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Espaço teológico

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Coluna Cultural

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Espaço teológico Michele Amaral - Bacharel em Teologia – PUC-Rio

Solenidade de Corpus Christi N o mês de junho, iremos celebrar a solenidade de Corpus Christi, termo que vem do latim e seu significado é “Corpo de Cristo”. Essa solenidade acontece sempre 60 dias depois do Domingo de Páscoa ou na quinta-feira seguinte ao domingo da Santíssima Trindade, fazendo referência à quinta- -feira santa quando Jesus instituiu o sacramento da eucaristia.

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Você conhece a origem desta festa?

Em 1243, na Bélgica, a freira Juliana de Mont Cornillon, teve visões de Cristo pedindo que o mistério da Eucaristia fosse celebrado com destaque. Ela, por sua vez, conta as visões para o cônego Tiago Pantaleão de Troyes, arcebispo de Liège, que mais tarde se tornar o Papa Urbano IV.

Por volta do século XIII, Pe. Pedro de Praga, um sacerdote que duvidava da presença de Cristo na Eucaristia, decidiu realizar uma peregrinação a Roma para rogar, sobre o túmulo de São Pedro, a graça da fé. Ao retornar, enquanto celebrava a missa em Bolsena, no momento que partir a Hóstia, ela sangrou e manchou o corporal.

A Notícia chegou rapidamente aos ouvidos do Papa Urbano IV, que determinou que o corporal fosse levado até ele. Foi feito, então, uma procissão. Quando o Pontífice viu, pronunciou diante da relíquia eucarística as palavras: “Corpus Christi”.

Com a Bula Papal Transiturus de Hoc Mundo, de 11 de agosto de 1264, a festa se estende para toda a Igreja. Ele pede a São Tomás de Aquino que escolhesse as leituras e preparasse os textos litúrgicos, que usamos até hoje. Além dos textos ele compôs o hino Louva, Ó Sião, o Salvador (Lauda, Sion, Salvatorem), que foi cantada e meditada por muitos séculos, hoje a utilizamos como sequência. Para o Papa Bento XVI, o hino é uma obra-prima em que se fundem teologia e poesia.

A procissão de Corpus Christi, com o ostensório é datada de 1274. Ela nos remete a caminhada do povo de Deus, peregrino, em busca da Terra Prometida. No Antigo Testamento, vemos o povo recebendo de Deus o alimento dos céus, o maná. Com a instituição da Eucaristia nos alimentamos com a Eucaristia, o corpo e sangue de Cristo.

A tradição de enfeitar as ruas com tapetes, surgiu em Portugal e foi trazida para o Brasil pelos colonizadores. A procissão pelas vias públicas, deve atender a uma recomendação do Código de Direito Canônico, que determina ao Bispo Diocesano que tome as providências para que ocorra toda a celebração, para testemunhar a adoração e veneração para com a Santíssima Eucaristia (cf. cân 395).

Essa solenidade nos faz perceber a grandiosidade da amizade selada entre Deus e o Homem. É um convite para manifestamos a nossa fé e devoção. Celebramos a Eucaristia e partilhamos o corpo e sangue do senhor é comprometer-se em partilhar o que se tem e partilhar apropria vida. Viver a Eucaristia é comprometer-se com o outro. Devemos lembrar que “A Eucaristia não é um prêmio para os bons, mas é força para os fracos, para os pecadores”. (Papa Francisco)

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