Correio do minho 27 fev 2014

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Quinta 27 de Fevereiro 2014

SUGESTÕES DO CHEF

Bacalhau é a especialidade do Espaço 12 Págs. 12 e 14

Correio

do Minho.pt

DIRECTOR PAULO MONTEIRO | ANO LXXVII SÉRIE VI N.º 9205 DIÁRIO € 0.85 IVA Inc. Publicidade

DOMINGOS BRAGANÇA, RICARDO RIO E PAULO CUNHA DEFENDEM QUADRILÁTERO UNIDO PARA ENFRENTAR FUTURO

BRUNO PEREIRA

A UMA SÓ VOZ NA EUROPA A abstenção nas eleições europeias combate-se mostrando às pessoas o trabalho que os eurodeputados realizam e a importância de estruturas como o Quadrilátero, que nasceu sob “pressão” dos fundos comunitários. A identidade regional de José Manuel Fernandes, o trabalho nos têxteis de Nuno Melo e a dedicação de Elisa Ferreira foram bastante elogiados num debate de sucesso. Págs. 2 a 9

“Potencial e sinergias vão afirmar região na Europa”

“A economia é fundamental, mas mais importante são os cidadãos”

“Devemos aproveitar ao máximo o próximo quadro europeu”

Ricardo Rio Presidente da Câmara Municipal de Braga

Domingos Bragança Presidente da Câmara Municipal de Guimarães

Paulo Cunha Presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão

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A IMPORTÂNCIA DA EUROPA PARA O QUADRILÁTERO Coordenação Rui Miguel Graça Textos Isabel Vilhena, Marlene Cerqueira, Patrícia Sousa, Paula Maia e Paulo Machado Fotografia Bruno Pereira e Carlos Costinha Sousa

Diminuir a abstenção é muito importante Paulo Monteiro Director do Correio do Minho e Antena Minho

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director geral do Grupo Arcada Nova, Paulo Monteiro, moderador do debate de ontem sobre ‘A Importância da Europa para o Quadrilátero’ referiu no final que “foi uma conversa muito positiva e com elementos muito interessantes. Foi muito importante os autarcas presentes estarem de acordo quanto à importância da Europa para a sua região”. “Foi importante este debate porque daqui sairam algumas opiniões sobre como se pode combater a abstenção. Aliás, para se ter uma opinião e uma voz tem que se participar no acto cívico. É importante que a 25 de Maio os números da abstenção não sejam os mesmo de há cinco anos atrás, com cerca de 63%. Os presidentes das autarquias aqui presentes, Ricardo Rio, Domingos Bragança e Paulo Cunha argumentaram e deram algumas sugestões para que a abstenção não seja tão grande”, afirmou Paulo Monteiro. O director do jornal ‘Correio do Minho’ e da Rádio de Braga - Antena Mi-

nho gostou de algumas frases e argumentos dos intervenientes, destacando que “A Europa é importante para Portugal mas Portugal também é muito importante para a Europa”, ou “o exemplo do Quadrilátero deve ser seguido por muita gente” ou que “é preciso ainda trabalhar muito para nos sentirmos cidadãos da Europa”. Paulo Monteiro admitiu que o debate foi muito positivo e a parceria com o CIED Barcelos é para continuar com mais debates e mais iniciativas: “aliás, temos tido uma proximidade muito grande com a Comissão Europeia e outras instituições da União Europeia. Achamos que é importante mostrar o que a Europa tem para dar a Portugal e o que tem dado. É preciso mostrar como funciona, bem como os direitos e os deveres de cada cidadão”. O importante é que no debate “ficou bem mostrada a importância da Europa para o quadrilátero. Os presidentes aqui presentes justificaram essa importância bem como valorizaram que a união é muito importante como é importante falar a uma só voz. Só dessa maneira a região fica a ganhar. E aqui Portugal 2020 é muito importante”.

“Debate esclarecedor e objectivo alcançado” Alzira Costa Coordenadora do CIED de Barcelos

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grande contributo deste debate foi a presença de presidentes da câmara com o perfil e o trabalho que eles têm no terreno e terem a consciência da participação activa dos cidadãos e da relação directa que temos com a Europa. “Todos os dias somos inundados de múltiplas iniciativas e implicações direrectas na nossa vida quotidiana. E essa consciência foi-nos transmitida pelo poder político e isso foi a mais valia”, começou por referir a coordenadora do CIED de Barcelos e uma das moderadoras do debate levado a cabo ontem à noite no Theatro Circo, em Braga. Alzira Costa realçou ainda o conjunto de individualidades presentes na plateia que representam as nossas instituições, as nossas entidades da região que também elas vão ser multiplicadores desta informação, passando aos cidadãos que mais próximos deles estão. As pessoas que ouviram os intervenientes mais directos levaram essa informação e a men-

sagem irá concerteza passar. Para a responsável do Centro de Informação Europe Direct (CIED) de Barcelos o objectivo foi plenamente alcançado, fazendo com que os cidadãos tenham maior consciência da importância de participarem activamente nas políticas europeias e das implicações que as directivas europeias têm na vida quotidiana. No debate desta noite foram dadas provas da importância da União Europeia. Nós estamos habituados a ver os nossos responsáveis pelas instituições a fazer uma inauguração de um projecto qualquer e dizer “este é o meu projecto” e não “isto foi financiado pela União Europeia” e foi que o eles transmitiram esta noite, que a nossa região desenvolveuse também em face de uma pertença à Europa. O CIED de Barcelos é um dos 19 centros de informação europeia existentes em Portugal, e actua como interlocutor entre os cidadãos e a União Europeia, sendo que este centro disponibiliza, a nível local, informações, assistência e orientações sobre as insttuições, legislação, políticas, programas e possibilidades de financiamento da UE.


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A IMPORTÂNCIA DA EUROPA PARA O QUADRILÁTERO

“As pessoas precisam de perceber que o seu voto faz a diferença” A abstenção nas eleições europeias combate-se mostrando às pessoas o trabalho que os eurodeputados realizam e a importância de estruturas como Quadrilátero, que nasceu sob “pressão” dos fundos comunitários. Estas foram algumas das ideias destacadas pelos presidentes das câmaras de Braga, Guimarães e Famalicão no debate ‘A importância da Europa para o Quadrilátero’.

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fundamental que os deputados que elegemos para o Parlamento Europeu mantenham uma relação estreita à sua região de origem. Os cidadãos precisam de conhecer e perceber o trabalho que os eurodeputados realizam para sentirem que o seu voto é tido em conta e que por isso vale a pena exercê-lo. Desta forma também se combate a abstenção que tradicionalmente assume valores assustadores nas eleições europeias. Esta foi uma das ideias partilhadas no debate ‘A importância da Europa para ao Quadrilátero’ que ontem reuniu, no pequeno auditório do Theatro Circo, os presidentes das câmaras municipais de Braga, Vila Nova de Famalicão e Guimarães. Para Ricardo Rio, José Manuel Fernandes personifica o bom exemplo de um eurodeputado pela forma como tem desempenhado o seu trabalho no Parlamento Europeu e pela ligação estreita que mantém com as suas origens, desdobrando-se em contactos com as associações dos mais variados quadrantes em todo o Minho. Para o presidente da Câmara Municipal de Braga “seria quase criminoso se José Manuel Fernandes não figurasse num lugar de prestígio” na lista que o seu partido/coligação vai candidatar às eleições europeias que decorrem a 25 de Maio. Também Paulo Cunha considera que José Manuel Fernandes tem sido exemplar a cumprir as funções de eurodeputado, tal como Nuno Melo. O presidente da câmara de Vila Nova de Famalicão recordou o papel importante que Nuno Melo teve na defesa dos têxteis portugueses aquando da entrada dos produtos paquistaneses na União Europeia. Já Domingos Bragança, real-

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Debate promovido por Correio do Minho, Antena Minho, CIED e IPCA juntou no Theatro Circo os presidentes das câmaras de Guimarães, Braga e Famalicão

As pessoas precisam de perceber que o seu voto faz a diferença, pois só dessa forma se vão sentir motivadas a votar. Uma forma de perceberem isso é conhecerem o trabalho concreto que os eurodeputados realizam. çou o papel de Elisa Ferreira, a eurodeputada socialista. No debate, que se prolongou por mais de duas horas, os autarcas abordaram ainda a importância do Quadrilátero Urbano en-

quanto instrumento potenciador dos recursos da região a vários níveis. A nível cultural a integração segue de forma exemplar e o trabalho deve agora prosseguir em outras áreas, como a promoção turística, a inovação e o conhecimento. E se muito ainda pode e vai ser melhorado no Quadrilátero, é ponto assente que todos reconhecem a vantagem de falar a uma só voz em contexto europeu. O Quadrilátero foi assim apresentado como um bom exemplo de como a Europa influencia o nosso dia-a-dia e, por isso mes-

mo também um incentivo a que os cidadãos exerçam o seu direito de voto no próximo 25 de Maio. Ricardo Rio, Paulo Cunha e Domingos Bragança foram unânimes em considerar que Portugal só ficou a ganhar com a integração na Europa e não teria alcançado o patamar de desenvolvimento que tem actualmente se não estivesse na União Europeia. Domingos Bragança, porém, manifestou alguma mágoa pelo facto de os países na União Europeia não jogarem com as mesmas regras. Referia-se ao pro-

cesso de ajustamento que Portugal está a sofrer e no âmbito do qual paga juros mais elevados do que países como, por exemplo, a Alemanha. Mobilidade, emprego/desemprego, empreendedorismo e abandono escolar foram outros dos temas abordados neste debate conduzido por Paulo Monteiro, director do jornal Correio do Minho e da rádio Antena Minho, e Alzira Costa, directora do CIED de Barcelos. Cerca de centena e meia de pessoas compuseram a plateia do pequeno auditório do Theatro Circo.


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Potencial e sinergias vão afirmar região na Europa P

Ricardo Rio Presidente da Câmara Municipal de Braga

+ mais “José Manuel Fernandes conseguiu levar o Minho à Europa e trazer vários projectos da Europa para o Minho”; “Para o Minho foi um tremendo passo em frente, porque pela primeira vez a região teve voz na Europa”; “É quase criminoso se José Manuel Fernandes não for conduzido num lugar de prestígio nas próximas eleições europeias”; “Na região temos motivos mais que suficientes para ir votar, contrariando a nacionalização excessiva dos partidos”.

ara se afirmar internacionalmente, os concelhos do Quadrilátero Urbano terão que “olhar para o potencial que têm e apostar nas sinergias”. Para o presidente da Câmara Municipal de Braga, um dos oradores do debate ‘A importância da Europa para o Quadrilátero’, é fundamental trabalhar em rede. Ricardo Rio começou por abordar a questão dos fundos comunitários, que foram “um passo de magia” e que espera que continuem a “solucionar problemas e projectos”. Foi através dos fundos comunitários, continuou o presidente da autarquia bracarense, que se fizeram muitas infra-estruturas e que a região progrediu. “Esperemos que no futuro haja contributos para suprir as lacunas que ainda existem”, sublinhou Ricardo Rio, defendendo que é preciso inverter o rumo e dotar a região de condições. Este caminho só será possível “trabalhando em rede e com estruturas de cooperação”. Esta lógica, nas palavras do autarca, é fundamental para “definir o caminho de forma mais pragmática, não esquecendo as parcerias com o sector privado” . A União Europeia (UE), acrescentou Ricardo Rio, “é um projecto que assenta no seu todo, mas faltou liderança e capacidade de promover a mudança”. E o presidente foi mais longe: “faltaram mecanismos para que os processos de ajustamento fossem mais justos e suaves. E é essa capacidade política de gerar mais igualdade que tem faltado muito na UE”. Rio foi taxativo ao afirmar que “independentemente do processo, o benefício da entrada para a UE foi claro e não foi por causa da Europa que o Norte está como está”. Para o líder da autarquia bracarense, a situação é de “responsabilidade nacional e até local”. E aqui Rio foi peremptório: “há que perceber que faltou voz consensual e consolidada para a região se afirmar nas devidas ins-

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Ricardo Rio, presidente da Câmara Municipal de Braga, defendeu aposta nas sinergias e aproveitar potencialidades já existentes

tâncias. Tivemos um namoro forçado. Na verdade o que aconteceu foi uma lógica de cooperação que acabou de forma muito sectorial”. O quadrilátero tem papel fundamental e até aqui, nas palavras de Rio, “não existiu apenas por um condicionamento administrativo. Há aqui um acto de responsabilidade porque faltou um compromisso político entre as partes”. Acima de tudo, o quadrilátero, nas palavras do presidente, “é um projecto político e com estratégias comuns que terão benefício para todos. Há potencialidades comuns e naturais

Ricardo Rio focou ao longo do debate vários projectos que considera estratégicos para os próximos fundos comunitários, nomeadamente, a ligação Porto-Vigo, bem como o metro à superfície entre Braga e Guimarães. Valorizar potencialidades do turismo e transformar o conhecimento em produtos de mercado bem sucedidos são outras apostas.

para buscar financiamento comunitário”. A “franca” relação entre Guimarães e Braga foi ainda evidenciada pelo presidente da Câmara Municipal de Braga. “Temos interesses específicos que temos de defender e que terão benefícios para todos”, referiu. A região Norte, concluiu Rio, “tem que ter percepção e ser moto da retoma económica e o quadrilátero urbano tem um papel fundamental que até aqui não existiu”. Ricardo Rio mostrou-se optimista quanto ao futuro e, sobretudo, em relação a tudo que o quadrilátero pode ganhar.


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A IMPORTÂNCIA DA EUROPA PARA O QUADRILÁTERO

“A economia é fundamental, mas mais importante são os cidadãos” D

Domingos Bragança Presidente da Câmara Municipal de Guimarães

+ mais “A Europa permitiu a Portugal introduzir uma grande modernidade. Temos muitas coisas boas: muitas infraestruturas como hospitais, escolas e universidades e, muito importante, pessoas muito qualificadas” “Já deveríamos estar a falar das eleições há dois , três meses atrás” “No projecto europeu os cidadãos devem ser incluidos” “Era bom que os nossos deputados levassem à Europa uma voz determinada e não aceitar tudo de uma forma cega”

omingos Bragança, presidente da Câmara Municipal de Guimarães, defendeu mais coesão social para a Europa e a introdução de mecanismos de regulação dos mercados. O autarca vimaranense - que se mostrou um acérrimo defensor do princípio da solidariedade e da importância de dar voz aos cidadãos - disse perante a vasta plateia que assistiu ontem ao debate sobre ‘A importância da Europa para o Quadrilátero’ que o quadro actual do Parlamento Europeu é de “direita”, assim como “a Europa da economia pura e dura” e por isso, defende uma viragem à esquerda. Numa clara alusão às políticas de austeridade a que o país tem sido sujeito, em que se vê obrigado a pagar elevadas taxas de juro altas pelo empréstimo obtido para pagar a sua dívida, Domingos Bragança referiu que é necessário pragmatismo, mas que este deve ser “plural e não do interesse de alguns países e dos seus fortes interesses económicos e financeiros”. Prosseguindo num tom crítico, o autarca concorda que é preciso disciplina, mas “não colocar as pessoas em situação de sobrevivência”, frisando, uma vez mais, de que “é preciso ar fresco na Europa”. Sobre as oportunidades oferecidas pelo novo quadro comunitário para o quadrilátero, associação que integra os municípios de Braga, Guimarães, Famalicão e Barcelos, Domingos Bragança considera que ele representa um desafio e uma oportunidade para apresentar projectos e que, para isso, é necessário trabalhar numa plataforma de colaboração, advertindo, no entanto, que o quadrilátero não é apenas uma entidade gestora de fundos. No que concerne aos investimentos fundamentais para a região, o autarca defendeu que as áreas prioritárias - cultural, turística e económica - já estão identificadas, apontando uma outra que carece de atenção dada a sua

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Domingos Bragança defendeu que o Parlameto Europeu deveria sofrer uma viragem à esquerda

importância para a estratégia conjunta dos quatro municípios: a mobilidade. Neste âmbito, Domingos Bragança falou de algumas falhas existentes na ligação entre as quatro cidades, considerando que “há constrangimentos de mobilidade de pessoas e mercadorias” que têm de ser analisados. O presidente da câmara de Guimarães falou também de uma das questões que considera ser o grande desafio não só da região, como do país e da Europa: a promoção do emprego. “É necessário potenciar os recursos

“É necessário potenciar os recursos que temos e que são muitos”, revela, defendendo ainda a aposta numa cultura de empreendedorismo, numa cultura empresarial que assuma riscos, “que acrescente valor ao que fazemos bem”, sem esquecer sectores emergentes como os clusters da saúde.

que temos e que são muitos”, revela, defendendo ainda a aposta numa cultura de empreendedorismo, numa cultura empresarial que assuma riscos, “que acrescente valor ao que fazemos bem”, sem esquecer sectores emergentes como os clusters da saúde que representam já um expressivo exemplo de exportação de conhecimentos. Estas propostas devem aliar-se, segundo o autarca, à nova fileira agrícola numa abordagem moderna com a produção de produtos que confiram segurança alimentar, respeitando os recursos naturais.


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Devemos capitalizar o próximo quadro em benefício da região Q

Paulo Cunha Presidente da Câmara Municipal de Famalicão

+ mais “A região só tem a ganhar com uma postura de rede”. “Dar uma resposta macro e não cada um dos municípios ter uma resposta micro”. “Devemos olhar para o aumento do emprego como um desafio” “Hoje um presidente de câmara é um indutor do desenvolvimento local”. “O empresário deve ver o autarca como um parceiro” “Cabe às autarquias gerir o processo educativo local como forma de combater o abandono escolar”.

uase três décadas depois da adesão à União Europeia é preciso fazer um balanço positivo do que representa ser membro de pleno direito da união. Palavras de Paulo Cunha, presidente da câmara de Vila Nova de Famalicão, numa primeira intervenção no debate de ontem à noite sobre a ‘Importância da Europa para o Quadrilátero’. O autarca famalicense questiona que país teríamos hoje se não fossemos membros de pleno direito da União Europeia. Admitindo que foram cometidos muitos erros ao longo do processo de construção europeia, o edil considera que não são de monta para colocar em causa todo o processo europeu. Paulo Cunha advertiu para o momento crucial que atravessamos, não só pelo facto de termos as eleições europeias à porta - no caso de Portugal a 25 de Maio mas para a importância do próximo quadro comunitário no sentido tirar o máximo de proveito para a valorização da região. Segundo o autarca famalicense, o quadrilátero cultural é um bom exemplo disso, em que os quatro concelhos souberam criar uma resposta conjunta e única, capaz de gerir os fundos comunitários em benefício da região. “É decisivo trabalharmos em conjunto, falar a uma só voz, num espírito de colaboração entre os quatro, em prol da região”. Sobre a actual lei eleitoral, Paulo Cunha assume que no futuro o processo de escolha poderá passar por listas abertas, ao contrário do que acontece actualmente em que as pessoas votam no partido e não nos representantes, apresentando como exemplo “o notável trabalho desenvolvido pelos eurodeputados Nuno Melo e José Manuel Fernandes que são deputados europeus que prestam contas à população. As pessoas do Minho conhecem bem o trabalho que eles têm feito, no caso do Nuno Melo na defesa dos têxteis e de José Manuel Fernandes como grande defensor dos produtos re-

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Paulo Cunha, presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão: “é decisivo trabalharmos em conjunto, falar a uma só voz”

gionais”. Paulo Cunha reforça por isso que o processo de escolha é decisivo para que as pessoas se sintam cada vez mais envolvidas nas questões europeias e, deste modo, poder contribuir para uma acentuada diminuição dos níveis de abstenção. O autarca afirmou ainda que em matéria de cidadania europeia há ainda um longo caminho a percorrer no sentido de que os cidadãos tenham um sentimento de pertença à Europa. A mobilidade foi outro dos temas abordados pelos três autarcas que foram unânimes a afir-

“É decisivo trabalharmos em conjunto, falar a uma só voz, num espírito de colaboração entre os quatro em prol da região”, referiu Paulo Cunha, presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, durante o debate promovido em conjunto pelo jornal Correio do Minho, Rádio Antena Minho e CIED Barcelos.

mar que se o país tivesse investido há 20 anos na ferrovia e não na construção de auto-estradas estaria seguramente melhor. “O que se fez no passado dificulta a ligação por ferrovia que é de capital importância para o desenvolvimento do país” disse Paulo Cunha, sublinhando a importância da ligação a Vigo para alavancar a economia da região. Como forma de colmatar a ferrovia (devido ao avultado investimento), Paulo Cunha sugere uma efectiva rede de transportes públicos que sirva os concelhos do quadrilátero.


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A IMPORTÂNCIA DA EUROPA PARA O QUADRILÁTERO

“O Minho tem grandes presidentes”

Manuel Baptista Presidente da Comunidade Intermunicipal (CIM) do Ave

Paula Isaías Directora da Aliança Artesanal de Vila Verde

“Estes debates são importantes ao nível da afirmação da região no contexto europeu e, naturalmente, estão todos de parabéns pelas ideias que foram aqui expressas. Foi pena a ausência do presidente da câmara de Barcelos, ainda assim aqui estiveram três actores importantes que exibiram as ideias que podem ser partilhadas e concretizadas neste quadrilátero. É importante uma união de esforços das quatro cidades e ainda da CIM do Ave e CIM do Cávado e todas as entidades de relevo para esta região.”

“Ficou explícito qual o papel que os nossos eurodeputados podem realizar para a nossa região e para o nosso país. Por outro lado, este debate serviu para compreender os mecanismos da União Europeia além da questão do Quadrilátero. Ficou ainda provada a união de quatro municípios que até agora era algo de impensável. Neste sentido, está evidente que estão unidos no âmbito do novo quadro Europa 20-20, no sentido de dessa forma irem ao encontro das preocupações da população da nossa região.”

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Domingos Bragança (Guimarães), Ricardo Rio (Braga) e Paulo Cunha (Famalicão) foram elogiados pelas respectivas intervenções

Hugo Pires Vereador do Partido Socialista da Câmara Municipal de Braga

Ricardo Costa Vereador do Partido Socialista da Câmara Municipal de Guimarães

“Estes debates são sempre importantes visto que a Europa está no centro das grandes decisões políticas. A região norte de Portugal é das mais pobres da Europa e faz sentido que existam estratégias comuns e convergências nesta política de cidades a fim de se tirar o melhor proveito para benefício dos cidadãos. Houve algumas coisas das quais discordo, como referiu o presidente da câmara de Guimarães, pois defendo que devem existir mais ideias políticas na Europa e mais debate.”

“É importante destacar que Portugal tem uma palavra a dizer na Europa e neste debate tocou-se na ferida essencial: não podemos ter duas Europas, ou seja, uma onde existem países com ganhos e outra onde existem países que têm de suportar essas despesas. Neste momento, a Europa sofre de um pecado original que é o facto de sofrer de uma política económica-financeira para cada país. A diferença deve assentar numa coerente política fiscal para todos os países.”

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Debate sobre a Europa despertou a atenção da plateia

Jorge Oliveira IPAMEI “A organização deste debate foi muito boa e os temas foram oportunos e ricos pela sua actualidade. Em geral, saio daqui com uma conclusão: temos muito bons presidentes nas nossas autarquias. Alguns já conhecia e outros nem tanto, mas fiquei bastante impressionado com a posição que os presidentes das câmaras de Braga, Guimarães e Famalicão demonstraram neste debate. A região do Minho, com estes presidentes, tem um grande futuro e podemos ficar todos descansados.”


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Manuel Barros Director Regional do IPDJ “Lamento a ausência do presidente da câmara de Barcelos porque também é uma parte importante do território do Quadrilátero. Acho que estes três presidentes estão determinados em encontrar aqui uma estratégia comum de desenvolvimento. Acho também que há uma visão integrada daquilo que são as potencialidades de cada um dos territórios dos concelhos que integram o Quadrilátero. Levo daqui uma boa impressão. O Correio do Minho está de parabéns por organizar este tipo de debates.”

Baptista da Costa Administrador da TUB — —Transportes Urbanos de Braga

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“ Neste debate percebeu-se que há uma nova geração de autarcas, com uma nova visão do território. São bem-vindos.”

Público a ler o ‘CM’ no início do debate

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Iniciativa decorreu no pequeno auditório do Theatro Circo

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Também houve momentos de conversa mais informais

Leonel Rocha Vereador da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão

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Paulo Monteiro à conversa com Ricardo Rio e Paulo Cunha

“Em primeiro lugar de louvar este clima saudável entre as câmaras municipais para discutir assuntos que dizem respeito ao quadrilátero, mas que vão para além do seu âmbito, nomeadamente as relações entre estas cidades e a Europa. Por outro lado, vejo claramente aqui um interesse redobrado da parte das muitas pessoas que aqui estiveram em ouvir o que os nossos presidentes disseram para os nossos municípios a partir da Europa.”

José Cardoso Director executivo da ACES “O debate tem sobretudo a vantagem de trazer para a discussão pública a temática da Europa que tem estado alheada das pessoas. Dou os parabéns à iniciativa, ao CM e ao CIED, acima de tudo ao quadrilátero. É importan te porque temos que necessariamente encontrar sinergias entre os quatro concelhos de forma a que possamos tirar proveito de tudo que a Europa nos pode dar. Temos que ter uma visão critica, reivindicar, ter uma voz, criar sinergias de forma que possamos a contribuir para o melhor dos cidadãos e da região.”

Jaime Torres Grupo Canto d’Aqui “No âmbito da união dos quatro municípios, só têm a ganhar com este tipo de debates. Pessoalmente pensava que iam discutir mais a parte cultural e nomeadamente intercâmbio entre os quatro municípios, mas acho que é fundamental e importante terem sido levantadas questões muito importantes para o desenvolvimento da região. No dia-adia, nota-se que as pessoas estão revoltadas com directrizes europeias, mas por outro lado notase que as pessoas querem ter o estatuto de 'europeias' e é preciso consolidar o futuro.”


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Palmira Maciel Vereadora do PS na Câmara Municipal de Braga

António Pereira Director do Agrupamento de Escolas de Maximinos

“É muito importante debater a Europa e os seus problemas e nesta altura ainda mais. Achei interessante o debate, durante uma determinada altura virou-se um pouco em campanha eleitoral, mas os moderadores souberam salvá-lo. Acho que os temas foram muito importantes, sobretudo a questão do emprego e desemprego e de uma forma global foi muito positivo e deve-se repetir mais vezes até às eleições europeias para se motivar as pessoas e fazer baixar a abstenção porque é um problema muito grave.”

“Evidente que o mais significativo deste debate é que os autarcas percebam que se conseguiram entender em relação àquilo que é fundamental, podem potenciar sinergias que cada um tem e criar, sem dúvida, outras oportunidades para os cidadãos deste território. Atendendo ao que ouvimos dizer de que o Norte é desfavorecido quando se trata de distribuir fundos é preciso potenciar as capacidades de cada um dos territórios para obter mais fundos comunitários.”

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Presidentes trocam impressões no final do debate

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Leonel Rocha, Paulo Cunha e Paulo Monteiro à conversa

António Marques Presidente da Associação Industrial do Minho

Carlos Teixeira Associação Comercial e Industrial de Guimarães

“Extremamente interessante e tivemos três excelentes presidentes de câmara a debater questões muito importantes. Levamos daqui uma convocatória que a Europa é demasiado importante para andarmos distraídos. Temos três presidentes de câmara em três concelhos de excelência. O debate faz todo o sentido e foi muito importante para motivar as pessoas e para incentivar a ir votar nas próximas eleições europeias, independentemente de quem votem porque para Portugal a Europa é importantíssima.”

“Ficou aqui bastante esclarecido que é importante a cooperação para o sucesso de uma boa aplicação dos fundos estruturais independentemente dos partidos políticos de cada câmara. Gostei muito da prestação dos presidentes de câmara, foi pena não estar cá representada a Câmara Municipal de Barcelos. A par dos municípios as sinergias com outras instituições são essenciais para um ecossistema mais geral.”

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Os protagonistas do debate que animou a noite de ontem no Theatro Circo

Carlos Neves Vice-presidente da CCDR-Norte “Algumas perspectivas sobre o quadrilátero como rede de cidades, como uma associação de municípios que tem uma preocupação comum para o desenvolvimento do território das quatro cidades, que pode ser um pólo importante naquilo que é o todo regional. As preocupações do território são semelhantes. Parece que o futuro comunitário é decisivo para o desenvolvimento do território e há uma grande convergência entre os quatro autarcas e ficou-lhes bem reconhecer que hoje o resultado do quadrilátero urbano está muito aquém da expectativa inicial.”

António Oliveira Director do GTI O debate correu muito bem, os presidentes estiveram muito bem e abordaram os pontos fortes do quadrilátero e interligação com a Europa. A Antena Minho e o Correio do Minho estão de parabéns e devem repetir mais debates deste género porque são muito importantes.”


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