Pedras Rollantes em Revista #4 - Especial Arquitetura

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Pedras Rollantes SĂ­tio

Em revista - #4 - fevereiro de 2019

A

a r q u i t e t u r a de Pedras Rollantes


A arquitetura


Em revista - #4 - janeiro de 2019



de Pedras Rollantes


O Sítio Pedras Rollantes fica em Alfredo Wagner, Santa Catarina, nas duas encostas do Vale do Rio das Águas Frias, bem perto do centro da cidade. Está a 104 km de Florianópolis pela BR 282, meio caminho entre o mar e a Serra. No Sítio de 28 hectares tem uma Pousada com apenas cinco unidades autônomas, independentes e tocadas com a mesma filosofia com que Lu, Tarcísio e Eduardo, seus donos, levam a vida no lugar.


Também tem o Café no Sitio, que é servido nas tardes de domingo para, no máximo, 25 pessoas. São Paulo

E tem produção de citros com condução orgânica certificada.

Curitiba

Joinville Balneário Camboriú

Blumenau

Chapecó

Rio do Sul

Rio do Sul - 85 km Florianópolis - 104 km Lages - 110 km Blumenau - 183 km (via BR 470) Criciuma - 209 km Joinville - 269 km Curitiba - 397 km Chapecó - 447 km Porto Alegre - 532 km São Paulo - 799 km (via BR 116)

Lages

Alfredo Wagner Pedras Rollantes

Criciuma

Porto Alegre

Florianópolis

N



Pedras Rollantes, antes de ser uma Pousada e um Café, era um sítio de lazer, adquirido em 2005, como resultado dos trabalhos da agência de fotografias, do banco de imagens e da editora que pertencem ao Eduardo e ao Tarcísio. A primeira ação que passou a dar ao lugar a “cara” dos donos, foi transferir a casa que havia no terreno, retirando-a da beira da estrada e levando-a para um local onde fosse possível desfrutar ainda mais da paisagem do vale do Rio das Águas Frias.


Pedras Rollantes Sítio

Em revista - #4 - janeiro de 2019

Editorial Como jornalistas, há mais de trinta anos temos diversos trabalhos realizados junto a importantes arquitetos ligados ao patrimônio e a preservação da memória, realizando levantamentos fotográficos e acompanhamentos de obras ou preparando materiais para a defesa de áreas a serem tombadas. Entre os trabalhos como editores, estão livros sobre bens tombados, detalhamentos da vida e das


construções da velha Itá, cidade do Oeste de Santa Catarina que foi inundada pelo lago da usina hidrelétrica e outro, que mostra a vida na Nova Itá. Uma das filhas de Tarcísio é professora de arquitetura na Universidade Federal da Fronteira Sul e um cunhado do Eduardo fez parte do corpo de arquitetos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. O contato constante com os profissionais faz com tenhamos ainda mais cuidado ao usar os espaços do sítio e ao realizar as obras físicas de nossas moradas e da pousada.

Eduardo

Lu

Tarcísio



A primeira casa do sítio O terreno foi adquirido de Dona Nega e seus herdeiros. Juntamente com Seu Pita, ela criou aqui os filhos com o trabalho nas lavouras comuns nas pequenas propriedades rurais. Também tinham algumas cabeças de gado, hortas, frutas, galinhas. Os filhos cresceram, casaram, mudaram de cidade e após o falecimento de Seu Pita, Dona Nega se viu sozinha em um terreno que se tornou grande demais para uma única pessoa e decidiu vendê-lo. A sorte fez Eduardo cruzar o seu caminho durante um passeio dominical. A foto ao lado, de maio 2005, mostra a proprietária entrando na casa logo após o encontro. Os encontros seguintes foram para os acertos de compra, troca de documetações e assinatura da escritura.



A ponte da foto ao lado foi restaurada apenas em 2008, quando o terreno vizinho foi anexado à Pedras Rollantes. A venda da área na margem direita do Rio das Águas Frias por parte do antigo proprietário foi praticamente pelo mesmo motivo. Os filhos cresceram, casaram, mudaram, formaram famílias e o terreno ficou grande para ser tocado por apenas um casal já em idade um tanto avançada. Antes da reforma da ponte que hoje liga as duas margens, a restauradora Susana Cardoso veio ver e orientar como preservar as madeiras muito velhas que sustentavam e formavam as paredes do rancho, da ramada, do galinheiro e do chiqueiro que seu Pita construiu quando comprou o terreno, lá pelos anos da década de 1960. Hoje servem como garagem, rancho e marcenaria. A primeira casa do sítio


O projeto foi desenhado pelos arquitetos Melissa Mattos e Jardell Farias, que também acompanharam a execução da obra. A dupla conferiu um ar de contemporaneidade à antiga moradia, ao mesmo tempo em que preservou a identidade das casas simples das áreas rurais desta parte de Santa Catarina. Criou amplas áreas de convívio e manteve a privacidade nos quatro quartos da morada.


A primeira casa do sĂ­tio



A casa original foi desmontada e reerguida uns 50 metros adentro do terreno. Deixou a margem da estrada e passou a ocupar uma ĂĄrea com maior abertura visual para o Vale. Todas as paredes internas e externas, vigamentos, caibros, estruturas do telhado, etc, foram reutilizadas e o desenho do corpo principal foi mantido. Melissa e Jardell projetaram um grande deque de madeira, uma ampla cozinha e um banheiro de alvenaria.

A primeira casa do sĂ­tio



A aquisição da área na outra cabeceira da ponte deu inicio a experimentos com fruticultura. Os bons resultados observados nas mudas de citros apresentaram o caminho. A opção foi por introduzirem as tangerinas clemenules, variedade de mesa ainda nova no Brasil, mas muita apreciada na Europa, onde os ibéricos a apelidaram de “La Reina de las Mandarinas”. Os pomares recebem condução orgânica e certificada pela Rede Eco Vida de Agroecologia e contam com acompanhamento consatante da estação citrícola da Epagri. A foto maior mostra a visita do engenheiro agrícola Osvino Koeler, um dos mais respeitados especialistas em citricultura do Brasil. Para os trabalhos pós-colheita, foi construido um galpão um tanto exótico, que copia parte dos sistemas construtivos observados em alguns exemplares de casas enxaimel do Vale do Itajaí, onde a estrutura é sustentada por cabeças de pedras e a segurança do conjunto é exercida por barras de contraventamento.

A primeira casa do sítio



Em 2010 Eduardo encontra na Serra Gaucha uma casa enxaimel abandona e em péssimo estado de conservação. A compra, desmonta e a reconstroi em Pedras Rollantes. O término da obra libera a casa original do Sítio para que Tarcíso e Lu a assumam como apenas sua. Convidam o arquiteto Sérgio Lucas para abrir o ambiente e criar mais um piso com um amplo quarto envidraçado, um banheiro e uma sacada generosa. Quando, em 2013, o casal decide mudar defitivamente para Pedras Rollantes, controem o escritório onde esta revista está sendo escrita e editada. Assim a casa de Dona Nega e do seu Pita recebeu sua quarta intervenção, mantendo integralmente o desenho original na fachada Oeste e na frente voltada para o Norte, partes que estas fotos não mostram.

A primeira casa do sítio



A segunda casa do sítio As andanças fotográficas pelo Vale do Itajaí criaram em Eduardo uma forte ligação afetiva pelas casas enxaimel do interior dos pequenos municípios. Ele sonhava em comprar uma daquelas propriedades, mas o encontro com Dona Nega, já descrito lá no começo desta história, acabou trazendo-o para o Vale do Rio das Águas Frias. Sabendo disto, um amigo, ao encontrar uma casa do final do século 19 sendo consumida pelo abandono na Serra Gaúcha, não hesitou em informar-lhe. Bastou uma visita ao local para adquirir a casa e contratar o Sr. Cláudio, mestre construtor com muitas casas enxaimel no currículo, para desmontá-la e reerguê-la aqui. Apesar da casa não ser um bem tombado, todo o trabalho, descrito a seguir, teve acompanhamento e o aval de arquitetos ligados ao patrimônio cultural brasileiro.



A Casa encontrada no interior de Nova Petrópolis, RS, foi cuidadosamente desmontada para que todas as peças de madeira e os tijolos assentados com barro e argila pudessem ser reaproveitados.

A segunda casa do sĂ­tio



O local escolhido para a relocação da casa trazida do Rio Grande do Sul era utilizado para pastagens pelo antigo prorietário do terreno que hoje é Pedras Rollantes. Assim foi possível remontala sem agredir a vegetação. A área recebeu um pequeno nivelamento para implantar a estrura que iria suportar o peso de quase 10 mil tijolos de 4,9 quilos, mais os cortes de cerne de madeira dura. A segunda casa do sítio



Para evitar que novas e futuras edificações viessem a ser construidas ao redor da Casa Enxaimel, Eduardo optou por colocá-la sobre pilares com altura suficiente para que a área fosse utilizada como espaço de lazer e de serviço. A segunda casa do sítio



Mestre Cláudio trouxe seu assistente Delmar e contou com mais três operários locais para os trabalhos de carpintaria e alvenaria. Antes de receber os tijolos de preenchimento das paredes, a montagem do esqueleto de madeira ganhava destaque na encosta da margem direita do Rio das Águas Frias. A segunda casa do sítio



Além dos pilares e da cinta de concreto que passaram a suportar a casa, três mansardas foram incoprporadas na parte frontal do telhado. Isto permitiu que o sótão, que na casa original era usado como depósito, pudesse se tornar a parte íntima da moradia, com dois amplos quartos, uma sala e acesso ao banheiro. Estas intervenções, mais o anexo de alvenaria na parte de trás do edifício, contaram com o aval dos arquitetos preservacionistas. A segunda casa do sítio



A casa original não tinha banheiros e a nova passou a ter três, todos implantados na torre de alvenaria anexada à parte de trás da casa. A intervenção só é percebida por quem chega pela estrada interna do Sítio, invisível para quem a observa de qualquer outro ponto. Também diferente da original, não foi aplicado reboco e os tijolos ficaram expostos.

A segunda casa do sítio



Com a alocação dos quartos no espaço que era o sótão da casa original, o andar intermediario ganhou apenas uma meia parede, que separa a ampla cozinha do corpo do ambiente. Nela foram contruídos um fogão à lenha com serpentina para o aquecimento da água e uma churasqueira. A restauradora Susana Cardoso auxiliou em muitos momentos da obra, inclusive na escolha do material para o piso do banheiro principal e seu desenho. A segunda casa do sítio


Alfredo Wagner é um município de colonização predominantemente germânica e a Casa Enxaimel do Sítio Pedras Rollantes é mais um elemento paisagístico a reafirmar esta ligação cultural, mesmo não sendo uma edificação original do lugar.



Pedras Rollantes vira Pousad


a


Eduardo usa a área térrea da Casa Enxaimel para fazer dois modernos Estúdios.


Lu e Tarcísio constrõem três casas de madeira na área do sítio à margem esquerda do Rio das Águas Frias


As Casas da Pousada

Casinha 58 Casa da Cama 74 Casa Torta 92



Em 2015, morando em Alf CafĂŠ no SĂ­tio Pedras Rollantes sob reserva, para poucas pess


fredo Wagner já há dois anos, Lu e Tarcísio abrem o s, que é servido ao ar livre nas tardes de domingos, soas. As obras adicionais ficaram restritas a dois pequenos deques colocados no pátio para receber as mesas onde os visitantes são servidos. Porém, todos os móveis foram desenhados e manufaturados pelos dois. Os móveis deram início a duas práticas que se tornaram corriqueiras: fazer com as próprias mãos e reciclar madeira. O fazer não se limitava a colocar a mão na massa, mas também a desenhar cada cadeira e cada mesa, sempre levando em consideração o local onde elas seriam colocadas para que a paisagem do Vale ficasse sempre a disposição dos convivas. O Café no Sítio Pedras Rollantes foi o ponto de partida para a decisão de construir as casas que hoje fazem parte da Pousada Pedras Rollantes. Não raro, ao receberem visitantes para o Café, surgia a pergunta: “tem pousada, dá para ficar aqui? ” A s C a s a s d a Po u s a d a


No começo a resposta era “não tem”. De pensando” e, por fim, “ainda não, mas em brev


epois passou para o “não, mas estamos ve”. Era final de 2015 e, por algum tempo, fizeram consultas informais sobre o que os possíveis futuros hóspedes esperariam de uma pousada no Sítio. Também passaram a observar com mais atenção o perfil de quem os visitava para curtir o Café. Juntaram as opiniões e as observações com o que acreditavam ser legal numa pousada e concluiram que o ideal seria a construção de três casas. Uma maior, que fosse perfeita para quatro adultos, que também poderia ser um agradável local de encontros de uma família, de dois casais com ou sem filhos, um pequeno grupo de amigos e perfeita também para duas pessoas. Tinham a certeza de que elas deveriam provocar os menores impactos ambiental e visual possíveis, que a utilização fosse sustentável e que estivessem integradas a maneira como vivem em Pedras Rollantes. Definidos os conceitos básicos, convidaram os amigos e arquitetos Dalmo Vieira Filho e Maria Regina Weissheimer para dar forma à casa maior. E a professora e arquiteta Melissa Laus Mattos para os auxiliar nas casas menores, que seriam apropriadas para até três pessoas. A s C a s a s d a Po u s a d a


O baixo impacto e a sustentabilidade co


omeçaram na procura pelos materiais. Saíram em busca de madeira usada e encontraram o salão da igreja de São João, na comunidade de Barro Branco, aqui mesmo em Alfredo Wagner, que seria substituído por um mais moderno e seguro para a realização das festas e dos encontros comunitários. A maior parte da madeira do salão foi derrubada na década de 1930 para a construção da igreja, que foi desfeita na década de 1980 para dar lugar a outra, de alvenaria, e o material foi aproveitado na construção do salão. E é esta madeira, cortada há mais de 80 anos, que está em mais de 90% das paredes, pisos, alicerces, vigas e caibros das três casas. A madeira faltante veio do desmanche de uma casa que foi alojamento dos funcionários da Camargo Correia, construtora que asfaltou o trecho da BR 282 próximo a Alfredo Wagner, lá pela década de 1980.

A s C a s a s d a Po u s a d a



Os tijolos maciços, grandes e pesados, foram queimados na década de 1950 na olaria do Sr. Balcino Wagner e estavam na casa do Sr. Genésio Silva até a metade de 2016. A residência foi desmanchada para dar lugar a um pequeno edifício comercial e residencial, na mesma esquina da Praça da Bandeira onde os Silva moraram até então. O que há de material novo nas casas são as telhas, os pregos, os forros e algumas vigas.

Resolvida a questão da madeira, partiram para os vidros e a solução veio de um amigo do casal, o Rogério Capella, que administra, em Florianópolis, os imóveis comerciais de sua família. A reforma de lojas resultou na sobra de dezenas de vidros temperados de diversos tamanhos e formatos. Estes vidros definiram o desenho assimétrico de praticamente todas as paredes das casas.

O esgoto das casas da Pousada, da moradia e do Café no Sitio passa por uma estação de tratamento à base de raízes e carvão ativado antes de ser liberado em canais de irrigação com um altíssimo grau de pureza. O sistema foi implantado por Ralf Wagner, engenheiro alemão que chegou no Brasil nos anos de 1980 para trabalhar com José Luthzenberger, um dos mais importantes ambientalistas do planeta. A s C a s a s d a Po u s a d a



Todos os móveis das casas, assim como os armários de cozinha e banheiro, foram desenhados e manufaturados na pequena marcenaria do Sítio. Ali estão as cadeiras Melissa e Antares, e as poltronas Luzia e Catuira. E mais todo o restante que não recebeu nome, principalmente por serem peças feitas especialmente para os espaços que ocupam ou por que seus desenhos foram ditados pelas formas da madeira. Entre elas está a mesa de seis lugares na copa da Casinha, com seus pés de cerne de imbuia esculpido pelo tempo e de tamanhos variados, bem como as cadeiras e bancos, também de diferentes tamanhos para que se adaptem ao desnível entre a cozinha e a sala.

A s C a s a s d a Po u s a d a


Casinha

A Casinha é a maior e mais completa das casas da pousada. Foi pensada para receber até quatro adultos e mais duas crianças.



O nome “Casinha” foi adotado durante o tempo em que ainda sonhavam em fazer a Pousada. Nas conversas diziam: “vamos fazer uma casinha?”. “Sim, vamos fazer uma casinha”. Assim o adjetivo virou substantivo.

Op a de casa aber do t que fizer


pedido feito ao Dalmo e à Regina, os arquitetos que esenharam, foi bem simples: “pensamos em uma a que possa ser um local de convivência, que seja rta para a paisagem e que o projeto tire partido terreno para que nenhuma árvore seja atingida e e não se precise fazer “chão de casa”. E foi isto que ram. Bem mais do que isto, aliás.

Casinha



Uma grande janela aberta para a paisagem é convite irrecusável para quem tem na arte culinária uma forma de expressão. Um balcão de madeira sob a janela abraça a pia escavada em raiz de cedro pelo mestre marceneiro Raimar Scheid, da comunidade de Santa Izabel, em Águas Mornas.

Casinha


As est do um sob me tam


cadeiras voltadas para a sala tão sobre o piso da cozinha.Os ois ambientes são separados por m degrau e as banquetas ficam bre o piso da sala. Os pés da esa, consequentemente, são de manhos diferentes.

Casinha


No piso superior da Casinha está o quarto que conta com uma cama de casal, um sofá que pode ser usado como cama de solteiro, uma escrivaninha e o acesso à varanda. A cama está de frente para grandes janelas envidraçadas que permitem acordar com o visual da montanha e convida o sol a se esparramar devagar pelo quarto.


Casinha



A varanda debruรงada sobre o vale tem teto de vidro e duas cadeiras Catuira. Um bom lugar para ver as estrelas, ler, descansar.

Casinha



A sustentabilidade está presente em praticamente todos os ítens da casa. Além das madeiras, vidros e tijolos reciclados, a Casinha conta com um moderno sistema de aquecimento de água com tubos de vidro a vácuo. A cobertura é com telhas produzidas com resinas vegetais e rejeito asfáltico e a lenha usada para o aquecimento dos ambientes é provenientede reflorestamento próprio.

Casinha


Casinha detalh


hes


Casa da C


Cama

A Casa da Cama foi construida onde sonhavam em fazer uma redoma com teto de vidro e apenas uma cama para passarem algumas noites sob as estrelas e ao som do rio.


A Casa da Cama tem quase 30 metros quadrados, ideal para dois adultos e mais uma criança, jovem ou adolescente, onde a cama tem o lugar de destaque. Não foi feito o teto de vidro, pois em noite de tempestades com raios, com certeza, muitos hóspedes iriam preferir não estar ali.

para


a corpoCasa e espĂ­rito da Cama


para


Com o local da cama já estava definido pelo desejo antigo de fazer a redoma de vidro, restou apenas desenhar uma casa anexada ao quarto de dormir. As tábuas do piso são as originais, de peroba. As das paredes passaram por plainas para retirar a tinta e fazer os encaixes macho-e-fêmea.

a corpoCasa e espírito da Cama


para


Na meia parede que separa os ambientes também está a mesa para as refeições, com a gaveta dos talheres sob o tampo. Foi feita com sobras das tábuas do assoalho

a corpoCasa e espírito da Cama


O conceito da cozinha compacta é o mesmo encontrado em veleiros oceânicos. Em algumas tábuas está assinalado o nome da madeira. Tem peroba, cedro, imbuia, araucária e canela.

para


a corpoCasa e espĂ­rito da Cama


para


Paredes e piso do banheiro usam os tijolos queimados na década de 1950, recuperados de uma casa desmanchada no centro de Alfredo Wagner. Na sala está o trocador de calor que aquece o ambiente durante o inverno.

a corpoCasa e espírito da Cama


O deque suspenso sobre o Rio das Águas Frias é perfeito para o café da manhã, para um vinho no fim da tarde ou para agradáveis horas de leitura.

para


a corpoCasa e espĂ­rito da Cama


A água é aquecida pelo sol através de um moderno sistema de tubos de vidro a vácuo instalado sobre o telhado de fibras vegetais e rejeitos asfálticos.

para


a corpoCasa e espĂ­rito da Cama


Casa da C


Cama detalhes


Casa Tort

A Casa Torta é torta por que foi projetada para não in araucária plantada há alguns anos e que não seria rem transferir o desenho para a terra, houve mudança da que fosse obtido melhor aproveitamento dos sistema aquecimento de água, mas o desenho ficou tão legal q


ta

ncomodar uma movida. Na hora de posição da casa para as de esgoto e de que foi mantido.


Uma meia parede com balcão divide o quarto do corpo da casa. As cadeiras baixas Antares, na sacada, e as cadeiras Melissa, junto à mesa, também foram desenhadas e manufaturadas na pequena marcenaria do Sítio


Casa Torta



Todo o mobiário da Casa Torta é voltado para paisagem dominada pela mata ciliar. O compartimento abaixo do sofá guarda a roupa de cama e a pequena estante serve para as malas dos hóspedes, a mini biblioteca e para os vinhos de altitude que esperam pelos hóspedes.

Casa Torta



Assim como a da Casa da Cama, a cozinha da Casa Torta também tem inspiração no mobilário de veleiros oceânicos.

Casa Torta



O formato irregular de alguns dos vidros reciclados usados na obra ajudou a definir a linha estĂŠtica da Casa Torta.

Casa Torta


A proximidade da Casa da Torta (à esquerda) com a da Cama permite que as duas sejam ocupadas por u grupo de amigos ou uma família, mantendo a privac enquanto incentiva a convivência.


a Casa um cidade

Casa Torta



O desnível em relação ao chão chega a mais de dois metros, o que permite até que os cavalos que vagam livres pelo sítio se protejam ali em momentos de chuva. O fogo de chão é aceso, preferenciamente, com galhos secos recolhidos pelos hóspedes nas margens do rio.

Casa Torta



Uma grande mesa de vidro sobre pÊs de cerne de canela preta, unidos por cabo de aço, e cadeiras de diversos modelos estão a poucos metros da Casa Torta.

Casa Torta



O tabuado horizontal das paredes das três casas é inspirado nas construções de madeira com influência da arquitetura popular norte americana encontrada em cidades e vilas do planalto Norte de Santa Catarina. O estilo veio no início do século 20, trazido pelos engenheiros que implantaram a estrada de ferro São Paulo-Rio Grande.

Casa Torta


Casa detalh Tort


ta hes


Os EstĂşdios da Casa Enxaim

Nascente 124 Poente 138


mel


A metade norte da estrutura térrea que sustenta a casa foi a escolhida para alocar os dois Estúdios de 30 metros quadrados cada.

O que era uma área completamente aberta passou a receber paredes de alvenaria. A grande janela voltada para a mata nativa que cerca a Casa Enxaimel foi substituida por uma porta, também bastante ampla, e que dá acesso ao deque sob a pérgula que recebeu teto de vidro.



Transformar o espaço, até então privativo, em parte da Pousada Pedras Rollantes, é resultado da união de Eduardo com os amigos Rogério Ristow e Lívia Maria. A intervenção trouxe para as hospedagens os conceitos de autonomia e privacidade aliados ao convívio com a natureza.


Os dois, juntamente com o Eduardo, definiram as diretrizes da obra que foi tocada por profissionais locais. Também colocaram a mão na massa para a realização dos acabamentos. Portas, janelas e muitos outros itens são provenientes de reciclagem.



A parte elétrica é toda com componentes de baixo consumo e os Estúdios recebem águas de nascentes próprias. O aquecimento nas torneiras e chuveiros proveniente do conjunto de serpentinas no fogão à lenha da casa do Eduardo, apoiadas por um sistema a gás.


O delicado restauro das peças adquiridas em depósitos de materiais de construção reciclados consumiu três meses de trabalho.




Uma parte dos móveis dos Estúdios foi desenhada e manufaturada no local, como as camas, os aparadores e suporte de pias, sob a atenta supervisão de Luke, o cocker que é mascote da Casa Enxaimel. Outros móveis foram feitos por Adenilson Dias, carpinteiro local dedicado ao uso de madeiras de demolição.


EstĂşdio Enxaimel

Nasc


cente A frente voltada para o Norte recebe os raios do sol assim que ele surge por detrás da verde mata nativa e preservada. A ela foram agregradas algumas árvores de araucária plantadas nos últimos 10 anos e um pomar de tangerinas okitsu, que, quando em safra, podem ser consumidas pelos hóspedes.



A ampla porta de entrada do Estúdio Nascente dá acesso aos 28 hectares do terreno que forma o Sítio Pedras Rollantes. Uma rápida caminhada pela estrada interna do Sítio coloca os hóspedes nas margens do Rio das Águas Frias ou sob as águas de uma pequena queda d’água formada por um dos cursos que irrigam a propriedade.

Estúdio Enxaimel

Nascente


As itens de cama, mesa e banho disponíveis para o hóspedes dos Estúdios Enxaimel são de primeira linha vindas das principais indústrias têxteis de Santa Catarina.


EstĂşdio Enxaimel

Nascente



Uma cadeira feita com retalhos roliços de araucária, adquirida de um artesão local, se une aos móveis especialmente desenhados e construidos para os espaços abertos dos Estúdios Enxaimel.

Estúdio Enxaimel

Nascente


Luz, muita luz invade o Estúdio Nascente desde o alvorecer até o final do dia e o sol direto se mantém até o início da tarde.


EstĂşdio Enxaimel

Nascente



Metais sanitários e detalhes funcionais em latão ajudam a compor um ambiente repleto de lembranças das casas orginais da época do prédio principal.

Estúdio Enxaimel

Nascente



A área externa é comum aos hóspedes dos dois Estúdios. Conta com um fogo de chão, sala de estar com mesa de sinuca, espaço para leitura dos muitos livros que estão à disposição e uma vista extraordinária para os pomares de clemenules a para as extremidades do Vale do Rio das Águas Frias.

Estúdio Enxaimel

Nascente


Estúdio Enxaimel

Poen


nte A entrada do Estúdio Poente é voltada para o Oeste. Seu nome é uma referência ao sol que se esconde na cadeia de montanhas que formam o Vale do Águas Frias. Hortas de temperos estão à porta.


Cada um dos Estúdios tem 30 metros quadrados. Banheiro, cozinha e lavabo são separados da área social por uma cortina fina, que colabora com a iluminação difusa do ambiente.


EstĂşdio Enxaimel

Poente



Mesmo ligados ao corpo da casa que é a morada do Eduardo, os Estúdios são completamente independentes e autônomos, o que garante e incentiva a privacidade dos hóspedes.

Estúdio Enxaimel

Poente


Ao cruzar a porta do Estúdio Poente o olhar é brindado pela visão dos pomares de clemenules, da mata nativa e do desenho orgânico das montanhas que cercam o Vale.


EstĂşdio Enxaimel

Poente



As portas de madeira maciça das áreas destinadas aos sanitários e aos boxes de banho, que agora são de correr, já foram as giratórias utilizadas nas agências do antigo Banco do Estado de Santa Catarina.

Estúdio Enxaimel

Poente


A cozinha compacta está instalada em um nicho no fundo dos Estúdios e conta com os equipamentos para a preparação dos alimentos que são entregues ao hóspedes.


EstĂşdio Enxaimel

Poente


A bandeira de uma antiga janela foi usada para a colocação dos espelhos no lavabo. A luminária é um vaso de barro e a iluminação difusa nas áreas íntimas simula a luz natural.


EstĂşdio Enxaimel

Poente


Sombra e água fresca são os principais “produtos” oferecidos aos hóspedes da Pousada Pedras Rollantes. As redes nos deques dos dois Estúdios são camarotes para audições das sinfonias dos pássaros, convites para leituras ou para o “dolce far niente”.


EstĂşdio Enxaimel

Poente


EstĂşdios Enxaimel

Deta


alhes


A próxima Casa da Pousada Pedras Rollantes é e sempre será uma pousada pequena. Hoje ela conta com três casas e dois estúdios em um terreno de 280 mil metros quadrados. Quase tudo pode ser cuidado, administrado, arrumado organizado e oferecido pelos donos. E isto faz parte da filosofia do lugar. Mas vai, em muito breve, ganhar mais uma casa. Será a Casa Dona Otília, uma construção baseada no desenho universal e que receberá, com conforto e segurança, hóspedes que sofrem com restrições de movimentos. Dona Otília em visita a Pedras Rollantes em 2012



*primeiro estudo

Assim como as demais, nenhuma árvore será derrubada para que a casa de madeira seja erguida junto aos pomares de clemenules. O material será proveniente de uma imponente casa de madeira construída em 1965, no Balneário do Estreito, em Florianópolis.


Foi lá que cresceram Tarcísio e seus irmãos sob as vistas dos seus pais, seu Salomão e dona Otília. Dona Otília, falecida aos 96 anos de idade, sofreu restrições de movimentos em seus últimos anos de vida e a casa foi adaptada para as suas necessidades. A casa que levará seu nome será ampla, repleta de áreas livres, terá equipamentos próprios para facilitar a mobilidade e o uso por quem precisa de mais atenção. Terá uma grande varanda “debruçada” sobre o pomar principal das clemenules, dois quartos com espaço para a livre movimentação de cadeirantes, mobiliário em alturas e formatos propícios, etc. Além do material de construção, a Casa Dona Otília também receberá móveis, utensílios e parte da decoração que acompanhou o casal desde seu matrimônio, em 1946. Como será construída com base no desenho universal e dentro da NBR 9050, documento que baliza as normas de acessibilidade, ela será perfeita também para hóspedes que gozam de todas as suas potencialidades físicas. Será em breve. Muito breve.


Na grande teia Já que você está neste exato momento ligado na internet para ler esta revista digital, que tal dar umas curtidas nos demais veículos de comunicação de Pedras Rollantes que vagam pelo espaço virtual?

Tem o site oficial: www.pousadapedrasrollantes.com.br

Um monte de fotos no Flickr: www.flickr.com/photos/147615447@N06/

E alguns vídeos no You Tube: https://www.youtube.com/channel/UCQAbxJ5KYNKll6TKOLhfSuA


Páginas de Facebook são três: A da Pousada www.facebook.com/PousadaPedrasRollantes

A do Café www.facebook.com/cafenositiopedrasrollantes

E a das frutas https://www.facebook.com/riodasaguasfrias

E mais os Instagram da Pousada @pousada_pedras_rollantes E do Café @cafe_no_sitio_pedras_rollantes


Pedras Rollantes Rua Águas Frias, km 2,7 Águas Frias - Alfredo Wagner - Santa Catarina Correspondência: Caixa Postal 29, CEP 88450-970 (48) 3276 1467 / 9 9189 9982 / 9 9960 8899 tarcisio@pedrasrollantes.com.br eduardo@pedrasrollantes.com.br

Café no Pedras Sítio Rollantes www.pousadapedrasrollantes.com.br www.facebook.com/PousadaPedrasRollantes www.flickr.com/photos/147615447@N06/

www.pousadapedrasrollantes.com.br/cafenositio www.facebook.com/cafenositiopedrasrollantes

Pedras Rollantes Sítio

Em revista - #4 - fevereiro de 2019

Concepção, pauta e edição: Tarcísio Mattos/Eduardo Marques Textos, projeto gráfico e editoração: Tarcísio Mattos Revisão: Eduardo Marques Fotos Tarcísio Mattos e Eduardo Marques

Agradecimentos: Cassandra Faes, Geraldo Brognoli Ludwich, Maria Regina Weissheimer, Melissa Laus Mattos e Simone Bobsin


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