EDITORIAL
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REJUVENESCER, CRESCER....
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edição de agosto vem mostrando uma cara mais jovem e ao mesmo tempo um crescimento editorial e gráfico da Revista Pepper. Uma brilhante entrevista feita com o renomado fotojornalista Orlando Brito indica o amadurecimento da redação e a força nas páginas da nossa ainda jovem história.
ENTREVISTA
do poder
Opiniões, comentários bemhumorados das redes sociais (às vezes temos também os de mau humor) e nossos colunistas, que sempre nos prestigiam com excelentes textos e reflexões, complementam esta edição. Então, vamos ler, nos divertir e brindar!
Carlos Henrique - Te conheci Britinho, revelando fotos dos outros no laboratório da Última Hora. Hoje você é Britíssimo, top-ten do fotojornalismo internacional. Quem ou o que te estimulou nessa escalada? Quais os fatos e personagens marcantes na tua trajetória?
As reportagens também mostram esportes para o crescimento do corpo e da mente, além de aventura, emoção e a sempre disputada busca pelo 1º lugar, a vitória da vida. Continuamos nossa leitura com um brinde ao bom paladar em uma degustação harmonizada com frutos do mar e pimentas, lógico que acompanhada por bons vinhos. Os convidados pela nossa redação tiveram o privilégio de presenciar o passo a passo da elaboração de cada prato servido.
EXPEDIENTE Publisher Sérgio Donato Contaldo
Revisão Conttexto.com
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Editor Chefe Jorge Rosa
Assistente Sarah de Magalhães
Redação Pedro Wolff Registro 8745 jornalismo@revistapepper.com.br
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Criação e Diagramação Flávia Coelho fcoelhoarlant@gmail.com
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Gráfica Gráfica 76 Colaboradores Sérgio Assunção Pedro Abelha J. Carlos JR Ramalho Romolo Lazzaretti Renata Costa Duarte Fernando Cabral
Pedro Wolff Fotos: Arquivo pessoal Orlando Brito
Carlos Henrique A. Santos Abner Martins Foto da Capa Giovanni Fernandez Contatos Forza Comunicação (61) 3257.8434 faleconosco@revistapepper.com.br
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“A Comunicação fascina a todas as pessoas. E uma de suas estrelas é a fotografia. Tudo, tudo, passa pela imagem. A própria palavra imaginação já denuncia isto”. A Revista Pepper nesta edição entrevista o conceituado fotojornalista Orlando Brito, que nos passou uma visão macro da fotografia e de sua própria carreira. Para reforçar esta sabatina, a entrevista coordenada pelo jornalista Pedro Wolff (REVISTA PEPPER) ocorreu em formato de mesa redonda e contou com a colaboração do empresário Aléx Gonçalves, o fotógrafo Luiz Clementino e dos jornalistas Márcio Freitas, Carlos Henrique, Jorge Rosa
Orlando Brito – Eu estava então com 15 anos, sempre muito atento à efervescência cultural e política vivida no Brasil e no mundo em 1965. Nesse ano arrumei um emprego na redação do jornal Última Hora, do Samuel Wainer. Em um breve período eu deixei de servir cafezinho para revelar negativos e acompanhar em pauta o fotógrafo e marido da minha prima, Roberto Stuckert. Foi um pulo para eu começar a andar com as primeiras máquinas penduradas no pescoço e ter oportunidade de observar grandes profissionais da época. Um belo dia, o marechal Castello Branco foi visitar o arcebispo de Brasília. Como não havia nenhum fotógrafo naquele momento, mandaram “aquele menino”. Minha primeira fotografia foi logo de um presidente da República. Hoje, após quase 50 anos, tentei acompanhar a velocidade das mudanças no mundo, me aprimorei, passei por várias redações e fiz importantes coberturas em praticamente todas as editorias. Difícil eleger uma lista de fatos e pessoas, mas, varrendo minha memória, destaco a caravana do movimento Diretas Já. Primeiramente, por ver de perto a luta que a sociedade civil travou para devolver ao povo brasileiro o papel de escolher seu próprio presidente com voto direto. Segundo, por retratar momentos e personagens importantes na batalha pela redemocratização do País após o Golpe Militar de 1964. Inesquecível e prazeroso foi documentar as pessoas envolvidas naquele processo. Nos palanques e passeatas estavam não somente grandes nomes de respeito da política partidária, mas também personalidades de variados setores do Brasil, empresários, artistas, jornalistas e o próprio povo. Pedro Wolff - Como você compara a bagagem de um profissional da sua geração que começou manipulando negativos em laboratório com a de um garoto que tem todas as facilidades de uma máquina digital? E como considera que recursos como, por exemplo, Photoshop, ampliaram seu trabalho?
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ENTREVISTA
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impontualidade revela seu lado mal-educado, seu desprezo por compromissos, seu descaso com seus semelhantes. Pedro Wolff - Como os fotógrafos hoje devem se reinventar em um mundo em que qualquer um tira foto com celular e publica na internet?
Orlando Brito - O processo digital realmente oferece maior agilidade, velocidade e dinâmica à comunicação. Talvez a fotografia digital seja o produto que mais esteja de acordo com os chamados novos tempos da sociedade habitante do nosso planeta. Impossível compreender o mundo atual sem a sua existência. Isto, porém, não significa por completo que esta tenha mais ou menos conteúdo. Quando se inventou a fotografia, nos idos de 1835, a base das imagens eram peças de madeira. Algo bem rudimentar para o que vivemos hoje. E, naquela época, era considerada a coisa mais moderna. Depois, veio a vez das placas de vidro para dar suporte aos negativos. Após, veio a etapa – mais duradoura – dos negativos de celuloide. E esse tipo de obter fotos perdurou até pouco mais de duas décadas atrás. A informação visual deve muito a todos esses processos. A história da humanidade nos dois últimos séculos foi contada por essas fotografias. Atualmente, temos as imagens feitas pelo processo digital. Usamos e abusamos disto, ainda bem. A união dos computadores com o Photoshop substitui o laboratório de revelação com perfeição admirável. Mas, imagino, é também uma etapa transitória, já que o mundo a cada dia se renova, com tecnologias que revolucionam todos os produtos diariamente. Não sei... Muitas vezes acho que estamos diante de um processo em transição. Algo novo e revolucionário virá por aí. Alex Gonçalves - Qual a grande foto que você gostaria de ter tirado? Orlando Brito - Não falaria precisamente de uma foto que gostaria de ter feito. Mas, sim, de personagens que não pude alcançar ou estar diante deles. Por exemplo, Juscelino Kubitschek, Getúlio Vargas, Pixinguinha, John Kennedy, John Lennon, Martha Rocha, Marilyn Monroe, Louis Armstrong... Pedro Wolff - Quais os encantos e desencantos 4
da profissão? Orlando Brito - Nada se compara à liberdade. E no meu caso, a liberdade de fotografar. Tenho o olhar focado no trabalho específico que estou realizando, mas jamais deixo de dar atenção aos lances que acontecem paralelamente. Um acontecimento oferece várias facetas visuais. Cabe a você escolher o ponto de vista que achar mais adequado. Pura riqueza. O Brasil é um manancial de imagens, lugar incomparável. A sucessão variada de eventos é uma maravilha e funciona como combustível para quebrar a rotina. Para um fotógrafo, pouca coisa é melhor que a incerteza, a falta de previsão do que vai acontecer. A surpresa é o que torna deliciosa a minha profissão. A dúvida de como será o resultado de um clique que você fez é algo sublime, uma satisfação pessoal e intrasferível. Aliás, fotografar é um tremendo ato de soberania, a soberania do eu. Você é quem decide a hora de apertar o botão da câmara. Fotografar é, enfim, um ato solitário. Você já reparou que não há uma foto de autoria dupla? Certa vez, durante uma palestra para um grupo de estudantes de uma faculdade, uma aluna indagou-me: “o que você mais fez em sua vida de jornalista?” E eu respondi: “esperar”. Esperar seja talvez o que mais se faz no jornalismo. Pelo fato, pelo avião, pela hora de apertar o botão da câmara, pelo momento de fazer sua pergunta, pela publicação de sua matéria e até que ela agrade ao leitor. E também pela próxima pauta. Esperar é muito desagradável. Se uma pessoa alvo de matéria soubesse o quanto é negativo fazer alguém esperar por ela, jamais o faria. Imagine o estado de espírito dos convidados para uma cerimônia após aguardarem por uma hora a chegada da autoridade? Ou a boa vontade de um jornalista que toma um chá de cadeira por vários blocos de 30 minutos? O horário é o endereço do tempo. Se você não o cumpre, muito do respeito a você vai por água abaixo. Sua
Orlando Brito - O mundo é uma infinidade de mutações. E agora a velocidade é praticamente instantânea. Sinto que as formas e maneiras mudam, mas não intrinsecamente conceitos. O fato de cada ser humano de qualquer parte da Terra possuir uma câmara fotográfica não quer dizer que seja inteiramente capacitado a retratar com o olhar jornalístico um determinado acontecimento. Refirome ao compromisso com a qualidade da informação e a opinião do autor e não somente a um furtivo apertar de botão. Oliveiro Toscani dizia: as sete notas musicais produziram compositores-gênios como Mozart e Beethoven e de igual maneira coisas de tão baixa qualidade que nem podem ser consideradas música. Jorge Rosa - Você acha que a fotografia digital, que permite que se façam milhares de fotos de um único evento praticamente a custo zero, vai matar o fotojornalismo? O repórter fotográfico é uma profissão em extinção?
uma estética que seja amigável aos olhos, sem esquecer, porém, do conteúdo que toda foto deve conter. Muita gente entende que o preto e branco dá a uma foto a condição de ser considerada arte. Você também aí acha? Por quê? Não se fotografa o nada. Toda imagem tem algo a dizer. Então, vamos dizer com rigor estético. Se o resultado disto for classificado como arte, bem. Se não, não.
Pedro Wolff - O que mais te dá prazer em uma foto e quanto pesa cada um destes fatores em uma bela imagem: sorte, dom, técnica e oportunismo?
Orlando Brito - A facilidade de lidar com o processo digital leva a que milhões e milhões de habitantes da Terra usem e abusem dos cliques. Ficou simples, muito simples tirar retrato. Agora você nem precisa revelar seu filme, basta apertar dois ou três botõezinhos e você terá uma imagem feia, desagradável ao olhar, e enviada para o lugar que você bem desejar. Isto, porém, não quer dizer que esses novos fazedores de imagem sejam propriamente repórteres fotográficos. Não sei prever se minha profissão será extinta. É possível, mas creio que não. Haverá sempre um leitor à espera de uma fotografia realizada com maior carga de notícia, opinião, qualidade técnica e, enfim, com assinatura, feita por alguém que esteja envolvido por inteiro no processo de informar.
Orlando Brito - Tudo. Do primeiro contato com a cena ao momento de ver uma pessoa contemplando aquilo que você fez. Para mim, fotografar é puro prazer. Inicialmente você “namora” a cena, os elementos que dela tomam parte. Depois, controla o comportamento de cada um desses elementos. Torce para que um gesto aconteça, um movimento aconteça para dar maior relevância ao que está havendo. Avalia e conversa com a luz. Escolhe a lente adequada e, por fim, espera a hora adequada para o clique. Tudo isso me satisfaz bastante. Mas nada como ver uma pessoa vendo a sua foto em um periódico, no computador ou telefone ou na parede de uma galeria. Costumo dizer que os fotógrafos são como os goleiros. Não basta serem bons. Têm que ter sorte. Somente a sorte, entretanto, não é tudo. Dominar a técnica é essencial. No caso de um fotojornalista, é fundamental ter conhecimento do tema que está retratando. Pois assim ele terá maior oportunidade para tirar da cena a imagem que mais a represente.
Luiz Clementino - Para você, qual a diferença entre foto como arte, publicidade e jornalismo e como você consegue explorar tão bem o lado humano das coisas em preto e branco?
Márcio Freitas - Quem foi o político que mais zelou pela imagem ao longo dos anos em que você fotografou e, com isso, construiu uma iconografia própria do poder?
Orlando Brito - Esta é outra daquelas discussões que não têm fim e nem resposta objetiva. O que é arte para mim, pode não ser para você. O fato de um crítico considerar arte uma peça não quer dizer que, na verdade, o seja. E para ser muito sincero, isso não me preocupa. Obviamente, procuro empregar às fotografias que faço um visual mais agradável,
Orlando Brito - Todos os chamados “homens do poder” dão atenção à sua própria imagem. E falo da imagem propriamente dita, a visual, e não daquela ligada ao comportamento. Evidentemente, uns mais que outros, e por várias razões. Por ter noção maior ou menor de estética ou por desenvolver intencionalmente uma maneira de se mostrar através 5
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como ela pode dar mais de um sentido à informação?
de uma fotografia ou de uma cena de vídeo. Esse tipo de cuidado muitas vezes é confundido com vaidade. Mas, como sabemos, a vaidade faz parte da alma humana e mais ainda na seara do poder. Ultimamente as assessorias se deram ao trabalho de projetar ambientes para o desfile dessas personalidades. É só reparar nas cerimônias palacianas ou ministeriais. Todo esse misancene acaba por tirar da tal autoridade seu caráter natural. Em alguns casos, o sujeito passa a imagem de ser um ator de segunda ao invés de um mandatário de primeira. O Collor, quando presidente, por exemplo, tinha grande preocupação com o contexto ao qual emprestaria sua presença, a luz existente, a posição dos fotógrafos e as roupas e poses adequadas. Mas, ao contrário desse exemplo, há personagens que têm “luz própria”, como o doutor Ulysses Guimarães. Era um homem que, por sua importância no panorama da política, oferecia imagens sempre de qualidade. Sua foto refletia com fidelidade sua personalidade. Eu sempre digo que Ulysses não tinha uma simples imagem, tinha efígie. Quem quisesse aferir a situação política era só ver uma foto de Ulysses, pois seu semblante espelhava a gravidade do momento. Enfim, uma fotografia não deve ser considerada boa somente porque a figura que nela aparece está bem iluminada ou caprichosamente vestida e sim pelo resultado de uma série de quesitos. Certa vez, doutor Tancredo Neves disse: “O respeito por um homem público vai além do discurso, passa também pela imagem”. Ele cuidava mesmo desse conceito, pois jamais se viu uma foto que o apresentasse de maneira inadequada. Pedro Wolff - Em sua opinião, o que uma foto tem que ter para que ela seja mais importante ou que simplesmente dispense o relato escrito? Também,
Orlando Brito - Olha, nunca fui adepto da máxima de que uma imagem vale mais que mil palavras. Acho que depende da imagem e depende das palavras. Na verdade, não entendo por que as pessoas montam esse confronto entre as duas coisas. Ambas são complementares, formam um conjunto em benefício da informação. E isto é o que interessa. Uma foto pode ser boa e o texto pode não ser. Isto não quer dizer que a escrita vá piorá-la. E o contrário também. Carlos Henrique - Nos anos 1960, nossa geração viu a classe média nas ruas, com Deus e a família, contra as reformas de base e pró-intervenção militar. Deu no que deu: vinte anos de ditadura. Hoje, dá para sacar claramente uma direitização no topo da pirâmide social. Você está sentindo o mesmo cheiro da brilhantina? Orlando Brito - Meu caro Carlos, tivemos ao mesmo tempo o dissabor e a primazia de ver, viver e noticiar as mazelas daquele triste tempo. Houve muito sofrimento com a falta de liberdade. Com o esforço de personagens de grande respeito, o País conseguiu vida nova. O povo foi às urnas e elegeu acertadamente e equivocadamente seus presidentes. Agora, sinto que o Brasil tem uma democracia sólida e uma população de eleitores que busca cada vez mais melhorar a nação sem o viés da chamada direita danosa. Alex Gonçalves - Qual a melhor foto que você tirou? Orlando Brito - Naturalmente há fotografias da minha preferência. Gosto de muitas, todas por razões específicas. Umas por conta da importância do fato, outras pela relevância do personagem e, ainda, pelo do resultado estético. Mas, para dar um exemplo, tenho certa predileção por aquela da silhueta do doutor Ulysses Guimarães. Porque ela resume a história de um grande nome da história do País, uma espécie de previsão sombria de seu destino, com um visual que prende a atenção de quem a vê. Alex Gonçalves - Qual foto você gostaria de tirar no futuro? Orlando Brito - Um fotógrafo não tem o privilégio de escolher aquilo que fará. As pautas vão surgindo, os fatos vão se sucedendo e você tem que ir em busca de tirar deles a imagem que bem o represente. Aliás, o imprevisível é uma das coisas mais bacanas do meu ofício. Pedro Wolff - Uma discussão ética: até onde um
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profissional deve abrir mão de suas ideologias para trabalhar no mundo da política para poder pagar suas contas no final do mês? Orlando Brito - Trabalhei em redação a maior parte de minha vida profissional. Sempre tive o devido respeito por todas as pautas que fotografei independentemente de classe, credo e cor. Sei perfeitamente o que é devido e indevido no exercício da minha profissão. Após décadas de redação, resolvi dar novo destino à minha vida profissional e abri a minha própria agência, voltada para atender clientes interessados em material fotojornalístico. Temos os mais diversos clientes e, em todos os casos, dou o mesmo tratamento adequado, com absoluto profissionalismo. E entrego o serviço conforme solicitado; mas, se uma redação me contrata para dar minha opinião sobre um determinado tema, é diferente. Entro em campo e vou em busca do que meu cliente pretende, ter fotos com a força do meu julgamento e avaliação. Tenho certeza de que consegui e consigo dar face a esses assuntos e pessoas com o rigor do meu olhar. Agora, é interessante ver a que ponto chegou o desgaste dos políticos no Brasil. Todo mundo os joga em um vaso de detritos esquecendo que sem eles não existe democracia. E, para ser justo, a maior parte dos parlamentares, por exemplo, tem como compromisso melhorar o País. Ninguém se dá ao trabalho de olhar para outros setores que apresentam podridão maior. Entre no mundo dos artistas, dos dirigentes esportivos, das novas igrejas, da eficiência da medicina, da qualidade das polícias e do ensino... Jorge Rosa - Você já acompanhou diversas campanhas políticas, como repórter ou como profissional contratado. Agora, está engajado na campanha do Aécio. Fale um pouco como é acompanhar um candidato à presidência da República: a correria, a preocupação em fazer sempre a melhor foto. Orlando Brito – A partir de 1965 eu colho a experiência de cobrir vários governos e corridas eleitorais. Depois que abri minha agência, recebi convites para cuidar da parte de fotografia das campanhas dos tucanos Fernando Henrique Cardoso, José Serra, Geraldo Alckmin e, agora,
Aécio Neves. Jamais desenvolvi qualquer trabalho sem que faltasse seriedade, afinco e correção. É minha norma atender a todos os clientes com o máximo de profissionalismo e eficiência. Jorge Rosa - Falando um pouco da cidade de Brasília, que você conhece muito bem, não podemos ignorar as mudanças no Piantella. Lá já foi palco de grandes encontros da política brasileira, especialmente em datas marcantes como as Diretas Já e o impeachment do Collor. Naquele ambiente não se respiravam apenas os aromas do alho, das ervas finas, dos bons vinhos e dos coquetéis bem preparados. O ambiente era impregnado de conchavos políticos em intermináveis reuniões à mesa de jantar ou almoço. Esses encontros políticos proporcionaram muitas matérias e fotos jornalísticas. Você esteve lá ao longo de todos esses anos, como profissional e como consumidor. Você acha que a chegada do Kakay, um advogado com fortes ligações petistas, vai mudar o perfil do restaurante? Orlando Brito - Boas lembranças desde quando era Tarantella. As primeiras vezes em que lá estive foi para fazer matérias com os grandes nomes e papos que rolavam naquele lugar. Depois, passei a ir mesmo sem a missão de fazer reportagem. Ia para rever amigos, conversar sobre democracia, atualizar os assuntos do País. Agora, o Dr. Kakay tornase o único proprietário do Piantella. Espero que consiga manter não somente o clima agradável nas mesas, mas também as delícias servidas à mesa. Mas torço também para que seu histórico fundador, o amigo Marco Aurélio Costa, empreste sua coragem e amor a Brasília abrindo uma casa de igual quilate.
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