novas entidades e eventos. Ao final da década, já era uma voz indispensável no Turismo brasileiro, refletindo e influenciando as transformações do setor.

SAIU NA PANROTAS? REGISTROS DE NOSSAS PÁGINAS

Luiz Moura Jr. e a tecnologia do Galileo na década de 1990
Luix Teixeira, o Tex, e a tecnologia trazida pelo Sabre
Duas ex-editoras da PANROTAS: Alzira Helena (e o marido Ícaro) e Ana Donato
Tasso Gadzanis e Ulisses Canhedo
Diretoria da Soletur, com Carlos Guimarães à direita (terceiro na foto)
ACC e American Airlines
Sergio Guanais
Rubel Thomas e diretores da Varig com os Suplementos PANROTAS na abertura do Congresso da Abav
Silvio Barros
À esquerda, Nelson de Oliveira em começo de carreira, na SAA

Última década do Turismo 1.0: indústria se prepara para os anos de maiores transformações

1980

CONTEXTO SOCIOECONÔMICO E POLÍTICO

• Inflação alta, crescimento baixo e a transição do regime militar para o comando civil. Quem viveu os anos 1980 sabe do significado de tudo isso. Absolutamente tudo no País era influenciado por esses fatores.

• Apesar de restrições econômicas, houve no Turismo a profissionalização das entidades de classe e formação e o fortalecimento de grupos que dominariam o setor nas décadas seguintes, especialmente operadoras e consolidadoras.

INÍCIO DOS EVENTOS PROFISSIONAIS E SOCIAIS

• O período é considerado a "época de ouro" dos eventos sociais no Turismo, com coquetéis, inaugurações de hotéis e encontros organizados por entidades como o São Paulo Interline Club (SPIC) e o Clube do Feijão Amigo.

1982

AVIESP E CVC

• Em 1982, foi fundada a Associação das Agências de Viagens Independentes do Estado de São Paulo (Aviesp), refletindo o descontentamento com a centralização na capital.

• No mesmo ano, a PANROTAS destacava em suas páginas a agência CVC, que começava a crescer significativamente, liderada por Guilherme Paulus e Valter Patriani, expandindo suas operações no ABC paulista.

SAIU NA PANROTAS? REGISTROS DE NOSSAS PÁGINAS

Aldo Leone Filho
Yutaka Imagawa
Adrian Ursilli
Valéria Gordilho
Ana Cristina Villaça
Alexandre Zubaran
Angela Belluco
Annie Morrissey
Artur Luiz Andrade
Antônio Américo era Varig

CONSOLIDAÇÃO DE EVENTOS E ENTIDADES

• Em 1983, o Brasil viu a criação do primeiro Convention & Visitors Bureau em São Paulo, e três anos depois, a Câmara Brasileira dos Operadores de Turismo (Cobrat) foi fundada.

1987

MOBILIZAÇÃO POLÍTICA

• Em 1987, as páginas da PANROTAS mostravam o setor se mobilizando politicamente contra o empréstimo compulsório sobre passagens aéreas internacionais, culminando em manifestações que resultaram na implementação do dólar-turismo.

• O esforço foi liderado por figuras como Tasso Gadzanis, presidente da Abav-SP, que conseguiu abolir os efeitos da Gecam 313, marcando uma vitória significativa para o setor.

1990

OS ANOS 1990

Iniciamos aqueles anos 1990 ainda com gosto de ressaca causada pela (louca) década perdida, mas com ares renovados com a redemocratização do País (Collor era o primeiro presidente eleito pelo voto direto), o avanço tecnológico (foi a década da chegada dos CRS – sistemas de reservas computadorizados – no Turismo), a abertura do mercado brasileiro, mais agilidade na divulgação das informações. A aviação sofreu reviravoltas com a falência da PanAm e a crise da Transbrasil, enquanto a Varig enfrentou desafios internos e externos. A legislação avançou com o Código de Defesa do Consumidor e a liberação das importações, apesar de limitações tecnológicas persistentes. Terminamos a mesma década com medo do bug do milênio, assustados e deslumbrados com a tecnologia, com o Brasil em uma grande crise cambial (e sequer sabíamos o que nos esperava em 2001) e o Turismo lutando por espaço político.

SAIU NA PANROTAS? REGISTROS DE NOSSAS PÁGINAS

Constantino de Oliveira Jr.
Bruna Freitas
Bia Castro e Cynthia Rodrigues
Carlos Alberto de Sá
Carlos Vazquez
Celso Guelfi
Carlos Augusto Nascimento, o Carlão
Bruna Lima Duarte
Caio Luiz de Carvalho
Clóvis Casemiro

Década de transição: o Turismo começa a se despedir do analógico

IMPACTO NA AVIAÇÃO

• Em dezembro de 1991, PanAm anuncia falência e assim tem sua última capa no Guia PANROTAS 1992. A American Airlines ocupa lugar da PanAm na capa do Guia PANROTAS

• A Varig enfrentou várias mudanças de liderança após a morte de Hélio Smidt em 1990, com Rubel Thomas, Carlos Engels e Fernando Pinto assumindo a presidência em diferentes momentos. A empresa enfrentou desafios como a Guerra do Golfo e o aumento dos combustíveis, além do atraso na desregulamentação do transporte aéreo no Brasil. 1990

POLÍTICA CONTURBADA

• A década começou com o Plano Collor, que incluiu a troca de moeda e o congelamento de contas bancárias, causando um grande impacto econômico.

1992 1991

REFERÊNCIA

EDITORIAL E ON-LINE

• Também em 1992, é lançado o Jornal PANROTAS. Desde 32 anos atrás, quando foi lançado, até hoje, no formato Revista PANROTAS, nunca deixou de ser a maior referência impressa do profissional de Turismo do Brasil.

SAIU NA PANROTAS? REGISTROS DE NOSSAS PÁGINAS

Fabíola Bemfeito, no lançamento, em 2001, da Revista PANROTAS
Dado Nascimento
David Barioni
Fernando Pinto
Elói de Oliveira
Fernando Guinato
Fernando Gagliardi
Fernando Slomp
Edmar Bull
Fanny Cutrale

Nova era para o Turismo: internet começa a transformar a indústria

1999

BUG DO MILÊNIO

Os anos 2000 foram marcados por profundas transformações e desafios para o setor de Turismo. Entre os principais acontecimentos, destacam-se o fim das comissões pagas pelas companhias aéreas, a fusão de grandes empresas do setor e a crescente ameaça da internet aos agentes de viagens. A PANROTAS iniciou o milênio com grandes inovações, incluindo a criação do Portal PANROTAS e a expansão de suas publicações e eventos.

A década foi marcada pela adaptação a novas tecnologias e às mudanças estruturais no mercado de Turismo. Nos anos 2000 também surgiu hoje um dos produtos de maior sucesso da empresa e do Turismo brasileiro, o Fórum PANROTAS, uma referência em evento na indústria.

CRISE NA AVIAÇÃO

• A década foi marcada por fusões e falências de grandes companhias aéreas. No final de 2000, surgiram rumores sobre a fusão entre Tam e Transbrasil, seguidos pela tentativa de fusão entre Tam e Varig.

• A PANROTAS noticiou a resistência de figuras importantes, como Yutaka Imagawa, da Fundação Ruben Berta, e acompanhou a trajetória da Gol, que surgiu em 2001 e revolucionou o mercado com seu modelo de baixo custo e...on-line.

• O temido bug do milênio não causou os problemas previstos, mas os anos seguintes trouxeram mudanças significativas para o setor de Turismo. A expectativa de que os sistemas de informática falhassem à meia-noite de 31 de dezembro de 1999 não se concretizou. No entanto, o início do novo milênio foi marcado por um período de intensa adaptação tecnológica e organizacional.

2000

FIM DAS COMISSÕES AÉREAS

• Em janeiro de 2000, agentes de viagens realizaram passeatas em São Paulo contra o fim das comissões pagas pelas companhias aéreas, como Varig e American Airlines, que lideraram o movimento. A PANROTAS registrou essas mobilizações e debates, destacando a necessidade de evolução dos modelos de negócios dos agentes de viagens. Por força da briga da Abav na justiça, as agências ainda ganharam fôlego de cerca de dez anos recebendo comissão – tempo suficiente para pensar em novos modelos.

• Nascia o turismonet.com.br, uma parceria da PANROTAS com o Universo Online (UOL) e a Voxel Informática, na intenção de canalizar, para as agências, os leads (que na época não se chamavam assim) para o fechamento do negócio.

• Depois, de forma transitória entre as antigas BBSs e a internet, a PANROTAS criou a REDEPAN, já incorporando novos recursos como notícias e informações de companhias aéreas, mas ainda trabalhando de forma off line – ou seja, o agente baixava as informações novas do sistema e poderia depois de desconectar.

SAIU NA PANROTAS? REGISTROS DE NOSSAS PÁGINAS

Flávio Corrêa
Franco Reinaudo
Gabriella Cavalheiro
Gustavo Luck
Goiaci e Rosette Guimarães e Juarez e Silvia Cintra
Guilherme Paulus
Gianfranco Beting, o Panda
Heloisa Prass ainda na Blue Tree
Gisele Torrano
Henry Maksoud

CRESCIMENTO DA INTERNET

• Por falar em on-line, a utilização da internet começava a crescer, trazendo novos modelos de negócios ao Turismo. O site PANROTAS, hoje Portal PANROTAS, nasceu em 2000 e se segmentou neste meio, tal como a indústria, e se pauta pela relevância do conteúdo.

• Nossas páginas on-line e impressas registravam e registram até hoje, 24 anos depois, o impacto dessa transição digital na forma de operar dos agentes de viagens e no comportamento dos consumidores.

2001

IMPACTOS DO 11 DE SETEMBRO

• Os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos tiveram efeitos duradouros no setor de Turismo global. A PANROTAS cobriu o fechamento de empresas como Soletur, destacou a reação do mercado e os novos desafios de segurança e regulamentação que surgiram após os atentados.

2003

CRIAÇÃO DO MINISTÉRIO DO TURISMO

• Em 2003, o Governo Lula criou um ministério exclusivo para o Turismo, com Walfrido dos Mares Guia como o primeiro ministro. A PANROTAS acompanhou essa evolução política e a nomeação de Eduardo Sanovicz para a Embratur, ressaltando a importância do reconhecimento oficial do setor pelo governo federal.

SAIU NA PANROTAS? REGISTROS DE NOSSAS PÁGINAS

Luiz Sales, ex-editor da PANROTAS e co-autor do livro sobre a trajetória de José Guillermo C. Alcorta
Michael Nagy
Magda Nassar e Jussara Haddad
Maurício Parise
Loris Tedeschi
Marcelo Sanovicz
Marcos Paes de Barros
Jeanine Pires
Mario Carvalho
Marcos Arbaitman

Indústria unida: eventos como o Fórum PANROTAS ajudam a mudar e moldar o Turismo

FÓRUM PANROTAS

• Lançado em 2003, o Fórum PANROTAS - Tendências do Turismo tornou-se um dos principais eventos do setor, reunindo especialistas e lideranças para discutir as tendências e desafios do Turismo. A PANROTAS utilizou o evento para promover debates relevantes e fomentar a troca de ideias, fortalecendo sua posição como referência aglutinadora na indústria. A importância de ter o setor unido, debatendo seus temas importantes lado a lado, motivou a criação do evento e sempre foi um dos pilares de Guillermo Alcorta em sua atuação no Turismo.

2010

FUSÕES E RENOVAÇÕES NA AVIAÇÃO

• Em 2010, Lan e Tam anunciaram sua fusão, formando a Latam, que se consolidaria em 2016. Essa fusão marcou o início de um movimento mais ousado de consolidação no mercado aéreo brasileiro, visando à maior escala e competitividade. No mesmo ano, a OceanAir foi rebatizada como Avianca Brasil, empresa que encerraria suas operações em 2019.

• Hoje, a PANROTAS continua com seu foco em torno das informações para o profissional de Turismo, mas com o aspecto técnico (afinal continuamos B2B, falando somente com profissionais) aliado aos lados jornalístico (na empresa desde 1977), de capacitação, marketing, estratégia e inteligência de mercado...

• A partir de 2010, o setor de Turismo no Brasil passou por transformações significativas, marcadas por fusões de empresas, eventos internacionais, crises econômicas e políticas, e avanços tecnológicos.

2011

RECORDE DE CRUZEIROS

• O Brasil atingiu um recorde histórico em 2011, com 20 navios de cruzeiros operando em sua costa e transportando 800 mil passageiros. Hoje com menos de dez transatlânticos em nossos mares, olhamos para traz com um misto de espanto e saudade daquele tempo. Isso sem contar que estamos vivendo um momento global de alta nos cruzeiros.

SAIU NA PANROTAS? REGISTROS DE NOSSAS PÁGINAS

Milton Zuanazzi
Pablo Bernhard
Paulo Barbosa
Nicanor Abreu
Neriton Vasconcellos
Newton Vieira e Jane Terra
Otaviano Maroja
Oskar Kedor
Toni Garcia
Ney Gonçalves

Nova cara para o trade: fusões mudam o mapa de empresas do setor

2013

PANHOTÉIS

• Em 2013, com o objetivo de reunir as mais recentes novidades sobre gestão, produtos, tendências, desafios e oportunidades do mercado hoteleiro e gastronômico, a PANROTAS criava o PanHotéis, um conteúdo que não deixa de estar presente até hoje na seção de hotelaria do Portal PANROTAS, uma das mais acessadas pelos nossos leitores.

2012

FUSÕES NA DISTRIBUIÇÃO

• Em 2012, o mercado viu grandes movimentos de fusão. Rextur e Advance anunciaram sua união, assim como Esferatur e Mixtour. Foram movimentos que representaram um esforço para ganhar competitividade e melhorar a oferta de serviços no setor.

2014

A COPA DO 7 A 1

• A Copa do Mundo de 2014 gerou grandes expectativas para o Turismo brasileiro, mas o evento não conseguiu atrair o número esperado de turistas estrangeiros. Além disso, o período foi marcado pelo início de uma nova crise política no Brasil, que afetou a economia e o Turismo. O meme foi inevitável.

• Acabou o sonho do hexa em casa e acabou também o Guia PANROTAS, que já deixava de fazer sentido em formato impresso devido à oferta tecnológica que os agentes de viagens têm para acessar as informações de voos. Mas deixou muitos órfãos.

SAIU NA PANROTAS? REGISTROS DE NOSSAS PÁGINAS

Rafael Bahring
Plinio Fernandes
Renê Hermann
Ricardo Roman
Roberto Gheller
José Carlos Rocha Vieira e Guilherme Paulus
Rodrigo Tavolari
Ricardo Amaral
Paulo Bispo
Roberto Silva

Falências históricas: nem todas se adaptaram ao novo Turismo

2016

MAIS UM IMPEACHMENT

• Dilma Rousseff foi a segunda presidente do Brasil a sofrer impeachment desde a redemocratização. O evento teve repercussões significativas para a economia e o Turismo, em meio a um período de incertezas políticas. Difícil dizer o que não foi abalado no País, que começava ali uma divisão de "torcidas" até hoje infinda.

2015

ANO DE QUEBRAS E MAIS FUSÕES

• A PANROTAS lamentava, em 2015, a quebra de várias operadoras, incluindo gigantes como a Nascimento Turismo, Designer, Século 21 e ADV. A CVC comprou a Rextur Advance, fortalecendo sua posição como um dos maiores grupos do setor. Flytour e Gapnet também anunciaram sua fusão, buscando maior competitividade no mercado diante do crescimento de sua concorrente.

• José Guilherme Alcorta, filho de Guillermo Alcorta, assume como CEO da PANROTAS, cargo no qual, no ano que vem, completará uma década.

2017

APETITE CONTÍNUO DA CVC

• A CVC continuou sua expansão em 2017, adquirindo a Trend e, posteriormente, a Visual, Esferatur, Almundo e outras empresas na Argentina. Anunciando que não acabaria ali, a companhia chamava bastante atenção como uma potência no mercado de Turismo da América Latina.

SAIU NA PANROTAS? REGISTROS DE NOSSAS PÁGINAS

Salim Mattar
Rolim Amaro
Rogers Makhloof
Rui Alves
Roberto Macedo
Roland de Bonadona celebra 100 hotéis da Accor no Brasil
Ronaldo Batalha
Rolim Amaro e Goiaci Guimarães
Rosângela Marçal
Rubens Ciasca

Passando pela pandemia

2018

BIG DATA

• Em 2018, a Disney implementou uma nova forma de vender ingressos, variando os preços de acordo com o dia da visita. Essa mudança refletiu como a tecnologia e a análise de dados estavam transformando hábitos de consumo no Turismo.

TROCA DE COMANDO

• A PANROTAS noticiava que, em 2018, Luiz Fogaça substituiu Falco, em um momento conturbado na troca de comando da CVC.

• O ano de 2019 foi um dos melhores para o Turismo, mesmo com as crises às quais já estamos acostumados, e tínhamos um novo presidente, Jair Bolsonaro.

A PANROTAS celebrava o sucesso dos eventos Next, a digitalização seguia a todo o vapor e o Portal PANROTAS iria comemorar 20 anos. Acordamos de repente em março de 2020 com a notícia de uma pandemia e por dois anos a covid-19 mandou em nossas vidas e negócios. O Fórum PANROTAS daquele ano foi cancelado, assim como uma infinidade de eventos, o Brasil se recolheu em casa e 700 mil pessoas morreram por causa da doença até 2023. A forma de nos adaptarmos foi buscando a união, conhecimento, a troca de experiências, ajuda, afeto on-line, empatia. Lives, lives e mais lives fizeram parte de nossas vidas e no Portal PANROTAS praticamente todos os dias levávamos debates ao vivo, entrevistas e possíveis tendências.

Algumas se confirmaram, como a flexibilidade nas viagens e até no trabalho, outras não, como um excesso de preocupação com a saúde e o home office 100%, e saímos fortalecidos da maior crise que já vivemos.

O G20 foi um dos legados importantes da pandemia, mostrando que a união dos setores e entidades do Turismo é algo fundamental para evoluirmos e termos mais relevância política.

O governo, entre pressões populares e a necessidade que saltava aos olhos, tomou várias medidas para conter os danos causados pela pandemia, e a interlocução do trade com o então ministro Marcelo Álvaro Antonio foi exemplar. De lá para cá, vários ministros entraram, mas o Turismo continua sem o posicionamento político que merece. Mesmo com a volta de Lula, criador da pasta, em 2003,o MTur foi usado claramente como moeda política e já tivemos dois ministros em menos de dois anos de governo. Na Embratur, saldo bem mais positivo, com uma equipe técnica, que, depois de mudanças pontuais, parece ter acertado o caminho a seguir. Perse, reforma tributária, Lei Geral do Turismo, responsabilidade solidária das agências... O caminho político do Turismo é longo e árduo. A interlocução com o MTur e com o Legislativo, além das demais pastas fortes do governo, precisa de um upgrade urgente.

Vítimas da pandemia incluíram os modelos mágicos das OTAs que vendiam viagens sem data para o embarque. Hurb e 123 Milhas até hoje não resolveram suas questões com os clientes e o governo. As empresas aéreas, sem ajuda do governo, como nos EUA, também afundaram em crises. Latam entrou em recuperação judicial e saiu forte. A Gol atravessa a sua RJ. E a Azul negocia novas condições com credores.

A CVC Corp quase foi pelo mesmo caminho, mas foi salva por seus fundadores, a família Paulus, e segue com resultados melhores a cada ano.

A Flytour não teve tanta sorte, mas Marcelo Cohen soube fazer do limão uma bela limonada e a Belvitur comprou a empresa que já tinha sido uma das mais importantes do Turismo e criou o ecossistema BeFly. Mais fusões, aquisições e parcerias vieram, fruto da lição de união da pandemia (e da importância do volume) e nada mais nos espanta: de uma OTA abrindo lojas físicas a novos papos sobre fusão entre empresas aéreas (lembram-se das notícias de Varig, Tam e Transbrasil nos anos 2000?).

PANDEMIA

SAIU NA PANROTAS? REGISTROS DE NOSSAS PÁGINAS

Sergio Ricardo Almeida
Teresa Perez
Silvia Zorzanello e Marta Rossi
Sylvio Ferraz
Roy Disney e Michael Eisner
Stella Barros
Silvia Leiman
Valter Patriani
Sintia Gomes
Sidney Alonso

2024

O TURISMO SE RECUPEROU E O FUTURO É PROMISSOR.

• Na PANROTAS, os Fóruns PANROTAS voltaram a sua data original (março) e batem recorde a cada ano, mantendo a qualidade lá de 2003, mas evoluindo com o setor. O Portal PANROTAS, desde 2021, é Top 50 entre os sites de Viagens e Turismo, estando na companhia de gigantes como TripAdvisor, Booking, Airbnb, Latam, Gol, Azul e tantos outros com quem convivemos há décadas.

• Os eventos Next retornaram no ano passado, somos parceiros da Academia de Viagens no Download (já na terceira edição) e do Travel Tech Hub no TTHDay (em sua primeira iniciativa) e já marcamos para 11 e 12 de março o Fórum PANROTAS 2025. Em 2024, celebramos 50 anos. Cinco décadas ao lado do Turismo. Evoluímos e aprendemos com todos vocês. Gratidão. E que venham os próximos 50. n

Equipe PANROTAS

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