O actual concelho de Mangualde nas Memórias Paroquiais (1732-1758)

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Pedro Pina Nรณbrega

O actual concelho de Mangualde nas memรณrias paroquiais (1732-1758)

Mangualde ACAB 2008


Ficha Técnica: Autor: Pedro Pina Nóbrega http://pedropinanobrega.no.sapo.pt Edição: ACAB – Associação Cultural Azurara da Beira, Mangualde http://acab.no.sapo.pt Data: 2008 Tiragem: 500 exemplares ISBN: 978-972-95066-9-7 Apoios: Governo Civil do Distrito de Viseu; Câmara Municipal de Mangualde; Caixa de Crédito Agrícola do Vale do Dão; Juntas de Freguesia de Abrunhosa-a-Velha, de Chãs de Tavares, de Mangualde, de Moimenta de Maceira Dão e de São João da Fresta.


Aos meus pais



Duas Palavras Já vai longe o dia em que eu e o sempre lembrado Senhor Saraiva entrámos, pela primeira vez, na emblemática tipografia Éden Gráfico, em Viseu. E não foram poucas vezes! Fomos recebidos com fidalquia pelo seu proprietário, o saudoso Senhor Manuel da Conceição Maio, que nos incentivou e aconselhou na impressão do 1º livro – A Igreja Matriz de S. Julião, do Dr. Alexandre Alves. Corria o ano de 1990. O assunto que vai ser dado à estampa, constava nos planos de actividade da ACAB. Só não se concretizou mais cedo pela saída da Dr.ª Anabela Cardoso para o Mosteiro de Tibães. Assim, foi com muito agrado que propusemos ao Dr. Pedro Pina Nóbregam investigador e historiador, editar o seu trabalho “O actual

concelho de Mangualde nas memórias paroquiais (1732-1758)”. É uma obra valiosa, muito bem documentada, como o Dr. Pedro já nos habituou ao longo destes anos. São documentos que estão na Torre do tombo e que têm grande importância para a História do Concelho de Mangualde. Esperamos convictamente, ou melhor, temos a certeza que irão contribuir para um melhor conhecimento das Terras de Zurara e de Tavares.


Também neles se pode ver – ontem como hoje – a maneira como se responde a um inquérito: ou demonstrando interesse ou então displicentemente. Por último queremos agradecer o apoio que permite a feitura desta obra e nos foi concedido pelas seguintes entidades: - Governo Civil do Distrito de Viseu - Câmara Municipal de Mangualde - Caixa de Crédito Agrícola do Vale do Dão - Junta de Freguesia de Abrunhosa-a-Velha - Junta de Freguesia de Chãs de Tavares - Junta de Freguesia de Mangualde - Junta de Freguesia de Moimenta de Maceira Dão - Junta de Freguesia de S. João da Fresta. Sem estas ajudas não seria possível concretizar este nosso desiderato. Mangualde, 31 de Dezembro de 2007 O Presidente da Direcção

Dr. António Bernardo Lopes Marques Marcelino Presidente da Direcção da ACAB


ÍNDICE Introdução .................................................................................... 13 1. – De Memórias Paroquiais a Dicionário Geográfico ................. 15 2. – O actual concelho pela pena dos párocos .............................. 19

2.1. – A organização civil, judicial e religiosa ............................. 19 2.2. – Demografia ......................................................................... 27 2.3. – Igrejas, Capelas e Irmandades ......................................... 28 2.3.1. – Paróquia da Abrunhosa-a-Velha .................................................. 36 2.3.2. – Paróquia de Alcafache .................................................................. 37 2.3.3. – Paróquia das Chãs de Tavares .................................................... 39 2.3.4. – Paróquia da Cunha Alta ................................................................ 40 2.3.5. – Paróquia da Cunha Baixa ............................................................. 40 2.3.6. – Paróquia de Espinho ..................................................................... 42 2.3.7. – Paróquia de Fornos de Maceira Dão ........................................... 43 2.3.8. – Paróquia de Freixiosa.................................................................... 45 2.3.9. – Paróquia de Lobelhe do Mato ...................................................... 45 2.3.10. – Paróquia de Mangualde .............................................................. 46 2.3.11. – Paróquia de Mesquitela .............................................................. 49 2.3.12. – Paróquia de Moimenta de Maceira Dão ................................... 51 2.3.13. – Paróquia da Póvoa de Cervães .................................................. 51 2.3.14. – Paróquia de Quintela de Azurara .............................................. 52 2.3.15. – Paróquia de Santiago de Cassurrães ........................................ 53 2.3.16. – Paróquia de São João da Fresta ............................................... 55 2.3.17. – Paróquia de Travanca de Tavares ............................................ 56 ____________________________________________________________________________________________

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2.3.18. – Paróquia da Várzea de Tavares ................................................ 57 2.4. – Agricultura e Comércio ...................................................... 57 2.5. – Correios e Vias de Comunicação ....................................... 63 2.6. – Varões ilustres e antiguidades .......................................... 65 2.7. – As Serras ............................................................................. 67 2.7.1. – Serra da Poisada............................................................................ 67 2.7.2. – Serra do Bom Sucesso .................................................................. 67 2.7.3. – Serra dos Cabaços......................................................................... 68 2.7.4. – Serra do Castelo ............................................................................ 68 2.7.5. – Serras de Lacioreira [?] e da Pedra Aguda ................................ 68 2.8. – Os rios ................................................................................. 69 2.8.1 – Rio Dão ............................................................................................ 69 2.8.2. – Ribeira de Ludares ........................................................................ 69 2.8.3. – Ribeira de Almeidinha/Rio do Castelo ........................................ 70 2.8.4. – Rio Videira ...................................................................................... 71 2.8.5. – Rio dos Frades ............................................................................... 71 3.6.6. – Rio Ludares .................................................................................... 71 Considerações Finais .................................................................... 73 Bibliografia ................................................................................... 75 Apêndice Documental ................................................................... 81

Prólogo ............................................................................................ 83 Abrunhosa-A-Velha ........................................................................... 90 Alcafache ......................................................................................... 95 Chãs de Tavares ............................................................................... 99 Cunha Alta ......................................................................................102 ____________________________________________________________________________________________

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Cunha Baixa ....................................................................................105 Espinho...........................................................................................109 Fornos de Maceira Dão ....................................................................114 Freixiosa .........................................................................................123 Lobelhe do Mato..............................................................................128 Mangualde ......................................................................................131 Mesquitela ......................................................................................139 Moimenta de Maceira Dão ................................................................145 Póvoa de Cervães ............................................................................147 Quintela de Azurara .........................................................................151 Santiago de Cassurrães ....................................................................157 S. João da Fresta .............................................................................164 Travanca de Tavares .......................................................................167 Tavares ..........................................................................................171 Torre de Varzea ..............................................................................172

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Introdução Desde a primeira vez que entrámos na Torre do Tombo, em 1999, que tomámos conhecimento desde precioso fundo que é o “Dicionário Geográfico”, mais vulgarmente conhecido por “Memórias Paroquiais”. Ao longo dos anos da licenciatura sempre aspirámos fazer um trabalho académico com base neste fundo, mas tal só foi possível no âmbito do Seminário História Regional e Local: Tendências e Dinamismos, do Mestrado em Estudos do Património, na Universidade Aberta, leccionado pela Prof.ª Dr.ª Ana Paula Avelar. É uma versão revista e melhorada deste trabalho que agora é editada pela ACAB, a quem agradecemos todo o apoio que nos tem dispensado desde 2004, e da qual nos honramos ser seu associado. Queremos aqui agradecer à Prof.ª Dr.ª Maria de Fátima dos Prazeres Eusébio, pela profícua troca de informações durante a elaboração deste trabalho. Agradecemos, igualmente, ao Carlos Matos, de Santiago de Cassurrães, as informações e esclarecimentos prestados sobre esta freguesia. Ribeira, Real PCT, 5 de Novembro de 2007

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1. – De Memórias Paroquiais a Dicionário Geográfico Este fundo documental, que hoje se encontra na Torre do Tombo, não teve, como muitos outros fundos, um percurso de vida linear. Começou ainda antes do Terramoto de 1755, no ano da graça de 1732, com o envio de inquéritos a todos os párocos, no sentido de ser elaborado um Dicionário Geográfico. Alguns destes dados chegaram a ser no Diccionario geografico, ou noticia historica de todas as cidades,

villas, lugares, e aldeas, Rios, Ribeiras, e Serras dos Reynos de Portugal e Algarve, com todas as cousas raras, que nelles se encontrão, assim antigas, como modernas, do qual apenas se publicaram os primeiros dois volumes, em 1747 e 1751. O prólogo do índice, elaborado em 1832, refere que as respostas do inquérito anterior se perderam e apenas se resgataram as que constavam dos volumes já impressos, correspondentes às letras A, B e C. Com o terramoto de 1755 o país foi verdadeiramente abalado e era imperioso saber a situação real. Ninguém melhor do que os párocos, pessoas letradas e em permanente contacto com a população, para descreverem a situação. Assim, foi enviado um novo inquérito, no caso da diocese de Viseu, ao prelado diocesano que depois o fez distribuir pelos diversos párocos no 1º semestre de 1758. As respostas foram inicialmente compiladas em 41 volumes que foram depositados no Convento oratoriano das Necessidades e mais

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tarde transferidos para A Biblioteca da Ajuda, depois para o Convento de S. Francisco da Cidade e, por fim, para a Torre do Tombo, visto a obra nunca ter sido terminada pelo Pe. Luís Cardoso, tendo sido até outro oratoriano a findar a compilação das respostas. A estes 41 volumes se juntaram dois volumes designados por suplemento, onde se compilaram anotações do Pe. Cardoso e respostas de inquéritos anteriores das freguesias, cujos párocos não responderam ao último inquérito. Constituem hoje um dos fundos mais consultados da Torre do Tombo tendo servido inúmeras vezes de base a monografias locais, trabalhos académicos, projectos de investigação, entre outros. Para as 18 paróquias do actual concelho de Mangualde possuímos 16 respostas referentes ao inquérito de 1758 e duas referentes ao inquérito de 1732, as de Travanca de Tavares e de Várzea de Tavares. Contudo, para esta última paróquia, possuímos uma pequena descrição, sem data nem assinatura, que pensamos tratar-se de um apontamento do compilador do Dicionário Geográfico ou do próprio Pe. Cardoso. O Inquérito foi distribuído na Diocese de Viseu pela Cúria Diocesana, com certeza, no primeiro semestre de 1758; as datas de resposta dos párocos de Mangualde têm como balizas temporais 24 de Abril e 04 de Agosto deste ano.

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Quadro 1 Paróquias e respectivos oragos, párocos e datas de resposta Paróquia

Orago

Sacerdote

Data

Abrunhosa-a-Velha

St.ª Cecília

António Garcia Bandeira

14-05-1758

Alcafache

S. Vicente

José de Albuquerque Lobo

20-05-1758

Chãs de Tavares

N.ª Sr.ª da Assunção

Simão Gomes de Faria

??-05-1758

Cunha Alta

S. Pedro

Gregório de Figueiredo

22-05-1758

Cunha Baixa

S. Tomé

Manuel Ribeiro

Espinho

S. Pedro

João Roiz dos Santos

10-05-1758

S. Miguel

Manuel da Fonseca

31-05-1758

Freixiosa

St.ª Luzia

António da Rocha d’Amaral

13-05-1759

Lobelhe do Mato

S. Paulo

José Coelho

21-06-1758

Mangualde

S. Julião

José Rebelo de Mesquita

09-06-1778

Mesquitela

S. Mamede

António Domingues

24-04-1758

Moimenta de Maceira

N.ª Sr.ª das Neves

Manuel de Albuquerque

04-08-1758

Póvoa de Cervães

S. João Baptista

João Cabral de Azevedo

---

Quintela de Azurara

S. João Baptista

José

Cabral

---

Agostinho Luís de Carvalho

---

Fornos

de

Maceira

Dão

Dão

Bernardo

Teixeira Santiago

de

Santiago

Cassurrães

Freire e Vasconcellos

São João da Fresta

S. João Baptista

Tomé Lopes

15-05-1758

Travanca de Tavares

Salvador do Mundo

Luís de Carvalho

09-08-1732

Várzea de Tavares

N.ª Sr.ª da Várzea

09-08-1732

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2. – O actual concelho pela pena dos párocos 2.1. – A organização civil, judicial e religiosa

Fig. 1: Organização Civil do actual concelho de Mangualde em 1758.

O território do actual concelho de Mangualde já se encontrava dividido nas actuais 18 freguesias, mas estas estavam repartidas por três concelhos e um couto. O nordeste pertencia na sua totalidade ao concelho de Tavares que englobava as freguesias de Chãs, onde estava a sede, Travanca, Abrunhosa, São João e Várzea. O restante território estava quase todo integrado no concelho de Azurara da Beira ao qual pertenciam as freguesias de Mangualde, ____________________________________________________________________________________________

O actual concelho pela pena dos párocos

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onde estava a sede, Mesquitela, Cunha Alta, Cunha Baixa, Freixiosa, Quintela, Santiago de Cassurrães, Póvoa de Cervães, Alcafache, Lobelhe do Mato, Fornos e Espinho. Na freguesia de Espinho os lugares de Vila Nova e Gandufe pertenciam ao concelho de Senhorim. O Couto de Maceira Dão englobava a freguesia de Moimenta na sua totalidade e o território do Mosteiro de Maceira Dão na freguesia de Fornos. Existiam Juízes de Fora em Azurara da Beira e em Tavares que exerciam a sua jurisdição nos ditos concelhos. O Couto de Maceira Dão tinha um Juiz ordinário e de órfãos nomeado pelo Abade do Mosteiro de Maceira Dão. Sobre os dois povos que pertencem ao concelho de Senhorim exercia a justiça o Juiz ordinário de Senhorim.

Quadro 2 Povoações de cada freguesia Concelho/Couto

Freguesia

Povos Tibaldinho Mosteirinho

Alcafache

Casal Sandinho Casal Mendo

Azurara

Aldeia de Carvalho Cunha Alta Cunha Baixa

Cunha Alta Cunha Baixa Abrunhosa do Mato

____________________________________________________________________________________________

O actual concelho pela pena dos párocos

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Espinho Espinho

Água Levada Outeiro Fornos Tibalde de Baixo Tibalde de Cima Pedreles

Fornos de Maceira Dão

Tabosa Outeiro de Fagilde Casal do Fundo Granja de Fagilde Quinta da Vigia

Freixiosa

Freixiosa

Lobelhe do Mato

Lobelhe do Mato Vila e Rossio Cubos Cães de Baixo Cães de Cima Pinheiro de Baixo Pinheiro de Cima Ançada S. Cosmadinho

Mangualde

S. Cosmado Roda Canedo de Baixo Canedo do Mato Darei Oliveira Passos St.º André Almeidinha

____________________________________________________________________________________________

O actual concelho pela pena dos párocos

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Mesquitela Póvoa de Cervães Quintela de Azurara

Mesquitela Mourilhe Póvoa de Cervães Quintela Canelas Cassurrães Aldeia da Igreja Casal de Cima

Santiago de Cassurrães

Fundões Casal Mondinho Contenças de Baixo Contenças de Cima

Maceira Dão

Senhorim

Fornos de Maceira Dão

Granja dos Frades

Moimenta de Maceira Dão

Moimenta

Espinho Abrunhosa-a-Velha

Vila Nova Gandufe Abrunhosa-a-Velha Vila Mendo de Tavares Chãs de Tavares Guimarães de Tavares Outeiro

Chãs de Tavares

Matados Tragos Corvaceira

Tavares

Vila Seca São João Avinhó São João da Fresta

Pinheiro Fresta Casais

Travanca de Tavares

Travanca de Baixo

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O actual concelho pela pena dos párocos

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Travanca de Cima Outeiro Várzea de Tavares

Vila Cova Torre

Na freguesia de Abrunhosa-a-Velha encontramos hoje uma nova povoação fruto do progresso, Gouveia-Gare. Como o próprio nome indica, trata-se do povo que nasceu junto da estação de Gouveia, da Linha da Beira Alta inaugurada em 1882. No local onde o pároco de Alcafache refere existirem umas caldas no rio Dão, encontramos hoje uma aldeia denominada Banhos de Alcafache que se estende em ambas as margens deste rio. As incipientes caldas, referidas pelo pároco, estão hoje transformadas num complexo termal em expansão com um renovado balneário e diversas unidades hoteleiras de apoio. Na freguesia de Chãs de Tavares temos hoje um povoado que talvez tenha tido a sua origem numa quinta que não é referida pelo pároco de 1758, St.º Amaro de Tavares. Em Espinho deparamo-nos com um caso fruto da expansão urbanística e da ocupação de novas terras habitáveis; referimo-nos a Póvoa de Espinho a pouca distância da povoação de Espinho. As aldeias de Tibalde de Baixo e Tibalde de Cima, face à forte expansão de ambos, são hoje denominadas simplesmente por Tibalde; Outeiro de Fagilde, da mesma freguesia de Fornos de Maceira Dão, designa-se hoje apenas por Fagilde. ____________________________________________________________________________________________

O actual concelho pela pena dos párocos

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Na freguesia de Mangualde houve várias mudanças devidas à expansão urbanística e ao progresso. A antiga vila de Mangualde e o Rossio estão hoje unidos por uma malha urbana constituindo a actual cidade de Mangualde em conjunto com os novos bairros que nasceram nos últimos anos na periferia desta zona. S. Cosmadinho deu lugar a um novo bairro na entrada ocidental da cidade, denominado de B.º de S. João. O progresso trouxe o caminho-de-ferro até esta freguesia criando-se então em torno da estação o lugar de Mangualde-Gare. Fruto da insatisfação dos seus habitantes face à sua denominação centenária, mais de 700 anos, Cães de Cima e Cães de Baixo viram os seus nomes serem alterados, respectivamente, para St.º Amaro de Azurara e St.ª Luzia, pelo Decreto n.º 41664, de 6 de Junho de 1958. Em Santiago de Cassurrães temos hoje uma nova aldeia denominada de Aldeia Nova, no seguimento da estrada que passa junto da Capela de N.ª Sr.ª de Cervães, e a denominada Aldeia da Igreja chama-se hoje Santiago de Cassurrães prolongando-se o seu casario até à igreja paroquial. No que diz respeito à organização eclesiástica, existiam cinco abadias (Quintela de Azurara, Espinho, Chãs de Tavares, Santiago de Cassurrães e Alcafache) e duas vigararias (Mangualde e Fornos de Maceira Dão).

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O actual concelho pela pena dos párocos

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Fig. 2: Organização religiosa do actual concelho de Mangualde em 1758.

A Coroa apresentava a vigararia de Mangualde e a abadia das Chãs, a Mitra apresentava a abadia de Quintela e a vigararia de Fornos, a Casa de Belmonte apresentava as abadias de Espinho e de Cassurrães. A abadia de Alcafache estava na altura em litígio entre a Coroa e a Mitra. Havia,

ainda,

as

paróquias

anexas,

cujos

curas

eram

apresentados pelos diversos abades ou vigários: o abade das Chãs apresentava todos os curas do concelho de Tavares; o Vigário de Mangualde apresentava os curas da Freixiosa e da Mesquitela; o Vigário de Fornos apresentava o cura de Lobelhe do Mato; o Abade de Cassurrães apresentava os curas da Cunha Alta e da Póvoa de Cervães; ____________________________________________________________________________________________

O actual concelho pela pena dos párocos

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e o cura da Cunha Baixa era apresentado, em alternância, pelo Vigário de Mangualde e pelo Abade de Espinho.

Quadro 3 Categoria dos párocos e respectivos rendimentos anuais em dinheiro Paróquia

Pároco

Rendimentos anuais

Cunha Alta

Cura

---

Abrunhosa-a-Velha

Cura

6 000 reis

Lobelhe do Mato

Cura

6 000 reis

Moimenta de Maceira Dão

Cura

6 000 reis

São João da Fresta

Cura

6 000 reis

Freixiosa

Cura

6 500 reis

Mesquitela

Cura

6 500 reis

Póvoa de Cervães

Cura

30 000 reis

Fornos de Maceira Dão

Vigário

40 000 reis

Travanca de Tavares

Cura

40 000 reis

Várzea de Tavares

Cura

50 000 reis

Cunha Baixa

Cura

60 000 reis

Quintela de Azurara

Abade

250 000 reis

Alcafache

Abade

300 000 reis

Mangualde

Vigário

400 000 reis

Espinho

Abade

500 000 reis

Santiago de Cassurrães

Abade

500 000 reis

Chãs de Tavares

Abade

900 000 reis

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O actual concelho pela pena dos párocos

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2.2. – Demografia Quadro 4 N.º de Fogos e Pessoas por freguesia Freguesia

Fogos

Pessoas

Travanca de Tavares

46

1

Cunha Alta

49

152

Moimenta de Maceira Dão

75

242

Lobelhe do Mato

76

235

Póvoa de Cervães

85

267

Quintela de Azurara

104

422

Freixiosa

111

333

Mesquitela

133

450

São João da Fresta

133

427

Várzea de Tavares

136

2

Abrunhosa-a-Velha

175

570

Cunha Baixa

187

544

Alcafache

191

586

Espinho

193

627

Fornos de Maceira Dão

208

654

Chãs de Tavares

252

2093

Santiago de Cassurrães

309

1000

Mangualde

509

1800

Pela tabela anterior podemos verificar que o número de habitantes é proporcional à área geográfica de cada freguesia. A média

1

Os párocos de Travanca de Tavares e de Várzea de Tavares não indicaram o número de pessoas. 2 Vide nota anterior. 3 O pároco de Chãs de Tavares apenas indicou o número de pessoas de comunhão. ____________________________________________________________________________________________

O actual concelho pela pena dos párocos

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de moradores por cada habitação é de 3, sendo um pouco superior na freguesia de Mangualde (3,5) e em Quintela de Azurara, onde se registava uma média de 4 habitantes por fogo.

2.3. – Igrejas, Capelas e Irmandades Duas perguntas do interrogatório versavam sobre os templos existentes em cada uma das paróquias. Verificamos que quase todos os povos tinham a sua capela pública, e existia um elevado número de capelas privadas, cerca de 25% do total dos templos.

Quadro 5 Igrejas paroquiais e Capelas Freguesia Abrunhosa-aVelha

Localização

Oragos

no povo

St.ª Cecília

fora do povo

N.ª Sr.ª dos Verdes

fora do povo

S. Vicente

Festa

Propriedade

pública 3 de Maio

pública

pública Herdeiros de

dentro da igreja Alcafache

St.º Amaro

paroquial

António Alveres Cardozo, de Lisboa

Tibaldinho

S. Lourenço

pública

N.ª Sr.ª dos

Manuel Cardoso

Remédios

Faria

____________________________________________________________________________________________

O actual concelho pela pena dos párocos

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Pedro José St.ª Eufémia

Carneyro, de Viseu

Mosteirinho Casal Sandinho Casal Mendo

S. Miguel

Pública

N.ª Sr.ª das

Pública

Boas Novas S. Frutuoso

Aldeia de

Pública

St.ª Cruz

3 de Maio

Carvalho, aonde

N.ª Sr.ª dos

Dominica in

chamam de St.ª

Prazeres

albis

Carvalho

Pública

Aldeia de Pública

Maria

Chãs de Tavares

N.ª Sr.ª da

no povo no cimo da

N.ª Sr.ª do Bom

25 de Março,

serra

Sucesso

8 de Setembro

acima do povo Cunha Alta

Cunha Baixa

Pública

Assunção

S. Pedro N.ª Sr.ª da

fora do povo

Saúde

Pública

Pública 1 de Novembro

Pública

no povo

S. Tomé

pública

no povo

S. Miguel

particular

no povo

S. Romão

particular

no povo

S. Sebastião

pública

fora do povo

Santo Cristo

particular

S. Cipriano

pública

Abrunhosa do Mato: no povo Abrunhosa do Mato: fora do

Sr. do Calvário

dia de St.ª Cruz

pública

S. Pedro

29 de Junho

pública

povo Espinho

fora do povo a

____________________________________________________________________________________________

O actual concelho pela pena dos párocos

29


2000 passos a poente 100m da

St.ª Luzia

13 de Dezembro

pública

Espinho

S. Sebastião

20 de Janeiro

pública

Agua Levada

S. João Baptista

24 de Junho

pública

Gandufe

S. Miguel

29 de Setembro

pública

St.º António

13 de Junho

pública

paroquial

Outeiro de Espinho

fora do povo

S. Miguel N.ª Sr.ª do

fora do povo

Alqueve

pública pública

no povo

S. Tomás

no povo

St.º António

Tibalde

S. Domingos

pública

St.ª Luzia

pública

Outeiro de Fornos de

Fagilde

Maceira Dão

Pedreles

St.º António

pública

Tabosa

S. Geraldo

pública

Vila Garcia: fora

N.ª Sr.ª da

do povo

Vitória St.º António

Granja dos

N.ª Sr.ª da

Frades

Cabeça ou do

pública privada privada

Monte

no cimo do Freixiosa

St.ª Luzia

pública

St.º António

pública

S. Paulo

pública

povo fora do povo

Lobelhe do

no meio do

Mato

povo

____________________________________________________________________________________________

O actual concelho pela pena dos párocos

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fora do povo

N.ª Sr.ª das Neves

fora do povo no início do Rossio

pública

S. Julião

pública

S. Sebastião

pública

Jesus, Maria e José

no fim de Cubos no início de Cães de Baixo

privada

St.ª Marta

pública

St.ª Luzia

pública

N.ª Sr.ª da

Cães de Cima: fora do povo

5 de Agosto

Conceição

pública

St.ª Quitéria

privada

S. Silvestre

pública

S. Domingos

pública

entre Pinheiro de Baixo e Pinheiro de Cima Mangualde

no início de Ançada no meio de

N.ª Sr.ª da

Ançada

Conceição

no meio de S.

S. Pedro

pública

St.º António

pública

Cosmado Roda: fora do povo no meio de

Salvador do

Canedo do Chão

Mundo

St.º André: fora

pública

St.º André

pública

St.ª Rita

privada

St.º António

administrada

do povo no meio de St.º André Serra dos

privada

____________________________________________________________________________________________

O actual concelho pela pena dos párocos

31


Cabaços

pelo pároco N.ª Sr.ª do

Serra do Castelo

Castelo N.ª Sr.ª da

no fim de Darei no meio de

N.ª Sr.ª das

Oliveira

Mercês

no fim de

N.ª Sr.ª da

Oliveira

Purificação

Almeidinha no fim de Almeidinha

Espírito Santo

privada

S. Mamede

pública

N.ª Sr.ª do

no povo

Póvoa de Cervães

4

privada privada

povo

Maceira Dão

privada

St.º António

contigua ao

Moimenta de

privada

Carmo N.ª Sr.ª da

dentro o povo

privada

Assunção

fora do povo no

N.º Sr.º do

fim da via-sacra

Calvário

no povo

St.º António

Mourilhe: no

N.ª Sr.ª da

povo

Conceição

N.ª Sr.ª das

no povo

pelo pároco privada

Ouvida

no início de

Mesquitela

8 de Setembro4

administrada

Neves

privada Pública/privada 8 de Dezembro

pública

pública

no povo

S. João Baptista

pública

no povo

S. Sebastião

pública

no povo

N.ª Sr.ª dos

privada

Ao longo do ano tinha várias romarias.

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O actual concelho pela pena dos párocos

32


Remédios

pouco distante do povo Quintela de Azurara

S. João Baptista

fora do povo no povo

fora do povo fora do povo

Santiago de Cassurrães

N.ª Sr.ª da

1º Domingo de

Esperança

Outubro

S. Vicente

pública

S. Pedro

privada

Santiago

pública

N.ª Sr.ª de

dia do nome de

Cervães

Maria5

pública

Fundões

St.ª Eufémia

pública

Contenças de

Senhor Salvador

Cima

do Mundo

Contenças de

S. Pedro de

Baixo

Verona

pública pública

Casal Mondinho

S. Silvestre

pública

Aldeia da Igreja

S. Sebastião

pública

S. Simão

pública

S. João Baptista

privada

acima do povo

Santos

privada

S. João Baptista

pública

S. Vicente

pública

Pinheiro de

5

pública

Calvário

Inocentes

Fresta

pública

fora do povo

Cassurrães

S. João da

pública

Tavares

N.ª Sr.ª da

Casais

Assunção

pública

Fresta

St.ª Marinha

pública

Avinho

St.º António

pública

12 de Setembro

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O actual concelho pela pena dos párocos

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Travanca de Tavares

fora dos povos

Transfiguração do Senhor N.ª Sr.ª da

fora dos povos Várzea de

Vila Cova de

Tavares

Tavares Torre de Tavares

Várzea

pública Pública

St.º António

Pública

St.º António

Pública

A existência de confrarias em Portugal é antiga e remonta aos séculos XII e XIII, mas foi com o Concílio de Trento (15451563) que se verificou a divisão das confrarias em laicas e eclesiásticas. As primeiras eram formadas por leigos e não estavam sujeitas à autoridade eclesiástica, como eram as Misericórdias, as outras estavam sujeitas à autoridade eclesiástica, por norma o bispo diocesano, e a visitações. Cada confraria estava erecta num templo e tinha a seu encargo um altar com as respectivas imagens do orago e outros santos. Era neste altar que eram rezados os ofícios próprios. Assim, uma igreja podia ter mais que uma confraria, mas um altar apenas tinha erecta uma confraria. As funções das confrarias e irmandades diziam respeito ao culto, à conservação dos templos ou altares em que estavam erectas, assistência aos necessitados e assistência aos irmãos na morte. ____________________________________________________________________________________________

O actual concelho pela pena dos párocos

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No actual concelho de Mangualde existiam 17 Irmandades ou confrarias e uma Misericórdia. Talvez mais confrarias existissem em ermidas e capelas que não foram referidas pelos párocos, porque o inquérito apenas perguntava pelas irmandades erectas na igreja matriz. Quadro 6 Irmandades, Confrarias e Misericórdias Freguesia

Designação

Local de Erecção

Abrunhosa-a-Velha

Irm. de N.ª Sr.ª dos Verdes

Igreja Paroquial

Alcafache

de

Irm.de de N.ª Sr.ª dos Prazeres

Chãs de Tavares

Irm.de de S. Sebastião

Cunha Baixa

Irm.de do Menino Jesus

Ermida de N.ª Sr.ª dos Prazeres, em Aldeia de Carvalho Altar do orago na Igreja Matriz Altar do orago na Igreja Matriz

Irm.de das Almas de S.

Altar do orago na Igreja

Lourenço

Igreja Matriz

Confraria do Senhor

Igreja Matriz

Fornos de Maceira Dão

Irmandade de S. Miguel

Igreja Matriz

Freixiosa

Irm. de St.ª Luzia

Igreja Matriz

Irm.de da Misericórdia

Igreja da Misericórdia

Espinho

de

Confraria de S. Sebastião Mangualde

Confraria de St.ª Marta Confraria de St.ª Luzia

Capela de S. Sebastião, no Rossio Capela de St.ª Marta, Cubos Capela de St.ª Luzia, Cães de Baixo

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O actual concelho pela pena dos párocos

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Mesquitela

Irm.de de S. Pedro e S. Paulo

Altar-mor da Igreja Matriz

Póvoa de Cervães

Irm.de de S. João Baptista

Igreja Matriz

Quintela de Azurara

Irm.de de S. Sebastião

Santiago de Cassurrães

Irm.de do Menino Jesus

S. João da Fresta

Irm. de S. João Baptista

Várzea de Tavares

Irm.de de St.º António

Altar do orago na Igreja Matriz Altar do orago na Igreja Matriz Igreja Matriz

de

Capela de St.º António, em Torre de Tavares

2.3.1. – Paróquia da Abrunhosa-a-Velha A Igreja paroquial era dedicada a St.ª Cecília, com cinco altares dedicados ao Ss.mo Sacramento, a N.ª Sr.ª do Rosário, a S. Sebastião, a S. João Baptista e ao Espírito Santo; e estava dentro do lugar. Existia, ainda, a capela de N.ª Sr.ª dos Verdes fora do lugar. Tinha festa no dia de St.ª Cruz, 3 de Maio, à qual concorria todo o concelho de Tavares, assim como os concelhos de Azurara e Penalva numa das oitavas do Espírito Santo. Durante todo o mês de Maio acorriam devotos de todo o bispado de Viseu e de Coimbra. Hoje em dia, a festa celebra-se no Domingo de Pentecostes. Actualmente existe outra capela em Vila Mendo de Tavares, dedicada a S. Domingos, cuja data de construção possivelmente será 1798, data que ostenta a frontaria (ACAB, 2004).

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O actual concelho pela pena dos párocos

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2.3.2. – Paróquia de Alcafache Nesta paróquia a igreja paroquial estava fora do lugar e era dedicada a S. Vicente que estava no altar-mor. Para além deste altar existiam dois colaterais, o da direita com a imagem de N.ª Sr.ª do Rosário e o da esquerda com a imagem do Menino Jesus, a de S. Sebastião e a de St.º Inácio. Existia igualmente dentro da igreja uma capela particular em cujo altar estava St.º Amaro, e que pertencia aos herdeiros de António Alvares de Cardoso. Em 1884, foi lançada a 1ª pedra da actual igreja que seria benzida em 1896, substituindo, assim, a igreja existente em 1758. Todos os povos tinham a sua capela pública: em Tibaldinho dedicada a S. Lourenço, em Mosteirinho a S. Miguel, em Casal Sandinho dedicada à N.ª Sr.ª das Boas Novas, em Casal Mendo dedicada a S. Frutuoso e em Aldeia de Carvalho dedicada à Santa Cruz. A capela de Casal Sandinho ainda conserva a imagem de N.ª Sr.ª das Boas Novas, mas o seu orago principal é, agora, a N.ª Sr.ª da Piedade, cuja imagem já existia em 1758. Na capela de St.ª Cruz existia, à altura, a imagem de um Santo Cristo e outra de N.ª Sr.ª das Dores e celebrava-se a festa a 3 de Maio. Os moradores da freguesia tinham muita devoção em S. Frutuoso, por nunca ter havido estragos provocados pelas trovoadas. Em Aldeia de Carvalho, já fora do povo, existia a Capela de N.ª Sr.ª dos Prazeres com três altares; no altar-mor

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O actual concelho pela pena dos párocos

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a padroeira da Irmandade que lhe fazia festa na dominica in albis6, nos dois altares colaterais S. Vicente e N.ª Sr.ª dos Prazeres, a Velha, por ter sido a primeira imagem. Hoje apenas restam as imagens em nichos de cimento e um púlpito, nada se conservando dos altares. Para além destas capelas públicas existiam duas capelas privadas, ambas situadas em Tibaldinho. Uma dedicada a N.ª Sr.ª dos Remédios, que pertencia ao cónego Manuel Cardoso de Faria, de Viseu, e outra dedicada a St.ª Eufémia, situada na Quinta do mesmo nome e pertença de Pedro José Carneiro, de Viseu. A capela de St.ª Eufémia ainda se conserva, classificada como Imóvel de Interesse Municipal em conjunto com a restante quinta, mas o mesmo não podemos dizer da capela de N.ª Sr.ª dos Remédios. Em Tibaldinho, quase defronte do Forno, existe na verga de uma porta a data de 1671. Teria sido aqui a capela de N.ª Sr.ª dos Remédios? A capela de S. Miguel, em Mosteirinho, foi recentemente destruída, estando a suas imagens à guarda de um particular, esperando-se a sua reconstrução no mesmo local. A capela de Casal Mendo é hoje denominada de capela de N.ª Sr.ª da Piedade, que ocupa o lugar principal no altar, estando a N.ª Sr.ª das Boas Novas num nicho lateral. Nos Banhos existe uma capela dedicada a N.ª Sr.ª da Saúde, hoje devoluta, conservando o altar simples em madeira e um pequeno escudo com as armas dos Abreu na frontaria. Foi mandada construir, 6

II Domingo de Páscoa, também conhecido por Domingo de Pascoela.

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O actual concelho pela pena dos párocos

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em 1764, pelo Pe. Caetano de Abreu Castelo Branco Sotomaior de Melo, natural de Fornos de Algodres e pároco da Igreja de S. João, da Covilhã.

2.3.3. – Paróquia das Chãs de Tavares A igreja paroquial situava-se no povo e era dedicada à Assunção da Virgem Maria. Tinha dois altares colaterais, um dedicado a S. Sebastião e outro a N.ª Sr.ª do Rosário, e quatro naves. Nela estava erecta a Irmandade de S. Sebastião. Para além desta igreja, o pároco apenas refere a Ermida de N.ª Sr.ª do Bom Sucesso, situada no cimo da serra com o mesmo nome, e à qual acorriam muitos devotos principalmente no dia das festas, 25 de Março e 8 de Setembro. Contudo, já em 1758 deveriam existir as outras sete capelas dos restantes povos (S. Silvestre em Matados, St.ª Marinha em Guimarães de Tavares, St.º António em Outeiro de Matados, St.ª Eufémia e St.ª Maria Madalena em Tragos, S. Miguel na Corvaceira, N.ª Sr.ª da Conceição em Vila Seca); sendo certa a existência da capela particular de N.ª Sr.ª do Pranto, fundada em 1670 pelo Pe. João Henriques7, e da capela de S. Bernardo da Quinta da Cerca, fundada no séc. XVII, ambas localizadas em Guimarães de Tavares. A actual capela de St.º Amaro não deveria existir, pois nem o povo é referenciado pelo 7

Referida pelo cura de Abrunhosa-a-Velha nas respostas referentes às Serras.

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O actual concelho pela pena dos párocos

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pároco; talvez nesta data fosse uma simples quinta que entretanto se foi expandindo.

2.3.4. – Paróquia da Cunha Alta Tinha a sua igreja paroquial no cimo do povo, dedicada a S. Pedro, com dois altares: um de N.ª Sr.ª do Rosário e outro de St.º António. Fora do povo, distando “três tiros”, estava a ermida de N.ª Sr.ª da Saúde, em cujo altar, para além da Virgem, estavam a St.ª Eufémia e a St.ª Rita. Hoje nenhuma destas imagens figura nesta ermida, estando nos seus lugares duas imagens da Virgem Maria. A festa de N.ª Sr.ª da Saúde celebrava-se, como ainda hoje, a 1 de Novembro, dia de Todos os Santos.

2.3.5. – Paróquia da Cunha Baixa A sua igreja paroquial situava-se dentro do povo e tinha como orago S. Tomé. No seu interior, para além do altar-mor dedicado a S. Tomé, existiam dois altares colaterais: um com as imagens de N.ª Sr.ª do Rosário e do Menino Jesus, e outro com a imagem de S. João. Estava erecta nesta igreja a Irmandade do Menino Jesus. ____________________________________________________________________________________________

O actual concelho pela pena dos párocos

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No povo da Cunha Baixa existiam ainda quatro capelas, sendo apenas pública a capela de S. Sebastião. As particulares eram dedicadas a S. Miguel, a S. Romão e ao Santo Cristo. Esta última ficava fora do povo e a ela acorriam muitos devotos pelos milagres que fazia a imagem de Cristo Crucificado ali venerada. A Capela de S. Miguel servia na primeira metade dos anos 80 do séc. XX de palheiro (ACAB, 2004) e pertencia a Adelino Mendes. No lugar de Abrunhosa do Mato existiam duas capelas públicas: uma dedicada a S. Cipriano, que se encontrava dentro do povo, e outra dedicada ao Senhor do Calvário, localizada fora da aldeia. Esta última, à semelhança da capela do Santo Cristo da Cunha Baixa, era muito concorrida de devotos, principalmente no dia da sua festa, dia de Santa Cruz8, devido aos milagres realizados. A Capela de S. Cipriano foi destruída em 1964 e no seu lugar foi erigido um cruzeiro e ao largo dado o nome do orago. A sua destruição deveu-se ao facto de causar algum incómodo à circulação naquele local. Assim, em sua substituição construiu-se outra capela do Imaculado Coração de Maria, noutro sítio da localidade (cf. Tavares, 2007a; Rodrigues, 2006).

8

3 de Maio.

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2.3.6. – Paróquia de Espinho A Igreja Paroquial situava-se fora do povo de Espinho a cerca de 2000 passos para Oeste. Com uma só nave possuía quatro altares, o altar-mor onde estava a imagem do orago, e três colaterais, um dedicado à N.ª Sr.ª do Rosário, outro a S. João Baptista e outro a S. Lourenço. Neste último altar estava erecta uma Irmandade das Almas sob a invocação do mesmo santo. Além desta irmandade existia a confraria do Senhor.9 A 100 metros da Igreja Paroquial estava a Capela de St.ª Luzia, onde as procissões iam dar a volta. Continuam hoje, agora acompanhadas pelo Centro Social, no local denominado Abadia, a Igreja Paroquial e o respectivo passal e a Capela de St.ª Luzia. Devido a sucessivas obras, a configuração interna da igreja paroquial foi alterada, assim como o número de altares colaterais e respectiva localização. Em Espinho existia, no povo, a capela de S. Sebastião, em cujo altar, para além da imagem de S. Sebastião, estavam as imagens de N.ª Sr.ª do Carmo e de S. Teodósio. Guardava, ainda, na década de 80, uma imagem de N.ª Sr.ª do Carmo e outra de S. Frutuoso (ACAB, 2004). Corresponderá esta imagem de S. Frutuoso na realidade a S. Teodósio? 9

Devido ao facto de o fólio estar dilacerado não nos é possível saber a designação total desta confraria. No entanto pensamos tratar-se da Confraria do Santíssimo que já existia em 1664, pelo menos e viu os seus bens serem arrolados em 25-08-1866 (Nóbrega, 2005b). ____________________________________________________________________________________________

O actual concelho pela pena dos párocos

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À entrada de Água Levada existia a capela de S. João Baptista, no altar da qual estava, para além do orago, uma imagem de St.ª Bárbara e outra de N.ª Sr.ª dos Milagres, que ainda hoje ali se conservam. Na periferia de Gandufe localizava-se a capela de S. Miguel, que tinha também uma imagem de N.ª Sr.ª dos Milagres. Hoje em dia denomina-se de N.ª Sr.ª dos Verdes, conservando, ainda nos inícios da década de 80 do séc. XX, uma imagem do referido arcanjo e de N.ª Sr.ª dos Milagres (ACAB, 2004). No povo de Outeiro encontrava-se a capela de St.º António, em cujo altar existia também uma imagem de St.º Amaro. Por fim, existia, em Vila Nova, a capela dedicada a St.º Estêvão, que agora é dedicada à N.ª Sr.ª da Conceição. Na década de 80 do séc. XX ainda conservava uma imagem de St.º Estêvão em pedra ançã do séc. XV (ACAB, 2004). Todas estas capelas eram públicas, não se registando a existência de qualquer capela particular, e nelas realizavam-se festas nos dias dos respectivos oragos.

2.3.7. – Paróquia de Fornos de Maceira Dão A igreja paroquial dedicada a S. Miguel ficava fora do povo e tinha seis altares: o altar-mor onde estava o Ss.mo Sacramento e o ____________________________________________________________________________________________

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orago, e cinco colaterais: do lado do evangelho, os de N.ª Sr.ª do Rosário, do St.º Crucifixo e de St.º António; do lado da epístola, os de S. Sebastião e das Almas. Sob a invocação de S. Miguel existia uma Irmandade. Cada povo tinha a sua igreja pública: Fornos a capela de N.ª Sr.ª de Alqueve, Tibalde de Cima e de Baixo a de S. Domingos, Pedreles a de St.º António, Tabosa a de S. Geraldo, Outeiro de Fagilde, Casal do Fundo e Granja de Fagilde a de St.ª Luzia, e Vila Garcia a de N.ª Sr.ª da Vitória. Para além destas capelas, existiam em Fornos duas particulares, que ainda hoje subsistem: a de S. Tomás, da qual era administrador Domingos Henriques, e a de St.º António, que era administrada pelo Cónego Manuel Cardoso de Faria. Dentro da cerca do Real Mosteiro de St.ª Maria de Maceira Dão existiam duas capelas, uma dedicada a St.º António e outra a N.ª Sr.ª da Cabeça, conhecida por N.ª Sr.ª do Monte. Apenas acorriam romeiros a esta última capela no primeiro dia de Maio. Hoje desconhecemos o sítio da capela dedicada a St.º António, apenas existindo a Capela de N.ª Sr.ª da Cabeça com festa na 5ª feira anterior ao Domingo da Ascensão do Senhor.

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2.3.8. – Paróquia de Freixiosa A Igreja paroquial estava ao cimo do povo e tinha como orago St.ª Luzia, que se encontrava no altar-mor. Havia, também, três altares colaterais: o da Virgem Maria, o do Menino Jesus e o das Almas. Tinha uma irmandade aqui erecta sobre a protecção do orago. Para além da Igreja paroquial só existia a capela de St.º António, pública, localizada fora do povo. Hoje em dia esta capela é denominada como capela de S. Marcos com festa concorrida no dia 25 de Abril, havendo bênção de gado.

2.3.9. – Paróquia de Lobelhe do Mato A Igreja Paroquial era dedicada a S. Paulo e tinha cinco altares. No altar-mor estava o Ss.mo Sacramento, e nos colaterais estavam S. Sebastião e St.ª Bárbara num, e St.º António e o Menino Jesus noutro, N.ª Sr.ª do Rosário noutro e o St.º Cristo noutro. Para além desta Igreja, existia a Capela de N.ª Sr.ª das Neves, localizada fora do povo, e cuja festa se realizava a 25 de Agosto. Nesta capela estava erecta uma Irmandade sob a protecção da Virgem Maria. Na Igreja paroquial, encontrávamos, nos inícios da década de 80 do séc. XX, o altar de S. Sebastião com uma imagem também de N.ª Sr.ª das Dores, e os dois altares laterais de St.º António e de N.ª ____________________________________________________________________________________________

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Sr.ª do Rosário, estando neste altar a imagem do Menino Jesus que em 1758 estava no altar de St.º António. Relativamente ao St.º Cristo talvez corresponda à imagem de roca que estava num nicho (ACAB, 2004).

2.3.10. – Paróquia de Mangualde A Igreja paroquial era dedicada a S. Julião e tinha sete altares. No altar-mor estava o Ss.mo Sacramento, nos colaterais estavam num o St.º António, noutro o Menino Jesus, noutro a N.ª Sr.ª do Rosário, noutro os Santos Reis, noutro o St.º Cristo e noutro a N.ª Sr.ª da Graça. Para além desta Igreja existiam na paróquia 21 capelas, públicas e privadas. No Rossio existiam a Capela de S. Sebastião que era pública e tinha Confraria, e a capela de Jesus, Maria e José, privada pertencente a José Rebelo Castelo Branco. A primeira já desapareceu e situava-se no início do Rossio, a outra situada a meio deste local, pertence actualmente à Câmara Municipal de Mangualde, pois faz parte da Casa que pertenceu a José Rebelo Castelo Branco e que foi adquirida em 1856 para Paços do Concelho. É também conhecida por Capela do Rebelo ou de N.ª Sr.ª do Desterro e teve outrora festa a 15 de Agosto, que era também feriado municipal. Nas aldeias da freguesia existiam as seguintes capela públicas: a de St.ª Marta em Cubos, com ____________________________________________________________________________________________

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Irmandade, a de St.ª Luzia em Cães de Baixo, a de N.ª Sr.ª da Conceição em Cães de Cima, a de S. Silvestre entre Pinheiro de Baixo e Pinheiro de Cima, a de S. Domingos em Ançada, a de S. Pedro em S. Cosmado, a de St.º António na Roda, a do Salvador do Mundo no Canedo do Chão, a de St.º André no povo do mesmo nome. Existiam ainda as seguintes capelas privadas: em Cães de Cima, a de St.ª Quitéria, que pertencia ao Pe. Manuel Caetano do Couto; em Ançada a de N.ª Sr.ª da Conceição, que pertencia a António Coelho de Gouveia, de Viseu; em Darei a de N.ª Sr.ª da Ouvida que pertencia a Lourenço Homem de Távora, de S. Pedro do Sul; em Oliveira a de N.ª Sr.ª das Mercês que pertencia ao capitão Manuel do Amaral, e a de N.ª Sr.ª da Purificação que pertencia ao Pe. Melchior da Costa; em St.º André a de St.ª Rita pertencente ao Pe. Domingos da Costa; em Almeidinha a de St.º António pertencente a uma religiosa de Lorvão, e a do Espírito Santo pertencente ao capitão-mor Manuel Osório. Para além destas capelas, existiam duas ermidas administradas pelo pároco: a Capela de St.º António, na Serra dos Cabaços, e a Capela de N.ª Sr.ª do Castelo, na Serra do Castelo. A esta última acorriam diversas romarias ao longo do ano. Na segunda oitava do Espírito Santo, o Senado da Câmara de Viseu acorria com um Cura e dois beneficiados que formavam procissão junto da Igreja Matriz de S. Julião e iam até ao Monte cantando a ladainha, e no final diziam uma missa cantada. Depois, iam em procissão até ao cume do monte de onde brandiam o estandarte real e no final faziam um ____________________________________________________________________________________________

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banquete. No dia de St.ª Cruz, a 3 de Maio, era a vez do Senado de Penalva, com todas as cruzes da sua freguesia e anexas, vir em procissão acompanhado de todos os seus moradores. Neste mesmo dia acorria também a freguesia de Povolide. O concelho do Sátão ia, por sua vez, no Domingo seguinte ao dia de S. João Baptista, 24 de Junho. A festa de N.ª Sr.ª do Castelo celebrava-se a 8 de Setembro com sermão e missa cantada. A procissão saía da Igreja Matriz ornada de muitas moças solteiras levando à cabeça ofertas de centeio, milho, trigo, linho e dinheiro que ofereciam à Virgem. Nesta procissão incorporavam-se, também, as freguesias de Mesquitela e de Cunha Baixa. Hoje, a missa continua a ser solene, celebrando-se fora da ermida, mas a procissão sai da Igreja da Misericórdia e, de há uns anos para cá, incorpora algumas meninas que levam na cabeça coroas enfeitadas, recordando as moças solteiras que outrora levavam as suas ofertas à Virgem. O acesso a esta ermida fazia-se por uma escadaria de pedra com corrimão e que principiava no fundo da serra, na parte do Nascente. De vinte em vinte degraus tinha duas pirâmides a ladearem a dita escadaria, tendo ao todo 140 degraus e sete pátios. Foi mandada fazer por Frei Bernardo Pais de Castelo Branco, cavaleiro da Ordem de Malta e Comendador da Comenda de Chavão. A escadaria foi entretanto alterada, sendo-lhe acrescentado mais lanços de escadas e as capelas dedicadas à Virgem Maria, conservando, no entanto, os sete pátios (cf. Alves, 1989, pp. 47-8). ____________________________________________________________________________________________

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À capela de St.º António dos Cabaços acorriam romeiros ao longo do ano, principalmente nos dias santos, que lhe levavam ofertas de dinheiro, centeio, milho, feijões, borregos, porcos vivos e mortos, cabeças de carne de porco, ovos, mel, azeite, cera e mortalhas. Existia, ainda, a Irmandade da Misericórdia que tinha já casa própria, cujo corpo da Igreja e casa do despacho fez com esmolas e cuja capela-mor foi feita por Simão Pais do Amaral. Anteriormente tinha estado erecta na Igreja Matriz, onde teve a sua origem na Irmandade do Menino Jesus. Das capelas públicas dos povos, duas capelas viram o seu orago alterado: a de Cães de Cima, hoje St.º Amaro de Azurara, viu a sua designação alterada, apesar de ainda possuir uma imagem de N.ª Sr.ª da Conceição; e a Capela do Canedo do Chão viu o seu orago ser alterado para N.ª Sr.ª da Saúde. Tanto num caso como noutro os actuais templos são de construção recente.

2.3.11. – Paróquia de Mesquitela A Igreja estava junto ao povo e era dedicada a S. Mamede. Tinha no altar-mor a imagem do orago e o Ss.mo Sacramento, nos dois colaterais a imagem de N.ª Sr.ª do Rosário e a de S. Sebastião. Nesta igreja encontrava-se erecta a Irmandade de S. Pedro e S. Paulo. Em Mourilhe existia outro templo público, dedicado a N.ª Sr.ª da Conceição ____________________________________________________________________________________________

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que todos os anos tinha missa cantada a 8 de Dezembro, por obrigação dos moradores do mesmo povo. Em Mesquitela existiam, ainda, duas capelas particulares anexas a casas: a de N.ª Sr.ª do Carmo pertencente a António Chaves de Albuquerque e a de N.ª Sr.ª da Assunção pertencente ao Dr. António Arnao de Queirós Teles de Figueiredo e Almeida. Havia ainda a capela de St.º António, cuja capela-mor tinha sido mandada fazer por João do Couto Amaral e, por isso, era administrada por sua filha Rosa Maria do Couto. Nesta data já estava construída fora do povo e no final da via-sacra, no sítio do Calvário, a capela do Calvário, mas ainda não tinha sido benzida. Foi esta capela construída por João do Couto do Amaral e com esmolas de alguns devotos, sendo, naquela data, administrada pela mesma Rosa do Couto. Na Igreja Paroquial conservam-se, nos anos 80 do séc. XX, as imagens de S. Sebastião e de N.ª Sr.ª do Rosário (ACAB, 2004) e no povo a capela de St.º António. Relativamente à capela de Mourilhe mantém ainda o mesmo orago; no entanto acerca de 40 anos foi construída uma nova noutro local sobranceiro ao povoado, junto à antiga via romana.

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2.3.12. – Paróquia de Moimenta de Maceira Dão Tinha esta paróquia apenas a Igreja Paroquial, cujo orago era N.ª Sr.ª das Neves. Para além do altar-mor, esta igreja tinha apenas um colateral com as imagens de N.ª Sr.ª do Rosário, St.ª Bárbara, St.º António e S. Sebastião. A Igreja paroquial tinha em Agosto de 2005, para além do altarmor, dois colaterais e ainda imagens de N.ª Sr.ª do Rosário, na sacristia, de St.ª Bárbara, St.º António e S. Sebastião por vários espaços da igreja.

2.3.13. – Paróquia da Póvoa de Cervães A Igreja paroquial estava dentro do povo e era dedicada a S. João Baptista, sob a protecção do qual existia uma irmandade. O altarmor era dedicado ao orago, um dos laterais às Almas e outro a N.ª Sr.ª do Rosário. No povo existiam uma capela pública onde se venerava S. Sebastião e outra privada, de Manuel Dias Fragoso, em que se venerava N.ª Sr.ª dos Remédios. Na Igreja matriz subsistem os altares das Almas e de N.ª Sr.ª do Rosário, o mesmo não se pode dizer da capela de S. Sebastião, da qual apenas subsiste a imagem do orago na igreja paroquial.

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2.3.14. – Paróquia de Quintela de Azurara A Igreja paroquial já naquele tempo se encontrava fora do povo, e era dedicada, à semelhança da paróquia anterior, a S. João Baptista. O orago encontrava-se no altar-mor, num dos colaterais N.ª Sr.ª da Conceição, noutro S. Sebastião e noutro N.ª Sr.ª da Piedade. No altar do mártir encontrava-se erecta uma Irmandade sob a mesma protecção. O Altar de N.ª Sr.ª da Piedade pertencia a uma capela particular que foi destruída com as obras de remodelação do início da década de 80 do séc. XX. No povo de Quintela existiam, ainda, duas capelas, uma pública dedicada a S. Vicente e outra privada dedicada a S. Pedro. Hoje nem uma nem outra se encontram ao culto, da primeira apenas restam vestígios e a marca na toponímia (Beco de S. Vicente), quanto à segunda ainda conserva as paredes exteriores, incluindo a fachada com frontão triangular, no Lg. do Rolo, mas o seu interior encontra-se devoluto. A uma distância de um “Caminho de Via Sacra”, cerca de 1,5Km, situava-se a antiga capela de N.ª Sr.ª da Esperança da qual apenas restam alguns elementos arquitectónicos e o chão, que um grupo de jovens do Rancho Folclórico “Os Azuraras” limpou em 2004 e 2005, para que não se perca o seu sítio (Nóbrega, 2004; Nóbrega, 2005d). A esta capela acorriam romeiros no dia da sua festa no primeiro Domingo de Outubro. ____________________________________________________________________________________________

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2.3.15. – Paróquia de Santiago de Cassurrães A igreja paroquial e o respectivo passal encontravam-se fora do povo tendo como orago Santiago. O templo tinha três altares, encontrando-se no altar-mor o orago, num dos colaterais o Menino Jesus e noutro o St.º António. No corpo da igreja encontramos quatro capelas, duas de cada lado, dispostas simetricamente, sendo dedicadas a N.ª Sr.ª do Rosário, ao Sr.º Crucificado, também conhecida por capela das Almas, a St.ª Ana e a S. Lourenço. O Abade de Cassurrães foi quem descreveu com mais pormenor a sua igreja paroquial. Para além dos altares e capelas, a que já aludimos, refere que o templo não tinha naves e que na sua frontaria tinha duas torres laterais feitas pelo prelado. O adro do templo era delimitado por obra de cantaria, com uma escada de acesso para um terreiro grande em frente do “pórtico com seu arco e ladilho”10. Neste terreiro, que para além dos muros de cantaria era delimitado por grades, existia “uma tribuna donde serve para o canto das funcoins”11, que ainda hoje subsiste. Também fora do povo encontrava-se a Capela de N.ª Sr.ª de Cervães, já na altura considerada pelo Abade como “magistosa com

gradeza e ornato”12. No altar-mor deveria estar a Virgem, num dos colaterais estava St.º Amaro e noutro S. Caetano e N.ª Sr.ª da Graça. 10 11 12

I.A.N./T.T. – Dicionário Geográfico, vol. 9, m. 188, fl 1225. ver nota anterior. I.A.N./T.T. – Dicionário Geográfico, vol. 9, m. 188, fl 1227.

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As imagens de St.º Amaro e de S. Caetano ainda hoje existem, assim como a da padroeira. Tinha ermitão, apresentado pelo Abade da paróquia, que vivia numa casa com quintal que se encontrava no limite do largo terreiro desta capela. No meio deste terreiro, que era guarnecido por diversas árvores, encontrava-se uma fonte de bica corrente. Este terreiro era cortado por uma estrada com muito trânsito por dar acesso a diversas terras e à travessia do rio Mondego. No dia do nome de Maria celebrava-se a sua festividade, à qual a acorriam muitos devotos de várias partes com muitas ofertas. Hoje o terreiro é delimitado pela estrada, ficando a antiga casa do ermitão extra-muros, conservando-se o chafariz encostado ao actual muro. Neste terreiro existia, igualmente, outra capela com dois altares e que pertencia à Irmandade do Menino Jesus, que estava erecta na Igreja Paroquial. Nesta capela estavam as imagens que serviam na procissão dos Passos e por tal era chamada a capela do Calvário. Ainda hoje esta capela existe com a mesma finalidade. Os outros povos tinham cada um a sua capela pública: em Fundões dedicada a St.ª Eufémia, em Contenças de Cima ao Senhor Salvador do Mundo, em Contenças de Baixo a S. Pedro de Verona, em Casal Mondinho a S. Silvestre, na Aldeia da Igreja ao Mártir S. Sebastião, em Cassurrães a S. Simão. Neste último povo existiam ainda duas capelas particulares, uma dedicada a S. João Baptista e outra aos Santos Inocentes. À Capela de St.º Eufémia, em que também se festejava S. Bento, acorria muita gente ao longo de todo o ano. Todas ____________________________________________________________________________________________

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estas capelas ainda hoje se conservam, mais as capelas de Aldeia Nova e de Casal de Cima que na altura não existiam como também não existiam estes povos.

2.3.16. – Paróquia de São João da Fresta A Igreja paroquial, dedicada a S. João Baptista, estava um pouco afastada do lugar de S. João e tinha além do altar-mor dedicado ao orago, um colateral dedicado a S. Sebastião e outro colateral dedicado a N.ª Sr.ª do Rosário. A igreja tinha três naves e nela estava erecta uma Irmandade sob a protecção do orago. Hoje nos altares laterais encontram-se as imagens de N.ª Sr.ª de Fátima e do Sagrado Coração de Jesus. A imagem de S. Sebastião encontra-se numa peanha na sacristia e a de N.ª Sr.ª do Rosário num altar aberto na parede lateral direita. Nas outras aldeias da paróquia existia uma capela pública, cujos oragos eram S. Vicente em Pinheiro, St.ª Marinha na Fresta, St.º António em Avinhó e N.ª Sr.ª da Anunciação em Casais. A capela da Fresta tem hoje como orago St.º Amaro, que agora ocupa o lugar primaz no altar, estando a St.ª Marinha colocada sobre a mesa de altar antiga. A Capela de Avinhó, depois de ter estado devoluta vários anos, foi reconstruída e tem hoje como orago N.ª Sr.ª da Cabeça. ____________________________________________________________________________________________

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2.3.17. – Paróquia de Travanca de Tavares A igreja paroquial situava-se fora dos três povos existentes e o seu orago era a Transfiguração do Senhor. Tinha quatro altares, estando no altar-mor o Santíssimo Sacramento, nos colaterais a Virgem Maria e S. Sebastião, num altar lateral S. Domingos. Existia um adro grande, onde se encontravam muitas sepulturas com comendas e pedras esculpidas nas campas. Esta igreja a que se refere o pároco de 1758 já não existe. Segundo relatos populares era românica ou pelo menos de fundação românica. De facto, Travanca já surge na Crónica dos Godos, tendo sido conquistada por Fernando Magno, e nas Inquirições de 1258 surge a paróquia de S. Salvador de Travanca. Dos túmulos que existiam apenas resta um sarcófago, já sem tampa, que se conserva no adro da actual igreja. A antiga igreja situava-se no largo sobranceiro à actual, defronte do actual Centro Social. Na actual igreja encontramos ainda as imagens da Virgem Maria, num altar aberto na parede lateral, e as de S. Domingos e de S. Sebastião, talvez recentes, numas peanhas que ladeiam o altar-mor. No altar-mor conserva-se a que será a primitiva imagem do Senhor Salvador.

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2.3.18. – Paróquia da Várzea de Tavares A Igreja paroquial estava, como ainda hoje, no meio dos dois povos, tendo para além do altar-mor, onde está o orago, dois colaterais, um de N.ª Sr.ª do Rosário e outro de S. Sebastião. Em cada povo existia uma capela dedicada a St.º António, estando erecta na capela da Torre de Tavares uma Irmandade.

2.4. – Agricultura e Comércio Um dos quesitos perguntava directamente quais eram os frutos mais abundantes da freguesia. Alguns párocos referem, para além dos mais abundantes, outros que também se cultivavam.

Quadro 7 Culturas agrícolas referidas nas respostas dos párocos Paróquia

Principais culturas

Abrunhosa-a-Velha

trigo e milho

Alcafache

milho, centeio, vinho, azeite

Chãs de Tavares

Centeio

Cunha Alta

Milho, trigo, castanha

Cunha Baixa

trigo, milho, vinho, azeite

Espinho

Milho graúdo, centeio

Outras culturas

castanhas

trigo, cevada, vinho e azeite

Fornos de Maceira Dão

centeio, milho, cevada, trigo, azeite

feijões

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Freixiosa

centeio, milho, castanha, vinho

Lobelhe do Mato

centeio, milho, trigo, azeite, vinho, figos

Mangualde

centeio, milho, feijões, grãos de bico,

castanha, bolotas

vinho, trigo

verdeais, melancias, melões, abóboras, pepinos, cebolas, repolhos

Mesquitela

milho, centeio, trigo, vinho, azeite

Moimenta de Maceira Dão

centeio, milho, vinho, feijão, azeite

Póvoa de Cervães

centeio, milho

Quintela de Azurara

milho, centeio, vinho, castanhas

Santiago de Cassurrães

centeio, trigo, milho, azeite, vinho13

São João da Fresta

centeio, milho

Travanca de Tavares

milho, trigo

Várzea de Tavares

centeio, milho

cevada, trigo, castanha

castanha, vinho, azeite

A cultura que abundava em todas as freguesias era o Milho. A este cereal seguiam-se o Centeio e o Trigo e, logo de seguida, o Vinho e o Azeite. De notar ainda a referência à Castanha por sete párocos e à cevada e aos feijões por três párocos. Ainda hoje o milho continua a ser a cultura mais abundante no concelho, tendo-se quase erradicado a cultura dos outros cereais. Contudo, se outrora se cultivava milho não só para alimentação animal mas também para o fabrico de pão, a famosa broa, hoje em dia o milho é cultivado essencialmente para a alimentação animal e para venda.

13

O Abade indicou o milho como o mais abundante.

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18 16 14 12 10 8 6 4 2 0 Milho

Centeio

Trigo

Vinho

Azeite

Castanha Cevada

Feijão

Outras

Fig. 3: Principais culturas referidas nas respostas dos párocos

Relativamente à castanha já são poucos os soitos que perduram face ao plantio de pinheiros e mais recentemente de eucaliptos. O vinho continua a ser o grande produto da região, note-se que estamos no coração da Região Demarcada do Vinho do Dão14, ultrapassando hoje qualquer outra cultura. No que diz respeito ao azeite tem-se verificado nos últimos anos um decréscimo significativo no seu cultivo o que se tem traduzido no encerramento de lagares de azeite e no fim do associativismo no sector. A menção aos feijões, por três párocos, deve-se ao facto de ainda em meados da segunda metade do século XX estas leguminosas 14

A segunda Região Demarcada mais antiga logo a seguir à do Douro.

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serem a base da alimentação das gentes da região; já naquela altura o devia ser também. De notar, igualmente, que foram os párocos das vizinhas paróquias de Mangualde, de Moimenta de Maceira Dão e de Fornos de Maceira Dão, onde existem os solos mais propícios ao cultivos de feijões, que referiram esta cultura.

Quadro 8 Tipos de Gado referidos nas respostas dos párocos Paróquia

Gado

Abrunhosa-a-Velha

ovelhas e cabras

Alcafache

pouco gado de cabelo e menos de lã

Espinho

Ovelhas

Mesquitela

ovelhas e carneiros

Santiago de Cassurrães

gados indeterminados

Para além do actual concelho de Mangualde se situar na Região Demarcada do Dão, localiza-se, igualmente, na zona de produção certificada do Queijo da Serra da Estrela. Logo, seria de esperar que os párocos na resposta 11 referissem, pelo menos, o gado ovino; mas não, apenas cinco párocos referiram gado, principalmente o ovino. Tal facto poderá dever-se ao facto de na maioria das freguesias não se praticar a transumância nem se pastar o gado nas serras, mas sim nos lameiros e maninhos juntos das povoações.

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Quadro 9 Unidades transformadoras por força hidráulica referidas nas respostas dos párocos. Paróquia

Moinhos

Abrunhosa-a-Velha

Número indeterminado

Alcafache

4

Chãs de Tavares

Poucos

Cunha Baixa

Muitos

Espinho

Alguns

Fornos de Maceira Dão

17

Freixiosa

Alguns

Pisões

Lagares

alguns

1

Mesquitela

1

Póvoa de Cervães

muitos15

Quintela de Azurara

9

São João da Fresta

5

Travanca de Tavares

Alguns

1

1 muitos16 1

Como vimos acima, as três culturas mais abundantes eram cereais que necessariamente teriam que ser moídos para se transformarem em farinha e consequentemente em pão. Assim, encontramos em 12 das 18 freguesias referências a moinhos, o que não

significa

necessariamente

que

nas

outras

freguesias

não

existissem. Pois, por exemplo, na aldeia de Cubos, freguesia de Mangualde, existiam um número considerável de moinhos que

15

O Cura de Póvoa de Cervães refere que no rio Mondego existiam muitos moinhos e pisões. No entanto pelo discurso das respostas sobre os rios parece referir-se a uma área mais abrangente do rio Mondego, incluindo talvez o curso entre a ponte Juncais e a ponte Palhês. 16 ver nota anterior. ____________________________________________________________________________________________

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funcionavam por sistema de Cuba, que talvez tenham estado na origem do nome da povoação, e não são referidos pelo Vigário de então. Para além dos moinhos, existiam lagares de azeite e pisões, ambos movidos por força hidráulica. Os pisões serviam para pisar os tecidos de lã com rolos de madeira. Hoje em dia são cada vez menos os lagares de azeite devido às exigências legais e à inspecção apertada destas unidades. No que diz respeito aos pisões estes desapareceram completamente.

Quadro 10 Feiras Paróquia

Tipo

Periodicidade

Chãs de Tavares

Franca

semanal

5ª feira

Mangualde

Franca17

semanal

Domingo

mensal

15

Santiago de Cassurrães

Dia

Desde a Idade Média que as feiras foram pólos de trocas e contactos entre regiões e potenciadoras do seu desenvolvimento. Assim, vemos em ambas as sedes de concelho uma feira semanal em dias diferentes e uma outra mensal em Santiago de Cassurrães. Hoje apenas existem feiras mensais em Mangualde, na 2ª e 4ª Quinta-feira, e em Santiago de Cassurrães na 1ª Quinta-feira. Em

17

apenas no 1º Domingo de Agosto, durando três dias.

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O actual concelho pela pena dos párocos

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Mangualde realiza-se, anualmente, a denominada Feira dos Santos no 1º Domingo de Novembro e no Sábado imediatamente anterior.

2.5. – Correios e Vias de Comunicação

Quadro 11 Correio de que se servia cada freguesia Freguesia

Correio

Abrunhosa-a-Velha

Viseu-Guarda

Cunha Baixa

Viseu

Espinho

Viseu18

Freixiosa

Viseu

Lobelhe do Mato

Viseu

Mangualde

Viseu-Gouveia

Mesquitela

Viseu-Gouveia19

Moimenta

Viseu

Póvoa de Cervães

Viseu

Quintela de Azurara

Viseu-Guarda20

O actual concelho de Mangualde era atravessado por dois estafetas de correio: um ligava Viseu à Guarda e outro ligava Viseu a Gouveia. Conforme a proximidade, assim se serviam de um ou outro estafeta as várias localidades do concelho.

18 19 20

Chega a Viseu às 14h de 6ª feira e sai no Domingo de madrugada Aos Sábados parte de Gouveia para Viseu e no Domingo retorna de Viseu a Gouveia. Passa para Viseu no Sábado.

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O actual concelho pela pena dos párocos

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O Estafeta de correio para a Guarda transitava na Estrada Real que entrava no actual concelho na zona de Fagilde, passando por Canedo do Chão, Passos, Quintela de Azurara21, Corvaceira, Vila Cova de Tavares e passava a Ribeira da Canharda na zona de Alpaioques22. Desta estrada saía um ramal em Fagilde, que subia a Tabosa, daqui à Roda23, S. Cosmado, chegava a Mangualde e dirigia-se a Gouveia, por Mesquitela, Mourilhe e Contenças de Baixo. As vias de comunicação do concelho, já desde o tempo do domínio romano, sempre permitiram uma boa comunicação entre os vários povos e com os concelhos vizinhos. Várias são as menções a pontes e pontões sobre os vários cursos de água para facilitar a comunicação entre as sedes de freguesia e os seus povos, entre as freguesias e as sedes de concelho e entre os dois concelhos e os concelhos vizinhos.

Quadro 12 Pontes sobre os cursos de água Paróquia

Denominação/Localização

Material

Abrunhosa-a-Velha

de Cabra, no limite do distrito

Pedra

Alcafache

de Alcafache, nos Banhos

Pedra

Cunha Baixa

entre Cunha Baixa e Espinho

Pedra

21

Hoje este caminho é conhecido nesta freguesia como Caminho Largo. Nesta zona conservava-se uma calçada, já no concelho de Fornos de Algodres, sobre a qual assentou um dos viadutos da nova A25. 23 Entre a povoação da Roda e a actual E.N. 234, ainda se conversa um troço da primitiva estrada e um marco com a data de 1820, altura provável de obras de conservação na estrada (Tavares, 2007b). 22

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Espinho

Entre Espinho e Outeiro

Pedra

Diversos locais

madeira

Tabosa

pedra e madeira

Vila Garcia

pedra

Fagilde

pedra

Granja do Mosteiro

Pedra

Granja do Mosteiro

Pedra

Indeterminado

pedra

Indeterminado

madeira

Mesquitela

Mesquitela

pedra

Quintela de Azurara

Cadavaio, Quintela de Azurara

pedra

Fornos de Maceira Dão

Freixiosa

Freixo

pedra

Amieira

pedra

Pedraguedo

madeira

Canelas

pedra

dos Moinhos, na Barra

madeira capeada com pedra

São João da Fresta

Indeterminado

madeira

Travanca de Tavares

Indeterminado

madeira

2.6. – Varões ilustres e antiguidades Poucos são os varões ilustres indicados pelos diversos párocos, se compararmos com os referidos pelo autor da monografia do concelho de Mangualde, Dr. Valentim da Silva. Este autor indica sete varões (Gomes Eanes de Azurara, Gil Vicente, Caetano José de Abreu do Amaral, Baltasar do Amaral, Gaspar do Amaral, Teodoro do Amaral e Inácio de Figueiredo Cabral), dos quais apenas dois deles são referidos ____________________________________________________________________________________________

O actual concelho pela pena dos párocos

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por um dos párocos, Caetano José de Abreu Amaral e Inácio de Figueiredo Cabral. Segundo Valentim da Silva, o primeiro nasceu na freguesia de Mangualde, mas o pároco de Quintela indica-o como nascido naquela freguesia; relativamente ao segundo não existe divergência quanto à sua naturalidade. Ambos foram lentes, o primeiro no Colégio jesuíta de S. Patrício, em Lisboa, e o segundo na Universidade de Coimbra. Caetano José era à época membro da Academia Real da História. Para além destes são referidos mais dois varões, Sebastião de Abreu, corregedor da cidade da Guarda, que nasceu na Freixiosa; e João Cabral de Figueiredo, Sargento-mor de Tavares, que vivia em Vila Cova de Tavares, na freguesia da Várzea de Tavares. No que diz respeito às antiguidades nenhum pároco as indicou no quesito respectivo, mas três párocos indicaram-nas noutros quesitos. Foi o caso do pároco de Mangualde, que, na resposta sobre a serra do Castelo, indica que nesta serra existiam vestígios de Mouros como eram muros muito antigos arruinados feitos com pedra miúda unida com cal e areia de que ainda existiam sinais. O pároco de Travanca, ao responder sobre a sua igreja, refere que no seu adro se achavam “muitas sepulturas com comendas e pedras esculpidas nas

campas”. Por sua vez, o cura da Várzea de Tavares refere que a frontaria da igreja paroquial tinha umas armas dos Cardosos e no seu interior um mausoléu.

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2.7. – As Serras Se para os rios possuímos algumas informações pormenorizadas e um maior número de respostas aos interrogatórios, para as serras as respostas que dispomos são vagas e difusas. Assim, limitamo-nos a indicar o comprimento das serras e os animais que nelas se criavam.

2.7.1. – Serra da Poisada Segundo o cura de Abrunhosa-a-Velha tinha um quarto de légua de comprido indo da vila de Mangualde até à vila de Chãs de Tavares. Nesta serra pastava algum gado ovino e caprino e criavam-se coelhos. O Cura da Freixiosa refere-se a esta serra como sendo a Serra da Cunha Alta.

2.7.2. – Serra do Bom Sucesso Tinha um quarto de légua de comprido e pastavam nela pouco gado de cabelo e ainda menos de lã.

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2.7.3. – Serra dos Cabaços Tinha meia légua de comprido e o seu princípio junto de Tabosa e o seu fim perto de Pedreles.

2.7.4. – Serra do Castelo Tinha de comprimento dois tiros de mosquete e nela se criavam coelhos, perdizes e raposas.

2.7.5. – Serras de Lacioreira [?] e da Pedra Aguda As duas serras são referidas pelo abade de Santiago de Cassurrães, segundo o qual, se uniam a norte protegendo um vale, onde estavam as estradas que ligavam os diversos povos. Trata-se das serras da Regateira e da Pedra Aguda que ladeiam o antigo caminho que ligava Santiago de Cassurrães a Abrunhosa-aVelha.

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2.8. – Os rios24

2.8.1 – Rio Dão Apenas é referido com pormenor pelo pároco de Alcafache que refere nascer este rio junto a Carapito, e desaguar no Mondego na Foz Dão.

2.8.2. – Ribeira de Ludares O Pároco das Chãs refere esta ribeira sem lhe atribuir qualquer designação por não a ter, visto durar pouco mais que o Inverno. Mesma referência faz o pároco da Freixiosa. O pároco de Quintela é quem nos dá mais dados sobre esta ribeira, atribuindo-lhe o nome de Ludares e a sua origem junto aos passais das Chãs e a sua foz no rio Ludares, no sítio do Pisão, pouco antes da foz deste rio.

24

Neste capítulo e atendendo ao facto de ser uma análise feita hoje decidimos usar os nomes actuais que constam da Carta Militar de Portugal, 1:25000, editada pelo Instituto Geográfico do Exército. ____________________________________________________________________________________________

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2.8.3. – Ribeira de Almeidinha/Rio do Castelo É o rio para o qual temos mais informações, sendo referido pelos párocos da Cunha Baixa, Espinho e Mesquitela. O pároco da Cunha Baixa refere que nasce junto a Almeidinha, indo passar por Cubos, onde toma o nome, Cunha Baixa, Espinho, Outeiro e Senhorim. O Abade de Espinho refere, por sua vez, que este rio se chama S. Pedro e que nasce junto da sua igreja e fenece no Mondego, passando pela Cunha Baixa, Espinho, Senhorim e Póvoa de Luzianes. A informação do cura da Mesquitela não difere muito da informação do cura da Cunha Baixa. De facto este rio surge na Carta Militar de Portugal com o nome de Ribeira de Almeidinha na folha 190 e Ribeira do Castelo na folha 189. Como se vê a divergência de nomes não é só da actualidade remontando, pelo menos, a 1758. Ao contrário do que refere o Abade de Espinho ele não nasce junto à sua paroquial, mas junto a Almeidinha, freguesia de Mangualde; aliás ele próprio refere que o rio antes de passar em Espinho passa pela Cunha Baixa. O Abade deveria querer dizer que o rio passa junto da igreja paroquial, o que é verdade.

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2.8.4. – Rio Videira Apenas referido pelo pároco de Espinho, segundo o qual, nascia na Serra dos Cabaços e desaguava no rio Mondego, passando por Água Levada, Gandufe, que lhe dava o nome, e Senhorim. Este rio surge-nos hoje não com o nome de Gandufe, mas sim com o nome de Videira, iniciando-se, de facto, na Serra dos Cabaços e terminando o seu curso não no Mondego, mas no Rio Castelo.

2.8.5. – Rio dos Frades Rio apenas referido pelo Vigário de Fornos que o denomina por Rio Tabosa, nascendo junto deste povo e indo falecer ao rio Dão. Na verdade este rio chama-se Rio dos Frades, por passar no couto de Maceira Dão e as suas águas terem pertencido a estes religiosos. Nasce entre os povos do Canedo do Chão e St.º André, na freguesia de Mangualde, desaguando depois no referido rio Dão.

3.6.6. – Rio Ludares Referido pelo Abade de Quintela como sendo o rio das Antas, cujo nome se devia ao facto de nascer junto desta terra do concelho de ____________________________________________________________________________________________

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Penalva do Castelo. O Cura de S. João da Fresta já atribui a este rio o nome de Ribeirinha de S. João, e diz nascer junto do lugar de Furtado, concelho de Aguiar da Beira. O pároco de Travanca também refere este rio sem lhe atribuir nome algum. Os três párocos referem que desagua no rio Dão, referindo apenas o pároco de Quintela o lugar certo, o Pisão. O pároco de Travanca refere que ele desagua junto à N.ª Sr.ª da Ribeira, concelho de Penalva do Castelo; na verdade o rio que desagua neste local é o Côja.

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O actual concelho pela pena dos párocos

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Considerações Finais A importância deste fundo documental para o estudo da história regional e local revela-se pelos numerosos estudos que nele se sustentam. No entanto o potencial deste fundo não se esgota nos dados directos que nos dá, sendo urgente um estudo da “malha urbana” de cada povoação, com base na localização das diversas capelas e de outras informações indirectas fornecidas pelos párocos ao longo dos inquéritos. Para o estudo do património cultural este fundo constitui um manancial enorme para a percepção do património religioso já existente em 1758 e das transformações ocorridas até à actualidade. Constitui, também, embora que em menor grau, um repositório importante de informações sobre vestígios arqueológicos. Contudo, devemos ter em conta a fiabilidade da informação, pois se houve párocos que responderam com mais pormenor, houve outros que se limitaram à sede de freguesia, como o das Chãs de Tavares, ou a responder telegraficamente, como o de Travanca de Tavares. Em suma, trata-se de um fundo essencial para o estudo do Portugal de meados do século XVIII, fornecendo informações de carácter político, religioso, económico, social, patrimonial, histórico, geográfico, agrícola, etc... ____________________________________________________________________________________________

Considerações Finais

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Bibliografia ACAB – ASSOCIAÇÃO CULTURAL AZURARA DA BEIRA (2004) –

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Nota: Apesar dos esforços que efectuámos durante a leitura para conseguir transcrever as memórias na íntegra, tal não nos foi possível. Por um lado por alguns fólios se encontrarem deteriorados, por outro lado pela acidez da tinta ou por esta ter trespassado a folha. Usámos o simbolo [---] para indicar uma parte do texto não legível e o símbolo [?] para indicar uma palavra ou expressão cuja leitura nos suscita dúvidas.

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Prólogo T.T. – ID 321, f. I-VI. Índice geographico das cidades, villas & parochias de Portugal conteudas nos 43 volumes manuscriptos do Dicionário Geographico existente na Bibliotheca da Senhora das Necessidades. Lisboa 1832. [f. II] Prologo 1 O Dicionário Geographico do Reino de Portugal, que o erudito, e infatigável Pe. Luís Cardoso, da Congregaçam do Oratório de Lisboa, tinha composto sobre as memorias, que os Parochos do Reino enviarão, p/ Ordem superior, a Secretaria d’Estado, perdeu-se miseravelmente nas ruínas do terramoto de 1755, escapando, apenas, as Letras A B C do primeiro e segundo volumes, por estarem já impressos, e distribuídos p/ partes, aonde não chegou o estrago. 2 A simples leitura destes volumes, que restão, basta para convencer os verdadeiros Portugueses, quero dizer, os amantes da gloria, e da Pátria, de que a perda dos que faltão, foi grande e irreparável, e o seria muito mais, se o author, apesar de ser já avançado em annos, não concebera o projecto de refundir a sua obra, addicionando-a com a relação dos estragos, e catastrofe, que acaba de mudar a face de todo o reino.

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3 Com este fim pedio novamente, instou e conseguiu da Secretaria do grande e Respeitavel Sebastião Jozé de Carvalho ordem pera que todos os Parochos do Reino enviassem novas Descripções das suas Freguesias com aquelas escupolosas e circunstanciadas [---] que mais abaixo constarão da copia dos Interrogatorios que, impressos, lhes forã enviados com o Preceito de responderem, Preceito [f. IIv] que a maior parte dos Parochos cumprirão no mesmo anno de 1758, em que lhes foi intimado não quis porem aproveitar-se o Pe. Cardoso destas Participações. 4 Não quis, ou não pode, porque as enfermidades, ou a velhice ou o pressentimento da morte, ou tudo juncto fes, q/ o Pe. Cardoso olhasse como impossivel a execução do seo Projecto: e assim, q/ sua morte em 1769, ficarão em montes confusos, mas bem guardado, todas as descripções que lhe tinhão sido enviadas guardadas ate agora, em q/ um Pe. da mesma Congregação do Oratorio, e Casa das Necessidades, zeloso da utilidade, e instrução publicas as fes arranjar em forma de Dicionario = e mandou encadernar em 44 volumes de Folio, incluso este Indice = p/ na Bibliotheca da mesma Casa etare patentes a instrução, utilidade, a curiosidade Portuguezas. 5 De todos os 43 volumes, todos com o = Titulo = Dicionario Geografico de Portugal se extraio o prezente Indice Geografico para facilitar a invenção de qualquer cidade, villa, concelho ou aldea parochial = devendo advertirse, que, havendo sido, apesar de bem guardadas = havendo sido desvairadas mais de 500 descripções, foi necessario, para completar a ora, supprir com a Leitura, estas [f. III] faltas: Suplemento, que, certamente, não hade satisfazr a muitos Leitores; mas na sua mão esta imendarem, e ____________________________________________________________________________________________

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corrigirem, escrevendo, quantas faltas e excessos se acharam, mesmo nos Suplementos, ou volumes 42, 43. 6 De resto, damos a copia dos = Interrogatorios = conforme aos que se achão feitas as Respostas, e são do theor seguinte. O que se procura saber dessa terra é o seguinte: venha tudo escrito em letra legível, e sem breves 1. Em que província fica? A que bispado, comarca, termo, e freguesia pertence? 2. Se é d’el rei, ou de donatário, e quem o he ao presente? 3. Quantos vizinhos tem, o numero das pessoas? 4. Se está situada em campina, vale, ou monte; e que povoações se descobrem d’ela, e quanto dista? 5. Se tem termo seu: que lugares, ou aldeias comprehende: como se chamão: e quantos vizinhos tem? 6. Se a paróquia está fora do lugar, ou d’entro d’ele? E quantos lugares, ou aldeias tem a freguesia; e todas pelos seus nomes? [f. IIIv] 7. Qual é o seu = orago = quantos altares tem, e de que sanctos: quantas naves tem: se tem irmandades: quantas, e de que santos? 8. Se o pároco é cura, vigário, ou reitor, ou prior, ou abade, e de que apresentação he, e que renda tem? 9. Se tem beneficiados: que renda tem: e quem as apresenta? 10. Se tem conventos, e de que religiosos, ou religiosas; e quais são os seus padroeiros? ____________________________________________________________________________________________

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11. Se tem hospital: quem administra; e que renda tem? 12. Se tem casa da misericórdia; e qual foi a sua origem, e que renda tem? E o que houver de notável em qualquer destas coisas? 13. Se tem algumas ermidas, e de que sanctos; e se estão dentro ou fora do lugar, e a quem pertencem? 14. Se acodem a elas romagem sempre, ou em alguns dias do ano, e quais são estes? 15. Quais são os fructos da terra, que os moradores recolhem em maior abundância? [f. IV] 16. Se tem juiz ordinário da câmara; ou se está sujeita ao governo das justiças de outra terra, e qual é esta? 17. Se he couto, cabeça de concelho, honra ou behetria? 18. Se ha memoria de que florescessem ou dela sahissem alguns homens insignes por virtude, letras ou armas? 19. Se tem feira, e em que dias, e quantos dura, e se é franca ou captiva? 20. Se tem correio, e em que dias da semana chega, e parte, e se o não tem de que correio se serve, e quanto dista a terra aonde ele chega? 21. Quanto dista da cidade capital do bispado; e quanto de Lisboa capital do reino? 22. Se tem alguns privilegios, antiguidades; ou outras coisas dignas de memoria? 23. Se ha na terra, ou perto d’ela alguma fonte, ou lagoa celebre; e se as suas aguas tem alguma especial virtude? 24. Se for porto de mar, descreva-se o sítio, que tem por arte, ou por natureza; as embarcações, que o frequentam, e que pode admitir? [f. IVv] ____________________________________________________________________________________________

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25. Se a terra for murada, diga-se a qualidade de seus muros se for praça de armas descreva-se a fortificação; se ha n’ela ou no seu districto algum castelo, ou torre antiga, e em que estado se acha ao presente? 26. Se padeceu ruína no terramoto 1755, e em que: e se esta ja reparada? 27. E tudo mais, que houver digno de memoria, de que não faça menção o presente Interrogatório. 2 – O que se procura saber d’essa serra é o seguinte: 1. Como se chama? 2. Quantas leguas tem de comprimento, e quantas de largura; aonde principia, e acaba? 3. Os nomes dos principais braços d’ela? 4. Que rios nascem d’entro do seu sítio; e algumas propriedades mais notáveis d’eles: as partes para onde correm; e onde fenecem? 5. Que vilas e lugares estão assim na serra, como ao longo d’ela? 6. Se ha no seu districto algumas fontes ou propriedades raras? [f. V] 7. Se ha na serra minas de metaes, ou canteiras de pedras ou de outros materiais de estimação? 8. De que plantas, ou hervas medicinais he a serra povoada e se cultiva em algumas partes; e de que genero de fructos he mais abundante? 9. Se ha na serra alguns mosteiros, igrejas de romajem, ou imagens milagrosas? 10. A qualidade de seu temperamento? 11. Se ha n’elas creações de gados, ou de outros animais, ou caça? 12. Se tem alguma lagoa, ou fojos notaveis? 13. E tudo o mais, que houver digno de memoria. ____________________________________________________________________________________________

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3 – O que se procura saber do rio dessa terra é o seguinte. 1. Como se chama assim o Rio, como o sítio onde nasce? 2. Se nasce logo caudaloso, e se corre todo o ano? 3. Que outros rios entrão nele, e em que Sítio? 4. Se he navegavel, e de que embarcações he capás? 5. Se he de curso arrebatado, ou quieto em toda a sua distancia, ou em alguma parte d’ela? [f. Vv] 6. Se corre de norte a sul; se de poente a nascente: se de sul ao norte, ou se nascente a poente? 7. Se cria peixes; e de que especie são os que trás em maior abundância? 8. Se ha nele pescarias; e em que tempo do ano? 9. Se as pescarias são livres, ou algum senhor particular em todo o rio, ou em alguma parte dele? 10. Se se cultivão as suas margens; e se tem muito arvoredo de fructo, ou silvestre? 11. Se tem alguma virtude particular as suas aguas? 12. Se conserva sempre o mesmo nome, ou o começa a ter diferente em algumas partes; e como se chamão estas; ou se ha memoria, de que, em outro tempo, tivesse outro nome? 13. Se morre no mar, ou em outro rio, e como se chama este, e o sítio em que entra nele? 14. Se tem alguma cachoeira, represa, levada, ou açudes, que lhe embarassem o ser navegável? [f. VI] 15. Se tem pontes de cantaria, ou de pau; quantas e em que sítio? ____________________________________________________________________________________________

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16. Se tem moinhos, lagares de azeite, pizões, noras, ou outro algum engenho? 17. Se em algum tempo, ou no presente se tirou, ou tira ouro das suas areas? 18. Se os povos usam livremente as suas aguas para a cultura dos campos, ou com alguma pensão? 19. Quantas leguas tem o rio; e as povoações por onde passa desde o seu nascimento ate onde acaba? 20. E qualquer outra coisa notável, que não vá neste interrogatório.

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Abrunhosa-A-Velha T.T. - Dicionário Geográfico, vol. 1, m. 22, fls. 195 - 203. 1.ª Fica esta terra da Abunhosa na Provincia da Beyra; pertence ao Bispado de Vizeo: Comarca do mesmo Bispado; e Curato que apresenta o R. Abade das Chans Simam Gomes de Faria. 2.ª Este curato que pertence e he da apresentaçam do R. Abbade das Chans he da Real Coroa ao presente e sempre foi. 3.ª Tem esta freguesia que conta de dois povos Abrunhosa que he Igreja Matriz e Villa Mendo a ella ligada. Tem cento e setenta e cinco fogos, pessoas quinhentas e setenta. 4.ª Esta situada no fundo de huma pequena Serra ou Monte, e della senam descobre mais que a Villa de Gouvea distante duas legoas. 5.ª Pertence a villa das Chans, termo seo [f. 196] que costa dos lugares declarados: a villa das Chans, Travanca, S. João da Fresta, Villa Cova da Várzea, Abrunhosa, o que melhor delararam os seos Reverendos Parochos aquantas pessoas tem. 6.ª A Igreja está dentro do lugar e só lhe pertence o lugar de Villa Mendo já declarada asima. 7.ª Orago da freguesia he Santa Cecilia tem a Igreja sinco altares, a saber, <o do Sacramento>, hum de N. Snr.ª do Rosario, de S. Sebastiam outro. Outro de S. Joam e hum do Espirito Santo. E huma irmandade de Nossa Senhora dos Verdes.

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8.ª O Parocho he Cura da apresentaçam do Reverendo Abade das Chans. Renda certa, sam seis mil reis sem pãns que dá o Reverendo Abbade [--]25, trinta alqueires [f. 197] de pam de ementa perpetuas, e tudo o mais he contingente, porque he Curato. 9.ª Do nono interrogatório nam ha que dizer. Nem ao decimo, undecimo e duodecimo interrogatorios: porq. nam tem Beneficiados: Nem conventos: nem Misericórdias. 13.ª Tem esta freguesia huma Ermida de Nossa Senhora dos Verdes fora do lugar e pertence a apresentaçam do seo ermitam ao reverendo Abbade de Santa Maria das Chans. 14.ª A esta ermida vêm da Villa das Chãns e os mais povos do seo concelho em dia de Santa Cruz a três de Mayo. Como o concelho de Penalva em huma das oitavas do Espírito Santo, e nas mesmas outavas vem o concelho de Azurara. E em todo mês de Mayo, vêm várias devoçõis e freguesias junto do Bispado de Viseo, como do Bispado de Coimbra. [f. 198] 15.ª Os fructos desta terra em maior abundancia he pam e algum milho. 16.ª Nam tem Juiz Ordinario esta sujeita ao Juiz de Fora que he dos Concelhos de Azurara e Tavares. 17.ª Nam he couto cabeça de concelho, honra ou Behetria. 18.ª Nam ha memória que desta terra sahissem homens insignes. 19.ª Nam tem feiras. 20.ª Nam tem correio e serve-se do de Viseo, que dista quatro legoas.

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fólio delacerado

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21.ª Desta terra a Viseo cidade capital de Bispado sam quatro legoas E de Viseo a cidade capital do reyno sam setenta legoas. 22.ª Nam tem privilegios e menos antiguidades. 23.ª Nam tem fonte nem lagoa de que se faça especial mençam. [f. 199] 24.ª Nam he porto de mar. 25.ª Esta terra nam he murada nem praça de Armas, nam tem castelos, nem Torres de presente. 26.ª Nam padeceo ruina no terramoto de mil setecentos e sincoenta e sinco. 27.ª Nam ha mais de que se de conta ao que pertencente deste Interrogatório. No que respeita a esta Serra. 1.ª Chama-se a Serra ou Monte da Pouzada. 2.ª Terá meya legoa de comprida hũ quarto de largo, principia na villa das Chans e acaba na villa ou perto da Villa de Mangoalde. 3.ª Nam tem braços de que se faça especial mençam. 4.ª No seo sitio, nam nascem rios, nem tem propriedades notaveis por ser de cultivaçam aspera. 5.ª Nam tem lugares; mas fica Freyxiosa de huma parte e a Abrunhosa da outra. 6.ª Nam tem fontes e raras propriedades. 7.ª Nam ha noticia que na dita serra haja minerais de especial mençam. [f. 200] ____________________________________________________________________________________________

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8.ª A dita serra por ser de aspera cultivaçam nam tem plantas de que se de conta, e se tem ervas medecinais, se nam conhecem, os frutos que da he pam, e poco. 9.ª Nam ha na Serra mosteyros, nem ermidas mays que no principio Senhora do Pranto poco visitada de fieis. 10.ª Seo temperamento he frio. 11.ª Na dita serra pastam alguns gados como he ovelhas, cabras, e nela se criam por eles coelhos. 12.ª Nam tem lagoas, e menos fojos notaveis. 13.ª E nam tem mais digno de memoria. No que respeita ao Rio desta terra he o seguinte: 1.ª Chama-se este Rio o Mondego e nasce a volta da Serra da Estrela em huma lagoa. 2.ª Nam nasce caudaloso, e corre todo o anno. 3.ª Entra neste rio o Rio Alva, que nasce da mesma lagoa com o Zezere, o Zezere entra no Tejo. [f. 201] O Alva no Mondego em que partes milhor o diram seos habitadores. 4ª Só sey ser navegavel da fos do Alva athe a Figueyra aonde entram e amdam barcos. 5.ª He de curso quietto e sossegado. 6.ª Corre de nascente a poente. 7.ª He abundante de bogas e barbos. 8.ª/9.ª Há nelle pescarias, e as mais he no tempo de veram, e neste districto sam livres. ____________________________________________________________________________________________

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10.ª Em algumas partes se cultivam as suas margens e neste sítio nam ha arvores de fructo. 11.ª As suas agoas sam excelentes para quem he doente do figado e outros achaques que pertence aos medicos a sua aplicaçam. 12.ª Sempre conservou o mesmo nome e nam sei que o perca se nam na Figueyra a onde entra. 13.ª Entra na Figueyra e milhor falará nesta matheria o seo Ministro. [f. 202] 14.ª Neste districto tem açudes e levadas e nam he navegavel. 15.ª Neste districto tem huma ponte de pedra he chamada ponte de Cabra por onde se passa do Byspado de Viseo para o de Coimbra. 16.ª Tem moinhos, em huma Ribeira que principia no distrito da mesma serra e sequa de veram ha tambem moinhos e lagares [---] e entra no Mondego no mesmo distrito. 17.ª Nam me consta se tirasse ouros das suas areas. 18.ª Nesta terra se nam uza das suas agoas pelo sitio ser fragoso. 19.ª Nam posso dizer quantas legoas sam donde principia the onde acaba ao que me parece serem quarenta legoas. 20.ª Nam ha outra cousa notavel ou digna de especial memçam [f. 203] Abrunhosa 14 de Mayo de 1758. De V.ª Ex.ª Am.ª Menor Subdito Pe. Cura Antonio Garcia Bandeira

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Alcafache T.T. - Dicionário Geográfico, vol. 1, m. 73, fls. 525 - 529. Relação do que há nesta freguezia dada pelos Interrogatórios que emanaraõ da Secretaria de Estado e mandado distribuir pelo Ex. mo e Rev.º Sr. Bispo Vizeu, pellos Parochos do seo Bisp.do Este nome, Alcafache, comprehende toda a freguezia que se compõe de sinco luguares, sem nenhum se chamar Alcafache, só o cítio que mais rigularm.te a sim se chama he donde está a Paróchia. He freguezia sobre sim, da Província da Beyra, Bispado e comarqua de Vizeu, termo de Azurara da Beyra, tem por cabeça de concelho a villa de Mangualde de Azurara, que hé julgatura de vara branca, e dista da dita villa huâ légoa. Hé livre, sem donatário. Compõem-se de sinco luguares, a saber= Tivaldinho, Mosteyrinho, Cazal Sandinho, Cazal Mendo, Aldeya do Carvalho. Toda a freguesia tem cento e noventa e hum fogos, quinhentos e dezoyto pessoas de sacram.to e sesenta e outo menores. Esta cituada em huã baixa, e so se vê Lourosa e Fraguzella, que distão meya legoa. A parróchia está no meyo da freguezia, mas fora do povoado, e tem contíguo humas casas de rezidência. O seo orago he S. Vicente Mártir, imagem que está no altar-mor, tem mais dois colaterais, o da parte direyta com a imagem de N. Snr.ª do Rozário, o ____________________________________________________________________________________________

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da parte esquerda tem três imagens, [f. 526] a principal hé a do Menino Jesus, e a outra hé S. Sebastião e Santo Ignácio. Junto à pia de baptismar está huma cappella p.ar, que tem hum altar com a imagem de S. Amaro, a que sam obriguados os herdeyros de António Álveres Cardozo, da cidade de Lisboa. Não tem naves, nem Irmandade, nem beneficiados. Hé abbadia, que agora se acha vaga, por dúvidas que há sobre se pretence a aprezentação ao Padroado Real se à Mitra. Tem emcomendado, que Ds. conserve por muntos annos, por ser eu infra escriptto. Tem de rendimento trezentos mil réis ao todo. Em cada hum dos ditos povos há huma cappella a que são obrigados, a saber: em Tivaldinho a de S. Lourenço, q tem hum altar com a imagem do dito Santo, para cujo ornato e festa concorrem os do povo. Tem outra cappella particullar, que hé do cónigo Manoel Cardoso de Faria da cidade de Vizeu, tem hum altar com immagem de N. S.ª com o títullo dos Remédios; tem huma quinta pegada ao povo, chamada de Santa Eufémia, que hé de Pedro José Carneyro de Vizeu, e tem cappella pegada às cazas e hum altar com a immagem da mesma Santa. O luguar de Mosteirinho tem huma cappella a que hé obrigado o povo e tem hum altar com immagem de São Miguel. O luguar de Cazal Sandinho tem huma cappella a que hé obrigado o povo, tem hum altar com huã immagem de N. S.ª com títullo das Boas Novas que o orago [f. 527], e tem outra immagem de N. Senhora da Piadade. O luguar de Casal Mendo tem huma cappella a que he obrigado o povo, com hum Altar e immagem de S. Frutuoso, em quem têm os moradores da dita freguezia grande devoção, pois não consta que na dita freguezia e seo lemite fizessem mal as trovoadas. O luguar de Aldeya ____________________________________________________________________________________________

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do Carvalho tem huma cappella, a que hé obrigado o povo, tem hum altar com huma imagem de hum Santo Christo e outra de Nossa Senhora das Dores, e se intitulla a cappella de Santa Crus, cuja festa se celebra em três de Mayo; no lemite deste povo chamado a Santa Maria, está outra cappella com três altares, no da cappella-mor está a imagem de Nossa Senhora dos Prazeres, padroeyra de huma Irmandade que se acha erecta na dita cappella, que tem duzentos e sincoenta irmãons, que com os rendim.tos a tem decente e se lhe celebra a festa na dominica in albis, nos altares colaterais está huma immagem de S. Vicente, e em outro huma de N. Snr.ª, chamada a Snr.ª Velha, por ser a primeyra que havia no dito templo. Os fructos mais comuns desta freguezia são centeyo, millo, vinho, azeite, tudo qt.º baste para sustento da terra dos mais fructos pouco. Naõ padeceo ruina alguã com o terramoto do anno de 1755. Do mais, que comtem nos capitullos do primeiro interrogatorio, naõ tenho que responder, nam do segundo por não saber nada. [f. 528] Quanto ao terceiro digo que entre esta freguezia da de louroza pela parte do Norte Hum Rio chamado Dão corre do nascente para o poente, tem o seo nascimento junto a Carapito, que he neste Bispado, e dista desta fregezia seis legoas, e vai metersse no MOndego no sitio chamado a Foz Dão que dista desta freguezia outras seis legoas, nasce piquena corrente mas quando aqui chega já corre caudaloso principalmente de inverno, que de veraõ vai quazi seco. No decurso de hua legoa que o comprimento desta freguezia naõ recebe em [?] de rio algum. He innavegavel pelas m.tas penhas de que he ladrilhado e guarnecido. ____________________________________________________________________________________________

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Tem neste lemite huã ponte de cantaria chamada a de Alcafache com tres olhaes, pela parte de bayxo della, e já no lemite da freguezia de Louroza, há humas caldas que nascem de huns penhascos ou rochedos, que estaõ na margem do Rio, e outras grandes nascentes nascem no meyo do Rio, huns e outros estaõ cobertos de inverno, mas de veraõ saõ frequentados de muitos enfermos e gente achacada, e tem feyto e feytos milagrosos, e se intitulaõ caldas de Alcafache. He este rio abundante de peyxes, barbos, bogas, e alguãs inguias. He o seo pescado livre excepto alguas levadas que tem p.ª moinhos que neste seo sitio saõ quatro e estas só os pescaõ os donos dellas ou outras de sua licença. [f. 529] As suas margens são cultivadas em partes, daõ centeyo, milho, castanhas, em outras partes naõ há senaõ pedras e mato sem fruto. Dos mais naõ tenho que responder. E por tudo passar na verdade, fis esta que asigney. Alcafache, 20 de Mayo de 1758 O Encomendado José de Albuq.e Lobo

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Chãs de Tavares T.T. – Dicionário Geográfico, vol. 10, m. 292, fl. 2011-2018. Ex.mo Rm Senhor – Mandame V.ª Ex.ª Informar sobre o Contiudo Nesta terra e villa das Chans, e seu limite a respeyto do que contem os Interrogatorios contheudos no bilhete que he servido remeterme o que posso Informar he o seguinte Esta villa das chans fica na provimçia da Beyra Bispado, e Comarca de Viseu, e he do padroado rial. Consta esta freguesia de sete povos que vem a Ser esta villa das Chans, Guimaraes, Outeyro, Matados, Tragos, Corvaceyra, e Villa Sequa que todos consta de duzentos e cincoenta e dois fogos, [f. 2012] pessoas de comunham duzentas e nove e de comfissam somente noventa e tres. Está situada esta villa na costa de huma serra, que terá de distancia hum quarto de Legoa della se descobre a Serra da Estrella e villa de gouveya. A parochia esta dentro della e seu orago he Nossa Senhora da Assumpçam, tem o Altar Mor dous colatrais, hum de Sam Sebastiam, e outro de Nossa Senhora do Rosario, tem Coatro naves, tem huma Irmandade, de Sam Sebastiam. [f. 2013] O parocho desta Igreja he Abbade apresentado pella Coroa. Renderá huns annos por outros novecentos mil reis the hum conto de reis destes tem a terça a Mitra e das duas partes restantes tem a Basilica patriarcal a quarta parte e do que fiqua o Abbade, paga cada hum anno para a casa da mesma Baziliqua Patriarchal centeyo e trinta mil reis a cinco Curas que ____________________________________________________________________________________________

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apresenta, des mil de Seminario, mil e cincoena reis de cera p.ª See Cathedral e dous mil e dusentos reis de coletas e cinco reis de composiçam da quarta parte dos passais em que se compoem sobre a quarta parte do pee de Altar da matris. [f. 2014] No cimo desta Serra há uma Ermida de Rumagem com a invocaçam de Nossa Senhora do Bom Çusesso, que frequentam muitas pessoas por todo o anno mas mais frequentemente nos dous dias da festividade da mesma Senhora que sam vinte e cinco de março e outo de Setembro. O maior fruto q há nesta terra he centeyo. Tem Juis de Fora que he o mesmo que serve em Azurara da Beyra que he provido no dito Lugar e juntamente no deste Concelho de Tavares de que esta villa he cabeça e tem Camara etc. Há nesta villa huma Feyra Franca que se faz em todas quintas feyras de todos os meses dura com [---]26 as primeyras de cada mes. [f. 2015] Dura com muito pouca frequentaçam averá des annos. Dista esta villa da çidade de Viseu coatro Legoas, e de Lisboa cincoenta tres. Nam padeceo esta terra ruina alguma no terremoto, e não tem mais cousa alguma das contheudas nos Interrogatórios. Pello que pertene a Serra chamada do Bom Cuseço que tem de comprimento hu quarto de Legoa como dito fica. Della não nasçe Rio algum.

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folio dilacerado

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Estam ao redol della os lugares seguintes esta villa das chans, villa cova, fresta, Sam Joam [f. 2016] e Casais, Villa Sequa, e Travanqua nam se cultiva a mayor parte della. Pastam nesta Serra, pouco gado de cabello, e menos de lam e não tem mais alguma circunstançia das Contheudas nos Interrogatorios. Nem tambem Rio algum e só huma Ribeyra que não tem nome porque nam dura mais que no inverno e neste tempo nella moem poucos moinhos que tem e não ha mais cousa alguma notavel sobre esta terra e Serra, das Contheudas nos Interrogatórios do bilhete. [f. 2017] He o que posso Informar a Vossa Excelencia que mandará o que for servido. Chans de Mayo de 1758 a. De Vossa Excelencia Subdito Reverente o Abb.e Simão Gomes de Faria.

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Cunha Alta T.T. - Dicionário Geográfico, vol. 12, m. 479, fls. 3341 - 3344. Respostas aos Interrogatórios que se pedem de Sua Magestade Fedelissima. Desta freguesia de Sam Pedro do lugar de Cunha Alta. Int.º 1º Hé Província da Beyra, Bispado de Vizeu e comarqua da cidade de Vizeu, termo da villa de Mangualde; a freguezia pertence à igreja Matris de Sam Thiago de Caçurrãens. Int.º 2.º Nam ha quem responda neste. Int.º 3º E quantos vizinhos, digo sam fogos quarenta e nove, maiores cento e trinta e coatro, menores dezoito. Int.º 4º Resposta; está situada em aba de serra não monte descobreçe em alto monte a Senhora do bom suseço, e a Senhora da Piedade e Santa Barbara, o que dista de huma parte a outra legoa e meya. Int.º 5º Neste naõ tenho que diser. Int. 6º A paróchia da igreja está asima do mesmo lugar e dentro nele, muito asiada por mandado e de precaçam aos freguezes pelo Reverendo Doutor Abbade de Sam Thiago de Caçurrãens, Agostinho Luís de Carvalho Freire e Vasconcellos, Protonotário Appostólico de Sua Santidade. Nam tem lugares fora, nem [f. 3342] aldeyas. Int.º 7º O orago desta igreja hé o do Senhor Sam Pedro, tem mais dous altares, hum da Senhora do Rozário, outro do Senhor Santo António. Não tem naves. Muito bem asiada. ____________________________________________________________________________________________

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Int.º 8º O Párocho dela hé Cura, hé aprezentado pelo Reverendo Doutor Abbade de Sam Thiago de Caçurrãens. Aos interrogatorios = 9 – 10 11 12 nam há que responder. Int.º 13º Tem huma capela de Nossa Senhora da Saúde, tem no mesmo altar, à parte do Evangelho Santa Eufémea, à parte da Epístola Santa Rita. Dista da igreja três tiros, pertence a admenistraçam dela e a prezentação ao Reverendo Doutor Abbade de Sam Thiago de Caçurrães. Int.º 14º Hé esta romagem da Senhora da Saúde muyto ferquentada de gentes, implurando com lágrimas à Senhora sempre saúde. Int.º 15º Tem esta terra lugar de Cunha Alta muito abundante de frutos milhos pam, castanha e todos se consolaõ com os mays frutos que Nosso Senhor lhe dá. [f. 3343] Int.º 16º Tem hum juiz de fora, outro jurado, o governo destas justiças pertençem e o Doutor Juiz de Fora a vila de Mangualde. Int.º 17 e 18 naõ ha Mimoria de seus homens insignes so sim no seo tempo Viola Rabeca e Resqiscan in passeo [?]. Int.º 19 Naõ ha feira nesta terra em a freguesia de Sam Thiago de Caçurraens se fas huma feira a os quinze de cada mes muito aceyta das gentes para comprar e vender mays em dias de fazer. Int.º 20 Nam ha que dizer. Int.º 21 Resposta; a Cidade Capital do Bispado sam tres legoas, e sam pouco mais menos cincoenta legoas a Nobre Cidade de Lisboa Capital do Reyno. Int.º 22 Nam tenho que responder a este. Int.º 23 Respondo, nam há nesta terra lagoas só sim tres fontes feitas de alvanaria, correndo sempre as suas agoas frescas em o veraõ e muito ____________________________________________________________________________________________

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gelaõ no inverno pela muita neve que lhe aconteçe cahir quando Nosso Senhor permite que venha. Int.º 24, 25 Nam há dizer nestes. Int.º 26 No anno de mil e sete centos, cincoenta e cinco em dia de todos os santos não quis o grave aviso de Deos do terramoto, em cujo dia, se selebra com grande aplauso e devoçam a Senhora da Saude naõ houve nestes circuitos perigo algum. Int.º 27 vai dito na verdade. O que se pergunta segundo, desta serra he a Serra de Estrella, chamada, em cume muito alto muito abundante de neves Rios que della nasçem de á lagoa, Mundego, Zezire e Ribeira [f. 3344] dalba. Aos interrogatorios 23, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11 12, 13, Nam tenho que responder pela pequenez do lugar. Dicant paduanni. Resposta, á terceira pergunta; nada se acha desses mimos nesta terra, so sim salutifora, para a saude de todos, lavada dos ventos, por que correm do Norte a Sul, Poente e Nascente. Aos interrogatorios 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16. 17. 18. 19. 20. Neste e em todos os mais nam tenho que avisar o que na verdade o digo; Cunha Alta, 22 de Maio de 1758. De V. Mcê humilde súbdito, o P.e Cura, Gregório de Figdo.

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Cunha Baixa T.T. - Dicionário Geográficol, vol. 12, m. 48, fls. 3345 - 3350. Este luguar da Cunha Baixa fica na Província da Beyra Alta, hé do aro do Bispado de Vizeu, comarqua da mesma cidade de Vizeu, termo de Azurara da Beyra, hé freguezia sobre sim. Este luguar hé de El Rey Nosso Senhor, rezam porque em seu termo há juiz de fora, posto pello mesmo Senhor. Toda sua freguezia tem cento e outenta e sete foguos, tem quatro centas e outenta e quatro pessoas mayores e sesenta menores. Fica situada em hum vale as povoaçoins que mais facilm. te delle se descobrem he a villa de Mangualde cabeça de seu termo que distará meya legua descobresse taõbem o luguar de Cubos e o luguar de Espinho que cada hum destes distara hum quarto de leguoa. E nam tem termo seu porque como já se disse he este povo hum dos luguares subjeitos ao termo de Azurara da Beyra. A parróquia e igreyja deste luguar da Cunha Bayxa se acha situada dentro delle, sua freguezia se compõe de todo este povo e de outro luguar chamado Abrunhoza do Mato, que dista hum quarto de légua para aparte do sul. [f. 3346] O orago desta igreja e parróquia hé de Sam Thomé, e tem a mesma igreja três altares, que vêm a ser o altar-mor e dois colaterais, hum destes de Nossa Senhora do Rozário e Menino Jezus, e o outro de Sam Joam, e tem

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a mesma igreja huma Irmandade erigida sob a invocaçam do Menino Jezus. O Párroco desta igreja hé Cura aprezentado por alternativa, hum anno pello Abbade de Sam Pedro de Espinho, e outro pello Viguário de Sam Joliam, e este Curato ordinariam.te poderá render sesenta mil réis em cada hum anno. Nam tem beneficiados, conventos, Hospital nem Caza de Mizericórdia. Tem este luguar da Cunha Bayxa quatro irmidas ou cappellas, três dentro do povo, que vêm a ser: huma de Sam Miguel, que hé particular, outra de Sam Romam, também particular, e outra de Sam Sebastiam, que hé do povo. E a outra fica fora do povo com a vocaçam do Santo Christo, também particular, e a esta concorrem em toda a parte do anno alguns fiéis de Deos pellos milagres que obra esta Santa imagem de Nosso Senhor Jezus Christo Crucificado. Em o luguar de Abrunhoza-do-Mato, que hé da mesma freguezia, há também duas cappellas, huma [f. 3347] dentro do povo de Sam Cipriano, que hé do mesmo povo, outra fora do povo, que também o mesmo povo admenistra com a vocaçam do Senhor do Calvário, honde se acha a Santa imagem de Nosso Senhor Jezus Christo Crucificado na Sua Crus, pellos milagres que obra a

ella concorrem mutos

dos fiéis de

Deos,

principalmente dia de Santa Crus, em que se lhe costuma fazer festa. Os frutos que os moradores deste lugar da Cunha Bayxa e do da Abrunhosa do Matto sua freguezia costumam recolher em mayor abundancia he pam, milho, vinho, azeite.

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Em este luguar da Cunha Bayxa e no de Abrunhosa do Mato nam ha juis ordinario nem Camera por que ambos estam subjeitos as justiças do termo de Azurara da Beyra por serem do mesmo termo. Nam tem dentro em si couto nem feyra nem tambem há memoria que desta freguezia tenham sahido homens insignes que tivessem os perdicados do interroguatorio. O Correyo mais freguente de que costumaõ uzar os moradores desta freguezia nos seus negocios e correspondencias he o da cidade de Vizeu que costuma cheguar á sexta feyra he partir aos domingos de cada semana e dista a cidade de Vizeu desta freguezia trez legoas. [f. 3348] A cidade capital de Bispado desta freguezia he a de Vizeu e dista della trez legoas e da de Lisboa cincoenta leguoas pouco mais ou menos. E no que pertençe a primeira parte deste interrogatorio naõ há mais que dizer só sim que o luguar de Cunha Bayxa e sua freguezia nam padeceu ruina alguma por cauza do terriemoto de mil sete centos e cincoenta e cinco. Como tambem nam ha que dizer á segunda parte destte interrogatorio por este luguar da Cunha Bayxa e sua freguezia nam ter serra alguma nem estas vizinhas a ella. Em os limites de Almeydinha que dista do luguar da Cunha Bayxa meya legoa inclinado para aparte do nascente principia hum rio com poucas agoas e daqui corre e passa pellos limites do Luguar de Cuboz e Cunha Bayxa aqui vulgarm.te nestes sitios chamam o Rio de Cubos neste sitio tem hum pontam de pedra nem he rio navegavel e no estio costuma levar pouca agoa e dos limites do luguar de Cunha Bayxa passa aos luguar de Espinho e Outeyro hinde tem outro pontam de pedra e daqui passa aos ____________________________________________________________________________________________

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limites do luguar de Senhorim honde ha outra ponte de pedra dispostas humas e outras uniam de cantaria. [f. 3349] E neste sitio he já rio grande no tempo de inverno e maior se faz por no mesmo sitio e limite do lugar de Senhorim se meter nelle outro rio que vem do luguar de Agoa Levada athe os limites do lugar de Senhorim corre por terras cultas e soseguado os moradores que tem terras e os convezinhos costumam uzar livremente de suas agoaz na parte em que comodamente a podem fazer. As arvores que produz em suas margens sam ordinariamente Amieyros e Salgueiros nelle se costumam criar alguns peyxes a que chamam ruyvaços Bordallos que por piquenos se nam entra a pescar nelle com redes de condidraçam e quem deste sequer aproveitar o faz livremente. E do sitio do luguar de Senhorim p.ª baixo entra este rio acorrer mais percipitado tendo o nome do Rio Castello e este nome corrente arrebatada perde em o Rio Mondego honde se mete junto da povoa de Luzianes e da Ponte Nova que este em o mesmo rio Mondego alguma couza inclinado para aparte do Sul. Terá do seu principio he honde entra no Rio Mondego espaço de duas leguas em todo este espaço há no d.º rio alguns laguares de azeyte e muitos moinhos. [f. 3350] E no que respeita as mais circunstancias da terceira parte deste interrogatorio nam se oferece a dizer couza alguma. O Cura, Manoel Ribeyro.

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Espinho T.T. - Dicionário Geográfico de Portugal, vol. 14, m. 474, fls. 507 - 510. Informação das notabilidades da Freguezia de S. Pedro de Espinho do Aro da Cidade e Bispado de Vizeu, da forma dos apontamentos e interrogatorios q. e me remeteraõ. Primeiros interrogatorios 1º Está esta freguezia na Província da Beira Alta, Bispado e comarqua de Vizeu, esta em dois termos q. são o de Mangoalde de Azurara da Beira e no da villa de Senhorim. Hé freguezia sobre si. 2º Não. [tem] Donatário algum. Dois lugares desta freguezia, q. são Espinho e Ágoa Levada, q. estes somentes pagão os direitos reais e dízimo a D.s; e os moradores do lugar de Gandufe e do lugar de Villa nova pagão serto foro à Casa de Santar, e alguns moradores do dito lugar de Gandofe têm prazos q. pagão pençõis somentes à Casa de Martinho de Távora de Oios de Barros. 3º Consta esta freguezia de sento e noventa e três fogos, e de pessoas maiores quatro sentas e noventa e sete, e pesoas menores sento e trinta. 4º Esta situada esta Freguezia parte dos lugares em vales, e outra parte em alto, della somente se descobre a Serra da Estrella q. dista p.ª p. te do Sul quatro legoas, e tambem se descobre a Serra do Caramulo q. dista

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sinco legoas p.ª o poente, e a do galhano que dista des legoas, p.ª poente e avistasse m.ta mais povoaçoins q. estaõ ao redor desta freguesia. 5º Pertence esta freguezia a dois termos, como no pr.º interrogatório disse, q. vêm a ser Espinho e Ágoa Levada, e Outeiro pertencem ao termo e conselho da villa de Mangoalde, q. tem juiz de fora, e o lugar de Gandofe e o de Villa Nova pertensse ao termo e conselho da villa de Senhorim, q. tem juiz ordinário. 6º A igreja paroquial desta freguezia está situada fora do lugar de Espinho, em distância de dois mil passos pouco mais ou menos, p.ª a parte do poente, e consta de sinco lugares q. são: o lugar de Espinho, o lugar de Ágoa Levada, e Gandufe, Outeiro e Villa Nova. 7º Orago desta freguezia hé S. Pedro, a igreja tem quatro altares, a saber: o altar-mor e três colatrais, hum de Nossa S.ra do Rozário e outro de S. João Baptista e outro de São Lourenço Mártir, e a igreja tem só huma nave e tem em si erecta huma Irmandade das Almas, com o títolo evocação de S. Lourenço e tem a Confraria do Senhor [---]27 freguezia. [f. 508] 8º O Pároco desta freguezia hé Abbade e costuma ser aprezentado pellos senhorios de Belmonte, q hoje hé Caetano Fran. co Cabral. Rende a dita abbadia quinhentos mil réis, pouco mais ou menos. 9º Naõ tem Beneficiados, nem Conventos, nem Hospital, nem Caza da Mizericordia, e por este modo se da resposta aos interrogatorios decimo, undecimo, e duodecimo. 13º Ermidas ou capellas tem as seguintes: em distância de sem passos desta igreja está huma capella de Santa Luzia, aonde vão dar volta as 27

Fólio dilacerado.

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procissõins q. saem desta igreja; e no lugar de Espinho tem em o meio do povo huma capella de S. Sebastião, e no mesmo altar tem duas images, huma de Nossa S.ra do Carmo e outra de S. Teodósio; e no princípio do lugar de Ágoa Levada está huma capella de S. João Baptista, e no mesmo altar estão mais duas images, huma de Santa Bárbara, e outra de Nossa S.ra dos Milagres; e fora do lugar de Gandufe está outra capella de S. Miguel Arcanjo, e tem mais huma image de Nossa S.ra dos Milagres; e no meio do lugar do Outeiro está huma capella de Santo António, e tem no mesmo altar huma image de Santo Amaro; e no meio do lugar de Villa Nova está huma capella de Nossa S. ra da Conceição, e no mesmo altar está huma image de S. Estevão. E todas estas capellas pertensse cada huma ao povo donde estão situadas. 14º Em os dias dos Santos das capellas asima ditos se fas festas todos os annos, a q. concorre a freguezia toda e algumas vezinhanssas. 15º Os frutos q. esta freguezia da em mais abundancia saõ milho graudo, e senteio, e algum trigo, e secava, vinho bastante p.ª a Freguezia, e azeite pouco. 16º He dominada parte desta Freguezia pello juiz de fora e vereadores da villa de Mangoalde; e a outra parte q. he o lugar de Gandufe, e villa nova he dominada peloo juiz ordinario de Senhorim. 17º A villa de Mangoalde de Azurara da Beira, e a villa de Senhorim saõ da Coroa. no decimo oitavo, e decimo nono naõ ha nada q. dizer. 20º Naõ tem correio e dista da cidade de Vizeu donde elle chega [---]28 dista da cidade de Lx.ª sincoenta legoas [---]29 nem antiguidades dignas de 28 29

folio dilacerado ver nota anterior

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memoria [f. 509] nem fontes ou lagoas especiais havendosse a sim por respondido a todos os interrogatorios athe o numero vigesimo quinto. 26º Naõ padeceo ruina alguma esta Frgeuzia no terremoto de mil e setesentos e sincoenta e sinco e no interrogatorio vinte e sete não ha q. dizer. Tem esta freguezia huma legoa redonda pouco mais ou menos. Segundos interrogatorios 1 Nestes naõ tendo q. dizer a numero algum, por q. nesta Freguezia naõ ha serra alguma; e somentes algums lavradores criaõ ovelhas p.ª ouzo de sua caza. Terceiros interrogatorios 1º Naõ ha rios de nomes nesta Fregeuzia mais q. dois limitados ribeiros, q. hum delles se chama o rio de S. Pedro, q. nasce junto a esta Igreja p.ª o poente, e outra ribeira chamada a Ribeira de Gandufe q. nasce em huma serra chamada de Cabaços q. fica a p.te norte e corre tambem p.ª o poente, e finalizaõ hambos no rio mondego, saõ de curço quieto criaõ alguns peixes, q. se chamaõ bordalos, naõ estaõ sugeitos a dominio particular e se colhem os peixes no tempo de veraõ naõ tem arvoredos de nome, e em qt.º correm pella Freguezia conservaõ o nome, hambos tem algumas levadas e asudes por beneficio dos quaes se emcaminhaõ as agoas p.ª alguns moinhos, e conduzir agoas p.ª fertelizar as terras de ____________________________________________________________________________________________

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veraõ, e morejar de inverno, e nesta forma se haõ por informadas todas as perguntas athe o decimo quarto interrogatorio. 15º Tem estas duas ribeiras algumas pontinhas de pao, e pedras atravessadas e naõ ha noticia q. se tire, ou tirasse, em tempo algum, ouro, nem prata, nem outro qualquer mital dos ditos rios ou suas areias uzando os povos livremente das agoas sem q. pague pençao alguma de ellas. Havendo asim por [f. 510] informados todos os interrogatorios athe o decimo oitavo numero. 19 Os dois ribeiros q. passaõ por esta Freguezia desde seo nascimento athe se meterem no mondego tem huma legoa pouco mais ou menos. o de S. Pedro passa por fora do lugar de Cunha Bacha, e por pe do lugar de Espinho, e pelo lugar de Senhorim, e pella povoa de Luzianes, da Freguezia de Senhorim. e o Ribeiro de Gandufe passa por o pe do lugar de Agoa Levada, e pello dito lugar de Gandofe, e tambem passa pelo lugar de Senhorim. 20 Tem esta igreja huma anexa chamada S. Thomé da Cunha Bacha, que hé da aprezentação de alternativa com o Vigário da igreja de S. Julião da villa de Mangoalde e com o Abbade desta igreja de S. Pedro de Espinho, e não há mais notabilidades sobre o perguntado nos interrogatórios q. se remeterão, nem ainda fora delles. S. Pedro de Espinho, des de Mayo de mil e setesentos sincoenta e oito. O Abb.e, Joaõ Roiz dos Santos.

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Fornos de Maceira Dão T.T. - Dicionário Geográfico, vol. 22, m. 15, fls. 79 - 86. Relatos das noticias pertencentes a esta freguesia de S. Miguel d Fornos de Maceyra Dão, que Sua Ex.ª Rm.ª por carta sua circular me ordena de sobre os interrogatórios que lhe foram enviados por ordem de sua Majestade Fidelíssima que Deos g.de pela Secretaria de Estado do Magno Senhor para o fim referido. O que se pode dizer desta terra he o seguinte. Interrogatorio. 1º Fica esta freguesia de Fornos de Maceyra Dão na Província da Beyra Alta, pertence ao conselho de Azurara da Beyra, hé governada no que toca à jurisdição de Sua Magestade Fidelíssima que Ds. gd.e pelo juis de fora do ditto conselho de Azurara da Beyra, em parte da ditta freguesia, porque parte della hé governada pelo juis ordinário do couto de Maceyra Dão, appresentado pelos religiosos de S. Bernardo, que residem na mesma freguesia. Pertence esta terra à comarca e Bispado de Viseu. 2º Hé e foy sempre esta terra de El Rey Nosso Senhor, que Ds. gd. e. 3º Tem esta freguesia dusentos e outo visinhos, pessoas mayores e menores seiscentas e sincoenta e quatro.

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4º Esta esta freguesia situada em montes, e vales [f. 80], e tem sua serra a parte do Nascente, da qual se ve a Serra de Estrella, que distará sesta serra, que se chama de Cabaços, quatro legoas da qual serra de Cabaços se ve taõbem a villa de Gouvea, que distara quatro legoas, e a Serra do Galhano, que distara onse legoas, e a serra de Besteyros, que distara cinco legoas, e a serra de Monte de muro, que distara outo legoas, e a cidade de Viseu que dista duas legoas. 5º Naõ tem termo seu, por pertencer, como fica ditto parte desta freguesia ao concelho de Azurara da Beyra, e parte della ao Couto de Maceyra Dão. 6º Está a paróchia desta freguesia em hum campo fora do lugar de Fornos, em pouca distância, e tem nove lugares, que são o ditto lugar de Fornos, Tibalde de Bayxo, Tibalde de Cima, Pedrelles, Tabosa, Outeyro de Fagilde, Casal do Fundo, Granja de Fagilde. Duas quintas, a da Vigia e a da Granja dos Frades. 7º O orago desta freguesia hé o Arcanjo S. Miguel. Não tem a igreja naves. Tem seis altares, o altar-mayor aonde está o Santíssimo Sacramento e o Santo orago da mesma freguesia, e o altar de Nossa Senhora do Rosário, collateral à parte do Evangelho, e o altar de S. Sebastião à parte da Epístola, e outro altar metido na parede da parte do Evangelho aonde está hum Santo Crucifixo, e o outro mais abayxo no mesmo lado de Santo António, e o outro das Almas metido na parede ao lado da Epístola. Tem huma Irmandade erecta na ditta igreja, da qual hé padroeyro o ditto S. Miguel Arcanjo. 8º O Párocho desta igreja hé Vigário da appresentação ordinária. Tem de renda corenta mil réis, e o pé de altar que renderá outros corenta, pouco mais ou menos. [f. 81] ____________________________________________________________________________________________

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9º Nam tem beneficiados. 10º Ha nesta freguesia hum Mosteyro de religiosos de S. Bernardo, do qual he orago a Assunpsaõ de N. Senhora. 11º Naõ tem Hospital. 12º Naõ tem casa de Misericordia. 13º Tem esta freguesia des hermidas. Três no lugar de Fornos, huma chamada a Senhora do Alqueve que está fora do lugar pela parte de cima, mas perto, outra de Santo Thomás dentro do ditto lugar de Fornos e que hé administrador Domingos Henriques do ditto lugar de Fornos, outra de Santo António taobém dentro no mesmo lugar de Fornos de que hé administrador o Cónigo Manoel Cardoso de Faria, pessoa da cidade de Viseu. Outra em Tibalde de Sima de São Domingos dentro do mesmo lugar e pertence ao mesmo povo e ao de Tibalde de Bayxo. Outra de Santo António dentro no lugar de Pedrelles que taobém hé do mesmo povo de Pedrelles. Outra de São Giraldo dentro no lugar de Tabosa que taobém pertence ao mesmo povo. Outra de Santa Luzia denttro no lugar do Outeyro de Fagilde, que taobém pertence ao mesmo povo de Outeyro, Casal do Fundo e Granja de Fagilde. Outra da Senhora da Victória que está pela parte de cima do lugar de Villa Gracia logo próxima ao mesmo lugar, de que hé administrador Bernardo de Amaral da villa de Mangoalde de Azurara da Beyra. Outra de Santo António e outra da Senhora da Cabeça, chamada a Senhora do Monte, as quaes estão dentro na cerca dos dittos religiosos de São Bernardo de Maceyra Dão, e de ambas são administradores os dittos religiosos.

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14º Em nenhuma das dittas hermidas acode romagem, excepto [f. 82] à Senhora do Monte, que em dia do primeyro de Mayo de cada anno acode a ella muyta gente das partes de Viseu e de outras partes. 15º Os frutos da terra, que os moradores desta freguesia colhem com mayor abundancia saõ centeio, milho grosso, milho miudo, cevada, vinho, tigo, aseyte, e alguns feyjoens, que apenas chegao para sustentar a terra. 16º Naõ tem juis ordinario, por estar sojeyta esta terra como fica ditto ao juis de fora de Mangoalde, e ser do concelho de Azurara da Beyra. 17º Nao he couto ainda que parte desta freguesia como fica ditto se chama Couto dos frades de Maceyra Daõ, que saõ os religiosos de S. Bernardo, de que acima se faz mençam. Naõ he cabeça de concelho, por pertencer parte desta freguesia ao ditto concelho de Azurara da Beira, e parte ao juis ordinario do ditto concelho, ou Couto dos religiosos de S. Bernardo de Maceyra Dão. Naõ he honra, nem behetria. 18º Naõ ha memoria, que desta terra sahissem homens alguns insignes em armas, letras ou virtudes. 19º Naõ tem feyra. 20.º Naõ tem correyo, mas servesse do correyo da cidade de Viseu, que chega a ditta localidade a sexta-feyra pelas duas horas da tarde, e sahe no Domingo de madrugada, e dista a ditta cidade de vIseu desta freguesia, como fica ditto, quasi duas legoas. 21.º Dista esta freguesia, como fica ditta, da cidade de Viseu capital do Bispado, duas legoas, e de Lisboa capital do Reyno cincoenta legoas pouco mais ou menos.

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22.º Naõ tem esta freguesia privilegios alguns excepto os religiosos de S. Bernardo de Maceyra Daõ, nem antiguidades, nem cousas dignas de especial memoria. 23.º Naõ tem esta terra fonte, ou lagoa celebre, nem aguas de [f. 83] especial memoria. 24.º Nõ he porto de mar. 25.º Naõ he terra murada, nem praça de armas, nem tem castelo algum nem torre antiga. 26.º Naõ padeceo ruina no terramoto do anno de 1755. 27.º Naõ ha cousa alguã digna de memoria de que se possa dar noticia. O que se pode diser das serras desta freguesia he o seguinte 1.º Tem esta freguesia hua serra chamada a serra de Cabaços, outra serra chamada a Matha dos Frades de Maceyradão. 2.º Tera a ditta serra de Cabaços, que fica a aprte do Nscente, do Norte a Sul quasi meya legoa de comprido, e de largo de Nascente a Poente hum quarto de legoa. E a serra da Matha de Maceyradaõ, que fica a parte do Norte tera de comprido do Norte ao Sul hum quarto de legoa. Principia esta serra da Matha de Maceyradaõ junto ao ditto Mosteiro dos Relgiosos de S. Bernardo, e acaba junto dlugar da Granja de Fagilde. E a ditta serra de cabaços principia junto ao lugar de Tabosa, e acaba por bayxo do lugar de Pedrelles. 3.º Naõ tem as dittas serras outros nomes, nem braços de nomes consideraveis. 4.º Naõ nascem nas dittas serras rios alguns. ____________________________________________________________________________________________

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5.º Naõ ha nas dittas serras villas ou lugares alguns. 6.º Naõ ha no distrito das dittas serras fontes de propriedades raras. 7.º naõ ha nas dittasserras minas de metais, ou canteyros de pedras, ou de outros materiais de estimaçaõ. 8.º Naõ tem as dittas serras plantas, ou ervas medicinaes [f. 84] por constarem, e criarem somente alguns matos que servem para lenhas, e alguas partes destas serras se cultivaõ, e daõ alguns centeyos. 9.º Naõ tem as dittas serras mosteyros, ou igrejas de romagem, ou imagens milagrosas, excepto o Mosteyro dos Religiosos de S. Bernardo, que esta situado em hum vale aonde principia a serra da sua Mata, como acima fica referido. 10.º A qualidade do temperamento das dittas serras, he serem frias de inverno, e quentes de veraõ. 11.º Naõ ha nas dittas serras criaçoens de gados, nem de outros animais, excepto alguns coelhos, alguas perdizes e menos lebres, e alguns outros passarinhos miudos como saõ cotovias, ou alguns pardais. 12.º Naõ tem as dittas serras lagoas nem fojos notaveis. 13.º Naõ tem as dittas serras mais cousa algua digna de particular memoria. O que se pode referir dos rios desta terra he o seguinte 1.º Naõ tem esta freguesia rio algum notavel, que nella nasça, so pelo fundo della a parte do Poente corre o Rio Dão, e a divide de outras freguesias por distancia de hua legoa pouco mais ou menos, e corre caudaloso todo o anno na ditta distancia do Norte para o Sul. E pelo meyo ____________________________________________________________________________________________

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desta freguesia corre outro ribeyro, que de inverno leva bastantes agoas, e de veraõ seca, e he chamado o rio de Tabosa por nascer por cima do lugar da Roda freguesia de S. Juliaõ de Mangoalde, e passar pelo ditto lugar de Tabosa, e ir fenecer no ditto rio Daõ por bayxo do Mosteyro de S. Bernardo de Maceyradaõ. Tem taõbem outro regato, que naõ tem nome especial por ser piqueno e começar por cima do lugar de Fornos, e se meter logo por cima do ditto mosteyro de Maceyradaõ no sobreditto ribeyro que vem de Tabosa, e [f. 85] seca de veraõ, que apenas tem algua agua, que se represa em poças para alguas terras visinhas ao ditto lugar de Fornos se regarem. 2.º Naõ nasce nesta freguesia rio algum caudaloso, que corra todo o anno. 3.º Naõ entraõ nos dittos rios alguns nos lemites desta freguesia. 4.º Naõ saõ os dittos, ou ribeyros navegaveis, nem capases de embacaçoens. 5.º Saõ so dittos ribeyros de curso arrebatado, por correrem precipitados por huns vales abayxo desde os sitios, aonde nascem the se meterem no rio Daõ, e o ditto rio Daõ corre mais quieto nos sitios desta freguesia. 6.º O Ribeyro, que vem de Tabosa corre de Nascente a Poente, e o que vem de Fornos, corre do Sul ao Norte. 7.º O Ribeiro, que vem de Tabosa cria alguns peixinhos miudos, como ruyvados. O de Fornos nenhuns. O rio Daõ nos lemites desta freguesia cria os dittos ruyvados, bordalos, barbos, bogas, e enguias. 8.º Naõ ha nos dittos rios pescarias especiais, por naõ serem peyxes em abundancia, excepto os do rio Daõ, que alguas veses se pescaõ com redes, e taõbem com ervas, e materiais peçonhentos, que muitas vezes saõ causa de se perderem os peyxes, e suas criaçoens, e muytas vezes se inficonaõ ____________________________________________________________________________________________

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as agoas , e fasem mal agente, e mais criçoes, q nellas bebem, e aos linhos, que se curtem nos dittos rios. 9.º Tem pescarias livres e nem de algum particular senhor, excepto o rio Daõ, no qual, quasi em todos os lemites desta freguesia, querem os Religiosos de S. Bernardo de Maceyradaõ, que os peyxes do ditto rio Daõ, sejaõ seos, por passar o ditto rio Daõ pelos limites do seu Couto. 10.º Cultivaõ-se as margens dos ditos rios, ou ribeyros emlameyrandose, de inverno, e semeandose de veraõ. Tem alguas arvores frutifereas ao longo, como saõ videiras, e alguas infutiferas, como alguns salgueyros, e amieyros. 11.º Naõ tem as agoas dos dittos rios virtude algua particular. 12.º Naõ tem outros nomes os dittos rios, nem os tiveraõ em tempo algum. [f. 86] 13.º Já fica ditto, que morre os dittos ribeyros no rio Daõ. 14.º Tem os dittos rios varias levadas, por onde se conduz a agua para se regaren as terras, que estaõ contiguas aos dittos, ribeyros, e naõ lhe embaraçaõ o ser navegavel porque o naõ saõ. E taõ bem o ditto rio Daõ tem alguas levadas nos lemites desta freguesia, por onde se tira agoa para os moinhos, e pizao, que estaõ nos mesmos lemites. 15.º em o Ribeyro de Tabosa quatro pontes de pedra hua no mesmo lugar de tabosa que esta bem mal segura por ser de huas lageas postas sobre huns apos, que tremem quando se passa por ella. Outra taõbem de pedra feyta por modo rustico mas [---] pelo lado de cima tem hum pao sobre hum olhal pela qual se passa do lugar de Villa Garcia para a igreja. Outras duas de cantaria junto ao ditto Mosteyro de Maceyradaõ. E no rio Daõ nos limites desta freguesia ha hua ponte nova de cantaria em bom uso. ____________________________________________________________________________________________

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16.º Tem o Ribeyro de Tabosa dentro desta freguesia sete moinhos, hum lagar de aseyte, hum pisaõ. No rio Daõ dentro nos lemites desta freguesia ha des moinhos, hum pisaõ. 17.º Em nenhum tempo se tirou ouro das areas dos dittos rios nos lemites desta freguesia. 18.º Os povos desta freguesia usaõ livremente das agoas dos dittos rios. 19.º O ribeyro de Tabosa tera hua legoa de distancia desde o seu nascimento the o rio Daõ, aonde fenece. E o de Fornos tera quasi hum quarto de legoa desde o seu nascimento the o rio de Tabosa, aonde fenece. O rio Daõ corre pelos lemites desta freguesia a distancia de hua legoa. 20.º Naõ ha nesta terra mais cousa algua notável, que se possa aqui referir. Estas saõ as cousas notaveis nesta freguesia de S. Miguel de Fornos de Maceyra Daõ, de que se pode dar conta conforme aos interrogatorios enviados a sua Ex.ª Rm.ª pela carta de Secretaria de Estado de Sua Magestade Fidelissima, que Ds. Gd.e Igr.ª de Fornos, e de Mayo 31 de 1758. O vigr.º Manoel da Fonseca Fes

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Freixiosa T.T. - Dicionário Geográfico, vol. 16, m. 181, fls. 1093 - 1097. Resposta que dá o P.e Antonio da Rocha D’Amaral Cura actual da Parochial Igr.a de Santa Luzia da Freyxiosa Aro da Cid.e, e Bispado de Viseu, aos Interrogatorios q/ se conthém no papel impresso; e declaro que aquelles a que não respondo, he porque nelles nam tenho que diser nesta terra. O seguinte. Interrogat.º 1. Fica este lugar da Freyxiosa na Provincia da Beyra; pertence ao Bispado e Comarqua de Viseu; he termo do concelho de Azurara da Beyra, e freguesia de Santa Lusia. Int.º 2 He do christianissimo e fidelissimo S.r D. Joseph Rey de Portugal que D.s gde.. Int.º 3 Tem cento, e onse moradores; pessoas tresentas e trinta e trez entre maiores, e menores. Int.º 4 Está neste lugar situado em o fundo de huma cerra, que nam chega a ter de comprimento hum quarto de legoa, delle se descobrem os Povos de Quintella e Rial, com distancia de hum quarto de legoa, pouco mais ou menos. Int.º 5 Neste interrogatório não tenho que dizer. Int.º 6 A Parochia esta em o simo do Povo, e nam tem mais lugares, que este mesmo chamado Freyxiosa. ____________________________________________________________________________________________

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Int.º 7 O seu orago he da Snr.ª Santa Lusia, tem quatro Altares [f. 1094] hum he o Altar mor, os outros, que sam Colateraes, he hum de Nossa Senhora, outro do Menino Jesus, outro das Almas: A Igreja he de hua so Nave, tem hua Irmandade erecta de baixo da protecçam da Senhora Santa Lusia. Int.º 8 O Parocho da dita Igreja he Cura appresentado pello R. R. or de S. Juliam de Mangoalde; tem de renda seis mil, e quinhentos em dinheiro, dose alqueires de trigo, dez de centeio, o fular rendera dose mil reis pouco mais ou menos. Int.º 9 Nam tenho que dizer. Int.º 10 Nam tenho que dizer. Int.º 11 Nam tenho que dizer. Int.º 12 Nam tenho que dizer. Int.º 13 Tem huma Ermida de Santo Antonio pertencente a mesma Igr.ª e freguesia, está esta ermida fora do Povo, mas com pouca distancia. Int.º 15 Nam me consta que acudam a esta Ermida romages. Int.º 16 Os fructos da terra que os moradores recolhem em maior abundancia sam centeio, milho grosso, abundancia de castanha, vinho o que basta para a terra. Int.º 17 Nam tem Juiz ordinario, e esta sujeita ao governo das Justiças de Mangoalde, concelho de Azurara da Beira. Int.º 18 Nam tenho que dizer. Int.º 19 Há memória que desta terra he oriundo o D. or Sebastiam de Abreu, homem insigne em letras e hora corregedor da Cid. e da Guarda. [f. 1095] Int.º 19 Nam tenho que dizer. ____________________________________________________________________________________________

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Int.º 20 Nam tem Correio proprio, e se serve do de Vizeu distante desta terra tres legoas pouco mais, ou menos. Int.º 21 Dista esta terra da Cidade capital do Bispado que he Vizeu tres legoas; e da capital do Reyno q/ he Lisboa cinquoenta legoas pouco mais, ou menos. Int.º 22 Nam tenho q/ dizer. Int.º 23 Nada neste Interrogatório. Int.º 24 Nam he porto de mar. Int.º 25 Nada neste Interrogatório. Int.º 26 Nam consta que padecesse ruina algua no terremoto de 1755. Int.º 27 Nam ha nesta terra cousa digna de memoria, que por celebre se possa narrar. Interrogatorios acerqua da Serra. Int.º 1 Há pella parte de sima deste lugar da Freyxiosa huma serra a qual nam tem nome proprio. Int.º 2 Nam chega a ter hum quarto de legoa, de comprimento e largura. Int.º 3 Nada tenho que dizer. Int.º 4 Nada neste Interrogatório. Int.º 5 Nada há que dizer. [f. 1096] Int.º 6 Nada neste interrogatório. Int.º 7 Nam tenho que dizer. Int.º 8 As plantas que ha nesta Serra sam muitos castanheiros; e os moradores semeiam em parte della centeio, e milho grosso; e não sei haja nella ervas medecinaes, que por tais se possam estimar. ____________________________________________________________________________________________

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Int.º 9 Nam tenho que dizer. Int.º 10 O Seu temperamento he frio. Int.º 11 Nada neste Inerrogatorio. Int.º 12 Nam ha que dizer. Int.º 13 Nam ha cousa digna de memoria. Interrogatr.os acerqua do Rio. Int.º 1 Ha pella parte debaxo deste povo da Freyxiosa distante meio quarto de legoa hum Rio, que não tem nome proprio, e nasce a pouco espaço do mesmo lugar. Int.º 2 Nam he Rio caudaloso, corre tam somente de Inverno, e seca de veram. Int.º 3 Nada neste Interrogatorio. Int.º 4 Nam tenho que dizer. Int.º 5 He de curso algum tanto arrebatado. Int.º 6 Corre de nascente a poente. Int.º 7 Nam cria peixes mais doq/ tão somente alguns rouvacos, e esses poucos. [1097] Int.º 8 Nam tenho que dizer. Int.º 9 Nada neste Interrogatorio. Int.º 10 As suas margens sam cultivadas pellos moradores do dito Povo, e nellas semeiam trigo, centeio, milho grosso, e ao redor do dito Rio ha hum arvoredo de Amieiros com bastantes videiras de que colhem bastante vinho verde. Int.º 11 Nada neste. ____________________________________________________________________________________________

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Int.º 12 Nam tenho que dizer. Int.º 13 Este Rio morre no Rio Dam e a pouca distancia desta terra se mete e fenece no tal Rio. Int.º 14 Tem este Rio em si algumas Reprezas, e levadas p.ª lansar em fora a agoa e regarem as suas margens. Int.º 15 Tem huma ponte de pedra, mas não de cantaria, e outra de pao tudo na directura deste mesmo lugar. Int.º 16 Tem alguns moinhos, os quaes moem somente de inverno. Int.º 17 Os povos usam livremente das suas [águas] para a cultura dos campos, e nam compensam alguma. Int.º 18 Nada neste interrogatorio. Int.º 19 Nam tenho cousa notavel que refira deste Rio, mais que o referido supra, e retro. Freyxiosa 13 de Maio de 1759. O Cura Antonio da Rocha D’Am.

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Lobelhe do Mato T.T. - Dicionário Geográfico, vol. 21, m. 99, fls. 993 - 995. Relaçam das Noticias pertencentes a esta freguezia de lobelhe do mato que Sua Excelencia Reverendissima por Carta Sua Circular me ordena dar sobre os Interrogatorios que me foram inviados por ordem de Sua Magestade Fidelissima qe Ds. Gd.e pela Secretaria do Estado do mesmo Senhor para o referido fim. O que se pode dizer enquanto a terra he o seguinte. Interrogatorios 1. Fica esta freguezia de Lobelhe do Mato na província da Beyra Alta, pertence a concelho de Azurara da Beira, e hé governada, no que toca a jurisdiçam de Sua Magestade Fidelíssima, pelo juis de fora de Mangoalde, que hé a cabessa do ditto concelho de Zurara da Beira, e pertence à comarqua e Bispado de Vizeu. 2. He e foi sempre de El rei Nosso Senhor, que Ds gd.e. 3. Tem esta freguezia de Lobelhe do Mato setenta e seis fogos, pessoas maiores duzentas e sinco, menores trinta. 4. Esta terra e freguezia de Lobelhe do Mato situada em piqueno vale della se nam devizam povoaçois algumas. 5. Esta terra de Lobelhe do Mato nam termo seu, porque pertensse ao concelho de Azurara da Beira, como fica dito. [f. 994] ____________________________________________________________________________________________

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6. Está esta paróchia no meyo do ditto lugar de Lobelhe e nam contém lugar mais algum, senam o ditto lugar de Lobelhe. 7. Hé esta ditta freguezia de Lobelhe do orago do Apóstolo Sam Paulo. Tem sinco altares, hum o mayor que nelle está o Sanctíssimo Sacramento da Eucaristhia em seu tabernáculo, e nos coolatrais está em hum, que hé da parte da Epístola, Sam Sebastiam e Santa Bárbara, e no da parte do Evangelho está Sancto António e o Menino Ds., e em dois que estam mais para baixo, metidos na parede, hum para a parte da Epístola, nelle está Nossa Senhora do Rozário, e no da parte do Evangelho está hum Sancto Christo. Nam tem naves algumas, nem Hirmandades. 8. O Párocho desta igreja e freguezia hé Cura da prezentaçam do Vigário de Fornos de Maceira Dam, tem de renda seis mil réis, que lhe dá a comenda de Fornos de Maceira Dam ao povo pé de altar. 9./10. Nam tem conventos nem benefeciados. 11. Nam tem Hospital. 12. Nam tem Miericordia. 13. Tem esta freguezia huma hermida da envocaçam de Nossa Senhora das Neves, que tem huma Ermandade ereta na mesma hermida, cuja festa se celebra a sinco de Agosto. Está situada a ditta hermida fora do ditto lugar de Lobelhe, em pouca distância. 14. Nam acode à ditta hermida romagem alguma. 15. Recolham os moradores desta freguezia senteio, milho grosso, milho miudo, trigo, azeite e vinho e alguns figos que todas as frutas nam sam bastantes para sustentarem [f. 995] os seus habitantes.

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16. Nam tem Juis ordinario nem Camera por estar sugeita aos Juis de fora de Mangoalde como fica dito, por ser pertença do Concelho de Surara da Beyra como fica ditto. 17.º Nam he couto nem Concelho nem Honra nem Behetria. 18.º Nam ha memoria que desta freguezia sahisse homem algum insigne nem em Armas, Letras ou Virtudes. 19.º Nam ha nesta freguezia feira alguma. 20.º Nam tem Correio mas servese do Correio da Cidade de Vizeu e dista de Vizeu duas Legoas. 21.º Dista esta freguesia da Capital do Bispado que he Vizeu duas legoas, como fica dito, e da Capital do Reino sincoenta legoas. 22.º Nam tem esta terra provelegios alguns nem Memorias digo nem Antiguidades dugnas de Memorias. 23.º Nam tem esta terra fonte nem Lagoa selebres nem agoa de especial qualidade. 24.º Naõ ha nesta terra porto de mar. 25.º Nam he esta tera morada nem tem Castelo, nem Torre Antiga. 26.º Nam padeceo detrimento algum no terramoto do anno de mil sette sentos e sincoenta e Sinco. 27.º Nam ha couza mais alguma digna de Memoria de que se possa dar noticia. E no que Respeita as Serras, Montes e Rios nam tem esta terra couza alguma digna de Memoria e estam sam as noticias que se podem dar desta terra e freguezia de Lobelhe do Mato e por ser verdade me asignei. Lobelhe do Mato, 21 de Junho de 1758. O P. e Cura Jozeph Coelho. ____________________________________________________________________________________________

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Mangualde T.T. - Dicionário Geográfico, vol. 22, m. 46, fls. 289 - 299. Joze Rebello de Mesquita Comissario do Santo Officio vigario colado na Igreja de Sam Juliam de Mangoalde d Azurara da Beira deste Bispado de Vizeu satisfazendo a huma carta deambulatria do Excelentissimo, e Reverendissimo Senhor Bispo, que me foy entregue para haver de responder a cada hum dos interrogatorios que nesta vam incluzos respondo. Ao primeiro, que a villa de Mangoalde de Azurara pertence à Província da Beira, e hé do Bispado de Vizeu e sua Commarqua, e hé freguezia do bem aventurado Sam Juliam. Ao segundo, que nam hé de donatário, mas sim de El Rey Nosso Senhor que Deos goarde o seo padroado, ainda que, por tradiçam e por humas armas que se acham esculpidas em pedras na capella-mor da mesma igreja, mostra ser antigamente do padroado da Caza de Belmonte. Ao terceiro, tem esta freguezia, como consta do rol dos confessados della, quinhentos e nove vezinhos e mil outocentas pesoas mayores e menores. Ao coarto esta situada em hum monte e della se descobrem as povoaçons seguintes, a villa de Castendo, Ladario, a Brunhosa, a villa de gouvea, e a maior parte da serra de estrella; dista [f. 290] da villa de Castendo huma legoa, da Abrunhoza, e Ladario duas da villa de Gouvea coatro Legoas.

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Ao quinto, tem esta villa termo ou concelho, que consta de quarenta e nove lugares, que vêm a ser: villa de Mangoalde, Roxio, Cubos, Cãens de Bayxo, Cãens de Sima, Pinheiro de Bayxo, Pinheiro de Sima, Ançada, Sam Cosmadinho, Sam Cosmado, Roda, Canedo do Cham, Canedo do Mato, Darei, Oliveira, Passos, Santo André, Almeydinha, Quintella, Ribeirinha, Canellas, Freyxioza, Cunha Alta, Caçurãens, Fundons, Cazal Mendinho, Contenças de Bayxo, Contenças de Sima, Cazal de Sima, Póvoa de Servãens, Misquitilla, Mourilhe, Cunha Bayxa, Abronhozinha, Sam Pedro de Espinho, Outeiro, Ágoa Levada, Alcafache, Aldea do Carvalho, Cazal Sendinho, Cazal Mendo, Mosteirinho, Tibaldinho, Fornos de Maceira Dam, Tibalde, Pedrelles, Taboza, Fagilde. E terá todo o termo da villa de Mangoalde dois mil e trezentos vezinhos. Ao sexto, tem esta parróchia dezoito povos, a saber: Villa, Roxio, Cubos, Cãens de Baixo, Cãens de Sima, Pinheiro de Bayxo, Pinheiro de Sima, Ançada, Sam Cosmadinho, Sam Cosmade, Roda, Canedo do Chãm, Canedo do Mato, Darei, Oliveira, Passos, Santo André, Almeydinha. E está situada fora da villa em distância de tiro de hum mosquete. [f. 291] Ao sétimo, hé orago desta parróchia o Bem Aventurado Sam Juliam. Tem sete altares com o altar-mor aonde está o Sacramento, hum de Santo António, outro do Menino Jesus, outro da Senhora do Rozário, outro dos Santos Reys, outro do Santo Christo e outro da Senhora da Graça. A outavo, hé seo Parrocho Vigáreo, hé aprezentado por Sua Magestade e terá de rendimento huns annos por outros quatrocentos mil réis. Ao nono nam tem beneficiados.

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Ao désimo, tem hum convento de Recolhidas que ainda está por findar, que mandou fazer o Reverendo Feleciano de Oliva Cabral, Abbade que foi da Igreja de Reriz, e ainda se acha por habitar dellas, por falta de rendas. Ao undecimo nam tenho que responder. Ao duodécimo, que tem caza de Mizericórdia, que antigamente hera Irmandade do Menino erecta na Igreja Matris, a qual passou Simam Pais do Amaral para onde existe, cujo corpo da Igreja, caza do despacho fes a mesma Irmandade com dinheiro que tinha e esmollas que ajuntou, e a capella-mor a fes o mesmo Simam Pais à sua custa e a dotou. Tem de dotes expencis, cem mil réis pagos os capelãens de quatro capellanias, que tem quotianas, e dois dotes com que costuma dotar duas orfãs todos os annos. Ao désimo terceiro, tem vinte e huma irmidas. A primeira do Bem Aventurado Sam Sebastiam, que hé do povo, está no princípio [f. 292] do Roxio desta villa e tem Confraria. A segunda de Jesus, Maria Jozé, que está no meyo do Roxio, e hé de Jozé Rebello Castello Branco. A terceira de Santa Marta em Cubos, que hé do povo e está no fim delle e tem Comfraria. A quarta em Cãens de Bayxo de Santa Luzia, e está no princípio do povo e hé do mesmo, e tem comfraria. A quinta da Senhora da Conceyçam, em Caens de Sima, que está fora do povo, e hé do mesmo. A sexta de Santa Quitéria, no mesmo lugar de Cãens de Sima, a qual hé do Reverendo Manoel Caetano do Couto. A sétima de Sam Silvestre em Pinheiro de Baixo, que está entre os dois povos. A outava em Ançada de Sam Domingos e hé do povo, e está no princípio delle. A nona da Senhora da Conceyçam no mesmo lugar, no meyo delle, e hé de António Coelho de ____________________________________________________________________________________________

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Gouvea da cidade de Vizeu. A désima na Sera de Cabaços, a qual admenistra o Párrocho e a mandou fazer. A ondécima de Sam Pedro em Sam Cosmade, no meyo do povo e hé do mesmo. A duosima de Santo António no lugar da Roda e hé do povo e está fora delle. A désima terceira do Salvador do Mundo, no Canedo de Chãm, está no meyo do povo e hé do mesmo. A désima quarta no lugar de Darei da Senhora da Ouvida, está no fim do povo, e hé de Lourenço Homem de Távora de Sam Pedro do sul. A désima quinta da Senhora das Mercês, no lugar de Oliveira, está no meyo do povo e hé do capitam Manoel do Amaral. A désima sexta da Senhora da Purificaçam, está no fim do mesmo povo, e hé do Reverendo Melchior da Costa. A désima sétima de Santo André [f. 293], no mesmo povo assim chamado, está fora do povo e hé do mesmo. A désima outava de Santa Rita no mesmo povo, está no meyo e hé do Reverendo Domingos da Costa. A désima nona de Santo António no lugar de Almeydinha, no princípio delle, e hé de huma religioza de Lorvam. A vigésima do Espírito Santo no mesmo lugar, junto ao fim delle, e hé do capitam-mor Manoel Ozório. A vigésima primeira da Senhora do Castello, situada no cume da Serra assim chamada, hé admenistrada pello Párrocho. Ao désimo quarto, nenhuma destas irmidas tem romage se nam a da Senhora do Castello, à qual vai em romaria o Senado da Câmera da cidade de Vizeu todos os annos em a segunda outava do Espírito Santo, e com ella vai hum dos Curas da mesma e dois beneficiados, levantam procissam junto à igreja Matris desta villa, e cantando o Tedeum Laudamus a continuam até à mesma igreja, e finalizado o acto com a oraçam de Sam Juliam a vam novamente continuar ao Calvário da Via-Sacra, que está no monte do Castello, cantando a ladainha até à irmida da mesma Senhora, e ____________________________________________________________________________________________

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no fim della huma missa cantada, depois vam continuando a mesma procissam athé [f. 294] o cume do mesmo monte, aonde sobre hum eminente penedo brandem o estandarte real, e no fim de tudo isto se recolhem a finalizar todo este acto com hum spêndido banquete que fazem à custa do mesmo Senado. Também a esta irmida acode em romage, dia de Santa Crus de Mayo, o Senado da Câmera de Penalva, com todas as cruzes da mesma freguezia e anexas, as quais em procissam acompanham todos os moradores da mesma freguezia e anexas do concelho. E no mesmo dia também vem em romaria toda a freguezia da villa de Povolide, com o seo Párrocho. E no primeiro domingo que se segue depois do dia de Sam Joam Baptista, vem em romaria a este Santuário todo o concelho de Satam. Selebra-ce a festa desta Senhora a outo de Setembro, com sermam e missa cantada, sahindo da igreja Matris huma solemne procissam ornada de muntas moças solteiras, bem ornadas, levando à cabeça muntas offertas de senteyo, milho, trigo, linho e dinheiro, que offerecem à Senhora para aumento do seo culto, e com ella se emcorpora a freguezia da Misquitella, Cunha Bayxa, offerecendo cada huma das freguezias à mesma Senhora suas offertas. À irmida de Santo António de Cabaços acodem muntos fiéis christãons em romaria todos os dias do anno e nos dias santos é mayor número, offerecendo ao mesmo Santo muntas offertas de [f. 293] dinheiro, trigo, centeyo, milho, fenjões, borregos, porcos vivos e mortos, cabeças de carne de porco, ovos, mel, azeite, sera e mortalhas, tudo com grande abundância. Ao desimo quinto he esta freguezia abundante de frutos principalmente de senteyo, milho, fenjois, graons de bico, muito vinho, trigo ainda que menos excepto castanha, bolotas verdeais e todo o genero de frutas melancias ____________________________________________________________________________________________

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melois abobras pepinos cebolas repolhos e todo o mais genero de hortaliças. Ao desimo sexto tem Juis de Fora, camera e nam esta sugeita a mais Justiças do que a do corregedor e Provedor da Commarqua de Vizeu. Ao desimo setimo nam he Couto mas sim cabeça do concelho de Azurara. Ao desimo oitavo nam ha memoria que desta terra sahisse, ou florecesse homem insigne por virtdes, Letras e so em armas, floreceo o Mestre de Campo Miguel Pais, que nas guerras passadas foy capitam de cavallos e de achou em vaias batalhas. Ao desimo nono tem esta feira todos os Domingos de cada mes, mas nam he Franca, e so he Framca no primeiro Domingo de Agosto, e dura tres dias. [f. 294] Ao vigesimo nam tem coreyo e so serve do Correyo de Gouvea que por ella passa de passage. Ao vigesimo primeiro dista esta terra da cidade de Vizeu capital deste bispado duas legoas e de Lisboa capital do Reyno quarenta e sete Legoas. Ao vigesimo segundo nada por nam ter privilegios, antiguidades, ou outras couzas dignas de memoria. Ao vigesimo terceiro nada. Ao vigesimo quarto nada. Ao vigesimo quinto nada tenhoqu eresponder. Ao vigesimo sexto nada. Ao visegimo setimo nada. Discriçaõ da Serra do Castello. ____________________________________________________________________________________________

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Ao primeiro interrogatorio dos inclusos nesta segunda parte, respondo ha nesta minha freguezia huma serra chamada do castello cujo nome alcançou de ser Antigamente castello de Mouros como consta de vestigios, que nella se acham, que vem a ser huns muros munto Antigos, que hoje se acham aruinados, e postos por terra, feitos, emachinados de pedra meuda unida com cal, e area de que ainda existem Signais, e sediz foram fabricados [f. 297] por hum Mouro chamado Azuram, do qual tomou o nome este concelho de Azurara. Ao segundo em esta serra do nascente ao poente dois tiros de mosquete e do norte ao Sul terá o mesmo. Ao terceiro nam tem esta serra braços. Ao quarto nada. Ao quinto nada. Ao sexto junto ao cume desta Serra esta huma piquena fonte, a qual nasce em huma pedra macissa, a qual deveram e inverno senam diminue ou altera a sua corrente, corre a agoa desta em pouca quantidade mas a que basta para saciar a sede a pessoas que vizitaõ o Santuario que esta no cume da mesma serra. Dá a agoa desta piquena fonte saude a muntos enfermos, que a bebem por virtude da mesma Senhora e Correm as suas agoas da mesma pedra sem se perceber a sua origem. Ao setimo nada. Ao outavo nam ha nesta Serra ervas medecinais por ser munto seca, e toda de penedia grossa, e della se nam cultiva mais do que tres quintinhas munto piquenas, nas quais planta o Irmitam da esma Senhora algumas ortaliças no inverno insto para Suas suscistencia e tambem algumas flores ____________________________________________________________________________________________

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para ornato da Senhora, e no veram produzem algumas uvas, e figos por nellas se acharem estas plantas. Ao nono ha no cume desta Serra huma Irmida como ja diçe na qual esta huma milagrosa imagem de Nossa Senhora com o titulo do castello, aonde acodem muntos fieis christaons a fazer romaria como atras fica dito no interrogatorio desimo quarto. Para esta Irmida se sobe por huma famoza escada de pdra de cantaria com seo corrimam da mesma, a qual principia no bayxo da Serra da parte do nascente, em hum patio de maravilhosa estructura. Tem esta escada logo no principio duas Piramidas de pedra,e assim vai continuando as mais de vinte em vinte degraos athe onde finaliza a mesma escada, Tem esta escada cento e quarenta degraus munto largos, sete patios e a mandou fazer a sua custa Frey Bernardo Pais de Castello Branco cavalheiro Maltez e Commendador da Comenda de Chavam, e he natural desta villa. Ao desimo he esta Serra de temperamento seco e frio. Ao undesimo cria esta serra munto coelho, perdizes e Rapozas. [f. 299] Ao duodesimo nam tem esta serra Lagoas mas sim huma cisterna que esta tapada, onde ha tradiçam o Mouro Azurara concertava agoa para Sua Suscitencia, e de seus Soldados. Ao desimo terceiro nada. Nam respondo aos interrogatorios da terceira parte, que constam da descriçam do rio por nam haver nesta minha freguezia Rio de que se possa fazer memoria e isto he o que achey na verdade. S. Juliam de Mangoalde, nove de Junho de mil setecentos sincoenta e outo annos. O Vigr. Jose Reb.º de Mesq.ta ____________________________________________________________________________________________

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Mesquitela T.T. - Dicionário Geográfico, vol. 23, m. 134, fls. 837 – 841 Memorial das cousas que ha nesta freguezia de Sam Mamede do lugar de Mesquitela anexa de Sam Juliam de Mangoalde do Aro da cidade de Viseu. 1. Fica esta freguesia da Mesquitella na provincia da Beira Alta está no Aro da cidade Bispado de Viseu e tambem comarca termo de Azurara da Beira. Freguesia de Sam Mamede. 2. Esta terra foi sempre e he de presente de El Rei de portugal Nosso Senhor. 3. Tem esta freguesia cento e trinta tres vezinhos, e quatro centos e cinquenta pessoas mayores, e menores. 4. Está este povo da Mesquitella situado algum tanto no alto e de dentro delle se descobre e avista parte da Serra de Monte de Muro que dista deste povo sete para outo legoas e tambem se descobre o alto da Serra de Besteiros que dista desta terra seis para sete legoas, e tambem se avista a villa de Mangoalde que dista meia legoa e tambem se avista grande parte da Serra da estrela e o termo de Seia como he Sam Romam, Santa Marinha, e parte da Villa de Gouveia que todos distam desta freguesia tres para quatro legoas. 5. Nam tem esta freguesia termo seu está sujeita e obrigada ao juis de fora e termo, e villa de Mangoalde de Azurara da Beira. Tem esta freguesia

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dois povos hum chamado Mesquitella que consta de ouintenta vezinhos e outro chamado Mourilhe que consta de quarenta e sete vezinhos. 6. A parochia esta contigua a este lugar da Mesquitella e tem somente os dois povos acima declarados Mesquitella e Mourilhe. Este lugar de Mourilhe está situado em hum valle e delle se nam descobre terra alguma. 7. O orago desta Igreja he Sam Mamede e esta no altar mor e nelle esta tambem o Santissimo Sacramento. Tem mais dois altares colatrais o da parte do Evangelho he de Nossa Senhora do Rosario, e o da parte da Epistola he de Sam Sebastiam e tem tambem esta Igreja huma Irmandade de Sam Pedro [f. 838] e Sam Paulo erecta no altar mor da mesma igreja. 8. O Parocho desta igreja he cura annual apresentaçam delle he do Reitor da Parochial Igreja de Sam Juliam de Mangoalde. Tem de congroa dez alqueires de centeio, dois de trigo, dois almudes de vino, ouito arrateis de cera meio arratel de incensso, seis mil e quinhentos reis em dinheiro, e o que rende a sobrepelis. 9. Nam tem esta Igreja benefeciados. 10. Nam ha nesta freguesia, nem perto della convento algum. 11. Nam tem esta freguesia hospital algum, nem renda para elle nem quem o administre. 12. Nam ha nesta freguesia casa de Mezicordia nem renda alguma para isso nem cousa alguma notavel. 13. Tem esta freguesia huma Ermida da Senhora do Carmo dentro do povo da Mesquitella contigua as casas de Antonio de Chaves Albuquerque e a elle mesmo pertence por ser mandada fazer por seus antepassados. Tem mais outra Ermida de Santo António dentro do povo da Mesquitella e he do ____________________________________________________________________________________________

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mesmo povo excepto a capella mor que esta mandou fazer Joam do Couto do Amaral deste povo e dessa he administradora sua filha Rosa Maria do Couto. Tem mais outra Ermida de Nossa Senhora da Assumçam contigoa as casas do Doutor Antonio Arnao de Queyrós Telles de Figueiredo e Almeyda, e della he administrador o mesmo e foi feita por seus antepassados. Tem outra Ermida fora do povo no fim da via sacra que sae da igreja desta freguezia no sitio chamado Calvario e ainda não esta benta mas já ornada com o titulo do Senhor do Calvário. Foi mandada fazer por Joam do Couto do Amaral deste lugar da Mesquitella a sua custa e com as esmolas de alguns devotos e agora he della administradora sua filha Rosa Maria do Couto deste mesmo lugar da Mesquitella. Tem mais outra Ermida de Nossa Senhora da Conceipçam dentro do povo de Mourilhe desta mesma freguezia e della sam administradores os moradores do mesmo povo com obrigaçam de huma missa cantada perpetua cada anno em dia que se contam ouito de Dezembro todos os annos e nam tem mais capellas nem ermidas sta freguezia. [f. 839] 14. Nam acodem a alguma destas ermidas gente de romage em dias particulares, nem consta fazerem milagres de memoria. 15. Os frutos que recolhem os moradores desta terra em mais abundancia he milho grosso, algum centeio, pouco trigo, vinho, e azeite bastante para a terra. 16. Nam tem esta terra juis ordinario, nem de Fora, nem camera. Está subjeita ao juis de Fora do termo de Azurara daBeira, villa de Mangoalde. 17. Nam ha esta tera couto, nem cabeça de concelho, nem Honra, nem Behetria. ____________________________________________________________________________________________

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18. Nam consta que desta freguezia sahisse algum homem insigne em letras, armas ou virtude. 19. Nam tem esta terra feira, nem mercado de modo algum. 20. Nam tem correio proprio servesse com o correio que vem todos os sabados de Govea para Viseu e no Domingo torna para Govea a coal dista desta terra tres legoas, e outras tres e meia dista esta freguezia da cidade de Viseu. 21. Dista esta freguezia da cidad capital de Viseu tres legoas e meia pouco mais ou menos e da cidade de Lisboa capital do Reino dista quarenta e ouito legoas pouco mais ou menos. 22. Nam ha nesta terra pervilegios alguns nem antiguidades dignas de memoria. 23. Nam ha nesta terra fonte, nem laga nem agoas com especialidad alguma. 24. Nam tem porto de mar nem desembarcaçam alguma. 25. Nam he esta terra murada, nem praça de armas nem consta que fosse em tempo algum, nem tem castello, nam torre alguma nem vestigios disso. 26. Nam padeceo esta terra ruina alguma no terremoto de setecentos e cincoenta e cinco. 27. Nam ha nesta terra cousa alguma digna de memoria que por tal se escreva. [f. 840] Dentro nesta freguezia e todo seu distrito, e lemite nam ha serra alguma de nome porque a maior parte della he cultivada, e da algum mantimento, e outra parte della he inculta mas ha pinharais e alguns carvalhos piquenos e ninhuma destas partes incultas tem nome de serra e nellas se criam ____________________________________________________________________________________________

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algumas caças com sam perdizes coelhos e lebres e bichos bravos somente Rapozas, e nenhuma destas partes incultas tem minas de metaes alguns, nem memoria que os houvesse em tempo algum, nem tem lagoas, nem nellas nascem rios; nem nellas ha ervas de nome nem plantas nem mosteiros, nem cousas que se possam escrever por dignas de memoria. As criaçoins de gado que ha nestas partes incultas sam ovelhas e carneiros que sahem dos povos desta freguezia a pastar de dia somente e nam há cousa que se possa escrever por digna de memoria em todo o distrito e lemite desta terra e freguesia. Nesta terra nam ha rio de nome proprio somente junto a este povo de Mesquitella corre hum riveiro chamado o regato da Mesquitella por correr junto a ella e dentro do seu destrito e freguezia nasce este rio, ou riveiro ao pe do lugar de Almeydinha que dista deste povo quasi meya legoa. Nam nasce caudalozo, nem nelle entram outros rios em sitio algum; nam he navegavel he de curso quieto, corre de Norte ao Sul daqui em distancia de duas legoas pouco mais ou menos se mete no rio Mondego. Este riveiro seca no veram parte de coatro meses todos os annos e nos poços donde se conserva alguma agoa que me parece he somente hum dentro no destrito desta freguezia se criam alguns peixes piquenos chamados bordallos, e algumas emguias mas poucas e nam pescarias proprias porque o tal riveiro ha commum. Todas as margens deste riveiro sam culticadas de huma e outa parte dentro do lemite [f. 841] desta terra e freguezia. Dentro do lemite desta freguezia tem este tal riveiro somente um pontam de pedra que consta de duas torças e somente hum olhal na estra que vem ponte palhes e passa por esta terra para a villa de Mangoalde de Azurara da ____________________________________________________________________________________________

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Beira. Tem este tal riveiro somente hum muinho cuja levada, ou açude repreza lhe o dito pontam e mais acima meio quarto de legoa no dito riveiro tem hum lagar de azeite ainda novo do capitam mor de Almeydinha. Este está no sitio chamado as Roçadas e passa este rio por esta freguezia, desta passa pella freguezia da Cunha Baia e desta pella de Espinho e desta para a de Senhorim the se meter no Rio chamado Mondego e nam consta terem as agoas do tal riveiro virtude especial alguma e consta serem libres as agoas do tal riveiro e puder regar com ellas quem quizer e donde comela the donde se mete no rio Mondego será distancia de duas legoas pouco mais ou menos e nam consta ter o tal riveiro particularidade alguma nem cousa digna de memoria, nem ha nesta terra nem começam mais rios alguns nem cousa alguma digna de memoria notavel que se possa aqui escrever. Mesquitela 24 de Abril de 1758. O Cura Antonio Domingues

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Moimenta de Maceira Dão T.T. - Dicionário Geográfico, vol. 25, m. 257, fls. 1913 - 1915. Ilustrissimo Reverendissimo Senhor Provisor. Na forma da carta que por merce me foi mandada aprezentar e interrogatorios a lla anexos respondo o seguinte: Esta terra hé Moymenta por nome próprio, Província da Beira, Bispado e comarqua de Viseu e igreja própria da mesma Moymenta. Hé de donatário que hé o Real Convento de Santa Maria de Maceira Dão, e de prezente hé o Padre e Abbade Frei João Leitão. Tem setenta e cinco vizinhos e tem cento e noventa e cinco pesoas e menores quarenta e sete. Esta situada em hum vale e della se naõ descobre povoaçaõ algua e dista quazi a metade a mettade se hu coarto. Hé termo seu próprio, que hé couto do dito convento de Maceira Dão, e não hé mais que o dito próprio povo. A paróquia está dentro do mesmo povo e não consta de mais do que deste. O seu orago hé Nossa Senhora das Neves. Tem altar-mor e só outro colatral de Nossa Senhora do Rozário, Santa Bárbara, Santo António, São Sebastião. Não tem naves e menos Irmandades. O Párocho desta hé Cura aprezentado pelo Padre e Abbade de Maceira Dão, com seis mil réis de congrua. ____________________________________________________________________________________________

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Naõ tem beneficiados. Naõ tem Conventos nê, miziricordia nê mais Ermidas [f. 1914] Nem Hospital. Naõ tem romagem a Igreja. Os frutos da terra de maior abundancia saõ centeio e milho vinho feijam e azeite e os de menos abundancia, saõ cevada trigo e tambem algua castanha e algua fruta mas em menor cantidade. Tem juis ordinario e juntamente dos orfaõs Elleito pello mesmo Donatario D. Abbade e sojeito ao coregedor da comarqua de Vizeu. He coutto de Maceiradaõ. Concelho sobre si. Naõ ha nella mais do que gente labradora e alguns Eclesiasticos e hu Bacharel por nome Pascoal Joseph da Costa e tambem familiar do Santo Oficio. Naõ tem feira algua. Naõ tem correio e serve se com cidade de Vizeu que he aos sabados e dista duas legoas. Dista da Cidade capital do Bispado duas legoas e da capital do Reino quarenta e outo. Naõ tem previlegio algu nê anteguidade. Tem uma fonte Moderna de cantaria com boa Agoa. Naõ tem lagoa nem rio algu. Naõ tem porto de mar, Naõ he murada nê praça de Armas nê tem Torre nem castelo algu Naõ padeceu ruina algua com o terramoto pasado porque tudo ficou como dantes estava. E naõ respondo aos dois ultimos interrogatorios que fazem mençaõ de serra ou rio notavel porque de tudo carece a sobre dita terra. Moimenta hoje 4 de Agosto de 1758. [f. 1515] Subdito Menor de vossa merce O Padre Manuel de Albuquerque cura

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Póvoa de Cervães T.T. - Dicionário Geográfico, vol. 30, m. 241, fls. 1837 - 1843. [f. 1837] Em resposta aos interrogatorios de Sua Magestade 1. Póvoa de Cervães fica na Província da Beira, Bispado de Viseu, commarca do dito Viseu, freguesia de São João Baptista, annexa de São Thiago de Caçurrães. 2. A Póvoa de Cervãens hé lugar sobre si, concelho de Azurara, pagua dous mil digo três mil e seiscentos de foro à Casa de Bello Monte, e o dito lugar da Póvoa hé de El Rei Nosso Senhor, e nam tem donatário. 3. Tem outenta e cinco vezinhos, pesoas entre mayores e menores, homens e mulheres, duzentas e sesenta e sete. 4. Esta situa em valle e somente dela se descobre o Lugr de Cativellos e Villa de Gouveya que sam da comarqua da Goarda e dista [f. 1838] o dito Lugar de Cativellos ao dito Lugar da Povoa meya Legoa e a Villa de Gouveya duas. 5. He do concelho de Azurara; he somente um Lugar, sem quintas nem mais aldeyas. 6. A Igeja esta dentro do povo, nam sam amis Lugares na freguezia do que o dito da Povoa. 7. O seu orago he de S. Joao Baptista, tem tres altares, o mayor do dito S. Joaõ, hum dos colaterais das almas, o outro da Senhora do Rosario, nam tem nave alguma. Tem a Irmandade de S. Joaõ Baptista. ____________________________________________________________________________________________

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8. O Paroco he cura, apresentado pello Abbade de S. Thiago de Caçurraens, renderá trinta mil reis. 9. Nada, nem do 10. 11. 12. interrogatorios. 13. Tem duas capellas huma de S. Sebastiam que he do Povo e outra da Senhora dos Remedios que he de hum particular chamado Manoel Dias Fragoso, ambas as capellas estam dentro do povo. 14. Nam tem romagem, nem acode gente a ellas. 15. Os frutos que mayor abondancia da terra que os moradores recolhem he centeyo e milho recolheram huns annos por outros tres mil alqueires. 16. Naõ tem juiz ordinario, estam sogeitos ao Juiz de Fora do Concelho que he o Concelho de Azurara. 17. Tem hum privilegio, concedido pr El rei o Senhor D. Dinis, de fazerem Almotaceis, no mesmo povo, arrecadarem para si os moradores a Terça das Coimas. Naõ he couto nem tem behetria. [f. 1890] 20. Servem-se do correyo da cidade de Viseu; dista tres Legoas. 21. Dista este Lugar da cidade capital do Bispado que he a cidade de Viseu, tres Legoas e a de Lisboa concoenta. 22. Tem o privilegio comprehendido no paragrafo desasete supra. 23. Na mesma terra só ha huma fonte que nam he de cantaria, nem tem cousa de que se possa fazer memoria e dos numeros ou paragrafos de que senaõ falou he porque naõ ha que dizer. Sobre Serra naõ há que dizer por ficar esta povoação longe e fora de serra, que entre o dito Lugar da Povoa e Serra da Estrela dista mais de duas Legoas e por meyo o Mondego Ryo de grande nome, e de que logo se falará. [f. 1841] ____________________________________________________________________________________________

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1. Perto desta povoaçam do lugar da povoa, acima declarado discorre o Ryo Mondego, distancia de meya Legoa, ou menos. He Ryo caudeloso, de grande abundancia de pele de barbos, bogas e algumas ingias, bordalos. Este Ryo commo já dice he grande. 2. Este Ryo nase junto a Manteigas vila, sita de tras da Serra de Estrella nam nace logo caudeloso e corre todo o anno. 3. Entram no dito Mondego desde que nasce the a cidade de Coimbra em cujo curso comprehenderá vintee tres ou mais Legoas, a Ribeira de Alva que nasce na dita Serra junto do dito Mondego, e se mete neste perto da cidade de Coimbra. O Ryo Dam que nasce junto ao Lugar de Carapitto e o Ryo Cris que entra perto da foz Dam, antes da cidade de Coimbra outo Legoas. 4. Em estas partes nam he naveavel. [f. 1842] 5. Este Ryo desde a Villa de Celorico the perto da cidade de Coimbra he de curso arrebatado a mayor parte. 6. Corre do nascente ao poente. 7. Cria eixes, e os de mayor abundancia sam barbos, e bogas nestes sitios. 8. Ha pescarias no dito Ryo, no tempo do Verão. 9. E as pescarias sam livres, em estes sitios. 10. Em muitas partes tem terras de centeyo que se cultivão e mtos sitios não; tem arvoredo de fruto. 11. As agoas são frias porem algumas pessoas tomão banhos de verão. 12. The que se mete no mar, sempre conserva o próprio nome. 13. Entra no mar, no sitio da Figueira que he huma villa. Tem quasiem todas as partes açudes de meya em meya legoa, mais ou menos, que lhe ____________________________________________________________________________________________

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impedemo poder-se navegar, e em estes sitios leva pouca agoa para navegaçoens. 14. Tem quasi em todas partes açudes de meya em meya [f. 1843] legoa, mais ou menos, que lhe impedem o poder-se navegar, e em estes sitios leva pouca agoa para navegaçoens. 15. Tem pontes de cantaria em estas vizinhanças tres, a ponte de Juncais, a ponte de Cabra, a ponte Palhês. 16. Tem muitos moinhos e alguns Pizoens, mas nenhum Lagar de azeite nem noras ou outro algum engenho. 17. Naõ ha noticia que sahisse ouro em estes sitios. 18. Os povos usão livremente das agoas, sem pensão, em estes sitos. 19. Este Ryo desde a nascente the que se mete no mar terá trinta e cinco pouco mais ou menos. 20. Não achei mais que possa narrar. Do cura João Cabral de Azevedo.

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Quintela de Azurara T.T. - Dicionário Geográfico, vol. 30, m. 21, fls. 113 – 118 Joseph Bernardo Cabral Teixeira Abbade actual da Igreja de São João Baptista do Lugar de Quintella concelho de Azurara termo da vila de Mangoalde da Comarca, e Bispado da Cidade de Viseu Província da Beira Alta dá as notícias seguintes respectivas aos interrogatórios conteúdos em papel impresso que lhe foi remetido por ordem do Alto Reverendo Senhor Doutor Provisor do ditto Bispado. N.º 1 Fica este lugar de Quintela de Azurara na Província da Beira Alta: pertence ao termo da villa de Mangoalde, e ao Bispado e Comarca de Viseu, e he freguesia sobre si. 2. Hé da Coroa; porém os moradores deste lugar, e dos mais do termo pagão todos os annos trinta e três mil reis de foro à antiga Casa dos Cabrais Fidalgos da Vila de Bellmonte da Comarca da Guarda, cuja quantia se reparte annualmt.e pelas justiças aos moradores do dito termo com respeito a possibilidade de cada hum. 3. Tem esta terra cento e quatro fogos, e quatro centos e vinte e duas pessoas. 4. Está situada em hum outeiro, ou colina piquena, e dentro dela senão descobre outra povoação mais que a do lugar da Fereixiosa que dista hum largo quarto de legoa.

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5. Não tem termo seo, por ser sujeita ao da vila de Mangualde como ditto fica. 6. A Paróchia está fora do lugar em distância de hum tiro de Mosquete e esta freguesia comprehende também o piqueno lugar de Canelas somente. 7. O orago da Paróquia hé o Glorioso Sam João Baptista: tem [114] quatro altares, o maior de São João Bautista, dous colaterais, hum de Nossa Senhora da Conceição, e o outro de São Sebastião, e o quarto de Nossa Senhora da Piedade, e uma só Irmandade erecta no sobreditto Altar de São Sebastião. 8. O Párocho he Abbade, e a Igreja he do Padroado Ecclesiástico que he o Ordinário do Bispado; e renderá huns annos por outros duzentos e cincoenta mil reis. 9. Não tem beneficiados. 10. Não tem convento algum. 11. Não tem Hospital. 12. Não tem casa de Misericórdia. 13. Tem três capellas a saber a da Senhora da Esperança distante do lugar o Caminho de huma Via Sacra, e pertence a fabrica della aos moradores de toda a freg.ª: a de São Vicente que fica dentro do Povo, aquem pertence a fabrica, e a de São Pedro Apóstolo que he particular, e pertence aos Administradores das fazendas pertencentes a mesma capella. 14. A nenhuma destas capellas acode romagem se não à da Senhora da Esperança no dia da sua festa que se costuma fazer na primeira Dominga de Outubro. 15. Os frutos que se recolhem com alguma abundância são milho, centeyo, vinho, castanhas. ____________________________________________________________________________________________

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16. Não tem juiz ordinário antes he sujeita à villa de Mangualde como ditto fica, aonde há Juiz de Fora. 17. Não he couto nem cabeça de Comarca? [115] 18. Desta terra não tem saído homens insignes em virtudes nem armas; e em Letras sahio o Rd.º P.e Mestre Caetano Joseph da Companhia de Jesus, que ainda existe, Académico da Academia Real e hum dos melhores oradores do nosso Reino, e dos mais famosos letrados da sua sagrada e eclesiástica Religião aonde foi Lente de Controvérsias no Collégio de São Patrício da cidade de Lisboa em cujas dificultosas matérias defendeu conclusões públicas com geral admiração e applauso e que tiveram grande aceitação até na Cúria Romana. Sahio mais Ignacio de Albuquerque Cabral que foi lente da Universidade de Coimbra. 19. Não tem feira alguã. 20. Não tem correio, e se serve do estafeta da cidade da Guarda que em todos os Sabbados passa para a de Viseo a levar e trazer a bolsa da Guarda que dista sete legoas desta terra, e três mais a Viseo. 21. A cidade capital de Bispado he a de Viseo que dista três legoas, e da de Lisboa capital do Reino dista cincoenta. 22. Não tem privillegios alguns. 23. Não tem fonte, nem lagoa celebres. 24. Não he porto de mar. 25. Não he terra murada nem praça de armas. 26. Não padeceo ruína alguã com o terramoto do anno de mil e setecentos, e cincoenta e cinco. 27. Não há cousa alguma digna de memória de que se possa dar notícia. [f. 116] ____________________________________________________________________________________________

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Sobre o Capítulo da Serra e seus números não há que se diga. Sobre o capítulo do Rio ha o seg.te N.º 1. Correm pelo limite desta terra dous piquenos rios, hũ chamado a Ribeyra das Antas, por ter o seo principio em hum pantano ou charco grande, que está ao Nascente daquele lugar em distância de hum quarto de legoa, e o outro se chama a Ribeira de Lodares, que principia a sua currente em os passais da Igreja da Villa das Chans, que estão perto das casas da residência do Abbade. 2. Nascem com pouco vigor, e de verão seccão quazi totalmente. 3. Não entrão nelles outros Ribeiros, nem Rios. 4. Não são navegaveis. 5. São de curso quieto. 6. Ambos correm do Nascente ao Poente. 7. Ambos crião Bordallos, Bogas, e algumas Inguias, e os Bordallos ainda que pequenos são de bom gosto, e podem competir com os da Ribeira chamada Touroens em que falla a Ordenação do Reino. 8. Todos os sobreditos peixes se pescão em todo o peryodo anno, menos [f. 117] as Inguias que só se pescão no verão. 9. Pesca-se nelles livremente. 10. Todas as margens se cultivão menos as quelas fragosas, e tem bastante arvoredo sylvestre. 11. As suas agoas não tem virtudes particulares. ____________________________________________________________________________________________

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12. Conservam sempre os sobredittos nomes, e não há memória tivessem outros. 13. Ambos morrem no rio chamado Dão, que dista desta terra huã legoa no sítio do Pisão, que fica na mesma distância incorporando-se primeiro hũ com outro. 14. Ambos têm muitos açudes e levadas p.ª se regarem as margens, moerem os moinhos, e lagares de azeite, e trabalharem os pizoens. 15. A Ribeira de Lodares dentro do limite deste lugar, e freguesia tem huã ponte de cantaria forte, e bem feita no sítio chamado do Cadavay : tem mais um pontão de pedra tosca no sítio do Freyxo, outro no sítio da Amieyra, outro de pao coberto com pedras no sítio do Pedraguedo, e por todas são quatro pontes. A Ribeira das Antas enquanto corre no limite deste lugar e freguesia tem duas pontes uma de cantaria chamada a ponte de Canellas e outra chamada a ponte dos moinhos que é de madeira capeada com pedras, e no sítio aonde chamam a Barra. 16. A Ribr.ª de Lodares dentro do limite deste lugar, e freguesia tem cinco moinhos, e hũ lagar de azeite, e a Ribeira das Antas tem quatro moinhos, e não há mais ingenhos. [f. 118] 17. Não se tira ouro nas suas areas, nem há not.ª que se tirasse em algũ tempo. 18. Os povos por cujos limites passão estes rios usão livremente das suas agoas sem pensão alguma. 19. A Ribeira de Lodares desde o seo principio até que se incorpora com a das Antas, tem duas lgoas de curso, e a das Antas desde o seu nascimento tem tres legoas, e depois de incorporadas correm hũ quarto de legoa até intrarem no sobreditto rio Dão. A Rib.ª de Lodares, passa por o pé ou junto ____________________________________________________________________________________________

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do lugar da Corvaceira, Outeiro, Freyxiosa, Quintella, Passos, e Oliveira; e a Ribeira das Antas passa junto deste lugar, e do das Moutas, São João da Fresta, Casais de São João, Villa Seca, Travanca de Bayxo, Quinta da Bouça, Samdiaens, Casal das Donas, Real, Ribeira, Abogoens, Canellas, e Lamegal e depois de incorporados passão e morrem junto do lug.r de Germil. Estes são os lugares por onde passão em pouca distância desde os seos nascimentos, ate onde acabão. 20. Não há mais coisa notável de que dê notícia. Joseph Bern.do Cabral Teyx.ra

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Santiago de Cassurrães T.T. - Dicionário Geográfico, vol. 9, m. 188, fls. 1223 - 1233. Satisfazendo ao folheto e seus interrogatórios que Sua Magestade fidelissima manda e hordena etc. Respondo pelo primeiro interrogatorio. 1º Esta terra se chama Cassurens, está em a Província da Beira Bayxa [sic.], pertence ao Bispado de Vizeu e à mesma commarqua, hé do termo da villa de Mangualde, comcelho e termo de Azurara da Beira, freguezia sobre si. 2º He de Sua Magestade fidelíssima. Nam tem donatário. 3º Tem esta terra e freguezia vezinhos e moradores trezentos e nove, e o númaro das pessoas sam outocentas entre de maiores e de menores sam duzentas, nam consta de mais de prezente, por[?] hora. [f. 1224] 4.º Esta a dita terra situada em vale nam se descobrem cituaçoins só saindo ao largo do val em alguns altos se descobre todos os baixos da serra da estrella e terras que nelles ha a parte de sul que he gouveya e a villa de Linhares e a estas distão a terra tres legoas nesta distancia corre um val grande por honde corre o Rio Mondego que delle falará quem for vezinho porque da terra de Cassurreins dista grande meia legoa. 5.º Esta sujeita como em primeiro numero se dice. 6.º He freguezia sobre si. A paróquia está fora do luguar, no meio e largo da freguezia, tem junto a ella só as cazas da rezidência aonde asiste o Párocho. Consta a freguezia de sete lugares, que estam sugeitos à igreja, ____________________________________________________________________________________________

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os coais sam: Cassurens, Aldeya da Igreja, Cazal de Cima, Fundõins, Cazal Mundinho, Comtenssas de Baixo, Contenssas de Cima. [f. 1225] 7º Ho orago desta igreja ou paroquial he o Senhor São Thiago, que por deferença de outras terras se asignam de São Thiago de Cassurens. Tem esta igreja sete altares: capella-mor, com ho orago Senhor São Thiago, dois colatrais, hum da parte do Ivangelho do Menino Jesus, o da parte da Ipístolla do Senhor Santo António, tem nos lados das paredes, da parte do Ivangelho, duas capellas, huma de Nossa Senhora do Rozário e outra do Senhor Crucificado, chamada a Capella das Almas, da parte da Ipístolla outras duas, huma da Senhora Santa Anna, outra do Senhor Sam Lourensso, fazendo estas frente humas às outras com igoaldade. Nam tem naves a igreja, mas se acha reformada e com aseyo e venerassam e bastantemente grande. Tem esta igreja duas torres dos lados, em frontespício, feitas pello prellado por sua devossam e zello, com seu atrio magistoso guarnecido de cantaria por todo; suas excadas para o mesmo fazendo terreiro grande, ao portico este com seu arco e ladrilho; tem mais a parochia sua tribuna donde serve para o canto das funcoins desta se saie pera hum eirado entre as torres guarnecido com suas grades. Com munta vista e ar hua que em the aqui se acha de prezente o estado da igreja. [f. 1226] A igreja tem huma Irmandade populoza, intitulada debaixo da protessam do Menino Jezus, e assim chamam a Irmandade do Menino, e nam consta de mays. 8º O Párocho desta paróchia hé Abbade e se chama Abadia de São Thiago de Cassurrães. Hé aprezentada por padroeiro, por ser este Senhor do ____________________________________________________________________________________________

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padroado, o fidalgo da Caza e Morguado da villa de Belmonte, Caetano Francisco Cabral. Este tem o padroado por ser vincolo da sua caza sem ser pôr merçe da Croa e assim tem continuado sempre e aprezenta a dita Igreja. A renda que a dicta Igreja tem he incerta por serem dismios a sua lutuassam certa huns anos por outros sam quinhentos mil Reis. 9.º Nam tem beneficiados. 10.º Nam ha conventos na freguezia. 11.º Nam tem Hospital. 12.º Nam ha Misiricordia em a freguezia mas sim em a gente m.ta caridade. [f. 1227] 13º Tem esta freguezia e terra huma capella magistosa com grandeza e ornato, sobre si em acima do vale em hum largo campo muito vistoso, fora dos lugares. O seu horago hé Nossa Senhora de Servãins, tem esta capella altares colatrais, em hum Santo Amaro e outro Sam Caetano e Nossa Senhora da Graça. Esta capella hé filial da igreja, donde os párochos aprezentam irmitam; tem obriguaçam a freguezia do seu ornato. Comcorre a esta irmida muita devoçam em o dia que se celebra sua festividade, que hé em o dia do nome de Maria, muntas offertas de todo o género de frutos, comcorrendo com estes a freguezia e muntos mais devotos de mais partes, que estas offertas e seo producto o Párocho com os moradores logo as comvertem em obras na dicta irmida por ser esta da mesma freguezia. Está no mesmo sítio e campo sobre si outra capella munto vistoza [f. 1228] e ornada com dois altares, que esta hé da Irmandade do Menino Jesus desta freguezia, que a governa e paramenta. Nesta tem as imagens dos Passos colocadas com munta decência e venerassam, que só saiem na ____________________________________________________________________________________________

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funssam dos Passos que na dicta freguezia se faz, para o que concorrem os rendimentos da Irmandade, chamada esta capella do Calvário. Neste pais se acham as cazas com seu quintal do irmitam goarnecido o pais de arvores tem em o largo e meio do terreiro sua fonte de bica com seu chafariz e com muito aseio e bizaria por este sitio passa hua extrada muito frequentada por dar pasagem para muitas terras e virem passar o Rio Mondego a huma ponte Rial e principal do Rio chamada a ponte Palhez que della fallará quem mais vesinho for. Tem esta freguezia e terá no lugar de Fundoins dentro do mesmo povo [f. 1229] hua capella do horago de Santa Eofemia q he do mesmo povo fabriqueiro da mesma capella esta sigela [?] m.to ornada e com muito aseio e grandiosa a esta concorrem m.tas ofertas e m.ta gente de varias partes fazendo os muitos milagres por intercessam de Sam Benedicto e offertando-lhe os mesmos milagres. Com festa a capela guarnecida nam tendo dia nem tempo q/ nam está agente sempre correndo festejalla pela freguesia e povo. Sua festa em mesmo dia da Santa Eufémia dia em q/ concorre muita gente e offertas q/ [---]30 sem perder a convertem e, hobras necessárias a dita Capella e seu ornato. Tem mais a freguezia em cada povo sua capella munto bem ornadas e compostas. O orago de cada hua he: em Contenssas de Cima o Senhor Salvador do Mundo, em Contenssas de Baixo Sam Pedro Mártire, em Cazal Mondinho Sam Silvestre, Aldeia da Igreja o Mártire Sam Sebastiam, Cassurens Sam Simam. Tem este povo duas capellas particulares com aseio, huma de Sam Joam Baptista outra dos Inocentes. [f. 1230]

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Tinta repassada.

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15.ª Os fructos da terra que os moradores recolhem sam de todos os legumes centeio, trigo, milho, azeite e vinho, o que mais supre e em mais abundancia he os milhos. 16.ª Nam tem juis ordinario. 17.ª Nam he de Couto; nem cabeca de concelho pois he sugeita ao juis de fora de Azurara da Beira. 18.ª Nam ha memoria que della sahissem homens de memoria. 19.ª Tem hua feira que se faz todos os meses aos 15 dias do mes. 20.ª Nam tem correio. 21.ª Está a terra distante da Cidade de Vizeu Capital de Bispado sam tres legoas; e da Capital de Lisboa dista 50 legoas. 22.ª Nam tem previlegios so fazeremse as procisoins Riais em a freguezia. 23, 24, 25, 26, 27.ª Nada se acha em a terra do que se procura nem do se excreve [---]31[f. 1231] Das segunda advertencia que se fes e se procura em a Relaçam he o seguinte. 1.º Está excrito em o primeiro capitulo do exposto que dis tem o seu nome Cassurens a terra. 2.º O val donde está tem de comprido hua legoa donde principia; emthe o fim delle tem de largo de serra a serra meia legoa que nestadistancia se acha a freguezia plantadas todas as suas povoaçoins de que se compoen como está dito.

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folio delacerado.

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3.º Cetua este val duas serras; huma parte de norte chamada Serra da Lacioreira [?] outra a parte do nascente chamada a serra da pedra aguda de huma serra pera outra se nam desune pella parte do norte mas fas por partes baixas donde tem as estradas que atravessam estas serras e cada parte dellas tem sua Ribeira, pera o val estas nam sam caudalozas dam agua para regua das terras que ocupa o val da terra o curso destas he do norte pera o sul e se fanelizam em o Rio Mondego. [f. 1232] 5.º Estas serras naõ tem povoaçoins de vilas sem luguares amsi do que entre elles a freguezia de S. Thiago de Cassurens com este decifrado. 6.º Nam tem fontes nem propriedades raras de maneira mais que os seus nascentes ordinarios, que fazem abundancia de Agoa as duas Ribeiras pera Regarem as terras do val. 7.º Nam tem as dictas serras minarais de metais e menos canteiros de pedras senam pedra brava sem estimaçam. 8.º Nam tem as serras plantas e menos ervas medecinais nam tem povoaçoins em partes se cultivam e dam centeio e sam muito geladas e frias nellas coalha a neve muitas vezes que he o que mais abundantes sam. 9.º Nam tem Mosteiros, e menos igrejas de Romagem. 10.º A calidade de seu temperamento he munto frio no inverno e no veram munto calor por lhe dar milhor o sol. [f. 1233] 11.º Nas dictas serras pastam gados e todas as criaçoins tem raças de coelhos lebres e perdizes Rapozas, e por partes dellas aparecem lobos que destes he o seu pais. 12.º Nam tem alagoas nem fojos dignos de memoria nem consta de mais couzas do que se expoem e declara. ____________________________________________________________________________________________

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Na segunda digo terceira advertencia que se procura naõ tenho que dizer pois a terra naõ tem rios e menos navegaçoins so pella mesma laboram pera sua comgrua sustentaçam e ponha lhe Deus a virtude pera milhor se dizer. Finis laus Deo. Agostinho Luis de Carvalho Freire e Vasconcelos.

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S. João da Fresta T.T. - Dicionário Geográficol, vol. 16, m. 190, fls. 1153 - 1158. Mandame V.ª Ex.ª informar sobre o contheudo nesta Freguesia de S. Joaõ da Fresta anexa de Santa Maria das Chãns, e seu lemite a respeito do que contem os interrogatorios comtheudos no bilhete que he servido remeterme e o que posso informar he o seguinte. Esta freg.ª de Sam João da Fresta fica na Província da Beira, Bispado e comarqua de Vizeu. Consta esta freguezia de cinco povos, que vêm a ser: São João, Vinhó, Pinheiro, Fresta e Cazais. Que todos constão de cento e trinta e três foguos, pesoas de comfisão e comunham trezentas e quarenta e duas, e de confisam [f. 1154] somente outenta e cinco. A igreja está no lugar do Sam Joam e alguma couza apartada do povo. E situada em huma campina na costa de huma serra que tera de distancia hum coarto de leguoa dahi se avistam o luguar da Miozela e o de Marequo distantes meia leguoa hu do outro pouco mais ou menos. O oraguo da igreja hé Sam Joam Baptista. Tem altar-mor e dois colatrais, hum de Sam Sebastiam, outro de Nossa Senhora do Rozário. Tem três naves. Tem huma Irmandade de Sam Joam Batista. O Cura hé aprezentado pelo R.do Abb.e de Santa Maria das Chãns, a renda que tem sam seis mil réis de comgroa, que lhe dá o R. do Abb.e. O pé ____________________________________________________________________________________________

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d’altar, huns annos por outros, renderá quinze athé vinte mil réis pouco mais ou menos. [f. 1155] No luguar de Pinheiro está huma capella de Sam Vicente. No da Fresta outra de Santa Marinha. No de Vinhó outra de Santo António. No dos Cazais outra da Senhora da Nunciaçam. Às coais não acode romagem em nenhuma parte do anno. Os maiores fructos desta terra he centeio e milho. Tem juis de fora que serve neste concelho de Tavares e Azurara da Beira. Dista esta Freguezia da cidade de Vizeu coatro leguoas e de Lisboa cincoenta pouco mais ou menos. Esta no luguar de Sam Joham hum cupiozo nascente de aguoa, e no dos Cazais huma Fonte da mesma sorte porem naõ se sabe que as suas Aguoas tenham vertude. Nam padeçeo esta tera ruina alguma no terremoto e naõ tem mais couza alguma das comtheudas nos Interrogatorios. [f. 1156] No que pertence a Serra Chama-se a Serra do Bom çuseço tem de comprimento huma leguoa pouco mais ou menos de larguo hum quarto pouco mais ou menos como fica dito principia ao pe do luguar do Ramiram e acaba ao pe do luguar da Corvaceira. Estam ao longo dela os luguares seguintes Pnheiro, fresta, Sam Joam, cazais que sam desta Fregueziade Sam Joam Batista, Vila Sequa, travanqua. No maior cabeço dela esta situada a Capella da Senhora do Bom Çuseço que ferquentam pesoas por todo o anno e muito mais a ferquenta nos dias da sua Festividade a vinte e cinco de Março e a outo de setembro. ____________________________________________________________________________________________

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Nam tem plantas nem ervas medisinais de que se saiba nam se cultiva a maior parte dela. Pastam nela muito pouco guados de cabelo e menos de lam, a caça dela he algum coelho e muto poucas perdizes por nam [f. 1157] terem matos em que se criem. Nam tem Rio algum mais que huma Ribeira chamada a Ribeirinha de Sam Joam. Nace em hum Reguato que principia ao pe do luguar do Furtado e dahi duas leguoas e meia pouco mais ou menos se mete no RIo Dam. No limite desta freguezia tem cinco moinhos que moem quando muto desde o Natal athe o Sam Joam e neste lemite he de curso quieto tem hum pontam de madeira e humas poldres de pedra. Corre de Nascente para o poente. Tem muto poucos peixes porque seca todos os annos e esses que cria chamamos ruivacos e sam muto miudos. Nam se sabe que tenham vertude as suas aguoas. Os povos mais cheguados a esta Ribeira desde donde naçe athe o lemite desta Freguezia he o das Antas, o da Miozela, o da Vinhó, o do Sam Joam, o dos Cazais, o de Vila Sequa, o [f. 1158] de Marequo, o de Travanqua, e nam ha mais couza alguma notavel do que as conheudas nos interrogatorios do bilhete. He o que posso informara Vosa Escelencia que mandara o que for servido. Sam Joam, de Mayo 15 de 1758. De Vossa Excelencia Subdito reverente O P.e Cura Thome Lopes ____________________________________________________________________________________________

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Travanca de Tavares T.T. - Dicionário Geográfico, vol. 43, m. 452, fls. 439 - 442. 1. Hé Província da Beira Alta, Bispado e comarca de Viseu, termo de Tavares, freguesia do Senhor Salvador, da jurisdisam rial, com juis de fora. Tem esta freguesia quarenta e seis vezinhos. 2. Esta situada esta freguesia frente ao norte, arimada a hu monte baixo, e della se discobrem os luguares de Marequo, Pouzadas e Casal das donnas. 4. A igreja desta freguesia se acha quase no meio della, junto de três povos, hé oraguo da Transfigurasam, tem coatro altares, o maior em que está o Sacramento, os dois colatrais de Nossa Senhora e Sam Sebastiam, e a hum lado hum de Sam Domingos, tem hum lado diguo adro grande e espasoso em que se acham muitas sepulturas com comendas e pedras esculpidas nas campas, foi antiguamente abadia, que por se lhe desanexarem luguares e ficar com menos rendimentos se anexou à de Santa Maria das Chãns. 5. Hé Curato da mesma igreja das Chãns, renderá huns annos pellos outros, com seu pasal que tem, quarenta mil réis. [f. 440] 6. Nada. 7. Nada. 8. Os frutos de maior abundancia sam pam, Milho e Trigo, lavra algum vinho, castaha e pouco azeite, tem frutas pera a tera. 9. Esta dito. 10. Nada. ____________________________________________________________________________________________

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11. Ha nesta freguezia duas cazas de pessoas nobres coal he a da quinta da bouça desta freguesia, em que vive Damazo Soares de Abreu, que tem nobreza per si e de seus avos, que tem e tinhaõ os apelidos de Abreus, Casteis brancos, Mellos e Soares. A outra caza de Lourenço de Mello Soares, Capitam mor deste concelho de Tavares, que tem o foro de moço fidalguo, per si e seus avos cujos apelidos, sam e foram de Abreus, Casteis brancos, Soares e Mellos. 12. Nada. 13. Nada. 14. Nada. 15. Nada. 16. Nada. 17. Nada. Ao segundo interrogatorio 1. Nada. 2. Nada. 3. Nada. 4. Nada. 5. Nada. [f. 441] 6. Nada. 7. Nada. 8. Nada. 9. Nada. 10. Nada. ____________________________________________________________________________________________

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11. Nada. Ao terceiro interrogatorio 1. Core aperto desta freguesia hua ribeira do nascente pera o poente, que de veram leva pouca aguoa, prencipia hua legua asima desta freguesia; e fenese pouco mais de hua leguoa abaixo, aonde se mete no rio dam, junto a Nossa Senhora da ribeira, capella sita no Con.ho de penalva. 2. Nada. 3. Nada. 4. Nada. 5. Nada. 6. Nada. 7. Nada. 8. Nada. 9. Nada. 10. Ao desimo se continuam toda as suas marges de hua parte e outra. 11. Nada. 12. Nada. 13. Nada. 14. Nada. 15. Ao desimo quinto tem alguns pontois de pau pera a pasajem. 16. Tem alguns moinhos. 17. Nada. [f. 442] 18. Nada. 19. Nada. ____________________________________________________________________________________________

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20. Nada. E he o que achei, e me constou por infrmaçois, de que me parece devo dar conta na foma dos interroguatorios. Travanca, 9 de Agosto de mil setesentos e trinta e dois. O P.e Cura Luis de Carvalho

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Tavares T.T. - Dicionário Geográfico, vol. 43, m. 436, fl. 313. Tavares hé título nominal de hum concelho da commarca de Vizeu, com câmara e juízes para governo do povo, repartido por seis paróchias denominadas. No seo termo a câmara faz as suas sessões na chamada villa. Chãns, nam obstante ser Tavares paróchia de 119 fogos, com 355 almas de sacramento na Matris, dedicada a São João Baptista. Aqui apontamos todas com seos oragos, mas as descrições vejão-se nesta, e nos artigos competentes das outras. Abrunhosa: santa Cecília. Fresta: São João Baptista. Chãns: Senhora d’Assumpção. Tavares: São João Baptista. Torre da Várzea: Senhora da Várzea. Travanca: São Salvador.

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Torre de Varzea32 T.T. - Dicionário Geográfico, vol. 43, m. 444, fls. 337 - 338. 1 He freguezia sobre si da provincia da Beira Alta, Bp. do e Cmca de Vizeu, termo do Con.lho de Tavares anexa das Chans matris e villa do mesmo Con.ho de q he Senhor El rei. 2 Está situada em hum valle a honde chamam a Varzea que descobre p. te da Serra de Estrella, luguares junto a ella a saber a villade Linhares, a de Folgozinho, a de Melo [?], e a de Gouvea e Nabais e Nabainhos luguares do Mondego e o convento de Nossa Sr.ª do Cabo de religiozas franciscanas. 3 Tem esta fg.ª dous luguares, a saber: Villa Cova e Torre. Têm estes dous e frg.ª cento e trinta e seis vezinhos. O luguar da Várzea esta situado em hu valle e o da Torre em sitio mais alto. 4 A igr.ª ou paróchia está entre os dous luguares acima ditos, e hé o seu orago Nossa Sra da Várzea tem três altares, hum da mesma Sra e dous colatrais: hum de Nossa Sra do Rosário e outro de S. Sebastiam. Tem huma digo tem cada hum dos luguares sua capella de Stº António; e no luguar da Torre está instituída hua Irm.de do mesmo St.º António, e na do luguar de Vª Cova está colocado o Santíssimo Sacram.to. [f. 338] 5 O párocho hé cura aprezentado pelo Abb e da Matris das Chãns renderá o dito curado cincoenta mil reis. 6.

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Corresponde à freguesia de Várzea de Tavares

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7. Esta ditto. 8. Os frutos que os moradores destes povos reolhem em maior abundancia he venteio e milho. 9. Esta esta frg.ª sogeita a J.ª F. ª das Chãs do con.ho de Tavares já tem Juis de Fora e Camera por fez [?] por Elrei. 10.

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11. Está no luguar de V.ª Cova hum dos Mello de Albuquerque da descendência dos Cardozos Mellos e Albuquerques. João [?] Cabral de Fig.do sargento maior deste conc.º descendente dos Cabrais Amarais e Fg.dos. Há também hum mauzoleo na d.ª parochia da Várzea dentro da Igr.ª e huãs armas na frontaria della que a acha [?] por protecção serem dos Cardozos. E não ha mais nada nesta frg.ª do q. se dz. r. O Cura [---] V.ª Cova de Agosto nove de 1732. O P.e Cura [---]

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