Reportagem
V
A.D. S. Pedro da Cova atravessa período difícil Presidente criou novo clube para escalões de formação P.4 e 5
Crise nas
IPSS de Gondomar
Sociedade V
Festas a São Brás animaram Baguim do Monte P.14 e 15
Política V
Marco Martins faz balanço positivo dos primeiros 100 dias de mandato P.30 e 31
Desporto
P.36 e 37
OFERTA
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Um retrato das dificuldades vividas por algumas das Instituições Particulares de Solidariedade Social de Gondomar
P.28 e 29
10 bilhetes para “Carnaval Erótico / Nelson Freitas”, a 1 de março,no Multiusos de Gondomar 4 bilhetes para As Manhãs da Comercial – “Parabéns in the night” no Multiusos de Gondomar 10 CD’s – “Baile (en)cantado” dos Arco do Bojo
Saiba mais P.54 V
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Entrevista a Paulo Ferreira: Ex-ciclista gondomarense confessa que esteve perto de abandonar a modalidade
2 VIVACIDADE FEVEREIRO 2014
Editorial Alerte para o que está bem e denuncie o que está mal. Envie-nos as suas fotos para geral@vivacidade.org José Ângelo Pinto
Administrador da Vivacidade, S.A. Economista e Docente Universitário
Caros Leitores, O seu jornal apresenta nesta edição uma reportagem sobre as instituições do terceiro setor de Gondomar. Cada vez mais importante reforçando a sua relatividade quando as pessoas têm mais dificuldades, pois é o último bastião da proteção social, o terceiro setor é muitas vezes o último refúgio a que as pessoas recorrem, quando não conseguem mais garantir a sobrevivência no primeiro ou segundo setores. Mas o que é afinal o terceiro setor? O que faz com que uma organização possa dizer que pertence a este ramo da atividade pública? Muito fácil. Se se tratar de uma estrutura legalmente constituída, não ligada ao estado, sem fins lucrativos e com uma base de trabalho voluntária, então estão cumpridos os requisitos para a classificação “terceiro setor”. E porquê? Fácil, o primeiro é o dos governos (Estados) e o segundo o dos mercados. Exemplos de entidades associadas ao terceiro setor são as organizações sociais, as fundações, os serviços sociais, os condomínios, os partidos políticos, as entidades sindicais e todas as associações em geral. Nesta edição, procuramos mostrar alguns exemplos de instituições que pertencem ao setor social, em Gondomar. São bons exemplos de altruísmo, dedicação ao próximo e desinteresse total de pessoas que fazem com que as instituições avancem e progridam.
POSITIVO
Reportagem Vivacidade Páginas 4 e 5
A EDP, em parceria com a Câmara Municipal de Gondomar, iniciou uma experiência no centro do concelho, junto à Câmara Municipal, de substituição da iluminação pública por lâmpadas LED, mais amigas do ambiente, mais económicas e com maior qualidade de iluminação.
Breves Página 6 Sociedade Páginas 8 a 20 Cultura Páginas 21 a 26 Destaque Páginas 28 e 29 Política Páginas 30 a 35 Desporto Página 36 a 40
NEGATIVO
Empresas & Negócios Página 41 a 46
As obras de alargamento da rua Manuel Sousa Matos, em São Pedro da Cova, tornaram a via perigosa para os veículos que lá circulam. Na mesma rua, há também um poste situado no meio da estrada e fora do passeio, o que obriga os automóveis a contornar o obstáculo.
Opinião Páginas 47 a 51 Lazer Página 52 e 53 Emprego Página 54
Enviado por Fernando Ribeiro
Próxima Edição 20 de março
José Martino
Engenheiro Agrónomo CEO da consultora agrónoma “Espaço Visual”
A Bolsa Municipal de Terras O concelho de Gondomar é o 8.º mais populoso de Portugal, com cerca de 170 mil habitantes e uma extensa paisagem rural, que faz as delícias dos turistas mas que tem uma outra face que esconde uma economia de subsistência. As eleições autárquicas de 20 de setembro operaram uma mudança significativa no espectro político de Gondomar. Verifiquei que o atual presidente da Câmara, Marco Martins, definiu como primeira prioridade da sua ação o desenvolvimento económico e o combate ao desemprego. Não podia estar mais de acordo. Também mudou o pa-
Sumário:
radigma do ser autarca hoje. O autarca da “obra feita” passou à história. Agora o novo autarca terá de estar atento à economia do seu concelho, impulsionando a criação de riqueza e de emprego. Recentemente, o JN publicou uma reportagem sobre a Bolsa Nacional de Terras, um projeto lançado por este Governo para permitir o arrendamento de terras incultas ou ao abandono, e de que fui um dos principais impulsionadores através de uma petição pública que lancei há cerca de três anos a defender um “Banco de Terras”. Passo à frente das diferenças substanciais en-
tre o projeto do Governo e a construção teórica (na verdade, mais do que isso porque existe um excelente exemplo na Galiza) que fiz de um Banco de Terras. Mas na realidade são essas diferenças que levam à conclusão do JN: a Bolsa Nacional de Terras até este momento, é um falhanço. O mesmo não se pode dizer do que alguns municípios têm feito: Bolsas Municipais de Terras. O exemplo mais marcante é o do concelho de Sever do Vouga, cuja Bolsa Municipal de Terras tem vindo a criar riqueza e emprego e, agora, o executivo camarário vai estendê-la a todas as freguesias. Deixo aqui, por isso, uma sugestão ao novo edil de Gondomar e ao seu executivo: lance uma Bolsa Municipal de Terras. Este projeto irá promover o empreendedorismo e dinamizar a economia local. Além do mais, uma Bolsa Municipal de Terras, integrada num plano de desenvolvimento rural, irá absorver muito desemprego, que em Gondomar atinge os 20%. A sugestão aqui fica.
Registo no ICS/ERC 124.920 Depósito Legal: 250931/06 Diretor: Augusto Miguel Silva Almeida (TE-873) Redação: Ricardo Vieira Caldas (CP-9828) Pedro Santos Ferreira (TP-1911) Diretor Comercial: Luiz Miguel Almeida Paginação: José Vaz Edição, Redacção, Administração e Propriedade do título: Vivacidade, Sociedade de Comunicação Social, S.A. Administrador: José Ângelo da Costa Pinto Detentores com mais de 10% do capital social: Lógica & Ética, Lda. Sede de Redacção: Rua do Niassa, 133, Sala 1 4250-331 PORTO Colaboradores: Ana Gomes, André Campos, Andreia Sousa, Carlos Brás, Catarina Martins, Cristina Nogueira, Domingos Gomes, Guilhermina Ferreira, Henrique de Villalva, Isabel Santos, Joana Simões, Chefe João Paulo Rodrigues, José António Ferreira, José Luís Ferreira, Leandro Soares, Leonardo Júnior, Luísa Sá Santos, Manuel de Matos, Manuel Teixeira, Margarida Almeida, Michael Seufert, Paulo Amado, Paulo Santos Silva, Pedro Oliveira, Rita Ferraz, Rui Nóvoa, Rui Oliveira e Sandra Neves. Impressão: Unipress Tiragem: 10 mil exemplares Sítio na Internet: www.vivacidade.org Facebook: www.facebook.com/ jornalvivacidade E-mail: geral@vivacidade.org
4 VIVACIDADE FEVEREIRO 2014
Reportagem Vivacidade
Clube mineiro atravessa fase difícil e
A liderar o clube desde 2011, Carlos Rodrigues está sem soluções para o futuro da Associação Desportiva São Pedro da Cova. A sede e o Administrativa está agora nas camadas jovens que querem dar nova vida à associação. Texto: Pedro Santos Ferreira
FOTO: RVC
Formada em 1937, em solo mineiro, a Associação Desportiva São Pedro da Cova é hoje um clube à deriva. Comprometido financeiramente, a A. D. São Pedro da Cova compete esta temporada na Divisão Elite-Pro Nacional e está atualmente em 16.º lugar. “Tenho dúvidas que o S. Pedro da Cova consiga acabar este campeonato com as dificuldades que atravessa. Neste momento estamos em 16.º lugar, com um jogo por disputar com o Leça, que também atravessa um período difícil”, lamenta Carlos
Rodrigues, o líder da Comissão Administrativa que gere o clube desde 2011. Triste com a situação a que a associação desportiva chegou, o presidente da comissão recorda ao Vivacidade a história do clube com mais de 75 anos e com um património avaliado em três milhões de euros, um valor superior aos 150 mil euros necessários para pagar as dívidas às
Finanças e aos credores do clube. Em novembro de 2013, a sede da equipa e o estádio foram leiloados em hasta pública. Uma senhora da Maia acabou por comprar a sede social por 11 mil euros, mas “por um minuto” Carlos Rodrigues conseguiu evitar a venda do estádio a uma empresa de construção civil, de Lisboa. “Consegui evitar a venda do estádio por 72 mil euros,
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Reportagem Vivacidade
procura solução nas camadas jovens
o estádio do clube chegaram a ser leiloados em hasta pública e os jogadores estão sem salários há meses. A única esperança da Comissão
“Apoios financeiros são cada vez mais escassos” Apesar das dificuldades, o líder da Comissão Administrativa não vira as costas ao clube. “O meu pai era mineiro e trabalhou no subsolo deste estádio, a 200 metros de profundidade. Eu só estive afastado do clube durante três anos porque não concordava com as pessoas que o lideravam, mas quando chegou a altura de fechar as portas entendi que isso não devia acontecer”, conta Carlos Rodrigues. Com os subsídios e a ren-
FOTO: RVC
A Associação Desportiva S. Pedro da Cova ocupa atualmente o 16.º lugar da divisão Elite-Pro Nacional
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porque entreguei nas Finanças um requerimento e agora esse processo está em tribunal. Contudo, se a Câmara de Gondomar não intervir, podemos perder o complexo desportivo para as Finanças”, afirma. Segundo Carlos Rodrigues, o requerimento serviu apenas para atrasar a penhora e tentar obter o apoio da Câmara Municipal de Gondomar e da União de Freguesias de São Pedro da Cova. Questionados pelo Vivacidade, Marco Martins, presidente da Câmara de Gondomar, e Daniel Vieira, presidente da União de Freguesias, admitem a gravidade do problema, mas não prometem soluções a curto prazo (ver caixa). O plantel sénior, com ajudas de custo em atraso, e cerca de 80 miúdos - benjamins e juvenis – nas camadas jovens, aguardam com ansiedade a promessa de um futuro melhor. A esperança reside agora num novo clube, fundado por dez sócios. A nova instituição, constituída a 13 de dezembro, chama-se Clube Desportivo São Pedro da Cova 1937. “No próximo ano, depois de uma Assembleia Geral aprovada pelos sócios do S. Pedro da Cova, vamos ter as camadas jovens a competir pelo Clube Desportivo São Pedro da Cova 1937, sendo que a A. D. São Pedro da Cova irá continuar de pé, mesmo que desça de divisão”, explica Carlos Rodrigues.
da do restaurante sob a bancada penhorados, o clube vive agora dos contributos dos sócios e das quotas dos sócios. Os patrocínios são escassos e o aumento da mensalidade dos atletas levou ao desaparecimento do escalão júnior na equipa. “Hoje em dia tudo envolve custos e os pais não estão dispostos a pagar uma mensalidade. Fomos bastante prejudicados porque um escalão de juniores permitiria suprir crises no plantel sénior, mas nem isso temos”, lamenta. Ao Vivacidade, Carlos Rodrigues admite a existência de vontade política para resolver o problema do S. Pedro da Cova. O dirigente tem mantido conversações com os autarcas da Câmara de Gondomar e realça o empenho do presidente da Câmara Municipal e da vereadora do Desporto. “Ainda não há uma solução e os apoios financeiros são cada vez
mais escassos, mas acredito que é possível resolver o futuro do clube”, refere. “Nunca fiz mal a ninguém, mas já me fizeram a mim” A difícil situação do clube já gerou vários problemas a Carlos Rodrigues. O dirigente teve a viatura vandalizada duas vezes e apresentou queixa contra desconhecidos, na GNR de Fânzeres. “Nunca fiz mal a ninguém, mas já me fizeram a mim. Já tive uma viatura vandalizada duas vezes e outra que chegou a ser incendiada. Isto não de admite”, lamenta. Carlos Rodrigues admite que os problemas começaram a surgir quando tomou posse, em 2011. “Vou fazer três anos de mandato e comecei a ser perseguido desde que entrei no clube, mas isso não me faz parar, até porque, sem subsídios, temos feito um trabalho que é de louvar”, conclui.
Câmara e Junta de Freguesia atentas à situação do clube
“Estamos disponíveis para encontrar soluções”
“Não temos meios para resolver os problemas do clube”
Ao Vivacidade, Marco Martins, presidente da Câmara Municipal de Gondomar, admite que o problema está a ser estudado pela autarquia, mas não apresenta soluções imediatas. “Estamos sempre disponíveis para encontrar soluções dentro daquilo que é razoável, mas não vamos gastar 250 mil euros. Já nos reunimos cinco vezes com a direção e apresentaram-nos sempre propostas diferentes e incoerentes com as reuniões anteriores. Continuamos à espera de uma proposta concreta”.
Daniel Vieira, presidente da União das Freguesias de Fânzeres e São Pedro da Cova, concorda com a necessidade de salvar o património do clube mas refere que os meios da União de Freguesias não são suficientes para ajudar a instituição. “Para nós a A.D. São Pedro da Cova é uma das principais associações da freguesia e é representativa pelos atletas que envolve e pelo nome que transporta sempre que se desloca em competição. Os problemas estruturais têm sido discutidos, mas não temos meios para resolver os problemas do clube”.
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Breves Associação de Apoio ao Deficiente inicia formações em Fânzeres No dia 3 de fevereiro tiveram início na Associação de Apoio ao Deficiente – Nuno Silveira – ANS, na rua Professor Moreira, em Fânzeres, três ações de formação profissional - ajudante de lavandaria e limpeza, ajudante de tecelão ou tecedeira e ajudante de jardinagem e manutenção de instalações - para um total de 36 formandos. Estas ações têm como objetivo assegurar a for-
mação profissional e certificação de pessoas com deficiências e incapacidades através de percursos individualizados de formação com uma duração de 2900 horas. Para a concretização deste novo projeto a ANS obteve, em 2013, a certificação como entidade formadora e financiamento pelo Programa Operacional Potencial Humano (POPH) para a execução das formações.
Auditório Municipal vai sofrer “remodelação total” O executivo municipal está a preparar uma intervenção no Auditório Municipal de Gondomar que prevê a “remodelação total” daquele espaço cultural do concelho. “Estamos a elaborar um caderno de encargos para as obras no auditório. Já havia um projeto mas
só resolvia um problema do ar condicionado e não resolvia os problemas da falta da porta de emergência, nem da acústica, nem da eletricidade ou das infiltrações”, disse Marco Martins, Presidente da Câmara de Gondomar, ao Vivacidade.
Gondomar Futsal Clube participou no II Trail Santa Iria
Urbanização Monte Futebol Clube tem nova direção A Urbanização Monte Futebol Clube elegeu uma nova direção que irá ser liderada por José Luís Moreira. O novo presidente do clube toma posse no dia 22 de fevereiro, pelas 21h30, no salão nobre da associação, em Valbom. José Luís Moreira irá cumprir um mandato de dois anos.
Geoclube levou 13 alunos ao Parlamento Europeu Uma delegação de vinte e oito elementos do Gondomar Futsal Clube participou a 2 de fevereiro no II Trail Santa Iria, em Melres. O clube gondomarense alinhou no trail de 35km
e no mini trail de 13km. Lucinda Sousa, atleta do Gondomar Futsal Clube ganhou as duas edições da prova e ficou em 11.º lugar na classificação geral.
Grupo Coral e Desportivo de Fânzeres quer participar no Campeonato do Mundo de 2014 de patinagem artística O Grupo Coral e Desportivo de Fânzeres vai integrar a equipa de precisão sénior “O’Porto Skater’s”, em parceria com o Grupo Desportivo do Viso e com a Academia de Patinagem Artística da Casa do Benfica de Paredes. As três equipas vão assim constituir
um plantel formado por 24 patinadores e patinadoras, com idades entre os 13 e os 24 anos, para disputarem o Campeonato Nacional e obterem o apuramento para o Campeonato do Mundo de 2014, que se vai realizar no mês de setembro, na cidade de Réus, em Espanha.
Freguesia da Lomba já conta com uma caixa de multibanco
A convite das eurodeputadas Marisa Matias e Alda Sousa do Bloco de Esquerda, o Geoclube – Associação Juvenil levou 13 alunos, do 10.º e 12.º anos, da Escola Secundária de Gondomar a visitar o Parlamento Europeu entre os dias 30 de janeiro e 1 de fevereiro. O convite surgiu no seguimento do trabalho
que o Geoclube tem feito na Secundária de Gondomar ao longo do ano letivo, no sentido de “fomentar a participação ativa dos jovens, alertar para a importância da cidadania europeia e consciencializar os jovens para a importância das eleições europeias que se avizinham”.
A primeira caixa multibanco da freguesia da Lomba foi inaugurada a 2 de fevereiro por Marco Martins, presidente da Câmara de Gondomar, e Rui Vicente, presidente da Junta de Freguesia da Lomba. A inauguração, representa, segundo Rui Vicente, a “concretização de mais um compromisso”. “Afinal, o que era impossível, acabou por se conseguir”, escreveu o autarca da Lomba na rede social Facebook.
Aprovada reestruturação orgânica do município
União de Freguesias de Fânzeres e São Pedro da Cova com novo site
Já está disponível a nova página web da União de Freguesias de Fânzeres e São Pedro da Cova. No site está disponível a
agenda, notícias da freguesia e diversas informações sobre os equipamentos disponíveis nas áreas da Saúde, Educação e Desporto. Para Daniel Vieira, presidente da União de Freguesias, o novo site representa “uma reformulação, com a criação de uma nova imagem e um novo sítio na internet”. “O objetivo é divulgarmos as iniciativas, a história das freguesias, dos movimentos associativos e dos equipamentos que dispomos”, refere.
A Câmara Municipal de Gondomar aprovou, esta quarta-feira, a reestruturação orgânica do município, com os votos favoráveis do executivo socialista, de um vereador do PSD e outro da CDU. O documento aprovado traduz a necessidade de “reformulação
da estrutura, adequando-a a orientações políticas redefinidas, assim como à geração de poupança económica, com a redução de parte da estrutura”. A próxima reunião de Câmara realiza-se no dia 5 de março, em Fânzeres.
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Sociedade
Expo Clássicos & Motorshow ‘atestou’ Multiusos de Gondomar O Expo Clássicos & Motorshow, no Multiusos de Gondomar, fica marcado por uma enorme afluência de pessoas ao recinto do pavilhão gondomarense. O 9.º evento deste tipo - primeiro no concelho - contou com muita animação e com uma diversificada exposição de carros clássicos, motorizadas e carros desportivos. Com um total de cerca de 9000 visitantes na edição que decorreu a 1 e 2 de fevereiro, a organização garante já que em 2015 haverá uma segunda edição gondomarense, no mesmo local.
mento do comércio local: “É sempre um desafio quando chegamos
a uma cidade e não a conhecemos. Está aqui um grande investimento e estou muito contente por ter trazido a Gondomar, pela primeira vez, tanta afluência numa exposição de clássicos. Tenho todos os motivos para voltar a Gondomar em 2015 porque Gondomar acolheu-me de braços abertos”, comenta. Para a autarquia, na pessoa do vereador da Cultura e vice presidente da Câmara, Luís Fi-
Um total de 9000 visitantes apreciaram carros clássicos, desportivos e motorizadas
lipe Araújo o “Multiusos precisa deste tipo de eventos”. “A exposição foi um sucesso. Inicialmente havia alguma incerteza em saber como é que o município ia reagir, mas correu muito bem e teve grande interesse”, afirma o vereador. FOTO: RVC
Um passeio clássico pelas ruas do concelho e um concurso de motorizadas com o melhor restauro foram duas das atividades complementares à edição do 9.º Explo Clássicos, a primeira edição gondomarense. Para o organizador António Silva, esta edição foi “sem dúvida a melhor de todas”. “Esta foi a minha melhor feira. Há dois anos que organizo este evento, mas já é o nono evento, no total de todas as cidades. Tem sido a minha vida profissional. Estou
ligado aos clássicos e participo em diversas cidades, com várias exposições”, explica António Silva. Ferraris, limousines e até o famoso ‘Herbie’ estiveram expostos na edição gondomarense. Numa exposição em que mais de metade dos expositores são gondomarenses – por critério do organizador – António Silva destaca o excelente “acolhi-
Na foto: António Silva, organizador da exposição
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Texto: Ricardo Vieira Caldas
FOTO: RVC
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Sociedade
Sarau Solidário transformou Multiusos numa casa de fados
No dia 9 de fevereiro o Pavilhão Multiusos transformou-se numa casa de fados a rigor, com direito à atuação de vários grupos de dança juvenis, tudo por uma boa causa. Os donativos angariados vão agora ser canalizados para as famílias com carências económicas assistidas pela Associação Social Vai Avante.
Maria do Sameiro subiu duas vezes ao palco para encantar o público
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Misto de idades e gerações foi receita de sucesso Contente e orgulhoso pelo convite feito pela Associação Vai Avante, Luís Silva, fadista por hobby, “desde criança” mostrou-se entusiasmado com o projeto desde o início. “Este evento foi extremamente importante para se angariarem fundos para poder proporcionar aos mais desfavorecidos
FOTO: LMA
Cerca de 1400 pessoas estiveram presentes no Sarau Solidário organizado pela Associação Social Recreativa Cultural Bem Fazer Vai Avante. O espetáculo realizou-se a 9 de fevereiro, com um programa recheado de fadistas e grupos de dança que animaram o público durante cerca de seis horas. “O evento chegou a estar agendado para a Sala D’Ouro do Pavilhão Multiusos de Gondomar, mas o espaço não era suficientemente grande para as pessoas que queriam vir”, explica Fernando Duarte, presidente da Associação Vai Avante. “Podemos dizer que foi um sucesso e arrecadamos um total de 3500€ nos bilhetes de entrada, contribu-
importante”, explicou o autarca ao Vivacidade. Maria do Sameiro, Nelson Duarte, Cátia de Oliveira, Alzira Afonso, Ana Pinhal, Luís Silva e José Giesta, foram alguns dos 13 fadistas que passaram pelo palco, a convite da Associação Vai Avante. O espetáculo contou também com a participação de seis grupos de dança gondomarenses.
FOTO: LMA
Texto: Pedro Santos Ferreira
FOTO: PSF
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O espetáculo acabou por ser transferido para a nave do Pavilhão Multiusos
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O Sarau contou com a animação de seis grupos de dança juvenis
Na foto: Carlos Brás, vereador da Câmara de Gondomar, assistiu ao Sarau ao lado de Fernando Duarte, presidente do Vai Avante
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melhores condições e mais comodidades. É gratificante saber que esses objetivos foram alcançados e que a afluência do público foi muito boa”, afirmou o fadista amador. O artista considerou que as expectativas iniciais foram superadas pela “excelente organização” e encontrou na mistura de gerações a receita do sucesso. “Participei no evento de forma gratuita e acredito que este misto de idades e gerações proporcionou uma aprendizagem mútua, para além de proporcionar um bom sarau”, conclui. O Sarau Solidário terá nova edição, no próximo ano.
FOTO: PSF
tos das pessoas, bebidas e petiscos, que irão agora ser canalizados para assistir famílias com carências económicas”, refere. Carlos Brás, vereador da Câmara Municipal de Gondomar, também marcou presença no evento e assistiu ao espetáculo na primeira fila. “As ações de caráter solidário são cada vez mais importantes, sobretudo num clima de dificuldades financeiras. Cada vez se justificam mais estes eventos de solidariedade. Temos artistas que partilham talento e a Câmara Municipal a apoiar com a cedência do espaço e com apoios monetários, o que é muito
VIVACIDADE FEVEREIRO 2014
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Sociedade
Arquitetos gondomarenses levam projetos do concelho além-fronteiras Uma pastelaria, em Gondomar, e uma Clínica Dentária, em Rio Tinto, foram nomeadas pelo prestigiado site ArchDaily, para melhor projeto de arquitetura. Os autores do não levaram o primeiro prémio para casa mas saíram satisfeitos com a nomeação.
Paulo Merlini e o seu colaborador, André Santos, levaram a pastelaria GondoDoce, em Gondomar e uma clínica dentária, na Venda Nova, Rio Tinto ao panorama mundial da
arquitetura. O conceituado site ArchDaily nomeou estes dois projetos, dos arquitetos gondomarenses, para melhores do mundo mas o prémio calhou a um McDonald’s, na Geórgia e a uma clínica em Alcácer do Sal. Para os arquitetos de Gondomar, houve justos vencedores. “O projeto vencedor é realmente interessante e
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Doce, Manuel Maciel, que admitiu que a projeção da nomeação “trouxe mais clientes ao espaço”. “Para além do espaço ser agradável e convidar os clientes a entrar”, continuou o proprietário. Em Gondomar, os projetos do Ateliê de Paulo Merlini não ficam por aqui. “Estamos também a terminar
uma unidade industrial em Paredes. Outra confeitaria, na Foz, que veio a propósito desta. E estamos a negociar um projeto na Arábia Saudita para a construção de uma torre. Há também outro projeto que está a ser analisado pela Câmara Municipal de Gondomar, para uma área residencial na zona do Souto”, finaliza. FOTO: RVC
FOTO: RVC
Na foto: André Santos, Paulo Merlini e Manuel Maciel
foi uma boa escolha. O nosso projeto também tinha potencial. Foi uma escolha do público, através de uma votação online”, adiantou Paulo Merlini. Quanto ao projeto pessoal, o arquiteto admirou o “apoio incondicional dos gondomarenses”. “Foi o que mais me agradou. Acabou por se criar um movimento espontâneo que contou com o apoio do próprio presidente da Câmara de Gondomar”, explicou. “Procuramos associar Gondomar a coisas mais positivas e a nível internacional”, acrescentou. Para Paulo Merlini a intenção com o projeto da pastelaria foi “estimular os cinco órgãos sensitivos. Acreditamos que se o fizermos vamos dar às pessoas uma maior sensação de prazer”, garantiu. O efeito foi excelente para o dono da Gondo-
Confeitaria GondoDoce foi nomeada para Building of the Year Awards
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Texto: Ricardo Vieira Caldas
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Gondomar tem oficina especializada em Ferrari Surgiu da paixão pelos clássicos da Ferrari e rapidamente tornou-se uma referência na reparação de automóveis da marca italiana. Junto à Estrada D. Miguel, em São Cosme, a oficina de João Cunha, chega a ter clientes algarvios e espanhóis. próprias que permitem um serviço mais demorado”. Já João Cunha, proprietário da oficina aponta outras especificidades que a marca obriga a cumprir. “É um risco acautelado e temos que ter gradeamentos, sistema de vigilância interno e externo disponível
24 horas por dia, e uma comunicação privilegiada com a polícia”, diz João Cunha. A aposta envolveu ainda um grande investimento, para suportar a importação dos materiais que veem de Inglaterra. Algumas peças dos modelos descontinuados já
não são fabricadas pela marca, o que obriga a oficina a garantir de imediato metade do valor total das peças. “Apesar da crise Portugal ainda tem dinheiro para comprar Ferraris”, garante José Pinto ao Vivacidade.
A oficina tem sistema de vigilância interno e externo ligado durante 24 horas por dia
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Na foto: José Pinto e João Cunha
FOTO: PSF
FOTO: PSF
Abriu portas em 2011 e é hoje uma referência no que diz respeito à reparação de Ferraris. Situada junto à Estrada D. Miguel, em São Cosme, a Copiauto caracteriza-se como uma oficina multimarca com especialização na marca italiana. “Dois anos depois de abrir a oficina conheci o José Pinto, que era especializado na reparação de Ferraris. Convidei-o para avançarmos com a especialização na marca e ele aceitou”, começa por explicar João Cunha, proprietário da oficina. “Com a experiência que tenho, hoje quase que sei imediatamente onde está o problema”, afirma José Pinto, mecânico da Copiauto, com experiência em Ferrari desde 1988.
Conhecido pelos clientes por “Pinto dos Ferraris”, tem no currículo várias formações certificadas na marca e chega a deslocar-se várias vezes a Portimão e a Espanha, a pedido dos clientes. Ao Vivacidade, o mecânico fala de um “mercado difícil, com características
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Texto: Pedro Santos Ferreira
Graciano Martinho renovou mandato na ACIG No dia 30 de janeiro o Auditório da Associação Comercial e Industrial de Gondomar encheu para assistir à renovação de mandato de Graciano Martinho como presidente da associação. Texto: Pedro Santos Ferreira
Carlos Brás, vereador da Câmara Municipal de Gondomar, admitiu o interesse da autarquia em estimular a economia local através da ACIG. “Contamos com a ACIG para dinamizar a economia local,
porque a Câmara não tem dinheiro para distribuir, mas tem muito trabalho para dar”, disse o autarca. Presente na cerimónia, Margarida Almeida, deputada da Assembleia da República pelo PSD, apon-
tou como principal desafio para o futuro a formação profissional de novos empresários, o acolhimento de jovens profissionais e a transmissão da dinâmica das empresas pela ACIG. FOTO: RVC
Cerca de 100 pessoas assistiram à cerimónia de renovação de mandato de Graciano Martinho. O presidente da ACIG foi novamente eleito como presidente da Associação Comercial e Industrial de Gondomar e tomou posse a 25 de janeiro, com os novos órgãos sociais, no Auditório da associação. “Estou na ACIG há 19 anos e nunca me passou pela cabeça assumir novo mandato, mas pediram-me para ficar”, disse Graciano Martinho. Em discurso, o líder da ACIG recordou o percurso efetuado e as dificuldades superadas, desde “associados desistentes, a ameaças, difamações e uma crise económica difícil”. Aplaudido pelo auditório, o
presidente não deixou de referir os “serviços de excelência”, os “protocolos dinâmicos” celebrados com as empresas de Gondomar e pediu a colaboração dos 900 associados para o triénio 2014/2016.
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Sociedade: Festas de São Brás
Rojões e Papas de Sarrabulho foram pr Procissão juntou milhares nas ruas da freguesia
Carregadas com a tradição e cultura baguinense, as Festas a São Brás deste ano ficaram marcadas por uma g deu-se nos dias 1 e 2 de fevereiro mas foi no dia 3 que a freguesia parou para a celebração das Festas a São B
FOTO: RVC
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Júri do 15.º Concurso Gastronómico Rojões e Papas de Sarrabulho de Baguim do Monte
tual grande afluência de pessoas, na Igreja Matriz de Baguim do Monte. Uma hora mais tarde começou a reunião do Júri do 15.º Concurso Gastronómico Rojões e Papas de Sarrabulho de Baguim do Monte. Sentados em redor de uma mesa, os elementos do júri davam início à denominada ‘Prova Cega’ elegendo os três primeiros lugares para as categorias de melhores papas de sarrabulho e melhores rojões à moda de Baguim do Monte. Pouco passava das 15h e já a procissão saía da Igreja para o habitual percurso pela freguesia. Milhares de fiéis espreitavam e vergavam-se perante a passagem dos andores e do pároco de Ba-
pelas ruas de Baguim mas a chuva apareceu logo, quando o final do cortejo chegava ao Largo de S. Brás, o principal largo da freguesia e o local onde terminava o ritual religioso. Pela noite, viria a entrega de prémios do concurso gastronómico. Estrela de Baguim arrecadou primeiro prémio nos rojões e nas papas de sarrabulho Foi a melhor classificada, obtendo o primeiro lugar na categoria de “Rojões” e “Papas de Sarrabulho”. A Associação Cultural Recreativa Estrela de Baguim foi a grande vencedora da noite, neste que foi o 15.º Concurso Gastro-
nómico dos Rojões e Papas de Sarrabulho à moda de Baguim do Monte, organizado pela Cooperativa Cultural Arco Do Bojo em parceria com a Confraria Gastronómica “Rojões e Papas de Sarrabulho de Baguim do Monte” e Junta de Freguesia de Baguim do Monte. Em segundo lugar, nas papas, ficou o Café Lareira e o terceiro lugar foi para o Snack Bar Bem Me Quer que obteve também o segundo lugar na categoria de rojões. Em terceiro lugar, nos rojões, ficou o Café Esplanada. Em entrevista ao Vivacidade, Paula Rocha da Associação Estrela de Baguim, põe a responsabilidade pela obtenção do prémio em Isidro Rocha, mais conhecido por “Zi”. “Já são muitos anos, com experiência em hotéis e restaurantes. Não estava à espera do prémio. Faço porque adoro ver as pessoas satisfeitas”, explica o cozinheiro. “É tudo caseiro mas a receita já vem dos meus
bisavós. Adoro fazer tudo à moda antiga. Fiz o prato com muito gosto, como faço há anos”, acrescenta. Responsável pelo restaurante da Associação, Paula não esconde o orgulho que tem em ter ganho os dois primeiros prémios para a coletividade, situação nunca antes verificada, embora já tivesse ganho alguns prémios. “No primeiro ano ganhamos o terceiro de papas, no segundo ano ga-
Na foto: Isidro Rocha e Paula Rocha, vencedores do Concurso Gastronómico
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As condições atmosféricas foram instáveis no grande dia mas a missa solene ocorreu com a habi-
guim do Monte. Uma mancha amarela desfilava também no cortejo religioso. Eram os confrades da Confraria Gastronómica “Rojões e Papas de Sarrabulho de Baguim do Monte”. O tempo deu tréguas à passagem da procissão
FOTO: RVC
Texto: Ricardo Vieira Caldas Pedro Santos Ferreira
nhamos o segundo prémio de rojões e este ano trouxemos o primeiro nos dois. Se calhar o “Zi” mimou o prato um bocadinho mais. Nestes três dias de festa, as pessoas sempre que entravam aqui saiam satisfeitíssimas. Tivemos casa cheia nos três dias”, conta ao Vivacidade. Apesar de orgulhosa, a responsável não esconde alguma tristeza pela ausência do presidente da associação na Cerimónia de Entrega dos prémio. “Todos os sócios deviam sentir-se orgulhosos. Uma coisa que me fez ficar triste no dia em que recebemos o prémio foi o facto de o nosso novo presidente não ter estado presente. A ex-presidente esteve sempre presente. O novo não se lembrou porque não é da terra e é muito triste. Penso que falhou com os sócios e falhou com a associação. Mas o que me orgulha mais é o facto dos sócios dizerem ‘isto nunca aconteceu aqui, termos os dois primeiros prémios’, explica Paula Rocha.
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rotagonistas nas festas de Baguim do Monte
grande afluência de pessoas às ruas de Baguim do Monte. A entronização dos novos confrades foi a 26 de janeiro e a animação musical Brás. Gondomar. A partir do concurso gastronómico já apareceu uma confraria gastronómica cuja finalidade é levar os rojões e as papas para além concelho”, referiu. No final deixou um pedido aos restaurantes que confecionem os pratos: “coloquem a designação “à moda de Baguim do Monte” nas ementas para levar a gastronomia de Baguim do Monte além concelho”.
FOTO: RUI GOMES
Paulo Araújo, chanceler-mor da Confraria Gastronómica “Rojões e Papas de Sarrabulho de Baguim do Monte” afirmou na Entrega de Prémios do 15.º Concurso Gastronómico Rojões e Papas de Sarrabulho que “tudo decorreu de forma exemplar e fantástica.” “Esta é uma iniciativa que já se enraizou, já deu provas de que realmente é benéfica para a freguesia de Baguim do Monte, para o concelho e para fora de
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Cerimónia de Entronização dos novos confrades da Confraria Gastronómica
IV Grande Capítulo deu início às Festas a S. Brás A Confraria Gastronómica Rojões e Papas de Sarrabulho de Baguim do Monte deu início a 26 de janeiro às Festas a São Brás, com o IV Grande Capítulo, a cerimónia de entronização dos novos confrades da Confraria. Seguiu-se o almoço de convívio tradicional, na Quinta D. José, em Jovim. FOTO: PSF
“Rojões, rojões, rojões e papas de sarrabulho à moda de Baguim do Monte sois o prato do nosso orgulho”, gritaram os confrades e convidados da Confraria Gastronómica Rojões e Papas de Sarrabulho de Baguim do Monte no IV Grande Capítulo, o evento que todos os anos marca o início das Festas a São Brás. O dia 26 de janeiro começou com a entronização dos 10 novos confrades e confreiras da Confraria, que soma já um total de 52 membros que juraram divulgar e defender os rojões e papas de sarrabulho à moda de Baguim do Monte. Os convidados viajaram depois para a Quinta D. José, em Jovim, onde almoçaram os dois pratos típicos de Baguim. O I Ato das Festas a São Brás é, na opinião de Nuno Coelho, Presidente da Junta de Freguesia de Baguim do Monte, “um momento sempre importante que marca o início das festividades”. “Esta é uma aposta no turismo e na imagem local. A Festa serve para divulgar junto da comunidade da restauração em Gondomar, a iguaria de Baguim do Monte”, explicou o autarca ao Vivacidade. Em discurso, Paulo Araújo, o chanceler-mor da Confraria, agradeceu a contribuição de todos os confrades e confreiras presentes no almoço. “Só temos quatro anos, mas já esperam de nós grandes iniciativas. Agradeço a todos os confrades o contributo que nos têm dado”, disse o chanceler-mor.
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Sociedade
Manuel Pinto mantém a presidência da Federação das Coletividades A Federação das Coletividades vai continuar a ser liderada por Manuel Pinto. Presidente há oito mandatos, o gondomarense foi novamente eleito no dia 13 de dezembro e tomou posse a 23 de janeiro. O Vivacidade foi perceber quais são os objetivos para o futuro da Federação.
“Até agora tem corrido bem”, disse o presidente no início da entrevista ao Vivacidade. Há 18 anos na liderança, Manuel Pinto vê com naturalidade a sua reeleição e diz mesmo que “em equipa que ganha não se mexe”. Com 223 coletividades inscritas na Federação [de um universo de 230], o presidente não esconde o orgulho de afirmar que “em termos per capita, Gondomar é dos concelhos com mais associações de Portugal.” No entanto, apesar do elevado número de coletividades, Manuel Pinto diz ser necessário “fazer uma atualização da lista, já
que cerca de 50 não devem existir neste momento”. Mudanças deste novo mandato? “Temos que ser mais rigorosos com as associações. Vamos tentar mudar esse aspeto. Existem associações que não cumprem o protocolo, o que não devia acontecer, porque é um aspeto essencial”, refere o presidente. Quanto à mudança do executivo camarário, o dirigente da Federação das Coletividades mostra algum contentamento no que respeita à celeridade dos assuntos tratados com a Federação. “Durante estes primeiros três meses, temos sido bem correspondidos por este executivo e ainda bem que houve uma mudança. Tudo o que temos proposto tem sido rapidamente
Na foto: Manuel Pinto, à direita
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Texto: Ricardo Vieira Caldas
aceite e esse era um dos problemas do anterior executivo”, esclarece. De resto, Manuel Pinto não esconde “alguns vícios” que foram criados durante os últimos anos, por parte das coletividades, e pre-
tende mudar isso. “Foram criados alguns vícios, mas como estamos em tempos de crise, podemos aproveitar para corrigir alguns problemas. As coletividades que cumprem o seu papel devem continuar
a ser subsidiadas mas temos que ter um papel de fiscalização maior nesse sentido”, afirma. No balanço: “Há muitas e boas coletividades em Gondomar. Felizmente temos muitos bons exemplos.”
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Sociedade
Mais de 2000 mil pessoas já visitaram o Centro de Educação Ambiental de Gondomar Foi inaugurado em 12 de setembro de 2013 e por lá já passaram crianças, jovens e idosos. No total, foram 2300 as pessoas que visitaram o Centro de Educação Ambiental da Quinta do Passal, em Valbom, e o balanço para Iva Rodrigues, responsável pelo centro, é “bastante positivo”.
A pergunta que muitas pessoas fazem quando passeiam na marginal de Gramido, em Valbom, é : “Para que serve a Quinta do Passal?” A resposta é bastante simples. “A Quinta do Passal, constitui-se como um cartão de visita em sustentabilidade ambiental, para quem vive ou visita Gondomar e usufrui do Polis como lazer. Tem como elemento estruturante, o único equipamento de sustentabilidade ambiental do concelho, o Centro de Educação Ambiental da Quinta do Passal
(CEA).” Sendo um investimento da Câmara Municipal de Gondomar, no âmbito do Programa Polis, o CEA propõe vários ateliers de descoberta da natureza, da quinta e do ambiente, relacionados com um projeto pedagógico, dinâmico, interativo e lúdico. A Quinta do Passal acautelou o seu funcionamento sustentável, quer em termos de consumos energéticos, como hídricos, estando equipada com painéis solares térmicos e fotovoltaicos, para aproveitar a energia do sol para abastecer energe-
O que há na Quinta do Passal em fevereiro? Programa “Tardes Criativas” Workshop “Inverno em segurança” 20 fevereiro/ 16h00-18h00/ Formação gratuita/ Inscrição prévia Workshop “Como fazer sabão para as limpezas e roupa, reutilizando óleo usado” 25 fevereiro/ 18h00-20h00/ Valor inscrição 10€/ Inscrição prévia Entidade Formadora: Purpaixão- Produtos Naturais
FOTO: DR
Texto: Ricardo Vieira Caldas
ticamente o edifício de educação ambiental; a iluminação dos caminhos da Quinta e o apoio ao sistema de rega; a água de rega é proveniente de poço, diminuindo os custos de rega dos jardins e hortas disponíveis para os cidadãos de Gondomar. Várias escolas, mas também famílias e grupos associativos já visitaram e participaram nas atividades do CEA e Iva Rodrigues, responsável pelo centro e chefe da Divisão de Qualidade de Vida e Saúde Ambiental da Câmara Municipal de Gondomar, pretende cativar ainda mais público com as atividades desenvolvidas na Quinta do Passal. “Até à existência do CEA o nosso público alvo seria mais a área escolar mas o que nos interessava era cativar também outro público através das atividades que temos proporcionado desde então temos
conseguido atingir. Até agora recebemos cerca de 2500 pessoas aqui no espaço”, explica Iva Rodrigues. Mesmo assim – e apesar de se sentir “orgulhoso” – o vereador do Ambiente da Câmara de Gondomar, José Fernando Moreira, não crê que “a divulgação tenha sido feita da melhor forma.” “Espero que na época alta consigamos trazer a população de Gondomar a conhecer mais este espaço, que considero um ex-libris de Gondomar e uma referência a nível de Gondomar”, afirma. Quanto à aproximação do CEA da ETAR de Gramido que, de quando em vez, traz maus cheiros à zona de Gramido, José Fernando Moreira esclarece que “tem sido uma preocupação do Pelouro do Ambiente, desde que tomou posse, a questão das ETAR.” “O que está a ser feito são obras de requalifi-
Programa “Sábados em Família” Workshop“Ambiente com música” As famílias irão criar, através da reutilização de materiais, objetos sonoros ecológicos e criativos. 22 fevereiro / 10h30 – 12h00 / Atividade gratuita / Inscrição prévia Programa “Formação” (Sábados) Destinatários: Público em geral, maiores de 16 anos “Restauro e Reutilização de Mobiliário” 22 fevereiro / 10h00 – 13h00 / Valor inscrição: 10€ / Inscrição prévia Entidade Formadora: Marisa Silva
HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO: Centro de Educação Ambiental - de 2ª feira a Sábado das 10h00 às 12h30 e das 14h00 às 18h00; Quinta do Passal - de 2ª feira a Domingo das 9 às 20 horas;
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Planta do Centro de Educação Ambiental da Quinta do Passal, em Gramido
cação, nomeadamente nesta ETAR [de Gramido] e tenho insistido bastantes com a Águas de Gondomar e com a Agência Portuguesa do Ambiente para que, após a conclusão das obras, possamos estar neste espaço onde os odores não tenham um impacto na qualidade de vida das pessoas, como têm tido até ao momento”, refere. O CEA e o espaço da Quinta do Passal são, para o vereador, “magníficos” mas para além da educação ambiental, é preciso educar as pessoas para não estragar os equipamentos, nomeadamente os do Polis, bem perto do CEA. “Hoje em dia, para além da Educação Ambiental é necessário mudar mentalidades. As pessoas ainda não estão habituadas a ter boas maneiras muitas das vezes e saber preservar os equipamentos que a Câmara disponibiliza”, lamenta.
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Sociedade
Casa de Gramido passa a posto de turismo de Gondomar Primeira grande aposta cultural do município é para as Comemorações dos 40 anos do 25 de Abril A Casa Branca de Gramido, em Valbom, vai passar a ser um posto interativo de turismo para receber todos aqueles que queiram visitar Gondomar. Para além da vertente turística, a casa será também um edifício cultural, com exposições permanentes e um ‘welcome center’ para eventos concelhios.
na Casa Branca de Gramido. “No âmbito das comemorações do 25 de abril vamos ter lá várias iniciativas e em junho, na data de aniversário da Convenção de Gramido também teremos um conjunto de atividades, já planeadas”. Ao Vivacidade Luís Filipe Araújo conta que a Câmara está “a preparar um conjunto de iniciativas culturais para o espaço polis.” “É um local muito visitado e entendemos que falta um apoio cultural”, explica em jeito de conclusão.
Luís Filipe Araújo quer levar a cultura à Casa Branca de Gramido
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“Já temos um primeiro projeto para a casa e para as várias valências daquele espaço. Por um lado, achamos que deve estar ligada ao turismo, porque é um edifício emblemático e deve servir de porta de entrada para o município. Mas a ideia é termos exposições permanentes ligadas à filigrana e à ourivesaria. É um espólio que tem sido guardado e tem que estar à disposição
dos gondomarenses”, explica o vice-presidente da Câmara Municipal de Gondomar, também vereador do pelouro da Cultura. “Há também uma sala polivalente onde esperamos poder realizar sessões de poesia e alguns concertos”, acrescenta o vereador. A grande mudança, contudo, será a loja interativa que servirá de posto de turismo para Gondomar. Inauguração? Não está ainda prevista, segundo o vice presidente, mas já há planos para grandes eventos culturais
FOTO: RVC
Texto: Ricardo Vieira Caldas
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Sociedade
Gondomar recebe em março Manhãs da Comercial Ana Moura, Mafalda Veiga, Miguel Araújo e Expensive Soul são alguns dos artistas que vão passar pelo Multiusos de Gondomar. O Vivacidade falou com Pedro Ribeiro, o diretor da Rádio Comercial. Texto: Ricardo Vieira Caldas
As manhãs da Comercial voltam a organizar um espetáculo, desta vez e pela primeira vez em Gondomar. Porquê Gondomar? Porque na zona do Grande Porto, o Multiusos de Gondomar é a maior sala de espetáculos, e tem condições excelentes de conforto e equipamento técnico. E nós queríamos muito levar este espetáculo aos ouvintes do Norte. Como diretor de uma rádio na-
domar do Major Valentim Loureiro e também aquela tarde fatídica em que o Gondomar foi jogar ao estádio da Luz… Com o primeiro dia já esgotado e a marcação de um novo dia de concerto, que receção espera por parte do público Gondomarense? Espero sinceramente que seja uma festa!
FOTO: DR
Para além de atuar para Gondomar, estará a atuar também para todo o norte de Portugal. Qual a sua opinião sobre o público do norte? É sempre um público super caloroso. Cria uma atmosfera de proximidade única e nós temos saudades disso! Têm alguma surpresa preparada para este espetáculo? Claro! Mas é surpresa…por isso não podemos revelar!
Inicialmente projetado apenas para o dia 15 de março, o concerto conta agora com mais um dia de atuações porque as vendas de bilhetes para o primeiro dia esgotaram. O Vivacidade esteve à conversa com Pedro Ribeiro, diretor da rá-
cional, está com certeza a par, diariamente, de todo o tipo de informação noticiosa. Por esse facto, qual é a primeira coisa que lhe vem à cabeça quando pensa em Gondomar? A lendária gafe Guterres/Gon-
Como explica este fenómeno de um grupo de animadores de rádio que dão concertos, por norma, lotados? Incrível, não é? É sinal de que a Rádio está viva, continua fazer parte da vida das pessoas, diariamente. E que os ouvintes gostam do que ouvem e se identificam com a onda do programa e com os protagonistas.
Como se vai caracterizar este concerto? Vão ser as músicas que o Vasco cria, mais convidados musicais do calibre da Ana Moura ou dos Expensive Soul por exemplo…E as
tais surpresas… Há intenções de voltar a Gondomar? Se nos quiserem receber de novo, claro que sim! FOTO: DR
O Pavilhão Multiusos de Gondomar vai receber a 15 e 16 de março, as ‘Manhãs da Comercial ao Vivo - Parabéns In The Night!’ Vasco Palmeirim, Vanda Miranda, Ricardo Araújo Pereira, Nuno Markl e Pedro Ribeiro, da Rádio Comercial, apresentam o habitual repertório criado para as manhãs da Comercial e também alguns convidados de luxo da música portuguesa, desta vez em Gondomar.
dio número um em Portugal, que se mostrou ansioso pelo próximo espetáculo.
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Sociedade
Ourindústria abre portas à cultura este ano
Secundária de Rio Tinto foi palco de programa europeu Comenius
Se gosta de ourivesaria marque na agenda os dias 27 e 30 de março. A Ourindústria volta a Gondomar e, este ano, com novidades. FOTO: DR
Com um horário mais alargado nesta edição – até às 23h – a Ourindústria contará este ano com uma divulgação local e nacional “mais massiva”, diz o vereador. “Esperamos nas próximas edições poder internacionalizar a nossa indústria para o Brasil, Rússia e outros países. É também um dos nossos objetivos divulgar o Parque da Ourivesaria. Um polo muito interessante de incubadora de empresas”, referiu.
“Ao longo de dois anos há reuniões nos vários países para se discutirem boas práticas para propormos atividades diferentes ao nível do ensino das línguas modernas e das Tecnologias de Informação e Comunicação”, começou por explicar Emília Reis, coordenadora do projeto Comenius, na Escola Secundária de Rio Tinto. “Éramos 10 países inicialmente, sendo que pelo menos a França, Irlanda, Itália, Grécia, Turquia, Polónia, Roménia e Portugal constavam dessa lista”, acrescentou. “Este ano, o que aconteceu é que todas as escolas se descolaram até aqui e cada escola traz uma atividade. Para esta reunião optamos fazer uma dança em que se recontasse a história de um herói nacional. Vamos contar a história da padeira de Aljubarrota”, contou
a professora. O projeto europeu pretende também mostrar um pouco da cultura portuguesa aos restantes países e, na Escola Secundária de Rio Tinto, os visitantes puderam assistir a uma atuação de folclore do Grupo Etnográfico da Escola Preparatória de Rio Tinto. FOTO: RVC
À semelhança de edições anteriores, o evento junta os diversos setores associados à Ourivesaria no Multiusos de Gondomar, prevendo-se a participação de cerca de 70 expositores. O vereador das Feiras, Mercados e Eventos Promocionais da Câmara Municipal de Gondomar, José Fernando Moreira explicou ao Vivacidade quais considera ser as principais diferenças da feira deste ano. “Este ano vamos tentar introduzir um espaço cultural e um espaço onde possamos divulgar alguma economia local, na área do vestuário. Vamos fazer uma passagem de modelos, com uma entidade local, no dia 29. A feira vai ser preparada com a montagem dos stands habituais e vai haver no centro do pavilhão um palco montado para que no primeiro dia se possa fazer a inauguração da feira, com um evento cultural, dinamizado também por uma associação local”, contou.
É um programa de aprendizagem ao longo da vida que consiste num conjunto de professores e escolas que se reúnem uma série de vezes ao longo do projeto que compreende dois anos consecutivos. Desta vez a reunião foi em Rio Tinto e os visitantes estrangeiros assistiram a um espetáculo de folclore, bem português.
Durante o mês de fevereiro a coordenadora Emília Reis proporcionou também uma visita a algumas caves do Vinho do Porto e a Guimarães, “onde nasceu Portugal.”
Projeto J Viver Educar Mudar Jovens de Fânzeres e S. Pedro da Cova criam associação juvenil
Foi a 31 de janeiro que uma equipa de jovens utilizou o salão nobre da Junta de Freguesia de Fânzeres para apresentar uma nova associação: o ‘Projeto J Viver Educar Mudar’. Com a sala da Junta composta, um grupo de jovens de Fânzeres e S. Pedro da Cova apresentou os principais objetivos da nova associação. A realização de atividades para jovens, o apoio social e alguma inFOTO: RVC
tervenção cívica na comunidade estão na origem daquele que parece ser um projeto com futuro, pelo menos na perspetiva dos corpos sociais da nova organização. Com a presidência de Bibiana Silva, de
24 anos e vice presidência de Nelson Vidal, o ‘Projeto J Viver Educar Mudar’ já atuou através dos meios de comunicação social, emitindo pareceres sobre o caso das minas de S. Pedro da Cova e a eminência da contaminação de águas. Projetos futuros? Para Nelson Vidal, passam pela criação de um Centro de Apoio Educativo no Centro Democrático e Republicano de Fânzeres e pela dinamização de quatro jornadas [emprego e orientação vocacional, desporto, ambiente, bem-estar e cultura]. “A associação criada em dezembro, quer mostrar o que podemos fazer com a sociedade”, refere o vice-presidente. “Há muitas associações que trabalham com os jovens e para os jovens. Formadas com jovens há poucas”, acrescenta. A criação do projeto, para a direção, “é importante porque cada vez menos os jovens interagem com a sociedade e se importam com a sociedade, seja a nível político, como ambiental, social, a vários níveis.”
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Cultura
Ana Bacalhau esteve à conversa com gondomarenses no Museu Mineiro de S. Pedro da Cova
O Museu Mineiro de S. Pedro da Cova organizou mais uma iniciativa sob a rubrica “Encontra-te com...” no dia 27 de janeiro. Desta vez, a convidada foi Ana Bacalhau, vocalista do grupo português Deolinda. A tertúlia juntou dezenas de fãs da artista e amantes da cultura das minas.
Ao Vivacidade No período anterior à tertúlia, Ana Bacalhau esteve à conversa com o Vivacidade. A vocalista confessou que “até aqui não conhecia S. Pedro da Cova, mas foi com muita alegria que recebeu o convite.” “Já andamos por aqui e hoje tive oportunidade de conhecer um pouco da história de S. Pedro da Cova e das minas”, disse. No que diz respeito à iniciativa a preocupação da artista era “perceber de que forma é que o trabalho na música afeta as pessoas e qual é a opinião delas” sobre a Ana Bacalhau. “Estivemos cá [em Gondomar] no final de setembro do ano passado e fomos muito bem acolhidos aqui e no norte, em geral. Se nos quiserem, pretendemos voltar” afirmou a voz dos Deolinda.
um comentário no Facebook, feito à iniciativa, por um fã de Ana. “No comentário dizia que um dia a música ficou mais feliz. Eu também considero que a música ficou mais
arquivista no Ministério das Finanças mas, em 2009, olhou a para a agenda preenchida e decidiu que queria viver da música. “Os meus pais achavam – ironia das ironias
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A vocalista dos Deolinda brindou o público presente com uma música do seu repertório
– que ser professor era mais seguro do que ser músico”, afirmou, rindo-se. Ao referir-se à música portuguesa e ao sucesso que alcançou nos últimos tempos, ana Bacalhau expôs a sua alegria pela adesão do público ao projeto Deolinda, quer em Portugal, quer no estrangeiro. “A Deolinda é um verdadeiro projeto familiar. Quis ir buscar as raízes portuguesas e trazê-las ao nosso quotidiano. Pensamos que lá fora não iam entender mas, lá fora, tudo se cruza e é mesmo bonita a sensação de sermos acolhidos cá, como lá fora”, comentou. “A música fez-me crescer e aprender muitas coisas”, acrescentou. A plateia também interveio e colocou algumas questões embru-
FOTO: LMA
Daniel Vieira, presidente da União das Freguesias de Fânzeres e S. Pedro da Cova, foi o primeiro a falar para a plateia, numa tertúlia organizada pelo Museu Mineiro de S. Pedro da Cova. Começou por agradecer a presença da artista lisboeta e falou do seu mais recente álbum a solo “15”, a idade com que Ana Bacalhau começou a cantar. “A Ana Bacalhau veio combater este amorfismo que se vive atualmente”, afirmou Daniel para o público presente. Depois de algumas notas biográficas, o presidente decidiu não se alongar e dar a palavra à convidada mas não antes de mencionar
feliz”, rematou Daniel Vieira. Perante aplausos e algumas gargalhadas, Ana Bacalhau entrou na conversa, explicando que aquilo que sempre a “apaixonou foi a comunicação”. “Adoro estar aqui a comunicar convosco”, disse para o público. Expondo alguns dos episódios da sua carreira, a vocalista confessou: “Tinha uma pancada por música mas não sabia que podia fazê-la. Fui aprender a tocar guitarra na Junta de Freguesia de Benfica mas não era grande guitarrista e comecei a cantar por cima”, relatou, explanando aquilo que foi o início da sua carreira. A profissão que sempre sonhou ter era professora de inglês mas nunca o chegou a ser. Em 2006, foi
FOTO: RVC
Texto: Ricardo Vieira Caldas Pedro Santos Ferreira
lhadas em variados elogios à vocalista dos Deolinda. Respondendo a algumas das perguntas, Ana Bacalhau elucidou o público referindo que as suas “músicas mais importantes” eram o “Passou por mim e sorriu” e a “Melro”, mas tudo dependia da altura. “É engraçado porque às vezes os nossos gostos
pessoais não são os mesmos dos do público. Temos cuidado com isso no nosso alinhamento dos concertos”, acrescentou. No final, agradeceu o convite e produziu elogios à cultura de S. Pedro da Cova e ao Museu Mineiro, museu esse que visitou momentos antes da tertúlia.
Exposição do Museu Mineiro conta com 60 lanternas de todo o mundo A exposição “A Luz que nos Ilumina” inaugurada a 18 de janeiro no Museu Mineiro de São Pedro da Cova conta com 60 lanternas de todo o mundo, utilizadas como meio de iluminação nas minas de carvão, desde o século XVIII até à década de 70 do século XX. O Museu Mineiro de São Pedro da Cova tem em exposição 60 lanternas de todo mundo, que registam a evolução dos modos de iluminação desde os mais primitivos até aos modelos mais recentes. Inaugurada a 18 de janeiro e disponível até ao dia 19 de abril, a exposição “tem sido um sucesso”, segundo Daniel Vieira, Presidente da União de Freguesias de Fânzeres e São Pedro da Cova, e responsável pela gestão do Museu Mineiro. “A exposição parte da importância do gasómetro, porque tivemos conhecimento de um colecionador belga que tinha dezenas de exemplares da Europa, Estados Unidos e até da extinta União Soviética e fizemos uma proposta para nos ceder temporariamente alguns deles”, explica o autarca ao Vivacidade. De acordo com uma fonte do Museu Mineiro, a exposição inédita conta com “iluminações tradicionais constituídas por um recipiente cerâmico ou metálico que utilizava como combustível o azeite ou sebo animal e vários exemplares dos modos de iluminação primitivos utilizados nas minas.”
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Cultura
In Skené quer dar nome ao teatro gondomarense Com um nome que deriva do latim e do grego, o In Skené – Teatro de Amadores de Gondomar surgiu em agosto de 2009, em São Cosme. Ao Vivacidade, João Ferreira, presidente do In Skené admite a possibilidade de profissionalizar o grupo de teatro gondomarense.
“O nome surgiu porque gerava alguma dúvida e curiosidade no público. As palavras “In” e “Skené” remetem para o latim e o grego, respetivamente. O “In” remete-nos para o latim, que deu origem
à língua portuguesa, e o “Skené” remete-nos para o grego, que deu origem ao teatro”, começa por explicar João Ferreira, presidente e responsável pela direção artística do In Skené. Fundado em agosto de 2009, o grupo de teatro amador dá vida a dezenas de espetáculos durante o ano. Com sede em S. Cosme, em FOTO: JOANA SOUSA/DR
Gondomar, o In Skené tem cerca de 200 sócios, 60 alunos e um espaço cedido em Rio Tinto. “Temos trabalhado a formação com jovens e adultos, de forma gratuita. As formações são administradas por formadores da associação e artistas convidados por nós”, afirma o presidente do grupo de teatro. Ao Vivacidade, João Ferreira admite a possibilidade de profissionalizar o In Skené, até pelo “feedback” positivo que o grupo tem obtido. “No final do ano temos sempre uma apresentação final e já tivemos como convidados os atores José Wallenstein e António Capelo, que nos pediram para pensar numa lógica de profissionalização”, refere. O In Skené não trabalha o género popular nem o teatro de revista. O grupo prefere apostar em épocas de espetáculos durante a semana e peças temporárias para o público escolar.
FOTO: JOANA SOUSA/DR
Texto: Pedro Santos Ferreira
Segundo João Ferreira, a associação procura transmitir aos alunos a “capacidade de ser e estar no teatro como atores” com três grupos de formação: Intendo, Criatio e Habeo. “Do Intendo ao Habeo, os formandos aprendem os princípios base do teatro, a capacidade de fazer exercícios diferentes e a possibi-
lidade de estar dentro das personagens”, comenta. A 8 de março, pelas 21h30, o grupo de teatro estreia a peça “Felizmente há Luar 2014”. Este ano para além das sessões diurnas e In Skené vai estar em cena, durante a noite, no Auditório Municipal de Gondomar.
Orfeão de Rio Tinto lançou CD no I Encontro Coral Internacional O I Encontro Coral Internacional, organizado pelo Orfeão de Rio Tinto, realizou-se a 25 de janeiro na Igreja Santo António de Corim, em Rio Tinto. À margem do evento foi também lançado o primeiro CD do Orfeão. Texto: Pedro Santos Ferreira
“Concretizamos o nosso sonho. Agora já podemos levar o nosso
canto a todos os cantos”, disse Maria Alice Dias, no I Encontro Coral Internacional. A presidente do Orfeão de Rio Tinto anunciou o lançamento do primeiro CD do grupo coral riotintense e agradeceu a colabora-
ção dos coristas e do público que contribuiu para “o culminar de anos de dedicação”. O evento realizou-se a 25 de janeiro na Igreja de Santo António de Corim, em Rio Tinto, e contou com a presença de seis grupos corais e dezenas de pes-
soas. O Orfeão de Rio Tinto, o Coral Juvenil do Orfeão de Rio Tinto, o Orfeão de Ermesinde, o Orfeão de Vila da Feira e o Coral Dafne, de Oviedo, Espanha, animaram a noite do I Encontro Coral Internacional. “Tivemos a primeira oportunidade de irmos a Oviedo, por convite do Orfeão Dafne e fomos
com a promessa de que tão cedo quanto possível iríamos retribuir o convite. Assim o fizemos e estamos novamente a partilhar vivências fundamentais para as associações envolvidas”, disse Maria Alice Dias ao Vivacidade. Em 2015 haverá nova edição do Encontro Coral Internacional. FOTO: PSF
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Cultura
“Rio Tinto seria uma cidade muito mais pobre se o Dramático não existisse” O Grupo Dramático e Beneficente de Rio Tinto (GDBRT) celebrou o 78.º aniversário no dia 5 de fevereiro. Com vários lugares vazios na plateia, nem assim os dirigentes, sócios e simpatizantes da coletividade deixaram de fazer a festa.
“Significa que estamos aqui, que passou mais um ano e que é bom sinal para todos, para os sócios e para a coletividade”, disse ao Vivacidade, Alberto Mendes, presidente do Dramático de Rio Tinto para explicar o significado de mais um aniversário para a coletividade. Com alguma idade nos ombros, Alberto Mendes ameaça abandonar a
Cultura do GDBRT, pediram à Câmara e à Junta de Rio Tinto que continuasse a apoiar o Dramático. “Só vou pedir que a Junta continue a fazer o que fez até agora e a Câmara que siga o exemplo do que fez na Junta”, dizia o presidente. Já da parte da Junta de Rio Tinto, Nuno Fonseca admitiu que sentia que a coletividade era por vezes “injustiçada”. “Gostava de dizer duas coisas como presidente e como riotintense. Rio Tinto seria uma cidade muito mais pobre se o dramático não
direção mas retrai-se sempre que pensa na “casa cheia em noites de espetáculos”. No sábado anterior, o auditório do Dramático havia enchido para assistir à nova revista representada pelo Grupo. “O formato de revista tem tido muito sucesso e já temos diversas localidades para levar a nova. Temos Celorico da Beira, Oliveira do Bairro, Oliveira do Hospital, etc”, afirma o presidente. Na sessão solene marcaram presença Luís Filipe Araújo, vice-presidente da Câmara de Gondomar e vereador da Cultura, Nuno Fonseca e Sá Reis, presidente da Junta de Freguesia de Rio Tinto e responsável pelo pelouro da Cultura, respetivamente, Joaquim Silva, representante da Junta de Freguesia de Baguim do Monte e Renato Almeida, representante da Federação das Coletividades do Concelho de Gondomar. Nos discursos, Alberto Mendes e também Francisco Nogueira, da Comissão de
existisse. De facto acho que há alguma injustiça de Rio Tinto para com o Dramático. O número de pessoas que está presente nestas comemorações é uma enorme injustiça para o trabalho que o dramático desenvolve. Compete-nos a todos que, no futuro, possamos trabalhar para começar a encher as portas do Dramático”, declarou perante as duas dezenas de pessoas que compunham a plateia. Luís Filipe Araújo destacou a tradição. “Por esta casa, já passaram muitos atores, técnicos, encenadores, artistas e viveram-se aqui muitas alegrias e é uma casa com tradição, que faz parte da história da cidade e da história de Gondomar. Temos que deixar aqui um agradecimento ao passado”, referiu. “O compromisso com esta instituição vai manter-se e vai ajudar sempre que for possível”, finalizou. Depois das palavras, veio o bolo e o cantar de parabéns no bar da sede do Dramático de Rio Tinto.
Texto: Ricardo Vieira Caldas
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Cultura
Dancingstar homenagearam vários géneros musicais no 6.º aniversário
No dia 8 de fevereiro o Pavilhão Multiusos foi o palco escolhido pela Dancingstar – Associação Valboense de Dança para celebrar o 6.º aniversário da coletividade que não para de crescer. O espetáculo terminou com uma coreografia que envolveu os 270 dançarinos. Texto: Pedro Santos Ferreira
A associação Dancingstar, sediada em Valbom, nasceu a 24 de janeiro de 2008, com 60 crianças
inscritas. Seis anos depois o número de dançarinos ultrapassa os 250 e continua a aumentar. Para celebrar o 6.º aniversário da coletividade, o Pavilhão Multiusos teve casa cheia no dia 8 de fevereiro. Durante a noite, cerca de 1500
Também satisfeita com a evolução da Dancingstar, Ana Correia, que acompanhou o percurso da associação desde os três anos, é hoje responsável pelo grupo de iniciados e admite estar orgulhosa com a responsabilidade atribuída. “Temos
cada vez mais espetáculos, o que nos ajuda imenso”, refere a dançarina. No dia 22 de fevereiro, a Dancingstar – Associação Valboense irá participar na Competição de Desporto Escolar, na Escola do Cerco do Porto. FOTO: PSF
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pessoas assistiram a diversas coreografias de homenagem a artistas da música pop e aos anos 80. “A associação Dancingstar é uma grande família. Somos uma associação direcionada para a ocupação dos tempos livres dos jovens através da dança”, disse Maria João Correia, presidente e professora da Dancingstar, em entrevista ao Vivacidade. Segundo “Ju”, como é conhecida entre os alunos, a associação valboense apresenta “excelentes condições” para dar aulas de dança e aeróbica e conta com vários convites para espetáculos na zona norte do país. “Esta família está a crescer cada vez mais e tem sido um percurso muito bom. Somos muito unidas”, explica Sónia Paredes, responsável pelo zumba.
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Cultura
Tudo preparado para a XXIII Festa do
Sável e da Lampreia
A apresentação da 23.ª edição da Festa do Sável e da Lampreia, na Casa Branca de Gramido, em Valbom, a 14 de fevereiro marcou o início das festividades que decorrem até 16 de março. Para 2014, a Câmara Municipal de Gondomar tem preparado um programa recheado de iniciativas gastronómicas com dois ingredientes comuns, o sável e a lampreia.
A Festa do Sável e da Lampreia já é uma tradição em Gondomar. A apresentação da 23.ª edição teve lugar na Casa Branca de Gramido, em Valbom, a 14 de fevereiro e a escolha do local não deixou de ser simbólica, até porque marcou o regresso deste espaço à atividade cultural do concelho. “O principal objetivo da XXIII Festa do Sável e da Lampreia é atrair turistas e dinamizar a economia local”, disse Marco Martins, presidente da Câmara Municipal de Gondomar. O autarca admitiu o desejo de fazer do turismo uma das grandes apostas do executivo municipal, através da promoção do que Gondomar tem de melhor. Carlos Brás, vereador da Câmara Municipal de Gondomar, responsável pelo pelouro do turismo, explicou depois a importância do turismo e do rio Douro, para Gondomar. “O turismo é um motor de dinamização regional e, por isso, temos que afirmar a marca “Gondomar” como um destino”, afirmou o vereador. O autarca apresentou depois o programa oficial [ver caixa] da 23.ª edição. Das várias iniciativas que irão decorrer até ao dia 16 de março. Destaca-se o Concurso de “Lampreia” à Bordalesa e “Sável Frito”, a 5 de março, no Auditório Municipal de Gondomar, e o 10.º Fim de Semana Gastronómico, de 7 a 9 de março, no Pavilhão Multiusos de Gondomar. “A gastronomia é um produto fundamental da oferta turística em Gondomar. O ponto alto será no dia 5 de março com o Concurso de “Lampreia à Bordalesa” e “Sável Frito”, afirmou Carlos Brás. Jorge Magalhães, vice-presidente da Entidade Regional de Turismo do Porto e Norte de Portugal, elogiou a aposta do executivo municipal no turismo através da gastro-
nomia. “Normalmente os turistas também se apanham pelo estômago”, referiu. As festividades organizadas pelo Pelouro do Turismo da Câmara Municipal de Gondomar, contam com a participação de 18 restaurantes que no dia 5 de março apresentarão as suas iguarias a um júri técnico e convidado, que classificará os pratos apresentados. Destaque, ainda, para o “Artesanato D’Ouro”, uma iniciativa cujo objetivo é possibilitar aos visitantes
o contacto com artesãos do município, e o “show cooking” do Chefe Hélio Loureiro, que se efetuará em data a anunciar, na Casa Branca de Gramido. A apresentação do conceituado chefe nacional visa proporcionar uma partilha da confeção deste tipo de iguarias com os restaurantes e escolas de turismo. A primeira edição da Festa do Sável e da Lampreia foi, em 1991. Na altura, Aníbal Lira era presidente da Câmara de Gondomar e a festa chamava-se “Hoje há Lampreia”.
FOTO: PSF
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Texto: Pedro Santos Ferreira
Programa XXIII Festa do Sável e da Lampreia – (14 fevereiro a 16 de março): 5 de março – Concurso de “Lampreia à Bordalesa” e “Sável Frito”/Cerimónia de entrega de prémios e diplomas – das 12h às 17h – Auditório Municipal de Gondomar 7 a 9 de março – 10º Fim de Semana Gastronómico/”Artesanato D’Ouro” – Inauguração às 19h30, a 7 de março - Multiusos de Gondomar (data a definir) – Show Cooking “Pelas Mãos do Chefe Hélio Loureiro” – Casa Branca de Gramido
Percurso do passeio turístico, inserido no programa das festividades: Através de uma parceria com a empresa “Douro Azul”, a XXIII Festa do Sável e da Lampreia” oferece ainda um passeio turístico com dois percursos que terão como ponto de partida o Pavilhão Multiusos de Gondomar.
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Destaque
“As IPSS fazem mais, melhor e mais
Denominam-se IPSS “as instituições constituídas por iniciativa de particulares, sem finalidade lucrativa, com o propósito de dar expre corpo autárquico”. O objetivo destas instituições é proteger, apoiar e educar cidadãos mais frágeis como crianças, jovens, idosos e famíl Gondomar. O Vivacidade falou com quatro que, no que respeita à dimensão de instalações e número de trabalhadores, são as principais a Unidade Orgânica de Gondomar da Associação do Porto de Paralisia Cerebral na Villa Urbana de Valbom (APPC) e o Centro Social separar as águas”. “Na Câmara, por uma questão de princípios, não me metia nos assuntos. É desagradável não termos tido resposta aos quatro ofícios que enviamos. Eu se ca-
Fernando Duarte preside atualmente a Associação Vai Avante, em S. Pedro da Cova
Misericórdia de Vera Cruz de Gondomar abriu a primeira resposta social protocolada com a Segurança Social, em 1996. A Associação de Fiéis, constituída na Ordem Jurídica Canónica, disponibiliza à comunidade serviços de Apoio Domiciliário, um Centro de Dia, um Centro de Convívio, um Centro Comunitário, um Centro de Acolhimento Temporário, creches e outros Programas de Intervenção Comunitária. Para o provedor José Luís Oliveira, outrora vice-presidente da autarquia, esta IPSS é uma “grande empresa” de Gondomar que “nos últimos anos foi descriminada negativamente pela autarquia.” “Não sabemos as razões mas fizemos três ou quatro pedidos e nem resposta às cartas tivemos”, explica o provedor, referindo-se aos pedidos feitos à Câmara para financiamento para o Centro de Apoio à Família e também para a construção do Centro Social de Fânzeres. Na altura, José Luís Oliveira desempenhava funções de vice-presidente da Câmara de Gondomar mas confessa que “sempre soube
lhar sei porquê. Houve sempre, na minha opinião, alguma ciumeira de algumas pessoas da Câmara relativamente à Santa Casa. A Santa Casa sempre teve uma credibilidade que poucas instituições têm no
Quanto à situação financeira da instituição, José Luís Oliveira refere que “neste momento há saúde financeira mas não há dinheiro para esbanjar.” “Isto é tudo controlado ao milímetro”, declara. “O Estado devia comparticipar mais mas o problema é saber onde é que eles vão buscar para poderem comparticipar mais. O país está como está. Nos éramos capazes de fazer muitas mais coisas – e melhor do que o Estado faz, porque estamos mais próximos – e ir mais além mas para isso é preciso vir mais dinheiro e esse vem com o número de utentes que nos acompanha”, explica. “Há uma questão que nos preocupa muito que é a manutenção do equipamento” “Apesar da nossa situação financeira não ser fabulosa, não estamos em rutura”, começar por confessar ao Vivacidade Abílio Cunha, presidente da Associação do Porto de Paralisia Cerebral. O Núcleo Regional do Norte da Associação Portuguesa de Paralisia Cerebral nasceu em 1974 mas só em 2005 é que assumiu a designação de Asso-
clientes com paralisia cerebral, um jardim infantil aberto à comunidade [não acolhe apenas crianças com deficiência] com 70 crianças, um ATL para 40 crianças, um Centro de Atividades Ocupacionais para 30 pessoas com deficiência de Gondomar, um Centro Comunitário e uma Cantina Social aberta à comunidade, para 75 refeições diárias. A unidade gondomarense, com 80 trabalhadores, tem também um Centro de Recursos com 15 técnicos terapêuticos e psicólogos que cobrem o concelho do Porto e de Gondomar e que vão às escolas trabalhar com as crianças com deficiência. Abílio Cunha considera que a APPC tem “uma situação normal de finanças porque tem havido um cuidado quer da Direção, quer da Comissão Executiva, quer dos vários órgãos de não avançar para grandes projetos sem ter garantida a parte do financiamento”. Financiamento esse que tarda a chegar. “Lamentamos que alguns fundos não cubram outras situações. IPSS como a nossa deveriam poder recorrer a esses financiamentos
Paula Mendes e José Luís Oliveira dirigem a Santa Casa da Misericórdia de Gondomar, como diretora e provedor, respetivamente
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“Comparticipações do Governo não podem ser iguais para aqueles que têm uma reforma de 2.000 ou 300 euros” O presidente da Associação Social R. C. B. F. Vai Avante, Fernando Duarte, não se conforma. “As comparticipações do Governo não podem ser iguais para aqueles que têm uma reforma de 2.000 ou 3.000 dos que têm uma reforma de 300 a 400 euros”, refere o dirigente associativo. Com sede no lugar de Tardariz, em S. Pedro da Cova, o Vai Avante conta já com 50 anos de história mas formou-se como IPSS, em 1991. Uma instituição juvenil, nas palavras de Fernando Duarte, que é procurada por “aqueles que muitas instituições rejeitam.” Utentes que têm reformas muito pequenas ou salários muito baixos. “A comparticipação do utente é muito baixa mas nós não os mandamos embora”, afirma Fernando Duarte. “Estamos com 190 famílias com Rendimento Social de Inserção”, acrescenta. A associação não está em “rutura financeira mas teve alguns problemas”. A diminuição do número de utentes, muitos “devido ao desemprego, por exemplo, levou à diminuição da comparticipação” e Fernando Duarte tenta agora gerir as contas com cerca de 100 euros mensais por cada utente que a Segurança Social comparticipa. Para além da Segurança Social, a IPSS tem ainda outros acordos e recebe também uma verba anual da autarquia. “A autarquia atribui uma verba anual relacionada com o número de utentes, através de um protocolo por volta de 4.000 mil euros por ano”, explica. Mas os apoios têm que “aumentar muito mais”, diz o presidente. Caso contrário a IPSS poderá ficar comprometida e “não conseguir sustentar os seus 83 funcionários”, adverte.
“Houve sempre alguma ciumeira de algumas pessoas da Câmara relativamente à Santa Casa” A Irmandade da Santa Casa da
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Texto: Ricardo Vieira Caldas
concelho e isso às vezes arrelia certas pessoas. Não me quero referir a ninguém mas claro que na Câmara há sempre uma estrutura que manda. Espero que isto possa mudar e só quero um tratamento igual”, explica o provedor da IPSS.
ciação do Porto de Paralisia Cerebral, tornando-se uma associação autónoma. Em Gondomar, a IPSS tem a sua atuação com uma Unidade Orgânica que compreende, entre outros serviços uma Unidade Residencial Definitiva para 32
porque temos um conjunto de investimentos que vão avançar este ano e esses fundos deviam facilitar a concretização e a manutenção dos mesmos. Assim vamos ter que recorrer à banca e suportar mais autofinanciamentos com compo-
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barato do que o Estado”
essão organizada ao dever moral de solidariedade e de justiça entre os indivíduos, que não sejam administradas pelo Estado ou por um lias que se encontrem em situações de incapacidade a algum nível. Existem milhares de IPSS a nível nacional e cerca de três dezenas em s do concelho. A Associação Social Recreativa Cultural e Bem Fazer Vai Avante, a Santa Casa da Misericórdia Vera Cruz de Gondomar, l de Soutelo traçam um retrato daquilo que é o dia a dia de uma Instituição Particular de Segurança Social. Domiciliário] e na área da Intervenção Comunitária [Rendimento Social de Inserção, Empresas de Inserção e outros projetos].
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Abílio Cunha é o presidente da Associação do Porto de Paralisia Cerebral
equipamento.” “Isto é muito grande, tem 10 anos e agora é preciso ter uma manutenção quase constante na sua estrutura”, afirma. O presidente pede mais apoios mas está contente com a autarquia. “Naturalmente se me perguntar se estamos satisfeitos, nunca estamos satisfeitos. Mas digamos que a Câmara de Gondomar tem dado um bom contributo e esperamos que continue a dar. Reunimo-nos já com o presidente Marco Martins e o mesmo comprometeu-se a continuar e a aumentar o apoio. Gondomar tem sido um bom parceiro a todos os níveis”, esclarece. “Está na hora de se virarem um bocadinho mais para o Centro Social de Soutelo” Com uma centena de funcionários, o Centro Social de Soutelo (CSS), em Rio Tinto, surgiu no pós 25 de Abril, em 1974, e presta atualmente serviços na área educativa [Creche, Pré-Escolar e Centro de Atividades de Tempos Livres 1º, 2º e 3º Ciclos], na área dos idosos e dependentes [Centro de Dia, Centro de Convívio e Serviço de Apoio
Sandra Felgueiras, presidente da instituição, também não esconde as dificuldades sentidas no CSS. “Os apoios nunca são suficientes”, refere. “Já não o eram há uns anos, ultimamente muito menos. Desde 2008 que não tem havido alteração nos valores que recebemos com os acordos e toda esta crise afetou o Centro também. Os apoios precisavam de ser atualizados. Não temos salários em atraso mas tivemos que fazer alguns ajustes. Temos a sensação que temos que cortar em tudo, poupando em várias áreas. Estamos numa situação de limite mas não ainda de rutura”, explica a dirigente. Sandra Felgueiras tomou posse em janeiro e garante agora que a atual direção está virada para a “sustentabilidade” da IPSS. “Quando no final de 2013 sabíamos que o mandato da anterior direção iria terminar, a lista que agora dirige trabalhou um programa em que um dos eixos é virado para a sustentabilidade da instituição. Cada vez mais temos que depender menos do Estado e arranjar formas de autofinanciamento. Essa será uma das novas apostas desta
direção”, conta. “Da parte da autarquia temos tido sempre uma boa relação mas vamos exigir um bocadinho mais. Sabemos os apoios que vão para outras instituições e achamos que agora está na hora de se virarem um bocadinho mais para o Centro Social de Soutelo”, revela Sandra Felgueiras. Nova estrutura para as IPSS de Gondomar a caminho? A rentabilização das IPSS é uma preocupação para Fernando Duarte, presidente do Vai Avante. “Somos uma das maiores IPSS de Gondomar”, afirma. “Penso que temos que nos sentar e criar uma estrutura de IPSS em Gondomar para partilhar trabalho e, se calhar, meios para tornar algumas instituições rentáveis. Às vezes temos listas de espera que outras não têm. Temos que rentabilizar os serviços. Se hoje temos uma boa cozinha que está a fazer 300 almoços e se tem capacidade para fazer 800 porque não havemos de entregar os serviços a essa
Câmara Municipal ou feito pela Segurança Social é diferente. Nós trabalhamos melhor e é esse o caminho”, assegura. “É urgente rever as comparticipações para tornar as IPSS sustentáveis”, insiste. “Neste momento, aqui em S. Pedro da Cova, nós somos uma pequena empresa que acolhe 90 e tal trabalhadores. Um encerramento desta casa iria criar um caos”, alerta Fernando Duarte. A estrutura permitiria, segundo o líder da IPSS, uma maior interação entre todas as instituições deste tipo no concelho e o assunto vai ser levado para discussão ao presidente da Câmara, Marco Martins. A ideia desta nova união não faz muito sentido para José Luís Oliveira, provedor da Santa Casa. “As ligações já existem. Não é preciso criar uma estrutura. As IPSS têm uma ligação direta à Segurança Social e no nosso caso, fazemos parte da União das Misericórdias Portuguesas”, refere. “Se for para melhorar tudo bem mas penso que há situações que só existem
quando elas aparecem com vontade de trabalhar e de representar o setor, a APPC estará interessada em fazer parte dessa união, não só para reivindicar direitos mas também para colaborar. Não existe uma troca de serviços e isso poderia sair desse projeto, por exemplo”, elucida. Ideia que também agrada a Filipa Lameiras, coordenadora dos Serviços Educativos do CSS, apesar de achar que a Rede Social da Câmara Municipal funciona bem. “A rede social tem funcionado bastante bem, agora claro que a partilha de experiências, dificuldades, articulação de esforços e algumas medidas governamentais que exigem mudanças nas IPSS podem ser mais fáceis se nós nos unirmos. Poderia haver mais uma partilha de experiências, talvez sem a mediação da Câmara. É uma ideia interessante”, refere. Marco Martins, presidente da Câmara Municipal de Gondomar, não se opõe, muito embora ache que a interação entre as IPSS já existe. “As IPSS já interagem através
Sandra Felgueiras, nova presidente do Centro Social de Soutelo e Filipa Lameiras, coordenadora dos Serviços Educativos
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nentes de juros elevados”, lamenta o presidente da APPC que confessa que há uma questão que o preocupa muito que é “a manutenção do
IPSS? Se temos uma lavandaria que está a rebentar pelas costuras porque não partilhamos serviços? É um trabalho que as IPSS têm que fazer, somos autónomos”, explica o porta-voz da IPSS de S. Pedro da Cova. Para o dirigente, “as IPSS são sempre meios de resposta” e fazem “mais, melhor e mais barato do que o Estado.” “Um serviço feito pela
para dar protagonismo a meia dúzia de pessoas e na prática depois não resultam. Temos a rede social onde vamos refletindo todos juntos, com alguma regularidade”, acrescenta. A mesma opinião não é partilhada por Abílio Cunha, presidente da APPC. “Eu sou um adepto ferrenho das parcerias e das uniões e
da Rede Social. Se quiserem criar uma outra estrutura é uma decisão delas, não tenho nada contra nem nada a favor. Mas não existe falta de interação”, declara. De S. Pedro da Cova a Rio Tinto, as três dezenas de IPSS de Gondomar lutam diariamente para manterem o serviço “solidário” para com as populações.
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Política: Entrevista a Marco Martins
“Haveria muito mais a fazer mas penso que p
O dia 1 de fevereiro marcou os 100 dias desde a tomada de posse do atual Executivo da Câmara Municipal de Gondomar. Dificuldades compromisso eleitoral têm estimulado este Executivo municipal. O desígnio de mudança de imagem, de transparência, de descentraliz tanto surja”. De acordo com o comunicado que a Câmara fez chegar às redações, “o Executivo está satisfeito com o seu desempenho po Vivacidade falou com o presidente, Marco Martins, para tentar perceber o que mudou, até agora, dentro e fora das portas da Câmara e FOTO: PSF
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Texto: Ricardo Vieira Caldas
Mais de 100 dias de mandato. É difícil governar Gondomar? Não é tarefa fácil, mas é aliciante, desafiante e gratificante. Quando cá chegamos havia – e continua a haver – uma grande expectativa por parte da população. Da parte dos funcionários havia algum receio sobre o que é que podia acontecer-lhes e não trocamos ninguém e a estrutu-
“
Do que foi feito, destaco a importância que teve, por exemplo, a deslocação das reuniões públicas. Em Covelo houve um impacto enorme. E outra coisa muito importante foi a transferência de competências para as Juntas. Foi uma coisa que eu sempre quis e nunca tive.
ra reveremos a seu tempo. Mas as pessoas perceberam que este executivo era mesmo diferente. Que os vereadores e o presidente
vão ao bar com os outros funcionários, vão aos serviços ter com eles, etc. Cada um tem o seu lugar, como é óbvio, mas fazemos par-
te de uma equipa que trabalha ao mesmo nível. A nova estrutura irá implicar
contratações ou despedimentos? Não, não vai implicar nem contratações nem despedimentos. Vai implicar uma reorganiza-
ção e uma redução de custos.
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Que grandes modificações surgiram já dentro da Câmara? A grande e significativa modificação foi feita logo no início. Tivemos que deslocar alguns serviços que estavam aqui instalados, para ter espaço para os vereadores poderem trabalhar no mesmo edifício e juntar toda a parte de decisão política. E isso já acontece. E como é óbvio isso também provocou alguma confusão no início, enquanto algumas pequenas obras de adaptação não estavam concluídas. Os serviços já têm algumas formas de funcionar diferentes que ainda pretendemos melhorar mais, sobretudo no que tem a ver com a celeridade processual, o aumento da transparência e com o aumento do relacionamento com o munícipe e com as instituições. A Câmara estava preparada para esta centralização nos Paços do Concelho? Tivemos que fazer acontecer engenho e arte mas temos bons
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para 100 dias o saldo é claramente positivo”
s, surpresas e constrangimentos orçamentais foram vários, garante a Câmara mas “a determinação, o rigor e a vontade de cumprir um zação, de redistribuição de esforço fiscal e de modernização administrativa relegam para segundo plano qualquer obstáculo que entreois conseguiu já pôr em prática 39 medidas com um espírito positivo e virado para um futuro melhor para todos os Gondomarenses.” O e o que ainda vai mudar.
“
Marco Martins é o presidente de Câmara mais novo da Área Metropolitana do Porto
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De uma forma geral, os mais de 100 dias de mandato traduzem-se em que conclusões? Há várias conclusões. Se estivermos a falar ao nível interno, tínhamos muita desorganização. Havia serviços que nunca tinham reunido uns com os outros. Dando um exemplo, no exercício que fizemos das transferências de competências para as Juntas e nas notificações de proprietários de terrenos, os assuntos abrangiam quer a área do ambiente, quer a proteção civil e os dois lados nunca se tinham sentado a conversar para uniformizar regras. E depois há um conjunto de excessos e gorduras burocráticas que
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técnicos, projetistas e engenheiros e arranjamos uma solução razoável e simpática para todos. O que a Câmara precisava era de uma obra de fundo, estruturante. A Câmara só aqui, em S. Cosme, tem instalações dispersas por 12 serviços, sete dos quais arrendados. Aliás, há um plano em prática para, até ao final do ano, cessar todos os contratos de arrendamento porque têm custos muito elevados. Esses serviços – com encargos de funcionamento, eletricidade e água - custam-nos mais de 200 mil euros por ano e temos que poupar.
das condições atmosféricas. Por exemplo, tínhamos um plano de emergência para repor as passadeiras – algo que nós sempre criticamos – e adjudicamos com os nossos serviços mas as condições atmosféricas não têm permitido intervir. O que é que podíamos
ditoria em curso, que vai demorar 90 dias, e começou há alguns dias. Posso dizer que há mais algumas bombas mas optamos por, em vez de largar bomba a bomba, dizer tudo depois. Para se ter uma ordem de grandeza, aquilo que descobrimos e que desconhecíamos
Aquilo que descobrimos e que desconhecíamos já ultrapassa os 15 milhões de euros.
tivemos que eliminar, que justificavam o tal atraso processual que era patente e que ainda não está eliminado. Estamos a diagnosticar para podermos atuar.
ter feito mais? Não sei se humanamente era possível fazer mais. Claro que haveria muito mais a fazer mas penso que para 100 dias o saldo é claramente positivo.
Até agora, já com o atual executivo, o que poderia ter sido feito e não o foi por alguma razão? Aquilo que mais se falhou nestes 100 dias foi por culpa
Durante estes primeiros meses também tiveram alguns dissabores. As surpresas acabaram por aqui? Não sabemos. Temos uma au-
já ultrapassa os 15 milhões de euros. Estamos a falar de coisas a que a Câmara está em vias de ser condenada a ter que pagar. Isso vai pôr em causa alguns dos projetos que tinha? Sim, como é óbvio. Vão criar uma nova logomarca. Querem limpar a imagem deixa-
da pelos mandatos de Valentim Loureiro? Não, ninguém está aqui a querer limpar a imagem. A nossa campanha foi feita com um projeto de um futuro para Gondomar, um Gondomar mais. É nesse sentido. Não queremos retaliar, esquecer ou esconder o passado. Como é que tem sido o contacto com os restantes executivos da Área Metropolitana do Porto? Tem sido muito positivo. Temos tido um ótimo relacionamento com Valongo, com Paredes, com o Porto, nomeadamente com a questão do Meiral. E tem sido tudo muito correto, cordial e proveitoso. Repare, estamos a falar no facto de todos os concelhos que confinam com Gondomar com a exceção da Maia e Paredes - terem novos protagonistas. Já notou alguma perceção dife-
rente da imagem de Gondomar por parte dos outros concelhos? Acho que sim. Percebem que Gondomar tem outra postura, outra filosofia, tem o presidente de Câmara mais novo da Área Metropolitana. E isso não quer dizer que seja o mais parado. Já toda a gente percebeu que Gondomar tem outra forma de querer ultrapassar as situações e de querer fazer política e trabalhar para as pessoas. Que projetos que já tem planeados, pode destacar para os próximos 100 dias? Tantos! A abertura da Casa Branca, em Gramido, com vários eventos culturais e o posto de turismo do concelho. Também a operacionalização e a entrada de funcionamento da nova frota que adquirimos. O lançamento do Portal para o Orçamento Participativo e a nova orgânica da Câmara Municipal. A aprovação da logomarca e o processo de consulta pública da revisão do Plano Diretor Municipal. Muita coisa... Tenho um ficheiro no meu computador com os nossos compromissos eleitorais e um quadro com o ponto de situação das promessas. Tenho três colunas, uma amarela, uma vermelha e uma verde. O vermelho é quando ainda não peguei neles, o verde é quando estão concluídos e o amarelo é que já estão em execução. Há muitos em amarelo e há cada vez menos em vermelho. Mas para já, do que foi feito, destaco aqui a importância que teve, por exemplo, a deslocação das reuniões públicas. Em Covelo houve um impacto enorme. E outra coisa muito importante foi a transferência de competências para as Juntas. Foi uma coisa que eu sempre quis e nunca tive. O facto de, por exemplo, dentro do seu raio de ação, os presidentes serem informados de tudo o que se passa.
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Política
Erros no orçamento de Rio Tinto levam a voto contra do PSD
Os deputados da Assembleia de Freguesia do Partido Social Democrata, em Rio Tinto, votaram contra o orçamento para 2014 apresentado pelo executivo da Junta de Freguesia de Rio Tinto. Em causa estão alguns erros que Alfredo Correia, do PSD, considera que, no mínimo, deviam ser explicados à Assembleia e que Nuno Fonseca, presidente da Junta, considera “erros de papel”. Texto: Ricardo Vieira Caldas
O orçamento da Junta de Freguesia de Rio Tinto para 2014, foi aprovado pela maioria do PS, chumbado pelo PSD e teve a abstenção dos restantes partidos com assento na assembleia. A razão para o chumbo do PSD prende-se sobretudo com a diferença de valores presente nos anexos dos contratos Interadministrativos celebrados com a Câmara e do Acordo de Execução. Os meios a transferir no Contrato Interadministrativo não condizem. Na folha principal do anexo o valor que aparece é de 182.370,68€ mas na descrição, mais à frente, o valor total aparece como sendo de 187.996,26€. Já no Acordo de Execução, os meios a transferir são de 151.741,36€ e na mesma folha o total do acordo volta a
não condizer, já que a soma deveria totalizar 181.195,81€. Ao Vivacidade, a oposição do PSD justifica o voto contra já que “analisaram toda a documentação e encontraram alguns erros e pediram esclarecimentos na assembleia” mas não ficaram satisfeitos com as respostas. “A bancada socialista nada fez e tudo passou”, afirma a social-democrata, Maria José Guimarães. “Não pode ser assim porque se foram denunciados erros, no mínimo, a maioria deveria pedir uma explicação ou abster-se e quando houvesse explicação, votar a favor”, acrescenta. Já Alfredo Correia, do mesmo partido, explica que “há que haver algum rigor e algum cuidado quando se trata de um documento público para ser analisado.” Na opinião do deputado, “há questões políticas que podem ser pensadas de outra forma mas há outras
questões que não podemos deixar escapar porque são factos, são números e é suposto todos analisarem. Erros claros, de somas e que prejudicam Rio Tinto, erros que passaram pela própria Câmara e que foram analisados pela mesma.” “Tendo sido aprovado, solicitamos de qualquer forma ao presidente da Junta de Rio Tinto que se corrijam os erros e que se marque uma Assembleia Extraordinária. O PSD não está aqui para complicar. Houve até um voto de motivação ao recente eleito presidente e nós votamos a favor. Mas isso não quer dizer que vamos pactuar com as asneiras”, afirmou Alfredo Correia. Para o presidente da Junta, Nuno Fonseca, isto “é uma forma de oposição que não se justifica e não se entende.” “O executivo da Junta de Freguesia no cumprimento do estatuto do direito
à oposição, solicitou propostas para o orçamento a todos os partidos políticos da oposição. Houve alguns partidos que apresentaram propostas, nomeadamente a CDU, e o PSD não apresentou nenhuma proposta e depois, surpreendentemente votou contra o orçamento”, referiu. Questionado sobre os erros no anexo, Nuno Fonseca explicou que se tratam de “erros de papel”. “O valor que aparece no contrato é o valor das transferências financeiras mais o custo que a Câmara definiu como o custo dos meios humanos e da manutenção das viaturas. O que é que nós temos de questões práticas? Transferências reais de 250 mil euros, seis recursos humanos e duas viaturas. A discussão não é essa. É, por exemplo, se são duas viaturas ou três, se eram dois ou três homens ou se eram vinte mil ou 250 mil para a Junta”, expôs o
presidente. “Surpreende-me que o grupo parlamentar do PSD não tenha mais nada com que se preocupar. Trata-se de uma folha do Word e uma transcrição do valor. Os valores iam sendo alterados e quem fez o documento esqueceu-se de alterar um valor. O erro não tem significado. Tem a importância de um erro de grafismo, não altera nada ao contrato. Os contratos que são aprovados na Assembleia de Freguesia são os mesmos contratos que a Câmara mandou aprovar na Assembleia Municipal. Já não podemos mexer nesses contratos. Têm várias folhas e numa das folhas do anexo descobriram um erro. Isso não altera o contrato. Estamos a falar de valores subjetivos. A única coisa que interessa é que para a Junta são transferidos 250 mil euros, seis funcionários e duas viaturas”, concluiu Nuno Fonseca.
Deputados do PS questionam Ministério do Ambiente sobre resíduos perigosos em S. Pedro da Cova Os deputados socialistas da Assembleia da República, Isabel Santos, Renato Sampaio, Pedro Farmhouse e Eurídice Pereira, enviaram três perguntas ao ministro do Ambiente e Ordenamento do Território, Jorge Moreira da Silva, a respeito da remoção dos resíduos perigosos depositados em São Pedro da Cova e da monitorização ambiental do local do aterro, com vista à informação das populações e proteção da saúde pública. nimizar os impactos ambientais criados. Na opinião dos quatro deputados, “atendendo aos elevados níveis de perigosidade dos resíduos depositados nas antigas Minas de São Pedro da Cova, e em face das conclusões do estudo técnico e científico elaborado, de forma totalmente isenta e independente, pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil” é necessária uma “resolução prioritária deste problema ambiental, o qual exige uma solução definitiva e duradoura.”
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Os deputados do Partido Socialista, Isabel Santos, Renato Sampaio, Pedro Farmhouse e Eurídice Pereira querem saber “em que fase se encontra o concurso público realizado, quando pretende o Governo assinar a consignação e quando prevê dar início à operação de remoção dos resíduos”. Para além disso, os socialistas pretendem perceber qual a resposta que o Governo vai dar diante da intimação da Comissão Europeia em relação a este tema e o que vais fazer após a remoção dos resíduos para mi-
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Política
Orçamento participativo vai arrancar Aprovado na reunião pública camarária, a 5 de fevereiro, no salão nobre do edifício da Junta de Freguesia de Covelo, a proposta de uma solução integrada para a gestão de orçamento participativo da Câmara de Gondomar vai permitir desenvolver a ideia de Hélder Figueiredo, vereador das Tecnologias de Informação e Comunicação e Aurora Vieira, vereadora da Cidadania e Participação.
“É a primeira vez que Gondomar terá um orçamento participativo e esse é um marco importante na relação de proximidade que queremos manter com todos os Gondomarenses”, disse ao Vivaci-
dade Hélder Figueiredo. O orçamento participativo vai permitir à população discutir o destino de parte do investimento público e políticas públicas, tendo como objectivo aproximar o cidadão das decisões politicas. “O cidadão numa democracia não tem apenas direitos, tem também o dever de participar no sistema FOTO: RVC
político e queremos chamar todos os gondomarenses a participarem neste projeto que é de todos”, continua o vereador. Para o orçamento, segundo Hélder Figueiredo, estão pensadas seis fases [ver caixa] mas a solução integrada de gestão do orçamento participativo para o ano de 2015 e seguintes já está a ser preparada. “A face visível desta solução será um portal dedicado exclusivamente a este projeto, onde o cidadão se poderá autenticar e intervir nas diferentes fases”, explica. Nesse portal, será disponibilizada toda a informação necessária e haverá uma ligação às redes sociais. O site estará ‘online’ no final de abril, data em os Gondomarenses poderão começar a apresentar as suas propostas.
Fases do Orçamento Participativo 1ª PERÍODO DE PREPARAÇÃO Elaboração do regulamento Aprovação da verba a afetar 2ª RECOLHA DE PROPOSTAS Divulgação do Orçamento Participativo Participação pública 3ª ANÁLISE TÉCNICA DAS PROPOSTAS Análise técnica das propostas e formulação de projetos 4ª VOTAÇÃO Votação das propostas 5ª APRESENTAÇÃO PÚBLICA DE RESULTADOS Divulgação das propostas vencedoras Incorporação das propostas mais votadas no orçamento municipal do ano seguinte 6ª EXECUÇÃO Acompanhamento da execução das propostas vencedoras
Fernando Jesus quer S. João como hospital de referência para riotintenses O deputado da Assembleia da República, Fernando Jesus, vai questionar o Ministério da Saúde e a Administração Regional de Saúde Norte (ARS-Norte) sobre o porquê de o hospital de referência para Rio Tinto ser o Santo António e não o S. João. FOTO: RVC
Deputado Fernando Jesus (no centro) reunido com Comandante a direção dos bombeiros
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Texto: Ricardo Vieira Caldas
O socialista Fernando Jesus visitou os Bombeiros Voluntários da Areosa Rio Tinto no dia 3 de fevereiro e mostrou-se indignado com a questão do hospital de referência, problema que os Bombeiros consideram “grave” para o dia a dia “Não faz sentido que estes bombeiros se tenham que deslocar ao santo António que fica ao triplo da distância do Hospital de S. João. Não faz sentido ter que se gastar mais energia, mais dinheiro, mais combustível e pôr em causa a vida de uma pessoa”, disse ao Vivacidade, Fernando Jesus. “Saio
daqui inconformado e vou até ao fim nesta luta”, acrescenta. “Acho que será uma teimosia da ARS-Norte e vão ter que explicar muito bem porque isto não cabe na lógica de nenhum ser humano”, afirma. O deputado visitou as instalações dos bombeiros de Rio Tinto, a convite do presidente Correia da Silva, e encontrou “um quartel com toda a dignidade para que os bombeiros possam desempenhar as funções como deve de ser”. Ainda assim vai tentar ajudar a instituição com a colocação de portões, que ainda não existem.
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Política
Vereadora da educação visitou escolas do concelho para levantamento de intervenções necessárias A vereadora do Desenvolvimento do Potencial Humano (Educação, Emprego, Formação e Saúde) da Câmara Municipal de Gondomar, Aurora Vieira, liderou, desde o início do ano, uma equipa de técnicos que visitou as escolas de Gondomar com o objetivo de proceder ao levantamento e reconhecimento da situação de todos os estabelecimentos de ensino. Como conclusão da visita, Aurora Vieira afirma ter encontrado três realidades distintas no que respeita às condições e ao estado das escolas do concelho.
As visitas aos agrupamentos escolares do concelho de Gondomar tiveram início em janeiro e só agora estão a terminar. A vereadora da Educação da Câmara de Gondomar, Auro-
mais receberam reparações, estando assim com degradação e a necessitar de obras de vulto”. A segunda realidade diz respeito às “obras novas que têm problemas de raiz”. A vereadora refere que estas obras “estão a ser analisadas e avaliadas de forma a que os empreiteiros as resolvam, caso contrário serão acionadas as garantias necessárias”. Por úl-
ra Vieira e uma equipa de técnicos visitaram os estabelecimentos de ensino com o principal objetivo de reunir com as direções executivas de cada Agrupamento para analisar “a situação dos estabelecimentos de ensino, as condições de funcionamento, bem como o plano de desenvolvimento de ações e atividades em parceria e apresentação da equipa do setor da educação.” Ao Vivacidade, Aurora Vieira explica que estas visitas visam ainda, “a curto prazo, proceder ao levantamento e reconhecimento da situação de todos os estabelecimentos de ensino, com vista à elaboração de uma ficha técnica de cada um que permita conhecer exatamente a sua situação, as intervenções necessárias - efetuadas ou a efetuar -, distinguir as intervenções urgentes e inadiáveis e definir, a médio prazo, as prioridades de intervenção, as intervenções necessárias e respetivo enquadramento técnico e orçamental.” Referindo-se ao estado das escolas, a vereadora identifica três realidades diferentes. A primeira, são as escolas que pertencem ao “parque centenário”, que, segundo a mesma, “algumas delas foram intervencionadas há muitos anos e outras nem foram e nunca
timo, Aurora Vieira identifica uma terceira realidade. Os estabelecimentos de ensino designados de P3 [escola de área aberta projetadas na década de 70] que nunca foram intervencionadas e que estão agora a ser objeto de análise, por técnicos engenheiros das obras municipais. A estratégia para a educação, neste âmbito, é “planear as intervenções considerando uma organização de prioridades e as possibilidades financeiras”, refere a vereadora. Questionada sobre o que pretende fazer quanto aos resultados escolares obtidos pelas escolas do concelho, Aurora Vieira afirma que o “projeto educativo terá que ser reanalisado e adequado à realidade atual, sob pena de se transformar no que o Professor Jorge Adelino Costa [especialista em Educação e outrora presidente do Conselho Científico para a Avaliação de Professores do Ministério da Educação] diz sobre os projetos educativos de escola, “um projeto cartão de visita”, até porque é bom que se diga que o de Gondomar nunca foi aprovado pelos órgãos competentes”, finaliza a responsável pelo pelouro do Desenvolvimento do Potencial Humano da Câmara Municipal de Gondomar.
Texto: Ricardo Vieira Caldas
FOTO: RVC
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Entrevista: Paulo Ferreira
“O meu sonho é ter uma equipa de
Há 43 anos Paulo Ferreira nascia para o ciclismo. O gondomarense de gema foi sempre ligado à terra que o viu crescer e ainda hoje vive e ao SL Benfica. Em 2011, lançou um livro onde conta as histórias de uma carreira profissional recheada de títulos, mas conta ao Vivac FOTO: DR
Texto: Pedro Santos Ferreira
Em 1986, começa a competir como amador pelo Centro Ciclista de Gondomar, onde o seu pai era membro da direção. Como foi esse início no ciclismo? Só queria ir na frente a puxar pelos outros ciclistas. A primeira corrida que fiz, sem treinos, fiquei em sexto lugar. Na corrida de Gondomar já estava tudo a gritar pelo “Paulinho, de Gondomar” e nessa noite eu nem dormi, com os nervos. Mas o envolvimento no ciclismo foi familiar, porque o seu irmão também era mecânico da equipa. Esse apoio foi importante na sua carreira? Sim, foi sempre. Eu não sabia o que era lavar uma bicicleta porque ele não me deixava fazer isso. A fa-
E despertou o interesse da Sicasal, que decidiu contratá-lo, em 1993. A Sicasal já era uma das grandes equipas de ciclismo de Portugal? Sim, já tinha um patamar muito alto. Já tinham centro de estágio e uma equipa de estrelas. Quando o Marco Chagas foi para a Sicasal, fomos todos atrás dele.
Em 1986, Paulo Ferreira corria pelo Centro Ciclista de Gondomar
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Em 1984, quando viu o ciclista Paulo Ferreira [atleta do Sporting CP com o mesmo nome] a vencer uma etapa da Volta a França, sentiu que um dia podia estar naquele lugar? (risos) A minha história é ainda mais incrível. Nessa altura vendia fruta e estudava. O objetivo, quando passei para o quarto ano de escolaridade era ter uma bicicleta BMX oferecida pelo meu pai. Quando a recebi, ia para a escola de bicicleta e quando ia vender fruta no Alto da Serra o senhor Daniel, um cliente da minha mãe que tinha sido bicicleta de estrada, desafiou-me um dia a fazer um treino com ele. Eu fui com a minha BMX e acompanhei-o, mesmo na subida. Fiz 60km numa bicicleta BMX e fiquei completamente esgotado e cheio de fome, mas a partir desse dia tudo começou. Depois conheci o Império dos Santos que me emprestou uma bicicleta e aconselhou-me a ter alguns cuidados com a alimentação. Ele era o mestre do ciclismo.
patrocina as equipas amadoras de ciclismo. Foi pena porque éramos uma família.
mília foi sempre um grande apoio, a par dos gondomarenses. É dessa forma que surge o seu interesse pela mecânica? Sempre gostei de mecânica. Nas minhas horas livres ia sempre para a loja do Império dos Santos, afinava os travões, ajeitava as rodas e fazia um pouco de tudo. O Império dos Santos que lhe emprestou uma bicicleta e não só... É verdade. E eu estimava tudo o que me emprestavam porque sentia que me queriam ajudar. O Império dos Santos emprestou-me uma bicicleta para treinar, porque eu não tinha hipótese de ter uma. Só o facto de ser uma bicicleta dele, para mim era tudo. A primeira vez que corri com uma bicicleta dele fiquei em quinto lugar. Depois dessa corrida ele disse-me que eu ia correr a Volta dos Descobrimentos, que era uma corrida inserida na celebração dos 500 anos dos Descobrimentos Portugueses. Acabei por vencer essa prova. Em 1989, assina pela equipa Tensai ainda como amador, mas não era só ciclista da empresa...
Não, também era funcionário porque sempre trabalhei. Nunca me faltou nada a mim e ao meu irmão, mas os meus pais chegaram a passar fome e eu queria trabalhar para ajudar a família. Fui para a Tensai com a condição de trabalhar e treinar ao mesmo tempo. Quando venci a Volta dos Descobrimentos a Tensai disse-me que ia dedicar-me em exclusivo ao ciclismo. A partir daí começaram a dizer que eu ia dar ciclista.
E o Paulo acabou por ser praxado, por ser o mais novo nessa equipa de estrelas. Conte-nos essa história. (risos) É verdade. Aqui em Gondomar eu era o menino de
ouro, mas na Sicasal puseram-me logo na linha. No centro de estágio tínhamos quartos e eu ficava sempre com o Joaquim Gomes e o Gamito. Eles deixavam-me adormecer e depois convidavam-me a fazer treinos noturnos e quando eu ia abrir a porta, levava com um balde de água fria que eles tinham colocado na parte de cima. Isto e m
Marco Martins, Presidente da Câmara de Gondomar, e Delmino Pereira, Presidente da Federação de Ciclismo, lançaram-lhe o desafio de continuar a servir o ciclismo. Já deu resposta a esses desafios? Em relação ao presidente da Câmara Municipal de Gondomar, já se encarregou de me pôr no Gabinete de Desporto. Em relação ao Delmino, ele sabe do que eu sou capaz e espero conseguir atingir o meu sonho.
Em 1991, passa a ser profissional, ainda pela Tensai. Como foi essa transição? Foi uma transição esperada e correu tudo bem. Nesses anos - 1991 e 1992 - competi logo na Volta a Portugal e consegui ficar em quarto lugar, que foi o meu melhor resultado na prova. Estava imparável e venci muitas provas nesses dois anos.
Acha que o ciclismo foi esquecido em Gondomar? Sim, acabou por ser porque tínhamos boas estruturas e acabaram por não ser bem aproveitadas. O que tem a dizer sobre a polémica do caso de doping que retirou a Lance Armstrong os 10 títulos conquistados na Volta a França? Se fizessem as análises como fazem noutros desportos talvez não fosse um fenómeno sempre associado ao ciclismo. Eu também cheguei ao ponto de ir treinar e ser controlado, mas isso acaba por ser normal. Só não percebo como é possível o Armstrong vencer várias
Contudo, a Tensai acabou por ficar sem equipa de ciclismo. Porquê? Foram questões burocráticas e relacionadas com os apoios institucionais. A Tensai acabou como equipa profissional mas ainda hoje
Voltas à França consecutivas e não acusar doping em nenhuma análise. Fiquei triste quando vi a notícia, porque ele era o meu ídolo. O que representa o Rui Costa para o ciclismo português? É um grande motivo de orgulho. Não é qualquer um que consegue ser campeão do mundo. O percurso dele é avassalador.
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Desporto
e ciclismo em Gondomar”
e no concelho. Marcou a história da modalidade nos anos 90 e passou por nove equipas, desde o Centro Ciclista de Gondomar, à Sicasal cidade que afinal, o dever para com os ciclistas ainda não está cumprido. pleno inverno. Mas essa foi apenas uma das muitas praxes que me fizeram.
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larga e nos últimos metros tínhamos um afunilamento, mas como íamos a sprintar quando começa-
grande investimento no ciclismo. Foi esse projeto que o cativou? Sim, e até me entristece o pro-
Tive três meses parado e pensei abandonar o ciclismo. Sinceramente cheguei a pensar no suicídio, mas tive a força necessária para ultrapassar essa fase.
mos a apertar foi o pelotão todo ao chão. Tive três meses parado e pensei abandonar o ciclismo. Sinceramente cheguei a pensar no suicídio, mas tive a força necessária para ultrapassar essa fase. A família e os poucos amigos que tinha no ciclismo, ajudaram-me muito. Em 2000/2001, o Centro Ciclista de Gondomar estava a fazer um
jeto não ter continuado, porque tínhamos todas as condições para evoluir. Hoje, o Centro Ciclista podia ser como a Sicasal, se tivesse continuado. Tínhamos camiões, bicicletas de topo, o centro de estágio e vários escalões em competição. Foi tudo por água abaixo. Na altura eu vim porque acreditei no projeto. Perdi dinheiro, mas só pelo facto de voltar a Gondomar, nem hesitei. Ainda FOTO: PSF
É na Sicasal que amadurece como ciclista? Sim, na Sicasal é que me apercebi do patamar que poderia atingir. Tínhamos todas as condições e os treinos eram muito rigorosos. Aliás, foi na Sicasal que conquistei a prova Porto-Lisboa e a Volta a Portugal do Futuro, que eram duas provas que ficaram na história do ciclismo português. Lamento a forma como acabou a Sicasal. O sonho da equipa era participar na Volta a França e esteve prestes a ser concretizado. Em 1996, nova etapa na carreira profissional com a ida para a Maia-CIN. Foi o seu melhor ano desportivo? Sem dúvida. Em questão de resultados desportivos, foi o melhor. Fui considerado o ciclista do ano, mas ao nível da equipa não foi bem assim. Nesse ano quando vestia a camisola amarela passava a “comer alcatrão”.
Tem ainda uma curta passagem pelo Paredes, em 2004, e no ano seguinte, termina a carreira na Imoholding-Loulé. Como foi a fase final da sua carreira? Ainda tive a hipótese de fazer mais um ano pela Imoholding-Loulé, mas decidi terminar a carreira, em 2005. Decidi terminar na minha terra no Grande Prémio de Gondomar e ninguém me facilitou essa vitória, até pelo contrário (risos). E em 2011, lançou a primeira edição do livro “Paulo Ferreira – Dever Cumprido”. Sente que o seu dever está mesmo cumprido? Como ciclista está, mas para com os ciclistas acho que não. O meu sonho é ter uma equipa de ciclismo em Gondomar. Já tenho um projeto preparado, mas ainda não posso avançar com mais pormenores.
Três anos depois vai para o SL Benfica, onde esteve apenas um ano. No Benfica valia o nome da instituição. Acabei por ter uma saída atribulada e regressei rapidamente ao Centro Ciclista de Gondomar, que tinha um projeto novo.
Foi com boa disposição que o ciclista recordou histórias da sua carreira
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Mas no Benfica teve a pior lesão da carreira. Como viveu esse período? Foi um momento horrível. A lesão foi na chegada à Lourinhã, tive uma queda e fiquei mesmo sem andar. Íamos numa estrada
venci várias provas pelo Gondomar. Em 2002, tem uma nova proposta, desta vez do Cantanhede. Na altura, cortaram-me o vencimento no Centro Ciclista de Gondomar e apesar do Cantanhede não ter as mesmas condições que o Gondomar, tinha um grande componente humana. Fui e, em 2003, venci o Grande Prémio de Gondomar, pelo Cantanhede. Na minha terra quem mandava era eu (risos). Foi um grande orgulho e Gondomar estava em peso a apoiar o Cantanhede, porque era a minha equipa.
Decidiu atribuir os direitos de autor do livro a Daniel Neves, ex-ciclista vítima de um acidente que o deixou com um elevado grau de incapacidade física. É uma forma de ajudar um dos verdadeiros amigos do ciclismo? Ver a evolução do Daniel é uma das coisas que mais me orgulha. Foi importante ajudá-lo e fico orgulhoso por poder ajudar o meu amigo.
Paulo Jorge de Moura Ferreira 43 anos Ciclista Cronologia: 1986/88 – C.C. Gondomar; 1989/92 – Tensai; 1993/95 - Sicasal; 1996/1998 – Maia-CIN; 1999 - S.L. Benfica; 2000/01 – C.C. Gondomar; 2002/2003 - Cantanhede; 2004 Paredes; 2005 – Imoholding-Loulé;
Num minuto: Como se classifica como ciclista? Era montanhista e sprínter. Qual foi o clube que mais o marcou? Sicasal Melhor ciclista com quem competiu: Joaquim Gomes Etapa mais exigente da carreira: Serra das Meadas, em Lamego, do Prémio SIC Maior conquista da carreira: Volta a Portugal do Futuro, em 1994
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Desporto
“A Ala é hoje um dos clubes de topo do ténis de mesa português” Surgiu em 1980 “com caráter recreativo” mas rapidamente tornou-se uma modalidade histórica para o clube. A secção de ténis de mesa da Ala de Gondomar é hoje uma das melhores a nível nacional e aposta forte na formação de atletas para conquistar o campeonato português. português. Somos conhecidos nacional e internacionalmente”, explica Mário Couto ao Vivacidade. Cátia Martins, mesa-tenista do FOTO: PSF
Fundada em 1923, em S. Cosme, Gondomar, a Ala de Nun’Álvares de Gondomar compete em várias modalidades e conta com um palmarés “de fazer inveja”. Mário Couto, treinador e responsável pelo ténis de mesa há 21 anos, chegou a ser atleta do clube mas confessa, com boa disposição, que “em boa hora deixou de o ser”. Habituado a formar jovens promessas do ténis de mesa nacional, Mário não esconde a importância da formação para o clube. “Somos um clube que aposta em exclusivo na formação dos atletas. O nosso foco é criar uma estrutura técnica que permi-
ta atingir um alto nível e os títulos que vão sendo conquistados desta forma têm um sabor especial”, diz o treinador.
Na foto: Marta Santos, Mário Couto e Cátia Martins
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Texto: Pedro Santos Ferreira
O historial da modalidade remonta a 1960, mas só vinte anos depois passou a ser praticada de forma federada pela Ala de Gondomar. “A Ala é hoje um dos clubes de topo do ténis de mesa
clube, tem 19 anos e compete há dez pela Clube de Gondomar. “É um orgulho competir pela Ala. É como uma família. Queremos sempre levar a Ala ao mais alto nível”, afirma a atleta que já representou
Portugal no Campeonato da Europa e no Campeonato do Mundo. Recentemente a Ala de Gondomar esteve na final da Taça de Portugal mas saiu derrotada pela equipa de Mirandela, “uma das melhores do país”, segundo Mário Couto. “Não gostamos de vitórias morais, mas tivemos um bom desempenho na competição, até porque eliminámos grandes equipas com vários atletas internacionais”, refere. No campeonato a equipa quer terminar a fase regular no segundo lugar da tabela que garante acesso ao “play-off ” final. “Sabemos que o grau de dificuldade é elevado porque lutamos contra clubes que têm orçamentos superiores ao nosso, mas temos conseguido vencer essas equipas, o que nos enche de orgulho”, afirma Mário Couto.
Falta de reconhecimento preocupa atletas Apesar dos êxitos no ténis de mesa a falta de reconhecimento dos gondomarenses e dos meios de comunicação social preocupa as atletas. “Ficamos tristes por não sermos reconhecidas pelos nossos êxitos”, admite Marta Santos, mesa-tenista da Ala de Gondomar. Cátia Martins, também lamenta a situação mas realça a importância dos títulos em detrimento da falta de reconhecimento. “É verdade que a nossa modalidade devia ser mais reconhecida, principalmente em Gondomar, mas ninguém nos tira a alegria dos títulos”, explica a atleta. Contudo, ambas veem na recente conquista internacional de Marcos Freitas [Taça da Europa 2014] uma esperança para o ténis de mesa português.
Boccia animou sessão de esclarecimento em São Pedro da Cova O Boccia foi apresentado a 11 de fevereiro no auditório da Junta de Freguesia de São Pedro da Cova, perante uma plateia sénior. A principal modalidade para atletas portadores de paralisia cerebral despertou a curiosidade dos idosos que decidiram experimentar o desporto que recebeu o estatuto olímpico em 1984. rou os discursos com uma palavra de incentivo ao público. “Quem pratica torna-se mais saudável. É
uma modalidade que privilegia o convívio e melhora a nossa saúde”, explicou a atleta. FOTO: PSF
No dia 11 de fevereiro o auditório da Junta de Freguesia de São Pedro da Cova recebeu uma conferência sobre o Boccia, modalidade que levou Portugal à conquista de vários títulos internacionais. É considerada a modalidade principal para atletas portadores de paralisia cerebral mas todos podem jogar em competição individual, em pares ou equipas. Foi nesse sentido que a Junta de São Pedro da Cova decidiu realizar uma conferência sobre o Boccia dedicada aos idosos.
“Este é um jogo de precisão, técnica e estratégia”, disse Joana Teixeira, mestranda em atividade física adaptada, que iniciou a conferência com uma apresentação da modalidade. Seguiu-se o discurso de Fernando Pereira, atleta paralímpico de Boccia, que começou a praticar a modalidade no F. C. Porto, depois de um acidente de trabalho que o tornou paralítico. “Conheci o mundo com o Boccia e na cadeira de rodas. É um desporto importante porque obriga-me a sair da cama todos os dias”, referiu Fernando Pereira, que conta já com várias medalhas internacionais. Maria Emília Mota, atleta sénior e ex-campeã nacional, encer-
Depois da apresentação da modalidade, Maria Mota e Fernando Pereira jogaram Boccia
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Texto: Pedro Santos Ferreira
“Inserido no projeto “Movimento e Bem Estar para Seniores”, a conferência faz parte de um conjunto de atividades planeadas para este segmento da população”, afirma Daniel Vieira, presidente da União de Freguesias de Fânzeres e São Pedro da Cova, em declarações ao Vivacidade. Houve ainda tempo para uma demonstração do jogo, com uma competição amigável entre Fernando Pereira e Maria Emília Mota, que deram depois lugar aos voluntários da plateia. No dia 18 de fevereiro, pelas 15h, terá lugar nova experiência de Boccia no Auditório da Junta de Freguesia de São Pedro da Cova.
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Desporto
Atletas de Gondomar repetem títulos de campeões nacionais em natação adaptada
Tabela Classificativa de Futebol
Campeonato Nacional Ana Castro, José Ribeiro e Pedro Ribeiro são campeões nacionais em natação adaptada. O feito não é de Séniores - Série C único para os atletas do Clube de Natação da Maia, mas o trio gondomarense já se prepara para a próFase manutenção xima competição a dia 23 de fevereiro. 2013/2014 Texto: Ricardo Vieira Caldas
A 8 e 9 de fevereiro decorreram nas Piscinas da Associação Desportiva do Bairro dos Anjos, em Leiria, os Campeonatos de Natação de Inverno, da Associação Nacional de Desporto para a Deficiência Intelectual (ANDDI). Com um número recorde de participantes, esta revelou-se uma competição fantástica para os nadadores do Clube de Natação da Maia. Participaram 9 nadadores que alcançaram resultados de relevo, entre os quais Ana Castro, José Ribeiro e Pedro Ribeiro, de Gondomar. Ana Querido, a treinadora, elogia o grupo e a prestação. “Este campeonato correu muito bem e era um campeonato nacional muito importante. Eles têm que treinar bastante para alcançar estes resultados e dispõem de algumas condições para o fazer e de ajuda familiar para os acompanhar, o que é muito importante. Este grupo tem trazido muita visibilidade ao clube porque temos conseguido muitos resultados satisfatórios”, explica. Para a época, a treinadora do
Clube de Natação da Maia aponta mais dois grandes e difíceis ob-
jetivos. “Não sei se vamos conseguir alcançar devido às condições FOTO: RVC
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Na foto: Ana Querido treina atletas campeões do Clube de Natação da Maia
económicas do país. As próprias seleções nacionais não têm capacidade financeira para ir a campeonatos internacionais mas este ano temos atletas com capacidade para entrar no Campeonato do Mundo de Síndrome de Down, que é em setembro, no México”, informa Ana Querido. “Neste último campeonato tivemos também um nadador que fez o tempo mínimo para o Campeonato da Europa da Deficiência Intelectual, que decorre em Agosto, na República Checa”, acrescenta. A dúvida da participação destes atletas nos campeonatos internacionais surge não “pelas capacidades ou tempos na modalidade” – que já estão garantidas – mas pelo “apoio das federações”, conta a treinadora. Nestes Campeonatos de Natação de Inverno, foram também alcançados vários recordes. Ana Castro bateu recordes nacionais de Síndrome Down e recordes nacionais absolutos, nas provas de 200m mariposa (4.03.75, sendo o anterior recorde de 4.08.10) e 400m estilos (8.40.93, sendo o anterior recorde de 8.51.65) e Pedro Ribeiro, recordes nacionais absolutos nas provas de 200m livres (2.44.84, sendo o anterior recorde de 2.45.57), 800m livres (12.42.90, sendo o anterior recorde de 12.47.97) e 1500m livres (24.24.36, sendo o anterior recorde de 24.37.91). Todos estes nadadores vão, agora, continuar a sua preparação para a próxima competição que é já no próximo dia 23 de Fevereiro, nas Piscinas Municipais de Vila Franca de Xira, onde representarão o Clube de Natação da Maia nos Campeonatos de Inverno da Associação Nacional de Desporto para a Deficiência Motora. Vão tentar alcançar mais recordes nacionais, visto tratar-se de uma competição em piscina longa [50 metros] ao contrário desta última que foi em piscina curta [25 metros].
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Equipa Gondomar Amarante Salgueiros 08 Camacha SC Coimbrões Sousense Perafita Vila Flor
Pontos 20 17 16 11 10 9 6 5
Próximos Jogos 23 Fevereiro Amarante - Gondomar (15h) Vila Flor - Sousense (15h)
Divisão Pro-Elite Nacional - AF Porto P. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Equipa Sobrado FC Pedras Rubras Oliv. Douro Paredes S. Martinho Serzedo SC Rio Tinto Candal Aliados Lordelo Varzim Padroense Lousada Rebordosa UD Valonguense Vila Meã S. Pedro da Cova Nogueirense FC Leça Barrosas Infesta
Pontos 46 42 41 37 36 35 33 33 30 30 30 26 25 25 24 22 22 22 20 14
Próximos Jogos 23 Fevereiro Barbosas - SC Rio Tinto (15h) S. Pedro da Cova - Paredes (15h)
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Empresas & Negócios
Talho do Povo de Baguim do Monte celebra 4.º aniversário
Boa disposição, festa, carros de rali, uma desgarrada de concertinas e porco no espeto animaram o quarto aniversário do Talho do Povo de Baguim do Monte, a 25 de janeiro. Segundo Liliana Azevedo, proprietária do Talho do Povo, a aposta nos baguinenses foi um sucesso. Quatro anos depois, Liliana Azevedo, proprietária do estabelecimento, não esquece a importância dos clientes para o sucesso do Talho do Povo, em Baguim do
Monte. A 25 de janeiro, o estabelecimento de Baguim celebrou o 4.º aniversário com nova festa para os clientes. “Decidimos apostar em Ba-
guim e tem corrido muito bem. Só hoje passaram por aqui cerca de mil pessoas”, afirma Liliana Azevedo, proprietária do Talho do Povo de Baguim. “Os clientes gostam
destas iniciativas porque são sempre diferentes e proporcionam um dia diferente”, explica. A celebração ficou marcada pela boa disposição, carros de rali,
uma desgarrada de concertinas e um porco no espeto. “Chegamos até aqui graças aos clientes e esperamos continuar neste rumo”, conclui Liliana Azevedo.
Enchente para comprar artigos por um euro
Nova EuroLojas abriu ao público nas imediações de Gondomar Já imaginou trazer para casa artigos de marca dando em troca apenas uma moeda de um euro? Já é possível fazê-lo no mais recente estabelecimento inaugurado pelo grupo EuroLojas, em Ermesinde, às portas de Baguim do Monte. Artigos escolares, papelaria, carnaval, molduras, artigos para a casa, calçado, artigos de alimentação e higiene, bem como uma infinidade de outros produtos podem ser adquiridos por um único preço, na EuroLojas que abriu no
dia 1 de fevereiro, em Ermesinde. A rua das Agras Novas encheu-se de carros e curiosos naquela que foi uma inauguração com pompa e circunstância. Pipocas, animação e preços baixos, fizeram as delícias de quem visi-
tava a loja. Ana Catarina Cunha, administradora da Eurolojas, não estava à espera de tanto sucesso. “Ultrapassou as expectativas. Tivemos uma afluência enormíssima e as pessoas ficam surpreen-
didas com os preços e artigos que temos. Aqui o conceito de um euro chama a atenção”, referiu. “Tem sido um sucesso porque as pessoas dizem-nos que não pensavam que iam encontrar aqui artigos desta qualidade a este pre-
ço”, acrescentou a lojista. Esta é a décima loja do grupo e a maior de todas. A administradora revelou ainda que, só no mês de fevereiro, a EuroLojas pretende abrir mais cinco estabelecimentos em todo o país.
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Empresas & Negócios
Adega Típica abriu mais um restaurante em Rio Tinto A já conhecida Adega Típica da Cavada Nova abriu mais um restaurante em Rio Tinto. Com animação musical e a tradicional comida caseira, este novo restaurante na zona do Solar das Oliveiras aposta no conceito de churrasqueira. “Correu bem e a adesão foi boa. A aceitação por parte de vizinhos, familiares e amigos foi muito boa e toda a gente está satisfeita com a abertura da Adega Típica da
quiseram “avançar com a mesma marca para dar continuidade ao que os clientes gostam: a comida caseira típica.” “A comida é mesmo tradicional”, enfati-
Cavada Nova 2”, afirmam os proprietários dos restaurantes Cavada Nova, Carlos Leonel e Vânia Ferreira, referindo-se à inauguração do novo restaurante na rua António Costa Viseu, em Rio Tinto. “O conceito é o espaço, a localização e o ambiente que podemos criar para os clientes”, dizem ainda. A churrasqueira tem também serviço
za Vânia Ferreira. “Temos refeições económicas diárias e à noite temos os grelhados que é a grande aposta desta churrasqueira”, lança Carlos Leonel. As especialidades são, segundo os proprietários, “de comer e chorar por mais”. Costeletão, secretos de porco com migas, peixe fresco para assar na brasa, feijoada e
take away e um espaço de animação musical, com o toque da música brasileira, às sextas e sábados, para jantares com marcações. Os donos do novo espaço explicam que
picanha com feijão preto. As perspetivas de adesão à nova loja são muito boas e o projeto do casal que detém a marca “Cavada Nova” é expandir a adega típica para outras localizações.
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Empresas & Negócios
“Eu não faço questão que a Clínica se mantenha isolada” Entrevista a Rodrigues de Sousa, fundador da Clínica de Gondomar
Com 30 anos de história, a Clínica de Gondomar destaca-se no ramo da saúde em Gondomar. Sendo hoje uma estrutura de referência na região norte de Portugal, possui 71 médicos e 50 consultórios, prestando cuidados de saúde a cerca de 200 mil pacientes por ano. O Vivacidade esteve à conversa com um dos fundadores e médico da Clínica, Rodrigues de Sousa. O que me destaca de positivo dos últimos 30 anos da Clínica de Gondomar? Fundamentalmente, há duas ou três vertentes que são muito importantes. A concentração de meios no local que facilitaram a vida das pessoas, a proximidade e o conhecimento que os médicos têm que põem os clientes mais à vontade e também o facto de, em muitas circunstâncias se ter invertido o fluxo. Ou seja, o fluxo era preferencialmente Gondomar-Porto e em muitos sectores não só se parou esse fluxo como foi invertido. Temos, por exemplo, muitos utentes de Santa Maria da Feira. Que especialidades recomendaria aos utentes? A cardiologia é muito forte mas
há outras. Não quero estar a personificar. O conceito que a Clínica é tida, a nível médico, é muito bom. Neste momento a oferta na área da saúde, em Gondomar, é exagerada? Não é demasiada mas é, se calhar, mais do que suficiente. Houve uma modificação muito grande nos serviços médico-sociais. As unidades de saúde familiares vieram trazer uma qualidade de serviço em termos de atendimento dos utentes muito melhor do que aquilo que trazia antigamente. Mas continuamos a ter doentes que preferem vir aqui e outros que não. Estando na génese deste projeto, como prevê o futuro da Clínica
de Gondomar para os próximos 30 anos? Esse é um prazo longo para prever mas vou ser muito claro na resposta. O meu grande objetivo nesta fase era um objetivo de ligação a outras instituições. Pode parecer absolutamente estúpido e estranho que lhe diga isto mas o facto é que a Clínica existe, desde o início, porque na altura não havia nada. Criou-se uma Clínica de agrupamento, de família, onde tudo se resolvia aqui. A minha ideia continua a ser a mesma. Eu não faço questão que a Clínica se mantenha isolada. Poderia fundir-se com uma outra instituição, nomeadamente com o Hospital que existe aqui em Gondomar. Desde a primeira hora que defendo que poderia ter sido assim.
‘Meu Super’ abre primeira loja no concelho Cadeia de supermercados da Sonae aposta na proximidade em Rio Tinto
A cadeia de supermercados ‘Meu Super’ inaugurou no dia 6 de fevereiro o primeiro supermercado do grupo, em Rio Tinto. Com vários produtos do Grupo Continente e outras marcas conhecidas, a nova superfície comercial veio colmatar a falta de oferta na zona da estação da freguesia. Com um investimento de cerca de 125 mil euros, Paulo Mar-
tins decidiu abrir um supermercado em Rio Tinto, na zona da
estação, mais propriamente na rua de Perlinhas. Com a “garantia de preços iguais aos do Continente”, o proprietário decidiu abrir a loja na zona por causa das outras lojas do mesmo tipo, que fecharam. “Quero desenvolver esta área em que as pessoas não tinham nada e rentabilizar o negócio. É um local de passagem”, refere Paulo Martins. Com o ‘Meu Super’ foram criados quatro novos postos de trabalho e a área residencial passou a contar também com mais uma cafetaria. Um “Continente de proximidade”, apelida o proprietário, para “desenvolver o comércio”. Na inauguração marcaram presença o presidente da Câmara Municipal de Gondomar, Marco Martins, o vereador do Desenvol-
vimento Económico e Empreendedorismo, Carlos Brás e o presi-
dente da Junta de Freguesia de Rio Tinto, Nuno Fonseca.
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Vivacidade proporcionou jantar romântico a dois no ‘Cardeal’ Os vencedores do passatempo “Vivacidade Dia dos Namorados” foram, no dia 14 de fevereiro, contemplados com um jantar para duas pessoas, no Restaurante “O Cardeal”, em Baguim do Monte. Numa noite de muita animação, o amor andou no ar e os beijinhos não faltaram. Cada casal teve ainda direito a um presente surpresa, um perfume da CienFragâncias de Gondomar. O Vivacidade agradece a participação das dezenas de leitores que concorreram ao passatempo.
OS VENCEDORES São Valentim é um génio com um QI sem igual Vai juntar os namorados em ceia n’ “O Cardeal”
No Vivacidade gostava de anun ciar Pois meu amor lê este jornal No dia dos nam orados adorava Ir jantar ao Ca rdeal.
Fernando Moreira
Leopoldina M
Teria de fazer uma rima, Alusiva a S. Valentim. E pensando na obra prima, Meu amor disse-me assim: -Concorre porque tens jeito, E o prémio podes ganhar. Se conseguires, está feito… Teremos de graça um jantar. Sem esperança lá a fiz, E por e-mail a enviei. Recebo um outro que diz, Que o prémio eu ganhei.
ardeal”, Ai “Cardeal”…”C pecado. Restaurante do lentim, De ti, até S. Va Sairia saciado. ntos
endes
O acaso quis que eu Participasse num concurso. Misturei-me em seu percurso.
Ana Maria Sa
Nem queria acreditar No que estava a acontecer. Para ao marido agradar, Pus minha veia a render. Um jantar de S. Valentim, No restaurante ”O Cardeal”, Foi para ele e para mim, Uma noite especial. Um repasto muito bom, Oferecido com carinho. Tempero delicioso E regado com bom vinho. O dia dos namorados E em ambiente festivo, Celebramos muito animados Um romantismo colectivo. Como se já não bastassem Alegrias vividas sem ânsias, Ainda nos ofertassem Um perfume CienFragancias. Nessa noite conhecemos Maravilhosas pessoas. No coração as guardaremos, No cantinho das coisas boas. Agradeço por ter vivido Mais esta felicidade. Um bem haja merecido, A quem faz o “Vivacidade”. Atenciosamente, Ana Maria Santos
São Valentim és patrono dos namorados, eu sei... Gostava que nos dissesses se já atendes as preces dum apaixonado “gay”
Se os namorados se amam como dizem, tanto, assim todos os dias serão dias de São Valentim
Carla Moreira
Rui Moreira
Neste dia especial O meu amor vou levar A jantar ao Cardeal P’ra ele sempre me amar!
No dia dos namorados, Depois de amor fazer, A gula não será pecado Se ao “Cardeal” for comer.
Cristina Vieira
Mónica Esteves
Que no dia de S. Valentim o Cardeal me chame para jantar pois numa data de muito amor a minha cara metade quero agradar!”
No Dia dos Namorados Gostava de viver um momento especial, Com a ajuda do Jornal Vivacidade Vou celebrá-lo no Restaurante O Cardeal.
Fernanda Leitão
Joana Pina
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Opinião: Vozes da Assembleia da República Programa ERASMUS +
Margarida Almeida PSD
O novo Programa Europeu Erasmus+, foi esta semana apresentado pela Agência Nacional do Programa Juventude em Ação. Será um programa gerador de oportunidades e soluções, de causas e sonhos, de realizações e ambições para a nossa Juventude. O sinal MAIS neste Programa tem um significado muito especial dado ter, para além do tradicional Erasmus do ensino superior, seis novas vertentes, nas áreas da educação, da formação, da juventude e do desporto. No âmbito da Juventude em Ação haverão três ações: Ação 1 - será a Mobilidade para a Aprendizagem, que inclui três tipos de projetos: O Intercâmbio de Jovens é um projeto, com duração de cinco a 21 dias, que junta grupos de jovens de dois ou mais países, dos 13 aos 30 anos, proporcionando-lhes a oportunidade de
explorar vários temas, que lhes permitirão aprender sobre o país e a cultura de cada um, e reforçar as suas aptidões pessoais e/ou profissionais. O Serviço Voluntário Europeu permite gratuitamente aos jovens, dos 17 aos 30 anos, num período que pode ir até doze meses, desenvolverem uma ação de voluntariado num país diferente do seu país de residência, no contexto da UE ou dos outros países do Programa. Este programa visa a criação de uma visão de serviço cívico, de apoio comunitário, de defesa dos mais desfavorecidos, de partilha constante, de dádiva sem nada esperar em recompensa. A Mobilidade de profissionais de juventude para Formação e Rede apoia a educação dos jovens profissionalmente ativos através de seminários, cursos, parcerias ou visitas de estudo, assim como o fortalecimento das suas organizações, tendo como fito o fomento da
capacidade de realização e inovação entre os promotores, bem como a troca de experiências, boas práticas e modelos de qualificações ou certificações. A Ação 2 visa Parcerias Estratégicas que permitirão a construção de projetos de integração de redes de entidades ao nível local, regional, nacional e europeu no apoio aos seus jovens. A Ação 3, Suporte às Reformas de Políticas é a Voz do Programa Erasmus+. O seu grande objetivo é aproximar os jovens dos decisores públicos, criando cidadãos interessados, jovens com consciência cívica e pessoas empenhadas na resolução do seu presente e na perspetiva do seu futuro. O novo Programa Erasmus+ abre uma nova página com a novidade do Desporto com enfoque nos profissionais, voluntários, atletas e treinadores. Estes projetos serão geridos centralmente pela Comissão Europeia e terão
dois tipos de projetos candidatáveis: - Parcerias Colaborativas, envolvendo pelo menos cinco organizações de cinco países do Programa, nos temas do combate ao doping, do combate à manipulação de resultados, da prevenção do racismo, da violência, da intolerância ou da partilha de hábitos e comportamentos saudáveis; E, - Eventos Europeus sem Fins Lucrativos, sobretudo na área da inclusão social, da igualdade de oportunidades e na promoção de hábitos desportivos, integrando participantes de pelo menos 12 países do Programa. Este novo Programa Erasmus+ Juventude em Ação irá pautar os seus projetos na Qualidade, na Inovação e na Diferenciação. Este Programa Europeu será, sem dúvida, uma grande oportunidade para a Juventude Portuguesa pois irá permitir um enriquecimento pessoal, profissional e cívico.
No país do faz de conta - uns concursos à medida
Isabel Santos PS
Passavam poucos meses sobre a sua posse e o atual governo logo veio a público anunciar a instituição de concursos públicos para a seleção dos dirigentes de nível superior da Administração Pública. Um anúncio incensado pela entoação de beatíficos salmos de transparência, isenção, progresso e moralidade. Era evidente que este passo da tão proclamada reforma da administração pública ia acabar mal e isso percebeu-se quando a intenção ganhou forma de letra, plasmada na proposta da respectiva lei. Afinal o concurso era apenas uma espécie de concurso. Criou-se uma comissão que de entre os candidatos apura três, cujos nomes são apresentados, sem qualquer ordenação, ao membro do Governo que tutela a área. Este, que procedeu à
definição prévia dos requisitos do perfil, decide, de entre os três candidatos qual será nomeado. Como é costume, quando queremos que tudo continue na mesma criamos uma comissão embrulhámos uma solução em palavras de mudança e depois é só carregar o botão e continuar a assobiar, que a imprensa, embalada por slogans, lá fará o seu percurso ajudando a adormecer o povo. Mas foi sol de pouca dura. Não fosse a crise e o apertar do cinto a toldar-nos a capacidade crítica e teríamos uma grande “bernarda”, com vários episódios, a encher o espaço noticioso. Ao longo de cerca de ano e meio de aplicação da Lei, fomos assistindo à notícia das mais variadas situações de designação de dirigentes e gestores públicos a deixar um enorme rasto de suspeitas. No final do ano de 2013
- termo do prazo para a realização de todos os concursos - a comissão foi assolada por uma verdadeira avalanche. O Governo andou a “empurrar com a barriga”, como disse a Presidente da CRESAP e foram publicados dezenas de anúncios de concursos no meio dos quais se encontravam os mais curiosos perfis, fazendo adivinhar a fotografia de quem estava à espera para ocupar o lugar. Para a direção do Instituto de Informática da Segurança Social pedia-se experiência em negociação com a Troika, para a direção do Instituto Português do Desporto e Juventude, pedia-se experiência em cargos de direção de organismos na direta dependência de elementos dos Governo, e por aí fora, tornando clara a evidência de que o governo não quer nem nunca quis pro-
mover concursos de seleção, mas sim mascarar nomeações de concursos. Dado o alerta pela imprensa, o Presidente da CRESAP logo veio dizer que os perfis iriam ser revistos, só não explicou, porque não há explicação possível, como é que vai alterar concursos que já fecharam há quase um mês. Só por desconhecimento da lei, por ingenuidade ou incapacidade para ler a gravidade daquilo que está em causa se pode explicar que em vez de anunciar imediatamente a anulação destes concursos venha a público dizer que vai alterar o concurso. Como é possível? Acabe-se com este faz de conta e assuma-se uma opção clara - nomeação ou um concurso em que a seleção de quem vai ocupar o lugar é feita pelo júri. Meias-tintas é que não pode ser. O povo não é parvo!
Coelho. O problema é que os quatro milhões de trabalhadores não fizeram toda a sua vida nas empresas do seu padrinho no partido, nem têm a lata e os contactos para beneficiar dos fundos comunitários avançados por Miguel Relvas, para formar centenas de técnicos de aeródromos que não existiam em aeródromos fechados (como aconteceu com a Tecnoforma de Passos Coelho). A lei de despedimentos deste governo não tem nada de justo e é o instrumento mais brutal e duradouro para garantir precariedade e salários asiáticos no centro do euro, o que é, na verdade, o único objetivo da maioria de direita e da troika. De uma
machadada, e por decreto, o governo quer acabar com a justa causa e com a progressão salarial e na carreira, assegurando que um trabalhador acabe a sua carreira a ganhar nem mais um cêntimo do que recebia quando começou a trabalhar. Esta lei tem um único objectivo: baixar os salários durante décadas e décadas. Precisamos por isso do compromisso de toda a oposição para enviar esta proposta de lei para o caixote do lixo, que é o seu lugar. É uma batalha que exige todas as mobilizações e o recurso a todos os instrumentos que a possam travar, incluindo o recurso ao Tribunal Constitucional. Esse é o compromisso do Bloco de Esquerda.
Despedimentos simplex
Catarina Martins BE
O governo PSD/CDS aprovou em conselho de ministros as regras para o despedimento de trabalhadores no privado. Como não quer admitir o seu verdadeiro objetivo, permitir o despedimento sem justa causa, avançando para o despedimento simplex, inventou um conjunto de critérios para que um trabalhador possa ser despedido sem mais. O primeiro critério parece simpático. Avaliação de desempenho. Tem apenas um pequenino problema. Ou dois. É de facto despedimento à vontade do patrão, discricionário, arbitrário. E é para inglês ver. Apenas uma em cada 20 empresas avaliam o desempenho dos seus funcionários. O primeiro
critério da lista que é relevante, e diferenciado na maioria das empresas, é o custo do trabalho. Ou seja, com a proposta do governo numa empresa que quer despedir e tem um trabalhador a ganhar 700 euros e outro, mais velho e com mais experiência, a ganhar 1.000, este último fica logo a saber que a porta da rua é serventia da casa. O primeiro-ministro diz que os trabalhadores não têm nada a temer com esta proposta, porque, como disse o próprio, “como gestor sempre me dei bem com a avaliação de desempenho”. Quer pois que acreditemos que uma lei é justa e aplicável aos quatro milhões de trabalhadores porque funcionou com o “gestor” Pedro Passos
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Opinião: Vozes da Assembleia da República / Vozes da Assembleia Municipal A caminho da saída do programa
Michael Seufert CDS-PP
As últimas semanas trouxeram dados verdadeiramente encorajadores sobre a nossa economia. Como várias vezes aqui escrevemos, continuamos a não ter razões para lançar foguetes, mas há sinais muito consistentes e coerentes entre si que demonstram claramente que já estivemos pior do que estamos. Felizmente parece que iniciámos a recuperação económica. Ainda bem No ano passado, a partir do segundo trimestre começámos – e assim continuou a ser consistentemente até ao final do ano – a recu-
perar no emprego. Houve, trimestre após trimestre mais pessoas empregadas. O argumento de que se tratou duma redução da taxa de desemprego por haver elevados números de emigração, não colhe, portanto. O ano terminou com mais 30.000 pessoas com emprego, comparando o quarto trimestre de 2013 com o de 2012 - crescimento homólogo, portanto. E se quisermos excluir o primeiro trimestre de 2013, que foi muito penalizador em termos de números de emprego, chegamos a mais de 120 mil empregos criados
entre abril e dezembro de 2013. Repito: estamos a falar de números absolutos e de pessoas concretas. Ao mesmo tempo a economia em 2013 mostrou uma evolução coerente com este cenário: do INE mostrou um crescimento homólogo de 1,6% no quarto trimestre de 2013. Se os valores em cadeia já vinham a crescer desde o segundo trimestre, este foi o primeiro trimestre em que houve crescimento homólogo – isto é, em comparação com o mesmo trimestre do ano anterior. Como tal, quer em 2013 quer em
2014, a economia terá desempenhos mais positivos do que o inicialmente previsto. Isto é positivo e deve deixar todos com esperança. 2014 pode bem ser o ano da recuperação, após os anos do difícil ajustamento. Já em maio próximo conseguiremos fechar o programa de ajustamento com sucesso. Isso não significa o fim dos nossos desafios, mas é bem mais do que ainda há um ano a oposição dizia. E o derrotar dos cenários negativistas é bom para o país.
as pessoas… Não se percebe que sinais positivos são estes que, à medida que se vão somando, avaliação após avaliação, vão provocando mais sacrifícios aos pensionistas e a quem trabalha. Acresce ainda que esta proposta é desenhada e construída no pressuposto de que assume uma natureza excecional, transitória e limitada no tempo. A própria Ministra das Finanças diz de forma muito clara que este alargamento da contribuição extraordinária de solidariedade constitui uma medida que deve ser vista no quadro de excecionalidade económico-financeira decorrente da aplicação do Programa de ajustamento económico.
A ser assim e uma vez que o Programa de ajustamento económico termina em 17 de maio deste ano, essas medidas deixam de fazer sentido a partir dessa data. Sucede que a Ministra das Finanças não quis assumir o compromisso de as revogar após 17 de maio. O que nos leva a concluir que o Governo está a faltar à verdade. Em matéria de reformas, o Governo perdeu a vergonha definitivamente. O Governo não cumpre a sua palavra; o Governo dá o dito por não dito; o Governo altera as regras a meio do jogo e o Governo continua a dispor de um património que não lhe pertence como se fosse seu.
Os reformados e o Retificativo
José Luís Ferreira PEV
Apenas 20 dias depois da entrada em vigor do Orçamento do Estado para 2014, o Governo apresentou o primeiro Orçamento Retificativo ao OE de 2014. É muito pouco tempo. É tão pouco tempo que nem deu tempo ao Ministério das Finanças de publicar o relatório explicativo que acompanhasse a proposta de lei, nem deu tempo ao Governo de ser transparente, como seria desejável. Sobre este Retificativo, teremos de dizer que de facto nós não estamos diante de nenhum plano B, porque o Governo acaba sempre por sacrificar os mesmos, ou seja, os pensionistas. O Governo pretende agora tirar com uma mão aquilo que não conseguiu tirar com a outra. O Governo
«vira o disco e toca o mesmo»! Esta proposta procede ao alargamento dos cortes nas pensões e faz disparar a subida dos descontos para a ADSE. Mais e mais sacrifícios para os pensionistas — os do costume quando falamos de sacrifícios —, porque, para além do aumento do IRS, da subida da idade da reforma, das novas regras do fator de sustentabilidade, o Governo ainda pretende agravar mais a CES e colocar os pensionistas a descontar mais para a ADSE. Ficamos assim, sem saber quando é que «batemos no fundo» e o mais estranho é que, de cada vez que há avaliações, o Governo fala em sinais positivos, mas a seguir aos sinais positivos vêm mais sacrifícios para
Orçamento Participativo. Política de proximidade e transparência
Joana Resende PS
Do Programa do Partido Socialista para as últimas autárquicas do concelho havia o objectivo de uma política mais transparente, participativa e de proximidade. Mais uma vez, e em pouco tempo, o Executivo atual cumpre mais um compromisso, e garante dessa forma um futuro melhor para todos os Gondomarenses. A Câmara Municipal de Gondomar informou, no passado dia 5 de Fevereiro, que irá avançar com um Orçamento Participativo para ser executado já no próximo ano de 2015. O Orçamento Participativo é um instrumento que possibilita aos cidadãos intervir diretamente nas decisões de investimento da autar-
quia, e fiscalizar a gestão orçamental. Por outro lado, é o processo pelo qual o Executivo procura decidir em conjunto com a comunidade, critérios e prioridades para a aplicação dos recursos públicos. É a primeira vez que Gondomar aposta na participação dos seus munícipes, entendendo que são os mais aptos a indicar as prioridades do orçamento. Uma vez que são a voz da vontade da população, são mais conhecedores das suas carências e será por isso mais ágil a execução orçamental. Assim, será criada no início do segundo trimestre deste ano uma plataforma/sítio na internet que funcionará como ligação direta entre a Câmara Municipal e
a comunidade. Nos três meses subsequentes, no âmbito de uma discussão pública, os cidadãos poderão deixar nessa plataforma as suas sugestões, enumerar as suas necessidades e prioridades, expor as suas preocupações para com o Concelho. No final do verão, o Executivo estará apto a analisar as propostas, avaliando a sua pertinência e o seu cabimento orçamental. Serão posteriormente sujeitas a votação, por forma a serem apresentadas e planeadas até ao final do ano de 2014, e executadas no Orçamento efetivo de 2015. É também objectivo desta medida conseguir a participação de
um grupo heterogéneo, já que esta democratização do exercício da gestão autárquica só é possível se todas as camadas sociais, geracionais e territoriais estiverem envolvidas. O Orçamento Participativo permitirá uma melhor distribuição do plano de investimento naquilo que são as maiores necessidades do Concelho, mas também uma ampliação da consciência social, inovação permanente e equidade de gestão. Pela primeira vez os Gondomarenses serão chamados a ter lugar nas decisões da sua autarquia, e poderão por isso contar com o cumprimento de uma política de proximidade e de total transparência.
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Opinião: Vozes da Assembleia Municipal Ser político
Pedro Oliveira CDS-PP
Ser político é cada vez mais uma dura condição daqueles que dispostos a ativamente pensarem e fazerem o país, cumprem tal vocação imbuídos da salvaguarda dos princípios e desapossados de qualquer intuito de promoção e/ou enriquecimento pessoal. Com efeito, parece singrar na política portuguesa um pernicioso lastro de interesses onde as opções manifestadas se determinam não pelo generoso efeito que podem causar na sociedade em geral e na vida das pessoas em particular, mas porque o partido sai reenquadrado, ou os oligarcas defendidos ou mesmo, os interesses de quem as tomou, protegidos. E tanto assim é nas maiorias conjunturais como nas oposições do momento
em que, para mais rapidamente acederem ao poder, se não inibem em se “encostar” a estratégias dúbias, poeirentas e populistas, defraudando sistematicamente todas as expectativas do incauto povo que avido de justiça, se deixa influenciar e determinar por suas parangonas de felicidade prometida. É lastimoso que a experiência nos mostre tanta dicotomia falsa entre governo e oposição, com esta a tirar meças de veemência na crítica, como se tivesse todas as soluções guardadas e garantidas. O governo trata a oposição como se fossem falsários, a oposição vê no governo um conjunto de mentecaptos. Com a alternância nos períodos eleitorais invertem-se as
posições e, tudo continua na mesma. É extenuante a ausência de consensos duradouros em áreas onde todos sabemos que estamos de acordo. Depois, ficamos como estamos hoje. No meio deste imbróglio em que a política portuguesa se transformou, vai contudo proliferando muita gente boa. Gente preparada, gente capaz, gente séria, mas que é dramaticamente cilindrada pelo establishment partidário, por estes “senhores” que viram na política e nos partidos um “poço sem fundo” de mordomias e prerrogativas pessoais, e que vêm aqueles como indesejados obstáculos na “autoestrada” dos interesses onde se movem. Destes “senhores”, quantos não mudam a toda a hora e em
função das circunstâncias, como se a ideologia fosse um descartável berloque. Urge portanto realçar aqueles honrosos resistentes, tantas vezes maltratados na enxurrada da crítica fácil à classe política, como se todos fossem iguais. Tantas vezes, dentro e fora dos partidos, vilipendiados na sua intrínseca boa-fé. Porque a política não é nem poderá jamais ser entendida, como o prado dos mentirosos, dos polutos ou dos ardilosos. A política tem sempre campo para o genuíno, o solidário, para a verdade. E estes, os políticos sérios, com a persistência da sua convicção, são a garantia de que Portugal tem futuro e de que a política é um digno espaço onde a sociedade se pode rever.
A ETAR do Meiral não é solução, é um foco de poluição
António Valpaços CDU
Em dezembro último o Movimento em Defesa do Rio Tinto denunciou a descarga direta no rio Tinto de sete milhões de litros de águas residuais sem tratamento. Para a CDU é urgente que as diferentes entidades com responsabilidades nesta matéria tomem uma posição. Não podemos aceitar que a ETAR do Meiral continue a não tratar devidamente as águas residuais de origem doméstica de Rio Tinto em condições aceitáveis de as drenar para o rio. Não podemos permitir que a ETAR do Meiral continue a ser um foco brutal de poluição. Não podemos, também, aceitar
que a atual entidade responsável pela exploração do sistema municipal de abastecimento de água e drenagem e tratamento de águas residuais de Gondomar (empresa Águas de Gondomar, S. A.) mantenha uma postura de negar esta realidade, fugindo ao debate para encontrar soluções, a que a recusa sistemática a pedidos de visita às instalações da ETAR do Meiral é um elucidativo exemplo. Para a CDU, a resolução do problema de contaminação do rio requer mais do que as atuais obras de remodelação da ETAR do Meiral, no valor de cerca de cinco milhões de euros. A solução técnica deve ter em conta o facto de
o caudal ser demasiado diminuto para receber os efluentes domésticos tratados de uma população que ronda os 60.000 habitantes, devendo por isso equacionar-se a colocação de um emissário que encaminhe o efluente tratado para um rio com maior caudal, como o rio Douro, numa estratégia concertada entre os municípios de Gondomar e Porto. Sem cooperação intermunicipal o rio Tinto nunca será despoluído. Haja vontade política para que esta estratégia seja possível já este ano, uma vez que uma nova linha de fundos comunitários pode ser usada para a resolução deste grave problema. Para que não haja dúvidas, este
é um nefasto exemplo das consequências a que são votados os nossos rios, do tratamento das nossas águas residuais, da preservação do nosso meio ambiente fruto da privatização/concessão de serviços públicos a privados, como os serviços de abastecimento público de água e saneamento. Enquanto os partidos que nos têm desgovernado persistirem nesta política de privatizar a água e os seus serviços, beneficiando os interesses privados, aumentando os seus lucros, em detrimento do interesse público, pagaremos cada vez mais pela água, teremos cada vez mais um pior serviço de abastecimento público de água e saneamento.
rança social. A esse país mais pobre, o país da esmagadora maioria das pessoas, contrapor-se-á um outro Portugal, um mini país em condomínio fechado, feito dos mais ricos do costume que verão, como estão a ver, a sua fortuna duplicar ou triplicar ao sabor de movimentos especulativos ou como prémio de truques fiscais. Será também um país com menos trabalho dizem-nos que a taxa de desemprego baixou mas esquecem-se de dizer que foi á custa das pessoas que, ou já desistiram de procurar trabalho, ou não encontraram outra solução senão fazer as malas e procurar um futuro noutro país.
Só no ano passado, 116 mil pessoas foram empurradas para fora para encontrar um emprego, quantas famílias não ficaram separadas? Quantos pais não têm agora continentes a separá-los dos filhos, quantos avós não poderão ver os netos crescer? São gerações perdidas para alimentar o sucesso dos mercados, que, afinal, é o único que interessa a quem nos governa. O país voltou a um padrão da década de sessenta, quando os homens emigravam e as mulheres ficavam em trabalhos pouco qualificados. O país do pós-troika será, sem dúvida, um país menos apetrechado para responder aos desafios do nosso tempo.
O que vai ser este País?
Rui Nóvoa BE
O Portugal do pós-troika será evidentemente um país menos preparado para responder aos desafios do nosso tempo. O Portugal do pós-troika será evidentemente um país mais pobre e menos apetrechado para responder aos desafios do nosso tempo. Pensar o pós-troika é muito mais do que pensar como se vai Portugal financiar depois de maio. É pensar que país vai ficar depois do ajustamento (ou melhor, depois desta fase do ajustamento, porque esse continuará, com a perpetuação da austeridade durante 15 ou 20 anos, algo já dito por Passos Coelho como sendo a sua “solução” para pagar uma dívida que sabe impagável). O que já sabemos é que Portu-
gal ficará um país mais pobre, com menos emprego e com menos capacidade de responder aos desafios do nosso tempo. Esse será o pós-troika e é para selar a estabilização desse desígnio que a direita económica e política que Passos Coelho propôs no ultimo debate quinzenal na AR que está na altura de fazer com o Partido Socialista um pacto de regime O Portugal do pós-troika será evidentemente um país mais pobre, resultado da redução salarial generalizada, da brutal penalização das reformas e da perda de salário indireto traduzida no esfacelamento prático das políticas de universalidade de serviços públicos essenciais como a educação, a saúde ou a segu-
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Opinião
Quando a Troika sair, para que serve um programa cautelar?
Manuel Teixeira Jornalista e Professor Universitário
FOTO: DR
Posto de Vigia
1 - A discussão política dominante do momento é saber como ficará Portugal quando, em maio próximo, a Troika deixar o país. Isto porque, prestes a chegar ao fim deste programa de assistência, é da maior importância saber se o país tem capacidade para ficar sozinho, entregue aos mercados de financiamento internacional, ou se deve negociar previamente um programa cautelar, para não correr o risco de não conseguir financiamentos, ou então ter de pagar de novo juros proibitivos. Claro está que nem sequer estamos a admitir a hipótese de necessitarmos de um novo resgate financeiro. A questão de termos ou não um programa cautelar negociado antes da saída da Troika não é uma matéria irrelevante. Pela simples razão de que o facto de termos apertado o cinto até ao limite do estrangulamento de quase todos nós, nem por isso estamos numa situação folgada, para pensarmos que os mercados financeiros internacionais já confiam de tal modo na nossa economia que nos emprestarão o que precisarmos a um juro aceitável. Os mercados são cegos e insensíveis às nossas dificuldades. Para eles o que conta é a perceção se temos ou não condições para lhes pagar, no futuro, aquilo que eles nos emprestam.
2 – Ora, é aqui que começam todas as dúvidas. Apesar do Governo andar por aí a embandeirar em arco sobre a melhoria dos nossos indicadores macroeconómicos, a verdade é que as agências de “rating” continuam a classificar a dívida pública portuguesa como “lixo financeiro”. Isto é, o que estas agências dizem ao mercado é que há razões para pensar que Portugal continua a não ter uma economia que assegure capacidade para cumprir os pagamentos do dinheiro que devemos aos nossos credores internacionais. E se isto é assim sobre o que devemos, claro que quem nos empresta pensa duas vezes se o deve ou não fazer, e a que juros. Perante estas dúvidas, o me-
lhor seria que antes da Troika sair, Portugal cuidasse de negociar o tal programa cautelar, que é como quem diz, ter um seguro negociado com os nossos parceiros da União Europeia. Caso os mercados venham a exigir juros excessivos sobre futuros empréstimos ao nosso país, então poderíamos utilizar a tal linha de crédito previamente negociada, com juros garantidos a valores aceitáveis. Só que para negociar este programa cautelar é necessário aceitar as condições que a União Europeia entenda exigíveis. E essas condições certamente passam por continuar com o cinto totalmente estrangulado… 3 – Foi por causa destas exigências que a Irlanda recusou negociar
um programa semelhante, e optou por deixar ir a Troika embora sem qualquer acordo prévio para futuros financiamentos. Só que a economia irlandesa é muito mais poderosa do que a portuguesa. E portanto, o exemplo irlandês não é aplicável ao nosso país. O mais certo é que se Portugal optar pela chamada “saída limpa”, à irlandesa, ou seja, sem qualquer programa cautelar, os mercados vão tratar-nos sem dó nem piedade. Ou seja, vão exigir-nos juros altíssimos para nos emprestarem mais dinheiro. A verdade é que esta opção é sobretudo de natureza política. Isto é, para o Governo a tentação de recusar novas exigências da União Europeia, a troco de um programa cautelar, é muito grande, porque politicamente é difícil convencer os portugueses de que é melhor continuar a apertar o cinto. Qualquer Governo gosta de fazer flores, e dar uma ideia de que, com a saída da Troika, a crise caminha para o fim, e que estaremos livres de novas exigências. Se assim for, e optarmos por esse caminho, viveremos mais uma ilusão, de sabor muito amargo. O nosso povo diz que mais vale prevenir que remediar. E portanto, o ideal é não entrar em aventuras. Mal por mal, venha um programa cautelar…
DECO comemora 40 anos
Joana Simões Jurísta da DECO
A DECO nasceu a 12 de fevereiro de 1974, meses antes da Revolução de Abril, para defender uma causa praticamente desconhecida em Portugal, os direitos dos consumidores. Esta Associação nasceu da vontade de intervenção cívica de algumas pessoas que, indiferentes à repressão da ditadura vigente, ousaram contribuir para a construção de uma sociedade moderna, onde o consumidor tem direitos e deveres reconhecidos. Ao longo de 2014, a DECO irá recordar não só os momentos marcantes da sua história, os quais
se confundem com as conquistas referentes à proteção do consumi-
dor e a promoção da qualidade de vida, mas principalmente criará es-
paços cívicos para refletir olhando o futuro e os desafios difíceis que se colocarão na defesa dos direitos e interesses dos consumidores. A DECO convida todos os seus associados e os consumidores em geral a participar nas comemorações do seu 40.º aniversário que se realizarão de norte a sul do país, com o apoio das suas delegações regionais. A partir do dia 12 de fevereiro poderá aceder ao espaço online www.deco40anos.pt para se informar e acompanhar as iniciativas do programa comemorativo a nível nacional.
Para qualquer esclarecimento adicional pode dirigir-se à DECO, Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor - Delegação Regional do Norte, sita na Rua da Torrinha nº 228, H, 5º andar, 4050-610 Porto, ou através do endereço: deco.norte@deco.pt
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Opinião
Joanetes - Como se evitam e como se tratam
Paulo Amado Médico Especialista de Ortopedia e Traumatologia Diretor Clínico da CLINICA RIO TINTO + Coordenador da Unidade de Medicina Desportiva e Artroscopia Avançada do HPP- Boavista.
consegue evitar o seu aparecimento, mesmo com uso de separadores adequados. Então o que fazer quando aparecem os joanetes? Bem primeiro temos de questionar se provocam
mal marcha. No entanto os pés são o nosso contacto obrigatório com o mundo e o aparecimento dos joanetes, vai muitas das vezes provocar dores, em especial na marcha, ou seja, no caminhar
dor ou não. Os que não doem, deve-se interrogar se devem ser tratados, pois esta alteração dos pés pode não influenciar a nor-
e outras alterações nos pés, como dedos em garra, ou mesmo nas outras articulações e até na coluna vertebral.
Se os tratamentos de podologia ou fisioterapia, não surtirem efeito, pode-se questionar a necessidade de um tratamento cirúrgico. Esses tratamentos cirúrgicos dos joanetes tem melhorado na sua técnica muito nos últimos anos, com técnicas mais eficazes, mais estéticas e menos dolorosas. Surgiu mesmo uma técnica de cirurgia mini invasiva que recorre a fresas especiais com correções ósseas feitas por cicatrizes punctiformes, ou muito pequenas. Conheço a má fama que a cirurgia dos joanetes ganhou no passado, mas hoje em dia, como antes o referi, as técnicas de correção melhoraram muito, com aplicação de estabilizadores ósseos, que evitam as recidivas e antecipam as recuperações. O doente pode ser operado, em muitos casos, por anestesia loco regional e com alta no mesmo dia. Por tudo isso procurem o vosso médico e informem-se nas possibilidades de tratamento de uma doença muito comum e muitas das vezes causa de perda de qualidade de vida... Até breve, estimados leitores…
inverno. E é claro que não é em pleno inverno que se pode atuar em melhorias significativas. Apenas no que é urgente. Mas quando o tempo melhorar, deve ser uma prioridade. A segunda prioridade deve ser dada aos passeios de circulação de peões. São centenas de quilómetros de artérias sem qualquer passeio. O que põe em perigo a segurança dos cidadãos. Sabemos que não é possível construi-los por todo lado, de acordo com as necessidades. Mas se não se pode construir um de cada lado de cada via, construa-se ao menos um, dando prioridade aos locais por onde circulam mais pessoas. A terceira prioridade tem a ver com as linhas de água, e circuitos de águas pluviais. Sabemos que as redes públicas de águas limpas são deficientes e poucas. Sabemos, também, que são obras dispendiosas.
Mas ao menos aposte-se na condução da água das chuvas em direção às linhas de água. Evitam-se muitos prejuízos, dá-se mais segurança e conforto às pessoas. E muitas vezes só estamos a falar de um tubo aqui, uma vala além, um rego acolá, um riacho, uma levada, etc, etc. Finalmente, a quarta e última prioridade, deve ser dirigida à iluminação pública, que é de uma enorme ineficiência, inexistente em muito locais, está avariada em muitos outros, uma vergonha em muitos locais onde é enormemente necessária. É importante fazer um levantamento e procurar, em acordos com os operadores fornecedores, melhorar, aumentar, concertar e investir neste segmento dos nossos espaços públicos. Se forem contempladas estas prioridades, já poderemos dizer que valeu a pena a mudança…
FOTO: DR
Viva Saúde
Para variarmos um pouco e dando resposta a vários pacientes que me têm procurado, com questões sobre uma patologia ortopédica frequente, os joanetes, em especial as senhoras, deixo aqui algumas notas e orientações médicas. Os joanetes, conhecidos cientificamente como Hallux Valgus, são realmente um apanágio da civilização moderna, em especial dos ocidentais, muito influenciados pelos costumes e modas, mas não só, pois existe um forte componente congénito, sendo como tal, multifatorial a sua etiologia. Sendo raros nos orientais, em especial devido ao tipo de calçado, têm tendência a aumentar nas populações ocidentais. A sua profilaxia, ou seja, a forma de os evitar, pressupõe o cuidado com o uso de sapatos adequados, não estreitos no ante pé e sem saltos altos. Ora isto é anti-moda feminina, em especial na Europa e continente americano. No entanto se existir um forte fator hereditário, ou seja, uma história familiar com vários casos de joanetes, mesmo com o uso de sapatos adequados, não se
Invernias dão lição aos autarcas Bisturi Henrique Villalva
Com as eleições autárquicas passadas abriu-se uma nova era em muitos concelhos e freguesias. É o caso de Gondomar, que registou uma profunda mudança no panorama partidário, no que às nossas autarquias diz respeito. E ninguém ignora as dificuldades que o país atravessa, e que são, naturalmente, extensivas às autarquias. Só quem for inconsciente ou ignorante poderá exigir aos novos autarcas que façam milagres. Isto é, ninguém de bom senso lhes pode exigir obras grandiosas, ou investimentos de grande monta. Simplesmente porque não há dinheiro. E por isso, o mais importante é gastar bem o pouco que se tem. Ou seja, definir critérios exigentes para saber quais as prioridades a definir. Ora, o rigorosíssimo inverno que temos estado a viver é uma grande lição para os nossos autar-
cas. Pode e deve ser aproveitado para definir aquelas prioridades que estão à vista de toda a gente. Só se pede aos novos autarcas que sejam realistas, e estabeleçam um caderno de prioridades simples, o mais económicas possível, mas eficazes. Que prioridades, então, devem ser consideradas nos tempos mais próximos? Está aos olhos de toda a gente que o mais necessário é apostar no espaço público, que nunca foi olhado devidamente no passado, e cujas fragilidades as invernias têm vindo a tornar ainda mais evidentes. Falamos essencialmente de quatro prioridades: os pavimentos das estradas, avenidas, ruas, vielas e caminhos. Na maior parte dos casos estão em estado lastimoso. E ainda irão piorar, naturalmente, porque estamos longe do fim do
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Lazer PALAVRAS-CRUZADAS
RECEITA CULINÁRIA VIVACIDADE CHEFE JOÃO PAULO RODRIGUES
* docente na ActualGest
Filetes de Polvo em Concha de Migas e Arroz Ingredientes: 1 Polvo Arroz Broa de Milho Morcela de Sangue Grelos Alho Azeite Cominhos Ovos Farinha 2 Folhas de massa filo Manteiga
Confeção: Cozer o polvo e de seguida deixar arrefecer. Cortar em filetes e temperar com limão, sal, pimenta. Colocar os grelos a cozer com água e sal. Pincelar a massa filó com manteiga e de seguida cortar as folhas em quatro. Junte as folhas e faça uma única camada. Com um recipiente em forma de concha, pincele-o com manteiga e aconchegue a massa. Leve ao forno a cozer até ficar com uma cor castanha clara. Retirar a côdea da broa e esfarelar para um recipiente. Dar uma pequena fervura à morcela de sangue. Após a cozedura retirar a pele e desfaça e junte à broa esfarelada. Picar os alhos. Retire os grelos da cozedura e corte em tiras pequenas e finas. Numa frigideira coloque azeite, alho picado deixando saltear um pouco e junte a mistura da broa e morcela. Junte os grelos, tempere com sal se necessário e cominhos. Deixar saltear e ligar. Passe os filetes de polvo por farinha, ovo e coloque a fritar. Faça um arroz branco seco. Empratamento: Coloque na travessa ou prato de servir a concha de massa filó e com uma forma cilíndrica coloque uma camada de arroz seguido de uma camada de broa com morcela e termine com outra de arroz. Disponha os filetes de polvo em volta e sirva. Decore com gomos de limão.
AGENDA CULTURAL VIVACIDADE Diversos:
Exposições:
XXIII Festa do Sável e da Lampreia Até 16 de março, nos restaurantes do município participantes
“Auto retrato ou a influência de um olhar”, de Carlos Marques Até 16 de março, no Lugar do Desenho – Fundação Júlio Resende
Carnaval Erótico
1 de março, 16h e 23h59, no Pavilhão Multiusos de Gondomar Com Nelson Freitas, autor do hit “Bo Tem Mel” High School Carnaval Party 3 de março, 22h, no Pavilhão Multiusos de Gondomar Show Dançante 3 de março, 21h, na Sala d’Ouro do Multiusos de Gondomar Parabéns in the Night: As manhãs da Comercial ao Vivo 15 de março, 21h30, no Pavilhão Multiusos de Gondomar
“Uma fábula (1) uma fantasia (2) e um bestiário (3)”, de Ana Jacinto Nunes Até 23 de março, no Lugar do Desenho “A luz que nos ilumina” Até 19 de abril, no Museu Mineiro São Pedro da Cova – Casa da Malta “Os livros de Elsa Lé”, Ilustração Até 28 de fevereiro, na Biblioteca Municipal de Gondomar “Fânzeres – Espaço Religioso/Nova e Antiga Urbanização”, Pintura em aguarela de Ferreira da Silva Até 7 de março, na Junta de Freguesia de São Pedro da Cova “Evasão de sentimentos”, de Sandra Cruz Até 20 de março, na Casa da Juventude de Rio Tinto Teatro: IV Festival de Teatro de São Pedro da Cova, na Cripta da Igreja de São Pedro da Cova 22 de fevereiro, 21h30 – “Um grito rompe o silêncio”, pelo Grupo de Teatro Universidade Sénior de Gondomar 1 de março, 21h30 – “Meu querido falecido”, pelo Grupo Paroquial de Teatro Orfeão de São Pedro da Cova
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Lazer ENVIE-NOS A SUA FOTO VIVACIDADE
Na foto: Pedro e Ricardo Guedes, caras da MultiÓpticas E-mail para envio das fotografias: fotografia@vivacidade.org
Esclareça as suas dúvidas e tente ser magnânimo. Demonstre os seus sentimentos de uma forma mais criativa. Seja objectivo nas suas relações. Não apresse o ritmo das coisas.
LELO e ZEZINHA
Junto de amigos e familiares poderá sentir o carinho e a atenção que procura. Aproveite para reforçar os laços com o seu par e seja muito romântico.
Mês de grande prazer e muito relaxante. Aproveite os bons fluidos astrais para conviver e usufruir de tudo o que a vida tem de bom. Leve as suas fantasias à prática.
Acredite no seu talento e vencerá. Deixe que a paz se instale no seu coração. Não seja dramático. Não dê ouvidos aos que se querem intrometer na sua intimidade.
Não se deixe ultrapassar no seu trabalho. Ocasião para cultivar a sua fé. No coração, deixe para trás certas regras. Noites favoráveis às diversões e conquistas.
Lazer em alta. Deixe que o seu lado lúdico se manifeste da melhor maneira. Aproveite o mês para pensar no seu futuro, enquanto faz aquela sua caminhada muito saudável.
Não conte com a sorte. Analise todos os seus actos com muita atenção. Faça uma coisa de cada vez. Reflicta com cuidado antes de agir e tomar decisões importantes.
Tudo o que se promete deve ser cumprido. Se não o fizer poderá sofrer recriminações. A harmonia fará com que surjam novas formas de prazer em todas as suas expressões mais profundas.
A sorte continua em alta. Todos os esforços têm boa probabilidade de sucesso. Fique atento, o romance está cheio de segredos e mistérios. Harmonia em alta.
Tente seleccionar o melhor possível. Não pense que aquele que o critica não gosta de si. O seu amor poderá estar em risco. Use toda a sua coragem e charme para afastar rivais.
A sua sensualidade e sorte estão em alta. Aproveite. Pare de sonhar, tente levar à prática o que deseja. Tente auxiliar quem precisa e que tanto espera de si.
Contrariedades laborais podem surgir. Use a sua capacidade de raciocínio para ultrapassar esses problemas. Irá ter chance de se evidenciar novamente.
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Emprego
VIVACIDADE | 20 DE FEVEREIRO 2014
PASSATEMPO CARNAVAL ERÓTICO Primeiro Carnaval Erótico em Gondomar O Primeiro Carnaval Erótico de Gondomar terá lugar a 1 de março no Pavilhão Multiusos. Sensualidade, erotismo e fantasia, prometem tornar o carnaval de 2014 uma experiência irrepetível. A festa está dividida em dois atos, com o Salão Erótico a decorrer das 16h às 21h e com o Carnaval Erótico, que inclui o concerto de Nelson Freitas, com abertura marcada para 21h. O Vivacidade oferece 10 bilhetes para o Carnaval Erótico às primeiras 10 pessoas que responderem corretamente à seguinte questão: - Qual a nacionalidade do cantor que vai estar presente no Carnaval Erótico, Nelson Freitas? As respostas deverão ser enviadas para o e-mail ricardo.caldas@vivacidade.org ou pedro. ferreira@vivacidade.org juntamente com os dados pessoais (primeiro e último nome, e n.º de B.I./C.C.). Cada vencedor será notificado por e-mail.
PASSATEMPO MANHÃS DA COMERCIAL O Vivacidade oferece 2 bilhetes para as Manhãs da Comercial (dia 15) ou 2 bilhetes para as Manhãs da Comercial (dia 16) às primeiras 2 pessoas que responderem corretamente à seguinte questão: Pergunta para o dia 15 – Em que ano nasceu o jornal Vivacidade? Pergunta para o dia 16- Em que ano começaram as crónicas do “Homem que mordeu o cão”? As respostas deverão ser enviadas para o e-mail ricardo.caldas@vivacidade.org ou pedro. ferreira@vivacidade.org juntamente com os dados pessoais (primeiro e último nome, n.º de B.I./C.C. e morada). Cada vencedor será notificado por e-mail.
PASSATEMPO ARCO DO BOJO ‘Baile (En)cantado é o novo álbum do Arco do Bojo. O Vivacidade oferece 10 CD’s autografados às primeiras 10 pessoas que responderem corretamente à seguinte questão: - Qual o nome da vocalista do Arco do Bojo? As respostas deverão ser enviadas para o e-mail ricardo.caldas@vivacidade.org ou pedro. ferreira@vivacidade.org juntamente com os dados pessoais (primeiro e último nome, e n.º de B.I./C.C. e morada). Cada vencedor será notificado por e-mail.
TRIBUNAL JUDICIAL DE GONDOMAR – 3º Juízo Cível PROCESSO 68/13.0TBGDM – INSOLVÊNCIA DE “JOSÉ GESTO PEREIRA e MARIA CELESTE MENDES DA SILVA PEREIRA” ANÚNCIO – VENDA POR NEGOCIAÇÃO PARTICULAR Processo 68/13.0TBGDM – Liquidação Administrador da Insolvência: Domingos Lopes de Miranda Insolvente: JOSÉ GESTO PEREIRA e MARIA CELESTE MENDES DA SILVA PEREIRA Informam-se os eventuais interessados que até dia 27/02/14 podem licitar, através de negociação particular, o seguinte lote único: Imóveis Lote nº. 1 (Verba nº. 1 do Auto de Arrolamento) Prédio urbano – Fração autónoma designada pela letra “D”, destinada a habitação do tipo T2 no 1º andar direito, com entrada pelo nº. 61 da Rua D. Dinis, freguesia de S. Pedro da Cova, concelho de Gondomar, descrita na Conservatória do Registo Predial de Paredes sob o nº. 836-D e inscrita na matriz predial urbana sob o nº. 4353D, pelo valor mínimo de………. 33.150,00 €. Valor Mínimo: 33.150,00 € (Trinta e Três Mil, Cento e Cinquenta Euros) Condições de Venda: 1. Os bens são vendidos no estado físico em que se encontram, sendo o fiel depositário dos bens o Sr. Administrador da Insolvência, Dr. Domingos Lopes de Miranda. Os interessados poderão contactar através do telefone 253272385/6, ou por email: domingos.l.miranda23@gmail.com, onde será facultada toda a informação sobre o imóvel, bem como a visita aos mesmos; 2. Os proponentes devem juntar à sua proposta, como sinal e princípio de pagamento, um cheque visado/ bancário emitido à ordem da Massa Insolvente José Gesto Pereira, no montante correspondente a 20% do valor ofertado (nº. 4 do Artigo 164º do CIRE); 3. Os interessados deverão formalizar por escrito a respectiva proposta, até às 18 horas, do dia 27/02/2014, para os escritórios do Sr. Administrador de Insolvência, sitos na Rua Gabriel Pereira de Castro nº. 77, 4700 – 385 Braga, devendo mencionar no exterior do envelope “Contém Proposta”, identificar o nº. do Processo de Insolvência, e vir acompanhada dos elementos identificativos do Proponente (nome completo, endereço, fotocópia do Bilhete de Identidade ou NIPC, e contactos). 4. O Administrador de Insolvência e a Comissão de Credores reservam-se na faculdade de não aceitar ou rejeitar qualquer proposta que considerem não adequar os interesses da Massa Insolente; 5. O proponente cuja proposta for aceite, será notificado para que no prazo máximo de quinze dias a contar da notificação, pagar o valor da adjudicação dos bens, através de cheque visado, contra o qual se procederá à entrega dos bens. 6. Todas as despesas com a escritura de compra e venda, registos e impostos devidos correm por conta do adquirente. O Administrador de Insolvência Domingos Lopes de Miranda