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Os mistérios do Triângulo das Bermudas. E se não sonhássemos? Saiba como seria as a vida sem os sonhos. Marcelo Gleiser revela segredos sobre a velocidade do tempo.
ANO 1 - nº 1, Set. 2012 R$ 14,90
Desafio: você sabe tudo sobre o planeta vermelho?
ATÉ O ÚLTIMO
PASSO
Chega ao fim a saga de Neil Armstrong. Conheça a trajetória do 1º homem a pisar na Lua.
AO LEITOR_
1º passo de uma nova aventura
www.globo.com DIRETOR-CHEFE Washington Dias Lessa DIRETORAS DE DESIGN Paula de Pinho e Victória Sá
Nós temos o orgulho de apresentar este novo projeto da editora Globo. Estamos trabalhando para levar a você, leitor, notícias e curiosidades sobre o mundo das ciências de uma maneira instigante. Foi com essa motivação que criamos a Revista Darwin. Com ela em mãos, você poderá desfrutar de momentos de relaxamento enquanto aprende novas coisas e fica por dentro das últimas descobertas científicas. Nesta 1ª edição, neste nosso 1º passo, trazemos como reportagem de capa a triste notícia do falecimento de Neil Armstrong e fazemos uma retrospectiva de sua vida, desde antes do seu Grande Passo até o seu Último. Aproveitamos também para falar sobre a Agência Espacial Norte-Americana, a NASA, e algumas tecnologias desenvolvidas por ela que são de grande importância para nossas vidas cotidianas, por se inserirem em diversos produtos e equipamentos que possuimos. Não vai faltar assunto para conversar com seus amigos. Na seção Curioso, você encontrará matérias curtas, de apenas 2 páginas cada, falando sobre algumas curiosidades, descobertas científicas ou sobre fenômenos que merecem a atenção de pesquisadores e
cientistas. A Darwin tem a seção Personagem, para te informar sobre personalidades reais ou, para descontrair, da ficção, como Marty McFly da trilogia De Volta para o Futuro. Para fechar a Darwin com chave de ouro, divirta-se e teste seus conhecimentos sobre algum assunto no nosso Desafio, que nesta edição é sobre o Planeta Vermelho: você pode verificar se já está por dentro de tudo relacionado à Marte. Se você quer saber como funciona alguma coisa ou quer saber mais sobre algo específico, pode nos mandar um e-mail! Sua pergunta com a resposta de um dos nossos especialistas tem a chance de ser publicada na seção Googlamos Pra Vc, que é o seu espaço aqui na Darwin. Como esta é a primeira edição, trazemos a seção especial O Que É, na qual falamos sobre a incrível (e atualmente impossível) tecnologia da Terraformação. Você vai se impressionar. Agora, leitor, vire a página, vá até o Menu Iniciar, e escolha sua próxima parada em uma das várias matérias que a Revista Darwin preparou para você! Aproveite! Bem-vindo a bordo e esperamos vê-lo sempre por aqui! Até a próxima edição!
Paula de Pinho e Victória Sá, Designers da Darwin
EDITORAS DE FOTOGRAFIA Paula de Pinho e Victória Sá DIAGRAMADORAS Paula de Pinho e Victória Sá JORNALISTA RESPONSÁVEL Armando Ferrentini DIRETOR DE REDAÇÃO Pedro Yves REPORTAGENS Geremário Silva, Estêvão Albuquerque, Júlio Guedes, Vinícius Mattos e Sílvia Lee DIRETOR COMERCIAL Yuri Santos COORDENADOR COMERCIAL DIGITAL Igor Rosa GERENTE MASTER DE MARKETING Victor Cupertino DIRETOR-EXECUTIVO Tiago A. Milani Ferrentini DIRETOR DE RELACIONAMENTO E LOGÍSTICA Lucas Paiva
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MENU INICIAR_
06 GOOGLAMOS PRA VC
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08 BATE-PAPO Marcelo Gleiser nos revela curiosidades sobre o tempo.
CURIOSO 10 E se não sonhássemos?
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Decubra a importância dos sonhos e como as nossas vidas seriam ruins sem eles.
12 Seu PC esconde coisas de você Já parou para pensar em quantas coisas há no seu computador e você nem faz ideia?
14 Todas as crianças são cientistas
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Brincadeira de criança é coisa séria e ajuda no desenvolvimento cognitivo e na aprendizagem.
16 Teoria conspiração: a Terra-plana Saiba como é o mundo para pessoas que acreditam que a Terra é plana!
PERSONAGEM
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18 Martin McFly Tudo sobre um dos pesonagens mais queridos da ficção cietífica.
O QUE É A tecnologia da Terraformação 22 Um planeta sem vida pode virar uma cópia daTerra?
REPORTAGEM O Triângulo das Bermudas 26 Descubra os mais estranhos casos desaparecimento da História. Alguns livros super misteriosos 32 Os livros mais incríveis e significativos da humanidade.
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A trajetória de Neil Armstrong 38 Morre o 1º homem a pisar na Lua. Conheça a sua trajetória de vida. Nasa em nossas vidas 48 Não é tudo só sobre o espaço: há tecnologias que nós todos usamos.
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Quando o segundo Sol chegar 54 Descoberto um planeta parecido com o Taltooine do Star Wars!
DESAFIO Você sabe tudo Marte? 60 Teste os seus conhecimentos no desafio que preparamos para você!
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GOOGLAMOS PRA VC_
Com que imagem os cegos sonham?
O que acontece quando alguém cai dentro de um vulcão ativo?
E se a água dos oceanos fossem doce?
Priscila Dias Fontes, MG
Jéssica Rocha Lima, DF
Lucas Paiva, AC
Os sonhos dos cegos não têm imagens, por que eles não conhecem as fórmulas. Eles sentem movimento, odor, som e contato. É comum sonharem que estão voando ou que alguém os chama. “Essas sensações estão presentes também nos sonhos das pessoas que enxergam. Só que, como nelas o sentido da visão é predominante, os outros sentidos, às vezes, passam despercebidos”, conta o neurologista Rubens Reimão, do Centro de Distúrbios do Sono do Hospital Albert Einstein de São Paulo. No caso das pessoas cegas, o sentido que costuma predominar é o da audição. Rubens Reimão, do Centro de Distúrbios do Sono do Hospital Albert Einstein de São Paulo. No caso das pessoas cegas, o sentido que costuma predominar é o da audição.
A realidade é bem mais dramática que a ficção. Um experimento realizado em 2002 no vulcão ativo Erta Ale, da Etiópia, mostrou que uma fonte de lava fulminante é o que surge logo que um saco com cerca de 30kg de lixo de um acampamento, é jogado da borda da sua cratera em um lago de pedra derretida. Neste cenário é bem possível que apenas o impacto já fizesse a maior parte do trabalho. Mesmo que alguém sobrevivesse e permanecesse consciente ao lago flamejante, o que é impossível, acabaria com tudo de uma maneira dolorosa, em segundos, com um magnífico chafariz de lava. Mesmo que alguém sobrevivesse ao lago flamejante, o que é impossível, acabaria com tudo de uma maneira dolorosa, em segundos, com um magnífico chafariz de lava.
Todo o clima da Terra e nossa vida seriam diferentes. O planeta teria mais geleiras, poderia abrigar menos pessoas e seríamos mais deprimidos. A parte boa dessa coisa toda é que não faltaria água para beber e, talvez, houvesse mais invenções humanas. As mudanças seriam tão grandes quanto o volume de sais que existe no mar: hoje, se os oceanos secassem, o planeta poderia ser coberto por uma camada de sal com 150 metros de espessura! A maior parte é como sal de cozinha. O resto são sais de enxofre, magnésio, cálcio e potássio, entre outros. o sal é um dos fatores que determinam a movimentação das correntes. A maior parte é como sal de cozinha. O resto são sais de enxofre, magnésio, cálcio e potássio, entre outros. o sal é um dos fatores que determinam a movimentação das correntes.
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Por que a Pimenta Malagueta arde tanto?
Quantas bombas eu preciso para destruir o mundo?
Qual o organismo mais velho do mundo?
Thiago de Pinho, RJ
Luiz Daniel Sá, RO
Otávio Peixoto, MG
Por causa da alta concentração de capsaicina, substância concentrada na placenta, parte branca onde as sementes da pimenta estão presas. Mas apesar de ser responsável pelo ardido, a capsaicina não tem sabor nem cheiro. Ela funciona como um estimulante. Assim que é ingerida, estimula as células nervosas da boca e envia uma mensagem de desconforto ao cérebro, que faz os olhos lacrimejarem e irrita o nariz. A intensidade dos sintomas varia pois depende do tipo e da concentração de capsaicina, diz a pesquisadora da Embrapa Hortaliças Cláudia Sila Ribeiro. É por isso que pimenta malagueta arde mais que a dedo-de-moça. Assim que é ingerida, estimula as células nervosas da boca e envia uma mensagem de desconforto ao cérebro, que faz os olhos lacrimejarem e irrita o nariz.
Para varrer os vestígios do homem seriam necessárias 1,3 milhão de bombas-padrão atuais, com raio de destruição de 15 km². Mesmo no auge da Guerra Fria, nunca houve mais que 5% do necessário. Claro, dá para fazer um baita estrago: o arsenal atual dá para aniquilar as 100 maiores regiões metropolitanas do mundo. Ainda assim, restariam 19 milhões de km² habitados por humanos. Então, não temos que temer um apocalipse nuclear total, é só fugir para o mato? Bem, algumas previsões dizem que 50 bombinhas como as de Hiroshima produziriam fumaça suficiente para ocultar a luz do Sol por meses, talvez anos. Claro, dá para fazer um baita estrago: o arsenal atual dá para aniquilar as 100 maiores regiões metropolitanas do mundo. Ainda assim, restariam 19 milhões de km² habitados por humanos.
O organismo vivo mais velho do mundo é um pinheiro “bristlecone” (que pode ser traduzido como “cone de cerdas”). A árvore cresce no sudeste das Montanhas Brancas, na Califórnia, Leste dos EUA. A contagem dos anéis da árvore confirma que Matusalém, como foi carinhosamente nomeada, tem 4.841 anos de idade. Isso é mais velho do que a civilização humana como a conhecemos: Matusalém brotou durante a Idade do Bronze, cerca de dois milênios antes de Roma ser fundada, e algumas centenas de anos antes dos egípcios construírem a Grande Pirâmide de Gizé. Matusalém brotou durante a Idade do Bronze, cerca de dois milênios antes de Roma ser fundada, e centenas de anos antes dos egípcios construírem a Pirâmide de Gizé.
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BATE-PAPO_
Marcelo Gleiser Física para Poetas O professor brasileiro Marcelo Gleiser explica que o tempo é uma medida de mudança e que, ao contrário do que pensamos, a tendência da terra é a de girar mais devagar; e acha que poderemos, um dia, viajar pelo futuro. 8
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le queria ser músico, acabou passando no vestibular para química e no meio do caminho decidiu que gostaria de passar seu tempo neste planeta como físico. Marcelo Gleiser é um dos acadêmicos mais respeitados em atuação, um dos professores veteranos da Universidade de Dartmouth (EUA), onde leciona física e astronomia. Muito diferente do louquinho Sheldon Cooper do seriado “The Big Bang Theory”, Marcelo acredita que qualquer mortal é capaz de aprender e entender a física. Por isso, já escreveu para o jornal “Folha de S.Paulo”, apresentou notícias científicas para o programa “Fantástico” e foi consultor do diretor brasileiro Cacá Diegues no longa “O Maior Amor do Mundo” (2006). Sua aula mais famosa em Dartmouth se chama “Física para Poetas”. A maior parte dos alunos nesta disciplina não estuda física nem a entende, mas ama a aula que mistura história da ciência e dos cientistas a fundamentos da física. A ciência para ele é sinônimo de libertação, por permitir que as pessoas percam o medo do desconhecido. Tempo é um dos temas recorrentes nos estudos de Marcelo Gleiser. Talvez por conhecer tanto do assunto, ele consegue como poucos dividi-lo de maneira primorosa para dar conta de todos os seus projetos e atividades (incluindo desfilar pela Unidos da Tijuca no Carnaval de 2004). Nesta entrevista, ele troca uma ideia com a gente, deixando uma super vontade de quero mais! O que é tempo para a física? O tempo é uma medida de mudança, algo que usamos para poder descrever o que ocorre na natureza. Se nada muda, o tempo se faz desnecessário.
Quais são as principais descobertas científicas relacionadas à percepção do tempo e como elas impactaram a vida da gente? Nossa noção da passagem do tempo depende de nossa percepção do mundo externo; vemos as coisas mudando, vemos nós mesmos mudando. A marcação do tempo foi tradicionalmente feita pela astronomia por um longo período. Os astrônomos observavam a rotação da Terra e a posição do Sol no céu. A partir da comparação entre os dois astros, surgiram os primeiros “relógios” de Sol. Hoje, na ciência, já não usamos a astronomia para descrever o tempo, mas transições que ocorrem no nível atômico, em particular no átomo do elemento Césio. No dia-a-dia, nossa percepção do tempo continua ligada ao movimento de rotação da Terra, Ainda nos orientamos pelo ciclo que alterna o dia e a noite. O tempo está passando mais rápido? Muita gente acha que o tempo está passando mais depressa. Isso não é verdade; ao contrário, a tendência da Terra é de girar mais devagar, e dos dias e noites aumentarem. Mas esse tipo de mudança é tão lento que não percebemos. A percepção do tempo que mais importa é a psicológica; e quanto mais ocupados estamos, mais parece que o tempo passa rápido: e quanto mais velhos também. Qual é a principal teoria sobre o tempo em discussão atualmente? O tempo continua sendo uma medida de transformação. Há correções feitas à percepção do tempo comum a partir da Teoria da Relatividade. Segundo esta, nossa percepção do tempo depende de como nos movemos no espaço; alguém passando por você a uma certa velocidade poderá discor-
dar sobre detalhes de dois eventos. Se para você eles são simultâneos, para essa pessoa podem não ser. Einstein mostrou que o tempo é relativo no sentido de que duas pessoas em movimento podem discordar sobre quando dois eventos ocorrem. Sua teoria mostra como comparar essas medidas para evitar transtornos e confusões. A gravidade também pode afetar a passagem do tempo. No Sol, o pêndulo de um relógio bateria mais devagar do que na Terra. E, às margens de um buraco negro, ele poderia parar. A tecnologia está alterando a percepção do tempo? Quanto ela ainda vai nos impactar nesse sentido? Acho que esse tipo de percepção temporal psicológica é muito subjetivo; cada pessoa tem sua rotina e sua percepção. Mas estamos todos ligados ao tempo “terrestre”, ao fato de que o dia tem (quase) 24 horas independente de como percebemos a sua passagem. Será possível viajar no tempo algum dia? Talvez para o futuro sim, pois basta que consigamos viajar perto da velocidade luz por um tempo; quando voltarmos, teremos experimentado menos tempo do que as pessoas que não nos acompanharam e, com isso, viajamos para o futuro. Para o passado, já não será possível, pois essa hipótese viola as leis da física conhecidas hoje. Para quando você viajaria e por quê? Iria ao futuro, adoraria ver meus filhos e seus filhos, a continuação da minha história. Como você divide o seu tempo? Com cuidado para dar tempo de fazer tudo!
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CURIOSO_
E se não sonhássemos? Qual é a importância do sonho? Onde estaríamos hoje se não sonhássemos e o que aconteceria se de repente parássemos de sonhar? Texto: Dionisio Flores
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aso o homem não tivesse a capacidade de sonhar, você não estaria lendo esta revista, pois provavelmente ainda estaríamos na Pré-História – na melhor das hipóteses. O sonho, que surgiu há mais ou menos 140 milhões de anos, quando os mamíferos se desenvolveram a partir dos répteis, é importantíssimo no processo de aprendizado. Segundo as suspeitas de alguns cientistas, a atividade mental noturna é também crucial para a preservação da espécie. “Sem sonhar, nossa capacidade intelectual ficaria comprometida”, afirma
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o neurocientista brasileiro Sidarta Ribeiro, da Universidade Duke, nos EUA. E o ser humano, esse animal tão frágil diante das ameaças da natureza, não poderia tirar tanto proveito de sua arma mais poderosa – o cérebro. O cenário não seria animador: a ciência evoluiria muito lentamente, viveríamos com medo de tudo e seríamos dominados por outros bichos sonhadores. Isso tudo aconteceria se a nossa espécie como um todo não pudesse sonhar. Mas o fato é que algumas pessoas realmente não sonham. Elas sofrem de uma doença raríssima, a síndrome de Charcot-
-Wilbrand, que geralmente surge após um acidente vascular cerebral e costuma vir acompanhada de problemas visuais. Além disso, alguns medicamentos, como os antidepressivos, podem reduzir, principalmente no início do tratamento, a duração da fase REM, que é o estágio do sono no qual ocorrem quase todos os sonhos. No primeiro caso, os resultados podem ser devastadores: amnésia, agressividade e ansiedade são alguns sintomas prováveis. No segundo, os próprios remédios ajudam a controlar os sintomas da falta de sonhos. O sonho é uma experiência que possui significados distintos se for ampliado um debate que envolva religião, ciência e cultura. Para a ciência, é uma experiência de imaginação do inconsciente durante nosso período de sono. Os sonhos noturnos são gerados, na busca pela realização de um desejo reprimido. Recentemente, descobriu-se que até os bebês no útero têm sono REM (movimentos rápidos dos olhos) e sonham, mas não se sabe com o quê. Em diversas tradições culturais e religiosas, o sonho aparece revestido de poderes premonitórios ou até mesmo de uma expansão da consciência. Os neurocientistas, de modo geral, afirmam que o sonho é apenas uma espécie de tráfego de informação sem sentido que tem por função manter o cérebro em ordem. Essa teoria só não explica como esses enredos supostamente desconexos são responsáveis por grandes insights, como em Thomas Edison, por exemplo.
Você tem medo do quê? O psicólogo Antti Revonsuo, da Universidade de Turku, na Finlândia, afirma que o sonho serve para simular ameaças reais. Um homem das cavernas, ao sonhar com um predador, teria mais chances de se defender do bicho. Sem sonhos, ficaríamos vulneráveis e teríamos medo de tudo, sem discernimento – tanto faz se a ameaça é um mamute ou uma formiga.
Animais no poder O homem se firmou como espécie dominante graças às suas habilidades intelectuais. Sem o sonho, o aprendizado ficaria comprometido. Não aprenderíamos a escrever, não teríamos capacida-
Sem sonhar, a capacidade intelectual, que firmou o ser humano como espécie dominante, ficaria comprometida. de para desenvolver a agricultura, para inventar o dinheiro, para fabricar armas atômicas... seríamos, enfim, uma espécie sem grandes talentos. E algum outro bicho que sonha – mamíferos e aves – poderia ocupar o nosso trono na natureza.
Assassinos por natureza Seríamos mais ansiosos, violentos e surtados. Isso porque o sonho serve para solucionar parte dos problemas que não resolvemos no dia-a-dia, como o tiro que temos vontade de dar no cara que faz bobagem no trânsito. Sem essa válvula de escape, ficaríamos inclinados a resolver todos os nossos conflitos e desavenças durante o dia. E as pessoas se matariam – ainda mais – umas às outras.
Confusão mental Sonhos transformam memórias de curto prazo – o conteúdo de uma aula, por exemplo – em memórias de longo prazo, que podem ser recuperadas no futuro. Sem sonhar, seríamos incapazes de organizar as informações que entram na nossa cabeça. Viveríamos o tempo todo em um estado de sobrecarga mental, sem assimilar nada, como se estivéssemos o tempo todo numa rua de Salvador, no Carnaval, ouvindo 10 trios elétricos ao mesmo tempo.
Nobel sem dono Nós perderíamos a capacidade de resolver problemas. Algumas pesquisas recentes relacionam o sonho aos insights, que são aquelas sacadas geniais que mudam o mundo, como a invenção da roda. O químico alemão Kekulé, apontado como um dos descobridores do benzeno – molécula em forma de anel com 6 átomos de carbono – disse que a descoberta surgiu de um sonho em que viu uma serpente mordendo o próprio rabo.
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CURIOSO_
Há coisas escondidas no seu computador! As pessoas passam horas em frente a um computador, mas não sabem o que há além da superfície. E você, conhece bem o seu? Texto: Henrique Estefano
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maioria das pessoas passa horas em frente a um computador, mas não sabem mexer muito além da superfície em que estão acostumadas. Pudera! Essas máquinas guardam inúmeros segredos! Você conhece bem o seu computador? Tem certeza? Então dê uma olhada nessa lista com 10 coisas incríveis que ele esconde, até mesmo em programas que você usa diariamente, e surpreenda-se. Ou não. Nota: Todos os tópicos foram testados e nenhum deles é prejudicial ao seu computador. Os testes foram feitos com Windows XP e grande parte dos tópicos só funciona com este sistema operacional. Se você faz downloads Torrent, possivelmente está sendo monitorado. Em tempos de downloads grátis pela internet, é difícil encontrar alguém que nunca tenha usado o Torrent para baixar músicas, games ou filmes. Mas pesquisadores britânicos alertam: se você usa o BitTorrent, seus arquivos baixados ou disponibilizados nessa rede de compartilhamentos podem estar sendo monitorados. Cientistas da computação da Universidade de Birmingham, na Inglaterra, analisaram o BitTorrent por três anos. Eles descobriram que a escala de monitoramento é assustadora – desde os arquivos mais populares até os mais incomuns estão sendo espionados. Os conteúdos mais baixados são monitorados dentro de horas. O conteúdo menos popular também é monitorado, embora com menos frequência. Os pesquisadores identificaram cerca de dez empresas diferentes de monitoramento de conteúdo. Entre elas, a maioria foi identificada como organizações de direitos autorais e de segurança. A imensa quantidade de informação monitorada inclui onde e quão popular é um conteúdo. Uma grande estratégia de marketing e propaganda. Entretanto, esse
não é o único motivo do monitoramento pelas empresas: proprietários de direitos autorais da Europa e dos Estados Unidos têm recolhido endereços de IP fornecidos por empresas de monitoramento e obrigado provedores de internet a entregar os endereços das pessoas que fazem os downloads ilegais. A imensa quantidade de informação monitorada inclui onde e quão popular é um conteúdo. Uma grande estratégia de marketing e propaganda. Entretanto, esse não é o único motivo do monitoramento pelas empresas: proprietários de direitos autorais da Europa e dos Estados Unidos têm recolhido endereços de IP fornecidos por empresas de monitoramento e obrigado provedores de internet a entregar os endereços das pessoas que fazem os downloads ilegais.
Simulador de Voo Em versões antigas do Google Earth segure CTRL + ALT + A por um tempo que o Google Earth vira um Jogo de Simulador de Voo!
O livro proibido Abra o Mozilla Firefox, digite na barra de endereço: about:mozilla, vai aparecer um versiculo do “Livro do Mozilla” com um verso meio que satanico. Depois de ler esse versículo, forme a frase que está em negrito. Tente também about:robots, vão aparecer algumas coisas sobre rôbos.
A calculadora Vá ao Menu Iniciar>Programas>Acess órios>Calculadora. Clique no Menu da Calculadora na opção Exibir, Mude para opção Científica. Agora digite 12237514 e depois pressione a tecla F5.
Do lado de lá Abra o Google, digite: Google Mirror, aperte o Botão Estou com Sorte, e a pá-
gina vai ficar invertida (como se você estivesse dentro do computador).
Texto secreto Abra o Microsoft Word e digite =rand(100,100) ou =rand(200,99) (tanto faz, os dois têm o mesmo efeito) e em seguida pressione Enter, vai aparecer várias linhas de texto.
Lembraça de terrorismo Abra o Word e digite: Q33 NY (endereço da quadra onde ficavam as torre gêmeas do World Trate Center do atentado de 11 de setembro) aumente a fontepara 72, escolha a fonte Wingdings… Estranho, não?
Animação no Powerpoint 97 Abra o Powerpoint e clique em ajuda. Clique em sobre o Microsoft PowerPoint, pressione Ctrl + Shift e clique duas vezes com o mouse no logotipo do programa. Uma animação mostra o nome dos desenvolvedores.
Pinball no Word 97 Crie um novo documento e escreva a palavra Blue (com a primeira letra em maiúscula). Selecione a palavra, deixe-a com a cor azul e depois coloque-a em negrito. Acrescente um espaço após a palavra Blue. Entre no menu ajuda e escolha a opção sobre o Microsoft Word. Pressione Ctrl + Shift e clique com o mouse sobre o logotipo do Word à esquerda. Tcharam! Para mover os flippers use as teclas Z e M. Para sair, pressione Esc.
A voz do mal Abra o Microsoft Sam (encontrado no Painel de Controle, no tópico Fala) e digite soy ou soi. Uma voz macabra fala. Ouça uma musiquinha sinistra de 5:25 minutos de duração que o seu computador tem.
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CURIOSO_
Crianças aprendem como cientistas Pesquisa revela que crianças muito novas analisam padrões, fazem experiências e aprendem observando colegas. Texto: João Cláudio
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Claro que eles não fazem isso conscientemente. Mas também não fazem de forma aleatória. Os experimentos das crianças são as brincadeiras. A partir desses “experimentos”, elas são capazes de “analisar” probabilidades e fazer inferências causais, além de aprender por observação de terceiros. Experiências mostram que crianças tão novas quanto 2 anos podem inconscientemente captar padrões estatísticos e usar essa informação para resolver problemas. Por exemplo, em um experimento conduzido por Gopnick, crianças a partir de 2 anos observaram que uma
Brincando, crianças analisam padrões e fazem experiências.
U
ma pesquisa da Universidade da Califórnia em Berkeley (EUA) revelou que crianças muito novas pensam como “cientistas”. Elas “analisam” padrões estatísticos, fazem “experiências” e aprendem observando colegas. O que elas estão aprendendo? A viver. A principal pesquisadora do estudo, Alison Gopnick, que estuda a aprendizagem e o desenvolvimento infantil, explica que as crianças aprendem sobre o mundo ao seu redor de forma semelhante a que os cientistas conduzem estudos.
máquina acendia e tocava música quando certos objetos eram colocados sobre ela. As crianças viram que, quando colocado sobre a máquina, um bloco ativava luzes e música duas a cada três vezes. Um segundo bloco ativava luzes e música duas a cada seis vezes que era colocado na máquina. Em seguida, os experimentadores pediram que as crianças fizessem a máquina acender suas luzes e tocar música. “Elas viram a máquina ativar duas vezes em ambos os casos, mas se elas estivessem calculando a probabilidade da máquina ativar, deveriam preferir o primeiro bloco, que a ativou duas a cada três vezes”, explica Gopnick. E foi exatamente isso que elas fizeram. Outras pesquisas indicam que “brincar” é a maneira das crianças experimentarem”. No caso do experimento da máquina, as crianças esponta-
neamente passaram a ‘brincar’ com ela, como se fizessem um monte de experiências que lhes deram as informações de que precisavam para descobrir como o brinquedo funcionava”, argumenta Gopnick. Outra forma que crianças pequenas têm de aprender é observando as ações dos outros e as suas consequências. Segundo Gopnick, a pesquisa mostra que é importante deixar a criança descobrir certas coisas sozinha quando está crescendo. Ser ensinado de como fazer alguma coisa tem vantagens tanto para as crianças quanto para os cientistas, mas também tem desvantagens. “Ser ensinado sobre algo, em vez de explorá-lo por conta própria, desencoraja exploração que pode levar a novas conclusões”, diz Gopnick. Isso significa que, ao invés de fazer os primeiros anos escolares mais acadêmicos, os educadores deveriam expor as crianças a um ambiente mais lúdico, que proporcione experiências em que elas tenham que pensar para chegar a conclusões, sem obter instrução direta. “Eu acho que esta nova pesquisa mostra que as crianças têm habilidades cognitivas incríveis aos 2, 3 e 4 anos. Elas devem tocar, experimentar, explorar. Se o ambiente pré-escolar for muito acadêmico, mais como escola, nós realmente não estamos incentivando as crianças a fazer o trabalho de profundidade científica e cognitiva que elas são capazes de fazer”, conclui. Uma pesquisa da Universidade da Califórnia em Berkeley (EUA) revelou que crianças muito novas pensam como “cientistas”. Elas “analisam” padrões estatísticos, fazem “experiências” e aprendem observando colegas. “Ser ensinado sobre algo, em vez de explorá-lo por conta própria, desencoraja exploração que pode levar a novas conclusões”.
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CURIOSO_
Teoria da conspiração: a Terra-plana Os membros da Sociedade Terra Plana (STP) alegam acreditar que a Terra é plana. Texto: Márcia Gomes
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uando você caminha por aí, o planeta parece aplanado, e a sensação que você tem é que ele é plano. Os membros daquela sociedade tomam toda a evidência contrária, como fotos da esfericidade da Terra feitas por satélites, como falsifica-
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ções criadas por uma “conspiração da Terra redonda”, orquestrada pela Nasa e outras agências do governo. Esta crença, de que a Terra é plana, tem sido descrita como a maior das teorias conspiratórias. Segundo seus líderes, o número de crentes tem crescido na
base de 200 pessoas (a maioria americanos e britânicos) por ano, desde 2009. E se a gente levar em conta a energia que eles dedicam em montar sua teoria no site, e as defesas que fazem de seus pontos de vista, eles parecem realmente, honestamente, acreditar que a Terra é plana.
No que exatamente eles acreditam Ao mesmo tempo em que eles rejeitam baldes de evidência concreta de que a Terra é esférica, eles aceitam sem muito questionamento uma lista de afirmações que qualquer um chamaria de ridículas: a principal teoria deles afirma que a Terra é um disco com o círculo ártico no centro e a Antártida, um muro de gelo de 45 metros de altura, na borda. Segundo eles, funcionários da Nasa guardam o muro de gelo para evitar que as pessoas subam o mesmo e caiam fora do disco. O ciclo de dia e noite é explicado pelo posicionamento do sol e da lua que são esferas com 51 quilômetros que se movem em círculos de 4.828 km sobre o plano da terra (as estrelas estariam em um plano 4.988 km acima). Como holofotes, estas esferas celestes iluminam diferentes partes do planeta em um ciclo de 24 horas. A gravidade, para eles, é uma ilusão. Os objetos não são acelerados para baixo, mas é o disco da Terra que acelera para cima a 9,8 m/s², movido por uma força misteriosa chamada energia escura. E há também a conspiração de que as fotos do globo são Photoshop, os aparelhos de GPS são fraudados para fazer os pilotos pensarem que estão voando em linha reta sobre uma esfera quando na verdade estão voando em círculos sobre um disco.
E não é brincadeira Os adeptos da teoria da Terra plana seguem um método de pensamento chamado “método Zetético”, uma alternativa ao método científico criado por um crente na Terra plana do século 19, segundo o qual as observações dos sentidos são inquestionáveis. Segundo o Michael Wilmore, vice-presidente da STC, “o método coloca bastante ênfase
na reconciliação do empirismo e racionalismo, fazendo deduções lógicas baseadas em dados empíricos”. Na astronomia zetética, a percepção de que a Terra é plana leva à dedução de que ela realmente deve ser plana, e a antilua, a conspiração da Nasa e todo o resto são apenas racionalizações de como isto funciona na prática.
Os aparelhos de GPS são fraudados para fazer os pilotos pensarem que estão voando em linha reta sobre uma esfera quando na verdade estão em círculos sobre um disco. Segundo Wilmore, enquanto alguns membros veem a sociedade e a teoria como um tipo de exercício epistemológico, seja como crítica ao método científico ou um tipo de “solipsismo para iniciantes”, há também os que apenas acham que a certidão de sócio fica engraçada na sala de estar. Mas muitos membros, sem dúvida, estão convencidos desta crença. O próprio Wilmore se diz um crente.
A psicologia da conspiração Todas estas crenças absurdas não surpreendem os especialistas. Karen Douglas, psicóloga na Universidade de Kent, no Reino Unido, na qual estuda a psicologia das teorias conspiratórias, diz que as crenças deste grupo são coerentes com outros adeptos de teorias conspiratórias que ela já estudou.
Segundo a psicóloga, todas as teorias da conspiração compartilham a mesma estrutura: apresentam uma teoria alternativa sobre algum evento ou aspecto importante, e constroem uma explicação geralmente vaga do por que alguém está ocultando a “verdadeira” versão dos eventos. Quanto mais vaga a explicação, maior o apelo da teoria conspiratória. Outro apelo destas teorias é dado pela forma com que os adeptos aderem à sua história. Por exemplo, os crentes da teoria da Terra plana geralmente são mais incisivos que a Terra é plana do que a maioria das pessoas sobre a Terra ser redonda (quando é que você achou que tinha que provar que a Terra é redonda?). Além disso, o ponto de vista de uma minoria que seja apresentado de forma inteligente e que pareça bem informada, e quando os proponentes não se desviam de suas fortes opiniões, pode exercer bastante influência. Segundo o cientista político Eric Oliver, da Universidade de Chicago (EUA), as crenças em conspirações nascem da tendência humana de perceber forças invisíveis atuando, conhecida como “pensamento mágico”. Mas os crentes na Terra plana não se encaixam nesta imagem. A maior parte dos adeptos de teorias de conspiração adotam teorias marginais, e até mesmo contraditórias. Os adeptos da Terra plana só se prendem à forma da Terra. Segundo o mesmo Oliver, se eles fossem os crentes comuns, eles teriam uma tendência para o pensamento mágico, como a crença em OVNIs, no demônio, ou em outras forças invisíveis. Aparentemente não é este o caso deles, o que faz com que sejam bastante anormais em relação à maioria dos americanos que acredita em teorias conspiratórias.
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PERSONAGEM_
Marty McFly Saiba tudo sobre o protagonista da trilogia De Volta para o Futuro, estrelado pelo ator Michael J. Fox. Texto: Ana Furtado
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garoto Martin Seamus McFly, ou Marty McFly, é um personagem fictício e protagonista da trilogia Back to the Future (br: De Volta para o Futuro), representado pelo ator Michael J. Fox nos três filmes e dublado por David Kaufman na série animada. Marty nasceu em 1968 em Hill Valley, na Califórnia. Ele é o mais novo dos três filhos de George e Lorraine McFly. Ele tem um irmão chamado Dave, uma irmã chamada Linda e uma namorada, Jennifer Parker. Seu melhor amigo é o cientista Emmett Brown, a quem Marty (e Jennifer) chamam de “Doutor”. Marty não passa muito tempo em casa, ele prefere sair com o Doutor, Jennifer, ou os integrantes da sua banda, The Pinheads (Os Palermas em português). Marty não é um adolescente problemático. Não é o melhor estudante academicalmente, mas suas notas são boas, entretanto, ele tem uma tendência em chegar atrasado nas aulas. Ele toca guitarra com Os Pinheads e gosta de ouvir Huey Lewis and The News, ZZ Top, e Eddie Van Halen. Ele também tem um talento especial para andar de skate. Quando está em perigo, Marty é sempre bravo, corajoso e destemido. Sua maior falha é a obsessão pelo desejo de mostrar aos outros que não é covarde. Ele não admite ser chamado de “frangote”, uma semelhança que ele tem com o personagem de James Dean’s, Jim Stark de Rebelde Sem Causa. Entretanto, no final de De Volta Para O Futuro III, Marty percebeu que ele não precisava ficar constantemente provando sua coragem, e escapa
Antes de De Volta para o Futuro de uma das grandes tragédias da sua vida, uma colisão com uma limosine Rolls-Royce. Pouco é conhecido sobre a vida de Marty antes do primeiro filme. Exceto pelo fato dele ter colocado fogo no tapete da sala de sua casa aos 8 anos. Como Marty e Doc se conheceram nunca foi explicado, no script do primeiro filme diz que a alguns anos atrás Doc foi na garagem de Marty e ofereceu a ele 50 dólares por semana, mais cerveja grátis e a utilização de sua coleção de discos, para limpar a sua garagem. Esta explicação não é aceita pela maioria dos fãs, entretanto. Os escritores Robert Zemeckis e Bob Gale dizem que eles consideraram em expandir o relacionamento entre os personagens, mas decidiram não fazê-lo, porque os espectadores adolescentes e jovens são mais atraídos por vizinhos excêntricos.
De volta para o Futuro, Na página ao lado, a personagem Mary Mcfly, protagonizado por Michael J. Fox. Abaixo nesta página, (da esquerda para a direita): a máquina do tempo, um carro DeLorrean; detalhe do cartaz do 3º filme da série; cena do 1º filme, quando Mcfly volta para o tempo e encontra sua mãe, Lorraine; e ilustração de quando McFly volta ao Velho Oeste no 3º filme.
De Volta para o Futuro O primeiro filme se passa em 1985 e Marty tem 17 anos. Na manhã de 26 de outubro de 1985, a pedido de Doc, Marty se encontra com ele no estacionamento do Twin Pines Mall (Shopping Pinheiros Gêmeos) Doc mostra sua nova invenção, uma máquina do tempo feita com uma carro DeLorean. A demonstração é interrompida pela chegada de um grupo de terroristas libios enfurecidos. Os libios forneceram a Doc plutônio para construir uma arma nuclear a eles, mas Doc usa o plutônio para fornecer ao DeLorean 1.21 gigawatts de ele-
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PERSONAGEM_
Abaixo nesta página (da esquerda para a direita): Mcfly e o cientista Doc. da série animada de TV, que passou de 1991 a 1992 nos EUA (no filme, Doc. é interpratado por Christopher Lloyd); cena do game Back To The Future: The Game - Its About Time, de 2011; tênis Nike usado por Marty Macfly nos filmes; e Mcfly no Velho Oeste (3º filme da série).
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tricidade necessária para a viagem no tempo. Isso resulta na “morte” de Doc. Marty resolve escapar dos terroristas no DeLorean, mas ele acaba por voltar no tempo para o dia 5 de novembro de 1955 depois de acidentalmente ativar os circuitos da viagem no tempo, onde ele interfere no primeiro encontro dos seus futuros pais. Usando a marca de roupas “Calvin Klein” (sua futura mãe, Lorraine, vê este nome gravado na sua cueca acha que este é o seu nome), Marty conhece a versão de 1955 de Doc e pede sua ajuda. Marty tem que conseguir fazer seus pais (Lorraine e George) se apaixonar, ou ele nunca vão se casar e Marty nunca irá nascer. Esta não é uma tarefa fácil, porque Lorraine tem uma queda pelo Marty, e George é muito tímido para falar com ela. Na noite de 12 de novembro de 1955, Marty leva Lorraine para o baile Encanto Submarino no Hill Valley High School (o colégio da cidade de Hill Valley). Ele e seu futuro pai fazem um plano que vai permitir George a ganhar o amor de Lorraine salvando ela da “crise agressiva” de Marty. Para o azar deles, um inimigo que Marty fez na escola, Biff Tannen, aparece no estacionamento do colégio procurando por vingança. Quando George vem para resgatar Lorraine, percebe que ao invés de ter que salvar Lorraine de Marty, agora ele tem que salvar Lorraine de Biff. George dá um soco em Biff, se confrontando com um valentão pela primeira vez na sua vida, e George e Lorraine se apaixonam.
Com a sua futura existência garantida, Marty sobe no palco e se junta à banda para tocar Johnny B. Goode incluindo seu próprio solo de guitarra, no estilo de Jimi Hendrix, que, em 1955, deixa a platéia sem voz. Voltando para 1985, Marty descobre que a vida da sua família está muito diferente porque George aprendeu a ser mais auto confiante, quando enfrentou Biff. Eles são mais confiantes, ricos e Marty tem a sua própria caminhonete da Toyota. Back to the Future estreou no dia 3 de julho de 1985 em 1.200 salas na América do Norte e passou 11 semanas como número um nas bilheterias.Gale lembra “Nossa segunda semana foi melhor que a primeira, o que indica um excelente boca a boca. National Lampoon’s European Vacation veio em agosto e nos tirou da primeira posição por uma semana e depois nós voltamos para o número um”. O filme acabou arrecadando US$ 210.609.762 na América do Norte e US$ 170.500.000 em outros territórios, acumulando um total mundial de US$ 381.109.762.Back to the Future teve o quarto melhor fim de semana de estreia de 1985, e foi o filme de maior arrecadação do ano. O agregador Rotten Tomatoes relata que 97% dos críticos deram a Back to the Future uma resenha positiva, baseado em 61 resenhas, com uma nota média de 8,6/10, e o consenso, “Inventivo e engraçado, Back to the Future é uma maravilhosa aventura de viagem no tempo com um espírito inesquecível”.
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O QUE É_
A Tecnologia da Terraformação Se o mundo acabar, para onde iremos? Alguns países investem milhões em pesquisas para descobrir como transformar um planeta hostil em habitável. Texto: Geremário Silva
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A
Terraformação é uma tecnologia futura (ainda não temos tecnologia e recursos para aplicá-la) baseada na Astronomia e na Engenharia, e quer dizer literalmente “transformar na terra”. Consiste em pegar um planeta e transformá-lo em um mundo habitável pelos humanos. Quando um mundo é terraformado ou terratransformado o seu ar se torna respirável aos humanos, plantas terrestres podem ser cultivadas (tornando o mundo verde) e a sua temperatura se torna agradável. A Astronomia há mais de 50 anos vem buscando nesta e em outras galáxias mundos que possam ser habitados pelo ser humano para que possamos expandir os nossos domínios, mas até agora encontrou pouquíssimos planetas com essas características. É neste ponto que entra a tecnologia da terraformação para auxiliar a astronomia: como é difícil (alguns cientistas consideram impossível…) encontrar um mundo que naturalmente possa abrigar a vida humana, cabe a nós humanos transformar
os planetas que tenham potencial para isso. Durante o processo de terraformação de um planeta ou lua (isso mesmo luas com tamanho suficiente também podem ser transformadas!) o frio deve ser aquecido, o calor abrandado e a atmosfera deve ser modificada para que tenha oxigênio. Para realizar este processo, além dos conhecimentos de astronomia também podem ser usadas tecnologias como efeito estufa para aquecer planetas frios, escudos solares para resfriar mundos quentes e também bactérias para produzir oxigênio. Quando houver um nível mínimo de oxigênio podem ser introduzidas plantas e quando houver um nível bom de oxigênio, animais e humanos. Ainda não temos recursos e tecnologia suficientes para terraformar nenhum planeta nos próximos 50 ou 100 anos, mas em breve a humanidade poderá dar mais esse grande passo na astronomia. Já faz quase 40 anos que estamos indo ao espaço, mas todas as viagens não passaram de estadias temporárias em órbita. No entanto, três astronautas ficaram quatro meses morando na Estação Espacial Internacional (ISS), no ano 2000, marcando o início
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O QUE É_
As 4 fases da Terraformação: da chegada ao planeta inóspito, sem água nem ozigênio, até o planeta já terraformado, capaz de ser colonizado.
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de uma década e meia de presença humana permanente no espaço. A chegada destes três astronautas à ISS levou um representante da NASA a dizer: “Estamos entrando no espaço de uma vez por todas com as pessoas girando ao redor do nosso mundo e, mais adiante, vamos a Marte...” Mas por que iríamos querer ir a Marte? As fotos tiradas das sondas que enviamos para lá, desde 1964, mostraram que Marte é um planeta desolado e sem vida com, aparentemente, muito pouco a nos oferecer. Além disso, sua atmosfera é muito fina e não há sinais da existência de vida. No entanto, Marte pode ser importante para a continuação da raça humana. Há mais de seis bilhões de pessoas na Terra e esse número continua a crescer sem parar. E é essa superlotação, ou a possibilidade de um desastre planetário, que irá nos forçar a eventualmente refletir sobre novas moradas no sistema solar e Marte pode ter mais a nos oferecer do que as fotos de sua paisagem árida nos mostram. Recentemente, sondas da NASA descobriram vestígios de um passado mais quente em Marte. Um passado em que a água pode ter corrido pelo
solo e vida pode ter existido. E com as evidências fluviais indicando que ainda possa existir água congelada em Marte, há muitos que sugerem que a raça humana poderia fazer de Marte seu segundo lar. Tal esforço para colonizar Marte teria início com a alteração do clima e atmosfera atuais para algo mais parecido com os da Terra. E é justamente este processo de transformar a atmosfera marciana com o intuito de criar um ambiente de vida mais habitável que é chamado de terraformação. Nesta artigo, você vai descobrir o motivo pelo qual Marte é o candidato ideal para colonização e como planejamos adaptar o planeta vermelho para que o habitemos.
Barreiras à Terraformação Tempo: Com as tecnologias que temos hoje em dia levaria milênios para terraformar um mundo de tamanho médio, a humanidade não dispõe deste tempo todo. Distância: Como hoje em dia ainda dispomos de naves e veículos espaciais primitivos não podemos realizar viagens muito longas pelo espaço. Para chegar a Marte, por exemplo, um planeta próximo,
a viagem com os foguetes atuais levaria 3 anos! Custo: Ainda não dispomos de dinheiro e recursos suficientes na terra para fazer a terraformação de um planeta. Esse projeto demandaria trilhões e trilhões de dólares e recursos, ainda há muita coisa a ser resolvida aqui na terra primeiro.
Fases da Terraformação Chegada: Após os especialistas em astronomia encontrarem um bom planeta, os engenheiros de terraformação desembarcam e começam a montar suas bases para o futuro projeto. Como o planeta ainda é hostil, em geral estas bases são subterrâneas e o oxigênio é artificial. Matando a sede: Segundo a astronomia, para que um mundo seja terraformado, seus pólos, sua atmosfera ou alguma região devem conter uma boa quantidade de água. Esta água é então transformada no estado líquido e mares começam a encher. Introdução da vida: Para que a vida tome conta de um planeta, deve ser introduzida aos poucos, no começo da terceira fase, somente bac-
térias são usadas, quando o nível de oxigênio subir, são introduzidas plantas primitivas tais como samambaias e, no final, árvores de vários tipos. Colonização humana: À medida que as plan-
Sendo difícil encontrar um mundo que tenha potencial para abrigar a vida humana, cabe a nós transformar os planetas para isto. tas se expandem e tomam conta da crosta do planeta o oxigênio vai subindo e a temperatura se estabilizando, em pouco tempo passamos a ter chuvas e podem ser introduzidas outras formas de vida: primeiro insetos (para auxiliar na polinização das plantas), depois pequenos animais e por fim mamíferos, entre eles nós, humanos. A partir dessa fase prédios, cidades e construções externas podem começar a ser erguidos.
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REPORTAGEM_
O Triângulo das Bermudas Descubra como embarcações, aviões e pessoas sumiram, vítimas das misteriosas forças do Triângulo das Bermudas. Texto: Geremário Silva
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O Triângulo das Bermudas é uma faixa do Oceano Atlântico limitada por Flórida, Bermudas e Porto Rico que tem sido o local dos mais estranhos desaparecimentos ao longo da história.
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Triângulo das Bermudas é uma faixa do Oceano Atlântico limitada por Flórida, Bermudas e Porto Rico que tem sido o local dos mais estranhos desaparecimentos ao longo da história. Ele cobre cerca de 1,295 milhão de quilômetros quadrados. Ele não existe em nenhum mapa oficial e não tem como saber como podemos chegar até ele. Mas, de acordo com alguns estudiosos, o Triângulo das Bermudas é um lugar que realmente existe e onde dezenas de navios,aviões e pessoas desapareceram sem qualquer tipo de explicação racional. Muitos pensam no Triângulo das Bermudas como uma área “imaginária”. O Board of Geographic Names (Comissão de Nomes Geográficos) dos EUA não reconhece a existência do Triângulo das Bermudas e não possui um
arquivo oficial sobre ele. No entanto, dentro dessa área imaginária, muitos navios de verdade e as pessoas que es-
Dos pontos conhecidos como portais do diabo o mais famoso é o Triângulo das Bermudas. tavam a bordo deles parecem ter desaparecido sem deixar explicações. A área recebeu esse nome por causa de sua extremidade que fica próxima à Bermuda, que já foi conhecida como a “Ilha dos Demônios”. Nas redondezas desse país, há recifes traiçoeiros que encalham os barcos.
O mistério do Triângulo provavelmente começou com o primeiro desaparecimento a tomar um bom espaço na mídia, em 1945, quando cinco aviões Avengers da marinha norte-americana desapareceram na área. Embora o motivo do desaparecimento originalmente tenha sido definido como “erro do piloto”, os familiares do piloto que liderava a missão não aceitaram que ele havia cometido aquele tipo de erro e acabaram convencendo a marinha a mudar o veredito para “causas ou razões desconhecidas”. A primeira obra documentada sobre os desaparecimentos nesta área foi lançada em 1950, por E. V. W. Jones, jornalista da Associated Press, que escreveu algumas matérias sobre desaparecimentos de barcos no triângulo. Jones disse que os desaparecimentos de barcos, aviões e pequenos botes
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REPORTAGEM_
O Triângulo das Bermudas é uma faixa do Oceano Atlântico limitada por Flórida, Bermudas e Porto Rico que tem sido o local dos mais estranhos desaparecimentos ao longo da história.
eram “misteriosos”. E deu a esta área o nome de “Triângulo do Diabo”. Existem no planeta vários outros pontos conhecidos como portais do diabo ou triângulos de tempestades magnéticas, mas o mais famoso, sem dúvida é o Triângulo das Bermudas que também é conhecida pelos cientistas por ocorrerem outros fenômenos interessantes, só encontrados alí, ou encontrados em maior concentração do que em outras partes do mundo. São encontradas em grande número, por exemplo, cavernas subterrâneas que dão passagem a lagos e mares no continente americano. Nos últimos 100 anos, o Triângulo das Bermudas foi o local onde aconteceu um número absurdo e significativamente alto de desaparecimentos inexplicáveis de aviões, navios e pessoas. Alguns relatórios dizem que
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até 100 navios e aviões desapareceram na área, com mais de mil vidas perdidas. A guarda costeira dos EUA, no entanto, alega que a área não tem um número incomum de incidentes. A guarda costeira dos EUA, no entanto, alega que a área não tem um número incomum de incidentes. Muitas teorias foram dadas para explicar o extraordinário mistério dos aviões e navios desaparecidos. Extraterrestres, resíduos de cristais da Atlântida, humanos com armas antigravidade ou outras tecnologias esquisitas, vórtices da quarta dimensão, estão entre os favoritos dos escritores de fantasias. Campos magnéticos estranhos, são os favoritos dos mais técnicos. O tempo (tempestades, furacões, tsunamis, terremotos, ondas, correntes), e outras causas naturais e humanas são as favoritas entre os investigadores céticos.
A teoria das bolhas de gás metano surgiu por volta de 1998, levantada pelo geólogo inglês Ben Chennell. Segundo ele, existem várias reservas de metano congelado e comprimido no fundo do oceano e se elas desmoronam, causam explosões submarinas, que com o deslocamento de ar e água, afundam as embarcações que estiverem no local. Questionado sobre os aviões desaparecidos, ele disse que em casos mais extremos as explosões poderiam super aquecer os motores de aeronaves que estivessem passando pelo local. Mas ele não soube explicar como as tripulações de barcos encontrados intactos, desapareciam. Relatos de sobreviventes que quase desapareceram na região, citam uma grande neblina que ofuscava a visão e fazia parecer que mar e céu eram a mesma coisa. Um capitão
de fragata disse que sentiu uma força puxando o barco no sentido contrário ao que ele tentava direcionar sua embarcação. Um rebocador que socorria um grande cargueiro escapou dessa mesma névoa descrita por várias pessoas, porém o cargueiro teria desaparecido depois de uma espécie de tempestade na qual o dono do rebocador disse ter passado.
Star Tiger O Star Tiger, comandado pelo capitão B. W. McMillan, estava voando da Inglaterra para as Bermudas em janeiro de 1948. No dia 30 de janeiro, McMillan disse que esperava chegar nas Bermudas às 5h, mas nem ele nem nenhuma das 31 pessoas a bordo foram vistas novamente. Quando o Civil Air Ministry lançou buscas e investi-
gação, descobriu-se que o S.S. Troubadour tinha relatado ter visto uma aeronave em vôo baixo a meio caminho das Bermudas e da entrada da Baía de Delaware. Se a aeronave era o Star Tiger, ela estava drasticamente fora de curso. Seu destino permanece um mistério não resolvido.
O Spray Joshua Slocum, o primeiro homem a velejar sozinho ao redor do mundo, nunca deveria ter se perdido no mar, mas parece que foi exatamente isso o que aconteceu. Em 1909, o Spray deixou a Costa Leste dos Estados Unidos com destino à Venezuela, via Mar do Caribe. Slocum nunca mais foi ouvido ou visto novamente, e foi declarado morto em 1924. Talvez ele tenha sido atingido por um grande navio ou tenha
sido afundado por piratas. Ninguém sabe ao certo se Slocum desapareceu dentro das águas do Triângulo.
Star Ariel Uma aeronave Tudor 4 como o Star Tiger deixou as Bermudas em janeiro de 1949 com destino à Jamaica. Naquela manhã, o capitão J. C. McPhee relatou que o vôo estava indo bem. Logo em seguida, outra mensagem mais crítica veio do capitão, quando ele relatou que estava mudando de frequência, e nada mais foi ouvido dele. Nunca mais. Mais de 60 aeronaves e 13 mil homens saíram em busca do Star Airel, mas nem pista do avião. Restos ou destroços jamais foram encontrados. Depois do desaparecimento do Ariel, as Tudor 4 deixaram de ser produzidas.
O Triângulo das Bermudas é uma faixa do Oceano Atlântico limitada por Flórida, Bermudas e Porto Rico que tem sido o local dos mais estranhos desaparecimentos ao longo da história.
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O Triângulo das Bermudas é uma faixa do Oceano Atlântico limitada por Flórida, Bermudas e Porto Rico que tem sido o local dos mais estranhos desaparecimentos ao longo da história.
Voo 201 Esse Cessna deixou Fort Lauderdale em 31 de março de 1984, na rota para a Ilha Bimini, nas Bahamas. No meio do caminho, o avião diminuiu a velocidade aérea significativamente, mas nenhum sinal de rádio foi feito pelo avião para indicar apuros. De repente, o avião caiu na água, desaparecendo completamente do radar. Em Bimini, viram um avião cair no mar a cerca de uma milha da costa, mas nenhum destroço foi encontrado.
Voo 19 Na tarde de 5 de dezembro de 1945, cinco bombardeiros Avenger deixaram a estação aérea naval de Fort Lauderdale, na Flórida, com o tenente Charles Taylor no comando de uma tripulação de 13 pilotos em treinamento. Cerca de uma hora e meia de voo depois,
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Taylor passou um rádio para a base para dizer que sua bússola não estava funcionando, mas ele imaginava estar em algum lugar sobre Florida Keys. O tenente que recebeu o sinal disse a Taylor para voar para o norte, em direção à Miami, desde que ele tivesse certeza de estar sobre Keys. Taylor deu uma horrível meia volta, e quanto mais ele tentava sair dos Keys, mais para o mar viajava.
USS Cyclops Quando a Primeira Guerra Mundial esquentou, os EUA entraram na batalha. O Cyclops, comandado pelo tenente G. W. Worley, ficava na maior parte do tempo da Costa Leste dos EUA até que, em 1918, ele foi enviado ao Brasil para reabastecer os navios aliados. O navio deixou o Rio de Janeiro em fevereiro e alcançou Barbados em março.
Depois disso, o Cyclops nunca mais foi visto novamente. A Marinha americana diz, em sua declaração oficial, que “o desaparecimento desse navio tem sido um dos mistérios mais desconcertantes nos anais da Marinha, todas as tentativas de localizá-lo se mostraram sem sucesso.
Teignmouth Electron A Sunday Times Golden Globe Race (a primeira corrida de iate ao redor do mundo sem paradas) deixou a Inglaterra em 31 de outubro de 1968, exigindo que cada participante viajasse sozinho. Donald Crowhurst era um dos participantes, mas ele nunca cruzou a linha de chegada. O Electron foi encontrado abandonado no meio do Triângulo das Bermudas em julho de 1969. Acredita-se que Crowhurst tenha pulado do barco e se afogado no Triângulo.
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Os livros mais
misteriosos da humanidade
Você gosta de viajar nas histórias que os livros contam, fugindo da realidade e embarcando em mundos e épocas diferentes? Então confira alguns livros que você vai querer, mas nunca vai conseguir ler por não estarem disponíveis para acesso ao público. Texto: Estevão Albuquerque
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ocê gosta de ler, viajar nas histórias que os livros contam, fugindo mais e mais da sua realidade e embarcando em mundos e épocas diferentes? Então confira 10 livros curiosíssimos que você vai querer, mas nunca vai conseguir ler por não estarem disponíveis para acesso ao público.
Enuma Elish versão da biblioteca de Assurbanipal data do 7º século a.C. A composição do texto, provavelmente, remonta a Idade do Bronze ou o início da Era Cassita (cerca de 18 a 16 séculos a.C.).
Enuma Elish Para quem não sabe, os sumérios foram a primeira civilização da História. A base da nossa sociedade foi dada por eles. Emuna Elish, talvez o primeiro livro do mundo, foi descoberto por Austen Henry Layard em 1849 (em forma fragmentada) nas ruínas da Biblioteca de Assurbanipal em Nínive (Mossul, Iraque), e publicado por George Smith em 1876. O Enûma Eliš tem cerca de mil linhas escritas em babilônico antigo sobre sete tábuas de argila, cada uma com cerca de 115 a 170 linhas de texto. A maior parte do Tablete V nunca foi recuperado, mas com exceção desta lacuna o texto está quase completo. Uma cópia duplicada do Tablete V foi encontrada em Sultantepe, antiga Huzirina, localizada perto da Turquia. O único “probleminha” é a tradução da escrita suméria, que nem sempre é possível, deixando lacunas em alguns textos. Este épico é uma das fontes mais importantes para a compreensão da cosmovisão babilônica, centrada na supremacia de Marduk e da criação da humanidade para o serviço dos deuses. Seu principal propósito original, no entanto, não é uma exposição de teologia ou teogonia, mas a elevação de Marduk, o deus chefe da Babilônia, acima de outros deuses da Mesopotâmia. O Enûma Eliš possui várias cópias na Babilônia e Assíria. A versão da biblioteca de Assurbanipal data do 7º século a.C. A composição do texto, provavelmente, remonta a Idade do Bronze, nos tempos de Hamurabi ou talvez o início da Era Cassita (cerca de 18 a 16 séculos a.C.), embora alguns estudiosos favoreçam uma data posterior a ca. 1100 a.C. O que mais impressiona nesse livro é a descrição de aparatos, descrito pelo autor como “objeto dos deuses” que mais pareciam com
nossos atuais aviões. Sem contar, claro, que boa parte dos livros sagrados que conhecemos parecem ter sido plagiadas dos escritos sumérios, entre eles, a Biblia e o seu Gênesis que é extremamente semelhante ao Emuna Elish. São várias as similiridades entre a história da criação no Enuma Elish e a história da criação no Livro do Génesis. O Génesis descreve seis dias de criação, seguido de um dia de descanso, enquanto que o Enuma Elish descreve a criação de seis deuses e um dia de descanso. Em ambos a criação é feita pela mesma ordem, começando na Luz e acabando no Homem. A deusa Tiamat é comparável ao Oceano no Génesis, sendo que a palavra hebraica para oceano tem a mesma raiz etimológica que Tiamat. Estas semelhanças levaram a que muitos estudiosos tivessem chegado à conclusão que ou ambos os relatos partilham a mesma origem, ou então uma delas é uma versão transformada da outra.
Os livros do destino Eram os últimos anos do século 6 a.C. quando uma viajante entrou pelos portões de Roma e pediu uma audiência com Tarquínio, governante da cidade. A estrangeira trazia 9 livros que continham “revelações divinas”. Pediu 300 peças de ouro pelo lote, provavelmente escrito em folhas de palmeira ou papiro, já que não havia pergaminhos na época. Tarquínio recusou. Irritada, a desconhecida queimou 3 livros e ofereceu os restantes pelo mesmo preço. Proposta negada, ela destruiu as outras 3 obras e repetiu a pedida. Impressionado, Tarquínio consultou seus sacerdotes e comprou
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os livros sobreviventes. Em seguida encerrou os volumes numa cripta subterrânea sob o Templo de Júpiter Capitolino – o mais importante da cidade. Esse relato foi narrado por diversos historiadores antigos. Lactâncio, que viveu no século 3 d.C., afirmou que a desconhecida era Sibila de Cumas, sacerdotisa do deus Apolo, que tinha o dom da clarividência. Seus livros estariam repletos de profecias. Hoje, sabe-se que a maior parte da história não passa de lenda. O que não resolve o mistério. Por exemplo: havia, de fato, uma coleção de obras misteriosas nos subterrâneos do Templo de Júpiter. Era conhecida como Libri Fatales, os “Livros do Destino”, ou Libri Sibillini, os“Livros da Sibila”. Escritos em grego, os volumes só podiam ser manuseados por sacerdotes conhecidos como quindecemviri, ou “os quinze homens”, e sob ordem expressa do Senado. Revelar seu conteúdo rendia a pena de morte. Os livros eram consultados sempre que uma calamidade se aproximava. Interpretando os versos, os sacerdotes encontravam a solução para o problema e prescreviam construções de templos, orações ou sacrifícios humanos. A enigmática coleção foi destruída em 83 a.C., quando o Templo de Júpiter ardeu em chamas. De seu conteúdo, restaram apenas alguns poucos versos. A origem dos Libri até hoje intriga historiadores. Para o francês Raymond Bloch, as obras foram escritas pelos etruscos – povo que habitava a Itália antes de Roma ser fundada – e traduzidas para o grego. Há quem opine que tudo não passava de embuste. “Os livros podem ter sido forjados pelo próprio Tarquínio, que usaria as profecias para justificar suas decisões”, escreveu a espanhola Concha de Salamanca no Dicionário del Mundo Clásico.
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A história dos Libri não acabou com o incêndio do templo. Até o século 4, escritores forjaram cópias da coleção para propagandear o cristianismo: os versos traziam previsões, “escritas séculos antes do nascimento de Jesus”, que falavam sobre a vinda do Messias. As farsas circularam pela Europa durante séculos e foram reunidas num único volume pelo editor Servatius Gallaeus, na Holanda em1689.
Os símbolos alquímicos do Aurora Consurgens foram interpretados por Jung como alegorias do inconsciente humano. Esse relato foi narrado por diversos historiadores antigos. Lactâncio, que viveu no século 3 d.C., afirmou que a desconhecida era Sibila de Cumas, sacerdotisa do deus Apolo, que tinha o dom da clarividência.
Delírios de São Tomás Um casal de gêmeos siameses é embalado por um pássaro azul gigante. Enquanto isso, dois cavaleiros cruzam lanças montados em feras monstruosas: o primeiro usa um elmo feito de raios de sol, o segundo tem 3 rostos semelhantes às fases lunares. Mais adiante, uma criança nua, com a cabeça estraçalhada, arranca pedaços do tórax e os oferece a um companheiro. Sob as asas negras de um corvo, um macaco sorridente toca violino. Não, leitor, essas cenas não estão em um quadro de Salvador Dali. As imagens acima fazem parte dos tesouros
gráficos do Aurora Consurgens – em latim, “Aurora que Surge”, escrito entre os séculos 13 e 15, um dos livros mais obscuros da Idade Média. Grande parte do seu mistério gira em torno do nome do autor. De acordo com tradições medievais, esse seria o último livro escrito por são Tomás de Aquino, um dos maiores pensadores do cristianismo. Considerado incompreensível pela maioria dos estudiosos, Aurora pertence a um gênero há muito desaparecido: o tratado alquímico. A alquimia era uma espécie de ciência primitiva, que misturava química, filosofia, astrologia e misticismo. Seus praticantes dedicavam-se a uma tarefa digna de contos fantásticos: encontrar a fórmula da “pedra filosofal”, substância capaz de converter metais em ouro e de prolongar a vida. As imagens podem ser vistas como metáforas para os processos de transformação – um animal macho e um animal fêmea juntos, por exemplo, poderiam simbolizar a união do enxofre com o mercúrio, substâncias que os alquimistas consideravam opostas. Durante centenas de anos, o Aurora foi uma das obras mais raras do mundo ocidental. Suas cópias limitavam-se a manuscritos esparsos. Até que no início do século 20 uma reprodução foi casualmente descoberta por um bibliófilo famoso: o psicólogo suíço Carl J. Jung, que ficou hipnotizado pelas imagens fantasmagóricas e interpretou os símbolos alquímicos do Aurora como alegorias do inconsciente humano. Jung levava a sério a versão que atribuía a obra a São Tomás. Para ele, o livro era uma transcrição das últimas palavras do filósofo, pronunciadas em seu leito de morte no mosteiro de Santa Maria della Fossa-Nuova, na Itália. A hipótese é apoiada nos relatos de alguns biógrafos que afirmam que o santo morreu em estado de perturbação
Gravura do Aurora Consurgens, último livro escrito por São Tomás de Aquino entre os séculos 13 e 15, mostra casal de gêmeos siameses embalados por um pássaro azul. As imagens do livro fascinaram o psicólogo suíço Carl Jung.
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REPORTAGEM_
mental, assombrado por delírios místicos e visões do além. “À primeira vista, o Aurora parece um texto esquizofrênico, com múltiplos sentidos divergentes”, diz Gelson Luis Roberto, presidente do Instituto Junguiano do Rio Grande do Sul. “Mas um olhar mais cuidadoso revela que, talvez, trate-se dos últimos estertores de uma mente brilhante.”
A filosofia da viagem no tempo A história de como esse livro foi escrito é um tanto confusa e retrata a loucura de uma freira ou talvez uma verdade desconhecida por todos (inclusive, Donnie Darko, um título cult do cinema, foi inspirado nesse livro). O prefácio, datado de Outubro de 1944, é usado como agradecimento a seis freiras de Saint John, Alexandria – Virgínia, pelo suporte que deram a Roberta Sparrown
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à decisão de escrever o livro. Consciente de que a obra que escreveu poderia não ser apenas uma obra de ficção, Roberta Sparrow pede ao destinatário do livro que, no caso de viver a experiência por ela descrita, a procure, no caso de ainda se encontrar viva. Esta passagem está claramente marcada no filme Donnie Darko, onde a “avó Morte” verifica várias vezes a sua caixa de correio, na esperança perpétua de ter recebido uma carta que confirme que o seu texto é não-fictício, antes que seja tarde demais. Donnie acaba por escrever-lhe a tão desejada carta, estando abaixo esta mesma na íntegra: “Querida Roberta Sparrow, aproximeime de si no seu livro e há tantas coisas que preciso perguntar-lhe. Às vezes tenho medo do que possa dizer-me. Às vezes tenho medo que me diga que isto não é uma obra de ficção.
Só posso esperar que as respostas cheguem no meu sono. Espero que quando o mundo acabar, eu possa respirar aliviado, porque haverá tanto porque esperar…” O prefácio do livro diz: “O propósito deste pequeno livro é para ser usado como um guia direto e simples em um momento de grande perigo. Eu rezo para que isto seja simplesmente uma obra de ficção. Se não for, então eu rezo por você, o leitor deste livro. Se eu ainda estiver viva quando os acontecimentos prenunciados nestas páginas ocorrerem, então espero que você me encontre antes que seja tarde demais.”
Enígma de Veneza Os livros impressos no século 15 são conhecidos como incunabula – de incunabulum, em latim, “berço” ou“princípio”. Raros, frágeis e belos,
Hypnerotomachia Poliphili (ao lado) significa “A Luta Amorosa de Poliphilo em um Sonho”. Segundo o empresário e bibliófilo José Mindlin, o livro representa uma revolução da tipografia. Donnie Darko (na página ao lado), o filme de 2001 do diretor norte-americano Richard Kelly, foi inspirado no livro “A filosofia da viagem no tempo”, de Roberta Sparrow.
são objeto de desejo de qualquer bibliófilo. Em dezembro de 1499, chegou às estantes de Veneza um dos incunabula mais estranhos e controvertidos. A obra tem biografia tão intrigante quanto o título da capa: Hypnerotomachia Poliphili, que numa tradução aproximada do grego significa “A Luta Amorosa de Poliphilo em um Sonho”. A autoria é desconhecida – apenas o editor é conhecido: Aldus Manutius, o primeiro impressor profissional da Itália. O Hypnerotomachia tem uma característica célebre: as magníficas ilustrações em litogravura. “O livro representa uma revolução na história da tipografia. É uma obra de arte”, diz o empresário e bibliófilo José Mindlin, um dos poucos sul-americanos que contam com um exemplar na prateleira. Mas o que fez mesmo a fama do livro é o fato de ser um dos mais
complicados de todos os tempos. Escrito numa mistura de latim, italiano, grego, hebraico, árabe e imitações de hieróglifos egípcios, a narrativa mistura pesadelos sanguinolentos, aventuras intricadas e devaneios eróticos, entremeados por comentários sobre literatura, arte e música. O enredo é um labirinto: durante um sonho, Poliphilo parte em busca de sua amada, Polia, atravessando bosques, ruínas e cidades bizarras. Nesse cenário delirante, depara com deuses, ninfas e dragões. Um texto do século 16 sugeriu que a narrativa obscura e as ilustrações enigmáticas eram partes de um código alquímico. No best seller O Enigma do Quatro, publicado no Brasil em 2005, os autores tentam encontrar significados ocultos nos jogos de palavras do livro. Sobre a misteriosa identidade do autor, existem
apenas pistas. Por exemplo: alinhadas, as letras iniciais de cada um dos 38 capítulos formam a frase “Poliam Frater Franciscus Colonna Peramavit” – em latim, “O irmão Francisco Colona amava Polia loucamente”. Sabe-se que na época havia dois Franciscos Colonna: um aristocrata romano e um monge dominicano – este, o maior suspeito. De acordo com os anais dominicanos, por volta de 1500 ele solicitou um empréstimo para ajudar na publicação de um livro. Na década de 1990, a estudiosa francesa Liane Lefaivre sugeriu nova hipótese: o autor seria Leon Battista Alberti, espécie de artista multimídia do Renascimento, que era pintor, músico, arquiteto, filósofo, poeta e lingüista. Com um currículo desse calibre, Alberti bem que poderia ter escrito o livro mais complicado da literatura ocidental.
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Neil A. Armstrong, comandante da missão Apollo 11 Lunar Landing em seu traje espacial, com seu capacete na mesa em frente a ele. Atrás dele é uma grande fotografia da superfície lunar.
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Neil Armstrong e seu grande passo A saga de um dos homens mais influentes do século XX chega ao fim. Texto: Júlio Guedes
O
ex-astronauta americano Neil ���� Armstrong, o primeiro homem a pisar na Lua, morreu aos 82 anos, segundo reportagens na mídia dos Estados Unidos neste sábado. Armstrong tinha sido submetido a uma cirurgia no coração no começo deste mês para desobstruir artérias. Como comandante da missão Apollo 11, Armstrong se tornou o primeiro ser humano a pisar na Lua em 20 de julho de 1969. Em nota, a família afirmou que Armstrong morreu devido a complicações cardiovasculares, mas não revelou o local onde ele estava. Os familiares o descrevem como um carinhoso marido, pai, avô, irmão e amigo, além de “um relutante herói americano que sempre acreditou que estava fazendo o seu trabalho.”
A perda de um herói Armstrong descobriu durante exames em um hospital que quatro artérias coronárias estavam entupidas e teve que passar por uma cirurgia de emergência no início de agosto. O ex-astronauta vivia em Cincinnati, onde fica o hospital no qual fez os exames e foi operado. À TV NBC, Gene Cerman (que esteve na Lua na Apollo 17) relatava uma conversa que teve à época com Carol Armstrong (mulher de Neil) e ela afirmou que ele se recupera bem após o procedimento. O astronauta tinha uma vida recatada. Sua última aparição pública foi no Con-
gresso, em novembro do ano passado, quando defendeu a Nasa - a agência espacial americana - dos cortes no orçamento e recebeu uma medalha dos parlamentares. Armstrong tinha sido submetido a uma cirurgia ao coração no início de Agosto, com a realização de um bypass para resolver quatro bloqueios nas artérias coronárias. Segundo a família, morreu devido a complicações resultantes desta intervenção. Apesar de ter sido protagonista do momento mais emblemático da história da aventura espacial, Neil Armstrong manteve uma vida relativamente discreta. A sua própria família, num comunicado difundido sábado, disse que “Neil Armstrong era um herói americano relutante que sempre acreditou que apenas estava a fazer o seu trabalho”. “Enquanto lamentamos a perda de um homem bom, também celebramos uma vida notável e esperamos que ela sirva como um exemplo para que jovens em todo o mundo lutem para concretizar os seus sonhos, para explorar os seus limites e para servir uma causa maior que si próprios”, lê-se no comunicado da família. “Além de ser um dos maiores exploradores norte-americanos, Neil agia com uma graça e humildade que foram um exemplo para todos nós”, disse o administrador da NASA, Charles Bolden. Para o Presidente norte-americano, Barack Obama, que num comunicado se mostrou “profundamente triste” com a morte de Armstrong, o astronauta é “um dos grandes heróis norte-americanos”.
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O candidato republicano à Casa Branca, Mitt Romney, que se diz inspirado porArmstrong pela paixão do astronauta “ao espaço, ao universo e à sua devoção à América”, também o considerou um homem de coragem, com um lugar reservado no “panteão dos heróis”, cita a AFP. Para a família de Neil Armstrong, a melhor forma de o homenagear é seguir o seu exemplo de “serviço, realização e modéstia”. E mais: “Da próxima vez que andar ao ar livre numa noite limpa e ver a Lua a sorrir cá para baixo para si, pense em Neil Armstrong e pisque-lhe um olho”.
Biografia Nascido na cidade de Wapakoneta, no estado norte-americano de Ohio, antes de se tornar astronauta Neil Armstrong entrou na Universidade de Purdue onde estudou engenharia aeroespacial e também foi aceito para o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) em Cambridge, em 1949 Armstrong foi aviador da Marinha, tendo combatido na Guerra da Coréia, ele serviu até 1952 como piloto de caça, com 78 missões cumpridas. Ele recebeu a Medalha do
ar por 20 missões de combate, uma Estrela de Ouro pelos 20 subsequentes, e a Medalha de Serviço coreano e Estrela de noivado. Após a guerra, ele retornou aos Estados Unidos e se tornou piloto de testes de empresas fabrican-
Armstrong, acenando ao embarcar para a missão lunar em 16 de julho de1969.
“Éramos citados nas aulas de Ciência. Hoje, as crianças aprendem sobre a Apollo 11 nas aulas de História” tes de aviões, testando mais de 900 tipos de aeronaves diferentes durante a década de 1950, incluindo o famoso X-15, o primeiro avião do mundo a voar na estratosfera terrestre. Armstrong interessou-se pela NASA cinco ou seis meses depois da abertura das inscrições para a formação de um novo grupo de astronautas, em 1962, e foi escolhido para o chamado.
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Preparação para pouso lunar, Tripulação vista de dentro do Apolo XI.
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Grupo dos Nove, denominação decorrente do modo como eram conhecidos os primeiros astronautas norte-americanos selecionados em 1960 para o Projeto Mercury, o Grupo dos Sete, tornando-se o primeiro astronauta norte-americano civil. Os primeiros dois anos de Armstrong e do novo grupo na NASA foram dedicados a treinamentos e ao acompanhamento da fabricação dos motores, foguetes e espaçonave que se destinariam aos projetos Gemini e Apollo. Em março de 1966, ele realizou seu primeiro voo ao espaço como comandante da Gemini VIII, em companhia do astronauta David Scott, que anos depois comandaria a Apollo 15 e também pousaria na Lua. destinariam aos projetos Gemini e Apollo. Em março de 1966, ele realizou seu primeiro voo ao espaço como comandante da Gemini VIII, em companhia do astronauta David Scott, que anos depois comandaria a Apollo 15 e também pousaria na Lua. A missão, problemática, era a junção no espaço com um foguete Agena não-tripulado, como teste para as futuras missões Apollo, em
que a nave de comando precisaria se conectar e se separar do Módulo Lunar Apollo. Problemas de estabilidade no foguete, que começou a rodar sem controle sobre si mesmo após o engate das duas espaçonaves, causaram o aborto e o encerramento mais rápido da missão. Após a Apollo 11 e todas as honrarias que recebeu pelo feito, Armstrong dificilmente apareceu em público. Ele deixou a Nasa e foi para a Universidade de Cincinnati e depois trabalhou em empresas particulares. O homem reservado decepcionava muitos fãs ao frequentemente negar autógrafos e também aos jornalistas que pediam entrevistas. “Não quero ser um monumento vivo.”
Apollo 11 Em dezembro de 1968, Donald Slayton, antigo astronauta do Projeto Mercury e então Chefe do Co-mitê de seleção de astronautas do Projeto Apollo, ofereceu a Armstrong o comando da Apollo 11, a missão que desceria primeiro na Lua. Esta escolha surgiu de uma reunião semanas antes, entre os principais diretores do programa
Apollo, que decidiram que Armstrong seria o primeiro na Lua por causa de seu perfil: era parecido com o grande herói americano Charles Lindbergh, um homem de características discretas e essencialmente técnicas, sem grandes egos. Entre seus colegas, era conhecido pelo comportamento equilibrado, muito “sangue frio”, característica que fazia dele um astronauta perfeito. Toda a saga de Armstrong, Aldrin, Michael Collins e do voo pioneiro está contada na história da missão Apollo 11. Sua frase épica, “Este é um pequeno passo para o homem, um salto gigantesco para a humanidade” ao pisar pela primeira vez na superfície lunar, é uma das mais conhecidas na História, mas só veio à cabeça de Neil poucos momentos antes de descer da nave, já pousado na Lua. Além dos importantes experimentos científicos que ali fizeram, ele e o piloto do Módulo Lunar, “Buzz” Aldrin, fincaram na Base da Tranqüilidade uma bandeira metálica dos Estados Unidos e colocaram uma placa junto a uma das patas de apoio do Módulo Lunar Eagle, assinada pelos astronautas e pelo presidente americano-
Richard Nixon: “Aqui os homens do planeta Terra puseram pela primeira vez os pés na Lua, em 20 de julho de 1969. Viemos em paz em nome de toda a Humanidade”.
Primeiro homem a pisar na Lua, Armstrong, em seu traje espacial, finca a bandeira Norte Americana em solo lunar, grande marco.
Homenagens O último ato de Neil Armstrong na Lua foi depositar na superfície um pequeno memorial com os nomes e as fotografias de Yuri Gagarin, Vladimir Komarov, Virgil Grisson, Ed White e Roger Chaffee, os americanos e soviéticos mortos durante o começo das viagens ao espaço, antes da chegada à Lua. De todos, apenas Gagarin não morreu numa nave espacial, mas num acidente de avião, seis anos após seu histórico voo em abril de 1961. Em outubro de 1978 recebeu do Presidente dos Estados Unidos, Jimmy Carter, a Medalha de Honra Espacial do Congresso, criada em 1969 para premiar astronautas responsáveis por feitos excepcionais para a nação e a Humanidade, a maior honraria civil outorgada a um astronauta pelo governo norte-americano. Ele foi o primeiro a recebê-la. Em 1972 foi recebido com emoção e alegria na cidadezinha de Langholm, na Escócia, berço
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Primeiro homem a pisar na Lua, Armstrong,sorri para foto na nave da Apolo II.
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do primeiro clã Armstrong e agraciado com o título de primeiro homem livre do burgo local. O magistrado-chefe da cidade rasgou então uma lei de 400 anos de idade, que condenava à forca qualquer Armstrong encontrado na cidade, motivo pelo qual os Armstrong emigraram para os Estados Unidos ainda na época das caravelas. Existe uma pequena cratera na Lua, cerca de 50 km do local de onde alunissou a Apollo 11, e um asteróide, o 6469 Armstrong, batizados em sua homenagem. Armstrong, quando jovem, foi escoteiro, e em homenagem ao escotismo levou para a Lua e trouxe de volta o distintivo símbolo do Escotismo Mundial. Este distintivo histórico está em exposição permanente no escritório central da Organização Mundial do Movimento Escoteiro em Genebra, Suíça, junto a um certificado assinado pelo próprio Armstrong. Após a volta da Lua e um período de 21 dias de quarentena na Terra, Armstrong e a tripulação da Apollo 11 fizeram uma turnê mundial por dezenas de países, sendo recebidos em triunfo[9], das trincheiras dos soldados americanos no Vietnã à
União Soviética, onde foi recebido pelo premier Alexei Kossygin, conheceu a primeira mulher a ir ao espaçoValentina Tereshkova e foi o primeiro ocidental a visitar o Centro de Treinamento de Cosmonautas Yuri Gagarin, no Cosmódromo de Baikonur, Cidade das Estrelas, até então um dos locais mais secretos da antiga União Soviética.
Saída da NASA Logo depois de anunciar que não mais iria ao espaço após a saga da Apollo 11, Neil Armstrong retirou-se da NASA em fins de 1970 e tornou-se professor de engenharia aeroespacialna Universidade de Cincinnati, onde permaneceria até 1979. Rejeitou ofertas milionárias de grandes empresas para trabalhar como relações públicas ou em cargos de diretoria, assim como a oferta de todos os partidos políticos que desejavam tê-lo como candidato a qualquer coisa.
Vida Pessoal Casado pela segunda vez, Neil Armstrong levava uma vida discreta, aparecendo somente em solenidades do governo americano relati-
vas a tecnologia espacial e em palestras sobre o passado e o futuro da conquista do espaço. Há algum tempo, mostrou desânimo pelo fato daexploração espacial ter saído do interesse das grandes massas, depois da falta de continuidade de voos tripulados pelo homem para fora da órbita terrestre, sendo inclusive relegada a um segundo plano no currículo estudantil dos Estados Unidos: “O decepcionante é que, anos atrás, eu costumava ouvir que éramos citados nas aulas de Ciência. Hoje, eles dizem que aprendem sobre a Apollo 11 nas aulas de História”. Em 1994 Armstrong processou a maior empresa de cartões de crédito da América por usar sua histórica frase (“este é um pequeno passo…”) em cartões e decorações de árvores de natal e nunca mais deu autógrafo desde que descobriu que o site E-bay vendia por até 50 000 dólares objetos em mãos de colecionadores autografados por ele e pela tripulação da Apollo 11 e até falsificações vendidas como verdadeiras. Em maio de 2005 envolveu-se num dos mais inéditos casos de processo por direitos autorais que se conhecem, com seu barbeiro
de mais de 20 anos, Marx Sizemore. Depois de cortar os cabelos de Neil, o barbeiro vendeu por U$ 3000 as mechas do cabelo cortado a um fanático colecionador, sem o consentimento ou conhecimento de Armstrong e foi obrigado pelo tribunal a devolver o cabelo ou o dinheiro. Sem ter como reaver os restos de cabelo, Sizemore devolveu os três mil dólares que Armstrong doou à caridade. Conhecido por ser um recluso e avesso à publicidade, certa vez Armstrong consentiu em estrelar um comercial de televisão para aChrysler. Sua razão para isso foi por respeitar a história da engenharia da empresa e para ajudá-la a sair das dificuldades financeiras em que se encontrava. Depois de uma de suas missões pela NASA, Armstrong esteve no Brasil ao lado do então presidente norte-americano Lyndon Johnson. Em nosso país foi muito bem recebido por nossas autoridades, e demonstrou alto conhecimento sobre a história de Alberto Santos Dumont, o nosso querido brasileiro que desenvolveu o primeiro avião.
Neil e família Armstrong,em um momento família com sua esposa e seus filhos.
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Neil A. Armstrong, comandante da missão Apollo 11 Lunar Landing em seu traje espacial, com seu capacete na mesa em frente a ele. Atrás dele é uma grande fotografia da superfície lunar.
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A morte do primeiro homem a pisar na Lua gerou muita repercussão em todo o mundo. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, não demorou a lamentar publicamente o falecimento de Armstrong . “Neil foi um dos maiores heróis americanos, não somente de sua época, mas de todos os tempos. Quando ele e seus companheiros de bordo pousaram na Lua com a Apollo 11, em 1969, levaram consigo as aspirações de uma nação inteira”,afirmou. Edwin “Buzz” Aldrin, o segundo homem a pisar na Lua e ex-companheiro de Armstrong, também se manifestou após a confirmação da morte. “Estendemos nossas mais profundas condolências à Carol e a
toda a família Armstrong pela morte de Neil. Ele fará muita falta”,afirmou. Outro ex-companheiro de Armstrong, Michael Collins também reverenciou o amigo. “Ele foi o melhor, e eu vou sentir muito a sua falta.” A Agência Espacial Americana (Nasa) também lamentou a perda de Neil Armstrong, apontado como um “verdadeiro herói americano”, além de um pilar da “próxima era da prospecção espacial” em que a agência entra agora. “ “Enquanto houver livros de história, Neil Armstrong estará neles, lembrado por dar o primeiro pequeno passo da humanidade em um mundo além do nosso”, disse o administrador da Nasa.
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NASA:
facilitando nossas vidas desde 1976. Você nunca pisou na lua, mas está em contato com alguma tecnologia da Nasa que se transformou em produto de uso diário. Texto: Estevão Albuquerque
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NASA é uma agência espacial civil independente sob o ramo executivo, criada pelo Congresso para auxiliar na política ou prestar serviços especiais para outros órgãos independentes, incluindo a Agência Central de Inteligência, a Agência de Proteção Ambiental e a Fundação Nacional de Ciência. Apesar da NASA não ser uma organização em nível de gabinete como o Departamento de Defesa, o seu administrador é indicado pelo presidente e deve ser confirmado pelo Senado. Os presidentes podem determinar as políticas e direções da agência. Como todos os outros órgãos e departamentos governamentais, a NASA propõe um orçamento anual, que é incorporado ao orçamento anual do presidente e submetido ao Congresso. O Congresso debate e destina verbas à NASA por meio de leis de destinação legislativas. O sucesso da NASA em realizar a sua missão e atingir as orientações presidenciais depende muito dessas verbas. Por exemplo, o programa de exploração de Marte proposto pelo presidente George H. W. Bush enfrentou uma enorme resistência no Congresso porque foi considerado caro demais: US$ 500 bilhões por um período de 20 a 30 anos. O Congresso não forneceu verbas ao programa e a proposta não obteve sucesso.
Alguns dos programas de pesquisa aeronáutica da NASA foram o avião-foguete X-15 (em inglês) e a fuselagem de levantamento sem asa HL10 (em inglês) e a aeronave de asa de encolhimento posterior X-29 (em inglês). A pesquisa aeronáutica conduzida ou patrocinada pela NASA levou a avanços em aviônica, incluindo cabines de vidro, visores frontais e sistemas controlados por fio (fly-by-wire). A NASA enviou diversas sondas espaciais robóticas para diversos lugares do sistema solar. As sondas mais antigas do programa Apollo (Ranger, Lunar Orbiter, Pioneer e Surveyor) foram enviadas à Lua para obter informações necessárias para as aterrissagens. A NASA posteriormente retornou à lua com as sondas Clementine de 1992 e Prospector Lunar de 1998 para expandir a exploração lunar. Este ano, enviou a sonda Curiosity à Marte.
Centros de pesquisa da NASA O trabalho de pesquisa e desenvolvimento de cada diretoria é dividido entredez centros espalhados pelos Estados Unidos. Cada centro possui seu próprio diretor, sua administração, compras, relações públicas e responsabilidades. Primeiro, vamos analisar mais detalhadamente cada centro de pesquisas.
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Passos básicos em saúde, segurança, comunicações e até em entretenimento encontram raízes no braço do governo americano normalmente associado com espaçonaves e pessoas flutuando. Na verdade, a Nasa registrou mais de 6.300 patentes com o governo americano. Todos os anos, desde 1976, a Nasa vem publicando uma lista de toda tecnologia e produto ligado à sua pesquisa. O jornal “Spinoff”, da Nasa, destaca esses produtos, que incluem coisas como marcapassos melhorados, máquinas de exercícios com tecnologia de ponta e rádio satélite. Esses produtos se tornaram possíveis graças às ideias e à inovação da Nasa. Mas não é preciso ser um cientista de foguetes para usar muitas dessas tecnologias. Conheça dez dessas tecnologias que se transformaram em produtos de uso diário.
Aparelhos invisíveis Ter os dentes em ordem costumava significar encher a boca de metal. Não mais. Aparelhos invisíveis chegaram ao mercado em 1987, e agora existem várias marcas. Os aparelhos ortodônticos invisíveis são feitos de alumina translúcida policristalina (TPA). Uma empresa chamada Ceradyne desenvolveu a TPA em conjunto com a unidade de pesquisas de cerâmica avançada da Nasa (Nasa Advanced Ceramic Research) para proteger as antenas infravermelhas dos rastreadores de mísseis termoguiados. Ao mesmo tempo, outra empresa, a Unitek, estava trabalhando em um novo projeto para aparelhos dentários - um design que poderia ser mais agradável esteticamente e que não teria o fator brilho metálico. A empresa descobriu que a TPA seria forte o bastante para aguentar o uso e é translúcida, fazendo dela o material principal para aparelhos invisíveis. Em razão de sua popularidade instantânea, os aparelhos invisíveis são um dos produtos mais bem-sucedidos da indústria ortodôntica.
Ferramentas sem fio As missões Apollo à lua levaram a Black & Decker e a Nasa a desenvolver e aprimorar ferramentas sem fio. Quando você está aspirando a poeira ou miga-
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lhas em casa com um aspirador sem fio, na verdade você está usando a mesma tecnologia que os astronautas usaram na lua. Embora a Black & Decker tenha inventado as primeiras ferramentas à pilha em 1961, a pesquisa relacionada da Nasa ajudou a redefinir a tecnologia que levou a instrumentos médicos leves e sem fio, aspiradores de pó e outras ferramentas. Em meados dos anos 60, para preparar as missões à lua Apollo, a Nasa precisou de uma ferramenta que astronautas pudessem usar para obter amostras de rochas e solo. A furadeira tinha de ser levíssima, compacta e poderosa o suficiente para
Ferramentas sem fios Graças ao desenvolvimento das tecnologias sem fio, como pilhas, infravermelho e bluetooth, temos hoje em dia aparelhos usados através de controle remoto. Ao lado, controles do videogame Nintendo Wii.
cavar fundo na superfície lunar. Já que ligar um cabo a uma furadeira no espaço sideral seria uma façanha difícil, a Nasa e a Black & Decker inventaram uma furadeira de motor magnético movida à bateria. Trabalhando com o contexto de ambiente espacial limitado, a Black & Decker desenvolveu um programa de computador para a ferramenta que reduziu a quantidade de energia gasta durante o uso para aumentar a vida útil da bateria. Depois do projeto com a Nasa, a Black & Decker aplicou os mesmos princípios para fazer outras ferramentas leves movidas à bateria para o uso diário dos consumidores.
Filtros de água Água é ingrediente essencial para a sobrevivência humana. Já que as pessoas não podem viver sem água, a capacidade de converter água contaminada em água potável é um feito científico incrivelmente importante. Os astronautas precisavam de uma maneira de limpar a água que eles levavam para o espaço, já que bactérias e doenças seria altamente problemáticas. A tecnologia de filtrar água já existia desde o começo dos anos 50, mas a Nasa queria saber como limpar a água em situações mais extremas e mantê-la limpa por períodos mais longos de tempo.
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REPORTAGEM_
Controle de Joytick evoluíram de uma pesquisa para desenvolver um controle para o veículo lunar Apollo.
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Se você observar a água filtrada, poderá detectar pequenos blocos de carvão vegetal dentro dela. Às vezes, quando você usa um filtro de água pela primeira vez, você até percebe pequenos flocos desses blocos. Essecarvão é especialmente ativado e contém íons de prata que neutralizam patógenos na água. Além de matar as bactérias na água, os filtros previnem o crescimento de mais bactérias. As empresas emprestaram essa tecnologia espacial para nos trazer os sistemas de água filtrada usados por milhões de pessoas em todo o mundo.
Antes de os homens serem enviados ao espaço, a Nasa construiu satélites que poderiam dizer às pessoas em terra como era o espaço sideral. Usando tecnologia de satélite similar, cerca de 200 satélites de comunicação orbitam o globo todos os dias. Esses satélites enviam a recebem mensagens que permitem que chamemos nossos amigos nos EUA quando nós estamos em São Paulo. A Nasa monitora a localização e a “saúde” desses satélites para garantir que continuemos a falar com as pessoas ao redor do mundo ou no bairro vizinho.
Controles de joystick
Termômetro de ouvido
Os joysticks são usados para muita coisa hoje em dia, inclusive jogos de computadores e veículos para pessoas com deficiência. Eles evoluíram de uma pesquisa para desenvolver um controle para o veículo lunar Apollo. A capacidade de transportar conversas de longa distância não aconteceu da noite para o dia. Ela não está conectada a uma invenção específica da Nasa - a melhoria das telecomunicações levou décadas para acontecer.
Tomar a temperatura quando se está doente pode ser um negócio complicado. Um termômetro de mercúrio padrão pode se mostrar difícil de ler, e o termômetro retal é muito desconfortável. Em 1991, os termômetros infravermelhos que você coloca no ouvido conquistaram o mundo ao simplificar e agilizar o processo de tirar a temperatura de uma pessoa - principalmente de crianças e bebês.
Lentes resistentes a arranhões muito utilizadas em óculos escuros, surgiram de tecnologia desenvolvida para proteger equipamentos espaciais e capacetes de astronautas.
Junto com o Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa (JPL), a empresa inventou um sensor infravermelho que serve como termômetro. Os termômetros auriculares tomam nossa temperatura medindo a quantidade de energia que o tímpano desprende dentro do canal do ouvido. Já que o tímpano está dentro do nosso corpo, ele atua como um sensor eficaz da energia interna, que aumenta quando nós ficamos doentes. Os modelos para hospital podem medir a temperatura em menos de dois segundos.
Lentes resistentes a arranhões As lentes resistentes a arranhões surgiram de tecnologia desenvolvida para proteger equipamentos espaciais e capacetes de astronautas. Se você deixar seus óculos caírem no chão, as lentes provavelmente não se quebrarão. Isso porque, em 1972, a vigilância sanitária dos EUA (Food and Drug Administration) começou a exigir que os fabricantes usassem plástico em vez de vidro para fazer lentes. Plástico é mais barato de usar, melhor na absorção de radiação ultravioleta, mais
leve e não estilhaça. Contudo, ele também tem um calcanhar de Aquiles. Plásticosdesprotegidos tendem a arranhar facilmente, e lentes arranhadas podem danificar a vista do usuário. A sujeira e as partículas encontradas nos ambientes espaciais, levou a Nasa a desenvolver um revestimento para proteger os equipamentos no espaço, particularmente os visores dos capacetes dos astronautas. Reconhecendo ali uma oportunidade, a Foster-Grant, fabricante americana de óculos de sol licenciou a tecnologia da Nasa para seus produtos. A cobertura especial para plásticos tornou seus óculos escuros dez vezes mais resistentes a arranhões do que os de plástico não revestido. Além disso, ela bloqueia os raios ultravioletas que podem prejudicar a visão. Passos básicos em saúde, segurança, comunicações e até em entretenimento encontram raízes no braço do governo americano normalmente associado com espaçonaves e pessoas flutuando. Todos os anos, desde 1976, a Nasa vem publicando uma lista de toda tecnologia e produto ligado à sua pesquisa.
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Quando o segundo Sol chegar É descoberto o primeiro planeta com dois sóis, com o Tatooine de Star Wars, onde Anakin Skywalker nasceu. Essa descoberta põe em dúvida as teorias sobre formação de planetas. Texto: Vinícius Mattos
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embra-se de Tatooine, o planeta com dois sóis, lugar onde Anakin Skywalker nasceu? Um planeta com duas estrelas “mães”, assim como Tatooine, foi descoberto. O problema é que essa descoberta acaba impactando as teorias sobre formação de planetas que conhecemos. O novo planeta é um gigante gasoso do tamanho de Júpiter e fica em um sistema binário, a 49 anos luz de distância, na constelação de Lira, muito próximo a duas estrelas para abalar a idéia de que a poeira e os gases que circulam as estrelas aumentariam o centro rochoso do planeta – então ele teria que ser, basicamente, uma grande rocha, mas não uma enorme bola de gás. A segunda estrela, para que nossas teorias anteriores estivessem corretas, deveria ter “soprado” o gás e a poeira do planeta gigante para longe, deixando apenas seu centro rochoso. A nova descoberta mostra que uma teoria chamada de “colapso gravitacional”, antes conhecida como “alternativa” pode ser possível – regiões de poeira espacial densa poderiam formar planetas muito rapidamente e eles se manteriam no lugar através de sua própria força gravitacional. Mas ele não é o único planeta com dois sóis que conhecemos. Astrônomos já descobriram vários deles, provando que um por do sol duplo, como visto em Star Wars, pode ser um fenômeno real. No entanto, ele é o único gigante gasoso descoberto nessa situação. Embora tenha havido sugestões de que planetas circulando estrelas duplas pudessem existir – os chamados “planetas circumbinários” -, esta é a primeira confirmação. Isso significa que, quando o dia termina em Kepler-16b, há um pôr do sol duplo. Os dois sóis de Kepler-16b são menores do que o nosso, ou seja, 69% e 20% da massa do nosso sol, o que torna a temperatura da superfície do planeta estimada em -73 a -101 graus Celsius. Kepler-16b orbita seus dois sóis a cada 229 dias, a uma distância de 104 milhões de quilômetros, a mesma distância de Vênus. O telescópio Kepler, lançado em 2009, é projetado para vasculhar a nossa secção da Via Láctea a procura de planetas como a Terra. Kepler encontra estrelas cuja luz é regularmente
“escurecida” quando um planeta em órbita passa entre ela e o telescópio. Neste caso, a equipe também foi capaz de observar escurecimento quando uma estrela passou em frente da outra (notando duas estrelas, dois sóis). Os cientistas da NASA observaram queda adicional à luz em ambas as estrelas em alternância, mas horários regulares, confirmando a dupla órbita do planeta. Os dados coletados pelo telescópio Kepler permitem medições muito precisas da massa, raio e trajetórias de todos os três corpos – as melhores estimativas de um planeta extrassolar.
Como seria se a Terra tivesse dois sóis? Se lembra do planeta Tatooine, do filme Guerra nas Estrelas? Um planeta muito semelhante com ele, que gira ao redor de dois sóis, foi descoberto pela missão Kepler, da NASA. O mundo estranho se chama Kepler-16b. Afinal, como funciona um planeta assim? E se a Terra também tivesse dois sóis, em vez de um, como seria? O astrofísico Alan Boss, membro da equipe que descobriu o Kepler-16b, explica. Primeiramente, o Kepler-16b é muito gelado. Sim, mesmo com dois sóis. Embora ele esteja mais perto de suas estrelas do que a Terra é do sol, essas estrelas não são tão brilhantes. Por isso, a estimativa é que o planeta tenha entre -101 e -73 graus Celsius. A Terra seria ainda mais fria sob essas mesmas circunstâncias estelares. “Se o nosso sol fosse substituído por essas estrelas, a Terra seria ainda mais fria do que -101 graus Celsius, porque estamos mais longe do que este planeta parecido com Tatooine”, diz Boss. Em um ambiente tão gelado como esse, toda a água da Terra congelaria, e dificilmente existiria vida por aqui. A Terra sob dois sóis não seria um planeta habitável – a menos que existisse uma forma de vida avançada, que tivesse se originado em outro lugar, e que pudesse se manter aquecida. Orbitando essas duas estrelas, o ano da Terra teria mais de 365 dias, mas não muito além disso. “Uma estrela no sistema binário de Kepler tem 20% da massa do sol, e outra 70%. Juntas, suas massas só diferem do nosso sol em 10%. Isso tornaria o ano na Terra um pouco mais lon-
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Simulação: Montagem fotográfica mostra situação de um pôr-do-Sol terrestre com 2 Sóis.
go, porque a gravidade das estrelas que nos puxariam seria menor, por isso haveria menos força centrífuga e orbitaríamos mais lentamente”, explica Boss. Já a duração de um dia em nosso planeta não mudaria, necessariamente. Talvez o melhor aspecto de um planeta com dois sóis seria a vista. Já pensou em um pôr-do-sol duplo, todos os dias? deve ser algo fantástico: imagine duas estrelas de cores diferentes juntas, mas sem se tocar.
Árvores pretas? Em planetas com dois sóis, sim Segundo um novo estudo, planetas com vários sóis podem hospedar árvores e arbustos pretos ou cinzas, ao invés do verde ao qual estamos
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acostumados. A cor das plantas depende das características da luz disponível para a fotossíntese, processo pelo qual elas convertem a luz solar em energia. A fotossíntese produz oxigênio, fornecendo a base para a maioria da vida na Terra. O planeta que estiver em um sistema com duas ou mais estrelas provavelmente tem múltiplas fontes de energia disponíveis para conduzir a fotossíntese. A temperatura de uma estrela determina a sua cor e, portanto, a cor da luz usada para a fotossíntese. Dependendo das cores das estrelas, as plantas poderiam crescer de formas muito diferentes, tudo depende do comprimento de onda da luz disponível nesses planetas. A maioria das plantas da Terra é verde porque usam uma biomolécula chamada clorofila para
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Árvores negras: em um planeta com mais de 1 Sol, especula-se que as árvores não seriam verdes, como conhecemos, porque o comprimento de onda da luz captada por elas seria diferente.
conduzir a fotossíntese. A clorofila absorve a luz solar principalmente nos comprimentos de onda azul e vermelho, o que faz sentido; a luz azul é extremamente enérgica, e o sol despeja luz vermelha em grandes volumes. Por outro lado, a clorofila reflete a luz solar ao redor da parte verde do espectro eletromagnético; por isso, as plantas parecem verdes para nós. Mas não há garantia de que as plantas seriam assim em mundos diferentes; tudo depende do comprimento de onda da luz disponível nesses planetas. Para esse estudo, os pesquisadores avaliaram o potencial para a fotossíntese em sistemas de estrelas múltiplas com diferentes combinações de estrelas (estrelas parecidas com o sol e estrelas anãs vermelhas). As estrelas foram
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escolhidas racionalmente: as parecidas com o sol são conhecidas por abrigar exoplanetas (planetas fora do nosso sistema solar), e anãs vermelhas são o tipo mais comum de estrelas em nossa galáxia. As anãs vermelhas são comumente encontradas em sistemas de estrelas múltiplas, e muitos astrônomos pensam que elas são velhas e estáveis o suficiente para dar chance à vida de se enraizar. Mais de 25% das estrelas parecidas com o sol e 50% das anãs vermelhas são encontradas em sistemas de estrelas múltiplas. A equipe realizou simulações de computador em planetas parecidos com a Terra. Ou eles orbitavam duas estrelas muito próximas, ou um círculo de duas estrelas muito distantes. A equi-
pe também observou combinações desses cenários, com duas estrelas próximas e mais uma estrela distante. A conclusão é de que as plantas seriam muito diferentes do material verde aqui da Terra. Plantas com sóis da escura anã vermelha, por exemplo, podem aparecer pretas para os nossos olhos, pois absorvem toda a gama de comprimentos de onda visíveis para usar o máximo de luz disponível. Plantas exóticas poderiam se ajustar a suas estrelas de outras maneiras também. Se o seu mundo orbitasse duas estrelas brilhantes como o sol, por exemplo, elas poderiam desenvolver seu próprio “protetor solar” para bloquear a radiação ultravioleta. Algumas plantas na Terra
podem fazer isso também. Ou plantas exóticas poderiam abrigar micróbios fotossintetizantes que se movem em resposta a súbitas labaredas solares. Claro, tudo isso é especulação. Os cientistas ainda têm que encontrar provas concludentes de qualquer forma de vida fora da Terra para testar essas possibilidades. Para esse estudo, os pesquisadores avaliaram o potencial para a fotossíntese em sistemas de estrelas múltiplas com diferentes combinações de estrelas (estrelas parecidas com o sol e estrelas anãs vermelhas). As estrelas foram escolhidas racionalmente: as parecidas com o sol são conhecidas por abrigar exoplanetas (planetas fora do nosso sistema solar), e anãs vermelhas são o tipo mais comum de estrelas em nossa galáxia.
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DESAFIO_
Você sabe tudo sobre Marte? A missão espacial enviada a Marte mais importante da história chegou ao seu destino em agosto de 2012. Além de pesquisar indícios de vida, ela pode nos deixar mais próximos de uma viagem tripulada ao planeta vermelho. Então, é bom já se preparar! Será que você conhece tudo sobre esse vizinho ilustre? Descubra agora! Desafio: Silvia Lee
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1 - A missão MSL - Curiosity é a mais cara e sofisticada já enviada a Marte. Além da expectativa em relação ao seu sistema de pouso elegante e arriscado, por que os cientistas estão tão interessados nesta sonda? a) O jipe-robô Curiosity será o primeiro a mapear a superfície total do nosso vizinho marciano. b) O principal objetivo da missão é determinar se o planeta pode ou pôde dar suporte à vida microbiana. c) É a primeira missão tripulada a um planeta extraterrestre. d) Muitas sondas já orbitaram ou sobrevoaram Marte, mas é a primeira vez que uma pousa lá. 2 - Por que afinal Marte é vermelho? a) Na verdade, trata-se da concepção artística do planeta baseada em seu nome. Marte é o deus romano da guerra, por isso o vermelho, que lembra sangue, foi escolhido. b) Marte é um planeta enferrujado. O principal componente de sua superfície é o óxido de ferro, daí a coloração avermelhada. c) Marte é vermelho por conta da alta concentração de dióxido de nitrogênio na sua atmosfera. O gás de coloração castanho-avermelhada chega a compor 95%. d) Quando a luz solar incide na atmosfera de Marte, o hidrogênio, principal componente da atmosfera marciana, absorve a luz verde e azul e reflete a vermelha. 3 - O Sistema Solar se divide entre planetas telúricos (ou rochosos) e gasosos. Os primeiros são mais próximos do Sol e compostos principalmente por rochas e metais. Os segundos estão mais
distantes e possuem mais massa do que os planetas rochosos, composta principalmente por gases. Depois dessa ficou fácil: como Marte é classificado? a) Rochoso, com Mercúrio, Vênus e Terra. b) Gasoso, com Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. c) Rochoso, com Mercúrio, Terra e Saturno. d) Gasoso, com Júpiter, Urano e Vênus. 4 - A ideia de que havia vida inteligente em Marte surgiu com a observação de sulcos no relevo do planeta. Um astrônomo acreditava que aquelas linhas retas se tratavam de canais artificiais e se dedicou por mais de 15 anos ao estudo deles. Qual é o nome desse astrônomo? a) Carl Sagan b) Percival Lowell c) Edwin Hubble d) Michio Kaku 5 - Júpiter e Saturno são os planetas do Sistema Solar com maior número de satélites (66 e 60 luas, respectivamente), mas Marte também possui alguns. Quantas são as luas de Marte e quais são seus nomes? a) Duas: Fobos e Deimos b) Duas: Caronte e Titã c) Três: Fobos, Ganímedes e Titã d) Três: Calisto, Io e Caronte 6 - Para investigar o preparo mental e físico necessário aos astronautas em uma viagem tripulada a Marte, um estudo chamado Mars - 500 isolou em uma cápsula 6 candidatos durante o tempo real necessário para ir
a Marte, permanecer por 30 dias e depois voltar. Quanto tempo durou esse experimento? a) 50 dias b) 10 anos c) 520 dias d) 2 anos e 30 dias 7 - Apesar das características favoráveis à escolha de Marte como local extraterrestre a ser habitado por humanos, muita coisa precisaria mudar em Marte para que isso pudesse acontecer. Quais são as principais? a) Esfriar Marte, diminuir sua atmosfera e incluir o ozônio na sua composição. b) Esfriar Marte, inverter seu campo magnético e levar água para umedecer o planeta. c) Aquecer Marte e aumentar a pressão atmosférica, que é muito baixa devido sua a fina atmosfera. d) Aquecer Marte, aumentar sua atmosfera e modificar sua composição, já que hoje 95% dela é composta por dióxido de carbono. 8 - Quase quarenta missões espaciais foram enviadas para explorar o planeta vermelho e mais da metade delas fracassaram. Qual foi a primeira missão espacial (orbitadora, de pouso ou de sobrevoo) bem sucedida a Marte? a) A nave espacial Marsnik 1, lançada pela URSS em 10 de outubro de 1960. b) A nave espacial Sputnik 23 ou Mars 1, lançada pela URSS em 1 de novembro de 1962. c) A nave espacial Mariner 4, lançada pela NASA em 28 de novembro de 1964. d) A nave espacial Viking1, lançada pela NASA em 20 de agosto de 1975.
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DESAFIO_
9 - Água em Marte é um assunto que intriga a todos, principalmente os cientistas porque sua existência é a primeira condição para a vida tal como na Terra. Afinal, onde já comprovaram a existência de água no planeta marciano? a) Não há água em Marte, tudo não passa de especulação - por enquanto. b) A fina atmosfera de Marte possui água na forma gasosa, em concentração pouco maior do que 10%. c) A água está presente em forma líquida, nos famosos canais marcianos. d) Nas calotas polares, que possuem gelo seco misturado com água. 10 - No dia 30 de outubro de 1938, véspera do Haloween, a emissora
de rádio CBS transmitiu uma inusitada cobertura jornalística. A notícia? Uma invasão marciana. Muitos americanos não ouviram a advertência de que se tratava de um programa fictício e entraram em pânico. Que diretor de cinema produziu essa transmissão? a) Alfred Hitchcok, que adaptou um dos livros da série Barsoom, do escritor Edgar Rice Burroughs. b) Fritz Lang, que adapatou um conto do escritor norte-americano Philip K. Dick. c) Orson Welles, que adaptou a ficção científica A Guerra dos Mundos, do escritor H.G. Wells. d) Michael Curtiz, que adaptou a obra Eram os Deuses Astronautas?, do escritor suíço Erich von Däniken.
Resultado:
(respostas no site)
1 a 3 pontos – Iniciante Você sabe que o planeta é vermelho e que inspirou muitos personagens legais da ficção. Mas ainda falta descobrir a perspectiva astronômica de Marte. 4 a 6 pontos – Observador Você vive com a cabeça nas estrelas. Mas quando se trata de astronomia, manter a mente lá no alto pode até ser uma coisa boa. Refaça o teste e concentre-se mais. 7 a 9 pontos – Especialista Você quase chegou lá. OK, o teste estava um pouco difícil. Pesquise mais sobre o planeta vermelho e faça o teste novamente. Afinal, pode ser que Marte seja seu próximo endereço. 10 pontos – Astronauta Você acertou todas as questões e mostrou que entende tudo de Marte! Parabéns, você já está quase pronto para explorar o sistema solar.
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