Como o tratamento com ventosas pode influenciar nos resultados do hemograma

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Faculdade Anahnguera de Brasília 2013

COMO O TRATAMENTO COM VENTOSAS PODE REFLETIR NOS RESULTADOS DO HEMOGRAMA Um estudo experimental acerca de uma vertente da Medicina Tradicional Chinesa

Pedro Henrique Veloso Chaves Faculdade Anhanguera de Brasília pedro.henrique.veloso@gmail.com

RESUMO A ventosaterapia é muito utilizada no oriente, porém pouco conhecida no Brasil e no ocidente. O hemograma é uma ferramenta que analisa de forma geral as células sanguíneas. O presente estudo teve por objetivo verificar se a ventosaterapia pode ajudar a regularizar os resultados do hemograma. Tratou-se de um estudo experimental inédito que utilizou uma amostra de 30 indivíduos (n=30) que foram submetido a realização do hemograma antes e depois das dez sessões de ventosaterapia para verificar se influenciaria nos seus resultados. Palavras-Chave: Ventosaterapia; Hemograma; MTC; HC.

ABSTRACT The suction cup therapy is widely used in the East, but little known in Brazil and West. The CBC is a tool that analyzes general blood cells. The present study aimed to verify if the suction cup therapy can help to stabilize the results of the CBC. This was an unprecedented experimental study using a sample of 30 subjects (n = 30) that the complete blood count before and after ten sessions of therapy were subjected windy to check influence on their results. Keywords: Suction cup; Blood Count; MTC; CBC.

Modelo Submissão versão 31


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Como o Tratamento Com Ventosas Pode Influenciar Nos Resultados do Hemograma

1.

INTRODUÇÃO A origem da ventosaterapia ainda é incerta, porém estima-se que ela tenha surgido há 3.000 anos. Várias vertentes acerca da origem da ventosaterapia têm sido exploradas e existem citações de seu uso desde os tempos do Antigo Egito. Mencionada também por Hipócrates e muito utilizada pelo povo Grego no século IV A.C. Achados comprovam que foi utilizada também por outras antigas nações (FARACE, 2012; CUNHA, 2001). O tratamento com ventosas tem se mostrado muito eficaz para o tratamento de diversas algias. A ventosa é uma espécie de cúpula que pode ser fabricada por vários materiais, mas ambos com o mesmo princípio, o de fazer com que no interior deste copo exista uma pressão negativa que descongestione sanguineamente e energeticamente os tecidos irrigados (CUNHA, 2001). Segundo Inada (2005) o tratamento com ventosas potencializa a função do sistema circulatório, além de facilitar as trocas gasosas e auxiliar na excreta de metabólitos. O Hemograma é uma importante ferramenta para diagnosticar os mais diversos tipos de doenças, o organismo quando se encontra em contagens hematimétricas normais é capaz de produzir e destruir suas células de forma equilibrada e isso reflete de forma direta neste exame (ROSENFELD, 2012). O objetivo deste estudo foi analisar se o tratamento com ventosas refletia de alguma forma nos resultados do hemograma e se interferisse quais as variáveis que sofreram alterações.

2.

REVISÃO DE LITERATURA

2.1. Ventosaterapia A ventosaterapia é um tratamento alternativo que se encontra inserido na Medicina Tradicional Chinesa (MTC). O objetivo principal desta terapia é expandir os vasos, por conta da pressão negativa, descongestionando energeticamente e sanguineamente, desobstruindo a circulação purgada, assim eliminando gases e metabólitos estagnados pelo organismo. Essa eliminação de substâncias purgadas torna o sangue equilibrado bioquimicamente e o pH (Potencial de Hidrogênio) das células homogêneo e estável (FARACE, 2012).

História da Ventosaterapia No passado a ventosaterapia era feita usando chifre de animais, pois acreditava que quando usado aumentava a virilidade dos homens. Os chifres tinham suas pontas cortadas e o terapeuta encostava os mesmos na pele do paciente e sugava o ar de dentro


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do chifre com a boca, gerando assim a pressão negativa, o chifre por fim era fechado com uma massa que impedia o ar de entrar. A ventosaterapia foi sendo explorada e chegou a ser fabricada de vários materiais, vidro, bambu, argila, etc. Atualmente é usada uma bomba de vácuo manual e copos de acrílico, porém, antigamente era comum usar copos de vidro e um algodão embebido em álcool que era ateado fogo e passado no interior deste copo para a retirada do ar e imediatamente era colocada em contato com a pele o que causava adesão à mesma (CUNHA, 2001). A ventosaterapia segundo Lee (2010) era conhecida em diversos locais do mundo como China, Coréia, Índia, Egito e região Mediterrânea e como citado anteriormente tiveram alguns idealizadores como Hipócrates no século IV A.C., e Celsus no 1º ano D.C. Durante a Idade Média e até a fase inicial do século XX, a ventosaterapia era comum em toda Europa, existiam os aplicadores de ventosas em todos os hospitais universitários de Londres e a família real inglesa também fazia o uso desta terapia. O primeiro médico da Suécia Benedictus Olai, no século XVI, descreveu instruções acerca das ventosas. As ventosas foram caídas em desuso por conta das indústrias farmacêuticas e hospitalares, pois o seu tratamento era tão eficaz que essas empresas estavam tendo prejuízos, uma vez que a ventosaterapia trata desde doenças simples até as mais complexas (LEE, 2010).

Ação da Ventosaterapia A ventosa tem por princípio retirar o dióxido de carbono (CO2) dos tecidos através da pressão negativa facilitando assim a troca gasosa como na Figura 1, podemos observar bolhas semelhantes à efervescência saindo da pele. Quando o indivíduo se submete a ventosaterapia o sangue excreta seus metabólitos como na respiração. A excreção deste CO2 é o que nos mantém vivos através do nosso pH sanguíneo que varia entre 7,2 a 7,3 para o sangue venoso e 7,3 a 7,5 para o sangue arterial (LEE, 2010).

Figura 1. Mecanismo de excreção de CO2 através da ventosaterapia.


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Se não existisse a hematose, processo de troca gasosa que acontece nos alvéolos pulmonares, rapidamente as taxas de oxigênio no nosso sangue arterial decairia drasticamente e consequentemente o pH, causando assim o que chamamos de acidose metabólica e o indivíduo entraria em óbito. O mecanismo de ação da ventosaterapia é algo tão óbvio que possibilita entender que a limpeza do sangue através da respiração é o melhor meio para que ocorra a cura espontânea (LEE, 2010; CUNHA, 2001).

Ventosas Secas e Úmidas ● Ventosa Seca: consiste na aplicação comum de ventosas sem a técnica de sangria de acordo com a Figura 2. No caso da ventosa mais comum que é a de acrílico o copo é colocado em contato com a pele e o vácuo é criado dentro do copo através da retirada do ar do mesmo e a criação da pressão negativa (CUNHA, 2012).

Figura 2. Ventosas secas aplicadas.

● Ventosa Úmida: este tipo de ventosas normalmente é usado quando aplicasse a ventosa seca e pode ser observado um alto grau de equimose causado por sangue tóxico chamado de Oketsu. Após observar a presença deste sangue tóxico o terapeuta faz furos com agulhas de acupuntura ou com uma lanceta e aplica novamente a ventosa para retirada do sangue tóxico purgado no local, como podemos observar na Figura 3 (CUNHA, 2012).

Figura 3. Ventosas úmidas aplicadas


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Manobras com Ventosas e Tipos de Vácuo Segundo Cunha (2001) o segredo para a eficiência terapêutica na ventosaterapia está na manipulação dos copos, pode se aplicar qualquer tipo de vácuo, mas se o terapeuta não dominar as manobras de nada vai adiantar. Para isso, existem as seguintes manobras que podem ser feitas com os copos de ventosas: ● Ventosa Deslizante: O terapeuta aplica um lubrificante no local de aplicação das ventosas, podendo ser desde óleo mineral até creme de pele. Em seguida o mesmo dirige deslizamentos (Figura 4) com sucção na pele até provocar equimose.

Figura 4. Aplicação de ventosa deslizante. Disponível em: <www.scribd.com.br>. Acesso em 20 mai. 2013.

● Ventosa Flash: A ventosa já com o vácuo é puxada para cima até ser retirada. ● Ventosa com Massagem: Com a ventosa aplicada no local desejado ela é girada (Figura 5) para a direita e para esquerda por diversas vezes.

Figura 5. Aplicação de ventosas com massagem.

● Ventosa com Repuxamento: Com a ventosa aplicada no local desejado ela é puxada e solta várias vezes (Figura 6).

Figura 6. Aplicação de ventosas com repuxamento.


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● Ventosa com Vibração: É o mix de todas as técnicas citadas anteriormente. Com o copo aplicado vira-se ele para a direita e para a esquerda, puxa para cima e solta e por fim puxa-se até soltar.

Diagnóstico Através da Ventosaterapia Lee (2010), afirma que através do tipo de equimose que a ventosa causa, é possível caracterizar alguns estados patológicos e essas situações são classificadas da seguinte forma: ●Reação de Água: Indica presença de doença grave (câncer, diabetes ou hepatite). O estado patológico vai melhorando de acordo com que a água vai desaparecendo. ●Reação Condensada: Indica a presença de oketsu gelatinoso de forma granulada. Em estados reumáticos e artríticos. ●Reação Esparsa: Indica a presença de pouco oketsu gelatinoso granulado acumulado. É encontrada em casos de febre e baixa imunidade. ●Reação Puntiforme: Indica a presença de grande quantidade de Oketsu e metabólitos purgados. Comum em casos de hepatite, diabetes e pressão alta. ●Reação Dura: Presença de oketsu em grande percentual. Comum em pacientes com câncer, cardíacos e que sofreram Acidente Vascular Cerebral (AVC). ●Reação de Bolhas: Presente em casos de grande quantidade de substâncias tóxicas no sangue. Em hepatites, diabetes e artroses são comuns observar.

Figura 7. Reação da pele após aplicação de ventosas. Disponível em: <www.scribd.com.br>. Acesso em 20 mai. 2013.

2.2. Hemograma O hemograma completo (HC) é uma ferramenta de grande importância para diagnosticar os mais diversos tipos de doenças e na medicina oriental não se mostrou diferente. O


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presente estudo relacionou a Medicina Tradicional Chinesa (MTC) com algumas variáveis da medicina ocidental. O hemograma segundo Oliveira (2007), corresponde ao conjunto de exames laboratoriais que caracterizam de forma quantitativa e qualitativa os eritrócitos (eritrograma), os leucócitos (leucograma) e as plaquetas (plaquetograma) do sangue, Os parâmetros de referência e as unidades de medidas para a análise do hemograma completo (HC) foram descritos tabelas 1, 2 e 3. ● Eritrograma: O eritrograma (tabela 1) é composto pela contagem de Eritrócitos (E) em M/mm³ (milhões por milímetro cúbico) o aumento do número de eritrócitos é chamado eritrocitose e a diminuição eritropenia e podem indicar respectivamente policitemia e anemia, a dosagem de Hemoglobina (Hb) em g/dL (gramas por decilitro) que faz a avaliação da proteína transportadora de oxigênio também é utilizada para indicar um estado anêmico, o Hematócrito (Ht) em % (percentual) que representa a quantidade de glóbulos vermelhos compactados em relação ao volume total de sangue, o Volume Corpuscular Médio (VCM) em fL (fentolitros) que caracteriza as anemias em microcítica, macrocítica e normocítica, a Hemoglobina Corpuscular Média (HCM) em pg (picogramas) representa a quantidade média de hemoglobina encontrada dentro de um eritrócito e em casos de macrocitose pode haver o aumento, a Concentração de Hemoglobina Corpuscular Média (CHCM) em g/dL (gramas por decilitro) indica a saturação da hemoglobina encontrada no interior dos eritrócitos, quando esta saturação está normal as hemácias são consideradas normocrômicas, diminuída hipocrômicas e elevada hipercrômicas (GROTTO, 2009; HOFFBRAND, 2013; OLIVEIRA, 2007) O Red Cell Distribution Width - Distribuição da Largura das Células Vermelhas (RDW) é descrito em % (percentual) é a medida de anisiocitose e auxilia na diferenciação de anemias ferroprivas e talassemias (GROTTO, 2009; HOFFBRAND, 2013; OLIVEIRA, 2007). Tabela 1. Valores de Referência e Unidades de Medidas do Eritrograma. Parâmetro Valor de Referência Unidade de Medida E

4,50 - 6,10

M/mm³

Hb

13,0 - 17,0

g/dL

Ht

42,0 - 50,0

%

VCM

80,0 - 94,0

fL

HCM

27,0 - 32,0

pg

CHCM

32,0 - 36,0

g/dL

RDW

12,0 - 17,0

%


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● Leucograma: Formado pela contagem global de leucócitos em mil/mm³ (mil por milímetro cúbico) sendo que a diminuição dos leucócitos é chamada leucopenia e o aumento leucocitose que podem ser ocasionados respectivamente por fatores que causam imunodeficiência e processos infeciosos agudos ou crônicos, a quantificação dos linfócitos, neutrófilos, eosinófilos, basófilos e monócitos podem ser descritas em percentual (%) de acordo com a tabela 2 (GROTTO, 2009; HOFFBRAND, 2013; OLIVEIRA, 2007). Tabela 2. Valores de Referência e Unidades de Medidas do Leucograma Parâmetro Valor de Referência Unidade de Medida Leucócitos

4,0 – 11,0

mil/mm³

Linfócitos

20,0 - 50,0

%

Neutrófilos

40,0 - 74,0

%

Eosinófilos

1,0 - 5,0

%

Basófilos

0,0 - 3,0

%

Monócitos

2,0 -10,0

%

* Para facilitar a descrição dos dados descritos na automação, foram utilizados apenas os valores em percentual, porém pode se usar todos os valores do leucograma também em mm³.

O aumento dos linfócitos recebe a nomenclatura de linfocitose e pode ser observado em casos de infecções virais, já a linfopenia que é a diminuição dos linfócitos pode ser encontrada em casos de estresse. Quando os neutrófilos encontram-se aumentados recebe-se o nome de neutrofilia e é indicativo de infecções bacterianas, neoplasias, hemorragias, etc, já a diminuição desses números recebem o nome de neutropenia e aparecem em casos de anemias aplásticas, tuberculose, mielofibrose, etc. Os eosinófilos aumentados recebem o nome de eosinofilia, que pode ser ocasionada por infecção parasitária, alergia, dengue, etc, já a eosinopenia (diminuição da contagem de eosinófilos), que pode aparecer em mulheres após o parto, após exercícios físicos intensos, estresse emocional, etc. Basófilos aumentados (basofilia) representa algum tipo de leucemia. Os monócitos apresentam-se em valores acima dos normais (monocitose) quando o paciente apresentar febre tifoide, anemias hemolíticas, doenças vasculares do colágeno, etc, porém em gestantes e recém nascidos, valores pouco alterados são considerado normais. A monocitopenia (diminuição da contagem de monócitos) aparece em casos anemias aplásticas, leucemia linfoide crônica, leucemias de células cabeludas, artrite reumatoide, etc (GROTTO, 2009; HOFFBRAND, 2013; OLIVEIRA, 2007) ● Plaquetograma: Composto pela contagem de plaquetas em mil/mm³ (mil por milímetro cúbico) e o Volume Plaquetário Médio (VPM) em fL (fentolitros) como na tabela 3. A elevação do número de plaquetas (trombocitose) indica inflamação, endocrinopatias, neoplasia, etc, já a trombocitopenia (diminuição das plaquetas) aparece


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em dengue hemorrágica, hemorragia, etc (GROTTO, 2009; HOFFBRAND, 2013; OLIVEIRA, 2007). Tabela 3. Valores de Referência e Unidades de Medidas do Plaquetograma Parâmetro Valor de Referência Unidade de Medida Plaquetas

150 – 450

mil/mm³

VPM

7,2 - 11,0

fL

Todas as etapas citadas anteriormente podem ser feitas de forma manual ou automatizada (OLIVEIRA, 2007).

Hematopoiese e Composição do Sangue A hematopoiese é o processo de formação das células sanguíneas. Nas primeiras semanas de gestação acontece no saco vitelino, porém, a hematopoiese definitiva é derivada de um grupo de células-tronco primeiramente observadas em uma região chamada aortagônodas-mesonefros (AGM). A produção das células sanguíneas acontece de acordo com a tabela a seguir (HOFFBRAND, 2013; OLIVEIRA, 2007): Tabela 4. Locais de Hematopoiese. Locais de Hematopoiese Feto

0 a 2 meses: saco vitelino. 2 a 7 meses: fígado e baço. 5 a 9 meses: medula óssea.

De 0 a 2 anos

Medula Óssea: praticamente todos os ossos longos.

Adultos

Vértebras, costelas, crânio, esterno, sacro, e pelve. Extremidades proximais dos fêmures.

Segundo Oliveira (2007) as células da corrente sanguínea tem por característica a incapacidade de se dividir e os tempos de vida preestabelecidos. Todas as células sanguíneas são originadas através de células tronco pluripotentes (Stem Cell – célula mãe). O sangue é composto basicamente de plasma (66%) e elementos figurados (33%) e 93% do plasma é composto por água e os outros 7% de oxigênio, glicose, proteínas, hormônios, vitaminas, gás carbônico, sais minerais, aminoácidos, lipídios, uréia, etc. (OLIVEIRA, 2007).

2.3. Diagnósticos Usados Na Medicina Tradicional Chinesa A Medicina Tradicional Chinesa é uma modalidade que cresce cada dia mais, e com isso houve a necessidade de serem criados novos diagnósticos que complementam a MTC.


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Depois de muitos anos de estudo o diagnóstico de pulso (pulsologia) e o de língua foram criados com intuito de auxiliar no tratamento de diversas doenças que podem ser tratadas com terapias alternativas (FILHO, 2010). Os diagnósticos citados anteriormente podem ser descritos segundo Filho (2010) e Navailh (1992) da seguinte forma: ● Diagnóstico de Pulso (pulsologia): o pulso precisa ser tomado com o indivíduo sentado e o dorso da mão deve estar ao mesmo nível do coração, a palma da mão precisa estar em supinação e o punho distendido. Para localizar os pontos, deve-se achar primeiro o chamado “ponto Barreira” na extremidade inferior do rádio, fazendo o apoio com o dedo médio, posteriormente, achar o “ponto Polegar” e colocar o indicador; por fim deve-se achar o “ponto Pé” e colocar o anular. Os dedos devem formar um arco sobre os pontos, para que os dedos possam pressionar a artéria. O diagnóstico de pulso não deve durar menos de 1 minuto. O terapeuta deve aplicar pressão leve, média e forte e anotar todas as características desta pulsação como: Frequência, ritmo, vigor, vínculo não deixando de observar as variações por conta do sexo, do aspecto físico e do modo de vida do indivíduo. As variações desta pulsologia caracterizam alguns estados patológicos, auxiliando no tratamento de terapias utilizadas na MTC. ● Diagnóstico de Língua: fatores importantes relacionados a patologias podem ser observados através de características relacionadas ao diagnóstico de língua, através do mapa da Figura 8. Este diagnóstico avalia diversos fatores como a iluminação, a posição estirada da língua, a coloração do revestimento lingual, a textura, a forma e a mobilidade. A combinação dessas características representam indícios de alguma doença. Segundo a MTC a língua é dividida em pontos, que podem ser melhores observados na figura abaixo que mapeia esses pontos existentes:

Figura 8. mapa da língua utilizado na MTC. 1- rim, 2- bexiga, 3- fígado, 4- vesícula, 5- baço, 6- estômago, 7- pulmão e 8- coração. Disponível em: <www.revistagalileu.globo.com >. Acesso em 20 mai. 2013.


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3.

MATERIAL E MÉTODOS Tipo de Estudo Estudo experimental, longitudinal e analítico. (THOMAS, 2002). A metodologia da pesquisa é quanti-qualitativa segundo Lakatos e Marconi (1991), qualitativo, pois os dados foram descritos também de forma subjetiva através da ficha de anamnese que inclui o questionamento que foi feito aos pacientes envolvidos na pesquisa e quantitativo, pois os dados descritos no hemograma e em outros instrumentos foram tratados estatisticamente.

Amostra A amostra foi de conveniência composta por 30 indivíduos (n=30), com idade igual ou superior a 20 anos, do sexo masculino e feminino. Os indivíduos envolvidos na pesquisa receberam um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), no qual constavam todos os procedimentos que os mesmos foram submetidos. O TCLE foi assinado em duas vias e uma via foi devolvida ao indivíduo. O pesquisador se comprometeu em assegurar que as informações pessoais cedidas para a pesquisa seriam mantidas em sigilo e somente os pesquisadores teriam acesso.

Critérios de Inclusão da Amostra Indivíduos do sexo masculino e feminino com idade igual ou superior a 20 anos.

Critérios de Exclusão da amostra Indivíduos que possuíssem alguma doença de ordem hematológica grave ou alguma doença que pudesse refletir de forma negativa na pesquisa. Amostra portadora de alguma desordem na cascata de coagulação. Gestantes, hipertensos, pessoas portadoras de alguma doença de pele como dermatite, psoríase, micoses. Possuir cortes ou ferimentos recentes no local de aplicação das ventosas, insuficiência cardíaca de hipertensão do fogo, quadros viróticos e osteoporose.

Instrumentos Para realização do projeto foram utilizados os seguintes instrumentos: a) Para a coleta sanguínea foi necessário o kit para coleta sanguínea composto por tubo com anticoagulante (EDTA), garrote, seringa, agulha, algodão, álcool e curativo. b) O sangue coletado foi enviado para um laboratório particular para que o hemograma pudesse ser processado.


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c) Para a realização da ventosaterapia se fez necessário o uso de um kit de ventosas com bomba manual de vácuo (Dong Yang) e uma maca móvel. d) A pesagem foi feita através de uma balança digital Omron. e) A aferição da pressão arterial e da frequência cardíaca foi feita utilizando um esfignomanômetro digital movido a energia elétrica da marca Omron.

Procedimentos A pesquisa foi iniciada com o recrutamento da amostra, e após, o preenchimento de um cadastro inicial e da ficha de anamnese, onde todos os indivíduos foram pesados e tiveram sua estatura medida, além de terem se submetidos aos diagnósticos de língua e pulso conforme a Medicina Tradicional Chinesa (MTC). Após a avaliação inicial, o indivíduo foi submetido a coleta sanguínea venosa e este sangue foi enviado a um laboratório de análises clínicas para que posteriormente fosse analisado pelo Cell Dyn 3700SL e emitido o hemograma. Executado o hemograma a amostra foi submetida a 10 sessões de ventosaterapia e foram utilizados os pontos descritos na Figura 9. Toda sessão o indivíduo era submetido ao diagnóstico de pulso e língua. Se o ponto depois de 10 minutos apresentasse equimose o paciente era submetido ao procedimento de ventosas úmidas. As ventosas eram submersas em hipoclorito de sódio com gluconato de clorexidina e depois de seca era aplicado álcool 70% para a higienização das mesmas.

Figura 9. Esquema de descrição dos pontos onde serão aplicadas as ventosas. Disponível em: <www.scribd.com.br>. Acesso em 20 mai. 2013.


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Após as dez sessões a amostra (n=30) era submetida novamente a coleta de sangue venoso para verificar se haviam ocorrido mudanças em comparação ao hemograma inicial. O esquema dos procedimentos executados podem ser melhores observados através do desenho experimental abaixo:

Figura 10. Desenho experimental dos procedimentos executados no projeto.

Aspectos Éticos da Pesquisa O desenvolvimento deste estudo ocorreu em conformidade com o preconizado pela Resolução do Conselho Nacional de Saúde, nº 196/96, e seu projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisas da Anhanguera Educacional (parecer nº 068943/2013). Todos os sujeitos participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido em duas vias.

Local Onde Foram Realizadas as Diversas Etapas da Pesquisa A pesquisa foi realizada no Núcleo de Acupuntura e Terapias Alternativas (NATA) do Laboratório Escola de Análises Clínicas (LEAC) da Faculdade Anhanguera de Brasília (FAB).

Tratamento Analítico Para tabular os dados foi utilizado teste t pareado, atribuindo erro de 5% (p<0,05) utilizando o pacote estatístico Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) for Windows, versão 10.0. O grau de significância (p) utilizado será o mesmo descrito por Learson (2007) como podemos verificar na tabela abaixo:


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Tabela 5. Intervalos de significância. Grau de significância (p) p > 0,05

Não significante

p de 0,01 a 0,05

Significante

p de 0,001 a 0,01

Muito significante

p < 0,001

4.

Significância

Extremamente significante

RESULTADOS E DISCUSSÃO O ensaio avaliou diversas variáveis, dentre elas o estresse dos indivíduos se mostrou um fator relevante que acomete 78% das pessoas como se pode verificar no gráfico da figura 11. 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Estressado Desestressado

Antes da Ventosaterapia 78% 22%

Depois da Ventosaterapia 13% 87%

Figura 11. Gráfico de barras indicando em percentual dos níveis de estresse antes e depois da ventosaterapia.

Dos 30 indivíduos participantes da pesquisa 78% alegaram ter uma vida estressada e 22% disseram ter uma desestressada. Os casos de estresse foram relacionados pela maioria da amostra por condições adversas da rotina de vida de cada um. Os indivíduos que relataram ter a vida estressada após as dez sessões de ventosas foram interrogados se o estresse havia melhorado e 87% das pessoas alegaram ter se sentido mais calmas após o tratamento com ventosaterapia e consequentemente mais desestressadas. O estresse é uma condição que abala todo o organismo e deve ser evitado para que se tenha uma vida mais saudável (FUREGATO, 2012; MEYER, 1999). Segundo Cunha (2011) o relaxamento mental é obtido através do relaxamento físico, o estresse diminui a permeabilidade capilar e enrijece os músculos e a ventosaterapia tenta estabilizar esse quadro através da pressão negativa.


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A tabela abaixo descreve outros resultados relevantes que foram obtidos na pesquisa de forma geral utilizando estatística clássica. A média de idade da amostra (n=30) foi de 27 anos ±5,13 anos, a de peso foi de 66,8kg ±15,86kg, a altura 1,62m ±0,049m, o Índice de Massa Corporal (IMC) 24,94 ±5,87, a quantidade média de água ingerida por dia por cada indivíduo foi 1,5L ±0,54L a pressão arterial (PA) foi divida em sistólica e diastólica e obtivemos respectivamente as seguintes médias 105mmHg ±3,93mmHg e 61,2mmHg ±1,78mmHg, essa foi a média de PA aferida durante as 10 sessões de ventosaterapia. A frequência cardíaca (FC) média durante as 10 sessões foi de 78,4bpm ±3,04bpm (SILVEIRA, 2013). Tabela 6. Estatística clássica aplicadas aos dados gerais. Variáveis Média Mediana Minimo¹ Máximo² D.P.³

Variância

Idade (anos)

27,2

27

20

38

± 5,13

26,39

Peso (kg)

66,8

64,2

42,4

112,9

± 15,86

251,4

Altura (m)

1,62

1,63

1,53

1,74

± 0,049

0,002

IMC

24,94

24

16,2

44

±5,87

34,49

Qtd. de água (L)

1,5

1

0,6

3

± 0,54

0,29

Pressão Sistólica (mmHg)

105

105

101

111

± 3,93

15,5

Pressão Diastólica (mmHg)

61,2

61

59

63

± 1,78

3,2

Frequência Cardíaca (bpm)

78,4

77

76

83

± 3,04

9,3

¹ Mínimo = Valor mínimo observado; ² Máximo = Valor máximo observado; ³D.P.= Desvio Padrão.

Sabbatini et al (2012) e Ulbrich et al (2012) a hipertensão arterial vem sido considerada um problema de saúde pública e um fator facilitador para doenças cardíacas. A pressão arterial é subdividida em sistólica (PAS) e diastólica (PAD) e ambas representam a pressão do sangue nas paredes dos vasos, sendo que a primeira é o período que o coração se contrai para bombeamento do sangue e a segunda refere-se ao período de relaxamento do coração. No período de senescência a pressão arterial tende a aumentar, pois os níveis hormonais se desregulam, porém outros fatores como dieta inadequada e ingestão de bebidas alcoólicas podem fazer com que esses níveis se elevem (WILSGAARD et al, 2000). O gráfico delineado na figura 12 demonstra a variação da pressão arterial (PA) sistólica e diastólica, além da frequência cardíaca (FC), durante as 5 primeiras sessões de ventosaterapia, o maior resultado da ventosaterapia se dá nas 5 primeiras sessões pois é quando o organismo está em adaptação à pressão negativa. Observou-se que houve a estabilização da PA e da FC. Na primeira sessão se teve as médias de 111mmHg ±13,72mmhG de PAS, 63mmHg ±7,89mmHg de PAD e 77bpm ±10,46bpm de FC. Na segunda sessão as médias de PAS de 102mmHg ±7,69mmHg, 61mmHg ±6,66mmHg de PAD e 76bpm ±10,16 de FC. Já na terceira sessão as médias de 105mmHg ±5,63mmHg de


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Como o Tratamento Com Ventosas Pode Influenciar Nos Resultados do Hemograma

PAS, 63mmHg ± 4,98mmHg de PAD e 80bpm ±7,72bpm de FC. A quarta sessão obteve médias de 106mmHg ±4,8mmHg de PAS, 59mmHg ±2,04mmHg de PAD e 76bpm ±4,30bpm de FC. Na quinta sessão as médias de 101mmHg ±4,07mmHg de PAS, 60mmHg ±4,39mmHg de PAD e 83bpm ±4,31bpm de FC (ROCHA, 2013). 120 100 80 60 40 20 0 Sistólica (mmHg) Diastólica (mmHg) FC (bpm)

1ª 111 63 77

2ª 102 61 76

3ª 105 63 80

4ª 106 59 76

5ª 101 60 83

Figura 12. Gráfico de linhas e marcadores indicando a média de pressão arterial de cada atendimento durante as 5 sessões inicias de ventosaterapia.

Segundo a MTC, a hipertensão pode ser causada pela deficiência do rim e pelo excesso fígado, isso significa que a energia (Qi) está carente no rim e excessiva no fígado. No caso do gráfico citado anteriormente pode-se observar que o tratamento com ventosas ocasionou a homeostase do fígado e do rim, através do estimulo por pressão negativa nos pontos utilizados no protocolo de ventosaterapia adotado no estudo (CHIRALI, 2001). Nos diagnósticos energéticos orientais segundo Boch et al (2001) é comum identificar a síndrome que possui o paciente. As síndromes que foram encontradas no ensaio foram delineadas no gráfico da figura 13. 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Síndrome do Frio Síndrome do Calor

% 43% 57%

Figura 13. Gráfico de barras indicando a porcentagem dos indivíduos diagnosticados com síndrome


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do frio e do calor.

A amostra quando foi submetida ao questionário inicial respondeu à algumas perguntas que serviram para tal identificação, além disso os diagnósticos de pulso e língua contribuíram de forma significativa, indicando se o tratamento com ventosaterapia estava ou não surgindo efeito. Dos 30 indivíduos que compuseram a amostra, 43% apresentaram síndrome do frio e 57% síndrome do calor. A síndrome do frio invade todo organismo provocando dores e contrações, geralmente estas dores são amenizadas com a ventosaterapia, pois, no caso as ventosas com repuxamento ativam a circulação e faz com que aumente a temperatura do local fazendo com que a síndrome anule seus sinais e sintomas. Dores agudas no pescoço são sinais de síndrome do frio. A síndrome do calor (ou do fogo) causa aumento da circulação do Qi no organismo e consequentemente inflamações, quando afeta o fígado, ocasiona grande irritabilidade no indivíduo, olhos vermelhos, urina escassa e amarelada. O calor pode ser revertido usando ventosas flash e vácuo leve, por se tratar de um estímulo fraco o organismo logo se reestabelece (MILAN et al, 2012). Quando o organismo está em desarmonia, ele começa a dar sinais e estes por sua vez dependem de onde está o problema. Na medicina oriental temos a deficiência (Xu) e o excesso (Shi) que representam a força ou a fraqueza da resistência do Qi circulante em cada órgão do nosso corpo. O estudo trabalhou com os 11 principais meridianos utilizados na MTC que representam um órgão e uma víscera, o IG/P (Intestino Grosso/Pulmão), C/CS (Coração/Circulação Sexo), E/BP (Estômago/Baço Pâncreas), B/R (Bexiga/Rim), ID/C (Intestino Delgado/Coração) e F/VB (Fígado/Vesícula Biliar). A deficiência está relacionada a falta de Qi, sangue (Xue) e essência (Jing) suficiente para suprir o órgão, ocasionando assim uma redução das defesas gerais do mesmo e uma fraqueza geral no indivíduo. O excesso acontece quando agentes patogênicos externos ou internos agem de maneira indevida, tudo que não pertence ao organismo é considerado excesso. Neste caso não ocorre falta de energia fisiológica, ao contrário da deficiência (HECKER, 2007; BOCH, 2001). No gráfico da figura 14 observa-se que 52% dos participantes da pesquisa apresentaram deficiência de IG/P, 9% de C/CS, 17% de B/R, 9% de ID/C e 13% de F/VB, simultaneamente 30% apresentam excesso de C/CS, 52% de E/BP e 17% de B/R. Vale ressaltar que o indivíduo pode apresentar ao mesmo tempo excesso e deficiência, uma vez que ele pode estar fragilizado e apresentar algum agente patogênico em seu organismo (HECKER, 2007). A Medicina Tradicional Chinesa desmistifica diversas variáveis de tratamento complementar e usa na maioria das vezes o mesmo diagnóstico (CUNHA, 2001).


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Como o Tratamento Com Ventosas Pode Influenciar Nos Resultados do Hemograma

60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Deficiência (Xu) Excesso (Shi)

IG/P 52% 0%

C/CS 9% 30%

E/BP 0% 52%

B/R 17% 17%

ID/C 9% 0%

F/VB 13% 0%

Figura 14. Gráfico de barras representando a porcentagem de indivíduos com deficiência e excesso nos 6 principais meridianos da MTC.

4.1. Hemograma Relacionado com a Ventosaterapia O sangue (xue) na MTC é considerado o elemento que nutre e umedece todo organismo, o mesmo flui nos vasos sanguíneos (xue mai) para todos os órgãos e vísceras (zang fu) e é a base da mente (shen) (HECKER, 2007). Cunha (2011) diz que o sistema circulatório dos homens difere do das mulheres, pois elas sobrecarregam menos o coração por conta da constituição mais feminina. As mulheres também tem uma capacidade hematopoiética melhor que a dos homens, pois perdem sangue na menstruação, o que faz com que o mesmo seja reposto rapidamente. Tendo em vista o que foi citado anteriormente as mulheres possuem os componentes sanguíneos mais frescos e saudáveis em paralelo aos homens. Na MTC usualmente se diz que o sangue carrega energia, e tem importante papel na respiração, pois através da hemoglobina que é uma proteína carreadora de oxigênio contida nos eritrócitos o sangue nutre todos os tecidos com oxigênio e remove o gás carbônico o eliminando através dos pulmões. Além de oxigênio o sangue carrega os nutrientes absorvidos pelo instestino delgado providos de nossa alimentação, com o objetivo de criar um equilíbrio restaurados. (KUBO, 1970. CUNHA, 2011). No eritrograma delineado no gráfico da figura 15, podemos observar que a maioria dos valores se estabilizaram com o tratamento com a ventosaterapia. O valor médio da contagem de eritrócitos (E), antes do tratamento foi de 4,55M/mm³ ±0,33M/mm³ e após as sessões de ventosaterapia este valor foi para 4,71M/mm³ ±0,24M/mm³ a diferença foi extremamente significante (p<0,001). A dosagem média de hemoglobina (Hb) antes do tratamento foi de 13,3g/dL ±0,81g/dL e após 13,8g/dL


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±0,56g/dL,

mostrando

assim

que

a

diferença

das

médias

foi

extremamente

significante(p<0,001). O hematócrito (Ht) apresentou valor de 40,42% ±2,71% antes da ventosaterapia e 40,87% ±1,40% após a ventosaterapia, gerando assim uma diferença não significativa entre as médias (p>0,05). O Volume Corpuscular Médio (VCM) antes foi de 89,5fL ±7,17fL e após 86,1fL ±4,97fL, a diferença foi extremamente significativa (p<0,001). A Hemoglobina Corpuscular Média (HCM) não mostrou diferença significativa (p>0,05), antes do tratamento observou-se 29,4pg ±2,09pg e após 29,1pg ±1,93pg. A média da Concentração de Hemoglobina Corpuscular Média (CHCM) antes da ventosaterapia foi de 32,86g/dL ±1,04g/dL e após 33,72g/dL ±0,36g/dL e apresentou diferença extremamente significativa (p<0,001). O RDW não apresentou diferenças significativas (p>0,05)as médias antes e depois fora respectivamente 15,05% ±1,35% e 15,44% ±0,8%. 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 Antes Depois

E 4,55 4,71

Hb 13,3 13,8

Ht 40,42 40,87

VCM 89,5 86,1

HCM 29,4 29,1

CHCM 32,86 33,72

RDW 15,05 15,44

Figura 15. Representação dos resultados do eritrograma antes e depois do tratamento com ventosaterapia,

O leucograma (figura 16) não se mostrou diferente do eritrograma e foram observadas muitas mudanças positivas. As médias dos leucócitos, linfócitos, neutrófilos, eosinófilos, basófilos e monócitos antes da ventosaterapia foram respectivamente: 4,75mil/mm³ ±2,78mil/mm³, 38,36% ±17,8%, 45,85% ±21,89%, 4,19% ±5,1%, 1,86% ±1,15% e 9,73% ±3,75%. Após a ventosaterapia as médias dos leucócitos, linfócitos, neutrófilos, eosinófilos, basófilos e monócitos foram respectivamente: 7,43mil/mm³ ±1,36mil/mm³, 26,31% ±4,17%, 65,45% ±4,93%, 1,69% ±0,65%, 0,9% ±0,22% e 5,66% ±1,62%. As diferenças de médias dos linfócitos, neutrófilos, basófilos, eosinófilos e monócitos foram extremamente significantes (p<0,001), porém nas médias de antes do tratamento o desvio padrão foi alto pois foram encontrados casos isolados de alterações no leucograma.


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70 60

50 40

30 20 10 0

Leucócitos Linfócitos Neutrófilos Eosinófilos Basófilos Antes 4,75 38,36 45,85 4,19 1,86 Depois 7,43 26,31 65,45 1,69 0,9

Monócitos 9,73 5,66

Figura 16. Representação dos resultados do leucograma antes e depois do tratamento com ventosaterapia,

O plaquetograma se constituiu da contagem de plaquetas e o Volume Plaquetário Médio (VPM). A contagem de plaquetas antes da ventosaterapia foi de 263mil/mm³ ±48,33mil/mm³ e após foi de 260mil/mm³ ±32,77mil/mm³ e a diferença das médias não foi significante (p>0,05) como podemos observar na figura 17. 450 400 350 300 250

200 150 Antes Depois

Plaquetas 263 260

Figura 17. Médias da contagem de plaquetas antes e depois da ventosaterapia.

O Volume Plaquetário Médio antes da ventosaterapia foi de 9,2fL ±2,02fL e após o tratamento foi de 8,5fL ±0,98fL e a diferença das médias foi significante (p entre 0,01 e 0,04) de acordo com a figura 18. 11 10,5 10 9,5 9 8,5 8 7,5 7 Antes Depois

VPM 9,2 8,5

Figura 18. Médias do Volume Plaquetário Médio antes e depois da ventosaterapia.


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Tendo em vista que o tratamento com ventosas descongestiona energeticamente e sanguineamente, além disso estimula a hematopoiese, que é o processo de formação, maturação e liberação de células sanguíneas no nosso organismo, a ventosaterapia refletiu de forma direta no hemograma que é o exame usado para avaliar essas células. E essa regularização no exame se deu por conta do tratamento com ventosas. (CUNHA, 2012; OLIVEIRA, 2007). A ventosaterapia foi utilizada para drenar o sangue tóxico que congestiona o local dificultando a circulação do Qi. (CUNHA, 1996).

5.

CONCLUSÃO No ensaio aqui delineado pudemos obter as seguintes conclusões: a) O tratamento com ventosas teve sua eficácia comprovada para reestabilizar os resultados do hemograma quando os mesmos se encontrarem alterados. b) A ventosaterapia pode ser implantada como terapia alternativa na clinica dos pacientes que se encontram com esses níveis desajustados. c) A ventosaterapia é um tratamento complementar que serve para tratar diversas doenças.

AGRADECIMENTOS Hoje vivo em uma realidade que um dia foi sonho, porém necessitou de muito esforço, perseverança e paciência. Minha gratidão é por todos que colaboraram para que esse sonho se concretizasse. Grato a Deus, pelo dom da vida e o seu infinito amor. Aos meus Pais e a minha avó, meus maiores exemplos. A minha querida esposa por toda atenção e paciência. Aos meus familiares, por cada incentivo e orações em meu favor. E aos meus orientadores pela dedicação e atenção que tiveram comigo. Deixo uma reflexão presente no maior livro já criado na história da humanidade, a bíblia, para que possamos refletir na imensa bondade de Deus para conosco. “Que todo o meu ser louve ao Senhor, e que eu não esqueça nenhuma das suas bênçãos!” (Salmos 103:2)

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CUNHA, Antônio Augusto. Ventosaterapia. São Paulo, Ed. Ícone, 3.ed., p.49, 2011. CUNHA, Antônio Augusto. Ventosaterapia: tratamento e prática. São Paulo, Ed. Ícone, 1.ed., p.125, 2001. CUNHA, Antônio Augusto. Ventosaterapia: Tratamento e Prática. São Paulo, Ed. Ícone, 2.ed., p.29, 2012. FARACE, Cássia. Ventosaterapia. Saúde Preventiva e Terapêutica. Belo Horizonte, 2012. Disponível em: <http://www.clinicaprima.com.br/>. Acesso em 18 de maio de 2013. FILHO, Reginaldo de C. S. Pulsologia de Comparação Radial-carótida: Suas Bases e Aplicações Pelo Nei Jing. Escola Brasileira de Medicina Chinesa. São Paulo, 2010. FUREGATO, Antônia Regina Ferreira. Reconhecendo o estresse. Rev. Latino-Am. Enfermagem. Cuba, n.5, p.819, 2012. GROTTO, Helena. O hemograma: importância para a interpretação da biópsia. Rev. Bras. Hematol. Hemoter. São Paulo, p.178, 2009. HECKER, HansUlrich et al. Prática de Acupuntura: localização de pontos, técnicas e opções terepêuticas. Rio de Janeiro, Ed. Guanabara Koogan, 2007. HOFFBRAND, A. V. e MOSS, P. A. H. Fundamentos em Hematologia. Porto Alegre, Ed. Artmed, p.13, 2013. INADA, Tetsuo. Técnicas simples que complementam a acupuntura e a moxabustão. São Paulo, Ed. Roca, p.252, 2003. KUBO, Kunimasa. Kyukaku Shoketsu Ryoho. Tóquio, Japão, Ed. Kenko Igaku Sha, 1970. LAKATOS, E. M.; MARCONI, M.A. Fundamentos de Metodologia Científica. São Paulo, Ed. Atlas, 1991. LEARSON, Ron. Estatística Aplicada. São Paulo, Ed. Pearson, 2.ed., p.213, 2007. LEE, Eu, Won. Apostila – Módulo IV, Curso de Introdução a Acupuntura, Bu Han (Ventosa Terapia). Instituto Vishnu De Terapias Complementares. São Paulo, 2010. MEYER, T. N. Resposta celular ao estresse. Rev. Assoc. Med. Bras. São Paulo, v.45, n.2, p.181, 1999. MILAN Lemus, Carlos Luis; LUNA Arza, Anais; JACAS Garcia, Caridad y PEREZ Infante, Yaimet. Eficacia del microsistema auricular asociado a la quinesiología como coadyuvante en la terapia antihipertensiva. MEDISAN. Cuba, v.16, n.2, p.220, 2012. NAVAILH, P.; AUTEROCHE, B. O Diagnóstico na Medicina Chinesa. São Paulo, Ed. Ícone, p.148, 1992. OLIVEIRA, Raimundo Antônio Gomes. Hemograma: como fazer e interpretar. São Paulo, Livraria Médica Paulista Editora, p.17, 2007. ROCHA, Sabrina Pereira and GALLIAN, Dante Marcello Claramonte. Uma nova abordagem dos estudos da medicina tradicional chinesa no Ocidente. Physis. Rio de Janeiro, v.23, n.3, p.995, 2013. ROSENFELD, Ricardo. Hemograma. J. Bras. Patol. Med. Lab. São Paulo, n.4, p. 244, 2012. SABBATINI, Andréa Rodrigues; FONTANA, Vanessa and MORENO JR, Heitor. True prevalence of resistant hypertension. Arq. Bras. Cardiol. São Paulo, v.99, n.5, p,1068, 2012. SILVEIRA, Rodrigo Eurípedes da. "Democratização" do uso da Estatística em trabalhos científicos. Cad. Saúde Colet. Rio de Janeiro, v.21, n.1, p.103, 2013. THOMAS, Jerry; NELSON, Jack K. Métodos de Pesquisa em Atividade Física. Porto Alegre, Ed. Artmed, 3.ed, 2002. ULBRICH, Anderson Zampier et al. Probabilidade de hipertensão arterial a partir de indicadores antropométricos em adultos. Arq. Bras. Endocrinol. Metab. São Paulo, v.56, n.6, p.351, 2012 WILSGAARD T.; SCHIRMER H.; ARNESEN E. Impact of body weight on blood pressure with a focus on sex differences the Tromso Study, 1986-1995. Arch. Inter. Med. Houston, v.53, n.160, p.2847, 2000.


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