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Temas Bíblicos

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Fé e Política

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Temas bíblicos Padre Fernando Capra

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Deus

Oconhecimento de Deus é a informação fundamental que a revelação divina nos oferece, providencialmente contida na Bíblia, que podemos considerar como nosso manual catequético, pelo qual é perpetuada, por escrito, a fé de Israel. Para que chegasse até nós da maneira mais segura, Deus se preocupou em se comunicar explorando o nosso modo de aprender, que é o da interação. Todavia, enquanto chegamos ao conhecimento do mundo de forma aleatória, Deus, por nos conhecer em cada fibra do nosso ser, percorre um caminho mais apropriado e sequencial. Ao longo da história da humanidade, entre todos os povos politeístas, escolhe Israel e a ele começa a se revelar através dos seus profetas, que transmitem de modo preciso e na sua integridade aquilo que os hebreus devem praticar e saber. A sua credibilidade era confirmada pelo fato que aquilo que eles prediziam acabava se realizando. O profetismo, portanto, é a prova histórica da existência do Deus, em quem Israel acreditou. Com esta prova da sua existência, o Deus de Israel ensinou ao seu povo ser ele o único Deus existente. Noção subsequente, muito preciosa, foi a de ser Ele o Criador, isto é, o Princípio de todas as coisas. O homem deve, portanto, olhar para a criação para começar a compreender qual é o Nome de Deus. Através da contemplação da criação, ele está em condição de reconhecer de Deus os atributos de onipotente, sapientíssimo, resplendente em beleza e bom. Ao reconhecer a sua grandeza, o homem, na condição de criatura, será movido pela vontade de acatar as ordens do seu Criador. Este teria sido o caminho da sua realização. Ele seria, então, o mediador da louvação da glória que resplandece na criação, enquanto nele mesmo a glória divina resplande

ceria em toda a sua pujança, pela compreensão que dela teria, como único intérprete da glória divina resplandecente em todas as outras criaturas.

Constatamos, infelizmente, pela história, que o homem fracassou a ponto de se rebelar contra o seu Criador, julgando que poderia se igualar a ele. Foi o momento em que o homem reconheceu ser um nada. Não fosse o amor de Deus para com a sua criatura, tudo estaria perdido. A Escritura, todavia, nos diz que Deus veio em socorro do homem, porque fiel à sua bondade. Extremamente precioso tornou-se, então, o juramento que Deus fez de resgatar o homem da sua irreparável condição. Salvá-lo-ia pela Descendência da Mulher, que esmagaria a cabeça do Maligno. É o começo da História da salvação que tem em Jesus, o Filho da Virgem (Is 7,14), a sua realização: “Vem o chefe deste mundo. Ele não pode nada contra mim” (Jo 14,30); “Tende coragem! Eu venci o mundo” (16,33).

Pela história da nossa salvação e por tudo aquilo que Jesus nos ensinou, nos é dado conhecer o Nome de Deus em toda a sua beleza e grandeza. A sua última condição é aquela de ser ele a Bondade. Por querer todo o bem do homem, Deus explora a culpa para que, enquanto o reconcilia consigo pela manifestação do seu extremado amor, a ponto de entregar o Filho ao mundo para que se torne vítima de expiação, nos torna “seus filhos adotivos em Jesus Cristo” (Ef 1,5). A grandeza desta sua ação misericordiosa deve ser comensurada enquanto a vemos como ação sapientíssima do Pai e do Espírito atuada pelo Filho que se tornou membro da estirpe humana, pela encarnação. É dessa forma que o homem vê realizada a glória à qual foi destinado por Deus, desde sempre, “conforme o desígnio benevolente de sua vontade” (ibid.).

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