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Ano 02 Dezembro/2013
MUITO ALร M DAS MARIAS CHUTEIRAS! NOSSOS COLUNISTAS E O FINAL DE ANO! NOVO ESPORTE SOBRE RODAS E MUITO MAIS!!!
ESPORTES
Belezas sobre rodas Pedro Wolff Fotos Rafaela Felicciano
Esporte de alta voltagem, o roller derby está presente na capital federal. Disputado em uma pista oval entre empurra-empurra, esbarrões e muita velocidade sobre patins, meninas disputam a liderança driblando as adversárias. Quem assistiu ao filme Garota Fantástica sabe do que se trata estar de meias e protetores nas mais diversas cores: uma modalidade frenética.
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Caracterizado por ser de alto contato, o roller derby é disputado por quatro bloqueadoras e uma atacante para cada lado. O objetivo é fazer com que as atacantes saiam na frente enquanto tentam ser impedidas pelas rivais. Para evitar lesões, os bloqueios só podem ser realizados por ombros, quadril e bumbum. Os patins são os tradicionais – aqueles de rodas paralelas, que privilegiam as manobras por dar rotatividade ao tornozelo, em detrimento dos in line, que são de velocidade.
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Neste esporte criado nos Estados Unidos, em meio a muita correria na partida rola muito drible, fintas, tombos e roxos pelo corpo. A primeira liga foi criada no DF em 2012 e hoje a cidade conta com duas: Savanna Foxes e Wing City Angels. As duas equipes treinam juntas. “Nosso intuito é fortalecer o esporte”, resume Adaciane Marques, 16 anos, integrante da Savanna Foxes. Ela se diz satisfeita com o crescimento gradual desta modalidade que comporta todos os perfis femininos.
ESPORTES
A profissionalização e a regulamentação também são recentes no Brasil. Tanto que ocorreu em outubro deste ano o segundo Brasileirão em São Paulo. Como na primeira edição, vieram árbitros e atletas estrangeiras para ministrar clínicas no país. Veterana, a derby Karla Machado, 36 anos, esteve nessas duas edições. Neste ano foram quatro ligas: duas de São Paulo, uma do Rio e outra apelidada de Frankenstein, formada por atletas de vários estados. “Desta vez conseguimos realizar um torneio competitivo”, diz Karla, que integrou a equipe Frankenstein. “Ali fiquei empolgada porque vimos o roller derby acontecer enquanto aqui tentamos. Agora vamos trabalhar para que ano que vem em Vitória (ES) possamos levar uma liga completa”. Ela concluiu dizendo estar muito satisfeita com a evolução do nível técnico das atletas e por ver muita gente nova patinando. Karla considera que tem muito o que aprender ainda, visto que ela mesma cedeu lugares para jogadoras com mais chances de marcar pontos atuarem enquanto ela ficava no banco. Para entender o funcionamento do esporte: uma liga é formada por 15 meninas; as partidas são divididas em dois tempos de 30 minutos e cada uma dessas etapas é subdivida em rodadas de dois minutos. E é marcada pela forte rotatividade, pois enquanto cinco meninas estão na disputa, outras nove aguardam no banco sua vez de intercalar na partida.
Senhores em campo No meio da mulherada, onde haveria lugar para um homem? “Atuamos como apoio, produção, treinador e principalmente como juiz”, responde o analista de sistemas Francis Vieira, 25 anos. Ele foi um dos árbitros nesta edição do torneio nacional. Francis diz que entrou no esporte no intuito de ajudar sua namorada e, como estava sempre presente, resolveu se aprofundar nas regras, que, segundo ele, são complexas e atualizadas todos os anos.
O árbitro de roller derby explica que durante uma partida sete juízes ficam correndo junto com as meninas e sua função é evitar lances proibidos visando a integridade física das patinadoras. Quatro árbitros ficam na área externa, dois deles dedicados exclusivamente a cada uma das atacantes para sinalizar cada ponto conquistado enquanto os outros dois acompanham as bloqueadoras. Dentro do circuito, mais dois correm junto com o pelotão enquanto o “juiz-mor” fica no centro praticamente sem se mover, apenas girando em torno de si para acompanhar toda a correria. Francis garante que, no meio dessa confusão organizada, as atletas não trombam com os árbitros porque um não avança na linha do outro.
Amor à camisa “É legal estar envolvido neste esporte que cresce no Brasil não porque está na moda ou na televisão, mas porque realmente gostamos”, diz Francis. “É um esporte onde continuamos sendo femininas, mas também podemos ser agressivas e brutas”, define Karla. Ela o considera muito divertido, além de trabalhar resistência e força. Mas ressalta que, antes de ser atleta, tem que ser boa patinadora. E atende a todos os perfis: “as mais magrinhas preferem ser atacantes, enquanto as mais grandinhas ficam no bloqueio. E acrescenta que é bem visto pelo movimento LBGT porque até transexuais são aceitas”, resumiu. Para os interessados na modalidade, os treinos de roller derby ocorrem no ginásio do Cave no Guará ou no concretão do Museu da República.
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