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TEXTOS

Director Francisco Vaz Fernandes francisco@parqmag.com editor Francisco Vaz Fernandes francisco@parqmag.com coordenação editorial Joana Teixeira coordenação de moda Tiago Ferreira Direcção de Arte Valdemar Lamego v@k-u-n-g.com www.k-u-n-g.com periocidade: bimestral Depósito legal: 272758/08 Registo ERC: 125392 Edição Conforto Moderno Uni, Lda. NIF: 508 399 289 PARQ Rua Quirino da Fonseca, 25 – 2ºesq. 1000-251 Lisboa t. 00351.218 473 379

Ágata C. de Pinho André Lopes Carla Carbone Carlos Oliveira Davide Pinheiro Francisco Vaz Fernandes Giogo Seno Inês Padinha Ingrid Rodrigues José Miguel Bronze Júlio Dolbeth Laia Gomez Maria São Miguel Mariana Viseu Paula Melâneo Roger Winstanley Romeu Bastos Rui Miguel Abreu Vânia Marinho FOTOS Edgar Rafael Herberto Smith Maria Meyer Nian Canard Sal Nunkachov STYLING Conforto Moderno Sónia Jesus Silvina Querido Tiago Ferreira

Impressão eurodois 20.000 exemplares

editorial 40 Edições Cada edição da Parq é sempre um motivo de celebração, porque representa o esforço de muitos colaboradores e o apoio de muitos fãs —a fonte de entusiasmo que nos alimenta. Agora, celebrar 40 edições é mesmo motivo para uma grande festa. Aqui, já abrimos a nossa garrafa de champanhe para, de forma simbólica, festejarmos a nossa história de perseverança, que deve motivar muitos dos nossos leitores para que nunca percam a esperança quando abraçam um projecto. Para este número, resolvemos ter uma atenção especial ao mundo das motos customizadas —a nova febre do momento e que, na verdade, é mais um fenómeno de individualização, pelo qual muitos de nós nos batemos. Além disso, relembramos Steve McQueen —o Mr. Cool— que foi desde sempre umas das referências da Parq. Passamos ainda por alguns novos talentos nacionais, e há muitos, como João Melo Costa e Teresa Abrunhosa, na moda, e João Retorta na fotografia. Não esquecendo quem lá fora está a atrair as atenções, como é o caso de Stephanie Hornig, no design, e de John Wizards, na música. O tempo vai arrefecer, por isso, aqui fica mais uma edição, para lerem no calor do lar. por Francisco Vaz Fernandes

distribuição Conforto Moderno Uni, Lda. A reprodução de todo o material é expressamente proibida sem a permissão da Parq.Todos os direitos reservados. Copyright © 2008——2013 PARQ. Assinatura anual 12€

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camisa DIESEL acessórios da produção F — Nian canard S — Sónia Jesus M-P&H — Aga Dobosz Models: Olga Z (Next Models London) James Beauclerk (Next Models London)

you must 06 — 33 Chris Burden Mariana a Miserável Stephanie Horning Hey Mikel Teresa Abrunhosa Imaviz Underground João Melo Costa

Central PArq 44 — Motos 50 — Steve McQueen 52 — João Retorta 58 — Close Closer

soundstation 34 — Buraka Som Sistema 36 — John Wizards 38 — London Grammar

Parq Here 94 — 98 Moules&Beer, Fly London, Cone à portuguesa, Champagneria Real, Kitchen Make‑Up Boutique

you must shop 40 — 43 Still Life n . 4 0. a n o v. n o v — d e z 2 0 1 3

Moda 74 — We Can Be Heroes 84 — Slow Down

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t — Francisco Vaz Fernandes

Arte

chris The Big Wheel de Chris burden, 1979 no New Museum em NY que tem de atractivo e assustador, passa a percorrer toda a obra do artista que emprega miniaturas para a representação dos seus universos escatalógicos. Mais recentemente, os seus trabalhos seguem uma vertente utópica, tendo criado complexas metrópolis recorrendo a miniaturas. Metropolis II de 2012, em exposição, inclui cerca de 1100 miniaturas de carros e muitos outros elementos dos quais o urbanista se socorre na realização de maquetes, criando uma peça em que tudo está em movimento.

Medusa's Head de Chris burden, 1990 no New Museum em NY

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O New Museum de Nova Iorque apresenta uma vasta retrospectiva do artista norte-americano Chris Burden, anunciada como sendo a maior alguma vez realizada nos E.U.A.. A exposição inclui trabalhos a partir de 1971, revelando a importância de Chris Burden enquanto pioneiro da land art e da body art. A par disso, Burden é dos primeiros a introduzir o vídeo no seu processo artístico, o que também mereceu grande destaque para a compreensão de um fim de ciclo do minimalismo americano. Ao contrário do racionalismo destes últimos, Burden parece introduzir uma componente vernacular, que resulta de um olhar sobre a paisagem socio-política da América. Como se pode verificar no desenvolvimento da visita à exposição, o seu trabalho a partir dos anos 80 começa a ganhar uma dimensão de escultura/ instalação, prevalecendo sempre a sensação de caos. Uma das obras centrais do artista, Medusa’s Head, 1990, é constituída por uma massa redonda suspensa por uma corrente. Num olhar mais atento vemos que toda a crosta é formada por tudo aquilo que são as grandes realizações tecnológicas do homem na terra, a serem engolidas por essa massa disforme. Esse tipo de discurso sobre o poder, naquilo

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Metropolis II de Chris burden, 2012 no MOCA em NY

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t — Joana Teixeira

Arte

“Life: a big mexican soap opera” é a mais recente coqueluche artística de Mariana, A Miserável. A artista que se esconde por trás deste alter-ego de miséria, de seu nome Mariana Santos, é uma jovem de 26 anos formada em Design Gráfico, que vai levando a vida como mais uma ilustradora que, ocasionalmente, ganha dinheiro com o seu trabalho. Entre ter pouca sorte no jogo ou pouca sorte no amor, Mariana preferiu ter sorte na arte e desenhar sobre a vida e o karma —para montar esta sua última exposição na Ó! Galeria, no Porto. A artista ilustrou uma novela mexicana à moda de Mariana, A Miserável —onde explora todos os cenários possíveis em que é preferível dramatizar, numa fuga fácil e foleira à felicidade. Para criar, Mariana inspirou-se nos desgostos amorosos típicos em todas as novelas, e procurou ilustrar um paralelismo entre a vida real e a tragédia tradicional televisiva. Em “Life: a big mexican soap opera”, encontramos personagens que falam espanhol, que choram, que fazem figas e que bebem tequila. Mariana criou desenhos que nos fazem rir do karma, enquanto comemos nachos. Porque, afinal, “há tanto drama em Portugal como no México”, mas por cá somos mais discretos. E Mariana, por mais miserável que seja, gosta de acreditar que a vida real é mesmo como uma novela mexicana —no final, acaba sempre tudo bem.

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Mariana Miserável a Yo u m us t

f — Ema

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WWW.FREDPERRY.COM


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t — Paula Melâneo

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O Edifício Castil, na Rua Castilho, comemora 40 anos. Nasceu como resposta ao crescimento do sector terciário na capital. Com 15 pisos e estacionamento subterrâneo, 8 pisos são ocupados por escritórios e 3 por comércio. Estes 3 pisos, que se destacam na fachada, marcaram a vida lisboeta como sendo o primeiro grande centro comercial da cidade. As lojas eram reflexo de glamour e prosperidade, no conjunto de montras que se iluminava sobre a Rua Braancamp. É um projecto do atelier de Francisco Conceição Silva, do início dos anos 70, onde também participou

Arquitectura

o i c í fd stil i E Ca Tomás Taveira, que aí trabalhava na época. As suas linhas nascem de um modernismo tardio, que começava a absorver influências da estética pós‑modernista internacional. A grande fachada de vidro e metal é marcada por elementos estruturais de betão, que lhe dão uma geometria vertical característica. Uma praça interna de acesso às lojas traz o “passeio público” para o espaço interior. Na mesma altura, é construído o vizinho e icónico Edifício "Franjinhas", de Nuno Teotónio Pereira. Ambos marcam a procura de resposta às novas necessidades urbanas e relações espaciais e funcionais exigidas por uma cidade em desenvolvimento. Em 2011, os dois edifícios foram classificados como Monumentos de Interesse Público.

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f — Fernando Guerra

Arquitectura


t — Diogo Seno

a Lvie d'Adèle

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Cinema

A obra mais recente do realizador franco-tunisino Abdelattif Kechiche é um drama romântico, de fôlego épico mas registo intimista, sobre o desejo, o primeiro amor e as emoções fortes e contraditórias que suscita. Adèle, interpretada pela estreante Adèle Exarchopoulos, é uma rapariga de 15 anos que se apaixona por Emma, uma rapariga de cabelos azuis, estudante de arte, interpretada por Léa Seydoux. O filme de três horas, adaptação livre da novela gráfica Le bleu est une couleur chaude (de Julie Maroh), foi o mais discutido da edição deste ano do Festival de Cannes. A crítica elogiou a ternura e honestidade do

Cinema

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realizador, bem como a entrega das actrizes, na indagação da experiência radical do amor adolescente. La Vie d’Adèle recebeu o prémio FIPRESCI da Associação Internacional de Críticos e a Palma de Ouro do festival. Na cerimónia de encerramento e divulgação do palmarés, o realizador Steven Spielberg, presidente do júri, convidou “três artistas”, o realizador e as suas actrizes, a subirem ao palco. Na conferência de imprensa que se seguiu, Spielberg afirmou tratar‑se da distinção de uma história de amor profunda. Em Portugal, estreia dia 28 de Novembro.


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t — Francisco Vaz Fernandes

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n o s i a M Martin M a & Converse rgiela

A francesa Maison Martin Margiela colaborou com a Converse na criação da colecção de sneakers Converse First String. Esta dupla promete silhuetas clássicas da Converse, nomeadamente os Chuck Taylor All Star e Jack Purcell pintados na totalidade à mão, com tinta branca. Querem com este processo reconhecer esses sneakers como um objecto ícone da nossa sociedade. O processo criativo é semelhante ao que podemos encontrar, por exemplo, nas lojas da Maison Martin Margiela, assim como nos seus espaços de trabalho em que tudo é neutralizado por uma camada de tinta branca que o tempo se encarregará de fazer estalar, fazendo antever outras camadas de vida

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t — Francisco Vaz Fernandes

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anterior. No caso dos Converse, com o uso, passamos a ver entre as fendas as cores originais dos sneakers, as cores mais clássicas —vermelho, preto, azul-marinho e amarelo. Ou seja, cada exemplar passa a contar a história do seu próprio percurso, ganhando a individualidade própria de quem o usa. Para a Converse, esta parceria com a Maison Martin Margiela celebra na perfeição o espírito da individualidade e a expressão própria de cada uma das marcas envolvidas no processo. A Converse First String é uma colecção limitada, disponível desde Setembro em algumas lojas seleccionadas. O preço recomendado é de 200 euros.


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Design

t — Carla Carbone

Hornig joga com a multiplicidade de tipologias manifestadas no quotidiano, e as suas mestiçagens. São mostrados neste exercício diferentes formas de campismo —como “colagens de diversas funções, formas e materiais”. Hornig, de forma natural, sem forçar, procura compreender a linguagem que emana de cada material e a partir daí é que constrói uma possível forma, uma possível função. Stephanie Hornig tem alma de arquitecta. As formas arquitectónicas inspiram a designer. Fascina-a o padrão das fachadas da cidade onde vive: Londres. Admira sobretudo a função nua da arquitectura, porque ela raramente é decorativa. Hornig, com este fascínio pelo não decorativo, reforça mais uma vez a sua inclinação para o funcionalismo.

Camp Daybed

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Stephanie Hornig

A austríaca Stephanie Hornig, uma designer recentemente formada na Universidade das Artes em Berlim, já deixa antever nos seus projectos uma qualidade e personalidade sem precedentes. As suas geometrias e soluções minimalistas revelam uma propensão para a funcionalidade, deambulando entre o clássico e o novo. Deve referirse que Hornig trabalhou no atelier da quase lendária, e inatingível, Patrícia Urquiola. Actualmente residente em Londres, Hornig, no seu projecto Camp, reforça a importância que tem para ela, depois de ter viajado com alguma frequência, a sensação de simplicidade e independência que a natureza desperta. Hornig começou por comparar a vida nómada moderna com a do campismo. Sempre com uma preocupação de funcionalidade, a designer concebe peças que aludem à vida e ao mundo exterior: um chapéu de sol com mesa, um sacocama com pernas.

Camp Table Yo u m us t

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t — Ingrid Brito Rodrigues

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Música

Ler + em www. parqmag.com

Depois do lançamento de BD Sound Files (uma partilha a retalhos de madrugadas e rasgos pessoais mas contagiosos), os Dead Combo, ainda com o intuito de comemorarem com o público a sua década de existência e com a edição a cargo da Chiado Editora, lançam a dia 7 de Novembro (data em que também estará disponível em loja), Dead Combo – 10 Anos de Vadiagem – Fotobiografia na ZdB (Galeria Zé dos Bois, no Bairro Alto). Local onde decorrerá até dia 14 de Novembro, não vamos chamar uma exposição, mais uma antevisão do livro. O tempo em que muitos falavam dos Dead Combo como sinistros e escuros já vai longe. Hoje, sabemos que a sonoridade destes dois senhores é o resultado de um rendez vouz improvável entre a banda sonora de um filme de Tom Ford meets Carlos Paredes, num prelúdio não descrito mas mestiço de acordes, tempos e contratempos. Também já sabemos que no início de 2014 mais trabalhos nos serão apresentados pelos Dead Combo. Só não sabemos se nos deixaremos influenciar pelos ares de Madagáscar ou se damos um pulo dos grandes até aos Balcãs ou que “vadiagem” nos trarão num próximo trabalho. Mas cá ficamos, a roer as unhas de tão impacientes, a aguardar o que vier a tocar.

Woodkid

Daughter

Música

t — Pedro Lima

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O Vodafone Mexefest volta a encher o centro da cidade de Lisboa de música este ano — mais cedo que o habitual— a 29 e 30 de Novembro. Pela primeira vez, o Coliseu de Lisboa junta-se aos 10 palcos da Avenida da Liberdade, que irão acolher 50 concertos das novas sonoridades indie, rock e electro nacionais e internacionais. O festival tem, aliás, a fama de ter projectado vários nomes em Portugal, como Alt-J, Santigold ou Janelle Monáe. Para esta edição, estão já confirmados nomes como Woodkid —projecto de Yoann Lemoine, certamente um dos mais aguardados desde o lançamento do incrível álbum The Golden Age— os britânicos Daughter, John Grant, o brasileiro SILVA, Savages, Autre Ne Veut e Tropics. Os bilhetes custam 40€ e dão acesso a todos os eventos e salas do Vodafone Mexefest.


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t — Mariana Viseu

Arte

HeyMikel Twin Bear

Revista Cru

Gin and Tonic

HeyMikel é o projecto pelo qual Miguel Sousa é responsável. Determinação pessoal e talento fizeram com que este jovem designer gráfico não passasse despercebido a nível internacional, tendo já exposto o seu trabalho nas mais variadas plataformas. Podemos esperar dele projectos divertidos, irreverentes e jovens, que transpiram profissionalismo e propósito. HeyMikel é fruto de “1 % de inspiração e 99% de transpiração e calos nos dedos”. Recorrentemente referido como um “ilustrador compulsivo”, este jovem acredita em si e num grande futuro para os seus projectos, apesar de não revelar em concreto quais as ambições pelas quais vai lutar. Actualmente, além de ilustrações, Miguel Sousa assina também uma colecção de t-shirts. Espera‑se de quem as usa um olhar crítico, a identificação de uma “contracultura” em relação às massas. Com 23 anos apenas, Heymikel chegou com vontade de se tornar referência a nível do design e ilustração.

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t — Francisco Vaz Fernandes

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Gopa & Kolovrat 79 Rua D. Pedro V, 79 Lisboa Tel.: 213 874 536

Kolovrat

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Kolovrat 79, a loja da criadora Lidija Kolovrat, acolhe um conjunto de cadeiras da marca Gopa, um novo projecto de design nacional desenvolvido pelo arquitecto argentino, Pablo Bruno, para a portuguesa, Eurostand. Em madeira laminada, cortada a lazer, o projecto parece acolher inspiração formal na antiga maquinaria da indústria pesada, dando a estas cadeiras um certo apecto futurista. Por enquanto, os modelos estão disponíveis, em exclusivo, na Kolovrat 79 e o seu valor vai dos 117 aos 450 euros. A apresentação decorreu na noite da Vogue Fashion’s Night Out, numa loja profundamente remodelada por Pablo Bruno, para que houvesse uma concordância estética. Nesse sentido, o espaço de Lidija Kolovrat apresenta agora uma imagem mais minimalista, onde prevalece um jogo de expositores em Plexiglass transparentes, cortado por varas de plexiglass pretas, dando um aspecto de linhas abstractas desenhadas nas paredes.

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t — Vera Loureiro

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Teresa Abrunhosa descreve-se com uma mulher determinada e destemida, que valoriza, acima de tudo, um bom design, a qualidade e a preocupação com o detalhe numa peça. Concluiu recentemente o curso de Design de Moda no Modatex e estagiou com o estilista Pedro Pedro. Procurando um lugar no panorama da moda nacional, Teresa Abrunhosa participou no Acrobatic e Jovens Criadores, mas é no espaço Bloom, no Portugal Fashion, que tem apresentado as suas colecções. Esta estação, pela primeira vez, levou a sua colecção a Paris, tendo participado na feira Capsule, numa tentativa de chegar a novos mercados. Para a Primavera/Verão 2014, Teresa Abrunhosa apresenta-nos uma colecção fiel às premissas da marca, criando uma mulher sensual e feminina, que gosta de valorizar o seu corpo. Uma colecção repleta de cor e misturas de estampados gráficos, com recortes inesperados e assimétricos.

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www.teresa-abrunhosa.com


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t — Joana Teixeira

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Imaviz Underground Há quem lhe chame a nova Camden Town. O Imaviz, em Lisboa, foi rebaptizado com um novo nome —Underground. Quem diria que um dos primeiros centros comerciais a abrir na capital, inaugurado nos anos 70, iria perder o seu movimento habitual para o comércio de massas e reconquistá-lo, agora, numa versão vestida de preto. Imaviz Underground representa o ressuscitar de uma galeria esquecida entre paredes vazias, com uma nova comunidade comercial de lojas alternativas.

Svee Guitars A decoração nas montras é mais obscura do que seria de esperar, mas não há nada melhor do que isso para convidar a curiosidade da clientela a entrar. Dentro dos espaços que servem agora de casa ao espírito underground, encontramos uma loja de vestuário que segue o lema “de preto nunca me comprometo”, com peças de estilo rockabilly, psychobilly e hardcore —Clockwork Store— ligada a um estúdio de tatuagens e piercings; uma loja de decoração alternativa numa versão dark —My Name is Muerte— que também vende roupa em 2ª mão; uma livraria de banda desenhada —Mongorhead; uma loja onde o instrumento-rei é a guitarra —Svee Guitars; uma loja de discos e merchandise alternativos —Glamo-Rama e uma loja que se destina à troca e venda de instrumentos musicais usados —Drop D. Às novas caras do Imaviz Underground juntam-se os velhos ocupantes —a sex shop Funny Sexy Shop, a discoteca de rock e metal Metropolis Club e o espaço Biker Cafe. O Imaviz está vivo e recomenda-se.

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f — Herberto Smith

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t — Joana Teixeira

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Joãoosta C o l e M

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f — Sal Nunkachov

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a moda surgiu na minha vida e senti que me poderia permitir criar projectos que interagissem com as pessoas de uma forma directa.

no corte. Explique-nos.

P:

O que o fascina nesta indústria?

J - M:

Fascina-me desafiar os limites.

P:

O que traz de novo à moda em Portugal?

J - M:

A minha visão do mundo.

P:

João Melo Costa é um jovem estilista com essência de criador. Com apenas 23 anos, é formado em Design de Moda pela Modatex, e define-se como “alguém em construção”, mas o seu percurso já é invejável. Estagiou no ateliê de Luís Buchinho e, em 2012, apresentou a sua primeira colecção, que o colocou entre os nomeados para o prémio de “Melhor Novo Talento” dos Fashion Awards. Esta estação, estreou-se na Semana de Moda de Londres, com o desfile da sua colecção Primavera/Verão 2014, intitulada Welcome Back.

O que falta a esta indústria no nosso país?

J - M:

Assumir-se.

P:

Como define o look desta colecção?

J - M:

Fresco.

P:

Esteve pela primeira vez na Semana de Moda de Londres.

J - M:

Foi o início da minha internacionalização. Existia algum receio de me apresentar num contexto diferente do habitual, mas aconteceu tudo de uma forma tão natural que me senti em “casa”.

P:

J - M:

Podia não pensar nada, nem entender o conceito. O que eu queria era que, de alguma forma, se sentisse inspirado.

P:

Planos para o futuro?

P:

J - M:

J - M:

As peças overzised transmitem conforto e leveza. As assimetrias estão numa parte da colecção que tem por base as fachas de boas vindas e de condecoração.

O que esperava da reacção do público ao desfile?

J - M:

O que despertou o seu interesse para a moda? Sempre gostei de criar. Aos 17 anos

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t — Joana Teixeira

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Moda

Criar muito.

P

Qual o conceito da sua colecção Primavera/Verão 2014?

J - M:

A colecção é uma narrativa visual sobre o regresso de alguém —Welcome Back. Pode ser dividida em três fases. A primeira, “o regresso” e o processo de renovação. A segunda, fase da recepção e boas vindas, como uma festa com cores fortes e estampados que representam fogo de artifício. E finalmente, na última fase da colecção, há uma reflexão em jeito de retrospectiva.

P:

f — Sal Nunkachov

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Destacam-se as peças oversized e as assimetrias


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t — Francisco Vaz Fernandes

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Fa shio n Filipe Oliveira Baptista

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O projecto de internacionalização dos designers de moda nacionais, levado a cabo pelo Portugal Fashion, diversifica-se. Esta temporada, para além de Paris, onde já passam regularmente Filipe Oliveira Batista, Luis Buchinho e Fátima Lopes, o Portugal Fashion levou João Melo Costa e Luis Buchinho à London Design Week. Integrado no seu programa complementar, o desfile das colecções Primavera/Verão 2014 destes criadores decorreu na Embaixada de Portugal, em Londres. Para o presidente da comissão executiva da ANJE, Manuel Teixeira, a aposta do Portugal Fashion nestes circuitos internacionais proporciona aos vários criadores uma excelente oportunidade de promoção à escala global, visibilidade junto da imprensa especializada e dos agentes de compras e de muitas outras entidades dinamizadoras do sector de vestuário. Estas foram questões relevantes que fizeram com que apostassem na Semana de Moda de Viena, onde desfilaram as colecções de Estelita Mendonça, Daniela Barros e Ricardo Preto, com a linha Mean. Com menos tradição e relevância, o certo é que Viena poderá ser um excelente mercado para os criadores nacionais. A própria organização promove estruturas que permitem um contacto directo entre os criadores e os potenciais compradores.

Estelita Mendonça

Daniela Barros

João Melo Costa

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f — José Gageiro

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t — Maria São Miguel

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A CAT não é apenas uma marca de botas e a prová-lo aí está de novo a coleção CODE, que apresenta uma gama de calçado minimalista de inspiração retro. O design hibrido, as cores pop e os elementos técnicos continuam a ser uma tendência streetwear para o Outono-Inverno 2013. A paleta de cores gravita entre uma série de tons neutros, como o cinza, terra ou azul-marinho, que combinam com cores fortes como a menta nas solas, a tangerina na zona do calcanhar ou a cor-de-vinho nos atacadores. A máxima da linha CODE continua a ser “Join the Party!”, uma ideia simples que não necessita de ser traduzida para múltiplas latitudes e que agrada às mentes jovens da CAT, para quem elegância e irreverência andam de mãos dadas.

f — Nick Onken

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t — Maria São Miguel

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Nixon Animal Slumdog Print Lisbon Conhecemos a Nixon como uma marca de streetwear ligado ao nicho dos acessórios. A sua colecção de relógios ganhou renome ao propor uma fidelidade clássica dentro de um imaginário e uma estética apropriada a audiência mais jovem que em geral está associada ao skate, surf e à criatividade.

Os padrões de pelagem animal são uma das tendências fortes da colecção mulher da Adidas Originals, para esta estação. A Adidas reinterpretou estes padrões e apresenta um conjunto de peças com texturas de leopardo, zebra e sintéticos de snake skin. Numa colecção em que a sobreposição de peças se assume como o segredo para um look original, a marca aposta em tons fortes, contrastantes e exuberantes.

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Depois chegaram os headphones e sistemas de som, e mais uma vez se repetiu a fórmula de sucesso. Um produto que oferece qualidade de materiais e design inovador. O facto de conhecerem tão bem o universo das grandes marcas do streetwear só fazia advinhar que aos poucos entrariam igualmente neste segmento, facto que tem vindo a acontecer aos poucos. Actualmente, a Nixon apresenta todas as estações uma colecção muito completa que se caracteriza pela rudeza minimal do design e refinamento do produto final, contradições que sempre estiveram presentes nesta marca.

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A tribo de streetwear portuguesa está a crescer. A Slumdog, nascida e criada em Lisboa em 2012, pelas mãos de um grupo criativo liderado pelo jovem Pedro Rodrigues, é uma marca que materializa a cultura de rua em peças confortáveis, de cunho próprio e em quantidade limitada. Funky Fresh é o nome da última colecção, que representa um estilo descontraído, combinando um jogo de cores vivas com prints ousados. A Slumdog Lisbon assina camisas, t-shirts e chapéus 5-panel com design inspirado no universo urbano —streetart, música, fotografia e skate. Com um look alternativo, a marca veste o homem jovem, adepto de desportos radicais e com um espírito cultural urbano. O conceito é produzir peças que marcam pela diferença, exteriorizando a individualidade de cada um, nesta tão grande cidade que é Lisboa.

t — Joana Teixeira

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t — Joana Teixeira

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A designer Isabel Marant apresentou a tão aguardada colecção de Inverno que criou para a H&M. Disponível com linhas para mulher, homem e jovem, esta colecção promete aquecer os dias mais frios com tendências arrojadas. Encontramos uma forte inspiração tribal nos estampados, nos detalhes com padrão étnico que decoram as peças e no pormenor das franjas em botas de cano largo. Entre as tendências, Isabel Marant apresenta um gosto especial por franzidos e lantejoulas, numa colecção muito trabalhada em malhas e cabedal. O look criado pela designer combina peças de exterior oversized com silhuetas de assinatura skinny. Esta colecção também oferece uma vasta linha de acessórios, que incluem cintos, lenços, cachecóis, gorros e bijuteria. A colecção de Isabel Marant para a H&M chega a Portugal a 14 de Novembro.


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t — Mariana Viseu

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Collec7ive ollec7ive C K h n s i it t iBr Quando sete amigos se juntam, o resultado só pode ser encantador. E não há melhor exemplo do que o Collec7ive, um grupo de designers de moda que trabalha sempre em conjunto, explorando as diversas áreas do mundo da moda. O objectivo é simples e corajoso: criar. Nesse processo, a entre-ajuda surge como o principal pilar, existindo em simultâneo lugar para a criatividade individual de cada um dos membros. Convidados para participar em vários projectos recentemente, como a Vogue Fashion’s Night Out e a Moda Lisboa, este grupo organiza igualmente workshops de tricot e de desenho de plano vectorial.

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Este outono/inverno, a Fred Perry apresenta uma coleção especial: British Knitting, uma coleção que mergulha no guarda-roupa inglês do pós-guerra, propondo malhas com padrões centenários reiventados, como é exemplo o padrão da remota ilha Fair, a norte da Escócia, adotado pelos skinhead agora retrabalhado, acrescentando detalhes icónicos. O Lambswool Aran,

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tradicional das ilhas Aran, ao largo da Costa da Irlanda, é um clássico que foi igualmente atualizado com cores mais ousadas. As camisolas de malha vestiram a juventude britânica ao longo dos anos 60, 70 e 80 adaptadas de diferentes formas. Ora foram mais soltas, conjugadas com casacos estilo bomber ou mais justas e estruturadas, usadas por cima das camisas.

t — Maria São Miguel

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t — Mariana Viseu

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Inéditas, genuínas e autobiográficas são como se proclamam as peças da marca portuguesa Ideal&Co. A partir dos designers José Lima e Rute Vieira, vemos crescer um projecto único de confecção de malas, mochilas, carteiras e todo o tipo de bolsas de pele, revitalizando o talento ainda presente nas oficinas artesanais do Parque Natural da Serra D’Aire e Candeeiros. Tradição e contemporaneidade surgem aqui como conceitos irmãos, que vão lado a lado: preserva-se um legado de pele e confecção, mas tudo de um modo eco-friendly. O resultado transpira tanto qualidade como intemporalidade, e isso sente-se no toque e no desempenho. Porque “some things stay with you forever”!

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t — Maria São Miguel

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Wabi é um dos modelos icónicos da Camper presente em todas as estações com pequenas transformações dos materiais que o renovam, ora dando-lhe um toque tradicional ou futurista. Baseado num modelo japonês, tem ganho muitos fãs pelo conforto que transmite, especialmente quando é realizado em feltro. Esta estação a Camper trouxe duas novidades, deu-lhe um cano alto e impermeabilozou-o com tecnologia gore-tex a pensar em pés quentes em dias de chuva. Ou seja, transformaram o Wabi numa espécie de galochas, sem o desconforto do pástico, garantindo pés sempre secos e quentes. Este modelo para adultos e crianças está disponível em cor de mustarda, granada e cinzento.


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t —Paulo Figueiras

Sony

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A Sony lançou no passado mês de Setembro a gama de lentes Smart Lens DSC-QX. Estas novas lentes inteligentes têm tudo o que encontraria numa câmara point-and-shoot digital da Sony: uma lente de zoom, um sensor de imagem e módulos de processamento, uma bateria, slot para cartão de memória e até microfone estéreo. A visualização das fotografias e o controlo da Sony QX são feitos a partir do smartphone, via Wi-Fi ou NFC, sendo compatível com Android e iOS. Para já, a Sony lançou dois modelos, QX10 e QX100, a primeira com um zoom de 3.6x a 10x e uma lente Sony G, e a segunda com 20 megapíxeis e uma lente Carl Zeiss.

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G g a n l u s ma Gear

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O Galaxy Gear, novo smart watch da Samsung, foi anunciado este mês na conferência IFA 2013. Este relógio de pulso possui um ecrã AMOLED de 1.6 polegadas, um processador de 800 MHz e uma bateria de 315 mAh. O relógio vem ainda equipado com uma câmara de 1.9 megapíxeis, desenhada para tirar fotografias ou fazer vídeos curtos (10 segundos) a 720p e com som. Este relógio só pode ser utilizado em conjunto com um Galaxy Note 3 ou com o novo Note 10.1. Além disso, Gear é o primeiro produto comercial do género da Samsung, e como tal, ainda precisa de algumas afinações, principalmente ao nível da usabilidade, mas as funcionalidades e aplicações exclusivas deste novo smart watch são razões suficientes para o comprar.

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Moda


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t —Joana Teixeira

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Fandi

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A fragrância masculina Fan di Fendi é a personificação do estilo e charme italianos. O perfume, intenso, sofisticado e viril, tem um aroma amadeirado —com notas de tangerina, acompanhadas de manjericão fresco e temperadas com pimenta rosa. O toque final de sedução fica a cargo do clássico patchouli. Fan di Fendi Pour Homme é dedicado ao homem elegante e atrevido.

Honey Honey é uma deliciosa fragrância floral, criada por Marc Jacobs. Uma essência dourada, energética e doce, com o aroma fresco da pêra verde e um travo frutado a tangerina. A quente suavidade deste perfume assenta no coração de laranja e pêssego, finalizado com uma base feminina que combina mel e baunilha. Uma fragrância que namora com o pescoço da mulher.

LunaRossa Yo u m us t

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Beleza

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Luna Rossa Extreme é a nova fragrância masculina da Prada. Neste perfume, a marca incorpora a essência vitoriosa da equipa de vela Luna Rossa. Num frasco, a Prada combina ingredientes poderosos e de assinatura sensual. O aroma é um refresco picante, conseguido através de um toque de pimenta preta e coração de âmbar, finalizado com uma base intensa de lavanda.


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Lacoste L!ve

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Benetton

Levis

Volcon

Springfield

Element

Camper

Merrell

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Le Coq Sportif

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Fly London

Cheap Monday

H&M

Diesel

Patrizia Pepe

Springfield

Billabong

Patrizia Pepe

Hat Attack

Diesel

Tatty Devine

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t — Davide Pinheiro

Buraka Som Sis tema

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Off The Beaten Track é a história acidental dos Buraka Som Sistema, contada pelos próprios num documentário de visões individuais que definem o colectivo. O impacto internacional de uma banda como os Buraka Som Sistema obriga a que a primeira projecção de Off The Beaten Track se faça na sede da Red Bull, em Londres, perante uma comitiva de jornalistas, bloggers e jornalistas europeus e não, por exemplo, em Lisboa. A data 19 de Setembro, três semanas antes da estreia no Festival de Cinema de Londres a 10 de Outubro, que antecede uma mini-digressão com escala em Berlim, Paris, Amesterdão e Leuven na Bélgica. E só a 22 de Novembro o filme chegará à Aula Magna, seguido de um concerto e de uma after party no Lux. O que o documentário mostra já não é uma banda do subúrbio lisboeta a escavar ritmos locais para os entregar a públicos vastos. É um colectivo globalizado que pesquisa na periferia e apreende novas linguagens num som que é Buraka Som Sistema. João Barbosa (Branko) compara esse processo ao diggin' de um DJ Shadow numa loja de discos. Esta é a história de "um gajo que queria fazer drum'n'bass, outro que queria fazer hip hop, outro que não sabia bem o que fazer e outro que queria escrever poesia e estar ligado à moda", descreve o co-fundador da Enchufada que já tinha experiência anterior no 1-Uik Project. "Buraka é um acidente", exclama numa das primeiras frases do documentário. Já não é só um voo entre Luanda e Lisboa, são múltiplas escalas na Amadora, em Londres ou em Caracas. Justamente a geografia em que cada um dos quatro é apresentado. Rui Pité (DJ Riot), na Amadora, é retratado a jogar dardos no café e a recordar a escola secundária onde se ouvia Soundgarden e música brasileira; Kalaf ganha inspiração em Londres; Conductor é filmado num estúdio a discutir a filosofia do kuduro com produtores angolanos, após duas horas a conduzir dentro de Luanda; Branko visita a Venezuela para visitar primos e hermanos latinos. "Buraka Som Sistema é tuki", defende um local. É a visão individualizada e separada que define o colectivo. O filme começa e acaba com uma discussão sobre o que será um próximo álbum a editar no próximo ano e assim se expressa uma ideia determinante. Off The Beaten Track não

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Buraka Som Sis tema


t — Davide Pinheiro

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Buraka Som Sis tema

é um biopic nem um best of visual. É um olhar pelo retrovisor com os pés no acelerador. E tanto o início como o fim realçam a questão central. Um como vai ser e não um conta-me como foi. Escutam-se testemunhos entusiasmados de MIA, Santigold, Benga, A-Trak e Diplo mas é o El Pais quem revela um episódio desconhecido (e ausente do documentário). Os Buraka Som Sistema recusaram trabalhar com Shakira. É Branko quem conta a história: "a Shakira queria trabalhar connosco mas era tudo muito impessoal. Negámos mas foi dar ao mesmo. Os produtores dela roubaram-nos ideias", lamenta. "Estamos abertos a trabalhar com gente de outros universos mas, humanamente, devem estar sintonizados connosco", justifica.

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É um filme curto de uma hora que será encurtado em metade numa versão online ainda sem data de estreia. A marca visual do grupo prolonga-se ao documentário de João Pedro Moreira que não se esquece de mostrar a explosão orgásmica que cada concerto enceta. Essa é a faceta mais conhecida do colectivo que mais agitou a música portuguesa nos últimos dez anos. O esqueleto vai continuar a abanar com novas canções como a já conhecida Zouk Bass, inspirada no zouk, género das Antilhas francesas e Tarraxa Carnival que Off The Beaten Track dá a conhecer em primeira mão sem mostrar tudo. São novamente os Buraka Som Sistema a correr por fora e a chegar primeiro à meta.

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t — Rui Miguel Abreu

John Wizards

Chamam-se John Wizards e são o produto da mente de John Withers, músico sul africano que olha para o som do seu continente para projetar o futuro. África não é o futuro. Sob muitos aspectos, África é já o presente, o continente que melhor traduz a mais urgente ideia de «agora»: Vampire Weekend, Franz Ferdinand e um batalhão de outras bandas pop não dispensam o olhar sobre a memória de África como forma de garantir frescura na sua presente produção pop. Mas esse é um fluxo natural, o da pop «ocidental» a olhar para África (Talking Heads ou Paul Simon fizeram-no nos anos 80). Algo bem diferente é o que propõe o sul-africano John Withers, o líder e cérebro do projeto John Wizards de que o outro membro mais constante é o cantor Emmanuel Nzaramba, com passaporte do Ruanda.

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Withers pega numa perspectiva decididamente contemporânea —informada pelas novas tecnologias, moldada pela idade da internet e alimentada pela sua juventude— para olhar para a «sua» África. Ou melhor ainda, para a sua experiência de África: Withers viveu em Maputo, viajou por Dar es Salaam, fixou‑se em Cidade do Cabo. Por esses sítios andou também Nzaramba, que Withers haveria de conhecer enquanto o cantor trabalhava como guarda de automóveis no parque de uma coffee shop da Cidade do cabo. Uma guitarra às costas de John serviu para iniciar uma conversa em torno da música, mas a perda de um telemóvel —a tecnologia une pessoas em todo o mundo, até em África— adiou o arranque do projeto por um ano até que a sorte ditou que Emmanuel e John se encontrassem de novo a viver na mesma rua da agitada Cidade do Cabo. Seguiu-se uma sessão de audição dos jamaicanos The Congos, que supostamente não agradaram a Emmanuel,

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John Wizards


t — Rui Miguel Abreu

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John Wizards

ao contrário das músicas novas de John. O projeto John Wizards nasceu aí. Através das máquinas com que se vai construindo o pulsar das pistas de dança de todo o mundo —de Londres a Lisboa— Withers estuda os grooves particulares do High Life do Gana, pede emprestado a síncope da mbaqanga sul-africana, algumas texturas do electro de Shangaan e passa tudo pelo crivo do hip hop apreendido na realidade pós-Dilla. O resultado é uma pop brilhante, sintética, mas carregada de vida, com um balanço irresistível e carregada de otimismo. O que é em si algo de incrível se se tiver em conta, por exemplo, que Emmanuel Nzaramba é um sobrevivente do genocídio ruandês de 1994, trágico momento em que perdeu vários membros da sua família, incluindo irmãos e o pai. Na África do Sul, Emmanuel não teve a vida muito facilitada, viveu na rua e teve que suportar a descriminação de quem lhe dizia várias vezes «pareces o nosso inimigo». A música de John Wizards acaba por isso por funcionar como um escape da realidade. Ou como um passaporte para a construção de uma nova realidade, mais otimista. Ou de uma nova África, sem fronteiras, onde toda a música se conjuga para desenhar uma utopia futura. Que dá para dançar.

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John Wizards


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s o u n d s t a t i o n t — Carlos Oliveira (punch.pt) L o n d o n G r a m m a r Seguramente um dos álbuns mais aguardados e mais falados pela comunidade musical. If you wait, confirma todas as suspeitas sobre o trio London Grammar: portador de uma sonoridade poderosa, magistralmente produzida e incrivelmente bela. Num mundo musical que se pretende cada vez mais diverso e fisicamente disperso mas virtualmente próximo, ainda há a tendência para se rotularem bandas como a próxima melhor coisa do mundo e que, num ápice, já ninguém lembra. A história não deixa esquecer, as bandas que subiram ao pódio de

n o d n o L

“next big thing” ainda sem terem lançado o seu álbum de estreia. Recorde‑se apenas os Suede, a título de exemplo. Muito se tem escrito para tentar catapultar os britânicos London Grammar, para este ingrato desígnio. Apesar de Hey Now, o seu primeiro single ter sido lançado em Dezembro de 2012, e de a vocalista Hannah Reid ter colaborado no novo álbum dos Disclosure Settle, na encantadora Help Me Lose My Mind, a banda tem mostrado ser cautelosa na gestão da sua carreira e do sucesso que tem alcançado, evitando a exposição imediata, que o universo da música tem discorrido, sobretudo pela sedenta necessidade de descobrir a próxima novidade musical.

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If You Wait, recentemente lançado, foi referido pela imprensa britânica como um dos prováveis nomeados para o Mercury Prize 2013, ainda antes da sua edição. Cá está o exemplo de uma tentativa de elevá-los ao referido estatuto, provavelmente pelo entusiamo advindo dos magníficos singles Hey now, Wasting My Young Years e Strong. Portentosos nos arranjos, nas letras e no incrível timbre vocal de Hannah.

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London Grammar


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L o n d o n G r a m m a r t — Carlos Oliveira (punch.pt) s o u n d s t a t i o n

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As comparações com os The XX são imediatas, principalmente pelo ambiente confessional do seu primeiro single, mas depressa se desvanecem, graças ao seu trunfo maior, que recai sobre a maravilhosa voz que delicadamente se entranha em todas as melodias do álbum. A cantora consegue os registos mais variados, desde o etéreo ao mais estridente, numa rica caixa rítmica humana repleta de texturas. Os temas Strong e Nightcall são o perfeito exemplo disso. Mas há ainda a dramaturgia e a teatralidade lírica dos temas, mais uma

vez graças ao dotes vocais da cantora, que a banda soube potenciar como uma força da natureza criando uma sofisticada teia de pequenas curtas‑metragens. Facilmente são criadas imagens para as histórias que as músicas contam, como se verifica, por exemplo, em Flickers e Interlude. If You Wait, o tema homónimo do álbum, despede-se dos ouvintes, começando com uma desarmante balada de piano e voz, que cresce encorpada com uma sinfónica combinação de sons, a ultimar os irrepreensíveis arranjos. Shyer e Metal & Dust, pessoais e íntimas, reforçam o carisma do álbum, tornando-o como um corpo único, homogéneo, que sem ser monocromático, se torna numa peça bem moldada e torneada com estilo e arrepiantes realidades próximas. O álbum If You Wait não engana, apresenta uma banda com uma forte identidade musical, fortes composições líricas e sonoras, e uma voz infinitamente bela. Este é um disco, para se ouvir com toda a disponibilidade e abertura do mundo. Aqui não há lugar para o inóspito, para o fugaz, nem para o imediato. É um disco para se ouvir inesgotavelmente, assim o nosso coração o peça.

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London Grammar


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f — António Bernardo

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gorro Franklin&Marshall, óculos Persol, mochila Pepe Jeans, ténis Fred Perry

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s — Conforto Moderno

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ass. s — Vera Loureiro

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sombras e baton Douglas, carteira Fly London, cinto Gant, mocassins 2M


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f — António Bernardo

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headphones Nixon, longboard Sector 9, luvas Franklin&Marshall, ténis AllStar da Converse

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s — Conforto Moderno

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f — António Bernardo

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ass. s — Vera Loureiro

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chapéu New Era, botas Caterpillar, papillon Gant, boxers Bjorn Borg


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t — Vânia Marinho

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Valtaron.

Oficina da Wrenchmonkees, Dinamarca. Pablo e Carlos Delgado, Oficina da Valtaron, Madrid, Espanha.

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Pablo e Carlos Delgado, Oficina da Valtaron, Madrid, Espanha.

Tricana Mondego por Jonathan, Coimbra.

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Wrenchmonkees.


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t — Vânia Marinho

A sede de personalizar objectos à imagem do gosto de cada um, tem surgido nos últimos anos como uma tendência, e é no universo das motos que encontramos um maior número de amantes da customização. São pessoas que procuram algo único, exclusivo e pessoal. Este fenómeno tem-se intensificado como uma forma de individualização, tendo a “febre da customização” já chegado a Portugal. Sofisticação, personalização e singularidade é o que se procura numa moto customizada —a moto deixou de ser apenas um meio de transporte. Historicamente, foi a partir da 2ª Guerra Mundial que se começaram a recuperar mais motos, não só nos Estados Unidos como também na Europa, onde já havia grandes fabricantes e muito material de guerra que se tinha tornado inútil e, como tal, apto a ser reconvertido para uso “caseiro”.

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e procura-se mais a criatividade e o estilo, além da simples rebeldia social, embora a herança cultural e as origens estejam sempre presentes nos modelos contemporâneos customizados. As influências modernas no que toca à customização motard chegam-nos de países como o Japão, que inspirou o conceito australiano “deus-ex machina” —a moto é mais do que um signo cultural, é um estilo de vida; a Dinamarca, tendo os “wrenchmonkees” de Copenhaga popularizado o estilo motard, estando na essência da sua emergência no continente europeu; a Espanha com o estilo de customização latino “valtorón”, entre outros países. No plano mediático, a publicação francesa Café Racer Magazine é quase como uma bíblia para os amantes da costumização de motos. E não

Os amantes da customização recuperam influências dos anos 50, sobretudo em Inglaterra, onde surgiu em força o movimento rock, que introduziu na sociedade a ideia de rebeldia geracional, novas maneiras de vestir e grupos de motards —os Ton-up boys ou leather boys. A partir deste fenómeno cultural, a moto deixou de ser apenas um meio de transporte, passando a ser uma forma de expressão, tal como a extensão de uma cultura, de um lifestyle e, essencialmente, de uma personalidade. O então conceito de “colectivo” —a necessidade de pertencer a um grupo cultural para estar integrado na sociedade— perdeu força na contemporaneidade, dando lugar ao espírito individualista. A pessoa procura destacar-se singularmente e a forma mais fácil de o fazer é através da customização de um objecto —como a moto. No universo moderno das motos personalizadas, as mesmas representam uma continuidade da personalidade do seu proprietário. As referências dos colectivos motards da década de 50 mantêm-se, mas o conceito é agora mais fechado e exclusivo.

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Esta nova vaga de customização motorizada, que emergiu ainda antes da viragem do século, não é propriamente revivalista dos tempos a seguir à guerra, pelo contrário, os contextos são diferentes

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podemos deixar de mencionar a importância de Chris Hunter e do seu BikeExif, o maior e mais popular website sobre motos e constructores de todo o mundo. Nele constam já vários trabalhos portugueses, entre eles uma moto customizada por membros do Café Racer 351.

É um portal de notícias e destaques sobre produtos, marcas ou eventos relacionados com as motas e um certo estilo de vida. Nele, está incorporado um Fórum dedicado à participação e troca de ideias em torno não só das motas mas também de outros assuntos que lhe estejam associados de alguma forma.

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t — Vânia Marinho

O que impulsionou a sua criação foi a necessidade de um espaço comum onde as pessoas se possam conhecer, encontrar e, sobretudo, terem uma fonte de informação especializada e partilhada. Este portal/ blogue é administrado por César Rufino ou César "Thruxtonic", como é conhecido no meio. César disse-nos que o portal tem sido muito bem sucedido e que só nos primeiros nove meses deste ano tiveram mais de três milhões de páginas visitadas. Também atingiu alguma projecção internacional, que admite de certa forma inesperada dada a barreira linguística. Quanto às pessoas que procuram estas motos, pode dizer-se há todo o tipo de pessoas mas a verdade é que esta nova vaga de motas urbanas e mais ou menos personalizadas, tem um grande poder de atração junto de pessoas ligadas à arte e ao design, gente com interesses culturais mais vincados e cosmopolitas, que se sentem membros de uma comunidade internacional que partilha um certo lifestyle onde se reveem. É a adesão desta camada que é inédita e enriquecedora pelo que trouxe, porque os “motoqueirosos” ou “petrol heads”, sempre aí estiveram e estão. Durante um bom par de décadas os consumidores estavam fascinados com a potência dos motores, as chamadas "prestações". Atualmente, a mota adquiriu um significado muito diferente, passou a exibir-se o look, a criatividade, valores estéticos e culturais e não a perícia técnica dos fabricantes de motores. Pessoas que tem visão moda e procuram um estilo de vida que as liberta. São pessoas que querem olhar para um estacionamento de motos e saber de imediato que "aquela é a minha moto", querem sair da moto e sentirem necessidade de olhar para ela ao ir embora. O lifestyle cria-se através de várias áreas cujos interesses são transversais e cumulativos. É o caso do surf, música, design, vídeo, fotografia, tatuagens, a vida urbana, etc. A mota não é mais um elemento complementar mas sim integrante e de relevo na projecção da personalidade dos indivíduos. As influências surgem de muitas frentes, a internet populariza-as e o estilo hipster também trouxe muita simbologia a este mundo. Há três formas para recuperar ou preparar as motas. Uma, o próprio com os amigos vai fazendo o trabalho; outra hipótese é fazer um caderno de encargos com o que se quer e encomenda-se a execução a profissionais. Por fim, quem tiver meios, pode comprar já feito num grande construtor internacional, seja já pronta seja por encomenda.

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Talvez os primeiros a surgirem de forma consistente e orientada para esse negócio tenham sido os TonUp Garage. Entretanto têm aparecido outras casas e emergiu recentemente uma dupla de construtores que já atingiu grande notoriedade nacional e internacional, são a "it rocks bikes", orientada para trabalhos mais exigentes e muito elaborados.

A Ton-Up situa-se em Leça da Palmeira. Os seus criadores e amigos, Daniel e Pedro sempre tiveram uma paixão por tudo que tem motor e um enorme gosto por clássicos, peças com história e toda a cultura envolvida. Daniel estudou mecânica durante uns anos mas acabou por seguir imagem/vídeo e ir parar à produção de eventos e espetáculos de moda. Já Pedro esteve ligado ao mundo dos motores, o seu pai foi mecânico de aviões, as pessoas da sua família correm em campeonatos de carros clássicos, correram em motos clássicas e karting. A paixão e o envolvimento por tudo o que tenha motores está no sangue. As influências na criação deste espaço foram as garagens de restauradores e preparadores de motas vintage. As maiores preocupações são, no caso de ser uma moto “por encomenda”, que a moto seja efectivamente feita ao reflexo dessa pessoa; e, no caso de desenvolverem um objecto novo de que a moto tenha harmonia estética de forma a que fique especial ao ponto de se tornar num objeto de arte e design com muitos cuidados a nível de proporções, estética e cores. É importante esclarecer que as motos têm de estar legais, cumprir os requisitos exigidos pelo Código da Estrada e demais legislação. Muitas vezes são os próprios fabricantes que reconhecem a importância deste novo mercado de customização e disponibilizam as partes e acessórios, outros são de produção independente e uma boa parte é mesmo artesanal. Os capacetes Ruby Les Ateliers e outros capacetes abertos, óculos de aviador ou viseiras são muito procurados. E, no vestuário, procura‑se roupa que seja protectora mas que não seja a típica roupa de motard, pelo contrário, deve aparentar ser casual, gasta, de preferência vintage como as motas, deve ter como finalidade estar adequada ao uso tanto no dia a dia como na utilização da moto.

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Em Portugal há muitos preparadores individuais e poucas casas dedicadas exclusivamente a isso.


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Kawasaki W650 Gold Digger by Ton-up Garage

Ton-Up Garage.

Triumph Soul Train by Ton-up Garage

Triumph Tribsa

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Thruxtonic + Hvolio

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BMW R80 Dark Law by Ton-up Garage

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Katie Bain e Ian Bain, na The Lansdowne Cup, Inglaterra.

Encontro nacional do Café Racer 351, Figueira da Foz. Triumph Urban Pearl by Ton-up Garage

Ton-Up Garage.

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Ton-Up Garage.


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t — Vânia Marinho

Ícone

Steve McQueen era o “Mr. Cool” de Hollywood. As suas coisas preferidas eram motos e corridas. Ainda jovem, começou por trazer dinheiro extra para casa vindo das competições em corridas de moto de fim-de-semana, na Long Island City Raceway. No ano da sua morte, a sua colecção de motos incluía mais de 100 e foi avaliada em milhões de dólares. McQueen foi um ávido motociclista e entusiasta de corridas. Sempre que teve oportunidade de conduzir num filme, apostou nas acrobacias. Talvez, as cenas mais memoráveis tenham sido as perseguições de carro em Bullitt e de moto em The Great Escape. Ainda hoje é difícil encontrar pilotos tão competentes quanto McQueen.

@ Mojave Desert. © John Dominis.

Steve @ "The Great Escape". © Kobal Collection.

Triumph Boneville T100

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McQueen competiu em corridas de motos off‑road. A sua primeira moto em off-road era uma Triumph 500cc , comprada por um amigo, Ekins. McQueen correu em muitas corridas off‑road top na Costa Oeste , incluindo a Baja 1000, a Mint 400 e a Grand Prix Elsinore . Em 1964, com Ekins nas suas Triumph TR6 Trophys , representou os Estados Unidos no International Six Days Trial, uma espécie de Olimpíadas do motociclismo off-road. Foi incluído no Off-road Motorsports Hall of Fame em 1978. Em 1971, o Solar Productions financiou o clássico documentário de motos On Any Sunday, em que McQueen é apresentado , juntamente com as lendas das corridas Mert Lawwill e Malcolm Smith. Também em 1971, McQueen apareceu na capa da revista Sports Illustrated numa Husqvarna. McQueen desenhou um assento de balde motorsports, para o qual foi concedida uma patente em 1971.

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Steve McQueen

Steve McQueen™ Licensed by Chadwick McQueen and The Terry McQueen Testamentary Trust, Represented by GreenLight. © François Gragnon.

A marca inglesa, Triumph, decidiu homenagear o actor com uma edição especial baseada na plataforma da Bonneville T100.

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Steve pode ter tido uma morte trágica e prematura, mas o seu espírito está bem vivo e presente em todos os apaixonados por cinema, acção, motos e estilo.

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Nos últimos anos, Steve McQueen é uma figura que tem vindo a ser recuperada. Especialmente nestes anos de revivalismo e paixão pelos anos 60, 70, 80 e 90. Várias marcas têm tentado embeber-se no seu espírito cool e durão. Especialmente aquelas marcas que fizeram parte da sua carreira e vida pessoal e agora tentam ressuscitar os modelos de motos que Steve conduziu ou até roupas.

O design do modelo foi inspirado na TR6 Trophy, moto utilizada por McQueen no filme The Great Escape, de 1963. O motor de 865cc é o mesmo utilizado na Bonneville e possui injeção eletrônica de combustível. O modelo tem um assento único, com suporte para bagagem, detalhes em preto nos para-lamas e nas rodas e uma placa de aço para proteger o motor. O modelo é oferecido em cor única batizada de Military-style matte khaki Green e ainda recebe uma placa com um número de identificação da unidade produzida (foram produzidas 1 100 unidades, apenas). A icónica marca internacional de roupa de motoqueiro, Barbour, tem uma colecção inteira em homenagem a Steve McQueen — Barbour Steve McQueen™. Esta colecção recupera, entre outros, o casaco icónico que McQueen vestiu durante a competição nos International Six Day Trials para a equipa dos EUA, em 1964.

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Steve McQueen era um superstar, no verdadeiro sentido da palavra. É, provavelmente, o actor mais imitado de sempre. Já andava de motos e carros de corrida antes ainda de se tornar "in" fazê-lo nos filmes de acção de Hollywood, e ainda corria profissionalmente. McQueen era um verdadeiro outsider e foi essa a característica que o transformou numa personagem que vários seguem e imitam. Steve vivia cada dia como se fosse o último e, por isso, viveu uma vida extraordinária, tanto na tela como fora dela.


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Steve McQueen

The Barbour Fora do grande ecrã, Steve McQueen fazia corridas de mota. Em 1964, McQueen competiu na International Six Trials na Alemanha de Leste, usando o icónico casaco encerado da Barbour. A colecção Barbour Steve McQueen™ celebra esta união. Evocando a difícil corrida de resistência, a Barbour apresenta nesta colecção, outono/ inverno 2013, o Thunder Jacket, um casaco caqui ao estilo militar, apresenta uma imagem híbrida das bandeiras dos EUA e do Reino Unido acima de um emblema da equipa dos EUA. Uma homenagem divertida a duas equipas que participaram nesta corrida esgotante. Já o casaco de eleição de McQueen, o International Original Jacket, foi transformado em casaco acolchoado. Enquanto o Bariel, também acolchoado, apresenta a mesma configuração de bolsos e colarinho, como o famoso International mas com um corte mais descontraído. T-shirts básicas com prints, como a Snapshot Tee e a Pursuit Tee, continuam a apresentar as fotos exclusivas do Steve em competição. As t-shirts desta temporada, com imagens inéditas de McQueen em acção, são um tributo único e um item altamente coleccionável.

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Steve McQueen


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Barbour Store R. Dom Pedro V, 99 Principe Real — Lisboa telf.: 213 477 251


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Um jovem fotógrafo português em Londres. Com apenas 23 anos, João Retorta decidiu tentar a sua sorte artística no Reino Unido, mudando‑se de câmaras e bagagens para a capital contemporânea das melhores imagens de rua. Como fotógrafo, sente-se em casa em qualquer ambiente urbano, vagueando pelas ruas da cidade à procura de pessoas diferentes, com características curiosas e estilos invulgares. Foca a sua lente no retrato de rua —“As pessoas são quem realmente define um lugar ou uma cidade”. Auto-didacta na fotografia desde 2009, João Retorta nutre um gosto especial pelo analógico —“Todo o processo, desde o disparo à excitação de ver as imagens reveladas, suscita em mim emoções que o digital não consegue igualar”. A preto e branco ou a cores, o que interessa é fotografar. João Retorta sente-se fascinado pelas pessoas, pelas experiências que trazem às costas, pelos pormenores na sua aparência física. Prefere retratar aquelas que fogem do comum, que são únicas e fortes visualmente – captando imagens de pessoas reais no contexto urbano, às quais poucos prestam atenção. Costuma abordar estranhos na rua, apenas pelo prazer de documentar a realidade humana à sua maneira. Entra no coração da cidade, escolhendo locais menos turísticos e movimentados para procurar aquele retrato perfeito —“Sempre que vejo alguém interessante, fotografo”. Em Londres, encontrou uma fonte de imagens inesgotável, focada na mistura de culturas e personalidades que representa, na capital britânica, uma grande riqueza visual. E fotografar é um verbo que faz parte dos seus planos de futuro.

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O que é que o fascina na street photography?

Tudo começou como um simples passatempo para mim, e foi crescendo até aos dias de hoje. A fotografia é algo que necessito de fazer para me sentir bem. Se não tenho uma câmara comigo quando vejo uma boa imagem passar-me à frente, fico paranóico. Sinto necessidade de registar os momentos e as pessoas que me rodeiam. Tento reproduzir aquilo que gosto de ver.

A street photography representa a vida de uma cidade e de quem nela habita, e isso é o que mais me fascina neste estilo. As imagens não são encenadas. Mesmo que se pare alguém na rua e se peça para tirar um retrato, essa pessoa é real, a rua é real e a situação é real. Pessoalmente, gosto de fotografia documental e de situações reais.

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Quais as diferenças visuais entre Londres e Lisboa?

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São várias e enormes. Para mim, a maior diferença reside na multiculturalidade existente em Londres e na arquitectura da cidade.

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O que é a fotografia para o João Retorta?

J — R:

Quem é o João Retorta como fotógrafo? Sou um fotógrafo focado no ambiente urbano e em retratar pessoas e experiências. A minha abordagem fotográfica é muito instintiva e consiste em vaguear por áreas da cidade que não são turísticas, onde posso realmente conhecer os habitantes locais. Focado nestes habitantes, procuro fotografar os que apresentam características físicas e de estilo menos vulgares.

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t — Paula Melâneo

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Digital Artefacts, de Bart Hess. © Catarina Botelho.

Em Futuro Perfeito, no Museu da Electricidade, o curador Liam Young guia-nos na penumbra de uma narrativa futura sobre um suposto mundo perfeito. Remetendo à ficção científica, apresenta alguns dispositivos interactivos como a instalação O Supercomputador, de Marshamallow Laser Feast, onde o visitante pode circular e interagir num espaço que se vai definindo por paredes de luz e paisagens sonoras 3D. Com sorte, podemos também assistir às performances pontuais da instalação Digital Artefacts do designer Bart Hess, na qual corpos são mergulhados num tanque com parafina e água, cristalizando à sua volta uma carapaça de cera, criando uma espécie de nova pele ou “forma arquitectónica”. Close, Closer, a 3ª edição da Trienal de Arquitectura de Lisboa abriu em meados de Setembro e tem levantado muitas questões e debates sobre o que é a prática da arquitectura. Uma discussão que promete continuar activa, com convite à participação, até 15 de Dezembro.

Realidade e Outras Ficções é o conjunto de instalações e eventos que propõe a arquitecta portuguesa —residente em Londres— Mariana

Close, Closer foi o título que a curadora geral Beatrice Galilee deu à edição da Trienal em 2013. Seleccionada através de concurso internacional, esta britânica de 31 anos, formada em arquitectura, reuniu uma equipa de jovens curadores e afastou uma abordagem mais tradicional e canónica à arquitectura, expandindo as possibilidades da prática. O debate, a colocação de ideais e questões aliam-se à performance —que por vezes cruza a arte contemporânea— e à intervenção cívica e participativa no espaço público, uma tentativa de aproximação constituindo-se como os pontos centrais desta Trienal.

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4 linhas principais definem o programa:

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Pushing Boundaries, de Marshmallow Laser Fest. © Luke Hayes.

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t — Paula Melâneo

Pestana. O Palácio Pombal (Carpe Diem) é o espaço anfitrião, onde a sua história dá origem a instalações site-specific. Em cada espaço o público é convidado à experimentação e interacção: jogar, ler, ouvir, discutir ou descansar. Na antiga sala de jantar pode comerse (mediante inscrição), em jantares idealizados pelo Center for Genomic Gastronomy, onde o jornalista Carlos Vaz Marques convida um Marquês a presidir. As conversas são temáticas e adivinham-se interessantes, com a presença de personalidades como Delfim Sardo, António Barreto ou Rui Horta, e sobre a mesa de espelho, a reflectir os tectos barrocos, podem ser degustadas as mais ousadas iguarias, como uma orelha e rabo de porco.

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Jantares idealizados pela Club Center for Genomic Gastronomy, no Carpe Diem. © Catarina Botelho. Admiss, convoca diversas instituições culturais — como escolas, jornais ou galerias— na perspectiva de que são possíveis definidoras da própria arquitectura.

Palco Cívico na Praça da Figueira, Lisboa. © Catarina Botelho.

O Efeito Instituto, no MUDE, com curadoria de Dani

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Close, Closer faz-se também das Bolsas Crisis Buster, que impulsionaram projectos paralelos a realizar-se e que, juntamente aos diversos projectos associados, preenchem a intensa agenda desta edição da Trienal, durante os 3 meses da sua duração. Para estar informado da programação é essencial consultar o website: www.close-closer.com

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O Fórum Novos Públicos, com curadoria de José Esparza Chong Cuy assume-se como o espaço onde a voz é a protagonista, aberto a todos num Palco Cívico instalado na Praça da Figueira. Aqui o público pode assistir aos actos públicos propostas, mas também ter papel activo, falar, questionar e debater.

Doze instituições serão anfitriãs de workshops, conversas, publicações colectivas, etc. A Fabrica abriu o programa com workshop onde estudantes projectaram e construíram objectos e dispositivos de recepção para o instituto residente seguinte.


s — Tiago Ferreira

ass. s — Maria Féria

f — Edgar Raphael

hair & make-up — Sandra Alves Agradecimentos a Cesar Rufino (w w w.caferacer351.com)

model — André Chee

(Elite Lisbon)

model — Rafael Marques

(Elite Lisbon)


A-n-d-r-茅: camisola Isabel Marant para H&M Colares P贸 di Terra


R-a-f-a-e-l: gorro Carhartt casaco e saia G-Star botas Alexandra Moura colete lidija kolovrat colares P贸 di Terra


A-n-d-r-é: camisola Isabel Marant para H&M macacão Tiago Loureiro ténis Diesel



A-n-d-r-é: gorro Carhartt colares Pó di Terra calças Isabel Marant para H&M botas Cat

R-a-f-a-e-l: colares Pó di Terra calças Isabel Marant para H&M


A-n-d-r-é: gorro Carhartt sweat G-Star by Marc Newson camisa Carhartt calças G-Star botas Cat colares Pó di Terra


R-a-f-a-e-l: gorro Carhartt casaco Isabel Marant para H&M cal莽as Cheap Mondays colares P贸 di Terra


A-n-d-r-Ê: colete Maison Martim Margiela (arquivo) calças Isabel Marant para H&M

R-a-f-a-e-l: casaco Maison Martim Margiela ( arquivo) calças Isabel Marant para H&M


R-a-f-a-e-l: gorro Carhartt camisa Carhartt camisola e calรงas Diesel


ass. s — Rita Mira

s — Silvana Querido

para Atelier Styling Project by Pedro Crispim

f — Herberto Smith

hair — Jeferson Schneider para Jean Louis David Cabeleireiros

make-up — Tânia Doce model — Catarina Agradecimentos ao showroom Companhia das Soluções. Bernardino (Central Models)


gorro Gant biker verde de lantejoulas, Silvia Heach camisa aos quadrados vermelha Pepe Jeans vestido de tule Repetto meias de rede Produção botas militar Mango


biker de franjas Christophe Sauvat vestido comprido, Marlene Birger meias Produção botas militar Mango


vestido de lantejoulas Twin Set saiote de renda Intimissimi meias Produção plataformas Mango pulseiras e colares Produção


Camisa aos quadrados Fred Perry tank top Nike saia de renda twin Set meias Produção sapatos Zilian colar e pulseiras Aristocrazy


casaco Nike t-shirt IN-T lenço tartan usado como saia Pull & Bear meias Produção botas militar Mango colar Swarovski cinto Diesel


casaco de pêlo Hoss Intropia t-shirt Eleven Paris calças Diesel colar Mango cinto Diesel bandolete com orelhas H&M


gorro Gant colete Ricardo Preto calças Pepe Jeans botas Dkode by Aleksandar Protic luvas American Vintage brincos Produção


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t — Francisco Vaz Fernandes

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Moules&Beer Moules, ou mexilhão como se diz em português, é um dos pratos típicos da Bélgica que, por aproximação cultural, se transformou também numa referência em França. Come-se, em geral, acompanhado por batatas fritas, em lugares especializados e, na maior parte das vezes, populares. E se faz um grande sucesso entre belgas e franceses, porque não trazer este conceito para Portugal? Foi o que pensou Vasco Simões de Almeida, que viveu alguns anos em França.

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Depois de ter aberto Moules&Gin, em Cascais, um espaço onde um prato de mexilhões é acompanhado por gin, Vasco Simões de Almeida traz o conceito na sua versão clássica para Lisboa, ou seja, acompanhado de cerveja. É assim que Campo de Ourique recebe o primeiro Moules&Beer, num espaço cheio de luz natural, onde a tradição portuguesa respira nos pequenos detalhes. Na carta, o mexilhão é obviamente o rei e pode ser servido com diferentes molhos – desde o tradicional molho de natas à belga (meuniére) até ao portuguesíssimo molho à Bulhão Pato ou de cebolada, passando por gostos mais exóticos como o Cury que, estranhamente, funciona igualmente bem. No total, são dez as variantes para um mexilhão selecionado, com um corpo bem desenvolvido e que chega a provocar espanto. Aliás, a procura de um fornecedor que garantisse a qualidade permanente do molusco foi, para a gerência, o primeiro passo para garantir que o projecto avançava.

Depois, como não podia deixar de ser, o maior número de páginas da lista, e são mesmo muitas, vai para a oferta de cervejas, onde obviamente as belgas se destacam. Para os apreciadores, certamente será mais um motivo de interesse saber que este é um daqueles espaços que está aberto depois da meia-noite, porque as “moules” sabem bem a qualquer hora.

Moules&Beer Rua 4 da Infantaria, 29D Campo de Ourique telef.: 213 860 046

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Representaçþes

w w w.sof tli n e-allk it.co m w w w.r o b er tir atta n.co m w w w.felicer ossi.it w w w.le d o.p t

T M: +351 918 709 964


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t — Joana Teixeira

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Fly London A Fly London ganhou uma nova morada na baixa do Porto. Situada na renovada zona comercial do Passeio dos Clérigos – o novo “fashion district” da cidade Invicta – e estrategicamente posicionada para estar à vista de portuenses e turistas, a loja apresenta-se num espaço amplo e colorido, que coloca em destaque os sapatos da marca portuguesa, entre mobiliário minimalista e cadeirões vintage, que convidam a sentar e experimentar um par. Entre estas 4 paredes, a Fly London apostou numa estética progressiva, que foge do convencional, indo ao encontro do conceito irreverente e cosmopolita que define o calçado da marca. Esta nova loja substituirá a Fly London junto ao Coliseu do Porto, que fechará as portas no final do ano.

Fly London Rua das Carmelitas, 151 Porto

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t — Joana Teixeira

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Cone à Portuguesa Um novo snack chegou a Lisboa, num formato que promete revolucionar as refeições do costume. Cone à Portuguesa, com certeza, é um pequeno restaurante no Príncipe Real, que serve receitas tradicionais, não no prato, mas no cone. O espaço é pequeno, mas acolhedor. O cheiro a comida tradicional portuguesa enrolada em massa, convida a entrar, mas este restaurante não foi feito para comer e ficar – ao balção sentam-se 8 pessoas. Aqui, todos os dias são dias de cones. A ementa oferece Cone Pescador, com bacalhau; Cone Mirandês, com alheira e queijo da serra; Cone Alentejano, com porco preto e Cone Selvagem, com uma mistura vegetariana de cogumelos – entre outros cones, salgados e doces. Neste restaurante servem-se sabores portugueses em cones de massa de pão – uma revolução na comida nacional, que sabe bem a todas as bocas.

Cone à Portuguesa Jardim do Príncipe Real Rua do Século, 224 Lisboa

Champagneria Real As champanherias estão na moda em toda a Europa e, como tal, Portugal não pôde fugir a este fenómeno. Em Lisboa, na zona de Santos, abriu a primeira – a Champagneria Real – que serve Veuve Clicquot, Moët & Chandon, Billecart-Salmon, Perrier-Jouët e Loius Roederer, só para citar alguns dos champanhes franceses de renome, que na lista surgem ao lado de alguns, não menos famosos, espumantes portugueses, espanhóis e italianos. A selecção é variada e os preços divergem, sendo um espaço acessível a todas as bolsas. Para além do champanhe em bruto, é possível pedir cocktails à base de champanhe, que podem acompanhar os petiscos do chefe Thiago Menezes, que sugere ostras ao natural, tapas de cogumelos, camarão ou presunto. Para quem quiser jantar, há um segundo andar reservado para o efeito. Apesar da carta não ser extensa, este andar funciona como complemento à natureza do espaço.

t — Maria São Miguel

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Champagneria Real Calçada Marquês de Abrantes, 40A Lisboa telef.: 213 900 073


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t — Joana Teixeira

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Kitchen MakeUp Boutique Uma cozinha no coração de Lisboa, onde o prato do dia é cosmética. Basta sair na estação de metro de S. Sebastião para estar no caminho certo para experimentar um novo conceito de beleza em Portugal. Ao entrar na Kitchen Makeup Boutique, encontra um pequeno espaço de paredes brancas, onde as ilustrações a preto constroem a estética visual de uma cozinha à moda antiga. Entre desenhos de frigideiras e chaleiras, encontramos expostos produtos de beleza: pincéis, vernizes, cremes e maquilhagem de marcas como Revlon, MeMeMe Cosmetics e BeautyUK. Na loja, somos também recebidos por uma maquilhadora profissional, que presta serviços de aconselhamento de beleza e workshops de auto-maquilhagem. O conceito refrescante da Kitchen Makeup Boutique é 100% português, por isso, vale a pena visitar, nem que seja só para se olhar ao espelho.

Kitchen MakeUp Boutique Av. Ressano Garcia, 17-B Lisboa

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trabalharcomarquitectos.pt



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