Revista Estratégica - Edição 5

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Belém, julho de 2011 / edição: 05 / www.fornecedoresdopara.com.br

INVISTA NO LUGAR CERTO

Em um mercado cada vez mais competitivo, saber em que áreas aplicar recursos pode colocar sua empresa em vantagem


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entrevista..................................................................................................................................................................................4 Vilmar Soares, coordenador do Fórum de Desenvolvimento Econômico e Socioambiental da Transamazônica e Xingu (Fort Xingu). Estratégica – Gestão e Negócios é uma publicação bimestral do Programa de Desenvolvimento de Fornecedores www.fornecedoresdopara.com.br

INVESTIMENTO...................................................................................................................................................................................................6

Como a presença de grandes empreendimentos no Pará faz do Estado um mercado atrativo para novos negócios.

Produção Nathalia Petta ESTAGIÁRIO Yuri Villacorta Publicidade

VITRINE...........................................................................................................................................................................................................................................9

A experiência da Traterra mostra como uma empresa pode ajudar a desenvolver social e economicamente uma região.

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matéria de capa.................................................................................................................................................................................10

Investir no crescimento da empresa é fundamental para aumentar a competitividade e melhorar a qualidade do produto. O PDF é um programa mantido pelas empresas Albras, Alunorte, Alcoa, Celpa, Companhia de Alumina do Pará (CAP), Colossus, Dow Corning, Imerys/PPSA, Mineração Rio do Norte, Rio Tinto, Schincariol, Sebrae, Sinobras, Vale e Votorantim

artigo.......................................................................................................................................................................................................................................13

O especialista em marketing David Soares fala da importância da gestão financeira para a sobrevivência das empresas.

Metais. O programa também conta com apoio das empresas: Alubar, JM Terraplenagem, U&M, Mineração Caraíba, SCS e Sotreq.

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Eliminando gastos desnecessários e reduzindo custos, o empresário pode melhorar o desempenho da sua empresa. Av. Conselheiro Furtado, nº 2865 Edifício Síntese 21 - 12º andar Bairro São Brás | Cep: 66040-100 (91) 3205-6500

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www.temple.com.br | temple@temple.com.br EDIÇÃO E ARTE Coordenação: Camila Gaia

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Projeto gráfico: Antonio Machado Tratamento de imagem e diagramação: Antonio Machado e Márcio Euclides Revisão: Karlene Monteiro Imagem da capa: Bruno Carachesti Impressão: Marques Editora Tiragem: 4 mil exemplares * As opiniões contidas em artigos assinados são de responsabilidade de seus autores, não refletindo necessariamente o pensamento da revista. Correção: o presidente da Associação Comercial e Empresarial de Santarém chamase Alberto Oliveira e não Mário Mendes Coimbra, como divulgado na edição anterior.

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ENTREVISTA

A relevância do

projeto Belo monte Mais que um grande empreendimento energético, é preciso analisar Belo Monte como um alavancador do desenvolvimento socioeconômico

FOTO: YURI AGE

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m dos atores mais importantes no contexto de implantação da usina de Belo Monte, o Fórum Regional de Desenvolvimento Econômico e Socioambiental da Transamazônica e Xingu (Fort Xingu) tem uma participação estratégica no cenário que a usina precisa para se estabelecer de forma sustentável. Vilmar Soares, coordenador geral do Fórum, fala um pouco sobre os investimentos na região e quais as priorida4 | Estratégica

des nas ações do Fort Xingu. Criado em maio de 2009 em Altamira, no Centro-Oeste do Pará, o Fort Xingu é um espaço de discussão entre as organizações representativas da sociedade civil com o objetivo de estimular e implantar modelos de desenvolvimento sustentável para a região. É formado por 178 entidades de diferentes áreas da sociedade, composta pelos 11 municípios da área de influência direta e indireta do Projeto AHE Belo Monte.


Temos que crescer, desenvolver, gerar mais emprego e renda, aí sim nós vamos absorver toda nossa energia e vamos buscar energia de outro Estado para cá.” Estratégica - Na sua opinião, qual a importância da construção de Belo Monte e que benefícios a obra trará? Vilmar Soares - Belo Monte é excelente dentro do contexto de desenvolvimento regional. A importância do empreendimento para a região é muito grande e mais ainda para o Brasil com relação à produção de energia. Para a região, a vinda deste projeto, além de todos os benefícios implícitos a essa chegada, será a oportunidade de solucionar gargalos históricos, como o problema da Transamazônica e o ordenamento fundiário. Belo Monte por si só não é bom para nós, o projeto é bom dentro de um contexto de desenvolvimento. Por isso eu insisto que com Belo Monte conseguiremos resolver esses problemas e alavancaremos o desenvolvimento de Altamira. Estratégica - Como a região tem se preparado para receber esses investimentos? Vilmar Soares - Primeiramente estamos investindo na capacitação de profissionais para trabalhar na obra. Só através do Senai já qualificamos cerca de mil trabalhadores. Vemos que a cidade ainda não possui estrutura suficiente para receber esse grande contingente de investimentos, mas estamos trabalhando para que as coisas avancem nesse sentido. A preparação deve ir além disso, os empresários locais precisam se capacitar e se preparar estrategicamente para esses investimentos. Sabemos da urgência dessa preparação e queremos começar imediatamente e aproveitar o momento. Ao longo de 10 anos teremos muitas oportunidades de fazer as coisas crescerem. Estratégica - Que entidades e instituições estão envolvidas em prol da melhoria das empresas locais e quais ações estão sendo pensadas para a capacitação dos empresários? Vilmar Soares - Contamos com apoio de diversas entidades interessadas no desenvolvimento da região, como a Fiepa. Também temos apoio de instituições como Faepa – Federação da Agricultura do Estado do Pará, Faciapa – Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Pará, além da importante participação do Governo do Estado. Atuante diretamente em Altamira, temos o Fort Xingu, que atua em parceria com as entidades empresariais, além do apoio da maçonaria. Muitas coisas avançaram em nossa região graças à interação dessas entidades, o que foi fundamental, porque houve a participação da sociedade, fato que não pode deixar de existir em um caso como esse.

Estratégica - Como funciona o Fórum Regional de Desenvolvimento Econômico e Socioambiental da Transamazônica e Xingu? Vilmar Soares - O Fort Xingu é formado por 178 entidades, 62 igrejas evangélicas, 46 movimentos populares, 17 instituições empresariais, 11 sindicatos rurais, além da maçonaria. É um grupo diversificado, que compartilha de opiniões e pensamentos distintos, mas todos têm como meta o desenvolvimento da nossa região. Nossas metas fundamentais são a luta pelo ordenamento fundiário, estruturação da cidade e o avanço do PDRS (Projeto de Desenvolvimento Regional Sustentável), que dentre outros avanços possibilitará a verticalização de produtos na região, especialmente do cacau, da madeira e da própria mandioca. Vemos, então, a hidrelétrica apenas como uma alternativa complementar ao sistema econômico local. Estratégica - Belo Monte pode fortalecer o ambiente de negócios paraenses se as compras forem feitas preferencialmente no Estado. Quais ações estão sendo pensadas para que os fornecedores paraenses vendam seus produtos e serviços para o projeto? Vilmar Soares - Belo Monte pode, sim, fortalecer o ambiente de negócio paraense através da efetivação das compras localmente. Mas pode ir além. Eu percebo o poder de nosso Estado (não sou paraense de nascimento, mas adotei o Pará como meu Estado), e mesmo com tanto poder, somos muito acanhados nas nossas ações. É fácil dizer que estamos mandando energia para fora, mas precisamos avaliar. O que nós temos que fazer é melhorar o empresariado e as indústrias locais. Temos que crescer, desenvolver, gerar mais emprego e renda, aí sim nós vamos absorver toda a nossa energia e vamos buscar energia de outro Estado para cá. Então, depende de nossa boa vontade, nós que precisamos evoluir, precisamos crescer para utilizar essa energia, tanto energia elétrica quanto energia física. Somos um estado rico, temos minério, temos o boi, temos uma flora bonita, temos madeira, temos tudo de bom. O que falta mesmo é empreendermos mais, buscar mais esse desenvolvimento. Isso é o que eu acho fundamental para a região. É nessa busca que os empresários paraenses precisam ser mais audaciosos do que podemos ser, para poder gastar mais energia elétrica, para produzir mais. Temos que buscar essa equação para desenvolver e crescer cada vez mais. Estratégica | 5


investimento

Investimento atrai

investimento

O Pará desponta como um Estado atraente para novos negócios, o que representa uma grande oportunidade para as empresas locais

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a economia é assim: investimento gera investimento. O Estado do Pará tem vivido isso atualmente. A publicação Pará Investimentos, lançada pela Federação das Indústrias do Estado do Pará (Fiepa), em parceria com o Programa de Desenvolvimento de Fornecedores (PDF), vem comprovando ao longo dos anos a evolução dos investimentos no Estado. A primeira edição, lançada em 2009, mapeava 64 bilhões de reais em investimentos para o Estado até 2012. A segunda edição, lançada em 2010, já apontava 100 bilhões de reais em investimentos até 2014 – um salto de 56% – em um momento em que o Pará já aparecia como sétimo Estado do país em volume de investimentos. Esse número continua crescendo e já se prepara uma atualização dos dados, com perspectiva de aumento significativo no número de investimentos no Estado. “Após apenas 14 meses do lançamento da Pará Investimentos, a Federação das Indústrias se orgulha ao perceber a necessidade de atualização dos números”, afirma José Conrado, presidente da Fiepa. Para os empresários paraenses, o momento é de preparação para atender à grande demanda de negócios que vem por aí. “Existem e existirão muitas oportunidades para as empresas que estiverem preparadas. Para isso é preciso visão de mercado, atualização da empresa, capacitação dos colaboradores e investimento certo”, afirma Rodrigo Garcia, consultor técnico do PDF e responsável pela atualização da publicação. As oportunidades são inúmeras e diversificadas, lembra o consultor, e vão acontecer em diversos segmentos econômicos, o que amplia o leque de oportunidades para os empresários paraenses. Efeito multiplicador A instalação de empresas no Estado gera um ciclo crescente de desenvolvimento que atrai novos empreendimentos. O secretário adjunto da Secretaria de Planejamento Estratégico do Pará (SEPE), David Leal, afirma que, desde o início do ano, cerca de 15 empresas já procuraram

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A quantidade de novos investimentos e a diversidade dos segmentos econômicos em que os empreendimentos estão inseridos revelam diversas oportunidades em diferentes níveis da cadeia de produção.” Rodrigo Garcia consultor técnico do PDF e responsável pela atualização da publicação Pará Investimentos

o governo com o intuito de investir no Pará. “A imagem do Pará como estado forte e repleto de oportunidades faz com que muitas empresas optem por investir aqui. São inúmeros os motivos, mas acreditamos que o fato de apresentarmos números crescentes de investidores mostra que a região está crescendo e se torna um grande atrativo”, explica David. A Crown Embalagens, fábrica que pretende se instalar no município de Santa Isabel até 2012, realizou um estudo entre os Estados da Região Norte e concluiu que o Pará atende aos requisitos logísticos necessários para a implantação da empresa. “O Pará foi escolhido devido ao crescimento registrado, considerado acima da média de outros Estados, além da ampliação do mercado de bebidas”, revela a gerente Renê Maia. O investimento da Crown é de cerca de 180 milhões de reais para a produção de 1 bilhão de latas por ano. Além dela, a Rexam Brasil, também do ramo de fabricação de latas e embalagens, pretende instalar no município de Benevides uma unidade, com investimentos de 55 milhões de reais.


A diversidade de negócios e a localização desses investimentos nos diversos municípios vai fomentar o desenvolvimento do Estado de forma descentralizada. Na cadeia de madeira e móveis, destaque para o investimento da fábrica de MDF, localizada em Paragominas, com investimentos de 120 milhões de reais. No agronegócio, o consórcio Vale-Biopalma da Amazônia, localizado em Moju, terá investimentos de mais de 700 milhões de reais. Há ainda negócios na exploração de minério de níquel, em Ourilândia do Norte, onde a Vale inaugurou sua primeira mina de níquel no Brasil, com investimentos de 5 bilhões de re-

ais no projeto Onça Puma. No setor metalúrgico, vale destacar a nova siderúrgica de Barcarena, viabilizada através de uma join venture entre Usipar e a Mir Steel, siderúrgica inglesa controlada por um grupo russo. Esta parceria envolve um volume de cerca de 8 bilhões de reais. “As oportunidades são inúmeras e acreditamos que o momento é das empresas paraenses investirem em seus negócios e trabalharem em prol da eficiência de sua gestão. Não há dúvida de que as empresas preparadas e com uma gestão eficaz são as que mais se destacarão neste cenário de oportunidades”, aconselha José Conrado, presidente da Fiepa.

IMAGEM : istoc kphoto

MAP A: M ÁRC IO E UCL IDES

CONTINUA

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investimento NEGÓCIOS A chegada de novos investimentos ao Estado vai estimular o desenvolvimento de diversas regiões, criando oportunidades de negócios de forma descentralizada.

Mir Steel e Usipar

Atividade: siderurgia Onde: Barcarena Investimento: R$ 8 bilhões RexaM

Consórcio Vale Biopalma da Amazônia

Atividade: fabricação de latas Onde: Benevides Investimento: R$ 55 milhões

Atividade: biocombustível de óleo de palma Onde: Moju e municípios da região Investimento: R$ 710 milhões

CROWN

Atividade: latas e embalagens Onde: Santa Isabel Investimento: R$ 100 milhões

Consórcio Norte Energia (belo monte)

Atividade: geração de energia Onde: Altamira Investimento: R$ 30 bilhões ALPA

Atividade: siderurgia Onde: Marabá Investimento: R$ 8 bilhões

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Florapac MDF LTDA

Atividade: chapas de MDF Onde: Paragominas Investimento: R$ 120 milhões


VITRINE

Divulgação

A VALORIZAÇÃO DE PESSOAS é um dos diferenciais da Traterra, empresa que vem colaborando para o crescimento de Paragominas

Parcerias que ajudam no crescimento regional

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omo parte da sociedade, muitas empresas entendem que precisam ajudar a desenvolver a região em que atuam. E esse é um compromisso que empresas de todos os portes podem assumir. A Traterra, empresa de Paragominas com 500 colaboradores, que atua há 22 anos no ramo de construção civil e reflorestamento e que já é tradicional fornecedor da Vale, Hydro e Votorantim, vem fazendo isso com investimento na formação educacional e profissional de crianças e adolescentes. O diferencial na iniciativa da empresa foi a busca de parcerias. “Iniciamos essa caminhada há 13 anos, quando estabelecemos uma parceria com a polícia militar e a prefeitura de Paragominas para apoiar o projeto Menino Feliz, direcionado a crianças e adolescentes com idade entre 8 e 15 anos em situação de vulnerabilidade social”, conta Patrícia Nunes, assistente social da Traterra, responsável pela ação. No início, o projeto atendia 60 crianças e hoje já atende 250 alunos, número que pode chegar a 300, se a empresa conseguir mais parcerias. Em agosto de 2010, a empresa ampliou suas ações e em parceria com o Instituto Sotreq, a prefeitura municipal e o Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) surgiu a EFAO – Escola de Formação de Auxiliares de Operação, que dá continuidade à formação das crianças e adolescentes por meio de cursos profissionalizantes. “Entendemos que não era suficiente a formação apenas até os 15 anos, pois as crianças voltariam a uma situação de vulnerabilidade. Além disso, a empresa necessitava cada vez mais de mão de obra qualificada e investimos nisso”, ressalta Nilson Gusmão, sócio-diretor da empresa. Com a EFAO, os adolescentes que participaram do projeto Menino Feliz puderam realizar um curso de formação básica de técnicas de operação de máquina pesada do tipo escavadeira e

carregadeira em ambientes de simulação. “Para nós, a realização dessa iniciativa é um primeiro passo para inserção dos jovens no mercado de trabalho. Estamos buscando novos parceiros para darmos continuidade a este projeto capacitando estes jovens para outras áreas do mercado de trabalho de acordo com a necessidade e realidade de cada empresa”, completa. Resultados tangíveis A Traterra já consegue mensurar os resultados de seus investimentos. Após um mês de curso, com carga horária de 8 horas por dia, o curso de qualificação formou 20 novos profissionais, sendo que 18 foram imediatamente absorvidos pela Traterra e dois por empresas da região. “Temos como meta firmar novas parcerias a fim de formarmos anualmente 100 novos profissionais para o mercado local”, antecipa Nilson. Com as ações, a empresa também agregou valor à sua imagem na região em que atua e também a nível nacional, em virtude da parceria com o Instituto Social Sotreq, com sede no Rio de Janeiro. “Houve também uma melhora na satisfação dos nossos colaboradores ao saber que a empresa em que trabalham investe no social, levando inclusive a empresa a conquistar o 10º lugar na IV Edição do Prêmio Prazer em Trabalhar, do Caderno de Negócios do Diário do Pará e Gestor Consultoria”, afirma Patrícia. A sociedade também aprovou a iniciativa. O índice de satisfação do curso pelos participantes foi de 98%, sendo que 100% deles pretendem participar de outro curso semelhante, e 100% também recomendaria o curso a amigos e familiares. “A nossa iniciativa mostra que devem ser realizados investimentos na sociedade para que ela possa retribuir com mão de obra qualificada, com qualidade de vida, fechando o ciclo social para o qual toda empresa deveria contribuir”, afirma Nilson. Estratégica | 9


matéria de capa

É importante saber onde investir Aplicar recursos em áreas estratégicas do negócio aumenta a competitividade das empresas 10 | Estratégica

Fotos: Bruno Carachesti


C

om novos projetos se instalando cada vez mais na região, fala-se em uma belle époque do século XXI, tamanho o número de investimentos previstos (mais de 100 bilhões de reais até 2016). Diante deste cenário, as empresas precisam se preparar, não só para atender às demandas que surgirão, mas também para se atualizar diante das solicitações de mercado. Na gestão de um negócio, comunicação e marketing, expansão, inovação e infraestrutura são as grandes cadeias de investimento que as empresas podem disponibilizar para aumentar a competitividade e melhorar a qualidade de seu produto ou serviços oferecidos. Mesmo com esses pontos básicos, para se pensar em investimento não existe uma fórmula de sucesso. Segundo o professor e Doutor da UFPA (Universidade Federal do Pará), Eduardo José Monteiro da Costa, não é possível definir uma estratégia sem antes fazer um estudo prévio. “Cada caso precisa ser cuidadosamente analisado ao lado de um minucioso estudo de mercado, que vai conjugar a possibilidade de retorno do investimento com os riscos dentro de uma análise criteriosa de custos de oportunidades. O mercado é dinâmico e o que é hoje um bom investimento, amanhã pode ser uma opção pouco aconselhável. Assim, a empresa precisa analisar constantemente o mercado em que atua e as mais diversas possibilidades de investimento ou aplicação de recursos”, afirma o professor. COMUNICAÇÃO E MARKETING O investimento em comunicação e marketing pode parecer dispensável diante de tantas outras pendências a serem resolvidas dentro

de uma empresa, como manutenção de equipamento, capacitação e melhorias na infraestrutura. No entanto, o investimento em comunicação garante muitas outras melhorias no sistema de produção. Investir em um site, por exemplo, que apresente a empresa para o internauta, é uma ação quase que essencial para a área de comércio e serviços atualmente. “Hoje qualquer cliente, de qualquer segmento, antes de comprar um produto ou contratar o serviço, procura informações sobre ele na internet. Por isso, a presença no mundo digital deixou de ser um diferencial e passou a ser uma obrigação para as empresas que desejam ampliar seus negócios. Fica mais fácil para o clienades te encontrar a empresa, é mais ssimples dele cotid e com en es iõ n u e R nhecer os produtos ou serviços oferecidos, çõalém e associa de mostrar o compromisso da empresa com seu público, quando ela mantém seus canais de comunicação digital atualizados”, afirma a jornalista Cleide Pinheiro, diretora da agência Temple Comunicação. Cleide diz que, para uma empresa garantir seu espaço no mercado, ela precisa não apenas oferecer um produto ou serviço de qualidade, mas é necessário também saber qual o seu público de interesse e como comunicar para esse público. “Por isso, é fundamental para o setor empresarial investir em profissionais qualificados ou na contratação de uma empresa prestadora de serviços de comunicação capaz de desenvolver planos e estratégias adequadas para atingir o seu público de maneira eficiente”, garante Cleide. Construir uma boa imagem corporativa e aumentar sua cadeia de relacionamentos e parcerias é de fundamental importância para empresas de qualquer porte.

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INOVAÇÃO Segundo uma pesquisa conduzida pela Câmara de Comércio Americana (Amcham) e Fundação Dom Cabral (FDC), 78% das empresas de médio porte pretendem aumentar os investimentos em inovação. Apoiar ações inovadoras pode ser a solução para se inserir em um mercado competitivo e já consolidado. O diferencial passa a ser aquela novidade. Não é fácil investir nessa área, mas às vezes, soluções já consolidadas em outros locais ainda não pertencem à realidade daquele mercado. Geraldo Donizete de Figueiredo, gerente do Hotel Piquiá, em Juruti, realizou um investimento que não era uma novidade tecnológica para um contexto nacional, mas foi um diferencial importante para a região. Diante da dificuldade de estabilidade elétrica no local de seu negócio, o gerente resolveu comprar o gerador que possibilitava uma experiência exclusiva para os seus clientes. “Identifiquei na região uma oportunidade no setor de hotelaria e abri o Hotel Piquiá. A partir daí, percebi que as

constantes falhas de energia poderiam se transformar em uma oportunidade para se investir num gerador. Esse gerador é o nosso diferencial, que garante lotação máxima dos quartos com até 3 meses de antecedência”, conta Geraldo. Nesse caso, não existe uma fórmula para ter ideias e ações inovadoras, mas pesquisar as novas tendências da área de atuação e possuir boas informações podem fazer diferença na hora de tomar boas decisões. Para quem precisa de um “empurrãozinho”, uma boa opção é buscar apoio com entidades como o Sebrae e o Instituto Euvaldo Lodi (IEL), que estão criando o Núcleo Paraense de Inovação, que faz parte da Rede de Núcleos de Inovação (RNI), vinculado à Confederação Nacional da Indústria (CNI). Direcionado a micro e pequenas empresas, o núcleo atua nos mais diversos setores com o objetivo de estimular novos negócios, proporcionando maior competitividade aos empreendimentos do Estado.

CONTINUA Estratégica | 11


matéria de capa

EXPANSÃO Como preferência de quase todas as empresas, expandir a área de atuação da fabricação do produto e fornecimento dos serviços é uma saída quando já se tem determinado controle dos negócios em uma localidade e não se quer perder a capacidade de agregar mercados. O primeiro desafio é estudar o local onde se pretende abrir essa nova filial. Ver como o mercado da nova região está e como ele pode ser impactado com a chegada de novos negócios. Após essa análise de mercado, é preciso saber como reproduzir com a mesma qualidade, preço e variedade do negócio original. A Sotreq, empresa que comercializa máquinas, peças e serviços para equipamentos pesados e motores, iniciou projeto de expansão com a mudança da filial Belém para uma nova área dez vezes maior que a atual. Ribamar Nóbrega, gerente geral regional da Sotreq, explica que a intenção do investimento, que gerará 450 empregos diretos, será um importante passo de estruturação da empresa para sua capacidade produtiva no futuro. “O fator preponderante foi a necessidade de dispormos, já nos próximos anos, de instalações compatíveis com nossa projeção de crescimento, pois entendemos que o Estado do Pará encontra-se em um ciclo bastante favorável de desenvolvimento e com um futuro bastante promissor”, afirma. Ele ressalta que outro aspecto desse investimento foi apri12 | Estratégica

morar o serviço que era desenvolvido em outra localidade. “Outra variável que motivou nossa decisão está relacionada ao desenvolvimento de condições locais para remanufatura de componentes e execução de alguns tipos de reparos, cujos serviços são executados atualmente no Sudeste do país, em algumas situações. Isso é muito importante, pois terá impacto direto na geração de empregos e na receita do nosso Estado e do município de Benevides, onde instalaremos nossa nova filial”, afirma o gerente. INFRAESTRUTURA Investir em infraestrutura é também investir no futuro da empresa. Qualquer melhoria na base da organização pode trazer benefícios que se sustentarão durante muito tempo no mercado. O investimento em infraestrutura não precisa ser diretamente físico. Capacitação dos funcionários e melhoria da gestão podem trazer benefícios maiores do que um grande pátio de escoamento de produção, por exemplo. Investimentos em melhores condições de trabalho, local mais propício às práticas exercidas e manutenção das ferramentas, sejam elas máquinas pesadas, veículos ou computadores, trazem um valor que nem sempre pode ser calculado. “Um colaborador qualificado sabe reduzir custos, realiza atividades com mais segurança e com mais rapidez, sem perder qualidade”, completa Marcel Souza, consultor do PDF.


ARTIGO

Gestão financeira nas micro e pequenas Bruno Carachesti

tados, certamente poucas delas existirão dentro de alguns anos, caso não passem a adotá-los consistentemente. Em suma, os objetivos da Gestão Financeira são:

• Maximizar o valor de mercado do capital próprio: ou seja, a gestão financeira é mais útil para os proprietários da empresa quando ajuda a identificar bens e serviços que criam valor para a empresa porque são desejados e valorizados no mercado consumidor. David Soares Especialista em Marketing e MBA em Consultoria Avançada em Finanças, Logística e Produção

O

s procedimentos de gerir os negócios e as finanças nas micro e pequenas empresas (MPEs) têm mudado significativamente nos últimos anos devido ao aumento da competitividade no mercado de atuação. Diante disso, também as MPEs existentes no país têm que se adequar à atual situação de velocidade tecnológica, para aumento de competitividade local e global, concorrendo com preços internacionais, onde o tempo de resposta vale recursos financeiros aplicados aos custos e despesas. As empresas precisam cada vez mais conquistar e manter clientes, garantir qualidade e assegurar fluxo de caixa positivo e crescente. Estas três funções, fáceis de serem discorridas, tornam-se missão extremamente difícil no dia a dia das MPEs. Mas como assegurar o fluxo de caixa positivo e crescente? Apresentaremos e discutiremos os conceitos fundamentais da administração financeira, cruciais todos eles para a boa saúde financeira e para a sobrevivência e desenvolvimento das MPEs. Embora seja possível encontrar empresas sobrevivendo sem o domínio e a utilização dos conceitos aqui tra-

• Maximizar a remuneração do capital próprio: assegurar uma boa remuneração do capital próprio, distribuída preferencialmente sob a forma de lucratividade e rentabilidade anual. Além disso, uma boa gestão financeira reconhece a importância de conhecer a economia em que se atua e relaciona-se com ela através da Análise Marginal, que afirma que tanto as tomadas de decisões financeiras quanto a realização de ações devem ser feitas somente quando os benefícios adicionais superam os custos adicionais. A gestão financeira é fundamental para a tomada de decisão das empresas e por esse motivo conta com profissionais especializados, como o contador. Ou, ainda, conta com sistemas gerenciais que devem fornecer dados consistentes e de fácil interpretação sobre as operações passadas e presentes da empresa com suas projeções, para que empresários e gestores possam utilizá-los como insumo na tomada de decisões. Trabalhar de forma normatizada, onde os ingressos de recursos financeiros atendam à projeção, assim como os desembolsos, significa obter sucesso em gestão financeira e minimizar as dificuldades em qualquer tempo e em qualquer empresa.

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redução de custos

Fotos: Bruno Carachesti

a Hytec reduziu custos e reverteu esses recursos em capacitação de pessoal e modernização de máquinas

É importante cortar custos para crescer Reduzir gastos e eliminar desperdícios permite direcionar recursos para outros investimentos estratégicos da empresa

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ão basta ter um produto competitivo ou um serviço diferenciado se as contas não estão no verde. Por mais que estejamos vivendo um momento em que a oferta de crédito é facilitada, os recursos investidos devem garantir um retorno para o empresário. E para garantir uma posição de destaque no mercado, é necessário ter um planejamento financeiro alinhado e competitivo. Para o professor e Doutor Eduardo José Monteiro da Costa, presidente do Conselho Regional de Economia do Estado do Pará, a redução de custos é uma obrigação para qualquer empresa que deseja investir em melhores condições de trabalho. “A redução de custos é hoje um pré-requisito fundamental para a sobrevivência das empresas em um mercado globaliza-

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do. A economia mundial opera hoje em tempo real, exigindo que as empresas explorem com grande maestria as suas competências e operem com o mínimo de custo operacional. Assim, o sucesso de qualquer empresa depende de sua eficiência produtiva, o que perpassa pela capacidade de operar com mínimo custo”, diz o professor. Uma empresa com metas ou programas de redução de gastos e desperdícios pode otimizar seus custos resultando numa melhor aplicabilidade em investimentos em capacitação ou expansão dos negócios e, com isso, aumentar sua competitividade. É pensando nessa “sobra” de dinheiro que o empresário deve estar atento ao enxugar suas contas. Assim, ele pode descobrir que o que parece um ralo na empresa é, na verdade, uma torneira de oportunidades.


Segundo a cartilha do Sebrae (disponível em www.sp.sebrae.com.br), a redução de custos está associada em dois princípios: o primeiro é gastar menos com determinado produto ou serviço e o outro é eliminar determinado produto ou serviço. Para saber isso, é essencial que o empresário conheça profundamente seu negócio e saiba exatamente os gastos que a empresa tem para, a partir daí, refletir quanto à real necessidade de mantê-los. O objetivo sempre será garantir alternativas mais econômicas, mas que possibilitem os mesmos resultados ou até ganhos maiores para a empresa. Existem empresas que economizam de uma forma estratégica. A Hytec Automação, empresa que trabalha com automação indus-

trial, repensou sua cadeia de produção a fim de garantir um corte no orçamento sem cortar pessoal. “Reduzir os custos é uma função estratégica para toda empresa, sem reduzir o nível de qualidade. Em um mundo globalizado, é importante ser sempre competitivo. Não dá mais para ter ‘gordura sobrando’”, diz Edilberto Pereira, diretor da empresa. Segundo Edilberto, com a adequação orçamentária, a Hytec aumentou a produtividade com os mesmos gastos de antes. “O que fizemos foi melhorar nossa cadeia produtiva com a mesma estrutura. Com o aumento na produtividade e o dinheiro que economizamos, conseguimos investir mais em capacitação, modernização de máquinas e selos de qualidade”, completa.

Onde buscar ajuda?

• As empresas podem procurar programas de redução de custos de duas formas. A primeira é espontaneamente, ou seja, quando o planejamento da redução é implantado em qualquer sinal de crise que ameace atingir a empresa, possuindo grande chance de sucesso. Outra alternativa é reduzir os custos de forma compulsória, quando a crise já está instaurada e o objetivo é a sobrevivência da empresa, tornando incerta a eficácia desse método.

• O ideal é que toda empresa possa ter uma experiência com a redução de custos espontânea para evitar possíveis crises. Neste caso, é adequada a busca de um profissional qualificado ou consultorias especializadas em garantir uma melhor gestão dos recursos para manter os negócios em crescimento. • Mas todas as empresas podem e devem buscar ferramentas simples e básicas para o conhecimento das empresas e de suas finanças. Se isso for feito com disciplina, se tornará um diferencial fundamental para o sucesso da empresa. Estratégica | 15


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• Facilities Office • Serviços pay-per-use • Courrier • Coordenação de eventos

Perspectiva ilustrada da fachada

• Fitness • Beauty center e muito mais.

Perspectiva ilustrada do fitness

Encante-se com os decorados no Espaço Síntese Cyrela. Avenida Pedro Álvares Cabral, 264, Umarizal.

Serviços inclusos no condomínio e pay-per-use.

Vendas:

Realização:

Incorporação e Construção:

91 3212. 9290

www.miraiofficebelem.com.br

Incorporadora responsável: Cyrela Moinho Empreendimentos Imobiliários Ltda – Rua Professor Manoelito de Ornellas, 303, 7º andar, parte, – Chácara Santo Antonio – CEP 04719-917 – São Paulo - SP, CNPJ: 09.589.770/0001-96. Memorial de Incorporação do empreendimento registrado sob R-1 da matrícula nº 46.913 livro 2EZ Folha 113, no cartório de 1° Registro de imóveis da Comarca de Belém/PA em 17/09/2010. Responsável Técnico: João Ricardo Domingues Lobo, CREA 5857-D, Projeto Arquitetônico: Itamar Berezin, CREA 0600883463. Em conformidade com a Lei nº 4.591/64, as perspectivas são meramente ilustrativas e não fazem parte da promessa de compra e venda. Todas as áreas indicadas são privativas.


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