Usos e Circulação - parte 1

Page 1

1


agradecimentos / acknowledgments

® Andrea Jakobsson Estúdio, 2013 organização / editor Lorelai Kury textos / texts Heloisa Meireles Gesteira, Bruno Martins Boto Leite, Flávio Coelho Edler, Juciene Ricarte Apolinário, Leila Mezan Algranti, Lorelai Kury pesquisa iconográfica / iconographic research Lorelai Kury (coord.) assistente de pesquisa iconográfica / assistant iconographic researcher Frederico Abdalla reproduções e referências fotográficas / photographic reproductions and references ver Apêndice | Pepe Schettino p. 59, 98, 101-105, 108-110, 122, 123, 126-129, 133, 184, 185, 188, 189, 239-241; Graphisch Buro Lefevre, Heule p. 119; Daniel Arnaudet p. 22 projeto gráfico / design Glória Afflalo a+a design e produção editoração eletrônica / desktop publishing Gloria Afflalo e Tatiana Wanderley revisão e padronização / proofreading Rosalina Gouveia versão para o inglês / english version Chris Hieatt produção gráfica / graphic production Renata Arouca pré-impressão / pre-printing Trio Studio impressão e acabamento / printing and binding Ipsis Editora Gráfica

É vedada a reprodução desta obra no todo ou em parte, em qualquer mídia, sem a autorização expressa da Editora. Partial or full reproduction of this book is strictely forbidden without express consent of the Publisher Andrea Jakobsson Estúdio Editorial Ltda. Rua Senador Dantas 75, grupo 1.310 Centro, 20031-204, Rio de Janeiro, RJ tel: + 55 21 2533 9353 www.jakobssonestudio.com.br

Família Mariani, especialmente Glória Mariani, Angela Mariani e Pedro Mariani; Randy Smith, Missouri Botanical Garden Carmen Huerta, Museo del Prado Mônica Carneiro, Fundação Biblioteca Nacional Rutonio Jorge Fernandes de Sant’Anna, Fundação Biblioteca Nacional Vera Lucia Faillace, Fundação Biblioteca Nacional Alexsandro Fontenele de Souza, Fundação Biblioteca Nacional Osmar Guimarães Ferraz & Maria Aparecida de Souza Ferraz Daniel Eugen Carneiro Jakobsson Capitão Alcemar Ferreira Júnior, Arquivo Histórico do Exército Capitão Celso Gonçalves da Silva, Arquivo Histórico do Exército John Minichiello, John Carter Brown Library Ana Canas, Arquivo Histórico Ultramarino Antonio Gilberto Costa Fr. Anselm Gribbin, Abadia de Tongerlo Elaine Charwat, Linnean Society, Londres José Chitas, Biblioteca Pública de Évora Denise Taveira Couto, Museus Castro Maya Cristina Antunes, Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin Daniela Pires, Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin

Capa e sobrecapa / Cover and jacket: Autor desconhecido, c. 1640. Detalhe da pintura a óleo Uma tenda de mercado indiano. Acervo Rijksmuseum, Amsterdam p. 1: Johannes Nieuhoff, 1682. Detalhe da ilustração de frutas do livro Gedenkweerdige Brasiliaense Zee- en LantReise und Zee-en Lant-Reize door verscheide Gewesten van Oostindien. Acervo John Carter Brown Library, Rhode Island p. 5: Detalhe do mapa Plano de la mayor parte de la provincia de Cumaná y de la Isla de la trinida de Varloto. Acervo Archivo General de Simancas (Valladolid)

Usos e circulação de plantas no Brasil SÉCULOS XVI   –  XIX

organização Lorelai Kury

autores Heloisa Meireles Gesteira Bruno Martins Boto Leite Flávio Coelho Edler Leila Mezan Algranti Juciene Ricarte Apolinário Lorelai Kury


Mensagem do Patrocinador

O Grupo BBM iniciou suas atividades na Bahia em 1858, financiando os produtores rurais do Recôncavo tanto no plantio como na comercialização de seus produtos. Hoje a agricultura brasileira é um setor extremamente produtivo e competitivo em muitas regiões do País. Igualmente distantes das estrepolias dos seguidores de John Law (1671-1719) e do patrimonialismo de François Quesnay (1694-1744), os produtores rurais brasileiros, por meio de seus esforços e talentos, construíram em diversas escalas empresas inovadoras e produtivas.

Pedro H. Mariani Grupo BBM

In the long history of humankind (and animal kind, too) those who learned to collaborate and improvise most effectively have prevailed. Charles Darwin

Na era da engenharia genética e da agricultura de precisão, o livro que patrocinamos este ano chama a nossa atenção para as longas estradas percorridas no globo pelas espécies vegetais, principalmente a partir do século XVI. O enriquecimento da agricultura, farmacopeia e cozinha de diversas nações, como consequência das viagens marítimas a partir daquele período, foi apenas a continuação de um movimento que, de forma bem mais lenta, já ocorria desde o neolítico. Os principais produtos da agricultura brasileira, com exceção da mandioca e de certas espécies de algodão, são de origem exótica. A cana-de-açúcar chegou ao Brasil no século XVI após diversas etapas históricas iniciadas na Nova Guiné. A soja, de origem chinesa, foi trazida para o Brasil no século XIX. O milho tem sua origem na América Central e só foi incorporado à agricultura brasileira pelos portugueses. O trigo, introduzido também pelos portugueses, foi originalmente cultivado no crescente fértil do atual Iraque. O café, produto predominante em nossa economia e política durante quase 70 anos, foi domesticado no planalto etíope. O cacau, que teve importância fundamental para a economia baiana até surgirem os problemas fitossanitários da década de 70 do século XX, foi por sua vez domesticado no atual México. Além da bela iconografia do livro, os textos de Heloisa Meireles Gesteira, Bruno Boto Leite, Flávio Coelho Edler, Juciene Ricarte Apolinário, Leila Mezan Algranti e Lorelai Kury nos trazem informações sobre os diversos protagonistas desse movimento a partir do século XVI. Estados, ordens religiosas, empresas e indivíduos, entre os quais sobressaem o comandante Bligh e o sargento-mor Palheta, se sucedem nos textos, sempre envolvidos no transporte de mudas e sementes e na criação de conhecimento sobre as espécies vegetais, que ajudaram a transformar o mundo de forma definitiva. Nós do grupo BBM temos orgulho em participar da divulgação de fatos relevantes para que a agricultura tenha a produtividade indispensável para os tempos atuais.

4

5


Sumário

08 Apresentação Lorelai Kury 12 A América portuguesa e a circulação de plantas séculos XVI – XVIII Heloisa Meireles Gesteira

52 Verdes que em vosso tempo se mostrou. Das boticas jesuíticas da Província do Brasil séculos XVII   –  XVIII Bruno Martins Boto Leite

94 Plantas nativas do Brasil nas farmacopeias portuguesas e europeias séculos XVII   – XVIII Flávio Coelho Edler

138 A arte de cozinha e as plantas do Brasil séculos XVI   – XIX Leila Mezan Algranti

180 Plantas nativas, indígenas coloniais: usos e apropriações da flora da América portuguesa Juciene Ricarte Apolinário

228 Plantas sem fronteiras: jardins, livros e viagens séculos XVIII   – XIX Lorelai Kury

292 English version


Lorelai Kury Apresentação As redes econômicas e políticas e os sistemas de comunicação do mundo contemporâneo abarcam todo o planeta. A unificação biológica da terra também já se completou. Plantas, animais e patógenos são transportados constantemente, ultrapassando fronteiras e sobrevivendo onde o clima ou os ambientes artificiais permitem sua presença. Este livro trata da circulação dos vegetais pelo Império português entre os séculos XVI e XIX, em particular pela extensão continental americana que viria a se tornar o Brasil. O movimento, a mudança, o passar do tempo e a mobilidade espacial são tratados aqui como ações que transformam de algum modo os objetos.1 Em seus deslocamentos, as plantas não permaneceram as mesmas. Sua relação com o ambiente natural e humano aprimora ou inibe suas virtudes, aumenta ou diminui sua importância, faz com que sejam usadas de maneira habitual ou inesperada, que cresçam em florestas, jardins botânicos ou estufas, que sejam ingeridas, cultivadas, colhidas, desprezadas ou admiradas.

Lorelai Cury

1 A historiografia tem tratado de forma rica e variada do tema da circulação de saberes e objetos. Ver, entre outros: Kapil Raj. 2010. Relocating Modern Science. Circulation and the Construction of Knowledge in South Asia and Europe, 1605-1900. HoundmillsNew York: Palgrave Mcmillan; Londa Schiebinger. 2004. Plants and Empire. Colonial Bioprospecting in the Atlantic World. Cambridge (Massachussets)-Londres: Harvard University Press; Daniel Roche. 2010. Les circulations dans l’Europe moderne, XVIIe – XVIIIe siècle. Paris: Pluriel; A. Bandau, M. Dorigny e R. Mallincjrodt (orgs.). 2010. Les mondes coloniaux à Paris au XVIIIe siècle. Circulation et

Até a expansão das sociedades industriais e a utilização massiva da química para transformação, isolamento e produção de princípios ativos e substâncias sintéticas a partir de meados do século XIX, muito do que se usava na vida cotidiana das populações do Oriente e Ocidente provinha de processos de manipulação relativamente direta das plantas. Certamente, substâncias minerais e animais também conviviam com os humanos, mas o mundo vegetal fornecia e fornece ainda hoje a base alimentar das sociedades, seja com o trigo, o arroz, a mandioca ou o milho. Além disso, as diferentes medicinas utilizavam fundamentalmente plantas para tratarem os doentes. Os tecidos e suas cores eram também basicamente de origem vegetal, assim como grande parte das habitações, móveis, instrumentos musicais, brinquedos e enfeites. Nas Américas, os distintos climas e as distâncias geográficas até certo ponto não impediram a migração de plantas nativas pelo continente, circulando por entre as cadeias montanhosas, descendo rios, viajando com homens e animais e com o vento. Algumas delas se espraiaram, como o milho, o tabaco, as batatas ou o urucum. No Brasil, a circulação das plantas está tão entrelaçada à história da colonização, que é impossível traçar a data exata de chegada à América dos vegetais de outros continentes, provavelmente passageiros das primeiras caravelas.

enchevêtrement des savoirs. Paris: Karthala; S. Schaffer, L. Roberts, K. Raj e J. Delbourgo (orgs.). 2009. The Brokered World. Go-Betweens and Global Intelligence, 1770-1820. Sagamora Beach: Science History Publications e Host – Journal of History of Science and Technology – The Circulation of Science and Technology, vol. 1, Summer 2007.

8

O capítulo inicial deste livro, “A América portuguesa e a circulação de plantas, séculos XVI – XVIII”, aborda a intensa troca de vegetais no interior do império português, as grandes rotas marítimas do Renascimento, ligando Oriente e Ocidente e as lutas pelo monopólio do comércio de especiarias. Heloisa Gesteira situa também a gênese de novas práticas associadas ao aproveitamento de plantas americanas, como seu cultivo em jardins, sua presença em coleções e sua utilização como medicamento. Vários agentes atuavam nesses três primeiros séculos de colonização da América. A autora destaca as grandes vias comerciais atlânticas, a circulação de plantas por meio da atividade missionária e a especificidade da experiência neerlandesa na América. Os textos, mapas e imagens que informam sobre os fluxos do Império português expandem o campo de visão do leitor e convidam a perceber o Brasil para além da América. Bruno Martins Boto Leite, em seu capítulo “Verdes que em vosso tempo se mostrou. Das boticas jesuíticas da Província do Brasil, séculos XVII – XVIII”, analisou o uso das plantas medicinais pelos padres da Companhia de Jesus. O autor se detém particularmente no estudo de manuscritos que conservam receitas médicas elaboradas nos colégios jesuíticos espalhados pelo mundo, sublinhando a intensa utilização de plantas brasileiras. Os inacianos se adaptaram a condições adversas e desconhecidas por sua capacidade de interação com os povos que intencionavam catequizar e pelas pesquisas que realizavam nos quatro cantos do mundo. A partir do que sabiam sobre plantas europeias e asiáticas conhecidas desde a Antiguidade, investigaram no Brasil seus sucedâneos, inventando receitas que passavam a circular entre seus colégios. Esse texto se insere no âmbito das recentes reavaliações da ciência jesuítica e demonstra sua amplitude e complexidade. Em “Plantas nativas do Brasil nas farmacopeias portuguesas e europeias, séculos XVII – XVIII ”, Flávio Coelho Edler trata do universo da medicina holística dos séculos XVII e XVIII e da presença de plantas brasileiras nas farmacopeias portuguesas. Para compreender a importância dos vegetais de propriedades purgantes, eméticas, expectorantes, sudoríficas, entre outros qualificativos de época, é essencial atentar para as próprias concepções de saúde, doença e cura da medicina douta do período moderno. O autor demonstra que houve um processo paulatino de incorporação de substâncias americanas às farmacopeias europeias, que acompanhou as práticas médicas variadas e “mestiças” presentes na América portuguesa.


Pesquisar aspectos da culinária no Brasil e em Portugal permitiu a Leila Algranti puxar alguns fios da história que mostram como certas plantas vão entrando pouco a pouco na vida cotidiana das populações. Seu foco de análise no capítulo “A arte de cozinha e as plantas do Brasil, séculos XVI – XIX” são o pão, as sopas e papas, a doçaria e as bebidas. A circulação de plantas entre Portugal, Brasil, África e partes do Oriente foi muitas vezes acompanhada pela migração de hábitos de consumo, receitas e técnicas de preparação de produtos. A tradição portuguesa de comer pães e sopas engendrou no Brasil a busca de substitutos para as plantas utilizadas na Europa. Desse modo, mandioca, milho, legumes e leguminosas, originários tanto da América quanto da Ásia, começaram a ser empregados em ambos os lados do Atlântico, a partir de receitas portuguesas. A presença do açúcar na mesa portuguesa e europeia cresceu constantemente, desde o século XVI. Confeitos, guloseimas, cremes, entremeios e bebidas podiam levar açúcar em seu preparo. O consumo de produtos como o chá, o chocolate e o café – adoçados – também se relacionou às grandes lavouras tropicais de cana. O consumo dessas bebidas energéticas esteve presente na gênese das novas sociabilidades ilustradas e no próprio nascimento da “opinião pública”, nos espaços dos cafés e salões europeus. Desse modo, os livros de receitas portugueses, as confeitarias lisboetas ou os cafés londrinos se integram, quando são conectados pela história da circulação das plantas alimentícias, às plantas brasileiras e aos costumes dos habitantes da América. A partir de documentação em parte inédita, Juciene Apolinário estabelece no capítulo “Plantas nativas, índígenas coloniais: usos e apropriações da flora da América portuguesa” uma análise dos deslocamentos indígenas pelas capitanias brasileiras, quando passavam a habitar diferentes biomas e a conviver nos aldeamentos e povoações com etnias de costumes e línguas diversas. A mobilidade indígena foi acompanhada de flexibilidade para o aproveitamento da flora circundante. Os primeiros habitantes do Brasil não conheciam apenas as plantas da localidade que os vira nascer: aprendiam a improvisar, aprendiam a observar, aprendiam a olhar em torno. O indígena colonial aprendeu um com o outro, trocou experiências, emprestou novos significados às plantas nativas. Assim, longe de ser inserido – imutável – em uma história de transformações vivida pelos outros, o índio se define pela plasticidade. Rituais, receitas, extratos de ervas ou beberagens indígenas não apenas continuaram sendo usados durante séculos, como também se enredaram em novas práticas, de forma “ressignificada”, de acordo com o termo empregado pela autora. No capítulo “Plantas sem fronteiras: jardins, livros e viagens – séculos XVIII – XIX” abordo a circulação das plantas por espaços da ciência e da história natural, a partir da segunda metade do século XVIII até os anos que circundam a Independência. O texto busca demonstrar a centralidade dos jardins botânicos para as políticas coloniais. No caso do Brasil, os jardins de Belém, Olinda e Rio de Janeiro protagonizaram uma série de situações de troca, roubo,

10

contrabando e negociações diplomáticas entre Portugal e França, envolvendo Caiena e suas plantas cultivadas. Além desses casos, as disputas por vegetais envolveram outros jardins coloniais das Américas, do Índico e do Pacífico. As plantas circularam também pela via impressa. Instruções de coleta, cultivo e utilização de substâncias vegetais, tratados de botânica, manuais de matéria médica e outros gêneros de literatura científica e técnica tiveram presença importante em Portugal e no Brasil, na Época das Luzes. Tanto plantas vivas quanto sementes, herbários e textos impressos e manuscritos estiveram presentes no universo das viagens. A utilidade das explorações científicas não foi apenas um ideal abstrato: diversos vegetais foram centrais para as disputas internacionais da época. Desse modo, refletir sobre as diversas possibilidades de circulação das plantas possibilita relacionar ciência, costumes, poderes imperiais e locais, e práticas culturais. Essas análises permitem, portanto, relativizar o estreito ponto de vista nacional e considerar a história do Brasil no conjunto do mundo atlântico, mas também no âmbito das grandes rotas comerciais, culturais e científicas do planeta. Plantas nativas das Américas tornaram-se mercadorias importantes para o cotidiano das populações europeias, asiáticas e africanas. O uso do tabaco, por exemplo, expandiu-se em escala mundial, entre os mais diversos grupos sociais, puro ou misturado com ópio. De maneira simétrica, plantas exóticas tornaram-se tão habituais na América que passaram a ser consideradas nativas as bananas (com a provável exceção da banana-da-terra) ou o arroz. Do conjunto das trocas, destaca-se a presença oriental no Brasil, para além da africana, cuja centralidade já vem sendo amplamente evidenciada pela historiografia. Todos os textos convergem para a demonstração de que a interação entre os habitantes do Brasil com o ambiente engendra muitas possibilidades de utilização de plantas. Alguns hábitos se estabelecem de forma duradoura e passam a ser vistos como naturais, como se sempre tivessem existido. No entanto, o próprio ambiente é fruto de transformações. Os primeiros humanos que habitaram a América já haviam transformado suas matas e campos, com seus animais, sua coleta seletiva, suas queimadas. O ritmo das mudanças acelerou-se a partir da colonização portuguesa até chegar vertiginosamente aos desertos verdes e extinções iminentes da atualidade. Plantas tropicais de outros continentes colonizaram também as diferentes regiões da América, muitas vezes em competição com as espécies nativas. Este livro propõe, desse modo, alguns ensaios sobre a história do Brasil, tendo as plantas por protagonistas. Plantas descritas em textos ou imagens, secas, em infusões, alimentares, corantes, fibrosas ou medicinais, mas sempre em transformação. Buscamos ampliar os horizontes de nossas análises para abarcar mares, povos e floras que estão além de nossas fronteiras habituais. Decidimos voltar nosso olhar de historiadores para o reino das plantas, tão complexo quanto o império dos homens.

Autor desconhecido, século XVIII. Eine Tabackmacherin [Uma preparadora de tabaco] e Ein Tabackmacher [Um preparador de tabaco]. Esta imagem e seu par associam uma planta – o tabaco – à sua preparação e aos seus usos. O casal mostra diversos apetrechos criados para o consumo do tabaco, como cachimbo, tabaqueira, réguas e rolos de folhas. Ao fundo, cenas de processamento dessa planta americana que, no século XVIII, circulava em todos os continentes. Acervo British Library, Londres


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.