Boletim semanal - Ano VI - Edição 18 - 5º Domingo da Quaresma
Que dizes tu?
Quem dentre vós não tiver pecado seja o primeiro a atirar-lhe uma pedra
IGREJA MATRIZ DE NOSSA SENHORA DA GLÓRIA
LARGO DO MACHADO - RIO DE JANEIRO - RJ
Pascom Nossa Senhora da Glória Dirigente espiritual - Diácono Jorge
Agentes - André Pessôa Flávia Mascarenhas Maria das Graças Luciana Gonçalves Colaboradora - Monica Bezerra
Coordenação - Elydia Sérgio Fadul Jr
Capa - Jesus escreve no chão - Foto: origem desconhecida
DÍZIMO Todo 2º domingo do mês. Seja um cristão comprometido, ajude sua Paróquia, seja um dizimista!!!!
MINI CÍRIO DA FAMÍLIA Já se encontra disponível na Lojinha.
Pároco - Padre Geovane Ferreira da Silva
IGREJA MATRIZ DE NOSSA SENHORA DA GLÓRIA
LARGO DO MACHADO - RIO DE JANEIRO - RJ
MISSA EM HONRA A SÃO PADRE PIO Quarta-feira dia 06 de abril às 20 h.
OFICINA DE ORAÇÃO E VIDA Toda quinta-feira em dois horários às 9 h e/ou às 19 h. Não há inscrição, basta comparecer!
VIA SACRA Sextas-feiras às 15 h e após a missa das 19:00.
MISSA EM DESAGRAVO AO IMACULADO CORAÇÃO DE MARIA Com as Filhas de Maria, sábados às 10 h.
PROGRAMAÇÃO SEMANA SANTA Domingo de Ramos: Missas 07 h – 08:30 h – 10 h – 12 h 17 h – 18:30 h – 20 h Demais horários na página seguinte
GRUPO DE ORAÇÃO Todas as terças-feiras às 19:30 h.
CRECHE MONSENHOR FRANCA Pede doações de chocolates para a Páscoa das crianças.
PASTORAL DO CATECUMENATO Convida a todos, a partir de 12 anos, que buscam os Sacramentos do Batismo, Eucaristia e/ou Crisma a participar dos encontros que acontecem às 18:30 h aos domingos, segundas ou terças.
Você sabia que é importante que peçamos ajuda ao Pai, para alcançarmos a Sua graça, nos caminhos para o céu? Rezemos conforme esta oração neste período... Nós vos pedimos, ó Deus de bondade, que, corrigidos pela penitência e renovados pelas boas obras, possamos perseverar nos vossos mandamentos e chegar purificados às festas pascais. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
O perdão é essencial para uma vida feliz, mas nem sempre é fácil praticá-lo. Por vezes deixamos o rancor nos dominar ou não temos coragem de pedir perdão, mas é possível mudar esse cenário. Quando você entende que acumular mágoas só lhe causa ainda mais danos, começa a refletir sobre a importância de perdoar. É libertador! Todos falhamos e todos podemos melhorar, e o perdão é o primeiro passo para alcançarmos isso. Abrace o que há de melhor em você e desfaça-se do mal que lhe foi causado. Sua paz de espírito é o mais importante, e, quando você perdoa e pede perdão, está na caminhada certa para alcançá-la. O perdão é a chave de tudo!
3 - Dayse Machado Lúcia Costa Eliana Gonçalves Maria Perpétua Martins José Roberto Barboza Sandra Perpétuo Maria Tereza Mesquita Sandra Simone Martins 4 - Malena Cunha 6 - Augusta Lacerda Maria Eduarda Zuppardo Bernadete Araújo 5 - Ana Luzia Martins Doralice Braga Jayder Azevedo Eunice Xavier Jesebel Andrade Maria de Lourdes Afonso
No site, na página principal, tem três espaços que seguem a ideia do que acontece no mundo, na nossa Arquidiocese e na nossa Paróquia. É bem verdade que desde a pandemia tiveram suas publicações reduzidas, mas em breve veremos renovação. Neste espaço podemos ver as homilias do Papa Francisco, ou sua reflexão no Angelus. Oportunamente, outras situações estarão ali, bem como informações da sua semana. Também temos o link para a Vatican News e ACI Digital, principalmente para você saber o que realmente acontece com o Papa. Não busque notícias dele em sites do mundo, pois estes mostram o foco de suas próprias tendências, como se o Papa estivesse o fazendo. Além disso temos os Videos do Papa, o link do site do Vaticano e a Biografia do Papa Francisco. Na Arquidiocese, que foi uma novidade na formatação do site, temos espaços que ainda não foram ativados, mas serão em breve.
Marina Braga Mirna Herber 7 - Ludmila Rosa 8 - Fabrício Ayres Rita de Cássia Lopes Terezinha Barbosa 9 - Jorge Luiz de Assis 10 - Heloína Athayde Jailda Rosário
E na nossa Paróquia, temos os Avisos Paroquiais, Palavras do Padre Geovane, Homilias do Padre Geovane, que voltarão a ser postadas no formato anterior à pandemia, além do Boletim da Paróquia. E, para quem gosta de cantar e tocar um violão, também colocamos algumas cifras de músicas católicas. Confira! Bom, chegamos ao final da página principal e temos ali um bloco de respostas rápidas de um FAQ (frequente ask questions - perguntas rápidas frequentes). Ali tem uma série de respostas automáticas para as perguntas que são mais feitas. E, depois, uma identificação rápida da Paróquia, com dados diversos e pequenas informações. E, em baixo, um mapa do site, para quem quer acessar diretamente algum local específico, além de alguns links úteis da Igreja. Como falamos antes, nós temos um link de um trabalho minucioso e longo, onde reunimos 70 tipos de orações do terço. São alguns destes...
Terço Mariano - Orações do Terço Mariano Mistérios do Terço Mariano - Terço Bizantino Terço da Misericórdia - Terço da Libertação Terço do Amor - Terço de São José - Terço do Imaculado Coração de Maria - Terço Bizantino Terço do Perdão - Terço da Divina Providência Terço ou Coroa do Espírito Santo - Terço dos Corações Ardentes - Terço de Nossa Senhora Rainha - Terço do Agradecimento - Terço da Intercessão Terço do Desagravo - Terço da Milícia Celeste - Terço da Graça e mais 41 outros... Faça
uma visita. É a página mais acessada do site!
a
03 - São Ricardo de Chichester 04 - Santo Isidoro 05 - São Vicente Ferrer 06 - São Marcelino de Cartago 07 - São João Batista de La Salle 08 - Santo Alberto de Jerusalém 09 - São Leopoldo Mandic 10 - Santa Madalena de Canossa
Origens Leopoldo Mandic nasceu no dia 12 de maio de 1866, na antiga Dalmácia, hoje Croácia. Seus pais eram católicos cheios de fé. Leopoldo foi batizado como Bogdan. Este nome significa "dado por Deus". Desde pequeno Leopoldo mostrou-se de constituição física frágil. Seu caráter, porém, era forte e bastante determinado. Leopoldo era o caçula de muitos irmãos. Seus estudos primários foram feitos na aldeia onde nasceu. Divisões Na época de Leopoldo, seu país, a Dalmácia, vivia profundas divisões na sociedade e na religiãi, por causa da divisão entre católicos e ortodoxos. Essa divisão incomodava bastante a alma católica do menino Bogdan. Por isso, ele decidiu of erecer sua v id a pela reconciliação dos cristãos do Oriente com a sé de Roma. Vida religiosa Ao completar dezesseis anos, Bogdan entrou na Ordem dos Franciscanos, na cidade Udine, Itália. Na ocasião, adotou
o nome de Leopoldo. Ele terminou seus estudos em Veneza. Lá também recebeu a ordenação sacerdotal em 1890. Sua vontade era a de se tornar um missionário no Oriente, visando promover a união entre os cristãos. Chegou a viajar duas vezes ao oriente, Porém, não pôde fazê-lo em missão definitiva. Mudança de planos - obediência Por causa da saúde frágil, Leopoldo foi designado para os serviços pastorais, trabalhando nos conventos capuchinhos. Sua constituição física era franzina. Media apenas um metro e quarenta de altura e, além disso, tinha uma doença nos ossos que o debilitava. Por isso, seus superiores não permitiram que ele partisse para missões no Oriente. Frei Leopoldo acolheu as ordens superiores com fé, vendo nisso a vontade de Deus e obedeceu com amor e alegria. Ministério do confessionário Então, Frei Leopoldo Mandic começou a dedicar-se ao atendimento de confissões e exerceu este ministério até o final de sua vida. No começo, atendeu confissões em vários conventos no Norte da Itália. Depois, por ordem de seus superiores, fixou-se na cidade de Pádua, onde estão as relíquias de Santo Antônio. Em Pádua, ele encerrou seus dias e recebeu o apelido de "o gigante do confessionário". Gigante do confessionário Pádua é um famoso centro de peregrinações por causa de Santo Antônio. No santuário de Santo Antônio, São Leopoldo Mandic dedicava cerca de doze horas por dia ao atendimento das confissões. Para os fiéis que vinham se confessar. Suas palavras eram sempre uma fonte de misericórdia, luz e alívio. Isso ajudava a todos na fidelidade e no amor a Jesus Cristo. Sua fama se espalhou. Por isso, todos o procuravam para se confessar. Compreensão da vocação Exercendo o atendimento das confissões em Pádua, são Leopoldo Mandic compreendeu ali, naquele santuário de Santo Antônio estava o seu tão querido
Oriente. Ele assumiu, então, exercer todo o seu ministério apostólico ali, fechado dentro de um confessionário. E o fez por nada menos que trinta e três anos. Nesse tempo, não tirou nem um dia de férias ou descanso. Morte Pequeno e doente, a idade agravou-lhe uma artrite em suas mãos e joelhos. Depois, descobriu um câncer no esôfago. E ele oferecia todo este sofrimento a Deus com alegria. São Leopoldo Mandic faleceu em 30 de julho de 1942, na cidade de Pádua. Seu funeral moveu multidões. Sua fama de santidade difundiu-se por todos os lados. Ele foi beatificado em 1976. Em 1983 o papa João Paulo II celebrou sua canonização. Na ocasião, declarou-o herói do confessionário e, também, "apóstolo da união dos cristãos" por causa do sonho que ele tinha unificar os cristãos do oriente e do Ocidente. São Leopoldo Mandic tornou-se um modelo para todos os padres que se dedicam ao belo ministério da reconciliação. Orações a São Leopoldo Mandic “São Leopoldo, que fostes enriquecido pelo Pai Celeste com tantos tesouros de graça em favor de quantos a Vós recorrem, alcançai-nos uma fé viva e uma caridade ardente, para que permaneçamos sempre unidos a Deus através da sua santa graça.” Glória ao Pai… “São Leopoldo, a quem o divino Salvador fez instrumento perfeito da sua infinita m iser ic órdia no s acra m en to d a reconciliação, alcançai-nos a graça de nos aproveitarmos bem e frequentemente deste sacramento, para ter sempre a nossa alma livre de todo pecado e realizar em nós a perfeição a que Ele nos chama.” Glória ao Pai… “São Leopoldo, vaso eleito dos dons do Espírito Santo, por vós abundantemente derramado em tantas almas, alcançainos a graça de sermos libertos dos sofrimentos e das aflições que nos oprimem e de ter a força de completar em nós o que falta à paixão de Cristo.” Glória ao Pai…
"O exemplo de Jesus no encontro com a mulher adúltera é pouco compreendido e ainda menos vivido, mas, mesmo assim, ficou memorizado no Evangelho, e sempre haverá leitores que encontrarão nele uma boa notícia." "Jesus foi para o monte das Oliveiras. Ao amanhecer, ele voltou ao Templo, e todo o povo ia ao seu encontro. Então Jesus sentouse e começou a ensinar. Chegaram os doutores da Lei e os fariseus trazendo uma mulher, que tinha sido pega cometendo adultério. Eles colocaram a mulher no meio e disseram a Jesus: ‘Mestre, essa mulher foi pega em flagrante cometendo adultério. A Lei de Moisés manda que mulheres desse tipo devem ser apedrejadas. E tu, o que dizes?’ Eles diziam isso para pôr Jesus à prova e ter um motivo para acusá-lo. Então Jesus inclinou-se e começou a escrever no chão com o dedo. Os doutores da Lei e os fariseus continuaram insistindo na pergunta. Então Jesus se levantou e disse: ‘Quem de vocês não tiver pecado, atire nela a primeira pedra.’ E, inclinando-se de novo, continuou a escrever no chão. Ouvindo isso, eles foram saindo um a um, começando pelos mais velhos. E Jesus ficou sozinho. Ora, a mulher continuava ali no meio. Jesus então se levantou e perguntou: ‘Mulher, onde estão os outros? Ninguém condenou você?’ Ela respondeu: ‘Ninguém, Senhor’. Então Jesus disse: ‘Eu também não a condeno. Pode ir, e não peque mais’." (Jo 8, 1-11, trad. Bíblia Pastoral) Esse trecho conhecido teve um destino muito particular, que atesta o seu caráter escandaloso e embaraçoso: de fato, ele foi "censurado" pela Igreja! Está ausente nos
manuscritos mais antigos, é ignorado pelos padres latinos até o século IV, durante cinco séculos não foi proclamado na liturgia e não existem comentários a ele por parte dos padres gregos do primeiro milênio. Ao término de um longo e turbulento migrar entre os manuscritos, ele foi inserido no Evangelho segundo João, depois do sétimo capítulo e antes do versículo 15 do oitavo. Não é uma cena incomum: muitas vezes, os Evangelhos anotam que os adversários de Jesus tentam colocá-lo em contradição com a Lei de Deus, para poder acusá-lo de blasfêmia, de desobediência ao Deus vivo. Para aqueles escribas e fariseus, na realidade, a mulher não lhes importava nada; para eles, era importante encontrar motivos de condenação contra Jesus: eles não queriam apedrejar a adúltera, mas apedrejar Jesus! Esses homens religiosos irrompem na audiência de Jesus, levante diante d’Ele uma mulher pega em flagrante adultério, colocam-na no meio de todos e se apressam a declarar: "Moisés, na Lei, nos mandou apedrejar mulheres como essa". Tal declaração parece formalmente impecável, porque cita a Lei; a um olhar atento, porém, capta-se que o seu recurso à Torá é parcial. A Lei, de fato, previa a pena de morte para ambos os adúlteros e atestava a mesma pena, mediante apedrejamento, enquanto, se já fossem casados, então se recorria ao estrangulamento. Porém, é altamente significativo que apenas ela tenha sido capturada e levada diante de Jesus, enquanto o homem que cometeu adultério com ela e, de acordo com a Lei, é tão culpado quanto ela não é nem imputado nem levado a julgamento! Tentemos nos deter por um momento nessa cena. Há alguns que levaram uma mulher a Jesus, para que seja condenada. Mas Jesus começa a responder aos acusadores falando com o corpo, não com palavras: inclina-se, abaixando-se, rompe o círculo da "violência mimética" (René Girard), despedaça a cara a cara com aqueles fariseus e põe-se a escrever no chão, em absoluto silêncio. Da posição de quem está sentado, Ele passa para a de quem se inclina para o chão; além disso, desse modo, se inclina diante da mulher que está de pé diante d’Ele! No
entanto, como os acusadores insistem em interrogá-Lo, depois daquele longo e, para eles, desconfortável silêncio preenchido apenas pela sua mímica profética, Jesus se levanta e não responde diretamente à questão que lhe foi feita, mas faz uma afirmação que contém em si mesma também uma pergunta: "Quem de vocês não tiver pecado, atire nela a primeira pedra". Depois, inclina-se de novo e volta a escrever no chão. Assim, uma palavra de Jesus, uma única palavra, mas incisiva (a ponto de ter se tornado proverbial) e autêntica, uma daquelas perguntas que nos agitam e nos fazem ler em profundidade a nós mesmos, impede que aqueles homens façam violência em nome da Lei. Só Deus e, portanto, só Jesus poderia condenar aquela mulher. Pois bem, aqui, Jesus – que se me permita dizer – "evangeliza" Deus, isto é, torna Deus Evangelho, boa notícia para aquela mulher. Jesus, o único homem que narrou Deus em plenitude, que foi a Sua exegese viva, afirma que, diante do pecador, da pecadora, Deus tem apenas um sentimento: não a condenação, não o castigo, mas o desejo de que se converta e viva. Jesus, enviado por Deus "não para condenar o mundo, mas para salvar o mundo", aqui também, age como tinha anunciado no início do Seu ministério: "Eu não vim chamar os justos, mas os pecadores". Somente quando todos foram embora, Ele se levanta e se coloca diante da mulher. Ela, posta ali de pé no meio de todos, agora é finalmente restituída à sua identidade de mulher e vê Jesus de pé diante de si: assim, é possível o encontro verdadeiro. Por fim, Jesus conclui esse encontro com uma afirmação extraordinária: "Eu também não a condeno. Pode ir, e não peque mais". São palavras absolutamente gratuitas e unilaterais. Eis a gratuidade dessa absolvição: Jesus não condena, porque Deus não condena, mas, com esse seu ato de misericórdia preventiva, oferece à mulher a possibilidade de mudar. Não sabemos se essa mulher perdoada, depois do encontro com Jesus, mudou de vida; sabemos apenas que, para que ela mudasse de vida e voltasse a viver, Deus,
que não quer a morte do pecador, perdooua através de Jesus e a enviou para a liberdade: "Vá, vá para você mesma e não peque mais"... As pessoas religiosas gostariam que, nesse ponto, Jesus tivesse dito à mulher: "Você se examinou? Sabe o que fez? Compreende a gravidade disso? Está arrependida da sua culpa? Detesta-a? Promete que não vai mais fazer isso? Está disposta a sofrer a pena justa?". Essas omissões nas palavras de Jesus escandalizam ainda, hoje como ontem! Nenhuma condenação, apenas misericórdia: aqui está a grandeza e a unicidade de Jesus. Esse encontro entre Jesus e a mulher surpreendida em adultério não nos revela apenas a misericórdia de Jesus, mas também a Sua capacidade de defender a mulher de um círculo de homens, sempre prontos para justificar a si mesmos e condenar as mulheres. Infelizmente toda a história dos fiéis, da antiga como da nova aliança, testemunharia esse "olho espião, exigente e condenador" dos homens religiosos contra as mulheres, consideradas culpadas pela sua condição – dizem os homens – de criaturas sempre tentadoras e fáceis à tentação. Esse exemplo de Jesus seria pouco compreendido e ainda menos vivido, mas, mesmo assim, seria memorizado no Evangelho, e sempre haverá leitores que encontrarão nele uma boa notícia. Monge Enzo Bianchi - Jesus e as mulheres (Ed. Einaudi) traduzido por Moisés Sbardelotto e publicado em Instituto Humano Unisinos
a
Quem venera realmente a paixão do Senhor deve contemplar de tal modo, com os olhos do coração, Jesus crucificado, que reconheça na carne do Senhor a sua própria carne. Trema a criatura perante o suplício do seu Redentor, quebrem-se as pedras dos corações infiéis e saiam para fora, vencendo todos os obstáculos, aqueles que jaziam debaixo de seus túmulos. Apareçam também agora na cidade santa, isto é, na Igreja de Deus, como sinais da ressurreição futura e realize-se nos corações o que um dia se realizará nos corpos. A nenhum pecador é negada a vitória da cruz e não há homem a quem a oração de Cristo não ajude. Se ela foi útil para muitos dos que o perseguiam, quanto mais não ajudará os que a ele se convertem? Foi eliminada a ignorância da incredulidade, foi suavizada a aspereza do caminho, e o sangue sagrado de Cristo extinguiu o fogo daquela espada que impedia o acesso ao reino da vida. A escuridão da antiga noite cedeu lugar à verdadeira luz. O povo cristão é convidado a gozar as riquezas do paraíso, e para todos os
batizados está aberto o caminho de volta à pátria perdida, desde que ninguém queira fechar para si próprio aquele caminho que se abriu também à fé do ladrão arrependido. Evitemos que as preocupações desta vida nos envolvam na ansiedade e no orgulho, de tal modo que não procuremos, com todo o afeto do coração, conformar-nos a nosso Redentor na perfeita imitação de seus exemplos. Tudo o que ele fez ou sofreu foi para a nossa salvação, a fim de que todo o Corpo pudesse participar da virtude da Cabeça. Aquela sublime união da nossa natureza com a sua divindade, pela qual o Verbo se fez carne e habitou entre nós (Jo 1,14), não exclui ninguém da sua misericórdia senão aquele que recusa acreditar. Como poderá ficar fora da comunhão com Cristo quem recebe aquele que assumiu a sua própria natureza e é regenerado pelo mesmo Espírito por obra do qual nasceu Jesus? Quem não reconhece nele as fraquezas próprias da condição humana? Quem não vê que alimentar-se, buscar o repouso do sono, sofrer angústia e tristeza, derramar lágrimas de compaixão, eram próprios da condição de servo? Foi precisamente para curar a nossa natureza das antigas feridas e purificá-la das manchas do pecado, que o Filho Unigênito de Deus se fez também Filho do Homem, de modo que não lhe faltasse nem a humanidade em toda a sua realidade, nem a divindade em sua plenitude. É nosso, portanto, o que esteve morto no sepulcro, o que ressuscitou ao terceiro dia e o que subiu para a glória do Pai, no mais alto dos céus. Se andarmos pelos caminhos de seus mandamentos e não nos envergonharmos de proclamar tudo o que ele fez pela nossa salvação na humildade do seu corpo, também nós teremos parte na sua glória. Então se cumprirá claramente o que prometeu: Portanto, todo aquele que se declarar a meu favor diante dos homens, também eu me declararei em favor dele diante do meu Pai que está nos céus (Mt 10,32). São Leão Magno - Sermão da Paixão do Senhor - Séc. V
Está próximo de nós o Verbo de Deus, nosso Senhor Jesus Cristo, que se fez tudo por nós, e promete estar conosco para sempre. Ele o proclama com estas palavras: Eis que eu estarei convosco todos os dias, até ao fim do mundo(Mt 28,20). E porque quis fazerse tudo para nós, ele é o nosso pastor, sumo sacerdote, caminho e porta; e é também a nossa festa e solenidade como diz o Apóstolo: O nosso cordeiro pascal, Cristo, já está imolado (1Cor 5,7). Cristo, esperança dos homens, veio ao nosso encontro, dando novo sentido às palavras do salmista: Vós sois a minha alegria; livrai-me daqueles que me cercam (cf. Sl31,7). Esta é a verdadeira alegria, esta é a verdadeira solenidade: vermo-nos livres do mal. Para tanto, que cada um se esforce por viver em santidade e medite interiormente na paz e no temor de Deus. Os santos, enquanto viviam neste mundo, estavam sempre alegres, como em contínua festa. Um deles, o bemaventurado Davi, levantava-se de noite, não uma mas sete vezes, para atrair com suas preces a benevolência de Deus. Outro, o grande Moisés, exprimia a sua alegria entoando hinos e cânticos de louvor a Deus pela vitória alcançada sobre o Faraó e sobre todos os que tinham oprimido o povo hebreu. Outros ainda, dedicavam-se alegremente ao exercício contínuo do culto sagrado, como o grande Samuel e o bem-aventurado Elias. Todos eles, pelo mérito das suas obras, já alcançaram a liberdade e celebram no céu a festa eterna. Alegram-se com a lembrança da sua peregrinação terrena, vivida entre as sombras do que havia de vir e, passado o tempo das figuras, contemplam agora a
verdadeira realidade. E nós, que nos preparamos para a grande solenidade, que caminho havemos de seguir? Ao aproximarem-se as festas pascais, a quem tomaremos por guia? Certamente nenhum outro, amados irmãos, senão aquele a quem chamamos nosso Senhor Jesus Cristo, e que disse: Eu sou o caminho (Jo 14,6). É ele, como diz São João, que tira o pecado do mundo (Jo 1,29); é ele que purifica nossas almas, como declara o profeta Jeremias: Parai um pouco na estrada para observar, e perguntai sobre os antigos caminhos, e qual será o melhor, para seguirdes por ele; assim ficareis mais tranquilos em vossos corações (Jr 6,16). Outrora, era com sangue de bodes e a cinza de novilhas que se aspergiam os que estavam impuros, mas só os corpos ficavam purificados. Agora, pela graça do Verbo de Deus, alcançamos a purificação total. Se seguirmos a Cristo, poderemos sentir-nos desde já nos átrios da Jerusalém celeste e saborear de antemão as primícias daquela festa eterna. Assim fizeram os Apóstolos, que foram e continuam a ser os mestres desta graça divina, porque seguiram o Salvador; diziam eles: Nós deixamos tudo e te seguimos (Mt 19,17). S iga m os tam b ém nós o Senho r; preparemo-nos para celebrar a festa do Senhor não apenas com palavras mas também com nossos atos. Santo Atanásio - Cartas Pascais - Séc. IV
“Mestre, esta mulher foi surpreendida em flagrante adultério” (Jo 8,4) “Um país que empequenece seus cidadãos para que possam ser mais dóceis em suas mãos, logo descobrirá que, com seres humanos apequenados, nenhuma coisa grande poderá ser realizada” (Stuart Mill). Em outras palavras, uma sociedade que “empequenece” as pessoas, nunca realizará grandes obras. Um a a firm aç ão a ss im , s erve de advertência diante do nosso contexto social, político e religioso em que vivemos, onde a intolerância, o julgamento, o preconceito, a crítica destrutiva... as sumem contornos assus tadores, humilhando os outros, ridicularizando-os, descartando-os.... Quando proferimos, contra uma pessoa ou grupos, acusações ou expressões que ferem a reputação, estamos esvaziando nossas relações de humanismo, desembocando na barbárie. E quando os meios de comunicação, sobretudo as redes sociais, se colocam a serviço deste movimento desumanizador, passamos a viver na “sociedade do desprezo”.
O espírito da acusação e de humilhação do outro, é um espírito de morte. Este mal espírito de nosso tempo, em seu exagero cancerígeno, aparece também, com muita frequência, na Igreja e em suas comunidades e grupos. Por meras aparências, suspeita-se do outro, pensa-se mal dele, condena-o no coração,
marginaliza-o. Quantas pessoas já temos “empequenecidas” em nossa opinião! Diante do desapreço generalizado é preciso deixar ressoar em nosso interior as palavras de Jesus: “quem dentre vós não tiver pecado, seja o primeiro a atirar-lhe uma pedra”. As “pedras na mão” são fáceis de serem encontradas também em nossas vidas. Hoje são as pedras do WhatsApp, do twitter, das mensagens preconceituosas, das fake-news..., que bloqueiam o futuro das pessoas através da crítica sem piedade, do desprezo que destrói, da indiferença que congela as relações... A arrogância também tem raízes em nosso interior; manifesta-se no nosso pensar e agir cotidianos. Ela é a base de nossas intransigências, dos nossos preconceitos, dos nossos dogmatismos, de nossas críticas amargas, dos comentários maldosos... A arrogância mora no nosso desprezo e nas nossas ironias. Ela nos paralisa. O convite de Jesus a reconhecer nosso pecado é a única via para que essas pedras não caiam sobre nenhum inocente e, ao mesmo tempo, nós possamos encontrar a possibilidade da transformação e da mudança. Enquanto nos habite este “espírito mau”, nada bom, nem grandioso poderá ser construído. Uma sociedade que “empequenece” seus homens e mulheres não poderá ter futuro; uma igreja que “empequenece” seus membros, através de um moralismo e um legalismo doentio, também não poderá ser testemunha do evangelho; um grupo, dentro da igreja, que faça o mesmo, estará traindo o modo compassivo e acolhedor de Jesus. “A misericórdia de nosso Senhor se manifesta sobretudo quando Ele se inclina sobre a miséria humana e demonstra sua compaixão, para quem necessita de compreensão, cura e perdão. Tudo em Jesus fala de misericórdia; mais ainda, Ele mesmo é a misericórdia” (Papa Francisco). A presença misericordiosa de Jesus aparece claramente na cena da “mulher adúltera”, relatado pelo evangelho deste domingo. Ali, a mulher é colocada no centro, pelas autoridades religiosas que tem a lei na mão: constrangimento, humilhação, olhares julgadores, juízo de morte... sobre ela.
Vítima de julgamento, ela está no centro da morte. Não há saída, perante a lei. Jesus, no entanto, toma outra atitude: desloca-se para o centro das atenções e se faz centro junto com a mulher; sua presença solidária continua deixando a mulher no centro; porém, Ele inverte a situação dela: ela agora está no centro da misericórdia, portanto, no centro da vida. Jesus, com sua presença misericordiosa, inverte o sentido do centro: antes, centro de exclusão e violência, agora, centro como ponto de partida para nova vida. Antes, um centro atrofiado que conduzia à morte; agora, centro expansivo, pois ativa e impulsiona a vida em direção a um novo horizonte de sentido. A partir desse centro, junto a Jesus, a mulher poderá ser autora de sua nova existência; ela é movida a expandir esse centro, indo ao encontro dos outros para testemunhar a experiência que viveu: “vai e não peques mais”. Ela, agora, torna-se centro da vida pois recupera sua autonomia e poderá abrir-se ao novo futuro, como oferta da misericórdia. Vivamos a Quaresma como um novo tempo para nossa sociedade, para a igreja, para as comunidades! Queira Deus que nos “beatifiquemos” uns aos outros “em vida”! Só reconhecendo, com um olhar apreciativo, o profundo, o que há de bondade no coração, a luz que cada um emite, engrandeceremos os outros e faremos que nossa sociedade, nossa comunidade, seja cada vez maior. A cultura do encontro, da acolhida, do apreço pelo outro, faz chegar o Reino de Deus. Jesus sem pre revelou um “ olhar alternativo”, longe do julgamento, do desprezo e da humilhação. Ele não via as pessoas através do filtro “justos ou pecadores”, nem projetava nelas suas simpatias ou antipatias, seus medos e suas necessidades. Jesus sempre foi a luz, sem sombras nem exclusões. Ninguém nunca ficou à margem da sua luz, pois seu olhar pousava sobre todo rosto, sem diferenças de raças, línguas ou religiões. Quando Jesus se aproximava da realidade condenada, a olhava de maneira diferente do olhar domesticado pelo moralismo.
Por isso, diante da insistência das autoridades religiosas que argumentavam com as pedras nas mãos, Jesus faz um silêncio, tempo e espaço que também ajudam os acusadores a olhar de outra maneira. Olhando com amor há, sim, saída para a mulher adúltera. Se não olharmos a realidade com amor, toda a nossa visão estará adulterada. Compreendem-no as autoridades religiosas quando Jesus as convida a olhar a mulher com misericórdia e a partir de sua própria realidade de pecadores. Os varões deixam cair as pedras de sua segurança e da lei, abrindo suas mãos para acolher outra visão. Assim, a mulher é salva da morte, da lei, de seu pecado e do cerco social que lhe negava a vida, simbolizado nesse grupo de homens que a rodeava. Jesus olha a interioridade, ali onde essa mulher é amada pelo Pai, e resgata sua vida dos olhares de morte que a capturam. Nesse dia, o povo que rodeava Jesus aprendeu a olhar.
Jesus é o mestre do olhar alternativo Precisamente porque conhece o coração humano, Jesus acerta ao dizer: “Quem não tem pecado, que atire a primeira pedra”. Diante destas palavras, que desnudam as atitudes farisaicas daqueles que se achavam “justos”, todos se afastam. Ninguém é melhor que ninguém. Com que direito julgamos, desqualificamos e condenamos?
Para meditar na oração Em muitas situações difíceis da vida, o que salva é o olhar. Olhar com os “olhos cristificados”: eis o desafio. Não se trata de qualquer olhar. É o olhar limpo, diáfano, que desarma, que não esconde engano ou segundas intenções. Contemplar o rosto do outro é sentir sua presença, sem pré-conceitos e pré-juízos..., vendo nele o sinal da ternura de Deus. Olhar admirado e gratuito, como aquele de Jesus, que transforma, que liberta e que se comove diante da realidade, especialmente da frágil realidade humana. - Seu olhar: marcado pelo peso da lei ou pelo peso do amor? Adroaldo Palaoro, sacerdote jesuíta
finalmente, gostaria de dirigir uma palavra aos jovens que são o vosso futuro. Queridos jovens amigos, compartilho com vocês a melhor coisa da vida. Você sabe o que é isso? É a alegria de se entregar ao amor que nos liberta. Mas esta alegria tem um nome: Jesus, desejolhes a beleza de se apaixonar por Jesus, que é o Deus de misericórdia - ouvimos hoje no Evangelho -, que acredita em vocês, sonha com vocês, ama suas vidas e nunca irá decepcioná-lo. . E para avançar sempre com Jesus também com a família, com o povo de Deus, não se esqueça das raízes. Que o Senhor vos acompanhe e Nossa Senhora vos guarde. Oramos a vocês agora pela paz, pensando na tragédia humanitária da atormentada Ucrânia, ainda sob os bombardeios desta guerra Queridos irmãos e irmãs! Agradeço as palavras que o Arcebispo sacrílega. Não nos cansemos de rezar e Scicluna me dirigiu em seu nome. Mas sou ajudar os que sofrem. Que a paz esteja com você! eu que te digo: Grazzi! [Obrigado!] Foto: ACI Digital / Opus Dei Desejo exprimir a minha gratidão ao Texto: Angelus 20/03 - Papa Francisco P r e s i d e n t e d a R e p ú b l i c a e à s Viagem Apostólica de Sua Santidade Papa Francisco a Malta Autoridades, aos meus Irmãos Bispos, a vós, queridos sacerdotes, religiosos e religiosas, e a todos os cidadãos e fiéis de Malta e Gozo pelo acolhimento e afecto recebidos . Esta noite, depois de ter conhecido vários irmãos e irmãs migrantes, já será tempo de regressar a Roma, mas trarei comigo muitos momentos e palavras destes dias. Muitos gestos. Acima de tudo, vou guardar muitos rostos no meu coração, e o rosto luminoso de Malta! Agradeço também aos que trabalharam para esta visita; e desejo saudar cordialmente os irmãos e irmãs de várias confissões e religiões cristãs que encontrei. Peço a todos que rezem por mim; Eu vou fazer isso por você. Oremos uns aos outros! Nestas ilhas respira-se o sentido do Povo de Deus, continue assim, lembrando que a fé cresce na alegria e se fortalece no dom. Continuai a corrente de santidade que levou tantos malteses a entregar-se com entusiasmo a Deus e aos outros. Estou pensando em Dun Ġorġ Preca, canonizad o há quinze anos. E,
Na homilia na Missa celebrada na terra que acolheu São Paulo depois de ter naufragado, Francisco falou de perdão e misericórdia: "Deus que sempre perdoa, continua a crer em nós e todas as vezes dá a possibilidade de recomeçar. Não há pecado ou fracasso que, levados a Ele, não possam tornar-se ocasião para começar uma vida nova, diferente, sob o signo da misericórdia.” Neste domingo, 3, o Papa Francisco deu prosseguimento a sua “breve mas bela” viagem à República de Malta. Depois da oração na Gruta e Basílica de São Paulo em Rabat, foi a vez de encontrar os fiéis malteses para a Missa na Praça dos Celeiros, em Floriana. Perdão e misericórdia: na homilia, inspirada no episódio da mulher adúltera narrada no Evangelho de João, o Papa recorda que ela “conheceu a misericórdia na sua miséria e volta curada pelo perdão de Jesus”, o que nos sugere, como Igreja, “que principiemos de novo a frequentar a escola do Evangelho, a escola do Deus da esperança que sempre nos surpreende”, pois se imitarmos Jesus, “não seremos levados a concentrar-nos na denúncia dos pecados, mas a sair amorosamente à procura dos pecadores.”
Dirigindo-se aos cerca de 20 mil fiéis e representantes de diversas religiões presentes na celebração, o Papa começa explicando que as pessoas procuram Jesus para escutá-lo, pois “sua doutrina não é abstrata, toca a vida e liberta-a, transforma-a, renova-a”, o que revela o “faro do povo de Deus”, “que não se contenta com o templo feito de pedras, mas reúne-se à volta da pessoa de Jesus”. Mas havia alguns ausentes: a mulher uma pessoa perdida, extraviada procurando a felicidade por caminhos errados -, e seus acusadores, os escribas e fariseus, que “pensam que já sabem tudo, não precisam do ensinamento de Jesus”. Os acusadores da mulher adúltera explica Francisco - são aqueles que se vangloriam de “observadores da lei de Deus, pessoas regradas e justas. Não se preocupam com os próprios defeitos, mas mostram-se muito atentos na descoberta dos alheios”, ou seja, procuram Jesus não para escutá-lo, mas para encontrarem um motivo de queda para acusá-lo: É um intento que fotografa a interioridade destas pessoas cultas e religiosas, que conhecem as Escrituras, frequentam o templo, mas subordinam tudo isto aos próprios interesses e não combatem os pensamentos maus que se agitam no seu coração. Aos olhos do povo, parecem peritos de Deus, e contudo não reconhecem Jesus; antes pelo contrário, veem-No como um inimigo que precisam de eliminar. Para o conseguir, colocam diante d’Ele uma pessoa, como se fosse uma coisa, chamando-a desdenhosamente «esta mulher» e denunciando publicamente o seu adultério. Pressionam para que a mulher seja apedrejada, derramando sobre ela a aversão que eles sentem pela compaixão de Jesus. E fazem tudo isto sob o manto da sua fama de homens religiosos. Esse fato, explica Francisco, mostra que mesmo na nossa religiosidade “se podem insinuar a traça da hipocrisia e o vício de apontar o dedo; e isto a todo o momento, em qualquer comunidade”:
Há sempre o perigo de entender mal Jesus, ter o seu nome nos lábios, mas negá-Lo nas obras. E pode-se fazê-lo mesmo quando se levantam estandartes com a cruz. “Então – pergunta o Papa - como saber se somos discípulos na escola do Mestre?” “Pelo nosso olhar – responde - pelo modo como olhamos para o próximo”, que pode ser como o faz Jesus, com misericórdia, ou como os acusadores do Evangelho, de forma acusatória e com desdenho: Na realidade, quem julga defender a fé apontando o dedo contra os outros, até pode possuir uma visão religiosa, mas não adota o espírito do Evangelho, porque esquece a misericórdia, que é o coração de Deus. Mas para compreender se somos verdadeiros discípulos do Mestre, “é preciso verificar também como olhamos para nós mesmos”. Os acusadores de que fala o Evangelho julgam não ter nada para aprender, sua aparência externa é perfeita, “mas falta a verdade do coração”:
São a figura dos crentes de cada época que fazem da fé um elemento de fachada, onde sobressai o aspeto exterior solene, mas falta a pobreza interior, que é o tesouro mais precioso do homem. De fato, para Jesus o que conta é a abertura disponível de quem não se sente perfeito, mas necessitado de salvação. Neste sentido, “quando estivermos em oração e mesmo quando tomarmos parte em belas cerimônias religiosas, será bom perguntarmo-nos se estamos sintonizados com o Senhor”, perguntando a Ele: «Jesus, estou aqui convosco, mas Vós que quereis de mim? Que quereis que mude no meu coração, na minha vida? Como quereis que veja os outros?». Perguntas de grande valia, “porque o Mestre não Se satisfaz com a aparência, mas busca a verdade do coração. E quando Lhe abrimos de verdade o coração, Jesus pode operar maravilhas em nós.” E isso, acontece com a mulher ad úl tera , “s ua s itu açã o pa re ce irremediável, mas aos seus olhos abre-se um horizonte novo, inconcebível”:
Coberta de insultos, pronta a receber palavras implacáveis e severos castigos, com maravilha vê-se absolvida por Deus, que lhe abre de par em par um futuro inesperado: «Ninguém te condenou? – diz-lhe Jesus – Também Eu não te condeno. Vai e de agora em diante não tornes a pecar». Que diferença entre o Mestre e os acusadores! Estes citaram a Escritura para condenar; Jesus, Palavra de Deus em pessoa, reabilita completamente a mulher, restituindolhe a esperança. Este caso, diz o Papa, nos ensina “que qualquer advertência, se não for movida pela caridade e não contiver caridade, afunda ainda mais quem a recebe. Deus, pelo contrário, deixa sempre aberta uma possibilidade e sabe encontrar, todas as vezes, caminhos de libertação e salvação”: A vida daquela mulher muda graças ao perdão. Apetece-me pensar que, perdoada por Jesus, ela por sua vez aprendeu a perdoar. Talvez passasse a ver os seus acusadores, já não como pessoas rígidas e perversas, mas como aqueles que lhe permitiram encontrar Jesus. O Senhor quer que também nós, seus discípulos, nós como Igreja, perdoados por Ele, nos tornemos testemunhas incansáveis de reconciliação: testemunhas dum Deus para o Qual não existe a palavra «irrecuperável»; dum Deus que sempre perdoa, continua a crer em nós e todas as
vezes dá a possibilidade de recomeçar. Não há pecado ou fracasso que, levados a Ele, não possam tornar-se ocasião para começar uma vida nova, diferente, sob o signo da misericórdia. O Senhor Jesus é assim, diz o Santo Padre. Bem o sabe, quem fez experiência do seu perdão, como por exemplo a mulher do Evangelho, que descobre “que Deus nos visita através das nossas chagas interiores: é sobretudo nestas que o Senhor prefere fazer-Se presente, pois não veio para os sãos, mas para os doentes”: E hoje esta mulher, que conheceu a misericórdia na sua miséria e volta curada pelo perdão de Jesus, sugere-nos, como Igreja, que principiemos de novo a frequentar a escola do Evangelho, a escola do Deus da esperança que sempre nos surpreende. Se O imitarmos, não seremos levados a concentrar-nos na denúncia dos pecados, mas a sair amorosamente à procura dos pecadores. Não ficaremos a contar os presentes, mas iremos em busca dos ausentes. Não voltaremos a apontar o dedo, mas começaremos a pôr-nos à escuta. Não descartaremos os desprezados, mas olharemos como primeiros aqueles que são considerados últimos. Isto é o que Jesus nos ensina hoje com o exemplo. Deixemo-nos surpreender por Ele. Acolhamos com alegria a sua novidade.
ESPAÇO DAS CRIANÇAS Deus (SCFJ)
PENSE E RESPONDA O QUE FAZIAM COM QUEM COMETIA ADULTÉRIO? POR QUE SÓ LEVARAM A MULHER? VOCÊ SABE O QUE JESUS ESCREVEU NO CHÃO? ALGUÉM ATIROU A PEDRA? POR QUÊ?
VAMOS PINTAR?
DECIFRE A MENSAGEM A
B C
D
E
F
G
H
I
J
K
L
M
N
O
P
Q
R
S
T
U
V W X
Y
Z
A B C D E F G HIJ K L M N O P Q R S T U V W XY Z
VA E NAO PEQUES MAIS
DIA DE PERDÃO ANTES DE ACUSAR OS OUTROS, DEVEMOS OLHAR PARA OS NOSSOS ERROS PRIMEIRO. CONSEGUE ACHAR OS SETE ERROS ENTRE AS DUAS IMAGENS?
DESCOBRINDO DEUS NOS AMA! ELE NOS ENVIOU O SEU FILHO AMADO PARA NOS SALVAR. VAMOS DESCOBRIR A IMAGEM?
IGREJA MATRIZ DE NOSSA SENHORA DA GLÓRIA
LARGO DO MACHADO - RIO DE JANEIRO - RJ
No site da nossa Paróquia encontramos os folhetos da Missa e os Boletins, Paroquial e da Arquidiocese para leitura sem necessitar fazer o download e encher mais ainda o seu smartphone. Visite e comprove! WWW.NSDAGLORIA.COM.BR/BOLETIM PASCOM, SEMPRE BUSCANDO SOLUÇÕES PARA VOCÊ