Marcos vom resgate no descanso dos justos

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CONAN O BÁRBARO: RESGATE NO DESCANSO DOS JUSTOS

(por MarcosVOM, fan-fic criada sobre o universo de Conan O Bárbaro, do autor Robert E. Howard). “Saiba, ó príncipe, que naqueles anos em que os mares sorveram Atlântida e os vislumbres de cidades, e à época do surgimento dos Filhos de Aryas, houve uma era inimaginável, durante a qual os reinos de esplendor se espalharam pelo mundo como miríades de estrelas sob o manto azul dos céus... dela surgiu Conan: Bárbaro... de cabelos negros, olhar sombrio e espada em punho...um ladrão, gladiador, salteador, assassino, mercenário e comandante de muitas nações, dono de gigantesca melancolia e jovialidade, e, por seus próprios meios, rei da maior e mais poderosa nação de seu tempo: Aquilônia. Eu, seu historiador, sou o único que posso contar sobre tempos de grandes aventuras!”

Os olhos fitam ao se abrirem um turvo e desfocado teto abobadado, pouco a pouco, começam a se focar. Conan começa, a se mexer, porém cada movimento gera uma dor e um novo pragueja da boca do cimério. Seu corpo possuía algumas ataduras, mas nada grave apenas esfolados. Ao virar a cabeça para o lado, Conan ver passar uma mulher trajando um manto branco e cabelos cobertos por um véu, passando apressadamente carregando toalhas. Conan: '– Mulher, por favor, me diga onde estou.' Diz, com um tom imperativo não proposital. Os olhos da mulher fitam o cimério com medo, mas a boca, aberta, nada diz. Conan: '– Onde estou mulher? É muda ou surda?' A mulher vira e corre bruscamente, nada respondendo ao cimério, que pragueja mais uma vez por não ter sido respondido. Ao tentar seguir a mulher com os olhos, nota que esta em um grande salão de pedra, com janelas pequenas a quais pouco de luz passa. Um número relativo de pessoas estava no local, comendo em mesas ou deitadas em esteiras no chão ao lado de seus pertences, sempre agrupadas, mas o cimério, pelo que notou, estava isolado há uma grande distância. Apesar do local não aparentava nenhum perigo, Conan, instintivamente, toca em sua cintura, buscando sua adaga, ausente. Ao fundo, Conan vê a figura de um homem alto, compleição física ao cimério, rosto típico de um gunderlândes: Robusto e austero, barba e cabelo aparados, trajando uma cota de malha e um manto branco. O trintrilhar das argolas da malha e o impacto forte do calçado ao chão aumentavam a cada passo, aproximando de Conan, que essa hora, já estava sentado. Um estranho temor corria no corpo do cimério, mas, era baixo, já que o homem não portava armas e estava ao lado daquela mulher que correu ao ouvir as indagações de Conan.


Homem misterioso: '– Saudações homem do norte!' Conan: '– Salve!' Responde o Cimério, sempre desconfiado. Homem misterioso: '– Sou Gault, atualmente, líder os guardiões que protegem esse Templo de Mitra. Esse é o hospital do Templo de Mitra em Thuran-nas-Alturas, capital de Taia. Um grupo de peregrinos o encontrou na beira de um rio que cortava um vale, desacordado a beira da margem, provavelmente quase afogou. Era um rio turbulento e pedregulhoso...' Conan: '– Sim, agora me recordo melhor!' Interrompendo o mitrário. '– Estava em uma hoste que dirigia para Shushan, sob cerco de Koth, fomos emboscado por bandoleiros de surpresa, em uma margem de um penhasco, eu e muitos companheiros caímos, o rio amorteceu parte da queda, mas, com armadura, armas e suplementos, aliados a corrente forte do rio pedregulhoso, me deixaram ferido de tantos golpes, consegui nadar até próximo à margem, mas, estava bem cansado e ferido, principalmente por um flecha que fez-me sangrar bastante. A proposito, sou Conan da Ciméria. Agradeço desde já!' Gault: '– Você esta melhor? Precisarei conversar com você, mas preciso que esteja em boas condições.' Conan: '– Sim, apenas meu corpo esta dolorido, mas posso levantar.' Conan levanta, seguindo Gault, caminhando entre os peregrinos naquele salão. Na mente de Conan, recordava o que sabia da chamada Ordem dos Guardiões do Templo de Mitra, também chamados de Mitrários, uma ordem religiosa que protegia templos de Mitra por todas as nações hiborianas, onde a fé em Mitra é maior. Conan sabia que esses guerreiros da fé não podiam ser confiados de total forma, já que os mesmo perseguiam grupos de religiosos diferentes, como faziam contra os seguidores de Asura ou os wiccanos, taxando de práticas demoníacas, chegando ao ponto de atacar e matar seguidores dessas mesmas religiões. Porém, não estava em muita condição de negar favor ou questionar as atitudes da ordem, já que foi salvo e não via nenhum abuso naquele local. Os três, Conan, Gault e a jovem moça, entram em uma sala. Sentando em cadeiras, ambos gigantes sentamse frente a frente. Gault pede a moça um jarro de vinho e algo para comer. Conan: '– Ela não sabe falar ou é surda?' Gault: '– Não, é um voto de silêncio que muitas acolitas fazem ao entrar na ordem, ela se chama Salomé, é minha acolita de maior confiança, sempre disposta a ajudar.' Diz Gault, agradecendo com um gesto para a acolita. A acolita trás o jarro, dois canecos e uma porção de pães, em seguida, saúda com a cabeça e se retira silenciosamente. Conan nota que seu rosto, antes sério, escapa um vergonhoso sorriso, mas o cimério nada comenta. Conan: '– O que você deseja mitrário? Já agradeço desde agora sua ajuda, não sei se posso pagar tudo, mas tentarei faz o possível para ajudar.' Diz com certo receio, mas, como um cimério, deve


honrar ajuda. Gault: '– Sim, pelo seu porte físico e aparência, sei que é um guerreiro extremamente habilidoso. Precisarei de sua ajuda para uma missão de suma importância.' O cimério apenas acena a cabeça, para concordando com mitrário. Gault: '– O grão-mestre e campeão de mitra Servius, o Verídico, foi capturado e mantido sob custódia em um de nossos sarcófagos, chamado de Descanso dos Justos, o qual também é um esconderijo, com capacidade de suplantar uma pequena guarnição. Fica em um vale, a meio dia de caminhada daqui, não entraremos pela porta principal, já que a mesma é bem guarnecida e precisaria de um contingente maior com isso, coisa que não tenho em mãos atualmente, vendo as necessidades de defesa e patrulha pela região de Taia nesse momento. Faremos uma invasão por um ponto secreto, só conhecido por poucos. Iram nós dois mais Khami, uma ladina stygia.' Conan: '– Um mitrário usando da ajuda de uma ladina? Não que eu possa a caluniar por meus atos, mas, os Guardiões do Templo de Mitra não usariam disso?' Gault: '– Será uma exceção para que possamos avançar em nossa missão, além dela nunca ter feito nada contra o templo. Normalmente não a chamaria, porém, não podemos ir sem as perícias dela.’ Conan: '– Certo. Quem capturou seu mestre?’ Gault: '– Foi uma hoste de Olhos de Víbora, Alto Sacerdote do Culto Negro do Pai Set...' Conan: '– Um momento!' Interrompe Conan, mudando o semblante '– Não me meto com feiticeiros, magia é algo que prefiro passar longe, independente de quanto me paguem.' Gault: '– Olhos de Víbora, além de ter cativo nosso grão-mestre, tem em posse o Machado de Varanghi, arma sagrada de nossa Ordem e unidade Taiana.' Conan relembra do que é dito sobre o artefato: O campeão de mitra, aquele que empunha o machado de Varanghi, jamais seria derrotado em uma luta, em quanto mantivesse incorrupto aos olhos de Mitra. Significa que o mestre da ordem cometeu alguma ofensa a Mitra? Já que o mesmo não seria derrotado se não corrompido? Mas Conan mantem isso em mente, temendo que tal citação poder ser entendida como ação ofensiva. Gault: '– Ele poderá usar de alguma das artes negras nesse artefato, duvido o mesmo corrompa ou destrua a arma, mas, necessitamos o mais rápido de resgata-la, pois será um abalo a moral da ordem em momento difícil.’ Apesar da dúvida, Conan concorda. Mas, antes de fechar o acordo, ele diz. Conan: '– Mas terei um bom pagamento e ficarei com os equipamentos que forem a mim dados nessa missão, pois recentemente tive um prejuízo que preciso recuperar-me.' Gault: '– Certo, lhe darei armadura, armas e suplementos que necessitar, além de um soldo.' Conan acena concordando. Gault: '– Partiremos ao noitecer, viajaremos, será mais fácil avançar pelos vales, para evitar


possíveis ataques de bandoleiros ou acólitos de Culto Negro.' Conan segue Gault até o seu aposento. A noite começa a cair, Conan, após o descanso, sente-se mais revigorado, o corpo já não dói mais. O cimério dirige a entrada dos portões de Thuran-nas-Alturas, trajando de uma cota de malha, capacete, escudo, manto da ordem, adaga e sua espada longa, uma das poucas coisas que ele não perdeu durante a queda no rio, além de sua bolsa de mantimentos. Na entrada, Gault esta ao lado de uma mulher stygia, a qual Conan deduz que seja Khami. Ao aproximar, o Cimério nota que, apesar de magra, a ladina era esbelta, tendo um corpo atrativo de curvas menos bruscas, mas perfeitamente feitas, preenchendo por completo a couraça que a mesma vestia, com um cabelo negro e liso, de olhos cor de olivas. Conan, assim que aproxima, indaga: Conan: '– Você deve ser Khami, estou certo?' Khamis: '– Esta correto, você deve ser Conan da Ciméria, apenas vendo, nota-se quem seja pela fama!' Conan: '– Por Crom, qual fama que você escutou? Ladrão, assassino, mercenário, bárbaro ou beberão?!' Khamis: '– A fama de um corpo bruto, porém, de mãos cuidadosas com as mulheres.' Conan fica um pouco desconcertado com esse possível flerte. Antes que pudesse falar alguma coisa, ele vê Salomé, quase escondida atrás de Gault, com o rosto vermelho de vergonha pelo forma que a ladina stygia respondeu. Gault: '– Não podemos perder tempo, necessitamos de ir o mais rápido possível.' Gault parece que interrompe também pouco envergonhado. Ele guia-os até uma casa de guarda anexa ao portão. Assim que eles entram, os guardas saem. Gault tira de seu bornal um mapa, abre e deixa estendido para que todos vissem sobre a mesa. Khami, apontando e movendo o dedo, gesticulando o caminho: Khamis: '– Esse é o caminho, vamos a cavalo até o início das montanhas, depois, teremos que avançar pelas costas das montanhas, um terreno acidentado só acessível à escalada. Chegando ao Descanso dos Justos, onde o seu mestre esta cativo.' Gault: '– Nesse mapa também tem alguns detalhes das armadilhas, você é a melhor qualificada para achar e desarmar as mesmas. Adiciona, apontando nas anotações ao lado.' Conan: '– Onde eu entro nessa história?' Gault: '– Precisamos de você para acabar com qualquer problema que possamos enfrentar.' Após dizer isso, Gault fecha o mapa, antes de enrolar completamente, ele indaga: Gault: '– Alguma dúvida?' Um silêncio como resposta positiva. '– Ótimo, pegamos todos nossos equipamentos, os cavalos e iremos seguindo Khami.' Conan e Khami saem mais a frente, mais atrás, Gault segue, mas, é segurado por Salomé pela mão. Conan sai, mas, pelo canto dos olhos, vê Gault toca de forma carinhosa o rosto de Salomé,


segurando o seu queixo, levantando quando a mesma tenta abaixar, segurando as lágrimas, o rosto, antes pálido, agora, avermelhado pelo início do choro. Um quase beijo acontece, os rostos se aproximam, mas, Salomé afasta, envergonhada. Conan já compreende o amor platônico entre ambos. Chegando aos cavalos, o grupo monta, cavalgando mais devagar ao sair, com Salomé a distância observando o grupo afastar, acelerando o passo ao afastar. O grupo se dirige até o início da costa da montanha, o caminho não teve nenhum contratempo. Entrando em um bosque com uma fina e incontínua trilha de terra, o grupo segue mais devagar, temendo uma emboscas, por sorte ou desejo de Mitra, nada acontece. O grupo chega a uma clareira, param, desmontam e amarram seus quatro cavalos, três já montados e um que será a montaria do cativo assim que liberto. Logo, começam a escalar. Durante a subida, o cimério, quase sempre se locomovia rapidamente. Um paredão daqueles não era algo desafiador para Conan, que subiu paredões piores que esses por muitas vezes, mas, quase de forma amistosamente competitiva, Khami o ultrapassava, quase sempre com um deboche a cada ultrapassagem, Conan apenas ria e tentava o mesmo. Apenas Gault subia sem querer muito ser o primeiro a chegar, apenas que chegasse vivo, talvez não fosse tão habilidoso escalador... ou apenas precavido com mortal queda, ignorada por seus dois companheiros! Conan: '– Porque você esta nessa vida?' Indagando a Khamis, enquanto subia pelo paredão. Khamis: '– Os desgraçados do Culto Negro sempre oprimiram todos da Stygia, impondo a vontade divina que na verdade, é travestida da vontade dos poderosos sacerdotes. Tive que começar a roubar, se não meu irmão e minha doente mãe, morreriam de fome, levei todos aqui para essa cadeia de montanhas. Mas, confesso que a fortuna fácil sempre me atraiu, ao invés de passar anos na lavoura ou cuidando de cabras, prefiro me arriscar a conseguir um bom saque.' Conan: '– Como você acabou incluída nessa empreitada? Deve algo aos Mitrários?' Khamis: '– Pois bem: tinha entrado em uma caverna que era um depósito dos sacerdotes de Set, tentando subtrair algum pertence deles. Mas acabei sendo flagrada, consegui fugir, mas os malditos me seguiram. Por minha sorte passava uma caravana de peregrinos, eles param de me perseguir, mas, os mitrários que defendiam me aprisionaram. Não fui muito bem recebida, como todo ladrão, mas, o Gault interviu ao meu favor, me libertou em troca de trabalhar para ordem.' Conan: '– Mitrários recrutando ladrões? Gault realmente não é muito ortodoxo...' Khamis: '– É minha regra pessoal: não roubo de pessoas sofridas que mal tem o que comer ou vestir, mas, os sacerdotes sempre tem muitos bens, não sei por que os deuses, tão imponentes, precisariam de bens, por isso, tudo que eles falam de maldições por ira dos deuses, não levo a sério, não passa de embustes para manter os fieis como seus patrocinadores Gault realmente é um mitrário bem sábio e de bom índole.' Após isso, o grupo consegue chegar ao fim do paredão, dando de frente para um frontão, bem


adornado com alto relevos de guerreiros em combate, feitos em mármore bem empoeirado. Gault avança, até um ponto mais alto para observar possíveis sentinelas, ele arma sua besta enquanto olha para os arredores do sarcófago. Khamis e Conan se aproximam de uma porta encrostada em uma pedra. Nela, pequenas entradas, possíveis segredos de fechaduras. Khamis: '– Deixe-me descansar um pouco, preciso estar concentrada para abrir essa porta...' Khamis se sentada, abre a gola de sua couraça, deixando parte do decote dos seios evidente, do avesso da couraça, ela retira ferramentas de gazuas. Conan observa de forma furtiva, porém, na hora que ele espia, Khamis vira o rosto rapidamente, no mesmo instante, Conan vira o rosto. Khamis ri. Khamis: '– Parece que gostou do que viu, cimério.' Conan: '– Não quis ofender, peço desculpas. Diz encabulado.' Khamis: '– Depois dessa empreitada, vou voltar precisar de ajuda um bom ladrão, de seu porte.' Conan: '– Bem, não sei se deveria voltar à velha vida de furtos...' Antes que Conan terminasse de responder, Khamis abre mais a couraça, dessa vez, mostrando totalmente os suados e perfeitos seios. Khamis: '– O pagamento pode ser bom!' Sua fala é sensual e provocante, rindo baixo enquanto Conan estava com um perplexo, mas largo sorriso de aprovação. Conan: '– Pagamento melhor não há, terá minha ajuda!' Khamis fecha a couraça, se aproxima da porta e começa cutucar a fechadura com suas gazuas. Assim que começa a mexe, Gault pula de seu ponto elevado e fala em um tom baixo, porém audível. Gault: '– Sentinelas! notaram que escalaram essa parte, estão descendo pelas pedras desmoronadas, logo estarão aqui!' Conan: '– Crom que os carreguem! Não temos muito espaço para nos defender! O pequeno espaço daria uma vantagem para nós, mas, obvio que optaram por nos alvejar a flechas e dardos de um ponto elevado!' Pragueja Conan, já com espada e Escudo armados Khamis: '– Maldição, precisarei de mais uns instantes!' Khamis fala nervosa, remexendo a gazua ainda mais rapidamente. Gault: '– Assim que abrir, não pise no primeiro ladrilho do piso! É uma armadilha, um caldeirão de óleo cairá sobre nós, salte até o segundo ladrilho!' o mitrário diz ao mesmo tempo que colocando o virote na besta. Conan: '– Crom! Temos que tentar atrair esses vigilantes canalhas a nos seguir! As armadilhas vão calhar bem! Gault, assim que aparecer o primeiro em sua direção, dispare o virote, eu defenderei você e Khamis.' Quase no mesmo momento que Conan termina de falar, um vigilante aparece em um ponto mais alto, revelando a cabeça, instantaneamente, levando uma virotada entre os olhos, o primeiro caindo


instantaneamente. Logo, flechas voam em direção ao grupo, mas Conan, apara todas as flechas em direção, tendo que defender tanto Gault rearmando a besta, tanto Khamis que abria fechadura. Gault consegue derrotar dois dos vigilantes, com isso, um grupo de lanceiros começa a avançar em direção ao grupo. Khamis: '– Consegui! Vou tentar abrir a porta.' Khamis tenta abri a pedra que era a porta, porem, falha. Khamis: '– Ah! Não consigo!' Urrando ao esforçar para tentar abrir. Conan: '– Gault, pegue o escudo e nos proteja, vou abrir essa entrada!' Conan empurra a pedra que servia de porta. Por um susto de uma flecha passando próxima, quase pisa no primeiro ladrilho. Conan: '– Rápido, entrem!' Com um salto, cruza facilmente o ladrilho, pisando no segundo ladrilho. Entra Khamis, a mesma, com um salto contra a parede, cruza o ladrilho. Afinal pernas esbeltas não conseguiriam cruzar aquela distância com apenas um pulo, ao contrário de pernas colossais do gigante cimério. Por último, o mitrário, entrando com um grande salto para cruzar a armadilha do ladrilho. Os três correm pelo longo corredor, chegando até uma esquina do corredor, onde estava já estava escuro devido ao avanço ao interior do sarcófago, o grupo usa da mesma como proteção. Gault, tira a pederneira e uma tocha, mas, antes de iniciar, Conan o interrompe. Conan: '– Aguarde, essa penumbra nos dará uma boa chance de defesa, arme a besta e prepare um disparo caso a armadilha falhe!' Gault: '– Certo, meus olhos não conseguem ver muita coisa, mas o suficiente para arma-la!' Diz Gault armando a besta. Porém, assim que o primeiro lanceiro guardião entra pela entrada, junto ao barulho de seus passos, escuta um barulho de engrenagens rangendo, e, quase como rogar de uma praga, uma cascata de óleo quente é derrubada sobre o grupo de poucos lanceiros que se abarrotavam o estreito corredor. Os pobres desgraçados se jogavam no chão se debatendo, gritando enlouquecidamente com os tais ferimentos. Conan vira e observa Khamis aterrorizada com a visão. Conan: '– Não veja, se lhe incomoda! É realmente uma visão dolorosa.' A stygia vira o rosto, indo de encontro ao peito do cimério, que a acode com um abraço leve, mas suficientemente protetor e agradável, para ambas as partes. Nesse momento, Gault risca a pederneira para acender a tocha, depois de algumas tentativas, a tocha acende. Com certa luz, Gault pega o mapa novamente em seu bornal, abre sobre o chão. Gault: '– Esse corredor possui algumas armadilhas, dará em direção ao calabouço, lá, tem apenas oito celas, descobriremos em qual cela Servius, ele pode nos mostrar onde esta o Machado de Varangh. Tentaremos buscar ambos.' Khamis: '– Mas se seu mestre não mais viver? Como acharemos tal artefato?'


Gault: '– Temo que isso possa já ter acontecido. Caso isso aconteceu, vamos pegar outro caminho, que dará na parte de trás do mausoléu.' Gault diz, ao mesmo tempo em que ia fazendo o caminho arrastando o dedo sobre o mapa. '– O mausoléu é o local onde fica todos os artefatos e joias, mais certo que lá esteja o Varanghi.' O grupo continua a frente, apenas algumas armadilhas simples, como estrepes envenenados no chão, alçapão que dava em uma cova de paliçadas, enfim, todas as armadilhas padrões para evitar avanço indesejado de intrusos. Depois de certo tempo de caminhada, Gault para e diz: Gault: – Essa pedra do alçapão esta solto, empurrando ele, ele sairá dentro do calabouço. Conan, nos dois conseguiremos empurrar essa pedra. Os dois gigantes usaram da força para levantar a pedra, a pedra levanta, Gault observa com cuidado pela beira da pedra elevada. Empurrando-a com cuidado, o grupo vê-se em um canto escuro de um imenso calabouço. Cinco carcereiros estavam em uma mesa, no centro do local, rindo e bebendo, gabando suas proezas. Carceireiro1: '– Nisso eu esfolei aquele maldito bandido, o safado achava que só porque tinha fome, poderia roubar!' Diz o carcereiro, rindo com um caneco na mão. Carceireiro2: '– Sim, esses vagabundos não passam de...' Antes de terminar de falar, um gigante vulto brande um brilho de lâmina que decepou o pescoço do primeiro carcereiro. Por susto, três dos quarto carcereiro restantes tentam fugir para pegar suas armas, enquanto o quinto tentou apunhalar Conan. A ofensiva foi em vão, já que o retorno do golpe da espada desmembra o carcereiro antes mesmo de sacar o punhal. Dois já eram. '– Intrusos!' Gritam todos os carcereiros praticamente ao mesmo tempo. Um dos carcereiros corre em direção à porta de saída, mas, ao olhar, a mesma se via bloqueada por Gault. O mesmo tenta uma investida com uma espada que estava em um estandarte na parede, porém, o ato foi em vão, com um golpe de maça, Gault esmigalha o crânio do oponente. Os dois restantes já empunhavam suas armas, porém, o titânico cimério caminhou lentamente em direção aos carcereiros. Conan: '– O que aconteceu chacais? Perderam a pouca coragem que tinham?' Fala Conan, provocando os inimigos acuados. Dois avançam portando lanças contra Conan, com simples bloqueio com escudo, seguido de um giro do corpo e um giro da espada, um golpe é desferido contra o primeiro, espirrando sangue ao alto. O segundo, tentando perfurar junto, passa raspando pelas costas do cimério, um movimento arriscado, porém calculado, dando a oportunidade de Conan efetuar chutar o oponente, mandando o mesmo contra uma parede. Ao ver o gigante aproximar, o mesmo carcereiro suplica: Carceireiro1: '– Poupe-me, eu não fiz aquilo, era apenas um blefe!' Conan: '– Ha, se mentiu antes, porque não mentiria novamente?’ O cimério efetua um golpe contra o carcereiro, sobrando apenas um crânio rachado em dois. '– Venha Khamis, esses chacais já estão


mortos, pelo menos os retalhados por mim...' Conclui, limpando a lâmina com a barra do manto. Khamis sai de dentro do túnel. Porém, ao se aproximar da área iluminada do calabouço, um braço puxa-a pelo pescoço, entrelaçando o braço entre a garganta e uma faca apontada para o pequeno espaço do pescoço. Não era somente cinco carcereiros, havia um sexto dormindo em uma cama de palha, que, por covardia ou esperteza, ficou escondido com tal ação. Carcereiro Escondido: '– Não se aproximem, ou a mato! Grita o homem, com o rosto suado pelo terror.' Da boca de Khamis, saem apenas gritos abafados pela mão do chacal. Conan: '– Largue-a ou não o pouparei!' Grita Conan, apreensivo com a situação. Carcereiro Escondido: '– Depois de cinco almas poupadas? Não! Ela é minha garantia que você não me machucará, abutre do norte!' Grita, um pouco gaguejante, enquanto recua, até chegar a grades de uma cela. Em um ato rápido, uma mão empurra para longe a mão que empunha a adaga do carcereiro, e outra o estrangula. Mãos velhas, porém mortíferas. A ladina stygia corre desesperada, voltando contra o seu algoz apontando seu punhal em direção do corpo, agora desfalecido. O braço que saia da penumbra recua para a mesma, porém, um rosto envelhecido, porém áspero e de boa forma física aparece. Homem Oculto: '– Baixem as armas pelo amor de Mitra! Sou apenas um cativo!' Gault: '– Abaixem às armas, esse é Servius, o Verídico, grão-mestre e campeão de Mitra!' Grita, levantando a mão em um sinal para guardar as armas. Servius: '– Gault, sabia que poderia contar com sua ajuda, Mitra mando-lhe em hora mais propicia!' Diz o velho mitrário, abrindo um sorriso de alívio. Gault: '– Sim mestre, graças a Mitra que o senhor esta vivo!' Indo em direção à cela, com as chaves a pouco tiradas do corpo de um carcereiro. Apos abrir a grade, o velho, porém robusto mestre pega uma espada e lança dos guardas, além de tomar um gole da água cedida por Khamis. Servius: '– Precisamos sair o mais rápido possível, Olhos de Víbora pode usar de sua intuição mística e localizamos, evocando todo tipo de desgraça e sortilégios para o Descanso dos Justos!' Gault: '– Um momento mestre! Precisamos recuperar Varanghi!' Servius: '– Não, o machado pode ser buscado em outra oportunidade! Aqui foi feito um ritual maligno, conjurará demônios vindos dos vermes que consomem os cadáveres! Set abraçou esse local!' Gault: '– Mas mestre! Se você portar o Varanghi, poderá derrotar Olhos de Víbora e todos esses demônios, ajudaremos contra...' Gault é interrompido com um toque forte no ombro e um rosto de pavor de alguém que teme pouco. Servius: '– Não, o machado é apenas um símbolo, se precisar, forjaremos outro! Apenas em Thuran-


nas-Alturas estaremos a salvo, alias, primeira coisa que faremos ao chegar é reposicionar todas as tropas, esse exercito crescerá ainda mais! Fui capturado quando liderava uma expedição secreta e com os melhores mitrários para terminarmos com os sacrilégios de Olhos de Víbora. O mesmo é um admirador de Thoth-Amon, e usa do fervor religioso para manipular e fazer com que o Culto Negro seja quase que um exército particular do mesmo. O próprio Thoth-Amon ensinou o profano ritual da Metamorfose dos Vermes-Demônios Necrófagos para sobrepujar nossa ordem!' Apos essa longa explicação, Conan estava pálido com tal história, porém, uma coragem ainda guarda em seu coração bárbaro, lhe permitia fazer uma pergunta: Conan: '– Mas, se o artefato era sagrado, porque você não o uso, você se corrompeu aos olhos de Mitra?' No mesmo instante, Sevius muda a expressão de terror para raiva. Servius: '– Como ousa falar isso bárbaro profano?! Eu sou um guerreiro da fé de Mitra! Um deus que presa pela veracidade, ao contrário de seus demônios travestidos de deuses! Nunca me corrompi! Aliás, o machado é apenas uma arma, um símbolo, nada de especial ou místico nele! Toda magia é profana e negra!' Conan: '– Não sei sobre magia, alias, compartilho de mesmo opinião quanto a você, porém, sei que os mitrários cometeram crimes e excessos sobre a carapuça da fé! Se essa arma é verdadeira, você se corrompeu, senão, é um artefato falso usado para ter o poder sobre a mente dos homens de mesma fé!' Diz o cimério com espada quase em guarda. Khamis e Gault ficam entre os dois, porém, só Gault fala: Gault: '– Basta! Não viemos salvar para morrer sobre nossas próprias mãos! Vocês faram que o senhor mestre diz, fugiram, eu ficarei e buscarei o Varanghi!' Servius: '– É loucura, morrerás! Não preciso de mais um cadáver para essas sepulturas, preciso de um comandante em condições de liderar Gault!' Gault: '– Você liderará, eu, se não conseguir achar, tentarei matarei o Olhos de Víboras!' Servius: '– Certo! Mas precisarei de sua ajuda até a porta secreta da saída, você guardará nossas posições enquanto nos afastamos. Depois isso, que Mitra guie seu coração e o punho que brande sua maça!' O grupo volta para a mesa entrada do alçapão das celas. Khamis pragueja por não poder saquear os corpos dos carcereiros. Khamis: '– Pelas pregas de Ishitar! Deixar dinheiro para os mortos é tolice!' Conan: '– Mas o pagamento ao barqueiro do rio dos mortos?' Indaga, rindo do praguejar chulo a uma entidade sobrenatural. Khamis: '– Que atravessem a nado! Não morreram de cansaço e nem afogados!' Responde rindo da situação.


Antes de entra, Gault abre o mapa novamente. Gault: '– Então, vocês passaram por essa entrada? Não há armadilhas lá, é segura até a saída, ainda é noite, a escuridão vai esconder seus movimentos, mas sejam apressados, patrulhas estarão em todos os lugares.' Diz o mesmo, apontando para a saída. O grupo entra no alçapão e segue pelo túnel. Depois de um tempo de caminhada, chegam a uma encruzilhada. Conan: '– Para qual lado? Diz a frente com uma tocha.' Servius: '– A passagem para esquerda! Deixe-me só esticar o corpo... A essa idade, mais os ciclos cativo danificaram-me...' Diz Servius apoiando a lança e o braço contra uma parede. Gault: '– Sente-se bem mestre? Podemos descansar por um tempo...' Gault parecia que ia dizer mais algo, mas antes Servius fala: '– Não há necessidade. Sou um cão velho, acostumado com as açoitadas da vida, é só me esticar e estalar os ossos. Podem ir, mas não avancem muito! Não quero ficar sozinho nesse escuro, mesmo depois de velho, continuo com certo medo da escuridão!' Fala em um tom debochado. O grupo começa a andar, mas, assim que chega ao centro, uma armadilha no chão se abre. Conan, Gault e Khamis caem em um alçapão. Uma gargalhada soa de cima das paredes do alçapão, seguida de um praguejar do cimério. Conan: '– Cão sarmento! Desconfiei o tempo inteiro! Você traiu sua ordem! Nem o Arallu merece sua alma pútrida!' Servius: '– Hahahahaha! Realmente pecador cimério, você, desde que surgiu, deu-me repudio! Você e essa meretriz adoradora de serpentes!' Grita rindo, olhando o grupo com uma forma diferente. Nesse tempo, Gault pega a besta e tenta arma-la, mas, o mesmo tremia, um misto de fúria e ódio pela traição de um mentor de grande respeito. Mesmo com dificuldade para ver, Servius abre os braços, com um desafio: Servius: '– Vamos! Acerte-me! Tens em tua perfeita mira!' Gault: '– Como, como você pode fazer isso? Ainda mais você, que ganhou a alcunha de “o Verídico”?' O gunderlandês fala, com o ódio aflorando, porém, algo frio e subconsciente o impedia de disparar o virote. Servius: '– Por quê? Poder garoto, poder! Sim! Quer poder maior que a fé dos homens? Apenas precisa que os mesmos acreditem que o que você deseja, mas com a premissa “vontade de deus!”' Logo após a revelação do traidor, seguida de praguejares do cimério. As portas do alçapão começam a se fechar e, em um ato de desespero, Conan e Khamis tentam escalar, falhando miseravelmente em consequência das pedras bem assentadas, praticamente lisas, sem juntas que poderiam dar algum tipo de apoio para escalada. À medida que a porta ia se fechando, a iluminação do alçapão ia se acabando, e o desespero e praguejares aumentavam dentro do local. Mas, antes de se fechar


totalmente, Gault consegue acender a tocha. Um sentimento de derrota assolava o gunderlandes. Khamis tenta consolá-lo. Khamis: '– Não sinta-se assim, esses canalha enganou a todos! Não só os de sua ordem, mas, todos e Taia.' Gault: '– Não, não se preocupe, melhorarei! Agora, precisamos encontrar uma forma de fugir dessa maldita armadilha e recuperar o Varanghi.' Conan vê, na penumbra, uma pequena abertura surgir entre as pedras, em forma de arco, dela, sai um movimento serpenteante. O instinto do cimério logo detecta: uma grande e sanguinária serpente stygia, daquelas dos pântanos de lótus, venenosa, constritora, dentes afiados que atravessariam até a mais espessa das armaduras. Conan: '– Víbora!' Grita o cimério, empunhando sua espada e escudo, se agrupando aos outros. O grupo entra em formação defensiva: Conan e Gault estão à frente, formando uma muralha de músculos e aço, Khamis, atrás, com seu punhal em mãos. A serpente fica em posição de bote, os dois titans já esperam pelo ataque, porém, a cauda ataca pela lateral, de forma rápida e sorrateira, mas o reflexo do cimério faz com que o mesmo role em uma manobra defensiva, evitando o chicotear da cauda. Já Gault, bloqueia a ponta fina com seu escudo, evitando o ferimento, mas, não evitando ser atirado contra a parede. Khamis, da um salto sobre o corpo da cobra, acertando furiosamente diversas punhaladas contra as escamas, que desferiam poucos ferimentos, praticamente insignificantes contra a serpente, que tenta abraçar mortalmente a ladina, mas a mesma consegue fugir escapulindo por debaixo do nó. O cimério, com um salto, desfere um golpe diagonal contra a face da víbora. O salto, efetuado com um giro, causa um grande impacto contra a serpente, a mesma tenta recolher para dentro da abertura pós as investidas. Tanto o Conan e Khamis caem próximos, e, com reflexo de combate e cordialidade com mulheres, o cimério protege a ladina com o escudo. Gault: '– Voltem, vou tentar acabar com ela! Afastem-se da entrada dela!' Gault tira uma cabaça, com uma espécie de pano tapando a boca, ele acende, logo em seguida arremessando contra a entrada bloqueada pela besta rastejante. Em poucos instantes, uma grande explosão destrói o corpo e parte da entrada. Conan: '– Por Crom! Que bruxaria é essa?!' Gault levanta e sacode a cabeça. Gault: '– Não é bruxaria, é uma formula secreta chamada de fogo do mar, uma dos segredos mais obscuros dos alquimistas. Essa arma é chamada de “Romã”, semelhante à fruta que se rompe e solta sementes.' Conan: '– Crom me afaste desses alquimistas! Nunca vi tal pira!' Diz o cimério enxugando o rosto e levantando Khamis.


Conan: '– Há uma saída por aonde veio à víbora, não sei se seu mapa mostra onde ela dará, mas, é o único caminho.' Gault faz um gesto acenando com a cabeça, concordando com o cimério. Todos rumam por esse túnel. Um pouco depois de andar, Gault tira o mapa e encontra o local onde os mesmos se encontravam. Gault: '– Aqui, estamos aqui! A partir desse caminho, chegaremos ao mausoléu, sairemos de dentro de uma tumba falsa, que é usada como acesso de fuga secreto ao mausoléu, a partir desse ponto, nós invadiremos e resgataremos o Varanghi.' Conan: '– E os patifes que lá estão? Não creio que lá esteja vazio, no mínimo, espíritos malditos vagam nessa tumba!' Exclama o cimério, com o rosto refletindo o temor de entrar em um local amaldiçoado. Khamis: '– Tem razão! Uma coisa é entrar em um depósito cheio de riquezas, que os sacerdotes inventam histórias para manter os fieis tolos distantes, mas nesse caso, entrarem em uma catacumba, onde os mortos possam estar guardando!' Gault para, reflete alguns instantes, e comenta: Gault: '– Tem uma crença entre os mitários, que os espíritos dos justos sepultados protegem aqueles que têm boa índole ou estejam em perigo. Os mesmo não nos atacaram.' Conan: '– Há! Crom esmague esses espíritos, não preciso de ajuda de mortos! Isso sem contar que não sei se aqueles que estejam ali sepultados sejam de boa índole ou como seu mestre!' Gault: '– É o que temos, não há saídas desse caminho, exceto essa!' O grupo avança, a passos largos e praguejares do cimério. Ao fim, dão de frente a parte de trás de uma tampa de tumba, que tem a escultura, invertida, de um mitrário com os braços juntos, a altura de peito, com uma maça, arma típica dos mesmos, e pés juntos. Os dois gigantes empurram a tampa. Um grande esforço é gerado, a tampa abre um espaço pela diagonal, ainda se mantendo em paralela a parede. O barulho da entrada chama a atenção daqueles que estavam dentro do salão, um local com diversas tumbas dos guerreiros mitrários. Ao centro, em uma espécie de altar, de ossos e pedra com detalhes de símbolos demoníacos de feiticeiros. Ao topo, se via um stygio velho e esguio trajando um manto. Seus olhos assombrosamente, cor de esmeralda, rosto cheio de cicatrizes e expressão tenebrosa. O manto, escuro e cheio de símbolos rubros, quase como se tivessem sido pintados de sangue. As mãos com unhas grande, afiadas e sujas, seguravam um cajado em forma de serpente naja. Logo, se supõe que é Olhos de Víbora. Logo abaixo deles, há quatro guerreiros, pelos trajes eram quatro mitrários traidores, e o ultimo era Servius, em volta deles, havia muitos caixões, aparentemente com cadáveres dentro. Olhos de Víbora: '– Então, você não os matou Servius...'


Servius: '– Como esses malditos fugiram? Uma serpente como aquela devoraria todos!' Olhos de Víbora: '– Então, você sacrificou minha serpente que mantinha nesse recinto... bom trabalho velho mitrário...' O alto sacerdote, logo quando disse isso, parece ter feito algum tipo de feitiço, o qual apertava o pescoço de Servius sem precisar tocá-lo. No mesmo instante, os quatro outros guerreiros viraram em direção ao alto sacerdote, um deles apontando a lança em direção do alto sacerdote. Servius: '– Argh! Largue-me maldito! Você tem o meu pescoço sobre poder, mas não meu braço com a adaga!' Servius diz isso, sacando sua adaga em direção ao pescoço do alto sacerdote, ainda que distante. Olhos de Víbora logo parou. Seu olhar mostrava descontentamento, tanto pelo fato da morte de sua serpente quanto não poder saciar sua fúria sádica. O grupo de Conan já estava em posição de combate: Conan já armado com sua espada e escudo, Gault com sua maça e escudo e, emprestada por Gault, Khamis estava armada com a besta e o punhal entre os dentes. Nesse instante, a besta é disparada, o virote acerta a cabeça de um mitrário desavisado, atravessando o capacete e o matando imediatamente. Com essa ofensiva, os outros avançaram. Tanto Conan, Gault e Khamis partiram para cima dos mitrários traidores. À frente, Conan é o primeiro a atacar, com um golpe estrondoso, acerta contra o escudo do inimigo, o mesmo, desferindo um golpe com uma maça pelo flanco baixo, desprotegido, mas era isso mesmo que ele Conan queria: A maça não possuía cravos, dando a possibilidade para o cimério segurar a maça sem se ferir. A espada do cimério volta, cortando com a base da lâmina, o pescoço do oponente, que estava desprotegido por ter o braço bloqueado e o escudo baixo. O sangue espirra junto ao grito do mitrário caído. Khamis já não teve a mesma sorte: ao tentar esfaquear o oponente, o mesmo bloqueia o ataque com o escudo, e, subsequentemente, golpeia com o escudo, arremessando-a para longe. Conan, Se dirige ao confronto, para resgatar a dama em perigo. O inimigo vai em direção da ladina caída. No momento que ele levanta o braço para dar o golpe de misericórdia com a lança, Khamis arremessa o punhal, em direção à parte que era não é coberta pela cota de malha: O rosto, mais precisamente o olho esquerdo. Sangue jorra com impacto, o mesmo caindo para trás, sem reação. Gault estava ocupado, digladiando com o ultimo oponente, ambos com escudos e maças, em um combate ruidoso, gerado para cada impacto da cabeça da maça acertando contra o escudo. Conan, ao ver que Khamis estava fora de perigo, dirige-se para ajudar seu companheiro mitrário, talvez o único homem de tal ordem que ele confiou ou confiará. O oponente sentiu a chegada do cimério por trás, sendo o mesmo girando para atacar o novo oponente. Conan recua pouco, mas, Gault acerta um golpe letal na nunca do inimigo, jazido em frente de Conan, o mesmo, terminando de executá-lo com um golpe final com a espada. Só falta Servius e Olhos de Víbora. Servius: '– Deixe que eu os aniquile, preciso acabar pessoalmente com esses malditos! Termine o


ritual!' Servius brande sua arma: Varanghi. O machado era uma arma grande, a cabeça possuía uma lâmina robusta, a lâmina parecia com o símbolo da ordem: um semicírculo tangendo no centro em uma reta, terminando em um longo cabo de madeira. Não parecia uma arma mítica, apenas um machado de guerra bem feito, bem polido e reluzente em prata. Conan: '– Maldito! Ele possui o machado! Rápido Khamis, pegue a besta e mate-o!' Grita o cimério, aterrorizada pelo fato da arma possuir poderes mágicos. Khamis tremia de medo ao ver tal arma. Gault: '– Afastem, se tem alguém que deva confrontar esse traidor, esse alguém sou eu!' Ao falar isso, o mitrário joga sua maça, escudo e punhal para longe, em uma atitude de, ou loucura ou extrema coragem! Tal ato, assusta e surpreende os dois outros companheiros. Khamis: '– Louco! Não lute contra ele, se lutar, pelo menos use de todas as armas que necessitar!' Gritando de temor, a ladina fala para o mesmo assustada com tal ato. Conan: '– É um louco mitrário! Esse homem, desarmado é um crápula, com o Varanghi, será ainda mais perigoso!' Gault não diz nada, apenas avança lentamente em direção do velho e traidor mestre. Estranhamente o mestre recua, talvez com um temor da atitude do tal mitrário. Servius: '– O que?! Desejas morrer? Então, farei que teu desejo seja atendido' Mesmo com aparente medo, Servius resolve avançar. Em um rápido avanço, Servius avança com o machado em punho, brandindo com um golpe alto. Mas Gault, nada faz. Tanto Conan e Khamis, gritam de nervo com tal ato, mas nada fazem pelo medo da arma. Milagrosamente, Servius se desequilibrou o machado, caindo em direção lateral a Gault, muito próximo, mas sem sequer acertá-lo Servius: '– Como? Testes muita sorte! Deste, não escaparás!’ Diz, com um estado de fúria nos olhos e ódio nas palavras. Desta vez, o mesmo tenta dar um golpe lateral em horizontal, porém, ao acerta, o golpe para na mão de Gaulf, o mesmo, sequer tem a mão ferida. Gault: '– Não recorda? Apenas um justo e incorrupto aos olhos de Mitra pode brandir o Varanghi, nas mãos de um homem vil como você, não conseguirá dar um golpe sequer.' Ao mesmo tempo em que dizia isso, Gault toma a arma das mãos de Servius, que, mesmo as veias da têmpora saltando pelo esforço, perde a arma paras mãos de Gault, terminando empurrando o malfeitor para o chão. Servius tenta falar, mas, apenas bufa de raiva e cansaço. Olhos de Víbora muda de expressão, abrindo um sorriso lateral e sádico. De cima de seu altar, ele diz. Olhos de Víbora: '– São todos uns parvos! Porque acha que eu dei o vinho aos seus companheiros


Servius? Porque acha que ordenei que embalsamasse seus falecidos companheiro em caixões com vinho dentro? Agradeço desde já suas contribuições, sendo casulos para os Vermes-Demônios...' Logo que o Feiticeiro termina de dizer, dos corpos dos mitrários, rompem, das vísceras, delas, pequenos humanoides, com rosto de pele seca, corpo extremamente magro e membros atarracados, saindo das costas, patas semelhantes as das aranhas, peludas e terminadas em garras. Khamis: '– Para o inferno de Set! Essas aberrações são os Vermes-Demônios Necrófagos?!' A ladina diz, com terror ao olhar as três criaturas próximas a eles e uma próxima ao altar. As três avançam, mas, com um golpe circular com o Varanghi, Gault mata todas as criaturas. Sendo um golpe de força superior coisa que nenhuma arma faria. Gault: '– Isso é tudo que tem a oferecer feiticeiro? O Varanghi sobrepuja essas desgraças!' Olhos de Víbora: '– Esses são Vermes-Demônios prematuros, conseguirá derrotar toda uma horda desses monstros com o corpo totalmente formado e maduros?' Do mesmo instante, os caixões se rompem, deles, saem diversos seres semelhantes aos anteriores, porém, a pele que era seca, agora era seca e negra, aparentando um couro duro, as patas que saiam das costas, eram maiores e com garras mais afiadas. Com o pânico, o grupo se reúne em uma posição defensiva, Gault, armado com o Varanghi, Conan, espada e escudo e Khamis, pegou o escudo e maça jogados por Gault anteriormente. Com o pânico, Servius grita: Servius: '– Vocês são apenas três, estão cansados e aterrorizados! Unam-se a Olhos de Víbora! Assim como eu e meus únicos companheiros que sobramos, já vi tais criaturas em combate!' Conan: '– Infeliz! Jamais aliarei por terror a um mestre!' O Alto Sacerdote do Culto Negro do Pai Set ergue a mão, e grita uma ordem em uma língua desconhecida, semelhante mais a um sibilar de uma cobra que uma voz humana. As criaturas se alinham, e avançam lentamente contra o acuado grupo. Gault, é o único que avança, entrando no meio da horda demoníaca, girando o Varanghi quase como se fosse um furacão, retalhando membros e patas com garras dos monstros que tentavam fechar o mitrário em um círculo de armas. Mas, o mesmo, parecia ter um reflexo sobre humano, aparando e contra-atacando os Vermes-Demônios Necrófagos, mas, por mais que Gault lutasse, ele precisou recuar. Pouco a pouco, se juntando a Conan e Khamis. O grupo se acua contra uma parede. Olhos de Víbora: '– Por mais que lute mitrário, você falhará miseravelmente!' Mas, nesse mesmo instante, o sol nasce, com um brilho diferente, junto a uma névoa branca, também diferente, a mesma parece entra nos túmulos que há muito tempo descansavam. Logo após a entrada, as tampas são rompidas, emergindo braços e pernas esqueléticas com retalhos de peles secas, mantos rasgados e cota-de-malha despedaçada. Um cadáver há tempo decomposto, só sobrando os poucos ossos, pele e cabelos, além das armas e armaduras desgastadas com o tempo.


Os mesmos “guerreiros do submundo” se ergueram, causando espanto a todos, tanto Conan e seu grupo quanto Olhos de Víbora. Esses guerreiros do submundo, se enfileiraram, afrente do grupo de Conan, praticamente como um sinal de apoio e proteção aos mesmos. Gault: '– Mitra nos protege! Mandou de seus guerreiros para nos auxiliar!' Conan: '– Mesmo que mortos, todo apoio é necessário!' Grita o cimério, ainda assustado com tal visão de terror e mistério. O grupo de Conan avança junto aos guerreiros do submundo avançam contra os Vermes-Demônios, em um choque das duas colunas. Os guerreiros do submundo, apesar de serem apenas ossos e pele seca, cobertos por trapos e cota-de-malha dilacerada, tinham uma força sem igual, desmembrando e dilacerando os corpos dos Vermes-Demônios. No meio dessa torrente, outro demônio, porém, vindo da Ciméria, avança entre os golpes de fúria. Esse demônio de pele bronzeada e corpo colossal avança em direção ao altar. Próximo ao altar, várias garras o seguram, rasgando a cota de malha, mas não ferindo gravemente o corpo de Conan, porém, as mesmas patas o dominaram, deixando em posição desfavorável. Conan: '– Malditos, Crom os carreguem!' Grita o cimério, desesperado tanto pela situação quanto a aparência pútrida das criaturas. Milagrosamente, um golpe potente dilacera as cabeças dos Vermes-Demônios, liberando o cimério das garras da morte. O cimério se levanta, com um salto e avança em direção há Olhos de Víbora, nesse ponto, tentando correr desesperadamente por não possuir uma forma de deter um demônio o qual não possuía controle: Conan da Ciméria. O golpe é um grande corte na vertical, em direção à clavícula do alto sacerdote, cravando a espada só como um golpe superficial. A mão do cruel líder segurou a espada, enquanto ria do cimério, assustado por desferir um golpe que partiria um touro ao meio. Olhos de Víbora: '– Hahahahahaha. Achou que iria me derrotar forasteiro do norte? Sempre tenho um truque escondido, como esse de tornar minha pele dura como rocha!' Logo após isso, do manto, o alto sacerdote saca seu punhal, curvo como um dente de serpente, e besuntado em veneno. O golpe é bloqueado pelos punhos do cimério, mas, o mesmo, parecia perder as forças, por medo ou algum feitiço do seu oponente. Mas, o mesmo golpe que salvou Conan das garras dos Vermes-Demônios, também acerta em direção ao pescoço do alto sacerdote. A cabeça do mesmo voa, contra uma parede. Os olhos fitaram os dois guerreiros que o derrotaram: Conan e Gault. Falando de forma ofegante e fraca. Ele diz: Olhos de Víbora: '– Seus... seus... bas..bastardos... S... Se... Set...' Ao terminar de falar, um ultimo vomito de sangue sai da boca do mesmo e os olhos, que eram como esmeraldas, apagam. No mesmo instante, os Vermes-Demônios Necrófagos jazem, dissolvendo no solo. Todos os três heróis estavam exaustos depois de tanta luta. Logo depois disso, os Guerreiros do


Submundo se dirigem a suas tumbas, carregando suas armas e tampas, se colocando em posição de descanso eterno pela segunda vez. Khamis: '– Aonde esta o canalha do Servius? Não o vejo, ele morreu?' a ladina, andando tropeçando, por medo ou cansaço, ou a mistura dos dois. Gault: '– Maldição! O mesmo tem que ser preso e julgado por seus crimes! A morte é um castigo leve para ele!' Mas o cimério levanta e protesta: Conan: '– Não, nosso contrato foi até muito prolongado! Não irei atrás desse demônio com manto mitrário, desculpe, mas já estamos exaustos!' Gault estronda em uma gargalhada, mas não mostrando desaprovação do reclame, mas sim parecer concordar com o mesmo. Gault: '– Hahahaha! Sim cimério, nos cavalos, lá estará sua recompensa e levem os dois cavalos com você, pedia até demais, o que era uma missão de invasão e resgate de cativo, se tornou uma prova de conduta, luta contra animal feroz e encontro a entidades sobrenaturais!' Khamis fala, longe e deitada no chão: '– Conan, me leve carregada? Acho que não consigo mais andar de cansaço... E, sou uma dama indefesa, não abuse de mim, não sem me dar vinho antes!' Conan ri e leva a stygia, carregando como se tivesse a salvando. Gault apenas segue encabulado com atitudes da ladina, o mesmo não argumenta contra, mas, apenas acha demasiadamente provocante. O grupo sai, andando pelo saguão central, vazio, muito que provável que todos vigilantes devem ter fugido ou morrido nessa incursão, era um mausoléu com capacidade de armazenamento de uma pequena guarnição, não uma fortaleza inexpugnável! O grupo chega a parte de fora do Descanso dos Justos. O grupo para por um tempo, para descansar. Logo após descerem o precipício, muito devagar, sem risco de queda, afinal, morrer depois dessa, seria uma grande vergonha! O grupo chega à clareira, onde os cavalos ali descansavam intactos, nem sequer afanaram as bolsas. Conan coloca Khamis na cela do cavalo, pega outro e a bolsa de recompensas. Gault: '– Obrigado pela ajuda Conan, eu partirei para Thuran-nas-Alturas, tenho que denunciar Servius e entregar o Varanghi, sua recompensa confere?' Conan mordia as moedas, para conferir sua legitimidade, conferia também à parte de Khamis, a mesma estava estiada em cima do cavalo, tomando um vinho. Conan: '– Confere! Mas, não entregue o Varanghi! Esta em sua mãos, será melhor usuário que muitos no mundo, principalmente em sua ordem, que, apesar de ter muitos honestos, também há muitos corruptos.' Apos falar isso, Conan levanta Khamis, sobe no cavalo, ficando atrás da mesma, mas ela se


esparrama sobre o corpo do gigante, que não disfarçava o rosto de satisfação. Gault, envergonhado com a cena, apenas monta e cavalga seu cavalo, despedindo de longe com um acenar de mão. Cada um vai para um canto diferente, Gault vai para direção de Thuran-nas-Alturas, o casal Conan e Khamis, apenas seguem pela estrada da floresta, sem rumo. Durante o percurso, Conan retira sua cota de malha, ficando com o peitoral exposto. Khamis: '– Não tem vergonha? Ficar seminu em frente a uma dama?' fala Khamis em tom provocante, abrindo a gola da couraça. Conan: '– Não! E você? Não tem vergonha provocar um cavalheiro com o decote dos seios?' Khamis abre totalmente a couraça, tirando-a, logo em seguida, retira sua greva, botas de canos longos e, por ultimo, sua tanga. Corpo magro da stygia era uma visão que Conan viu muitas vezes, porém, nunca se cansava. Khamis salta do cavalo, totalmente nua, começa a andar pela trilha. Khamis: '– Um cavalheiro entediante teria vergonha, mas um bárbaro incrível do norte, quem sabe?' logo após dizer, ela pega uma cabaça com água e joga sob o rosto, esparramando pelo corpo nu e esbelto, de pele azeitonada e macia. Depois bebe, cospe a água no cimério, o mesmo parece se refrescar e adorar a borrifada. Khamis: '– Essa estrada é vazia e monótona, posso andar nua por ela e nada acontece. Estamos sujos e cansados, tem um riacho aqui perto. Que tal descansarmos lá?' Conan, com um braço, puxa a ladina stygia pela cintura, a jogando para cima da cela. Khamis: '– Isso é jeito de pegar uma donzela indefesa... e nua?' Conan: '– Não, mas você pode andará nua por essa estrada, leis proíbem donzelas nuas de circularem por estradas no bosque! Então, você vai à cela, nua, não tem leis contra isso.' O Cimério arranca um beijo dos lábios da stygia, a mesma desfere um tapa leve, uma provocação, mas logo retribui o beijo. Os dois, criminosos e heróis, seguem pela trilha, para... ...terem um merecido descanso...

FIM


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