CANDIDATURA por Pedro Novo para
BREVE
N
este especial caso de candidatura, o qual gostava de partilhar convosco eu não estava de todo ao corrente deste pedido de candidatos embora já conhecesse a vossa empresa, e poucos dias atrás cruzo-me com ela numa caminhada organizada por mim na cidade do Porto, e sem qualquer pressa, tira uns papéis do bolso e entrega-me com um aberto sorriso as cópias de um excerto de um Jornal com uma reportagem sobre a vossa emrpesa e o pedido de candidaturas, dizendo-me
“Pedro… Isto tem a tua cara. Tenta!” E por isso estou a tentar. Porque tem a “minha cara”...
INTRODUÇÃO
A
ntes de ver qualquer anúncio proposto pela FotoAdrenalina na selecção de guias para viagens exóticas e de aventura, a vossa agência sempre se destacou de todas as outras vulgares ofertas que tanto vemos repetidas em montras, anúncios e mesmo pelos colegas de trabalho. De todas as outras, esta sempre me fascinou, pois iguala-se ao meu tipo de viagens escolhidas que eu sempre optara e realizara por mim próprio ao longo da minha vida como explorador cultural. Ao contrário do comum cidadão, eu sempre evitei as agências com destinos e visitas programadas para aborrecidos “resorts” ou paraísos disfarçados onde o conforto e as ofertas quantitativas gastronómicas tomam o lugar de primazia. Para mim, por mais fascinante que pareciam ser as suas viagens, nunca passavam de packs fictícios da realidade e onde a “Aprendizagem” ou o “Conhecer”, são palavras que não faziam parte do seu dicionário.
MOTIVAÇÃO ÂNIMO
O
espírito de viajante e de caminheiro (trekking) começou nos meus frescos 19 anos quando me foi oferecida pelos meus pais a oportunidade de uma viagem de Interrail à descoberta da Europa até a Grécia como destino final.
Esse fora o começo do meu verdadeiro “Meaning of Life”. Conhecer o Mundo e explorá-lo continuamente. A descoberta das culturas e do património, dos seus hábitos, da sua língua, da sua gastronomia… No geral, a exploração e descoberta do seu modo de vida que tem sido sempre uma aprendizagem. Infelizmente, era difícil na altura, conhecer o mundo sem o factor monetário, o que me fez fazer sacrifícios, tudo em prol das minhas viagens. A partir dos meus 20 anos até hoje, as viagens sempre forma meu ponto forte de motivação por cada ano que passava, que passarei a resumir parte desse mundo nas próximas linhas. Em termos gerais, sempre senti que as viagens para serem vividas, têm que ser experienciadas como um escape à vida corriqueira a que somos obrigados, e por isso essa mesma experiência exige de nós um espírito
mais aberto neste Mundo que tanto nos tem para oferecer.
E a motivação está em abrir essa “Caixa de Pandora” da descoberta de nós próprios assim como do inesperado da própria viagem e da aprendizagem contínua a que nos submete.
EXPERIÊNCIAS DE VIAGENS EXPERIÊNCIAS DE VIDA
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e forma resumida, e em passo cronológico os primeiros passos começaram por viagens de Interrail fruto do que conseguia juntar para fazer uma descoberta ainda maior. Aos meus 19 anos ingresso na viagem com o meu irmão para a Grécia, passando por Espanha, França, Suiça, Itália e terminando em ilhas gregas como Ios e Mikonos, totalmente afastados dos centros mais conhecidos. O nosso objectivo fora já na altura descobrir locais insólitos, com história e com interesse público. Umas dessas descobertas fora através das caminhadas organizadas por nós nas várias ilhas em redor. Nos anos seguintes, começou então o sacrifício de ganhar dinheiro para viajar sozinho pela Europa. Ingressei sem qualquer aviso prévio à família e amigos e simplesmente parti em direcção à Inglaterra através de Interrail, assim como Escócia e Irlanda, repetindo mais tarde uma tour completa ao país escocês, praticamente em comboios, ferrys e carros alugados com pessoas que ia conhecendo. Percorri as ilhas em trekking, procurava alojamentos fora do vulgar e ingressava na verdadeira comunidade escocesa a fundo, chegando ao ponto de me instalar naquele país durante alguns meses como explorador e guia turístico por iniciativa própria. Quando voltei a Portugal, a tendência de sair e descobrir o Mundo, tornou-se cada vez mais ampla, mais viciante. A partir daí, surgiu a oportunidade de criar os meus próprios guias de viagem mas através de viagens lowcost organizadas por mim. Tanto acompanhado como sozinho, decidi descobrir a Europa Central… Alemanha e Áustria foram os primeiros destinos, procurando sempre locais inóspitos e de absoluta beleza. Tinha sempre uma ideia do que iria visitar, mas praticamente tudo vinha por acaso. Procurava essencialmente marcos históricos da segunda guerra mundial, assim como a beleza Natural das montanhas, lagos e comunidades dedicadas a este tipo de turismo. Na Europa do Leste Polónia fora o meu primeiro destino, ao qual me dediquei três viagens diferentes a ponto de conhecer o outro lado de um país culturalmente rico em história. Ucrânia e Hungria foram países consequentes dessa busca de descobrir mais sobre uma cultura que parecia viver algo em comum. Nessas viagens, percorri as montanhas do Sul da Polónia em trekking, caminhos subterrâneos das minas de sal, descoberta dos locais onde o Holocausto teve a sua derradeira presença, percorri os lagos de água salgada, e fiz viagens de jipe ao longo da Ucrânia, a ponto de descobrir a presença histórica do regime comunista em várias cidades da Hungria. Uma viagem muito preenchida por sinal.
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or volta de 2003, o meu interesse passou-se para os países nórdicos, os quais me transmitiam algo mais audaz a se fazer. Ingressei uma grande viagem de aventura, ao qual larguei o meu emprego da altura para me dedicar o máximo de tempo possível em países como a Dinamarca e Islândia. Toda a viagem fora preparada por mim. Viagem directamente a Copenhaga em busca da presença de Hans Christian Andersen, para depois me dirigir para Billund na Dinamarca para exploração em trekking das zonas em redor. Mais tarde e evitando os aviões, decidi seguir no Ferry directamente à Islândia, passando pelas ilhas Faroe onde residi algumas semanas. Durante esse tempo como explorador e turista, decidi servir de guia (em trekking) por rotas preparadas e organizadas por mim. Passado um tempo, cheguei à Islândia, percorrendo o país mágico do Fogo e do Gelo ao longo da estrada circular do país, parando em todo o local com alojamento low cost como hostels, comunidades dedicadas ao trekking, até chegar a Reykjavik. Até lá percorri toda a beleza inóspita possível, como vulcões, desertos gelados e áridos, geisers gigantes, percorri locais onde a presença viking era evidente. Uma beleza totalmente extraordinária… Assim que cheguei à capital, dirigi-me para Londres e logo depois para Portugal. Após algum tempo difícil em Portugal, resolvi ingressar para uma viagem diferente, continuando os países nórdicos. O meu objectivo, embora em vão, seria descobrir as Auroras Boreais, o sonho de toda a minha vida. Durante algumas semanas de férias, resolvi ingressar na viagem pela Suécia e Noruega. Com alguns conhecimentos por lá, fui seguindo as indicações até a suposta “Raposa de Fogo” , ou seja, a vista da Auroras a que os locais chamavam. Começando em Estocolmo, de seguida para cidades e mesmo aldeais do Norte, era a minha ânsia de conseguir ter essa visão que tanto desejava mas infelizmente não acontecera pelos céus
diariamente cobertos. Desistindo em parte, e pelo conhecimento de outras pessoas pelo caminho, segui rumo à Noruega para uma experiência diferente e mais palpável. Descobrir a gastronomia “escondida” da cultura ancestral nórdica. Oslo fora a cidade de começo, terminando mais tarde nas cidades de Oeste como Stavanger e Bergen ficando por comunidades locais onde cozinheiros tradicionais e mesmo “chefs” de alta cozinha organizavam quase dia a dia um evento diferente. Graças a esses conhecimentos, há uns meses foi criado um projecto nosso em conjunto para a Televisão Norueguesa de um programa sobre viagens, ao qual estamos ainda a concorrer em conjunto com um dos chefs, um professor e eu.
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ora esse facto, e apesar de não ter avistado o meu grande sonho, os meus sentidos gustativos foram devidamente preenchidos, quase como uma substituição de tal visão… Mas tal.. ainda procuro descobrir um dia. Passado um ano, decidi investir o meu tempo nas caminhadas mais duradouras, assim como o conhecido “Caminho de Santiago” começando em França. Nessa viagem de 40 dias, a percorrer em média 25 a 30 km por dia, foi sem dúvida uma das mais belas viagens a pé que eu alguma vez tinha enfrentado. Com a viagem plenamente planeada por mim, na leitura antecipada das lendas deste caminho assim como a história de cada cidade, de cada aldeia, acabei por me tornar numa espécie de “contador de histórias” – nome dado pelos imensos turistas que percorriam o mesmo caminho. Após esta longa caminhada, decidi percorrer 2 outros caminhos de Santiago como o português e do Norte, assim como outros vários caminhos tanto em Portugal, Espanha e França, organizando por vezes caminhadas para empresas como a Galp, a EDP, assim como para um público em geral, através da minha empresa Unipessoal – Quatro Mares… Depois de explorar a Europa, decidira aproximar-me da Ásia, a qual começou a revelar o meu maior interesse. Decidira com muito estudo pessoal, ingressar numa viagem à descoberta por mim próprio assim como descobrir a verdadeira essência humana que a Ásia tanto oferecia através dos seus povos diversos. Com tudo preparado previamente por mim, sem registo em hotéis ou alojamentos, decidira seguir durante três meses numa “licença sem vencimento” percorrer a índia, Nepal e Tibete. Em tom mais resumido, pois foi totalmente intensa, comecei na cidade de Bombaim, percorrendo todas as zonas turísticas e menos turísticas, como os bairros de lata, a costa, os templos sagrados em redor da cidade, e assim ganhar conhecimentos de para onde seguir. Com um dos conhecimentos, acabei por ingressar num filme de Bollywood totalmente por acaso (“House Full 2” – o qual apareço no trailer), terminando numa festa totalmente alienada com os actores, cineastas e entre outros mais dentro do mundo cinematográfico. Querendo sair um pouco do momento festivo e snob da Índia, ingressei numa viagem em busca do templo de Kamasutra, acabando mais tarde por me instalar em Varanasi, a cidade-mae do Rio Ganges, ficando por lá mais tempo do que era suposto inicialmente. Com ajuda de alguns indianos, decidira conhecer mais sobre aquela cidade e sobre todos os rituais nela inserido, assim como a história do Hinduísmo, do Janismo entre outras religiões e tituais. Fora a partir dessa cidade, que também me fora dado a conhecer a verdadeira gastronomia daquele povo fantástico. Após algum tempo dirigi-me novamente ao Sul de forma a descobrir a presença portuguesa na Índia assim como a costa sudoeste. Em redor de Goa, decidi fazer algum trekking devidamente acompanhado por locais que conheciam a região, de forma a que tudo fosse estritamente seguro. Para terminar, segui em direcção a Hampi, Bangalore entre outras cidades medianas até o Norte da Índia. Consegui entretanto seguir para o Nepal, para Lombini através de uma pequena e económica excursão devidamente autorizada ficando em comunidades locais, servindo por vezes de apoio voluntário em algumas aldeias, em troca de alojamento e comida até algumas zonas do Tibete em Lhassa. Apesar de curta viagem a estes países, ficou novamente a vontade de retornar e descobrir este e outros países em redor como Cambodja, Vietname, Malásia entre outros. Na verdade, as estórias de todas as minhas viagens, são absolutamente surreais em alguns aspectos, as quais fazem já parte de mim. Mas para isso, tenho juntado essa informação para que um dia consiga escrever sobre cada pormenor.
CURRICULO CULTURAL RESUMIDO
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e forma a sair da rotina do meu emprego como desenhador na Galp Energia, criei uma empresa unipessoal dedicado a tudo o que fosse cultura, animação turística e eventos especiais. Com esta empresa, resolvi explorar a organização de eventos musicais onde mais tarde fiquei a gerir um dos festivais de verão - Vagos Open Air, assim como tenho organizado caminhadas em Portugal, Espanha e França, onde muitas vezes sirvo de guia, para caminhos com história e beleza natural. Para além de caminhadas tenho vindo a organizar pequenas viagens low-cost para locais sempre fora do vulgar, acompanhando muitas vezes os próprios clientes como guias. Nesta mesma empresa fui editor chefe e fotógrafo da revista Elegy Ibérica, dedicada à música, cultura, arte e turismo, a qual teve presença em Portugal, Espanha, e alguns países da América Latina e Brasil durante 10 edições. Escrevi pequenos artigos de viagens para revistas portuguesas, blogs e mesmo algumas revistas estrangeiras onde há bem pouco tempo consegui um artigo de viagem tanto numa revista norueguesa “Magazinet Reiselyst”, como numa revista portuguesa gerida pela GALP. Embora não tenha ganho qualquer prémio específico de fotografia, tenho dado exposições em várias casas culturais portuguesas ao longo do país das minhas viagens, assim como consegui ser aceite na organização do “World Press Photo” que exige vários critérios de selecção.
CONCLUSÃO
Muito recentemente recebi a proposta de escrever um blog para uma empresa ORIGINAL 1920, relacionado então com viagens e alimentação. Foi-me dado o convite de escrever sobre produtos regionais tanto na comida como na bebida de todos os locais frequentados. Quase como um Food Traveller ouu um Drink Traveller, a minha função será evidenciar as culturas gastronómicas de todo o mundo num simples blog. Entrar nesta candidatura para a FotoAdrenalina, achei que se combina cada vez mais com o meu modo de viver. Esta é a minha escolha de vida, e queria mesmo obter essa oportunidade de líder nos vários locais, visto que tenho experiência como tal, como fotógrafo, que de igual modo tenho experiência, assim como aceito QUALQUER desafio de organizar, avaliar, preparar toda e qualquer viagem que me seja imposto.
No fundo sinto que ainda tenho muito para descobrir. Descobrir o mundo, descobrir a genuinidade da natureza humana e para isso luto sempre para dar o grande passo para empregos como este. Não apenas por mérito ou orgulho, mas por perfeita satisfação pessoal. Deixo-vos à vossa escolha. Pedro Miguel Martins Lopes Novo da Costa Rua das Tricanas, 3A, 2º Esq.º 3800-272 AVEIRO Portugal Tel.:965 476 181
RECORTES, MEMÓRIA FOTOGRÁFICA