Universidade do Estado do Rio de Janeiro Centro de Ciência e Tecnologia Escola Superior de Desenho Industrial
Paula de Pinho Monteiro
Tricicleta: Veículo elétrico modular e adaptável de três rodas para uso urbano
Rio de Janeiro 2016
Paula de Pinho Monteiro
Tricicleta: Veículo elétrico modular e adaptável de três rodas para uso urbano
Monografia apresentada como requisito para a obtenção do título de Bacharel em Desenho Industrial à Escola Superior de Desenho Industrial, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Habilitações: Programação Visual e Projeto de Produto.
Orientador: Prof. Dr. Frank Barral Dodd
Rio de Janeiro 2016
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a minha mãe, que sempre apoiou os meus estudos.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a minha mãe, Vera Neves de Pinho, por tudo, porque sem ela eu não teria chegado até aqui. A Frank Barral, orientador tão dedicado, por me fazer pensar fora da caixa para arranjar soluções inovadoras e ampliar meus conhecimentos sobre criatividade e design. A meu namorado, Lucas Paiva, por todo o suporte. Muito obrigada pelas palavras de incentivo e por ter consertado o meu computador em um momento tão crítico!
RESUMO
MONTEIRO, P. P. Tricicleta: Veículo elétrico modular e adaptável de três rodas para uso urbano. 2016. 142 f. Monografia (Bacharelado em Desenho Industrial) – Escola Superior de Desenho Industrial, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2016. Neste trabalho, foi desenvolvido um veículo elétrico modular e adaptável de três rodas, nomeado Tricicleta, como alternativa para o uso do automóvel no espaço urbano. Além de uma bateria removível, ele possui quatro módulos que podem ou não ser anexados à sua estrutura, de acordo com a necessidade do usuário: uma cesta, um bagageiro, um banco para um passageiro adulto e uma cadeirinha infantil. Para além dos módulos, o veículo em si é adaptável às necessidades do usuário, porque ele pode ser usado com suas duas rodas traseiras afastadas, como um triciclo, ou unidas, o que lhe confere características de bicicleta. Tendo como norteador “os 10 princípios para o bom design” de Dieter Rams, junto à preocupação com o meio ambiente e com inovação, houve uma grande preocupação com a limpeza formal e visual do veículo, para torná-lo mais atraente, fácil de operar e seguro. Palavras-chave: Veículo elétrico. Veículo modular. Bicicleta elétrica. Triciclo elétrico. Mobilidade urbana. Sustentabilidade. Desenho industrial.
ABSTRACT
MONTEIRO, P. P. Tricicleta: Modular and Adaptable Three-Wheeled Electric Vehicle Designed for Urban Usage. 2016. 142 p. Bachelor dissertation (Industrial Design) – Escola Superior de Desenho Industrial, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2016. In this work, a modular and adaptable three-wheeled electric vehicle, named Tricicleta, was developed as an alternative to the use of automobiles in urban areas, especially to the ones with internal combustion engines. Apart from a removable battery, the vehicle has four modules that can be attached to its structure, according to the user’s needs: a basket, a cargo rack, a seat to transport one adult passenger, and a child’s seat. Despite the modules, the vehicle itself is adaptable to the user’s needs because it can be used with its two rear wheels either separated, like a tricycle, or united, what gives it bicycle’s characteristics. Being lead by the “10 principles for good design” by Dieter Rams, alongside the concern with the environment, and innovation, there was a great concern with the vehicle’s formal harmony to make it aesthetically pleasing, easier to use, and safer. Keywords: Electric vehicle. Modular vehicle. Electric bicycle. Electric tricycle. Urban mobility. Sustainability. Industrial design.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 – Figura 2 – Figura 3 – Figura 4 – Figura 5 – Figura 6 – Figura 7 – Figura 8 – Figura 9 – Figura 10 – Figura 11 – Figura 12 – Figura 13 – Figura 14 – Figura 15 – Figura 16 – Figura 17 – Figura 18 – Figura 19 – Figura 20 – Figura 21 – Figura 22 – Figura 23 – Figura 24 – Figura 25 – Figura 26 – Figura 27 – Figura 28 – Figura 29 – Figura 30 – Figura 31 – Figura 32 – Figura 33 – Figura 34 – Figura 35 – Figura 36 –
Automóveis ocupam muito espaço nas vias Análise dos veículos leves Resultado da análise dos veículos leves Bicicleta dobrável Triciclo elétrico dobrável Bike Rio Mapa da distribuição das estações do Bike Rio pela cidade Bicicletário e armários para bicicletas Bicicletas transportadas na frente de um ônibus Triciclo para transporte de carga Triciclo elétrico para transporte de crianças Triciclo Biquattro Bicicleta EVO Bicicleta decomposta Os componentes da bicicleta Triciclo padrão Bicicleta cargueira Selins Corrente Correia dentada Eixo de transmissão Transmissão direto no eixo da roda Bicicleta com transmissão elétrica Baterias As três formas de acionar o motor Ideia de triciclo elétrico com duas rodas nas frente Ideia de triciclo elétrico com duas rodas atrás Cesta integrada ao quadro Ideias para selim e freio Ideia de assento para o ciclista Rodas frontais sem raios e vazadas e alternativa para selim Rodas traseiras sem raios e vazadas Do modo triciclo ao modo bicicleta e vice-versa Funcionamento da transmissão elétrica Bateria alimentando o motor elétrico Proto-esquema da Tricicleta
11 14 15 15 16 16 17 17 18 18 19 20 20 21 22 23 23 24 25 25 25 26 26 28 28 29 30 31 31 31 32 32 33 34 34 35
Figura 37 – Figura 38 – Figura 39 – Figura 40 – Figura 41 – Figura 42 – Figura 43 – Figura 44 – Figura 45 – Figura 46 – Figura 47 – Figura 48 – Figura 49 – Figura 50 – Figura 51 – Figura 52 – Figura 53 – Figura 54 – Figura 55 – Figura 56 – Figura 57 – Figura 58 – Figura 59 – Figura 60 – Figura 61 – Figura 62 – Figura 63 – Figura 64 – Figura 65 – Figura 66 – Figura 67 – Figura 68 – Figura 69 – Figura 70 – Figura 71 – Figura 72 – Figura 73 – Figura 74 – Figura 75 –
Módulos para transporte de carga Suporte dos módulos para transportar passageiros Rodas traseiras Roda dianteira Motor Bateria Quadro Guidão Selim Freio Ciclocomputador Retrovisor Alternativas de guidão Possíveis inclinações do garfo Mecanismo para juntar e afastar rodas traseiras Comparação do tamanho da Tricicleta com o de uma bicicleta Desenhos da Tricicleta em escala 1:1 Manequins em escala 1:1 Rendering da Tricicleta A Tricicleta como triciclo e como “bicicleta” Dimensões, em metros, e inclinações principais da Tricicleta Bateria Módulos para transporte de volumes de passageiros Medidas gerais dos módulos Menor e maior ciclistas e passageiros adultos Extensor da Tricicleta Ciclista médio com criança A bateria e sua tampa Componentes do quadro Componentes da transmissão O grupo do espaçador Vistas explodidas do conjunto com cada componente em destaque O espaçador em funcionamento As molas mantêm as rodas traseiras em contato com o chão Kit de operação Roda traseira Alguns componentes da roda traseira O paralama traseiro e seus dispositivos de segurança Roda dianteira
36 36 37 37 38 38 39 39 40 40 41 41 42 43 44 44 45 46 47 48 49 50 50 51 53 53 54 55 56 57 58 58 59 60 60 61 62 62 63
Figura 76 – Figura 77 – Figura 78 – Figura 79 – Figura 80 – Figura 81 – Figura 82 – Figura 83 – Figura 84 – Figura 85 – Figura 86 – Figura 87 – Figura 88 – Figura 89 – Figura 90 – Figura 91 – Figura 92 – Figura 93 –
Os componentes da roda dianteira O garfo O guidão Alguns componentes do guidão Vista superior do guidão Vistas frontal e posterior do guidão O selim Veículos dobráveis de duas rodas Patinetes, skates, patins e triciclos Integrar a bicicleta aos coletivos Bicicletas e triciclos cargueiros Tipos de roda Componentes elétricos Componentes de referência Lista de componentes Parâmetros para a escolha de um guidão Alguns tipos de guidão Manual de montagem e instalação da cadeirinha Fun Bike da Kalf
63 64 65 65 67 68 68 74 75 81 85 91 96 112 131 134 135 142
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 1 PROBLEMATIZAÇÃO 2 LEVANTAMENTO E ANÁLISE DAS ALTERNATIVAS 2.1 Veículos leves para curtas distâncias 2.2 Integração com transportes coletivos 2.3 Transporte de carga e de passageiro 2.4 Componentes 2.4.1 Transmissão 2.5 Componentes elétricos 3 PRIMEIRAS ALTERNATIVAS 4 4.1 5 6 6.1 6.2 6.2.1 6.2.2 6.2.3 6.2.4 6.2.5 6.2.6 6.2.7 6.2.8 6.2.9
PARÂMETROS PROJETUAIS Configuração da Tricicleta e seus componentes GERAÇÃO E ESCOLHA DE ALTERNATIVAS SOLUÇÃO Transporte de volumes e de passageiros Os componentes da Tricicleta Bateria Quadro Transmissão Espaçador Roda traseira Roda dianteira Garfo Guidão Selim CONCLUSÃO REFERÊNCIAS APÊNDICE A - Veículos leves APÊNDICE B - Recursos para integração com os modais coletivos de transporte APÊNDICE C - Bicicletas e triciclos para o transporte de cargas e passageiros APÊNDICE D - Tipos de roda APÊNDICE E - Tipos de componentes elétricos APÊNDICE F - Componentes de referência ANEXO A - Resolução nº 465, de 27 de dezembro de 2013 ANEXO B - The Ultimate Guide to Bike Handlebars ANEXO C - Manual de montagem e instalação da cadeirinha infantil
10 11 13 13 15 18 21 24 27 29 33 35 42 47 50 54 54 56 57 58 61 63 64 65 68 69 70 74 81 85 91 96 112 132 134 142
10 INTRODUÇÃO A ambição de projetar um sistema complexo como trabalho de conclusão do curso de graduação e a vontade de contribuir para a mobilidade e para o desenvolvimento sustentável da cidade do Rio de Janeiro instigou a busca por uma alternativa ao uso do automóvel no espaço urbano. Após extenso levantamento e análise de meios de transporte existentes, chegou-se a um veículo elétrico leve de três rodas, um triciclo elétrico, que, sendo menor que o carro, contribui para reduzir engarrafamentos (o que ajuda as pessoas a se deslocarem de forma mais eficiente) e que não emite gases nocivos na atmosfera, possibilitando que todos respirem um ar de melhor qualidade. Esses dois benefícios impactam de forma positiva a saúde das pessoas com a redução da poluição atmosférica e do estresse proveniente de engarrafamentos. O pedalar ainda contribui para o bem-estar físico e mental e, sendo um veículo aberto, o produto aproxima as pessoas do espaço público, tornando-o mais seguro. Sendo a segurança um fator fundamental, foram incorporados dispositivos e tecnologias para dificultar roubos e furtos (alarme, localizador GPS, travas etc.) e para tornar a convivência com o tráfego mais segura (farol, sinalização etc.). Para se adaptar a diferentes usos urbanos (transporte de pessoas, de crianças, de cargas, lazer, etc.), o veículo foi concebido como um sistema modular: diferentes módulos podem ser incorporados à sua estrutura ou removidos de acordo com a necessidade do usuário. No entanto, diferentemente dos exemplos de bicicletas e triciclos levantados, tais módulos, assim como os demais componentes, não foram simplesmente postos no veículo da maneira convencional. Uma das inovações do projeto é a integração funcional e formal dos elementos. Todos os elementos foram pensados de forma integrada, visando a maior simplicidade visual possível (sem fios, ferragens e outros elementos desnecessiamente à mostra) e maior facilidade de operação (o manuseio da bateria, por exemplo, foi facilitado). Outra inovação é o fato de o veículo em si, para além dos módulos, ser adaptável ao uso. Ele pode ser usado com suas duas rodas traseiras afastadas, como um triciclo, ou unidas, o que lhe confere características vantajosas de bicicleta. Por isso, foi chamado de Tricicleta.
11 1
PROBLEMATIZAÇÃO
“Cabe ser superada a visão de que o automóvel é a melhor opção de transporte para a população.” (ORRICO FILHO et al., 2015). De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, as viagens motorizadas são as “mais frequentes, mais longas e com menos ocupantes nos veículos”, principalmente nos países em desenvolvimento. O uso do automóvel nas grandes cidades está cada vez mais insustentável. Apesar de bastante seguro, confortável e capaz de cobrir grandes distâncias, o carro causa congestionamentos (Figura 1), estresse, perda de tempo, poluição sonora e atmosférica (esta última contribuindo para o aquecimento global), degradação do espaço público, violência no trânsito, batidas, atropelamentos; em suma, comprometimento da qualidade de vida. Figura 1 – Automóveis ocupam muito espaço nas vias
Fonte: MINISTÉRIO DAS CIDADES, 2015.
O objetivo principal deste trabalho, portanto, foi propor um produto industrial capaz de reduzir os efeitos negativos do carro listados acima, algo que incentivasse as pessoas a transitarem pela cidade de outra forma, alternativa, que não dependesse, ou não dependesse tanto, do carro. Para isso, esse novo produto deve levar em conta os conceitos de desenvolvimento sustentável, mobilidade urbana sustentável e saúde. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), desenvolvimento sustentável “é o desenvolvimento que encontra as necessidades atuais sem comprometer a habilidade das futuras gerações de atender suas próprias necessidades.” Entende-se que o uso massivo do carro, como ocorre hoje em dia, pode vir a comprometer gerações futuras com toda a poluição e
12 degradação do ambiente que causa, por isso, as cidades precisam passar a se desenvolver sem depender tanto desse modal de transporte, o que implica os cidadãos terem acesso a outras formas de deslocamento, ou seja, a mobilidade urbana precisa ser sustentável. Com base na definição da ONU para desenvolvimento sustentável, defini o conceito de mobilidade urbana sustentável como: a capacidade de deslocamento entre dois pontos da cidade sem causar o comprometimento do meio-ambiente ou de seus habitantes. Não compromenter os habitantes significa garantir a sua saúde, que “é um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não somente a ausência de enfermidade ou invalidez”, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Em suma, o produto desenvolvido deve auxiliar o deslocamento do usuário dentro da cidade e promover o bem-estar de quem o utiliza, bem como o das pessoas a sua volta, sem causar danos ao ambiente. Isso traz à mente veículos como bicicletas e triciclos. Um veículo leve como uma bicicleta ou um triciclo é barato e, embora não seja capaz de cobrir a mesma distância que um carro ou de oferecer o mesmo conforto, ele: 1) ocupa menos espaço nas vias, o que ajuda a reduzir engarrafamentos; 2) é mais silencioso; e 3) permite que as pessoas respirem um ar de melhor qualidade por não emitir gases nocivos para a atmosfera. Ou seja, o produto tem potencial para impactar de forma positiva a saúde de todos por contribuir com a redução do estresse e da violência provenientes do trânsito e das poluições atmosférica e sonora. Sem contar que o pedalar ainda contribui para o bem-estar físico e mental e ajuda a combater o sedentarismo. Além disso, esse tipo de veículo aproxima as pessoas do espaço público, tornando-o mais seguro, e é mais rápido que qualquer outro meio de transporte em trajetos de curta distância, ainda mais se for elétrico. Não se perde tempo esperando ônibus, em engarrafamentos, ou procurando onde estacionar. Pelos motivos citados acima, veículos como a bicicleta, elétricos ou não, são considerados atualmente peças importantes para o desenvolvimento sustentável de uma cidade. O veículo ser elétrico é um incentivo a mais para pessoas o utilizarem, pois isso: 1) faz com que ele não tenha tanto o estigma de produto barato que a bicicleta comum tem; 2) facilita a subida de ladeiras, o que é relevante para o contexto do Rio de Janeiro, por causa da geografia acidentada da cidade; 3) é mais rápido e permite às pessoas alcançarem maiores distâncias; e 4) permite que as pessoas façam menos esforço e suem menos, o que é bom para: a) sedentários que querem começar a inserir alguma atividade física na sua rotina; b) pessoas com alguma limitação física; c) quem quer carregar um peso extra, como sacolas de compras ou um filho pequeno; ou d) quem simplesmente não quer chegar suado ao seu destino. Portanto, desde o ínicio do projeto houve uma forte inclinação para um veículo como a bicicleta ou o triciclo elétrico, embora outras alternativas também tenham sido cogitadas, como será visto no próximo capítulo, sobre levantamento e análise das alternativas.
13 2
LEVANTAMENTO E ANÁLISE DAS ALTERNATIVAS
O deslocamento dentro da cidade pode ser curto ou longo, ou seja, cobrir uma distância pequena ou grande, e existem diversas alternativas tanto para um quanto para o outro. O levantamento das alternativas existentes foi bastante extenso, mas limitou-se principalmente (embora não exclusivamente) àquelas para trajetos curtos, por dois motivos. O primeiro é que uma parcela muito grande dos deslocamentos curtos diários são efetuados em automóvel. Isso precisa ser mudado e existe potencial para tal mudança. Na Europa, o uso do carro é feito em 50% dos trajetos inferiores a 5 km e em 30% dos de menos que 3 km. No Rio de Janeiro não é muito diferente, com a cultura do carro tão forte em nossa sociedade. É preciso pensar em uma alternativa mais eficiente que o automóvel para esses trajetos curtos diários, como por exemplo até o mercado, até a escola dos filhos, até a academia, etc. O segundo motivo é que o trajeto curto pode ser uma parcela de um mais longo: o deslocamento até um ponto de ônibus ou uma estação de metrô, por exemplo. O produto desenvolvido poderia, então, ajudar a cobrir essa distância, que pode ser longa para uma caminhada, e integrar melhor os coletivos da cidade, que são as melhores opções para trajetos longos, mas que ainda são mal distribuídos e mal integrados. Assim sendo, foram vistos exemplos de: bicicletas dobráveis e outros veículos leves para curtas distâncias (APÊNDICE A); bicicletas compartilhadas; e bicicletas e triciclos para transporte de carga e de criança (APÊNDICE C). Além disso, fez-se um levantamento de: bicicletários e armários públicos para bicicletas, e racks para o transporte destas em ônibus e trens (APÊNDICE B); e componentes de bicicletas e triciclos (APÊNDICE D e ANEXO B mostram alguns exemplos). Mais especificamente sobre bicicletas e triciclos elétricos, viram-se os diferentes tipos de baterias, motores, acionamentos e mostradores presentes nesses veículos (APÊNDICE E), e a legislação brasileira atual sobre ciclo-elétricos (ANEXO A). 2.1
Veículos leves para curtas distâncias:
A princípio, foram levantados exemplos (dobráveis e não dobráveis, elétricos e não elétricos; ver APÊNDICE A) de cinco meios de transporte para curtas distâncias – skate, patins, patinete, bicicleta e triciclo –, que foram ranqueados com base em seis fatores: portabilidade, facilidade para andar (risco de queda), tamanho das rodas (quanto menor, maior é a trepidação), frenagem, estabilidade e possibilidade de transportar carga extra (Figura 2). Na Figura 3, vemos que o triciclo foi considerado a melhor opção por ser mais seguro, fácil de andar e confortável, principalmente se se deseja transportar cargas e mais um indivíduo, sendo capaz de atender a um número maior de pessoas. No entanto, a bicicleta não foi descartada por ser mais portátil e, portanto, mais fácil de ser usada com os transportes coletivos.
14 Figura 2 – Análise dos veículos leves
Fonte: A autora, 2016.
15 Figura 3 – Resultado da análise dos veículos leves
Fonte: A autora, 2016.
2.2
Integração com transportes coletivos:
Foram identificadas quatro alternativas para que o veículo seja utilizado em conjunto com os transportes coletivos, ampliando a distância percorrida. Ele pode: 1. Ser um veículo dobrável, como mostram as Figuras 4 e 5. Por ocupar menos espaço, é mais fácil transportá-lo dentro do coletivo e de guardá-lo em casa. Mas o seu tamanho reduzido também o torna mais sucetível a roubos e, como costuma ter rodas menores, a trepidação é maior, o que é particularmente ruim onde as ruas são muito esburacadas. Figura 4 – Bicicleta dobrável
Fonte: SADA, 2010.
16 Figura 5 – Triciclo elétrico dobrável
Fonte: VODEV, 2013.
2. Fazer parte de um serviço de compartilhamento, como o Bike Rio (Figura 6). Esse serviço de “aluguel” de bicicleta é barato, dispensa a necessidade do usuário comprar o produto, que não ocupa espaço em casa, e fortalece a cultura do ciclismo na cidade. Mas o serviço tem pouca área de cobertura no Rio de Janeiro, como podemos observar na Figura 7. Figura 6 – Bike Rio
Fonte: PREFEITURA DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO, 2011.
17 Figura 7 – Mapa da distribuição das estações do Bike Rio pela cidade
Legenda: As estações do sistema de bicicletas compartilhadas se concentram em regiões centrais, pela orla e por locais onde as pessoas passeiam nos finais de semana. Vários bairros e regiões carentes de transporte público de qualidade, que poderiam se beneficiar do sistema, como Campo Grande e Santíssimo, não apresentam nenhuma estação, o que mostra o descaso do poder público com o problema da mobilidade. Fonte: MOBILICIDADE, 2016.
3. Ser guardado em bicicletários ou armários públicos (Figura 8) (mais exemplos no APÊNDICE B) localizados próximos aos pontos de ônibus e às estações de trem e metrô. Infelizmente, essas não são opções comumente encontradas pelo Rio de Janeiro. Figura 8 – Bicicletário e armários para bicicletas
Fontes: CYCLEHOOP, 2016 (esquerda); DESCONHECIDA (direita).
18 4. E, mesmo não sendo dobrável, o veículo pode ser transportado nos coletivos, em estruturas próprias para isso (racks), como mostra a Figura 9 (mais exemplos no APÊNDICE B). Mas esta também não é uma opção no Rio de Janeiro. Figura 9 – Bicicletas transportadas na frente de um ônibus
Fonte: DESCONHECIDA.
Após o levantamento e a análise das possibilidades de integração com os transportes coletivos e depois de uma reunião com o orientador do projeto, concluiu-se que seria melhor focar em outras formas de uso do veículo a ser desenvolvido. 2.3
Transporte de carga e de passageiro: Figura 10 – Triciclo para transporte de carga
Fonte: BEHAR, 2011.
19 Uma vantagem natural do automóvel sobre a bicicleta e o triciclo é sua capacidade de transportar passageiros e cargas. No entanto, como é possível ver no APÊNDICE C, existem opções de bicicleta e de triciclos desenhadas para essa finalidade. A Figura 10 é um exemplo disso. Através do levantamento de bicicletas e triciclos (a maioria elétricos) feitos para transporte de carga e de pessoas, principalmente crianças, observou-se que, em alguns, a criança/ carga vai na frente e, em outros, vai atrás. Soluções como a da Figura 11, com a criança na frente, foram consideradas ruins, pois ela deveria ficar mais protegida de possíveis acidentes. Figura 11 – Triciclo elétrico para transporte de crianças
Legenda: Neste triciclo, a criança fica exposta a acidentes. Fonte: THE E-BIKE BOOK, 2013.
Ao mesmo tempo, constatou-se que o triciclo é uma solução mais segura do que bicicleta para levar crianças, por ter três rodas como pontos de apoio que o tornam mais estável. Essa estabilidade também é melhor para o transporte de cargas e de passageiro adulto. No entanto, a bicicleta também possui vantagens sobre o triciclo. Com suas duas rodas alinhadas, ela é mais manobrável, melhor para desviar de buracos, por exemplo, e mais fácil de guardar. Por isso, chamou a atenção o triciclo Biquattro, cujas rodas traseiras podem ser unidas ou afastadas (Figura 12), incorporando vantagens do triciclo e da bicicleta. Essa característica foi considerada muito desejável para este projeto, pois flexibiliza o uso do veículo, que se adapta melhor às necessidades do usuário. Através deste levantamento, constatou-se ainda que a maioria dos triciclos e bicicletas é visualmente poluída, com cabos, ferragens, baterias, nos modelos elétricos, e outros componentes desnecessariamente aparentes. Uma das exceções é a bicicleta EVO (Figura 13), com o seu quadro simétrico, o que é bastante interessante. Mas o que é ainda mais interessante nessa alternativa é a presença de módulos removíveis que podem ser incorporados ou não à bicicleta de acordo com a necessidade do usuário, flexibilizando o seu uso. Eles estão no veículo quando necessários e podem ser removidos quando não são. Essa também é uma característica desejável para este projeto.
20 Figura 12 – Triciclo Biquattro
Legenda: Este triciclo elétrico incorpora vantagens da bicicleta com rodas traseiras que se juntam e se separam de acordo com a necessidade do usuário. Fonte: VODEV, 2009.
Figura 13 – Bicicleta EVO
Legenda: Esta bicicleta (não elétrica) apresenta um sistema de módulos removíveis que flexibiliza o seu uso. Fonte: HUGE DESIGN, 2014.
Os produtos das Figuras 12 e 13 (acima) possuem características desejáveis para este projeto, características estas que permitem que eles se adaptem a diferentes usos e necessidades.
21 2.4 Componentes: Ao ser decidido que o projeto seria um redesenho do triciclo ou, talvez, da bicicleta para transportar carga/passageiro, fez-se necessário estudar os seus componentes, que, como indica a Figura 14, são muitos. Figura 14 – Bicicleta decomposta
Legenda: Esta imagem mostra todas as 893 peças que compõem uma bicicleta Raleigh. Fonte: MCLELLAN, 2013.
Mas essas peças individuais podem ser agrupadas em componentes maiores e mais representativos, conforme mostra a Figura 15 (na próxima página). Embora essa imagem represente uma bicicleta para ciclismo de estrada, e não um triciclo ou bicicleta cargueira, que é o foco do projeto, a maioria dos componentes são basicamente os mesmos, variando apenas as suas características, como por exemplo formato, tamanho e materiais utilizados. A principal diferença morfológica entre o triciclo e a bicicleta está no número de rodas: três e duas, respectivamente. Sendo que as duas rodas paralelas do triciclo podem ser localizadas na frente ou atrás. (Atrás foi considerado mais seguro para transportar crianças). Porém, essa única diferença morfológica é capaz de modificar bastante o tipo de uso e o tipo de usuário desses veículos, o que, por sua vez, modifica também as características dos componentes empregados em um e no outro.
22 Figura 15 – Os componentes da bicicleta
Fonte: HALLET, 2014.
23 O triciclo, sendo mais estável, é mais escolhido por pessoas que preferem conforto e segurança, geralmente pessoas mais idosas, e por pessoas com dificuldades de locomoção. E embora existam bicicletas feitas para transportar carga, o triciclo é a solução mais indicada para isso (todo triciclo padrão, com duas rodas atrás, vem com pelo menos uma cesta para compras entre as rodas traseiras, como mostra a Figura 16) ao passo que a bicicleta é mais “arriscada”, mais rápida e preferida por pessoas mais novas. Consequentemente, de modo geral, os componentes do triciclo tendem a ser mais confortáveis que os da bicicleta, como é possível notar comparando as Figuras 16 e 17, que mostram respectivamente um triciclo padrão e uma bicicleta cargueira, ambos elétricos. O selim do triciclo tende a ser mais largo e macio, e, às vezes, tem apoio para a lombar, enquanto o da bicicleta tende a ser mais estreito e duro. O guidão do triciclo tende a ser mais elevado em relação ao selim, permitindo uma postura mais ereta. E o quadro do triciclo costuma ser mais acessível, sem ferragens que possam atrapalhar o usuário a subir no veículo. Mas nada impede que a bicicleta também tenha componentes confortáveis, afinal, a maioria dos componentes que servem em um veículo servem também no outro. Figura 16 – Triciclo padrão
Fonte: THE E-BIKE BOOK, 2013.
Figura 17 – Bicicleta cargueira
Fonte: THE E-BIKE BOOK, 2013.
24 Identificadas essas primeiras diferenças, foram feitos levantamentos mais específicos dos principais componentes de triciclos/bicicletas. Foram vistos tipos de: selim (Figura 18), sistema de frenagem, guidão (ANEXO B), roda (APÊNDICE D), garfo, sistema de transmissão etc. Em seguida, esses componentes foram hierarquizados e as principais variações que cada um pode ter, como variações de formato e de material, foram listadas e detalhadas. Esses levantamentos de componentes foi fundamental para a geração das primeiras ideias do produto e, posteriormente, a definição dos parâmetros projetuais. Figura 18 – Selins
Fonte: BEKMAN, 2016.
2.4.1 Transmissão: De todos os componentes estudados, vale destacar os tipos de transmissão encontrados. A transmissão padrão da maioria esmagadora das bicicletas e triciclos, mesmo elétricos, funciona através de uma corrente e engrenagens (Figura 19). Mas foram levantadas quatro outras alternativas: transmissão por correia dentada, por eixo de transmissão, no eixo da roda e elétrica. Exceto a penúltima, todas elas suportam sistemas de marchas para força e velocidade. A correia dentada (Figura 20) é parecida com a corrente, e funciona de forma similar, também com engrenagens. Mas, além de ser visualmente mais limpa, ela dura muito mais, é silenciosa, não requer lubrificação e é mais leve. Outra alternativa é usar um eixo de transmissão no lugar da corrente, como foi feito na bicicleta Biolove, da empresa dinamarquesa Biomega, desenhada pelo designer Ross Lovegrove (Figura 21). Essa solução é visualmente mais limpa, pois as suas engrenagens, que são menores, não ficam aparentes. Mas a sua manutenção, embora menos frequente, é mais difícil e cara.
25 Figura 19 – Corrente
Fonte: THE E-BIKE BOOK, 2013.
Figura 20 – Correia dentada
Fonte: PEDALERIA, 2015.
Figura 21 – Eixo de transmissão
Fonte: LOVEGROVE, 2011.
26 Existe também a transmissão direto no eixo da roda, que é a mais elementar de todas, usada no antigo biciclo, também conhecido como “grande bi”, e em triciclos infantis (Figura 22). Essa solução não é cogitada para o projeto, pois não permite a existência de um sistema de marchas, e é mostrada aqui apenas a título de curiosidade. Figura 22 – Transmissão direto no eixo da roda
Legenda: À esquerda, vemos dois biciclos, criados em 1874, e, à direita, vemos um triciclo infantil atual. Fontes: DESCONHECIDA (esquerda); RADIO FLYER, 2017 (direita).
Por último, foi descoberta neste levantamento a transmissão elétrica, que funciona da seguinte maneira: preso aos pedais, há uma gerador; quando se pedala, esse gerador produz eletricidade, que alimenta um motor elétrico e faz o veículo se mover. Ou seja, esse tipo de transmissão só funciona em bicicleta e triciclo elétricos, como a bicicleta elétrica dobrável Mando Footloose, mostrada na Figura 23. Figura 23 – Bicicleta com transmissão elétrica
Fonte: MANDO, 2013.
27 As maiores vantagens dessa transmissão são tornar o veículo visualmente mais limpo e acabar com uma restrição formal limitante imposta pelo sistema de engrenagens e corrente/ correia/eixo, que exige que a roda traseira fique fixa em um único plano, porque, para funcionar, a corrente (ou correia dentada ou eixo de transmissão) precisa se prender a um eixo de roda que não se desloque, razão pela qual ela nunca é presa na roda da frente. Como já foi visto, é mais seguro transportar crianças na parte de trás de um triciclo, então é melhor que o produto projetado tenha duas rodas atrás. Se for utilizado o sistema por corrente, correia ou eixo, essas rodas traseiras têm que ficar fixas, e o produto será apenas um triciclo. Mas com a transmissão elétrica, elas ganham liberdade, podendo se juntar ou se afastar de acordo com a necessidade do usuário. Então, o veículo pode se tornar mais estável, com as rodas afastadas, para transportar cargas/passageiros, ou se tornar mais ágil como uma bicicleta quando não há nada para transportar. Por isso, a transmissão elétrica foi uma descoberta muito importante para este projeto. 2.5
Componentes elétricos:
Decidiu-se que o veículo desenvolvido precisa ser elétrico por quatro motivos principais: permitir que mais pessoas o utilizem, independente de limitações físicas; ser mais cômodo para transportar peso como carga e passageiro; possibilitar o alcance de distâncias maiores; e, como visto anteriormente, ter uma transmissão elétrica, que lhe dê maior flexibilidade formal. Além disso, existem vários dispositivos elétricos para segurança que podem ser melhor incorporados ao veículo caso ele seja elétrico. Então, foi necessário fazer um levantamento das principais características de triciclos e bicicletas elétricos e dos principais componentes elétricos existentes, que podem ser vistos mais detalhadamente no APÊNDICE E. A partir do levantamento feito, notou-se que esses veículos tem um peso médio aproximado de 30 kg e descobriu-se que eles precisam ser mais resistentes do que os não-elétricos. As baterias (Figura 24) são os componentes mais caros e geralmente mais pesados. A maioria é feita de células de lítio-íon (por ser uma das opções mais leves), tem uma tensão de 36 V e é posicionada na parte traseira do veículo. No entanto, foi considerado mais interessante o seu posicionamento no tubo inferior do quadro, para distribuir melhor o peso total e trazer o centro de gravidade mais para baixo. O motor é mais comumente colocado na roda traseira ou próximo à coroa, embora sua instalação na roda dianteira seja mais fácil, requeira menos manutenção e distribua melhor o peso do veículo. Isso provavelmente se dá pelo fato de o garfo não ser uma boa plataforma estrutural. Há três formas mais comuns de acionamento do motor (Figura 25): só pelo giro dos pedais; só por um acelerador manual; ou pelos dois. Os veículos acionados apenas por acelerador manual nem possuem pedais: são exclusivamente elétricos e dependem inteiramente da bateria. Para este projeto, os pedais são essenciais por estimularem o exercício físico.
28 Figura 24 – Baterias
Legenda: A forma da bateria depende da sua localização no veículo. As que são colocadas no bagageiro traseiro, por exemplo, são mais achatadas e possuem uma luz vermelha de posição. Fonte: THE E-BIKE BOOK, 2013.
Figura 25 – As três formas de acionar o motor
Legenda: Da esquerda para a direita, acionamento: por pedais; manual e por pedais; e exclusivamente manual. Os dois primeiros tipos de veículo são denominados pedelec (acrônimo de “pedal electric cycle”, do inglês, “ciclo-elétrico com pedais”). Fonte: THE E-BIKE BOOK, 2013.
29 3
PRIMEIRAS ALTERNATIVAS
Durante e após os levantamentos (como os dos APÊNDICES D e E e do ANEXO B), foram feitos alguns rascunhos das primeiras ideias para o projeto. Figura 26 – Ideia de triciclo elétrico com duas rodas nas frente
Fonte: A autora, 2016.
A Figura 26 mostra uma opção de triciclo elétrico com duas rodas frontais que são menores que a única roda traseira. Entre elas, há uma plataforma de carga que pode ser dobrada, permitindo que as rodas se juntem quando não há nada sendo transportado. Essa alternativa possui ainda luzes de seta, nas pontas e na frente do guidão, e uma lanterna dianteira e outra traseira. O guidão é largo e tem uma curvatura para trás, como alguns dos mais confortáveis vistos no levantamento. Além disso, ele tem uma inclinação para baixo para permitir uma posição mais confortável do punho, como pode ser visto em rosa, sob “manopla inclinada”. Ainda no guidão, há um ciclocomputador que indica o nível da bateria, a velocidade, etc. O quadro permite fácil acesso, sem nenhum tubo alto atravessado, a bateria fica localizada no tubo do selim, a transmissão se dá por um eixo de transmissão, e o motor é localizado no centro da roda traseira, e é acionado pelos pedais através de um sensor de torque1. 1
O sensor de torque faz o motor girar mais ou menos com base na intensidade da pedalada.
30 A alternativa da Figura 26 usa eixo de transmissão e as suas duas rodas que se juntam e se afastam são frontais, porque ainda não havia sido descoberta a transmissão elétrica. Figura 27 – Ideia de triciclo elétrico com duas rodas atrás
Fonte: A autora, 2016.
Já a alternativa da Figura 27 possui transmissão elétrica. Nela, há duas rodas traseiras que podem ser usadas afastadas ou juntas e que possem um sistema de amortecimento, como indica a seta vermelha apontada para cima. Essas rodas são menores que a frontal para facilitar o acesso do passageiro a um módulo removível (em azul), que serve de bagageiro, de assento para passageiro adulto, ao ser adicionada uma almofada, e para transporte de criança, ao se adicionar uma cadeirinha infantil. Outro módulo removível mostrado nessa alternativa é uma cesta frontal e, entre as rodas traseira, há espaço para uma cesta maior para carga. A bateria (em laranja) localiza-se no quadro, que é de fácil acesso, o motor (também em laranja) fica no centro da roda frontal e o guidão tem uma tela grande para um ciclocomputador (em verde) que mostra informações necessárias (nível de bateria, velocidade etc.). Na Figura 28, vê-se uma solução similar, mas nela se integrou melhor a forma da cesta frontal (removível) à forma do quadro. E o assento do passageiro também apresenta diferenças; por exemplo, ele é preso ao tubo do selim. A Figura 29 mostra algumas características do selim (em azul), que deve ser confortável para atender um número maior de pessoas. Ele é largo, tem o bico na frente curto e, além de acolchoado, tem mola para amortecer impactos (em vermelho).
31 Figura 28 – Cesta integrada ao quadro
Fonte: A autora, 2016.
Além disso, essa mesma imagem (Figura 29) mostra uma ideia para eliminar as manetes de freio do veículo, visando limpeza visual. A ideia é na própria manopla haver uma parte que pode ser pressionada; essa parte contém fluido hidráulico, que quando pressionado ativa o freio. Figura 29 – Ideias para selim e freio
Fonte: A autora, 2016.
Nessa fase inicial do projeto, pensou-se também em substituir o selim por um assento mais confortável, como uma cadeira acolchoada com apoio para as costas, como mostrado na Figura 30. Isso requereria que os pedais fossem localizados mais à frente no quadro. Figura 30 – Ideia de assento para o ciclista
Fonte: A autora, 2016.
32 A Figura 31 também mostra uma alternativa ao tradicional selim: um banco comprido, que se alonga por cima da roda traseira, capaz de acomodar ciclista e passageiro. Essa alternativa foi gerada quando ainda se cogitava um triciclo com duas rodas frontais. Essas rodas não possuem raios e são vazadas, então pode-se colocar uma estrutura entre elas para transportar cargas. O mesmo ocorre na alternativa da Figura 32, sendo que nesta as rodas são traseiras. Figura 31 – Rodas frontais sem raios e vazadas e alternativa para selim
Fonte: A autora, 2016.
Figura 32 – Rodas traseiras sem raios e vazadas
Fonte: A autora, 2016.
33 4
PARÂMETROS PROJETUAIS
Para este projeto, será desenvolvido um veículo de três rodas, um triciclo, que: tem duas rodas traseiras que podem se afastar e se juntar; é elétrico e possui transmissão elétrica; pode transportar cargas e até um passageiro, além do próprio ciclista; é um sistema modular; e apresenta limpeza visual2. O público-alvo do projeto é qualquer pessoa que use ou que poderia usar bicicleta ou triciclo para circular pela cidade. Como o triciclo tem três rodas como pontos de apoio, ele é mais estável e melhor para transportar cargas e mais seguro para transportar crianças. No entanto, a bicicleta, com suas rodas alinhadas, é mais fácil de manobrar, desviar de buracos, estacionar e guardar. O veículo desenvolvido incorporará, portanto, as vantagens de ambos. As rodas traseiras podem ser afastadas (modo triciclo) ou unidas (modo bicicleta), conforme mostra a Figura 33. Por esse motivo, de agora em diante, o novo veículo será chamado de Tricicleta – veículo de três rodas que incorpora o melhor do triciclo e da bicicleta para flexibilizar o seu uso. Figura 33 – Do modo triciclo ao modo bicicleta e vice-versa
Fonte: A autora, 2016.
Isso é possível por causa do seu sistema de transmissão elétrico, que, dispensando a tradicional corrente com engrenagens: lhe dá liberdade formal; contribui para a sua limpeza visual; garante que, em superfície plana, o veículo só se deslocará dentro do limite estabelecido de velocidade segura, que é de 25 km/h; e dá maior segurança contra furtos, porque, com esse sistema, é necessário ligar a Tricicleta com uma chave (não necessariamente física) para usá-la. A Figura 34 mostra como funciona esse sistema de transmissão: quando o ciclista pedala, ele gera energia, representada por setas azuis. Através de um fio elétrico, essa energia vai alimentar o motor, que, por sua vez, impulsiona a roda. Se o ciclista por qualquer motivo não quiser ou não puder pedalar, ele não precisa, pois a Tricicleta conta com uma bateria capaz de fornecer sozinha a eletricidade que o motor precisa para funcionar, como mostra a Figura 35. Basta usar um acelerador manual para acioná-la. Ou seja, o motor tem acionamento por pedal e manual. 2
Limpeza visual: simplicidade das formas obtida quando todas as partes são bem integradas ao todo.
34 Figura 34 – Funcionamento da transmissão elétrica
Fonte: A autora, 2016.
Figura 35 – Bateria alimentando o motor elétrico
Fonte: A autora, 2016.
35 Como pode ser notado, enquanto o motor da maioria das bicicletas e triciclos elétricos existentes é alimentado exclusivamente pela bateria3, na Tricicleta ele pode tanto ser alimentado pela bateria quanto pelo gerador. Como já foi mencionado, a Tricicleta será capaz de transportar – além do próprio ciclista – cargas, como compras e mantimentos, e mais um passageiro, que poderá ser uma criança (acima de um ano de idade) ou um adulto. Por isso, ela deve suportar um peso total aproximado de 140 kg. A ideia é que ela seja usada por qualquer pessoa nos pequenos deslocamentos do dia-adia para ir a locais próximos de forma mais eficiente, como mercado, farmácia, padaria, creche/ escola (para levar e buscar criança), ou até mesmo trabalho. Mas isso não deve impedir que ela seja usada também para o lazer nos passeios dos finais de semana. Portanto, o veículo deve ser um sistema modular, ou seja, é necessária a presença de módulos removíveis que flexibilizam o seu uso, para que ele possa tanto transportar cargas extras, como compras e pessoas, quanto ser o mais leve e visualmente limpo possível quando o transporte de cargas não for necessário. Esses módulos precisam ser bem integrados ao veículo. Observou-se que os componentes periféricos da grande maioria dos triciclos e bicicletas, como buzina, freio, bagageiro, cestinha frontal etc., são mal integrados à forma do veículo. Portanto, uma das inovações do projeto é a melhor integração desses componentes para que se alcance a maior simplicidade visual possível, com uma maior harmonia das formas, mas sem diminuir o conforto postural e a facilidade de operação e de manutenção, pelo contrário, aumentando-os. 4.1
Configuração da Tricicleta e seus componentes: Figura 36 – Proto-esquema da Tricicleta
Fonte: A autora, 2016. Na maioria dos triciclos e bicicletas elétricos, existe um sensor localizado em algum ponto da transmissão, que é mecânica (engrenagens e corrente). Quando se pedala, esse sensor manda a bateria alimentar o motor. Na Tricicleta é diferente: quando se pedala, o gerador ligado aos pedais produz a energia que vai alimentar o motor. Assim, o funcionamento do motor independe da bateria. 3
36 A Figura 36 mostra um proto-esquema da Tricicleta. A seguir, seus principais componentes e características serão identificados e descritos. 1. Para o transporte de cargas, os módulos (removíveis) devem ser uma cesta na parte frontal e bolsa entre as rodas traseira, que comporta maior volume (Figura 37). Figura 37 – Módulos para transporte de carga
Fonte: A autora, 2016.
2. Para o transporte de passageiro, os módulos (removíveis) devem ser um assento para uma pessoa adulta e uma cadeirinha infantil para criança de até seis anos de idade (de sete em diante, ela deve usar o mesmo assento que adulto). Esses módulos ficarão presos em um suporte, também removível, preso na parte de trás (Figura 38). Figura 38 – Suporte dos módulos para transportar passageiros
Fonte: A autora, 2016.
37 3. As rodas traseiras serão menores que a dianteira; elas precisam ser leves e resistentes, pois suportarão mais peso. Além disso, o fato de serem menores facilita o acesso do passageiro adulto ao seu assento (Figura 39). Figura 39 – Rodas traseiras
Fonte: A autora, 2016.
4. A roda dianteira será maior e consequentemente mais pesada, e seu pneu terá sulcos que propiciem boa aderência (Figura 40). Figura 40 – Roda dianteira
Fonte: A autora, 2016.
38 5. A princípio, pensou-se em posicionar o motor no lugar do cubo da roda dianteira, porque é preciso colocar mais peso à frente, uma vez que um volume maior de carga será transportado atrás (Figura 41). Mas isto foi revisto posteriormente. Figura 41 – Motor
Fonte: A autora, 2016.
6. A bateria será removível e posicionada no quadro, como mostra a Figura 42, para que o seu peso fique à frente (pelo mesmo motivo do motor). Ela é de lítio, que é mais leve e será presa com uma tranca para evitar furto (ela é um dos componentes mais caros de uma bicicleta elétrica). Figura 42 – Bateria
Fonte: A autora, 2016.
39 7. O quadro não terá um tubo superior alto, porque precisa ser acessível para um número maior de usuários, e esconderá os fios elétricos e cabos de freio, contribuindo para a limpeza visual do veículo (Figura 43). Figura 43 – Quadro
Fonte: A autora, 2016.
8. O guidão será mais alto que o selim para posibilitar uma postura mais ereta e confortável, pois o foco da Tricicleta não é velocidade, mas conforto e segurança. Ele também terá inclinação que acomode bem o pulso do ciclista (Figura 44). Figura 44 – Guidão
Fonte: A autora, 2016.
40 9. O selim precisa ser confortável: largo, com bico curto, macio e com algo que amorteça impactos, como uma mola (Figura 45). Figura 45 – Selim
Fonte: A autora, 2016.
10. O freio será a disco (Figura 46) em todas as rodas e a frenagem será regenerativa, porque quando se freia, o motor age como um gerador e recarrega a bateria. Figura 46 – Freio
Fonte: SHIMANO, 2016.
41 11. A Tricicleta também terá um ciclocomputador (Figura 47) para mostrar informações como: nível da bateria; velocidade; quilômetros percorridos; rota e tempo para chegar ao destino (GPS integrado); etc. Figura 47 – Ciclocomputador
Fonte: BOSCH, 2016.
12. A segurança contra acidentes e contra roubos e furtos é fundamental para este projeto. Portanto, a Tricicleta terá retrovisores (Figura 48), iluminação na frente e atrás, refletores e buzina – para a segurança no trânsito –, e só andará quando ligada à chave, terá um GPS (que indicará a localização do veículo em aplicativo para celular) e terá a bateria trancada ao quadro – para a segurança contra roubos e furtos. Figura 48 – Retrovisor
Fonte: ZEFAL, 2013.
42 5
GERAÇÃO E ESCOLHA DE ALTERNATIVAS
Nesta fase de geração e escolha de alternativas, um dos parâmetros sofreu alteração: a princípio, foi considerado que a Tricicleta deveria ter um motor na roda da frente, com a intenção de distribuir melhor o peso do veículo; depois, ficou decidido que era mais acertado colocar dois motores atrás, um no eixo de cada roda, para que o veículo não perdesse tração em aclives. Definidos os parâmetros projetuais, fez-se uma coletânea de componentes, produtos já existentes no mercado, que atendiam os requisitos estabelecidos para a Tricicleta (APÊNDICE F). Esses componentes ajudaram a estimar o peso e o custo da Tricicleta. Alguns deles foram de fato incorporados à solução final, alguns sofreram alterações pertinentes ao projeto e outros, a maioria, serviram de referência para a criação de novas soluções. A Figura 49 mostra algumas das alternativas de guidão que foram feitas com base nesses componentes levantados. Figura 49 – Alternativas de guidão (continua)
(a)
(b)
43 Figura 49 – Alternativas de guidão (conclusão)
(c) Legenda: (a) – guidão com ciclocomputador que, além de ter uma lanterna integrada, também funciona como retrovisor, exibindo a imagem capturada por uma câmera localizada na traseira da Tricicleta. Os freios nessa alternativa são acionados ao se girar as manoplas. (b) – guidão com espelhos retrovisores articuláveis nas pontas. (c) – perspectiva e lateral de um guidão carenado com espelhos retrovisores parecidos com de carro, localizados nas pontas, e com uma grande tela para o ciclocomputador. Fonte: A autora, 2017.
Analisou-se também possibilidades de inclinação do garfo, que, quanto mais inclinado, mais aderência tem com o solo, e chegou-se à conclusão de que 20˚ e 25˚ são boas inclinações (Figura 50). Figura 50 – Possíveis inclinações do garfo
Fonte: A autora, 2017.
44 Para fazer as rodas traseiras da Tricicleta se separarem e se juntarem, decidiu-se usar um macaco de carro (Figura 51). Figura 51 – Mecanismo para juntar e afastar rodas traseiras
roda roda
Fonte: A autora, 2017.
Para definir a Tricicleta como um todo, fez-se um esquema seu (no programa Illustrator) utilizando as dimensões dos componentes levantados (do APÊNDICE F) para comparar as suas proporções às de uma bicicleta caiçara feminina, modelo de bicicleta bastante confortável (Figura 52). Assim começou-se a determinar uma distância razoável entre selim e guidão. Figura 52 – Comparação do tamanho da Tricicleta com o de uma bicicleta
Fonte: A autora, 2017.
45 Após isso, desenhou-se a Tricicleta em escala 1:1 para se ter uma melhor noção do seu tamanho real (Figura 53), e usaram-se dois manequins (também em escala 1:1) como parâmetro para ajustar o dimensionamento do veículo (Figura 54). Figura 53 – Desenhos da Tricicleta em escala 1:1 (a)
(b)
(c)
Legenda: (a) – vista lateral da Tricicleta com as rodas traseira afastadas, ou seja, em “modo triciclo”; (b) – vista lateral com as rodas juntas, “modo bicicleta”; (c) – vista superior mostrando as rodas afastadas, em giz branco, e as rodas juntas, em carvão preto. Fonte: A autora, 2017.
46 Os manequins usados foram os de uma mulher de 1,50 m de altura (percentil 5 feminino) e de um homem de 1,81 m (percentil 95 masculino). Eles foram muito importantes para a determinação do posicionamento dos pedais, das alturas mínima e máxima do selim e da altura do guidão, que estava muito baixo. Figura 54 – Manequins em escala 1:1 (a)
(b)
Legenda: (a) – manequim do percentil 5 feminino posicionado na Tricicleta mostrando quatro posições das pernas ao pedalar; (b) – manequim do percentil 95 maculino posicionado na Tricicleta mostrando quatro posições das pernas ao pedalar. Fonte: A autora, 2017.
Os ajustes necessários foram feitos no Illustrator e, após isso, começou-se a fazer modelos virtuais utilizando o programa SolidWorks; modelos esses que foram refinados até que se chegou à solução, apresentada no próximo capítulo.
47 6
SOLUÇÃO
O resultado de todo o processo de desenvolvimento descrito anteriormente é a Tricicleta (Figura 55), veículo elétrico modular e adaptável de três rodas para uso urbano, que é uma alternativa sustentável ao uso do automóvel nas cidades. Figura 55 – Rendering da Tricicleta
Fonte: A autora, 2017.
Ela é adaptável porque pode ser usada com as rodas traseiras afastadas ou juntas. As rodas afastadas lhe confere três pontos de apoio, tornando-a mais estável, melhor para transportar cargas e mais segura para transportar criança, como um triciclo. Com elas juntas, a Tricicleta incorpora vantagens da bicicleta, como maior facilidade de manobrar, de desviar de buracos, de estacionar e de guardar (Figura 56). Essa característica torna o uso do veículo mais flexível e é exatamente por causa dela que ele foi denominado Tricicleta (trici de triciclo e cleta de bicicleta).
48 Figura 56 – A Tricicleta como triciclo e como “bicicleta” (a)
(b)
Legenda: (a) – lateral e perspectiva da Tricicleta com as rodas afastadas; (b) – lateral e perspectiva da Tricicleta com as rodas juntas. Fonte: A autora, 2017.
Na Figura 57, podemos ver o tamanho da Tricicleta em relação a uma pessoa de 1,65 m de altura e algumas de suas principais dimensões e inclinações. O guidão, por exemplo, possui uma inclinação de 30˚ para trás e 15˚ para baixo, visando o conforto do usuário. Também visando conforto, e uma boa aderência do veículo com o solo, o garfo tem uma inclinação de 25˚ com a normal. O selim, que deve se ajustar a ciclistas de diferentes alturas, tem uma inclinação de 20˚ em relação à normal, e fica a 76 cm do solo na posição mais baixa e a 99 cm na mais alta. A roda dianteira é aro 26”, maior que as duas traseiras, que são aro 20”. Nota-se que, quando afastadas, a largura das rodas traseiras não ultrapassa a largura total, que é a do guidão (64 cm), e o comprimento total do veículo é menor do que quando elas estão juntas (1,78 m contra 1,92 m). O espaço entre as rodas afastadas é de 42 cm, o que é suficiente para caber uma cadeirinha infantil, e juntas é de 6 cm apenas. A Tricicleta é alta, com 1,29 m, e o seu peso aproximado é de 40 kg.
49 Figura 57 – Dimensões, em metros, e inclinações principais da Tricicleta
Fonte: A autora, 2017.
A Tricicleta possui cinco módulos removíveis para flexibilizar o seu uso. Um deles é a sua bateria de lítio (Figura 58), um dos tipos menos poluentes e mais leves, o que facilita o transporte e reduz o peso do veículo. Ela fica localizada dentro do quadro e pode ser recarregada na própria Tricicleta ou fora. Caso o usuário tenha duas baterias, pode revezá-las: usar uma enquanto a outra está em casa recarregando.
50 Figura 58 – Bateria
Legenda: à esquerda, a bateria dentro do quadro da Tricicleta; à direita, suas dimensões gerais em milímetros. Fonte: A autora, 2017.
6.1
Transporte de volumes e de passageiros: Os outros quatro módulos são para transportar volumes e pessoas (Figura 59 e 60).
Figura 59 – Módulos para transporte de volumes de passageiros
Legenda: da esquerda para a direita, de cima para baixo: cesta, bagageiro (ambos se prendem ao quadro da Tricicleta), banco para passageiro adulto e cadeirinha infantil (ambos se prendem ao bagageiro). Fonte: A autora, 2017.
51 Para volumes, há: uma cestinha frontal de aproximadamente 9,5 L que acompanha a forma do quadro da Tricicleta, visando limpeza visual, e que possui cortes no fundo para impedir o acúmulo de água; e um bagageiro para levar bolsas, cestas e os dois outros módulos, que são para os passageiros. Um desses módulos que se prende ao bagageiro é um banco acolchoado para adultos (Figura 61), que tem apoio para os pés telescópico, para ser regulado de acordo com o tamanho do usuário, apoio para os braços e cinto de segurança. O outro é uma cadeirinha infantil, que, como mostra a Figura 62, é um produto já existente no mercado da empresa Kalf, modelo Fun Bike. Ela suporta até 22 kg, ou seja, uma criança de até 6 anos. (Ver manual de montagem e instalação no ANEXO C). Esses dois últimos módulos só devem ser usados na Tricicleta com as rodas afastadas, nunca com elas juntas. Figura 60 – Medidas gerais dos módulos (continua) (a)
(b)
52 Figura 60 – Medidas gerais dos módulos (conclusão) (c)
(d)
Legenda: (a), (b) e (d) – medidas gerais em milímetros da cesta, do bagageiro e da cadeirinha infantil, respectivamente; (c) – perspectiva do banco mostrando como o apoio dos pés se estica para acomodar pessoas maiores e medidas gerais em milímetros – sendo que os valores da altura (722) e a largura (642) são para o apoio dos pés totalmente recolhidos. Fonte: KALF, 2016.
Para dimensionar a Tricicleta e o banco do passageiro (adulto), usou-se como referência duas pessoas de tamanhos extremos: uma pessoa muito pequena, de 1,50 m de altura (percentil 5 feminino), e uma muito grande, de 1,81 m (percentil 95 masculino). Na Figura 61, observa-se que tanto a menor quanto o maior ciclista conseguem ficar com a postura bastante ereta, conforme estabelecido nos parâmetros projetuais, e ambos os extremos de passageiros conseguem usar os apoios dos pés, que ficam inclinados, e dos braços.
53 Figura 61 – Menor e maior ciclistas e passageiros adultos
Legenda: da esquerda para a direita, de cima para baixo: menor ciclista e menor passageira; maior ciclista e maior passageiro; maior ciclista e menor passageira; e menor ciclista e maior passageiro. Fonte: A autora, 2017.
É bastante atípico e mesmo raro uma pessoa tão grande viajar como passageiro, porém, como a possibilidade existe, a Tricicleta pode ser montada com um extensor (Figura 62), que alonga o seu comprimento, para que, na subida de ladeiras, o seu centro de gravidade não fique atrás do eixo das rodas traseiras, senão ela corre o risco de empinar. Figura 62 – Extensor da Tricicleta
Legenda: à esquerda, a Tricicleta sem o extensor; à direita, com o extensor (representado em vermelho). Fonte: A autora, 2017.
54 Isso não é um risco nas situações de uso mais comuns: aquelas em que o ciclista é maior que o passageiro, adulto ou criança. A Figura 63 mostra um caso típico: um ciclista médio (cerca de 1,65 m de altura) com uma criança. Figura 63 – Ciclista médio com criança
Fonte: A autora, 2017.
6.2
Os componentes da Tricicleta:
Os numerosos componentes da Tricicleta foram separados em nove grupos: bateria, quadro, transmissão, espaçador, roda traseira, roda dianteira, garfo, guidão e selim. 6.2.1 Bateria: O primeiro grupo de componentes é o da bateria, que consiste na bateria e na sua tampa, que podem ser vistas na Figura 64. Como mostra a Figura 64-b, a bateria possui: uma alça, que ajuda a removê-la da Tricicleta e transportá-la; uma porta para o carregador (em verde); uma fechadura (em vermelho), onde se encaixa uma chave para ligá-la e trancá-la à tampa; uma ranhura (em laranja) para encaixá-la em um trilho presente na tampa; um pino (em amarelo), que a tranca na tampa; e, por fim, portas para os conectores elétricos da Tricicleta. Esses conectores também ficam presos na tampa da bateria, que, por sua vez, fica presa no quadro da Tricicleta (Figura 64-a). Essa tampa possui dois furos: um para a fechadura e outro para o carregador da bateria, o que permite recarregá-la sem removê-la do veículo. Além disso, a própria tampa é capaz de recarregar a bateria, pois possui células solares (Figura 64-c).
55 Figura 64 – A bateria e sua tampa (a)
(b)
(c)
Legenda: (a) – tampa aberta com bateria no quadro da Tricicleta; (b) – bateria e tampa separadas. No canto superior direito, vê-se em um detalhe da tampa o elemento que a prende ao quadro da Tricicleta. (c) – bateria encaixada na tampa. Vê-se as células solares na superfície externa da tampa (azul com linhas brancas). Fonte: A autora, 2017.
56 6.2.2 Quadro: O grupo do quadro é composto por estrutura, carenagem e descanso (Figura 65). A estrutura é formada por tubos de aço e dá suporte a todos os componentes da Tricicleta. Ela possui um sensor de posição angular para determinar o diferencial dos motores4 – representado por linhas verticais verdes na Figura 65-b –, suporte para a cesta frontal com uma tranca, suporte para o gerador e abraçadeiras para o selim e para o bagageiro. Figura 65 – Componentes do quadro (a)
(b)
Legenda: (a) – os componentes do quadro na Tricicleta; (b) – da esqueda para direita: perspectiva da estrutura, detalhe da estrutura mostrando o sensor de posição angular (em verde), perspectiva da carenagem envolvendo a estrutura, e vista lateral do quadro com o descanso abaixado mostrando o arco ele que faz. Fonte: A autora, 2017. Cada roda traseira da Tricicleta possui um motor. O diferencial dos motores é o quanto um deles precisa girar a mais que o outro ao se fazer uma curva. 4
57 Essa estrutura é envolvida por uma carenagem de fibra de vidro bipartida, como uma concha, que esconde ferragens, cabos, fios, bateria e outros componentes, contribuindo para a limpeza visual da Tricicleta. Assim como a tampa da bateria, a carenagem pode conter células solares nas suas laterais e na sua superfície superior. Por fim, o descanso auxilia a afastar e juntar as rodas traseiras e serve para estacionar a Tricicleta quando as rodas estão juntas. 6.2.3 Transmissão: A transmissão (Figura 66) é composta por gerador, pedais e pedivela5. O gerador é uma tecnologia existente no mercado (Bike2, da empresa dinamarquesa Bike2 Aps) muito importante para este projeto, porque substitui a corrente e as engrenagens de bicicletas e triciclos comuns, o que dá liberdade para as rodas traseiras serem usadas juntas ou afastadas. Além disso, ele tem um controlador que gerencia toda a eletricidade da Tricicleta, tanto a que ele produz (quando o ciclista pedala) quanto a da bateria. Visando eficiência, a eletricidade produzida pelo gerador não passa pela bateria, então ele não a recarrega. Os pedais e as pedivelas também são produtos de terceiros que foram incorporados ao projeto. Os pedais são da Wellgo, modelo C098, e as pedivelas são da Shimano, modelo Tourney FC TY501, de 170 mm, e seus detalhes, assim como os do gerador, podem ser vistos no APÊNDICE F. Figura 66 – Componentes da transmissão
Legenda: à esquerda, os componentes da transmissão na tricicleta; à direita, esses componentes em perspectiva. Fonte: A autora, 2017.
5
Pedivela é uma manivela acionada com os pés.
58 6.2.4 Espaçador: O grupo do espaçador (Figuras 67 e 68), é formado por: espaçador, suporte do espaçador, eixos das rodas, molas e kit de operação, que contém as ferramentas necessárias para acionar o espaçador. Figura 67 – O grupo do espaçador
Legenda: o grupo do espaçador na tricicleta (à esquerda) e em perspectiva (à direita). Fonte: A autora, 2017.
Figura 68 – Vistas explodidas do conjunto com cada componente em destaque (a)
(b)
(c)
(d)
Legenda: Em destaque: (a) – espaçador; (b) – suporte do espaçador; (c) – eixos das rodas; (d) – molas. Fonte: A autora, 2017.
59 O espaçador (Figura 68-a) é como um macaco de automóvel e possibilita que as rodas traseiras se juntem e se afastem. Ele fica envolto por seu suporte (Figura 68-b), que o prende ao quadro e lhe dá sustentação. A Figura 69 mostra como, montado no conjunto, o espaçador se move para separar e juntar as rodas traseiras. Figura 69 – O espaçador em funcionamento
Legenda: de cima para baixo, rodas juntas, rodas se separando ou se juntando, e rodas separadas. Fonte: A autora, 2017.
60 Presos ao espaçador, encontram-se os eixos das rodas (em destaque na Figura 68-c), que suportam as pinças de freio, os paralamas e as molas. Essas molas (peças em vermelho mostradas nas Figuras 67, 68-d e 69) servem para amortecer impactos e manter ambas as rodas traseiras no chão durante curvas e em terrenos acidentados, como mostra a Figura 70. No entanto, a sua representação nestas imagens é apenas simbólica, pois outras molas, de outros tipos, poderiam ser usadas e seriam necessários estudos mecânicos e cálculos para saber as suas reais dimensões. Figura 70 – As molas mantêm as rodas traseiras em contato com o chão
Legenda: posição das rodas traseiras quando a Tricicleta anda em linha reta (esquerda) e quando faz curva (direita). Fonte: A autora, 2017.
Como dito anteriormente, o espaçador precisa de um kit de operação composto por algumas ferramentas para ser acionado. São elas uma chave de catraca e o seu extensor, que encaixam-se no eixo do espaçador para operá-lo e, quando não estão em uso, ficam guardados em uma caixa presa embaixo do suporte do espaçador (Figura 71). Figura 71 – Kit de operação (continua) (a)
61 Figura 71 – Kit de operação (conclusão) (b)
(c)
Legenda: (a) – ferramentas dentro da caixa aberta; (b) – ferramentas se encaixando no espaçador; (c) – ferramentas acionando o espaçador. Fonte: A autora, 2017.
6.2.5 Roda traseira: Cada roda traseira é composta por um aro 20”, um pneu com câmera de ar, um motor elétrico e um paralama (Figura 72). Figura 72 – Roda traseira
Legenda: roda montada na Tricicleta (à esquerda) e vista explodida em perspectiva (à direita). Fonte: A autora, 2017.
62 O aro (Figura 73-a) é uma calota sem raios e foi desenhado especificamente para a Tricicleta, assim como o motor (Figura 73-b), que possui um disco de freio integrado e, durante a frenagem, funciona como um gerador, recarregando a bateria (isso se chama frenagem regenerativa). O pneu escolhido para este projeto foi o Konversion, da empresa Kenda, (Figura 73-c) porque ele é reforçado contra perfurações. A câmara de ar, também da Kenda, tem uma válvula Schrader, também conhecida como válvula de bico grosso ou americana, que é a mesmo de automóveis, a mais comum, fácil de encher e resistente. (Ambos componentes estão melhor detalhados no APÊNDICE F). Figura 73 – Alguns componentes da roda traseira
(a)
(b)
(c)
Legenda: (a) – aro com pneu e motor; (b) – motor; (c) – pneu. Fonte: (a) e (b) – A autora, 2017; (c) – KENDA, 2016.
O paralama, além de proteger os usuários de respingos de lama, protege as pernas do passageiro da roda em movimento e contém acessórios para a segurança no trânsito: adesivos refletivos, uma câmara que serve de retrovisor, luz de seta e luz de posição e de freio (Figura 74). Figura 74 – O paralama traseiro e seus dispositivos de segurança
Legenda: os três retângulos preto, amarelo e vermelho indicam respectivamente uma câmera, luz de seta e luz de posição (fraca) e de freio (intensa). As áreas brancas e vermelha mais escura com textura triangular indicam adesivos refletivos. Fonte: A autora, 2017.
63 6.2.6 Roda dianteira: A roda dianteira (Figura 75) é uma roda comum, raiada, aro 26” e apenas o paralama (Figura 76-a) foi desenhado especificamente para a Tricicleta. Os demais componentes são produtos comerciais e podem ser vistos em maiores detalhes no APÊNDICE F. O aro (Figura 76-b) foi escolhido por sua alta resistência e o pneu (Figura 76-c), por ter sido desenhado para bicicletas elétrica e uso urbano. A câmara de ar, como as das rodas traseiras, é da Kenda e possui uma válvula de bico grosso. O cubo6 (Figura 76-d) tem suporte para disco de freio e é compatível com o aro: ambos têm 36 furos para 36 raios de aço inox (Figura 76-e). O freio é a disco e mecânico e seus componentes, o disco e a pinça, a mesma usada nas rodas de trás, podem ser visto na Figura 76-f e 76-g, respectivamente. Figura 75 – Roda dianteira
Fonte: A autora, 2017.
Figura 76 – Os componentes da roda dianteira (continua) (a)
6
Peça por onde passa o eixo da roda.
(b)
(c)
64 Figura 76 – Os componentes da roda dianteira (conclusão) (d)
(e)
(f)
(g)
Legenda: (a) – paralama; (b) – aro Escape 260 Aero, da Vzan; (c) – pneu Kwick Tendril, da Kenda; (d) – cubo DH41SB, da Novatech; (e) – raios de aço inox; (f) – rotor (disco de freio) SM-RT56, da Shimano; (g) – pinça de freio M375, da Shimano. Fontes: (a) – a autora, 2017; (b) – VZAN, 2016; (c) – KENDA, 2016; (d) – NOVATECH, 2016; (e) – DESCONHECIDA; (f) e (g) – SHIMANO, 2016.
6.2.7 Garfo: O garfo (Figura 77) tem um amortecedor (na espiga7), suporte para a pinça de freio e guias para o cabo de freio não ficar solto – ele deve passar por dentro da espiga para ir até a manete, no guidão. Encaixado no topo da espiga há o avanço, peça de segurança que prende o garfo ao guidão. Figura 77 – O garfo
Legenda: garfo montado na Tricicleta, à esquerda; em perscpectiva e em detalhe do garfo, à direita. Fonte: A autora, 2017.
7
Tubo do garfo que se encaixa no quadro.
65 6.2.8 Guidão: O grupo do guidão (Figura 78) contém: guidão, acelerador e marcha, manetes de freio, manopla, carenagem, ciclocomputador, retrovisor, farol, setas e buzina. É um projeto original (nada assim existe no mercado) feito com base no que foi visto nos levantamentos. Figura 78 – O guidão
Fonte: A autora, 2017.
O guidão em si (Figura 79-a) é um tubo largo, com as pontas inclinadas para trás, para dar maior conforto ao usuário, e serve para estruturar os demais componentes. Na Figura 79-b, estão em destaque o controle de marchas (em ciano, do lado direito) e o acelerador (em vermelho, do lado esquerdo). O acelerador aciona a bateria, mas diferente de um acelerador comum, não precisa ser segurado na posição desejada. Basta girá-lo até a velocidade pretendida e soltá-lo, pois ele funciona como um cruise control, que desarma na frenagem. É possível usar o acelerador e pedalar ao mesmo tempo, só usar o acelerador, ou só pedalar. O usuário decide o que é melhor para ele. Na Figura 79-c, estão em destaque as manetes de freio, que são emborrachadas, e a do lado direito aciona simultaneamente os dois freios traseiros. Na Figura 79-d, estão em destaque as manoplas (azuis) – que são comuns, emborrachadas e com elevações nas pontas para não escapulir das mãos do ciclista –, os dois dispositivos de setas (amarelas) que se encaixam nas pontas do guidão e a carenagem (cinza). Figura 79 – Alguns componentes do guidão (continua) (a)
66 Figura 79 – Alguns componentes do guidão (conclusão) (b)
(c)
(d)
Legenda: destaque em: (a) – guidão; (b) – acelerador (vermelho) e marcha (ciano); (c) – manetes de freio; (d) – manoplas (azuis), dispositivos de seta (amarelos) e carenagem (cinza). Fonte: A autora, 2017.
A carenagem integra todos os demais componentes e esconde cabos e fios, contribuindo para a limpeza visual da Tricicleta. Ela também é a base de outros componentes, como as telas do ciclocomputador e do retrovisor (Figura 80), e tem inclusive um quebra-sol para protegê-las. Além disso, ele é fosco e escuro para diminuir o reflexo da luz solar e não ofuscar o ciclista. A tela menor (Figura 80-a) é sensível ao toque e pertence ao ciclocomputador, que possui GPS, bluetooth e acesso à rede, podendo parear com o celular do usuário através de um aplicativo próprio para trocar informações como a localização da Tricicleta (o que é útil se ela for roubada) e rota de viagem (o usuário escolhe o seu destino pelo celular e o trajeto aparece na tela do ciclocomputador). Mostra também o nível da bateria, a velocidade da Tricicleta, a distância percorrida e a temperatura do ambiente. Possui relógio, cronômetro e várias outras funcionalidades. A tela maior (Figura 80-b) é o retrovisor, elemento muito importante para garantir a segurança no trânsito. Ela mostra o que é captado pelas duas câmeras traseiras posicionadas nos paralamas e tem linhas de referência de distância para que o ciclista saiba o quão longe está de outros veículos e pedestres. Essa tela se integra melhor ao guidão do que um simples espelho, contribuindo para a limpeza visual da Tricicleta.
67 Figura 80 – Vista superior do guidão (a)
(b)
Legenda: destaque em: (a) – ciclocomputador; (b) – retrovisor. Fonte: A autora, 2017.
Para a segurança no trânsito, o guidão da Tricicleta tem ainda um farol de LED, luzes de seta e buzina (Figura 81). O farol (em branco na Figura 81-a) possui um sensor de luminosidade que o acende e apaga automaticamente. Mas há ainda um pequeno botão de liga e desliga embaixo da carenagem, caso o ciclista queira sobrescrever o sensor. Além das luzes de seta nos paralamas traseiros, há outras na frente e nas pontas do guidão (em amarelo na Figura 81), acionadas com os polegares em botões protuberantes localizados próximos às manoplas, na parte posterior da carenagem. Esses botões podem ser vistos de frente na Figura 81-b e de cima na Figura 80. Ao ligar as setas, o ciclista recebe feedback sonoro e luminoso (cujos LEDs podem ser vistos na Figura 80, posicionados acima do retrovisor). O feedback sonoro sai pelas saídas da buzina: os dois autofalantes triangulares vistos Figura 81-a contornados pelo amarelo das setas. O som da buzina pode ser alterado e ela pode ser acionada com os polegares ou com as palmas das mãos no botão comprido presente na parte posterior da carenagem (Figura 81-b), junto aos botões das setas.
68 Figura 81 – Vistas frontal e posterior do guidão (a)
(b)
Legenda: (a) – vista frontal, que mostra o farol (branco), luzes de seta (linhas amarelas dos lados do farol) e as saídas da buzina (no meio das setas amarelas); (b) – vista posterior, que mostra mais luzes de seta (amarelas, nas pontas do guidão), seus dois botões de acionamento (elipses próximas às manoplas, na carenagem), o grande botão da buzina (que ocupa quase toda a superfície posterior da carenagem, se estendendo por baixo dos botões das setas) e o pequeno botão do farol (no meio da imagem, embaixo do botão da buzina). Fonte: A autora, 2017.
6.2.9 Selim: O selim é o Comfort gel, da empresa Outerdo, e foi escolhido por seu conforto. É largo e composto por espuma de alta densidade. Tem o bico curto, molas e uma faixa refletora que contribui para a segurança no trânsito. Mais detalhes podem ser vistos no APÊNDICE F. Figura 82 – O selim
Fonte: OUTERDO, 2016.
69 CONCLUSÃO A Tricicleta, resultado deste projeto, é uma alternativa inovadora, saudável e sustentável ao automóvel nos pequenos deslocamentos no meio urbano. É capaz de atender a diversas necessidades devido à flexibilidade conferida pelos seus módulos removíveis e por sua capacidade de alternar entre veículo estável (modo triciclo) e compacto (modo bicicleta). É visualmente limpa, diferente de quase todos os triciclos e bicicletas vistos, e possui dispositivos de segurança que esses veículos não possuem. Com esses fatores e o seu preço estimado em cerca de R$ 4.000, é possível afirmar que ela é uma boa substituta para o carro, embora seja necessária a construção de modelos físicos e protótipos para testar as suas qualidades no mundo real. Com o limite de tempo estabelecido para a conclusão deste projeto, algumas alternativas não foram contempladas: 1. Futuramente, a Tricicleta poderá possuir um sensor de pulso para que o esforço de pedalar seja ajustado automaticamente e pessoas com problemas cardíacos possam se exercitar sem riscos. 2. Atualmente, o espaçador é acionado manualmente, mas pode-se inserir um motor para facilitar essa operação. 3. A tela do retrovisor pode ser 3D (como a de um Nintendo 3DS), pois sua imagem é formada por duas câmaras, mas serão necessários mais estudos, tendo em vista que ela precisa ser colocada em uma posição ideal em relação aos olhos do ciclista. 4. Pode-se incorporar entradas USB para recarregar celulares e entrada de fone de ouvido, pois será possível sincronizar músicas e até mesmo vídeos do celular com a tela do ciclocomputador por meio de bluetooth. 5. Pode existir uma base para a Tricicleta ser usada como uma bicicleta ergométrica. 7. O quadro pode conter células solares. 6. Pode-se introduzir um reboque para cargas maiores atrás e uma cadeirinha infantil na frente. 8. Pode existir uma cesta para cargas volumosas entre as rodas traseiras. (Essa ideia estava nos parâmetros projetuais, mas não foi contemplada neste trabalho por falta de tempo). 9. Os adesivos e faixas refletivos podem ser colocados em outros pontos além dos mostrados neste trabalho, como no banco do passageiro. 10. As inclinações do garfo e do canote do selim podem ser revistas para que eles fiquem paralelos. 11. Os encaixes do bagageiro precisam ser paralelos.
70 REFERÊNCIAS
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74 APÊNDICE A – Veículos leves
No início do projeto, pesquisou-se exemplos de veículos leves com potencial para substituir o automóvel nos deslocamentos curtos pela cidade. A princípio, o foco foi em bicicletas dobráveis e veículos similares de duas rodas. Logo em seguida, o levantamento se expandiu, passando a incluir patins, skates, triciclos e patinetes. As Figuras 83 e 84 são trechos de duas apresentações de slides feitas na época, que mostram alguns exemplares dos veículos vistos naquela etapa de desenvolvimento do projeto. Figura 83 – Veículos dobráveis de duas rodas (continua)
75 Figura 83 – Veículos dobráveis de duas rodas (conclusão)
Fonte: A autora, 2017.
Figura 84 – Patinetes, skates, patins e triciclos (continua)
76 Figura 84 – Patinetes, skates, patins e triciclos (continuação)
77 Figura 84 – Patinetes, skates, patins e triciclos (continuação)
78 Figura 84 – Patinetes, skates, patins e triciclos (continuação)
79 Figura 84 – Patinetes, skates, patins e triciclos (continuação)
80 Figura 84 â&#x20AC;&#x201C; Patinetes, skates, patins e triciclos (conclusĂŁo)
Fonte: A autora, 2017.
81 APÊNDICE B – Recursos para integração com os modais coletivos de transporte
Pesquisa sobre formas de integrar a bicicleta aos transportes públicos, levando-a junto ou deixando-a em bicicletários ou armários próximos às estações de ônibus, metrô e trem (Figura 85). Figura 85 – Integrar a bicicleta aos coletivos (continua)
82 Figura 85 – Integrar a bicicleta aos coletivos (continuação)
83 Figura 85 – Integrar a bicicleta aos coletivos (continuação)
84 Figura 85 â&#x20AC;&#x201C; Integrar a bicicleta aos coletivos (conclusĂŁo)
Fonte: A autora, 2017.
85 APÊNDICE C – Bicicletas e triciclos para o transporte de cargas e passageiros
A Figura 86 mostra os slides de uma apresentação que contém alguns exemplos levantados de triciclos e bicicletas para transporte de cargas e passageiros. Figura 86 – Bicicletas e triciclos cargueiros (continua)
86 Figura 86 – Bicicletas e triciclos cargueiros (continuação)
87 Figura 86 – Bicicletas e triciclos cargueiros (continuação)
88 Figura 86 – Bicicletas e triciclos cargueiros (continuação)
89 Figura 86 – Bicicletas e triciclos cargueiros (continuação)
90 Figura 86 â&#x20AC;&#x201C; Bicicletas e triciclos cargueiros (conclusĂŁo)
Fonte: A autora, 2017.
91 APÊNDICE D – Tipos de roda
Na etapa de levantamento, foram vistos vários tipos diferentes de um mesmo componente. A Figura 87 mostra os slides de uma apresentação que contém alguns exemplos de rodas. Figura 87 – Tipos de roda (continua)
92 Figura 87 – Tipos de roda (continuação)
93 Figura 87 – Tipos de roda (continuação)
94 Figura 87 – Tipos de roda (continuação)
95 Figura 87 – Tipos de roda (continuação)
Fonte: A autora, 2017.
96 APÊNDICE E – Tipos de componentes elétricos
Na etapa de levantamento de alternativas, fez-se uma apresentação de slides, que pode ser vista na Figura 88, contendo as principais informações coletadas sobre quatro categorias de componentes elétricos: acionamento do motor, bateria, motor e mostrador. Figura 88 – Componentes elétricos (continua)
97 Figura 88 – Componentes elétricos (continuação)
98 Figura 88 – Componentes elétricos (continuação)
99 Figura 88 – Componentes elétricos (continuação)
100 Figura 88 – Componentes elétricos (continuação)
101 Figura 88 – Componentes elétricos (continuação)
102 Figura 88 – Componentes elétricos (continuação)
103 Figura 88 – Componentes elétricos (continuação)
104 Figura 88 – Componentes elétricos (continuação)
105 Figura 88 – Componentes elétricos (continuação)
106 Figura 88 – Componentes elétricos (continuação)
107 Figura 88 – Componentes elétricos (continuação)
108 Figura 88 – Componentes elétricos (continuação)
109 Figura 88 – Componentes elétricos (continuação)
110 Figura 88 – Componentes elétricos (continuação)
111 Figura 88 – Componentes elétricos (conclusão)
Fonte: A autora, 2016.
112 APÊNDICE F – Componentes de referência
A Figura 89 mostra uma apresentação de slides feita na fase de geração e escolha de alternativas contendo ideias para a configuração da Tricicleta e os componentes existentes no mercado que melhor atendem os parâmetros projetuais. A Figura 90 é uma lista desses componentes com seus preços, pesos e dimensões. Figura 89 – Componentes de referência (continua)
113 Figura 89 – Componentes de referência (continuação)
114 Figura 89 – Componentes de referência (continuação)
115 Figura 89 – Componentes de referência (continuação)
116 Figura 89 – Componentes de referência (continuação)
117 Figura 89 – Componentes de referência (continuação)
118 Figura 89 – Componentes de referência (continuação)
119 Figura 89 – Componentes de referência (continuação)
120 Figura 89 – Componentes de referência (continuação)
121 Figura 89 – Componentes de referência (continuação)
122 Figura 89 – Componentes de referência (continuação)
123 Figura 89 – Componentes de referência (continuação)
124 Figura 89 – Componentes de referência (continuação)
125 Figura 89 – Componentes de referência (continuação)
126 Figura 89 – Componentes de referência (continuação)
127 Figura 89 – Componentes de referência (continuação)
128 Figura 89 – Componentes de referência (continuação)
129 Figura 89 – Componentes de referência (continuação)
130 Figura 89 – Componentes de referência (conclusão)
Fonte: A autora, 2017.
131 Figura 90 â&#x20AC;&#x201C; Lista de componentes
Fonte: A autora, 2017.
132 ANEXO A – Resolução nº 465, de 27 de dezembro de 2013
Dá nova redação ao Art. 1º da Resolução no 315, de 08 de maio de 2009, do CONTRAN, que estabelece a equiparação dos veículos ciclo-elétrico, aos ciclomotores e os equipamentos obrigatórios para condução nas vias públicas abertas à circulação e dá outras providências. O CONSELHO NACIONAL DE TRÂNSITO – CONTRAN, no uso das atribuições que lhe são conferidas pelo art. 12 da lei nº 9.503, de 25 de setembro de 1997, que institui o Código de Trânsito Brasileiro - CTB e conforme o Decreto nº 4.711, de 29 de maio de 2003, que dispõe sobre a coordenação do Sistema Nacional de Trânsito; Considerando a necessidade de apoio às políticas de mobilidade sustentável e a crescente demanda por opções de transporte que priorizem a preservação do meio ambiente; Considerando os permanentes e sucessivos avanços tecnológicos empregados na construção de veículos, bem como a utilização de novas fontes de energia e novas unidades motoras aplicadas de forma acessória em bicicletas, e em evolução ao conceito inicial de ciclomotor; Considerando o crescente uso de ciclo motorizado elétrico em condições que comprometem a segurança do trânsito; Considerando o que consta no processo administrativo no 80001.003430/2008-78; RESOLVE: Art. 1º O parágrafo único do artigo 1º da Resolução CONTRAN Nº 315/2009 fica renumerado para § 1º. Art. 2º Ficam incluídos os parágrafos 2º, 3º e 4º, no art. 1º da Resolução CONTRAN No 315/2009, com a seguinte redação: Art 1º........................................................................................................................... § 1º .............................................................................................................................. § 2º Fica excepcionalizado da equiparação prevista no caput deste artigo os equipamentos de mobilidade individual autopropelidos, sendo permitida sua circulação somente em áreas de circulação de pedestres, ciclovias e ciclo faixas, atendidas as seguintes condições: I – velocidade máxima de 6 km/h em áreas de circulação de pedestres; II – velocidade máxima de 20 km/h em ciclovias e ciclo faixas; III – uso de indicador de velocidade, campainha e sinalização noturna, dianteira, traseira e lateral, incorporados ao equipamento; IV – dimensões de largura e comprimento iguais ou inferiores às de uma cadeira de rodas, especificadas pela Norma Brasileira NBR 9050/2004. § 3º Fica excepcionalizada da equiparação prevista no caput deste artigo a bicicleta dotada originalmente de motor elétrico auxiliar, bem como aquela que tiver o dispositivo motriz
133 agregado posteriormente à sua estrutura, sendo permitida a sua circulação em ciclovias e ciclo faixas, atendidas as seguintes condições: I – com potência nominal máxima de até 350 Watts; II – velocidade máxima de 25 km/h; III – serem dotadas de sistema que garanta o funcionamento do motor somente quando o condutor pedalar; IV – não dispor de acelerador ou de qualquer outro dispositivo de variação manual de potência; V – estarem dotadas de: a) indicador de velocidade; b) campainha; c) sinalização noturna dianteira, traseira e lateral; d) espelhos retrovisores em ambos os lados; e) pneus em condições mínimas de segurança. VI – uso obrigatório de capacete de ciclista. § 4º Caberá aos órgãos e entidades executivos de trânsito dos municípios e do Distrito Federal, no âmbito de suas circunscrições, regulamentar a circulação dos equipamentos de mobilidade individual autopropelidos e da bicicleta elétrica de que tratam os parágrafos 2º e 3º do presente artigo. Art. 3º Fica revogada a Resolução CONTRAN Nº 375/11, de 18 de março de 2011. Art. 4º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação. Morvam Cotrim Duarte Presidente em Exercício Mario Fernando de Almeida Ribeiro Ministério da Defesa Rone Evaldo Barbosa Ministério dos Transportes José Maria Rodrigues de Souza Ministério da Educação Luiz Otávio Maciel Miranda Ministério da Saúde Paulo Cesar de Macedo Ministério do Meio Ambiente
134 ANEXO B – The Ultimate Guide to Bike Handlebars
By Terence Custodia on May 09, 2017 Handlebars. All bikes whether mountain bikes, road bikes or singlespeed fixed-gear bikes use a trusty handlebar. There are so many types out there. Each has its own unique advantages and disadvantages that can make or break your biking experience. Handlebars greatly influence the overall handling, stability and reliability of your bike, so picking the right type for your biking style is essential. I have created an easy understandable handlebar guide to show you the essential differences between each kind of handlebar. After reading this no-nonsense guide, you can probably cite “handlebar guru” in your resume. I even took a considerable amount of time animating that gif above so that this guide really feels like the best most complete guide out there. So let’s get straight to it. I bring you the ultimate guide to bicycle handlebars. Handlebar Ratings As most seasoned riders know, a lot of this goes down to personal preference, however, it is essential to understand the natural tendencies of each type of handlebar. Comfort is defined by how it keeps your hands and body comfortable. Versatility is defined by the different types of biking styles you can use with it. Leverage is defined by how much power you can transfer to the pedals. Aerodynamics is defined by how it allows you to decrease wind drag. Control is defined how much lift and turning capability it gives you. Figura 91 – Parâmetros para a escolha de um guidão
Fonte: CITY BICYCLE CO., 2016.
135 Figura 92 – Alguns tipos de guidão
Fonte: CITY BICYCLE CO., 2016.
1
Flat Bars
Flat handlebars are the standard type of bars for most bikes. They are characterized with being completely flat although in most cases, there is a very slight bend towards the rider. They are very popular among cross-country riders due to their versatility. You can essentially “put a lot of stuff on them” since it’s just a straight bar. This simplicity also makes steering predictable and precise. PROS Versatile and simple - You can easily attach lights, brake levers, phone holders and other auxiliary biking equipment. It’s also easier to fit different types of bar ends to provide extra hand positions and functions.
136 Better for climbing - Another reason flat bars are popular among cross-country riders is it makes leaning forward easier. Moving your body towards the bike bar during a climb improves leverage and shifting your weight to the front improves the tire grip on the road. Better for tight spaces - Flat bars are typically narrow. This makes getting them through doors and corridors easier. Lighter and cheaper - If you like carrying your bike around, every ounce of extra weight counts. A flat bar’s simple shape allows it to be stronger with less material. This equally makes it cheaper to manufacture and purchase. Less lower back load - If you have ongoing back problems, having your weight distributed evenly between the bike seat and the handlebar puts less pressure on your spine. Also make sure that your bike is properly adjusted. Check out our article on the 10 biggest biking mistakes to make sure your bike is properly balanced. There are few other advantages of having flat handlebars, here is an interesting forum discussion about the nuances of using a flat bar for riding. CONS Not optimal for risky courses - Flat bars are not well suited for performing tricks and “free riding” on a bike. Riding over tough terrain and jumping over obstacles require a more upright position to give the rider more leverage for pulling the front tire. Not good for speed - It is very hard to go into a tuck position while using flat handlebars. 2
Riser Bars
Riser bars are essentially flat bars that rise from the center clamp area. Risers are also typically wider than flat bars. These types of handlebars are commonly used in trail biking since it allows the rider to be more upright. Clint Gibbs made an informative youtube video on the advantage of a riser bars over flat bars for trail biking. PROS More control - A wider handlebar gives you more leverage. This make turning easier and require less energy. If you go through long winding roads with lots of debris, it’s a good idea to use wide riser bars. Better for wrists - In addition to the back sweep that gives a more comfortable grip, riser bars allow the rider to sit farther back allowing less weight to be distributed to the front. For people who have wrist problems, this will help relieve stress. Better for trail and free riding - The wider handle bar grip and weight distribution towards the back allows the rider more control making it better for riskier courses and rough terrain. You can give it negative rise - The higher handlebar would usually make it less suitable for climbing, but what some riders do is they flip the handle upside down to make it better suited for climbing.
137 CONS More expensive - The additional rise requires more material to keep the bar strong and stable so they will be heavier and a little pricier than your typical flat bar. Heavier than flat bars - If you use bike racks to transport your bikes, every ounce of extra weight counts. Wider handlebars - Despite giving you more control, wide handlebars make it more likely to snag tree trunks, twigs and other annoying things. This also makes bikes with riser handlebars harder to store since it will be harder to fit through doors and corridors. Not good for climbing - With a normal set-up, riser bars are more difficult for tackling uphill rides. Bad aerodynamics - Similar to flat bars, it is difficult to tuck while using riser resulting in bad aerodynamic capabilities when against head wind or going for high speeds. 3
Bullhorns
Bullhorn handlebars are bike bars that curve up and forward. A pursuit handlebar is a slight variation to your typical bullhorn bar. A typical bullhorn simply curves forward and up. A pursuit bullhorn bar curves forward, drops down slightly and then curves back up again. PROS Great aerodynamics - Bullhorns are essentially flat bars that allow you to get lower when facing headwind or going at fast speeds. This makes it better than flat bars and risers for speed oriented biking such as track racing. Best bars for climbing - Flat bars gives your body room to move forward and up when climbing hills. Bullhorn bars not only give you room, but the horns allow you to move even further up and forward when climbing giving the rider the best possible leverage when pedaling uphill. Pursuit bars are better for speed - Pursuit bullhorns have a drop in them allowing the rider to go into an even deeper tuck than you could with a typical bullhorn which makes it better for speed and leverage. They look badass - Not to mention, they are called bullhorns. CONS Not suitable for frequent tight turns - Despite the fact that bullhorns are functionally flat bars with horns, they are typically shorter than flat bars due to the spacing needed for the forward curve.This gives you less leverage when turning the handlebars. The extra front clearance also increases your chances of snagging something when going through tight paths.
138 4
Drop Bars
Drop bars are very popular among bike enthusiast due to it’s balance of great looks and versatility. Typical drops bars have a straight middle section similar to a flat bar with each end curving downwards and towards the rider. There are several types of drop bars defined by their reach (how far forward it curves), drop (how low the bars go) and width (how wide the bar is). Classics have a long reach and a deep drop. Compacts have a short reach and shallow drop. Ergo or Anatomic drop bars are designed to feel more comfortable for the hand by varying the shape of the drop. Track drop bars have large radius curves that encourage the use of the “hooks” which is the preferred position of track bicycle racers. Randonneur bars have a shallow rise from the middle and the drops flare out. These are better for longer rides than other types of drop bars. Drop-in bars are essentially drop bars that curve back in to the head tube at the bottom of the drop. PROS Great aerodynamics - Drop bars allow the rider to tuck similar to bullhorns. If you are planning on doing a lot of track racing, investing in a good pair of drop bars is worth the time and effort. Highly versatile - A lot of riders add a brake hood to their drop bars which functions as an added bullhorn bar for some extra hand positions. A lot of people find brake hoods more comfortable for the hand than the flat bar because it keeps your hand at a neutral position. The addition of hoods also allow drops to functions as “miniature” bullhorns which makes them better for climbs. Better leverage for pedaling - A lot of riders feel like they can exert more power to the pedals with less effort when in a tuck position. Good for bike enthusiasts - Flat bars are good for the typical biker who likes to just cruise and not much else. For a bike enthusiast who does general biking in the city on flat roads but occasionally wants to venture into some track type of biking, drop bars very much fit the bill. They look cool - Even though I personally find bullhorns the most attractive looking handlebars, I occasionally cheer for the drop bar team. CONS Not good for frequent tight turns - Similar to bullhorn bars, drop bars are not best suited for frequent tight turns. The hand positioning on the drops means your hand will hit debris before the handlebar. May not be good for trail biking - Although a good amount of trail bikers use drop bars, caution should be taken if you plan on using it for riding rough terrain since the position puts a lot of stress to the wrist. Riding drops on trails may exacerbate wrist problems such as ulnar never pains and carpel tunnel pain.
139 5
Aero Bars
Aero bars or triathlon bars are primarily used for time-trial cycling where the rider competes alone against the clock. Using two extended bars close together to grab unto with armrest pads to wrest the forearms, these bars put the rider into a narrow forward tuck position to further decrease air drag. PROS Superb aerodynamics - Even though the narrow tuck position can seem uncomfortable, if you are riding against the wind, descending or cycling above speeds of 27mph, assuming a more aerodynamic stance can work wonders. Can be used to rest your hands - Some riders set up aero bars not for aerodynamics but to rest their arms and wrists called the praying mantis position. Clip-on Aero bars - You donâ&#x20AC;&#x2122;t have to ride exclusively with aero bars, aero kits can easily be added unto drop bars and bullhorns if you want the option to assume a very narrow tuck position. In fact this is the common way aero bars are incorporated into biking. CONS Can be dangerous - Aero bars put the rider at a disadvantageous position to react to unexpected turns and road obstacles. Despite being aerodynamically better, they draw the hands away from the brakes. Due to this, it is illegal in most group racing events. Bad for climbing - The rider position when using aero bars makes it harder to apply power when pedaling, so it is not very good for climbing. 6
Cruiser Bars
These are the types of bars you want to use while riding to the candy shop. They are also known as North Road or Upright handlebars. Due to its extreme sweep, these types of bars allow the rider to control the bike while sitting completely upright. PROS Superb comfort - The position of the handlebars puts the wrists in the most natural position while riding. Aesthetics - Cruiser handlebars gives your bike a very cute homely look that is very easy on the eyes. Itâ&#x20AC;&#x2122;s the type of handlebar you bring home to mom. Suitable for baskets - The swept back design of the handlebar not only leaves room at the front, but also keeps weight balanced even if you put a basket in front and fill it with groceries.
140 CONS Need more seat padding - Since the handlebars encourage a more upright position, that also means more weight will be transferred to the bike seat. Using narrow bike seats with little padding would not be kind to your butt while using cruiser bars. Hills are your enemies - Cruiser handlebars are bad for climbing. If you see a hill while riding a cruiser, you might as well walk. 7
Butterfly Bars
Also known as touring or trekking bars, These bars are designed for a wide variety of hand positions for long rides. It also provides a lot of shelf space for things you may need during long rides like mirrors, phones, maps and even bags. Here is an interesting article on “The Art of Bicycle Touring” by Neil Gunton that cites a lot of creative uses and modifications for butterfly bars. PROS Practical for long rides - The figure-eight handlebar virtually acts as a semi-stable shelf space to place items you may need quick access to during long rides. Better for the wrists - The irregular shape of the bar gives plenty of different hand positions one may need during a long ride. Better for shifters - If you use shifters, many riders declare butterfly bars as better version of flat bars because you can position the shifters right in front of your hands as illustrated here by an elated blogger. CONS Heavier - Since these bars have irregular curves and are generally used for utility, they are often heavier than most handlebars. The huge amount of extra weight may not be a big deal to most, but, as previously stated in this article, those who travel with their bikes using mounted bike racks, an extra few pounds count. 8
Honorable Mentions
The above are currently the most commonly used types of handlebars. If this was a typical handlebar guide we would stop right there, but since this titled “the ultimate guide” we will keep going to include all the other types of handlebars. BMX handle bars - These handlebars are equipped to handle a lot of abuse and gives the rider a very stable base even when a lot of weight is put on the handlebars. It is the type of bar most commonly used to perform bike tricks like these.
141 H bars - These bars come in a variety of looped, bent and normal h-bars. These types of bars gives you even more hand positions, but makes putting brake levers and shifters a challenge. Ape hangers - These handlebars have such a high rise that the rider has to reach up to steer the bike. Due to its ridiculous specs, there had been some intense pressure from consumer advocacy groups to outlaw these types of handlebars that they are regulated in certain jurisdictions. Despite how ridiculous it looks, I bet they make your armpits feel great. Porteur bars - A variation of the cruiser bar.This type of bar is designed to accommodate front mounted bike racks. An article by LongLeaf shows a custom porteur bike carrying a large (but not so heavy) package. Condorino bars - Originating from Italy during the 1950s, this handlebar has a very interesting shape that curves forward and then protrudes straight out. It oddly looks like an over-sized bottle opener. Whatton bars - These handlebars are used with Penny-farthing bikes. They are designed in such a way that riding a penny-farthing isnâ&#x20AC;&#x2122;t a total suicide by allowing the rider to land feet first in case they need to bail. Mustache handlebars - These interestingly named bars are essentially drop bars with very little drop. Recumbent handlebars - These are handlebars often used with recumbent bikes. Know Yourself Biking is an efficient, cost-effective and healthy way to go from point A to to point B. It is also an expression of individuality because biking styles often reflect the personality of the rider i.e. laid-back people would prefer cruiser handlebars while a hyperactive person like me would prefer a handlebar that can offer a lot of differing biking styles. Using a bicycle handle that makes you feel like you are one with your bike not only in terms of handling and performance, but also feels like an extension of yourself, is essential. In this road bike handlebar review I hope I have helped you find the perfect handlebar. Not only that, I hope the information contained in this guide enables you to enrich your overall biking experience.
142 ANEXO C – Manual de montagem e instalação da cadeirinha infantil Figura 93 – Manual de montagem e instalação da cadeirinha Fun Bike da Kalf
Fonte: KALF, 2016.