Vivacidade edição 84

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0,50€

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VO SI

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P.27 a 31

CL EX

Duas décadas em entrevista

“Recebi dos gondomarenses carinho, amizade e apoio”

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Grande Reportagem Em que condições trabalham os bombeiros do concelho? P.6 e 7

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Nesta edição Entrevistas aos candidatos à União de Freguesias de Fânzeres e S. Pedro da Cova P.40 a 44

Câmara Multiusos Família PSD Autárquicas Metro do Porto Rio Tinto


2 VIVACIDADE JULHO 2013

Editorial Autárquicas 2013 em destaque

José Ângelo Pinto

www.vivacidadeautarquicas2013.com

Administrador da Vivacidade, S.A. Economista e Docente Universitário

Caros Leitores, Esta é uma edição muito especial do Vivacidade, pois os nossos leitores têm acesso, em primeira mão, à opinião de quem geriu o município durante 20 anos. Gostem ou não do estilo, das opiniões e das obras realizadas, a verdade é que é impossível não ter em conta a figura e o trabalho do “Major” Valentim Loureiro quando avaliamos a situação atual e a evolução de Gondomar e quando imaginamos o que vai ser da nossa terra nos próximos anos. É uma entrevista bem ao estilo da personalidade e da forma de estar do presidente da Câmara Municipal, solta e sem qualquer tipo de restrições ou constrangimentos. Antes pelo contrário, em tempo de sair, o presidente opta por abrir o livro e conta-nos aspetos curiosos e não conhecidos do seu percurso para ganhar e para se manter aos comandos do Município. A análise política que ele faz aos candidatos conhecidos demonstra a sua inteligência e sagacidade, estranhando-se até uma certa compreensão em relação ao envolvimento do seu vice-presidente com candidaturas estranhas ao “seu” movimento. Valentim Loureiro respondeu de forma aberta e transparente a uma longa entrevista, em que aspetos mais polémicos como o da quinta do ambrósio, os processos judiciais, a entrada da sua filha no município como vereadora e até o seu relacionamento complexo e sem dúvida independente do PSD foram discutidos sem tabus e sem limitações. Em nome do Vivacidade, não posso deixar de agradecer a Valentim Loureiro a distinção com que nos honrou ao conceder esta entrevista exclusiva que não temos dúvidas vai passar a ser a casa partida para a campanha eleitoral. PUB.

Alerte para o que está bem e denuncie o que está mal. Envie-nos as suas fotos para geral@vivacidade.org

POSITIVO Bruno Almeida, jogador do projeto “EntrEscolhas - Geração D’Ouro”, foi convocado para a Seleção Nacional de Futebol de Rua. Daniel Silva foi selecionado para o Mundial de Itália, em 2009, José Vigário esteve no Brasil em 2010 e em 2012 coube a Daniel Miranda participar, no México, nesta prova.

Breves Página 4 Sociedade Páginas 6 a 16 Empresas & Negócios Páginas 18 a 21 Desporto Páginas 23 a 25 Destaque Páginas 27 a 31 Política Páginas 34 a 46 Opinião Páginas 51 e 52 Emprego Página 53

NEGATIVO Na zona da Triana, em Rio Tinto, mais propriamente na rua das Cantarinhas, vários moradores queixam-se das ervas que crescem de forma desenfreada na berma da rua. Apesar de já ter ocorrido um incêndio junto à estrada, a autarquia ainda não limpou a zona.

Lazer Página 54

Próxima Edição 5 de setembro

Paulo Santos Silva

Professor, Historiador e Escritor

Memórias do Nosso Passado Juízes ordinários do Couto de Rio Tinto

Por ser terra coutada, Rio Tinto tinha o direito de eleger um juiz de entre os moradores do Couto, o qual de ser confirmado por uma autoridade, neste caso a abadessa do Mosteiro de Rio Tinto. Embora não saibamos com certeza qual o dia em que se fazia esta eleição, sabemos quais as suas competências. Fazer penhoras, efetuar detenções no interior do Couto, julgar ques-

Sumário:

tões cíveis e entregar à justiça pessoas procuradas pela mesma fora do Couto. Para além disso, os moradores do Couto que não concordassem com a sentença dada pelo juiz, podia sempre apelar para a abadessa do Mosteiro ou mesmo, em última instância, para o rei. Pelo conjunto documental do Mosteiro de Rio Tinto, sabemos que entre Novembro de 1504 e Setembro de 1524, terá exercido

como juiz ordinário do Couto de Rio Tinto o lavrador João Esteves. Este mesmo juiz foi que esteve envolvido na questão que opôs a abadessa D. Inês Borges a Gomes Pais por causa da ingerência deste último no património e nos privilégios do Mosteiro, obrigando-o em nome do rei, sob pena de pagar 50 cruzados para o Espiritual de Lisboa se não o fizesse, a lançar no Couto pregões para que os detentores de prazos e de outros títulos ou arrendamentos que tivesse do Mosteiro os trouxessem perante ele Gomes Pais para serem reconhecidos. Em 1524, o juiz ordinário do Couto passa a ser João Eanes de Medancelhe, ocupando o mesmo João Esteves agora as funções de porteiro do Couto.

Registo no ICS/ERC 124.920 Depósito Legal: 250931/06 Diretor: Augusto Miguel Silva Almeida Redação: Ricardo Vieira Caldas (TP-1732) Diretor Comercial: Luiz Miguel Almeida Paginação: José Vaz Edição, Redacção, Administração e Propriedade do título: Vivacidade, Sociedade de Comunicação Social, S.A. Administrador: José Ângelo da Costa Pinto Detentores com mais de 10% do capital social: Lógica & Ética, Lda. Sede de Redacção: Rua do Niassa, 133, Sala 1 4250-331 PORTO Colaboradores: Álvaro Gonçalves, Ana Gomes, André Campos, Andreia Sousa, António de Sousa, Bruno Oliveira, Carlos Brás, Catarina Martins, Cristina Nogueira, Domingos Gomes, Guilhermina Ferreira, Henrique de Villalva, Isabel Santos, Joana Isabel Nunes, Joana Silva, José António Ferreira, José Luís Ferreira, Leandro Soares, Leonardo Júnior, Luís Alves, Luísa Sá Santos, Manuel de Matos, Manuel Oliveira, Manuel Teixeira, Margarida Almeida, Michael Seufert, Paulo Amado, Paulo Santos Silva, Pedro Costa, Pedro Santos Ferreira, Rita Ferraz, Rui Nóvoa, Rui Oliveira e Sandra Neves. Impressão: Unipress Tiragem: 10 mil exemplares Sítio na Internet: www.vivacidade.org E-mail: geral@vivacidade.org



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Breves Talho do Povo integra Programa Dá O Talho do Povo, com instalações em São Cosme – Gondomar e Baguim do Monte aderiu ao Programa Dá – Direto Apoio a Famílias Carenciadas do Município de Gondomar, implementado desde 2007. O Talho do Povo pretende com isto tornar real mais um dos seus desejos que é o de ajudar as famílias mais carenciadas que podem agora utilizar os vales de compras mensais para adquirir carne, peixe e derivados alimentares.

Trio armado assalta ourivesaria em Gondomar Uma ourivesaria em S. Cosme, Gondomar, foi assaltada no dia 15 de julho por três indivíduos armados e encapuzados. O assalto ocorreu cerca das 17h45 e ouviram-se disparos no estabelecimento. Maria Castro, proprietária da ourivesaria, não quis adiantar valores, mas considerou o acontecimento “deprimente para quem trabalha”. “É vergonhoso não termos um governo que seja capaz de controlar estas situações”, disse. O caso está agora entregue à PJ.

Mortes por afogamento na praia da Lomba e em Ribeira de Abade Um jovem de 22 anos morreu afogado, no dia 30 de junho, na praia fluvial da Lomba, em Gondomar. O corpo foi encontrado no próprio dia e no exato local onde a vítima tinha sido vista a desaparecer. Já na praia de Ribeira de Abade, em Valbom, Gondomar - e no mesmo dia - deu-se outro afogamento. O corpo do homem foi encontrado um dia depois, também perto da zona onde tinha desaparecido.

Isabel Santos com novo cargo na OSCE

Isabel Santos, vereadora da Câmara Municipal de Gondomar, e deputada pelo

Partido Socialista na Assembleia da República, foi eleita presidente da Comissão da Democracia, Direitos Humanos e Questões Humanitárias da Assembleia Parlamentar da OSCE. A Organização para a Segurança e Cooperação na Europa é a maior organização do mundo a promover a segurança a um nível regional – sendo composta por 57 países. A eleição de Isabel Santos ocorreu em Istambul, na Turquia. O cargo tem a duração de um ano.

Autocarro e veículo pesado colidem em S. Pedro da Cova No dia 9 de julho, um acidente entre um autocarro e um veículo pesado, em S. Pedro da Cova, provocou sete feridos, dois deles em estado mais grave que foram transportados para o hospital Santo António. “Quando o acidente ocorreu houve uma fase de desespero perante a destruição das viaturas, mas o facto de não haver situações mais graves acabou por ser um alívio”, disse Daniel Vieira, presidente da junta de Freguesia de S. Pedro da Cova.

EDP reforça qualidade de serviço em Baguim do Monte A EDP procedeu recentemente à remodelação da rede aérea e da iluminação pública na Rua D. António Castro Meireles, na freguesia de Baguim do Monte. O investimento veio reforçar as condições de segurança da rede e a qualidade de serviço prestada à população local, através da redução e duração de eventuais avarias. O investimento atingiu os 14 mil euros.

PS propõe requalificar Feira da Bela Vista

Espumante Messala vence medalha de ouro O Espumante de Vinho Verde português, produzido pelo gondomarense Messala Gonçalves, de S. Pedro da Cova, recebeu a medalha de ouro na categoria Vinho Verde, no concurso realizado pela Ordem dos

Engenheiros – Região Norte. O espumante produzido há três anos, foi lançado para o mercado este ano e escolhido por engenheiros, enólogos e viticultores, entre mais de 100 vinhos verdes.

Associação Dancingstar realizou 5º sarau de verão

Marco Martins, candidato socialista à Câmara de Gondomar quer requalificar o espaço onde funciona a Feira da Bela Vista, na fronteira entre Fânzeres e S. Pedro da Cova. O projeto com um orçamento de 90 mil euros estará em

execução no início de 2014, segundo o candidato. O objetivo é transformar o local num “espaço polivalente”, sendo que aos sábados se realiza a feira e durante a semana o espaço torna-se uma praça onde as pessoas podem conviver.

Marco Martins inaugura sede de candidatura em São Cosme

A Associação Valboense Dancingstar realizou, no dia 13 de julho, o já tradicional Sarau Anual de Dança. O encontro decorreu no Largo do Souto e deu a conhecer as várias classes e grupos de dança existentes. “Estre-

las” e “Estrelinhas” juntaram-se em palco para assinalar o culminar de mais um ano de intensa atividade para a Associação Valboense Dancingstar – que agrega, um total de 239 praticantes de dança.

No dia 5 de julho foi inaugurada a sede de candidatura de Marco Martins, candidato do Partido Socialista à Câmara Municipal de Gondomar. Situada na Praceta 25 de Abril, nº16, em Gondomar, São Cosme, o espaço procura ser “um local de contacto que permite aos cidadãos dar sugestões, opiniões e críticas”, afirma Marco Martins. Ao Vivacidade o candidato sublinhou que a sede tem o objetivo de informar os gondomarenses e criar “um ponto de encontro, de convívio e acima de tudo um fórum de discussão política”.



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Sociedade: Bombeiros Voluntários

“A população gondomarense, hoj porque tem grandes operacionais

O Vivacidade foi conhecer os quartéis dos Corpos de Bombeiros do concelho de Gondomar. As condições de trabalho, principais recursos e as carência FOTOS: RVC

Texto: Joana Isabel Nunes

Bombeiros Voluntários da Areosa - Rio Tinto

6 6 1 Construído em 2011, o quartel de Rio Tinto é o mais recente do concelho de Gondomar. Costa e Silva, Comandante do Corpo de Bombeiros da cidade, mostra-se satisfeito com as condições do quartel mas considera que os meios não são suficientes. “Precisávamos de manter sempre no ativo cerca de 80 elementos e de ter mais meios financeiros para poder ter mais gente

a tempo inteiro. O que seria desejável era termos uma equipa de intervenção permanente. O sonho era que essas equipas [financiadas 50% pelo Estado e 50% pela Câmara] pudessem estar em todas as Associações de Voluntários”, considera. Em relação aos apoios, Costa e Silva pensa que a Câmara Municipal de Gondomar (CMG) “podia apoiar mais”. “Em termos de orçamento, se compararmos aquilo que gasta a cidade do Porto com o Corpo de Bombeiros profissional, por exemplo, vamos chegar à conclusão que a Câmara gasta muito pouco dinheiro com os bombeiros”, afir-

ma. O Comandante também não concorda que a CMG dê o mesmo apoio a todas as corporações [cerca de 100 000 euros por ano]. “Tem de haver uma discriminação positiva: um corpo de bombeiros com 80 elementos no ativo não pode receber o mesmo que um corpo de bombeiros que tem 30”, considera. Costa e Silva indica a necessidade de substituição de uma ambulância de socorro, mas pensa que não faz sentido os associados suportarem certas despesas. “Vamo-nos endividar para pôr uma ambulância ao serviço do país? Não faz sentido - sendo a nossa missão socorrer - termos como preocupação principal conseguir dinheiro para comprar os meios de socorro”, reitera. Para além da ambulância, o Corpo de Bombeiros necessita de substituir o veículo auto-tanque de que dispõe, de adquirir um veículo de ataque a incêndio florestal com mais capacidade para água e um veículo auto-escada [só existente nos Corpos de Bombeiros de Gondomar e Valbom]. Bombeiros de Gondomar

Voluntários

80 8 7 Já no Corpo de Bombeiros Voluntários de Gondomar, que tem o

maior número de intervenções do concelho, a principal preocupação neste momento prende-se com a parte da emergência pré-hospitalar. “Tem havido nos últimos tempos um aumento bastante significativo de serviços prestados nesse âmbito. E nós, com as cinco ambulâncias de socorro, temos já sérios constrangi-

mentos para corresponder a todos os serviços para que somos solicitados”, confessa Gonçalves Costa, Adjunto de Comando. Em relação aos incêndios florestais, Gonçalves Costa afirma que a corporação tem os meios suficientes, uma vez que não são um Corpo de Bombeiros com uma grande área florestal. “A principal preocupação que temos a esse nível é o facto de estamos numa área de interface urbano-florestal. Qualquer incêndio de médias proporções para nós é muito preocupante”, confessa. O quartel sofreu recentemente obras de ampliação de parque. “Todas as instalações estão em boas condições e é um quartel que nos satisfaz em termos operacionais”, afirma. Em termos de localização, apenas pensa que existem alguns constrangimentos do ponto de vista das saídas. Quanto aos apoios, o Adjunto Costa afirma: “Apesar de sermos ambiciosos, temos de compreender

que a atual conjuntura financeira do país exige grandes sacrifícios e estamos conscientes que a CMG e nomeadamente os seus representantes estiveram sempre à altura das nossas dificuldades e que são um exemplo para seguir pelo resto do país”. Para os bombeiros de Gondomar, a grande aposta é a formação, o treino e a segurança, no que diz respeito por exemplo aos equipamentos de proteção individual. Para além destes fatores, primam também pela inovação. “Somos o segundo corpo de bombeiros no país a ter toda a rede de telecomunicações suportada na rede SIRESP [Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal], quer seja de emergência pré-hospitalar, quer seja de combate a incêndio. É uma importante interligação com as outras entidades [exemplo: Polícia de Segurança Pública, INEM]”, explica. Além disso, o Corpo de Bombeiros de Gondomar é dos poucos no país que tem uma certificação de qualidade [há cerca de cinco corpos de bombeiros no país com esta certificação]. Bombeiros de Melres

Voluntários

37 6 9 5

José Alves, Comandante (Valbom)

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Joel Castro, Segundo Comandante (Melres)

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Gonçalves Costa, Adjunto de Comando (Gondomar)

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Costa e Silva, Comandante (Areosa - Rio Tinto)

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Para Joel Castro, Segundo Comandante dos Bombeiros Voluntários de Melres [e atualmente a exercer funções de comandante interino], sente-se “uma quebra grande a nível de meios humanos.” Essa dificuldade reflete-se a outro

nível: “Estamos num meio rural e não num meio urbano. Portanto durante o dia temos grande parte das pessoas fora”. Joel Castro mostra-se exigente em relação aos meios que possuem: “Na minha maneira de ver nunca são suficientes. Se aparecer aqui uma ocorrência fora do normal, nós não conseguimos resolver sozinhos. Vamos precisar da ajuda de colegas de outras corporações”. Apesar disso, o Comandante Interino refere-se ao quartel como “um quartel de referência”. “As instalações são grandes, temos uma área bastante boa até para adquirirmos e fazermos a formação de que necessitamos. A nível de instalações também é um quartel razoável. Temos os meios todos, como o pavilhão para fazer exercício físico quando há necessidade”, esclarece.


VIVACIDADE JULHO 2013

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je em dia, pode estar descansada s ao serviço da comunidade”

as foram relatadas pelos seus porta-vozes. Ambiciosos, todos mostraram vontade de prestar um serviço cada vez melhor à população gondomarense. FOTOS: RVC

explicar o Segundo Comandante dos Bombeiros de S. Pedro da Cova, Armando Martins. Em relação aos meios, considera que são suficientes em condições normais. Mas, “caso haja mais afluxo de ocorrências, teremos - assim como todos - que recorrer ao apoio dos corpos de bombeiros vizinhos”, conclui. No que diz respeito ao quartel, Armando Martins considera que a localização “é excelente, dado estar

Bombeiros de Valbom

68 8 6 “Como é transversal ao país, as principais carências neste mo-

Área de intervenção

mento são de ordem económica, o que no nosso caso se traduz num parque de veículos envelhecido e uma central de comunicações que embora operacional é limitada em termos de tecnologia”, começa por

praticamente no centro da Freguesia”. Quanto às instalações, “faz falta um parque de treinos, para onde seriam transferidas certas valências, nomeadamente salas de formação, oficina e outras”, conta.

Voluntários

92 9 4 1 Para o Corpo de Bombeiros de Valbom, uma das principais preocupações tem a ver com a área de intervenção. “É uma área imensa e no tocante, por exemplo, à área da Lomba, estamos a falar de uma freguesia que não é contígua a Valbom [distância de 35 a 36 quilómetros], o que prejudica os acessos”, explica o Comandante José Alves. Para além disso, “a freguesia de Valbom tem vias de acesso muito estreitas e ruas onde um carro pesado não passa”, lamenta. “Pessoas e equipamentos estão sempre em falta”, afirma o Comandante. “Para situações normais, nós vamos tendo capacidade de colocar no local da emergência duas a três equipas, o que é extraordinário. No entanto, não estamos preparados para outras situações”, confessa. “A nossa auto-escada já precisava de ter sido substituída se calhar há 10 anos, é uma excelente peça de museu. Mas não há disponibilidade financeira para este tipo de viaturas, são viaturas mesmo muito caras. Ela ainda opera, mas já está a operar no limite de segurança”, conta.

“A nossa frota de viaturas não é renovada na altura em que devia ser. Devido ao elevado custo das viaturas, a substituição de meios é muito difícil. Ou são substituídas pela Autoridade Nacional de Proteção Civil ou então a própria Associação em que o Corpo de Bombeiros se integra teria resposta financeira para recolocar essa viatura, o que não é o caso”, explica. Outra fragilidade tem a ver com o socorro pelos meios aquáticos. “O rio Douro chega a ter um tráfego fluvial de alguns milhares de pessoas ao dia e a primeira resposta

de socorro está profundamente limitada porque o barco de resgate apenas leva quatro a cinco pessoas. Necessitamos de uma embarcação maior”, afirma. O quartel, apesar de ter muitos anos, está em excelentes condições, segundo José Alves, uma vez que parte das instalações foi recuperada há poucos meses. “Precisávamos era de ter mais alguns metros quadrados para parquear viaturas”, acrescenta. “Voluntário por opção, profissional na ação” No concelho de Gondomar existe um sistema de triangulação, o que significa que, para qualquer situação de emergência, existe uma

B. V. Valbom

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Bombeiros Voluntários de S. Pedro da Cova

B. V. São Pedro da Cova

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B. V. Melres

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B. V. Gondomar

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B. V. Areosa - Rio Tinto

resposta de três Corpos de Bombeiros. Apesar das carências sentidas nos quartéis, Gonçalves Costa, Adjunto de Comando do quartel da sede do concelho, valoriza a articulação existente entre todas as corporações gondomarenses. Gonçalves Costa realça o trabalho de todos os bombeiros. “Os recursos humanos são a nossa maior riqueza. Temos de ter muita gratidão pelos bombeiros voluntários que temos. Não interessa ter veículos bons se não tivermos recursos humanos”. E garante: “A população gondomarense, hoje em dia, pode estar descansada porque tem grandes operacionais ao serviço da comunidade.” José Alves, Comandante dos Bombeiros Voluntários de Valbom, concorda. “A fixação dos voluntários nos bombeiros é estruturante mesmo para a sobrevivência dos corpos de bombeiros. Costuma-se dizer: ‘Voluntário por opção, profissional na ação’”, conclui. Legenda

Bombeiros no Corpo Ativo

Veículos de socorro e combate a incêndio / salvamento / apoio

Ambulâncias de socorro / transporte

Veículos de intervenção aquática

Equipa cinotécnica


8 VIVACIDADE JULHO 2013

Sociedade

Fotógrafo de Rio Tinto distinguido com prémio QEP Renato Mendes, fotógrafo da Foto Ilustre, recebeu no dia 13 de julho o prémio QEP, na categoria de casamento. A distinção que visa premiar os melhores fotógrafos europeus foi entregue na Dinamarca. gal, existem 12 certificados QEP, atribuídos na categoria de casa-

Renato Mendes foi vencedor do prémio QEP, na categoria de casamento

mento, sendo que dois deles foram formados pelo próprio, que conta já com uma carreira de 30 anos de fotografia profissional. “É sempre bom ser premiado e haver um reconhecimento do trabalho,

COMUNICADO Considerando o enorme volume de reclamações e o estado em que se encontram muitos arruamentos, a Junta de Freguesia de Rio Tinto informa toda a população que desde o passado dia 1 de março, deixou de ser responsável pela varredura de arruamentos, limpeza de bermas e valetas e recolha de papeleiras, dado a Câmara lhe ter retirado essa competência e entregue a uma empresa privada, a quem concessionou o serviço por 10 anos. Rio Tinto, 16/07/2013 O Executivo da Junta de Freguesia

mas o grau de exigência torna-se superior. As expectativas são muiFOTO: PSF

Após um trabalho de três anos a reunir fotografias de casamentos, Renato Mendes, encorajado pelo pai, família e namorada decidiu enviar um conjunto de 12 imagens para aprovação europeia. O fotógrafo da Foto Ilustre, situada na Rua de Perlinhas, em Rio Tinto, recebeu, na Dinamarca, no dia 13 de julho, o prémio Qualified European Photographer (QEP), atribuído pela Federação Europeia de Fotógrafos (FEP), na categoria de casamento. Em entrevista ao Vivacidade, Renato afirma: “Tento contar uma história nas minhas fotografias. Tecnicamente as fotografias têm que estar bem, mas tento levar as pessoas a pensarem algo sobre a foto”. No trabalho premiado, ba-

seado em vários casamentos, Renato revela que procurou deixar “mistério na foto, com um espaço para a pessoa pensar na fotografia”. O mais recente QEP português não esquece o “orgulho” de vencer o prémio na categoria de casamento, numa área em que é difícil distinguir-se “porque há muita concorrência”, refere. António Mendes, pai de Renato, que recebeu a mesma distinção na categoria de casamento, caracteriza o trabalho do filho como moderno, “porque faz umas fotos diferentes do habitual, que obrigam a pensar” e acredita que a distinção “vem nesse sentido”. O fotógrafo da Foto Ilustre sublinha a importância do prémio QEP, que constitui “uma honra muito grande, pelo facto de na mesma empresa existirem logo dois QEP’s e ainda mais por ser meu filho”. Segundo António, em Portu-

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Texto: Pedro Santos Ferreira

to grandes e mesmo nos trabalhos simples temos que dar o melhor para justificar os títulos que temos”, afirma António Mendes. Em entrevista ao Vivacidade, Sérgio Moreira, assistente de di-

reção da Associação Portuguesa dos Profissionais da Imagem (APPImagem), considera a distinção QEP um reconhecimento técnico e artístico do fotógrafo, um prémio “que não é fácil para qualquer fotógrafo, seja português ou de outro país, daí só existirem menos de 500 QEP atribuídos pela FEP em toda a Europa, num universo de mais de 50 mil fotógrafos de 27 países representados por esta federação”. Renato Mendes procura agora consolidar a carreira de fotógrafo iniciada na Foto Ilustre há cinco anos, com novos trabalhos. O jovem fotógrafo de Rio Tinto admite que os reconhecimentos QEP e da Associação dos Fotógrafos Profissionais (AFP) levam as pessoas a perguntar se o trabalho final pode dar prémio, contudo refere que no momento em que tira a fotografia “não pensa nisso”.



10 VIVACIDADE JULHO 2013

Sociedade

Cerimónia premeia vencedores das quadras populares a S. Pedro No dia 29 de junho o S. Pedro foi o principal protagonista na entrega de prémios do 30.º concurso das Quadras Populares ao S. Pedro, promovido pela Junta de Freguesia e apoiado pelo comércio local.

A iniciativa, que teve lugar no auditório da Junta de Freguesia de S. Pedro da Cova, contou com

O concurso das Quadras Populares ao S. Pedro pretende distinguir, pela sua qualidade, as melhores quadras populares alusivas aos festejos de S. Pedro e ainda estimular e tornar visível o talento de autores na apresentação de traFOTO: LUIZ MIGUEL ALMEIDA

alguns dos participantes do concurso, representantes do comércio local que patrocinou o concurso e representantes da Junta, incluindo o seu presidente, Daniel Vieira.

balhos inéditos. Apesar da dimensão local - que procura ser uma homenagem ao padroeiro da freguesia – as Quadras ao S. Pedro atingiram, este

ano, o nível internacional, tendo havido algumas participações de outros países como, por exemplo, a África do Sul. Pelo terceiro ano consecutivo, a organização decidiu abrir o concurso a outro tipo de público, tendo criado a categoria “Sub18”. “Mais uma vez esta iniciativa assumiu o seu papel de uma tradição desta freguesia e da cultura popular. Pelo número de participantes penso que estamos em condições de dizer que esta é uma ação com futuro”, disse ao Vivacidade Daniel Vieira. “Também na entrega de prémios pôde-se perceber a valorização deste concurso. Esta iniciativa há muito que ultrapassou as barreiras da freguesia e tivemos este ano concorrentes

FOTO: LUIZ MIGUEL ALMEIDA

Texto: Ricardo Vieira Caldas

de todo o país e de outros países, inclusive da África do Sul”, acrescentou. O autarca agradeceu a “todos os comerciantes que, ano após ano, continuam a colaborar com as quadras populares, oferecendo prémios aos vencedores e um agradecimento especial ao Vivacidade que se assumiu como jornal

oficial das quadras populares e que também muito contribuiu para a valorização deste concurso.” “No futuro tudo faremos para que esta iniciativa se possa enraizar nas gerações mais novas e nas escolas para procurar criar outros incentivos para esta camada da população”, finalizou.

Quadras Premiadas ar

1º Lug

, a lapelao, n o v a r mã mc Levo u de cidreira na a, lm Ramo . Pedro na a ão. Levo S or no coraç Meu am te A Pon

2º Lug

ar

Ó meu Passo a amigo São Ped Tenho t s noites a dar ro Só ouçoantos pesadelovoltas s passos e portas . Só tu é s uma ar flor s 3º Lug o lh o os a a v o C dro da São Pe ante de rua, molhos Do visitanjericos aos . Tem mcarícia da lua Sob a Costa Pedro Categoria Sub-18 1º Lugar Cravos e erva-cidreira São perfumes da noita Que se juntam à fogueda E à rusga na madrugadira a. Juvenil


VIVACIDADE JULHO 2013

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Sociedade

Gasómetro encheu Largo da Feira em S. Pedro da Cova O Festival ‘Gasómetro’ voltou a trazer a cultura a S. Pedro da Cova. De 5 a 7 de Feira para assistir ou participar nas diversas iniciativas com o selo da organizados nas palavras mas nunca deixar de dizer as frases. E há de facto instituições e pessoas que merecem ouvir as palavras: Junta de Freguesia de S. Pedro da Cova e particularmente o seu presidente por todo o apoio que nos tem concedido; Câmara Municipal de Gondomar, através do vereador Fernando Paulo e Instituto Português da Juventude”, agradeceu o presidente da Estrelas de Silveirinhos explicando que a associação se prepara, num ano de grandes dificuldades, para inaugurar o maior centro social de S. Pedro da Cova e seguramente um dos maiores do concelho. No fim, termina com: “a vida é curta, não deixem nada por fazer nem nada por dizer, sejam felizes.” FOTO: RVC FOTO: RVC

Opinião do presidente da Junta, Daniel Vieira “O Gasómetro é uma grande iniciativa cultural que prestigia a freguesia e dignifica-a. Mostra que o movimento associativo de S. Pedro da Cova está vivo e está com força. Nos últimos três ou quatro anos temos procurado associar a abertura do Gasómetro à elevação de S. Pedro da Cova a Vila, juntando dois momentos importantes da freguesia. Esta iniciativa mostra também que S. Pedro da Cova mereceu também adquirir o estatuto de vila pela sua dinâmica cultural e associativa. Independentemente do que acontecer nas próximas eleições autárquicas – os futuros executivos da Junta e da Câmara deverão fazer tudo no campo do apoio não só financeiro mas logístico para que o Gasómetro se mantenha. O seu próprio nome é uma homenagem, um símbolo dos mineiros.”

O Gasómetro Este aparelho serve para medir e regular a corrente de um gás, permitindo distribuí-lo sob pressão constante. O Festival ‘Gasómetro’ pretende, com o seu nome, homenagear a população mineira que, em tempos, viveu em S. Pedro da Cova. FOTO: RVC

Entre os dias 5 e 7 de julho realizou-se mais uma edição do Festival ‘Gasómetro’. A 14ª edição do festival que já se tornou numa marca do cartaz cultural oferecido em Gondomar, continua a caracterizar-se por uma oferta abrangente e diversificada. Este ano, proporcionou espetáculos musicais, uma Feira da Saúde, desporto, um tributo aos Xutos e Pontapés, Zumba, atividades para crianças e dança. Nas propostas houve ainda espaço para tasquinhas, exposições e insufláveis. A abertura do festival tem registado espetáculos diferentes todos os anos. Este ano, os ‘Sons e Vozes de Portugal’, com 70 elemen-

tos de coro e orquestra, interpretaram temas de música portuguesa. À semelhança dos últimos anos, comemorou-se também a elevação de S. Pedro da Cova a Vila, completando nesta edição 24 anos. Ainda antes do espetáculo o ‘discurso da casa’ esteve a cargo da Associação Social Estrelas de Silveirinhos – responsável e organizadora do ‘Gasómetro’ – na pessoa do presidente João Fernando Martins. “Este ano o Gasómetro assume características muito especiais. É o último que se realiza em S. Pedro da Cova, tal e qual como conhecemos. Também é o último que é realizado sobre a presidência do atual presidente da Câmara, Major Valentim Loureiro”, começou por dizer João Martins. “É um ano de eleições, devemos ser comedi-

Na foto: João Fernando Martins, Fernando Paulo, Valentim Loureiro e Daniel Vieira

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Texto: Ricardo Vieira Caldas

julho, milhares de pessoas juntaram-se no Largo da ção da Associação Social Estrelas de Silveirinhos.


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Sociedade: Festas de S. Bento das Pêras e S. Cristóvão

Rio Tinto reveste-se de tradição Durante 9 dias, realizaram-se as tradicionais Festas em honra dos padroeiros de Rio Tinto, S. Bento das Pêras e S. Cristóvão. À semelhança dos outros anos, as Festas juntaram milhares de pessoas. Texto: Joana Isabel Nunes

De 6 a 14 de julho realizaram-se mais uma vez as Festas em honra de S. Bento das Pêras e S. Cristóvão. Pela segunda vez consecutiva, a orquestra dos alunos da escola EB 2/3 de Rio Tinto abriu as festas da cidade. Francisco Marcos, presidente da orques-

cidade. Das 8h às 20h30 esteve a atuar a Banda de S. Cristóvão de Rio Tinto, que encerra as festas desde que existe, há 76 anos. Daniel Ribeiro, presidente, lamenta apenas que a banda não participe no restante programa. “Há quezílias do passado, podiam-se ultrapassar. Pessoalmente penso que não fica bem. É a banda da terra, da cidade. Mas respeito a decisão que é FOTO: JIN

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Na foto: Grupo Etnográfico da Escola Preparatória de Rio Tinto

tomada pela comissão de festas.” Marco Martins considera que a Câmara apoia pouco Marco Martins, presidente da Junta de Freguesia de Rio Tinto

Câmara diz que a Junta apoia mais a Festa da Cerveja O vereador da cultura, Fernando Paulo, discorda. “Acho que é importante opinarmos sobre aquilo que diz a Comissão de Festas e não o que diz a Junta de Freguesia”, pensa. E explica: “Este ano aumentamos o apoio às Festas [para 2500 euros], para além do apoio logístico”. “Além disso, a contabilidade não pode ser feita dessa forma: arrecada-se aqui as receitas e aplica-se as receitas ali. Tem que haFOTO: JIN

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Na foto: Majestosa Procissão em Honra de S. Bento das Pêras e S. Cristóvão

e candidato à Câmara Municipal de Gondomar, realça o apoio que a Junta tem dado todos os anos às Festas. “Este ano, demos 1500 euros e ainda suportámos outras atividades. A Junta terá gasto cerca de 3000 euros com as Festas, apesar de receber zero”, confessa.

ver um orçamento, tem que haver prioridades, independentemente da proveniência de receitas”, explica. Fernando Paulo garante também que o modelo de organização das Festas vai mudar. “De facto a Junta foi incapaz de fazer com que

as Festas de S. Bento das Pêras e S. Cristóvão fossem o cartaz principal da cidade, portanto no futuro a Câmara irá assumir esse papel”, revela. O vereador afirma também que a Junta de Freguesia de Rio Tinto investiu muito mais dinheiro na Festa da Cerveja. “Se formos a ver o investimento que a Junta de Freguesia fez na Festa da Cerveja, foi muito mais avultado do que o investimento nas Festas de S. Bento e S. Cristóvão. É uma opção política da Junta que não pode transferir para a Câmara”, considera o autarca. Cristina Castro, que esteve presente na abertura das Festas como representante da Câmara, lembrou que esta é uma altura de campanha eleitoral. “Se essa acusação da Junta surge agora, as pessoas terão também de perceber a altura e o envolvimento em que ela surge. Não surge de uma forma séria e correta”, afirma. “O vereador devia ter vergonha na cara” Marco Martins reage, garantindo que este ano a Junta de Freguesia reduziu o apoio à Festa da Cerveja e aumentou a apoio às Festas de S. Bento e S. Cristóvão. E responde a Fernando Paulo: “O vereador devia ter vergonha na cara por dizer uma coisa dessas”. O presidente da Junta insiste: “É uma vergonha que a Câmara venha cá buscar quase 20 000 euros em receitas e dê apenas 2500 à principal cidade do concelho”. O candidato à Câmara Municipal de Gondomar lembra uma promessa de Valentim Loureiro: “O major prometeu em 2009, na presença do Fernando Paulo, que 50% do valor que a Câmara cobrava pelo aluguer do espaço para os feirantes ia devolver à Comissão de Festas. Até hoje não cumpriu.” O Vivacidade tentou falar com a Comissão de Festas de forma a obter algumas reações e obter um balanço das festas. No entanto, a Comissão não se mostrou disponível.

Alfredo Ferreira, 65 anos “Venho às festas todos os anos, desde há 40 anos. Gosto de tudo em geral, e venho sempre ver a procissão. Gosto mais da parte religiosa do que da parte profana das festas, isso é indiscutível.”

Maria Leão, 49 anos “Gosto da tradição: da procissão, da música, dos cavalos na procissão... Gosto mais da parte profana das festas do que da religiosa, mas também temos de dar valor à parte religiosa.”

Sérgio Teixeira, 53 anos “Venho às festas desde que me lembro. E venho todos os dias, porque moro aqui ao lado. O que me atrai mais é o fogo-de-artifício, o ambiente em geral e o facto de se manterem as tradições. Interessa-me mais a parte histórica e religiosa.”

Cidália Araújo, 65 anos “Gosto da procissão, gosto da música. Mas acho que na procissão deviam participar pessoas mais novas, crianças. Todos os anos estou presente nas festas.”

FOTOS: JIN

tra, realça a importância de fazerem parte da programação festiva. “A orquestra, que surgiu há cerca de dois anos, tem tido várias atuações e está em evolução”, explica. Também no dia de abertura, mas já da parte da noite, realizou-se o 13.º Festival Folclórico organizado pelo Grupo Etnográfico da Escola Preparatória de Rio Tinto. Para a presidente do Grupo, Maria Eduarda Barros, é muito importante que o Festival esteja inserido nas Festas em honra dos padroeiros de Rio Tinto. “Anteriormente, o Festival era realizado no recinto da Escola. Agora, atrai muito mais público e tem uma maior divulgação”, afirma. No dia 11, dia de S. Bento das Pêras, milhares de pessoas saíram à rua para ver o habitual fogo-de-artifício. Já no dia 12, foi a abertura da Feira de Artesanato. No último dia das festas e dia de S. Cristóvão, dia 14, realizou-se a Majestosa Procissão em Honra de S. Bento das Pêras e S. Cristóvão que, mais uma vez, juntou milhares de pessoas no centro da

O presidente critica o que considera ser a falta de apoio por parte da Câmara. “Tal como é habitual, o Município apoia pouco as Festas. São uma fonte de rendimento porque têm 15 a 18 mil euros de receita dos feirantes pelo aluguer dos espaços e o ano passado a Câmara apoiou com 1500 euros, ou seja, deu 10 por cento daquilo que arrecadou. Não sei o valor deste ano, mas não deve ser muito diferente”, afirma. O autarca considera que “devia ser a Junta de Freguesia a gerir a ocupação, a arrecadar receitas e a usar a receita desse benefício para investir nas próprias festas”.



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Sociedade

Triana festeja Nosso Senhor dos Aflitos em agosto De 1 a 5 de agosto, a Triana volta a receber as Grandes Festividades em honra de Nosso Senhor dos Aflitos. A festa tradicional de Rio Tinto que arrasta milhares de pessoas à cidade une, uma vez mais, a fé e a animação.

Na foto: Comissão de Festas do Nosso Senhor dos Aflitos

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As festas em honra do Nosso Senhor dos Aflitos contam com um programa que tem início às 20h30 do dia 1 de agosto, com a missa com homília, seguida da atuação do grupo Maré Alta e terminam no dia 5 de agosto, às 23h com uma Grandiosa Sessão de Fogo Preso. Ao Vivacidade, José Ferreira, membro da Comissão de Festas e responsável pela organização das Grandiosas Festividades em honra de Nosso Senhor dos Aflitos explica que, em relação ao ano passado, a Junta de Freguesia de Rio Tinto contribuiu “com mais 100€, enquanto a Câmara manteve o orçamento”. Já sobre a

promessa deixada, em 2009, por Valentim Loureiro, em que 50% das receitas iam para a Comissão de Festas, José afirma: “Prometeram que recebíamos 50% das receitas e foram mentirosos. Este ano sei que o major e o candidato [Fernando Paulo] vão estar aqui, porque é ano de eleições, e vão ser postos à prova como mentirosos”. Apesar de lamentar a falta de apoios financeiros, José Ferreira considera que “o ritual é o mesmo” e que as festas estão a ser preparadas “como nos anos anteriores”. O Nosso Senhor dos Aflitos recebe este ano a atuação da Banda Vatikano, natural de Lousada, que vem animar a Triana no dia 2 de agosto. No dia 3 de agosto atuam os bombos de Santo André de Vila

FOTO: RVC

Texto: Pedro Santos Ferreira

Boa de Quires, do Marco de Canavezes, e a Associação Folclórica “Cantarinhas da Triana” e no dia 4 de agosto, D. António Taipa, Bispo Auxiliar do Porto irá

fazer um sermão durante a sessão da missa solene com acompanhamento musical, que irá decorrer às 11h. A Comissão de Festas subli-

nhou a importância do Juventus da Triana F.C. e da Associação Folclórica “Cantarinhas da Triana” no apoio que deram à organização das festividades.


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Sociedade

‘Nova’ ETAR de Rio Tinto

entra em funcionamento em setembro

Movimento em defesa do rio duvida dos resultados das análises às águas libertadas. Águas de Gondomar garantem o cumprimento da lei A Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) do Meiral, em Rio Tinto, está a ser alvo de uma modernização. O objetivo do investimento de 4,5 milhões de euros é simples: equipar a ETAR com os instrumentos necessários ao cumprimento de todas as atuais exigências legais. O Movimento em Defesa do rio Tinto (MDRT) condena a descarga das águas feita pela ETAR no rio e não compreende o atraso nas obras. As Águas de Gondomar (AdG) garantem que o arranque da ‘nova’ ETAR é para setembro e explicam que “em 2012 e 2013 o efluente final tratado que é descarregado pela ETAR no Rio Tinto cumpre as condições de descarga impostas na Licença em vigor”. tida pelo Ministério do Ambiente impunha que os efluentes tratados deveriam cumprir determinadas ‘Percentagens de Remoção’ ”. “Esses requisitos sempre foram cum-

FOTO: DR

“Neste momento, o pior agressor do rio Tinto é a ETAR” O membro do Movimento,

Solução para o problema Para o Movimento a solução para toda esta situação é simples: “Só há uma solução. Garantir que a ETAR cumpra a lei e funcione em condições. E depois é não utilizar o rio para a descarga. A única solução – se não se pode utilizar a ETAR do Freixo – é construir um ponto de descarga no Douro e encaminhar da ETAR diretamente

para lá”, explicou o membro. Para o MDRT a pergunta que fica no ar é: “Como é que as Águas de Gondomar justificam um investimento de 4,5 milhões de euros numa ETAR

FOTO: RVC

Paulo Silva é membro e porta-voz do Movimento em Defesa do rio Tinto. Em conversa com o Vivacidade - junto à campanha de sensibilização do Movimento em pleno centro de Rio Tinto – explica em poucas palavras a questão da ETAR que inquieta o Movimento e a atuação das AdG perante o grupo. “Pedimos várias reuniões ao administrador das Águas de Gondomar. As obras da ETAR de Rio Tinto eram para estar concluídas em agosto do ano passado, depois eram em setembro, depois eram em novembro, depois eram em março.”, começa por comentar Paulo Silva. “No meio das informações disseram-nos que não nos davam os resultados da caracterização dos efluentes mas que nos disponibilizavam quando fossemos visitar a ETAR. Pedimos mais uma vez uma visita à ETAR e a última resposta foi: ‘não podemos permitir a visita à ETAR porque a mesma ainda se encontra em obras’. Como a ETAR se encontra em obras – apesar do prazo já estar mais do que ultrapassado – pedimos os resultados da caracterização das águas libertadas no rio Tinto. Resposta do administrador: ‘não tenho nada que vos mandar as análises porque a fiscalização é externa e superior às Águas de Gondomar e é a esses que eu reporto. Os resultados são públicos e não vos dou nada’, acrescentou o porta-voz do Movimento.

Paulo Silva, não se conforma. O grupo visitou recentemente o exterior da ETAR e queixa-se da água que vê no rio, antes e depois da Estação de Tratamento. “O rio continua a chegar transparente até sofrer a agregação do efluente libertado pela ETAR de Rio Tinto!”, queixa-se Paulo Silva que confessou ao Vivacidade que o Movimento já reportou a situação à Administração Regional Hidrográfica do Norte (ARH) e ao Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA). Segundo o porta-voz, o Movimento tem dúvidas de que os resultados da qualidade da água libertada, divulgados pela empresa Águas de Gondomar “sejam os verdadeiros”. “Nós sempre defendemos cientificamente que descarregar um efluente daquele género num rio de tão baixo caudal não é tecnicamente uma solução correta, ainda que possa ser legalmente válida”, afirma. “Como é óbvio não é exatamente igual colocar um efluente no caudal do Douro ou no caudal do rio Tinto”, explica Paulo Silva e logo acrescenta: “o rio está muito melhor do que há uns tempos atrás. Agora uma coisa é certa: neste momento, o pior agressor do rio Tinto é a ETAR. A partir da ETAR para baixo o rio é um autêntico esterco, cheio de lodo e lamas.”

Em baixo: instalações da ETAR já modernizadas

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Texto: Ricardo Vieira Caldas

que no ano anterior à realização da obra cumpre integralmente os valores da licença de descarga?” Águas de Gondomar e Comissão de Acompanhamento justificam obras na ETAR Ao Vivacidade, a empresa Águas de Gondomar elaborou um comunicado onde explica a necessidade das obras na ETAR do Meiral e garante o cumprimento da lei, no que diz respeito às análises das águas libertadas pela estação. Segundo a AdG – concessionária da ETAR desde janeiro de 2002 – “o sistema de tratamento instalado na ETAR de Rio Tinto era desajustado face às soluções tecnológicas atualmente disponíveis e, como é do conhecimento de todas as entidades com interesse na área do ambiente ou da gestão do município, a licença de descarga emi-

pridos, sendo a correspondente informação transmitida a todos os interessados e às entidades oficiais competentes”, lê-se no comunicado enviado à redação. Quanto ao atraso das obras a empresa explica que as mesmas “tiveram início em Fevereiro de 2012 e, de acordo com a calendarização prevista no referido concurso, a sua conclusão deveria ocorrer no final de 2013. Tendo sido, entretanto, decidido realizar os trabalhos da Fase II imediatamente a seguir à conclusão da Fase I, previa-se que a empreitada ficasse concluída no início de Abril de 2013. Alguns atrasos no fornecimento de equipamentos condicionaram o cumprimento daquele objetivo. No entanto, no passado dia 12 de julho foi solicitada vistoria à Direção Regional da Economia do Norte, após a qual todos os equipamentos serão ligados aos novos quadros

elétricos, e a EDP procederá ao necessário aumento de potência”. “Até ao final de agosto prevê-se que os novos equipamentos entrem em funcionamento e se proceda à receção provisória da empreitada. No início de setembro terá lugar a fase de arranque, na qual serão testados e implementados todos os procedimentos de arranque do funcionamento dos novos órgãos e processos de tratamento”, consta também no comunicado. A modernização da ETAR de Rio Tinto permitirá, segundo a AdG, melhorar significativamente o tratamento dos efluentes domésticos naquela Estação, dotando o Município de uma estrutura moderna e capaz de cumprir eficazmente todos os requisitos legais em matéria ambiental. Para José Luís Oliveira, vice-presidente da Câmara Municipal de Gondomar e da Comissão de acompanhamento das obras da ETAR de Rio Tinto, a solução apresentada pelo MDRT não é exequível. “Nós queríamos – e se calhar até custava menos – fazer a ligação do emissário diretamente para a ETAR do Freixo. Mas para isso era preciso que a ETAR do Freixo estivesse disponível para a receber. Gondomar já lá tem 27% da ETAR do Freixo”, diz. Quanto à qualidade da água, para José Luís Oliveira, é uma questão “fácil de perceber”. “A água do rio depois de passar na ETAR tem que ser diferente obrigatoriamente. Nem que da ETAR saísse água bebível seria sempre diferente porque ela provém de um esgoto da população toda de Rio Tinto, passa pela ETAR, é tratada e depois é despejada”, refere o responsável pela Comissão de Acompanhamento da obra.


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Sociedade

Gestrintuna: dos 21 aos 72 anos de idade Tuna gondomarense foi criada por formadores da Actual Gest Nasceu à sete anos, em Gondomar, com os formadores da Actual Gest e logo viu a sua expansão surgir com a entrada de vários outros membros de variadas faixas etárias. Hoje, atua principalmente em Espanha e Itália, é uma das únicas tunas no país [com estas características] e pretende passar a quarentuna, uma tuna essencialmente composta por membros na média dos 40 anos. FOTO: DR

Texto: Ricardo Vieira Caldas

“Começamos a atuar mais fora do que dentro” “Neste momento muitos dos membros já não passaram por tunas académicas mas estão todos ligados à Actual Gest de algu-

FOTO: DR

Antenor Areal, diretor pedagógico e gestor da Actual Gest, fala da tuna que criou – com outros formadores – com carinho e orgulho. Na verdade, é uma das únicas deste tipo no país. “É uma tuna gondomarense. Nasceu com formadores da Actual Gest e, depois da sua fundação, tivemos que tomar uma decisão. Ou ficaríamos com uma tuna de veteranos - com pessoas que passaram por tunas académicas - ou criávamos alguma abertura, com alguns critérios, e aceitávamos pessoal que estivesse interessado e que tivesse algum espírito irreverente e académico, independentemente da idade. E foi isso que fizemos, decidimos abrir”, conta Antenor. “Começou a correr bem, a trazer-nos algumas responsabilidades. No primeiro e segundo ano trabalhou-se muito bem e no final do segundo fomos logo convidados para ir a Itália atuar, num encontro intercultural”, esclarece.

ma forma”, diz Antenor Areal ao Vivacidade. Para já, a Gestrintuna é composta por 37 elementos e ensaia na Ala Nun’Álvares, em Gondomar. Apesar de ensaiarem no concelho, a tuna constituída por ‘jovens’ dos 21 aos 72 anos de idade atua “mais fora do que dentro”. A “competição” é com Itália e principalmente Espanha. “Há muito poucas atuações em Gondomar. Aqui adapta-se o ditado popular: “os santos da casa não fazem milagres”, brinca o gestor da Actual Gest. “Este ano estamos a pensar em fazer

um encontro de tunas aqui”, acrescenta. O próximo objetivo é passar a quarentuna. “A gestrintuna vai passar a ser gestquarentuna. Estamos a legalizar a situação para passarmos muito em breve a ser quarentuna”, refere Antenor. Até agora o grupo já lançou um CD com temas académicos e prepara um segundo – já com cinco músicas originais -, com gravação prevista para setembro.



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Empresas & Negócios

ISMAI: Ensino Superior de eleição para os gondomarenses Já são cerca de 300 e representam 7% da população estudantil do Instituto Superior da Maia. Os gondomarenses optam cada vez mais pelo Ensino Superior privado que oferece melhores condições e garantias de qualidade na aprendizagem. mar disputam os lugares seguintes com números muito próximos.” Nos cursos de especialização tecnológica, segundo Domingos Oliveira Silva, “o ISMAI é a instituição privada com mais alunos do país”. Instituto é PME Excelência Domingos Oliveira Silva não esconde o orgulho que tem no Instituto que lidera. A Maiêutica, entidade instituidora do ISMAI, foi distinguida com o Estatuto PME EXCELÊNCIA 2009, 2010, 2011 e 2012, o que, segundo o presidente, “indicia um projeto educativo robusto.” Trata-se de um estatuto de qualificação empresarial criado pelo IAPMEI (Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e à Inovação), numa parceria com o

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o presidente do Conselho de Direção do ISMAI, Domingos Oliveira Silva, referiu que em qualquer uma das formações - Mestrados, Licenciaturas ou Cursos de Especialização Tecnológica – existe “uma frequência de alunos residentes em todos os concelhos da Área Metropolitana do Porto, predominando os da Maia e Porto, mas Matosinhos, Vila Nova de Gaia e Gondo-

Turismo de Portugal, o Barclays, o Banco Espírito Santo, o Banco Espírito Santo dos Açores, o Banco BPI, a Caixa Geral de Depósitos, o Crédito Agrícola, o Millenium BCP, o Montepio e o Santander Totta. Tal como na Europa e no mundo desenvolvido, os indicadores de qualidade prendem-se com as instalações, equipamentos ade-

quados, investigação científica, intervenção na sociedade envolvente, internacionalização, sucesso profissional dos diplomados, etc. Reconhecimento estrangeiro O Estatuto de PME EXCELÊNCIA não é o único fator de que o Instituto Superior da Maia se pode orgulhar. Na verdade, a visita do presidente da ACES Europe, Gian Francesco Leupatteli, a 2 de julho, em cumprimento do programa de avaliação de candidatura da Maia a Cidade Europeia do Desporto em 2014 trouxe boas notícias, segundo Domingos Oliveira Silva. “Impressionado com o que viu e no momento de anunciar o resultado favorável, no dia 3 de julho, em público, enfatizou a qualidade e a importância do ISMAI. Não me surpreende que alguém que, certamente, conhece inúmeras Faculdades integradas em Universidades antigas como em Florença, Siena, Bolonha, Praga, Varsóvia, Budapeste, Dublin, Cambridge, Oxford, Paris, Lyon, Cracóvia e outras na Europa, seja capaz de resistir a estabelecer comparações. Os nossos alunos envolvidos no programa Erasmus também o fazem e quando regressam das Universidades que os acolheram, respeitam e admiram os pontos fortes de cada uma, mas manifestam-se com orgulho, com as condições proporcionadas no ISMAI. É verdade que nas Universidades tradicionais, como

se trata de um processo dinâmico, o contraste entre o antigo e o moderno ressalta, mas as funções e a estrutura organizativa têm que dar respostas na conjuntura e em contextos atuais”, explicou o presi-

com aproveitamento a todas as disciplinas já não têm que repetir o percurso escolar no ensino normal. No ISMAI há possibilidades de evitar perder um ano. Por um lado, poderão inscrever-se nos FOTO: DR

FOTO: DR

Na foto: o presidente do Conselho de Direção do ISMAI, Domingos Oliveira Silva

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Muitos dos futuros universitários gondomarenses já sabem onde vão estudar no próximo ano letivo. O Instituto Superior da Maia atinge uma população estudantil de cerca de 5000 alunos e 7% deles são de Gondomar. A confirmar a atual tendência, entrarão no próximo ano letivo mais de uma centena de alunos de Gondomar para frequentar licenciaturas, mestrados e cursos de especialização tecnológica. O ISMAI dispõe de alguns protocolos com instituições do concelho de Gondomar para a realização de estágios. Um exemplo disso é o protocolo com o Gondomar Sport Clube para estudantes que desejem integrar o curso de Educação Física e Desporto. Em entrevista ao Vivacidade,

O que diferencia o ISMAI? Hoje, o ISMAI é uma das instituições de ensino superior com estatuto de instituição universitária bem definido, onde prevalece uma forte cultura de avaliação que permitiu que que se submetesse a uma avaliação internacional pela Associação das Universidades Europeias (EUA), assim como dos cursos em funcionamento, à Agencia de Avaliação e Acreditação (A3ES), com tranquilidade e confiança.

dente da Direção do ISMAI. “Na perspetiva da realidade global, os novos diplomados, independentemente da origem da formação, têm que ser capazes de concorrer com europeus e os de todo o mundo. Ou estão aptos e competentes e tem êxito assegurado, ou não estão e espera-os o insucesso”, acrescentou o presidente. Para quem ainda não terminou o 12º ano de escolaridade Os alunos do ensino secundário que não terminaram o ano

Cursos de Especialização Tecnológica (CET) que, após a sua conclusão num ano ou ano e meio, permitem a inserção na vida ativa, ou se preferirem o prosseguimento de estudos nas licenciaturas. Por outro lado, poderão inscrever-se e frequentar unidades curriculares isoladas nos cursos de licenciatura preferidos, sendo creditadas logo que completem o 12º ano. Para o presidente do Conselho de Direção do ISMAI, Domingos Oliveira Silva, “abandonar estudos será sempre um problema, nunca uma solução.”


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Empresas & Negócios

Há um novo espaço no concelho

MultiOpticas chegou ao centro de Gondomar A ideia da abertura de uma MultiOpticas em Gondomar surge, para os proprietários Rui Tavarela e Hugo Ferreira, pelo facto de não haver nenhuma loja da cadeia na cidade. A rua 25 de Abril pareceu para os dois o local ideal para instalar a marca líder no mercado óptico.

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A dimensão, localização e índices de desenvolvimento da cidade de Gondomar não poderiam passar despercebidos aos olhos de Rui Tavarela e Hugo Ferreira. Em entrevista ao Vivacidade, os proprietários explicam que “no passado, já existiu uma loja MultiOpticas na cidade de Gondomar, mas há mais de três anos que já não estava presente no centro da cidade”. “Os Gondomarenses há muito tempo que reclamam o facto de não haver

uma loja no centro. Agora, findo um longo período, estamos localizados na Rua 25 de Abril n.º 29 que é a única loja MultiOpticas no centro da cidade”, afirmam. Os donos da nova MultiOpticas - que têm atualmente seis lojas em regime de franchising, em Espinho, Póvoa do Varzim, Santo Tirso, Vila do Conde, Maia e agora Gondomar - destacam “a campanha de abertura de loja em que oferecem aos clientes um vale de 50€ a quem comprar

FOTO: DR

FOTO: DR

Na foto: Rui Tavarela, Hugo Ferreira com Rui Borges, CEO da MultiOpticas

uns óculos completos (armação + 2 lentes) e descontos de 20% em todos os óculos de sol e lentes de contacto (fora de campanha).” CEO da MultiOpticas esteve presente na inauguração Na data da inauguração da loja, a 10 de julho, o CEO da cadeia líder na Ótica em Portugal, Rui Borges, explicou que “no caso concreto desta loja em Gondomar, o significado da sua abertura é ainda maior pois sendo uma loja franquiada, isso traduz-se como sinónimo de confiança dos parceiros franquiados, sobretudo num contexto económico em que o investimento e a criação de emprego, escasseiam no país.” “Consideramo-nos com muito orgulho, uma empresa de raiz portuguesa, gerida por portugueses, conhecedora do mercado nacional, presentes há 25 anos. Contudo, o facto de

fazermos parte do maior grupo Europeu de Ótica, presente em 41 países da Europa, América latina e Asia, com mais de 5,000 lojas e

empregando mais de 22,000 colaboradores, dá-nos uma enorme sinergia e suporte à nossa Estratégia”, acrescentou o CEO.

- Galardão “Marca de Confiança dos Portugueses” - Atendimento personalizado por pessoal profissional e com formação na área - Consultas de optometria e contactologia gratuitas - Horário de atendimento alargado - abertos à hora de almoço e sábado todo o dia - Seguro de garantia e satisfação gratuito - Seleção de produtos de marcas próprias bem como a grande maioria das marcas internacionais ao melhor preço de mercado - Acordos com as principais instituições comparticipadoras, e protocolos locais e nacionais com grandes vantagens de descontos, campanhas permanentes de marketing altamente apelativas - Facilidade de pagamento e financiamento - Rede de 150 lojas espalhadas por todo o país

Escritórios Low Cost permitem às empresas a expansão a baixo custo Não têm investimento inicial, usufruem de infra-estruturas semelhantes às de uma grande empresa e dispõem de espaço à medida das necessidades. Estas são algumas das vantagens dos Escritórios Low Cost. O conceito é de sucesso numa época de contenção para as empresas. Texto: Joana Isabel Nunes

tro de escritórios Low Cost surgiu “mediante a conjuntura económica e recessão inerente”, contextualiza o administrador. “Se por um lado a Cidmon dispõe de espaço e infra-estruturas demasiado grandes para as suas reais necessidades atuais, a verdade é que há um número crescente de profissionais e empresas que se vêem obrigados a reduzir custos e outras a necessita-

rem de evoluir mas com um risco calculado. Digamos que, no fundo, juntamos o útil ao agradável”, esclarece. O administrador considera que são imensas as vantagens deste tipo de conceito: “Não tem investimento inicial; usufrui de infra-estruturas semelhantes às de uma grande empresa, por um preço irrisório; dispõe de espaço à medida das necessidades; alguém se preocupa por pagar a água, a luz, a internet, etc e não se sente só”. “Mas tem contudo privacidade, dispõe de sala de reuniões, zona de bar e local para aquecer as refeições, entre outros”, acrescenta. Luis Megre afirma que foi conseguido no Centro de Escritórios em S. Pedro da Cova “um ambiente despretensioso mas confortável,

até com um carisma muito próprio”, já que foram mantidas as antigas secretárias e até apontamentos “com muita história e significado até para a própria terra”. FOTO: JIN

FOTO: JIN

Em S. Pedro da Cova, Gondomar, está disponível um Centro de Escritórios a baixo custo. Luis Megre, administrador da empresa que gere os escritórios [a empresa Cidmon] explica que os Escritórios Low Cost ou Coworking Low Cost consistem em “obter um espaço físico de trabalho, já equipado e com vários serviços inerentes, de forma a se poder trabalhar a um preço consideravelmente mais baixo do que o normal”. Para fazer crescer o negócio, pode-se optar por um escritório individual - apropriado, por exemplo, para consultórios - ou um escritório partilhado, com mais do que uma secretária. Para

além dos escritórios “físicos”, existem os escritórios virtuais. A ideia da criação de um cen-

Escritórios virtuais são o ideal para pequenas e médias empresas “Os escritórios virtuais têm bastante procura para domiciliação de correspondência principalmente por empresas externas que procuram expansão sem custos elevados”, explica Luis Megre. “É o ideal para os profissionais liberais

ou pequenas e médias empresas, por exemplo das zonas centro e sul do país e que têm a necessidade de reunir no norte com os seus clientes e/ou colaboradores”, acrescenta. Nos escritórios virtuais, são prestados os seguintes serviços: utilização de morada para domiciliação social e fiscal, atendimento telefónico geral (não personalizado), atendimento telefónico personalizado, serviço de Portaria, horas mensais de utilização de salas, horas mensais de utilização de parque de estacionamento e serviço de secretariado, que inclui receção de correspondência e reenvio de correio e fax. O conceito de Escritórios Low Cost já existe há vários anos em muitos países mas ainda é muito recente em Portugal.



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Empresas & Negócios

‘Poster Digital’ no pódio das impressões Empresa de Gondomar queixa-se de falta de apoio do município

Movimenta cerca de um milhão de euros por ano e emprega quase duas dezenas de pessoas. A impressão digital é a sua especialidade e o mercado é vasto. Portugal, Espanha, Brasil, Angola e vários outros países já são destino habitual para as ‘obras de arte’ que são impressas em Gondomar. FOTO: DR

Nascida há 16 anos a ‘Poster Digital’ já não passa despercebida no mercado nacional e internacional das impressões digitais. Tendo começado precisamente com posters, a empresa tem-se adaptando ao mercado e acompanha a evolução no ramo. Dos vinis - para a decoração de viaturas – passaram para a impressão UV - que imprime em todo o tipo de suportes, madeira, acrílico, esferovite etc. - e hoje segue também a moda em termos de impressão têxtil de grande formato. Paulo Silva, diretor da ‘Poster Digital’, explica ao Vivacidade que a impressão evoluiu muito ao longo dos anos e que, por exemplo, “o têxtil, voltou a estar na moda”. Este ano, a empresa adquiriu também uma máquina nova de tecnologia látex que, entre outras coisas, permite imprimir papéis de parede. Mas as novidades não ficam por aqui. Segundo Paulo Silva, a ‘Poster Digital’ encontra-se em negociações para adquirir uma tecnologia digital que imprime com aromas. “São posters com aromas que duram até um ano”, afirma o diretor. Empresa em expansão Sediada em S. Cosme (Gondomar) junto à fronteira com Valbom, a empresa dispõe de um showroom no Porto e dois escritórios, um em Lisboa e outro em S. Paulo, no Brasil. Apesar da internacionalização da empresa, Paulo Silva faz questão de frisar que “toda a produção da empresa é feita em Gondomar”. Aliás, o principal mercado da ‘Poster Digital’ é mesmo Portugal, com a elaboração de trabalhos de impressão para empresas nacionais como Pingo Doce, Licor Beirão, Tintas Cin e Turismo de Portugal. O principal segredo para o sucesso da firma? “Sempre fomos muito exigentes com a qualidade da impressão”, responde o diretor.

“Quando é que se criam condições para nos instalarmos em Gondomar?” Apesar do sucesso no ramo da impressão digital, Paulo Silva confronta-se – há 16 anos – com um problema que o entristece. A localização da ‘Poster Digital’, junto à saída de Valbom do IC29, é na opinião do diretor “excelente”. Contudo, os últimos 50 metros para chegar à empresa são “deploráveis”. Com uma passagem estreita e escondida, a rua – de terra batida e com vários buracos – não oferece condições de passagem e segurança aos clientes e fornecedores da empresa. “Muitos dos fornecedores que chegam com o material, ficam à entrada da rua”, explica Paulo Silva. “Mesmo que exista uma seta [que existe] as pessoas olham para uma rua estreita e cheia de buracos e pensam: ´é aqui?! Não deve ser.’”, acrescenta. “Até agora o nosso contacto era com a Junta [de S. Cosme]. Vinham aí e tapavam uns buracos. No ano passado, o presidente da Junta [José António Macedo] disse que agora a questão deixava de ser da sua responsabilidade. Hoje não temos nem a Câmara nem a Junta a resolver a questão”, lamenta Paulo Silva. Apesar de a ‘Poster Digital’ já ter cedido à autarquia o terreno ao lado [para alargamento da rua] ainda nada foi feito e o diretor não percebe porquê. “Nós vendemos imagem. Andamos com isto há muitos anos. Este ano, no primeiro semestre, crescemos 23% em relação ao ano passado. Vamos contratar pessoas e estamos sediados em Gondomar. “Quando é que se criam condições para nos instalarmos em Gondomar?”, questiona o diretor da ‘Poster Digital’. Para já, a empresa continuará a receber muitos dos seus clientes e fornecedores às portas da rua Sacadura Cabral, a 50 metros da sede, na esperança de uma pequena obra de alargamento e manutenção, por parte do município.



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Desporto

Sport Clube Rio Tinto festejou 90 anos de existência Já passaram 90 anos desde a fundação do Sport Clube Rio Tinto. A instituição, que já atravessou momentos bastante difíceis, toma agora um novo fôlego. Garantir melhores condições para a prática desportiva é um dos principais objetivos neste momento.

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assumir que, até finais de 2014, vão estar reunidas as condições necessárias para concentrar aqui toda a atividade”, garantiu o vereador, que acrescentou que “é do interesse da Câmara tomar a posse do campo da Ferraria”, onde joga a formação do Sport Clube de Rio Tinto. Fernando Paulo foi mais longe e, enquanto candidato à Câmara Municipal de Gondomar, propôs-se a realizar um desejo antigo do Sport Clube: voltar a ter a modalidade de hóquei em patins. Também presente no jantar esteve o presidente da Associação de Futebol do Porto, Lourenço Pinto, que realçou o “conjunto de obras extraordinárias que manti-

“A formação é o futuro do Sport Clube de Rio Tinto” Jorge Madureira, presidente do clube há um ano, já faz parte da vida do Sport há cerca de 20 anos, como dirigente desportivo [responsável pelo futebol e vice-presidente]. O presidente destaca a tentativa de evolução do clube a que a nova direção se propôs. “Quando tomámos posse, tentámos dar a perceber às pessoas que, a nível de organização interna, queríamos alterar bastante o clube”, conta. O primeiro objetivo era o equilíbrio financeiro. “Queríamos sanear as contas do clube.

Na foto: Jorge Madureira, presidente do Sport Clube de Rio Tinto

trás”, explica. A nível de objetivos desportivos, o Sport conseguiu a subida de divisão e conseguiu a manutenção das equipas de formação. Para já, o balanço é positivo. “Os objetivos a que nos propusemos conseguimos obtê-los praticamente a 90%, senão mais. Com alguma surpresa até porque nunca pensámos conseguir tanto”, confessa. Jorge Madureira pensa também que os sócios já com-

próprios associados, rentabilizar mais as instalações e tentar criar condições para que as pessoas se sintam bem, com dignidade”. Neste momento, o objetivo da direção é ir “consolidando as coisas que se estão a fazer e tentar que a formação tenha mais condições”. “A formação é o futuro do Sport Clube de Rio Tinto. Temos consciência de que os pais dos miúdos da nossa formação e de outros que poderão vir no

preenderam aquilo que a nova direção quer para o clube, que é a “aproximação dos mesmos”. O presidente considera necessário fazer uma “atualização dos

futuro - sentem mais confiança se tiverem condições para ter cá os filhos. É por aí que nós pensamos que podemos crescer também”, esclarece.

FOTO: DR

Durante os tradicionais discursos, foram focadas várias vezes as dificuldades por que o clube passou nos últimos tempos, nomeadamente a nível financeiro. O presidente da Junta de Freguesia de Rio Tinto, Marco Martins, reconheceu o trabalho que foi feito no Sport, classificando-o como uma referência internacional. “É um clube independente, de garra e vitória”, afirmou. Marco Martins mostrou-se também preocupado com as condições em que os jogadores, nomeadamente as camadas mais jovens, praticam desporto. O autarca demonstrou vontade em resolver a questão e criar as condições necessárias para que o Sport

veram o clube com raízes sólidas, com princípios, com valores, com respeito”. “Desejo que a direção possa dar caminho a este clube que bem merece”, afirmou. Nas comemorações dos seus 90 anos de existência, o Sport Clube Rio Tinto organizou também um torneio quadrangular para as camadas jovens, que se disputou de 15 a 30 de junho.

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O Sport Clube Rio Tinto festejou 90 anos. O clube, fundado a 1 de julho de 1923, comemorou o seu aniversário com um jantar solene, no mais recente salão do Estádio de Rio Tinto, onde estiveram presentes estiveram várias entidades.

Clube de Rio Tinto passe a ter um complexo desportivo em que se concentre toda a sua atividade. Uma questão que o vereador do desporto da Câmara Municipal de Gondomar, Fernando Paulo, também focou: “É verdade que há muito tempo que a Câmara quer resolver definitivamente a questão do complexo e concentrar aqui toda a atividade desportiva. Hoje temos condições para

FOTO: RVC

Texto: Joana Isabel Nunes

Acho que o fizemos. Neste momento as dívidas que o clube tem são dívidas correntes. Não temos dívidas antigas e pagámos uma boa fatia daquilo que estava para


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Desporto

ADCMU Areias vence III Torneio Manolito A Associação Desportiva Comissão de Moradores Urbanos Areias venceu a terceira edição do torneio Manolito, ao bater o Projeto “A Escolha é Tua” na final, por 2-4. O evento contou com uma novidade, a apresentação da equipa sénior feminina do Juventus da Triana FC.

Nos dias 20 e 21 de julho, realizou-se o III Torneio Manolito, no Pavilhão da Escola Secundária de Rio Tinto, onde oito equipas disputaram a competição que visa homenagear o fundador, dirigente e atleta do Juventus da Triana FC. A Associação Desportiva Comissão de Moradores Urbanos Areias (ADCMU Areias) venceu o torneio ao derrotar o Projeto “A Escolha é Tua” na final, por 2-4. A equipa sagrou-se vencedora sem derrotas e festejou a conquista do título com euforia. Ao jornal Vivacidade, Manuel Pinto, tesoureiro do Juventus da Triana, explica o objetivo da competição: “O objetivo é não deixar esquecer o nome do Manolito. Ainda hoje muita gente conhece a personalidade e a ideia é dar a conhecer aos miúdos o que ele fez pelo associativismo”.

A terceira edição do torneio Manolito contou ainda com uma novidade, a apresentação da equipa sénior feminina do Juventus da Triana que defrontou a Associação Desportiva e Cultural de Teibas. Manuel Pinto não tem dúvidas quanto à possibilidade de realizar uma quarta edição: “É apanágio enquanto esta direção lá estiver fazer sempre o torneio Manolito porque ele bem merece”. Os atletas Bruno Rodrigues, do Projeto “A Escolha é Tua”, e Ivo Almeida, do Juventus da Triana F. C., foram distinguidos com o prémio de melhor marcador e melhor defesa da competição, respetivamente. Já o F. C. Unidos Pinheirense levou para casa a Taça de Disciplina. José Abreu é o novo presidente do Juventus da Triana A nova direção do Juventus da Triana Futebol Clube tomou posse no dia 12 de julho, com José Abreu, sócio nº8, a regressar

à presidência do clube. Os adeptos reuniram-se às 22h, na sede da equipa, na Rua da Escola, em Rio Tinto, para assistirem ao início de funções do 7º Presidente na história do Juventus da Triana. Chamados um a um por Vítor Azevedo, reeleito para o cargo de Presidente da Assembleia Geral, os sócios mandataram a nova direção para os próximos dois anos. Dezenas de adeptos e familiares assistiram ao discurso do presidente, que prometeu conseguir uma nova carrinha para o clube, “se possível, no final do ano”. Em declarações ao Vivacidade, José Abreu prometeu um trabalho de continuidade: “a grande aposta vai ser manter as equipas que temos e fazer obras na nossa sede. Manter o que está e melhorar o que temos.” O presidente considera “uma honra e um privilégio” poder regressar à liderança do Juventus da Triana, após a saída do ex-presidente Celestino Mirancos, que esteve ausente na cerimónia de tomada

Na foto: José Abreu, novo presidente do Juventus da Triana

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Texto: Pedro Santos Ferreira

de posse. “Esta direção pretende manter os escalões em funcionamento – infantis, iniciados e juniores – e pela primeira vez vai ter futebol sénior feminino”, disse Vítor Azevedo. O Presidente da Assembleia Geral, espera que a aposta da direção no futebol fe-

minino tenha resultados, com o objetivo de atingir o melhor resultado possível e tentar subir de divisão. O Juventus da Triana F. C. foi fundado em 1974 e conta atualmente com equipas de futebol de 11, atletismo, futsal e futebol sénior feminino.


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Desporto

Grupo Desportivo e Coral de Fânzeres procura apoios para ultrapassar situação financeira difícil A Comissão Administrativa do Grupo Desportivo e Coral de Fânzeres quer “limpar a imagem do clube”, que em ano e meio passou de uma situação financeira estável para muito má. O clube com êxitos no hóquei em patins e na patinagem artística procura donativos e patrocínios.

Na foto: Selénio Pinto, Moisés Rodrigues e Mário Brandão

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“Uma escola para os atletas que tem formado campeões nacionais.” É assim que Mário Brandão, sócio do Grupo Desportivo e Coral de Fânzeres, que integra a Comissão Administrativa em funções, define o clube com 84 anos de história. Poucos dias depois da tomada de posse, a Comissão composta por Moisés Rodrigues, Selénio Pinto e Mário Brandão, explicou ao Vivacidade as dificuldades que o Grupo Desportivo atravessa, após ter conseguido uma situação financeira estável, destruída pela má gestão da direção anterior, que apresentou a demissão em junho,

por falta de condições. Com vontade de mudar o rumo e apresentar medidas concretas para saldar as contas, a comissão destaca os painéis publicitários do Pavilhão Gimnodesportivo Municipal, com preços que vão desde os 50 aos 300 euros, por ano. Os membros da Comissão, contemplam também a hipótese de pela primeira vez, o clube poder vir a ter patrocínios nos equipamentos, que deverão rondar os mesmos valores do pavilhão. “Queremos saldar todas as contas e limpar a imagem do clube”, afirma Selénio Pinto, ex-Presidente do Conselho Fiscal, que em 2011 alertou a direção para o aumento das despesas com água e luz. “Com o período de má gestão dos últi-

FOTO: PSF

Texto: Pedro Santos Ferreira

mos dois anos, na próxima época vamos ter menos duas equipas [juniores e feminino sénior], mas esperamos recuperar esses escalões nas próximas épocas”, afirma Moisés Rodrigues. O clube que em hóquei em patins já chegou a disputar jogos com o F. C. Porto, Valongo e Gulpilhares terá na próxima época o desafio de jogar na segunda divisão nacional, no escalão sénior masculino, uma competição disputada a Norte e

Gondomar recebeu a 7ª edição das Jornadas Aquáticas FOTO: DR

O Pelouro do Desporto da Câmara Municipal de Gondomar realizou, durante todo o mês de junho, as “Jornadas Aquáticas”. As atividades realizaram-se nos sete Complexos das Piscinas Municipais de Gondomar, que estiveram abertas aos utilizadores. Já na sua sétima edição, as “Jornadas Aquáticas” têm por objetivo estimular a exercitação lúdico-desportiva e proporcionar convívio aos mais de 17.000 utentes destes espaços.

Em paralelo, além de se promover e sensibilizar para a riqueza das atividades aquáticas junto de toda a comunidade, também se procede à identificação de alunos que reúnam potenciais qualidades para, eventualmente, virem a integrar a via competitiva. Das várias propostas, em distintos locais, destaca-se a realização de provas de Natação, torneios de Pólo aquático, piqueniques, ou mega-aulas de hidroginástica.

Centro do país. No entanto, para competir será necessário inscrever os jogadores e para isso o clube precisa de dinheiro. Para alcançar este objetivo, a Comissão Administrativa já avançou com algumas iniciativas como por exemplo, as vendas de garagem de produtos novos e seminovos, que se realizam às terças e quintas-feiras das 18h às 20h e aos fins de semana das 10h às 12h30, no pavilhão do clube, na Rua de São Tiago,

em Fânzeres. De acordo com Moisés Rodrigues, o clube está disponível para falar com todos os interessados em ajudar, que poderão contactar a Comissão, interessada em “aproximar as empresas da zona ao clube. O ex-Presidente da Assembleia Geral garante que o projeto de formação do clube que já levou jogadores como André Azevedo e Viterbo à seleção nacional fica agora suspenso, sendo que o desejo é “retomar essa estratégia do clube o mais depressa possível”. Ao nível da patinagem artística, o Grupo Coral e Desportivo de Fânzeres tem vindo a apostar nas camadas jovens e foi campeão distrital da modalidade, durante cinco anos.



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Entrevista: Valentim Loureiro

Se perguntar quem é “o Major” em qualquer lado, dirão que sou eu, quando há umas centenas de majores no país Valentim Loureiro vai deixar o executivo da Câmara de Gondomar já em setembro. Sem papas na língua, falou sobre os mais variados assuntos que marcaram o seu mandato e a sua pessoa. À conversa com o Vivacidade, o major deixa o cheiro a despedida e faz uma retrospetiva dos seus 20 anos à frente da autarquia. Entrevista: Ricardo Vieira Caldas Joana Isabel Nunes Pedro Santos Ferreira Fotos: Joana Isabel Nunes

É conhecido como Major Valentim Loureiro. O cargo militar diz muito sobre a sua pessoa ou a robustez da profissão nada tem a ver consigo atualmente? Eu fui educado numa escola militar [Academia Militar] - depois de ter passado pela Escola Comercial e Industrial de Viseu e pelo Instituto Comercial no Porto - e tirei o curso superior de Administração Militar. Portanto tem tudo a ver com isso. Continuo a ser militar, mas estou reformado e agora não recebo qualquer pensão. Depois derivei para a área empresarial e o futebol tornou-me público, no Boavista. O Major Valentim Loureiro é conhecido por isso. É evidente que se perguntar quem é “o Major” em qualquer lado, dirão que sou eu, quando há umas centenas de majores no país. Estou muito identificado com o termo “major”. Aqui há tempos, ouvi umas críticas de que para liderar Gondomar era preciso uma pessoa da terra. De facto eu não era da terra mas fui muito requisitado para vir para cá. E a verdade é que, tendo vindo para aqui, acabei por dar nome e expressão a Gondomar.

Vai ter pena de deixar de ser o presidente da Câmara? Vou. Sabe que são 20 anos. É uma vida. Trabalhei muito para Gondomar e para os gondomarenses e recebi de Gondomar e dos gondomarenses carinho, amizade, apoio e estou ligado aos gondomarenses e tenho a certeza de que eles, na sua maioria, também estão ligados a mim. 20 anos passaram depressa ou devagar? Correram ao ritmo normal.

Cinco eleições, cinco vitórias. Umas mais expressivas, outras menos. O ditado “quem corre por gosto não cansa” aplica-se bem ao seu percurso diário casa-trabalho ou chegou a uma fase em que já está cansado? Aplica. É evidente que já vou tendo uma idadezinha, alguns problemas de saúde. Tive tuberculose aos 20 anos, uma doençazinha ou outra, mas não sou uma pessoa doente. Ainda há três anos correu

o boato de que tinha morrido mas estou aqui que nem um pêro. Estamos a entrevistá-lo numa quinta-feira. Mas nos seus discursos afirma muitas vezes que, no plano pessoal, as sextas-feiras são muito importantes para si. Porquê? Sexta-feira é um dia como os outros mas, do ponto de vista familiar, é o dia em que os meus filhos e os meus netos vão jantar a minha casa. Também numa sexta-feira treze, há 20 e tal anos, saiu-

-me o primeiro prémio na lotaria de Santo António, 130 mil contos. Gosto das sextas-feiras como gosto dos sábados ou dos domingos mas, de facto, a ida dos meus filhos e dos meus netos a minha casa em que temos oportunidade de conversar e limar algumas arestas – é um dia especial para mim. Eu sou um homem de família. Tenho seis filhos e onze netos. A partir de setembro vai dedicar mais algum tempo à sua família? Seguramente, a partir de 29 de setembro, vou ter mais tempo porque deixo a função executiva. As críticas ao facto de a sua filha ser vereadora na Câmara incomodam-no? A minha filha foi vereadora por um acaso. Porque nas eleições de há oito anos – em que elegi oito membros – ela ia em nono lugar. Portanto não era para entrar, era para preencher. Por acaso, o candidato a vereador que foi em quarto ou quinto desistiu mal nós fomos eleitos. E, portanto ela subiu por causa disso. E ela como estava na lista ficaria mal não aceitar. Mas nunca previ que fosse entrar. Mas apesar de ser minha filha é vereadora, faz o papel dela. Na Câmara não há familiaridades, ela cumpre o dever dela, eu cumpro o meu.


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Entrevista: Valentim Loureiro

É uma grande dívida que eu tenho com os depois de tudo o que saiu na comunicação A sua pessoa é muitas vezes relacionada com os eletrodomésticos... Quando me candidatei a Gondomar, fiz uma campanha inicial de apresentação às pessoas e fiz uma visita às escolas primárias. E, numa escola, conversei com a professora e ela disse que os políticos eram todos iguais e mais não sei quê. Perguntei-lhe porquê. Ela disse-me “ainda agora mandaram-me para aqui umas cassetes com aulas de ginástica e como é que eu dou as aulas? Não temos televi-

sidente, e enfrentei-o. Na altura ele nem era presidente do partido, não era nada. Discutimos o assunto e eu mandei-o a uma certa parte. Pronto, talvez não o devesse ter feito. A verdade é que a partir daí, quando ele chegou a presidente do partido, quis ajustar contas e como tinha um processo de futebol com o Gondomar, achou que não podia ser candidato. Mas não foi uma decisão do coletivo da comissão política. Foi uma decisão dele. Claro que, na altura, nessa comissão política estava o Passos Coelho e

por ele – também alinhei. Como sou um homem de palavra, quando ele avançou com a candidatura, também lhe disse que o apoiava. Eu era do PSD e o partido fez-me um processo em que me aplicaram dois anos de suspensão. A verdade é que eu apoiei Mário Soares, o que demonstra que, de facto, sou independente. No caso de Fernando Paulo não vencer estas eleições, o projeto do Movimento Independente terá continuidade?

Gondomar tem que ter um presidente que seja uma personalidade, não pode ter um “Zé dos anzóis”

sor, vídeo...” Eu virei-me para ela e perguntei-lhe se o problema do vídeo é que a impedia de dar as aulas bem. E ela perguntou “porquê? Oferece-me um?”. Desafiou-me e na minha maneira rápida de responder – e não medindo bem as consequências – disse que ela iria ter o televisor e o vídeo e mandei entregar lá na escola. Ela não sabia que eu era um homem de palavra. Dois dias depois, a continuar a visitar as escolas, abordaram-me: “então nós não temos direito?”. Não havia escola onde eu chegasse que não me falassem no vídeo e no televisor. Liguei ao meu sócio [da empresa de eletrodomésticos] e mandei vir 80 vídeos e 80 televisores e dei-os às escolas. Não foi a nenhum particular, como mentem muitas vezes. Ajudou a implementar o PSD no norte de Portugal e em 2005 o PDS, na pessoa de Marques Mendes, recusou apoiá-lo. Foi uma facada nas costas? Não. Eu tive uma pequena discussão com esse senhor em 2004, num jogo do Europeu no Estádio da Luz. Sabia que ele tinha dito que, pelo facto de eu ser arguido num processo não deveria ser pre-

em tempos já lhe disse “então você também foi daqueles que me inibiu de continuar?” e ele disse que não. Portanto foi esse “gigante” que não me deixou candidatar. E foi por isso que lancei uma candidatura independente. Candidatei-me e ganhamos e, de vez em quando, brinco com isso para “agigantar” o homem. O apoio a Mário Soares em 1986 e 1991 contribuiu para que o PSD lhe fizesse isso? Isso tem tudo a ver com uma maneira de ser e com seriedade. O Dr. Mário Soares era Primeiro-Ministro e os presidentes dos clubes [da Liga] conseguiram, na altura, resolver com o governo uma série de problemas que tinha a ver com a fiscalidade. Um dia há um jantar em casa do João Rocha [antigo presidente do Sporting] e ele convida o Dr. Mário Soares. Estavam lá os presidentes dos clubes e nesse jantar o Dr. Mário Soares fez uma intervenção e o João Rocha respondeu. João Rocha disse que o Dr. Mário Soares estava destinado a “mais altas funções” e todos ali à volta disseram que se ele avançasse estariam ao seu lado. E eu – que tinha admiração, e tenho, e respeito

A essa pergunta não respondo nos termos em que a põe. O Dr. Fernando Paulo vai ser o próximo presidente da Câmara. Dos candidatos já conhecidos é o mais competente, o mais conhecedor, aquele que tem mais experiência à frente de uma Câmara. Isto sem desprimor para os outros mas quem é que tem a experiência do Dr. Fernando Paulo numa Câmara? E a postura que ele tem como pessoa? Não é possível apontar-lhe um defeito, na minha maneira de ver. E pelo contrário, tem virtudes. Não só ele como toda a equipa que escolheu. É uma equipa que, uma vez eleita, vai continuar o trabalho que aqui desenvolvemos. Das candidaturas que aí estão, uma não tem experiência autárquica, outra não tem postura e Gondomar tem que ter um presidente que seja uma personalidade, não pode ter um “Zé dos anzóis”. Está a falar de quem? Estou a falar na generalidade, depois veja a quem é que me estou a referir. Agora, se no Movimento indicamos o nome de Fernando Paulo para nos liderar é porque temos a certeza de que ele

não nos vai deixar ficar mal. Para presidente da Câmara não sou eu o candidato. Para presidente da Câmara. Mas o Movimento tem o meu nome e têm que votar em Valentim Loureiro outra vez. Tendo em conta que sempre que sai de um executivo passa para uma assembleia, o Movimento pode contar consigo este ano? Isso passou-se na distrital do PSD, na Liga, na Metro do Porto [que atualmente preside a mesa da Assembleia Geral]. Tenho que ser perfeitamente claro. Tenho tido

muitas pressões nesse sentido [para ser candidato à Assembleia Municipal]. Todos os que estão

ASSEMBLEIA M

O candidato Fernan Ele é dos que mais m

Vai deixá-lo ficar ma Eu nunca deixo fica


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gondomarenses: a maneira como eles, o social, sempre tiveram confiança em mim Vai deixá-lo ficar mal? Eu nunca deixo ficar mal os amigos. Relativamente a outros assuntos... Os casos da Quinta do Ambrósio e do “Apito Dourado” fizeram-no perder alguma força política? Nenhuma, absolutamente nenhuma. Esses casos servem para mostrar que uma pessoa - sendo investigada em tudo que é sítio, com gravações e com escutas tem que ter uma vida muito limpa para chegar ao fim. Na questão da Quinta do Ambrósio foi tudo ao ar e na questão do Apito Dourado ficou reduzido a uma multa.

na lista do Dr. Fernando Paulo – e ele próprio – pressionam-me. Já fiz uma leitura de tudo isso e vou

pensar. Não decidi. Mas tenho que decidir já para o fim do mês de julho.

MUNICIPAL

ndo Paulo está a contar consigo? me pressiona.

al? ar mal os amigos.

Neste momento, é mais um “sim” ou um “não”? É evidente que a equipa que Fernando Paulo vai liderar é da minha extrema confiança. Portanto, todos eles me estão a pressionar. E dizem que se o Movimento continua e eu sou o líder, devo integrá-lo e eu não estou completamente fora mas preciso de mais uns dias para tomar uma decisão. O candidato Fernando Paulo está a contar consigo? Ele é dos que mais me pressiona.

Os processos nos tribunais interferiram nas relações pessoais e profissionais com o pessoal da Câmara e do executivo? Nada, nada, nada. Esses problemas foram públicos e conhecidos. Havia dias em que o Valentim passava na televisão 50 vezes com a Judiciária a conduzi-lo e tal, mas não obstante isso tudo, nunca houve um gondomarense que se dirigisse a mim em termos menos agradáveis. Pelo contrário! As pessoas falavam comigo e animavam-me. Ficaram mais ligadas a mim, e essa é uma grande dívida que eu tenho com os gondomarenses. A maneira como eles, depois de tudo o que saiu na comunicação social, sempre tiveram confiança em mim. Quem é que se aproveitou disso? O PS. Porque na altura tinha uns vereadores que nem queriam deixar tomar posse o Castro Neves e apresentaram queixas no Ministério Público e na Judiciária. As situações denunciadas por eles foram mais de 50 ou 60. O que é que eles pensaram na altura? Como não conseguimos ganhar as eleições pelo voto, queremos ver se o derrubamos pela justiça. Da parte do executivo, o facto de o vice-presidente ter regressa-

do ao PSD magoou-o de alguma forma? Não, de forma nenhuma. O meu vice-presidente é um “PPD” assanhado. Vive muito o partido e pensou e decidiu que devia voltar ao partido e não continuar a integrar o Movimento. É uma decisão dele da que eu lamento. Decidiu sem o consultar? Não me consultou. Eu só soube passado bastante tempo de se ter reinscrito. E isso não o chateou? Não, nada! São maneiras de ser e de estar. Eu não era avô dele. Inscreveu-se no partido, está lá, lidera. Tem uma comissão política de “paus mandados”. Agora, é evidente que não é ele que se candidata. Se fosse ele a candidatar-se naturalmente as coisas para o Dr. Fernando Paulo seriam menos fáceis. Uma coligação com o PSD teria sido o mais natural para estas eleições? Vamos lá ver, neste mandato nós já estivemos coligados na Câmara. Dois elementos do PSD – Leonel Viana e Rui Quelhas – estão na Câmara e normalmente estão sintonizados nas votações. E eu mesmo dei um pelouro ao Leonel Viana. Então porque é que não houve coligação para as Autárquicas de 2013? Eu não tinha que tomar essa iniciativa. Estava com o Movimento e uma vez que fui escorraçado da maneira que fui eu não mais penso em PSD, mas admito perfeitamente que outros tenham outra maneira de pensar e que quisessem voltar. Não tenho nenhuma aversão a ninguém do PSD nem do PS, sou Independente. Não tenho azedume a ninguém, dou-me bem com toda a gente. A minha origem partidária é o PPD e dei três vitórias ao PSD de Gondomar. Nós não fomos expulsos do partido, não segundo os es-


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Entrevista: Valentim Loureiro tatutos. Agora, estava lá um “gigante” que quis afirmar-se e achou – o “escadote” - que a melhor forma era comigo. Alguém alguma vez teria falado tanto desse “gigante” se não fosse tomando as medidas que tomou em relação a mim? Ao meter-se comigo passou a ser conhecido com esse gesto. Nestas duas décadas, qual é o projeto não concretizado que lhe deixou mais pena de não ter sido conseguido? Quando se fala em projetos, normalmente fala-se de obras, mas eu falo essencialmente de pessoas. O que sempre me preocupou na gestão da Câmara foram as pessoas. A minha obra está nas pessoas. Claro que para resolver os seus problemas são necessárias obras. Mas a obra que não realizei é toda aquela que tem a ver com os problemas das pessoas, problemas de transportes, por exemplo. A questão do metro. 31 de junho de 2003, o Dr. Durão Barroso no Conselho de Ministros que houve no Freixo comprometeu-se a financiar a construção da linha do metro, e estava o projeto todo até Gondomar - S. Cosme. Mas depois meteram-se aí uns “agulheiros” a dizer que o melhor não seria vir até Gondomar mas sim Campanha-Valbom-Gondomar e que depois se faria a ligação para a Venda Nova, e eu fui na conversa. Não deveria ter ido. A Ana Paula Vitorino [então secretária de Estado] enganou-me. Acabou a linha por ficar até Fânzeres e isso é um desgosto e uma espinha que tenho atravessada na garganta.

situação financeira perfeitamente saudável. A dívida de que é? É de eletricidade. Quem me antecedeu na Câmara, os executivos do PS, ficaram a dever à EDP. Quando chegamos à Câmara, com juros, a dívida estava nos 200 milhões de euros. Fizemos um acordo com a EDP, eles perdoaram juros e aceitaram que pagássemos a dívida em 40 anos. Portanto, 17 já estão decorridos e, neste momento, o que vai ficar para quem me suceder, é pagar cerca de 140 mil euros por mês. A outra parte da dívida tem a ver com a construção de habitações. Nós construímos cerca de 2500 habitações. Como é que eram construídas? À base de um decreto de lei que permitia que as Câmaras adquirissem ou construíssem habitação social e em que a Câmara tinha que pagar 20%, o Estado dava 40% e autorizava as Câmaras a irem à banca pedir mais 40% - a

Foi lançado um concurso e o Pavilhão está lá e é uma obra realmente emblemática. Mas não é um “elefante branco”, está permanentemente ocupado. Até porque tem um conselho de administração que separa a gestão do Multiusos da gestão da Câmara e é a única empresa municipal que temos. Eu sou o presidente e o Dr. Fernando Paulo e a Dra. Lucinda Soares [diretora do Departamento Financeiro da Câmara] são administradores. Gerimos aquilo sem receber um tostão. E um hotel? Faz falta a Gondomar? Já aprovei uns quatro ou cinco projetos. E às vezes as coisas não são bem entendidas. Não sou eu que tenho de fazer um hotel, nem qualquer presidente de Câmara. Em Gondomar há um azar dos diabos, aprovei vários hotéis e

de ter um Hospital em Gondomar foi-nos posta a condição de nós termos que arranjar o terreno. Portanto, tínhamos esse terreno e não foi difícil dar o direito de superfície de grande parte daquela área, por 50 anos, à Fundação Fernando Pessoa. E o Hospital está feito e é uma obra que tive prometida por um Secretário de Estado [Manuel Pizarro] várias vezes, e nunca avançou. Acha que poderia haver uma maior adesão dos gondomarenses ao Hospital? Já está muita gente a ir lá mas também disse ao Ministro da Saúde [Paulo Macedo], aquando da inauguração, que aqui não há manifestações hostis ao Governo, mas se porventura não permitissem que os gondomarenses lá fossem atendidos, eles mesmos não iam deixar de se manifestar.

domar Sabe Voar” foi lançado por mim e desafiado por umas crianças que vieram visitar a Câmara e tinham o desejo de ir de avião a Lisboa. Lancei o programa e ele nunca mais parou. Ainda custa algum dinheiro mas está dentro do nosso orçamento. Levar os alunos do quarto ano [que têm aproveitamento] a Lisboa de avião é uma marca de Gondomar também. O programa mantém-se, não é por ser um ano de eleições porque nós nunca parámos. Mas houve uma interrupção, correto? Nós nunca parámos. O que houve foi dificuldades no ano passado, por parte da TAP [em cumprir, em termos de preço, com as determinações da Lei do Orçamento de Estado] e nós não pudemos levá-los de avião mas levámos de camioneta. Recuando para o início do seu percurso em Gondomar, Nuno Delerue e Luís Filipe Menezes convenceram-no a vir para este concelho. Alguma vez se arrependeu de ter seguido esse conselho? Não, não foi uma decisão difícil. Encontramo-nos por acaso em Lisboa e fomos tomar uma bebida e eles falaram-me nisso. Depois vim para cima e nessa noite vim dar uma volta por Gondomar porque não conhecia bem o concelho. Depois tivemos mais duas ou três conversas e entretanto a concelhia falou comigo e eu aceitei.

Então, na sua opinião, essa é uma prioridade para Gondomar? É! Mas também tenho que ser sincero. Hoje não vejo com facilidade a concretização desses mais de 50 milhões de euros de obra. A situação do país não permite fazer essa obra.

pagar em 25 anos com juro bonificado. As primeiras casas que foram construídas com base nessa legislação foram em Gondomar. Mas aqui na Câmara só mandamos fazer ou compramos aquilo para que temos dinheiro garantido. Essa foi sempre a nossa política.

Vai deixar as contas da Câmara Municipal de Gondomar equilibradas? Equilibradíssimas. Em Gondomar temos dívidas [112 milhões de euros, aproximadamente] mas perfeitamente controladas, uma

O Pavilhão Multiusos foi a sua obra de eleição? Nós precisávamos de ter em Gondomar um pavilhão a sério e pensamos em construir algo que dignificasse Gondomar. Para isso, pensei no Professor Siza Vieira.

depois as obras não arrancavam. Finalmente, está aí um que está a arrancar. Vamos ter cá um hotel, perto do Multiusos e também uma média superfície. Outra das obras mais recentes é o Hospital-Escola da Universidade Fernando Pessoa. Está satisfeito com a forma como o HE se está a implementar no concelho? O Hospital Escola é um “ver ao longe sem óculos”. Quando cheguei a Gondomar compramos o terreno da Interforma, ao I.P.E., e quando apareceu a oportunidade

Então a manifestação está marcada? Não! Eles estão a resolver. Há negociações entre o Governo e a Fernando Pessoa. Penso que as coisas estão a andar bem, não tão bem como se calhar o Professor Salvato Trigo [reitor] quer. Porque esta coisa de termos um Hospital aqui e de se levarem os doentes para o Santo António não tem pés nem cabeça. Este ano voltou a implementar o programa “Gondomar Sabe Voar”. Porquê em ano de eleições? Não é bem assim, como diz na pergunta... O programa “Gon-

Acha que a lei de limitação de mandatos para o seu caso e, por exemplo, o de Luís Filipe Menezes é justa? Não há dúvida nenhuma de que deve haver uma renovação. Mas também não há dúvida nenhuma de que as pessoas são livres de decidir. E se, por exemplo, os gondomarenses depois de cinco mandatos que eu fiz, quisessem que eu fizesse mais um ou dois, isso deveria ser permitido. Mas também não vejo mal que se limite. Agora, não posso estar aqui em Gondomar mas posso estar no Porto ou em Vila Franca de Xira... Concorda com a candidatura de Luís Filipe Menezes à Câmara do Porto?


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A partir de 29 de setembro vou ter mais tempo

Concordo, nem me meto nisso! E acho que por aquilo que tem vindo nos jornais, o Tribunal Constitucional quando tiver que decidir, possivelmente vai autorizar. Mas são situações embrulhadas. Porque é que um presidente de Câmara não pode ser candidato outra vez e o deputado pode ser? A lei não é igual para todos. Para ter um “Porto forte” disse a um jornal, no ano passado, que não se importava de “ceder uma parte de Rio Tinto”. É a freguesia de que menos gosta no concelho? Não, Gondomar é um todo homogéneo. Agora, se me disserem que vamos fazer um grande Porto, onde estivéssemos todos de acordo e depois de muita discussão, é evidente que Rio Tinto é a nossa freguesia que está mais ligada ao Porto. Está ligada aos dragões. Os riotintenses são quase todos portistas. Já Melres, ou isto ou aquilo, não tinham hipótese nenhuma. Um grande Porto teria que ser Gaia,

Porto, Matosinhos, uma parte da Maia e uma parte de Gondomar. Desaprova a ideia da criação de um concelho de Rio Tinto? Acho que aqueles que andaram a pensar nisso levaram agora a resposta, porque afinal, em vez de se desagregarem os concelhos estão é a agregar-se as próprias freguesias. E concorda com a agregação das freguesias em Gondomar? Não há nada a fazer! Isto é uma questão de cultura. Se tudo fosse feito a régua e esquadro, com muita racionalidade, o país teria que ser esquartejado de outra maneira. O que pensa das candidaturas à presidência da Câmara nas próximas eleições? Acho que quem tem mais experiência e está melhor preparado é o Dr. Fernando Paulo. Infelizmente hoje os partidos são muito mal vistos. Os partidos durante muito

tempo cultivaram uma maneira de ser e de estar na política que vem dos “jotinhas” e por aí a cima e nunca têm responsabilidades a sério. Uma candidata que vai pelo PS e que eu respeito é a Dra. Carlota que está na Câmara como vereadora. Se amanhã aparecesse à frente da Assembleia eu não tinha nada a opor. É simpática. Mas há certos lugares em que é preciso alguma capacidade de liderança porque nós para nos fazermos respeitar até pelos nossos filhos temos de nos impor em muitas situações. E nem toda a gente tem essa característica de comando. Para o Partido Socialista haveria, na sua opinião, uma melhor opção para a Câmara? Conheço a Isabel Santos, que foi candidata nas últimas eleições e que nos deu muito trabalho porque é, de facto, uma militante do PS com qualidades. E é minha convicção de que se ela tivesse repetido a candidatura criaria mais problemas a Fernando Paulo, mais do que Marco Martins.

E em relação à coligação do PSD/CDS? No PSD também concluíram que não tinham nenhuma figura disponível para ser candidata à Câmara porque foram buscar uma senhora que é independente, não é militante do PSD. Por isso, se foram é porque acharam que não viam ninguém com as qualidades e capacidade suficiente de vencer o Dr. Fernando Paulo. Nem o vice-presidente? Se o vice-presidente tivesse continuado no Movimento era ele que estava na linha de sucessão. Isto não é uma monarquia mas, num caso destes, era. Ele afastou-se porque ele é muito PPD. Eu também sou social-democrata mas não me deixo apaixonar tanto por “partidarites”. Evidentemente que ele [José Luís Oliveira] ao ir para lá, acho que ficou como coordenador. A comissão política que ele lá pôs nomeou-

-o para coordenador. Eu nunca vi a comissão política do PSD. Sei que há lá um rapaz que empreguei uma vez na liga que já esteve comigo e que é o presidente mas ainda não o vi em lado nenhum. Como gostaria de ser recordado no futuro? Como alguém que se preocupou em trabalhar para ajudar os gondomarenses a resolver os seus problemas e como alguém que os resolveu a muita gente. Tenho a minha própria maneira de ser. Sou muito agarrado às coisas simples e às pessoas com mais carências. Convivo com tanta ou mais facilidade com um pobre do que com um rico e sou um defensor dos humildes. Dá-me prazer aprovar um grande projeto para Gondomar mas dá-me igual satisfação – se não mais - resolver um problema a uma pequena família que está em dificuldades terríveis.



VIVACIDADE JULHO 2013

Gondomar Automóvel Sport inaugura nova sede

II Roteiro Beneditino passou por Arouca

Na inauguração estiveram presentes o presidente da Câmara, Valentim Loureiro; os vereadores Fernando Paulo e Joaquim Castro Neves; Paulo Magalhães, presidente da direção do GAS e Fernando Magalhães, presidente da Assembleia Geral do GAS. A Associação foi constituída em 24 de novembro de 1992. Atualmente, tem mais de 400 sócios e promove a prática de desportos motorizados, organizando anualmente o “Rali Cidade de Gondomar”.

FOTOS: DR

FOTOS: DR

No dia 28 de junho, o Gondomar Automóvel Sport (GAS) inaugurou a sua nova sede. A Associação passa assim a estar localizada no antigo Edifício da Escola EB.1 da Gandra – Gondomar (S. Cosme). O edifício foi cedido pela Câmara Municipal de Gondomar gratuitamente, em regime de comodato. O edifício tinha sido desativado com a abertura do Centro Escolar de Gondomar, que inaugurou recentemente.

33

Realizou-se, a 29 de Junho, o II Roteiro Beneditino, organizado pela Associação de São Bento – Rio Tinto. O programa passou pela arte e cultura, com uma visita ao Convento de Arouca, incluindo a Igreja Conventual e o Museu de Arte

Sacra. Outra das vertentes do Roteiro foi a natureza e recreio, com passagem pela Senhora da Mó [panorama sobre Arouca], Misarela [queda de água], Pedras Parideiras e Terreiro da Senhora da Lage.


34 VIVACIDADE JULHO 2013

Política: Vozes da Assembleia da República Nova linha PME Exportações para mercados externos

Margarida Almeida PSD

O Governo, através do Minis-

execução e recebimento da encomen-

até 2 milhões de euros desta linha,

de equipamentos. Com esta medi-

tério da Economia e Emprego, co-

da, resultantes da atividade exporta-

sendo que a taxa de juro associada

da, o Governo visa promover novos

municou que vai disponibilizar uma

dora. Estas medidas de incentivos às

está indexada à Euribor a três meses,

mecanismos de apoio à gestão de

nova linha de crédito - denominada

PME’s, estarão em vigor pelo período

com spreads que podem variar entre

tesouraria das empresas para investi-

PME Exportações-, no valor de 500

de um ano (prorrogável), podendo

os 3,51% e os 4,65%. Como opera-

mentos de médio e longo prazo. Bem

milhões de euros, com vista ao fi-

chegar aos quatro anos os prazos de

ções enquadráveis da linha PME Ex-

como, reforçar os mecanismos de fi-

nanciamento de encomendas firmes,

financiamento às empresas. A linha

portações, o Ministério da Economia

nanciamento existentes para o tecido

com origem em mercados externos,

de crédito PME Exportações é do-

e Emprego destaca o desconto junto

empresarial português, imprimindo

continuando assim a reforçar o apoio

tada de um valor de 500 milhões de

da banca de encomendas externas

uma maior eficácia e transparência

às PME nacionais. Com esta nova

euros, onde 80% se destinam ao fi-

firmes - no caso da exportação de

ao processo de avaliação e acompa-

linha, o Ministro da Economia e do

nanciamento de encomendas de bens

bens e serviços - num montante por

nhamento da execução dos projetos.

Emprego quer apoiar as empresas,

e serviços colocadas por clientes es-

operação, que pode atingir os 80%

O governo está e irá continuar com

especialmente as de pequena e média

trangeiros, enquanto os restantes 100

do valor da encomenda. No caso de

uma política económica de apoio à

dimensão, a ultrapassar as tradicio-

milhões de euros se direcionam ao

a exportação de produtos de longo

nosso economia de modo a que o de-

nais dificuldades de acesso ao cré-

financiamento à exportação de bens

ciclo produtivo o limite é de 500 mil

senvolvimento desta incida na cria-

dito, suportando as necessidades de

com longos ciclos de fabrico e fatura-

euros por operação, nos empréstimos

ção de mais e melhor emprego, em

financiamento durante o período de

ção. Cada empresa poderá aproveitar

de médio prazo e locação financeira

Portugal.

O espelho e o falso moralista

Isabel Santos PS

A demissão de Vitor Gaspar, se-

dicularizadas, com o beneplácito do

alternativas. Diante da ruptura das

e devia! Mas não resistiu a continuar

guida da demissão irrevogável, mas

Presidente da República que nunca

negociações Cavaco Silva veio dizer

a ser cúmplice das políticas deste

nem tanto, de Paulo Portas abriram

se lembrou da importância do diálo-

o óbvio, dentro daquilo que tem sido

Governo que se recusou, mais uma

espaço a uma crise política que Ca-

go com a oposição, não podia desistir

o seu quadro de intervenção. O Go-

vez, a inverter o rumo que só tem

vaco Silva prolongou por quase duas

do programa que foi construindo, até

verno tem uma maioria parlamentar

condenado o país ao agravamento da

semanas, em vez de resolver com a

porque sabe que o tempo, inevita-

que o suporta e continuará em fun-

recessão em que está mergulhado. A

celeridade que a situação do país im-

velmente, acabará por lhe conferir

ções até 2015. No final da comuni-

partir de agora, ninguém tem mais

punha. Era evidente que os partidos

razão. Abdicar de se afirmar como

cação do Presidente da República

dúvidas quanto ao que o futuro mais

que suportam a coligação não quere-

alternativa, desistir em absoluto ou

ao país, veio-nos à mente o célebre

próximo nos reserva: mais falências,

riam abrir mão das medidas políticas

em parte daquilo que tem defendi-

adágio popular: tudo como dantes,

mais pobreza e mais desemprego.

que têm vindo a implementar e dos

do, seria um acto suicida para o PS,

quartel-general em Abrantes... Con-

Há, contudo, que registar um ganho

compromissos que têm vindo a as-

com graves repercussões para o país e

tudo, não é bem assim. Cavaco Silva

no balanço desta crise - ao olharmos

sumir com a Troika e que o PS não

para o sistema democrático. Os par-

construiu um ardiloso móbil para

para trás e compararmos a atitude do

poderia abrir mão de ser oposição.

tidos políticos do arco do poder fica-

disfarçar a “mão por trás do Gover-

Presidente em relação a este Governo

O PS, depois de ter sido sistematica-

riam amarrados a um acordo e Ca-

no” e passou a poder dizer que este

com a que teve em relação ao Gover-

mente colocado de fora de todos os

vaco Silva, o político português com

só se mantém em funções até 2015

no do PS fica definitivamente claro

processos negociais com a Troika,

mais anos no activo teimando com

porque os partidos não deram si-

que estamos, de facto, diante de um

ao longo destes dois anos, depois de

ilimitada hipocrisia em negar essa

nais de poderem gerar uma solução

Governo de iniciativa presidencial.

ter visto as suas propostas sistemati-

condição, teria feito imperar negação

estável. Cavaco Silva podia ter outra

Há sempre um espelho à espera de

camente rejeitadas e tantas vezes ri-

da política por via da destruição das

atitude em todo este processo? Podia

um falso moralista!

“Salvação nacional”, ou salvação da direita?

Catarina Martins BE

O mês de julho em Portugal fica

juntar-lhes o PS. Chamou-lhe ne-

avassalador e não cumpriu nenhuma

à degradação da coligação, Cavaco

marcado pela inexistência de Gover-

gociação para a “salvação nacional”.

das metas a que se propunha. Nem o

Silva torna-se o homem da troika em

no. No dia 1 Vítor Gaspar demitiu-

Durante uma semana sucederam-se

défice nem a dívida foram controla-

Portugal. Independente do resulta-

-se, afirmando o falhanço do seu

reuniões. Depois o PS decidiu final-

dos; ficaram sempre muito acima das

do, não se aceitam desvios à rota tra-

programa político e económico. No

mente bater com a porta. E no dia

previsões. Face ao falhanço, o gover-

çada. Nem as eleições podem mudar

dia 2 Paulo Portas demitiu-se, afir-

21, Cavaco Silva falou ao país e disse

no perdeu credibilidade interna e

isto, anunciou, o plano é continuar a

mando a falta de confiança no pri-

que a salvação nacional não existe.

externa. Um governo sem programa

sangria do país em nome da finança.

meiro-ministro. Depois seguiram-se

E que fica tudo como estava antes,

e sem credibilidade desfaz-se, inca-

Cavaco Silva faz a democracia refém,

uma série de episódios degradantes.

mas mais degradado. Um governo

paz de lançar uma nova estratégia

substitui-se ao governo e anuncia ele

Passos Coelho tornou Portas refém,

morto-vivo. No meio da confusão

para o país. Paulo Portas, que ficou

próprio uma moção de confiança.

recusando aceitar a sua demissão.

dos dias, e do sai e entra, é impor-

de apresentar em abril o programa

Abandona a Presidência da Repú-

Paulo Portas afirmou que “irrevo-

tante não esquecer o central da crise:

de cortes no Estado Social, demite-

blica e assume o cargo de primeiro-

gável” queria dizer, afinal, revogável

as cartas de Vítor Gaspar e de Paulo

-se logo a seguir a Gaspar. Não há

-ministro. No fim de tudo isto fica

e que vive bem com a dissimulação.

Portas. Vítor Gaspar demitiu-se afir-

saída para o Governo nem confian-

uma certeza: a salvação do país é a

Os dois criaram então uma remo-

mando três derrotas: a do programa

ça na coligação. Paulo Portas, com a

última coisa que interessa a Cavaco

delação à medida das birras de cada

de ajustamento, da credibilidade e

sua carta, a 2 de Julho, defendia elei-

Silva. O seu registo é outro. A salva-

um. Cavaco Silva ouviu e não gostou.

da coligação. O programa de ajus-

ções antecipadas. Face ao falhanço

ção da direita. Nem que seja à custa

Decidiu tornar PSD e CDS reféns e

tamento provocou um desemprego

assumido do programa da direita e

da destruição do país.


VIVACIDADE JULHO 2013

35

Política: Vozes da Assembleia da República / Vozes da Assembleia Municipal Sem compromisso, Portugal continua

Michael Seufert CDS-PP

O Presidente da República ten-

acordo. Na verdade, já houve uma

mento garantido. O que sabemos é

ano passado, chamado “Documento

tou nas últimas semanas ser char-

espécie de acordo político desta na-

que não houve acordo. O Presidente,

de Coimbra”, do qual pouco se des-

neira dum processo de compro-

tureza quando, nas últimas eleições,

ao pedi-lo, deve ter considerado que

viou – seguindo a indicação de Má-

misso entre os partidos do arco da

os três partidos acordaram seguir o

havia possibilidade de o encontrar.

rio Soares, Manuel Alegre ou José

governabilidade. A intenção era ga-

programa de entendimento. O PS,

Olhando para os documentos que

Sócrates. No fim de contas, o Presi-

rantir alguma estabilidade política

culpando os ajustes dos exames re-

os partidos divulgaram, percebe-se

dente da República tomou o único

a médio prazo para o cumprimen-

gulares, retirou-se desse acordo e

de onde viria essa impressão: os par-

caminho possível: deixou o gover-

to do programa de financiamento.

começou a atirar para cima da maio-

tidos da maioria estavam dispostos

no em funções, apoiado que está

Seria sempre um acordo de valor,

ria o ónus das medidas impopula-

a ceder nalguns pontos ao Partido

por uma maioria parlamentar que

apenas, político, mas provavelmen-

res. Note-se que o valor de 4,7 mil

Socialista e levantou-se mesmo a

ultrapassou as divergências abertas

te seria um acordo que aumentaria

milhões de euros que o PS reclama

possibilidade do PS negociar dire-

no início do mês. Esta maioria tem

a força negocial de Portugal no es-

como excessivo nos cortes a fazer

tamente com a troika. O PS enten-

a obrigação de seguir o programa

trangeiro. Foi um acordo gorado.

na despesa do estado, não compara

deu que não poderia acompanhar as

até tirar Portugal da situação atual.

Não saberemos, naturalmente, o

mal com os cortes a que o PEC IV

cedências da maioria e insistiu num

O PS está fora desse caminho e os

que aconteceria se tivesse havido

obrigaria – este, claro, sem financia-

documento que havia publicado no

portugueses saberão julgar.

O Governo que “Os Verdes” censuraram

José Luís Ferreira PEV

Razões éticas, razões políticas,

costas dos Portugueses a maior carga

onde o estado vende um banco por

património através do seu abandono,

razões económicas e razões sociais,

fiscal de sempre. O Governo que “Os

40 milhões de euros e agora vai ter de

delapidação ou privatização. É o Go-

acabaram por atribuir natureza obri-

Verdes” censuram é o Governo que

dar ao comprador o triplo do valor

verno que não consegue apresentar

gatória à Moção de Censura que “Os

virou as costas aos portugueses, que

que o estado recebeu pela venda. É o

um Orçamento de Estado dentro do

Verdes” apresentaram ao Governo

tomou posse com o desemprego nos

Governo que não se cansa de impor

quadro constitucional. É o Governo

PSD/CDS. Censuramos o Governo

11% e que passados dois anos o coloca

sacríficos aos portugueses e mesmo

que vive com o coração nas mãos, por-

que colocou o País nesta degradante

nos 18%. É o governo que nos está a

com esses brutais sacrifícios, não re-

que a qualquer altura podem inespera-

situação, no retrocesso económico

endividar, que toma posse com a di-

solve nenhum dos nossos problemas.

damente surgir novas decisões irrevo-

e social que este Governo impos ao

vida pública nos 95% e que passados

É o Governo desgastado pelas inú-

gáveis. É o Governo que foi censurado

país e aos portugueses. Mas também o

dois anos a coloca nos 127% do PIB. É

meras lutas sociais que conheceram

pelo próprio ex-ministro das finanças,

censuramos face ao estado de apodre-

o Governo que só pensa na Banca, nos

uma dimensão sem precedentes na

que, a passos largos bateu com as por-

cimento deste Governo, dos caricatos

mercados e nos interesses dos grandes

nossa história democrática. É o go-

tas. É este Governo, censurado, desa-

e lamentáveis episódios que se segui-

grupos económicos, que encontra o

verno que convive mal com o estado

creditado, a prazo, condicionado, de

ram á demissão do ex-ministro das

défice nos 4,2% e que passados dois

social, que procedeu a uma ofensiva

pés atados e de coração nas mãos, que

finanças. O Governo que “Os Verdes”

anos o coloca nos 8,8% do PIB, valor,

sem precedentes aos direitos dos cida-

“Os Verdes” censuram. A apresentação

censuram é o Governo que mentiu aos

aliás que disparou para os 10,6% com a

dãos, que agravou as injustiças sociais

desta moção de censura, face à situa-

portugueses, prometeu não aumentar

recapitalização do Banif. É o Governo

e que desencadeou um brutal ataque

ção que vivemos, é um imperativo de-

impostos e que acabou por colocar às

dos SWAPS, dos negócios fabulosos,

à natureza, aos recursos naturais e ao

mocrático.

Nós temos uma mensagem! Outros respondem com vandalismo

José António Ferreira Movimento Independente Valentim Loureiro Gondomar no Coração

O Movimento Independente

solidez rumo a uma vitória espec-

se tudo valesse e se justificasse.

serão certamente os autores formais

Valentim Loureiro Gondomar no

tável, não é democraticamente en-

Para alguns o objetivo já só passa

dos atos de vandalismo. Mas a esses

Coração apresentou-se aos gon-

tendida e aceite por todos aqueles

por tentar destruir quem melhor

que permanentemente procuram

domarenses no passado dia 6 de

que, ficando cada vez mais isolados

planeou e melhor está a executar.

oportunidades para tentar desesta-

julho. Que tarde de alegria, de

e numa situação política precária,

A irracionalidade daqueles que, sob

bilizar a nossa candidatura, respon-

participação popular, de adesão a

manifestam tiques de autoritaris-

a capa de um anonimato de quem

deremos sempre com uma atitude

um projeto e a uma equipa. 2500

mo e de um instinto hostil. Os ou-

atira a pedra e esconde a mão, des-

resiliente e serena, própria de quem

gondomarenses disseram presente.

tdoors da nossa candidatura (por-

troem o património alheio tem de

está consciente do caminho certo

Connosco estiveram mais pessoas

que será só da nossa?) estão a ser

ser desmascarada. Sabemos que

para Gondomar. Somos vítimas da

do que nas apresentações das ou-

sucessivamente vandalizados. Telas

os atos de vandalismo estão a ser

irracionalidade deles, mas nunca

tras candidaturas… todas juntas!

roubadas, outras pintadas, rasgadas

praticados a coberto da escuridão

nos conformaremos com estes ins-

O nosso Movimento já tinha sido

e cortadas. Em algumas situações

da noite e que as pessoas só devem

tintos malignos impregnados de

elogiado pela clareza, simplicidade

arriscando debilitar a própria esta-

ser acusadas se forem apanhadas

bestialidade. Podemos e devemos

e inovação da campanha. Os ou-

bilidade das estruturas e colocando

em flagrante delito. Mas a mensa-

viver numa sociedade mais justa e

tdoors surpreenderam pela positiva

em causa a segurança dos gondo-

gem fica. O património não pode,

decente. Só depende da atitude de

e a mensagem é um compromisso

marenses. Quem beneficia? Tantas

nem deve pagar pela insatisfação de

cada um de nós! Os gondomaren-

“Gondomar é o nosso partido”. To-

promessas à melhoria do ambien-

quem quer que seja. Se assim não

ses irão penalizar estas atitudes e

dos os dias, no contato direto com a

te e à conservação do património,

for, estamos a por em causa os prin-

apoiarão em massa o Movimento

população, sentimos um crescente

mas face ao desafio da campanha

cípios mais básicos e fundamentais

Independente Valentim Loureiro

apoio. Mas esta simplicidade, esta

eleitoral, perdem o controlo como

da democracia. Os ideólogos não

Gondomar no Coração.


36 VIVACIDADE JULHO 2013

Política: Vozes da Assembleia Municipal Em ano de eleições a Câmara DÁ e promete

Carlos Brás PS

O que pode um executivo municipal com 20 anos de funções trazer de novo a um concelho? Analisando a campanha que está a ser feita pelos independentes nem a demagogia nem o populismo são novos. O mestre é a eminência parda omnipresente. Não há torradeiras ou varinhas mágicas? Mas há vales de compras para mercearias. O programa DA aproveita as fragilidades económicas e distribui comida como nunca, há sacos com bens alimentares a serem distribuídos, há tinta a ser oferecida nos conjuntos habitacionais, há promessas de dias de felicidade na Quinta da Malafaia para a terceira idade, há crianças a viajarem de avião, há

porco no espeto, há dívidas a serem perdoadas…Enfim, há um rol de artimanhas para garantir o voto. Há um aproveitamento vergonhoso das carências, das dificuldades e da conjuntura para com o dinheiro de todos os munícipes, de todos os portugueses se fazer campanha pobre de ideias mas rica em recursos. Mas há também um mar de promessas…Agora é que vai ser! No próximo ano haverá tudo o que em 20 anos não foi feito. A redução de impostos que o PS sempre defendeu e que os independentes sempre mantiveram no máximo é agora proposta com a maior altivez? Como votaram o Dr. Fernando Paulo e os independentes nestes

últimos 8 anos quando o PS propunha reduções fiscais? Como votaram na privatização da água e nas taxas de saneamento? Como votaram na privatização da limpeza e da recolha de lixo? Como votaram na destruição dos mercados da Areosa e de Rio Tinto? Como votaram na introdução de parquímetros em Rio Tinto e em S. Cosme? Haja decência. Os gondomarenses assistem atentos à demagogia eleitoralista e no momento certo irão decidir o que é melhor para o futuro de Gondomar. O futuro exige mudança, exige propostas concretas de valorização do território e das suas gentes. O assistencialismo viveu-se antes do 25 de abril, agora exigem-se políticas

de atração de investimento, exige-se capacidade de mudar a imagem de Gondomar. É preciso atrair empresários, é preciso acrescentar valor na oferta industrial diminuído os custos de transportes e aproveitando as novas vias, simplificando a burocracia e baixando as taxas para os que criam emprego. É preciso apoiar o empreendedorismo. Agora é preciso criar uma marca turística e introduzir-lhe valor. Agora, é a hora de o PS voltar a governar a Câmara de Gondomar para as pessoas e com as pessoas. Pela transparência, pela solidariedade, pela justiça e pela igualdade só o Partido Socialista pode dar garantias aos gondomarenses.

nho menos tortuoso designadamente ter primeiro procurado acertar posições com o Sr. Primeiro Ministro até porque, tendo-o feito à posteriori, logrou alcançar a sua aquiescência num tão necessário reacerto da posição relativa de cada partido no seio da coligação. Desconhecemos contudo porque o não fez, se eventualmente o havia feito antes por via de outras dissenções e não obteve resposta condizente, considerando que desta feita lhe não restaria diferente solução que a mais gravosa. A verdade é que parece que ambos os partidos terão despertado para as suas reciprocas responsabilidades e a coligação se mostra

muito mais assumida pelos dois, com todas as vantagens que o país só beneficiará. E não se invoque no caso, a tão propalada, mas suposta apenas, exagerada proeminência do CDS na sua nova relação governativa com o PSD. Todos sabemos que o CDS tem vindo a assumir e a exercer uma posição de charneira na vida política portuguesa, exercício esse que lhe tem igualmente feito sobressair um enorme peso específico na sua relação com os restantes partidos do arco da governação. É que pesando o CDS 12% do eleitorado, peso este essencial para a conformação de maiorias governativas solidas, a verdade

é que a sua força específica no cômputo das potenciais coligações, se amplia, se torna bem mais elástica, pois um não do CDS na constituição ou manutenção de uma coligação, apesar dos seus 12%, empurra para a oposição ou para fora da área do poder, partidos com bem mais de 30% de votos. Não é portanto a pura aritmética que determina a relação recíproca entre partidos de uma coligação mas sim a importância relativa de cada partido na garantia de sustentabilidade e eficácia da própria coligação. E neste contexto, o CDS assume uma importância tão elástica que só podia sair reforçado desta crise política ora finda.

O início do entubamento do rio Tinto foi da responsabilidade do Partido Socialista que a coligação actualmente no poder piorou e aprofundou. A CDU, defende, como sempre defendeu, a criação de um “corredor verde” que ligue Rio Tinto ao Parque Oriental da Cidade do Porto e a “recuperação e valorização dos cursos de água, limpando os leitos das ribeiras e rios, a manutenção e ampliação da mancha vegetal, a preservação das áreas agrícolas, das zonas de protecção ecológica e dos ecossistemas das serras e dos cursos de água” (Programa CDU/2009). A candidatura socialista descobriu agora as potencialidades turísticas do concelho. A CDU defende a “criação de uma rede turística concelhia, a criação de circuitos turísticos, valorizando os percursos ao longo das linhas de água que atravessam o

território concelhio, o fomento da implantação de equipamentos hoteleiros de pequena dimensão, incentivando a recuperação de alguns conjuntos ou edifícios existentes em zonas do concelho com potencial turístico” (Programa CDU/2009). É caso para perguntar, quem faz plágios? Pela nossa parte saudamos todos aqueles que, embora tardiamente, comunguem das propostas da CDU em benefício do concelho! Os grandes documentos estratégicos do concelho foram aprovados se não com os votos favoráveis, pelo menos com a abstenção do PS. A oposição surge em tempo de campanha eleitoral! É certo que o PS, sempre nos habituou a estar com um pé no poder e outro na oposição, a querer sol na eira e chuva no nabal. Os Gondomarenses não têm memória curta! Coerência saúda-se!

“Peso específico”

Pedro Oliveira CDS-PP

Apesar de não ter responsabilidades primeiras nos ministérios da economia e finanças, a verdade é que se tratando de áreas muito sensíveis da governação com fortes repercussões na realidade social dos portugueses, jamais o CDS se colocaria por muito tempo, afastado de, pelo menos, poder opinar com algum efeito prático sobre tais matérias, sendo perfeitamente expectável que o seu líder viesse a tomar, como o fez, uma posição de força, caso a postura dos responsáveis do PSD se mantivesse sem qualquer boa evolução relativa considerando a práxis dos últimos dois anos. Admitimos que o Sr. Dr. Portas poderia ter seguido cami-

Sol na Eira e Chuva no Nabal?

Cristina Nogueira CDU

Em tempo de campanha eleitoral ou silly season parece ser tudo permitido... Vem isto a propósito da candidatura socialista de Marco Martins, que agora descobriu que tinha propostas... que ainda por cima eram plagiadas, não disse foi quem plagia, e o quê... Defende o candidato Marco Martins que para criar emprego se deve reduzir o IMI, a derrama e outros impostos municipais. Estranho! Quando a CDU em várias Assembleias Municipais, nomeadamente na de 29/11/2011 apresentou propostas para a redução destas taxas, o PS votou... Contra! Quando na Assembleia Municipal de 27 de fevereiro de 2013 a CDU apresentou uma moção em defesa dos Micro, Pequenos e Médios Empresários de Gondomar em que, considerava que se deviam isentar ou reduzir parcialmente algumas tarifas, taxas ou impos-

tos municipais, o PS votou contra! Para a captação de investimento o PS considera a A41 como uma obra positiva. De acordo! Pena é que quando a CDU apresentou na Assembleia de 28/4/2011 uma proposta para não serem aplicadas portagens na A41 o PS tenha votado... Contra! Se o metro só chega a Fânzeres é também por responsabilidade do PS. A CDU, coerentemente, continua a defender, a “criação de uma linha circular do metro, que ligue Rio Tinto, Baguim do Monte, Fânzeres, S. Cosme e Valbom ao centro do Porto e funcione em anel, permitindo estruturar outras linhas de transporte coletivo complementares” (Programa CDU/2009). Pena é que com membros no executivo da Câmara e com o Presidente da Junta de Freguesia de Rio Tinto o PS nada tenha feito sobre requalificação dos espaços verdes.

Só o fim da austeridade pode salvar o país

Rui Nóvoa BE

Todos os dias ouvimos vários comentadores políticos, quase todos ex-ministros do PSD, a dizerem que sem um acordo entre os três partidos que subscreveram o chamado Memorando de Entendimento com a troika, o país não tem salvação. Repetem, repetem que é indispensável tal acordo. Mas escondem que a responsabilidade pelo desastre económico e social em que o país se encontra é justamente das políticas de austeridade que têm vindo a ser aplicadas pela coligação governamental PSD/CDS-PP. A situação muito grave em que o país se encontra tem tudo a

ver com a demissão, não de um mas de dois ministros de Estado, e da remodelação falhada, sem esquecer a iniciativa presidencial que lançou ainda mais confusão. Os Portugueses perguntam qual o destino do país e quem assume a responsabilidade por uma solução democrática que ponha termo ao pântano político para onde o país está a ser atirado. Ao recusar a realização de eleições legislativas antecipadas, o Presidente da República arrastou o país para uma crise ainda maior. Tivesse Cavaco Silva demitido o governo PSD/CDS-PP há três semanas e chamado a democracia a

resolver o impasse, ter-se-ia aberto uma porta para uma solução dos problemas. Mas ao não convocar eleições, o Presidente da República só agrava a situação. Nas próximas semanas continuará a agonia duma coligação que quer aplicar um programa de austeridade que o país não aceita, já que não resolve nem o défice nem a dívida, apenas pretende destruir os serviços públicos de educação, saúde e segurança social, baixar os salários e as pensões e privatizar o que ainda resta de empresas com capital público. Na atual situação, é urgente, é necessário que os partidos e forças de

esquerda assumam as suas responsabilidades. Sabemos que têm visões diferentes, que têm histórias e especificidades próprias, mas têm de responder aos desafios do momento e mostrar que há alternativas, que há outro caminho. Os Portugueses não precisam de acordos para ressuscitar um governo morto, precisam sim de um governo com legitimidade política, com propostas que respondam aos problemas do país e que recusem a austeridade que empobrece o país e destrói a economia. E isso só pode acontecer com a realização de eleições antecipadas.


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Política: medidas para União de Freguesias de Melres e Medas Jorge Filipe Correia – presidente da Junta de Freguesia de Melres

A Freguesia de Melres sendo aquela que maior potencial possui no concelho e apesar do esforço em criar condições que permitam cada vez maior qualidade de vida para a população apresenta várias carências que temos procurado combater e que, para tanto, temos já projetos elaborados pela própria Junta de Freguesia com profissionais nas

várias áreas que permitirão combater algumas dessas carências, sem necessidade de investimento exorbitante e desmedido. Antes de mais nada, se o maior potencial é o turístico, ambiental e paisagístico, nada como aproveitar aquela que é a maior marca do turismo na Europa, na atualidade, o Douro, e criar condições para o aproveitamento do atual fluxo no Rio, onde já estão instalados 20 operadores turísticos, bem como aproveitando o facto de o POACL (Plano de Ordenamento da Albufeira de Crestuma-Lever) prever apenas um cais de acostagem para barcos de grande dimensão e aqui em Melres centro. Portanto importa criar um espaço envolvente do areal e transformá-lo em Praia Fluvial classificada – processo já em curso e que decorre pelo menos por 3 anos, em face das obrigações relativas à qualidade das águas balnea-

res - com o arranjo urbanístico da envolvente e continuando o que já existe no largo em frente à Junta até ao rio ligando as praias de Melres e Moreira, criando estruturas para bares e restaurantes, com passeio pedonal e ciclovia. Tudo já planeado, com um dispêndio de apenas 700.000,00 €, nada de megalómano. Depois a serra: espantoso potencial, importa, claro, e a montante disto tudo, rever o PDM para permitir a construção de unidades hoteleiras de pequena e média dimensão, enquadradas no espaço florestal e sem ofender as estabilidade urbanística e ambiental, para, por exemplo, restaurantes panorâmicos, hotéis de charme ou turismo em espaço rural, com a conjugação e oferta de serviços ou atividades na serra e atividades aquáticas. Tudo possível e simples, haja vontade concreta. Outra área com carências enormes, a

social, já temos o projeto da requalificação do Centro de Convívio de Cimo de Vila, num Centro de Dia, que permitirá acolher diariamente 30 utentes, com quartos de acolhimento temporário, salas polivalentes, gabinete médico e de enfermagem, sala de atividades ocupacionais, plataforma elevatória. E como a engenharia permite muita coisa, daqui a alguns anos esse edifício poder ter outras valências, desde a Creche, até, quem sabe e dependendo da evolução, um Lar. Outro projeto já feito e que necessita apenas de 250.000,00€. Excelente e sem megalomanias. Finalmente, algo que contamos lançar nestas próximas semanas, os passeios na Marginal, cuja primeira fase decorrerá desde a Casa Grande, até à Rua das Vergadas, obra importantíssima para criar segurança e dignidade para os peões numa zona sensível.

de alargamento e beneficiação, a freguesia está atualmente bem servida. É certo que há ainda carências, neste domínio, sendo por isso que prosseguem as obras de alargamento da rua de Carvalhos, visando melhorar agora o itinerário de acesso ao Parque de Campismo. Trata-se do único equipamento, deste género, existente no concelho e nem o facto de se tratar de um investimento privado pode dispensar menos atenção por parte dos poderes públicos, antes pelo contrário, por se tratar de um precioso empregador, esta infraestrutura turística tem que merecer, a maior atenção, particularmente no respeitante à melhoria da via de acesso. Outro aspeto, de grande acuidade na sociedade de hoje, diz respeito às respostas da sociedade organizada em relação aos idosos em geral e às famílias carenciadas. A

Associação de Reformados de Medas tem vindo a prestar, com a colaboração da Santa Casa da Misericórdia de Gondomar, toda a atenção aos idosos, particularmente aos mais débeis, fornecendo também alimentos, nos próprios domicílios, bem como serviços de higiene pessoal. Medas é um território com uma grande frente de rio porém, devido à sua topografia muito acidentada, os medenses não tiram ainda o devido proveito do rio Douro e da beleza das suas margens. No próximo mandato deverá ser encarado um projeto comum ao território de Medas e Melres, tendo por objectivo a construção de um percurso pedestre e ciclável ribeirinho entre o Parque de Campismo e o lugar de Santiago, já na freguesia de Melres. Este projeto pode ser realizado com meios da Câmara Municipal e não será muito dispendioso.

Penso num percurso interdito a veículos de motor de combustão, salvo os de emergência, conciliável com uma mancha de vegetação autóctone em ambos os seus bordos, protegendo-se a flora e fauna ripícolas. Será um corredor promotor de práticas desportivas ao ar livre, de educação ambiental, de passeios, marchas e corridas. Ainda no âmbito do turismo, chegou a hora de se tirar proveito do edifício que é já uma referência da arquitetura industrial do Estado Novo. Trata-se da velha central da Tapada do Outeiro, obra da década de cinquenta do século passado, de autoria do Arquiteto Carlos Loureiro, que se encontra abandonada e em processo de degradação, quando pode e deve ser aproveitada como pousada ou hotel, em articulação com os percursos turísticos fluviais do Douro.

uma das Uniões de Freguesias em que mais se justifica transferir competências. Melres e Medas têm uma prioridade que é a questão da conclusão da rede de saneamento. A rede de saneamento está instalada – existem as ligações – mas não há drenagem para lado nenhum porque não ficou definido se quem faz essa drenagem é a ETAR ou se se vai fazer transporte de bombagem pela marginal até à ETAR de Valbom. E portanto é necessário concluir o investimento - de milhões de euros – que se fez no subsolo e que destruiu para vias e que ainda não dá para nada. Depois,

concretamente para Melres, temos que criar equipamento para a Terceira Idade, com um Centro de Dia e um Lar – e é um compromisso nosso criar esses equipamentos – e temos a questão da praia. É preciso aproveitar e fazer a ligação na marginal do Douro, entre a praia de Moreira e a praia de Melres. Em Medas, temos que fazer a qualificação e construção – O IPTM (Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos) está disponível – da Marina de Pombal, que é uma marina que neste momento existe de forma desarticulada e é muito utilizada. Tem que ser regulada

e ordenada e também fazer ali um ponto de atração turística para o concelho de Gondomar. Há ainda uma questão muito importante que é a GNR. O Posto Territorial de Comandos da Guarda Nacional Republicana vai para o Alto do Concelho. A Câmara vai disponibilizar instalações, porque é inadmissível que durante estes anos exista o Posto de Medas que funciona em S. Cosme. E este posto irá servir todo o Alto do Concelho e é uma garantia nossa. Por fim, temos também que retomar a ligação fluvial de Melres e Medas com a outra margem.

agregadas e de como se avançou contra a vontade das populações. Por isso, continuamos a defender a manutenção dos serviços nas Juntas da Freguesia. Entendemos que, mantendo os serviços em ambas as sedes das Juntas podemos manter ou criar outros serviços de proximidade como, por exemplo, estações de correios e alguns serviços municipais, como algo que oportunamente iremos apresentar, estilo uma loja municipal do cidadão. Também nos comprometemos a celebrar protocolos específicos de transferências de competências da Câmara para as Juntas de Freguesia, com os respetivos apoios

financeiros ajustados às necessidades específicas e carências detetada. Queremos avançar, no Alto do Concelho, com programas específicos para a área social. Para além dos tradicionais projetos que temos de apoio para as famílias, há fenómenos específicos do Alto do Concelho que entendemos que devemos tratar. Nomeadamente das questões do alcoolismo, isolamento de idosos e por isso queremos criar programas de apoio direto às pessoas. Também a questão do desemprego é importante, ligando com outra medida que é terminar a revisão do PDM logo no primeiro ano do mandato. Alte-

rando o PDM podemos criar condições na frente fluvial para dinamizar mais estas freguesias. Também nos comprometemos a construir um lar para a terceira idade, com capacidade para 30 a 40 camas, para servir as freguesias de Melres e Medas. Iremos avançar com a construção do Centro de Desportos Náuticos porque já há o projeto de execução e com a conclusão da rede de saneamento básico e logo após a sua conclusão, a atribuição de classificação da praia fluvial aos areais de Moreira e de Melres, incluindo entre outras coisas, a instalação de um circuito de manutenção nos dois areais.

António Carvalho – presidente da Junta de Freguesia de Medas

Medas é uma das freguesias mais bem apetrechadas ao nível da oferta de equipamentos educativos, desportivos, recreativos e culturais, nomeadamente: Escola do Ensino Básico e Secundário, Piscina Municipal e Pavilhão Gimnodesportivo Municipal. No que diz respeito ao eixo rodoviário principal, após as grandes obras

Marco Martins - PS

Pela distância geográfica à sede do concelho será

Fernando Paulo - Independente

Para Melres e Medas queremos reafirmar que somos contra a forma de como as freguesias foram


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Política: medidas para União de Freguesias de Melres e Medas Joaquim Barbosa - CDU

A entrada em funcionamento da rede de saneamento é uma prioridade para as freguesias de

Melres e Medas. A falta de ligações e o preço de limpeza das fossas, faz com que continue a haver drenagem de águas residuais para as linhas de água e para o Douro. E é necessário que a Águas de Gondomar conclua rapidamente a reparação da Estrada Marginal, danificada pelas obras do saneamento. A praia de Melres pode não ser “oficial”, mas recebe centenas de pessoas e não tem instalações sanitárias. Há que ultrapassar burocracias e resolver a questão para acolher bem quem nos visita. A Marina de Broalhos, outro ponto de visita, continua há anos à espera do arranjo urbanístico

e de um parque de lazer. O chamado “caminho do rio”, ao longo das margens do Douro, passagem de pescadores e de outras pessoas, tem vindo a ser vedado por privados. A CDU já interveio num ou noutro caso, mas é necessário que o município por si, ou apelando às autoridades competentes, exerça uma vigilância permanente e faça cumprir a lei. De uma vez por todas vamos olhar para o rio e para as suas margens como turismo e cultura. Melres e Medas estão cheias de caminhos rurais, de minas e de poços milenares, que urge identificar, assinalar e estudar como forma de os proteger,

mas também como oferta cultural que atraia visitantes. A Serra das Banjas, o Chão que Tropia, (ligado aos caminhos secretos dos Templários?) ou o Poço Negro, merecem mais do que algumas curiosas referências locais. As associações culturais, os clubes de caçadores e de orientação, e outras ligadas à natureza, ou os técnicos florestais, poderão colaborar com o município na criação de ofertas culturais que atraiam visitantes e ajudem a fixar populações e criar postos de trabalho. E ao mesmo tempo proteger a floresta, também ela fonte de riqueza.

margens do Rio Douro. Têm bons acessos rodoviários, pelo que as condições naturais que possuem, podem atrair um turismo quer jovem, sénior ou de natureza. Quando me refiro a estes tipos de turismo, verifico uma vez mais a necessidade premente de conseguir um investimento na área da hotelaria, nomeadamente para a construção de um hotel e a melhoria das infraestruturas do Campidouro. Temos também a intenção da ampliação da Marina de Melres de forma a que possam atracar Barcos de Turismo e também oferecer mais um espaço de abarcamento, pois a Marina da Lixa encontra-se em taxa

de utilização máxima. Mas, não é só a construção de uma nova Marina, temos requalificar toda esta zona marginal do rio Douro e como tal é minha intenção a construção de uma ecovia entre Medas e Melres. Na freguesia de Medas, existe um conjunto de Moinhos que estão degradados e que estes devem ser reabilitados de forma a serem inseridos nos caminhos de Gondomar de forma a dinamizar o turismo em Gondomar. Em relação a Melres pretendo fazer na Junta de Freguesia um Posto turístico, pois a sua localização é excelente para isso mesmo. Ao nível do desporto devido as condições geomorfológicas de

Melres e Medas, pretendemos a realização de provas de trail, BTT, orientação, ou seja desportos muito ligados à natureza. A elaboração de uma pista para a pratica quer de canoagem quer de remo juntamente com a colaboração dos clubes náuticos do concelho será uma das minhas prioridades imediatas ao nível de infraestruturas. A minha candidatura é marcada pela minha prioridade de intervenção a nível social e como tal tudo farei para a construção de um Centro Social em que os idosos tenham um centro de dia, um centro de internamento e também de apoio domiciliários.

nuam com os mesmos problemas de abandono e isolamento face ao centro do concelho que sempre existiram e que não se vislumbra solução. A muito necessária requalificação e construção de infraestruturas tendo em vista a promoção do turismo, que é exigida pelas populações para melhorar a sua qualidade de vida continua adiada ad eternum. Deparamo-nos com problemas anteriormente denunciados e que não foram solucionados, como o caso da falta de pistas para a prática dos desportos fluviais, sendo certo que a falta destas é um perigo para quem ainda frequenta estas praias, e também

para o ambiente. Para solucionar esse problema propomos corredores de barcos e motas de água, limpeza dos espaços junto ao rio, vigilância das praias e descontaminação das areias e do rio. Aliada à solução deste problema vem ainda uma necessidade de promoção turística desta zona que aproveite a interioridade e o contraste rio/floresta para o lazer dos habitantes do concelho, e não só, pois esse contraste é a grande mais valia desta freguesia. A requalificação da floresta com a criação de trilhos pedonais, e o envolvimento das populações nesses programas de proteção das florestas são essenciais, bem como

o incentivo ao ecoturismo e às artes tradicionais da terra. Neste sentido é necessário promover e dinamizar o artesanato local, a preservação do património arquitectónico, a agricultura e pesca tradicionais e ainda dar novas valências culturais à freguesia como uma biblioteca e um pequeno museu. As questões sociais merecem especial atenção tendo em conta a crise que afeta particularmente mulheres, crianças e idosos e o aumento do número de desempregados. Sendo ainda que o BE se compromete a lutar pela restauração das freguesias, havendo um compromisso a nível nacional exatamente nesse sentido.

Maria João Marinho - PSD/CDS

Melres e Medas apresentam uma enorme beleza natural fruto da sua localização privilegiada junto as

Ana Paula Canotinho - BE

As freguesias de Melres e Medas são freguesias do interior do concelho de Gondomar que, conti-

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Política

Cidade de Rio Tinto festeja 18º aniversário No dia 22 de junho realizou-se uma sessão solene na junta de Freguesia de Baguim do Monte, integrada nas comemorações do aniversário da cidade de Rio Tinto. A ausência de Valentim Loureiro, presidente da Câmara Municipal de Gondomar, foi salientada no início da sessão. Texto: Pedro Santos Ferreira

As iniciativas inseridas nas comemorações do 18º aniversário da cidade de Rio Tinto tiveram início no dia 1 de junho com a inauguração de uma exposição conjunta de pintura, exibida no Centro Comercial Parque Nascente. No dia 22 de junho, realizou-se uma sessão solene no salão nobre da Junta de Freguesia de Baguim do Monte que lamentou a ausência de Valentim Loureiro, atual presidente da autarquia. “É assim que se trata estas duas freguesias que representam 42 por cento do concelho de Gondomar”, referiu Marco Martins, presidente da Junta de Freguesia de Rio Tinto. O programa de celebração do aniversário da cidade contou com um conjunto de espetáculos: jogo de futebol entre autarquias da cidade de Rio Tinto, romagem aos cemitérios da cidade em homenagem aos autarcas falecidos e o 8º encontro de bandas filarmónicas da cidade de Rio Tinto.

Marco Martins reage a declarações de Fernanda Vieira Na última edição do Vivacidade, noticiou-se a desistência da candidatura de Fernanda Vieira, pelo Partido Socialista, à presidência da União de Freguesias de Fânzeres e S. Pedro da Cova. Agora, é o candidato do Partido Socialista à Câmara Municipal de Gondomar, Marco Martins, que dá a opinião sobre a desistência da ex-militante do PS. “Lamento que a Fernanda Vieira tenha desistido da sua candidatura pelo Partido Socialista”, começa Marco Martins. “Fiz FOTO: RVC

tudo o que estava ao meu alcance para que ela não desistisse. Pedi-lhe várias vezes mas ela fez questão de desistir”, refere o candidato à Câmara. Questionado pelo Vivacidade sobre alegada passividade aquando de uma reunião para discutir a desistência de Fernanda Vieira, Marco Martins diz não “conhecer nenhuma passividade”. O socialista lamenta que Fernanda Vieira tenha desistido tendo o “PS já despendido muitos recursos” para a sua candidatura e estranha que “alguém que já seja candidata pelo PS, desista, para concorrer contra o próprio PS”. Apesar da desistência, Marco Martins afirma que “o PS não pode virar as costas à população de Fânzeres” e que por isso já têm na ‘corrida’ Linda Rosa como cabeça de lista e Carlos Taveira, a número dois.


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Política: Autárquicas 2013 - Fânzeres e S. Pedro da Cova

“A vontade do povo” Entrevista a Fernanda Vieira (Independente) Actual Presidente da Junta de Freguesia de Fânzeres, Fernanda Vieira foi presidente da Mesa da Assembleia de Freguesia entre 2005 e 2009. Natural de Fânzeres, é conhecida por “Fernanda Silvestra”, por ser originária dessa família, e fez o ensino primário na Escola de Santa Eulália (Alvarinha), tendo prosseguido os estudos na antiga Escola Industrial e Comercial de Gondomar, onde concluiu o Curso Geral do Comércio. Durante 36 anos, foi profissional do SMAS de Gondomar (Serviços Municipalizados), tendo exercido funções na área da Contabilidade e chefiado a Secretaria Técnica e Administrativa. Para as Autárquicas de 2013, começou por candidatar-se pelo PS, tendo depois desistido dessa candidatura. Agora, vai como independente “com a vontade do povo”. FOTO: RVC

Texto: Ricardo Vieira Caldas

Porque se candidata como independente quando inicialmente ia pelo Partido Socialista? Resolvi candidatar-me à União de Freguesias de Fânzeres e S. Pedro da Cova por vontade do povo. Eu estava decidida em não avançar mas os telefonemas e as pessoas que vinham à Junta de Freguesia pediam-me para que eu não abandonasse a Junta e me recandidata-se. Tenho o apoio da população e todos me dizem que estão comigo, por exemplo, para andar em campanha porque querem que eu fique na freguesia. Desde o momento em que se apresentou como independente sentiu pressões por parte do PS para que desistisse? Sim, tive já pressões para que desistisse mas estou firme e disse

que ia avançar. Tive que recolher assinaturas e tenho muito respeito pelo meu próprio nome e pelos fanzerenses e sampedrenses. Neste momento ainda está ligada a algum partido? Não. Desde logo tive que pedir a demissão do único partido que sempre militei, o Partido Socialista.

Só a partir daí é que comecei então a pensar candidatar-me. Não vou por partido nenhum, sou livre e independente. O meu partido é Fernanda Vieira, a vontade do povo. Tudo o que tinha preparado para a sua candidatura socialista foi agora modificado? Não, só se modificou no aspeto

em que não tenho um partido que suporte a minha candidatura. Terei que ser eu mesma a trabalhar com a população. O meu projeto será o mesmo. Haverá uma continuidade do projeto que abracei há quatro anos e vou estendê-lo a S. Pedro da Cova. É uma candidatura mais difícil agora? Mais difícil atendendo que são duas freguesias que se vão unir. Há uma área muito maior, populações com identidades diferentes, características diferentes. Mas é um desafio que vou gostar de enfrentar. Apesar de haver mais partidos estou convicta de que vou vencer. O seu mote é ‘a vontade do povo’? Sim, é esse o meu mote. E é no povo que vai apostar? Sim, porque foi quem me deu força.

O que penso de... Mário Gonçalves “Conheço-o bem há muitos anos. Foi um dos meus apoiantes nas últimas eleições que resultaram na minha eleição.” Carlos Santos Castro “Conheci-o em diferentes órgãos autárquicos. Recentemente temos tido alguns contactos, no decurso dos quais a urbanidade e o respeito mútuo foram dominantes.“ Daniel Vieira “É um bom jovem autarca que tem um bom trabalho desenvolvido em S. Pedro da Cova. Tal como eu, tem travado, de forma persistente, uma luta contra a agregação das nossas freguesias.” Joaquim Espírito Santo “Admiro a sua capacidade crítica e ouvi sempre de forma cuidadosa as suas sugestões na Assembleia de Freguesia no desempenho das minhas funções.” Linda Rosa “Não conheço em profundidade e a informação que possuo não é suficiente para construir uma opinião fundamentada. Não seria justo fazê-lo arbitrariamente.“


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Política: Autárquicas 2013 - Fânzeres e S. Pedro da Cova O que penso de... Fernanda Vieira “Seria a candidata natural do PS, portanto lamento estes problemas que não contribuem para uma credibilização da política.”

Mário Gonçalves “Na Assembleia Municipal opus-me a ele em relação à sua posição sobre o papel das Juntas de Freguesia na sociedade.” Carlos Santos Castro “Durante este mandato, todas as suas posições estiveram em sintonia com Movimento Independente Valentim Loureiro – Gondomar no Coração. Agora, é candidato do PSD/CDS…” Joaquim Espírito Santo “Tive muito pouco contacto com ele. Mas de referir que, durante toda a sua vida, manteve uma posição de coerência no plano político.”

O que penso de... Daniel Vieira “Pessoa simpática mas com trabalho pouco visível em S. Pedro da Cova.” Fernanda Vieira “O seu serviço foi pouco relevante para a população.”

Linda Rosa “Sei que é candidata mas pouco conheço.” Joaquim Espírito Santo “Não conheço.”

Daniel Vieira tem 27 anos. Foi eleito para a Junta de Freguesia com 23 anos; na altura era dos mais jovens presidentes de Junta do país. Aos 15 anos, aderiu a uma juventude partidária - a Juventude Comunista Portuguesa – e pouco tempo depois ao Partido Comunista Português. Entre outras coisas, foi responsável da organização da comissão concelhia de Gondomar do PCP e fez parte de um antigo executivo da Junta. Já integrou por duas vezes as listas da CDU à Assembleia da República e atualmente, para além de presidente, pertence à comissão de freguesia de S. Pedro da Cova, ao secretariado da concelhia de Gondomar e à direção regional do Porto. Texto: Joana Isabel Nunes

Há quatro anos, candidatou-se à presidência da Junta de S. Pedro da Cova. Este ano é um desafio para si ser o candidato quer a esta Junta, como também à Junta de Fânzeres? Sim. Mesmo tendo estado contra esta agregação, enfrentamos esta batalha como um desafio. Sou candidato porque considero que continuo com energia, com força e com dinâmica para ampliar o trabalho desenvolvido em S. Pedro da Cova a uma outra freguesia, mostrando que é possível a concretização de um projeto diferente, de esquerda progressista que envolva as populações. Não tendo a população de Fânzeres a “tradição” de votar no Partido Comunista, terá alguma dificuldade em conquistá-la? Já temos andado na rua e aquilo que sentimos é uma simpatia, um reconhecimento, uma confiança

no trabalho que também desenvolvemos aqui em S. Pedro da Cova. A verdade é que também a CDU nunca se apresentou à população de Fânzeres, dando-lhe possibilidade de voto. E essa possibilidade está agora colocada. E o projeto da CDU também é um projeto aberto à participação de pessoas que, não tendo partido, querem um melhor futuro para a sua terra. O que é mais urgente fazer nestas duas freguesias? Em primeiro lugar, penso que é importante referir a questão do desemprego e das dificuldades com que as populações são confrontadas. Naturalmente que seria demagógico e populista eu estar a dizer que, como presidente de Junta, vou resolver esses problemas. No entanto, penso que é possível criar outra dinâmica cultural, social e desportiva que afirme estas duas freguesias no contexto concelhio. Pensamos também que podia ser criada, por exemplo, uma Casa da Juventude e mais espaços para os idosos.

bombeiros. Pensamos, por exemplo, que não faz sentido a corporação de S. Pedro da Cova continuar a patrulhar a Foz do Sousa e que Fânzeres seja gerida pela corporação de Gondomar. Põe como possibilidade para o futuro uma coligação com a candidatura de Fernanda Vieira? Em primeiro lugar, vamos aguardar para perceber, no plano legal, todas as candidaturas existentes. Num quadro pós-eleitoral, é preciso olhar para as votações de todas as forças políticas. Tem que se ver com que “arrumação” ficará a próxima Assembleia de Freguesia e terá que se ver a necessidade ou não de encontrar soluções de gestão da Junta. O que lhe posso dizer é que sempre mantive com a atual presidente de Fânzeres uma relação institucional e cordial muito positiva, trabalhámos mesmo em conjunto em algumas áreas e portanto naturalmente que consideramos, num quadro pós-eleitoral, que essa é uma possibilidade.

Em relação às forças de segurança, pensamos que é urgente resolver a questão da GNR em Fânzeres. Não faz sentido com a desativação de escolas, por exemplo, que a GNR esteja instalada onde está. Também em Fânzeres, parece-nos que a luta por ter um posto dos Correios deve ir mais longe. E há a questão da Proteção Civil. Parece-nos que é necessária uma reorganização na área de atuação das corporações de

“As pessoas precisam de uma autarquia próxima” Entrevista Carlos Santos Castro (PSD-CDS/PP)

Aos 50 anos, Carlos Santos Castro, candidato da coligação PSD-CDS/PP à Presidência da União de Freguesias de Fânzeres e S. Pedro da Cova, já esteve descontente com a política que o levou a desvincular-se do CDS/PP, mas decidiu avançar com a candidatura lembrando que é “independente e sem filiação partidária”. Apesar de viver em S. Cosme, o empresário e advogado com 27 anos de profissão diz ter distribuído a vida profissional pelas freguesias a que se candidata. Texto: Ricardo Vieira Caldas Pedro Santos Ferreira

Quando decidiu concorrer à União de Freguesias de Fânzeres e S. Pedro da Cova? Fui convidado no início do mês de dezembro de 2012. Foi-me dito na altura que seria a pessoa que melhor conhecia e poderia abraçar este projeto, quando a união das freguesias ocorresse. Atualmente vivo em S. Cosme, mas distribui sempre a minha atividade profissional por Fânzeres e S. Pedro da Cova. Qual é a sua ligação a S. Pedro da Cova? Fui presidente do clube e tenho lá um posto de abastecimento. Tenho uma profunda relação em termos pessoais e profissionais. Tendo essa ligação com as duas freguesias o que considera ser prioritário? A partir de setembro vamos ter uma realidade diferente. São populações enraizadas à freguesia, mais urbana em Fânzeres e mais in-

timista em S. Pedro da Cova, daí a frase: “Duas Vilas Um Projeto”. Ao fim destes anos em que se andou a fazer estradas, piscinas e pavilhões,

entendo que é necessário chegar às pessoas. Fez-se tudo isto para ter votos. Em Fânzeres a população mais velha precisa de alojamento e FOTO: RVC

Mário Gonçalves “Estimo mas não lhe reconheço qualquer defesa do interesse público.”

Entrevista a Daniel Vieira (CDU)

FOTO: DR

Linda Rosa “É uma escolha que resulta da não-aceitação da Fernanda Vieira, ou seja, não é a primeira opção do PS. Também não é a segunda opção, porque sabemos que o PS convidou outras pessoas. O que nos parece é que é uma escolha pessoal e política do José Fernando.”

“Sentimos reconhecimento no trabalho que desenvolvemos”

em S. Pedro a população jovem precisa de apoio. A minha aposta é na área social porque nada foi feito nas duas freguesias ao longo do tempo. As pessoas precisam de uma autarquia próxima. Vai manter as duas juntas como estão? Não irei despedir um único funcionário. Com as valências que vou implementar até vão ser poucos funcionários. Vou manter as duas estruturas físicas porque a Junta de Freguesia é de proximidade com as pessoas. Num universo de 47 mil habitantes fechar valências é ao arrepio de todos. A união de freguesias vai obrigar a criar uma união administrativa e fiscal dos dois locais, essa centralização vai ser feita. Concorda com a união de freguesias? Não posso deixar de discordar com esta união. Não tem razão de ser duas freguesias com esta dimensão [Fânzeres e S. Pedro da Cova] acabarem por formar um único bloco, mas o que me motiva agora é resolver este problema.


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Política: Autárquicas 2013 - Fânzeres e S. Pedro da Cova

“As pessoas são a prioridade”

O que penso de...

Entrevista a Linda Rosa (PS)

É a nova candidata do Partido Socialista à União de Freguesias de Fânzeres e S. Pedro da Cova. Linda Rosa é professora do 2º ciclo, licenciada pela Universidade Portucalense Infante D. Henrique, no Porto e profissionalizada pela ESE (Escola Superior de Educação). Está integrada na política desde 1997 e já ingressou por outras forças políticas, sempre como independente. Foi presidente da Assembleia de Freguesia de S. Pedro da Cova e secretária do executivo da Junta, de 2005 a 2009. Pertenceu à lista da candidatura socialista em 2009 e nos últimos quatro anos está pelo PS como elemento da Assembleia da Freguesia. FOTO: RVC

Texto: Ricardo Vieira Caldas

Considera que iniciou a candidatura numa fase difícil? Não diria fase difícil, diria um pouco mais tarde do que seria desejável começar. Mas costumo dizer que estas coisas são muito relativas. Porventura, se tivesse começado antes também poderia ter havido uma saturação por parte das pessoas. Claro que o meu trabalho vai ter que ser acelerado, comparativamente com os que já estão no terreno há mais tempo. Mas isso não é impeditivo de um bom encaminhamento da candidatura. Aliás, a minha candidatura é de muita proximidade com a população. Não sou de fazer muitos comícios, indo porta a porta conseguimos falar com as pessoas, perceber as suas preocupações e só depois darmo-nos a conhecer. Acredito que o projeto político deve ser sempre da base para cima. O facto de ter sido uma segun-

da opção do partido fragiliza-a de algum modo? Não, eu não acredito nisso. A saída da Fernanda Vieira decorreu por vontade própria e portanto, quando me convidaram para abra-

çar o projeto, tendo em conta que a candidata tinha desistido, não vi qualquer inconveniente em aceitar. A partir daí abracei com o mesmo entusiasmo de como se me tivessem convidado meses antes. Entendo

perfeitamente a escolha da Fernanda que, na altura, seria a sucessora mais lógica. Qual é a sua prioridade para esta União de Freguesias? Primeiro, fazer perceber às pessoas que a União de Freguesias não significa a anulação de nenhuma delas. Há a ideia errada de que com a união, uma freguesia vai mandar na outra. O primeiro compromisso que temos é o de deixar a funcionar as duas Juntas de Freguesia como estão atualmente. A prioridade será também perceber mais de perto as necessidades da população. As pessoas são a prioridade. Nós estamos aqui por elas e para elas. Tem já algum projeto pensado comum às duas freguesias? Uma das situações mais flagrantes é a segurança. A GNR serve as duas freguesias. Contudo, considero que o edifício não está no lugar mais central. Uma das medidas que irei tomar será encontrar um local mais comum às duas freguesias.

“Não faz sentido tirar representatividade às pessoas” Entrevista a Joaquim Espírito Santo (BE)

Foi com 17 anos, enquanto estudava na Escola Alexandre Herculano que viveu o momento político mais marcante, o 25 de abril. Joaquim Espírito Santo, candidato pelo Bloco de Esquerda à união de freguesias de Fânzeres e São Pedro da Cova, esteve sempre ligado a uma ideologia de esquerda e nunca considerou o PS “verdadeiramente de socialista”. O militante do Núcleo de Gondomar do Bloco de Esquerda, desde a sua origem, foi eleito há oito anos para a Assembleia de Freguesia de Fânzeres, recusou ir para o executivo PSD/CDS, por incompatibilidade política, e é contra a união de freguesias em Portugal. FOTO: RVC

Texto: Ricardo Vieira Caldas Pedro Santos Ferreira

O que pensa da união de freguesias? O BE sempre se opôs a esta reforma administrativa territorial autárquica. Fizemos moções que foram apoiadas, exceto pelo PSD, para que a reforma não avançasse porque consideramos que representa uma perda de democracia. A proposta do BE é baseada na participação, democracia e transparência dos processos. A população devia fazer um voto de rejeição à união de freguesias. Depois do que PS e PSD fizeram às autarquias ninguém devia votar neles, deviam ser os grandes derrotados. Fui nascido e criado aqui [Fânzeres], mas Fânzeres e S. Pedro da Cova são identidades completamente distintas, não faz sentido representar 50 mil pessoas. Qual é a principal aposta da sua candidatura?

A transparência dos processos e a participação das pessoas. Consideramos isso essencial e por isso temos apresentado ao longo deste tempo propostas como orçamentos participativos. As freguesias deviam criar gabinetes de levantamento de crise, onde seria possível

haver uma noção dos problemas da freguesia. Que problemas existem nas freguesias de Fânzeres e S. Pedro da Cova? Não há nenhum levantamento dos prémios devolutos e era importante fazê-lo, nomeadamente

em Fânzeres. A nível ambiental, os rios de Fânzeres e S. Pedro da Cova que poderiam dar boas zonas de parques urbanos. E a questão das minas é importante? Há um problema no aterro de S. Pedro da Cova que está a ser resolvido. As minas fecharam mas é preciso perceber, em termos ambientais, como está esse processo. As freguesias foram bem geridas nos últimos quatro anos? Em comparação com o governo anterior da freguesia [PSD/ CDS], temos que reconhecer que houve alguns avanços, mas para nós [BE] foi sempre pouco porque o essencial é por as pessoas a participar. É possível fazer melhor através da participação. Apesar da união vai manter os recursos das freguesias? Já ouvi várias versões e suponho que vá haver despedimentos. Gostaria que não houvesse união de freguesias mas a lógica vai ser essa.

Daniel Vieira “É um jovem com quem trabalhei no executivo anterior. Podemos ter convergido em alguns aspetos mas a forma como vemos o trabalho político é muito diferente. Em termos pessoais, dou-me muito bem com ele. Tem desenvolvido um trabalho que, com os meios que tem, não é o melhor.” Carlos Santos Castro “Conheço-o a nível profissional, sei que é advogado. Tenho alguma ligação com o seu pai. Em termos políticos não o conheço nada dele.” Fernanda Vieira “Conheço-a enquanto docente. É uma pessoa com quem tive contacto depois de eu ter aceite a candidatura. Parece-me que fez um trabalho eficiente embora considere que foi um trabalho de equipa. Poderia ter tido outras opções mas perante o cenário que desenhou, teve uma boa atuação.” Mário Gonçalves “Tenho uma relação muito pessoal com ele. É quase um tio para mim. Em termos políticos sei que esteve com a Conceição Fontes há doze anos atrás.” Joaquim Espírito Santo “Não tenho conhecimentos suficientes para falar dele.”

O que penso de... Daniel Vieira “Muito querido em S. Pedro da Cova” Fernanda Vieira “Podia ter feito mais.” Carlos Santos Castro “Não conheço.” Linda Rosa “Não merece grande consideração.” Mário Gonçalves “Não conheço.”


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Política: Autárquicas 2013 - Fânzeres e S. Pedro da Cova O que penso de... Daniel Vieira “É bom menino.” Fernanda Vieira “Fânzeres deve-lhe algo, porque equilibrou as contas de Fânzeres.”

Linda Rosa “Uma boa menina.” Joaquim Espírito Santo “Não conheço.”

Entrevista a Mário Gonçalves (Movimento Independente) Mário Gonçalves nasceu em S. Pedro da Cova, em 1944. Filho de mineiro capataz, foi voluntário nas tropas paraquedistas e tirou o curso de enfermagem da Força Aérea, na Ilha Terceira, nos Açores. Fundador e gestor de várias empresas, Mário Gonçalves ficou sempre ligado ao paraquedismo. Mais tarde veio a integrar, como independente, o executivo de Conceição Fontes na Junta de Freguesia de S. Pedro da Cova e foi deputado na Assembleia Municipal de Gondomar, eleito nas listas do Movimento Valentim Loureiro Gondomar no Coração, pelo qual concorre agora, em simultâneo, às Juntas de Freguesia de Fânzeres e S. Pedro da Cova. FOTO: RVC

Carlos Santos Castro “É boa pessoa de quem sou amigo.”

“Distribuir sorrisos já não chega”

Texto: Ricardo Vieira Caldas Pedro Santos Ferreira

Como chegou à Junta de Freguesia de S. Pedro da Cova? Um dia o PSD convidou-me como independente para integrar a lista a S. Pedro da Cova, há cerca de doze anos. Fiz parte da junta com a Conceição Fontes. Penso que fizemos um bom mandato e um bom trabalho. Nessa altura que cargo desempenhava? Era secretário. Tinha a meu cargo o pessoal e as obras. Qual é na sua opinião, a prioridade para Fânzeres e S. Pedro da Cova? Não tenho jeito para distribuir sorrisos, embora goste de ser simpático. Se for eleito, como espero, temos que deitar os olhos para os casos gritantes e estar mais em cima

A realidade autárquica nesta união de freguesias irá complicar-lhe a vitória nas eleições? As pessoas hoje já não são ingénuas como no 25 de abril, hoje sabem votar e já se vota com consciência. Distribuir sorrisos já não chega.

datura do Movimento Independente a uma Junta de Freguesia, o que poderá o Movimento fazer pelas freguesias? Há uma realidade política em que os partidos são empresas. Nós [Movimento Independente] resolvemos em reunião o que iremos fazer, estudando sempre a melhor opinião. Resolve-se tudo muito rápido e nos partidos não é assim.

Sendo esta a primeira candi-

Que obras se propõe fazer no

das populações, principalmente as mais carenciadas.

caso de vencer as eleições? Em Fânzeres tenho que olhar para as ruas e passeios. Em S. Pedro da Cova vamos trabalhar na mesma área: ruas que precisam de ser alargadas e pavimentos que é preciso recuperar. Concorda com a união de freguesias? Concordo. A média do cidadão português vai, durante a sua vida, uma vez de 10 em 10 anos, à Junta de Freguesia. Quem diz que as Juntas não deviam ser extintas são as tais empresas políticas que não têm onde meter os militantes. No caso de vencer as eleições vai centralizar os serviços das freguesias? Qualquer cidadão de S. Pedro ou de Fânzeres terá sempre a sua Junta ao serviço. Vão estar lá funcionários para receber as pessoas e tratar as situações dos cidadãos.

Fernando Paulo e Valentim Loureiro unidos na apresentação da candidatura O candidato à Câmara Municipal de Gondomar pelo Movimento Valentim Loureiro Gondomar no Coração apresentou, no dia 6 de julho, as listas à Câmara e Juntas de Freguesia. O evento contou ainda com a presença do mandatário Salvato Trigo, reitor da Universidade Fernando Pessoa.

experiente”. Fernando Paulo sublinhou: “Comigo os gondomarenses sabem com o que podem contar, vão continuar as políticas de proximidade”. Com uma equipa formada por Joaquim Castro Neves - que lidera os pelouros do Ambiente, Turismo, Desenvolvimento Económico e Defesa do Consumidor -, Cristina Castro - Adjunta da Presidência em dois mandatos -, Adolfo Sousa, Jorge As-

FOTO: RVC

FOTO: RVC

O Pavilhão Multiusos recebeu no dia 6 de julho cerca de dois mil apoiantes da candidatura de Fernando Paulo, do Movimento Independente Valentim Loureiro Gondomar no Coração, que apresentou a equipa para a Câmara de Gondomar e as listas para as Juntas de Freguesia. No discurso do candidato ficou a promessa de continuar o trabalho realizado durante 20 anos, “com uma equipa forte, coesa e

cenção, Sílvia Gandarela e José Gonçalves - ex-presidente da Junta de Freguesia de Valbom -, o candidato quer “vencer as dificuldades”. Emocionado, Valentim Loureiro, fundador do Movimento Independente recordou as obras realizadas no concelho nos últimos 20 anos e apelou ao voto em Fernando Paulo, que considerou ser o único “capaz de continuar o trabalho”. O atual Presidente da Câmara Municipal de Gondomar, não se quis comprometer como candidato à Assembleia Municipal e caracterizou Fernando Paulo como “um homem sério, leal e que não dá facadas nas costas, um homem como há poucos no país”. Chamado ao palco, Salvato Trigo, mandatário da candidatura de Fernando Paulo agradeceu o convite a realçou que a pro-

posta do Movimento independente “é a que melhor servirá os interesses dos gondomarenses”. O reitor da Universidade Fernando Pessoa apelou ao voto e lançou o repto ao candidato: “Este é um momento de crise mas é também um momento de oportunidade”. Por fim, Fernando Paulo dirigiu-se aos adversários: “Em que estava o PS de Gondomar a pensar quando decidiu chumbar

uma redução de impostos para os gondomarenses? O que está por trás dessa estranha aliança que PS e PSD firmaram em Gondomar?” Fernando Paulo é vereador de Valentim Loureiro desde 1993 e tem a seu cargo os pelouros da educação, cultura, ação social, saúde, desporto e juventude. A apresentação serviu ainda para lançar os sete candidatos independentes às Juntas de Freguesia de Gondomar.


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Política

Carlos Santos Castro apresenta candidatura à União de Freguesias de Fânzeres e S. Pedro da Cova

Maria Olinda fez a sua apresentação a S. Cosme, Valbom e Jovim

FOTO: RVC

A candidatura Gondomar com Esperança, da coligação PSD-CDS/PP, apresentou Carlos Santos Castro como candidato às freguesias de Fânzeres e S. Pedro da Cova. Na sede de campanha, junto ao Soldado Desconhecido, em Fânzeres, centenas de pessoas assistiram aos discursos de Virgílio Macedo,

líder distrital do PSD, Maria João Marinho, candidata da coligação PSD-CDS/PP à Câmara Municipal de Gondomar e Carlos Santos Castro, que apontou como propostas da candidatura: a criação de uma cantina social em cada uma das vilas, a manutenção das estruturas e funcionários das duas Juntas e a criação de um protocolo com os CTT para Fânzeres. Maria João Marinho caracterizou o candidato como “o homem certo para assumir uma liderança forte”, apesar de ter pela frente “um trabalho árduo e difícil”. Ao Vivacidade, José Luís Oliveira, vice-presidente da Câmara de Gondomar, descreveu Carlos Santos Castro como uma pessoa “afável, simpática e sempre disponível para ajudar”, no que acredita ser “uma candidatura vitoriosa”.

Rui Vicente apresentou-se à Lomba Foi em ambiente de festa que Rui Vicente efetuou, no dia 21 de julho, a apresentação pública da sua candidatura à Presidência da Junta de Freguesia da Lomba. FOTO: DR

Com a participação de Marco Martins, candidato socialista à Câmara Municipal de Gondomar, e da maioria dos membros da sua lista, dos mandatários Cláudia Vieira e Ferreira da Silva, de Carlota Teixeira, candidata à Presidência da Assembleia Municipal de Gondomar, de Justino dos Santos, atual vereador, e de Aníbal Lira, ex-presidente da autarquia, Rui Vicente reuniu centena e meia de pessoas no Miradouro, em Labercos, lamentando que muitos dos jovens que cresceram naquela terra consigo tenham

já abandonado o país, à procura de melhor sorte. Na ocasião, Marco Martins reafirmou a importância fulcral da Lomba no contexto da aposta no turismo que a sua candidatura tem defendido, nomeadamente no que se refere aos cais de Pé de Moura e à aldeia de Areja, a retoma da ligação fluvial da freguesia - a Medas e a Melres -, a instalação de uma caixa Multibanco, descer 40% a taxa máxima do IMI para o alto concelho, o apoio no combate à desertificação e a revisão do PDM.

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Acompanhado por Maria João Marinho, Carlos Santos Castro, candidato pela coligação PSD-CDS/PP apresentou a candidatura à União de Freguesias de Fânzeres e S. Pedro da Cova, com o objetivo de “devolver a esperança a toda a população”.

O Bairro do Monte Crasto recebeu cerca de duas centenas de pessoas que acederam à apresentação pública da candidatura da CDU à União de Freguesias de Gondomar (S. Cosme), Valbom e Jovim no passado dia 15 de Junho.

A cerimónia contou com a presença do candidato à Câmara, Joaquim Barbosa, com o primeiro candidato à Assembleia Municipal, António Valpaços bem como de outros membros da CDU de Gondomar. Num convívio sanjoanino, com música ao vivo que animou o final de tarde de todos os presentes foram apresentados os três primeiros candidatos a esta União de

Freguesias, Maria Olinda Moura, Álvaro Ferreira e João Sousa. “Esta candidatura está preparada para promover e valorizar a identidade, as tradições, a cultura, os serviços e apoios prestados às populações de S. Cosme, de Valbom e de Jovim, de forma a criar as condições necessárias para o progresso e desenvolvimento sustentado desta União de Freguesias”, afirmou Maria Olinda Moura.



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Política

Nuno Coelho apresenta candidatura a Baguim do Monte

No dia 29 de junho, Adérito Machado apresentou-se como candidato da CDU à Junta de Freguesia de Rio Tinto, numa sala composta por apoiantes e amigos da Coligação Democrática Unitária. A lista é composta por independentes e militantes do PCP e do PEV.

No passado dia 30 de Junho foi feita a apresentação da candidatura de Nuno Coelho à presidência da Junta de Freguesia de Baguim do Monte, num almoço onde estiveram presentes 200 pessoas.

FOTO: DR

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Adérito Machado é o candidato da CDU à Junta de Freguesia de Rio Tinto

Adérito Machado, candidato à Junta de Freguesia de Rio Tinto – atualmente na Assembleia de Freguesia – começou por agradecer a presença de todos e salientou a esperança de que a CDU verá reconhecida nas urnas “o trabalho que vem sendo feito em prole da população de Rio Tinto”. “A defesa dos serviços públicos essenciais será uma das frentes que a CDU não abdica, tendo em conta a importância para a população”, salientou o candidato, lembrando que

o local onde se realizava a sessão [Centro Cultural de Rio Tinto], perdeu serviços “que muita falta fazem a uma cidade com a dimensão de Rio Tinto”. A sessão de apresentação de candidatura contou com a presença de Joaquim Barbosa, candidato da CDU à Câmara Municipal de Gondomar. Cristina Nogueira, mandatária da CDU – Rio Tinto, esteve ausente mas fez questão de enviar uma mensagem que foi lida no início da sessão.

Nuno Coelho apresentou a Comissão de Honra de apoio à recandidatura a Baguim do Monte, constituída por cerca de 70 pessoas, num evento que contou com a presença de Marco Martins, candidato do

Partido Socialista à Câmara Municipal de Gondomar, que prometeu apoiar Baguim quando for eleito. Durante o discurso de apresentação, Nuno Coelho enumerou as diversas atividades realizadas pela Junta de Freguesia de Baguim do Monte desde 2005, data em que tomou posse, bem como as várias obras efetuadas nas acessibilidades e equipamentos de Baguim. O candidato prometeu apoiar o movimento associativo e as instituições, indicando como prioridades a ação social, a saúde, a educação, o ambiente e a requalificação dos recursos naturais, a segurança rodoviária, as acessibilidades, os espaços públicos e de lazer e a segurança. No final, Nuno Coelho, ofereceu uma lembrança a todos os Membros da Comissão de Honra de apoio à sua candidatura, como forma de selar os compromissos assumidos.

Parque de Merendas de Jovim foi palco para apresentação de Joaquim Viana

Candidato do PSD/CDS a S. Cosme, Valbom e Jovim

No passado dia 12 de julho, teve lugar no Parque de Merendas de Jovim, a apresentação, à população de Jovim, da candidatura de Joaquim Viana à Presidência da União de Freguesias de Gondomar, Valbom e Jovim.

José António Macedo foi apresentado como candidato da coligação PSD/CDS à União das Freguesias de S. Cosme, Valbom e Jovim. Ter uma União de Freguesias dinâmica e sustentável é um dos seus principais objetivos.

“Não vou fazer falsas promessas”

pessoas iniciar um novo rumo que venha dar as pessoas deste enorme território uma maior qualidade de vida, aproveitando todas as potencialidades existentes, e desperdiçadas ao longo destes últimos anos”, referiu Joaquim Viana. O candidato defendeu a manutenção do funcionamento dos serviços nas Junta se Freguesia, independentemente de onde vai funcionar a sede/Órgão a par da manutenção de outros serviços de proximidade.

FOTO: JIN

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Presentes também, o candidato a Câmara, Fernando Paulo, outros candidatos do movimento e o líder do Movimento, Valentim Loureiro. Nas intervenções feitas, nomeadamente por Marlene Almeida, 1ª na lista por Jovim e do candidato Joaquim Viana, ficou claro que o Movimento tem um programa elaborado com base nas carências de cada uma das freguesias, uma equipa representativa da sociedade civil e uma enorme vontade coletiva de “juntos pelas

Foi perante um auditório cheio que José António Macedo foi apresentado como candidato do PSD/CDS à União das Freguesias de Gondomar (São Cosme), Valbom e Jovim. José António Macedo apresentou as suas áreas prioritárias de intervenção e as linhas gerais do seu programa eleitoral. E garantiu: “Não vou fazer falsas promessas, mas dizer-vos que estou cada vez mais empenhado, disponível e motivado para continuar a trabalhar em prole da qualidade de vida deste novo território.” “Queremos lutar por uma união de freguesias dinâmica, sustentável, inovadora.

Queremos contribuir para que cada um de nós sinta orgulho de viver e pertencer ao território de Gondomar, Valbom e Jovim. Comigo e com a minha equipa podem contar”, concluiu. Já Maria João Marinho, candidata à Câmara Municipal de Gondomar, lembrou que as três freguesias representam 28,9 por cento da população do concelho. “É muito significativo, é muito trabalho que vamos ter de fazer, mas o [José António] Macedo vai ser capaz de o fazer, com certeza”, afirmou com convicção. “Posso dizer que temos um homem sério, que sem dúvida nenhuma deu muito e hoje Gondomar também é fruto do trabalho que ele exerceu”, acrescentou. A candidata realçou assim o que considera ser o “trabalho humanitário” e “empenho” do seu candidato, com “provas prestadas” à frente da Junta de Freguesia de S. Cosme. A apresentação de José António Macedo realizou-se no dia 5 de Julho na Escola Dramática e Musical Valboense.



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Movimento em Defesa do Rio Tinto expõe propostas para o Parque da Levada No dia 18 de julho, foram expostas no Parque Nascente, sete propostas de arranjo paisagístico do Parque da Levada, criadas por alunos de mestrado da Universidade do Porto. O Movimento em Defesa do Rio Tinto acredita que os projetos são possíveis de concretizar.

“A mais valia destes projetos é mostrar que é viável, do ponto de vista técnico, recuperar o centro de Rio Tinto, não o transformando numa série de betão”, disse Paulo Silva do Movimento em Defesa do Rio Tinto, durante a exposição de sete propostas de arranjo paisagístico para o Parque da Levada, realizadas por alunos do Mestrado em Arquitetura Paisagística da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto.

O desafio proposto pela professora Isabel Silva, que se considera “contente com os resultados”, levou um dos grupos a vencer o prémio Jovem Arquiteto Paisagista 2013, com o trabalho “Flow Park”, que esteve presente na exposição Bienal Europeia da Paisagem, realizada em Setembro de 2012, em Barcelona. Sílvia Freitas, uma das alunas envolvidas no projeto “Flow Park” admite que não sabe até que ponto as propostas apresentadas são economicamente viáveis, mas considera que “qualquer uma delas é concretizável”.

FOTO: PSF

Texto: Pedro Santos Ferreira

Pavilhão Multiusos de Gondomar acolheu campeonato de danças de salão O pavilhão Multiusos Gondomar “Coração de Ouro” acolheu, durante o dia 13 de julho, o “WDSF Douro Open”. A iniciativa, realizada em paralelo com o 2.º Troféu do Norte, envolveu, durante várias horas, inúmeros participantes em diversas categorias.

A dança passou por Gondomar no dia 13 de julho. O Pavilhão Multiusos Gondomar “Coração de Ouro” recebeu dançarinos de 12 países, na competição internacional, WDSF Douro Open. Ao Vivacidade, Mónica Gomes, responsável pelo Douro Open, revela que apesar da ideia ter surgido “mês e meio” antes da realização do evento, a competição não deixou de ser um sucesso. “Seria de pensar que estariam poucos atletas aqui mas isso não se verificou”, afirma a

responsável. Segundo a organizadora, o pavilhão Multiusos Gondomar “Coração de Ouro” “reúne todas as condições para a dança a nível de infraestruturas e de acessos”. Mónica Gomes destaca ainda a “qualidade de receção” e as condições de acesso ao recinto, que permitiram a participação de “cerca de 200 atletas”, disse a organizadora. Para que este campeonato fosse aberto a todos os dançarinos, a organização do evento criou, para além das categorias formais, uma designada de “Basics” – para possibilitar a competição a iniciados e intermédios.

O Campeonato Internacional de Danças de Salão, considerado o maior encontro nacional de dança desportiva, realizou-se em Gondomar já pelo terceiro ano consecutivo. Em declarações ao Vivacidade, Mónica Gomes expressou o desejo de realizar a segunda prova do Douro Open no próximo ano. “Queremos organizar aqui a segunda edição do Douro Open”, concluiu. O evento foi organizado pela Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Gondomar e pelos Alunos de Apolo de Gaia, contando com o apoio da Câmara Municipal de Gondomar.

FOTO: DR

Texto: Pedro Santos Ferreira




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Opinião

Proposta de Cavaco para a crise parece improvável sem eleições

Posto de Vigia Manuel Teixeira Jornalista e Professor Universitário

1 – Na sua comunicação ao país, o Presidente da República enalteceu os valores da estabilida-

de política, recusando-se a avaliar a proposta governativa da coligação PSD/CDS, pondo em relevo os riscos resultantes da interrupção do processo de assistência financeira da troika, e a desconfiança que eleições antecipadas ainda este ano desencadearia nos mercados financeiros. Disse ainda o Chefe do Estado que, se desencadeasse agora um processo eleitoral neste cenário, Portugal teria que ser objeto de um novo resgate, sob pena de colapso financeiro do Estado. Perante os perigos enunciados, o Presidente lançou o repto aos três partidos do arco da governação, impondo um período de negociações alargadas, com o objetivo de conseguir uma plataforma de entendimento que assegure estabilidade governativa e financeira, pelo menos até ao fim do programa de assistência da troika, com eleições gerais antecipadas para meados do próximo ano. A proposta de Cavaco

caiu que nem uma bomba entre os partidos, e no interior do país político. Mas é uma jogada de altíssimo risco, quaisquer que seja a saída que se venha a desenhar. 2 – A comunicação do Chefe do Estado surgiu dez dias após o início formal da crise, ou seja na sequência da demissão de Vítor Gaspar da pasta das finanças, pouco depois reforçada com o pedido de demissão do líder do CDS, Paulo Portas. Independentemente da contabilidade partidária que o processo tem alimentado em acesas discussões públicas, a verdade é que os dois parceiros da maioria acabaram, pouco depois, por levar a Belém uma nova redistribuição do bolo do poder, que não mereceu, contra todas as espectativas, o aval do Presidente da República. É público e notório que, para as diferentes oposições, sejam de natureza partidária ou sindical, o novo desenho da coligação não assegurava nenhuma espe-

rança aos portugueses, e, bem pelo contrário, surgia como um arranjo oportunista que apenas visava sustentar os dois parceiros no poder. A maioria dos comentadores e analistas políticos nos media não diverge muito nesta leitura catastrofista, procurando, cada um à sua maneira, minar e desacreditar os novos e velhos protagonistas do poder. Estes dois factos conjugados permitem concluir que a nova versão da coligação PSD/CDS não teria, nem terá – se vier a concretizar-se - um único dia de descanso. 3 – Em nome da seriedade inteletual impõe-se colocar algumas questões que nos ajudem no raciocínio analítico: mas, afinal, quem tem razão? Está o Governo agora mais forte do que antes da crise? Tem a coligação condições para prosseguir a legislatura, mesmo que só até ao próximo verão? Este abalo sísmico terá algum efeito nos corredores do poder da União Europeia? É de

esperar, com realismo, profundas mudanças quer no estilo quer nos conteúdos da governação? Quem poderá, afinal, ganhar ou perder, realmente, com esta crise? Tem a oposição soluções mais duradouras e credíveis para um novo rumo político? Não há respostas taxativas e categóricas para nenhuma destas perguntas. Porque estamos perante uma nebulosa demasiado densa para podermos prever, com realismo, o que verdadeiramente pode acontecer. Mas há uma chave mestra para responder a praticamente todas estas questões. A saber: se a União Europeia aceitar rever profundamente os objetivos que nos impôs no âmbito do memorando de entendimento, há condições para aceitar que esta crise foi virtuosa. Caso contrário, ou seja, se os nossos parceiros mantiveram a mesma postura que até agora, então estamos apenas perante um intervalo. Isto é, a crise segue dentro de meses…

Sou cliente de uma operadora de telecomunicações e um agente comercial de uma concorrente abordou-me em minha casa, para me persuadir a aderir aos seus serviços, dizendo que trataria do cancelamento do meu contrato com a minha operadora. Poderei confiar nesta actuação?

Jurísta da DECO

É importante verificar se o contrato que está em vigor se

FOTO: DR

Cláudia Gomes Sousa

encontra dentro do período de fidelização ou período de permanência obrigatória, cláusula que costuma estar prevista nas condições do contrato e que pode variar entre os 12 e os 24 meses. Só o titular do contrato é que pode por fim ao mesmo, inclusive, através de carta registada com aviso de receção, documentando-se com uma cópia de reserva. No entanto, em muitos casos, os consumidores, por desconhecimento e/ou sob as indicações dos agentes comerciais, delegam nestes a faculdade de porem termo ao contrato ainda dentro da fidelização, e em simultâneo as-

sinam novo contrato com outra entidade. Recebem, em consequência, a maior parte das vezes, faturação em duplicado, acrescida ainda do valor de indemnização por alegado incumprimento do período obrigatório de permanência contratual. Perante uma situação como a vertida, o consumidor nunca se deve precipitar na mudança a operar. O mais aconselhável é refletir sobre o assunto, esclarecer todas as dúvidas antes de assinar o contrato, podendo pedir ajuda, para o efeito, inclusive, à Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor.

Para qualquer esclarecimento adicional, por favor dirija-se presencialmente ou por carta à DECO – Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor, Delegação Regional do Norte – Rua da Torrinha, n.º 228-H, 5.º andar, 4050-610 Porto, ou através do endereço deco.norte@deco.pt


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Opinião

“Prevenção de acidentes de mergulho”

Paulo Amado Médico Especialista de Ortopedia e Traumatologia Diretor do Bloco Operatório e Ortopedia do Hospital he+

bilidade para toda a vida. Um momento de lazer ou de férias, pode ser fatal para toda a vida, por um simples descuido, que com algum cuidado poderia ter sido evitado. Bastaria analisar primeiro o local em que se vai mergulhar, ver se tem rochas, qual a verdadeira profundidade, enfim pequenos cuidados que fazem toda a diferença. Bem diz a sabedoria popular, quando alguém decide sobre um assunto sem o analisar “aquele atirou-se de

cabeça”. Caro leitor não o faça, sem os cuidados a ter, que são fáceis e descritos num folheto que pode encontrar em consultórios ou clinicas de Ortopedia. Só quem acompanhou doentes, vítimas de fraturas cervicais após um mergulho e seguiu toda a tragédia condicionada por um ato irrefletido e evitável, poderá valorizar esta chamada de atenção. Das 17 vítimas deste tipo de acidente, no ano passado, 70% tinham menos de FOTO: SOCIEDADE PORTUGUESA DE ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA

Viva Saúde

Estimados leitores, este título pode parecer estranho, pois existem campanhas de prevenção para tanta coisa, que para “acidentes de mergulho” é algo que pode parecer inédito. No entanto, só no ano passado estes acidentes, após um simples mergulho ou numa piscina, rio ou mar, provocaram 17 vítimas com paralisias definitivas... É um número que pode parecer pequeno, para uma campanha tão grande, liderada pela Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia, na qual pessoalmente me tenho empenhado, mas mesmo que fosse só por um caso já valeria apena. Reparem que um simples mergulho, sem as devidas cautelas, após um traumatismo da coluna cervical, por impacto da cabeça no fundo da piscina ou no leito de um rio ou numa onda do mar, pode provocar uma fractura de uma vértebra cervical, que condiciona uma lesão da medula cervical com consequente paralisia dos braços e pernas, que muitas vezes é definitiva, condicionando a mo-

29 anos, logo fruto de alguma inexperiência de vida. Em caso de acontecer o acidente ligue de imediato para o 112, que dispomos de uma das melhores assistências ao acidente tanto pelo INEM, como pela rede de bombeiros voluntários, que de um modo, muitas vezes heroico, acodem a estes e outros acidentes. Pensem que um momento de lazer, férias ou num simples mergulho, podem acabar com a vossa felicidade e a dos que vos querem bem. A Medicina atual, já sofreu muitos desenvolvimentos tecnológicos, mas nas lesões medulares vertebrais ainda está muito condicionada, não resolvendo grande parte das paralisias provocadas por estas fracturas. Vamos fazer das nossas férias um momento de alegria e descompressão da nossa vida, cada vez mais stressante e de dificuldades em demasia. Boas férias e lembrem-se, cuidado quando mergulharem de cabeça... Até breve, estimados leitores.

Um roteiro gastronómico Bisturi Henrique Villalva

país. Paralelamente, é ainda importante promover e divulgar essas especiarias, atraindo visitantes aos locais mais emblemáticos do concelho, conjugando o cardápio gastronómico com os circuitos de

atração turística. Impõe-se um roteiro que conjugue percursos a visitar com as riquezas culinárias. De forma coordenada e articulada com as estações do ano, de molde a que os nossos visitantes não nos

olhem apenas numa determinada época do ano – essencialmente de novembro a abril, mas que se explorem as outras épocas, aliás até turisticamente mais fortes, com outros atrativos. As eleições também servem para isto… FOTO: DR

Toda a gente sabe que um dos elementos mais elogiados pelos turistas que visitam o nosso país é a sua variada e muito apreciada gastronomia. Daí que, de norte a sul do país, desde os grandes centros urbanos à mais recôndita aldeia, a especificidade da gastronomia de cada região se converteu num trunfo que ninguém dispensa. Gondomar não escapa à regra,

e ainda bem. A sua dieta alimentar tradicional é rica e muito apreciada. Ninguém ignora, de resto, que ao longo do ano há várias iniciativas no concelho em torno das suas especialidades gastronómicas: as papas de sarrabulho e os rojões, a sopa de nabos, a lampreia e o sável, o cozido, a broa, os doces, etc., etc. Iniciativas que, aliás, têm vindo a crescer e a ganhar adeptos, graças ao trabalho desenvolvido pelas respectivas confrarias. Mas, diga-se em abono da verdade, o percurso até agora feito está essencialmente virado para o turismo interno, e muito regionalizado… Em época pré-eleitoral, será importante que os diversos candidatos não esqueçam estas riquezas do nosso concelho. E que procurem agora dar um salto para mais além. Isto é, que levem a nossa riqueza culinária para fora das fronteiras do concelho, e até mesmo para além fronteiras do


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Emprego


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Lazer

Avalie bem todas as possibilidades que terá numa possível mudança, pois poderá ser benéfica para a sua vida pessoal. Uma união amorosa secreta vai ser o seu segredo Nºs da sorte: 2-9-13-28-29-37-48

Não facilite. Aja com cautela e evitará futuros problemas. Use a sua fértil imaginação para criar coisas novas na sua vida. Não deixe a rotina tomar conta da sua vida. Nºs da sorte: 4-7-14-16-26-42-45

Dedique-se à família. As questões sentimentais e amorosas estão favorecidas. Cuidado com palavras impensadas e ditas na hora errada. Nºs da sorte: 1-12-29-37-38-46-50

Boa fase nas finanças. Oportunidade para receber quantia que há muito aguardava. Relacionamento amoroso problemático. Solte-se e captará desejos do seu amor. Nºs da sorte: 5-9-10-18-29-36-42

Agora as notícias de Gondomar já podem chegar até si. Caso esteja interessado, informámos que o custo de subscrição é de 25€ por ano.

Alargue os seus horizontes. Dê oportunidade de se valorizar. Um sorriso, simpatia e diplomacia são fundamentais para ultrapassar dificuldades que encontrará. Nºs da sorte: 6-9-15-28-39-43-48

Tente não ser influenciado por problemas que não lhe dizem directamente respeito. Não pode ajudar todos. A sua sensualidade ajudará. Nºs da sorte: 5-12-20-27-30-45-47

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O Tino de Gondomar, deprimido que anda A lealdade é das qualidades que mais apreNão desista do que acredita. Entregue-se de corpo e alma para alcançar os seus objectivos. A sorte está consigo. Nºs da sorte: 4-7-12-19-38-45-48

O seu espírito de aventura está em alta. Uma verdadeira revolução poderá processar-se na sua carreira. Aja como uma pessoa amadurecida e segura. Nºs da sorte: 2-9-16-19-26-31-36

com a situação financeira do país,

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foi a uma cartomante. Deita as cartas e diz a cartomante: - Isto vai ser assim até 2014! - E depois? - perguntou o Tino de Gondomar - Depois, ... habitue-se...

Excelente para iniciar um grande projecto profissional e para recomeço de carreira. Conte com a ajuda de pessoas mais experientes. Nºs da sorte: 3-5-17-28-36-46-47

Desfrutará da companhia de familiares e companheiros de trabalho. Libere as suas emoções de maneira controlada e lute pelo que quer. Nºs da sorte: 6-7-16-24-28-36-39

Cuidado com falsos amigos. Eles poderão trazer-lhe decepção se não tomar providências quanto a coisas mal explicadas. Aspecto financeiro pouco favorável. Nºs da sorte: 8-9-18-26-37-39-41

Momento muito promissor para quem quer ampliar os seus conhecimentos. Muita vontade de conhecer novos lugares e pessoas pode dar origem a uma viagem. Nºs da sorte: 4-8-27-34-39-45-48




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