O Rivoli e a Cidade O Rivoli é um instrumento muito particular de mediação com o Porto. Constituindo na nova política cultural do município o polo teatral mais ancorado na malha da cidade (por contraponto ao polo do Campo Alegre), dele se espera uma grande articulação com as novas práticas urbanas. Iniciamos esta temporada com O Rivoli Já Dança!, um programa especialmente importante. Com ele revitalizamos um símbolo e devolvemo-lo à cidade através de um despertar que se espera lúcido e participado. Estas paredes encerram muito mais do que um simples palco. O Rivoli são memórias mas também expectativas, desejo de futuro. Tudo isto deve convocar uma enorme vontade de participação, o que ajudará a construir um projeto de Teatro Municipal forte e singular. As propostas locais, nacionais e internacionais que apresentamos alimentam a energia que se pretende gerar. Com linguagens e abordagens distintas, todas elas representam intensos manifestos performativos sobre as relações humanas e o habitar em sociedade. É isto que queremos para o novo Teatro Municipal: um espaço que nos emociona e inquieta, que nos faz sonhar, mas também pensar. Pensar o mundo contemporâneo na sua relação com a cidade através da interpelação das novas linguagens que aqui acontecerão. Também por esse motivo, quisemos com este momento prestar uma justíssima homenagem a uma pessoa que se bateu por um Teatro Municipal capaz de cumprir a sua vocação mais nobre – Isabel Alves Costa, que nos deixou há precisamente cinco anos. O Rivoli Já Dança!, que decorre ao longo de três meses e meio, é acima de tudo uma antecâmara viva de uma normalização do lugar do Teatro Municipal na dinâmica social e cultural da cidade. Mas, por agora, deixemo-nos simplesmente tocar pelos novos mundos que estes palcos tão bem saberão apresentar. Paulo Cunha e Silva Vereador da Cultura
12 - 13 SET Mozart Concert arias
Anne Teresa De Keersmaeker [be] /Companhia Nacional de Bailado
26 - 27 SET De repente fica tudo preto de gente
25 OUT Teorema
estreia nacional
John Romão
01 NOV LIBERDADE Sérgio Godinho
08 NOV FALL
estreia absoluta
Victor Hugo Pontes
Marcelo Evelin [br] Demolition Inc.
15 NOV A Viagem
10 - 11 OUT Rios d0 Sono
Filipa Francisco com Grupo Etnográfico do Orfeão do Porto
Circolando André Braga & Cláudia Figueiredo
18 OUT Shelters
Hofesh Shechter [uk] /Companhia Instável
20 NOV Untraceable Patterns + Million estreia nacional
Né Barros
22 NOV cyborg sunday estreia absoluta
Dinis Machado / NEC
SOLOS ICÓNICOS 03 DEZ Os Olhos de Gulay Cabbar
07 DEZ O Rei no Exílio – Remake + Nossa Senhora das Flores
Olga Roriz
Francisco Camacho
05 DEZ Modo de Utilização
12 DEZ A BUNCH OF MENINOS
Paulo Ribeiro
+ uma misteriosa coisa, disse o e.e. cummings*
Dead Combo
20 DEZ ATLAS PORTO
Vera Mantero
Ana Borralho & João Galante
06 DEZ Encontro com os criadores moderado por ClAudia Galhós
25 euros Passe geral para todos os espetáculos d’O Rivoli Já Dança!
Com Olga Roriz, Paulo Ribeiro, Vera Mantero e Francisco Camacho
[Exceto os concertos de Sérgio Godinho e Dead Combo]
5 euros Espetáculos de teatro e dança 10 euros Dead Combo 11,50-15 euros Sérgio Godinho [descontos não aplicáveis]
Mozart Concert Arias – Un moto di gioia 12-13 Set
Anne Teresa De Keersmaeker [be] /Companhia Nacional de Bailado Sexta e Sábado 21h30 Grande Auditório. Dur. 2h15m c/ intervalo. M/6 5€ (espetáculo) 25€ (passe geral para O Rivoli Já Dança!)
O espetáculo de abertura d’O Rivoli Já Dança! é um momento simbólico a multiplicar por dois. É o regresso ao Rivoli de Anne Teresa De Keersmaeker, nome incontornável da dança contemporânea internacional, e o retorno às origens da Companhia Nacional de Bailado (CNB), que nasceu no Porto e deu os primeiros espetáculos no Rivoli, em dezembro de 1977. Mozart Concert Arias, um híbrido entre a dança e a ópera, foi estreado no Festival D’Avignon em 1992, data em que a coreógrafa belga iniciou a sua residência no Théâtre de La Monnaie, a Ópera Nacional de Bruxelas. Este ano a peça ganhou uma nova vida: a criadora remontou-a com os bailarinos da CNB, aprofundando as várias colaborações que já teve com a companhia. O espetáculo estreou-se no Teatro Camões em abril e é agora apresentado no Porto. Seguindo a sua principal matriz – encontrar movimentos para uma música –, a coreógrafa escolheu árias de concerto de Mozart, que são também pequenos dramas e documentos da época em que o compositor viveu.
Anne Teresa De Keersmaeker Após os estudos de dança na Mudra, a escola de Maurice Béjart em Bruxelas, e no departamento de dança da Escola de Artes da Universidade de Nova Iorque, Anne Teresa De Keersmaeker iniciou a sua carreira como coreógrafa com Fase, four movements to the music of Steve Reich, em 1982. Funda a companhia Rosas em 1983, paralelamente à criação do espetáculo Rosas danst Rosas. De 1992 a 2007 De Keersmaeker é coreógrafa residente do Théâtre de La Monnaie, a Ópera Nacional de Bruxelas. Criou várias obras que foram representadas no mundo inteiro. Em 1995, a companhia Rosas e o Théâtre de La
Coreografia: Anne Teresa De Keersmaeker. Conceito: Anne Teresa De Keersmaeker e Jean-Luc Ducourt. Música: W.A.Mozart. Cenário: Herman Sorgeloos. Figurinos: Rudy Sabounghi. Desenho de Luz: Anne Teresa De Keersmaeker. Direção musical: Massimo Mazzeo. Sopranos: Eduarda Melo, Carla Caramujo, Kamelia Kader. Pianoforte: João Paulo Santos. Orquestra Violinos I: Iskrena Yordanova (concertino), Mariña Garcia, João Mendes, Andoni Conde.
Monnaie associam-se para criar uma estrutura de formação internacional: P.A.R.T.S. ou “Performing Arts Research and Training Studios”. As peças de Anne Teresa De Keersmaeker concentram-se, desde sempre, na relação entre a música e a dança. A coreógrafa recorre a composições musicais que vão do final da Idade Média e até ao século XX, tendo particular afinidade com as de Steve Reich.
© rodrigo de souza
O resultado é um espetáculo repleto de galanteria, humor, despique dos sexos, amor, fúria, exibicionismos; a leveza social e a forma de estar da alta sociedade do século XVIII. O cenário de Herman Sorgeloos, ao mesmo tempo um salão de dança e um jardim, os figurinos de Rudy Sabounghi e a coreografia de Keersmaeker, que tanto é austera e matemática como expressionista e impetuosa, fazem de Mozart Concert Arias uma obra simultaneamente clássica e contemporânea e uma experiência cénica todo-o-terreno.
Violinos II: Reyes Gallardo, Cecília Falcão, Raquel Cravino, Denys Stetsenko. Violas: Álvaro Pinto, César Nogueira. Violoncelos: Vanessa Pires, Tatiana Leonor. Contrabaixo: José Fidalgo. Flauta: Joana Amorim. Oboés: Pedro Castro, Luís Marques. Fagotes: José Gomes, Virgílio Ferreira. Clarinetes: Emily Worthington, Naum Monterde. Trompas: André Maximino, Daniel Canas.
De repente fica tudo preto de gente 26-27 Set
Marcelo Evelin [br] Demolition Inc. Sexta 21h30 Sábado 17h00 Grande Auditório Dur. 60m. M/16 (espetáculo com nudez integral) Lotação limitada 5€ (espetáculo) 25€ (passe geral para O Rivoli Já Dança!)
© sérgio caddah
Numa espécie de ringue afundado em escuridão, performers e espetadores partilham o mesmo espaço. Não há palco, não há plateia. As barreiras institucionalizadas (e cómodas) entre público e artistas são estilhaçadas. Esta criação do coreógrafo brasileiro Marcelo Evelin e da sua companhia Demolition Inc. coloca em jogo a fisicalidade dos espetadores, que num confronto performático e sensorial reagem aos movimentos dos intérpretes com entrega ou afastamento, até se reunirem no ponto mais negro – aquele onde se perde o medo do outro e se está tão próximo dele como de nós próprios. Partindo do livro de Elias Canetti Massa e Poder (1960), Evelin reflete sobre a massa enquanto multidão de singularidades e enquanto veículo de libertação do indivíduo. De repente fica tudo preto de gente (2012) é uma das mais recentes criações de Marcelo Evelin, figura-chave das artes performativas do Brasil que encheu o auditório de Serralves no início do ano com o seu emblemático solo Ai, Ai, Ai. Marcelo Evelin é um coreógrafo, pesquisador e intérprete nascido em Teresina-Piauí, no Nordeste do Brasil, que trabalha na área da dança e do teatro físico. Mudou-se para a Europa em 1986 e criou a companhia Demolition Inc. em 1995. Ensina improvisação e composição na Escola Superior de Mímica de Amesterdão e orienta workshops e projetos colaborativos na Europa, Estados Unidos, África e América do Sul. Voltou para o Brasil em 2006,
onde coordenou até 2013 o Núcleo do Dirceu, um coletivo de artistas independentes em Teresina-Piauí que foi premiado duas vezes pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA). As suas mais recentes criações, De repente tudo fica preto de gente e a trilogia baseada em Euclides da Silva (Sertão, Bull Dancing e Matadouro), têm sido apresentadas em vários pontos do mundo, do Japão a Portugal.
De e com Andrez Lean Ghizze, Daniel Barra, Elielson Pacheco, Hitomi Nagasu, Jell Carone, Loes Van der Pligt, Marcelo Evelin, Márcio Nonato, Regina Veloso, Rosângela Sulidade, Sérgio Caddah, Sho Takiguchi, Tamar Blom, Wilfred Loopstra. Coproduzido por Festival Panorama, Kyoto Experiment com apoio de Saison Foundation, Kunstenfestivaldesarts. Com apoio de Theater Instituut Nederland (TIN), Performing Arts Fund NL. Difusão internacional: Materiais Diversos. Agradecimentos: Projeto LOTE 24h/ Cristian Duarte, Theater Scholl Amsterdam, Núcleo do Dirceu. Contemplado pelo prémio Funarte de Dança Klauss Vianna 2011.
© álvaro martino
Sexta e Sábado 21h30 Grande Auditório Dur. 55m. M/6 5€ (espetáculo) 25€ (passe geral para O Rivoli Já Dança!)
A Circolando desenvolve a sua atividade desde 1999 sob direção artística de André Braga e Cláudia Figueiredo. No núcleo do projeto está o conceito de transdisciplinaridade. Um diálogo intenso entre a dança e o teatro, com um forte apelo aos contributos de outros campos da criação: poesia, artes plásticas, música, vídeo. O homem na sua natureza dual e complexa ocupa agora o núcleo das reflexões do coletivo, que tem apostado cada vez mais em projetos
onde se trabalha com a comunidade e se faz do território e dos seus habitantes a principal matéria criativa. A Circolando tem o seu espaço de trabalho na CACE Cultural do Porto e tem-se apresentado em festivais e teatros de diversos países, como Bélgica, Holanda, Reino Unido, Alemanha, Áustria, Brasil ou China.
Direção: André Braga. Dramaturgia e assistência à direção: Cláudia Figueiredo. Co-criação e interpretação: África Martinez, Gil Mac, Ricardo Machado e grupo da comunidade local. Intérprete em estágio: Alexandra Natura. Realização plástica: Sandra Neves. Sonoplastia: André Braga, Cláudia Figueiredo e Vítor Costa. Vídeo: Vítor Costa. Desenho de luz: Francisco Tavares Teles. Produção: Ana Carvalhosa (direção) e Cláudia Santos. Agradecimentos: Inês Mariana Moitas. Coprodução Circolando, InCA / Município de Águeda. A Circolando é uma estrutura financiada pelo Governo de PortugalSecretário de Estado da Cultura / DGArtes. Outros apoios: IEFP/ CACE Cultural do Porto.
10-11 Out
E se nos encontrássemos nos sonhos? Em Rios do Sono, a Circolando imagina o sono e o sonho como algo coletivo. Como uma viagem subaquática onde, juntos, podemos encontrar uma forma de descansar. A vulgarização do mau dormir em tempos de crise parece confirmar as consequências da praga da insónia pressagiada por Gabriel García Marquez: o esquecimento das memórias e das pessoas, “até nos afundarmos numa espécie de idiotia sem passado”. Construído com intérpretes amadores de comunidades locais, este espetáculo de teatro-dança questiona a fuga a essas tempestades solitárias e a procura de um sonho comum para o coletivo. Criado inicialmente com a comunidade de Águeda, Rios do Sono partiu também de uma outra tempestade: a que afetou o parque municipal daquela localidade e derrubou árvores centenárias, cujos destroços são utilizados no cenário da peça. A poética singular dos trabalhos da Circolando resulta também desta harmonia entre os materiais orgânicos e a visceralidade do movimento, como os excelentes Areia (2012) e Paus e Pétalas (2014) não nos deixaram esquecer.
Rios do Sono
Circolando André Braga & Cláudia Figueiredo
Hofesh Shechter [uk] /Companhia Instável
© joão octávio
Sábado 21h30 Grande Auditório. Dur. 65m c/ intervalo de 10m. M/6 5€ (espetáculo) 25€ (passe geral para O Rivoli Já Dança!)
18 out
Shelters (Abrigos) atira-nos para dentro do universo intenso e cinemático de Hofesh Shechter, coreógrafo israelita radicado em Londres e artista associado do emblemático Sadler’s Wells. O espetáculo desdobra-se em três momentos diferentes. Inclui dois trabalhos iniciais e incontornáveis do autor – Cult (2004), sobre os poderes que castram a sociedade atual, e Fragments (2003), onde se explora o frémito do amor, a relação de um casal e os duelos necessários para se conseguir viver dentro dela – e finaliza com Under The Rock (2012), peça criada para a Companhia Instável (sedeada no Teatro Municipal.Campo Alegre) em que o coreógrafo retoma o tema dos rituais e das dinâmicas de grupo já abordado em Cult. Shechter é também compositor, pelo que assina toda a música dos espetáculos, o que confere uma envolvência única à sua dança crua e vigorosa.
Hofesh Shechter formou-se na Jerusalem Academy for Dance and Music antes de integrar a mundialmente famosa Batsheva Dance Company. Chega ao Reino Unido em 2002, data da sua aclamada estreia coreográfica Fragments, galardoada com o primeiro prémio no concurso Serge Diaghilev. Em 2004 foi comissariado pelo Prémio The Place para criar um sexteto, Cult, que venceu o Prémio Escolha do Público. Em 2007, The Place, Southbank Centre
e Sadler’s Wells encomendaram a Hofesh a criação de In your rooms, nomeado para um South Bank Show Award e vencedor do Critics Circle Award para a Melhor Coreografia em 2008. Em 2008 fundou a Hofesh Shechter Company, residente no Brighton Dome. Hofesh é também Artista Associado do Sadler’s Wells. Em 2013 esgotou, por duas noites, o grande auditório do CCB com Uprising/In your rooms.
Coreografia e composição sonora original: Hofesh Shechter. Diretor de ensaios: Bruno Guilloré. Assistente de ensaios da Companhia Instável: Cristina Planas Leitão. Assistentes do coreógrafo: Winifred Burnet-Smith e Victoria Hoyland. Figurinos: ESAD – Licenciatura em Design de Moda, alunos Eduardo Amorim e Rita Krupiej, coordenação de Paulo Cravo e Maria Gambina. Direção técnica e desenho de luz de Under a Rock: Ricardo Alves. Interpretação: Cindy Emelie, Liliana Garcia, Marco da Silva Ferreira, Pedro Alves, Rosana Ribeiro, São Castro e Samon Presland.
Teorema
John Romão
Com 12 skaters e um acordeonista em palco, o ator e encenador John Romão cria um espetáculo de teatro em que a palavra é suplantada por uma experiência visual e sonora enigmática e iconográfica, elegíaca e apocalíptica. Teorema é inspirado numa obra fundamental do cinema europeu, o filme (e texto) homónimo de Pier Paolo Pasolini. Seguindo os passos do realizador, poeta e dramaturgo italiano, que sempre trabalhou com os marginais do subproletariado urbano e rural do país, John Romão convocou performers que também pertencem à rua, mas num contexto de contemporaneidade: jovens skaters, outro tipo de ragazzi di vita, que nesta peça invadem uma casa privada. As relações entre eles são de tensão, domínio e submissão e carregadas de uma atmosfera erótica e sacralizada, tão própria de Pasolini. Teorema é a segunda parte de um tríptico que John Romão está a desenvolver em torno da obra do realizador italiano. John Romão é formado em teatro pela Escola Superior de Teatro e Cinema, tendo completado a sua formação com Jan Fabre, Vera Mantero, Wim Vandekeybus, entre outros. Em teatro trabalhou como ator ou cocriador com nomes como Romeo Castellucci (Socìetas Raffaello Sanzio), Jorge Andrade (Mala Voadora), Tiago Rodrigues (Mundo Perfeito), Jorge Silva Melo (Artistas Unidos) e Mariana Tengner Barros. É assistente de encenação, desde 2005, do dramaturgo
e encenador Rodrigo García, com o qual tem realizado espetáculos para o Festival d’Avignon, Théâtre National de Bretagne ou Centro Dramático Nacional de Madrid. Das suas peças destaca Cada Sopro, de Benedict Andrews (Festival de Almada 2013), Horror (TNDMII 2011) e Morro Como País (Festival Citemor 2010). Prepara a encenação de Pocilga, de Pier Paolo Pasolini, para 2015, numa coprodução com a Culturgest, Teatro Nacional São João, Teatro Virgínia e Teatro Viriato.
Direção e espaço cénico: John Romão. Com: John Romão, os skaters-performers Francisco Campos Lima e Wesley Barros e dez skaters do Porto. Acordeonista: Fábio Palma toca Et Exspecto (1985) de Sofia Gubaidulina. Textos: Tiago Rodrigues e John Romão, a partir de Pier Paolo Pasolini. Desenho de luz: José Álvaro Correia. Música: Nicolai Sarbib. Espaço sonoro: Daniel Romero (.tape.). Figurino e adereços: João Pedro Vale e Nuno Alexandre Ferreira. Colaboração coreográfica: Elena Córdoba. Assistência de direção e produção: Solange Freitas. Coprodução: Colectivo 84 (Lisboa), Konstanz Theatre (Constança), Centro Cultural Vila Flor (Guimarães). Residências artísticas: O Espaço do Tempo e Negócio/ZDB. O Colectivo 84 é uma estrutura subsidiada pelo Governo de Portugal Secretaria de Estado da Cultura / Direcção Geral das Artes.
25 out
© susana paiva
Sábado 21h30 Grande Auditório Dur. 75m. M/16 5€ (espetáculo) 25€ (passe geral para O Rivoli Já Dança!) Estreia Nacional
Sábado 21h30 Grande Auditório Dur. 90m. M/3 1ª e 2ª Plateia: 15€ 1º Balcão: 13€ 2º Balcão: 11,50€
© michel morant
Liberdade
Sérgio Godinho
1 nov
Sérgio Godinho já cantou a liberdade no Rivoli. Cantou, mais concretamente, a canção “Liberdade”, editada originalmente no admirável À Queima Roupa (1974) e gravada ao vivo no Rivoli em 1997 para o disco Rivolitz (1998). Regressa agora com o espetáculo Liberdade, a celebração de mais de 40 anos de uma carreira iniciada em 1970 e dos 40 anos do Portugal democrático, principiado naquele dia inteiro e limpo de abril de 74. Neste espetáculo, que anda a ser apresentado em auditórios de todo o país desde abril na companhia de Os Assessores, o escritor de canções portuense reaviva e dá novos arranjos a músicas que perpassam a sua vida e criação. Das mais íntimas e diarísticas às mais empenhadas e politizadas, das mais antigas às mais recentes. Uma oportunidade ainda para Sérgio Godinho visitar José Afonso. Não restam dúvidas de que a liberdade vai passar por aqui.
Sérgio Godinho Cantor, compositor, escritor e ator (de teatro e cinema), Sérgio Godinho é, para citar uma das suas canções clássicas, o verdadeiro “homem dos sete instrumentos”. Conta com uma carreira artística de invejável longevidade, que se prolonga há mais de 40 anos de modo intocável. Iniciada com Os Sobreviventes (1971) e continuada, até à data, com Caríssimas Canções (2013), seria redutor destacar um título da sua vasta discografia de álbuns de estúdio
e ao vivo. E, ainda, para crianças, Os Amigos do Gaspar ou O Pequeno Livro dos Medos, entre outros. Editou também o livro de poemas O Sangue Por Um Fio, o de crónicas Caríssimas Quarenta Canções e tem várias colaborações musicais e literárias. Quarenta das suas letras foram também “revistas” por outros tantos ilustradores no livro Sérgio Godinho & As Quarenta Ilustrações.
Sérgio Godinho: voz, guitarra. Nuno Rafael: guitarras, percussões, coros. Miguel Fevereiro: guitarras, coros. Nuno Espírito Santo: baixo. João Cardoso: teclado, coros. Sérgio Nascimento: bateria, percussões.
Fall
Victor Hugo Pontes
© josé caldeira
Sábado 21h30 Grande Auditório. Dur. aprox. 60m. A aguardar classificação etária. 5€ (espetáculo) 25€ (passe geral para O Rivoli Já Dança!) Estreia Absoluta
Victor Hugo Pontes nasceu em Guimarães, em 1978. É licenciado em Artes Plásticas – Pintura pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto. Concluiu os cursos profissionais de teatro do Balleteatro e do Teatro Universitário do Porto, bem como o curso de Pesquisa e Criação Coreográfica do Fórum Dança. Trabalhou como ator com os encenadores e coreógrafos Moncho Rodriguez, Nuno Carinhas, Isabel Barros, Clara Andermatt,
David Lescot, Joana Craveiro, entre outros. É assistente de encenação de Nuno Cardoso desde 2005. Das suas mais recentes criações como encenador/coreógrafo destaca Fuga Sem Fim (2011), A Ballet Story (2012), ZOO (2013) e Ocidente, de Rémi de Vos (2013). Atualmente é docente do curso de teatro da Universidade do Minho e diretor artístico da Nome Próprio – Associação Cultural com sede no Porto.
Direção e Coreografia: Victor Hugo Pontes. Cenografia: F. Ribeiro. Imagem: João Paulo Serafim. Desenho de Luz: Wilma Moutinho. Música Original: Rui Lima e Sérgio Martins. Apoio Dramatúrgico: Madalena Alfaia. Interpretação: Ángela Díaz Quintela, Anaísa Lopes, António Torres, Daniela Cruz, Diogo Almeida, Marco Da Silva Ferreira, Valter Fernandes. Produção executiva: Joana Ventura. Coprodução: Câmara Municipal do Porto, CCVF, Theatro Circo e Teatro Maria Matos. Residências Artísticas: Circolando e O Espaço do Tempo. Projeto apoiado pela Secretaria de Estado da Cultura / DGARTES.
8 nov
Fall é uma palavra aplicada ao corpo nas suas várias possibilidades, físicas e metafísicas: a queda (“fall”, em inglês) enquanto movimento físico que acompanha o homem desde os primórdios; as quebras emocionais; o que se entende pela expressão “quedar-se de amores”; e a renovação após o colapso, tal como o outono (“fall”, na língua inglesa) é um ciclo de transição. Uma palavra que implica ação e que, por isso mesmo, se incorpora na dança extremamente plástica e corporal de Victor Hugo Pontes, onde os bailarinos estão em constante auto-superação, numa prova física e emocional da qual o espetador não sai ileso. Testemunhos disso são os superlativos A Ballet Story (2012) e ZOO (2013), que elevaram Victor Hugo Pontes a um dos coreógrafos mais entusiasmantes da nova geração da dança portuguesa. Fall, a sua nova criação em estreia absoluta no Rivoli iluminada pelos estudos sobre a queda de autores como Yves Klein e Bas Jan Ader, promete ser mais um momento especial.
Sábado 21h30 Grande Auditório Dur. aprox. 60m. M/6 5€ (espetáculo) 25€ (passe geral para O Rivoli Já Dança!)
© joana patita
A Viagem
Filipa Francisco com Grupo Etnográfico do Orfeão do Porto
15 nov
A Viagem é uma celebração etnográfica em que se cruzam as danças e músicas tradicionais portuguesas com as linguagens performativas contemporâneas. Depois de em 2009 ter conhecido na Palestina a Companhia de Dança Tradicional e Contemporânea El-Funoun, Filipa Francisco lançou-se numa descoberta das danças populares nacionais. Assim nasceu A Viagem, projeto em que a coreógrafa e performer colabora com vários grupos folclóricos do país, dando continuação ao seu habitual trabalho junto da comunidade. Neste espetáculo há uma desconstrução e mestiçagem dos códigos e linguajares da cultura tradicional e da dança contemporânea, processo que produz novos significados e sublinha a função social, política e integradora da arte – porque as manifestações locais não têm de ficar à margem da modernidade. No Porto, A Viagem é apresentada com os costumes, trajes e cantares do Grupo Etnográfico do Orfeão do Porto.
Filipa Francisco estudou na Escola Superior de Dança, na Companhia de Dança Trisha Brown, no Lee Strasberg Institute, em Nova Iorque, e com o dramaturgo André Lepecki. Desenvolveu um trabalho de formação e criação com reclusos do Estabelecimento Prisional de Castelo Branco (Projeto Rexistir). Em 2007/2008 foi coordenadora de Nu Kre Bai Bu Onda, um projeto de formação em dança no bairro da Cova da Moura. Colabora com a Materiais Diversos.
Grupo Etnográfico do Orfeão do Porto O Orfeão do Porto foi fundado em 1910 para se dedicar à música e ao canto. Em 1981 criou o Grupo Etnográfico do Orfeão do Porto com o objetivo de representar e divulgar a música, os cantares, as danças e as tradições dos concelhos e das freguesias do distrito do Porto. Tem aproximadamente 40 elementos, entre tocadores, cantadores e dançadores. Participa em festivais de folclore e em romarias de todo o país e também do estrangeiro.
Conceção e direção artística: Filipa Francisco. Interpretação: Bruno Alexandre, Susana Gaspar e elementos do Grupo Etnográfico do Orfeão do Porto (tocata, cantata, dançadores). Assistência de direção artística: Matthieu Réau. Direção Musical e Música original: António Pedro. Músicos: elementos do Grupo Etnográfico do Orfeão do Porto. Desenho de luz e Direcção técnica: Mafalda Oliveira. Desenho de som: Ricardo Figueiredo. Figurinos: Ainhoa Vidal. Produção e difusão: Materiais Diversos. Uma coprodução Mundo em Reboliço, Festival Materiais Diversos, Guimarães 2012 Capital Europeia da Cultura, Teatro Virgínia. Um projeto financiado pela Presidência do Conselho de Ministros/ Secretário de Estado da Cultura – DireçãoGeral das Artes. Agradecimentos: alkantara, RE.AL e todos os grupos folclóricos envolvidos no projeto.
Fundadora do Balleteatro e nome forte da dança contemporânea portuguesa, Né Barros regressa ao Rivoli com dois espetáculos em estreia nacional. Duas peças curtas construídas com base em matérias plásticas, visuais e sonoras; arquiteturas manipuláveis que metamorfoseiam o lugar performativo e funcionam como extensão dos corpos em cena. Em Untraceable Patterns um músico e um bailarino dialogam entre o silêncio, o som e o movimento. Os fraseados coreográficos organizam-se e desorganizam-se em torno de matérias sonoras interativas, num exercício polifónico de desvios, articulações e errâncias. Million, trabalho criado inicialmente para a companhia lituana Aura e agora reescrito com bailarinos nacionais, debruça-se também sobre a ideia de deslocamento, aqui territorial: o cenário moldável é ocupado por corpos que tanto intervêm no espaço como se deixam transformar por ele, lembrando-nos, numa referência intencionalmente política à emigração, de que a identidade de um território não é a mesma com ou sem pessoas.
Né Barros Coreógrafa e bailarina, ao longo da sua carreira tem desenvolvido em ligação os seus trabalhos artísticos com os científicos. É doutorada em Dança (FMH, UTL), Master of Arts in Dance Studies no Laban Centre (City University, Londres) e investigadora no Instituto de Filosofia no Grupo de Estética, Política e Artes (UP). Iniciou a sua formação em dança clássica e, mais tarde, estudou dança contemporânea e composição coreográfica nos Estados Unidos, no Smith College.
Fez o Curso Superior de Teatro na ESAP. Nos seus projetos tem colaborado com artistas de fotografia, música, artes plásticas e cinema. Além do Balleteatro, estrutura que dirige e fundou, trabalhou com a Companhia Nacional de Bailado e com o Ballet Gulbenkian. É professora na ESAP e integra a direção do festival de cinema e vídeo FFFilm Project. Tem diversos textos publicados, com destaque para o seu livro Da Materialidade na Dança.
Untraceable Patterns Direção e Coreografia: Né Barros. Música e interpretação ao vivo: Gustavo Costa. Interpretação: Flávio Rodrigues (na versão original e no vídeo-dança foi interpretado por Né Barros). Textos: Gertrude Stein. Desenho de luz: Alexandre Vieira. Ante-estreia: Conferência Internacional “Borders, Displacement and Creation. Questioning the Contemporary” (Porto). Estreia: Espaço Cultural Altes Finanzamt (Berlim). Million Coreografia: Né Barros. Cenário: Patricija Gilyte. Música: Antanas Dombrovskij. Intérpretes: Elisabete Magalhães, Joana Castro, Jorge Gonçalves, Pedro Rosa, Sónia Cunha, Valter Fernandes. Desenho de Luz: Alexandre Vieira. Produção: Balleteatro. Apoio: Aura Dance Company, Ideias Emergentes.
Untraceable Patterns + Million
© joaquim pinheiro
Quinta 21h30 Grande Auditório Dur. 65m c/ intervalo de 15m. M/12 5€ (espetáculo) 25€ (passe geral para O Rivoli Já Dança!) Estreia Nacional
20 nov
Né Barros
Sábado 21h30 Grande Auditório Dur. 60m / M/12 Lotação limitada 5€ (espetáculo) 25€ (passe geral para O Rivoli Já Dança!) Estreia Absoluta + Calendário/ Coro de Vozes Sábado 15h30 às 23h30 Foyer do 3º piso
© josé figueroa
Cyborg Sunday
Dinis Machado / NEC
22 nov
O Núcleo de Experimentação Coreográfica (NEC), um coletivo de artistas e investigadores e um dos protagonistas do circuito independente de artes performativas do Porto, vem ao Rivoli com um espetáculo em estreia absoluta. Cyborg Sunday, de Dinis Machado, é um lugar utópico onde um grupo de cinco performers experimenta ensaiar novos futuros longe das amarras do capitalismo e dos protocolos normativos da sociedade contemporânea ocidental. Um domingo ficcional da vida possível de uma comunidade possível em que, recorrendo às reflexões do filósofo Jacques Rancière, se questiona a possibilidade de mudar o “estado das coisas”. O NEC apresenta ainda n’O Rivoli Já Dança! Calendário/Coro de Vozes, uma instalação sonora performativa desenvolvida por Cristiana Rocha e Pedro Oliveira para a 10ª edição do Serralves em Festa (15h30 às 23h30, Foyer do 3º piso).
O Núcleo de Experimentação Coreográfica (NEC) iniciou a sua atividade em 1993 através de encontros regulares entre a comunidade artística. Em 1997 estabeleceu-se como associação cultural sem fins lucrativos. Tem como objetivos apoiar a criação artística nas artes performativas, estimular a investigação em torno das práticas e dos processos coreográficos, divulgar e expandir a dança contemporânea e os seus agentes, mantendo um papel ativo na
reflexão, produção de ideias, projetos, documentação e dinâmicas criativas do Porto. Dirigido por Cristiana Rocha em colaboração com Luís Miguel Félix, Mafalda Couto Soares, Paulo Vasques, Pedro Oliveira, Dinis Machado, Daniel Pinheiro, André Sousa, Alexandra Balona e Vera Mota, desenvolve atividades que fomentam a pesquisa e questionam dispositivos de produção convencionais, ativando processos de colaboração entre criadores, público, instituições e comunidades.
Um projeto de Dinis Machado com Ágata Pinho, Cristiana Rocha, Gonçalo C. Ferreira, Gonçalo Valves e Teresa Prima. Coprodução NEC e CMP Este trabalho contou com uma pesquisa internacional desenvolvida com Catherine Long, Tonny A., Nikolas Kasinos e Isadora Monteiro coproduzida por Corp. e Dance4. Apoio: ImPulsTanz no contexto de “Life Long Burning”, financiado pelo Programa da União Europeia Cultura 2013-2018 e Arts Council Inglaterra.
3 -7 dez
SOLoS ICÓNICOS
solos icónicos
Solos Icónicos é um projeto da Companhia Instável integrado na programação d’O Rivoli Já Dança!. O objetivo deste ciclo é revisitar alguns dos solos que foram essenciais para a afirmação e expansão da dança portuguesa a nível nacional e internacional. As peças escolhidas, que datam dos anos 90 e inícios dos anos zero, tiveram uma forte circulação no estrangeiro e foram trabalhos importantíssimos para as carreiras dos seus autores. Falamos de Olga Roriz, Paulo Ribeiro, Vera Mantero e Francisco Camacho, coreógrafos e intérpretes sem os quais não seria possível escrever a história da dança contemporânea nacional.
3 -7 dez
Esta viagem de regresso, que faz todo o sentido ser feita no renascido Rivoli, inclui também uma conversa com os criadores e o público moderada por Claudia Galhós, jornalista e especialista em artes performativas.
A Companhia Instável, liderada por Ana Figueira e sedeada no Teatro Municipal.Campo Alegre, é um projeto apoiado pela Secretaria de Estado da Cultura. Os seus objetivos centram-se no desenvolvimento da dança contemporânea do país e da cidade e na criação de oportunidades profissionais a intérpretes de dança contemporânea. Anualmente, um coreógrafo de renome internacional é convidado a fazer uma criação para e a partir de um conjunto de jovens intérpretes selecionados por audição.
O resultado é depois apresentado em palcos nacionais e internacionais. Amélia Bentes, Javier de Frutos, Wim Vandekeybus, Rui Horta, Madalena Victorino, Marianne Baillot e Hofesh Shechter foram alguns dos criadores convidados até ao momento.
Olga Roriz é bailarina, coreógrafa e diretora da Companhia Olga Roriz. O seu repertório nas áreas da dança, teatro e vídeo é constituído por mais de 90 obras. Criou e remontou peças para várias companhias nacionais e estrangeiras. Internacionalmente os seus trabalhos foram apresentados em toda a Europa, assim como nos E.U.A., Brasil, Japão, Egito, Cabo Verde, Senegal e Tailândia. Tem um vasto percurso de criação de movimento para o Teatro e Ópera. No cinema realizou Felicitações Madame,
Sesta e Interiores. Desde 1982 que é distinguida com relevantes prémios nacionais e estrangeiros: 1º Prémio do Concurso de Dança de Osaka – Japão 1988; Prémio da melhor coreografia da Revista Londrina Time Out 1993; Prémio Almada 2004: Condecoração com a insígnia da Ordem do Infante D. Henrique – Grande Oficial pelo Presidente da República 2004; Grande Prémio da Sociedade Portuguesa de Autores e Milleniumbcp 2008; Prémio da Latinidade 2012.
Direção, Textos e Interpretação: Olga Roriz. Paisagem Sonora: António Viegas. Cenografia: Paulo Reis e Olga Roriz. Figurinos: Mariana Sá Nogueira. Luzes: Clemente Cuba. Assistência à direção artística e dramaturgia: Paulo Reis. Imagens de Arquivo: S.I.C. Selecção e Alinhamento: Paulo Reis e Olga Roriz. Edição: Bruno Parrinha/S.I.C.
Os Olhos de Gulay Cabbar
Os Olhos de Gulay Cabbar é o solo particularmente tocante e intimista que Olga Roriz apresentou pela primeira vez em 2000, no Festival Citemor, e ao qual regressa agora, antes da comemoração, em 2015, dos 40 anos de carreira e dos 20 anos de atividade da sua companhia. A coreógrafa partiu da história real de uma mulher turca que foi salva de uma catástrofe natural para criar uma peça sobre o amor, a vida e a morte, essa elementar trilogia da existência. Por intermédio de uma voz off e do seu discurso extremamente lúcido e poético, somos convidados a entrar na intimidade da mulher em palco, nos “destroços de uma morte que poderia ter sido”. Este encontro faz-se entre a introspeção e projeção e entre a angústia e libertação da dança melíflua e em carne viva de Olga Roriz. Uma oportunidade imperdível para ver uma peça valiosa do extenso reportório de uma das mais relevantes coreógrafas e bailarinas nacionais.
3 dez
© marina vieira da silva
Quarta 21h30 Grande Auditório Dur. 90m. M/12 5€ (espetáculo) 25€ (passe geral para O Rivoli Já Dança!)
solos icónicos
Olga Roriz
solos icónicos Modo de Utilização + uma misteriosa coisa, disse o e.e. cummings*
5 dez
Paulo Ribeiro Modo de Utilização Vera Mantero uma misteriosa Coisa, disse o e.e. cummings* Sexta 21h30, Grande Auditório Dur. aprox. 45m c/ intervalo de 15m. M/16 (espetáculo de Vera Mantero com nudez integral) 5€ (espetáculos de Paulo Ribeiro e Vera Mantero) 25€ (passe geral para O Rivoli Já Dança!)
1990, Bienal Universitária de Coimbra. Paulo Ribeiro, com 31 anos, apresentava pela primeira vez Modo de Utilização, o seu segundo solo, numa cantina da universidade. Local curioso para acolher esta peça, uma verdadeira metáfora da juventude: a dança como puro prazer de dançar, sem a preocupação de criar um léxico e de respeitar equações técnicas. Um solo primaveril, despretensioso, positivo, sensual, sincero. 2014, Rivoli. Paulo Ribeiro, com 55 anos, passa a interpretação de Modo de Utilização a outro bailarino. O coreógrafo volta a pegar num trabalho do qual se descolou em 1992 para o reinventar num corpo jovem e contemporâneo, para o fazer crescer fora dele próprio. Um desafio mostrado em primeira mão no Rivoli e ao qual se segue uma misteriosa Coisa, disse o e.e. cummings*, solo marcante de Vera Mantero criado em 1996 para “Homenagem a Josephine Baker”, um programa da Culturgest dedicado à cantora e atriz afro-americana da primeira metade do século XX e ativista do Movimento dos Direitos Civis. A coreógrafa e performer surge nua em palco e com o corpo pintado de preto convocando “uma vitória do espírito” contra a pobreza civilizacional e a cegueira moral.
Modo de Utilização Coreografia: Paulo Ribeiro. Música: Colagem de Paulo Ribeiro a partir de músicas de John Zorn inspiradas no universo de Enio Morricone. Interpretação: Marco Ferreira. Desenho de luz, figurino e espaço cénico: Paulo Ribeiro. uma misteriosa Coisa, disse o e.e. cummings* Conceção e interpretação: Vera Mantero. Caraterização: Alda Salavisa (desenho original de Carla Lagido). Luzes: João Paulo Xavier. Operação e adaptação de luz: Bruno Gaspar. Produção executiva: Forum Dança. Produção: Culturgest, Lisboa, 1996, “Homenagem a Josephine Baker”. Apoio: Casa da Juventude de Almada, Forum Dança, Re.Al/ Amascultura.
solos icónicos Vera Mantero Estudou dança clássica com Anna Mascolo e integrou o Ballet Gulbenkian entre 1984 e 1989. Começou a sua carreira coreográfica em 1987 e desde 1991 que tem mostrado o seu trabalho por toda a Europa, Argentina, Brasil, Canadá, Coreia do Sul, EUA e Singapura. Dos seus trabalhos destacam-se os solos Talvez ela pudesse dançar primeiro e pensar depois (1991), Olympia (1993) e uma misteriosa Coisa, disse o e.e.cummings* (1996), assim como as peças de grupo Sob (1993), Para Enfastiadas e
Profundas Tristezas (1994), Poesia e Selvajaria (1998) e Vamos sentir falta de tudo aquilo de que não precisamos (2009). Representou Portugal na 26ª Bienal de São Paulo, em 2004, com Comer o Coração, criado em parceria com o escultor Rui Chafes. Participa regularmente em projetos internacionais de improvisação ao lado de coreógrafos como Lisa Nelson, Mark Tompkins, Meg Stuart e Steve Paxton.
Modo de Utilização + uma misteriosa coisa, disse o e.e. cummings*
© josé fabião
© jorge gonçalves
de Lorraine, entre outras. Fundou a Companhia Paulo Ribeiro em 1995, para a qual já assinou dezoito coreografias [Jim e o solo Sem um tu não pode haver um eu são as mais recentes], e dirigiu o Ballet Gulbenkian entre 2003 e 2005. É diretor-geral e de programação do Teatro Viriato, em Viseu.
5 dez
Paulo Ribeiro Depois de uma vasta experiência como intérprete em várias companhias belgas e francesas, Paulo Ribeiro (natural de Lisboa) começou a coreografar em 1984. Compôs obras para diversas estruturas de renome, nacionais e internacionais: Ballet Gulbenkian, Nederlands Dans Theater, Grand Théâtre de Genève, Ballet
solos icónicos Encontro com os criadores moderado por Claudia Galhós
6 dez
Conversa com Olga Roriz, Paulo Ribeiro, Vera Mantero e Francisco Camacho Sábado 17h30, Pequeno Auditório Dur. aprox. 60m Moderação: Claudia Galhós. Entrada livre
O privilégio de ver quatro dos mais importantes coreógrafos e intérpretes nacionais em palco n’O Rivoli Já Dança! prolonga-se com uma conversa em que todos eles se reúnem. Afinal, não é todos os dias que podemos ter ao mesmo tempo Olga Roriz, Paulo Ribeiro, Vera Mantero e Francisco Camacho à volta de uma mesa. O encontro será um debate informal aberto à participação do público e com moderação de Claudia Galhós, especialista em artes performativas (ver biografia em baixo). O que representam estes solos icónicos no contexto da dança contemporânea? Quais os desafios de regressar a criações passadas? Porquê a necessidade de rever estes espetáculos à luz da contemporaneidade? Como resolver a falta de um circuito de dança no Porto? serão algumas das questões abordadas durante a conversa, em que é dada oportunidade ao público para expor as suas opiniões e interpretações sobre os solos apresentados.
Claudia Galhós nasceu em Lisboa, em 1972. Atualmente escreve sobre artes performativas para o semanário Expresso e é editora do magazine cultural AGORA da RTP2. Foi editora do suplemento semanal Artes de Palco, do programa Magazine do canal 2 da RTP (de 2004 a 2006). Desde 1994 que trabalha e colabora com diversos jornais, sites, rádios e revistas portuguesas e internacionais. Estreou-se na área da ficção em 2001 com Sensualistas, o primeiro livro
da Trilogia Rock, ao qual se sucedeu Conto de Verão (2002) e O Tempo das Cerejas (2007). Escreveu diversos textos sobre teatro e dança para publicações estrangeiras, tendo apresentado alguns deles em conferências internacionais. É autora dos livros Corpo de Cordas – 10 anos de Companhia Paulo Ribeiro (2006, Assírio & Alvim) e Pina Bausch – Ensaio Bibliográfico (2010, Dom Quixote).
O Rei No Exílio – Remake é a recriação feita em 2013 de O Rei no Exílio (1991), trabalho que lançou a carreira coreográfica de Francisco Camacho na Europa com a sua apresentação na Europália de 91, na Bélgica. O solo é inspirado em D. Manuel II, último rei de Portugal, que se exilou em Inglaterra em 1910. Num exercício escalpelizador do poder político e da nossa identidade histórica, o coreógrafo explora um corpo ambíguo cuja identidade é capturada. Numa justaposição entre o Eu e o Outro, esta personagem obsessiva desdobra-se nas vozes de Camacho, de D. Manuel II e de António Cabral, que documentou a vida do rei desterrado. Já Nossa Senhora Das Flores, apresentado em mais de 40 palcos da Europa e da América do Sul desde a estreia em 1993, mostra-nos um corpo entre a convulsão e o prazer. Um corpo ambivalente e não normativo que, como diria o filósofo Michel Foucault, “fragmenta o que supostamente estava unido e seria consistente.” Francisco Camacho Desde 1988 que os seus espetáculos têm sido apresentados em vários países europeus, americanos e africanos. Foi galardoado com o Prémio Bordalo da Casa da Imprensa de 1995 e 1997, na área da dança, e com o Prémio ACARTE/Maria Madalena de Azeredo Perdigão 1994/95. Coreografou e interpretou os solos O Rei no Exílio (1991, filmado para a RTP, com realização de Bruno d’Almeida), Nossa Senhora das Flores (1992, Menção
Especial do prémio ACARTE/Maria Madalena de Azeredo Perdigão (1992/93), Superman (2000), Hitch (2003) e Coup d’État (2006). Dançou com vários coreógrafos, com destaque para Paula Massano, Meg Stuart, Alain Platel e Carlota Lagido. Estudou dança, teatro e voz em Portugal e em Nova Iorque, nomeadamente no Merce Cunningham Dance Studio e no Lee Strasberg Theatre Institute. É membro fundador e diretor artístico da EIRA.
O Rei no Exílio – Remake Coreografia e Interpretação: Francisco Camacho. Consultadoria de voz e interpretação: Fernanda Lapa. Figurinista e Assistente de ensaios: Carlota Lagido. Cenário: Philip Cabau. Desenho de luz e Direção Técnica: Nuno Patinho. Banda sonora: Carlos Zingaro, Ruy Coelho/ Natália de Andrade, Nick Cave. Textos: D. Manuel II, António Cabral, Francisco Camacho. Produção: EIRA. Nossa Senhora das Flores Coreografia e interpretação: Francisco Camacho. Figurinos: Carlota Lagido. Desenho de Luz e Direção Técnica: Nuno Patinho. Música: Jordi Savall. Direção Técnica: Pedro Machado. Produção: EIRA.
solos icónicos o Rei no Exílio - Remake + Nossa Senhora das Flores
© nacho correa
Domingo 21h30 Grande Auditório Dur. 85m c/ intervalo de 15m. M/12 5€ (espetáculo) 25€ (passe geral para O Rivoli Já Dança!)
7 dez
Francisco Camacho
Sexta 22h00 Grande Auditório Dur. aprox. 80m. M/3 10€ (preço único)
© pauliana valente pimentel
A Bunch of Meninos
Dead Combo
12 dez
A música dos Dead Combo é indissociável dos espaços (físicos, mitológicos) que a geraram. Sem letras nem palavras, o duo de Tó Trips e Pedro Gonçalves canta com uma clareza desarmante o Tejo e Lisboa, Portugal e o Mediterrâneo, uma África idealizada e a vastidão da América, imaginada em Itália nos westerns de Morricone, majestosamente filmada por Wim Wenders e tocada por Ry Cooder. Para cantarem estes retratos, repita-se, não precisam de uma voz. Precisam apenas de uma guitarra e um contrabaixo que, informados por uma certa vivência do rock’n’roll, conjuram anos e anos de música e atravessam continentes, reunindo o fado e os blues na mesma canção. Estreiam-se ao vivo no Rivoli num concerto com convidados especiais e uns meses depois da edição de A Bunch of Meninos, o mais recente capítulo de um dos mais belos e singulares corpos de trabalho produzidos em Portugal ao longo da última década.
Os Dead Combo são Tó Trips e Pedro Gonçalves. A dupla nasceu em 2003 na sequência de um convite do radialista Henrique Amaro (Antena 3) para comporem e gravarem a canção “Paredes Ambience”, incluída no disco de homenagem a Carlos Paredes Movimentos Perpétuos – Música para Carlos Paredes. Os cinco álbuns da banda editados até ao momento têm sido largamente elogiados em Portugal e no estrangeiro, recebendo vários prémios para “Álbum do Ano”.
Lusitânia Playboys (2008), o terceiro disco de estúdio, foi eleito “Álbum da Década” pelo jornal Expresso. A dupla participou no episódio sobre Lisboa do programa “No Reservations” de Anthony Bourdain, o que lhes valeu a entrada no top 10 dos discos de world music mais vendidos no iTunes norte-americano.
Tó Trips: guitarras. Pedro Gonçalves: guitarras, contrabaixo e melódica. Helder Nelson: som. Nuno Salsinha: iluminação. João Costa: técnico de equipamentos. Rui Oliveira: road manager.
Atlas PORTO
Ana Borralho & João Galante Sábado 21h30 Grande Auditório Dur. 70m. M/6 5€ (espetáculo) 25€ (passe geral para O Rivoli Já Dança!)
Ana Borralho & João Galante conheceram-se quando estudavam artes plásticas no Ar.Co. Desde 2002 que trabalham em parceria nos campos da performance art, dança, instalação, fotografia, som e vídeo, explorando temas como corpo/ mente, eu/outros, privado/público, social/político, género/ambiguidade sexual. Os trabalhos desta dupla têm sido, desde 2004, apresentados em festivais internacionais de países como Portugal, França, Brasil, Alemanha,
Inglaterra, Emirados Árabes Unidos, entre outros. Das criações em conjunto destacam-se Atlas, Mistermissmissmister, sexyMF, No Body Never Mind, Untitled, Still Life, Linha do Horizonte e Art Piss (on money and politics). São cofundadores da associação cultural casaBranca, programadores e diretores artísticos do festival de artes performativas Verão Azul e co-programadores do festival de música eletrónica Electrolegos, ambos em Lagos.
Performers: 100 pessoas de diferentes profissões. Conceito, luz e direção artística: Ana Borralho e João Galante. Som: Coolgate. Aconselhamento luz: Thomas Walgrave. Colaboração artística: Fernando J. Ribeiro. Colaboração dramatúrgica: Rui Catalão. Colaboração artística e coordenação de grupo: André Uerba, Catarina Gonçalves, Cátia Leitão (Alface) e Tiago Gandra. Produção executiva: Andrea Sozzi e Maria João Garcia. Direção de produção: Mónica Samões. Produção: casaBranca. Coprodução: Teatro Municipal Maria Matos. Co-apresentação com a Associação Cultural Materiais Diversos no âmbito do projecto europeu Open Latitudes. Agradecimentos: Mark Deputter e performers das apresentações de Atlas.
20 dez
O teatro como ativação da democracia. O teatro onde o pessoal é político. O teatro das verdades inconvenientes e das inquietações, um enorme livro do desassossego. Cem pessoas em palco, de diferentes profissões, idades e classes sociais, falam sobre as suas experiências e preocupações laborais, políticas e quotidianas. Formam um atlas social onde a individualidade não é abafada e onde, ao mesmo tempo, se cria um forte sentido de coletividade, de resistência. Motivados pelas ideias do artista plástico Joseph Beuys de que “a revolução somos nós” e “cada homem é um artista”, Ana Borralho e João Galante têm levado esta performance a vários países, construindo um novo atlas a cada viagem, sempre em conjunto com cem participantes locais. Já juntaram em palco gente tão distinta como políticos, prostitutas, médicos, advogados, atores, secretárias, desempregados. E se duas ou quatro pessoas em palco incomodam muito, cem pessoas incomodam muito, muito mais. A melhor maneira, portanto, de encerrar O Rivoli Já Dança!.
Este renascimento do Rivoli é também o renascer das suas vontades e dos seus ensinamentos. Por isso mesmo, perguntámos aos artistas que participam n’O Rivoli Já Dança! como seria para Isabel Alves Costa o regresso da sua casa.
monção, 2008. fotografia mm
ISABEL ALVES COSTA - homenagem
Isabel Alves Costa (1946-2009) não foi só a diretora artística do Rivoli entre 1993 e 2006. Foi o seu rosto mais visível e entusiasta, a sua protetora e lutadora. Transformou o Teatro Municipal na sala de espetáculos de referência da cidade do Porto, sobretudo nas áreas da dança e do novo circo, com um projeto de programação inovador, contemporâneo e humanista que serviu de modelo a outros teatros municipais do país. Desempenhou um papel fulcral na estruturação do tecido cultural da cidade durante a década de 90, missão que se torna novamente necessária.
«Isabel Alves Costa foi detentora de uma tenacidade e bem-querer à Cultura, manifestos na forma como o Rivoli, ao longo dos anos em que o dirigiu, se assumiu como um palco de referência, nomeadamente para a dança. O Rivoli Já Dança! é uma justa, devida e grata homenagem a essa mulher que ajudou a proporcionar ao Porto um palco de que orgulhosamente a cidade se deve honrar de poder recuperar.» luísa taveira (diretora artística da cnb) «Em tempos de mudanças e grandes expetativas, há que convocar a força e o ser positivo da Isabel. Entusiasmo, entrega e confiança seriam por certo as reações da Isabel ao renascimento do Rivoli. O projeto é maior que qualquer ressentimento. Ao grande vazio criado, o Porto soube responder com forte vitalidade. Poderosa energia criativa que daria o ânimo à Isabel para tudo recomeçar. Com a esperança que a travessia das trevas nos tenha dado a todos especial sabedoria.» andré braga e cláudia figueiredo (circolando) «Dotada de uma visão multiplicadora, Isabel Alves Costa equilibrou uma programação internacional, nacional e local, incentivando à criação na cidade. Nas estruturas que dirigi, nomeadamente a Companhia Instável, senti sempre o seu apoio e acredito que O Rivoli Já Dança! fará justiça a uma estratégia de pensamento e ação que importa reanimar.» ana figueira (companhia instável) «É através do sentimento de falta que nos apercebemos de fragilidades e dependências. Penso sempre na necessidade de propostas artísticas corajosas e de risco, enquanto cidadão, artista e espetador. Propostas que nos firam e nos exaltem. Ao renascer o Rivoli renasce também o trabalho com que Isabel Alves Costa nos marcou.» john romão
«Isabel, a minha comadre. Sou padrinho informal (e ingrato) do seu filho João. Afilhados passámos a ser nós todos do seu trabalho a favor do nosso Rivoli. Ele foi, em toda a programação de ouro da renovação daquele espaço, a fada-madrinha que soube pensar e agir, ouvir os outros e falar por nós todos. Fui parceiro orgulhoso dessa viagem, e também testemunha do seu rapto e seu impasse. Estamos de volta, grata comadre.» sérgio godinho «Isabel Alves Costa foi júri da minha Prova de Aptidão Profissional. Foi um dos muitos privilégios que tive ao longo da minha carreira. Lamento que não possa ver o espetáculo Fall, a minha estreia no Grande Auditório do Rivoli, o seu Teatro, que hoje volta a ser de todos.» victor hugo pontes «A viagem infinita que o lugar teatral nos oferece. A minha querida amiga Isabel ficaria emocionada com a abertura de portas para as viagens que ela tão bem suspeitava e que por tantas vezes nos permitiu realizar. Afinal uma alma para uma casa e a casa passa a ser uma marioneta imaginária. Os lugares são as pessoas…» né barros «A Isabel transmitiu-nos cedo a ideia de que o Rivoli podia ter vida estando fechado e estar morto de portas abertas. Para renascer (para ela, para a cidade, para o mundo) o Rivoli terá de afirmar uma identidade necessariamente nova, capaz de propor um contexto que sustente e faça persistir a criação artística em contínuo.» cristiana rocha (nec) «Apesar de admirar imenso a Isabel Alves Costa como pessoa e profissional, pouco foi o contacto que tive com ela. Guardo na minha memória olhares e sorrisos cúmplices cruzados nas salas de espetáculos. O seu apoio às artes e aos artistas era por mim sentido como uma partilha.
O renascimento de um Rivoli íntegro e voltado para um futuro dinâmico e contemporâneo seria sem dúvida para a Isabel o seu maior desejo e objetivo.» olga roriz «O Rivoli foi o projeto de vida de Isabel Alves Costa. O renascimento do teatro seria, certamente, mais uma alegria e um reconhecimento meritório do seu trabalho. No entanto, as condições para dar vida a um equipamento com este potencial e com este passado devem, no mínimo, ser confortáveis para que a programação possa viver em pleno, num espaço onde as equipas laborem em plena autonomia, dedicação e felicidade.» paulo ribeiro «A Isabel era uma mulher fortíssima. Que, apesar dessa força, era docíssima. Tinha um timbre de voz extraordinário. E era uma festa, vê-la era uma festa, ela ver-nos era uma festa. Uma festa inteligente, uma festa com princípios. A formação ética e política é uma coisa que faz uma diferença enorme. Ela sabia muito, é preciso ler os livros dela. Dizia que era preciso não falar de programação mas sim de projeto. Um projeto para um lugar, para uma circunstância.» vera mantero «Afirma Antonio Tabucchi que também nós somos um pouco um lugar, que este não é nunca apenas aquele lugar. Recorrendo a mais palavras suas, penso que Isabel Alves Costa desejaria que chegássemos a um Rivoli que trazíamos já dentro de nós, sem o sabermos. Que, não o reconhecendo já, ele nos reconheça.» francisco camacho «A minha mãe, Isabel Alves Costa, encarnava mais do que ninguém o espírito desse lugar, o espírito Rivoli. Que as portas se abram e que a energia boa retorne a essa casa. Só assim se poderá falar do retorno do Rivoli, da sua alma, e dessa forma honrar a sua memória e a sua obra.» joão branco (encenador e gestor cultural)
Câmara Municipal do Porto Rui Moreira [presidente] Paulo Cunha e Silva [vereador da cultura]
Imagem e Design Gráfico Inês Nepomuceno Joana M. Pestana
Pelouro da Cultura Guilherme Blanc [adjunto] Olga Maia [diretora municipal] Sofia Alves [diretora de departamento] Patrícia Campos [comunicação]
Segurança Polícia Municipal do Porto Securitas
Teatro Municipal do Porto Direção Tiago Guedes [diretor] João Fontes Manuela Rezende Assessores de Direção Pedro Oliveira Vitória Sousa, Marta Silva Departamento de Programação João Gesta Rute Pimenta [serviço educativo] Departamento de Produção Cristina Oliveira [coordenadora] Patrícia Vaz, Francisco Malheiro, Carla Moreira [produtores executivos] Vânia Ferreira, Teresa Ribeiro [frentes de casa] Emília Sousa [expediente]
Limpeza Euromex
Bilheteira Teatro Municipal. Rivoli Ter a Sáb 13h00 — 20h00 Dom e Seg 13h00 — 18h00 Em dias de espetáculo a bilheteira está aberta até às 22h00. Tel. 22 339 2201 bilheteirartm@cm-porto.pt bilheteira online: rivoli.bilheteiraonline.pt Outros Locais de Venda Postos de Turismo CTT Fnac Museus Municipais El Corte Inglés
Departamento Técnico Marco Silva [coordenador] Jorge Soares Patrícia Gilvaia [direção de cena] Luís Carlos Pereira, Tiago Pinto, Nuno Coelho [som] Diogo Barbedo, Romeu Guimarães, Nelson Valente [iluminação] António Silva [maquinaria de cena] Luís Miguel Sousa [projecionista]
Reservas Levantamento prévio obrigatório até 48h antes do espetáculo.
Informática Paulo Moreira DMSI
Coordenadas GPS: N: 41º08’52”/ W: 08º36’34”
Departamento de Manutenção João Bastos [coordenador] Francisco Choupina Bilheteiras e Assistentes Administrativos Ana Viegas, Floriano Pinto, Carlos Ribeiro, Paulo Vasconcelos, Maria da Glória Ribeiro Textos e Coordenação Editorial Mariana Duarte
Como Chegar Praça D. João I, 4000-295 Porto Metro: Trindade ou Aliados Autocarros: 201, 208, 202, 302, 304, 500, 600, 900, 901, 904
25 euros Passe geral para todos os espetáculos d’O Rivoli Já Dança! [Exceto os concertos de Sérgio Godinho e Dead Combo] 5 euros Espetáculos de teatro e dança 10 euros Dead Combo 11,50-15 euros Sérgio Godinho [descontos não aplicáveis]