galeria verseau
RAUL CĂ“RDULA pintura 1965
9 a 25 de abril
Apresentação de Raul Córdula Procura no muro a indicação para o registro: não estará escrito ali “abaixo a ditadura”?, não estará desenhado ali um coração atravessado por um flecha?, e principalmente aquelas manchas, não serão elas semelhantes aos personagens desse drama, deformadas marcas de abandono? Ao artista, consciência pênsil entre indivíduo e coletivo, cabe a tarefa de aproximar verdade e arte. Também ele luta por situações mais humanas, e, se no momento procura vencer a matéria própria da pintura, suas sutilezas e artimanhas, está afiando as armas para uma maior participação. Antônio Dias (pintor), abril de 1965
“Com o advento do niilismo e a queda do cristianismo, Raul Córdula nos convida a todos para andar.” Vanildo de Brito, 1965
Nestes tempos de Appel, Dubuffet, Tapiès, e os outros informais ou tachistas, parece-nos conveniente revalorizar o exemplo de expressão natural dado por nossas crianças pelos muros e paredes. Com um mínimo de requisitos, uma criança nos dá uma visão do mundo. Nós, que vivemos na era dos mínimos, precisamos compreender a escritura dos muros; como as crianças precisamos aprender a rabiscar. - Encontro estas palavras de Hans Rodeker numa reportagem publicada na revista holandesa “Delta”, focalizando desenhos de crianças feitos em muros e paredes. Uma das fontes de inspiração de Raul Córdula é exatamente esta. Dando um tratamento artístico às figuras casuais que as crianças riscam pelas paredes com giz, carvão ou uma lasca de pedra, parte para a complementação do quadro a óleo ou do desenho com o emprego da cor e a orientação dos planos. Com predominância do azul, do cinza e terras no fundo, lança suas figuras em traços negros, obtendo efeito novo de grande beleza plástica, com sentido perfeito de modernidade. Raul Córdula é autodidata e vem de João Pessoa onde exerce as funções de Diretor do Serviço de Artes Plásticas da Universidade da Paraíba. Viveu muito tempo no interior do Estado do Rio, mas foi novamente em sua terra, Campina Grande, que sentiu o despontar de sua vocação, quando começou a desenhar as tristes pessoas da feira local. Agora, além do que tenha ficado dessas observações, mais a instigação do grafismo dos muros, também recebe a influência pictórica dos pescadores da praia de Tambaú dançando o coco. Estes, os elementos objetivos da criação Córdula. A parte subjetiva que dá alento e vida a seus quadros, tem muito de angústia e da miséria que tem o campo livre no Nordeste. A Galeria Verseau apresenta ao público carioca um artista jovem (nasceu em 1943) que se alia a tantos valores que despontam em nossas artes plásticas. Harry Laus, Jornal do Brasil, abril de 1965
Raul Córdula Filho •
Nascido na paraíba em 1943, começado a pintar no atelier de Adão Pinheiro em Olinda em 1959.
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Integra o grupo geração59 e funda a escola de artes plásticas Tomaz Santa Rosa, em 1960.
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Participa do salão de arte em comemoração às festas henriquinas 1961: 1.° Prêmio de pintura.
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Primeira exposição individual em 1960 - João Pessoa.
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Exposições coletivas de pintores paraibanos em Recife, Natal, Campina Grande e João Pessoa.
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Supervisiona o serviço de artes plásticas do departamento cultural da universidade da Paraíba 1963.
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Exposição individual na galeria “XIKO arte interior”, Recife - 1964.
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Segundo prêmio de desenho no XIX salão de arte moderna em Belo Horizonte.
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Inaugura a promoção Verseau-65 “norte e nordeste na pintura brasileira” que vai expor Francisco Brennand, Adão Pinheiro, Francisco Liberato, Abelardo da Hora, Reynaldo Fonseca, Newton Navarro, Appe, Lauria, Maria Lúcia, Jorge Guidacci e outros.
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