EDITORIAL
UM BRINDE AO BOM HUMOR
N
o editorial em que apresentamos a revista Pepper, em novembro de 2012, dizíamos: “para a equipe da revista, foi um prazer fazer este primeiro número”. Hoje, ao completar doze números, podemos dizer que mantemos o mesmo orgulho, sem fugir em nenhum momento do nosso projeto editorial destinado a “preencher um espaço voltado para a informação com bom humor no nosso mercado editorial” e, de fato, como destacamos naquele memorável editorial, “conseguimos apimentar nossas matérias com seriedade e ao mesmo tempo fugir das badalações políticas do momento (o que não falta é assunto), procurando mostrar neste número inicial uma Brasília com pimenta”. É com orgulho que podemos dizer que esse espírito de bom humor foi preservado nesses primeiros doze números da Pepper. Os movimentos de protestos de junho, quando milhares de jovens ocuparam as principais avenidas e espaços públicos da capital, marcaram um dos momentos mais tensos da história da cidade. Os jovens brasilienses se valeram dessas manifestações para dizer que já estavam de “saco cheio” e pediam um basta a tanta corrupção. A Pepper não podia ficar indiferente à
coragem e à determinação desses jovens. Na edição de julho, Pepper dedicou várias páginas a esses protestos com uma abordagem jornalisticamente correta sem perder o bom humor. Isso ficou evidente nas imagens que ilustravam a reportagem. Fotos que mostravam jovens empunhando cartazes com dizeres críticos, mas muito bem humorados. Afinal, como dizia Ernesto Che Guevara: “hay que endurecer, pero sin perder la ternura jamás”. O lado da repressão, a cargo das tropas de choque da PM, não pensava desse jeito e os soldados não pouparam no uso do gás lacrimogêneo, das balas de borracha e dos cassetetes. Hoje, os leitores da Pepper podem acessar
também nossas páginas na internet, marcadas por um jornalismo mais dinâmico e maior interatividade com nossos leitores, que podem participar mais do nosso dia a dia com sugestões pauta, críticas (elogios também podem) e ideias que nos permitam melhorar sempre. A Pepper mantém na internet o mesmo espírito de bom humor que jovens leitores já se acostumaram a ler nas edições impressas. Nosso desafio é manter o mesmo espírito e a mesma qualidade nas próximas edições da Pepper. Estamos orgulhosos de ter chegado até aqui, mas cientes de que 2014 será um ano especial. Afinal, teremos Copa do Mundo e eleições para escolha de parlamentares, governadores
e presidente da República. O futebol, paixão nacional, vai provocar uma explosão de alegria, nas vitórias da seleção brasileira, mas quando chegar a hora das urnas, a juventude brasiliense vai fazer do voto a resposta à voz das ruas.
Sérgio Donato Contaldo sdonato@forzacm.com.br
Editor Chefe
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Jorge Rosa
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Sérgio Assunção Pedro Abelha J. Carlos JR Ramalho Romolo Lazzaretti
Para nos atender com qualidade e nos gerar bem estar Pedro Wolff Fotos Glaucya Braga
Pepper estará ao lado desses jovens que clamam por mudanças, por uma Brasília sem violência e um Brasil mais justo e sem corrupção. Vamos continuar apimentando a notícia, sem a capsaicina, presente no fruto, enquanto especiaria admirada e utilizada nas principais cozinhas do mundo. Portanto, se for Pepper leia sem moderação.
É crescente na cidade o aparecimento de casas que valorizam o paladar. Fale um pouco sobre esta tendência de apreciar e saborear, entre outros, cervejas e drinks.
Jorge Rosa
EXPEDIENTE Publisher
ENTREVISTA
Renata Costa Duarte Fernando Cabral Carlos Henrique A. Santos Abner Martins
Foto da Capa Arquivo Contatos
Forza Comunicação (61) 3257.8434 faleconosco@revistapepper.com.br
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Eventos, reuniões, almoços ou happy hours. São inúmeras as maneiras como podemos desfrutar de bons momentos dentro do convívio social. Basta bom senso e criatividade para a alta gastronomia se desvincular daquela imagem do passado, de um ambiente refinado em que se servem porções pequenas. A Associação de Bares e Restaurantes do DF (Abrasel) defende o interesse e o desenvolvimento de um setor que engloba cerca de 10 mil estabelecimentos de alimentação fora do lar no Distrito Federal. À frente da associação desde 2010, o empresário Jaime Recena, 33 anos, comenta os caminhos trilhados e a realidade vivida para atender ao público.
Primeiro vale lembrar que a cidade é o terceiro polo gastronômico do país. E hoje as pessoas viajam não apenas para visitar monumentos, mas também para conhecer aromas e sabores dentro de um contexto de lazer. O consumidor exige cada vez mais qualidade nos insumos e matérias primas. Em relação ao consumo de vinho, lembro que sua degustação já é comum há bastante tempo. A diferença é que agora o público estuda para se aprofundar no tema. Seguindo esta evolução natural do mercado, hoje o barman já desfruta do mesmo status de um sommelier ou de um barista. Este profissional que serve os drinks na balada está cada vez dedicado à elaboração de novas combinações. Da mesma forma que cada vez há mais opções de cervejas artesanais. É um mercado 3
ENTREVISTA
que busca constantemente apresentar novas marcas. E uma consequência dessas novidades foi atrair cada vez mais o público feminino para a degustação de cerveja. Um exemplo foi a apresentação de cervejas adocicadas com mel, canela ou cravo.
Hoje, quando uma pessoa sai para beber, pensa duas vezes antes de pegar no volante. O temor de ter que pagar uma alta fiança, além das penalidades pesadas, alterou a rotina do cidadão. A instauração da Lei Seca vem acarretando prejuízos para o setor? E quais as alternativas para contornar essa situação?
Uma realidade observada nos estabelecimentos voltados à diversão noturna é sua ascensão e queda meteórica. Sempre vem a boate da moda que surge de repente com pompa e casa sempre cheia, mas aos poucos vai enfraquecendo até seu fechamento. Qual a sua observação sobre esta realidade?
ENTREVISTA
fim de semana promovendo festas nos dias úteis. Outra saída encontrada por elas é também trazer atrações de peso.
Uma situação que ocorre durante a noite são as “carteiradas”, quando policiais armados entram de graça nos eventos. Qual a sua opinião sobre este fato? Este
Primeiro quero deixar bem claro que não defendo a combinação álcool e volante. Mas, em relação à Lei Seca, vale lembrar que antes já havia uma tolerância mínima onde uma pessoa podia degustar de uma taça de vinho e podia dirigir para casa. Mas, quando a lei atingiu a tolerância zero, na prática criminalizou praticamente metade da população brasileira. A injustiça foi que o governo se preocupou apenas em punir sem dar alternativas de mobilidade segura e de qualidade durante a noite. E mesmo o táxi é uma alternativa muito cara e é inviável para muitas das pessoas. Eu considero que falta ainda uma campanha educacional ao ponto de causar uma transformação cultural nas pessoas, da mesma maneira como foi feita com a faixa de pedestre.
é
um
assunto
bastante delicado. Já ouvi relatos policiais
de
mais
entrarem
de
300 dessa
forma em um grande evento. Os agentes alegam estarem em serviço, e muitas vezes chegam a ameaçar quando são questionados em relação a sua conduta. Além dos prejuízos financeiros, o responsável pelo evento fica tenso quando tem ciência de que há pessoas consumindo álcool portando armas de fogo. Eu aproveito a oportunidade para um convite ao debate público para esta realidade da mesma envergadura da de dirigir embriagado. Eu peço um entendimento entre todos os atores da sociedade envolvidos para evitar desentendimentos e faço um apelo às respectivas corregedorias para buscar conosco uma solução para esta pequena parcela do efetivo que pode manchar a imagem de um profissional sério.
Haveria um limite para o consumo seguro de álcool? Tudo na vida deve ser apreciado com certa moderação e o exagero não faz tão bem à saúde nem à pessoa ao lado. Com tantas variedades, o ideal é desfrutar de todas elas para não prejudicar a saúde ou ficar inconveniente. O problema é que muitas vezes o segmento dos bares é mal visto pela sociedade, mas ele é um local de convívio onde florescem muitas manifestações culturais ou políticas. Na prática a cidade se reflete nesses estabelecimentos, que além de oferecer boa gastronomia, é um ambiente apropriado para um bate papo ou aliviar o stress do dia a dia. E não tem jeito, pode ser copo sujo ou não, cada um tem o seu charme.
cidade. Quais os gargalos que atravancam a franca ascensão desta indústria? Há uma correlação muito equivocada dos consumidores de que os preços praticados pelo estabelecimento são muito superiores aos encontrados nos supermercados. O problema é que, como vários setores da economia, além do alto preço do aluguel, sofremos uma carga tributária muito pesada. Mesmo o abatimento das empresas de cartão de crédito pesa na nossa balança. No fim nossa margem média de lucro é de 10% a 15% do faturamento bruto. Isto causa um sufocamento e quem perde é a sociedade. Além
Qual a importância do setor de alimentação fora do lar para a economia do Distrito Federal?
disso, outra necessidade urgente é desburocratização. É
Esta área gera aproximadamente 150 mil empregos
jurídica. Somente com a melhoria na gestão pública é que
diretos e é a maior arrecadação do Simples no Distrito
gritante a falta de investimento para o empreendedorismo e o empresariado sofre com o tempo para abrir uma pessoa criaremos novos postos de trabalhos.
Federal. Uma importante característica deste segmento é Brincamos entre nós mesmos que as boates duram tanto quanto um hit de música baiana, ou seja, apenas um verão. Uma característica do mercado que deve ser levado em consideração é o lado forte de Brasília na produção de eventos, além das festas tradicionais. Cada vez mais a cidade é brindada com atrações de peso. É necessário que as casas noturnas aprendam a coexistir neste cenário. Por consequência muitas delas evitam a concorrência do
que ele absorve mão de obra não qualificada. Em outras palavras, a própria casa que dá treinamento ao funcionário lhe dá chances reais de construção de carreira dentro do estabelecimento.
Brasília tem crescido tanto em destinação turística bem como no número de estabelecimentos do setor de entretenimento. Tanto que, até um tempo atrás, as pessoas não cogitavam passar o réveillon ou carnaval na
Agora faça uma sugestão de roteiro para um visitante poder desfrutar o que há de melhor em entretenimento e gastronomia na cidade. Bem, eu na condição de presidente de uma associação me complico sugerindo aquele ou outro restaurante ou bar. Mas sugiro ao turista conhecer os vários cartões postais que embelezam a cidade. Uma dica é baixar o aplicativo da Abrasel para celular, que vai lhe dar dicas preciosas. De qualquer maneira, viva a cidade, tenho a certeza de que terá uma experiência única e muito agradável.
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