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2 Educação&Ciência | JORNAL DA COMUNIDADE | BRASÍLIA, 27 DE OUTUBRO A 2 DE NOVEMBRO DE 2012

Encontro

Satisfação pessoal e profissional O 22º EncontraRH trouxe à capital federal as últimas novidades e os mais modernos conceitos na gestão de recursos humanos DA REDAÇÃO

Um panorama global preciso e atual voltado para qualificação e aplicação na área de gestão de pessoas. Com este norte, a Associação Brasileira de Recursos Humanos seccional DF (ABRH-DF) realizou a 22ª edição do EncontraRH, nos dias 24 e 25 de outubro, no auditório ParlaMundi, da Legião da Boa Vontade. O evento é considerado o maior encontro regional voltado para os profissionais da área. Com o tema “Novo Mundo, Novas Competências: Repensando os Modelos de Gestão”, foram apresentados cases e soluções para trabalhar e prosperar em uma realidade em que se pode conciliar satisfação pessoal e profissional. Essas são questões que desafiam o profissional da área de recursos humanos, segundo o presidente da ABRH-DF Hélio Vasconcelos. Cerca de 400 profissionais participaram das 12 palestras do encontro. Os temas variaram desde mídias sociais, passando por inovações, valores, competências, sabedoria, entre outros. Para a analista de gestão de pessoas Tatiana Barretto, que participou do encontro, o conteúdo apresentado foi excelente e irá contribuir muito em seu trabalho. “Essas atualizações nos darão novas perspectivas”, revela.

Aproximadamente 400 pessoas estiveram no ParlaMundi para assistir às palestras

Dentre os destaques estão as palestras “Novos Tempos, Novas Competências: Repensando os Modelos de Gestão”, do especialista em negociação e gestão de conflitos Roberto Aylmer; e “Valores e Competências Essenciais para um Novo Modelo de Gestão”, da consultora de empresas públicas e privadas e professora da Fundação Getúlio Vaargas (FGV), Maria Eugênia. Na primeira apresentação, Aylmer destacou que o conceito do valor de uma marca está ligado à sua percepção. Ele apontou, ainda, a importância do “capital humano”, e falou sobre a maneira como cada profissional é percebido pelos colegas. “Quando você chega a uma reunião, observa a reação das pessoas estampada em suas expressões. Você é bemquis-

to?”, disse, propondo ao público uma reflexão diária. Na palestra “Valores e Competências Essenciais para um Novo Modelo de Gestão”, Maria Eugênia explicou que quando um profissional traz valores para uma discussão, ele eleva o nível de entendimento e cria facilidades para solucionar os problemas.“A informação que passamos pode ser utilizada com as mais nobres intenções ou com má-fé, mas o mundo hoje nos cobra transparência e iremos fazer a nossa parte”, disse Maria Eugênia. A professora da FGV disse, ainda, que um outro desafio étornar o trabalho de gestor atraente para as gerações futuras. “Identificar os valores é importante para criar uma sintonia entre os colaboradores para o bem comum”, explicou.

Pressão desnecessária POR GUSTAVO HENRIQUE OLIVEIRA*

Decisões estão sempre muito presentes em nossas vidas. Desde as mais simples até as mais complexas, todos temos nossas várias decisões para tomar e cada uma delas nos dará um rumo diferente. Portanto, tomar uma decisão errada pode mudar uma vida completamente e torná-la pior do que poderia ser. Por esse motivo, decisões consideradas importantes exigem reflexão e muita maturidade. Vivemos num país que possui um sistema de educação falho. Sendo tão novo, imaturo e, consequentemente, inexperiente para tomar um decisão desse porte, a chance de que ela seja a errada é muito alta e, acredite ou não, se essa decisão for tomada erroneamente por um grande número de adolescentes, não afetará apenas eles, mas sim o Brasil como um todo. Quantos gênios nós já não desperdiçamos por causa de nosso sistema? Um país como o Brasil, que tem uma vasta mistura de culturas e quase 200 milhões de pessoas, obviamente tem um potencial intelectual imensurável. Onde, então, está o erro? Na formação dos estudantes. Desde os primeiros anos de escola, é empurrado ao aluno informações profundas e muitas vezes desnecessárias. É importante para a formação do ser humano ter um vasto conhecimento, mas basta o básico para se ter uma ideia de qual profissão seguir. A partir dele, o aluno deveria ter a oportunidade de se aprofundar sobre o que desejou e, assim, descobrir se o que ele pensou é realmente o que ele quer. No sistema atual, o aluno se aprofunda muito em tudo. Isso faz com que ele tenha muita informação sobre tudo, mas sem conseguir dar a ênfase necessária no que ele julga ser o ideal para si, o que dificulta na hora da escolha de seu curso, aumentando a probabilidade de erros. Colocar uma pressão exagerada nos estudantes desde cedo para que eles consigam passar nos vestibulares, engolindo matérias que, com certeza, serão inúteis para exercer sua profissão, não é saudável; muito menos inteligente. O adolescente se vê numa pressão contí-

nua. Seu “objetivo de vida” muitas vezes é simplesmente passar numa universidade federal. E esse desejo faz com que a ideia de entrar em uma tenha um peso maior do que a própria escolha do curso, e isso não pode acontecer. Ser um adolescente hoje em dia realmente não é fácil. Ter que lidar com todas as pressões sociais impostas pela sociedade e, ainda assim, ter que escolher seu futuro pensando em uma boa qualidade de vida para si e por um país melhor, e ao mesmo tempo ter que se preocupar em lidar com a pressão de seus pais para entrar em uma universidade pública é psicologicamente exaustivo. Quando finalmente escolhem o curso que querem, têm que estudar matérias sem qualquer relação com seu curso para poder se formar no ensino médio e passar em uma boa faculdade. Há também um problema relacionado à economia de cada um. Muitos escolhem um curso pelo seu retorno financeiro no futuro, sem pensar se essa é a sua vocação ou se é assim que trará benefícios ao país, e isso também é errado. Pois além da grande maioria de esses desistirem no meio do curso, provavelmente não serão bem-sucedidos na sua profissão. Errado, está. Talvez a solução seja mudar o sistema de ensino e seguir o modelo dos Estados Unidos, onde o adolescente direciona sua vida profissional por eliminação, ou seja, cursa matérias básicas de todas as áreas com ênfase, com o passar dos semestres, naquela em que se sentiu mais confortável fazendo. Essa pode não ser uma solução simples, mas é preciso mudar urgentemente. Não podemos continuar com esse sistema que traz apenas malefícios para o futuro do nosso país. E se o governo não quiser melhorar isso, que nós, adolescentes, melhoremos. Vamos seguir os passos de Mahatma Ghandi e fazer uma revolução pacífica e silenciosa. Pegue um livro sobre o conteúdo que mais lhe deu interesse e leia. Se não for o que você realmente quer, pesquise mais. Vamos “ser a mudança que queremos para o Brasil”. * O autor é estudante

Mostra

Entre os destaques do FLAAC 2012 está a exposição de quadros com cenas antigas e atuais das mais variadas tribos africanas

África desvendada na UnB DA REDAÇÃO

Até o dia 27 de outubro, parte da área entre a reitoria, a biblioteca e o ICC está tomada pelas atividades do FLAAC 2012. O evento que nasceu, em 1987, com o nome de Festival Latino-Americano de Arte e Cultura, e se repetiu em 1989, agora vem em dose dupla: fala não só da América Latina, mas também da África. Dessa forma, o novo ­FLAAC se apresenta como Festival Latino-americano e Africano de Arte e Cultura e traz em sua programação uma imensa gama de artistas e manifestações variadas de cultura africana e afro-brasileira. Segundo o coordenador executivo do festival, Elísio Lopes Jr., somar o contexto africano ao FLAAC foi uma decisão unânime, que dialoga completamente com os valores e a cultura da universiCMYK

dade, sentimentos originados por seus fundadores, Darcy Ribeiro e Anísio Teixeira. “A UnB foi a primeira universidade federal a estabelecer o sistema de cotas raciais. Os africanos são presentes no campus e fazem parte desse todo. Além disso, falar de África é recordar a história do país”, comenta Elísio. Para isso, o FLAAC 2012 recebe em sua Aldeia Global o Espaço África – Anísio Teixeira, que será palco para todas as atividades relacionadas às africanidades. Dentre as atrações, o espetáculo “Percurso dos Sentidos: uma performance interativa multissensorial”, com o maestro Sérgio Souto e Grupo Vozes Reveladas, que ocorre no dia 25 de outubro, às 14h30. A apresentação acontece com a plateia vendada e, a partir disso, se desenvolve com desfecho indefinido. Subitamente privado do sentido

da visão, o ser humano tende, inicialmente, a passar por sensações de mal-estar como insegurança, ansiedade e medo, mas logo seu instinto de sobrevivência impõe mudanças de atitude, começando pelo resgate e apuro dos outros sentidos - que, potencializados, assumem as funções de traduzir e estabelecer as conexões com o mundo. Com isso, o público é levado a enfrentar as propostas do grupo de outro modo e dessa forma, refletir sobre os temas propostos, como a influência africana no país. Além desses espetáculos, o FLAAC também recebe apresentações de danças e ritmos africanos, o espetáculo de moda “África – Remix”, oficinas de percussão e tambores afro-brasileiros, dentre várias outras atividades. A programação completa pode ser consultada aqui.


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