Pará+ 92

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julho 2009

ISSN 16776968

Edição 92

6,00 3

>>> Especial

VERÃO

Belém - Pará - Brasil

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Semana da Fruticultura, 06 Floricultura e Agroindustria

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Patrulhas mecanizadas reforçam agricultura familiar

24 Verão 2009 Alter do Chão a melhor

26 praia do Brasil 32

Editora Círios SS Ltda CNPJ: 03.890.275/0001-36 Inscrição (Estadual): 15.220.848-8 Rua Timbiras, 1572A - Batista Campos Fone: (91) 3083-0973 Fax: (91) 3223-0799 ISSN: 1677-6968 CEP: 66033-800 Belém-Pará-Brasil

O biquíni certo para seu corpo

DIRETOR e PRODUTOR: Rodrigo Hühn; EDITOR: Ronaldo Gilberto Hühn; COMERCIAL: Alberto Rocha, Augusto Ribeiro, Rodrigo Silva, Rodrigo Hühn; DISTRIBUIÇÃO: Dirigida, Bancas de Revista; REDAÇÃO: Ronaldo G. Hühn; COLABORADORES: Acyr Castro, Andre Furco, Camillo Martins Vianna, Denise Moraes, Garibaldi Nicola Parente, Israel Pegado, Milla Mathias, Sérgio Martins Pandolfo; FOTOGRAFIAS: Advaldo Nobre/Seduc; Arquivo The Guardian; Arquivo Paratur; Carlos Sodré;Claudio Santos, David Alves, Eliseu Dias,Elcimar Neves,Eunice Pinto, Lucivaldo Sena, Rodolfo Oliveira e Tamara Saré/AgPa; Ismar Ingber; Norma Smith; Mariah Crystian; Marcelo Martins; Oséas Santos/Alepa; Martha Cride; Sergio Oster e Walco Walcy; DESKTOP: Mequias Pinheiro; EDITORAÇÃO GRÁFICA: Editora Círios OS ARTIGOS ASSINADOS SÃO DE INTEIRA RESPONSABILIDADE DE SEUS AUTORES

40 Como se alimentar no verão

ANATEC ASSOCIAÇÃO DE PUBLICAÇÕES

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Governo Lula e Ana Júlia revigoram o setor pesqueiro no estado do Pará

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Pará terá sistema de rastreamento do gado em menos de seis meses

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Amazônia, susto e assombrações em andanças, avoanças e naveganças...

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O açaí preto e o açaí branco

PA-538


Diretoria da Vale visita o Parque de Ciência e Tecnologia do Guamá

A

diretoria da Vale no Pará apresentou recentemente na Secretaria de Desenvolvimento Ciência e Tecnologia (Sedect), o projeto executivo do Centro de Tecnologia do Alumínio que será instalado no Parque de Ciência e Te c n o l o g i a G u a m á , e m B e l é m . Acompanhados por uma equipe do governo coordenada pelo titular da Sedect, Maurílio Monteiro, o grupo visitou também o local onde está sendo construído o parque, na área da Universidade Federal do Pará. O PCT Guamá integra um novo modelo de desenvolvimento no Pará, no qual o conhecimento é valorizado como fator de competitividade, agregando mais ciência e tecnologia aos produtos e processos. Neste sentido, o Estado está investindo em laboratórios estratégicos de acordo com as vocações econômicas e demandas sociais das regiões. O foco de pesquisas do PCT Guamá será voltado para produção de conhecimento nas áreas de energia, biotecnologia, tecnologias do alumínio e tecnologias da informação e comunicação. "O parque é a oportunidade de juntar forças com empresas e institutos de pesquisa pelo desenvolvimento de produtos e processos deste Estado. A partir desta interação entre os setores será possível produzir tecnologia e inovação", afirmou Maurílio Monteiro. Durante a visita ao PCT Guamá, a diretoria da Vale pôde acompanhar o andamento das obras de outros laboratórios que estão sendo construídos no local, a exemplo do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), do laboratório de Alta tensão e o centro de Excelência e Eficiência da Amazônia (Ceamazon). Com 2,2 hectares, o Centro de Tecnologia do Alumínio vai integrar este núcleo dando suporte às operações de alumínio da Vale. Desde a análise de caracterização das jazidas de bauxita e o aprimoramento da tecnologia da alumina, até o desenvolvimento de novas pesquisas em mineração. Desta forma, as análises que antes eram encaminhadas para outros estados, como Belo Horizonte, onde fica o

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Fotos: Eunice Pinto/Ag Pa

Departamento de Pesquisa Mineral da Vale, e até mesmo em outros países, passarão a ser concentradas no laboratório do Pará. O Centro Tecnológico também servirá de base para formação e qualificação de mão-de", obra. As obras deste Centro começam em 2010, com previsão de entrega no final de 2012. Mesmo período em que são concluídas as obras da primeira fase da nova refinaria da Vale e os projetos de expansão de alumina em Paragominas. O investimento da Vale no projeto é de R$36 milhões. A mineradora produz anualmente 22 milhões de toneladas de bauxita e algo em torno de 4,6 milhões toneladas de alumina. O diretor da Vale, Ricardo Carvalho, explicou que, entre 2002 e 2013, o planejamento estratégico para área de alumínio é de quintuplicar a produção. "A criação de um centro de desenvolvimento tecnológico especializado e dedicado, localizado próximo às unidades industriais, é de fundamental importância para dar suporte a este plano de crescimento", afirmou Carvalho. Ele também destacou a importância desta parceria com o governo do Estado na criação de um Parque de Ciência e Tecnologia na região. "O PCT é uma idéia fantástica porque o Pará passará a ter um centro de desenvolvimento de pesquisas e produtos, que somados a expertise tecnológica, permitirão uma sinergia entre o governo, empresas e instituições de pesquisa de forma a alavancar a produção local. Também vai permitir aproveitar não apenas os resultados obtidos dentro da área da mineração no centro tecnológico de alumínio, como também avanços de outros setores, como por exemplo, o setor energético, disse o diretor da Vale. P Diretores da Vale e da Secretaria de Desenvolvimento Ciência e Tecnologia durante a visita

O secretário Maurílio Monteiro e o secretário adjunto João Weil, em visita as obras do Parque de Ciência e Tecnologia

Maurílio Monteiro, secretario de Desenvolvimento Ciência e Tecnologia, e Ricardo Carvalho, diretor da área de alumínio da Vale, durante a visita ao Parque de Ciência e Tecnologia Obras no Parque


FRUTAL AMAZÔNIA E FLOR PARÁ 2009

Apreciando a beleza e a qualidade na exposição do Frutal Amazônia e Flor Pará 2009

Semana da Fruticultura, Floricultura e Agroindústria

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Fotos: Carlos Sodré, David Alves, Eunice Pinto/ Ag Pa e Marcelo Martins

Pará pretende exportar até o final deste ano mais de 30 milhões de dólares em suco de frutas. A previsão se baseia na evolução das exportações, entre 2007 e 2008, que registrou um salto de 17 milhões para 24 milhões de dólares. Só entre janeiro e maio deste ano, a exportação de suco já rendeu 13 milhões de dólares. Os números são a evidência do desenvolvimento do agronegócio e da economia paraenses, na avaliação do secretário de Agricultura, Cássio Alves

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Pereira, um dos principais organizadores da Frutal Amazônia e Flor Pará 2009, cuja cerimônia de abertura foi presidida pela governadora Ana Julia Carepa, no Hangar Centro de Convenções daAmazônia. O Hino Nacional tocado nos atabaques do grupo Paranativo em ritmo de carimbó saudou os cerca de 800 agricultores familiares, autoridades e convidados que lotaram o auditório do Hangar. Cássio Pereira frisou a parceria de quatro anos com o Instituto Frutal e observou que a cada ano o evento cresce em importância e resultados.

"O evento, com todo o seu programa de capacitação dos produtores, é também uma contribuição para o novo modelo de desenvolvimento rural que promove distribuição de renda e a compatibilização da economia com a preservação ambiental", explicou. "O Pará tem compromisso com os recursos naturais e contribui com 76% da cobertura vegetal do Brasil, o que significam quase 100 milhões de hectares preservados", destacou o presidente da Federação da Agricultura dos Estado do Pará (Faepa), Carlos Xavier. Ele afirmou paramais.com.br


que o zoneamento econômico ecológico feito pelo governo é uma mostra da capacidade produtiva do Estado. O avanço da agricultura familiar é confirmado pelo presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetagri), Carlos Augusto Silva. "A Frutal e Flor Pará são espaços fundamentais de afirmação do processo produtivo no Pará e na Amazônia", disse. Antônio Lopes Neto, da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Agricultura Familiar (Fetraf), reafirmou que "este é um espaço onde podemos mostrar que produzimos não só alimentos e flores, mas também desenvolvimento".

"Além de proporcionar o sucesso dos empreendimentos nas áreas de fruticultura e floricultura, a Frutal Amazônia e Flor Pará também são turismo de negócio, o mais disputado no mundo, porque gera emprego" disse o presidente do Instituto Frutal, Euvaldo Bringel. A montagem das feiras mobilizou cerca de duas mil pessoas e o A governadora Ana Júlia Carepa o deputado Airton Faleiro e o secretário Cássio Pereira

IV Frutal Amazônia e IX Flor Pará

Garantia de mercado para produtos parauaras/amazônicos As cores mais bonitas, os aromas mais marcantes e os gostosíssimos sabores paraenses foram as atrações do IV Frutal Amazônia e IX Flor Pará. Uma vitrine dos produtos da nossa região, que a cada safra mostra crescimento positivo – resultado direto do incentivo do governo à agricultura familiar, que sempre teve espaço garantido na exposição e programação técnica do evento. O Hangar - Centro de Convenções e Feiras da Amazônia esteve sempre repleto com os visitantes contemplando os produtos em exposição ou em cursos específicos e laboratórios ligados à agricultura familiar. O Frutal e Flor Pará 2009 mostra confirma a vocação do Estado para o agronegócio: o Pará lidera na produção e exportação de açaí e pimenta do reino; é o segundo maior produtor nacional de cacau; está entre os três maiores produtores nacionais de abacaxi e ganha mercado com as exóticas flores tropicais. Dados oficiais mostram, por exemplo, que as exportações de sucos de frutas têm mantido o recorde na receita estadual, atingindo US$ 10 milhões só no primeiro trimestre de 2009.

Autoridades, produtores, técnicos e público em geral durante a Abertura do Frutal Amazônia e Flor Pará

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10ª Festa Estadual do Ca

O Hino Nacional tocado nos atabaques do grupo Paranativo em rítmo de carimbo deu as boas vindas às autoridades e participantes

evento lotou os hotéis da cidade. Para a governadora Ana Julia Carepa, as exposições de frutas e flores fomentam um tipo de produção com sustentabilidade social, econômica e ambiental, "sem esse tripé não há desenvolvimento", destacou. A governadora lembrou que, apesar da crise mundial, nossas exportações cresceram. "Nós não queremos só vender frutas na feira, mas também polpas, doces, geleias e chocolates, isso significa agregar valor à fruticultura" disseAna Julia. A governadora destacou ainda que o Pará foi o único Estado que implantou um programa de combate à destruição do meio ambiente, dando alternativa aos produtores de explorar a matéria prima florestal sem desmatar. "A produção amazônica é uma grife com selo verde, o desafio é criar um novo modelo de desenvolvimento que se sustente, sem repetir os erros do passado" enfatizou.

Câmara Estadual do Cacau Durante a realização do I Seminário dos Cacauicultores do Estado do Pará foi criada simbolicamente a Câmara Estadual do Cacau. Na oportunidade, Fausto Lavigne Soares Pinheiro, Carlos Xavier da Federação da Agricultura dos Estado do Pará (Faepa)

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Luciane Locatelli, Miss Cacau 2008, durante o lançamento da Festa Estadual do Cacau, no Hangar Carlos Augusto, presidente da Fetagri

presidente da Câmara Setorial do Cacau, parabenizou o governo do Estado do Pará pela iniciativa de instalar a Câmara. O cacau paraense é destaque pelo baixo teor de gordura e excelente ponto de fusão para fabricação de chocolate, tem sido a grande estrela da Frutal Amazônia. Das 160 toneladas nacionais produzidas anualmente do fruto, o Pará responde por 50 toneladas, número que justifica a criação da Câmara Estadual do Cacau. A instalação da Câmara Setorial do Cacau no Pará significa que o setor está mais descentralizado e atuando nos interesses estaduais do setor. As câmaras setoriais têm ainda o objetivo geral de buscar soluções para problemas comuns aos produtores de cacau. A Frutal Amazônia recebeu o I Encontro Paraense dos Representantes da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Agronegócio do Cacau e dos Sistemas Florestais Renováveis, dentro da programação do seminário setorizado do cacau, outra inovação deste ano. O agronegócio do cacau é constituído em câmaras setoriais, responsáveis pelo desenvolvimento de políticas públicas para o setor. Como ocorre com as culturas da pimenta, soja e café, a Câmara

Osvaldo Matos, Secretário municipal de agricultura de Tomé Açu na Festa do Cacau

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cau será em Tomé-Açu

Nacional do Cacau acolhe as demandas das estaduais. A entidade é composta por representantes da cadeia produtiva dos setores público e privado, além de instituições como o Banco da Amazônia (Basa) e a Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac).

As exposições de frutas e flores fomentam um tipo de produção com sustentabilidade social, econômica e ambiental

Expansão

Cássio Pereira, Secretário de Estado de Agricultura no lançamento da Festa Estadual do Cacau

O presidente da Câmara Setorial do Cacau, também orientou os produtores para a expansão dos negócios. "Não podemos ser exclusivamente produtores de matéria prima. Pequenos agricultores de outros países, que produzem amêndoa de cacau, não estão no mesmo nível de desenvolvimento do Brasil. Façam também o chocolate, o líquido, a manteiga. Profissionalizem a gestão e especializem seus filhos", enfatizou. Henrique Almeida, presidente Associação dos Produtores de Cacau da Bahia, ressaltou a importância da organização das câmaras setoriais para o desenvolvimento dos grandes polos, como a Bahia, o Pará e o Espírito Santo. O interesse do mercado internacional e da grande indústria pelo produto brasileiro, segundo ele, tem aumentado. O município de Tomé-Açu, no nordeste paraense, sediará no período de 26 a 29 de agosto a próxima Festa Estadual do Cacau, instituída pelo Decreto 4.341, de

Euvaldo Bringel Olinda, presidente do Instituto Frutal

No lançamento da Festa Estadual do Cacau

A governadora acompanhada de várias autoridades, visita os stands

Cássio Pereira, secretário de Estado de Agricultura

23 de maio de 1986 e já incluída no calendário de eventos do governo do Pará. O anúncio e o lançamento da 10ª Festa Estadual do Cacau, foi feito durante a Frutal/Flor Pará, no Hangar. A Festa Estadual do Cacau reúne produtores e suas entidades representativas, lideranças, técnicos do setor agrícola e comunidades dos municípios produtores de cacau. O objetivo é aprimorar conhecimentos e oferecer aos produtores acesso a novas tecnologias, por meio de palestras, cursos e treinamentos, além de discutir alternativas para a sustentabilidade econômica, política, social e ambiental da cacauicultura paraense. "O cooperativismo no negócio do cacau" é o tema que norteará a festa em Tomé-Açu,


Ana Júlia em visita aos stands da feira

O açaí coloca o Pará na liderança da fruticultura nacional, com exportação de 500 mil toneladas/ano

município que se destaca como maior produtor de pimenta do reino do Brasil e pelas experiências em sistemas agroflorestais. A produção anual chega a 1.300 toneladas, informou o secretário Municipal de Agricultura de Tomé-Açu, Osvaldo Matos. O Pará bateu recorde na safra de cacau em 2008, com 60 mil toneladas, inserindo cerca de R$ 300 milhões na economia estadual, ressaltou o superintendente da Comisão

Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac)noPará,RaimundoMello. Segundo o secretário de Estado de Agricultura, Cássio Pereira, o governo tem tornado a lavoura cacaueira competitiva, "tanto que hoje temos a ousadia de pretender, em pouco tempo, ser o maior produtor de cacau do Brasil. Nosso cacau/ chocolate é apreciado no mundo inteiro", frisou.

O Açaí Com exportações de 500 mil toneladas/ano, o açaí lidera o mercado da fruticultura nacional, O crescimento do interesse nacional e internacional pelo "ouro negro" paraense, entretanto, fez com que o preço do produto aumentasse para o consumidor. Da mesma forma, cresceram os problemas relacionados ao cultivo do açaí, como a presença de

Açaí ou Euterpe oleracea é espécie nativa das várzeas da região amazônica

A expositora Alissa Osakada revela o otimismo dos produtores com o Frutal e Flor Pará Produtos em exposição

A grande variedade de cores, sabores, beleza e exotismo das flores e frutas amazônicas, foi constante no Frutal Amazônia e Flor Pará

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atravessadores e dificuldades de armazenamento. Otacílio Waldir Frigo, dono de uma agroindústria no município de Santa Izabel do Pará, que produziu ano passado 980 toneladas do fruto , disse que "A divulgação e o incentivo são importantes. Se o Pará tivesse incentivado o plantio 10 anos atrás, hoje a realidade seria outra". Waldir Frigo estava com estande na Frutal 2009.

Seminário Setorizado do Açaí O potencial de crescimento do setor no Estado levou a organização da feira a promover, pela primeira vez, o Seminário Setorizado do Açaí, que reuniu mais de 50 representantes de associações e cooperativas de produtores paraenses. Eles discutiram políticas públicas para o aproveitamento do fruto, hoje produzido

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principalmente nas regiões do Baixo Tocantins e Marajó. Ajudar a transformar pequenos produtores em empreendedores, priorizando desenvolvimento sustentável e responsabilidade social, foi um dos objetivos do evento. O assessor de Cooperativismo da ONG Fase, Carlos Alberto Castro, observou que mais de 90% do açaí comercializado no Estado têm origem na agricultura familiar. O seminário, segundo ele, serviu para apontar as melhorias necessárias, como as condições de infraestrutura (estradas e portos para escoamento da produção). Carlos Castro também frisou a importância de valorizar os produtores que já trabalham com o manejo ambiental.

Produtores Natural da várzea, o açaí cultivado em

Para o empresário Arnoldo Luchtenberg as feiras foram um sucesso. Entre vendas e propostas de negócios, totalizou mais de R$ 500 mil

terra firme tem a vantagem de produzir frutos na entressafra. Waldir Frigo colhe cerca de 30% da produção normal na entressafra. Há uma década, a área plantada de açaí (que divide com o cupuaçu) era "apenas mato", resultado da pecuária.

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Nardye Sena destacou que o açaí produzido nestas áreas acelera o processo de recomposição do solo, ao evitar a erosão e produzir sombra e matéria orgânica. O açaizeiro também produz o palmito, muito valorizado no mercado. Com a orientação correta, produtores de açaí podem corrigir os solos de terra firme, que necessitam de irrigação e outros cuidados. O produtor de açaí Vanildo Quaresma, que mora em Abaetetuba, onde o solo característico de várzea favorece atividades de manejo do açaí, representa na Frutal outras 147 pessoas que integram a cooperativa Cofruta, na região do Baixo Tocantins. Ao lado do Marajó, a região é uma das maiores produtoras de açaí. A expectativa dos cooperados é encontrar saídas para os principais gargalos que impedem a expansão da produção e exportação, como o armazenamento de grande quantidade de polpa.

negócios, o evento também atraiu investidores estrangeiros, como consultores da União Européia, que negociaram com produtores de açaí, área de pesquisa que cada vez mais desperta o interesse internacional. A coordenação do Seminário Setorizado de Açaí elaborou uma carta de intenções, que será encaminhada ao governo do Estado. Durante o seminário Produção Familiar e Gestão Social

Entraves As principais dificuldades enfrentadas pelos produtores foram ouvidas por empresários e representantes de instituições, como Embrapa, Sebrae e Sindfrutas. A necessidade de discutir os entraves na produção do açaí em um s e m i n á r i o e s p e c í f i c o s u rg i u d a observação de que a exportação do produto tem beneficiado, sobretudo, empresas da agroindústria e os atravessadores. Apesar de o produto vir ganhando novos mercados, houve pouco crescimento entre os pequenos produtores. Marcelo Alves, gerente da Área de Produção Vegetal da Sagri, destacou que o trabalho feito com os pequenos agricultores de açaí ao longo do seminário visou diminuir o número de intermediários da cadeia produtiva e ampliar as possibilidades de geração de renda para quem ocupa a base da atividade. "Nós observamos que há um problema no centro da cadeia produtiva do açaí: o excesso de intermediários faz com que o grande empresário, que exporta o produto para diversos pontos do país e do exterior, obtenha lucros desproporcionais se comparados ao rendimento do agricultor familiar", explicouAlves. Entre as soluções para o setor estão os cursos de capacitação, que ensinam práticas de manejo, condições de higiene etc. "Com mais informações, os produtores terão mais possibilidades de comercialização do fruto, e os compradores mais qualidade", frisou. Além de produtores locais interessados em capacitação e no fechamento de

Maria de Lourdes Rocha, recebe seu certificado do seminário” Produção Familiar e Gestão Social” Agricultores aprendem a agregar valor e qualidade à industrialização de seus produtos

Seminário Produção Familiar e Gestão Social Foi uma das novidades deste ano da Frutal Amazônia 2009, com alternativas simples, os agricultores aprendem a agregar valor e qualidade à industrialização de seus produtos – ensinando a transformar o cacau em suco, geleia, mousse, licor, xarope e chocolate; acompanhar o processo de transformação da mandioca; transformar a borracha no látex, que se transforma em bolsas, enfeites e outros artigos...; das sementes, como o cupuaçu e a castanha do Pará, são paramais.com.br


extraídas oleaginosas que viram cosméticos naturais: sabonetes e cremes, entre outros; proporcionando aos agricultores familiares, estudantes e público em geral o conhecimento de novas técnicas utilizadas no processo de industrialização dos vários produtos. Os visitantes da feira também puderam acompanhar todas as etapas do processamento dos produtos, que no final eram cedidos para degustação pública.

Degustação e aprovação Na oficina de cacau os participantes também aprenderam mais sobre o

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cupulate e o doce feito com a polpa do cupuaçu. Similar ao chocolate na aparência e no sabor, o cupulate é uma tecnologia desenvolvida por técnicos da Empresa Brasileira de Pesquisa A g r o p e c u á r i a (Embrapa/Amazônia Oriental). Foi ensinado aos alunos que mais de 50 subprodutos podem ser extraídos do cacau - cerca de 10 só da casca, e uns 15 do mel. Os participantes

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também aprenderam como cultivar cacau de qualidade e que a casca do fruto pode servir de ração animal. De fácil cultivo, o cacau se desenvolve na sombra de árvores, como a bananeira e o açaizeiro.

Parque tecnológico foi atração O Parque Tecnológico da Frutal Amazônia/Flor Pará 2009 foi um dos locais mais visitados. O público pode acompanhar de perto as etapas de processamento de frutas, extração de óleos, beneficiamento de fibras naturais, processo de desidratação de frutas, feito em estufa natural, o método de

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conservação da matéria-prima. As caixas (ninhos) com abelhas do estande da Federação das Associações dos Apicultores do Pará (Fapic) também receberam o olhar curioso das crianças, que puderam observar os processos de fabricação do mel: desoperculação (abertura do favo de mel), centrifugação e decantação. Máquinas de hidroponia também atraíram as atenções e mostraram o cultivo de folhosas (alface, coentro, agrião etc) em lâminas de água, assim as hortaliças ganham qualidade porque ficam isentas de contaminações provenientes do solo,

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como coliformes fecais. Produtores do interior e de fora do estado mostraram interesse pela tecnologia. J á a P e m a t e c Tr i a n g e l demostrou o processo de transformação das fibras naturais de curamá, juta e malva em produtos dos mercados automobilístico e colchoeiro, agregando valor às fibras produzidas por Por ocasião do Frutal / Flor Pará, foram ministrados comunidades localizadas no Minicursos e Curso de defensivas naturais, na Ufra Universidade Federal Rural da Amazônia coração da região amazônica. Outro espaço concorrido foi a Casa da Farinha, que teve sucesso na comercialização dos produtos oferecidos. O processamento da mandioca inclui a separação (goma e tucupi), a peneração e a ida do produto ao forno, que resulta na farinha de tapioca, muito utilizada junto com o açaí e no preparo de doces. Da goma (fécula) da mandioca, é preparada a tradicional tapioquinha.

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Festa temática marca último dia do Flor Pará

A cultura indiana e o colorido das flores temperadas e tropicais Fotos: Carlos Sodré / Ag Pa

Wilma Beloto e Paulo Perissoto, designers florais paulistas, junto com o paraense Oneno Moraes foram os responsáveis pelas oficinas segmentadas e pela organização da Festa de 15 anos com temática indiana do Flor Pará

Sementes Pela segunda vez na feira, o estande da Naturais da Amazônia, do empresário Arnoldo Luchtenberg, mostrou a transformação de sementes em oleaginosas. Sementes de bacuri, andiroba, copaíba, cupuaçu, castanha-do-pará e outras transformam-se em oleaginosas que abastecem a indústria de cosméticos: sabonetes, cremes e óleos 100% puros, produtos que foram comercializados na feira. Cerca de 242 comunidades sobrevivem, hoje, da coleta e da venda das sementes para a empresa, sendo 193 só no Pará e uma na Bolívia. Criada em 2000, a Naturais apoia as comunidades e fornece subsídios para elas se autogerirem. A iniciativa faz parte do Projeto Comunidades Extrativistas da Amazônia, que promove o extrativismo familiar

A cultura indiana misturado ao colorido das flores temperadas e tropicais criou uma decoração original. Esse foi o tom da festa de 15 anos com temática indiana, ocorrida no Hangar - Centro Convenções e Feiras da Amazônia, como resultado das oficinas segmentadas da nona edição da Flor Pará 2009. Com direito à iluminação especial, valsa e tudo o que as comemorações modernas utilizam, os participantes acompanharam todo o processo de composição e encenação da festa (que ano passado foi um casamento). Os detalhes dos arranjos florais e da mesa de doces, o brilho e a profusão de cores criaram uma harmonia diferente, que revelou a criatividade dos ministrantes das oficinas, os designers florais paulistas Wilma Beloto e Paulo Perissoto, e o paraense Oneno Moraes. A festa, as oficinas segmentadas e florais, assim como os seminários e palestras foram elogiados pelos participantes do Flor Pará. "Acho válido. É satisfatório ver o resultado do trabalho realizado como um todo, um misto de criatividade com técnica. É uma arte!", comemorou a produtora floral e decoradora Ana Maria Machado, de Paragominas. Ana Maria, que participou das nove edições da Flor Pará e de outras feiras no país, conta que os conhecimentos adquiridos têm colaborado com a expansão dos seus negócios, herança de família. A sua evolução é atestada por Wilma Beloto, que Temática indiana mostra resultado de oficinas segmentadas da Flor Pará

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Belos arranjos

Temática indiana e o colorido das flores temperadas e tropicais

revela que a aluna já decora festa para mais de 500 convidados. "São pessoas que têm sede de aprender. Alguns não sabiam nem cortar a haste de maneira correta ou molhar uma espuma de flores", lembrou Beloto. Ela tem propriedade para falar: com formação nas escolas italiana e americana de Design Floral, além de especializações na área, há quatro anos participa da Flor Pará, tempo que calcula ter registrado o aumento de 30% a 40% no número de alunos das oficinas. Perissoto revelou que, junto com outro paulista, representará o Brasil em Kansas maior evento de flores dos Estados Unidos, promovido pelo Instituto Floral Design. Com o tema O Céu é o Limite, eles levarão temas como a floresta e o Círio de Nazaré, que será representado por uma berlinda estilizada coberta por flores temperadas. A festa indiana foi uma realização da Sagri e do Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas (Sebrae/PA).

Símbolos indianos e Símbolos indianos

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respeitando as tradições populares dos ribeirinhos e visando a fixação das famílias em suas propriedades. Ao mesmo tempo em que controla o desmatamento, gera renda. O extrativista Miguel Padre, de Uruará, é um dos beneficiados, junto com as 75 famílias de sua comunidade. Ele informou que, da safra de dezembro até agora, fase de aprendizado das técnicas, já foram comercializados R$ 9.500 mil, valor que pode ser triplicado até 2010, segundo projeções de Luchtenberg. A Secretaria de Estado de Agricultura (Sagri), por meio da Diretoria de Agricultura Familiar (Diafam), é uma das principais apoiadoras do projeto e tem agregado receita à agricultura familiar, uma das prioridades do governo. A GTZ, empresa de cooperação técnica alemã, é outra apoiadora que, segundo o coordenador técnico Giovani

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Musial, trabalha com parceiros das iniciativas públicas e privadas com o objetivo de obter alternativas de geração de renda que não agridam a natureza.

R$ 33 milhões em negócios A Frutal Amazônia e a Flor Pará 2009 movimentaram, em quatro dias de programação, R$ 33 milhões em negócios e atraíram um público de 36 mil visitantes. Os números foram divulgados durante o

encerramento dos dois eventos no Hangar - Centro de Convenções e Feiras da Amazônia. São números que refletem a dimensão dos eventos, os quais tiveram 300 estandes ocupados por expositores de todo o Pará e demais Estados daAmazônia, além de São Paulo, Ceará e Bahia. As feiras de frutas, flores e equipamentos de agroindústria atraíram também representantes de países como França, Alemanha, Itália e Holanda, interessados em importar os produtos

amazônicos. O estande da Associação dos Vendedores Artesanais de Açaí de Belém (Avabel) foi um dos mais procurados. Foram comercializados 300 litros nos quatro dias, e a Associação recebeu propostas até da Rússia para exportar o produto. Dos 4.500 batedores de açaí de Belém, 1.200 são associados da Avabel. Para se habilitarem ao comércio exterior, eles são capacitados pelo Sebrae-PA.

No encerramento do Frutal Amazônia e Flor Pará 2009, o Hangar lotado

Na festa de encerramento do Frutal/Flor Pará

Encerramento festivo para comemorar o sucesso do Frutal Amazônia e Flor Pará 2009

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Cássio Alves Pereira, Secretário de Estado de Agricultura, faz o encerramento do Frutal Amazônia e Flor Pará 2009

Vendas triplicadas Nos 44 estandes dos agricultores familiares, o aumento de vendas foi mais significativo. O volume chegou a R$ 883 mil, três vezes mais que em 2008. No total, as caravanas trouxeram 2 mil produtores rurais, que participaram dos cursos e seminários de capacitação técnica voltados à agricultura familiar, foco maior do evento realizado pelo governo do Estado, por meio da Secretaria de Agricultura (Sagri), em parceria com o Instituto Frutal. No parque tecnológico, agricultores da vila de Americano, no município de Santa Izabel do Pará, produziram na feira 300 litros de farinha de tapioca e venderam tudo, além de 200 quilos de fécula de mandioca e 50 bolos feitos com tapioca, que renderam R$ 3 mil, informou o produtor Iraguaçu Silveira. Já o empresário Arnoldo Luchtenberg concretizou a ideia de vender o extrativismo como alternativa de geração de renda. Fez contato com mais de 90

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comunidades ribeirinhas, assentados e quilombolas, para transferência de tecnologia e gestão da atividade. Teve um retorno imediato de R$ 40 mil com a venda de óleos, manteiga e cremes de sementes e frutas, e propostas de negócios que totalizam R$ 470 mil. Os produtores de mel venderam 30% menos que no ano passado, mas as propostas de negócio aumentaram 20%, segundo Luis Carlos Borges, diretor da Federação dasAssociações deApicultores do Pará. A redução nas vendas de máquinas agrícolas foi creditada pelo

Euvaldo Bringel Olinda, presidente do Instituto Frutal, durante o encerramento

empresário José Moura à falta de poder aquisitivo do consumidor, por causa da crise econômica mundial.

Avanço

No encerramento da Futal Amazônia e Flor Pará 2009 o presidente do Instituto Frutal, Euvaldo Bringel, destacou que o Pará avança, apesar da crise econômica. Enquanto as exportações brasileiras de frutas e sucos caíram de US$ 220 milhões, de janeiro a maio do ano passado, para US$ 166 milhões no mesmo período deste ano, o Pará subiu de US$ 6,8 milhões para US$ 12,6 milhões. "Acredito que o Pará tem potencial para se tornar referência mundial na comercialização de frutas", disse Bringel. O secretário de Estado de Agricultura, Cássio Alves Pereira, ressaltou a qualidade crescente do evento e dos produtos ofertados. "Os empresários se modernizam a cada ano, e isso se reflete nos estandes das feiras e no aumento do consumo. Estamos caminhando para transformar o setor agropecuário em P grande potência", destacou.

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Patrulhas mecanizadas reforçam agricultura familiar

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importância da mecanização na produção agrícola foi o tema que atraiu mais de 600 agricultores em um dos encontros técnicos da Frutal Amazônia e Flor Pará. O custo dos equipamentos e a capacitação para o uso das máquinas são as maiores preocupações dos produtores. A programação técnica da Frutal Amazônia e Flor Pará objetiva dar aos agricultores familiares uma visão empresarial da atividade no campo. Nesse processo, tecnologia e informação são fundamentais. O professor de engenharia agrícola da Universidade Federal do Pará, Ronilson Santos, explicou que a tecnologia deve ser aplicada com base em necessidade, conhecimento técnico e poder aquisitivo do agricultor, para não resultar em prejuízos e desperdício dos recursos naturais e econômicos. "O agricultor deve

Fotos: Cláudio Santos e Tamara Saré / Ag. Pará

Noventa e oito patrulhas mecanizadas foram repassadas pelo Governo do Estado para os produtores da agricultura familiar de vários Municípios

encarar a sua propriedade rural como empresa, não importa o tamanho dela, porque ele precisa ter lucro", ressaltou. Novas técnicas chegaram ao campo no início dos anos 1990, quando o produtor trocou a enxada pelo trator. Mas, sem saber operar a máquina, acumulou uma série de problemas econômicos, sociais e

ambientais. É preciso escolher a máquina de acordo com o tipo de solo e o tamanho da área. Ronilson Santos citou como exemplar o Programa Campo Cidadão, implementado pelo governo do Estado por meio da Secretaria de Agricultura (Sagri), pois além de oferecer as patrulhas Plantação de mandioca em Itaituba

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Cássio Pereira, secretário de Estado da Secretaria de Agricultura – Sagri, inspeciona as noventa e oito patrulhas mecanizadas que foram entregues para os produtores da agricultura familiar de vários municípios

agrícolas também capacita para o uso adequado das máquinas. O programa já repassou 180 patrulhas mecanizadas para prefeituras, sindicatos e associações de produtores.

Cursos práticos

Processo de produção da Fibra do curauá na comunidade do Chibé

Outros 400 agricultores participaram, na Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra), de cursos práticos sobre métodos e equipamentos de irrigação para pequenas propriedades, processamento industrial de alimentos e uso de defensivos naturais. Eles aprenderam a fazer defensivo para cultivo de hortaliças, usando alho e pimenta, e o biofertilizante à base de esterco de gado. As agricultoras aprenderam a processar produtos, como frutas e hortaliças, desde o manuseio na plantação até a embalagem, como forma de agregar valor à produção. P

Produção de maracujá da comunidade de Boa Fé, em Santarém

Cultura de milho em área de agricultura familiar no município de Itaituba Cultura de mandioca em área de agricultura familiar no município de Itaituba

Cultura de feijão caupi em área de agricultura familiar no município de Itaituba paramais.com.br


A governadora Ana Júlia Carepa durante o Fórum Paraense de Competitividade: “Assinei uma série de medidas para auxiliar as empresas”

Com a chegada do verão, o Pará está virando um canteiro de obras Vale confirma para 2010 início das obras da siderúrgica em Marabá

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Fotos: Cláudio Santos/Ag Pa

diretor de ferrosos Norte uma indústria de MDF em Paragominas, da Vale, José Carlos que vai ser importante para ampliar a Soares, assegurou durante indústria moveleira local. Estamos a reunião do Pleno do reduzindo as despesas de custeio e F ó r u m P a r a e n s e d e melhorando a eficiência administrativa do Competitividade, a implantação da usina Estado, garantindo com isso os siderúrgica em Marabá, sudeste do investimentos em infraestrutura. Noventa Estado, confirmando o cronograma de por cento das obras físicas das eclusas de início das obras em 2010, passando a Tucuruí estão concluídas, assim como as operar em 2012. Ele também anunciou o b r a s d o s p o r t o s e s t ã o s e n d o i n v e s t i m e n t o s n a a m p l i a ç ã o d a encaminhadas. Estamos somente exploração das minas de ferro e de cobre esperando a aprovação da Secretaria do Tesouro para a liberação de R$ 344 de Carajás. "Vamos manter o desafio desses milhões, que contemplarão as obras dos investimentos e estamos confiantes na distritos industriais", disse a governadora. nova direção da Sema (Secretaria de "Estamos brigando pela agilização das Estado de Meio Ambiente) para agilizar obras do PAC. Semana que vem assino o s p r o c e s s o s d e l i c e n c i a m e n t o com o Banco do Brasil o contrato de ambiental", disse José Carlos Soares. A financiamento para as obras da Avenida afirmação veio ao encontro do pedido da Independência, o elevado da Avenida governadora Ana Júlia Carepa, que Júlio César e as outras obras do Ação chamou a atenção do A reunião do Fórum empresariado para a Paraense de Competitividade necessidade da manter os investimentos do setor privado e a geração de empregos. "Assinei uma série de medidas para auxiliar as empresas. Reduzimos o ICMS para a cadeia do trigo e também para a aquisição de equipamentos, o que já resultou na implantação de

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Metrópole, ações que gerarão muitos empregos e são importantes para a Região Metropolitana. O governo do Estado e os bancos públicos estão fazendo a sua parte. Com a chegada do verão, o Pará está virando um canteiro de obras. Criamos as condições, mas o empresariado também precisa continuar investindo e criando empregos", completouAna Júlia Carepa.

Conselho Durante a reunião, a governadora assinou o Decreto 1.756, que regulamenta o Conselho de Desenvolvimento Econômico do Estado, definindo seu formato e constituição com participação de representações do setor produtivo, dos trabalhadores, órgãos de governo e órgãos de fomento. Também anunciou outras medidas que atendem às demandas das empresas paraenses, como a ampliação do atendimento de internet de alta velocidade a partir da base do programa Navega Pará. "Nos próximos 60 dias as empresas terão acesso à internet de qualidade e poderão melhorar sua eficiência, habilitarem-se para concorrências públicas", ressaltou. Outro anúncio foi a formação de 2 mil jovens, em agosto, paramais.com.br


Anibal Picanço, secretário de Estado de Meio Ambiente, durante o Fórum

pelo programa Bolsa Trabalho, que atenderão à demanda de mão de obra criada com as obras realizadas no Estado. "Encaminhamos esses cursos de formação discutindo as necessidades com o Sindicato da Construção Civil. Há obras já em curso e outras que estão dependendo da aprovação de financiamento pela Assembleia Legislativa, como as obras dos parques tecnológicos, que vão gerar empregos, e estamos formando mão de obra para isso", destacou Ana Júlia Carepa. O governo do Estado respondeu sobre a agilização e simplificação do licenciamento ambiental. O secretário de

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Participantes do Fórum Paraense de Competitividade

Meio Ambiente, Aníbal Picanço, confirmou o projeto de descentralização da Secretaria de Meio Ambiente para 20 municípios, ainda este ano, e garantiu que as licenças para planos de reflorestamento serão concedidas em 20 dias, e para os demais projetos, como planos de manejo, em 40 dias. "É totalmente possível fazer isso, a partir da reorganização dos nossos trâmites internos. Em pouco mais de 10 dias, tivemos 181 projetos apreciados, sendo 29 planos de manejo e temos mais 25 planos de manejo para liberação até a próxima sexta-feira, sem prescindir do rigor legal. Não vai mais acontecer de uma casa de farinha demorar para ser licenciada. Também estamos concluindo esta semana os estudos para que não haja necessidade de licenciamento ambiental para quem usa resíduos como base de produção", explicou o secretário. Também participaram da reunião, como membros permanentes do Fórum de Competitividade, representantes da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), Companhia Docas

Djalma Bezerra Mello, Superintendente da SUDAM

do Pará (CDP), Aimex, Federação da Agricultura no Pará (Faepa), Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical, Sebrae, Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Pará (Faciapa), Banpará, Banco da Amazônia, Federação do Comércio do Pará (Fecomercio) e Federação dos Trabalhadores da Indústria do Pará (Fetipa). P

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por Israel Pegado

Verão 2009

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o Pará são muitas as localidades para se aproveitar o sol e calor do verão. Em julho, os visitantes possuem variadas opções para diversão, lazer e descanso. São centenas de praias, tanto oceânicas quanto fluviais. Eleita a mais bela praia do Brasil, pelo respeitado jornal britânico The Guardian, Alter do Chão é uma das praias fluviais mais conhecidas e visitadas do Oeste paraense, no município de Santarém, no pólo Tapajós. Conhecida como “Caribe Amazônico”, a praia de Alter do Chão surge na baixa das águas do rio Tapajós. Pode-se alcançar Santarém por via aérea ou fluvial, a partir de Belém ou Manaus. Em navio ou barcos regionais, o tempo de viagem será devidamente recompensado pela beleza do rio Amazonas. O município dista 1.369 km da capital do Estado, (aproximadamente 807 km em linha reta). Da sede do município até a Vila de Alter do Chão são mais 30 km pela estrada estadual PA-457. No litoral do pólo Amazônia Atlântica, o município de Salinópolis conta com infraestrutura turística completa, combinando praias e conforto urbano. Carinhosamente chamada de Salinas pelos paraenses, a cidade é uma estância hidromineral, com mais de 20 km de extensão de água salgada e dunas de areia

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fina. As principais praias são do Atalaia, Curvina, Farol Velho e Maçarico. Quem quiser fugir da água salgada também pode ir ao Lago da Coca-Cola, de água doce. Essas praias são acessíveis por via rodoviária e estão distante cerca de 220 km da capital do estado, Belém do Pará. É o balneário preferido dos belenenses, que no mês de julho lotam a cidade. Distante 36 quilômetros do município de Bragança, a Vila de Ajuruteua é um espetáculo da natureza. A vegetação de mangue é povoada por revoadas de garças e belos guarás vermelhos. Na praia de mesmo nome, centenas de pessoas buscam diversão durante as férias de veraneio. A infraestrutura de pousadas, bares, restaurantes e lanchonetes oferecem comodidade e conforto para o visitante. Bragança fica distante cerca de 220 km de Belém, e o acesso é feito por via rodoviária. Para o turista que busca uma experiência mais rústica, a ilha de Algodoal é a melhor das alternativas. O lugar é marcado pela água cristalina, tranqüilidade e cenários maravilhosos. Uma de suas praias, a da Princesa, possui quase 14 quilômetros de extensão. Ao som de muito reggae, o Bar da Pedra é um points do lugar. A comunidade da ilha é formada por pessoas simples e receptivas que vivem, basicamente, da pesca, da agricultura de subsistência e, mais recentemente, do turismo. Para chegar a Algodoal, o visitante deve primeiramente se dirigir até o distrito de Marudá, no município de Marapanim, distante 152 km pela rodovia BR-316 e PA-127. De lá, o turista faz uma pequena travessia de barco até a ilha, que dura aproximadamente 45 minutos. A ilha do Marajó é uma das grandes pedidas do verão. Distante 29 km por via hidroviária da capital do Estado, Salvaterra ou a “Princesinha do Marajó” como é conhecida, apresenta um encantador cenário ecológico formado por furos, campos, fazendas, rebanhos de búfalos, belas praias, florestas pouco densas, campos inundáveis, cerrados e um folclore expressivo, tanto na dança quanto na música. A religião também

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Ajuruteua em Bragança

Ilha de Marajó, Vila de Joanes, Salvaterra

Baia do Sol em Mosqueiro

Verão em Conceição da Araguaia

pode-se apreciar belas imagens na baía do Guajará. As praias de Barcarena são acessíveis a partir de Belém, por via rodoviária ou fluvial. São 87 km de distância da capital. As mais conhecidas são as de Vila do Valtair Gomes

deixou sua marca nesse pedacinho do Marajó. A primeira igreja de Salvaterra, na vila de Joanes (uma das 47 vilas do município), foi construída no século XVII pela Ordem dos Jesuítas. Com a nova embarcação do governo estadual, a travessia deve ser cumprida em duas horas de viagem. Em Soure se encontram praias de águas doces e salgadas, campos naturais e uma variedade infinita de fauna. A cidade possui uma rica arquitetura que encanta pela simplicidade das casas, jardins, ruas largas e arborizadas por mangueiras. A praia do Pesqueiro possui dunas que se espalham em quase toda sua extensão, marcada por inúmeros coqueiros. Existem bons hotéis e pousadas para o turista. Porém, para quem deseja vivenciar o cotidiano dos moradores, a dica de hospedagem são as fazendas. O acesso a Soure é feito por meio de uma curta travessia de balsa, a partir da vizinha Salvaterra, que dura cerca de vinte minutos. A região insular de Belém oferece boas opções ao visitante. O balneário de Mosqueiro possui belas praias de rio como Chapéu Virado, Murubira, Farol, Baía do Sol, Marahu e Paraíso. Mosqueiro também é rica em pequenos rios e igarapés cujo destino são ilhotas irresistíveis para os praticantes de Ecoturismo. O caminho para se chegar ao distrito de Mosqueiro começa na BR-316, depois é só seguir p e l a PA - 1 9 1 , p e r c o r r e n d o aproximadamente 60 quilômetros. Já a Ilha de Cotijuba apresenta 15 km de extensão de lindas praias de água doce e uma natureza praticamente intocada. Algumas praias possuem nomes bastante sugestivos, como a praia do Vai-quemQuer. Outras mais procuradas são a do Farol, Cravo e Saudade. O acesso é feito somente de barco. Ao longo dos 22 quilômetros que a separam de Belém,

Alter do Chão

Praia do Caripi, em Barcarena

Praia do Ariramba

Conde e Caripi. A primeira é banhada pela baía do Marajó e formada por areia branca e alva. Arborizada, a praia dispõe ainda de barracas especializadas na venda de comidas e bebidas. Está situada a uma distância aproximada de 22 km, por via rodoviária, da cidade de Barcarena. Já no Caripi, uma atração incomum chama a atenção dos visitantes: a Casa da Árvore, parte das instalações do Hotel Samaúma,

combinando conforto e espírito de aventura. A praia possui mais de 3 km de extensão. Localizada em Marabá, a praia do Tucunaré tem aproximadamente cinco quilômetros de extensão e está situada nas águas do rio Tocantins. De areia fina e pequena vegetação, o local guarda muitas lendas e histórias. A praia emerge na vazante do Tocantins, logo após o período de chuvas, geralmente a partir de abril. É muito procurada na alta estação, entre julho e novembro, tornando-se a principal atração turística da cidade. A praia ainda proporciona ao veranista a prática de esportes náuticos e de areia, além de camping e pesca esportiva. Foi também o primeiro local onde se registrou ocorrência de diamantes, um dos mais importantes ciclos econômicos da região. Marabá fica a 485 quilômetros de distância da capital. O acesso a cidade pode ser tanto via aérea quanto rodoviária. É sobre o rio Araguaia que ficam as belas praias da pequena Conceição doAraguaia, localizada no sudeste Paraense. O Araguaia é um dos mais belos rios que cortam o território paraense, de águas claras e transparentes. A praia da Gaivota é a mais freqüentada. Distantes do centro da cidade, estão as praias mais selvagens como da Macedônia, Verde e Caldeirão. Em Altamira, as maravilhas da natureza e do rio Xingu encantam os visitantes. Na cidade, as belas praias do Besouro, do Padeiro, do Sossego, do Olivete e os balneários do Pedral e do Jôa são ótimas alternativas para a tranqüilidade e o descanso dos turistas. O rio que possui aproximadamente 1870 km de extensão também é uma boa pedida aos amantes da pesca esportiva.O município está situado em plena selva amazônica, a 921 quilômetros de distância de Belém. O acesso mais indicado é feito por via aérea. P

Praia do Tucunaré em Marabá

Marudá, no município de Marapanim paramais.com.br

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Alter do Chão a melhor praia do Brasil Veja as melhores praias do Brasil pelo jornal inglês The Guardian

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jornal inglês The Guardian publicou recentemente uma lista com as 10 melhores praias no Brasil, escolhidas por 10 especialistas. Em primeiro lugar aparece a praia Alter do Chão, próximo de Santarém, no Pará, que desbancou paraísos incontestes como Fernando de Noronha e Jericoacoara e praias tradicionais do Rio de Janeiro e da Bahia. A praia vencedora, que fica à beira do rio Tapajós, foi escolhida por Tom Phillips, correspondente do Guardian no Brasil. “A reportagem do Guardian reconhece a dificuldade de escolher a melhor praia do Brasil – que tem 8 mil quilômetros de costa e milhares de praias voltadas ao Atlântico - mas não se furta de atribuir a Alter do Chão o título de melhor praia, classificando-a como a "resposta da selva ao Caribe". Próximo de Santarém, o lugar só se transforma em praia de agosto a janeiro, época de vazante do Tapajós. Quando o volume de água do rio baixa, ficam expostas centenas de faixas de areia”. O jornal sabe que o assunto é delicado para os brasileiros, que podem "passar horas falando sobre suas praias favoritas".

Entardecer no lago verde em Alter-do-Chão, durante a cheia do Tapajós

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Alter do Ch茫o, nas margens do rio Tapaj贸s, a melhor praia de rio do Brasil

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Confira a lista completa do Guardian e dê sua opinião sobre a eleição inglesa: 1 - Alter do Chão. Praia de rio no Tapajós a 32 quilômetros de Santarém, no Pará. 2 - Fernando de Noronha, A praia do Sancho, em Fernando de Noronha, em Pernambuco. 3 - Praia do Toque, Alagoas, em São Miguel dos Milagres, a 100 quilômetros de Maceió, Alagoas. 4 - Taipus de Fora, na península do Maraú, na Bahia 5 - Caraíva, Bahia 6 - Arpoador, Rio de Janeiro 7 - Lopes Mendes, em Ilha Grande, próxima a Angra dos Reis, no Rio de Janeiro 8 - Praia da Fazenda, São Paulo 9 - Bonete, em Ubatuba, a 250 quilômetros da cidade de São Paulo. 10 - Lagoinha do Leste, Praia de Ilhabela, a 135 quilômetros, em Florianópolis, Santa Catarina. P

Alter do Chao, Pará

*Tom Phillips, The Guardian's Brazil correspondent Brazil's best beach is not in Rio de Janeiro or the sun-bathed north-east. It's not even on the coast. It is on a river at the heart of the Amazon rainforest. Around 30km from the rainforest city of Santarem, Alter do Chao is the jungle's answer to the Caribbean. After a week holed up in the jungle, Alter do Chao is the perfect place to relax: you can lounge on the river beaches in the morning, gorge yourself on a local grilled fish in the afternoon and retreat to one of the area's many charming pousadas by night. People often call the humid and dense Amazon the "green inferno". Alter do Chao is its golden paradise.

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Douglas Vieira

Confira as praias mais bonitas do Brasil eleitas pelo The Guardian:

Ricardo Freire

Fernando de Noronha Steven Chew

Taipus de Fora

Conor O'Sullivan

Praia do Toque, Alagoas

Praia Lopes Mendes, Ilha Grande Lagoinha do Leste, Santa Catarina

Embratur

Praia da Fazenda, Sao Paulo

Embratur

Arpoador, Rio de Janeiro

Marco Yamin

Emmanuel Rengade

Christian Knepper/Embratur

Caraiva, Bahia

Bonete, Sao Paulo

www.guardian.co.uk/travel/2009/apr/15/beach-brazil-top-10

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Acyr CASTRO

As férias de julho

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operoso povo brasileiro, visceralmente honesto, não entra em férias. Muito menos, principalmente, aquele que vive abaixo da linha da pobreza. Somente aproveitam as férias os que menos trabalham, falando de um modo geral. Todos gostaríamos, melhor dizendo, todos exigimos que entre em férias a corrupção que vive abalando os alicerces e as estruturas do regime democrático. A República, o Pais, não suporta mais o que está corroendo os poderes sejam os públicos sejam os particulares. Os interesses privados não podem continuar se sobrepondo sobre e contra as necessidades mais prementes da sociedade. Não há mais como aguentar tanta tristeza, tanta amargura, tamanha violência vivenciada no dia a dia. E julho é o mês da alegria, em que todos sentem necessidade de sol, de mar, de praia, de pernas para o ar que ninguém é de ferro. Que Deus dê, na sua infinita misericórdia, tudo isso de que a nação necessita e carece: paz, amor, tranquilidade, nada de violência, de ódio, de sobressalto. Todos precisamos. Amar e viver, gozando das belezas que o Pai Eterno nos dá de graça sem nada cobrar. Sejamos dignos dessa dádiva suprema que é a vida e deixemos o lixo para o lixo, esse lixo malcheiroso que enodoa e nos envergonha. Que Nosso Senhor Jesus Cristo devolva a julho o que é de julho: beleza, alegria e flores, muitas flores para pobres e ricos, sem nenhum tipo de descriminação. Esta é a prece que faço em meu nome pessoal e no daqueles que não tem voz nem o privilégio de contar com o espaço que possuo numa revista da qualidade desta que os amigos diletos Ronaldo e Rodrigo Hühn editam para satisfação e contentamento de incontáveis leitores, e ler é emoção e é vida. Fico por aqui, até porque quem tudo diz de uma vez fica sem mais nada a dizer. Afinal julho é o mês das festas, mês das férias para quem estuda, para quem ensina, para quem trabalha. Uma prece carregada de amor e de poesia, e nada nem ninguém consegue abafar isto. Boas férias, boas festas e o carinho bondoso da Virgem Santíssima. E até agosto, se me for possível. Tchau.

beleza, alegria e flores, muitas flores para pobres e ricos

(*) Poeta, jornalista e escritor

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por Andrea Furco e Milla Mathias

ESPECIAL VERÃO O verão teve seu início com o Solstício do Sol desde 21 de Junho e por aqui no Hemisfério Norte segue até o dia 23 de Setembro. Suas principais características são dias longos e quentes (temperatura elevada), mas também possui dias geralmente chuvosos. O calor chegou e já estamos quase na hora de fazer as malas para as férias de verão. Quer saber quais são as principais tendências quando o assunto é moda praia? Veja tudo o que será hit no alto verão 2009.

O biquíni certo para seu corpo

A

Fotos: Reprodução com Modelos das: Blue Man, Rosa Chá, Salinas, Cia Marítima, Lenny, Triya

s sugestões e tendências para a moda praia do verão 2009, já foram apresentadas na passarela. Agora, chegou a sua vez de avaliar o que levar ou não para a praia ou piscina. Afinal, nem todo modelito que deixou à mostra o corpo escultural das tops é adequado para as medidas e pequenas imperfeições da maioria das mulheres. Escolher bem o biquíni ou o maiô, não apenas evita que você erre feio no visual, mas pode ajudar a esconder seus defeitinhos e a valorizar o seu tipo físico e a beleza do seu corpo. Confira as dicas de Andrea Furco e Milla Mathias – especialistas em moda e estilo para disfarçar aquela barriguinha, os odiados "pneuzinhos", o quadril largo, os seios muito grandes ou pequenos demais, entre outras "imperfeições" de boa parte das mulheres mortais.

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Seios pequenos

Qual deles ?

Para realçar os seios, a dica é investir em peças com detalhes na parte de cima. "Plissados, brilhos, bordados e brocados dão a impressão de seios maiores”. Outro recurso muito eficiente para dar volume é usar os sutiãs com bojo - que levantam e dão forma ao busto. Uma boa opção é o biquíni estilo cortininha. As cores também podem ser aliadas. "Use peças claras em cima e escuras embaixo. O tom mais claro chama mais atenção. Faça o oposto no caso de seios grandes".

Seios grandes Quem tem os seios grandes deve ter como primeira preocupação o conforto. Para dar sustentação, é preciso investir em alças largas. A melhor opção é a modelagem frente única, ou o meia-taça sem bojo e o formato triangular - mas não o cortininha, paramais.com.br


esse deve ser maior e cobrir todo o seio. Algumas grifes mostraram na última temporada tops grandes, que se assemelham aos usados em academias de ginástica. Apesar de serem indicados para dar "firmeza" aos seios grandes, esses modelos são destinados à exportação e, dificilmente, cairão no gosto da brasileira. "Por aqui, independentemente da idade, as mulheres gostam de uma 'marquinha' bonita”. A sofisticação chegou à praia e não dá sinais de que irá embora. E, para você que tem o quadril estreito, o luxo está liberado. As calcinhas com detalhes na lateral, como pedras, aplicações, laços, bordados e brocados, chamam a atenção e "ampliam" o volume da região. Portanto,

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para quem se encaixa no oposto (quadril largo), melhor evitar biquínis com amarrações.

Quadril largo A dica principal é não usar biquínis muito apertados, que deixam o "bumbum saltando para fora da peça". Nesse caso, vale o meio termo: "Nada de calcinhas muito grandes, pois chamam a atenção, nem tanguinhas". Os modelos mais indicados são aqueles com a faixa lateral mais larga - corte, aliás, que está em alta e é muito confortável. As cores escuras também ajudam a disfarçar o tamanho do quadril. Outra estratégia envolve a peça superior. "Os

Qual sua opinião?

biquínis tomara-que-caia e frente única aumentam visualmente os ombros, deixando o corpo mais proporcional em relação ao quadril”.

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Está em duvida?

Cintura reta Quem não teve a sorte de nascer com uma "cinturinha de pilão" pode disfarçar o corpo retilíneo com os maiôs enganamamãe (aquele em que a calcinha e o sutiã são unidos apenas por uma faixa frontal). "Os recortes dão uma sensação de curva para o corpo da mulher".

Barriga ou estômago saliente Se as gordurinhas insistem em ficar no abdome, será preciso escondê-las durante o verão. O melhor modelo é o sunquíni que possui calcinhas largas e cós alto. Já quem tem estômago alto, sem barriga notável, deve evitar o sunquíni, pois "esse modelo vai cobrir a barriga magra e ressaltar o estômago saliente". Nesse caso, o melhor é escolher outro tipo de biquíni que combine com o restante de suas características. Agora, se tanto o estômago quanto a barriga fugirem dos "padrões", é indicado um belo e comportado maiô.

Costas largas Se esse for o seu caso, risque de uma vez por todas do seu guarda-roupa as peças com amarrações no pescoço. "Prefira os sutiãs com alças retas, que criam duas linhas verticais nas costas. Elas ajudam a diminuir a amplitude dessa parte do corpo".

Gordinhas

Maiôs

O bom senso tem que ser o princípio básico para nortear a escolha de quem está acima do peso. "Maiôs com decote frontal em "v" costumam ser uma boa opção, além dos sunquínis”. E muito cuidado com grandes decotes nas costas: eles podem realçar aquelas famosas "dobrinhas". O tecido do biquíni ou maiô também pode ajudar. "A dica é usar biquínis de Jersey, que não marcam tanto o corpo", indica. "Compre o biquíni do seu tamanho, nem maior e nem menor. O maior fica largo e deixa a impressão de um corpo flácido. O menor aperta e forma dobrinhas indesejadas". Quanto às estampas, o mais aconselhável é evitar desenhos circulares. Prefira as cores escuras e as imagens simétricas.

Apesar do maiô cobrir boa parte do corpo e não favorecer muito o bronzeado, promovendo "marcões" no lugar das sensuais marquinhas, a peça está caindo no gosto das brasileiras. Isso se deve, principalmente, à tendência seguida pela maioria das grifes de beachwear. Sendo sofisticado por natureza, o maiô se encaixa em situações em que você não ficará tão exposta ao sol, como uma festa à beira-mar. Até para usar o maiô, porém, é necessário s e g u i r algumas regrinhas: – O tomaraque-caia é p a r a mulheres altas ou para O tomara-que-caia é uma "arma" quem possui para disfarçar quadril largo o tronco mais longo que as pernas; quem estiver brigando com a balança deve optar por modelos mais "fechados"; já as peças cheias de recortes ficam boas apenas em P quem está em boa forma.

Magrinhas Essas podem, e devem investir nas formas arredondadas. Com relação à modelagem, a única restrição é o sunquíni. "Ele cobre muito o corpo, o que provoca a impressão de que a mulher é ainda mais magra". E, já que gordura em excesso não é o problema, as magrinhas devem aproveitar para se esbaldar com os mais diversos modelos. "Vale tudo! Principalmente os biquínis micros".

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Na hora de comprar Quando você for comprar um biquíni, ou maiô, a primeira exigência é o conforto. Não adianta o modelo ser maravilhoso, ou estar na moda. A praia ou piscina não são como a passarela, onde modelos magérrimas desfilam biquínis que podem cair no primeiro mergulho ou deixar marcas estranhas no corpo depois de um dia de sol. Você precisa estar atenta ao tamanho da peça - justos demais deformam o corpo e passam uma imagem vulgar. Se estiverem folgados, dão a sensação

de corpo flácido. E convenhamos que aquele “fofinho” que se forma na parte de baixo do biquíni quando nos molhamos é muito feio. Preste atenção também ao tamanho do sutiã. Mesmo pequeno, deve cobrir bem o busto em qualquer movimento.

Dicas: Lembre-se que o tecido do maiô, ou biquíni, quando molhado, costuma ficar mais largo. Biquínis ou maiôs brancos devem ser forrados.

Ao provar a peça, movimente-se para se certificar de que há conforto em qualquer atividade. Se estiver há muito tempo sem pegar sol, prefira as cores escuras. Somente quando estiver bronzeada, experimente cores mais luminosas como o laranja ou o amarelo. Para as baixinhas: Maiô escuro com tomara-que-caia, reversível e tirinha amarrada na nuca é uma excelente opção, pois alonga a silhueta. Cor escura também ajuda a disfarçar medidas.

Quer uma canga aí....

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Autobronzeadores

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om a chegada do verão, chegam também roupas menores e a vontade de exibir um tom de pele bonito. Mas nem todo mundo tem a possibilidade de tomar sol para pegar essa cor - em alguns casos falta tempo e em outros, um lugar adequado. Para isso, e também para garantir pele bronzeada mesmo no inverno, existem os autobronzeadores. Muito populares na Europa e nos Estados Unidos, os autobronzeadores consolidaram sua popularidade no Brasil apenas no verão passado. Quer aderir a eles? Vamos ajudá-la com um passo-apasso para que você não fique com a pele manchada. Confira! vEm primeiro lugar, teste o tom do autobronzeador. Pessoas têm tons de peles diferentes e, em cada uma, o produto reage de uma forma. Passe um pouco dele em alguma área escondida de seu corpo e veja que cor ficou depois de quatro horas. O tom deve ser dourado e nunca alaranjado; vEsfolie o corpo com uma bucha durante o banho para a retirada das células mortas; vSeque o corpo normalmente com a toalha e não passe nenhum creme; vVista luvas de plástico (vendidas em

farmácias) e coloque o autobronzeador na mão; vCom movimentos circulares, comece a passar o produto pelo rosto e desça pelo corpo, até os pés. Não esqueça de áreas como orelhas, cotovelos, dedos das mãos e dos pés, ao redor da boca e atrás dos joelhos e evite sobrancelhas, cílios e raízes dos cabelos; vPeça a ajuda de alguém p a r a p a s s a r o autobronzeador na parte de trás de seu corpo; vFique sem roupa e espere 20 minutos até o produto secar totalmente.

Só então você poderá colocar roupas. Em quatro horas a diferença de cor já é notada. O efeito do autobronzeador dura de uma a duas semanas e, para conservá-lo melhor, passe hidratante em todo o corpo depois de cada banho. Se você quiser, pode reaplicar o produto quando considerar necessário. Apenas tome cuidado para não exagerar na dose! Além de deixarem a pele dourada, os autobronzeadores também hidratam. Mas, por serem um produto estético, têm o FPS (Fator de Proteção Solar) baixo e não substituem o uso de protetor solar quando você se expuser ao sol. P

Toda por igual

Corpo autobronzeado na hora certa

Os autobronzeadores dão uma ajudinha em áreas escondidas...

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Com autobronzeador a cor fica perfeita, você não acha... paramais.com.br



Doenças de Veraneio Queimadura solar

É

poca de praia equivale a banhos de sol, mergulhos no mar, brincadeiras na areia e a prática de esportes. A saída para um bom veraneio é aproveitar moderadamente cada um desses prazeres, sem cometer excessos que possam transformá-los em ameaças à sua saúde. Como nem sempre as regras de prevenção acabam seguidas à risca pelos veranistas,

por descuido ou por impossibilidade, também é importante levar para a praia conhecimentos mínimos sobre como agir em caso de ocorrerem imprevistos como queimaduras solares, acidentes com água-viva, lesões provocadas durante a prática de esportes e complicações de saúde como diarréia e desidratação – surpresas desagradáveis que costumam tirar a tranqüilidade de muitos veranistas. Muitas vezes, problemas mais simples, como queimaduras leves de sol e contraturas musculares, podem ser tratados com soluções caseiras e eficazes. Outras vezes, a intervenção de um especialista é fundamental para avaliar a gravidade da situação ou prescrever a medicação adequada. Confira alguns dos males mais comuns que costumam afetar quem está em temporada de praia e qual o encaminhamento mais adequado nesses casos. Sem esquecer, porém, que a prevenção continua sendo a melhor saída para um veraneio tranqüilo e alegre.

Queimaduras de Praia Muitos veranistas enfrentam queimaduras típicas do período de praia durante a temporada de veraneio. Boa parte delas resulta da exposição exagerada ao sol. Para evitá-las, as recomendações são básicas: evitar o sol no horário entre 10h e 16h e, quando se expuser a ele, utilizar loção com fator de proteção 15, no mínimo, capaz de bloquear raios ultravioletas.

Em outro caso de queimadura provocada pelas água-viva, o melhor é que o veranista evite o local da praia em dias de grande concentração delas na água, de quando em vez aparecem no Atalaia. Os tratamentos:

Queimadura solar leve Quando os raios solares provocam queimaduras leves, sem chegar a formar bolhas, recomenda-se compressa com chá fresco de camomila, três a quatro vezes ao dia. Podem ser utilizados os sachês de chá industrializados, fervidos até que a coloração fique amarelo-esverdeada. Além disso, evite se expor ao sol até melhorar e tome bastante água. Pode-se passar cremes à base de corticóides por até três dias, para dar maior alívio.

Queimadura solar intensa Quando os raios solares geram uma queimadura muito forte, com a formação de bolhas na pele, é necessário procurar um médico. E m e rg e n c i a l m e n t e , a v í t i m a d a queimadura pode tomar um banho com água fria, tomando cuidado de não furar as Evite se expor demasiadamente ao Sol

Cuidado com o limão, por ser uma fruta cítrica pode ocasionar queimaduras e manchas escuras ao redor da boca ou nas mãos. É a Fitofotodermatose, mais conhecida como queimadura com limão. É recomendável consultar um dermatolgista. Este certamente irá indicar o remédio adequado e o uso de filtro solar. É fundamental seguir sua orientação à risca, pois existem produtos para proteção da pele, mas variam conforme o tipo de pele e tempo de exposição ao sol.

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bolhas. Não é recomendado passar qualquer medicamento antes da consulta médica.

Queimadura por água-viva O melhor a fazer neste caso é seguir os mesmos procedimentos adotados em r e l a ç ã o à Queimadura solar queimadura solar leve. Procure em seguida o Médici corretamente para evitar o agravamento da queimadura.

Cuidados com a Pele A areia da praia e a água do mar escondem perigos para a pele. Porções poluídas de areia, por exemplo, podem esconder pragas como bicho-de-pé e bicho geográfico (conhecido assim por deixar marcas na pele semelhantes às marcações de um mapa). A melhor maneira de evitar esses riscos é escolher bem o local onde se sentar ou se deitar na areia. Recomendações:

Bicho-de-pé e bicho geográfico

É muito comum em épocas quentes e úmidas. Ele é um tipo de pulga, de nome Tunga penetrans, que uma vez alojado na pele alimenta-se do sangue para proliferar seus ovos. Mais freqüente nas regiões próximas as unhas, começa com uma leve coceira e pode evoluir para quadros mais severos. Importantíssimo: evite qualquer tipo de receita caseira, a qualquer sinal procure o médico para acompanhamento e melhor tratamento, alguns casos o uso de A ação dos raios (solares ou de lâmpadas) afetam as fibras de colágeno e elastina e cria flacidez e manchas. Com a mutação de genes, pode causar até câncer de pele

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antibióticos e também da vacinação contra tétano são necessários. Em princípio, todos os Postos de Saúde estão habilitados para remover o bicho de pé. Deve-se evitar ao máximo soluções caseiras, pois um tratamento malfeito pode resultar em infecção. No caso do bicho geográfico, a vítima pode colocar gelo sobre a área afetada para diminuir a coceira e o incômodo, enquanto um médico não é consultado. Hoje já existem medicações por via oral bastante eficazes P para combater o bicho geográfico.

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Como se alimentar

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s estações mais quentes causam mudanças no comportamento das pessoas. A busca pela melhora da forma física e a alteração nos hábitos alimentares são comuns nesta época do ano, com a chegada do verão. Neste calor, não podemos descuidar da alimentação, que requer cuidados essenciais para nos sentirmos mais dispostos, mantendo a forma com saúde. Algumas pessoas podem se sentir mais indispostas para comer, no verão, devido à própria temperatura. Segundo nutricionistas, essa indisposição pode vir também por alimentação inadequada, que seria ficar sem se alimentar por muitas horas, pular o café da manhã, ingerir

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alimentos pesados e gordurosos e esquecer de se hidratar durante todo o dia. No inverno há a necessidade de ingerir alimentos mais energéticos para manter a temperatura corporal. Já no verão, o corpo pede um consumo maior de líquidos para compensar as perdas de água e sais minerais decorrentes da transpiração. Por isso é preciso fazer algumas adaptações em nossos hábitos alimentares. No verão ocorre uma diminuição do metabolismo basal, por isso a quantidade calórica ingerida deve ser reduzida, para não corrermos risco de ganhar peso nessa época do ano. Com o aumento da temperatura, nosso organismo perde mais água e sais minerais através do suor, então se torna mais importante o cuidado com a hidratação. "A ingestão de líquidos deve

Haja sucos

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no Verão

A água do coco é rica em potássio, com poucas calorias, muitos nutrientes e livre de gordura

ser freqüente durante todo o dia. O ideal seria não esperar que a sede apareça, já que essa sensação é um sinal de desidratação". Recomenda-se ainda um cuidado maior no verão com a hidratação das crianças e idosos. "Deve-se oferecer água em pequenos volumes, fresca, em uma temperatura agradável, mesmo que a criança não peça. Pelo menos uns 4 copos de água por dia. E tente fazer com que ela consuma sucos naturais no lugar de refrigerantes”. Para nos hidratarmos bem, as melhores fontes, são a água, os sucos naturais de frutas e vegetais, os chás e a água de coco é uma ótima opção.

Dicas de alimentação no Verão - Alimentos indicados: frutas, verduras, legumes, folhas verdes, cereais integrais, pães integrais, carnes magras, queijos menos gordurosos, sobremesas à base de frutas e muitos líquidos. Faça refeições mais leves - Alimentos a serem evitados: alimentos gordurosos (carnes gordas, queijos gordurosos, molhos à base de creme de leite, maionese). Evitar frituras e maneirar na bebidas alcoólicas. Pois

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outras dicas

- Ostras e crustáceos devem ser bem cozidos, pois podem conter microorganismos causadores da hepatite, ou de intoxicação alimentar; - Lave muito bem as mãos antes das refeições e antes de preparar alimentos. - Para facilitar a limpeza de verduras, mergulhe-as em água com uma pitada de sal e um pouco de vinagre durante 10 minutos. Assim, antes de lavar as verduras, os bichinhos e lagartas subirão à superfície, facilitando assim a limpeza. - Quando for ao supermercado, observe o conteúdo de latas estufadas, amassadas ou com pontos de ferrugem, pois elas têm grandes chances de estarem comprometidas. Entre os alimentos industrializados, evite as embalagens com furos ou vazamentos. No carrinho, o certo é separar os produtos de limpeza dos alimentos, e as carnes das frutas, legumes e verduras; - Durante a ida à feira, é bom observar se as frutas e verduras ficam em caixas colocadas no chão, ou se estão em contato com madeira, ferro e outras partes da própria barraca. Frios, carnes e peixes têm de estar devidamente refrigerados, porque podem se deteriorar com mais facilidade nas feiras livres; - Todos os alimentos, e não apenas frutas, legumes e verduras, devem ser lavados em água corrente antes de ir para a geladeira ou mesmo para o fogão. Os produtos embalados também podem ser higienizados antes de entrar na despensa. Para evitar a proliferação de bactérias, alimentos crus ou cozidos não devem permanecer expostos em temperatura ambiente por mais de três horas. O descongelamento sempre tem de ser feito em geladeira. Comidas prontas não podem ser recongeladas e precisam ser consumidas em até 24 horas após o descongelamento. Já os crus podem ser recongelados depois de cozidos; - O calor é uma forma eficiente de destruição das bactérias. Nos dias quentes, o risco de problemas diminui quando o alimento é cozido, assado, grelhado ou frito em uma temperatura de pelo menos 70 graus. Por isso, a pedida do verão é optar por alimentos naturais, frescos e que favoreçam uma rápida digestão, hidratação e nutrição. Assim, você cuida do seu corpo para o verão e aproveita tudo de melhor que a estação pode lhe oferecer.


A infecção, causada pela ingestão de comida estragada, é uma das principais ocorrências de internação hospitalar em todo o mundo. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), as doenças transmitidas por alimentos provocam cerca de 1,5 bilhão de casos de diarréia, um dos sintomas mais comuns da intoxicação alimentar. Os demais são mal-estar, dores de estômago, vômito e muitas vezes, febre. Saladas de maionese, frutos do mar e qualquer alimento cru, devem ter atenção redobrada, já que precisam ser preparados e refrigerados adequadamente. Alimentos dos quais não sabemos a procedência como os camarões fritos, queijo

Observe sempre as condições de higiene de restaurantes, lanchonetes, bares e similares

coalho e pastéis vendidos nas praias devem ser evitados. A refrigeração dos alimentos é muito importante. Em casa nunca deixe a geladeira lotada, isso impede a circulação do ar entre os alimentos. Para evitar o contato com bactérias externas, os produtos precisam ser mantidos bem embalados ou tampados. Em casos de intoxicação alimentar, procure um médico, pois a contaminação pode levar à morte se não for devidamente tratada. É aconselhável hidratar o organismo. “Beba muita água! Bebidas isotônicas e água de coco também são ótimos repositores de nutrientes. Já que são ricas em sódio e potássio”

um peito de peru, frango e queijos magros( ricota, cottage). As carnes magras possibilitam uma digestão melhor, evitando o desconforto intestinal. - Ingestão de líquidos devem ser freqüente (água, sucos naturais, chás e água de coco). - Prefira os sorvetes ou picolés à base de água e polpa de frutas, pois são os menos calóricos. - Cuidado com os alimentos feitos com leite, gordura e ovos na sua preparação. Necessitam de refrigeração adequada, pois o calor aumenta a proliferação de bactérias que podem causar intoxicação alimentar. - Evitar alimentar em locais que não Pratos leves, saudáveis e saborosos para aproveitar a estação mais quente do ano da melhor forma

no verão nosso organismo fica mais sensível aos condimentos fortes e às gorduras, podendo causar desconforto e mal estar. - Fracione as refeições diárias (coma mais vezes, em menor quantidade). - Se for comer um sanduíche, escolha os que são feitos com carnes magras, como

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apresentam boas condições de higiene. - Seja criterioso ao escolher locais para consumir frutos do mar e pescados.Procure saber a procedência dos alimentos. - Não consumir de forma alguma alimentos perecíveis que ficam expostos à P temperatura ambiente. Peixe frito com açai...

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Governo Lula e Ana Júlia revigoram o setor pesqueiro no Estado do Pará Ao lado da governadora e do ministro da Pesca Altemir Gregolim, o deputado estadual, Aírton Faleiro, líder do Governo comemora conquistas e investimentos para a pesca e aqüicultura paraense

Altemir Gregolin, Ministro da Pesca

A governadora Ana Júlia Carepa e o ministro da Pesca e Aqüicultura, Altemir Gregolin entregaram na sede da Delegacia Federal de Agricultura, caminhões frigoríficos para colônias de pescadores artesanais, associações, cooperativas e prefeituras municipais

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Fotos: David Alves/ Eliseu Dias e Eunice Pinto/AgPa

m agenda em Belém, onde entre outros eventos participou da abertura da 3ª Conferência Estadual de Aquicultura e Pesca, o Ministro da Pesca, Altemir Gregolin afirmou que “O Pará com certeza vai levar uma contribuição muito grande para a conferência nacional. É um estado bem organizado e que possui 140 mil pescadores atualmente”. Para o deputado estadual Aírton Faleiro, um dos grandes incentivadores do setor no Estado, essa é mais uma prova da força da pesca e aquicultura paraense. “Hoje o Pará e o Brasil têm mais que uma estrutura de governo para cuidar do setor, tem políticas e programas que vão alavancar esta atividade de tão grande importância para a nossa economia e parte determinante de nosso cardápio alimentar”, exalta Faleiro.

Junto com a governadora Ana Júlia Carepa, Gregolim participou da entrega de 41 caminhões frigoríficos para os municípios e colônias de pescadores do Estado. Na ocasião o ministro prometeu ainda 16 fábricas de gelo no Estado para a produção pesqueira, num investimento de 28 milhões de reais. Também foi feito o anúncio do edital de criação do Parque Aquícola do Lago do Tucuruí e do Terminal Pesqueiro de Belém. O edital prevê a implantação dos primeiros 3 mil tanques-rede, de criação de pescado, que irão beneficiar 1.700 famílias tradicionais das comunidades de Tucuruí e Breu Branco. As obras do terminal pesqueiro, que será construído na antiga área da Eletronorte (rodovia Artur Bernardes, Tapanã), começarão em setembro. O terminal deve ser inaugurado no próximo ano, com investimentos de 38 Airton Faleiro, deputado estadual, líder do Governo na ALEPA e Alexandre Padilha, sub-chefe de Assuntos Federativos da Presidência da Republica

A governadora Ana Júlia Carepa, na abertura da 3ª Conferência Estadual de Pesca e Aquicultura do Pará

milhões de reais. A governadora entregou em mãos ao ministro a licença ambiental para a instalação do terminal pesqueiro. “Foi gratificante ouvir do ministro que a governadora Ana Júlia foi a primeira a cria a secretaria de pesca no Brasil”, disse o parlamentar. A partir da criação do Ministério de Pesca e Aquicultura e da Secretaria Estadual de Pesca e Aqüicultura (Sepaq), em 2007, o Pará vem passando por significativas mudanças no setor como a construção dos Centros Integrados de Aquicultura nos municípios de Santarém, Terra Alta e Curuçá. Com grande investimento nas áreas de pesquisa e capacitação, esses centros serão referência em ciência e tecnologia para reprodução de peixes, crustáceos e répteis. A infraestrutura terá suporte para alavancar o setor com um investimento inicial de R$ 4,5 milhões em laboratórios, salas de aula, alojamento e refeitório. “A criação do ministério da pesca simboliza a decisão política do presidente lula de investir na atividade P pesqueira”, destaca o deputado.

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A mesa diretora

Reunião com os representantes do setor produtivo da Agropecuária do Estado

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governadora Ana Júlia Carepa participou no auditório do Palácio dos Despachos, de reunião de trabalho com prefeitos, deputados estaduais, representantes dos pecuaristas e de agricultores, quando apresentou propostas destinadas a solucionar os entraves que atingem setores produtivos do estado, principalmente nas questões de regularização fundiária e ambiental. Após a edição da medida do MPF, o governo estadual, imediatamente, começou a atuar como mediador nas negociações entre MPF e o setor produtivo, tendo como objetivo avançar no ordenamento da atividade pecuária e restabelecer a normalidade da atividade. Inicialmente, reuniu-se com o setor produtivo e o MPF, mediando a assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta. Além de intensificar ações fundiárias e ambientais, o governo acompanha a dinâmica do mercado e o abastecimento estadual de produtos derivados da carne, como forma de garantir o bem estar da população. "O que hoje resolve de imediato a situação colocada aos produtores é o TAC. Assinando o documento, já estarão imunes às sanções previstas na recomendação do Ministério Público. As condições colocadas estão garantidas nas soluções apresentadas pelo governo do estado. Estamos construindo juntos este termo, uma proposta que defende a economia, e não aceitamos que coloquem a pecha que os produtores do estado são marginais", afirmou a governadora. Para ela, independentemente das recomendações do Ministério Público, o

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Fotos: Eliseu Dias/Ag Pa

mercado internacional colocaria sanções severas aos produtos. "Foi um exagero q u e o e m b a rg o s e j a a p e n a s à s propriedades rurais do Pará. Vamos mostrar ao Brasil a nossa capacidade e inteligência de apresentar soluções", reafirmou.

200 mil cabeças de gado, que significam 1% do rebanho do estado. Por que nivelar por baixo os produtores paraenses? Produzimos a melhor carne do boi orgânico, boi verde", ressaltou. Xavier disse ainda que no Pará apenas 24% das áreas estão antropizadas (já sofreram a ação do homem). Os 76% restantes estão preservados. "A Europa, por exemplo, destruiu 99,7% de suas florestas. Não vamos aceitar que venham criticar o que foi feito no passado. O desmatamento de 50% foi feito de forma legal naquela época", acrescentou.

Regularização

FOI UM EXAGERO QUE O EMBARGO SEJA APENAS ÀS PROPRIEDADES RURAIS DO PARÁ. VAMOS MOSTRAR AO BRASIL A NOSSA CAPACIDADE E INTELIGÊNCIA DE APRESENTAR SOLUÇÕES O presidente da Federação da Agricultura no Estado do Pará (Faepa), Carlos Xavier, também defendeu assinatura do TAC. "Tudo o que está no termo já estamos cumprindo. Há anos, o Pará está se preparando, construindo marcos regulatórios. As 21 propriedades possuem

A porta de entrada para a regularização fundiária e ambiental, segundo a governadora, é o Cadastro Ambiental Rural (CAR), um instrumento criado por decreto em julho do ano passado, já em funcionamento. O produtor é quem informa sobre as áreas degradadas, preservadas e de reserva legal de sua propriedade. "O CAR tem atendimento fácil e ágil, com protocolo feito pela internet e, o que é mais importante, não tem caráter de fiscalização ou punição", ressaltou. Ana Júlia Carepa informou que já foi aprovada na Assembleia Legislativa, na última terça-feira (30), a lei de regularização fundiária para ordenamento das terras públicas estaduais, uma segurança jurídica para a posse da terra por quem a ocupa e nela produz há mais de cinco anos. Com a aprovação da lei, foi derrubada a lei anterior, que previa recuperação de reserva legal em nove anos. "A referência passa a ser o Código Florestal, que é claro: a recuperação da paramais.com.br


reserva legal deve ser feita em 30 anos. Até o final do mês de julho assino o decreto sobre a compensação do passivo ambiental, que determinará de que forma será feito", adiantou. Outras ações do governo do estado, como o Zoneamento Ecológico Econômico (ZEE) das regiões leste e Calha Norte, terão seus estudos concluídos este mês, para serem realizadas as 13 audiências públicas obrigatórias. O prazo de envio à Assembleia Legislativaéoutubrodesteano. Os dois ZEEs envolvem 109 municípios, nos quais boa parte da economia é baseada na pecuária. "Vamos fazer o mesmo que fizemos com o ZEE do oeste do Pará, que representa 27% do nosso território e aguarda somente sanção do presidente da República", frisou a governadora, que citou ainda os investimentos nos parques de ciência e tecnologia, para agregação de valor à produção paraense. O parque do Guamá, por exemplo, será decisivo para a melhoria da cadeia produtiva com o Laboratório de Qualidade de Leite.

Produtores O deputado estadual Alessandro Novelino solicitou à governadora a revogação do

Secretários de Estado participaram da reunião

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Representantes do setor produtivo da Agropecuária do Estado em reunião com o Governo

último decreto assinado pelo exgovernador, que aumentou o preço da terra para os produtores que já tinham título provisório. Segundo ele, o decreto prejudicou a classe produtiva e inviabilizaria a regularização fundiária nas terras públicas estaduais. Ana Júlia Carepa informou que o decreto

já está revogado e quem define os preços, agora, é o Conselho Estadual de Polícia e Desenvolvimento Agrário. "A nova tabela está no site do Instituto de Terras do Pará (Iterpa), detalhada por região. Estamos fazendo o trabalho completo, revogando inclusive os entraves", afirmou. Já o deputado estadual Márcio Miranda garantiu à governadora que os parlamentares que compõem o G-8 na Assembleia Legislativa, grupo de oposição, darão apoio à aprovação dos projetos de lei do governo do estado que visem a melhoria da produção. Ele participou das discussões sobre a lei de regularização fundiária, quando apresentou emendas como o desconto de 30% no preço das terras dos produtores que mantêm a reserva legal, e desconto de 20% para o produtor que fizer pagamento à vista pela área. P

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Pará terá sistema de rastreamento do gado em menos de seis meses

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firmação foi feita em debate que reuniu, em Brasília, ambientalistas, ruralistas, ministério público e representante do mercado de carne, na audiência pública ordinária sobre a “Questão da certificação agropecuária ambiental no bioma amazônico”. Depois de mais de seis horas, a Comissão de Meio Ambiente da Câmara encerrou os debates sobre a implantação de um sistema de rastreabilidade do gado. Entre os convidados a falar, estavam Paulo Adario, do Greenpeace; Reihold Stephanes, ministro da agricultura; Daniel Azeredo, do Ministério Público Federal do Pará; Sussumu Honda, da Associação Brasileira de Supermercados (Abras); e Otávio Cançado, da Associação Brasileira dos Exportadores de Carne (Abiec). Exceto por Cançado, que preferiu fazer seu setor posar como injustiçado, os convidados da comissão, em geral, apontaram os graves problemas ambientais da Amazônia e sugeriram maneiras de resolvê-los. Stephanes repetiu seu mantra de que não é preciso se derrubar mais uma árvore para aumentar a produtividade agropecuária brasileira. Disse ainda que em, no máximo, seis meses o Pará terá um sistema de rastreabilidade de gado. Adario mostrou a importância da preservação da Amazônia como parte dos esforços brasileiros para combater a crise do clima e reiterou que o Greenpeace é a favor do desmatamento zero. Ele disse também que o Brasil, para ser grande, precisa mudar. “Se nós não mudarmos a maneira como produzimos, corremos o risco de dar um tiro no pé”, disse Adario. “O relatório do Greenpeace tem o objetivo

Fotos: Cláudio Santos/Ag Pa

Daniel César Azeredo Avelino, procurador da República do Ministério Público Federal no Estado do Pará; Pedro Buzatto Costa, presidente da Associação asileira de Normas Técnicas (ABNT); Márcio Rezende Evaristo Carlos assessor da Secretaria de Defesa Agropecuária do MAPA; Dep. Roberto Rocha; Andréa Vulcanis, Procuradora-Geral do IBAMA; Márcio Macedo Costa, chefe do Departamento de Políticas e Estudos Ambientais do (BNDES); Sussumu Hondas, Pres. Abras; Péricles Salazar, pres. da Associação Brasileira de Frigoríficos

de alertar o Brasil sobre essa necessidade e para o risco de perdermos mercados lá fora.” O procurador federal Daniel Azeredo mostrou o tamanho da ilegalidade na produção agropecuária paraense. Das 220 mil propriedades rurais do Estado, apenas 69 têm licença ambiental que as habilita a funcionar. A avaliação do presidente da Abras é de que o Brasil mudou e a questão ambiental tornou-se fundamental. Honda contou que hoje o consumidor brasileiro, quando vai ao supermercado comprar carne, quer saber se ela veio de boi pirata. Pose - Quando os convidados terminaram de falar, a presidência abriu o plenário para debates e os ruralistas se apossaram do microfone por mais de três horas. Infelizmente, não para debater a questão da rastreabilidade e o relatório do Greenpeace sobre o gado, mas para fazer

pose para seus currais eleitorais. Disseram-se contra a rastreabilidade, reclamaram de injustiça, choraram perseguição do Ministério Público e invocaram o nacionalismo para defender o desmatamento. Também atacaram o Greenpeace e o Ministério Público, e muito. Chamaram o Greenpeace de mentiroso e criminoso, acusaram os procuradores de abuso de poder e prometeram retaliações tanto contra um, como contra o outro. Em nenhum momento, no entanto, rebateram as denúncias do relatório do Greenpeace, sinal eloquente de que o que está lá escrito é um retrato fiel da realidade do gado naAmazônia. P

Paulo Adário (Coordenador da Campanha Amazônia do Greenpeace Brasil)

Ministro Reinhold Stephanes: não é preciso se derrubar mais uma árvore para aumentar a produtividade agropecuária brasileira

Ministro Reinhold Stephanes, Ministro de Estado da Agricultura; Dep. Roberto Rocha; Izabella Mônica Vieira Teixeira, representando o Ministro do Meio Ambiente

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Fotos: David Alves/Ag Pa

Na ALEPA, audiência pública conjunta, da Câmara Federal e Senado Procurador garante assinatura de TAC para liberar carne bovina urante a audiência pública conjunta, da Câmara Federal e Senado, para solução do embargo da carne no Pará, realizada no plenário João Batista, da Assembleia Legislativa do Pará, a governadora Ana Júlia Carepa disse que o governo do Estado, Ministério Público Federal e frigoríficos deverão assinar, em breve, um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), e no caso do Executivo um Termo de Acordo, para acabar com o impasse provocado pela proibição de compra de carne bovina de origem clandestina. No final de sessão, o procurador do Ministério Público Federal, José Augusto Torres Potyguar, ratificou a informação. "Amanhã (sexta-feira) deveremos assinar o acordo com dois frigoríficos e o governo", informou Potyguar. A sessão reuniu senadores, secretários de Estado, deputados federais, estaduais e representantes do setor produtivo, e foi presidida pelo senador Valter Pereira. O chefe da Casa Civil, Cláudio Puty, também esteve presente. Ana Júlia Carepa apresentou soluções para a sustentabilidade da cadeia produtiva da agropecuária e enfatizou a política estadual de ordenamento territorial. "O que nos interessa é uma solução para o problema, e não discurso político", reiterou a governadora. Há duas semanas, os produtores rurais acumulam prejuízos por causa da decisão do Ministério Público Federal, em recomendar que os frigoríficos não comprassem carne oriunda de áreas degradadas. "Estimamos prejuízos de R$ 40 milhões desde que a decisão foi anunciada", disse Miguel Bueno, representante da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne.

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Audiência pública conjunta, da Câmara Federal e Senado, com a presença da governadora do Estado do Pará Ana Júlia Carepa, realizada no plenário João Batista, da ALEPA

os frigoríficos, entre eles o que prevê a aquisição de gado bovino somente de fornecedores que não figurem nas listas de áreas embargadas e de trabalho escravo, divulgadas na internet pelo Ibama e Ministério do Trabalho, e proibição de

Senador Valter Pereira, presidente da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado Federal

Proposta José Torres Potyguar apresentou os 13 pontos da proposta do Termo de Ajustamento de Conduta para José Augusto Potiguar, procurador-chefe do MPF no Pará

Deputado federal Paulo Rocha

Otávio Cançado, diretor executivo da ABIEC paramais.com.br

aquisição de gado de fazendas pertencentes a pecuaristas que venham a ser processados, criminal ou civilmente, pelo MPF e MP Estadual por trabalho escravo, crimes ambientais ou conflitos agrários. Para o governo do Estado, o Ministério Público Federal propõe o auxílio na recomposição das Áreas de Proteção Permanentes (APPs) e reservas, por meio do Programa 1 Bilhão de Árvores para a Amazônia; implantação do Zoneamento Econômico Ecológico (ZEE) em todo o Estado; regularização fundiária das áreas estaduais; rapidez no licenciamento ambiental; implementação da Guia de Trânsito Animal Eletrônica e intensificação do Cadastro Ambiental Rural (CAR). O Greenpeace não compareceu nem mandou representante alegando falta de segurança, mas o auditório lotado de produtores rurais aplaudiam as críticas severas feitas ao MPF por políticos e pelo representante da Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carne (Abiec), Otávio Cançado, que classificou a ação do MPF de "irresponsável, arrogante, prepotente e açodada". Cançado, contestou o fato do MPF não ter publicado AL lista das 21 fazendas alvo das ações civis públicas, o que, segundo ele, colocaria sob suspeita todos os produtores. Discordando do procurador-chefe que afirmou não ter havido embargo à carne, mas apenas recomendação para que os clientes suspendessem as compras, o presidente da entidade garantiu que o embargo agora está se estendendo a outros produtos da cadeia, como o couro."O Pará virou o grande vilão. Quem vai querer comprar produto do agronegócio deste Estado?"

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Camillo VIANNA

AMAZÔNIA, Susto e Assombrações em andanças, avoanças e naveganças de um médico itinerante

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ale à pena levar ao conhecimento dos leitores que nem tudo foram flores em nossas andanças, avoanças e naveganças por este mundo velho e verde de Deus, que apresenta uma infinidade de denominação, não só relacionadas ao Adamastor dos Rios com todos os seus afluentes e influentes, assim como todo o mais que possa dar uma real imagem do – Formidando Aranhol Hidrográfico, denominação dada pelo ilustre amazonólogo e navegador Raimundo Moraes incluindo a Amazônia Verde, propriamente dita, ou grande florestada linha do Equador e, mais modernamente, a denominada Amazônia azul, que abarca a parte oceânica. A relação a seguir apresenta os sustos e as assombrações que vivemos ao longo demais de quatro décadas em que percorremos a Amazônia Geográfica ou verdadeira, excluindo, portanto, a Amazônia legal, quem foi incorporada sob influências políticas subalternas. Para facilitar a compreensão vamos apresentar dois segmentos, os sustos e as assombrações, sendo que estes últimos representam o Amazônario Hileiano que é extremamente rico e somente agora está sendo levado ao conhecimento da comunidade nacional. Subida na torre Certa tarde resolvi subir na torre metálica, de aproximadamente 30 m. de altura, que fica situada à margem do Rio Tapajós, em barranco bem em frente à Vila de Fordlândia, que foi a sede da companhia Ford Industrial do Brasil, experiência do industrial norteamericano Henry Ford no cultivo da Hévea brasilienses, na Amazônia. Tivera conhecimento que do cabeçote da torre da caixa D' água, já em desuso, seria mais fácil escutar as rádios estrangeiras. Lá em cima captei a rádio de Luanda, capital de Moçambique que, por coincidência estava no ar e transmitia informações que, naquela ocasião, as tropas portuguesas tentavam recuperar, das mãos dos guerrilheiros africanos, a central de comunicação. Ao término da transmissão senti uma espécie de medo súbito que me fez passar maus momentos na hora da descida da torre. Na ocasião a comunidade da Vila estava assistindo e participando de um jogo de futebol. Eu estava sozinho

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e não tinha como pedir ajuda. Fiquei praticamente paralisado por um longo tempo, ate retomar o controle e consegui iniciar a descida. Mudança de Rumo Durante o verão amazônico quando as chuvas suspendem na região e tem início um verdadeiro festival incendiário, agora levado ai máximo pela queima descontrolada em grandes partes da floresta, os céus, os cursos d' água e mesmo as estradas ficam cobertas de nuvens de fumaça impedindo o trânsito não só de pequenos aviões, como também das aeronaves de carreira, que ficam impossibilitados de alçar vôo ou de aterrissar. Nestes casos os pilotos são obrigados a procurar novos rumos, não sem antes comunicar, p elo rádio de bordo, o acontecimento pregando um grande susto nos passageiros. Sobre o lago da hidrelétrica de Tucuruí Equipe da Sopren formada por Camillo Vianna, Norma Vianna, Vidal dos Reis e Mário Filho, este representante da entidade conservacionista de Itupiranga, depois de percorrer em lancha de alumínio motorizada o grande lago resultante da construção da enorme hidroelétrica. Ao voltar a Itupiranga, que como Tucuruí, as margens do grande rio Tocantins, deu pra observar o remanescente paliteiro resultante do afogamento de centenas de milhares de árvores. Dando asas à imaginação, outras riquezas podem estar sepultadas, talvez, para sempre. Outro susto sobre o lago Em sobrevôo de Itupiranga a Tucuruí, sentados do lado esquerdo da janela do Bandeirante comercial, Norma e eu passamos por grande susto, quando de repentinamente, da parte de fora de onde estávamos sentados ficou completamente coberto de óleo grosso. Tomado de coragem inaudita fui, pé, ante pé, ate ao

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comandante e ele na mais inocentes das canduras respondeu cortesmente “não se preocupem, é assim mesmo”. Depois da festa Terminada a cerimônia da leitura da Ata de Fundação de Vila Rondon, em 09 de fevereiro de 1969, na rodovia PA – 70, agora BR, ligando a Belém – Brasília ao município de Marabá, no estado do Pará, da qual o autor foi Mestre de Cerimônia da Fundação do agora município Rondon do Pará, já havia a orientação da base do Departamento de Estradas de Rodagem de Belém, ao Comandante do avião, para atender caso de urgência em Marabá, ou seja a remoção para hospital de Belém de paciente com problema de parto, cuja gestante trazia no colo uma criancinha. Imediatamente após levantar vôo, verdadeira tempestade desabou e a aeronave jogava tanto que parecia descontrolada. Foi quando o comandante avisou com alguma preocupação “Tem óleo vazando na cabine, vamos procurar de onde está vindo”. Cheiro forte já invadira o local ate que de repente, achei a causa. A passageira, muito calmamente retirava o esmalte das unhas com acetona que trouxe num pequeno vidro. O choco da jacaroa Não sei o que me deu na veneta quando ás margens do pequeno lago do Retiro do Pindobal, da fazenda Livramento do Marajó, de desmontar do cavalo e com pequena vareta remexer a cobertura de folhas e capim seco de montículo de 60cm de altura, para observar como estavam se comportando os ovos de um jacaré. De repente, ouvi uma espécie de suspiro bem forte e a mexeção de folhagens, um pouco mais para cima do ninho, que nada mais era a jacaroa que de longe, e que segundo os mais antigos chocava com os olhos, a futura ninhada. O jeito foi bater em retirada pulando em cima do cavalo e sair em disparada. Banho forçado O Engenheiro agrônomo Agostinho de Castro Ribeiro e eu, fomos corrigir, como se diz, as caixas de abelha de criador na comunidade de Quatros Bocas de Nova Timboteua, uma das bases da Soppen da extinta estrada de ferro Belém/Bragança. Naquelas alturas já se falava na entrada de abelhas africanas que haviam arribado, por acidente, do criatório do pesquisador mineiro que as trouxeram da África. A verdade verdadeira e que no local as abelhas ficaram alvoroçadas e caíram em cima dos intrusos que levaram uma série de picadas e a

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solução foi mergulhar no igarapé do Burrinho que cortava a fazenda. Tudo terminou com a remoção agrônomo que apresentou forte reação febril, para o ambulatório de Taciateua. Próximo ao local onde recebeu medicação sintomática. Travessia da Baia de Marajó Apesar do sem número de viagens quer indo, quer vindo, de Belém para a grande Baia de Marajó, a grande Ilha Flúvio-Oceânica, que juntamente com as ilhas Caviana, Mexiana e outras maiores dão origem aos arquipélagos marajoaras, como estão sendo chamada agora. Ora na vinda, ora ida à maré podia aparecer um espelho, sem ondas ou ventos, uma calmaria impressionante. Outras vezes essas mesmas águas se mostravam encrespadas, balançando ou jogando, como se diz por lá, a embarcação da parte que fosse. Os marinheiros de primeira viagem baldeavam (vomitavam) tudo que haviam comido antes e tudo se voltava a Santa Paz do Senhor, quando a maré serenava. Furo do Arrozal Onde fica A Baia do mesmo nome, antes da construção do porto do Arapari, no município de Abaetetuba era famoso não só pelo pedral existente, segundo velhos pescadores ou quando suas águas ficavam alvoroçadas assustando a todos que se atreviam, a atravessá-la como foi o nosso caso, antes do novo porto, assustando a nossa comitiva que o DER-PA, que viajava em lancha. Mais tarde alcançava-se Abaetetuba por rodovia, evitando a travessia perigosa.

*SOPREN/SOBRAMES

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Garibaldi PARENTE

O açaí preto e o açaí branco

N

a boca do Rio Maracapucu vivia uma jovem moça que não sabia da sua beleza. A simplicidade brotava da sua cor bem morena, do seu corpo bem feito, do seu olhar amendoado e vivo, dos seus gestos espontâneos, dos seus lábios contentes e da sua tinta não saia tuiragem alguma. Essa palmeada liberdade tinha entre as coisas da natureza uma consorte amizade: sob as sombras das árvores farfalhantes, os ventos traziam-lhe o frescor e o aroma das flores silvestres; as ondazinhas mareantes, com muito carinho e gentileza, convidavam-na para um banho na ribeira e o rio desnudava-se para receber seu corpo fascinante e nu; as flores do anauerá, do pracaxi, da samaumeira, do umari e de outras tantas árvores mesclavam o verde de matizes coloridos em sinal de grande júbilo; o sabiá, o tucano, o araçari, lançavam no ar o canto alegro e augusto dos prazeres da vida. A afeição mútua, o bem-querer sereno era a marca eloqüente desse íntimo relacionamento; e a moça, ela não sabia que era tão bela. Um dia apareceu nesse paraíso um jovem europeu. Homenzarrão branco, tez avermelhada, olhos azuis, cabelos loiros. Pesquisador, seu trabalho era o de fazer um levantamento botânico das espécies vegetais mais abundantes na várzea tocantina como contribuição relevante a sua tese de doutorado na universidade de Roterdão. Ao ver a jovem, pasmou os olhos de admiração. Foi o encontro inédito e a surpresa foi tão grande que todas as maravilhas da terra concentraram-se na placidez sensual da jovem morena. A noturna estrela Vênus, refletida nas águas do rio, brilhava mais que no céu e ao sumir na alva do dia, os ardores prazerosos tomavam a feição da realidade e ele contentava-se em vê-la, alegrava-se-lhe nas faces o sol gratinado de paixão. Um amor ardente tomou conta do jovem, e a mata abriu-se-lhe como refúgio na

correspondência meiga de um sentimento profundo. A jovem Euterpe também expôs sua alma ao mesmo sentimento. Somente faltava para a perfeição a corporificação carnal da reciprocidade amorosa. Comprimiase-lhe o coração europeu no dever de manter-se fiel aos ditames de uma religião pueril e preconceituosa da qual ele era um seguidor fervoroso. Na doutrina de tal religião destacava-se um mandamento que o impedia de unir-se a uma jovem de cor. E ele, ao mesmo tempo que resignava-se, imaginava uma solução, sem nunca encontrá-la. O que pôde fazer, atravessou para o outro lado do rio e de ribeira a ribeira os dois fitavam-se dia e noite. Até que, a terra, ouvindo o conselho dos pássaros, abrindo-se foi lentamente aos pés dos dois amantes, tornou-se movediça e aos poucos, imperceptivelmente, adotou-os em seu seio. A terra adotou-os para preservar o amor, abrigouos na morte para fazê-los viver. A natureza é grande porque despida de grandezas, abrigouos na terra para mover o encantamento. Em cada ribeira, nos lugares exatos de cada adoção, nasceram vigorosas palmáceas. Dentre todas as plantas da várzea, o encantamento escolheu transformá-los em açaizeiros. Enquanto cresciam, ouvia-se a musa da floresta tocar a flauta lírica e os acordes poéticos espalhavam-se por todos os destinos. É das mãos dos poetas, de mãos-postas a mãotente que a poesia parte na direção dos rumos infinitos para chegar a um nicho que é ninho de amor e de amar, de levar a palma ao céu aberto, de aceitar as motivações do espírito para agarrar a eternidade que se renova... Todos nós somos poetas por prodígio da natureza… e veio a floração dos açaizeiros. Na touceira da jovem ribeirinha, frutificaram cachos de açaí preto e na touceira do jovem do velho mundo, frutificaram cachos de açaí branco. E assim, os dois amantes amam-se no viço das palmas e como almas abrem-se à vitória, à ascensão ao infinito, à glória do sempre, sempre, sempre...

Na boca do Rio Maracapucu

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