Carvão Mineral em Santa Catarina

C A R V Ã O M I N E R A L em

S A N TA C ATA R I N A UMA

VISÃO

FOTOGRÁFICA

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FOTOGRÁFICA

PEDRO MALAMAM Organizadores Mônica Becker Millon Ricardo M. Peçanha Jesse Otto Freitas

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ENGIE logotype_gradient_BLACK 14/04/2015 24, rue Salomon de Rothschild - 92288 Suresnes - FRANCE Tél. : +33 (0)1 57 32 87 00 / Fax : +33 (0)1 57 32 87 87 Web : www.carrenoir.com

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UM CONVITE

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FOTOS DE PEDRO MALAMAM

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HISTÓRIA DA EXTRAÇÃO

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DE CARVÃO MINERAL NO ESTADO DE SC POR RICARDO M. PEÇANHA

CARVÃO MINERAL:

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REGISTROS DE MEMÓRIA

SOBRE A JORNADA POR PEDRO MALAMAM

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UM CONVITE

Este livro apresenta a história da exploração do carvão mineral no estado de Santa Catarina através da fotografia, ressaltando tanto seus aspectos econômicos quanto culturais e sociais.

As imagens que compõem o livro se dividem entre fotografias atuais e registros raros, datados desde o início do século XX. Em comum, estas fotografias revelam a atividade da mineração em sua grandeza, retratando tanto a história das carboníferas quanto o trabalho árduo desenvolvido pelos mineiros, seus costumes, desafios e realizações.

A primeira parte apresenta fotografias atuais realizadas pelo fotógrafo Pedro Malamam em diversas minas a céu aberto e subterrâneas da região, destacando aspectos do trabalho, da natureza, dos meios de transporte, entre outros.

A segunda parte é composta por fotografias antigas, obtidas através de pesquisas em bibliotecas, prefeituras, universidades, famílias de mineiros, empresas carboníferas, sindicatos de mineiros e fundações. Estas fotografias foram catalogadas e selecionadas para comporem o livro, resultado de uma ampla pesquisa para diagnosticar o local, a atividade e a época em que foram realizadas.

O carvão catarinense constitui uma parte fundamental da história da região sul de Santa Catarina. Sua importância econômica está diretamente relacionada com a relevância cultural que essa atividade manifesta na sociedade catarinense.

Achamos significativo registrar, através das fotografias e de textos explicativos, como é a vida dos trabalhadores nas minas, seus equipamentos e seus costumes – como, por exemplo, a adoração à Santa Bárbara.

Convidamos você a compartilhar desta incrível viagem.

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Paisagem de mina de superfície, Carbonífera Siderópolis, Urussanga (SC)

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Esteira de carvão em funcionamento trazendo carvão à superfície, Carbonífera Siderópolis, Urussanga (SC)

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Funcionário em esteira de carvão, Carbonífera Siderópolis, Urussanga (SC)

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Acima: Área de explosivos. Na página ao lado: Mina de carvão a céu aberto. Imagens realizadas na Carbonífera Siderópolis, Urussanga (SC)

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Acima: Mineiro analisa saída de emergência de mina. Na página ao lado: Escada de saída de emergência da mina Imagens realizadas na Carbonífera Rio Deserto, Mina 101, Içara (SC)

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Acima e na página ao lado: Silhueta de mineiro na entrada de mina, Carbonífera Catarinense, Mina Bonito, Lauro Müller (SC)

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Minerador com equipamento de proteção, Carbonífera Catarinense, Mina Bonito, Lauro Müller (SC)

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Transporte de funcionários no interior da mina, Carbonífera Metropolitana, Mina Fontanella, Siderópolis (SC)

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Acima: Perfuratriz em frente de serviço. Na página ao lado: Perfuratriz para colocação de parafuso para sustentação do teto da mina. Imagens realizadas na Carbonífera Catarinense, Mina Bonito, Lauro Müller (SC)

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Mineiro em final de turno, CarbonĂ­fera Catarinense, Mina Bonito, Lauro MĂźller (SC)

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Sorriso de mineiro no refeitório, Carbonífera Catarinense, Mina Bonito, Lauro Müller (SC)

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Acima: Mineiro em refeitório se preparando para as atividades, Carbonífera Catarinense, Mina Bonito, Lauro Müller (SC) Na página ao lado: Mineiro com equipamento de perfuração ao final do turno, Carbonífera Belluno, Mina Lauro Müller, Lauro Müller (SC)

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Acima: Chaminé vista de dentro de uma das torres, Complexo Termelétrico Jorge Lacerda, Capivari de Baixo (SC) Na página ao lado: Pequena reserva em área recuperada, Carbonífera Rio Deserto, Criciúma (SC)

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Área recuperada ambientalmente, Carbonífera Rio Deserto, Criciúma (SC)

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Flores crescem em área recuperada, Carbonífera Rio Deserto, Criciúma (SC)

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HISTÓRIA DA EXTRAÇÃO DE CARVÃO MINER AL NO ESTADO DE SC

O carvão mineral catarinense é parte fundamental da história da região sul do estado. A indústria carbonífera proporcionou o desenvolvimento econômico e social da região além do surgimento de outras indústrias, como a indústria cerâmica e de polímeros.

A exploração do carvão mineral de Santa Catarina teve início no final do século XIX de forma incipiente, vindo somente a se concretizar na conjuntura da Primeira Guerra Mundial, quando de fato começou a exploração em caráter industrial.

A região desenvolveu-se entrelaçada à economia do carvão com o surgimento de Criciúma, cidade polo dos empresários ligados ao carvão ao longo da história, fundada após a descoberta do mineral, denominada na sua fundação de São José de Cresciúma, em 1880. Outros municípios produtores também surgiram atrelados ao carvão mineral, como Urussanga, Lauro Müller, Nova Belluno (hoje Siderópolis), Morro da Fumaça e Cocal do Sul. O início do desenvolvimento da exploração do carvão catarinense se deu durante a Primeira

Guerra Mundial (1914–1918), motivado pela redução da oferta do produto importado. Nessa época foram ampliados os ramais ferroviários no sul do estado e inauguradas novas empresas mineradoras.

Houve um grande desenvolvimento da região no governo de Getúlio Vargas, juntamente com o início da Segunda Guerra Mundial (1939–1945), em que foram determinadas cotas para o consumo do carvão nacional e a construção da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), no início da década de 1940, com tecnologia e recursos americanos para produzir em larga escala o aço necessário ao desenvolvimento industrial brasileiro, tendo em vista que diminuir a dependência externa era um importante objetivo naquele momento.

A atividade carbonífera contribuiu para a busca de “autossuficiência”, servindo como fonte primária de energia para a nascente indústria, tanto como insumo para a produção do aço (coque) quanto para a produção de energia elétrica.

As políticas adotadas pelo governo Vargas nas décadas de 1930 e 1940 destinadas ao desen-

volvimento nacional induziram o crescimento do setor carbonífero, transformando o pequeno agricultor em assalariado e impulsionando a expansão urbana de Criciúma e região. Importante frisar que com essa expansão surgiu uma classe dominante, composta por proprietários de mineradoras, em sua maioria de origem local.

Nos anos 40 e 50, as minas que operavam na região pertenciam a pequenos proprietários locais, grandes empreendedores cariocas e a estatal Companhia Próspera, subsidiária da CSN. No intuito de incrementar a produção, no final da década de 1950 a Cia. Próspera trouxe para Siderópolis a Shovel Marion 5323 e a famosa Dragline Marion 7800, com 27 m³ de caçamba e lança de 70 m de comprimento, a maior da América Latina.

O carvão bruto saído das minas precisava ser tratado de forma industrial para viabilizar a separação do carvão metalúrgico e então ser utilizado na usina siderúrgica de Volta Redonda (RJ). Com investimentos da CSN, em 1945 entrou em operação o Lavador de Capivari (SC),

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composto por equipamentos que separavam o carvão bruto do carvão metalúrgico, além da Usina Termelétrica de Capivari, que proporcionava energia para os equipamentos. Esse lavador foi instalado estrategicamente em local com bons mananciais, contemplado pela rota da estrada de ferro Dona Tereza Cristina e entre o porto de Imbituba e as minas de Criciúma.

Na década de 1950 foi implantado o Complexo Termelétrico Jorge Lacerda em Capivari de Baixo (SC), momento em que a política de substituições de importações já apresentava resultados e a indústria nascente já era realidade. Sua localização foi motivada pela enorme quantidade de carvão depositado no local, após ser separado do carvão metalúrgico. O carvão depositado e subutilizado em Capivari de Baixo foi destinado como matéria-prima para a termelétrica.

Ao longo dos anos 60 ocorreram profundas mudanças no setor e, no início dos anos 70, estavam em atividades 11 mineradoras, a maioria pertencente a empresários locais.

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A indústria carbonífera apresentou seu ápice na década de 1970, quando experimentou um rápido crescimento em resposta à crise mundial do petróleo. Nesse momento o mais importante era incrementar a produção face ao aumento dos preços do petróleo. No auge da atividade carbonífera havia cerca de 15.000 mineiros na região. Atualmente são cerca de 5.000. No início da década de 1990 foram retirados os incentivos do setor, mergulhando toda a região sul catarinense em profunda crise.

No ano 2000 diversas empresas e a União foram condenadas a recuperar ambientalmente as áreas degradadas pela explotação desenfreada, ocorrida nos anos 70 e 80, em que o mais importante era produzir ao máximo, mas sem a devida atenção ao meio ambiente. A União foi condenada a recuperar mais de 1.000 ha de área degradada pelas empresas Carbonífera Treviso S/A e CBCA – Companhia Brasileira Carbonífera de Araranguá, ambas falidas.

Atualmente existe a expectativa de uma nova fase de desenvolvimento da atividade carboní-

fera, com a possibilidade de implantação de um complexo carboquímico na região. As empresas estão envolvidas e investindo na recuperação ambiental das áreas degradadas, na proteção ambiental, na qualificação tecnológica das minas e na segurança e na saúde dos trabalhadores.

Ricardo M. Peçanha, geólogo

CARVÃO MINER AL: REGISTROS DE MEMÓRIA

Tropeiros que percorriam o sul do Brasil encontraram na primeira metade do século XVIII, na localidade de Iguatá, atualmente município de Lauro Müller, o carvão mineral nesta região catarinense. Os indígenas já estavam habituados a estas pedras que “queimavam”, porém foram os tropeiros que reconheceram seu valor econômico, difundindo a descoberta. A notícia chegou a Laguna, cidade onde os tropeiros embarcavam suas cargas. A partir daí, a novidade se espalhou, chegando ao conhecimento dos governantes.

empresas inglesas ficaram pouco tempo no Brasil, encerrando suas atividades em 1887 (a mina) e 1903 (a estrada de ferro), por considerarem o carvão de baixa qualidade.

Como as remessas foram interrompidas por conta da guerra, se fez necessário ampliar a produção local. O mesmo ocorreu durante e Segunda Guerra Mundial.

Nesta época, a exploração era rudimentar, a céu aberto. O carvão retirado era separado manualmente por mulheres e adolescentes, e em seguida colocado em caixas de embarque, estruturas elevadas acima dos vagões do trem que levaria o minério para o porto.

Em 1814, desembarcou no Brasil, a convite de D. João VI, o naturalista alemão Friedrich Sellow, que analisou os afloramentos carboníferos, atestando seu valor econômico. Em 1832 foi constituída a primeira empresa para exploração do carvão. A grande dificuldade na época era o transporte do carvão até o Porto de Laguna.

Durante o século XIX, a extração do carvão era feita de forma incipiente, utilizando-se cavalos para o transporte nas minas. Devido à atividade carbonífera na região sul de Santa Catarina, foram construídas vilas operárias em Lauro Müller, Criciúma e Siderópolis para os trabalhadores.

Escolas, hospitais, comércios variados e times de futebol faziam parte das vilas operárias.

Em dezembro de 1941 foi criada a Companhia Siderúrgica Nacional – CSN. A Companhia Próspera, localizada em Siderópolis, era a empresa de mineração da CSN encarregada da exploração do carvão. No final da década de 1950, esta empresa adquiriu a Dragline Marion 7800 e a Shovel Marion 5323. Com estes dois equipamentos, a capacidade de produção aumentou exponencialmente. Os mesmos foram utilizados até a década de 1990.

O carvão despertou o interesse de empresas inglesas que criaram a The Tubarão Coal Mining Company e a The Donna Thereza Christina Railway Company Limited, em 1884, levando o carvão até os portos de Imbituba e Laguna. As

No século XX, a demanda por carvão mineral nacional se ampliou devido à Primeira Guerra Mundial. O Brasil comprava carvão da Europa para a indústria de metais e as máquinas a vapor.

Em 1957 foi construída em Capivari de Baixo a Usina Termelétrica Jorge Lacerda para geração de energia a partir do carvão, em funcionamento até hoje.

Assim, no século XX, a demanda por carvão mineral se ampliou consideravelmente e as empresas investiram em tecnologia para aumentar a produção.

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1. Carregamento de carvão da Mina 1 da CBCA (Companhia Carbonífera Brasileira Araranguá), no bairro Santo Antônio, Criciúma (SC), 1917 2. Marion Shovel a vapor em operação, Carbonífera Metropolitana, Siderópolis (SC), década de 1920

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3. Primeiro hotel em Cocal do Sul (SC), construído em 1915 por Vitório Búrigo. Na foto, casamento de Ítalo Naspolini e Luiza Guglielmi, 1921 4. Professora e alunas em frente à Escola Pública Seção Feminina de Cocal do Sul. Professora Francisca Martins de Oliveira Búrigo, 1927

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5. Bocas de mina na comunidade de Rio América, Urussanga (SC), década de 1930 6. Crianças trabalhando em oficina de uma mineradora em Lauro Müller (SC), década de 1940

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7. Sistema de transporte da mina, CriciĂşma, dĂŠcada de 1930

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8. Extração de carvão, Criciúma (SC), 1940 9. Mina Monte Negro, Criciúma (SC), 1940

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10. Vagonete por tração animal, década de 1940 11. Extração de carvão, Criciúma (SC), 1940

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12. Extração de carvão em Criciúma (SC), tendo a camada de carvão ao fundo, 1940 13. Mulheres escolhedeiras da Carbonífera União, Criciúma (SC), 1941 14. Construção do lavador de Capivari de Baixo (SC), setembro de 1943

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SOBRE A JORNADA

Quando fui convidado para ser o fotógrafo do projeto Carvão mineral em Santa Catarina: uma visão fotográfica, senti uma grande realização profissional e pessoal, como ter alcançado um objetivo de vida idealizado por muitos anos.

Havia tido um breve contato com o universo da mineração em um projeto fotográfico anterior, então quando começamos a colocar em prática as atividades de campo, me senti como um astronauta que se prepara para entrar em sua nave em direção ao espaço desconhecido. As vivências nas minas foram intensas, estive completamente imerso naquela jornada, em um microcosmo em que o sol não brilha, a luz é rara e as máquinas falam mais alto. Em contato com os mineiros, encontrei em cada olhar o brilho do sol, o respeito pela profissão tão desafiadora e intensa. Havia a dificuldade de respirar, de caminhar e de escutar as instruções dos profissionais que me acompanhavam, mas com muita atenção seguimos até a frente de trabalho. Tudo era realmente muito novo para mim, mas me senti seguro ao lado deles.

Máquinas trabalhando a todo vapor, funcionários devidamente equipados com os seus trajes de segurança – aos poucos fui me ambientando e comecei a fotografar com muita dificuldade, à procura das imagens mais potentes. Optei pelas fotografias em preto e branco por sua força poética, em alusão ao preto do carvão e à luz branca que ilumina os pavimentos da mina.

A cada dia que se passava e a cada mina visitada, o livro ia ganhando vida e eu já me sentia integrado ao ambiente, entendendo o funcionamento das máquinas e sabendo o que gostaria de registrar. Foram inesquecíveis as conversas com os mineiros na mesa do refeitório, compartilhando alimento e sorrisos. Percebi que pareciam realizados em suas profissões – muitos deles faziam parte de gerações de mineiros, seguindo a profissão de seus familiares por vontade própria.

A grande força geradora de energia não é o carvão, mas os próprios mineiros, que desempenham diariamente um ofício muitas vezes arriscado, com alegria e comprometi-

mento. São profissionais que passam o dia inteiro embaixo da terra, para fazer com que a matéria-prima possa chegar à superfície.

Uma realidade fora dos padrões da sociedade, uma vida de aventuras diárias, de não saber o que está por vir. Os mineiros são os verdadeiros heróis do subsolo. A energia que eles vibravam me contagiou. Eu estava ali fazendo algo com que sempre sonhara, também procurei oferecer o meu melhor para registrar esta vivência.

Dedico as imagens deste livro aos mineiros que me acompanharam e a todos aqueles que estão colocando sua força para que este trabalho possa ser realizado. Agradeço a oportunidade, o carinho, a consideração e o olhar sincero e pleno de cada um dos que cruzaram meu caminho. Esta experiência transformou completamente minha visão sobre trabalho, felicidade, respeito, família e me fez crescer como fotógrafo.

Pedro Malamam

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PEDRO MALAMAM

Fotógrafo brasileiro, estudou fotografia em Buenos Aires, Argentina, em 2008, retornando ao Brasil em 2010. Trabalhou como fotógrafo e editor de imagens desde então. Entre 2015 e 2016, foi fotógrafo assistente do projeto Expedição Brasil, viajando por todas as regiões do país. Atualmente vive e trabalha em Portugal.

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AGRADECIMENTOS

Agradecemos a valiosa colaboração das seguintes instituições e empresas que muito auxiliaram na realização deste livro: Agência Nacional de Mineração (antigo Departamento Nacional de Produção Mineral – DNPM) • Arquivo Histórico Pedro Milanez – Prefeitura Municipal de Criciúma • Carbonífera Belluno Ltda.

• Carbonífera Catarinense Ltda.

• Carbonífera Metropolitana S/A • Complexo Termelétrico Jorge Lacerda • Ferrovia Tereza Cristina S/A – FTC • Indústria Carbonífera Rio Deserto • Sindicato dos Mineiros de Siderópolis • Sociedade de Assistência aos Trabalhadores do Carvão – SATC • Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC • Sindicato da Indústria de Extração de Carvão do Estado de SC – SIECESC •

Um agradecimento especial às seguintes pessoas que tão gentilmente nos receberam e proporcionaram condições para a realização das fotografias e nos disponibilizaram fotografias históricas: Cláudio Ivan Faraco Wasniewski, Clederson Salvaro Brolessi, Conceição Barbosa, Daniela, Diógenes Damiani, Edson Jamel Hertel, Fabio Costa, Felipe Ronsani Martins, Foquinha, Gerson Ribeiro de Souza Júnior, Gilmar Oliveira Gonçalves, Inri Bonfati, James Alexandre Polz, Jean Carlo Fernandes da Rosa, Karline Pereira Consoni, Marcelo Tournier, Marco Antonio Nunes, Oldair José Silveira Lamarque, Plínio de Sá Moreira, Rafael Bortolotto, Ricardo Barbosa, Rogério Dalsasso, Valdeci Francisco Algayer e Vanessa Mendes.

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BIBLIOGRAFIA

BELOLLI, Mário; QUADROS, Joice; GUIDI, Ayser. A História do Carvão de Santa Catarina. Criciúma: MEG Mário Editora e Gráfica Ltda., 2010 BOA NOVA JUNIOR, Francisco de Paula. Problemas médico-sociais da indústria carbonífera sul catarinense. Rio de Janeiro: DNPM, 1953. Boletim nº 95 COSTA, Marli de Oliveira; OSÓRIO, Paulo Sérgio. Memórias e Identidades. As estruturas carboníferas como patrimônio cultural de Santa Catarina. Criciúma: Udiunesc, 2017 PUTZER, Hannfrit. Camadas de carvão mineral e seu comportamento no sul de Santa Catarina. Rio de Janeiro: DNPM, 1952. Boletim nº 91

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© Pedro Malamam, 2018 © Base Cultural, 2018 Fotografias: Pedro Malamam Coordenação editoral: Mônica Becker Millon e Gisele Moro Organizadores: Mônica Becker Millon, Ricardo M. Peçanha e Jesse Otto Freitas Textos: Ricardo M. Peçanha Pesquisa bibliográfica/fotográfica: Vânia Medeiros Ribeiro Projeto gráfico, diagramação e revisão: Paula Albuquerque Produção gráfica: Débora Costa

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Malamam, Pedro Carvão mineral em Santa Catarina: uma visão fotográfica / Pedro Malaman; organização Mônica Becker Millon, Ricardo M. Peçanha, Jesse Otto Freitas.

Florianópolis: Base Cultural, 2018.

220 p. il.

ISBN 978-85-93224-01-0 1. Carvão. 2. Fotografia. I. Millon, Mônica Becker. II. Peçanha, Ricardo M. III. Freitas, Jesse Otto. IV. Título Ficha catalográfica elaborada por: Vânia Medeiros Ribeiro CRB 14/1164

basecultur al .com.br

[1a edição - 2018] Fonte: Gloriola Std Papéis: Suzano couché fosco 170 g/m2 e Munken Pure 120 g/m2 Impressão: Ipsis Gráfica e Editora

Carvão mineral em Santa Catarina: uma visão fotográfica apresenta a história da exploração do carvão mineral na região sul do estado através da fotografia, ressaltando seus aspectos econômicos, culturais e sociais.

As imagens que compõem o livro se dividem entre fotografias atuais, realizadas por Pedro Malamam, e raros registros históricos, datados desde o início do século XX. Em comum, estas fotografias revelam a atividade da mineração em sua grandeza, retratando tanto a história das carboníferas quanto o trabalho árduo desenvolvido pelos mineiros, seus costumes, desafios e realizações.

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