ESPORTE
Esporte radical no Lago Paranoá
ESPORTE
Serviço: Kite Brasília Todos os fins de semana na Ermida Dom Bosco Telefone: 8477.4748 windjosue@hotmail.com www.kitebrasilia.com.br
Por Pedro Wolff Fotos Santini
J
á faz parte da paisagem do Lago Paranoá a imagem de surfistas conduzindo suas pipas coloridas. É o Kite Surf, esporte que na sua livre tradução significa surfe sobre uma pipa. Nesse esporte, o condutor é tracionado pela força do vento e faz pequenas decolagens de seis a sete segundos, que podem atingir até 12 metros a uma velocidade de 30 a 40 quilômetros por hora. Aqui na região, os locais preferidos pelos praticantes do Kite Surf são as águas próximas à Península dos Ministros, à Ermida Dom Bosco, ao Parque Vivencial do Lago Norte, além da Lagoa Formosa. “Basta observar um ponto onde não haja obstáculos em um raio de 200 metros para poder praticar o Kite”, recomenda o professor de Educação Física Josué Victor. Com 46 anos, 12 deles dedicados a aulas de Kite Surf, Josué diz que qualquer um pode praticar o esporte, desde que tenha orientação 6
profissional correta e respeite as regras de segurança. “Dou aulas para crianças a partir de sete anos e já tive alunos com até 70 anos”, afirma o professor. Para a prática do Kite Surf, os equipamentos necessários são a prancha, a pipa, um colete salva-vidas e um trapézio. O surfista prende o trapézio no seu tronco e, por meio do princípio da alavanca da roldana, controla a pipa apenas puxando para a direita ou para a esquerda. De acordo com sua experiência, Josué diz que, diferente de quem pratica o esporte no mar, o kitesurfista de Brasília é mais técnico porque nossos ventos são irregulares e menos potentes. Ele explica que para a prática do Kite é necessário vento mínimo de 4 nós, ou seja, 7 quilômetros por hora e o limite para ser praticado com segurança é com ventos de até 24 nós, 44 quilômetros por hora. E os surfistas do Lago Paranoá e Lagoa Formosa, que não
contam com a brisa do mar, sabem identificar quando o vento está bom para o voo. Eles observam a tonalidade das cores do lago para prever a chegada do vento. “Se a tonalidade escura das águas estiver se aproximando, pode armar kite”, diz o professor. Isso porque, quando a água está parada, a luz solar é refletida e o lago fica mais claro, quando o vento faz as marolas, a luz entra na água pela curva da crista da onda, deixando a cor mais escura. Aí basta aguardar o sinal, ajeitar a prancha e está tudo pronto para deslizar e voar. “Quando estamos lá em cima esquecemos tudo. Esse esporte dá muita adrenalina que se mistura à sensação de liberdade e proporciona muita diversão”, define o experiente kite surfista.
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