EDIÇÃO #003 ▪ novembro 2013
PONTO DE FUGA MAGAZINE
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EDITORIAL
Esta edição da Ponto de Fuga Magazine é também reflexo dos tempos que vivemos, da incontornável crise. Neste caso, a crise de tempo que nos assola a todos e que se junta ou é também consequência da crise que se sente nas nossas carteiras. Mas apesar da crise, acreditamos que há projectos que valem o nosso esforço e dedicação. Mesmo com menos conteúdos e um pouco atrasada, aqui vos trazemos mais uma edição da PdF Magazine... e até com algumas novidades!
SUMÁRIO EU SOU UM FUGA: ANTÓNIO LOPES
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DESAFIOS PdF
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Na secção “Eu Sou um Fuga”, fomos inquirir um dos membros mais antigos do PdF. António Lopes, mais conhecido por Tony para os amigos, é um verdadeiro fuga dos 7 oficíos e divide o seu tempo entre os computadores, a fotogafia e a música, entre outras coisas. Fiquem a conhecer o bom mais sobre o nosso Tony na entrevista que lhe fizémos. Os Desafios PdF são outro dos destaques desta edição. Além de anunciarmos o vencedor do desafio de capa para esta edição, com o tema “Outono”, tambám publicamos as fotos vendedoras dos desafios semanais do grupo. Os temas dos desafios publicados são Arquitectura, Retrato, Abstracto e Paisagens. Os parabéns da equipa PdF Magazine a todos os vencedores dos desafios, assim como a todos os participantes, dado que o principal objectivo destes desafios é incentivar todos os Fugas a pegarem na máquina e a saírem porta fora à procura dos melhores enquadramentos. As novidades introduzidas nesta edição são as secções “Fugas no Mundo” e “Sugerimos”. A primeira irá servir para divulgar a presença de elementos do PdF em exposições, concursos ou qualquer outro destaque que tenham tido fora do grupo. Por seu lado, a secção “Sugerimos” irá apresentar sugestões para livros, videos ou sites que tenham conteúdos de alta qualidade e que possam ajudar os Fugas a aperfeiçoar a sua visão e técnica fotográfica, sempre de forma complementar com os ensinamentos do nosso mentor Pedro Vilhena. Por fim, a equipa editorial está a procurar formas de melhorar o projecto e assegurar a sua sustentabilidade no tempo. Para tal, contamos também com o apoio de todos os Fugas, seja para partilharem informações e ideias connosco, produzirem conteúdos ou até mesmo fazer parte da equipa editorial deste projecto. De uma forma ou de outra, a PdF Magazine é de todos os Fugas, para todos os Fugas. A Equipa
FICHA TÉCNICA COORDENAÇÃO: Célia Ferro, João Barnabé, João Caeiro, Miguel Lemos, Florbela Vitorino, Pedro Vilhena PAGINAÇÃO: João Barnabé, Miguel Lemos
PONTO DE FUGA MAGAZINE Contacto: pontodefuga.news@gmail.com
REDAÇÃO: Célia Ferro, João Barnabé, Paula Serrão, Florbela Vitorino
© Ponto de Fuga, 2013 Todos os direitos reservados
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EU SOU UM FUGA
ANTÓNIO LOPES
TONY Uma foto tirada pelo meu amigo Manuel Roque, durante um Rally em Portalegre. Como é que o homem António Lopes passa a ser o fotógrafo Tony? Antes de mais, importa definir o que é um fotógrafo.. É alguém que pega na máquina e tira fotografias? É alguém que ama verdadeiramente aquilo que faz? Que descobre um prazer imenso em cada click? Que ao estar diante de uma paisagem deslumbrante, consegue sentir (e não ver) a sua beleza, e só depois tenta registar um ínfimo momento dessa beleza para a posteridade? Há dias li um artigo de um fotógrafo que dizia que lhe mete impressão as pessoas que se designam por fotógrafos, como se o ser fotógrafo fosse o máximo a que aspirassem. Em primeiro lugar é necessário amares verdadeiramente o que fotografas, seja paisagem, retrato, moda, arquitectura, senão como é que te podes considerar um fotógrafo?… Tem que haver um verdadeiro amor a esta arte… Tens que conseguir transmitir algo com o fruto da tua dedicação… E de facto, é uma afirmação que faz sentido, pelo
menos para mim. O ser fotógrafo é apenas um rótulo que foi criado para que se pudesse fazer uma distinção, designar um trabalho… Mas respondendo á questão: poderia dizer que foi a partir do momento em que comecei a apreciar verdadeiramente a beleza em tudo o que vimos á nossa volta, seja uma pessoa, uma paisagem, uma folha…E a sentir-me inspirado pelos trabalhos de outras pessoas, sejam eles profissionais ou amadores. Quando se manifestou o amor e a dedicação à fotografia? O amor pela fotografia sempre esteve presente desde míudo, pois a fotografia é uma constante familiar (o meu pai fazia fotografia de casamentos e retratos, e o meu irmão também fotografa muito bem. Aliás, ainda temos duas máquinas analógicas guardadas religiosamente, e a funcionar). De uma forma mais efectiva, começou-se a manifestar há cerca de dois anos,
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quando adquiri uma Bridge (Canon SX 30HS), e com a frequência de um primeiro workshop dado pelo Pedro Vilhena. Quem te inspira na fotografia e porquê? O meu pai e o meu irmão pelos motivos já citados. O Steve Mccurry é uma referência para qualquer fotógrafo, seja ele amador ou profissional. O Joel Santos, pelas paisagens maravilhosas, pela tranquilidade que inspiram, o Nanã Sousa Dias, para mim uma referência no preto e branco. Vejo neles uma qualidade de trabalho (não a perfeição porque isso não existe. Se uma foto estiver perfeita, é porque foi muito manipulada) verdadeiramente inspiradora. E tenho alguns amigos que são muito bons no que fazem, que também me inspiram… Qual a área da fotografia que mais te atrai? Porquê? Paisagem e Retrato. A paisagem pela profusão de cores que se poderá transmitir, o tentar captar a natureza na sua grandiosidade que pode ser bela e aterradoramente bela (por algum motivo tenho um gosto particular por fotografar relâmpagos), o retrato, pela tentativa de captar a essência da pessoa (as) fotografada (as). O que consideras importante para se ser um bom fotografo? Ao contrário do que se possa pensar, o equipamento é o menos importante nesta equação. As qualidades que eu aprecio num bom fotógrafo, são: persistência, humildade e disponibilidade para ajudar outros companheiros de profissão, ou simples amadores (nesse aspecto, o Joel Santos é um exemplo a seguir), pois ao ajudares outros também te ajudas a ti próprio. O que gostavas de fotografar? Porquê? Falando em locais, adoraria fotografar a Islândia, fazer um périplo pela América do Sul, África do sul, NeoZelândia, o Grand Canyon, a route 66, enfim, um número infindável de locais. Quando sais para fotografar o que levas contigo? O que nunca podes esquecer? O que levo sempre comigo: Mochila, Tripé, Monopé, máquina e 3 Objectivas (Grande Angular 17-70mm, Fixa 50mm , Teleobjectiva 150-500mm. O que nunca posso esquecer: Baterias extra, cartões extra, kit de limpeza, lanterna, e um carregador de baterias que dê para o isqueiro do carro. Como foi o teu caminho no mundo da fotografia? (como começaste, o que fizeste, o que compraste, etc etc)
O meu caminho ainda está a ser desbravado, e sê-lo-á sempre, mas essencialmente foi a partir do momento em que comprei a já citada Bridge, e o respectivo tripé, frequentei dois workshops (um básico e um avançado) dados pelo Pedro Vilhena, que me ensinou muito, corrigindo e elogiando quando tem de ser. Entretanto comecei a fazer fotografia para o município de Montemoro-Novo (onde trabalho como informático), a sair com os amigos para fotografar, a adquirir mais equipamento, e a partir deste ponto onde me encontro, não sei onde irei parar. Sei que é isto que quero, e que gosto de fazer. Consideras importante o companheirismo no mundo da fotografia ou preferes fotografar sozinho? Ou ambos? O companheirismo é de vital importância, pois permite trocar idéias enquanto estamos a fotografar (especificações técnicas que utilizamos no momento, por exemplo). No entanto, para mim torna-se primordial estar sozinho a fotografar, pois posso ter a liberdade para fotografar o que quero, quando quero, e como quero. Permite que me foque no que estou a tentar fotografar, e talvez o mais importante, é um escape á realidade do dia a dia. É nesses momentos em que consigo encontrar-me comigo próprio, colocar os pensamentos em ordem. Por vezes a minha família interroga-se sobre o porquê de não ter medo de ir fotografar sozinho… E a resposta é simples: porque preciso desses momentos. Vou enumerar uma serie de palavras e vais atribuir a cada uma a primeira coisa que te vier à cabeça: » » » » » » » » » » »
máquina - Coração Lente – Visão retrato - Alma Luz - Escuridão cenário - Beleza Preto e branco - Tristeza Cor - Amor ISO – Sensibilidade noite - Melancolia lua - Paixão pôr do sol - Romantismo
Se te desse 5000€ para investires em fotografia o que farias? A resposta é bastante simples: Canon 5D MKII (nem era necessário a 3), Canon 70-200 a 2.8, e se sobrasse algo: um kit de estúdio. O que diz a tua lente? A nossa viagem ainda agora começou…
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NEVOEIRO Ficou com um ambiente bastante misterioso. Na barragem dos minutos.
MAN THINKING O olhar de dor, quase desespero deste senhor cativou-me.
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THE GIFT Uma excelente banda
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OUTONO
CONTRASTE Tito Concha
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DESAFIO CAPA PdF MAGAZINE
OUTONO Paula Serrão
OUTONO Alexandre Gaspar
OUTONO José Rodrigues
QUERES SER O AUTOR DA CAPA DO PRÓXIMO MÊS? Para cada edição da PdF Magazine será lançado um desafio mensal subordinado a um tema. A equipa editorial irá seleccionar a foto que considera que representa melhor o tema proposto e que servirá de capa à edição seguinte. Outras fotos poderão ser também publicadas na secção Desafios. O tema do próximo desafio para a Capa da PdF Magazine é o “MACRO E ENFEITES DE NATAL”. Envia a tua foto para mdslemos@gmail.com, até às 24:00 do dia 30 de Novembro. Mais informações sobre este desafio serão disponibilizadas no grupo Ponto de Fuga. * As fotografias extra-concurso não são avaliadas para efeitos do desafio de capa.
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DESAFIO DESAFIO #16
Arquitectura
PASSAGEM ABANDONADA Carla Fernandes
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OS PdF
FORÇA DA IMAGINAÇÃO
RUA DE REGUENGOS
Breno Teixeira
Paula Serrão
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DESAFIO DESAFIO #17
Retrato
CHILD Célia Ferro
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OS PdF
METADE Jo達o Caeiro
1900 Carla Fernandes
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DESAFIO DESAFIO #18
Abstracto
CACTO Joaquim Mendes
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OS PdF
CONGELAÇÃO Isolina Lages
ENCARNADO Célia Ferro
DESCONECTADO Ricardo Carrão
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DESAFIO DESAFIO #19
Paisagens
PELO CAIS Joaquim Mendes
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OS PdF
PASSAGEM Ant贸nio Lopes
SOMEWHERE IN ALENTEJO C茅lia Ferro
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FUGAS NO MUNDO Muitos são os membros do Ponto de Fuga, vulgo Fugas, que ganharam asas e fizeram-se ao mundo da fotografia participando em concursos fotográficos, em exposições individuais ou coletivas, vendo fotografias suas ser publicadas em livros e revistas, em papel ou virtuais, de temáticas diversas, sendo reporters de acontecimentos mais ou menos mediáticos. Muitos são também os que resolveram criar um espaço virtual pessoal para a divulgação do seu trabalho, através de blogs ou páginas em diversas aplicações. Pensou o PdF criar um espaço de divulgação desses acontecimentos de afirmação pessoal que muito orgulham o grupo e em particular o mentor deste projeto e responsável por nos encontrarmos todos aqui, o Pedro Vilhena. Exposição - António Lopes e Manuel Roque Exposição colectiva de fotografia Fotomanya intitulada “As Cores da Vida - Cores da Terra” que decorreu na Casa do Eléctrico em Sintra, de 3 de Agosto a 1 de Setembro de 2013. Com a participação de fotografias de António Lopes e Manuel Roque.
António Lopes
PÔR-DO-SOL NA BARRAGEM DOS MiNUTOS Manuel Roque
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Revista - Célia Ferro, Paula Serrão e Vanessa Ni O site Flinpo é um lugar de desafios fotográficos em língua portuguesa, a partir de um tema dado. A Vanessa Ni, a Paula Serrão e a Célia Ferro mereceram destaque no FMagazine de novembro deste ano, com fotos vencedoras de desafios - http://issuu.com/flinponet/docs/fmag009/1 Vanessa Ni - desafio “Saúde”, página 19 Paula Serrão - desafio “Alfabeto M”, página 41; desafio “Folha de papel”, página 69 Célia Ferro - desafio “Quem me inspira”, página 111. Capa de livro - Paula Serrão Capa do livro “O Quebra-Montras” de Ana Luiz, da editora Pastelaria Studios, tem capa a partir de uma fotografia de Paula Serrão.
Lançamento de site oficial - Miguel Lemos Lançamento do site para exposição e partilha do trabalho fotográfico realizado por Miguel Lemos, disponível em www.miguellemos.net.
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SABIAS
QUE
POR: PAULA SERRÃO
A primeira fotografia demorou 8 horas a fazer? A imagem produzida em 1826 pelo francês Joseph Nicéphore Niépce, numa placa de estanho coberta com um derivado de petróleo fotossensível chamado Betume da Judeia. A imagem foi produzida com uma câmera, sendo exigidas cerca de oito horas de exposição à luz solar. Nièpce chamou o processo de “heliografia”, gravura com a luz do Sol.
SUGERIMOS
POR: FLORBELA VITORINO
No workshop de iniciação que fiz com o Pedro Vilhena, era comum ouvir a pergunta, Pedro, como é que eu sei qual o melhor enquadramento quando tiro uma fotografia. As respostas são inúmeras e o Pedro lá as ía dando, dizendo-nos contudo que nenhuma era uma receita infalível. Aprender a fazer fotografia não passa só pela assimilação de técnicas para cada tipo de fotografia ou de aprender a usar a câmara fotográfica tirando partido de todas as suas potencialidades. O livro “O Olhar do Fotógrafo” de Michael Freeman, publicado pela primeira vez em Inglaterra em 2007 e editado em Portugal pela Dinalivro, fala exatamente do tema da composição e do enquadramento, destinando-se a profissionais e amadores de fotografia. São apresentadas as diversas técnicas tradicionais de composição assim como as potencialidades conferidas pela edição digital de fotografias. As técnicas são explicadas com trabalhos fotográficos e ilustrações esquemáticas comparando criticamente as várias hipóteses de composição e porque é que umas resultam e outras não. Como o Pedro dizia nas aulas, estas técnicas não são contudo a garantia de uma excelente fotografia. Quando fotografamos, raramente temos tempo para pensar se estamos a cumprir esta ou aquela regra e fotografamos por instinto o que na altura nos parece equilibrado. Essa noção de equilíbrio da imagem é-nos conferida por um processo de aprendizagem que o nosso olhar vai tendo ao longo da vida. É indispensável conhecer as técnicas tradicionais de composição e enquadramento, mas será sobretudo fundamental educar o olhar vendo fotografia, boa fotografia, os clássicos e os vanguardistas, ver e gostar de pintura, ver cinema, acrescento eu sobretudo cinema independente onde se exploram novas estéticas. Para mim, este é um livro de cabeceira. Foi-me recomendado por um amigo fotógrafo profissional. Também aqui o recomendo aos colegas do Ponto de Fuga. O OLHAR DO FOTÓGRAFO - Composição, enquadramento e design para obter as melhores fotografias digitais Michael Freeman Dinalivro 192 páginas Preço aproximado - € 23,00