Boletim semanal - Ano VI - Edição 14 - 1º Domingo da Quaresma
Porque a Escritura diz...
A Escritura diz: ‘Não tentarás o Senhor teu Deus’
IGREJA MATRIZ DE NOSSA SENHORA DA GLÓRIA
LARGO DO MACHADO - RIO DE JANEIRO - RJ
Pascom Nossa Senhora da Glória Dirigente espiritual - Diácono Jorge
Agentes - André Pessôa Flávia Mascarenhas Maria das Graças Luciana Gonçalves Colaboradora - Monica Bezerra
Coordenação - Elydia Sérgio Fadul Jr
Capa - foto montagem: Cego guiando cegos - autor desconhecido
1 - Missa em honra a São Miguel Arcanjo Dia 09/03, quarta feira, às 20 h. a 2 - Dízimo Todo segundo domingo do mês é dedicado ao dizimista. Seja um cristão comprometido. Ajude a sua paróquia. Seja um dizimista! a 3 - Missa em desagravo ao Imaculado Coração de Maria Com as Filhas de Maria, sábados às 10:00. a 4 - Curso Luz e Vida Inscrições abertas! Teologia Moral I, Sacramentos e Prática de ensino. Sábados de 09 h às 12 h. Aprenda mais sobre a sua religião! a 5 - Oficina de Oração e Vida Início na quinta-feira dia 10/03. Dois horários: às 9:00 e/ou às 19:00. Não há inscrição, basta comparecer!
6 - Rifa de um colcha de solteiro Ajude a nossa Igreja comprando uma rifa, disponível na lojinha ou secretaria. Esta colcha, além de ser bonita, foi feita com muito carinho, por uma das coordenadoras. a 7 - Creche Monsenhor Franca Os colaboradores que ainda não pegaram o seu carnê, ou aqueles que desejarem colaborar, podem procurar a secretaria. a 8 - Via Sacra Sextas-feiras às 15 h e após a missa das 19 h. Já se encontra disponível na Lojinha o livro da Campanha da Fraternidade com a Via-Sacra.
Pároco - Padre Geovane Ferreira da Silva
IGREJA MATRIZ DE NOSSA SENHORA DA GLÓRIA
LARGO DO MACHADO - RIO DE JANEIRO - RJ
Você sabia que a Quaresma é um tempo litúrgico que prepara os Cristãos para a Páscoa do Senhor. Por 40 dias a Igreja pede que os fiéis façam penitência e cheguem à verdadeira conversão. Preparem-se assim para viver os mistérios da Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo na Semana Santa e a Páscoa do Senhor ressuscitado durante toda a vida. Portanto, chamamos Quaresma o período de quarenta dias reservado a preparação da Páscoa, e indicado como última preparação dos catecúmenos que deveriam receber nela o batismo.
“Todos os fiéis, cada um a seu modo, estão obrigados pela lei divina a fazer penitência. Não obstante, para que todos se unam em alguma prática comum de penitência, se fixaram uns dias de penitência para os fiéis que se dedicam de maneira especial a oração, realizam obras de piedade e de caridade e se negam a si mesmos, cumprindo com maior fidelidade suas próprias obrigações e, sobretudo, observando o jejum e a abstinência” (Código de Direito Canônico, c. 1249). “Na Igreja católica, são dias e tempos penitenciais todas as Sextas-feiras do ano e o tempo de quaresma” (Código de Direito Canônico, c. 1250). Em lembrança do dia em que Jesus morreu na Santa Cruz, “todas as sextas-feiras, a não ser que coincidam com uma solenidade, deve se fazer a abstinência de carne, ou de outro alimento que seja determinado pela Conferência Episcopal; jejum e abstinência se guardarão na Quarta-feira de Cinzas e na Sexta-feira Santa” (Código de Direito Canônico, c. 1251).
06/03 - Jader Felipe Braga 07/03 - Joselina Ferreira Maria Aparecida Pereira Maria de Lourdes de Brito Rita de Cácia Pereira 09/03 - Daniel Felipe Rocha Eloísa Helena Ferreira João Paulo França Lizette Batista
Ninguém, ao ser tentado, deve dizer: É Deus quem me tenta… (Tiago 1, 13)
A tentação nos faz mal A tentação é de início sugestiva, suave, envolvente. Surge como uma pequena ideia, e acaba se tornando um grande plano. Vai tomando corpo dentro de nós a ponto de nos levar a fazer loucuras, não nos importando mais com o tempo, com o local ou com as pessoas. A tentação nos faz acomodados, preguiçosos com os nossos deveres, chega a anestesiar nosso raciocínio. A tentação tira a paz interior, a tranquilidade da consciência, nos isola das pessoas que nos quer o bem, nos leva sempre para as más companhias. Na tentação, nunca temos tempo para as coisas de Deus. A Missa é monótona, o grupo é longo, a oração é chata. A tentação faz mal à saúde do corpo e da alma. “Considerai uma grande alegria, meus irmãos, quando tiverdes de passar por diversas provações…” (Tiago 1, 2)
A provação nos leva à constância A provação é diferente. É uma situação permitida por Deus. Faz parte da pedagogia de Deus. Pode ser externa (afrontamentos, contestações, fofocas…), ou interna (concupiscências más inclinações, paixões que dizem respeito ao corpo). A provação nos leva à constância, ao equilíbrio de nossa fé. Quando suportada com fé em Deus, ela nos provoca uma confiança e uma certeza da vitória tão grande que não se pode explicar. A provação nos dá têmpera, nos faz fortes,
11/03 - Desirre Pessoa Ivete dos Santos Juan Carlos Romero 13/03 - Candida Cavalcante Juliana Lessa Lêda Sanglard Madalena Luzier Olney Garcia
desbravadores, testemunhas. A provação traz paz ao coração, pois é Deus quem cuida de nós. Jesus passou por grandes provações: sofreu a traição, injúrias, blasfêmias, difamação, fome, dor física, pobreza, solidão… Ele passou por elas usando a força do Espírito Santo. Por isso Ele é capaz de nos entender e de nos socorrer em todas as nossas dores, pois Ele as conhece. “Se a alguém de vós falta a sabedoria, peça-a a Deus….” (Tiago 1,5)
A sabedoria é necessária para tudo, até para saber a diferença entre a provação e a tentação. Saber onde está uma ou outra. Saber ouvir a Deus nas provações e clamar a Deus nas tentações. Se ocupar para não dar lugar às tentações do dia-a-dia. ‘Cabeça vazia, oficina do diabo’, já dizia um Santo. Use das provações do dia-a-dia como escada para chegar mais perto e profundamente de Deus. Texto: Canção Nova
“Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão, e, no deserto, Ele era guiado pelo Espírito. Ali foi tentado pelo diabo durante quarenta dias” (Lucas 4, 1-2). A liturgia de hoje nos coloca em comunhão com a Quaresma de Jesus. Por quarenta dias Ele foi conduzido pelo Espírito ao deserto, e, no deserto, o Espírito o conduzia. Aqui, é muito importante tomarmos consciência disso, pois o Espírito Santo nos conduz até o deserto porque ele é necessário. O deserto é o lugar do encontro consigo mesmo; é o lugar do esvaziamento; é o lugar onde nos enchemos e nos preenchemos pela graça de Deus. Mas quando nos colocamos para ir ao deserto, enfrentaremos tentações. Jesus não tinha o mal dentro de si, era o mal externo que o impelia. Mas, dentro de nós há muitos demônios que não querem sair da nossa vida. Demônio da acomodação, da gula, dos prazeres, do egoísmo, da soberba, da vontade própria. Precisamos ir para o deserto para combater aos demônios que atormentam a nossa vida; para purificar a nossa alma e o nosso coração. Somos tentados quando queremos expulsar esses demônios de nós, porque eles não querem sair da nossa vida. Porém, se nos deixarmos ser guiados pelo Espírito, no poder da Palavra combateremos as tentações da nossa vida. Neste tempo de graça, somos chamados a não somente deixar de comer e fazer uma penitência, mas também, somos chamados a combater o mal. Jesus combateu o mal da tentação, do prazer, da gula. O homem de Deus não vive só do que come, dos prazeres desta vida, e sim daquilo
que é a Palavra de Deus. Por isso, o sentido primordial para nos encontrarmos com a nossa espiritualidade é o de nos voltarmos inteiramente para a Palavra de Deus. Precisamos deixar que ela guie e direcione a nossa vida. Jesus, lá no deserto, foi levado pelo demônio para ser tentado pela grande tentação do ter, do poder. Quem de nós não quer ter tudo? Quem de nós não é tentado pelo consumismo, pelo desejo de possuir? Está lá dentro suscitando a cobiça. Precisamos vencer a esse demônio terrível que, muitas vezes, está dentro de nós e quer nos impelir para que vivamos à margem do consumo. A pessoa, hoje, não se mede pelo o que ela é, e sim por aquilo que ela tem. É a tentação dos tempos em que vivemos. Há outra tentação que é a de desonrar o nome de Deus, ou ainda, tomar o nome d'Ele em vão. O demônio convida a Jesus para se lançar, e assim Deus poderia o socorrer. Colocar Deus à prova, colocar Deus de formas desnecessárias até nas práticas erradas que fazemos e, depois, jogar tudo para cima d’Ele é uma terrível tentação. É uma tentação terrível elevar a vida em nome de Deus, em tudo colocar Deus, mas as práticas não corresponderem à vontade d’Ele. Por isso, Jesus diz: “Não tentarás o Senhor, Teu Deus”. Não tentemos colocar Deus onde Ele não está e não tentemos instrumentalizá-Lo para as nossas necessidades, onde jogamos tudo para cima d’Ele. Deus, pelo Seu Espírito, nos conduz ao deserto para nos purificar de tantas coisas que não correspondem à vontade d’Ele em nossa vida. Deus abençoe você! Padre Roger Araújo
06 - Santa Rosa de Viterbo 07 - Santas Perpétua e Felicidade 08 - São João de Deus 09 - Santa Francisca Romana São Domingos Sávio 10 - Quarenta mártires de Sebaste 11 - Santo Eulógio 12 - Santo Inocêncio 13 - Santos Rodrigo e Salomão
Origens João Cidade Duarte era seu nome de batismo. Ele nasceu em 08 de março de 1495, em Montemor-o-novo, Portugal. Seu pai vivia de vender frutas na rua. Da sua infância sabe-se apenas que, aos oito anos fugiu ou foi levado por um viajante que tinha se hospedado na sua casa. Vinte dias após seu sumiço, sua mãe morreu de tristeza. Seu pai foi para um convento de franciscanos, que o receberam. Lá, ele encerrou seus dias. Um menino levado pelo vento Sabe-se que João foi levado a pé para a cidade de Madrid, na Espanha. Caminhou ao lado de saltimbancos e mendigos. Perto da cidade de Toledo, o viajante o entregou a um bom homem, chamado Francisco Majoral. Este administrava os rebanhos do Conde de Oropesa, afamado por ser caridoso. Nessa época o menino recebeu o apelido de “João de Deus”, porque ninguém sabia ao certo quem ele era e, muito menos, de onde vinha. Uma nova família Durante seis anos Francisco Majoral educou João como a um filho, juntamente com a pequenina filha que a família tinha. Depois, dos catorze aos vinte e oito anos, João trabalhou para Francisco como um
pastor. A relação entre eles era quase como a de pai e filho. Porém, quando a filha de Francisco atingiu idade para casar-se, Francisco quis casá-la com João de Deus. João, sem querer o casamento e sem saber o que fazer, fugiu e começou uma vida errante. Vida errante João de Deus alistou-se soldado do rei Carlos V. Como soldado, lutou na batalha de Paiva, contra o rei Francisco I e seu exército. Vencedor, abandonou o exército e ganhou o mundo. Peregrinou por toda a Europa. Depois, foi para a África. Lá, fez-se vendedor ambulante na cidade de Gibraltar. Então, como um filho pródigo, voltou à cidade onde nascera. Ninguém, porém, o reconheceu. Seus pais já tinham morrido. Então, ele voltou para a Espanha e abriu uma livraria na cidade de Granada. Conversão Em Granada, no ano 1538, João de Deus ouviu um sermão inflamado pregado pelo futuro São João D’Ávila. O sermão tocou-o de tal maneira que ele saiu da igreja aos gritos de "misericórdia, Senhor, misericórdia". O povo, sem compreender ou ria dele ou estranhava. Mas ele não deu importância a isso. Distribuiu os bens que tinha acumulado aos pobres e iniciou uma vida de penitências rigorosas. Internado como louco Tido como louco por muitos, João de Deus foi internado num hospício. Lá, recebeu tratamento desumano, conforme a ignorância da época quanto às doenças mentais. Depois de ter sofrido cruelmente, ele foi acolhido e orientado por São João d'Ávila. Então, ele decidiu fundar o que chamou de “casa-hospitalar”, cujo objetivo era dar tratamento mais adequado aos tidos como “loucos”. Uma Ordem religiosa para cuidar dos doentes mentais A Casa Hospitalar de João de Deus começou a dar frutos, curando a muitos doentes mentais para espanto da sociedade de então. Com isso, nascia uma Ordem religiosa, que ele chamou de
Ordem dos Irmãos Hospitaleiros. Apesar de nunca ter estudado medicina, João de Deus conseguia a cura de vários doentes mentais utilizando sua própria experiência aliada à fé cristã. Tinha como princípio o fato de que, se a alma for curada, meio caminho estava feito para a cura do corpo. Loucura? Por ter sido tratado como louco, João de Deus conhecia em profundidade a difícil situação dos doentes mentais. Ele dizia que pertencia ao mundo dos loucos. Dizia também que pertencia e ao mundo dos pecadores, dos indignos. Mas isso era o que o entusiasmava a trabalhar pela reabilitação, dignificação e inserção tanto dos doentes mentais quanto dos pecadores. Num mundo onde qualquer distúrbio mental era sumariamente classificado como “loucura”, João de Deus criou um modelo de empatia, de tratamento, de contato e de convicções profundas, que ajudaram a milhares de sofredores e inspirou várias outras instituições. Estas, seguiram suas inspirações e orientações. Muitas ainda seguem nos tempos de hoje. São João de Deus, o precursor da psicanálise Para cuidar dos doentes mentais, São João de Deus usava um processo próprio, que unia a conversa, o acolhimento, a oração, a cura interior. Por tudo isso, ele é considerado o precursor do método de tratamento psicanalítico e da compreensão de que as doenças têm origens psicossomáticas, ou seja, uma alma ou mente perturbada gera doenças físicas. Os traumas, os rancores, as mágoas causam doenças físicas. Freud e seus discípulos chegaram a isso quatro séculos depois. A obra se espalha O sucesso, da obra de São João de Deus foi tão grande que, acima de oitenta casashospitalares foram fundadas pela Europa. A princípio, elas abrigavam os doentes mentais e os doentes terminais. Depois, São João de Deus e seus seguidores começaram a atender a todos os tipos de doentes. Seu lema resumia uma verdade para toda a vida: "fazei o bem, irmãos, para o bem de vós mesmos".
Morte São João de Deus faleceu no mesmo dia de seu nascimento, em 8 de março. Era o ano 1550. Ele tinha apenas cinquenta e cinco anos de idade. Sua canonização foi celebrada pelo Papa Leão XIII. Na ocasião, Leão XIII proclamou-o padroeiro dos hospitais, padroeiro dos doentes e padroeiro de todos os que trabalham para a obtenção da cura dos doentes. Legado Nos dias de hoje a Ordem Hospitaleira de São João de Deus tem as dimensões de um instituto religioso internacional. Sua sede fica em Roma. O instituo é formado por homens que se consagram à misericordiosa hospitalidade cristã, que visa acolher os doentes e os mais necessitados. A obra está presente em quarenta e cinco países. Oração a São João de Deus “Senhor, que inflamastes São João de Deus no fogo da caridade para que fosse na terra o Apóstolo dos pecadores, Socorro dos pobres e Saúde dos doentes; no céu o constituístes Alívio dos que sofrem, Padroeiro e Modelo dos profissionais de saúde. Concedei-nos, por sua intercessão, a graça que neste momento vos pedimos, prometendo imitá-lo nas suas virtudes, na construção do Vosso Reino de Paz, Justiça, Amor e Misericórdia. Por nosso Senhor Jesus Cristo Vosso Filho na unidade do Espírito Santo. Amém.”
A
Ouvi, ó Deus, a minha súplica, atendei a minha oração (Sl 60,2). Quem é que fala assim? Parece ser um só: Dos confins da terra a vós eu clamo, e em mim o coração já desfalece (Sl 60,3). Então já não é um só, e contudo é somente um, porque o Cristo, de quem todos somos membros, é um só. Como pode um único homem clamar dos confins da terra? Quem clama dos confins da terra é aquela herança a respeito da qual foi dito ao próprio Filho: Pede-me e te darei as nações como herança e os confins da terra por domínio (Sl 2,8). Portanto, é esse domínio de Cristo, essa herança de Cristo, esse corpo de Cristo, essa Igreja de Cristo, essa unidade que somos nós, que clama dos confins da terra. E o que clama? O que eu disse acima: Ouvi, ó Deus, a minha súplica, atendei a minha oração; dos confins da terra a vós eu clamo. Sim, clamei a vós dos confins da terra, isto é, de toda parte. Mas por que clamei? Porque em mim o coração já desfalece. Revela com
estas palavras que ele está presente a todos os povos no mundo inteiro, não rodeado de grande glória mas no meio de grandes tentações. Com efeito, nossa vida,enquanto somos peregrinos neste mundo, não pode estar livre de tentações, pois é através delas que se realiza nosso progresso e ninguém pode conhecer-se a si mesmo sem ter sido tentado. Ninguém pode vencer sem ter combatido, nem pode combater se não tiver inimigo e tentações. Aquele que clama dos confins da terra está angustiado, mas não está abandonado. Porque foi a nós mesmos, que somos o seu corpo, que o Senhor quis prefigurar em seu próprio corpo, no qual já morreu, ressuscitou e subiu ao céu, para que os membros tenham a certeza de chegar também aonde a cabeça os precedeu. Portanto, o Senhor nos representou em sua pessoa quando quis ser tentado por Satanás. Líamos há pouco no Evangelho que nosso Senhor Jesus Cristo foi tentado pelo demônio no deserto. De fato, Cristo foi tentado pelo demônio. Mas em Cristo também tu eras tentado, porque ele assumiu a tua condição humana, para te dar a sua salvação; assumiu a tua morte, para te dar a sua vida; assumiu os teus ultrajes, para te dar a sua glória; por conseguinte, assumiu as tuas tentações, para te dar a sua vitória. Se nele fomos tentados, nele também vencemos o demônio. Consideras que o Cristo foi tentado e não consideras que ele venceu? Reconhece-te nele em sua tentação, reconhece-te nele em sua vitória. O Senhor poderia impedir o demônio de aproximar-se dele; mas, se não fosse tentado, não te daria o exemplo de como vencer na tentação. Santo Agostinho - Comentário sobre salmos (Séc. V)
Uma famosa oração, atribuída a Santo Agostinho, e rezada por quem se prepara para a Santa Escravidão a Nossa Senhora, possui uma frase digna de profunda meditação: “Ó Jesus, anátema seja quem não Vos ama. Aquele que não Vos ama seja repleto de amarguras." Mas, desde quando os santos rezam a Deus pedindo que as pessoas fiquem amarguradas? Qual é, afinal, o sentido dessas palavras de Agostinho, aparentemente tão severas? O desejo desse doutor da Igreja é bem simples: que os homens amem a Deus! "Para aqueles que O amam, Deus preparou coisas que nenhum olho viu, nem ouvido ouviu e nem coração jamais pressentiu." E ninguém pense que se trata de uma petição qualquer. As palavras de Agostinho – que não fazem mais que ecoar as do próprio Cristo no Pai Nosso – são a coisa mais importante e valiosa que se pode pronunciar em favor daqueles que se ama. Pois, que bem maior podemos dar aos que amamos, senão Deus mesmo, o único que pode trazer felicidade ao nosso coração? Nenhum bem deste mundo pode saciar a nossa alma e, ainda que pudesse, a morte o levaria embora e o tiraria de nossas mãos... Deus, ao contrário, não só alegra os Seus nesta vida, como lhes reserva uma eternidade ao Seu lado. A condição para gozar dessa bem-
aventurança eterna é uma só: amar a Deus. Por isso, diz São Paulo: "Para aqueles que O amam, Deus preparou coisas que nenhum olho viu, nem ouvido ouviu e nem coração jamais pressentiu" (1 Cor 2, 9). São muitas, todavia, as coisas que nos afastam dessa divina recompensa, e uma delas são as falsas alegrias do mundo, que substituem o lugar de Deus e nos fazem esquecer d'Ele. É por isso que, no decorrer de nossa vida, somos assaltados por tantas dificuldades, tristezas, perdas e acidentes – aquilo que as pessoas comumente chamam de "desgraças", embora a única verdadeira desgraça nesta e na outra vida seja estar afastado de Deus. Todas essas coisas, se vivemos na graça da amizade com Cristo, não devem nos preocupar, já que "tudo concorre para o bem dos que O amam" (Rm 8, 28). Mas, se, ao contrário, vivemos na desgraça do pecado, sem desejo de nos emendarmos e mudarmos de vida, tudo o que nos acontece serve-nos como castigo. Não nos impressionemos! Embora isso não se ouça mais dos púlpitos de nossas igrejas e certos pregadores cheguem a dizer o contrário, é verdade que Deus castiga. Às vezes, Ele permite que os males desta vida nos visitem, não por ódio ou maldade, mas justamente porque Ele nos ama e quer a nossa salvação! Afinal, qual é o pai que, vendo o seu filho afastar-se e correr velozmente em direção ao abismo, não prefere que ele se acidente, a vê-lo precipitar-se no fosso? Qual é o pai que, vendo o seu filho destruir-se no mundo das drogas, não procura intervir de alguma forma, mesmo que o remédio às vezes lhe doa?
são indubitavelmente, os beberrões, os provocadores de escândalos, as pessoas imodestas e sem vergonha que deitam e rolam na sujeira e na miséria do pecado mortal, que se enveredam por toda espécie de maus caminhos. Não, meu caro irmão! Não são essas pessoas!" "As pessoas mais tentadas – continua São João Maria Vianney – são aquelas que estão prontas, com a graça de Deus, a sacrificar tudo pela salvação de suas pobres almas, que renunciam a todas as coisas que a maioria das p ess oas bus cam ansiosamente. E não é um demônio só que as tenta, mas milhões de demônios Imagem: Tentações de Santo Hilário procuram armar-lhes ciladas." Autor: Nicolas François Octave Tassaert É por isso que Santo Agostinho reza Prefiramos, pois, as amarguras e tentações pedindo: "Aquele que não Vos ama seja da batalha, que preparam o Céu, à paz e à tranquilidade deste mundo, pois são elas repleto de amarguras." que pavimentam a estrada para o inferno. Sim, Senhor, que sejamos repletos de Notas amarguras, enquanto não Vos amarmos Para uma distinção teológica entre as "provações", que por inteiro! Que sejamos repletos de vêm de Deus, e as "tentações", que vêm do demônio, vale angústias e tristezas, só para que a pena ler o Comentário de Santo Tomás de Aquino ao Nosso, n. 78-80, tratado do qual, aliás, se pode tirar procuremos a única e verdadeira alegria Pai grande proveito espiritual. de nossa alma, que sois Vós! Que percamos Padre Paulo Ricardo o que for preciso, só para ganhar a única e Imagem: Tentações - Nicolas François Octave Tassaert verdadeira riqueza, que sois Vós! Que morramos para este mundo e percamos a própria saúde, só para ganhar a única e verdadeira vida, que sois Vós! E assim, em coro, unamo-nos a Santo Agostinho e a todos os santos de Deus, em ação de graças pelas cruzes e sofrimentos que nos visitam e nos convidam à conversão. Alegremo-nos verdadeiramente com as santas amarguras que o Senhor nos manda, porque também elas são um sinal do Seu grande amor por nós. Ao contrário, comecemos a preocupar-nos quando, mesmo em nossa infidelidade e impenitência, tudo estiver aparentemente tranquilo e estivermos levando uma vida pacífica e confortável, sem as provações de Deus – nem as tentações do demônio [1]. É o terrível sinal de que já fomos comprados pelo mal e que, por isso, nem mesmo o diabo precisa nos tentar mais. "Cuidado se você não sofre tentações!", advertia o Santo Cura de Ars. "Talvez você ache que as pessoas que são mais tentadas,
Queridos irmãos e irmãs, buongiorno ! O Evangelho da Liturgia de hoje, primeiro domingo da Quaresma, leva-nos ao deserto, onde Jesus é conduzido pelo Espírito Santo, durante quarenta dias, a ser tentado pelo diabo (cf. Lc 4,1-13). Jesus também foi tentado pelo diabo, e Ele nos acompanha, cada um de nós, em nossas tentações. O deserto simboliza a luta contra as seduções do mal, para aprender a escolher a verdadeira liberdade. Com efeito, Jesus vive a experiência do deserto pouco antes de iniciar a sua missão pública. É precisamente por meio desse combate espiritual que ele afirma decisivamente que tipo de Messias pretende ser. Não este tipo de Messias, mas aquele: eu diria que esta é realmente a declaração da identidade messiânica de Jesus, o caminho messiânico de Jesus. “Eu sou o Messias, mas neste caminho”. Vamos então olhar de perto para as tentações que ele está lutando. Duas vezes o diabo se dirige a ele, dizendo: “Se você é o Filho de Deus...” (vv. 3, 9). Assim, propõe-lhe explorar a sua posição: primeiro para satisfazer as necessidades materiais que sente, a fome (cf. v. 3), depois aumentar o seu poder (cf. vv. 6-7); e, finalmente, ter um sinal prodigioso de Deus (cf. vv. 9-11). Três tentações. É como se dissesse: “Se você é Filho de Deus, aproveite!”. Quantas vezes isso acontece conosco: “Mas se você está nessa posição, aproveite! Não perca a oportunidade, a chance”, ou seja, “pense no seubeneficiar". É uma proposta sedutora, mas que leva à escravização do coração: nos deixa obcecados pelo desejo de ter, reduz tudo à posse de coisas, poder, fama. Este é o núcleo das tentações. É o “veneno das paixões” no qual o mal está enraizado. Olhe para dentro de nós mesmos e descobriremos que nossas tentações sempre têm essa mentalidade, essa maneira de agir. Mas Jesus se opõe às atrações do mal de maneira vitoriosa. Como ele faz isso? Respondendo às tentações com a Palavra de Deus, que diz para não tirar vantagem, não usar Deus, os outros e as coisas para si mesmo, não aproveitar a própria posição para obter privilégios. Porque a verdadeira felicidade e a verdadeira liberdade não se encontram na posse, mas na partilha; não em tirar vantagem dos outros, mas em amá-los; não na obsessão do poder, mas na alegria de servir. Irmãos e irmãs, estas tentações também nos acompanham no caminho da vida. Devemos estar vigilantes – não tenha medo, acontece com todos – e estar vigilantes, porque muitas vezes eles se apresentam sob uma forma aparente de bem. De fato, o diabo, que é astuto, sempre usa o engano. Ele queria que Jesus acreditasse que suas propostas eram úteis para provar que ele era realmente o Filho de Deus. E ele também o faz conosco: muitas vezes chega “com olhos doces”, “com rosto angelical”;
sabe até disfarçar-se com motivos sagrados, aparentemente religiosos! E eu gostaria de enfatizar algo. Jesus não conversa com o diabo: ele nunca conversou com o diabo. Ou ele o baniu, quando curou o possesso, ou neste caso, quando ele tem que responder, ele o faz com a Palavra de Deus, nunca com sua própria palavra. Irmãos e irmãs, nunca entrem em diálogo com o diabo: ele é mais astuto do que nós. Nunca! Apegue-se à Palavra de Deus como Jesus, e no máximo responda sempre com a Palavra de Deus. E nesse caminho, nunca erramos. O diabo faz isso conosco: muitas vezes vem “com olhos gentis”, “com rosto angelical”; sabe até disfarçar-se com motivos sagrados, aparentemente religiosos! Se cedermos à sua lisonja, acabamos justificando nossa falsidade disfarçando-a com boas intenções. Por exemplo, quantas vezes ouvimos “Fiz coisas estranhas, mas ajudei os pobres”; “Eu aproveitei meu papel – como político, governador, padre, bispo – mas também para o bem”; “Eu cedi aos meus instintos, mas no final não fiz mal a ninguém”, essas justificativas e assim por diante, uma após a outra. Por favor: sem compromissos com o mal! Nada de diálogo com o diabo! Não devemos dialogar com a tentação, não devemos cair naquele sono da consciência que nos faz dizer: “Afinal, não é grave, todo mundo faz isso”! Olhemos para Jesus, que não procura acomodação, não faz acordos com o mal. Ele se opõe ao diabo com a Palavra de Deus, que é mais forte que o diabo, e assim vence a tentação. Que este tempo de Quaresma seja também para nós um tempo de deserto . Reservemos um tempo para o silêncio e a oração – só um pouco, isso nos fará bem – nesses espaços, paremos e olhemos para o que está mexendo em nossos corações, nossa verdade interior, aquilo que sabemos que não pode ser justificado. Busquemos a clareza interior, colocando-nos diante da Palavra de Deus em oração, para que ocorra em nós uma luta positiva contra o mal que nos escraviza, uma luta pela liberdade. Peçamos à Santíssima Virgem que nos acompanhe no deserto quaresmal e nos ajude em nosso caminho de conversão. Foto: Vatican News Texto: Angelus 06/03 - Papa Francisco
A Quaresma é tempo de purificação e de preparação, onde cada cristão, por meio das leituras dominicais, da Santa Eucaristia, da confissão, da prática do jejum, da caridade e das orações, se aproxima da presença de Deus. Para a Igreja, é o tempo litúrgico de conversão que marca o nosso preparo para a festa da Páscoa. E, assim como São Camilo fez durante toda sua vida, Quaresma também é tempo de caridade e de doação, de olhar o próximo com zelo, com desejo de cuidar e ajudar, buscando enxergar a totalidade do ser humano. "Hoje Deus quer de nós obras de caridade. Não seria boa aquela piedade que cortasse os braços da caridade". – São Camilo Continue a leitura a seguir e veja algumas dicas de como viver bem, com mais vigor e solidariedade, estes quarenta dias do tempo quaresmal! 1 – Ore durante a Quaresma Ter uma oração mais intensa durante o período quaresmal é indispensável. Por isso, sempre que sentir no seu coração, reze: “Pai nosso que estais no Céu, durante esta época de arrependimento, tende misericórdia de nós. Com nossa oração, nosso jejum e nossas boas obras, transformai nosso egoísmo em generosidade. Abre nossos corações à vossa Palavra, curai nossas feridas do pecado, ajudai-nos a fazer o bem neste mundo. Que transformemos a escuridão e a dor, em vida e alegria. Concedei-nos estas coisas por Nosso Senhor Jesus Cristo. Amém”. 2 – Faça jejum O jejum é uma prática muito mais interior do que exterior. Não se trata de apenas algo que se deixa de comer, mas tem um propósito: abster-se de coisas que fazem falta para a sua vida. O jejum não é uma dieta, mas uma prática espiritual que visa uma intimidade maior com Deus. É para a nossa conversão e,
também, para que amemos mais a Deus e ao próximo. Que tal jejuar não somente de alimentos e, sim, de toda negatividade e maldade do mundo atual? Abstenha-se de fofocas, de palavras negativas, daquilo que nos afasta de Deus e de Sua presença. 3 - Seja caridoso A vivência da caridade ocupa um lugar especial durante a Quaresma. Assim nos lembra São Leão Magno: "Estes dias quaresmais nos convidam de maneira premente ao exercício da caridade; se desejamos chegar à Páscoa santificados em nosso ser, devemos pôr um interesse especialíssimo na aquisição desta virtude, que contém em si às demais e cobre multidão de pecados". Devemos viver a caridade de maneira especial com aquele a quem temos mais perto. Assim como disse São Camilo: “Nada nos une mais a Deus do que a caridade”. E, de fato, o que precisamos na Quaresma é desta aproximação com Deus. Doe roupas, calçados, brinquedos, alimentos e acolha com amor os mais necessitados. Seguindo os ensinamentos de São Camilo, ajude os enfermos nessa época de aflição para que possam se recuperar física e espiritualmente. 4 - Retome e renove as esperanças A Quaresma é, pela sua natureza, um tempo de esperança. Então, encare esses 40 dias com a esperança de que sempre é capaz de converter-se e de se tornar mais semelhante a Jesus, assim como mais irmão de todas as pessoas. Seja também solidário à natureza, no cuidado com os ecossistemas, lembrando-se sempre da construção do reino de Deus. É um caminho para Jesus Ressuscitado, um período de penitência, de mortificação, não no sentido de um fim, mas de renovação dirigida a fazer-nos ressurgir com Cristo, a renovar a nossa identidade batismal, isto é, a renascer através do amor de Deus. É necessário que tenhamos consciência sobre o tempo quaresmal para que possamos aproveitá-lo da melhor forma possível, buscando a conversão, nos comprometendo com isso. Neste período, busque, de fato, o que Jesus Cristo nos convida a praticar durante este tempo: faça jejum, se fortaleça nas orações diárias e busque o perdão. Mantenha-se firme na direção da fé e da solidariedade! Que tenhamos uma Quaresma iluminada e mais próxima Dele! Fonte: Camilianos
ESPAÇO DAS CRIANÇAS Amar quem não me ama Uma coisa difícil de entender Mas quando Deus nos chama Sabemos que tudo devemos viver Se não sabemos perdoar Como iremos nos encontrar? (SCFJ)
PENSE E RESPONDA VOCÊ SABE O QUE É PECADO? E O QUE É TENTAÇÃO? COMO POSSO SABER SE O QUE ME MOSTRAM É VERDADE? E QUAIS SÃO AS CONSEQUÊNCIAS DE VIVER A MENTIRA?
VAMOS PINTAR?
DECIFRE A MENSAGEM A
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A B C D E F G HIJ K L M N O P Q R S T U V W XY Z
ORAI SEM CESSAR PARA O PAI DO CÉU
DESCUBRA OS SETE ERROS JONAS TAMBÉM CHAMOU À CONVERSÃO UM POVO, O DE NÍNIVE. ENCONTRE OS SETE ERROS.
DESCOBRINDO NA QUARESMA, SOMOS CHAMADOS A MUDAR. E, ALGUMAS DAS MUDANÇAS ESTÃO NA OBSERVAÇÃO DAS OBRAS DE MISERICÓRDIA. NA PRÓXIMA SEMANA VEREMOS AS CORPORAIS.