QUEM SÃO... COMO VIVEM... O QUE PENSAM E PROPÕEM OS JOVENS BRASILEIROS? Pesquisa Nacional sobre Perfil e Opinião dos Jovens Brasileiros 2013 RELATÓRIO PARCIAL RESUMIDO
Presidência da República Secretaria-Geral da Presidência da República Secretaria Nacional de Juventude
QUEM SÃO... COMO VIVEM... O QUE PENSAM E PROPÕEM OS JOVENS BRASILEIROS?
Pesquisa Nacional sobre Perfil e Opinião dos Jovens Brasileiros 2013 Pesquisa Nacional sobre Perfil e Opinião dos Jovens Brasileiros 2013 RELATÓRIO PARCIAL RESUMIDO
PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA
FICHA TÉCNICA
Dilma Rousseff Presidenta da República
Tiragem: 4.000
Michel Temer Vice-Presidente da República
SECRETARIA-GERAL DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA Gilberto Carvalho Ministro de Estado Chefe Diogo de Sant’Ana Secretário Executivo
SECRETARIA NACIONAL DE JUVENTUDE Severine Carmem Macedo Secretária Nacional de Juventude Ângela Cristina Santos Guimarães Secretária Adjunta Francisco Rodrigo Josino Amaral Chefe de Gabinete Elisa Guaraná de Castro Coordenadora-Geral de Políticas Transversais
Coordenação da Coleção Juventude Elisa Guaraná de Castro Elaboração/Supervisão Elisa Guaraná de Castro, Helena Abramo e Ana Laura Lobato Equipe Técnica da Pesquisa Helena Wendel Abramo, Elisa Guaraná de Castro, Gustavo Venturi, Ana Laura Lobato, Carla de Paiva Bezerra, Anna Luiza Souto, Maria Virgínia de Freitas, Rita Dias e Sônia Hotimsky Gráficos Ana Laura Lobato Projeto gráfico Daniela Rodrigues (Njobs Comunicação) Diagramação Daniela Rodrigues (Njobs Comunicação) Revisão Frances Mary Coelho da Silva Fernanda Gomes (Njobs Comunicação) Danilo Castro Colaboração Especial Regina Novaes e Eliane Ribeiro Apoio Unesco Brasil Fotos: As imagens de abertura dos capítulos foram feitas pela equipe de comunicação da Secretaria Nacional de Juventude em eventos abertos ao público
Presidência da República Secretaria-Geral da Presidência da República Secretaria Nacional de Juventude
QUEM SÃO... COMO VIVEM... O QUE PENSAM E PROPÕEM OS JOVENS BRASILEIROS?
Pesquisa Nacional sobre Perfil e Opinião dos Pesquisa Nacional sobre Perfil e Opinião dos Jovens Brasileiros 2013 Jovens Brasileiros 2013 RELATÓRIO PARCIAL RESUMIDO Brasília Secretaria Nacional de Juventude 2014 www.participatorio.juventude.gov.br
Copyright @2014. Secretaria Nacional de Juventude Permitida a reprodução sem fins lucrativos, parcial ou total, por qualquer meio, se citados a fonte e o sítio da Internet no qual pode ser encontrado o original em http: participatorio.juventude.gov.br Disponível também em: participatorio.juventude.gov.br ISBN: 978-85-85142-42-1 Dados Internacionais de catalogação e Publicação (CIP) Regina Maria Duarte Moreira dos Santos
B823a
Brasil. Secretaria Nacional de Juventude Agenda Juventude Brasil - Quem são... Como vivem... O que pensam e propõem os jovens brasileiros? - Pesquisa Nacional sobre Perfil e Opinião dos Jovens Brasileiros 2013 - Relatório Preliminar Resumido / Secretaria Nacional de Juventude – Brasília: Secretaria Nacional de Juventude, 2014. 80 páginas; (Coleção Juventude, Série Juventude Informa, nº 1) Bibliografia ISBN 978-85-85142-42-1 1. Juventude. 2. Políticas Públicas. 3. Brasil. I. Título. II. Coleção. III Serie. CDD 305.2.30981
Índice para catálogo sistemático: 1. Juventude - Brasil 2014 Todos os direitos desta publicação reservados à Secretaria Nacional de Juventude. [juventude@presidencia.gov.br] Endereço SNJ, Telefone: [55 61] 3411-1160 Distribuição e informações Secretaria Nacional de Juventude – SNJ Pavilhão das Metas Via VN1 - Leste - s/nº Praça dos Três Poderes - Zona Cívico Administrativa Telefone: [55 61] 3411-1160 CEP 70150-908 Brasília - DF
Apresentação........................................................................................9 A Pesquisa...........................................................................................11 Metodologia........................................................................................13 Universo e amostragem...................................................................... 13 Abordagem......................................................................................... 13 Quem são os jovens brasileiros?...................................................15 Como vivem os jovens brasileiros?...............................................29
SUMÁRIO
O que pensa e propõe a juventude brasileira?..............................45 Considerações.....................................................................................73
Pesquisa Nacional sobre PerďŹ l e OpiniĂŁo dos Jovens Brasileiros 2013
APRESENTAÇÃO
Uma das diretrizes que guiam a ação da Secretaria Nacional de Juventude (SNJ) é que os jovens devem ser reconhecidos como sujeitos de direitos e de políticas públicas. Para isso, é fundamental conhecer suas realidades, questões, opiniões e demandas, além das características sociais, demográficas, políticas e culturais que nos revelam o quadro geral das condições de vida da população juvenil no Brasil. Produzir esse conhecimento é um desafio para a SNJ, desde a sua criação em 2005. No documento do Conselho Nacional de Juventude (Conjuve) intitulado Política Nacional de Juventude: Diretrizes e Perspectivas consta que: as iniciativas governamentais têm cada vez mais sido construídas a partir de diagnósticos sobre as principais carências da população, suas necessidades mais prementes. Portanto, passa a ser ainda mais relevante atuar sobre a elaboração de pesquisas e diagnósticos, de modo a melhorar continuamente suas metodologias, com o objetivo de afinar a relação entre o olhar das instituições de pesquisa e as necessidades das camadas da população pesquisadas (CONJUVE/FES, 2006).
A Pesquisa Juventude Brasil compõe as ações estratégicas da SNJ para construir uma Política Nacional de Juventude que dialogue com a realidade dos jovens que estão, em sua grande maioria, atuando de forma efetiva no dia a dia de seu território, seja ele no campo ou na cidade. Como forma de contribuir para a produção e registro de experiências sobre juventude, a SNJ criou a Coleção Juventude. A publicação Agenda Juventude Brasil – Quem são... Como vivem... O que pensam e propõem os jovens brasileiros? – Relatório Parcial compõe a Série Juventude Informa dessa coleção. Esperamos que a Coleção e, em especial, esta publicação colabore para a formulação de políticas públicas
de juventude e para a compreensão de quem são, como vivem, o que sentem e percebem os(as) jovens brasileiros(as), e quais suas principais demandas.
Severine Carmem de Macedo Secretária Nacional de Juventude Secretaria-Geral da Presidência da República
9
A PESQUISA
Desde os anos 1990, quando questões da juventude começaram a ganhar maior espaço na agenda pública, identifica-se a necessidade de “estudos de larga abrangência nacional, que avancem além das estatísticas oficiais e que possibilitem comparações das características das juventudes nos países e entre os países”.1 A Secretaria Nacional de Juventude (SNJ) desenvolveu este novo estudo com o intuito de não apenas traçar o perfil da atual juventude brasileira, mas, principalmente, de acompanhar as tendências de comportamento e a opinião dos jovens, identificar as demandas por políticas públicas e aferir a ressonância de algumas respostas em curso. O levantamento aproveita a estrutura e muitas questões de pesquisas anteriores,2 o que permite desenvolver comparações e indicar tendências, incorporando novas indagações colocadas pelo presente, aproveitando temas levantados por outras pesquisas importantes realizadas nesse interregno. A Pesquisa compõe o esforço da SNJ em potencializar a produção de conhecimento sobre e com a juventude. Atualmente essa missão está fortalecida pela criação do Participatório: Observatório Participativo da Juventude que conjuga outras iniciativas para favorecer a visibilidade da juventude no cenário brasileiro.
1
ABRAMOVAY, M.; CASTRO, M. G. Juventude, Juventudes – o que une e o que separa. Brasília: UNESCO, 2006. p. 11.
2
Perfil da Juventude Brasileira, Projeto Juventude, Instituto de Cidadania (2003). Juventudes Brasileiras, Unesco (2004); e Juventudes sul-americanas: diálogos para a construção da democracia regional, Ibase e Instituto Pólis (2008).
11
METODOLOGIA
Universo e amostragem A pesquisa é estatisticamente representativa do universo da população entre 15 e 29 anos, residente no território brasileiro. Para tal, valeu-se de uma amostra composta por 3.300 entrevistas, distribuídas em 187 municípios, estratificadas por localização geográfica (capital e interior, áreas urbanas e rurais) e por tamanho de municípios (pequenos, médios e grandes), contemplando as 27 Unidades da Federação. A amostragem foi realizada por meio de sorteio, na primeira etapa (municípios, setores censitários, quarteirões e domicílios), combinada com controle de cotas de sexo, idade e por situação urbana ou rural. As margens de erro se situam entre dois e três pontos percentuais, conforme os resultados (de dois pontos para perguntas feitas ao total da amostra, e de três pontos para as perguntas incluídas em uma das três subamostras). Os critérios de dispersão, seleção e tamanho da amostra de jovens entrevistados(as) garantem a representatividade dos resultados obtidos – guardados os parâmetros estatísticos do desenho amostral – para o conjunto do universo em foco. Abordagem Foi feita a aplicação de questionários estruturados, em entrevistas pessoais e domiciliares (tempo médio de uma hora de aplicação). Total de 161 perguntas, parcialmente distribuídas em três subamostras equivalentes (A, B e C), igualmente representativas do universo investigado. A pesquisa de campo foi realizada entre abril e maio de 2013.
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CAPÍTULO 1
Quem são os jovens brasileiros?
AGENDA JUVENTUDE BRASIL - Pesquisa Nacional sobre Perfil e Opinião dos Jovens Brasileiros 2013 - Relatório Parcial Resumido
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Quem são os jovens brasileiros? Há no Brasil 51,3 milhões de jovens entre 15 e 29 anos de idade, o que equivale a cerca de ¼ da população do País (IBGE – Censo Demográfico, 2010). Esse arco de idade, definido no Estatuto da Juventude sancionado em agosto de 2013, compreende também o período de transição, que constitui a etapa juvenil, marcada por trajetórias relativamente longas, intermitentes e, muitas vezes, não lineares de formação, inclusão social e desenvolvimento da autonomia. Por esta razão, torna-se fundamental iluminar as diferentes situações e respostas dos jovens segundo os momentos distintos de suas trajetórias e condições de vida. É bastante diferenciada a situação: dos adolescentes entre 15 e 17 anos, na sua grande maioria, na escola e vivendo uma relação ainda de dependência dos pais; dos jovens que, na faixa dos 18 aos 24 anos, grande parte estão já no mundo do trabalho ou conciliando estudo e trabalho; e, por fim, daqueles que, entre os 25 e 29 anos, estão, em sua maioria, assumindo as responsabilidades pela sua própria sustentação e a dos seus filhos.
Características Gerais
Sexo
Idade
CAPÍTULO 1 - Quem são os jovens brasileiros?
No Brasil, temos um equilíbrio na distribuição de sexo. Para quase metade dos jovens, é na faixa de 18 anos a 24 anos que se estruturam mais fortemente os eventos de transição e inclusão.3
20% 47%
50,4%
49,6%
33%
15 a 17 anos
Homem
18 a 24 anos
Mulheres
25 a 29 anos Fonte: Agenda Juventude Brasil (SNJ, 2013). Base: Total da amostra. Espontânea. P: Cota 2. Qual é a sua idade?
3
Fonte: Agenda Juventude Brasil (SNJ, 2013). Base: Total da amostra. Espontânea. P: Cota 1: Sexo.
A pesquisa seguiu a representatividade censitária para idade e sexo. (CENSO/IBGE 2010).
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AGENDA JUVENTUDE BRASIL - Pesquisa Nacional sobre Perfil e Opinião dos Jovens Brasileiros 2013 - Relatório Parcial Resumido
A pesquisa mostrou que temos quase 80% de jovens negros e pardos. Quando perguntamos diretamente aos jovens, percebemos maior autodeclaração dos jovens negros, se comparada aos resultados do censo em que apenas um morador responde por todos no domicílio (IBGE 2010: 44,70% brancos; 07,90% pretos; 45,90% pardos; 01,04% amarelos; 00,43% indígenas; e 00,03% não declararam sua cor/raça). Cor/Raça 6% 15% 34%
45%
Branco
18
Pardo
Preto
Fonte: Agenda Juventude Brasil (SNJ, 2013). Base: Total da amostra. Espontânea. P153: No Brasil tem gente de várias cores ou raças. Qual é sua cor ou raça?
Amarelo/indígena
Território 85
MORA NA CIDADE
74
Cresceu na cidade
8
Cresceu no campo Meio a meio
2
15
MORA NO CAMPO
5
Cresceu na cidade
10
Cresceu no campo Meio a meio
CAPÍTULO 1 - Quem são os jovens brasileiros?
Um em cada cinco jovens passou pelo menos parte da infância no campo, o que pode estar relacionado à circulação dos jovens entre campo e cidade.
1
Fonte: Agenda Juventude Brasil (SNJ, 2013). Base: Total da amostra. Espontânea. P2: Você passou a maior parte da sua infância na cidade ou no campo (na roça, colônia, sertão, floresta)? P2a: (Se mora na cidade, mas viveu no campo ou meio a meio) Há quanto tempo você mudou para uma cidade?
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Seguindo a tendência do restante da população, conforme o censo demográfico/ IBGE, entre os jovens também diminuiu o número de católicos e aumentou o número de evangélicos e sem religião.4
55
Católica
29
Praticante
26
Não praticante
27
Evangélica Espírita Kardecista Outras religiões
2 3 15
Não tem religião, mas acredita em Deus Ateu/ Agnóstico
1
Fonte: Agenda Juventude Brasil (SNJ, 2013). Base: Total da amostra. Espontânea e múltipla. P152a: Você tem religião? Vou falar algumas religiões para que você me diga quais pratica.
4
20
Religiões
Religiões
De 2000 para 2010, os católicos diminuíram de 73,6% para 64,6%; os evangélicos cresceram de 15,4% para 22,2%, e os sem religião, de 7,4% para 8%, no conjunto da população brasileira.
Escolaridade
21%
CAPÍTULO 1 - Quem são os jovens brasileiros?
Os jovens, na sua maioria, completaram o ensino fundamental.
38%
11%
16% 13%
Até Fundamental incompleto
Médio completo
Fundamental completo
Superior (incompleto a Pós)
Médio incompleto Fonte: Agenda Juventude Brasil (SNJ, 2013). Base: Total da amostra. P41: Atualmente você está estudando, parou de estudar ou terminou os estudos? P43: Qual foi o último ano de estudo que você completou?
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Considerando a renda domiciliar per capita, 28% estão nos estratos baixos (até R$ 290,00/mês), 50% nos médios e 11% nos estratos altos (acima de R$ 1.018,00/mês) 5.
5
22
O recorte de renda segue o aplicado no estudo sobre estratos econômicos da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE). Definição da Classe Média no Brasil. Disponível em: <http://www.sae.gov.br/site/wp-content/uploads/Relatório-Definição-da-Classe-Média-no-Brasil1.pdf <http:// www.sae.gov.br/site/wp-content/uploads/Relatório-Definição-da-Classe-Média-no-Brasil1.pdf>
CAPÍTULO 1 - Quem são os jovens brasileiros?
Estratos Sociais
Estratos Sociais 29
BAIXO
4
Extre. pobres Pobre
9
16
Vulnerável MÉDIO Baixo e. médio Médio e. médio Alto e. médio ALTO Baixo e. alto Alto e. alto
2
9
11
17 15 17
49
Fonte: Agenda Juventude Brasil (SNJ, 2013). Base: Total da amostra. Estimulada e única. P157: Somando tudo o que você ganhou, considerando salários, benefícios, pensões, bolsas, mesada ou qualquer outra fonte de renda, de quanto foi, aproximadamente, a sua renda pessoal no mês passado? P87: Contando com você, quantas pessoas moram neste domicílio atualmente? P161: Somando a sua renda com a renda dessas pessoas que moram com você, considerando os ganhos de qualquer natureza, de quanto foi aproximadamente a renda familiar em sua casa no mês passado?
23
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Para quase metade dos jovens brasileiros, a sua vida atualmente é melhor do que quando eram crianças.
44
TEVE MOBILIDADE
36
Ascendeu
Descendeu
NÃO TEVE MOBILIDADE
Fonte: Agenda Juventude Brasil (2013, SNJ). Base: Total da amostra. Estimulada e única.
8
56
Maternidade / Paternidade
CAPÍTULO 1 - Quem são os jovens brasileiros?
O número de mulheres com filhos é muito maior que o de homens em todas as faixas etárias, recaindo de forma mais evidente sobre as jovens a responsabilidade dos filhos nesta fase da vida.
69
48
47
19
17
1
Homens com filhos 15 a 17
Mulheres com filhos 18 a 24
25 a 29
Fonte: Agenda Juventude Brasil (SNJ, 2013). Base: Total da amostra. Espontânea. P114: Você tem ou teve filhos?
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Há diferenças significativas na situação de formação, da inserção no mercado de trabalho, da constituição de família e da maternidade/paternidade na juventude. Os jovens de 15 a 17 anos, em sua maioria, estudam, não são casados, não estão no mercado e não têm filhos. Já para os jovens de 25 a 29, a situação se inverte. Para os jovens de 18 a 24 anos, existe o desafio de conciliar estudo, trabalho e família.
CAPÍTULO 1 - Quem são os jovens brasileiros?
100 80 60 40 20 0 15 a 17 Estuda
18 a 24 Trabalha
25 a 29 Casado
Tem filho
Fonte: Agenda Juventude Brasil (SNJ, 2013). Base: Total da amostra. P41: Atualmente você está estudando, parou de estudar ou terminou os estudos? P65: Atualmente você está fazendo algum trabalho remunerado? P86: Qual é o seu estado conjugal atual? P114: Você tem ou teve filhos?
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CAPĂ?TULO 2
Como vivem os jovens brasileiros?
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Como vivem os jovens brasileiros? Os jovens desta geração têm uma relação com a escola muito mais ampla e consolidada que os das gerações anteriores: a evolução é notável, tanto em termos de acesso quanto de anos de escolaridade alcançada, embora ainda longe de chegar aos patamares desejados. Isso pode ser percebido na valorização dada à escola e no desejo de continuar a estudar, ainda que fique claro também que o desejo de formação não se faz numa única direção, nem num mesmo padrão de percurso. Um dos dados mais interessantes da pesquisa é que há desejo tanto de formação universitária quanto de formação profissional, que ainda não são experiências generalizadas para essa geração, indicando, nesse sentido, campos importantes para avançar na garantia dos direitos. O trabalho também se consolida como elemento central na vida dos jovens, compondo, na mesma medida que educação, a equação fundamental por meio da qual se processa a inclusão, na trajetória que os jovens seguem em direção à vida adulta: não como etapas sucessivas, mas como dois percursos que se combinam ou que os jovens procuram combinar, alterando-se o peso de um e outro elemento à medida que a idade avança. Isso se evidencia na condição de atividade. A grande maioria dos jovens, a partir dos 18 anos, independentemente da renda familiar, está no mundo do trabalho: trabalhando, procurando emprego ou já vivendo a experiência do desemprego. Não por acaso, o trabalho estrutura suas expectativas e projetos de vida. É o que gostariam que acontecesse para se sentirem realizados e é também o que percebem que pode melhorar suas vidas. Por isso mesmo aparece como um dos principais temas tanto de interesse quanto de preocupação. Uma característica marcante desta geração, já amplamente constatada e divulgada, é a intensidade de sua relação com as chamadas novas tecnologias de comunicação e informação, numa tendência que se acentua velozmente: quanto mais jovem, mais forte a relação com celular, computador e internet. Essas tendências já transformam os padrões de informação e comunicação entre os jovens, embora não se possa concluir que há uma substituição das formas de sociabilidade e participação.
Para a maioria, a resposta foi sim e ⅓ das respostas foi que já concluíram os estudos. Estudo
30%
CAPÍTULO 2 - Como vivem os jovens brasileiros?
As diferentes trajetórias dos jovens aparecem quando perguntados se estão estudando.
37%
33%
Está estudando
Parou de estudar
Terminou os estudos
Fonte: Agenda Juventude Brasil (SNJ, 2013). Base: Total da amostra. Estimulada e única, em %. P41: Atualmente você está estudando, parou de estudar ou terminou os estudos?
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A maioria dos jovens está cursando a série escolar de acordo com a sua idade. No entanto a defasagem correspondente à série e idade ainda é evidente, uma vez que ¼ dos jovens de 25 a 29 anos não está cursando e nem concluiu o ensino médio. Escolaridade segundo faixa de idade segundo faixa de idade Escolaridade
25 A 29
18 A 24
15 A 17
10
13
12
16
46
19
43
Da 5ª a 8ª / do 6º ao 9º
3º ano / Médio completo Fonte: Agenda Juventude Brasil (SNJ, 2013). Base: Total da amostra. Espontânea. P43: Qual foi o último ano de estudo que você completou?
32
44
39
Até 5º ano / 4ª série
19
14
12
1º ao 2º ano - Médio incompleto
Superior ou mais
1
Frequência em cursos extracurriculares Frequência em cursos extracurriculares Pré-Vestibular
4
Línguas
5
11
85
21
CAPÍTULO 2 - Como vivem os jovens brasileiros?
Muitos jovens não estão exclusivamente na educação formal, cursos extracurriculares são muito valorizados.
74 Frequenta
Artísticos
5
Informática
5
Esportivos
18
Frequentou
77
Nunca
54
13
33
40
53
Fonte: Agenda Juventude Brasil (SNJ, 2013). Base: Total da amostra C. Estimulada e única, em %. P58a: Você frequenta ou já frequentou algum destes cursos...? (Se outro) Qual?
33
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70% dos jovens de 18 a 24 anos trabalham ou procuram trabalho. Quando se observa o conjunto da população juvenil brasileira, em relação à sua condição de atividade, nota-se que ela está mais presente no mundo do trabalho. Se três em cada quatro jovens fazem parte da População Economicamente Ativa (PEA), pouco mais da metade está efetivamente trabalhando, pois uma parcela significativa de jovens vive situações recorrentes de desemprego. Trabalho
Trabalho
26
Trabalha
53 21
Fonte: Agenda Juventude Brasil (SNJ, 2013). Base: Total da amostra. Espontânea. P65: Atualmente você está fazendo algum trabalho remunerado?
Procura trabalho Não trabalha nem procura
Condição defaixa atividade segundo faixa de idade Condição de atividade segundo de idade 61
25 a 29
11
39
18 a 24
6
15 a 17
0%
16 10%
15
3 20%
Só trabalha Procura trabalho e estuda
15
20 30%
2 1 13
12
8
10
12
49 40%
50%
Trabalha e estuda Só estuda
60%
70%
CAPÍTULO 2 - Como vivem os jovens brasileiros?
Quem não procura trabalho, nem estuda, também varia de acordo com a faixa etária e sexo.
6 80%
90%
100%
Procura trabalho e não estuda Não trabalha nem estuda
Fonte: Agenda Juventude Brasil (SNJ, 2013). Base: Total da amostra. Espontânea. Estimulada e única, em %. P65/P67/P41: Atualmente você está fazendo algum trabalho remunerado? Qual das seguintes situações se aproxima mais da sua. Você: Atualmente você está estudando, parou de estudar ou terminou os estudos?
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Os jovens fazem diversos arranjos de estudo e trabalho. A maioria trabalha ou está procurando emprego 74%. 23% não estudam e nem trabalham, mas procuram emprego. 11% não trabalham, não estudam e não procuram emprego.
PEA (Força de Trabalho)
74 53
Trabalha
14
Trabalha e estuda
PEA que estuda
40
Trabalha e não estuda
Desempregado e não estuda
8
a
stud
12
NÃO PEA (não trabalha nem procura)
PEA
oe e nã
52
qu
26
15
Só estuda Não estuda, não trabalha e não procura emprego
22
21
Desempregado(a) Desempregado e estuda
CAPÍTULO 2 - Como vivem os jovens brasileiros?
Condição de atividade
Condição de atividade
11
estuda alha, nem nem trab rando emprego procu nem está
23
Fonte: Agenda Juventude Brasil (SNJ, 2013). Base: Total da amostra. Espontânea. Estimulada e única, em %. P65/P67/P41: Atualmente você está fazendo algum trabalho remunerado? Qual das seguintes situações se aproxima mais da sua. Você: Atualmente você está estudando, parou de estudar ou terminou os estudos?
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As mulheres são a maioria dos que nem estudam, nem trabalham. E como vimos anteriormente, são elas também que representam o maior percentual de jovens com filhos. Essa condição de vida impacta a inserção das jovens no mercado de trabalho e a continuidade dos estudos. Não trabalha nem estuda 3
11 4 6
36
41
Homens 15/17
Homens 18/24
Homens 25/29
Mulheres 15/17
Mulheres 18/24
Mulheres 25/29
Fonte: Agenda Juventude Brasil (SNJ, 2013). Base: Total da amostra. Estimulada e única, em %. P65/P67/P41: Atualmente você está fazendo algum trabalho remunerado? Qual das seguintes situações se aproxima mais da sua. Você: Atualmente você está estudando, parou de estudar ou terminou os estudos?
Palavras associadas ao trabalho Palavras associadas ao trabalho 32
34 24
24
28
CAPÍTULO 2 - Como vivem os jovens brasileiros?
Quando os jovens pensam no trabalho, a necessidade e a realização pessoal são inversamente proporcionais à situação econômica.
24
21
17
Est. Baixo
Est. Médio Necessidade
Independência
Est. Alto Realização Pessoal
Fonte: Agenda Juventude Brasil (SNJ, 2013). Base: Total da amostra. Espontânea. P62a: Falando de trabalho, qual das seguintes palavras se aproxima mais do que você pensa sobre trabalho. Para você, trabalho é: 1º lugar.
39
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40
A grande parcela dos jovens entra no mercado de trabalho com apoio de suas redes de relações. Como conseguiu o primeiro trabalho remunerado 40
Com ajuda dos pais ou de parentes
36
Através de amigos ou vizinhos
10
De porta em porta/ vendo placas nas ruas Por anúncio em jornal impresso
3
Através da escola /universidade
3
Pelo programa Jovem Aprendiz
1
Por anúncio ou oferta via internet
1
Projetos sociais/programas de governo
1
Através do currículo
1
Através de agência de emprego
1
Através de estágio
1
Outros
2
Fonte: Agenda Juventude Brasil (SNJ, 2013). Base: Entrevistados(as) que trabalham ou já trabalharam. Amostra B/Estimulada. P70a: Como você conseguiu seu primeiro trabalho?
Meios pelos quais costuma se informar sobre o que acontece no Brasil e no mundo 83
Televisão aberta
56
Internet
CAPÍTULO 2 - Como vivem os jovens brasileiros?
As novas gerações absorvem mais rapidamente o uso das tecnologias de informação e comunicação.
23
Jornais Impressos
21
Rádio comercial
17
TV paga (cabo, satélite)
5
Revistras impressas
4
Rádio comunitária
1
Nenhum destes/ Não se informa Outras respostas
0,4
Não repondeu
0,1 0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Fonte: Agenda Juventude Brasil (SNJ, 2013). Base: Total da amostra. Estimulada, em %. P127: Falando um pouco de comunicação, por intermédio de quais destes meios você costuma se informar sobre o que acontece no Brasil e no mundo?
41
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42
A juventude está conectada. 80% dos jovens usam computador e/ou internet. Dos que usam computador, apenas 1% não acessa a internet.
USA COMPUTADOR E/OU INTERNET
80
Usa computador e internet
75
Usa internet, mas não computador (só pelo celular) NÃO USA COMPUTADOR NEM INTERNET
20
0
4
Usa computador, mas não acessa internet
50
100
Fonte: Agenda Juventude Brasil (SNJ, 2013). Base: Total da amostra/Estimulada e única, em (%). P128: Você usa computador e internet, mesmo que não seja em casa?
1
0
20
40
60
80
CAPÍTULO 2 - Como vivem os jovens brasileiros?
89% dos jovens têm celular. Transação bancária Assistir novelas Buscar cursos para fazer (on-line/ profissionalizante) Assistir a filmes Acessar sites com conteúdo sexual Participar de movimentos políticos/sociais/ambientais etc. Comprar Procurar emprego Trabalhar/manter contatos profissionais Buscar informações sobre eventos culturais/esportivos Ajudar nas tarefas escolares Jogar Navegar no YOUTUBE Mandar ou receber e-mail/mensagens/tuitar Baixar música/vídeos Pesquisas/mecanismos de busca Buscar notícias sobre atualidade Sites de relacionamento/conhecer pessoas/bate papo 0
10
20
30
40
50
60
Fonte: Agenda Juventude Brasil (SNJ, 2013). Base: Total da amostra. Estimulada e única, em (%). P130: Você usa a internet para quais finalidades?
43
CAPĂ?TULO 3
O que pensa e propĂľe a juventude brasileira?
AGENDA JUVENTUDE BRASIL - Pesquisa Nacional sobre Perfil e Opinião dos Jovens Brasileiros 2013 - Relatório Parcial Resumido
46
O que pensa e propõe a juventude brasileira? A multiplicidade de elementos que compõem a vida juvenil e a pluralidade constituída pela diversidade de situações significa, em primeiro lugar, que o que diz respeito à juventude é sempre uma gama ampla de questões e não há apenas um grande tema que responda às suas necessidades. A vida dos jovens brasileiros remete a uma diversidade de temas que os interessam e preocupam, embora algumas questões mantenham relevância especial como o trabalho e a violência. Vale ressaltar que a visão que os jovens têm do País, seus avanços e problemas, não é universal. Pudemos ver que há uma percepção de pontos positivos, como a possibilidade de estudar, a diminuição da pobreza, a democracia e a liberdade de expressão. Por outro lado, apresentam problemas graves que persistem no País, como a violência, a corrupção, a desigualdade social e o racismo. Há uma percepção de avanços que constroem uma experiência e uma expectativa de vida melhor. Contudo, os jovens indicam uma série de desafios que precisam ser vencidos, como a qualidade da educação, a maior oferta de formação profissional, mecanismos de inserção e garantia no trabalho, atendimento de saúde e ações de segurança que não vitimizem ainda mais os próprios jovens. Pudemos ver também que parcela significativa dos jovens entrevistados desenvolveu uma noção de direito associado às políticas públicas, e que a experiência vivida por essa geração se apoia tanto na ampliação da capacidade de consumo quanto na vivência de ações e espaços públicos.
Há assuntos que os jovens preferem discutir com familiares. Educação e violência, por exemplo, é um assunto para se discutir com pais ou responsáveis. Assuntos que gostaria de discutir com os pais ou responsáveis 45
Educação e futuro profissional
32
Violência
31
Drogas
27
Desigualdade social e pobreza
24
Religião
21
Cidadania e direitos humanos Relacionamentos amorosos
17
Sexualidade
17 16 14
Racismo Política
11
Meio-ambiente e desenvolvimento sustentável
8
Artes (música, teatro, literatura etc.)
4
Nenhum/ mais nenhum (espontânea) Não sabe
CAPÍTULO 3 - O que pensa e propõe a juventude brasileira?
A questão da participação juvenil no debate sobre a sociedade varia de acordo com o interlocutor.
1
Fonte: Agenda Juventude Brasil (SNJ, 2013). Base: Total da amostra. Estimulada e múltipla. P19a: Quais destes assuntos ou temas são os 3 que você mais gostaria de discutir com os seus pais ou responsáveis?
47
AGENDA JUVENTUDE BRASIL - Pesquisa Nacional sobre Perfil e Opinião dos Jovens Brasileiros 2013 - Relatório Parcial Resumido
48
Drogas e sexualidade são assuntos para se conversar primeiro com os amigos. Assuntos que gostaria de discutir com amigos 41
Drogas
31 30 29
Sexualidade Violência Educação e futuro profissional
26
Relacionamentos amorosos
23 21
Racismo Artes (música, teatro, literatura etc.)
19
Desigualdade social e pobreza
15
Religião
13 12 12
Cidadania e direitos humanos Meio-ambiente e desenvolvimento sustentável Política Outros Nenhum/ mais nenhum (espontânea) Não sabe
1 1 1
Fonte: Agenda Juventude Brasil (SNJ, 2013). Base: Total da amostra. Espontânea. P19b: E quais desses assuntos, são os 3 que você mais gostaria de discutir com seus/suas amigos(as)?
Chama a atenção que drogas e violência aparecem entre os três assuntos mais importantes para se discutir com qualquer um dos interlocutores. O que demonstra ser esses temas que muito preocupam a juventude brasileira. Assuntos que considera mais importantes para serem discutidos pela sociedade 40
Desigualdade social e pobreza Drogas
38
Violência
38 33
Política
32
Cidadania e direitos humanos Educação e futuro profissional
25
Racismo
25 24
Meio ambiente e desenvolvimento sustentável
10
Religião
9
Sexualidade
4
Artes (música, teatro, literatura etc.)
2
Relacionamentos amorosos Não sabe
CAPÍTULO 3 - O que pensa e propõe a juventude brasileira?
Já desigualdade social é um assunto para se discutir em sociedade.
1
Fonte: Agenda Juventude Brasil (SNJ, 2013). Base: Total da amostra C. Estimulada e múltipla, em %. P19c: E quais são os 3 que você acha mais importantes para serem discutidos pela sociedade em geral?
49
AGENDA JUVENTUDE BRASIL - Pesquisa Nacional sobre Perfil e Opinião dos Jovens Brasileiros 2013 - Relatório Parcial Resumido
50
A preocupação com a violência e com o emprego varia inversamente de acordo com a situação econômica dos jovens. Quais são os problemas que mais preocupam os jovens atualmente 35 30 25 20 15 10 5 0
Est. baixo Violência
Est. médio Emprego
Fonte: Agenda Juventude Brasil (SNJ, 2013). Base: Total da amostra A. Espontânea e múltipla. P: Problemas que mais preocupam os jovens atualmente?
Saúde
Est. alto Drogas
Crise Econômica
Metade deles já perdeu uma pessoa próxima (parente ou amigo) de forma violenta: por acidente de carro ou por homicídio. 51
Já perdeu
Não sabe ou recusou
3
Se matou
3
CAPÍTULO 3 - O que pensa e propõe a juventude brasileira?
Um dos dados mais contundentes da pesquisa permite visualizar o peso que tem a violência na vida dos jovens.
21
Assassinado
22
Acidente
49
Nunca perdeu nenhum parente
0
10
20
30
40
50
60
Fonte: Agenda Juventude Brasil (SNJ, 2013). Base: Amostra A. Estimulada. P147c: Ele(a) morreu assassinado(a), em acidente de trânsito ou se matou?
51
AGENDA JUVENTUDE BRASIL - Pesquisa Nacional sobre Perfil e Opinião dos Jovens Brasileiros 2013 - Relatório Parcial Resumido
52
Ao separar, dentre as causas das mortes, aquelas que se referem a assassinatos, teremos ¼ da população jovem do brasil na condição de ter tido uma pessoa muito próxima vítima de homicídio. Isso configura uma experiência geracional de alta dramaticidade, que explica o peso que o tema da violência alcança dentre as preocupações dos jovens, como veremos adiante.
* 18
AMIGOS
12
PRIMOS
PAIS
3
IRMÃOS
3
AVÓS OUTROS
18 18
PRIMOS
12 0,19 1 10 11 9 1 0,53 3 2 0,33 0,34 3 3 0,21 2 1 1 3 0,38 0,27 0,08 0,24 0,27 1
Primo e outro Prima Primo
TIOS Tio Tia Tio e outro
* PAIS
11
TIOS
AMIGOS
Pai Mãe Padrasto
IRMÃOS Irmão Irmã
2
AVÓS Avô Avó
3
OUTROS Marido Madrinha Namorada Sobrinho Cunhado Outra
Que idade você tinha? 11 anos ou mais
1 1
6 a 10 anos Até 5 anos
CAPÍTULO 3 - O que pensa e propõe a juventude brasileira?
VÍNCULO
0,33
Média em anos = 10 anos e 4 meses
* Citou mais de um vínculo e não definiu por quem teve maior sentimento pela perda
Fonte: Agenda Juventude Brasil (SNJ, 2013). Base: Total A. Estimulada. P147a: O que essa pessoa era sua? P147b: Que idade você tinha?
53
AGENDA JUVENTUDE BRASIL - Pesquisa Nacional sobre Perfil e Opinião dos Jovens Brasileiros 2013 - Relatório Parcial Resumido
54
Se a violência é uma realidade para todos os estratos de renda, é mais contundente para os jovens negros. Perda de algum parente ou amigo por morte violenta, segundo cor dos jovens 0
10
20
30
40
50
60
45 32
Branco
13 54 42
Negro
45 42 11 Fonte: Agenda Juventude Brasil (SNJ, 2013) Base: Total da amostra. Espontânea.
1 ou 2 Mais de 3
11
Outro
Já perdeu
63
Possibilidades de estudo
55
Liberdade de expressão Estabilidade econômica
46
Ter democracia
45 37
Possibilidade do consumo
32
Políticas sociais
4
Nenhuma/ nada é bom (espontânea) Não sabe
CAPÍTULO 3 - O que pensa e propõe a juventude brasileira?
Os estudos, a liberdade e a estabilidade são os pontos mais positivos no brasil segundo os jovens.
1
Soma das menções
Fonte: Agenda Juventude Brasil (SNJ, 2013). Base: Total da amostra. Estimulada. P23: E na sua opinião, qual destas coisas é o que existe de mais positivo hoje no Brasil?
55
AGENDA JUVENTUDE BRASIL - Pesquisa Nacional sobre Perfil e Opinião dos Jovens Brasileiros 2013 - Relatório Parcial Resumido
56
A experiência na escola é considerada como muito importante em vários aspectos pelos jovens.
14
30
50
Ajudar a melhorar o Brasil
13 5
25
58
Ganhar dinheiro no futuro
62
22
71
Comunicar melhor
11
12
26
51
Se preparar para o ENEM ou vestibular
12 4
26
58
Conhecer seus direitos e deveres
6
Fazer amigos
62
27
9 3
Entender a realidade
61
29
9 2
Cotidiano
56
21
10 3
25
62
Conseguir trabalho 0% Muito
21
65
Futuro profissional
20% Mais ou Menos
40% Pouco
60%
80%
10 3 9 4 100%
Nada
Fonte: Agenda Juventude Brasil (SNJ, 2013). Base: Total da amostra. Estimulada. P54: Você acha que o que você aprendeu ou viveu na escola foi: muito importante, mais ou menos importante, pouco importante ou nada importante para os seguintes aspectos da sua vida.
Temor a Deus Respeito às diferenças Igualdade de oportunidades Respeito ao meio ambiente Solidariedade Justiça social
16 15 14 12 10 9
Dedicação ao trabalho Liberdade individual Disciplina pessoal Competência Religiosidade Obediência à autoridade Conforto material Respeito às diferenças Liberdade política Criatividade e inovação Autorrealização Prazer sexual Ser autêntico
2 2
5 5 5
20
28
33 31
40 39
CAPÍTULO 3 - O que pensa e propõe a juventude brasileira?
A espiritualidade e a igualdade são destaques entre os valores mais importantes para os jovens.
7 7
Soma das menções
Fonte: Agenda Juventude Brasil (SNJ, 2013). Base: Total da amostra. Estimulada. P21: Pensando em um mundo ideal, qual destes valores você acha que seriam os 3 mais importantes: em 1º lugar? E em 2º lugar? Em 3º?
57
AGENDA JUVENTUDE BRASIL - Pesquisa Nacional sobre Perfil e Opinião dos Jovens Brasileiros 2013 - Relatório Parcial Resumido
58
Para os jovens, o mais importante na sua vida hoje é o apoio da família. Para melhorar de vida, o esforço pessoal é o que faz a diferença. E para a garantia de direitos, o mais importante são as políticas de governo.
O seu esforço pessoal
Você ter capacidade de fazer coisas inovadoras O apoio dos amigos ou de conhecidos As políticas de governo
Mudanças no sistema econômico A sua participação em organizações ou movimentos sociais O apoio de entidades assistenciais
75
21
40 69 68
31 17 18 26 14 12 10 9 15 8 25 23 4 20 8 3 21 7
CAPÍTULO 3 - O que pensa e propõe a juventude brasileira?
O apoio da família
47
...a vida hoje ...garantir direitos ...melhorar de vida
Fonte: Agenda Juventude Brasil (SNJ, 2013). Base: Total da amostra. Estimulada. P18a: Na sua opinião, qual destes fatores é o mais importante para sua vida hoje como... (adolescente/jovem/adulto)? E em 2º lugar? P18b: E o que é mais importante para garantir os seus direitos? E em 2º lugar? P18c: E o que é mais importante para você melhorar de vida? E em 2º lugar?
59
AGENDA JUVENTUDE BRASIL - Pesquisa Nacional sobre Perfil e Opinião dos Jovens Brasileiros 2013 - Relatório Parcial Resumido
60
Um exemplo desta valorização é o forte apoio às recentes mudanças na sociedade, como cotas raciais e adoção por casais de mesmo sexo. 100% 90% 80%
29
35
70% 60%
13
13
50% 40% 30% 20%
56
51
10% 0% Adoção por casais de mesmo sexo A favor
Cotas raciais e étnicas nas universidades
Nem a favor nem contra
Fonte: Agenda Juventude Brasil (SNJ, 2013). Base: Total da amostra. Estimulada. P33. Você é a favor ou contra, que casais de gays e de lésbicas possam adotar crianças?
Contra
CAPÍTULO 3 - O que pensa e propõe a juventude brasileira?
A política é muito importante para os jovens.
1%
16%
54% 29%
Muito importante
Mais ou menos importante
Nada importante
Não sabe
Fonte: Agenda Juventude Brasil (SNJ, 2013). Base: Amostra total. Estimulada e única. P25: Na sua opinião, a política é uma coisa:
61
AGENDA JUVENTUDE BRASIL - Pesquisa Nacional sobre Perfil e Opinião dos Jovens Brasileiros 2013 - Relatório Parcial Resumido
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As formas democráticas de participação são reforçadas entre os jovens. 97% dos jovens ou têm o título de eleitor ou pretendem tirá-lo até os 18 anos. Mas chama atenção que 65% tiraram ou pretendem tirar antes da sua obrigatoriedade. Tirou título de eleitor, por idade 81
Tem título, tirou com:
40
..16 anos
15
..17 anos
21
..18 anos
..19 anos ou mais
4 10
Não tem, vai tirar com 16 ou 17 anos
Não tem, só vai tirar o título com 18 ou mais
Não tem, não sabe quando vai tirar o título
5 3
Fonte: Agenda Juventude Brasil (SNJ, 2013). Base: Total da amostra. Estimulada. P27a: Em sua opinião, qual destas formas de atuação pode ajudar mais a mudar ou a melhorar as coisas no Brasil? P27b: E em 2º lugar?
46
PARTICIPA/ JÁ PARTICIPOU
20
Participa atualmente de alguma
26
Não participa hoje, mas já participou
54
NUNCA PARTICIPOU
39
Nunca participou, mas gostaria Nunca participou, nem gostaria
26
39
CAPÍTULO 3 - O que pensa e propõe a juventude brasileira?
Quase metade dos jovens tem ou teve alguma experiência de participação política.
15
Participa atualmente de alguma Não participa hoje, mas já participou Nunca participou, mas gostaria
20
Nunca participou, nem gostaria
15
Fonte: Agenda Juventude Brasil (SNJ, 2013). Base: Amostras A e C. Estimulada.
63
AGENDA JUVENTUDE BRASIL - Pesquisa Nacional sobre Perfil e Opinião dos Jovens Brasileiros 2013 - Relatório Parcial Resumido
64
Para melhorar o brasil as formas de atuação mais importantes são as mobilizações de rua e a atuação em grupos que se organizam por alguma causa. É importante notar que a participação em conselhos e a mobilização na internet aparecem igualmente valorizados.
A participação em mobilizações de rua e outras ações diretas
45
A atuação em associações ou coletivos que se organizam por alguma causa
44
A atuação em conselhos, conferências, audiências públicas ou outros canais de participação desse tipo
35
A atuação pela Internet, opinando sobre assuntos importantes ou cobrando os políticos e governantes
34
CAPÍTULO 3 - O que pensa e propõe a juventude brasileira?
Formas de atuação que podem melhorar as coisas no Brasil
30
A atuação em partidos políticos Nenhuma/ nada pode ser feito (espontânea)/ não participa de nenhuma
3
Não sabe/ não respondeu
2 Soma das menções
Fonte: Agenda Juventude Brasil (SNJ, 2013). Base: Total da amostra. Estimulada.
65
AGENDA JUVENTUDE BRASIL - Pesquisa Nacional sobre Perfil e Opinião dos Jovens Brasileiros 2013 - Relatório Parcial Resumido
66
Boa parte dos jovens conhece projetos e programas voltados para a juventude e tem importantes recomendações sobre como melhorar a política pública.
44% 56%
Conhece
Não conhece
Fonte: Agenda Juventude Brasil (SNJ, 2013). Base: Entrevistados(as) que têm uma opinião sobre os governos do Brasil com relação às necessidades dos jovens. Estimulada e única. P35a: Você conhece algum projeto ou programa de governo dirigido para a juventude?
Para melhorar a educação, os jovens acham que o mais importante é investir nos professores e nas escolas. Investir nos professores (salários, mais capacitação, melhores condições de trabalho)
55
Investir na infraestrutura das escolas (laboratórios, equipamentos, quadras, bibliotecas)
46
Melhorar e fiscalizar a qualidade do ensino (+ horas de aula, mudar currículo, reprovação + rigorosa)
39 38
Ampliar o número de vagas nas universidades públicas Ampliar o número de escolas técnicas e de formação profissional
33
Dar mais apoio material e financeiro (bolsas como o ProUni, transporte, livros, mais financiamento)
28
Mais programas de alfabetização para que os que abandonaram a escola voltem a estudar
27
Garantir a participação de estudantes e pais na definição do currículo e das avaliações
11
Ampliar as cotas nas universidades para jovens negros ou que vêm de escolas públicas
11
Premiar as escolas que tiveram melhores resultados nas avaliações
CAPÍTULO 3 - O que pensa e propõe a juventude brasileira?
E propõem ações para melhorar as políticas públicas.
10
Soma das menções
Fonte: Agenda Juventude Brasil (SNJ, 2013). Base: Amostra C. Estimulada.
67
AGENDA JUVENTUDE BRASIL - Pesquisa Nacional sobre Perfil e Opinião dos Jovens Brasileiros 2013 - Relatório Parcial Resumido
68
Já para melhorar as condições de trabalho, o mais importante seria oferecer mais formação profissional. 61
Oferecer formação profissional
45
Aumentar a escolaridade e a qualidade do ensino
38
Apoiar a entrada no mercado de trabalho
25
Criar mais empregos
13
Oferecer e apoiar a criação de mais estágios
Oferecer orientação vocacional
8
Emprestar dinheiro, crédito para jovens desenvolverem negócios
7
Outras
Fonte: Agenda Juventude Brasil (SNJ, 2013). Base: Amostra B. Estimulada.
1
Soma das menções
Criar políticas de apoio a jovens, evitando seu envolvimento com a criminalidade
44 38
Investir na qualificação e condições de trabalho da polícia
51
Combater a corrupção e má conduta de policiais Diminuir a idade penal para que adolescentes recebam as mesmas penas que adultos
36 28
Promover o desarmamento da população Promover medidas para descriminalizar o uso de drogas
27
Investir no policiamento comunitário
27
Aumentar a capacidade de repressão da polícia e o número de prisões
CAPÍTULO 3 - O que pensa e propõe a juventude brasileira?
Para os jovens, as melhores formas de enfrentar a violência contra a juventude é combater a má conduta de policiais, investir na melhoria das suas condições de trabalho e criar apoio para jovens.
17
Promoção de uma cultura de paz e resolução de conflitos
15
Investir em penas alternativas para crimes de menor gravidade
16 Soma das menções
Fonte: Agenda Juventude Brasil (SNJ, 2013). Base: Amostra Total A. Estimulada.
69
AGENDA JUVENTUDE BRASIL - Pesquisa Nacional sobre Perfil e Opinião dos Jovens Brasileiros 2013 - Relatório Parcial Resumido
70
Para melhorar a saúde, os jovens consideram que a contratação de profissionais é o mais importante. Contratação de profissionais (mais médicos/ dentista/clínico geral/ pediatra/ ginecologista/psicólogos)
60 37
Serviços (atendimento mais rápido/ mais medicamentos grátis/ exames) Infraestrutura (mais equipamentos/ ter aparelho de raio x/ mais postos de saúde/ mais hospitais) Serviço de informações/ palestras (sobre sexo/ sobre drogas/ saúde básica/ planejamento familiar/ educação alimentar)
Outras gerais NENHUM (tem todos os serviços que o jovem necessita/ o que tem é o suficiente/sempre que precisei tinham todos os especialistas/ já tem plano de saúde) Não sabe (não me interesso por este assunto)
Fonte: Agenda Juventude Brasil (SNJ, 2013). Base: Espontânea e múltipla, em %.
16 2 1 5 13
CONSIDERAÇÕES
CONSIDERAÇÕES
Uma das diretrizes mais importantes para Secretaria Nacional de Juventude (SNJ), desde a sua criação, em 2005, tem sido o reconhecimento da juventude como um sujeito político e de direitos. A participação da juventude é imprescindível na construção de demandas, de uma agenda que aponte as principais questões a serem enfrentadas pelo governo brasileiro e, ainda, na construção das políticas públicas que atendam às especificidades dos jovens. Esse entendimento vem sendo reforçado no âmbito do Governo Federal desde a fundação do Conselho Nacional de Juventude (Conjuve), concomitantemente à instituição da SNJ, como também nas 1ª e 2ª Conferências Nacionais de Juventude. Além disso, a aprovação do Estatuto da Juventude foi, sem dúvida, uma grande conquista nessa caminhada. A pesquisa Agenda Juventude Brasil, realizada em abril de 2013, antes das chamadas Jornadas de junho e julho, em consonância com o que se verificou nessas mobilizações, mostra-nos claramente que os jovens consideram a necessidade de mais e melhores políticas públicas para a resolução dos problemas que os afetam, tanto no sentido da ampliação de respostas quanto na melhoria das respostas dadas. Vimos que os jovens acreditam que podem mudar o País e que a participação política, seja se manifestando nas ruas, seja por meio do voto, é a forma de intervir nos rumos do Brasil. As opiniões colhidas na Pesquisa revelam o reconhecimento da importância da política. O alto interesse de engajamento em eleições é percebido pelo fato de 65% terem tirado ou pretenderem tirar seu título de eleitor antes dos 18 anos. Também colhemos a valorização das diferentes formas de atuação política para além dos processos eleitorais, reveladas no dado em que seis em cada sete jovens declaram que participam, já participaram ou gostariam de participar de coletivos e movimentos sociais. Como vimos, a multiplicidade de elementos que compõem a vida juvenil e a pluralidade constituída pela diversidade de situações significam que a agenda da juventude é sempre uma gama de questões. Portanto, não há apenas um grande tema que responda às suas necessidades.
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Como estabelecido no Estatuto da Juventude, sancionado em agosto de 2013 (Lei nº 12.852), foram declarados direitos que devem ser garantidos de acordo com a especificidade dessa população o direito: • • • • • • • • • • • •
à cidadania, à participação social e política e à representação juvenil; à educação; à profissionalização, ao trabalho e à renda; à igualdade; à saúde; à cultura; à comunicação e à liberdade de expressão; ao desporto e ao lazer; ao território e à mobilidade; à sustentabilidade e ao meio ambiente; à segurança pública e o acesso à justiça.
A pesquisa sobre a juventude brasileira confirma percepções já diagnosticadas anteriormente e tendências apontadas por outras pesquisas. Mas traz também novas pistas para nos aproximarmos de quem é, como vive, o que pensa e propõem a juventude brasileira. A possibilidade de cruzar informações que descrevem as situações vividas com percepções e opiniões dos jovens nos permite interpretações mais matizadas. Com isso, será possível avançar nos caminhos para adequar e construir com os jovens as políticas públicas que atendam à Agenda da Juventude Brasileira. Quem são os jovens brasileiros? O que é comum e o que é diferente, ou desigual, entre os jovens? Observamos importantes traços comuns, configurando características geracionais e situações profundamente diferenciadas, que apontam uma multiplicidade de trajetórias que precisam ser consideradas, assim como desigualdades que precisam ser superadas. Alguns marcadores sociais que geram desigualdades na sociedade brasileira também estruturam experiências distintas da vivência juvenil e, em alguns casos, com
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mais intensidade. Ser do sexo feminino configura ritmos distintos de transição para a vida adulta, além das maiores dificuldades no “mundo do trabalho”, para as jovens mulheres, comparado às condições vividas pelos jovens homens. Já a cor, raça ou etnia ainda produz imensas desvantagens para os negros e indígenas, seja na escolaridade, no trabalho ou na exposição a diversos tipos de discriminação e violência. A situação de domicílio tem refletido no fato de que os jovens do meio rural têm, de modo geral, maiores dificuldades de acesso às políticas públicas, incluindo a educação. E a diferença de renda ainda é o principal revelador das desigualdades que estreitam os horizontes de inclusão e autonomia da juventude. Fica claro que, apesar dos avanços notórios no sentido da inclusão, o País ainda tem dívidas estruturais históricas para serem superadas e situações específicas de exclusão e privação, que atingem singularmente os jovens. Um primeiro elemento importante é que, quando falamos em jovens de 15 a 29 anos, temos três faixas etárias bem distintas. Quase a metade está na faixa etária de 18 a 24 anos, seguida das faixas de 25 a 29 anos e de 15 a 17 anos. Há diferenças importantes na vida desses jovens e nas suas expectativas. Uma questão central em que a faixa de idade expressa diferentes situações é a posse de filhos. Os jovens com filhos estão concentrados nas faixas de 25 a 29 anos, na maioria, e 18 a 24 anos. Com o recorte de sexo, percebemos que, dos jovens que têm filhos, a maioria é mulher. E, ainda, que diferentemente dos homens, as jovens das três faixas etárias têm filhos. Os jovens que mais estudam são os mais novos (15 a 17 anos) e os que mais trabalham são os de 25 a 29 anos. Já os jovens de 18 a 24 anos são os que mais precisam conciliar estudo e trabalho. E, como vimos, as mulheres são a maioria dos que nem estudam, nem trabalham, além de ser o maior percentual de jovens com filhos. Assim, podemos concluir que as jovens mulheres com filhos vêm enfrentando dificuldades ainda maiores de inserção no mercado de trabalho e de permanência na escola. Ainda um resultado do perfil que chama muito a atenção é que os jovens negros se autorreconheceram em proporção maior do que o captado pelo Censo. No Censo 2010, eles são apenas 8%, já nas entrevistas para a pesquisa eles são 15%. Consideramos que a principal razão é que, diferentemente da coleta do Censo, em que um membro da família responde à entrevista por todo o
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grupo familiar, na Pesquisa o próprio jovem respondeu. Com certeza o avanço da autoidentificação impacta positivamente na participação desse jovem na discussão sobre as questões que afetam especificamente a vida dos jovens negros, como a violência e o racismo. Como vivem os jovens brasileiros? A recuperação econômica e o investimento em políticas públicas, nos últimos anos, alteraram a situação vivida pelos jovens no País quanto ao acesso à educação e ao trabalho e às condições para a participação nos processos sociais, culturais e políticos. Temos uma geração que se destaca por ter experimentado possibilidades muito mais amplas de inclusão e de melhoria na qualidade de vida, dadas pelo avanço da escolaridade e renda. Tudo isso mesmo diante da persistência de situações ainda graves de exclusão e dificuldades de acesso, como a violência que atinge jovens negros das periferias e no êxodo que marca a trajetória dos jovens do campo. Quanto à educação, os jovens desta geração têm uma relação com a escola muito mais ampla e consolidada que os das gerações anteriores. A evolução impressiona, tanto em termos de acesso quanto de anos de escolaridade alcançada, embora ainda distante de atingir os patamares ideais. Isso é verbalizado pelos jovens na valorização dada à escola e no desejo de continuar a estudar, ainda que fique claro que o desejo de formação não se faz numa única direção, nem num mesmo padrão de percurso. Um dos dados mais interessantes da pesquisa é o desejo tanto de formação universitária quanto de formação profissional manifestado pelos jovens. Também se observa que esta ainda não é uma experiência generalizada para essa geração, indicando, nesse sentido, campos importantes para avançar na garantia dos direitos. De qualquer modo, a possibilidade de estudar aparece como uma das coisas mais positivas hoje no País. O trabalho também se consolida como elemento central na vida dos jovens. Ele compõe, de diversas formas, a equação por meio da qual se processa a inclusão na trajetória que os jovens seguem em direção à vida adulta. Assim, trabalho e educação não são etapas sucessivas, mas dois longos percursos que os jovens procuram combinar, alterando-se o peso de um e outro elemento à medida que a idade avança. Isso se evidencia na condição de atividade: a grande maioria dos
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jovens, a partir dos 18 anos, independentemente da renda familiar, está no mundo do trabalho, trabalhando, procurando emprego ou já vivendo a experiência do desemprego. Isso se expressa nas suas manifestações quanto às expectativas e projetos de vida: trabalhar e estudar é o que gostariam que acontecesse para se sentirem realizados e é também o que percebem que pode melhorar suas vidas. Por isso, o trabalho aparece como um dos principais temas manifestados tanto de interesse quanto de preocupação. A juventude brasileira é uma juventude trabalhadora. Porém, com vivências profundamente desiguais. Os dados da pesquisa reforçam tendências já levantadas por diagnósticos anteriores: os anos de recuperação econômica produziram um relevante aumento da inserção e da formalidade no emprego, inclusive para os jovens. Apesar disso, a qualidade e estabilidade do emprego ainda são problemas particularmente graves para o segmento, em especial para os jovens de mais baixa renda e escolaridade: as mulheres, os negros e os moradores de áreas urbanas metropolitanas. Há ainda muito que fazer para chegar ao que está previsto na Agenda de Trabalho Decente para a Juventude (OIT). É preciso combinar, a partir do diálogo social, a conciliação de mais e melhores estudos e vida familiar com uma inserção ativa e digna no mundo do trabalho. Outra experiência vivida por uma parcela significativa desta geração é uma melhoria da qualidade de vida. Como vimos, a maioria dos jovens percebe sua situação social como melhor que a dos seus pais, e é bastante otimista com relação ao futuro. Já a capacidade de consumo não é o elemento mais valorizado, nem o que sintetiza essa percepção de melhoria. A inclusão por meio da inserção no mercado de trabalho e das políticas educacionais são experiências igualmente importantes na estruturação dessa percepção. Se, por um lado, a pesquisa corrobora o intenso uso de novas tecnologias como uma característica marcante desta geração, já amplamente constatada e divulgada, por outro, observamos que esse uso está mais relacionado às redes sociais. Para se informarem, os jovens afirmam utilizar a televisão em primeiro lugar. Isso é importante para se diminuir a percepção de que esses jovens dialogam somente com os meios da mídia virtual.
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Infelizmente, é preciso apontar que a violência marca dramaticamente a experiência desta geração. Além do número inaceitável de mortes de jovens (principalmente os pretos e pobres da periferia), que nos faz perder vidas como se fôssemos um país em guerra. Isso afeta profundamente a vida dessa juventude: metade dos jovens já perdeu alguém próximo, na maioria das vezes outro jovem, de sua geração, de forma violenta (por acidente ou homicídio). Não é à toa que esse é, como vimos, um dos assuntos que mais preocupam e que devem ser debatidos e, consequentemente, enfrentados. O que pensa e propõe a juventude brasileira? A diversidade da juventude brasileira se reflete nos variados temas que os interessam e preocupam, embora algumas questões mantenham relevância especial como o trabalho e a violência. Já a visão que os jovens têm do País, seus avanços e problemas, não é universal. Por um lado, há uma percepção de pontos positivos, por outro, apresentam problemas graves que persistem no País. Os avanços que constroem uma experiência e uma expectativa de vida melhor foram ressaltados; porém os jovens indicam uma série de desafios que precisam ser vencidos. Os jovens apontam a necessidade de criação de mais ações de governo para a resolução de suas questões e indicam prioridades, todas apontando para um alargamento da agenda de respostas e qualificação do atendimento. É interessante reparar a importância que eles dão aos recursos humanos como elemento central no desenvolvimento das políticas sociais. Na maioria dos temas abordados, as respostas com maiores concentrações referem-se ao investimento nos profissionais que atendem/lidam com os jovens no exercício da função pública: contratação de médicos, enfermeiros e outros agentes nos serviços de saúde, melhoria dos salários e condições de trabalho e capacitação dos professores, capacitação e fiscalização da postura dos policiais. A pesquisa revela fortes indicativos do potencial que a juventude tem de contribuir para a transformação do País e para a oxigenação da vida democrática. Assim, é possível construir uma Agenda da Juventude para o Brasil por mais e melhores políticas públicas.
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Esta obra foi impressa na Imprensa Nacional com tiragem de 4.000 exemplares, em agosto de 2014. SIG, Quadra 6, lote 800. Cep: 70610-460
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