ENTREVISTA
Lula Lopes
EDITORIAL
EDITORIAL UMA HOMENAGEM A
A
edição deste mês da Pepper faz uma homenagem especial à cidade, que completa 53 anos de existência no dia 21. É um momento muito especial para todos que vivem em Brasília e, mesmo, para aqueles que mantêm residência temporária, a exemplo dos políticos, alguns servidores públicos, diplomatas e militares. Brasília nasceu de um sonho que se tornou realidade pela determinação de um homem, o Presidente Juscelino Kubistchek, que, no dia de sua inauguração, vaticinou: “Deste Planalto Central, desta solidão em que breve se transformará em cérebro das mais altas decisões nacionais, lanço os olhos mais uma vez sobre o amanhã do meu país e antevejo esta alvorada, com uma fé inquebrantável e uma confiança sem limites no seu grande destino”. Brasília cresceu, tornouse importante e é orgulho de todos os brasileiros. Mas a cidade também surpreendeu o mundo. Sua arquitetura arrojada, obra de Oscar Niemayer, sua beleza e criatividade, resultados dos traços simples de Lúcio Costa, levaram a UNESCO a incluí-la na lista dos bens do Patrimônio Mundial da Humanidade. Somos o primeiro núcleo urbano construído no século XX na lista da UNESCO. Mas o bem mais importante da cidade é sua população, que hoje já supera 2,5 milhões de habitantes. A grande maioria é de jovens e chama atenção o fato de que mais de 700 mil habitantes estão na faixa entre 15 e 29 2
BRASÍLIA
anos. Se a gente estender essa faixa etária até os 39 anos, ela representa quase metade da população do DF. O Censo de 2010 mostrou que o número de pessoas que migram para a cidade em busca de novas oportunidades vem caindo anualmente. Os dados levantados pelo IBGE mostraram que os brasilienses já somavam 53,8% do total da população e essa participação deve aumentar com a redução acentuada no fluxo imigratório, como vem ocorrendo nos últimos dez anos. Mas, ainda assim, Brasília ainda é a cidade com maior percentual de pessoas vindas de outras regiões do País e até do exterior, comparativamente aos seus naturais. O gigantismo da cidade trouxe também problemas que a população não conhecia há 10 ou 20 anos, como trânsito caótico, criminalidade
crescente, sistema de saúde insuficiente e até apagões de energia. Pepper vai comemorar esses 53 anos da cidade com mais informação e um jornalismo moderno e sem compromissos, que não sejam os da cidade onde nasceu, como milhares de brasilienses. Pepper, apesar de seu estilo jovem e despojado, não vai deixar de apontar os problemas da cidade e é uma aliada da população em seus esforços para torná-la uma cidade cada vez melhor para se viver. Neste mês festivo, Pepper mostra como está a cidade para a grande festa de aniversário e o destaque é a entrega do Estádio Nacional de Brasília – Mané Garrincha, que, vítima da sandice da FIFA, vai ter dois nomes. Pode chamar de Estádio Nacional de Brasília durante a Copa do Mundo. Depois do evento volta a ser Estádio Mané
Garrincha. Leia também o depoimento de tradicionais moradores de Brasília que vão contar, com muito humor, como é viver na cidade. Destaque para a festa de aniversário: as fotos da Galeria Faquini mostrando uma Brasília de outro ângulo. Você vai se surpreender. E, como sempre, você ainda vai encontrar muita informação sobre arte e esportes, além das colunas de política, mkt e saúde. DA REDAÇÃO
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O Mané está de volta
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Brasília comemora neste mês 53 anos. E o maior presente é a entrega do novo Estádio Nacional de Brasília – Mané Garrincha. Com tecnologia de ponta e projeto sustentável, a cidade agora está apta para receber os jogos da Copa das Confederações e do Mundo de Futebol. Mais do que isso, a população hoje possui uma arena multiuso e desfrutará da revitalização da região.
O
novo Mané Garrincha foi projetado para receber eventos esportivos e culturais. Será um grande centro de lazer cultural, com dois grandes restaurantes, 14 lanchonetes, 40 bares, e contará com centros comerciais e atividades culturais. A entrega da obra será no dia 21 de abril, dentro da programação do aniversário de Brasília, e a estreia será no dia 25 de maio, na abertura da primeira rodada do Brasileirão, com o jogo entre Flamengo e Santos. Nessa data, o público entrará pela primeira vez
no novo estádio, que, segundo a Secretária Extraordinária da Copa, estará com 100% da obra concluída. E as expectativas são muitas, porque o estádio será um dos maiores legados que a Copa do Mundo deixará para a população brasiliense. Morador da cidade, o analista educacional Fernando Caixeta, 23 anos, vê com bons olhos a entrega desse projeto. “Além do futebol, agora aguardo os grandes shows que estão por vir”, diz. Fernando considera que as opções de locais para shows na cidade são poucas e com lugares 3
Tribunal de Contas do Distrito Federal
limitados, o que gera preços não populares. Sua expectativa é um maior acesso da população aos eventos de grande porte. Mas o projeto do Estádio Nacional de Brasília – Mané Garrincha não se limita apenas à sua arena e seus multiusos. O Secretário Extraordinário da Copa em Brasília, Cláudio Monteiro, adianta que a vinda do maior torneio esportivo do planeta irá resgatar uma ideia original da cidade. Estão previstas a revitalização e a urbanização do Complexo Poliesportivo Ayrton Senna, que, além do estádio, é composto pelo Autódromo Nelson Piquet, Centro Aquático Ginásio Cláudio Coutinho e Ginásio Nilson Nelson. Segundo o projeto de revitalização 4
e urbanização, o ginásio Claudio Coutinho será reformado e ampliado no período entre a Copa das Confederações e a Copa do Mundo de 2014. Logo após a realização do mundial de 2014, será a fase de urbanização e paisagismo de todo o complexo, incluindo a revitalização e a modernização das quadras poliesportivas.
Ecoarena O novo Mané Garrincha terá quase 10 mil painéis fotovoltaicos com capacidade para gerar energia ao que corresponde a 2 mil residências por dia. “Isso tornará o estádio o primeiro no mundo a ser autossuficiente em produção de energia e, ainda, capaz de utilizar
o excedente em outras partes da cidade”, diz Cláudio Monteiro. A cobertura do estádio segue o mesmo conceito de sustentabilidade: permite a passagem de luz natural e retém o calor, economizando no ar condicionado. A água da chuva será captada pela cobertura e pelo piso permeável e armazenada em cinco cisternas e em um lago de contenção, para que possa ser reutilizada no estádio.
Transporte para o estádio Para atender ao público que deseja ir até o estádio, o Transporte Urbano do Distrito Federal (DFTrans) adiantou à Revista Pepper que, nos dias de jogos, seis novas linhas de ônibus circularão pela cidade.
Uma auditoria realizada pelo Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) informou que o Estádio Nacional de Brasília – Mané Garrincha custará R$ 1,2 bilhão. O documento lista todos os aditivos ocorridos durante a construção. No total, foram 19, responsáveis por um acréscimo de R$ 337 milhões no orçamento original de R$ 696 milhões. O secretário Cláudio Monteiro explica que “todas as questões estão sendo esclarecidas. E a transparência é a palavra de ordem”. Em nota, a Secretária Extraordinária da Copa disse que o valor inicial da obra não considerava itens como os assentos, a cobertura, o gramado e os placares eletrônicos. Esses equipamentos foram adquiridos ao longo da execução da obra, em licitações separadas, com
Hmenon Oliveira
Governador coloca último pino
objetivo de preservar recursos públicos. Ainda segundo a Secretária Extraordinária da Copa, o valor de R$ 1,2 bilhão informado não corresponde à realidade. O montante de R$ 360 milhões, referente a obras de revitalização da área central de Brasília, não deve ser contabilizado no valor total do Estádio Nacional. Trata-se de um conjunto de dez obras de urbanização e paisagismo que ficarão como legado para a população brasiliense. São eles a ligação para veículos entre a W4 Norte e a W5 Sul, dois túneis de pedestres e ciclistas que ligarão o estádio ao Centro de Convenções e o Clube do Choro ao Parque da Cidade. Também está incluída a integração da área de acesso dos dois túneis à área central – com paisagismo, calçadas e ciclovias. A estimativa do Governo do Distrito Federal é de que a construção custe, aproximadamente, R$ 1 bilhão.
Futebol local Na opinião do publicitário Guilherme Aires, 32 anos, essa é uma obra “para inglês ver”. “Do que adianta termos esta grande arena se não temos comoção popular para ir assistir a um jogo do Candangão?”, questiona. Para ele é urgente realizar uma parceria entre governo, mídias, setor privado e o futebol da cidade para dar vida àquele estádio. “Somente times do eixo Rio-São Paulo, estrangeiros e seleções conseguem gerar público”, dispara. Guilherme diz que está na hora de os times da cidade amadurecerem para conquistar a população.
Segundo a Secretária de Turismo, o projeto tem prazo final para a Copa do Mundo de 2014, sendo que o período que antecede a Copa das Confederações não oferece condições para a inauguração do local para esse evento. O projeto também não prevê a revitalização do Camping de Brasília, localizado próximo ao estádio Mané Garrincha. Essa área de camping no Parque das Aves irá somar como opção de hospedagem aos 222 estabelecimentos que ofertam 11.980 unidades
habitacionais e 19.216 leitos, de acordo com dados da Pesquisa de Serviços de Hospedagem (PSH) de 2012 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Também está em andamento um projeto de organização e normatização do sistema Cama e Café. Trata-se do modelo de hospedagem em que um morador de Brasília se cadastra para receber os turistas em sua própria casa, oferecendo leito e café da manhã.
Lula Lopes
Serão três operadas pela TCB e o restante pela iniciativa privada. O dia de teste dessas linhas será na abertura do Brasileirão, na partida entre Flamengo e Santos. O diretor técnico do DFTrans, Lucio Lima, adianta que a população terá a opção de deixar seu carro no Parque da Cidade e na Rodoferroviária, de onde partirão ônibus para o Mané Garrincha. “A ideia é criar bolsões de estacionamentos para evitar sobrecargas no estacionamento do Mané Garrincha”, explicou.
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Mary Leal
Hmenon Oliveira
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Nova área de camping para a cidade Outro presente que a cidade ganhará com a Copa do Mundo será uma área de camping de 40 mil metros quadrados que será construída no Parque das Aves, próximo ao zoológico de Brasília. 5