RAUL CÓRDULA meu avô matou uma onça

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Galeria de Arte Pedro AmĂŠrico / Raul CĂłrdula Filho / 1973


Meu avô matou uma onça, 1972 Guache e aquarela 50X67cm.


Galeria de Arte Pedro Américo

MEU AVÔ MATOU UMAONÇA RAUL CÓRDULA FILHO

1973


Foto com Vanildo de Brito, Raul Córdula, Archidy Picado e Arthur Cantalice. Vernissage da exposição de Raul Córdula “Meu avô matou uma onça”, 1974.


A RESPEITO DOS GATOS DE RAUL Acompanhamos, por mais de um decênio, a atividade artística do pintor Raul Córdula Filho. Iniciando-se como figurativista, de profundas raízes regionalistas, evolveu, logo após, para um abstracionismo informal, depois para um abstracionismo geométrico, e eis que agora retorna à figura. Essa inquietação da arte de Raul diante dos diversos meios de expressão plástica, esconde, no entanto, uma surpreendente e prodigiosa unidade interna. Poderíamos chamar essa unidade de lirismo, sentimento de tempo, ou – mais do que isso – recriação dos mitos da infância. A série dessa mostra, segundo o que nos disse pessoalmente o artista, originou-se da evocação de um antigo fato familiar: a luta de seu avô contra uma onça... E eis que a figura felina, humanizada como em desenhos de literatura infantil, apresenta-se dentro de uma perspectiva quase onírica. Crueldade, astúcia e malícia – eis o gato. Não somos pela crítica comparativa, e sempre procuramos evitar o erro de arejadores de influências. Mas o nome de Klee e de Miró surgiram-nos logo à mente, ao contemplarmos essas figuras sinuosas. Pois a técnica desses quadros despojada, livre, liricamente desajeitada como a infância, fizeram-nos lembrar aqueles dois grandes mestres da pintura universal. Raul e seus gatos... Não se pode negar o conteúdo autobiográfico desses entes estranhos, subitamente emergidos da infância do pintor, como uma espécie de catarse psicanalítica. O que se pode discutir é o seu caráter de auto retrato.

Vanildo de Brito João Pessoa, maio de 1973



Gato com peixe, 1972 Nanquim.


A ONÇA CAIU NA LOCA // OCA, OCA // ABRIU A BOCA, BÓCA // BOCARRA. // NÃO TINHA GARRAS, // PERDEU. // // MEU AVÔ, ESSA ONÇA TE MATA // AO REDOR DA MATA; // DA ONÇA NADA. // // TINHA O PELO DE OURO // MEU AVÔ ME DEU, // VALE UM TESOURO. Marcus Tavares













Projeto Grรกfico

Pedro Alb Xavier



Galeria de Arte Pedro AmĂŠrico


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