A Semente - Ed. 112

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#112 06 A 12 AGO 2016 PARÓQUIA SÃO SEBASTIÃO AMPARO, SP

O BOM ODOR DE CRISTO E A LUZ DA MISERICÓRDIA PALAVRA DO PAPA Meditação no retiro do Jubileu dos Sacerdotes

As obras de misericórdia estão muito ligadas aos "sentidos espirituais". Rezando, peçamos a graça de "sentir e saborear” de tal modo o Evangelho que nos sensibilize para a vida. Movidos pelo Espírito, guiados por Jesus, podemos ver já de longe, com olhos de misericórdia, a pessoa que está caída ao lado da estrada, podemos ouvir os gritos de Bartimeu, podemos perceber como sente o Senhor na franja do seu manto o toque tímido mas decidido da hemorroíssa, podemos pedir a graça de saborear com Ele na cruz o gosto amargo do fel de todos os crucificados, para deste modo sentir o odor forte da miséria – em hospitais de campanha, em comboios e em barcaças repletas de pessoas –; odor que embora o óleo da misericórdia não cubra todavia, ao ungi-lo, faz com que se desperte uma esperança. Ao falar das obras de misericórdia, o Catecismo da Igreja Católica conta que Santa Rosa de Lima, "no dia em que a sua mãe a repreendeu por manter em sua casa pobres e doentes, respondeu-lhe: ‘Quando servimos os pobres e os doentes, é a Jesus

que servimos'". Servindo-os, somos o bom odor de Cristo. Este bom odor de Cristo – o cuidado dos pobres – é distintivo da Igreja; sempre o foi. Foi aqui que Paulo centrou o seu encontro com “as colunas” – como lhes chama –, com Pedro, Tiago e João. “Só nos disseram que nos devíamos lembrar dos pobres” (Gl 2, 10). Isto recorda-me um fato, que já referi algumas vezes: logo que foi atingido o quórum para ser eleito Papa e enquanto continuavam o escrutínio, aproximou-se de mim um irmão Cardeal, abraçou-me e disse: “Não te esqueças dos pobres”. A primeira mensagem que o Senhor me fez chegar naquele momento. E, sugestivamente, o Catecismo diz também que “os que se sentem acabrunhados pela miséria são objeto de um amor preferencial por parte da Igreja, que desde o princípio, apesar das falhas de muitos dos seus membros, nunca deixou de trabalhar por aliviá-los, defendê-los e libertá-los”. E isto sem ideologias, mas apenas com a força do Evangelho. Na Igreja tivemos, e temos, tantas coisas não muito boas, e muitos pecados, mas nisto de servir os pobres com obras de misericórdia, como Igreja sempre seguimos o Espírito, tendo-o feito os nossos Santos de maneira muito criativa e eficaz. O amor pelos pobres é o sinal, a luz que faz com que


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