Ano XXXVI - nº 429 Agosto de 2020 Distribuição gratuita
Informativo da Paróquia e Santuário Nossa Senhora de Loreto Fundada em 6.3.1661 www.loreto.org.br
Índice Expediente EDITOR CHEFE: Pe. Sebastião N. Cintra DIREÇÃO ESPIRITUAL: Pe. Sebastião N. Cintra COORDENAÇÃO EMÉRITA: Hélia Fraga COORDENAÇÃO E EDIÇÃO: Ana Clébia FOTOS: Pascom Loreto CAPA: Corredeira COMERCIAL: Claudete DIAGRAMAÇÃO: Lionel Mota IMPRESSÃO: Grafitto Tiragem: 2 mil exemplares
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Editorial................................................................................................................................ 3 Temas Bíblicos.................................................................................................................... 4 Oração Cristã ..................................................................................................................... 5 Espaço teológico ............................................................................................................... 6 Loretando............................................................................................................................. 7 O novo normal na Igreja ������������������������������������������������������������������������������������������������� 8 Evangelizar é preciso......................................................................................................... 9 Santuário de Loreto........................................................................................................11 Loreto em Ação.................................................................................................................12 Santuário da Adoção.......................................................................................................14 Coluna Cultural................................................................................................................15 Pé na estrada, terço na mão ������������������������������������������������������������������������������������������16 Santa Rosa de Lima.........................................................................................................17 Fé e Política........................................................................................................................18 Anote em sua Agenda......................................................................................................19 Loretinho............................................................................................................................20
Expediente Paroquial MATRIZ PARÓQUIA NOSSA SENHORA DE LORETO End.: Ladeira da Freguesia, 375 - Freguesia Jacarepaguá - RJ - CEP 22760-090 Tel.: 3392-4402 e 2425-0900 Emails: adm@loreto.org.br (Administração) secretaria@loreto.org.br (Secretaria) Site: www.loreto.org.br
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SANTO ANTONIO
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Domingo: 11h
Mês vocacional
Editorial Pe. Sebastião Noronha Cintra*
Querido paroquiano, prezado leitor. Mesmo dentro dessa quarentena do covid19, estamos celebrando o mês vocacional. O primeiro domingo é sempre dedicado aos Sacerdotes pela proximidade do dia de São João Maria Vianey, padroeiro dos Padres e Párocos cuja memória a Liturgia celebra no dia 4 de agosto. Bem próximo do dia dos Diáconos dia 10 de agosto. No mês das vocações, essa semana é dedicada à vocação Sacerdotal e à oração pelas vocações e pelos vocacionados ao sacerdócio. Rezamos pelos Bispos. Padres e Diáconos e por todos os seminaristas. Que eles sejam os novos pastores no seguimento do Bom Pastor Jesus. Sem nos esquecermos de que é na família que surgem as vocações para o sacerdócio e a vida religiosa, onde se cultivam essas sementes que Deus aí coloca. No terceiro domingo, quando se celebra a Solenidade da Assunção de Nossa Senhora ao Céu, é comemorado o dia dos Consagrados os seja, dos homens e mulheres que pertencem às Congregações Religiosas e vivem a vocação à vida consagrada. Nossa Senhora é sempre modelo daqueles e aquelas que se consagram a servir o Senhor. O Papa Francisco deixou uma mensagem muito comprometedora para todos os vocacionados a esse serviço na Igreja, como pastores com cheiro de ovelha. A vocação do leigo é lembrada no último domingo, quando comemoramos o dia do Catequista. Os serviços prestados pelos leigos comprometidos nos serviços aos irmãos são os mais numerosos no leque dos trabalhos pastorais. Vocação que brota do próprio Batismo, quando somos inseridos na Igreja. Mais uma vez, este ano, foi muito bem lembrada a vocação à vida Familiar. O dia dos Pais no segundo domingo, vem propor essa vocação como o maior serviço para a santificação do povo de Deus. A Semana Nacional da Família lembrou o texto de Josué, 24, 15:”Eu e minha casa, serviremos ao Senhor”. Tem uma mensagem especial este ano, pela vivência da quarentena, mantendo as famílias juntas em casa. Qualidades e dons de cada um e cada uma são colocados em comum enfrentando os defeitos e ensinando a viver a vida de forma que nunca mais seja esquecida. Sair da pandemia melhores do que nunca. A Família é o lugar da realização do Plano de Deus no mundo. Por último, quero lembrar a vocação do Santuário de comemorar os títulos de Nossa Senhora. Nesse dia 15 de agosto, os títulos diferentes comemorados nas dioceses brasileiras são 14. Vale a pena verificar. Nossa Senhora de Loreto, Senhora do nosso Santuário reaberto, rogai por nós.
A Semana Nacional da Família lembrou o texto de Josué, 24, 15:”Eu e minha casa, serviremos ao Senhor”. Tem uma mensagem especial este ano, pela vivência da quarentena
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Temas bíblicos Padre Fernando Capra
comentariosbiblicospadrefernandocapra.blogspot.com.br
A Pedagogia divina, seu processo
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abemos, pela filosofia, que aprendemos pela interação com o mundo. No caso da revelação, é o próprio Deus que a provoca. Somos ensinados por ele pela criação que, através dos profetas, nos leva a contemplar os seus atributos, e pela história de Israel, que nos fala de Deus misericordioso, compassivo, bom e clemente. O auge da revelação dá-se com Jesus Cristo. Por ele, paulatinamente, amadurecemos até a noção da nossa verdadeira vocação. A espécie humana tem, como sua vocação última, a eternidade gloriosa, vivida em comunhão com Deus, conhecido “como ele é” (1Jo 3,2). A atividade instintiva iguala o homem aos outros seres animados. Ela permite uma vida tranquila e satisfatória, que, contudo, é transitória. Pela fé em Cristo Jesus, adquirimos a condição de uma vida eterna, pela própria ressurreição na carne (Jo 6,39). Segundo esta vocação, desde que damos a nossa adesão de fé a ele, somos por ele convidados a viver a nossa condição de criaturas, mortificando os instintos, promovendo as virtudes, prestando o nosso culto de louvação a Deus que “de antemão, por livre decisão de sua vontade, nos predestinou a sermos seus filhos adotivos em Jesus Cristo (Ef 1,5. Cf. Gl 1,22). A entrega à morte do Filho de Deus traça o caminho da nossa realização. Trilhando-o, chegaremos à nossa plena glorificação, à semelhança daquilo que aconteceu à humanidade de Cristo que “realizada a purificação dos pecados, sentou-se à direita da majestade” (Hb 1,3). Temos, agora, um sumo sacerdote que sabe compadecer-se das nossas fraquezas. Nele encontramos a renovada motivação para “oferecermos os nossos corpos em sacrifício espiritual a Deus Pai, procurando tudo o que é bom, agradável e perfeito (Rm 12,1). Cl 1,4-9 traça o caminho da nossa realização. 2Pd 1,3-10 apresenta as etapas. A justiça de Deus, alcançada pela fé em Jesus Cristo, sob a ação do Espírito Santo, é promovida pelo entendimento, cresce com a virtude, através do discernimento, a ponto de estarmos em condição de dar testemunho. Somos,
dessa forma, na constância, conduzidos a toda ciência, capazes de profunda piedade e de viver no temor de Deus, com sabedoria. Pela Palavra, quando ela habita em nós abundantemente (Cl 3,16), renovamos os nossos sentimentos e aspiramos às coisas do alto. Criamos, dessa forma, as condições do nosso despojamento do homem carnal, enquanto nos revestimos do homem espiritual. Quando refletimos sobre o processo pedagógico divino, constatamos a precisão com a qual Deus o aplicou. Enquanto nós, ao interagir com o mundo, construímos o nosso conhecimento de forma aleatória, Deus constrói o conhecimento que temos dele através de uma sequência de informações precisas, a ponto de nos levar à plena verdade, de condição imutável. A razão desta perfeita pedagogia está no fato que ele é o nosso Criador que nos conhece em cada fibra do nosso ser. A sua pedagogia é tão perfeita que, por ela, consegue conduzir Israel da idolatria ao monoteísmo, remontando exatamente o processo que o homem, na sua imperfeição, aplica, no que diz respeito ao conhecimento de Deus. Ele é tão cego que nem sequer sabe chegar a reconhecer, de início, o seu Criador. Pela criação, nos diz Paulo, o homem deveria ter deduzido a sua existência e celebrado os seus atributos. O que acontece é o oposto. O homem atribui a glória de Deus a aves, répteis, quadrúpedes e até ao próprio homem. Procede às apalpadelas, como lembra Sb 9,14. Ao povo que ele criou para si, Deus envia os profetas de modo a levá-los do politeísmo ao monoteísmo. Suscita os sábios de Israel, capazes de explicitar a doutrina anunciada pelos profetas, a ponto de reconhecer, na história de Israel o paradigma da história da salvação universal. Pela reflexão sapiencial em Israel chega-se à visão da condição do homem e a articular a forma segundo a qual Deus o redimirá da sua condição de pecado. Quando Cristo Jesus recapitula a Profecia, através da reflexão sapiencial da Igreja Apostólica, nos é desvendada a originalidade do Desígnio de Deus e a maneira sapientíssima segundo a qual Deus o realizou.
Oração cristã Jane do Térsio
Mas livrai-nos do mal
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último pedido ao nosso Pai aparece também na oração de Jesus: “não te peço que os tires do mundo, mas que os guardes do Maligno” (Jo 17,15). A Oração do Senhor não cessa de abrir-nos para as dimensões da economia da salvação. Nela o cristão pede a Deus, com a Igreja, que manifeste a vitória, já alcançada, de uma vez por todas, na hora em que Jesus se entregou livremente à morte para nos dar sua vida, sobre o “Príncipe deste mundo”, o anjo que se opõe pessoalmente a Deus e a seu plano de salvação. Ninguém pode negar que, neste mundo, o mal é de uma violência devastadora, que somos rodeados de sugestões diabólicas, que na História decorrem por vezes processos demoníacos. Só a Sagrada Escritura chama as coisas pelos nomes: “Porque não temos de lutar contra a carne e o sangue, mas contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste mundo” (Ef 6.12). O pedido do Pai nosso de nos livrar do mal apresenta a Deus toda a miséria deste mundo e implora que Ele, o Onipotente, nos liberte de todo o infortúnio. Neste pedido, o Mal não se refere a uma força ou uma energia espiritual negativa ou mesmo uma abstração, mas designa uma pessoa, Satanás, o Maligno, o Tentador, o Pai da mentira, o Diabo que é aquele que “se atira no meio” do plano de Deus e de sua “obra de salvação” realizada por Cristo. Por este homicida desde o princípio é que o pecado e a morte entraram no mundo. Satanás conseguiu iludir Eva, mas não tem poder sobre a nova Eva, Maria “cheia de graça” por obra do Espírito Santo, é preservada do pecado e da corrupção da morte. Ela que é
Imaculada Conceição, Mãe de Deus, sempre Virgem e Assunta ao céu. “Enfurecido por causa da Mulher, o Dragão foi então guerrear contra o resto de seus descendentes” (Ap 12,17). Por isso o Espírito e a Igreja rezam: “Vem, Senhor Jesus” (Ap 22,17.20), porque a sua vinda nos livrará do Maligno. Ao pedir eu nos livre do Maligno, pedimos igualmente que sejamos libertados de todos os males, presentes, passados e futuros, dos quais ele é o autor ou instigador. Pedimos que a família humana fique livre de Satanás e das suas obras. Pedimos também o dom precioso da paz e a graça da espera perseverante da vinda de Cristo, que nos libertará definitivamente do Maligno. “Amém” significa “que isto se faça”. Isto é, que assim se realizem os sete pedidos contidos na oração que Deus nos ensinou. “Pois vosso é o reino, o poder e a glória”.
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Espaço teológico Michele Amaral - Bacharel em Teologia – PUC-Rio
A espiritualidade e o amor (continuação)
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o artigo anterior, vimos que o princípio da jornada espiritual é a entrega total ao amor, que nos leva a nossa união com Deus. Essa jornada é de crescimento e de transformação em direção “à plenitude de Cristo” (Ef 4,13). Ela nos conduz à união progressiva com Deus. Como toda jornada, a espiritualidade cristã também é um desafio. Mas por quê? Porque para que sua prática seja bem feita é necessário que tenhamos em nossa mente duas palavras: amor e relacionamento. Percebemos essa verdade no mandamento “Amarás a Deus sobre todas as coisas .... Amarás o teu próximo como ti mesmo” (Mc 12, 30-31). Nestes versículos encontramos as duas palavras: o amor (Amarás) e o relacionamento (Deus – o próximo – a ti mesmo).1 Entendeu por que é um desafio? Amar e se relacionar consigo e com alguém diferente não é fácil, pois “implica em abandonar a si mesmo e está em intimidade com o outro, pois nos desperta para a vontade irresistível de nos relacionarmos”.2 A qualidade desses relacionamentos está baseada na intensidade e verdade da nossa espiritualidade. Isso exige um conhecimento pessoal sobre nós mesmos para que possamos ser amados. Não estamos falando só de um relacionamento pessoal com Deus, mas também com o próximo. Quando o indivíduo assume posturas egoístas e individualistas, a espirituali6
dade é empobrecida e até anulada, pois “aquele que ama a Deus, ama também a seu irmão” (1Jo 4,21). Não podemos esquecer que a espiritualizada cristã está totalmente relacionada a nossa vida como um todo, já que ela se desenvolve dentro dela. Isso acontece porque para o cristão, nenhuma área da vida deve estar em desarmonia com Deus, já que “(...) tudo o que fizerdes, seja em palavra, seja em ação, fazei-o em nome do Senhor Jesus...” (Cl 3.17). Ela deve ser manifestada em cada experiência da nossa vida: seja na igreja, em casa, no trabalho, no lazer, nas festas, na escola, na participação política, na expressão da cultura, enfim, tanto nos compromissos religiosos quanto no exercício da cidadania. O resgate da espiritualidade cristã, segundo o modelo de Jesus, além
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de transformar a nós mesmos, é capaz de transformar o meio em que vivemos: cada vez mais e para melhor. “seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo” (Ef 4.15). “Que o Senhor nos ajude a nos despertar do espírito de tepidez e a lutar contra esta anestesia suave da vida espiritual”. (Papa Francisco) Gostou? Quer aprender mais? Então me siga: * Blog: espacoteologicomsa * Facebook: @espacoteologicomsa * E-mail: espacoteologicomsa@ gmail.com Te espero lá Leia os seguintes artigos para entender um pouco mais: outubro, novembro e dezembro de 2017. 2 Ver artigo anterior 1
Loretando Loretando Paulo Sobrinho e Solange - psdops@hotmail.com
Perdas na pandemia
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em amigos do Loreto, sei que posso estar sendo chato por falar tanto da pandemia x quarentena desde marco, mas não há como simplesmente deixar passar em branco. Tivemos perdas importantes nesse período e nesse último mês não foi diferente. Perdemos mais um grande amigo para esse vírus; perdemos o Joel da van, o Joel bombeiro, o Joel do taxi, o Joel do curso de noivos e o grupo de oração, enfim perdemos o Joel da Sonia. Mesmo sabendo que nessa vida só temos a nossa data de fabricação e a de validade está em aberto e pode acontecer a qualquer momento, nunca estamos preparados, mas Deus, em sua infinita bondade, nos permitiu, durante 75 dias elevar nossas orações pela saúde e alma do Joel. Tivemos o privilégio de entregá-lo nos braços do Pai, conduzido por Maria, para que o melhor fosse feito e o melhor para Deus foi trazer Joel para o seu lado. Não há o que contestar. Para quem não conheceu o Joel perdeu uma grande oportunidade de conviver com um cara muito gente boa. Ele tinha sempre uma palavra de conforto e sabedoria, paciência então tinha de sobra, afinal, era casado com a Sonia...rsss. O que ela o pedia fazia. Coisas simples: - Joel, quero mais um quarto na casa – ele fazia. Quero mais um banheiro – ele fazia. - Quero mais um andar – ele fazia. - Quero uma casa nova – ele construiu. Esse era o Joel. Portelense de coração e vascaíno por sofrimento estava sempre disposto a ajudar, junto com a Sonia estavam sempre pensando num próximo evento, uma festa, um baile, um furdunço... Deus é tão bom que não nos permitiu adoecer de tristeza com sua partida, Ele, Deus, nos deu a garantia de que Joel estaria ao seu lado e de lá
estará dando as orientações necessárias aos nossos anjos da guarda para que cuide bem de cada um de nós. Foi assim que Joel viveu: cuidando das pessoas. Sua ausência será sentida em cada movimento de nossa comunidade e nesse momento iremos exaltar o Senhor Jesus por tê-lo protegido até seu último suspiro. Somos privilegiados quando, antes de nossa morte, conseguimos nos aconchegar no colo de Deus e pedir perdão pelos nossos pecados e assim estar apto a entrar no Reino dos Céus. Vá em paz Joel, pois o homem é eterno quando suas obras permanecem. Lembraremos sempre de você com seu sorriso humilde e reconciliador, lembraremos sempre do quanto foi bom ter te conhecido e convivido com você. Lembraremos sempre do Joel da Sonia – gente boa pra caramba. P.S. Difícil, muito difícil... P.S. do P.S. Que a paz habite em nossos corações mesmo na dor.
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O novo normal na Igreja
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o dia 8 de março de 2020, o Papa Francisco realizou a oração do Angelus na biblioteca do Palácio Apostólico e não da janela de seu escritório no Vaticano, como é feito tradicionalmente. Ele rezou seu primeiro Angelus totalmente on-line, sem a saudação aos fiéis na praça de São Pedro. Não se tratava de uma simples transmissão, ao vivo, era o Papa falando aos fiéis, não mais das janelas do Vaticano, mas da janela do mundo, que é a internet. Quem assistiu, ainda não tinha a dimensão do que representava aquela iniciativa. Mas, os católicos, aos poucos, foram seguindo na mesma direção e as igrejas ao redor do mundo foram fechando as portas à participação dos fiéis em ritos e atividades pastorais diversas, que enchiam templos, corredores, salas de reuniões e de encontros da catequese. No Brasil, e mais especialmente no Rio de Janeiro, onde vivemos, as paróquias foram se adaptando à realidade que se apresentava e que ainda estamos vivendo. A participação nas missas, terços, grupos de oração, estudos bíblicos e outras atividades passaram a ser acompanhadas pela internet. Em casa, cada fiel, passou a rezar com o celular na mão. Mas sabemos (porque vivemos isso), que o que relata essas linhas não representa algo frio e sem efeito. Pelo contrário. Foram (e ainda são) esses momentos de reflexão e oração pela tela do celular que tirou muitas pessoas da depressão, da angústia, da solidão, do medo do desconhecido e deu um novo animo a um povo acostumado a se aglomerar, a abraçar e beijar no rosto até as pessoas que acabaram de conhecer, com a afetividade própria do carioca. Aos poucos, cada lar foi se transformando em uma igreja doméstica. Símbolos da nossa fé passaram a ser expostos nas portas, janelas e muros das casas. Muitos relatam momentos incríveis vividos na quarentena que virou isolamento, que virou distanciamento... Fato é. que não seremos os mesmos quando tudo isso acabar. Temos uma história de dor, de perdas de parentes, amigos e vizinhos para contar aos filhos e netos, mas a mesma história vai explicar como sobrevivemos ao corona vírus e engana-se quem achar que o personagem principal é ele, pois não é. Os personagens principais da nossa história são a fé, a esperança e a caridade! A tríplice ensinada na Palavra, que nos 8
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colocou, no momento certo, às vezes de joelhos em oração e reconhecimento da nossa pequenez; outras vezes de pé em atitude de coragem e compromisso com a vida e, sem dúvida alguma, na maior parte das vezes em movimento, na luta, buscando formas de sobrevivência e ao mesmo tempo de ajuda ao próximo, de apoio emocional, encorajamento... o que seria evangelizar, senão, a prática do que fizemos nesses dias, não é mesmo, queridos irmãos e irmãs?
Catequese on line.
Evangelizar é preciso Não temos tempo a perder. O Papa Francisco nos ensinou o caminho, quando nos apontou a possibilidade de estarmos juntos, ativos, em comunhão, mesmo estando cada um em sua casa. A realidade que ainda se apresenta exige uma nova linguagem, um novo olhar para o modo de se comunicar da Igreja e é preciso que todas as pastorais se sintam chamadas a colaborar, cada vez mais, com a resposta que precisamos dar ao mundo neste momento de crise. Podemos realizar isto adaptando a maneira de evangelizar, utilizando-se das redes como nunca, sem, é claro, romper com os princípios teológicos fundamentais para a reta vivência da fé. A nova evangelização não consiste na transmissão de novos conteúdos, mas em apresentar a contemporaneidade perene de Cristo a todos os homens e mulheres de nosso tempo. A mensagem de Cristo “[...] não é palavra oca, é Alguém” (BRIGHENTI, 2011, p. 92). Em tese, é este Alguém que deve ser anunciado, mais do que mensagens e orações populares, que tanto recebemos no wpp. Parte das pastorais de nossa paróquia se adaptaram rapidamente a essa nova realidade. Algumas turmas da catequese, por exemplo, viram nos encontros on-line uma forma de continuar a evangelização de jovens, adultos e crianças. Cada grupo com suas especificidades e particularidades próprias.
A turma de segundo ano do tio Vitor, tia Cinara e tio Rafael, tem seguido sem pausa para férias (a pedido das próprias crianças, que não perdem nem um encontro). Para eles, isso só foi possível pelo envolvimento das famílias com o processo de evangelização. A busca pelo conhecimento da Palavra de Deus para seus filhos, trouxe a igreja para dentro de cada lar, levando o tema de cada encontro à reflexão familiar, vivificando, como nunca, o lar como a primeira igreja Outras pastorais e movimentos também se adaptaram a essa nova realidade. Alguns eventos, como os grandes encontros de casais, de adolescentes etc. deixaram de acontecer pela impossibilidade de estarmos juntos. Um desses “grandes”, O EJC, vem promovendo mensalmente uma live imperdível para os seus participantes, com oração, música, testemunhos, e reflexão da Palavra. Diariamente rezamos o terço de Nossa Senhora de Loreto pelas redes sociais da paróquia. O Terço dos Homens, o Terço das Mães que Oram pelos Filhos e o Terço da Família acontecem também on-line. A Pastoral Familiar, dedica a sua página no Instagram, na última sexta-feira de cada mês a celebrar a Noite dos Casais. Realiza também o Terço do Amor pela Família, que acontece quinzenalmente. O encontro de gestantes continua pelo grupo de WhatsApp. Agosto 2020
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Missa com a presença de fiéis: distanciamento e rigor no cumprimento dos protocolos. A pastoral do batismo está utilizando formulários de inscrição e oferecendo o curso para pais e padrinhos através de encontros on line. Os Batizados também foram adequados aos protocolos de segurança recomendados pela Arquidiocese, assim como a pastoral da ação social, que continua atendendo presencialmente seguindo o mesmo protocolo de segurança. A Pascom mantém as informações atualizadas nos meios de comunicação da paróquia, como o site, APP Meu Loreto, redes sociais e a nossa humilde revista, que nesses tempos, se apresenta de forma digital. Um trabalho que visa não só manter a comunidade informada, mas parte integrante do Corpo de Cristo, exatamente como deve ser. As Missas com a presença de fiéis acontecem com a observância de rigoroso protocolo sanitário, e alguns horários continuam a ser transmitidos pelo YouTube da paróquia, para que aqueles que não podem retornar às celebrações presenciais, possam continuar participando. Alguns chamam essa fase que estamos vivendo de “novo normal”, mas no fundo, não queremos que o
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normal seja assim para sempre. Queremos voltar a abraçar, a nos reunir, a lanchar juntos depois das reuniões para manter a máxima do “engordei depois que passei a frequentar reuniões no Loreto”, enfim, queremos nossa vida pastoral de volta como era antes da pandemia, porque era muito bom! Mas temos que ter a clareza de que estamos trabalhando para isso acontecer nos mantendo em distanciamento agora, ou seja, para voltarmos ao normal é preciso passar pelo “novo normal”, primeiro. Portanto, mantenham- se em segurança. Cuidem-se e cuidem de todos que vocês amam. “Assim brilhe a luz de vocês diante dos homens, para que vejam as suas boas obras e glorifiquem ao Pai de vocês, que está nos céus.” Mateus 5:16. E, relembrando as palavras de Francisco no memorável Angelus de 08 de março, “ser testemunha de Cristo é um dom, não podemos nos furtar.” (...) “Neste mundo marcado pelo egoísmo e pela avidez, a luz de Deus está ofuscada pelas preocupações do cotidiano. (...) Mas não devemos nos esquecer que o Batismo que recebemos faz de nós testemunhas”. (Papa Francisco). Carla Silveira e Ana Clébia
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niciamos o mês de agosto e, no Brasil, ele é lembrado por ser o mês das vocações, ou seja, do chamado de Deus na vida dos Seus filhos. Neste chamado se encontram os desejos e sonhos de Deus para nós, se tornando um meio para que mais facilmente nós O agrademos e, é através de nossa resposta positiva que o Senhor vai nos moldando e nos aperfeiçoando ao longo da caminhada. “Não fostes vós que me escolhestes, mas eu vos escolhi e vos constituí para que vades e produzais fruto, e o vosso fruto permaneça. Eu assim vos constituí, a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vos conceda.” (João 15,16) Nós temos a graça de meditar em nosso Santuário o mistério que aconteceu naquela Casa Santa: “o Verbo de Deus se fez carne” (Jo 1, 14) e, assim, o nascimento de todas as vocações através do ‘SIM’ de Maria. A resposta de Maria e José ao chamado de Deus e sua união através do casamento permitiram que aquela família se tornasse modelo para as famílias do mundo inteiro. Encontramos neste casal a vocação matrimonial, o chamado de Deus a seus filhos para que se tornem uma só carne através de Suas bençãos e de conceber a vida. “José, filho de Davi, não temas receber Maria por esposa” (Mt 1, 14)
Podemos ver neles também os perfeitos leigos que anunciaram a Palavra e as maravilhas do Senhor em todos os lugares que passavam, colocando em prática Seus ensinamentos, sendo sal da terra e luz do mundo. Em Maria encontramos também o modelo da vida consagrada a Deus, pois nela vemos a alegria da resposta diária e corajosa ao Senhor. Entregue à vida de oração, silêncio e recolhimento ela soube olhar com atenção as necessidades dos irmãos mais necessitados. “Eles já não têm mais vinho” (Jo 2,3). Finalmente, em Jesus encontramos a vocação sacerdotal, pois ele é o Grande Pastor que veio ao mundo
para cumprir e se entregar à vontade do Pai: “Eu sou o Bom Pastor” (Jo 10, 11). Cristo reúne todas as ovelhas deste grande rebanho e traz no colo as mais necessitadas e que andam por caminhos errados. Além disso, Ele mesmo se entrega como alimento, Corpo e Sangue, para a nossa Salvação e nos deixa este mistério de Amor que vem até nós através das mãos ungidas dos sacerdotes. Portanto, que possamos mergulhar cada vez mais neste grande mistério que envolve a Santa Casa em que viveu a Sagrada Família, berço de todas as vocações! Nossa Senhora de Loreto, atendei-nos!
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Loreto em Ação
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Santuário da Adoção
Toda criança vivendo em família – Adoção
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oda criança precisa de uma família, não só as mais novas, mas também as crianças mais velhas, com doenças e grupos de irmãos. E você conhece histórias de adoção? Muitas de sucesso, outras, nem tanto, não é verdade? O que não pode acontecer, é deixar de tentar por medo. Cada família disposta a essa opção, precisa de orientação e acompanhamento. A adoção é algo que vem diretamente do coração de Deus. Veja o que diz Sara Vargas a respeito. Adoção Deus decidiu construir uma família, e o fez por meio da adoção. Se o Pai eterno escolheu para si esse caminho, há algo muito especial na adoção. Todo filho precisa ser adotado por seus pais, caso contrário, é órfão de pais vivos, vivendo debaixo do mesmo teto, porém é órfão de afeto, amor, carinho e atenção. Todavia, há os que são feitos filhos pelos caminhos legais da adoção. No Brasil, a maioria das crianças e dos adolescentes encaminhados à adoção sofreu graves situações de abuso, violência e negligência, e para sua proteção foram retirados 14
de suas famílias. Uma vez verificada a impossibilidade de retornarem ao convívio da família biológica ou extensa, precisam de uma nova família que os adote – a família adotiva. O número de crianças e adolescentes aguardando para serem adotados está próximo a 10 mil. Assim como fomos amados e adotados, podemos seguir o exemplo lindo e transformador de nosso Pai celestial e adotar nossos filhos. Cada vez mais a adoção é considerada pelos brasileiros como forma de constituição familiar, não apenas quando os filhos biológicos
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não chegam, mas como fruto do desejo pela adoção desde sempre. As crianças maiores, grupos de irmãos e crianças com doenças também precisam de família. Não há caminho que nos envolva mais intimamente do que a adoção, pois passamos a fazer parte um do outro unindo nomes, histórias, heranças, passado, presente e futuro. Sara Vargas é cofundadora da Pontes de Amor, presidente da Associação Nacional de Grupos de Apoio à Adoção (ANGAAD) Fonte: https://www.maosdadas.ong.br/
Coluna Cultural
não se dá automaticamente, ou por um espontâneo cálculo aritmético dos dias que se sucedem um ao outro, mas só graças à qualidade da vida e do vivido. O capítulo final buscará assinalar algumas orientações pedagógicas que de modo concreto nos ajudem verdadeiramente a caminhar rumo ao futuro. Amadeo Cencini é conhecido e admirado entre os religiosos(as) consagrados(as) pela sua competência e experiência. A leitura e reflexão desta obra é essencial, neste momento de preocupação e de busca de caminhos novos para o futuro da vida religiosa consagrada. Valor: 22,10
Livro: Abraçar o futuro com esperança O título e o subtítulo já dizem com suficiente clareza o sujeito que reflete a vida consagrada, o problema sobre o qual reflete o seu futuroe as alternativas diante dele medo ou esperança. A abordagem é feita em chave de leitura positiva. De forma essencial e esquemática, indica num primeiro breve capítulo - e propõe no segundo, explicitando o que isso significa na prática - o significado de uma atitude profética com respeito à vida consagrada e ao seu futuro. Nos capítulos 3, 4 e 5 mostra alguns caminhos prati-
cáveis - três, para ser preciso - nos quais futuro é sobretudo qualidade da vida, mais do que quantidade dos seus dias. Se é verdade, como diz o Papa Francisco, que o tempo é superior ao espaço, a abertura ao futuro
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Pé na estrada Terço na mão
Santa Teresita Del Niño Jesús
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audades de uma viagem, né minha filha?! Claro, que sim! Viajar é muito bom, é conhecer mais da grandiosidade da obra de Deus e se admirar mais e mais a cada dia. Nesse clima nostálgico, decidi falar sobre a Iglesia Santa Teresita Del Niño Jesús que fica em El Calafate, na Argentina. Essa é uma igreja simples no meio dessa pequenina cidade. Eu não consegui participar da missa quando visitei a cidade, mas consegui entrar na igreja para rezar numa tarde que a vi aberta e fiquei surpresa. Por fora, o templo é branco, simples, sereno... por dentro, me surpreendi, não com artes, esculturas e obras humanas como na maioria das igrejas que visitamos, mas me surpreendi ao perceber que aquele altar era certamente um dos mais bonitos que já conheci, simplesmente porque a parede no fundo da igreja era de vidro e permitia ver a natureza. E tem algo que eleva mais a nossa alma a oração de encontro a Deus que a sua criação? Ao fundo daquela igreja havia um pequeno bosque que nos convida a oração do terço. Permaneci ali horas, vivenciando o amor de Deus nos pequenos detalhes de sua criação. E você? Já viveu uma história assim!? Conta pra gente e nos permita viajar através da sua memória. Colaborou: Gisele Lopes Você já viveu uma experiência parecida? Encontrou em suas andanças uma igreja ou uma devoção local, que pode ser indicada a outros “viajantes”? Partilhe conosco, enviando texto e foto para a nossa coluna Pé na Estrada, Terço na Mão, pelo e-mail: pascom@loreto.org.br.
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Santa Rosa de Lima – 23 de agosto
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anta Rosa de Lima, foi a primeira santa da América do Sul, é Padroeira do Peru, das Ilhas Filipinas e de toda a América Latina. Santa Rosa nasceu em Lima (Peru) em 1586; filha de pais espanhóis, chamava-se Isabel Flores, até ser apelidada de Rosa por uma empregada índia que a admirava, dizendo-lhe: “Você é bonita como uma rosa!”. Rosa bem sabia dos elogios que a envaideciam, por isso buscava ser cada vez mais penitente e obedecer em tudo aos pais, desta forma, crescia na humildade e na intimidade com o amado Jesus. Quando o pai perdeu toda a fortuna, Rosa não se perturbou ao ter que trabalhar de doméstica, pois tinha esta certeza: “Se os homens soubessem o que é viver em graça, não se assustariam com nenhum sofrimento e padeceriam de bom grado qualquer pena, porque a graça é fruto da paciência”. A mudança oficial do nome de Isabel para Rosa ocorreu quando ela tomou o hábito da Ordem Terceira Dominicana, da mesma família de sua santa e modelo de devoção: Santa Catarina de Sena e, a partir desta consagração, passou a chamar-se Rosa de Santa Maria. Devido à ausência de convento no local em que vivia, Santa Rosa de Lima renunciou às inúmeras propostas de casamento e de vida fácil: “O prazer e a felicidade de que o mundo pode me oferecer são simplesmente uma sombra em comparação ao que sinto”. Começou a viver a vida religiosa no fundo do quintal dos pais e, assim, na oração, penitência, caridade para com todos, principal-
Reconstituição facial utilizando técnicas forenses, por Cícero Moraes. Contra capa: tela de Cláudio Coelho – museu do Prado - PT mente índios e negros, Santa Rosa de Lima cresceu na união com Cristo, tanto quanto no sofrimento, por isso, tempos antes de morrer, aos 31 anos (1617), exclamou: “Senhor, fazei-me sofrer, contanto que aumenteis meu amor para convosco”. Dela disse o Cardeal Ratzinger: “De certa forma, essa mulher é uma personificação da Igreja da
América Latina: imersa em sofrimentos, desprovida de meios materiais e de um poder significativos, mas tomada pelo íntimo ardor causado pela proximidade de Jesus Cristo.” (Homilia no Santuário de Santa Rosa de Lima, Peru, em 19 de julho de 1986). Santa Rosa de Lima, rogai por nós! (Fonte: Canção Nova)
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Fé e Política Robson Leite
“Utopia”
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efletir sobre utopia é algo bonito, sobretudo em épocas de isolamento social, pois nos remete ao futuro enchendo-nos de esperança. A nossa sociedade, tão carente de valores coletivos, vive uma crise que eu tomei a liberdade de batizar com o nome de “crise da privatização dos sonhos”. A “minha” carreira, o “meu” salário, o “meu” carro, a “minha” casa estão, infelizmente, ganhando cada vez mais espaço em detrimento do “nosso” emprego, da “nossa” cidade, do “nosso” estado e do “nosso” país. Poucos, infelizmente, são motivados a colocar o “bem comum acima de tudo” na luta cotidiana da vida. A sociedade moderna, que está conseguindo se destruir pela imposição desse fenômeno do individualismo e do egoísmo, está doente. É preciso, urgentemente, de um remédio. De uma solução. E ela não virá de políticos, líderes globais, empresariais ou personalidades, mas virá do coletivo. Virá dos verdadeiros valores de uma sociedade plural e voltada para o coletivo que conseguirmos semear em nossos filhos. Mas, para isso, precisaremos de coragem. Coragem de dizer a eles – aos nossos filhos – que fazer o que se gosta é infinitamente melhor e mais importante do que fazer o que se “ganha mais”. Ensiná-los a romper com as amarras desses malditos “contravalores” pautados no consumismo desenfreado do “ter” que está destruindo o “ser”. As amarras da cultura de morte. Dos padrões impostos em nossa sociedade onde, infelizmente, quem não está neles está “fora de moda”, “desatualizado” ou “ultrapassado”. Talvez por isso que haja tanto ódio no mundo pelo diferente. Intolerância pela cultura do diferente. É um absurdo achar que a cultura do outro é pior do que a nossa quando, na verdade, ela é apenas diferente. Compreender a cultura do outro, respeitando-a acima de tudo, é algo indispensável nas relações humanas. Em 2016, em uma de minhas aulas no pré-vestibular comunitário em que atuo há mais de vinte anos, uma senhora afirmou ter vergonha da pouca cultura dela. Disse-me isso depois de uma palestra onde um médico, a meu convite, ensinava sobre a importância da higiene na preparação dos alimentos. Naquele momento, recordando de um ensinamento que aprendi com o Frei Betto, eu chamei o médico para participar da conversa e perguntei a ele como fazer uma gali18
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nha ao molho pardo. Ele afirmou, bastante constrangido, que não fazia a menor ideia, pois nunca havia cozinhado na vida. Logo em seguida, eu me dirigi para essa senhora, aluna do projeto na comunidade e uma exímia cozinheira, e perguntei se ela sabia como prepara a tal galinha ao molho pardo. Ela deu uma verdadeira aula de culinária para todos nós que estávamos ali – inclusive o médico. Ficamos com água na boca. Ao final de sua explicação, eu disse a ela: “D. Maria, se eu estivesse em um navio afundando e precisasse escolher alguém para ficar comigo no bote salva-vidas que teria como destino uma ilha deserta, onde o único alimento disponível fosse uma galinha viva, certamente essa pessoa não seria o nosso amigo médico que acabou de dar essa palestra, mas a senhora”. Depois desse episódio, D. Maria percebeu o seu valor. Ela se sentiu valorizada em função, exatamente, da sua cultura. E aquela minha turma aprendeu que não há melhor ou pior cultura: há apenas culturas diferentes. O exemplo acima, assim como muitos outros que poderiam consumir linhas e parágrafos de reflexão, é uma prova cabal sobre a necessidade do choque de valores que a nossa sociedade necessita. Precisamos de empresas, funcionários(as) e membros de uma sociedade onde as diferentes culturas precisam ser valorizadas e respeitadas. Sei que é muito difícil essa mudança, mas podemos e devemos tentar alcançar essa utopia mantendo acesa em nossa alma a chama da esperança. Para terminar, vou deixar aqui uma pequena, porém profunda, reflexão que vivenciei durante uma conversa que tive com um amigo meu que é médico. Perguntado por mim sobre como ele enfrenta a possibilidade da perda na morte de seus pacientes, ele disse que não tem medo de enfrentar a questão da morte do ser humano, mas o que o apavora é quando ele se vê obrigado a enfrentar os pacientes que trazem em si a morte, no fundo de suas almas, da esperança. (*) Robson Leite é professor universitário, escritor, palestrante, petroleiro, membro da nossa paróquia, ExSuperintendente do Ministério do Trabalho no RJ e foi Deputado Estadual de 2011 a 2014. E-mail: contato@robsonleite.com.br
Anote em sua agenda
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SANTUÁRIO 48 PESSOAS
LORETÃO 222 PESSOAS
SEGUNDA Angelus e Santo Terço 18h00
TERÇA -
MISSA - 19h30 Grupo de Oração 20h15 Terço Nossa Senhora de Loreto - 10h00
MISSA - 19h30 Terço dos Homens 20h15 Terço Nossa Senhora de Loreto - 10h00
SEGUNDA
TERÇA
MISSA - 19h30 SÁBADO MISSA - 18h30
MISSA - 19h30 DOMINGO MISSA - 07h00
ON LINE QUARTA QUINTA SEXTA DOMINGO Angelus e Santo Terço Angelus e Santo Terço Angelus e Santo Terço 18h00 18h00 18h00 Momento Zaccariano 18h45 MISSA - 19h30 MISSA - 19h30 MISSA - 19h30 MISSA - 11h00 / 19h00 Terço Nossa Senhora de Loreto - 10h00
Terço Nossa Senhora Terço Nossa Senhora de de Loreto - 10h00 Loreto - 10h00 Terço da Misericórdia 15h00
PRESENCIAIS QUARTA
QUINTA
SEXTA
MISSA - 19h30
MISSA - 19h30
MISSA - 19h30
MISSA - 09h00 MISSA - 11h00 MISSA - 19h00
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loretinho MÊS VOCACIONAL
Queridos irmãos, TODOS NÓS SOMOS CHAMADOS POR DEUS. Desde o ventre de nossa mãe o Senhor nos chamou à santidade. Fomos escolhidos para viver na Graça de Deus. Lemos no profeta Jeremias: “Antes mesmo de te formar no ventre materno, Eu te conheci; antes que saísse do seio de tua mãe, Eu te consagrei. Eu te constituí profeta para as nações.” Jr 1,5. Somos marcados profundamente pelo chamado de Deus. Então, que vocação, que chamado é esse que Deus nos faz? A Primeira Vocação é a vida: Deus me tirou do nada e
Elaborado pelas Irmãs de Belém
me chamou a ser Pessoa Humana! A Segunda Vocação é a de batizado: Pelo batismo sou filho de Deus, chamado a ser Cristão, ou seja; “outro Cristo”. “Sede perfeitos como vosso Pai do céu é perfeito.” (Mt 5,48). Mas como? Poderíamos perguntar. Seremos perfeitos na medida em que seguirmos o plano que Deus tem para nós, com fidelidade e generosidade, colaborando com nosso esforço diário para que se desenvolva todos os dons que recebemos dEle. Assim, acolhendo o estado de vida que Deus escolheu para nós: Matrimônio / Vida Consagrada e ou sacerdotal / Leigo Solteiro; seremos felizes.
LENDO A BÍBLIA Para espalhar a Boa Nova da Salvação Jesus convida os discípulos para esta missão, complete as lacunas abaixo lendo Mc 1,16-20. E, descubra quem foram os primeiros a ouvir e a responder o chamado do Mestre: “passando à beira do mar da ________________, Jesus viu _____________ e seu irmão _______ que lançavam as redes na água, pois eram _________________ . E Jesus lhes disse: __________________________ Imediatamente, eles abandonaram as _________________ e se puseram a ____________. Um pouco adiante viu _________________, filho de ______________, e seu irmão ____________, que estavam na barca, consertando as redes. E logo os chamou e então, deixando o _________________ na barca com os ______________, eles o _____________ .”
“Só é feliz quem é fiel.” Madre Maria Helena Cavalcanti
23 DE AGOSTO DIA DO CATEQUISTA
“SER CATEQUISTA É SER JARDINEIRO DE GENTE”. Madre Maria Helena Cavalcanti
PARABÉNS, CATEQUISTAS!
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PALAVRAS CRUZADAS 1- Nossa primeira vocação é o chamado à __________. 2- A ___________ ama todas as pessoas em Deus 3- O ____________ é chamado a celebrar a Eucaristia. 4- Pelo ____________nos tornamos filhos de Deus. 5- A __________ é o diálogo amoroso com o Pai, por Cristo, no Espírito Santo. 6- O sacramento do ____________ é a vocação para o serviço do(a) esposo(a) e dos filhos.
Santa Rosa de Lima