"Estudos e não guerra"

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SALVADOR, SÁBADO, 21 DE SETEMBRO DE 2013 Brendan McDermid / Reuters

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A luta de Malala Tudo começou quando Malala tinha 11 anos e escrevia sobre as ameaças que os talibãs faziam contra as mulheres no Paquistão e por sua paixão pelos estudos. Ela usava um nome falso para não ser identificada e castigada. Mas, no dia 9 de outubro de 2012, Malala sofreu um atentado. O ônibus escolar dela foi atacado por militantes talibãs que a atingiram com um tiro na cabeça. A garota paquistanesa foi levada a um hospital, sobreviveu e se mudou para Londres. Malala Yousafzai, 16, fala sobre a importância do ensino para mulheres, em Nova Iorque, diante de uma plateia de mais de mil jovens Faisal Mahmood / Reuters

Estudos e não guerra

Malala Yousafzai luta pelo direito de todas as crianças frequentarem a escola PAULA MORAIS

Na guerra contra o analfabetismo entre as crianças no Paquistão, a jovem Malala Yousafzai, 16, lutou com caderno, livro e caneta. Foi assim que ela recebeu o Prêmio Internacional da Paz da Infância, pela fundação holandesa KidsRight, no início deste mês. O prêmio é uma homenagem ao combate de Malala para que

meninas do mundo inteiro tenham acesso a educação. É que as garotas do país dela foram proibidas pelos talibãs de irem à escola durante seis anos. Hoje, o número de meninas frequentando a escola aumentou em seis vezes por lá. No ano passado, eram 96.540 contra 102.374 em 2013. Os dados são das autoridades locais.

No Paquistão, Malala é símbolo na luta pela educação

Entenda o Talibã O Talibã é um movimento religioso e político formado em 1994 e reconhecido, sobretudo, no Paquistão, nos Emirados Árabes Unidos e na Arábia Saudita. Os talibãs seguem a lei islâmica e são radicais e rigorosos em relação aos costumes. Algumas dessas leis impedem que mulheres estudem e trabalhem.

Em toda parte A professora de história da Uneb Claudia Andrade disse que o Brasil também deve exigir educação melhor. “Os conflitos de lá são pela religião. Aqui é diferente, mas também tem crianças sem estudar porque, muitas vezes, precisam trabalhar cedo”. Segundo os dados da ONG Todos pela Educação, mais de três milhões de crianças e adolescentes não frequentam a escola. A gerente de projetos estratégicos da ONG, Andrea Bergamaschi, explicou que os políticos têm até 2016 para tentar reduzir esse número. “Todas as crianças a partir de 4 anos devem frequentar a escola. A chance de se desenvolver mais no futuro é maior quando se alfabetiza mais cedo. Mas os estudos têm que ser de qualidade”.


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