Entretenimento
Lazer Beira Lago tem a tendência de ser um mix de comércio varejista, ligado à moda, alimentação e cultura”, aponta.
Histórico do centro
Centro de Lazer
Beira Lago
apresenta um novo conceito de gastronomia em Brasília
O
comércio na orla da Ponte JK está consolidado como referência em gastronomia e lazer na capital. Apesar do projeto do Centro de Lazer Beira Lago ter sido lançado no ano de 1992, o local começou a ser mais frequentado a partir de 2008, graças à inauguração do restaurante Mangai. Em uma localização privilegiada, o Centro de Lazer Beira Lago está próximo à Rodoviária do Plano Piloto e defronte a um dos principais cartões postais da cidade, a Ponte JK. Hoje, o local se destaca pela diversidade de restaurantes temáticos. Juntos, eles geram 300 empregos diretos.
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E segundo os próprios comerciantes a região vai ter uma projeção maior em médio prazo, porque grandes empresas e marcas ainda irão se instalar no local. “Isso pode ser constatado pelo fato de todos os 45 lotes já estarem vendidos, sendo que apenas um quarto está em funcionamento”, destaca Luiz Cezar Barreto, sócio diretor da empresa pioneira no setor, a Consult Imobiliária. Além do Centro Cultural Sesc Beira Lago, em breve mais duas atrações vão fortalecer o turismo no local: a construção de um pier e de uma marina. Otimista, Luiz Cezar acredita que em até cinco anos a maioria dos lotes já deverão estar com seu comércio pronto. “O Centro de
Luiz Cezar informa que o primeiro prédio erguido no local é onde hoje funciona o Bendito Suco Orla, apesar do restaurante Mangai ter sido inaugurado antes. O proprietário do Bendito Suco, Pedro Parreira, 28 anos, conta como foi o início do empreendimento. Há mais de “Nós, das primeiras casas instaladas, fomos ousados em escolher um ponto por onde não há circulação de pedestres”, lembra. Na época, ele já tinha uma unidade de seu empreendimento na Asa Norte e resolveu investir no local com a proposta de aumentar o cardápio e oferecer atrações musicais e culturais. Pedro destaca que no local ainda prevalece o movimento noturno, mas hoje o Centro de Lazer Beira Lago começa a abrigar esportistas pelo horário da manhã e conta com aluguel de caiaques em sua orla. Mas o empresário diz que o grande atrativo do local para turistas estrangeiros e brasilienses da classe alta é sua proposta diferenciada. “Os restaurantes daqui investem em um conceito diferente e dispõem de um terraço para realização de eventos”. E acrescenta outra característica dos frequentadores: “Eles
planejam sua vinda, como eu havia dito aqui não há passantes”. Entretanto nem tudo são flores no Beira Lago. Pedro cita que umas das carências do setor é a ausência de tratamento de esgoto, o que obriga os comerciantes pagarem por um caminhão fossa. Outra situação que precisa de planejamento e solução é a falta de vagas para estacionamento. Para atenuar o problema, é usado o serviço de manobristas.
Transporte coletivo e paradas de ônibus Pedro Parreira ressalta que outro problema que necessita de solução no setor é o transporte coletivo e as poucas paradas de ônibus. Apesar do descontentamento do seu chefe, o gerente do Bendito Suco Williams Lyra, 39 anos, não vê muito problema e conta sua rotina. Morador da Vila Planalto, ele desce em uma parada de ônibus localizada a 200 metros do seu local de trabalho. Entretanto, reconhece que quem utiliza os ônibus para o Paranoá e São Sebastião precisa contar com a boa vontade dos motoristas que param ao lado da Ponte JK. Porém, o último ônibus da linha Avenida das Nações Sul é às 20h, o que obriga os comerciantes a contratarem uma van particular para o transporte dos seus funcionários. 15
Entretenimento
Apesar de Williams Lyra considerar o problema contornável,
o
presidente
da
Associação
ponte JK para esporte e lazer. Ele lembra que inauguração
dos
do parquinho e da orla no meio de 2011 trouxe as atividades
Comerciantes do Centro de Lazer Beira Lago, Mauro
realizadas no Lago e o aumento da utilização da área para
Cezar, concorda com Pedro Parreira. Ele diz que desde
o lazer. “Essas ações estão requalificando e aumentando a
1992, a administração de Brasília atendeu a vários pleitos
frequencia de visitantes deste centro gastronômico e que
como asfaltamento e iluminação pública. “Mas ainda
está pronto para receber não só os visitantes dos grandes
carecemos prioritariamente de um sistema de captação
eventos que estão por vi, como os próprios brasilienses”.
de esgoto e de um posto policial no local para ter rondas constantes”, destaca. À frente de Associação dos Comerciantes local, Mauro
Quanto
à
reinvidicações
da
associação
dos
comerciantes para implantação de uma rede de esgoto, Jean Carmo diz
o Plano de Preservação do Conjunto
Cezar diz trabalhar junto ao governo para sanar problemas
Urbanístico de Brasília (PPCUB) (PLC 52/2012) já
que impedem o desenvolvimento da região, como o corte
passou pela comissão de assuntos fundiários e agora se
do mato e a morosidade para obtenção de alvarás.
encontra em regime de urgência na Câmara Legislativa.
“O governo pode ter nosso setor cultural como pólo
“Dentro deste plano há um estudo da Novacap para
gastronômico e de apoio para a Copa das Confederações”,
complementação das redes pluviais e de esgoto na região,
diz Mauro Cezar. Ele adianta que grandes empresas irão
bem como as paradas de ônibus”, destaca. Dado o pedido
se instalar em breve na região, “porém importantes
de urgência, Jean acredita que o plano que prevê outras
marcas internacionais ainda não decidiram se instalar na
melhorias deve entrar em ação ainda este ano ou no início
orla devido à burocracia para conseguir autorização e dar
do ano que vem. Quanto o policiamento, Jean afirma que
início aos empreendimentos”.
a tendência na segurança pública é do aumento de rondas
O administrador em exercício de Brasília, Jean Carmo Barbosa comemora o crescimento da utilização da orla da
e não da instalação de um posto policial.
MARKETING / PUBLICIDADE
Causos e casos da Propaganda “EU TÔ PAGANDO!” Por Junior Ramalho Fotos Arquivo pessoal
D
e todos os setores da economia, notadamente no setor de prestação de serviços, a Publicidade é, sem dúvida, a que sofre a maior e mais
indiscriminada interferência por parte dos pagantes, neste caso, chamados de clientes, ou contas. Por mais que evoluam as técnicas e os cursos superiores para formação
certa vez, um dono de loja de móveis, ao analisar um plano
de publicitários, para alguns anunciantes, é como se eles
de mídia, simplesmente pediu para tirar duas inserções
só contratassem esse tipo de serviço por não terem tempo
no Jornal Nacional e “carregar” a verba na novela das 18.
para planejar, criar, veicular e avaliar suas campanhas.
Motivo: este era o único horário em que daria tempo para
Afinal, eles próprios já têm sempre as melhores ideias e
a esposa dele sair do trabalho, pegar os filhos no colégio
soluções.
e, a família reunida, poder assistir ao próprio comercial, “ao
E olha que isso não acontece só com os pequenos clientes, que nem deveriam ser chamados assim por terem
ibope no horário que ele exigiu.
pequenas verbas, mas acabam merecendo a alcunha, sim,
Mas eles também opinam na produção. Houve um
pelas suas cabeças. Estou me referindo aos anunciantes
caso em que o cliente resolveu acompanhar a gravação
que, já na hora do briefing, saem com pérolas do tipo:
do seu VT numa produtora de outro estado. Chegou na
“Só tenho tanto pra gastar... Vocês têm que vender tudo”;
noite anterior, saiu para jantar e dar uma esticada numa
“Quero minha propaganda no mesmo estilo do Ricardo
boate da orla. No dia seguinte, chega o cliente no local das
Eletro... Se vira”; “Quero uma coisa de impacto, cheia de
externas, de braços dados com uma criatura de quase 1.90
emoção, e os meus netinhos vão sair no filme...”; “Estava
m de altura e, sem o menor constrangimento, determinou
pensando em algo do tipo: a gente faz aniversário, mas
ao diretor: “encaixa essa moça aí na propaganda”. Detalhe:
quem ganha o presente é você!”
o roteiro não previa atores, modelos e, sequer, figurantes.
O pior é que, por pura necessidade de faturar, o contato,
Foi duro criar outro ali, na hora.
hoje em dia promovido a gerente de contas, acaba levando
E para fechar com estilo esta narrativa de apenas
esses absurdos como informações básicas para a agência
poucos das centenas de episódios hilários, teve o caso
trabalhar. Claro que, complementadas pelas célebres
de uma distinta esposa de cliente que, ao ver o comercial
frases, estampadas nos relatórios de visita e reafirmadas
da empresa do marido na televisão, fez questão de
nas reuniões de brainstorming: “É pra ontem... Produção
pessoalmente ligar para mandar tirar a campanha do ar,
bonita e barata”.
e querendo saber quem indicou aquela “piranha” quase
E lá vão os bravos profissionais de propaganda
sem roupa usando o produto do marido dela. O produto
elaborar, “in glória”, estratégias de comunicação – quase
era uma bicicleta ergométrica para ginástica em casa. A
sempre virando noites – embasadas em números ou até
modelo? Noiva do diretor de arte da agência. A mando
mesmo em feeling, para depois verem suas obras-primas
do cliente, o VT virou um lettering com a foto do produto
transformarem-se em nada.
parada no canto do vídeo.
Para se ter uma ideia do que fazem alguns anunciantes que tratam publicidade como se estivessem pedindo pizza, 16
vivo”. Pasmem, mas o público-alvo dava quase traço no
“O anúncio ficou bom, mas troca só o título, a ilustração e o slogan”. Difícil, viu? 17