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N. 31  Novembro 2011 Director Francisco Vaz Fernandes francisco@parqmag.com editor Francisco Vaz Fernandes francisco@parqmag.com coordenação editorial e moda Margarida Brito Paes margarida@parqmag.com Direcção de Arte Valdemar Lamego v@k-u-n-g.com

Publicidade Francisco Vaz Fernandes francisco@parqmag.com periocidade: Mensal Depósito legal: 272758/08 Registo ERC: 125392 Edição Conforto Moderno Uni, Lda. NIF: 508 399 289 PARQ Rua Quirino da Fonseca, 25 – 2ºesq. 1000-251 Lisboa t. 00351.218 473 379 Impressão BeProfit / SOGAPAL 2730-120 Barcarena 20.000 exemplares distribuição Conforto Moderno Uni, Lda. A reprodução de todo o material é expressamente proibida sem a permissão da Parq. Todos os direitos reservados. Copyright © 2008—2011 PARQ.

TEXTOS

editorial

Ágata C. de Pinho Ana Rita Sevilha Andreia Nunes Carla Carbone Carolina Ferreira Cláudia Gavinho Cláudia Matos Silva Diana de Nóbrega Davide Pinheiro Eduarda Allen Francisco V. Fernandes Inês Monteiro Ingrid Rodrigues Joana Guedes Júlio Dolbeth Margarida Brito Paes Maria João Teixeira Maria São Miguel Marta Ferreira Miguel Tojal Pedro Lima Pedro Pinto Teixeira Roger Winstanley Romeu Bastos Rui Miguel Abreu

Acreditar

FOTOS André Brito Ângela Azevedo Javier Domenech Le-Joy Marcos Sobral Nian Canard Pedro Janeiro Sal Nunkachov STYLING Ivan Martins Maria Pia Gama Margarida Brito Paes Marta Fonseca Nelson Vieira

Esta é a última edição do ano, um ano que acabou por ser um desafio e um teste para a PARQ num ambiente muito adverso. Dificuldades todos nós as sentimos mas, para um projecto como a PARQ se poder manter, só é possível graças a uma grande dose de optimismo, transmitida por um conjunto de colaboradores com os seus esforços e pelos leitores com os seus emails de felicitação. Tudo somado e temos um carburante explosivo que mantém unida esta equipa desde o primeiro número. Quase a fazer 4 anos, enquanto a PARQ existir continuará a ser a imagem de uma geração criativa portuguesa que encontra aqui a sua voz activa. A PARQ proporciona a muitos a sua primeira aparição a um público mais alargado e uma introdução entre pares criativos, antes de se estenderem para outros voos com muito maior amplitude. Mas também há casos de quem nos procura depois de ter tido uma grande exposição mediática internacional mantendo‑se invisíveis em Portugal. Também aí cumprimos esse dever de valorizar e divulgar e, por isso tudo, ganhamos uma atenção pública viva e crescente. Sem nos pormos em bicos de pés, sentimos que somos cada vez mais uma voz única num país que tem dificuldades, agora acrescidas, a reconhecer os seus valores. Por isso, olhar a PARQ é conhecer muitos dos nossos criadores e acreditar que temos um futuro enquanto nação. Nesta edição, queria agradecer especialmente a Ricardo Dourado e a Le‑joy, pela sua fonte inesgotável de energia.

Ilustração Bráulio Amado

por Francisco Vaz Fernandes

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Real people 04— Michael Bojkowski 06— Dj. Ride you must 08—11 You must Shopping

Central Parq 60— Design Jólan Van Der 62— Cinema Ryan Gosling 64—67 Moda ModaLisboa 37 68—71 Arte Stroke Artfair

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12 — 47 Gil Heitor Cortesão Rafael Rozendaal Carsten Holler Cut Furniture Rui Tenreiro Salão Coboi Studio Job Mexefest Gallak Margarida Gentil Andreia Lexim Curve ID Bags & Shoes

mb N ov e

11 ro 20

Moda 72—81 Out of the Shade 82—91 Winter Lullaby Parq Here 92—95 Restaurante: Ypsilon Places: Muuda, El Ganso, Ericeira SurfShop, Gardénia Men, Tag Heuer 96— Bebidas: Drambuie 15, Jameson Reserve, Piteira 97— Guia de Compras 98— Dia Positivo

Soundstation 48— Buraka Som Sistema 50— Florence + the Machine 52— Halloween Grande Entrevista 54—59 Ricardo Dourado

w Anne Parii

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(Ml Models)

arq mag . p . c w

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fotografada por Nian Canard com styling de bárbara de ó. Anne com vestido Storytailors.

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PARQ De onde surgiu a ideia de criar um blogue tão pouco convencional como o Linefeed? Michael O blogue nem sempre teve este nome, na verdade ele começou por se chamar Boicozine, há cinco anos atrás. Fui encorajado a começar o meu próprio blogue por Jeremy Leslie, responsável pelo blogue magculture.com. Desde que comecei com o Boicozine que este tem vindo a ser mencionado em numerosas revistas de design mundial, a Print e a Creative Review são um exemplo disso. Nesta altura, foi inevitável criar uma versão impressa do Boicozine, daí surgiu a LineRead, revista presente no Walker Art Centre, na exposição Graphic Design: Now in Production.

pessoas até ao meu blogue. Sendo assim, a popularidade tem vindo em ondas, embora nunca me tenha interessado em torná-lo popular. Só queria atingir o gosto das pessoas e tentar preencher certas falhas que existiam. PARQ Porque escolheu fazer críticas em vídeo em vez de críticas escritas? E porquê a opção de não mostra a sua cara nos vídeos? Michael Comecei por escrever críticas mas achei que fazer vídeos era na verdade muito mais rápido. Era também algo que não via muita gente fazer, o que me entusiasmou. A opção de não mostrar a cara, devo de confessar que se deve ao facto de ser um pouco envergonhado. PARQ Qual foi o critério usado na escolha de um número limitado de revistas dentro de um tão vasto grupo de revistas mundiais? www.linefeed.me

Michael Sempre tentei encontrar

T — Marta Ferreira

F — Javier Arce

revistas que muita gente ainda não tenha visto ou que são difíceis de encontrar, mas também me agrada quando uma revista dita “normal” é misturada no grupo das revistas

De desconhecido designer gráfico, Michael Bojkowski passou a nome de referência no mundo cibernético, projecção reconhecida através do blogue vanguardista Linefeed. Fazendo vídeos onde mostra aquelas que considera ser as melhores revistas de design mundial, Michael já citou por diversas vezes o nome da PARQ, sendo um dos mais importantes responsáveis pela divulgação internacional da revista. Depois de tão importante reconhecimento, a PARQ não podia deixar de entrar em contacto com Michael.

PARQ Não estava receoso de que ninguém recebesse abertamente o blogue, uma vez que se tratava de um público anónimo? Michael O blogging tem mudado bastante nestes cinco anos. Voltando atrás, foi um pouco único o facto de um designer

escrever sobre design de forma informal. Agora temos bastantes pessoas que consultam o blogue simplesmente porque procuram imagens de projectos de design. Com o Tumblr e o Twitter, muitas conversas que eram tidas sobre blogues acabaram por conduzir as

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www. parqmag. com

mais raras, um gosto que não sei explicar. Muita gente vê as revistas como algo efémero, que se compra e deita fora, mas para mim elas são como um tesouro, e eu gosto de descobrir tesouros escondidos.



T — Marta Ferreira

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Considerado um dos grandes prodígios do scratch em Portugal, DJ Ride prepara-se para lançar um novo projecto que já criou uma grande expectativa nos seguidores do seu trabalho. A PARQ falou com ele e conta-lhe em primeira mão o que aí vem.

F — Sérgio Santos

PARQ Em primeiro lugar, como é que tudo começou? DjRIDE Em minha casa sempre se ouviu muita música. Cheguei a

frequentar aulas de música, teoria musical e teclados nas Caldas da Rainha, mas como me divertia mais com o computador, desisti e arranjei um part-time para poder comprar o meu primeiro giradiscos e uma mesa de mistura. A partir do momento em que entrei em campeonatos de scratch, ganhei mais visibilidade e aí começaram a surgir os convites. Gravei o meu primeiro álbum, Turntable Food, depois de ter vencido o campeonato nacional. O cd entrou na lista dos melhores álbuns do ano e foi com o single Come take the ride, com Margarida Pinto, que ganhei bastante airplay. Nesta altura, foi inevitável investir no clubbing e no deejaying mais convencional, embora nunca tenha esquecido o scratch.

PARQ

Até agora, o que já alcançaste? DjRIDE Tenho 5 edições em nome próprio – 3 cds e 2 vinis, os primeiros vinis de scratch portugueses. Fui 5 vezes campeão nacional de scratch e sou, juntamente com o Stereossauro, da dupla BeatBombers, vice-campeão do mundo de scratch. Mas como não desistimos de ganhar o primeiro lugar, este ano voltamos a entrar em campeonatos. O meu maior desejo é poder continuar a fazer aquilo

que faço: dj sets, colaborações com bandas, produção em estúdio e os meus programas de rádio. PARQ Como foi passar pelos maiores festivais de música portugueses? DjRIDE Tenho notado que as mentalidades estão a mudar e que há maior procura por sons e estilos mais alternativos. De todos os festivais em que já actuei, não posso deixar de ressaltar o Sudoeste. Fiz um live act com músicas da minha autoria e um dj set em que passei hip hop, funk, dubstep, drum and bass e algumas partes só com scratch. Não estava à espera que corresse tão bem mas superou todas as minhas expectativas e, ainda hoje, passado um ano e meio, continuo a receber comentários dessa noite. Abriu-me, sem dúvida, muitas portas. PARQ Em breve, poderemos contar com um novo projecto. Fala-nos sobre ele. DjRIDE Em 2012, vou lançar um novo álbum, que contará com mais participações vocais e com um espectro de sons mais alargado, com hip hop, soul, funk e dubstep. Life in Loops é o nome deste novo álbum que expressa o meu estilo de vida enquanto músico e dj, rodeado pelos meus amigos. Estou, igualmente, a preparar um grande projecto de video scratch que consiste em usar uma nova tecnologia com o sistema Serato que vai permitir o controlo de vídeos em tempo real com vinis que têm um time code interpretado pelo computador. Ou seja, vou poder fazer scratch em tempo real em qualquer vídeo, algo nunca antes visto. Ao mesmo tempo que manipulo o vinil há sempre uma imagem ou um vídeo associado. Este projecto está a ser realizado pelo Gonçalo L. Santos, que nos tem acompanhado fazendo os vídeos das actuações ao vivo dos BeatBombers. O novo álbum e o video scratch são os meus dois grandes projectos mas, além disso, os BeatBombers contam também com novo material e, claro está, as pessoas poderão sempre ir ouvir-me no MusicBox, nas Rockit Nights.

www.djride.com

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casaco PÉ De CHUMBO no Espaço B, sapato em cunha PUMA by HUSSEIN CHALAYAN, ténis PUMA by ALEXANDER MCQUEEN, pala ADIDAS by STELLA MCCARTNEY, perfume ARMANI CODE, base e blush DIOR, vodka ABSOLUT MODE, relógio DIESEL, óculos D&G, vaso com flor AREA, carteiras e chapéu FURLA,

foto — Marcos Sobral

modelos — André Ferreira e Inês Gomes Direito (ML Agency) ténis CONVERSE by MARIMEKKO, botas CAT, ADIDAS e HUNTER. Inês tem um notebook ASUS e veste camisa ZARA, saia EIGHT SIN, colar UTERQUE, sapatos FRED PERRY, óculos RAY BAN, relógio NIXON.

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capacete LOVE HELMETS na Barbour, máquina fotográfica SAMSUNG, saco de viagem MARC by MARC JACOBS, pasta LONGCHAMP, caixa AREA, ténis KSWISS, relógios DIESEL, DIESEL, TW STELL, perfume GEORGIO ARMANI, ténis FRED PERRY, cinzeiro BALVI no Espaço B, headphones NIXON,

make-up — Alex Me para Ar Atelier hair — Daniela Reis para Ar Atelier

styling — Marta Fonseca ass. styling — Mafalda Vieira de Campos dossier AREA, chapéu ELEMENT, gravata MESSAGERIE no Espaço B, botas CAMPER. André tem um laptop da ASUS e veste um casaco KR3W na Tribal Urbano, camisa e calças KRIS VAN ASSCHE no Espaço B, ténis LE COQ SPORTIF. Hallway preto HULSTA 4.247€, mesa de apoio ROLF BENZ 1.056€, cadeirão com rodas e pele preta REFLEX 4.096€, tudo na Interforma. 09


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mesas: jeans INSIGHT e ténis CONVERSE, calças LEVIS e ténis HAVAIANAS, calças 55DSL e DIESEL, saco de viagem EL GANSO, sapato vela LACOSTE, sweat LACOSTE LIVE, ténis NIKE SPORTSWEAR e LE COQ SPORTIF. chão: ténis SUPRA e skate na Tribal Urbano, bota outdoor MERRELL, capa de laptop

foto — Marcos Sobral

modelos — André Ferreira e Inês Gomes Direito (ML Agency)

MARC by MARC JACOBS, perfumes DIESEL, óculos TOMMY HILFIGER e GUCCI, relógio NIXON e ADIDAS. André veste polo FRED PERRY, calças LEVIS, ténis ONITSUKA TIGER na Sneakers Delight, headphones NIXON, óculos MYKITA na André Opticas. Mesas altas de bar TONON 1.090€, mesa de centro branca NOW TIME 381€, jarra azul em murano canelado na Interforma 889€. 10


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carteira FURLA, dois ténis ONITSUKA TIGER na Sneakers Delight, ténis ADIDAS, mocassin SPERRY, cinzeiro AREA, luvas GANT, sapatos FLY LONDON, botas GOLDMUD. mesa: sapatos de salto alto REPLAY, garrafa de DRAMBUIE 15 anos, óculos amarelos VON ZIPPER. troncos: perfume SAHARIENNE da YSL, óculos UTERQUE, necessaire LONGCHAMP, perfume RALPH LAUREN e botin REPETTO. cabide : cinto MALENE BIRGER, carteira COACH, carteira MARC

make-up — Alex Me para Ar Atelier hair — Daniela Reis para Ar Atelier

styling — Marta Fonseca ass. styling — Mafalda Vieira de Campos

by MARC JACOBS. cabide : chapéu UTERQUE, óculos de ski VON ZIPPER, carteira MASSIMO DUTTI, cinto MALENE BIRGER. Inês veste camisa ZARA, calças MASSIMO DUTTI, sapatos REPETTO, anel, colar e pulseira UTERQUE, relógio NIXON, óculos de sol vintage da RODENSTOCK na André Opticas. Cadeira laranja da TONON 494€, mesa da TONON 351€, troncos da BOA SAFRA 75€, cabides em madeira Interforma 532€. Tudo na Interforma. 11


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Gil Heitor Cortesão expõe os seus últimos trabalhos na Galeria Pedro Cera, um conjunto constituído por quadros que se estendem lado a lado formando um friso que amplia o sentido panorâmico da imagem de uma floresta. Intitulado Wallpaper, é um conjunto de troncos vistos a partir da orla

até 15.11.2011 Galeria Pedro cera rua do patrocínio, 67 E lisboa

de uma floresta que se estende de forma serial. É uma obra em que a técnica, o processo de trabalho e a sua relação com a pintura revelam um ponto de maturidade, até agora, não alcançado pelo artista. Para isso, contribui um evidente desprendimento dos aspectos anedóticos figurativos, tal como dos narrativos, que se possam constituir em torno das imagens, prevalecendo a matéria e o lado oficinal de pintar. Tudo é muito mais simples já que se estabelece um padrão que se repete e encontra a diversidade no processo de aplicação da

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cor. As sobreposições deixam evidentes cores dominantes em cada segmento —quadro— dessa paisagem panorâmica que vai de uma escala cromática mais quente para tons mais frios. Por isso, no contexto panorâmico, cada quadro vive de uma vibração que se estabelece no percurso da repetição, onde acidentes se sucedem estabelecendo diferenças mínimas dos restantes. De certa forma, aproxima-se do padrão da vida em que o ADN é responsável por um programa que acontece segundo as circunstâncias envolventes do tempo e do espaço tornando-o, de cada vez, singular e único. Por essa razão, podíamos ver nestas recentes obras uma perspectiva de arte enquanto repetição da natureza. Ainda que os padrões e gestos repetidos sejam evidentes, ganham aqui destaque os acidentes que mantêm o nosso nível de atenção com o mesmo encantamento com que olhamos a diversidade da natureza. Nesse caso, a variação cromática induz‑nos para o efeito da passagem

T — Francisco Vaz Fernandes

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do tempo, também vivido no interior do atelier, pleno de vontades de mudança. Curiosamente, esta relação com a natureza e o próprio formato panorâmico não deixa de criar alguma aproximação a alguns ícones da pintura ocidental, como é o caso dos nenúfares de Monet na Orangerie ou, mais recentemente, Untitled (Say Goodbye, Catullus, to the Shores of Asia Minor) que Cy Tombly criou para a Bienal de Veneza (1994). Em ambos os casos, a matéria de que se faz a pintura sobrepõe-se à representação, atingindo um nível de abstracção que parece ser agora o caminho de Gil Heitor Cortesão.


www.lecoqsportif.com

Portugal Sul: Trav. Jose Antonio Pereira, 6-1. / À Av. 24 Julho, 82. 1200-669 Lisboa TLM 919 991557 - fbeu@lecoqsportif.com

Portugal Norte: Electro Ceramica do Candal Rua 28 de Janeiro Nº 350 – 4400-335 Vila nova de Gaia TLM: 916113135 - rfonseca@lecoqsportif.com


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o mundo, o jovem artista cria ainda instalações e é o fundador das famosas B.Y.O.B (Bring Your Own Beamer) nights. Começou descomprometidamente a criar na Web e já viu o seu nome impresso nas revistas Interview, Vogue Italia, Dazed & Confused, Wired, na japonesa +81, nos jornais La

T — Diana de Nóbrega

Rafaël Rozendaal contraria a noção geral de que a arte plástica existe apenas na matéria. O artista holandês de raízes brasileiras utiliza a internet como a sua tela (a que todos têm acesso)e como plataforma para dar vida às suas ideias. O

www.newrafael.com seu website, que regista uma média de 12 milhões de visitas por ano, apresenta uma extensa colecção de peças interactivas que repetem as mesmas acções vezes sem conta: websites que não contêm qualquer informação, mas antes formas e cores que se

situam entre cartoons animados e pinturas. E que podem ser comprados por coleccionadores que aceitem partilhar as suas aquisições com o mundo. Além do inconformismo que imprime nos diversos projectos que desenvolve um pouco por todo

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Reppublica, Parool, O Globo e agora na revista PARQ. O seu trabalho esteve em exposição em Atenas, Tóquio, Berlim, Nova Iorque, Londres e em muitas outras capitais. Virtualmente, está em todo o lado.


www.lecoqsportif.com

Portugal Sul: Trav. Jose Antonio Pereira, 6-1. / À Av. 24 Julho, 82. 1200-669 Lisboa TLM 919 991557 - fbeu@lecoqsportif.com

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Carsten Holler, um dos mais reputados artistas belgas saídos dos anos 90, reúne grande parte da sua obra no New Museum, em Nova Iorque. Residente em Estocolmo, este artista estudou Biologia em Portugal durante um ano, um detalhe que não é de menor importância porque no momento em que o jovem Holler quis passar para o mundo da arte integrou muito da sua experiência científica. O seu objectivo inicial foi trazer ao público da arte a experiência da observação, levando a outras perspectivas da realidade, muitas vezes através de instrumentos que ele próprio criava. O intuito Mirror Carousel, Carsten Holler, 2005.

T — Francisco Vaz Fernandes

DividedDivided, Carsten Holler, 2010.

Valerio I, Carsten Holler, 1998.

Aquarium, Carsten Holler, 1996.

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era criar novas experiências sensoriais fazendo com que a arte fosse, no essencial, um processo de conhecimento. Progressivamente, o seu trabalho foi ganhando uma dimensão utópica que foi tendo como ponto de chegada uma vontade de fazer o espectador retroceder até à infância proporcionando-lhe uma espécie de parque infantil libertador. Por todos estes motivos, esta retrospectiva que reúne grande parte dos seus trabalhos, não poderia deixar de se chamar Experience. Um dos mais emocionantes é, sem dúvida, um escorrega em forma de túnel que atravessa vários andares. O original, instalado no Kunst Weke de Berlim, não só atravessava vários andares como, inclusivamente, saía por uma janela e entrava por outra do andar inferior.


SAGATEX, LDA – Tel: +351 22 5089160 – sagatex@net.novis.pt


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T — Maria São Miguel

www.adrem.uk.com/ dreamspace/

Marie ERR, acrílico sobre madeira A Mortar&Pestle Studio, empresa de design inglesa mas com sangue lusitano à mistura, reuniu na Dreamspace Gallery, em Londres, 30 artistas emergentes na qual se incluíam quatro criativos portugueses —José Macena, Marie Eerr, João Fazenda e Maria Imaginário. A mostra Celebrating September propunha que cada um deles produzisse um poster evocativo a uma data de Setembro com o objectivo de criar um calendário colectivo.

Leterme Dowling, serigrafia

www.boasafra.pt I Trama Long Chair de Nuno Caniça, para Boa Safra 2011. Boa Safra é um conceito nacional que se vem impondo no mercado e que reúne uma diversidade de projectos de marcas e de designers portugueses oferecendo tudo o que uma casa pode precisar, desde os sofás à iluminação. Tendo um principio forte por detrás eregendo-se por valores

www.interforma.com.pt

de design ecológico para a casa, a Boa Safra tem uma excelente distribuição que pode chegar a um marcado mais vasto e fazer vingar o design nacional. Para já, contam com um poderoso aliado, a Interforma, um espaço de referência que assegura os pontos de venda. A colheita de 2011, que significa

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todos os projectos dos diversos designers viáveis que entraram em produção, já estão em exposição e à venda e começam a reunir-se os projectos de 2012, desta vez muito direccionados a jovens designers. Em breve, daremos a conhecer o regulamento do concurso.


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www.cutfurniture.com

Em Outubro, a reboque da Experimenta Design, pudemos ver uma quantidade significativa de designers a organizarem-se e a apresentarem as suas novas criações no âmbito dos Projectos Tangenciais. Entre eles, gostaríamos de destacar a Cut Furniture, da designer Marina Costa e Silva que, em 2009, foi vencedora da primeira edição do Prémio Nacional das Indústrias criativas, apresentando o projecto que esteve agora exposto pela primeira vez em Portugal na Design Store BCT, em Lisboa

Construído a partir de placas de Valchronat (um aglomerado de fibras de madeira ecológica de origem holandesa), a colecção é constituída por cinco peças: mesa, cadeira, cadeirão, mesa de café e banco. Totalmente cortadas a laser, as peças de cada um dos componentes são montadas como legos, através de encaixes simples ao alcance de qualquer um, sem recurso a ferraments ou parafusos. Montar e desmontar, minimizar o espaço e transportar, tornam-se operação simples. A originalidade deste projecto reside, obviamente, no sistema de encaixe, na simplicidade das formas e na funcionalidade aliadas a um elevado sentido estético que produz um efeito de frescura que falta muitas vezes ao design. Por tudo isso, Marina Costa e Silva, residente em Leiria, foi o elemento surpresa desta edição da Experimenta Design.

T — Francisco Vaz Fernandes

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Design store bct praça do príncipe real, 20 lisboa


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www.soyfriends.com

T — Júlio Dolbeth

Rui Tenreiro, ilustrador moçambicano, vive actualmente em Estocolmo, onde desenvolve o seu trabalho em várias áreas: ilustração, edição, curadoria, cerâmica, gravura, escrita, direcção artística e vídeo. Para além das diversas encomendas e das colaborações, onde se destacam o jornal inglês The Guardian, a editora Nobrow,

a compilação impressa do blogue It´s Nice That, Varoom e da revista Dazed and Confused, Rui Tenreiro foi ainda responsável pela editora Soyfriends fundada em 2005 (e infelizmente extinta), dando origem a novos projectos. A primeira impressão que temos das suas imagens é a fantástica carga poética que transportam, não apenas pela subtileza do desenho irrepreensível mas, também, pela contenção de texto com o qual as suas imagens nos contam estórias. Apesar da depuração na escolha das palavras, o texto é fundamental para o seu trabalho, construindo lado a lado com as imagens, as suas próprias narrativas. Do seu trabalho recente, destacamos A Celebração, livro já publicado em vários países, com edição em versão portuguesa para breve, a cargo da editora brasileira A Bolha Editora.

até 02.11.2011 Dama aflita rua da picaria, 84 porto

procuram responder ao desafio de representação de algumas peças ícones de conhecidas marcas de moda propostas por Marco Ley. A par disso, apresenta um painel constituído por um conjunto de desenhos de pequenas dimensões onde representa, a traço simples, os

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fantasmas de grandes nomes da história da humanidade. A simplicidade desses desenhos vem complementar e contrastar trabalhos mais antigos que eram elaborados e detalhados que, a par do imaginário gore, tem sido uma das identidades do grupo.

T — Francisco Vaz Fernandes

O colectivo criativo nascido no faroeste europeu constituido por José Cardoso e Apolinário, por quem estamos sempre a torçer, volta a expor na Dama Aflita, no Porto. Agora em colaboração com a Round Square, o colectivo apresentou um conjunto de toys que



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T — Carolina Ferreira

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Skin

Nato

O P-06 tem contribuído para o desenvolvimento do design de ambientes em Portugal, com o objectivo de que este seja reconhecido enquanto veículo de transformação social. Sensibilidade e metodologia são essenciais na construção da identidade de um espaço e nisso o atelier merece destaque, ao conceber intervenções que reflectem uma eficaz relação entre o design e a arquitectura.

Situada numa zona privilegiada de Lisboa, no Chiado, a loja MK2 surgiu neste local há 4 anos a partir de uma parceria de Miguel Silva com Homero Bettencourt. Trata-se de um espaço único, alternativo, de aprendizagem, música e cultura com soluções para Djs e produtores. Disponibilizam a venda de equipamentos electrónicos, o aluguer de sala para gravações, de treinos e de equipamentos para eventos e workshops. Têm como grande

referência a formação de Djs, produção musical e toda a instalação áudio e aluguer de equipamentos em eventos, como a tenda electrónica do Rock in Rio. Recentemente, a loja abriu‑se para outros públicos como um espaço inovador, dinâmico e usado para várias funções como lançamentos, showrooms, exposições e cocktails na área da moda da arte e da cultura para marcas como Louis Vuitton, Custo Barcelona e Marc Jacobs.

MK2 rua das flores, 41-43 chiado-bairro alto lisboa

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www.mk2.pt

T — Joana Guedes

www. parqmag. com

Nome estranho, explicação simples: P-06 Atelier resume‑se na contracção das palavras "Projecto de 2006", um atelier que tem Nuno Gusmão, Pedro Anjos, Estela Estanislau e Catarina Carreira como mentores. Empenho, qualidade e profissionalismo distinguem este atelier, actual vencedor do Grand Prix, importante prémio de design mundial. SKIN foi o trabalho premiado, um projecto em colaboração com o arquitecto João Luís Carrilho da Graça.



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T — Francisco Vaz Fernandes O Groninger Museum, na Holanda, expõe a maior retrospectiva de sempre dos Studio Job. Até ao dia 4 de Março, podemos encontrar as primeiras experiências da dupla constituída pelos belgas Job Smeets (1970) e Nynke Tynagel (1977), assim como as grandes instalações e encomendas criadas para as principais marcas de design. Considerados, unanimente, como um dos ateliers de design mais influentes da actualidade, a sua

www.studiojob.be

Silverware, 2007, Bisazza

Oxidized, 2003 reputação deve-se ao contributo que deram para uma redefinição dos limites design, ultrapassando as suas fronteiras. Primeiro, libertando‑se da imagem cool e dos materiais pobres que fizeram a reputação da geração anterior, dominada por holandeses. Depois, afrontando o fantasma do elemento decorativo residual no design e ampliando-o. Desta forma, conseguiram responder à apetência de um mercado emergente de coleccionadores de design que procuram objectos únicos e caros. Exemplo disso, mencionamos o grande globo terrestre cravejado de cristais

Swarovski. Aqui, como em muitos dos seus projectos, há um processo de reconversão de objectos vernaculares que, através de revestimentos nobres ou de mudanças de escalas, ganham uma nova percepção, em geral grandiosa. Tudo isto faz com que as peças dos Studio Job estejam muito mais perto do que podemos entender por uma obra de arte.

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Globe, 2008, Swarovski


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Homework, 2007

Job Lounge, 2007

Rock Table, 2002

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T — Inês Monteiro O novo filme de Roman Polanski integra a programação do Lisbon & Estoril Film Festival’11 e chega às nossas salas a 29 de Dezembro. Adaptado da premiada peça God of Carnage (2006), da francesa Yasmina Reza, coloca em confronto directo dois casais nova iorquinos —Kate Winslet e Christoph Waltz, Jodie

De palco em palco, a música mexe na cidade. É este o mote do Vodafone Mexefest que, nos dias 2 e 3 de Dezembro, traz à Avenida da Liberdade alguns dos nomes mais sonantes da cena indie-rock e electrónica. Apesar de uma forte aposta nos talentos portugueses, o festival vai cruzar mais de 30 projectos nacionais e estrangeiros, colocando lado a lado artistas que arrastam multidões com ilustres desconhecidos nas já habituais salas do Cinema São Jorge, Teatro Tivoli, Cabaret Maxime ou noutras mais invulgares como a Sociedade de Geografia de Lisboa ou a Casa do

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Foster e John C. Reilly— reunidos numa sala de estar, em Brooklyn, para resolver um desentendimento entre os filhos. O diálogo começa por ser civilizado, como manda a boa educação da classe média‑alta, mas não tarda a que as palavras gelem e sejam usadas como punhais, numa luta de adultos que traz frustrações

Alentejo. Os fãs poderão deslizar pela principal avenida da capital para assistir a um impressionante alinhamento de concertos de James Blake, Toro Y Moi, Spank Rock,

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e preconceitos para cima da mesa. Passado em tempo real, num espaço circunscrito, explora as fragilidades e as máscaras inerentes à condição humana, bem como os limites da claustrofobia —e Polanski é exímio a filmar interiores, basta lembrar Repulsion, Rosemery’s Baby ou The Tenant. Última grande estreia do ano.

Bebe, Junior Boys, Handsome Furs, Lindstrøm, Oh Land, Josh T Pearson, When The Saints Go Machine, Beat Connection, Eleanor Friedberger, S.C.U.M, Paus, Doismileoito, Old Jerusalem, We Trust, Aquaparque, You Can´t Win Charlie Brown, Capitão Fausto, EMA, Fanfarlo, Asterisco Cardinal Bomba Caveira, Algodão, Julie & The Carjackers ou Filho da Mãe, entre outros. A dica está dada, põe-te a mexer! O passe tem o preço único de 40€. T — Pedro Lima

www.vodafonemexefest.com

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“Para aqueles que conhecem o meu trabalho de hoje, deve ser difícil de acreditar que tudo começou com um clarinete e um solfejo”. É realmente difícil de crer mas foi assim que tudo começou para Gallak, o alter-ego musical de Nicholas Vallechi. A viragem da música clássica para outras sonoridades deuse na adolescência, quando Gallak se começa a interessar pelo rock e pela música electrónica, tendo integrado várias bandas como cantor e instrumentista. Foi fazendo o seu “estágio” como Dj em vários bares do Bairro Alto, tendo depois sido convidado pelo Grupo Fiéis a integrar a sua equipa, como Dj residente

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num dos seus espaços. E assim nasce o projecto Gallak, cujo nome vem da alcunha que Vallechi ganhou à conta de não gostar de ir à praia. Como diz o próprio, “sempre tive interesses

um pouco diferentes da minha geração”, e daí fez a conexão com o seu som. E sim, quando falamos de Gallak é ao chocolate branco que nos referimos. Gallak integra hoje também o Rooster da Match Your Sound / Match Attack e encontra-se em Londres “para aprofundar os seus conhecimentos” e porque persegue um reconhecimento internacional que espera conseguir, não só por interesse pessoal mas pelo interesse de representar Portugal no Mundo e mostrar que, com trabalho, qualquer artista nacional poderá estar ao nível dos melhores artistas internacionais. “Eu acredito”, diz Gallak. Nós também. gorro Pepe Jeans, casaco Nike Sportswear Away Game Destroyer, cardigan Nike Sportswear Drop Back Cardigan, tshirt Nike Sportswear Where the F Tee, jeans Sublime Pepe Jeans, ténis Nike Sportswear Hyp Air Force1 + casaco Nike Sportswear Fused Windrunner, tshirt Nike Sportswear Where the F Tee, ténis Nike Sportswear Hyp Air Force1

F — Nian Canard / ass. F — Maria Gillies / S — Ivan Martins / T — Andreia Nunes

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T — Margarida Brito Paes

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Ainda de ressaca da ModaLisboa chegamos ao Porto para mais dias de moda intensivos. O Portugal Fashion começou no dia 20 de Outubro e à semelhança do que aconteceu na capital também mostrou muitos novos talentos concentrados na plataforma Bloom, que tem como objectivo ser uma rampa de lançamento para designers no início de carreira. Entre muitos, destacamos Margarida Gentil da Faculdade de Arquitectura de Lisboa, convidada que repete pela segunda vez a sua presença neste evento. Depois de ter trabalhado com Ricardo Preto durante

um ano e de ter acabado a licenciatura em Design de Moda, Margarida Gentil rumou para o Porto a fim de se formar na área têxtil, pois um dos seus objectivos é criar roupa com bases têxteis próprias e exclusivamente suas. E já nesta colecção de Primavera/Verão inovou nos materiais, utilizado como base da colecção um novo acabamento têxtil que tem vindo a ser muito desenvolvido em Portugal conhecido como “pele

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de cortiça”. Proveniente do sobreiro, a cortiça é caracterizada pela sua estabilidade térmica e até acústica. Como a própria revelou, “inspirei-me nestas propriedades e no aspecto quase exótico e juntei tecidos com um brilho fresco e musselines fluidas”. Tendo como influências Nicolas Guesquiere, Marc Jacobs e Miuccia Prada, esta jovem designer ainda não sabe o que o futuro lhe reserva mas acredita que o caminho a seguir passa por “trabalhar para uma marca, para aprender mais mas, ao mesmo tempo, ir investindo na minha própria marca, talvez com venda online de peças.”


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Pela primeira vez no espaço Bloom do Portugal Fashion, convidada por Miguel Flor, Andreia Lexim, recém-formada pela Escola de Arquitectura de Lisboa, apresentou uma colecção inspirada na filosofia budista. Segundo a criadora, “tudo o que existe é interpretado como interdependente e inseparável de outros elementos, daí ter decidido pegar no traje budista e dar-lhe uma nova interpretação, inspirando‑me no corte, nos drapeados e nas cores

tradicionais”. Esta designer, que gosta de explorar formas arquitectónicas mas, ainda assim, fluídas, desenha roupas para as pessoas vestirem no seu quotidiano. “Faço-o naturalmente, no entanto, não excluo outras hipóteses, acho que enquanto criadores devemos explorar todas as possibilidades e tudo pode ser

objecto de inspiração”. Depois de ter acabado a licenciatura, estagiou com Lidija Kolovrat e no atelier de figurinos de Cristina Lima, duas experiências que a fizeram crescer enquanto designer. Quanto ao futuro, ainda está tudo em aberto, afinal, o seu percurso na moda é relativamente curto e recente.

T — Margarida Brito Paes

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Poucos marcas estão tão associadas à identidade de um país como a Le Coq Sportif, a começar pelo seu próprio logotipo, um galo, um dos símbolos da França republicana. A marca nasceu em 1920 com disposição de produzir artigos de desporto, concorrendo com marcas inglesas, mas é a partir dos anos 50 que começa a equipar as selecções francesas no Tour de France (1951) e no futebol (1955), começando então a estabelecer-se esta osmose entre a marca e a nação Nos anos 80, através de Yanik Noah, no ténis, o galo atinge o seu auge de prestígio que viria a cair abruptamente nos anos 90. Por isso, no dobrar do século quando volta à ribalta, olhou para o seu longo passado e trouxe modelos que estavam em arquivo, constituindo-se como uma das primeiras empresas a apostar num look retro para um mercado que procura peças vintage. Actualmente, tem a particularidade de ser uma das poucas marcas que tem criado roupa inspirada no mundo do ciclismo, onde o seu arquivo em torno da Volta à França é vasta, trazendo para o street wear peças de grande originalidade. Além do ciclismo, a Le Coq Sportif recria peças inspiradas no ténis e no futebol, modalidades que pertencem igualmente ao seu ADN.

T — Maria São Miguel

www.lecoqsportif.com

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T — Margarida Brito Paes

Quando o tempo fica frio e as nuvens tapam o céu azul para dar as boas vindas às cores cinzentas do Inverno, nada melhor do que uma camisola de lã de cor viva para alegrar o dia. A marca que sabe isto melhor do que todas é a Benetton, especialista em malhas e em cores que não deixam ninguém ter uma estação cinzenta! Para este ano, a marca preparou uma colecção divertida que nos desafia a misturar cores e materiais em várias camadas de roupa. www.benetton.com

O denim continua a marcar presença nas colecções da Eastpak. Depois dos modelos em degradé deste Verão, para a nova estação a marca de streetwear aposta em versões com efeito riscado e outras com manchas de lixívia. T — Maria São Miguel

www.eastpak.com

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T — Joana Guedes

A marca de joalharia nova-iorquina Bing Bang, de Anna Sheffield, juntou-se à marca sueca WeSC para criar uma colecção arrojada, irreverente e única, para homem e mulher. Esta colecção, com influências claras no estilo de rua, foi buscar a sua inspiração às ruas de Nova Iorque, não deixando de parte o movimento punk, bem como algumas referências vitorianas. Esta nova colaboração inclui colares, pendentes, pulseiras, auscultadores, anéis e muitos outros acessórios.


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T — Andreia Nunes A marca sueca Björn Borg lança agora a linha de underwear Love All Lace, da qual fazem parte os modelos string e hotpant. Em cores vivas, com um corte perfeito e inteiramente em renda, a colecção combina conforto com modernidade, o que se reflecte também nas suas embalagens, inspiradas em caixas de pó de arroz e pincéis de blush. O modelo hotpant está disponível por 12,90€ e o string por 11,90€.

Mexico 66 Dress

Wasen

110 €

KOHAKU

100 €

110 €

T — Maria São Miguel O território dos sneakers é cada vez mais um espaço elástico que procura responder às necessidades de um público urbano que quer criatividade e inovação e ao qual a Onitsuka Tiger nunca tem cessado de responder. Os modelos híbridos

têm crescido dentro da marca, como o Mexico 66 Dress, que é, basicamente, o modelo clássico Mexico com um biqueira redonda e uma sola larga que sai do perfil do corpo, transformando-​​se num sapato tradicional. O Kokaku tem por base um

modelo de basquetebol e representa uma fusão entre umas botas de Inverno e o calçado mais informal. Com um design de aspecto robusto, uma aparência simples e minimal e o logótipo do tigre na zona do tornozelo, destaca‑se com facilidade dos

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restantes modelos. Entre os híbridos destacamos ainda o Wasen, inspirado nos sapatos de vela que também é um exemplo bem conseguido em termos de originalidade.


Catarina Marques Levi's Demi Curve , Gabriela Gonzaga Levi's Bold Curve e Marta Cunha Levi's Slight Curve

F — Perou

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“Espelho Meu, espelho Meu, qual é a Minha Curve ID?” Este foi o slogan da campanha da LEVI’S que procurou 3 mulheres para representar as curvas portuguesas em Barcelona. Marta Cunha, Catarina Marques e Gabriela

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more you get.” A PARQ falou com as vencedoras, que contam agora como foi a experiência. Para Marta, só com a chegada a Barcelona é que teve consciência de que estava a viver um sonho antigo, cujo resultado diz ter sido um sucesso. Opinião partilhada

Na opinião de Marta, a sessão com o fotógrafo Perou foi o auge, mas também foi delicioso ver tanta gente diferente a usar os modelos Levi's ID. Catarina encara a acção no seu todo: do casting, à sessão fotográfica, passando pelo contacto com

T — Marta Ferreira

Gabriela Gonzaga, Catarina Marques e Marta Cunha, com Perou

Gonzaga foram as escolhidas e tiveram a oportunidade única de fotografar com Perou, reconhecido fotógrafo que confessou estar muito entusiasmado com o projecto, tendo deixado uma dica: “Relax. Have fun. The more you give the

por Catarina, que acrescenta ter sido um orgulho representar a marca e as mulheres portuguesas. Já Gabriela diz ter sido uma grande honra e, por isso mesmo, tentou dar o seu melhor para demonstrar aos júris do casting que tinham feito uma boa escolha. www.levis.com/

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pessoas do mundo da moda, foi uma experiência única, onde aprendeu e se divertiu imenso. A mesma opinião teve Gabriela, para quem tudo foi relevante, afinal queria aproveitar a oportunidade que a LEVI’S lhe tinha oferecido.


A Bench é uma marca inglesa que dita as tendências da moda no campo do streetwear. Para este Inverno, destacamos as peças com inspiração no grunge e na cultura rave dos anos 80. Ou seja, dois opostos que aqui se tornam

complementares. Por um lado, temos as cores escuras, os quadrados e, por outro, cores fortes e elementos gráficos coloridos. Destacamos os casacos tipo militar com pêlo e as calças carrot como elementos‑chave da colecção.

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A Levi's lança uma nova Capsule Collection de jeans monocromáticos para rapazes que gostam de calças de ganga simples e estilizadas ao mesmo tempo. Ou seja, um denim de cores puras, sem efeitos de lavagens, desenhados para projectar um look moderno e alternativo. São 4 os tipos de fits que formam a gama Monochrome, desde o mais slim ao mais recto. Estão disponíveis numa paleta de tons escuros que inclui pretos, cinzentos e índigos. A nova colecção-cápsula criada para conseguir um look descontraído, fácil e minimal oferece os jeans ideais para qualquer situação.

Baretto A Creative Recreation nasceu em 2002 em Orange, na Califórnia, em plena época da explosão da sneaker culture. O seu objectivo era trazer a cultura do skate para o patamar moda. A marca procurava,

precisamente, sair do terreno técnico e do visual desportivo, propondo à comunidade urbana californiana pósadolescente modelos vistosos com materiais premium. Cesario, o modelo de partida que conjugava um rasto de

T — Maria São Miguel

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Cesario Lo sapato de skate que evoluia no topo para um sapato de basquetebol, garantiu o sucesso da Creative Creation. O mercado pedia um sneaker de estilo híbrido associado a uma certa ideia de luxo e de moda. Este elemento híbrido

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prevaleceu, desde então, como identidade da marca como é caso do Baretto, a sua mais recente aposta onde, visivelmente, se misturam as referências a um sapato de montanhismo.


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T — Andreia Nunes

A Lacoste convidou o designer norte‑americano Jonathan Adler para uma colaboração especial e limitada. Conhecido pela sua perspectiva happy chic, Adler desenhou para

Willderness

150 €

A festejar os seus 30 anos a Merrell trouxe para esta estação um dos seus primeiros modelos de outdoor que produziu. Notoriamente mais inspirados em

a marca francesa uma colecção de 12 pólos que se distinguem por terem sido completamente cosidos à mão por freiras francesas. O próprio logotipo da marca sofreu um twist, tendo sido, nesta colecção, também

Eagle Origins botas de montanha tanto o Eagle como Solo são construídos com modernos materias waterproof desenvolvido pela Merrell. Para quem gosta das linhas

100 €

Solo Origins

mais exclusivas a marca pediu a Colette (Paris) a mais influente concept store a desenvolver um modelo em conjunto um modelo. Assim nasceu o Wilderness

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cosido directamente sobre o pólo. Pormenores que diferem esta colecção das demais já produzidas pela Lacoste, conferindo‑lhe uma aura de exclusividade e de luxo.

85 €

uma bota ultra-clássica de montanha em que se destacam os atacadores grossos em azul indigo.


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T — Margarida Brito Paes

T — Maria São Miguel

Pelotas Alpine

170 €

E quando falamos de chuva não temos que pensar sempre em galochas, como bem pode provar a camper que adopta uma uma construção de costuras seladas que actua como

Flor, Aleksander Protic, Nuno Gama e Alexandra Moura— a desenvolverem coordenados originais inspirados na nova garrafa Absolut que estiveram expostos no decorrer da 37ª edição da ModaLisboa.

Esta estação, a Burberry trouxe como novidade o rosto de Cara Delevigne e uma colecção marcada por uma única cor… o nude, porque, afinal esta é a cor que nunca passa de moda e que fica bem com tudo.

Peu Pista uma barreira contra a entrada de água. Nesse aspecto o novo modelo Peu Pista é um dos sapatos mais completos desta colecção: oferece protecção contra a água e o frio ao passo que a

150 €

sua palmilha 87 PU (com 87 esferas) garante um amortecimento suave. Já o Mamba, responde com elegância numa versão em bota com um confortável salto alto e uma plataforma

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Por esta razão, a colecção da Burberry é perfeita para todas as ocasiões. E os óculos não deixaram de acompanhar a tendência.

Mamba

150 €

que garante um amortecimento suave. Para quem gosta de grandes clássicos nada como deitar o olho às Pelotas Alpine, uma versão masculina da tecnologia waterproof.

T — Maria São Miguel

Absolut Mode Edition é a nova edição limitada da Absolut que propõe uma garrafa que reflecte o fascinante mundo da moda. Esta edição especial é composta por uma garrafa com 12 faces lapidadas, envoltas por uma faixa de cetim azul profundo, com um texto bordado. A ligação da Absolut com o mundo da moda remonta aos anos 80 e, para assinalar o lançamento desta edição, a Absolut convidou 5 estilistas portugueses —Dino Alves, Miguel


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T — Maria São Miguel

Inspiradas nas últimas tendências do Japão, estas Adidas Originals Blue assumem a silhueta de uma bota urbana com uma parte superior em couro, nas cores da estação. Este mix de detalhes confere‑lhes um look clássico da década de 90.

ousados com materias tecnológicos mantendo o mesmo conforto que os modelos clássicos. Ou seja, nascem aqui grandes possibilidades de se sentir bem e de impressionar.

A Carrera inspira-se na sua própria história e apresenta os icónicos Carrera 86 numa reedição de luxo. Os óculos de sol, em estilo aviador, recuperam os pormenores estilísticos característicos da marca, actualizando-os,

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aliando o conforto e o design. O modelo Carrera 86 está disponível em dourado com lentes amarelas, em paládio com lentes cinza e em dourado ou prateado com lentes castanhas fumadas.

T — Andreia Nunes

Nos últimos anos, a Impetus, marca nacional de underwear masculino, tem lançado uma linha mais jovem que é conhecida simplesmente por Hot. No processo de diferenciação, a marca aposta em modelos


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Esta nova colecção de relógios da Diesel tem como inspiração as antigas mesas de mistura, mantendo assim a marca o interesse pela cultura deejaying venerada por muitos. O preto e a borracha são os elementos predominantes, contrastando com os mostradores amarelos. T — Maria São Miguel

Flight

Gant

As peças metálicas em cor de cobre é uma das tendências que se têm impondo cada vez mais no mundo da moda, relembrando jóias e relógios clássicos dos anos 40. Na colecção da Fossil, encontramos precisamente essa tendência. Para mulher,

a marca apresenta um modelo com mostrador oversize em cor de cobre. Já os masculinos da colecção Gant, acentuam o carácter clássico com as correias de couro castanhas, tal como eram usadas na década de 40.

Roadster, é o 6º lançamento da marca MINI, grupo BMW. Presenteando os seus admiradores com uma versão descapotável do recente Coupé, este é o primeiro automóvel da marca exclusivamente para dois lugares.

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Cooper SD, Cooper S e John Cooper Works, são os vários modelos do Mini Roadster, versão que será lançada em Portugal na Primavera de 2012.


T — Cláudia Gavinho

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Fre sc o, límpido e crepitante, o perfume White Musk for Men é ideal para um homem que procura um aroma inebriante. Este duo contém um gel de banho e uma água de toilette, ambos concebidos para que o aroma perdure ainda mais na pele. Os produtos White Musk for Men contêm ingredientes provenientes do Comércio Justo com as Comunidades, incluindo o mel da Etiópia.

White Musk for Men Gift Duo (White Musk hair and body wash 200ml + eau de toilette 100ml, 23€

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D i a n e V o n Fu r ste n be rg, q ue esteve recentemente em Portugal na Sephora do Chiado para lançar este seu novo perfume, propõe uma fragrância bem feminina à semelhança das suas criações de moda. Diane é um perfume que entrelaça a flor de frangipani e a violeta para um aroma suave, com acentos florais, verdes e amadeirados. O coffret vem com uma eau de parfum e um leite de corpo.

Esta marca de cosmética unissexo reúne os seus melhores produtos num só kit, o Holiday Blockbuster Value Set, perfeito para levar em viagem. Este kit é composto por 5 produtos: um programa anti-idade em 2 etapas que contém uma máscara oxigenante em mousse e um creme esfoliante d e s i n tox i c an te), um serum de clagénio para os olhos, um creme à base de cristais de óxido de magnésio e um creme de acção anti-rugas.

Coffret Diane (eau de parfum 50ml + leite de corpo 100ml), 69€

Kit Holiday Blockbuster (Detoxygen experience 80ml + Dark Circles Away Collagen Eye Serum 2,5ml + Microdermabrasion 50gr + Crease release 3gr), 77€

Onde está a Valentina? É o mote da campanha da nova fragrância lançada por Valentino que tem como protagonista Freja Beha, a fugir da sua própria festa de aniversário para as ruas de Roma. O perfume é

composto por um bouquet de flores orientais e notas de bergamota combinadas com trufas brancas, flor de laranjeira, morango silvestre, cedro e âmbar, um aroma exótico e provocante. O frasco, esse, é absolutamente

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O perfume masculino Core é um verdadeiro cocktail para os sentidos, c om as suas notas boisées e aromáticas que transmitem, simultaneamente, masculinidade e leveza. O gel de duche usa as notas aromáticas da água de toilette para dar frescura e um aroma adicional imediatamente após o banho. Disponível, em exclusivo, na Sephora.

Coffret Core (eau de toilette + gel duche), 39,50€

maravilhoso, digno de figurar num toucador fin-de-siècle.

Valentina de Valentino, eau de parfum 50ml, 72€


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s o u n d s t a t i o n

T — Davide Pinheiro

A festa para além da morte

www.myspace.com/burakasomsistema

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F — Simon Frederik


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Faz agora seis anos que Yah! ater‑ rou no MySpace e o kuduro foi le‑ gitimado. Tudo o que aconteceu posteriormente é um dos capítu‑ los mais importantes da história da música produzida em Portugal e uma tradução prática do pensar e agir globalmente. À partida para Komba, os Buraka Som Sistema tinham o disco cheio de informa‑ ção e, para evitarem um conges‑ tionamento de linhas, refugiaram‑ -se durante quatro semanas em Monchique numa casa com pisci‑ na em que não eram obrigados a trabalhar. "Acho que tivemos que parar um bocadinho, como alguém que deixa de fumar. Era obrigatório sair do nosso ambiente para um sítio onde não se fazia nada", reconhece Lil'John. "Quando estamos em Lisboa, passamos muito tempo

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ou dos Joy Division. A maior parte das pessoas chega aos 70 anos com milhões de arrependimentos. Isto é uma celebração da vida. Tu já sabes que vais morrer por isso aproveita!", incita Lil'John. As canções reflectem esse compro‑ misso com o palco e com a pista, reflexo da dualidade de formatos entre a banda agitadora de corpos e o live act em que os Buraka percorrem canções arrasadoras de clubes. "O fim não significa que algo acabe, pode ser o princípio de outra coisa. Não estou a falar da vida além da morte! É uma reformulação", assume Kalaf, confesso hedonista e amante dos prazeres da noite. A prática confirma a teoria. Apesar da profundidade de canções como

"Neste álbum, o kuduro está em modo de cachupa requentada, que é a minha preferida. Está mais depurado", declara. "Há uns anos havia o movimento das subculturas, com o baile funk e gente como o Diplo. Já não tinha piada o centro da cidade mas sim o gajo da periferia que morava num prédio de merda. Nós fazíamos parte desse movimento quer quiséssemos, quer não. Isto é uma consciencialização disso", remata Lil'John para fechar o assunto. A dimensão internacional dos Buraka Som Sistema mede-se à distância com notícias na Pitchfork e dias inteiros de promoção em países europeus nucleares como a Alemanha. Lil'John concorda que a banda está hoje num patamar semelhante ao de uns Digitalism

Komba parte da morte para celebrar a vida. O novo álbum dos Buraka Som Sistema define a expansão internacional protagonizada nos últimos anos através de uma consciencialização de ritmos suburbanos globais. juntos. Quase não conseguimos não combinar nada sem nos cruzarmos", acrescenta perante o olhar de Kalaf, Conductor e Riot. Foi longe do subúrbio lisboeta que começaram a construir o tronco de um segundo álbum sintetizador de muitas milhas. "O conceito surgiu logo após termos conversado acerca das ideias iniciais. As primeiras músicas estavam a soar mais escuras e foi aí que encontrámos o tema do Komba. A pessoa que ainda não morreu mas já sabe que vai falecer... É um bocado I See Dead People", explica Conductor. “O que não é igual a leituras do livro de estilo dos Radiohead

Eskeleto e Macumba, Komba é para mexer. A grande diferença está no alívio da preponderância do kuduro em favor de uma política global de ritmos. Para Lil'John, "o kuduro esteve na génese da base rítmica dos Buraka mas há muito para além disso". Contudo, "nem sempre as coisas são intencionais: se desacelerarmos as BPM (batidas por minuto) do Luanda , Lisboa também sai um reggaeton", defende. Uma opinião corroborada por Riot, para quem "às vezes (o kuduro) é mesmo só feeling". Estão na moda os chefes e os pa‑ ladares de design requintado. Por isso nada melhor que uma analogia gastronómica:

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mas nem por isso o mercado por‑ tuguês é descurado. "Portugal continua a ser uma prioridade. Dá-nos prazer tocar cá. É a única forma de recebermos um comentário das nossas avós", ironiza, para Kalaf despertar a gargalhada da conversa: "a avó não lê a Pitchfork!". Mais a sério, a 18 e 19 de Novembro arranca a digressão de Komba com concertos nos Coliseus de Lisboa e do Porto. Lil'John lança a escada: "vai ser o início de tudo. Vamos ter um cenário novo, vídeos novos, e alguns convidados...".


s o u n d s t a t i o n

Feitiço da Lua

T — Pedro Lima

www.florenceandthemachine.net

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F l o r e n c e

Q u a n d o Lung s , o á l b u m d e estreia da então desconhecida banda britânica Florence + the Machine, surgiu em 2009 muito se comentou. Um álbum dissonante, com altos e baixos, que tentava encontrar uma voz própria mas que por vezes se perdia entre a pop gótica de Rabbit Heart (Raise It Up) e o blues rockabilly de Kiss with a Fist. Uma vocalista que se assemelhava a uma ninfa eléctrica, mulher anjo/demónio de energia imparável e aspecto franzino que cantava a plenos pulmões canções que estilhaçaram como uma bomba um pouco por todo o mundo. Há uns meses atrás, em entrevista à revista Pitchfork, Florence Welch afirmava que só

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M a c h i n e

passado dia 31 de Outubro, envolto num manto de mistério e fascinação. Com o tríptico Only for a Night, Shake it Out (o óbvio single inaugural) e What the Water Gave Me, percebemos que Welch está de volta mais imponente que nunca. Com um som imersivo e nocturno, a vocalista parece invocar os espíritos, lançando a sua voz como um rugido em baladas românticas e macabras que atingem como um punhal, num ritual enfeitiçado pelo ribombar dos tambores, o frenesim das pandeiretas e o encantamento das harpas. Uma intensa sensação de marcha fúnebre marcada pelo dramatismo gótico das

sobre uma relação terminada, construída em pianos lentos, per‑ cussão e vocais ricos e texturados. Um tema de desistência e tristeza absoluta entregue nos braços do mar. Seguem-se momentos de re‑ vivalismo soul anos 60 em Lover to Lover, com um refrão recheado de vozes negras em crescendo; ou elementos fantasmagóricos de nar‑ rativa sonhadora e órgãos vampíri‑ cos em No light, no light ou Seven Devils, que recordam a participa‑ ção do grupo na banda sonora do filme Crepúsculo. A energia tribal parece nunca cessar neste disco. Quando tudo parece pacífico, so‑ mos atirados para um remoinho de tambores marciais e pianos alados em temas de produção impecável como Heartlines ou o histriónico Sprectum com Florence no topo

Se Lykke Li colocou a pop percussiva na moda, os Florence + the Machine tornaram-na global. Ceremonials, o segundo álbum acabado de publicar, só veio confirmar uma coisa: Florence Welch está aqui para conquistar o mundo, uma nota de cada vez. havia encontrado a sua sonoridade a meio do álbum, daí a diferença entre canções escritas aos 17 e aos 21 anos. Prometia também um álbum mais sólido, que partiria de onde ficaram canções como Dog Days Are Over, Drumming ou Cosmic Love. Ou seja, mais pop barroca, menos rock endiabrado, mais percussão tempestiva e canções gigantescas como muralhas de castelos. O prodigioso produtor Paul Epworth (Adele, Friendly Fires, The Rapture), veio acrescentar o toque final sem nunca se comprometer com o mainstream. O tão esperado segundo álbum, Ceremonials, saiu no

orquestras de violinos, dos pianos, órgãos de igreja e cânticos gospel. Canções descarnadas que tentam escapar da escuridão para um lugar mais luminoso, com emoções caídas na lama e lançadas como arma de arremesso, assentes numa soberba voz guerreira, inquebrável e arrepiante. Um dos aspectos mais desarman‑ tes de Ceremonials é a facilidade com que soa a épico e grandioso e, sem qualquer atrito, íntimo, ro‑ mântico e indulgente. Florence tem este dom, o de esconder um segredo em cada palavra, de usar o palco como confessionário e en‑ volver os seus fãs com cada nota como um condão. Never Let Me Go reacende sentimentos de desgosto e devoção numa balada poderosa

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do Monte Olimpo a gritar um inti‑ midante Say my name. Nós, claro, obedecemos. Na edição de luxo, que inclui 8 faixas adicionais, somos presenteados com pérolas não menos preciosas. Para além das arrebatadoras versões acústicas de Heartlines, Shake it Out e Breaking Down, onde a voz sozinha se apodera dos sentidos, podemos ouvir os excelentes Remain Nameless e What the Water Gave Me com suaves apontamentos de electrónica que fazem antever as inúmeras remisturas que se irão fazer à volta do segundo álbum dos magistrais Florence + The Machine e deste seu feitiço da lua.


s o u n d s t a t i o n

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T — Rui Miguel Abreu

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H a L l o w e e n

A estreia de Halloween, em 2006, com Projecto Mary Witch foi saudada sobretudo nos círculos hip hop como uma importante adição estilística a um género que por cá já podia então proclamar com segurança a chegada a uma idade adulta. Ainda que esse primeiro álbum não tivesse o refinamento técnico que o hip hop nacional já demonstrava ser capaz de alcançar, a voz, o flow e o imaginário de Halloween somavam um resultado de profunda originalidade que chegou e sobrou para o estabelecer como uma das certezas desta (contra) cultura. E cinco anos depois chega a confirmação do que já se sabia: Halloween é um artista superior.

Halloween também é profeta e dealer de rimas, parte verdade e parte ficção. Mas nada nele grita contradição: “Chamam-me louco porque sonho com um mundo novo”, canta ele no seu retrato de Um Jardim à Beira Mar. Olhos abertos para a realidade, violência ecoada com mais violência, semblante vi‑ rado para um poder superior e o dedo sempre leve sobre um gatilho metafórico. Halloween não faz prisioneiros.

nunca são quadradas e o seu metrónomo interior parece escorrer como num quadro de Dali. E ainda só falámos do ritmo da sua respiração. Nesta delicada equação, além das palavras e do flow que as carrega há ainda o timbre que as desenha. E aí, uma vez mais, Halloween é altamente original: os seus gritos soam como lamentos, os lamentos não escondem a raiva e por cima de tudo há um véu de inocência, mesmo quando se fala de tiros, de miséria ou de crime. Como se Halloween fosse, afinal, um anjo. Custa a acreditar? Só até chegarem a Debaixo da Ponte, lição de entrega e de alma a quem tem mais “instrumento” nas cordas vocais e não sabe o que fazer com tantas oitavas.

A Árvore Kriminal relança a sombra de Allen Halloween e o hip hop soa de novo urgente, cortante e perigoso. A Árvore Kriminal é um anunciado murro no estômago na recta final de um ano profundamente agi‑ tado. E nesse sentido, apesar da sua aura algo lisérgica, acaba por funcionar como um valente alarme de despertar. As ruas que Allen Halloween descreve são como as que Travis Bickle deseja ver lavadas por uma enchurrada. Taxi Driver, aliás, contém algumas úteis tiradas que servem como uma luva ao homem que garante que na cida‑ de “não há heróis, só índios e cowboys”. Como a comparação do memorá‑ vel personagem interpretado por Robert DeNiro ao anti-herói da canção de Kris Kristopherson The Pilgrim, Chapter 33: “Ele é um profeta e um passador, parte verdade e parte ficção, uma contradição ambulante”.

A magia particular de Halloween assenta na sua singular entrega. O swing surreal do seu flow leva-o a encaixar as palavras com a mesma precisão com que Bruce Lee contornava o punho dos seus oponentes, desviando-se no momento exacto em que a tarola anuncia o que se esperaria de qualquer outro MC. E assim Halloween inventa o seu próprio tempo, as suas próprias regras. As 16 barras

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Falta falar da música, mas tudo até aqui já é música. As palavras e as respirações, as interjeições e os ruídos. Até os silêncios. A Árvore Kriminal é menos lo-fi do que Projecto Mary Witch, mas a verdade é que Halloween vai sempre soar a Halloween, até num microfone de um telemóvel. Os beats cruzam ecos do dub, samples de Morricone, névoas de graves cobrem tudo, como o vapor que se desprende dos pân‑ tanos nos filmes de terror —baixo e pesado, suspenso, misterioso. Há dissonância e espaço nestas bati‑ das, mas tudo nesta arquitectura existe apenas e só para sustentar a abóboda de rimas e flows com que Halloween coroa este edifício. A Árvore Kriminal não é, nem quer ser, um disco perfeito. A perfeição não é para aqui chamada. Mas é um dos discos que marca 2011. E o futuro que se cuide. Bú!...


g r a n d e

e n t r e v i s t a

R i c a r d o

F — Le–Joy

M — Diana Oliveira, Francisca Perez, Tiago, Gabriel Best Models

S — Maria Pia Gama www.mariapialovejunkie.tumblr.com

ass. S — Miriam Matos

acessórios MAUS MARIA www.mausmaria.org 54


d o u r a d o

calçado NIKE, espaço PITCH www.pitch-club.com 55

D o u r a d o

T — Margarida Brito Paes

R i c a r d o


g r a n d e

e n t r e v i s t a

PARQ Já és um dos nomes mais

referidos quando falamos de designers portugueses de moda. Como recebes esse interesse pelo teu trabalho? RICARDO Sendo muito pragmático, penso que o facto de fazer a ModaLisboa já há sete anos ajuda, no entanto, fico muito orgulhoso com o que dizes! Acredito que o meu pro‑ jecto tem evoluído muito próximo das novas tendências do design, através da pesquisa e da constante vontade de apresentar novas perspectivas, sem preconceitos nem fórmu‑ las. Em todas as minhas colecções imponho cada vez mais a minha identidade porque acredito que assim será sempre um traba‑ lho diferenciado, talvez seja isso que suscite esse interesse, espero… PARQ

Quais são as tuas principais

Nasceu em Cabeceiras de Basto, mas foi no Porto que encontrou o seu lugar. Depois de ter acabado o curso no CITEX, ter estagiado com Lidija Kolovrat e de ter feito alguns projectos pontuais com o Osvaldo Martins, abriu finalmente o seu atelier e começou a apresentar regularmente na ModaLisboa. Hoje em dia é um dos designers portugueses que mais tem evoluído no panorama da moda nacional mas isso não o fez dedicar-se exclusivamente à sua características enquanto designer de moda e enquanto pessoa, caso sejam inseparáveis? RICARDO Sempre tive a consciência de que a linha que divide o designer e o Ricardo é muito ténue, inclusi‑ vamente, muitas vezes não distingo o que é trabalho e o que é cognac no que isso tem de bom e de mau. Mas sempre fomentei essa atitude porque acredito que quanto maior for a presença da minha identidade no meu projecto, maior será a qualidade no que diz respeito à diferenciação e à direcção artística. É difí‑ cil enumerar mas as principais características talvez sejam a pesquisa de novos materiais e a vestibilidade das peças, sem prejudicar o seu valor conceptual. PARQ Os designers são cada vez mais

chamados para dignificar certas acções. Como vês o espaço que a moda ocupa na sociedade? RICARDO Sempre me questionei sobre o papel que a moda ocupa e sobre o papel do designer mas nunca consegui atribuir-lhe o valor que, aparentemente, a sociedade lhes dá. Sou muito pragmático quanto à moda e interessa-me pensar nela como vestir/des‑ pir, gostar/não gostar... Isto, apesar do significado

histórico que venha a ganhar. No entanto, se te referes a acções pontuais em que o designer é cha‑ mado publicamente junto da obra, não me interessa muito. Gostava de pensar que a moda poderia ter um espaço na sociedade mais inter‑ ventivo e menos fútil, que é sempre a sensação com que fico durante essas acções... PARQ O que teria de mudar

para a moda encontrar esse lugar mais interventivo? RICARDO Refiro-me, especialmen‑ te, aos eventos e às acções de moda portuguesas, que deveriam procurar novas soluções e serem mais interventivos, tanto na forma como no conceito das plataformas. Penso, também, que a ideia de des‑ file está completamente ultrapas‑ sada quando existem novos meios,

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R i c a r d o

d o u r a d o

hiper-fáceis e muitas vezes a custo zero, alia‑ dos ao novo design de moda, que está cada vez mais vestível e onde o desenho se nota muitas vezes no pormenor. Acredito que se‑ ria muito mais interessante os criadores en‑ contrarem novas e diferentes soluções para apresentarem os projectos de uma forma mais identitária. Muitas vezes ,lembro-me de alguns trabalhos performativos dos anos 70, como o caso do Albuquerque Mendes e do grupo Puzzel com as suas intervenções públicas. Penso que hoje em dia não somos capazes de fazer isso... PARQ Muito do prestígio de um

designer tem por base uma grande indústria com muito dinheiro envolvido. Não sendo este o caso português, o que tem faltado para que essas

marca, mantendo sempre uma estreita relação com a indústria. Assim, para além do design de autor, está também envolvido no mercado de massas como um dos designers da Polopique, o maior produtor de jerseys do grupo Inditex. Mais do que designer, Ricardo Dourado revela-se um apaixonado pela forma como a moda se relaciona com a sociedade e como os conceitos se transformam em peças vestíveis para pessoas comuns. relações se possam realizar em Portugal, onde a indústria têxtil tem grande tradição? RICARDO Estás a falar de duas indústrias distintas. A tua questão inicial pressupõe a indústria de moda que, de facto, está atrasada em milhões de euros re‑ lativamente a toda a Europa. A indústria têxtil, ao contrário, está bastante desenvolvida em Portugal e gere milhões de euros. No entanto, ao contrário de Itália e França, estas duas indústrias não se conhecem de todo. A indústria de moda não reconhece o valor da industria têxtil e esta não tem na sua formação a linguagem de moda como nós a entendemos mas, sim, a produção, números e facturação. Ou seja, é difícil fazer qualquer paralelismo entre ambas. PARQ Mas tu sempre tiveste uma forte relação com estas duas indústrias. Trabalhas de forma idêntica nas duas e tentas relacionar o know how que tens de ambas, ou manténs essa distância que muitos dizem ser o calcanhar de Aquiles da moda portuguesa? RICARDO De facto, tenho uma forte relação com as duas mas, até hoje, não as consegui envolver uma

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g r a n d e

e n t r e v i s t a

na outra. Com certeza, por várias falhas minhas mas, se te disser que nunca ninguém de todas as fábricas com quem trabalhei (e já foram algumas) veio ver os meus desfiles —e não foi por falta de convite— é fácil entender o gap entre ambas... Este calcanhar de Aquiles tem matado várias tentativas de novas marcas portuguesas mas, o facto, é que parece que somos de mundos diferentes. A indústria têxtil tem uma falta de informação de moda e de cultura geral atroz, que nos deixa sem margem de manobra... Só queremos é fugir! PARQ Como se poderiam estreitar

relações entre as duas indústrias?

RICARDO Com mais formação em moda, marketing,

comunicação e distribuição para as empresas. Uma forte contribuição poderia ser dada por parte das as‑ sociações têxteis e das indústriais mas, também elas, estão muito ligadas ao sector produtivo e menos ao pensamento de moda e de marca... Ou seja, será um longo caminho a percorrer. PARQ Achas que essa proximidade será

uma mais-valia para a moda portuguesa? RICARDO Sim, talvez, mas hoje em dia a proximidade

é relativa. Quantas marcas europeias têm os seus principais clientes no Japão ou nos EUA? Eu próprio vendo melhor as minhas peças em Londres do que

em Portugal e, no entanto, moro cá. Com as novas plataformas e com a ajuda da UPS e da Ryanair a mobilidade tornou-se muito fácil. PARQ Nos últimos anos tens

trabalhado para um gabinete que desenha para clientes como a Zara. Qual é, efectivamente, o teu trabalho nesse gabinete? RICARDO Desde o início de 2009 que trabalho na Polopique, SA, actualmente o maior produtor de jerseys para todo o grupo Inditex, os números de produção ascendem largamente às centenas de milhar de peças por mês. Nesta empresa, onde se desenvolve o produto na vertical, ou seja, desde o cultivo da rama de algodão, passando pela sua fia‑ ção, tricotagem, tinturaria até à confecção,

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d o u r a d o

nós desenvolvemos colecções sistemáticas (diaria‑ mente) sempre sob as direcções do nosso cliente e com base em muita pesquisa e viagens regulares às principais cidades como Nova Iorque, Londres, Paris, Milão, Tóquio, São Paulo, Los Angeles, Estocolmo... Estas colecções são divididas tanto pelos vários depar‑ tamentos do nosso cliente como pelos vários desig‑ ners da empresa. Ou seja, neste momento, a empresa tem dois estúdios de design, um em Espanha com sete designers que desenvolvem as linhas mais jovens do grupo, e dois em Portugal, onde desenvolvemos as linhas mais sofisticadas. É um trabalho exaustivo de pesquisa e de desenvolvimento de produto.

estou a testar algumas possibilidades de construção e de ligação entre materiais. Posteriormente passo para a modelagem, onde muitas vezes altero tudo, e é aqui que vem o gozo e adrenalina do processo! Quando alteras tudo o que achas que estava inicial‑ mente perfeito mas só agora começa a fazer sentido... E dali a quatro semanas está em desfile... Este é o meu processo da forma mais honesta mas, se me perguntas se é da forma que eu gostaria, não, não é. Tenho consciência que o meu trabalho é comparado a outros que são pensados e desenvolvidos durante meses e por equipas de 20 pessoas com orçamentos que nunca irei ter acesso, mas é o que tenho.

PARQ Em que medida essa actividade mudou a tua maneira de ver a moda e de trabalhar? RICARDO Mudou radicalmente, tanto na perspectiva comercial do produto como na sua concepção. Hoje em dia, eu tenho de desenvolver um produto que seja capaz de ser novo, que esteja dentro das tendências, que tenha o melhor aca‑ bamento possível, que seja credível e que seja possível se‑ rem fabricadas 100 mil peças em quatro semanas! Se antes começava a desen‑ volver pelo look ou começava por fora, hoje em dia começo por dentro, começo pelo detalhe; se an‑ tes me interessava apenas a matéria, hoje interessa-me o toque; se antes me preocupava com o desenho, hoje preocupo-me com a construção.

PARQ O que representou a

Essencialmente, tornou-me um designer mais pragmá‑ tico com mais destreza e, sem dúvida, com a neces‑ sidade de pesquisar cada vez mais, olhando sempre para futuro.

PARQ

PARQ

Qual é o teu processo de trabalho quando tens que pensar numa colecção? Como começa uma colecção em termos de inspiração? RICARDO Acho que sou perfeitamente comum relativa‑ mente ao resto dos designers. O meu processo criativo começa geralmente por uma peça de roupa que vi em alguém, ou mesmo uma pessoa, um filme, uma ima‑ gem, uma frase... A última colecção surgiu a partir de uma obra da Jenny Holzer com a frase "protect me from what I want". Todo o conceito surgiu de uma forma muito espontânea à volta dessa frase... Com a ideia base da colecção, à qual costumo chamar vontade, começo por pesquisar o mais possível e, em simultâ‑ neo, procuro materiais que personifiquem de alguma forma o tema. Depois de juntar a informação toda em mood boards passo ao desenho. Neste momento, já

ModaLisboa na tua carreira? RICARDO Tudo. Se não tivesse entrado na ModaLisboa

mal terminei o curso muito provavelmente, hoje em dia, não estaria a trabalhar em moda. PARQ Não tiveste

um percurso internacional que parece quase obrigatório para um jovem designer. Sentes falta dessa oportunidade? RICARDO Há uns anos surgiu por duas vezes essa oportuni‑ dade mas, na altura, não acreditei nos projectos nem me sentia capaz de os abraçar. Hoje, tenho 30 anos e muitas vontades, não acho que já tenha passa‑ do o timing e também não acho que haja fórmulas absolutas. Se hoje fosses um aluno a sair de uma escola de moda com a oportunidade de estagiar com um criador, quem estaria nas tuas prioridades? RICARDO Rick Owens, ou numa grande casa de alta‑ -costura mas, neste caso, só para perceber como a máquina funciona. PARQ O certo é que vives no Porto. O

que é que o Porto tem para te oferecer para que te tenhas mantido na cidade? RICARDO Qualidade de vida, honestidade das pesso‑ as, música e a indústria têxtil onde tenho trabalhado desde o início. PARQ Oferece-te um elemento de estabilidade? RICARDO Eu sou por natureza instável, no entanto,

para poder dedicar-me a cem por cento ao meu pro‑ jecto, preciso de alguma estabilidade a vários níveis e consigo-a no Porto. Tenho a sorte de poder viajar muito e de conseguir alterar as minhas rotinas facil‑ mente, por isso, consigo viver aqui.

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c e n t r a l

p a r q

D e s i g n

www.jolanvanderwiel.nl

T — Carla Carbone

j ó lan

van

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e 60

r


j ó l a n

v a n

d e r

w i e l

Jólan van der Wiel poderá ser o próximo fenómeno? A peça Gravity Stool, pelo menos, é um fenómeno. O banco, de uma beleza indiscritível e que entontece qualquer um, sobretudo quem vem acompanhando a prolífera actividade dos designers dos Países Baixos nas últimas duas décadas, é um exercício de experiências no campo magnético e na lei da gravidade. Trata-se de um designer muito novo, bastante promissor, que desenha objectos magníficos e tudo ainda está a começar...

Para o desenvolvimento deste projecto o designer partiu da ideia que tudo é influenciado pela gravidade: uma força que pode ter um efeito surpreendente sobre a forma. O material plástico, em estado líquido, é submetido a campos magnéticos, posicionados, numa máquina em campos opostos. O que resulta disso são formas orgânicas de bancos de colorações diversas

e que lembram as formas que a própria natureza nos oferece. Jólan van der Wiel acredita que, no futuro, a tecnologia vai poder aliar-se aos fenómenos da natureza sem esforço. Os seus projectos ainda só são projectos académicos, imaginemos daqui a alguns meses, quando o designer tiver estabelecido o seu atelier...

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Atendamos a outro projecto, também universitário, que dá pelo nome de Sid I Ali Family. Garrafas de água em plástico recolhidas do quotidiano e das ruas são usadas como moldes para a criação de elementos em betão. Os moldes das garrafas, arredondados, são transferidos para a rudeza do betão e tornam a superfície do material mais usável, como assento, confortável e nada agressivo. A facilidade de produção deste material e a sua simplicidade tornam estas peças muito fáceis de reproduzir. Jólan promete. Estamos atentos.


c e n t r a l

p a r q

c i n e m a

rya n gosling

T — Mário Nascimento

Este ano, temos a sorte de ir três vezes com Ryan Gosling ao cinema. Uma delas é para ver Drive, provavelmente, o filme mais cool dos últimos anos. 62


r y a n

g o s l i n g

Procurando nas internets, ficamos logo a saber que Ryan Gosling cresceu num programa para crianças, ao lado de miúdos como Justin Timberlake, Britney Spears e Christina Aguilera. Como está agora mais do que provado, havia colegas com melhor voz do que a sua e, em pouco tempo, o puto de 12 anos que se mudou com a família do Canadá para os Estados Unidos para fazer o programa do Rato Mickey, começou a ser menos usado. Saltemos a adolescência. Aos 21 anos, a coisa começou a ficar séria, aplaudida e premiada, quando fez um teenager judeu ortodoxo skinhead. Em 2003, a sua apatia dominou o filme The United States Of Leland, onde fez um adolescente sociopata, preso por ter assassinado um rapaz autista. Sem se aperceber, Ryan Gosling confirmava-nos que já tinha escolhido o seu tipo de personagem: denso. No ano seguinte, acontece The Notebook, um filme que, apesar de se ba‑ sear num romance de Nicholas Sparks, consegue contar uma história de amor de forma não peganhenta. Ryan foi excelente no papel de um jovem que se faz homem, tendo sempre ao seu lado as memórias de um amor condenado. Mesmo num filme romântico, Gosling dá-nos uma densidade de que não estávamos à espera. Já num registo adulto surge Half Nelson, a história de um professor do secundário, numa escola de subúrbio de risco, que encontra numa aluna a força que ele não tem para enfrentar a sua toxicodependência. E pronto. Finalmente, a Academia acu‑ sava a existência do actor. Finalmente, Ryan Gosling era um "homem nomeado". Agora sim, podemos falar de papéis como deve ser, de épicos filmados em chroma e de super-heróis. Agora sim, o mainstream. Ou não. O actor não entrou na onda e continuou a sua carreira com normalidade. Protagonizou Lars And The Real Girl, onde o seu personagem se apaixona por uma boneca RealDoll, um papel que lhe valeu uma nomeação para um Globo de Ouro. Ryan estava agora no auge da sua popularidade. Mais uma vez, não entrou na onda. Fez uma pausa de dois anos e gravou o disco dos Dead Man’s Bones onde, com um amigo e um coro infantil de uma escola, cantam o amor e a morte. O álbum teve óptimas críticas e comparações a Tom Waits e a Nick Cave. E vamos parar em 2010, o ano de Blue Valentine. É muito difícil falar de Blue Valentine sem falar muito. É um filme que Ryan Gosling se comprometeu a fazer em 2003 mas só anos depois se tornou viável. Realizado por Derek Cianfrance, é um retrato muito cru da impossibilidade de um amor possível. Ryan volta a exceder-se, como de costume. Passados All Good Things, onde Gosling se veste para matar, e Crazy, Stupid, Love, deste ano, onde mergulha assumidamente numa comédia, eis-nos chegados a Drive. Com apenas 31 anos e já um estatuto de A-lister, Ryan pode escolher os projectos a que se associa. E associa é o termo certo. Ele não quer um director que o dirija mas, sim, um realizador que realize o projecto que também seja o seu. Se ele entra num filme, ele entra mesmo num filme. Sem essa sintonia entre as partes, não vale a pena perder tempo. E assim chegou às suas mãos o argumento de Drive, e a personagem Driver,

um nome tão irrelevante quanto ele próprio se considera. O Driver trabalha numa oficina de automóveis e é ele que guia o carro quando os filmes de acção metem cenas de perseguições ou aciden‑ tes. Quando não conduz à frente das câmaras, o Driver tem um part-time: oferece os seus serviços de moto‑ rista a ladrões que precisem de um getaway driver, pós-assalto. O Driver é um homem que não se existe. Até se apaixonar pela vizinha do lado. Mas quando o perigo chega à sua porta de casa, o Driver transforma‑ -se num Taxi Driver e um filme lento torna‑se violento. Tanto que, a partir de agora, vão passar a existir muitos Drivers no Halloween (luvas, blusão com um escorpião nas costas, pali‑ to, martelo e já está!). Drive é rea‑ lizado pelo dinamarquês Nicolas Winding Refn que, mesmo com três muito bons filmes, se não fosse por Gosling, nunca mais faria nada em Hollywood. Este ano, foi eleito o Melhor Realizador em Cannes.

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Vitória inesperada, mas nada difícil de explicar. Este filme evoca, à vez, Scorsese, Lynch, Tarantino, Guy Ritchie e Gaspar Noé. Há uma cena em câmara lenta, num elevador, instantaneamente antológica. Com a mesma transição que mal notamos quando mudamos de andar, temos o momento mais terno e desarmado de todo o filme, dois segundos antes de um desabafo violentíssimo. E o mais brutal é que, para o espectador, essa transição é apenas visual: o ritmo não muda, o espaço não muda, a expressão do actor não muda, e a convicção do personagem também não. Temos dois extremos a tocarem-se e sem qualquer tipo de equilíbrio. O único equilíbrio parece vir das ruas de Los Angeles, na rede de linhas rectas e curvas por onde o Driver flui sozinho, como sangue pelas veias de um corpo que parece nunca habitar. A acompanhar a sua solidão, uma banda sonora de electricidade calma. Baladas de synth pop, atmosféricas, nocturnas (alguém premeie Cliff Martinez). Ou seja, até a música que o Driver ouve é artificial, sintetizada. Amorosa e fria. Dupla como a sua profissão. No fim, Drive é um filme relaxante de cortar a respiração. E Ryan Gosling, cujo personagem é de poucas palavras, aborda os silêncios como se fossem frases. De facto, o Driver diz muito mais quando respira e olha. E isso é uma responsabilidade imensa para um actor. Preparem-se também para The Ides Of March, o último filme de George Clooney, onde Gosling continua o seu percurso ascendente. Como se Blue Valentine não chegasse. Como se Drive não chegasse. Como foi já dito, este actor prefere parce‑ rias. E as experiências com Derek Cianfrance e Nicolas Winding Refn foram apenas as primeiras de várias: com o primeiro tem já pla‑ neado The Place Beyond The Pines e com o segundo, está actualmen‑ te a filmar Only God Forgives na Tailândia, seguindo-se para ambos o remake de Logan’s Run. O suces‑ so parece perseguir este actor. Run, Ryan, run.


c e n t r a l

p a r q

m o d a

M o da— Lis boa 37 Transfusion foi o mote criativo da 37ª edição da ModaLisboa, uma transfusão universal de pensamentos, ideias e ensinamentos que faz com que todos sejamos apenas um, neste trabalho em rede que é a criação. Foi esta ideia, de troca de conhecimentos e energias, que inspirou esta ModaLisboa.

Luís Buchinho

F — Sal Nunkachov

Lidija Kolovrat

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t r a n s f u s i o n

T r a n s f u sio n LuĂ­s Buchinho

V!tor

T — Margarida Brito Paes + Francisco Vaz Fernandes

Aleksandar Protic

Lidija Kolovrat

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c e n t r a l

p a r q

m o d a

Talvez por isso tenha sido nesta edição que a plataforma LAB ganhou um maior destaque, adoptando dois novos talentos (Saymyname e Marques`Almeida) e tendo honras de abertura do evento com o desfile de Os Burgueses. Mas não foi só de runway que esta edição foi feita, também a Praça do Município recebeu de braços abertos as instalações de Valentim Quaresma, Lara Torres e Jianhun Yan. Por sua vez, o Páteo da Galé encheu‑se de gente para assistir aos desfiles dos nomes que têm marcado a moda portuguesa. Os Burgueses apresentaram uma colecção de tons muito su‑ aves, onde os tecidos brancos, rosa e cinza, complementaram o único padrão, um xadrez largo nas mesmas cores. As silhuetas, muito fluídas, foram apresentadas com detalhes extremamente bem acabados como pregas e fechos metálicos. Especial destaque para as camisas de homem com fecho à frente e para as lapelas dos blazers. Pedro Pedro fez desfilar um clube equestre extremamente exclusivo, onde o vestuário mais clássico com saias lápis pelo joelho e calças com um excelente corte, foram o par perfeito para os tops curtos e as camisas leves da colecção. Outro elemento fundamental desta apresentação foram os estampados e os bordados que deram um toque requintado, mas ainda assim jovem, à Primavera deste designer. Luís Buchinho manteve-​​se fiel às silhuetas que tem vindo a de‑ senvolver ao longo das estações, misturando tecidos fluídos em camadas e fazendo peças estru‑ turadas com formas ondulantes. Os drapeados foram mais uma vez explorados pelo criador, bem como as peças onde o curto e o comprido andam lado a lado. Nesta colecção em particular assistimos a uma grande mistura de materiais como as lantejoulas e os tecidos leves. Também os detalhes em crochet e os pormenores de corda dão um toque especial a esta colecção que surpreendeu com a introdução do amarelo coral na paleta cromática.

Dawid Tomaszewki V!tor apresentou Rrom, uma ver‑ dadeira explosão de cor em peças que pretendem representar o ver‑ dadeiro “eu” por detrás das cria‑ ções. Inspirado pelas comunidades ciganas espalhadas no mundo, Vítor criou peças que misturam padrões de forma inesperada em

peças que tanto podem ser usadas por homens como por mulheres. Lidija Kolovrat surpreendeu‑nos com um Verão 2012 repleto de cores e padrões. Constituída na grande maioria por vestidos, esta é uma colecção onde a criadora brincou com os padrões, bastante vibrantes, criando efeitos ópticos através de pinças e costuras. A criadora inspirou-​​se nos pássaros para a criação de coordenados mais vestíveis do que aqueles que nos costuma apresentar. Não faltaram os drapeados e fomos surpreendidos pelos divertidos óculos assinados por Kolovrat. Dawid Tomaszewki foi o desig‑ ner convidado para esta edição da ModaLisboa. De origem polaca e com os estudos feitos em Londres, apresentou a colecção Vanitas Flowers. Inspirado pelas pinturas do século XVII, utilizou materiais leves e fluídos com flores estam‑ padas de forma leve. A par dos vestidos compridos transparentes surgiram também vestidos muito curtos e girly, bem como fatos de calça muito bem estruturados. A paleta cromática manteve-​​se em tons neutros contrastados com rosa muito forte. Um especial des‑ taque para as peças transparentes com aplicações de brilhantes que fizeram suspirar grande parte da assistência.

Dawid Tomaszewki

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t r a n s f u s i o n

Whatssup Rockers foi o filme que inspirou uma colecção muito street com um estilo um pouco grunge, que traduziu na perfeição as re‑ ferências aos gangs e à violência da vida de rua. Nesta colecção, Ricardo Dourado troca a fluidez das sedas das últimas colecções por tecidos com um toque mais seco e estruturado como a organ‑ za, a ganga e os algodões. Também a paleta cromática se apresenta neutra, com tons de preto gasto e branco sujo. Os detalhes desporti‑ vos surgem um pouco por todo o lado, seja nos cós das calças ou nas t-​​shirts escritas. O cabedal surge não apenas em casacos e blusões extra-​​largos mas, também, em pai‑ néis nalgumas peças. Outros de‑ talhes de destaque foram as cos‑ White Tent A dupla de designers White Tent continua a trabalhar com base na desconstrução de peças clássicas como o blazer, a camisa e o trench coat, mas desta vez o que inspirou a colecção foi a evolução da arquitectura contemporânea. Um desfile que manteve o cunho desportivo da dupla, com materiais inovadores como o tecido prateado, o transparente e os tecidos furados a laser. A paleta cromática deste Verão revelou-​​se menos neutra do que o habitual, com a introdução do verde e do laranja.

White Tent vestidos são feitos de drapeadoes controlados e sobreposições. As rachas querem-​​se compridas e os detalhes de pele debruam algumas peças. Destaque para a colaboração com a DKODE na produção dos sapatos assinados por Aleksander, nas mesma cores que a colecção.

Ricardo Dourado

Com uma paleta cromática feita de branco, preto e vermelho, Aleksandar Protic apresentou materiais como o linho, o algodão, a seda e a pele. Esta colecção foi um claro desenvolvimento do seu trabalho, onde os drapeados e as silhuetas definidas têm assumido destaque nas últimas estações. Os casacos de pelo surgiram estruturados, com os ombros destacados e pespontados, já os

turas no exterior das peças, assim como os fechos e as assimetrias de comprimentos, bem pensadas e planeadas. Protect me for I Want foi, assim, uma colecção surpreen‑ dente que veio reafirmar o lugar de Ricardo Dourado como um dos melhores designers nacionais.

Ricardo Dourado

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c e n t r a l

p a r q

a r t e

Stroke A Stroke Artfair, em Berlim, dedica‑se à exibição de graffiti, stencil, arte digital, fotografia e outras manifestações urbanas contemporâneas. Será a street art comerciável?

A rtfai r 68


s t r o k e

a r t f a i r

T — Diana de Nóbrega

Clemens Behr Germany: Installation out of wood and carton. F — Cinnamon Nippard www.stroke02.com

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c e n t r a l

Na décima quarta manhã de Outubro, a antiga estação de com‑ boios Postbahnhof, em Berlim, estava completamente vazia. A pouco e pouco, chegaram artistas munidos de aerossóis e dos mate‑ riais mais diversificados e foram preenchendo fragmentos amplos de madeira de um exemplar de ar‑

p a r q

a r t e

sem preocupações legais para os artistas, com lucros para todos, à primeira vista. É a arte urbana embalada e pronta a ser entregue à sua porta. Mas quais serão as consequências do comércio de uma forma de arte que surgiu como forma de

expressão de uma geração estrangulada nas ruas de Nova Iorque? Ao fim de contas, é este o caminho evidente para as disciplinas alternativas que se pautam pela autenticidade —veja‑se o exemplo do rap e as provas actuais de como a sua essência foi violada. No website da Stroke Artfair salta à vista uma citação atribuída a Banksy, cujo trabalho esteve em destaque na feira: "Visitei bastantes galerias e cheguei a pensar que podia desenvolver um trabalho daquele tipo, parecia-me que devia tentar. Mas essas galerias são apenas montras de troféus para um punhado de milionários. O público nunca tem realmente nenhuma contribuição em relação ao tipo de arte a que é exposto."

rems 182 Italy & etam crew Poland quitectura do século XIX. Em pou‑ cas horas, a Stroke Artfair ga‑ nhava forma e estendia-se por dois andares, repletos de demonstra‑ ções de arte urbana. No exterior, placas de 2,5 x 2,5 metros repou‑ savam descaracterizadas. A sua superfície viria a ser transformada nas 48 horas seguintes. A Stroke Artfair durou três dias e recebeu centenas de visitantes curiosos na extensa selecção de arte ur‑ bana concentrada num só espaço e interessados em participar em workshops, interagir informalmen‑ te com os artistas, fotografar à vontade e guardar religiosamente autocolantes e flyers —que viriam a ser recuperados mais tarde, em frente às telas dos computadores. É impossível não divagar sobre o conceito de noodles instantâneos aplicado à arte. Passo a explicar: pegase numa receita de sucesso, recorre‑se a um embrulho atractivo, juntam‑se os ingredientes mais excitantes e está pronto a servir e a digerir. Sem deambular pela cidade em busca dos bombings mais originais,

rems 182 Italy, Silvio Berlusconi F — REMS 182

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s t r o k e

Se esta é a afirmação em que a Stroke se baseia, qual é o ver‑ dadeiro objectivo da criação de uma feira de arte urbana? Laura Jax, porta-voz do projecto, ex‑ plicou tudo à PARQ. O objectivo da Stroke Artfair é apresentar o que surgiu nos últimos anos a partir de movimentos subcultu‑ rais como a street art, o graffiti, o stencil e de outros métodos de arte urbana. A organização acredi‑ ta que este tipo de arte consegue chegar a um público mais amplo e qualificado e fazer parte do merca‑ do de arte contemporânea.

a r t f a i r

entre artistas, galeristas, organizadores e visitantes. “Longe dos elitismos clássicos", sublinha a porta-voz. No que se refere a custos, a Stoke Artfair beneficia cada vez mais de patrocinadores e pretende assentar nestes contributos para, no futuro, evitar cobrar um valor pelas galerias. Para que fique claro, a organização frisa que as obras apresentadas na Stroke não são directamente extraídas da rua. O que se apresentam são derivados dessa raiz urbana —parte

desenvolvimentos em paralelo, que não se excluem entre si. Quando interrogada sobre o fu‑ turo da arte urbana, Laura Jax assinalou um aumento da mis‑ tura de disciplinas nos últimos anos. Diferentes estilos de dife‑ rentes áreas, bem como diferen‑ tes meios, convergem em novas convergências surpreendentes, numa analogia ao estilo de vida contemporâneo. Sempre que no‑ vos vectores surgem, como a tec‑ nologia e as suas possibilidades, algo totalmente novo é criado.

lowbros Hamburg/Berlin F — Cinnamon Nippard Na maioria das vezes, a integração destes artistas em feiras de arte importantes como, por exemplo, a Art Forum, na Alemanha, é difícil. Segundo a organização, a Stroke oferece uma plataforma para os artistas apresentarem as suas obras a um custo mais baixo (aproximadamente 1/10 dos preços médios das feiras de arte)num ambiente adequado: um espaço descontraído, com um alto grau de interacção

essencial da arte contemporânea e o objecto da Stroke. Pintar um trabalho com apenas alguns metros quadrados à luz do dia, com tempo e materiais suficientes, como acontece nas edições da Stroke, oferece outras possibilidades das de criar durante a noite, escapando às autoridades. Mas uma abordagem não exclui a outra. Muitos artistas trabalham tanto em estúdios como em exteriores. São

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A Stroke reflecte esse aspecto ao incluir arte digital, fotografia, graffiti clássico e street art. Por isso mesmo, evitou‑se colocar uma etiqueta no tipo de arte apresen‑ tada. O importante é que esta é a nossa arte, a arte do século XXI.


fotografia AndrĂŠ Brito styling Nelson vieira make-up Tinoca

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camisola e camisa Ricardo Andrez brinco ZOIA na Bling Bling

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casaco WOHH! STORE t-sirt 55DSL saia RICARDO DOURADO sapato EUREKA 76


vestido V!TOR casaco RICARDO DOURADO cinto TWIN-SET 77


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vestido RICARDO DOURADO camisa ESTELITA MENDONÇA top H&M

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tshirt over size LEVIS camisola no pescoรงo NIKITA SELEKZION luvas MISS SIXTY brinco LIA GONร ALVES na Bling Bling

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calças IRIEDALY camisa e casaco WESC blusão de ganga LEVIS lenços SISLEY ténis CREATIVE RECREATION


fotografia Ă‚ngela Azevedo ass. fotografia Hugo Nogueira

modelo Hannele Turu (L'Agence)

winter lu llaby styling Margarida Brito Paes ass. styling InĂŞs Bermudez make-up Bia Verri

modelo Ruben Dias (Best Models)


h-a-n-n-e-l-e:

casaco PATRIZIA PEPE camisola BENETTON lingerie H&M perneiras CALZEDONIA botas UGG AUSTRALIA

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h-a-n-n-e-l-e:

vestido MALENE BIRGER top FERNANDA PEREIRA camisa LEVIS pulseiras SURKANA sapatos HOSS

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r-u-b-e-n:

camisa de ganga LEVIS camisola VERSACE + H&M calรงas PEPE JEANS h-a-n-n-e-l-e:

casaco de malha e saia comprida PEPE JEANS top INSIGHT colar ALENTUS



r-u-b-e-n:

calรงas FRED PERRY camisa LEVIS t-shirt VERSACE + H&M

h-a-n-n-e-l-e:

top NIKE SPORTSWEAR casaco Nร MPH calรงas H&M botas K-SWISS luvas MANGO 88


r-u-b-e-n:

capa SISLEY casaco WESC calรงas LUIS BUCHINHO sapatos CONVERSE

h-a-n-n-e-l-e:

capa HENRY COTTONS lingerie TEZENIS botas HUNTER anel PLATADEPALO 89


r-u-b-e-n:

camisola ENERGIE

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h-a-n-n-e-l-e: r-u-b-e-n:

camisa DIESEL

blus達o REPLAY brincos PLATADEPALO lingerie TEZENIS


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Vis—à—Vis

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v i s — à — V i s

Ypsilon por Fanny & Fred

Deslumbrada com paisagem natu‑ ral do Guincho que a vista oferecia, Fanny sentada numa das mesas do restaurante Ypsilon na Quinta da Marinha, estranhava que os res‑ taurantes dos hotéis portugueses fossem tão fechados ao exterior, quando comparados com o que acontecia em Nova Iorque, onde quase tudo se passa nos seus inte‑ riores. Era, até, uma das poucas ve‑ zes que tinha pensado jantar num restaurante atraída pelo acaso, para descobrir um "jantar do chef". Uma espécie de“blind date gastronómi‑

trazida para a mesa que os deixa‑ ra bem impressionados. Fanny op‑ tou pelo mais escuro que acreditou ser de cevada. Nessa noite, tiveram mexilhões sobre porco preto. A acompanhar, havia várias verduras mas, para Fanny, o que mereceu destaque foi o "caviar" feito com beringelas. Excelente apresentação, quase lú‑ dica, de quem parece até estar a di‑ vertir-se. Parecia a composição de um quadro, onde rebentos e peque‑ nas flores eram as pinceladas do

sabores do mar pareciam ter chega‑ do a mesa. A poucos metros da cos‑ ta, Fanny comentava ser até obri‑ gatório que os peixes e mariscos fossem o forte dos diferentes res‑ taurantes do Hotel Oitavos, mas foi menos convicta quando chegou o último prato, o de carne, com nacos de vitela mirandesa, muito macios, com bearnaise e batata recheada tipo tartiflette. Fanny, sinceramen‑ te, sentia-se já fora do campeonato (mas com pena), tendo apenas tes‑ tado a maciez da carne que Fred não parava de elogiar .

hotel oitavos Restaurante ypsilon Rua dos Oitavos Quinta da Marinha Cascais t.— 214 860 020

co” rematava Fred, que gostava da ideia da ementa não ser fixa e de mudar diariamente com base nas ofertas do mercado. À partida, sa‑ biam que o menu era composto por uma entrada, prato de peixe, prato de carne, pré-sobremesa, sobreme‑ sa, café e petits fours e que o preço por pessoa era de 60€ ou 70€, com bebidas incluídas. Passavam em revista o dia e, nes‑ sa noite, Fanny estava proibida de falar em cenários macro-económi‑ cos para o país, por isso, a conver‑ sa acabava por cair sobre uma hi‑ potética viagem ao Vale do Douro, há muito planeada por Fred. O mo‑ lhar do pão no azeite trouxe esse assunto a memória. Tinham come‑ çado por uma variedade de pães

chef Cyril Devilliers. Como o pró‑ prio explicaria mais tarde, quando veio à mesa saudar os comensais – uma cortesia que Fred e Fanny mui‑ to apreciaram – o hotel procura fa‑ zer uma cozinha sustentada, o que os levou a criar uma pequena horta com ervas aromáticas e pequenos legumes, perfeitamente integrada no jardim e que, de facto, podiam avistar de onde estavam. Fanny aprovava um Paço de Teixeiró Branco de 2009, produção Champalimaud, quando o prato de peixe se fazia anunciar, vindo a re‑ velar-se o preferido de Fred. Um Bouchon de tamboril, percebes e alho francês confitado em miso, batata ratte e crème fraîche. Fred não se cansava de repetir que os

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Preferiu guardar o apetite final para o biscuit de chocolate com amên‑ doa, panacotta, trufas quentes de chocolate e sorbet de tangerina. E que grande final, susurrava Fanny, gratificada com a mestria do chef pasteleiro Joaquim Sousa, que soube encher-lhe a alma já bem alimentada. O estranho calor deste Outono ain‑ da os empurrou para uma das va‑ randas do hotel. O desejo era ape‑ nas o de prolongar a noite num dos quartos que, à primeira vista, consi‑ deraram sporty, não lhes ocorrendo outro adjectivo para explicar o lado prático e despojado de decoração. A natureza era já de si um quadro vivo imbatível.



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Muda

El Ganso T — Maria São Miguel Depois de alguns anos na Rua da Rosa, no Bairro Alto, a El Ganso abre portas no Chiado. Com um posicionamento mais premium, o novo espaço, com 200 m2, oferece maior destaque às muitas peças de roupa e de acessórios que a marca tem para oferecer, sempre com um ar desportivo e vintage. A marca, de origem espanhola, nasceu em 2006 e desde o seu início ofereceu um imaginário country escocês, tudo com um ar estival. Os vivos com riscos coloridos que aparecem em interiores ou mesmo como elementos decorativos são traços identitários da marca, que dão um certo ar de roupa engalanada.

Ericeira SurfShop

T — Pedro Resende

T — Maria São Miguel

Muudam-se os tempos, muudamse as vontades. E é no meio de toda a mudança que nascem novos conceitos em moda, arte e lifestyle. O projecto Muuda nasce no Porto, no ano de 2005, numa altura em que o Soho da Invicta ainda não tinha a fama nem o proveito. Hoje, o projecto que propunha uma constante troca de experiências é um caso de sucesso, avançando para uma expansão em forma de concept store na cidade de Viseu.

Tendo nascido em Outubro de 1996, com a abertura da primeira loja no centro da vila que lhe deu o nome, a Ericeira Surf Shop acaba de completar 15 anos de existência, o que confere sentido à designação da marca e, simultaneamente, for‑ talece o conceito de autenticida‑ de. Até dia 15 de Novembro, serão partilhados diariamente conteú‑ dos alusivos a esta data na pági‑ na de Facebook da Ericeira Surf Shop, o palco central da campanha. A marca irá dar a conhecer uma ou‑ tra faceta, o lado que não é visível no dia-a-dia das lojas, revelando al‑ guns dos rostos que estão por de‑ trás da Ericeira Surf Shop, essen‑ cialmente através de vídeos.

Não esquecendo as origens, continua a mostra de arte, sabores e design que lhe deu o mote, numa constante actualização bem no centro do Circuito Cultural Miguel Bombarda. Aí, o Muuda propõe exposições e intervenções constantes, lançamentos, workshops, performances e apresentações, além das peças e objectos de criadores nacionais, como Katty Xiomara e Valentim Quaresma. Um espaço a visitar em qualquer altura! Muuda R. do Rosário, 294 Porto www.muuda.com

Em termos de decoração, misturam móveis e cartazes antigos, uma curiosidade que nos faz querer continuar a explorar os recantos dos dois andares e, aos poucos, descobrir as colecções.

el Ganso R. Nova do Almada, 79 Chiado — Lisboa

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www.facebook.com/ ericeirasurfshop


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Gardénia Men T — Maria São Miguel Aberta há 24 anos na Rua Garrett, num espaço histórico construído por Raul Lino, a Gardénia marcou o início de uma experiência de loja multimarca dirigida ao urban wear quando, em Portugal, começavam a entrar as marcas internacionais dirigidas a um público jovem que ganhavam uma identidade em Portugal. Hoje, Vítor Pereira da Silva, fundador e gerente, prepara-se para abrir no Largo Bordallo Pinheiro, também em pleno Chiado, o seu oitavo espaço dedicada ao homem. O próprio explica que hoje faz sentido existirem lojas especializadas, na medida em que o consumidor é mais exigente e procura espaços próprios, que preencham as suas necessidades.

Por isso, tanto a loja da Rua Garrett, como a Gardénia Atelier no Centro Comercial Vasco da Gama, passam a ser dedicadas, exclusivamente, ao consumidor feminino, ficando a nova reservada ao masculino. O novo espaço ocupa dois andares mas apenas o piso

térreo será dedicada às colecções masculinas. A parte de cima será reservada a um café/ lounge, que apenas estará aberto no início do ano. Gardénia Lg. Rafael Bordallo Pinheiro, 6 Lisboa

Tag Heuer

boutique tag heuer el corte inglés Av. António Augusto Aguiar Lisboa

A TAG Heuer inaugurou uma boutique exclusiva no El Corte Inglés, em Lisboa, trazendo para o espaço a exposição Mastering Speed for 150 years, uma mostra de peças incontornáveis que ligam a evolução da marca suíça ao universo da cronometragem desportiva e ao desporto automóvel. O evento teve lugar na entrada principal do conhecido espaço comercial e contou com a presença de várias personalidades de destaque, incluindo Filipe Albuquerque, Miguel Barbosa e Pedro Lamy, os três pilotos portugueses que integram e equipa de embaixadores da TAG Heuer para Portugal e que foram recentemente homenageados com um modelo TAG Heuer Racing Team, exclusivo para o mercado luso.

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T — Maria São Miguel


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Piteira T — Romeu Bastos Sou um pessoa de tradições no que toca ao vinho e sinto-me muitíssi‑ mo satisfeito quando percebo que, em alguns casos, a tradição ainda é o que era... Foi num almoço, há pou‑ co mais de uma semana, que pro‑ vei pela primeira vez o Piteira pe‑ las mãos do enólogo de serviço, o professor Virgílio Loureiro, com quem, cada vez que converso, en‑ tro automaticamente em modo "es‑ ponja", a absorver o conhecimento de uma fonte de sabedoria e talen‑ to inesgotáveis...

Drambuie Jameson 15 Reserve T — Romeu Bastos

T — Romeu Bastos

Drambuie é uma bebida mítica que fazia parte dos gostos básicos de um cavalheiro e era presença obrigatória em qualquer bar de cocktails ou na cozinha de um chef. Hoje, vive um renascimento, em parte devido à introdução do Drambuie 15 que, em relação ao sabor clássico, é menos doce, enaltecendo o teor de whisky que se torna mais intenso. É, por isso, mais fácil de beber só ou com gelo.

O Jameson Select Reserve é, como imaginamos, um whisky de “grain” —não utilizado em nenhum dos outros whiskys da Jameson— mais cuidado. É destilado três vezes em pequenos lotes ao ano e maturado em barris de bourbon e xerez tostados, o que torna este whisky mais aveludado, fácil de tragar, deixando no paladar notas de madeira queimada e especiarias com frutos exóticos, mantendo as características de um Jameson clássico.

www.drambuie.com

www.jameson.com

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Percebi que o Piteira é um vinho muito particular, feito através de um processo de fabrico com mais de 2000 anos, inspirado em meto‑ dologias praticadas pelos romanos. Hoje, ainda produzido no Alentejo rural, mais precisamente na zona da Amareleja, o Piteira tem origem na casta Moreto, antigo nome que deri‑ va do facto das videiras que dão ori‑ gem às uvas serem provenientes de castas "mansas". Ou seja, são enxer‑ tadas em bacelos americanos que propiciam vinhos com um carácter muito particular mas, ao mesmo tempo, simples e despretensiosos. O Piteira é um vinho com uma cor pouco pronunciada vermelho cere‑ ja, bastante aromático e com um fi‑ nal de boca não muito prolongado, mas cheio de elegância. Piteira, Vinho da Talha, 2009 Vinho de mesa tinto alentejano Castas: Moreto Preço: 14€


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Vicente, qual furacão sai a passo acelerado das galerias de uma média superfície co‑ mercial, acende um cigarro: — Meninaaaa, a outra usa cockring!!! Bem sei, os únicos acessórios in‑ dispensáveis na sua indumenta‑ ria, os penduricalhos de pulso, re‑ ligiosamente removidos à porta do trabalho: — Não posso entrar assim, as outras ficam de olho gordo. Não dispensamos o costumei‑ ro café na Benard numa tarde de compras no Chiado. Hoje mereço um “petit gateau” e refaço-me de uma brincadeira de mau gosto do meu caro amigo. No provador da loja sussurra-me como uma víbo‑ ra à espera da última ferradinha “fi‑ ca-me bem?”.Ingenua afasto a cor‑ tina e lá está ele, de boxers Dolce & Gabana e a bandeira do Reino Unido realçando o abono de família. Num acto reflexo, afasto os olhos e entre os dentes balbucio enfureci‑ da, “lá porque és gay, não quer di‑ zer que eu seja fufa!”. Ri a bandei‑ ras despregadas se lhe digo que as minhas carências são fruto do real

romance que sinto na pele, ali estou com o meu ama‑ do, sou a musa inspiradora assim meio erotizada nas linhas de um livro vendido na bomba de gasoli‑ na. Vou mais longe, talvez tenha a meu lado o último dos românticos! Defendo o meu príncipe ao mesmo tempo que enfardo como uma gor‑ dalhufa, na verdade sedenta de uma sessão de sexo bruto. O Vicente sempre de olho nas “pessoinhas” que entram e saem dos sanitários, nem por isso perde o fio à meado ou se deixa enganar pelos meus argumentos:

Entrelaçados no sofá, no ma‑ rasmo de «A Anatomia de Gray» que abomino até mais não, já noite dentro, prendo-o entre as minhas pernas, para algo completamente diferente, o meu nariz de Batatoon. O sacana está mais interessado nas histórias de bisturi do que no meu ridículo apêndice. Canto-lhe em tom de pa‑ ródia, dedo em riste mão na anca “Mister gay, já não sou uma crian‑ ça!”. Olha para mim, indiferente: — Olhá lá, eu não sou paneleiro. Antes fosse, tratava-se simples‑ mente de um espécime assexuado. Porque a noite era uma criança, na esperança que o Vicente estivesse livre, liguei-lhe: — Meninaaa, quer ir beber uma bica ao Chiado?

— Já te disse, isso não é normal! E uma enxurrada de testosterona se apodera dele; voz grave, pernas abertas, o troncos despojado na ca‑ deira, remata: — Gajo que é gajo quer ir à cenaita da sua gaja! Para mim ele não é o último dos românticos mas a mais nova das bichinhas no armário!

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O nosso humor era demasiado pre‑ visível, é claro ele não podia dispen‑ sar “A Bicha do Demónio”. — Boa e vamos à Brasileira! Diz que eles têm a entrada em forma de pombinha que é para afastar as bichas...mas sabes que não tenho medo, pois não queração...




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