You Love Me, You Love Me Not Arte contemporânea na coleção Sindika Dokolo 05 Março – 17 Maio Galeria Municipal do Porto Jardins do Palácio de Cristal Terça a sábado 10:00 às 18:00 Segunda e Domingo 14:00 às 18:00 Entrada Livre
Wangechi Mutu, 2007 You Love Me You Love Me Not
Abdoulaye Konaté Abrie Fourie Berni Searle Bili Bidjocka Binelde Hyrcan Brett Murray Cameron Platter David Goldblatt Délio Jasse Edson Chagas Fatmi Mounir Ghada Amer Ihosvanny IngridMwangiRobertHutter Joel Andrianomearisoa Kara Walker Kendell Geers
Kiluanji Kia Henda Kudzanai Chiurai Loulou Cherinet Marcia Kure Marlene Dumas Michele Mathison Minnette Vari Mohamed Ben Slama Moshekwa Langa Mustafa Maluka Nástio Mosquito Ndilo Mutima Nick Cave Oladélé Bamgboyé Olu Oguibe Paulo Kapela
Robin Rhode Ruth Sacks Samuel Fosso Santu Mofokeng Seydou Keita Sue Williamson Thameur Mejri Tracey Rose Viteix Wangechi Mutu Willem Boshoff William Kentridge Yinka Shonibare Yonamine Zoulikha Bouabdellah Zwelethu Mthethwa
Samuel Fosso, 2013 autoportrait “Emperor of Africa”, SFEA 1954 Courtesy Jean Marc Patras/galerie
Marcia Kure, 2013 Tac II, Object #8
A coleção de todos os tempos A estrutura estética, cultural e política da colecção
Com esta dinâmica, pretendemos participar na reconstitui-
desenvolve uma plataforma que sustenta a criação de
ção da trajectória épica das civilizações africanas através
mecanismos para a produção cultural suficientemente
da arte contemporânea em permanente diálogo com a arte
autónoma considerando que é através da arte e da cultura
antiga/clássica africana, para que possamos criar uma
que os sintomas de soberania cultural colectiva e individual
cartografia cultural a propósito da presença dos Africanos
melhor se expressam. A colecção, criou um diálogo e uma
na História da humanidade.
interação entre estéticas de tempos distintos. A participação dos africanos foi, é e será naturalmente parte Nesta perspetiva, optei numa primeira abordagem pelo
integrante das alterações culturais e estéticas mundiais.
ritmo histórico e estético; em seguida imprimi um novo
Encontramos um Porto cidade que, com afecto, nos convida
olhar e elaborei um novo desenho inclusivo e abrangente,
sem preconceitos para integrar um programa de políticas
desenvolvendo um segmento contemporâneo de um espólio
e acções culturais excepcionais na “cidade líquida” e nos
suficientemente representativo da produção artística
permite constituir uma relação activa e permanente.
africana composto por artistas que estabelecem novos paradigmas na história da arte.
Considero urgente a necessidade de revelar o pensamento e a historicidade da trajectória da estética africana. A cidade
O tempo contemporâneo é objectivamente o que me
do Porto proporciona através da exposição You Love Me, You
preocupa, pois permite também reflectir sobre outros
Love Me Not esta revelação.
tempos da arte e da estética africana. A colecção gravita num universo intemporal para que após incursões a tempos históricos específicos a arte africana se posicione como a colecção de todos os tempos.
— Sindika Dokolo
Edson Chagas, 2011 Oikonomos
Seidou Keita, 1954 Sem título
You Love Me, You Love Me Not Arte contemporânea na coleção Sindika Dokolo O processo de construção desta mostra realizada a partir
You Love Me, You Love Me Not propõe percursos da
da coleção Sindika Dokolo que conta com mais de 3000
produção artística africana com uma incidência forte na
obras de artistas de diversas nacionalidades foi realizado
história recente. Este percurso propõe reflectir também
como uma colagem, uma tentativa de encontrar pontos de
sobre afectos e não apenas questões sociopolíticas. Esta
contacto ao mesmo tempo que se levantam cisões. Este
pesquisa dentro da colecção Sindika Dokolo expande-se
universo é formado a partir da coleção e aqui o colecionismo
igualmente para artistas como Kara Walker, Nick Cave
é interpretado também como uma colagem de gostos e
e outros artistas não africanos.
representações, de artistas consagrados e outros a descobrir. A exposição está articulada em torno de vários núcleos You Love Me, You Love me Not, título retirado de uma obra da
orgânicos em percursos permeáveis que aproximam grupos
artista Wangechi Mutu conhecida pelas suas colagens em
de artistas em temas como a identidade e representação,
que explora temas quotidianos e políticos de forma subtil
no qual se trata a identidade passando pela perspectiva
e complexa, pretende refletir tanto o colecionismo como
histórica ou a participação política quer através da crítica
tentativa de articular uma história como o gesto curatorial
ou pelo reconhecimento da acção sociopolítico, a memória
de intervenção nesse espaço que comporta já várias
e a história chegando mesmo ao imaginário como
histórias acumuladas e negociadas. Assim sendo, esta
ferramenta de criação de um espaço de negociação do
ocasião constitui um percurso pela arte contemporânea,
real através de linguagens que aproximam o observador do
com uma especial incidência na arte africana.
fantástico. Estes núcleos não sendo estanques, permitem que vários artistas ou obras ofereçam assim diversas
Desde os instantes únicos e irrepetíveis de Seydou Keita que
perspectivas ou possibilidades de interpretação do trabalho
captaram um momento especial na história do Mali aos auto-
dentro de vários dos enquadramentos programáticos.
-retratos de Samuel Fosso passando ainda por nomes menos conhecidos e que se estabelecem em universos mais inesperados de questionamento de preconcepções como o fazem Marcia Kure, Yonamine, Edson Chagas e Cameron Platter.
— Bruno Leitão e Suzana Sousa, curadores
Felicidade Paradoxal Percorrer o tema da Felicidade – um desafio que lançámos
território. Este processo de pesquisa, que despertámos
à cidade para este segundo ano de mandato – implica
em colaboração com a Fundação Sindika Dokolo, culmina
partir de pressupostos que reconhecem os seus lugares e
numa exposição internacional que se singulariza pela
valores totais mas que observam simultaneamente as suas
inclusão de importantes nomes da arte contemporânea mas
múltiplas variáveis de tempo e de espaço. Este é um caminho
também por refletir de forma crítica e pungente a filiação da
que pode conduzir-nos a sítios de conforto e segurança,
arte africana nesse universo.
ordem e harmonia, mas também de incerteza, caos e inquietação; é sem dúvida um caminho onde o Amor, na sua
Não queremos propor à cidade pensar a Felicidade através
compleição universal, encontra uma paragem obrigatória.
de uma viagem aos parêntesis do real, aos lugares férteis todavia isolados de que nos falava Rousseau. Esta jornada
Para iniciar a atividade da Galeria Municipal em 2015, no
identifica-se com uma procura vinculada à complexidade
quadro deste programa temático, comissariámos You Love
da vida nas sociedades contemporâneas. Esta exposição,
Me, You Love Me Not, um projeto curatorial desenvolvido
pela sua humanidade e transcontinentalidade, é um
por Bruno Leitão e Suzana Souza que explora o trabalho de
grande passo nessa direção. E é bom que uma exposição
um conjunto de artistas representados na coleção de arte
– cujo principal objetivo é questionar o mundo – aborde a
contemporânea da Fundação Sindika Dokolo e cujo discurso
Felicidade a partir da sua natureza naturalmente paradoxal.
equaciona social e politicamente o amor, a identidade e o — Paulo Cunha e Silva, Vereador da Cultura
Câmara Municipal do Porto Presidente Rui Moreira Vereador da Cultura Paulo Cunha e Silva
Curadoria Bruno Leitão Suzana Sousa
Pelouro da Cultura Adjunto Guilherme Blanc Diretora Municipal Olga Maia Diretora de Departamento Sofia Alves Chefe de Divisão Maria João Sampaio
Produção Filipa Correia (CMP) Claudia Veiga (FSD)
Fundação Sindika Dokolo Presidente Sindika Dokolo Vice-Presidente Fernando Alvim Diretora Executiva Marita Silva Diretora de Produção Cláudia Veiga Relações Internacionais Catherine Goffeau Adido de Imprensa Mário Silva Assessor de Imprensa Jomo Fortunato Assessor Jurídico Joka Sumbula Relações Públicas Américo Cristóvão Logística e Produção João Silva Logística e Produção Revelino Luís
Logística Filipa Correia (CMP) João Silva (FSD) Assistente de Logística Maria dos Anjos Cerdeira (CMP) Revelino Luis (FSD) Design Gráfico Studio Dobra Comunicação Patricia Campos (CMP) Mário Silva (FSD)
Montagem Ana Maria Osório Isidro Caldeira Joaquim Aguiar Joaquim Tavares Júlio Vieira Maria dos Anjos Cerdeira Octávio Vieira Paulo Coelho Paulo Vieira Sandra Araújo Som e Imagem Arlindo Santos Guilherme Dantas Luis Neves Telmo Teixeira Coorganização Câmara Municipal do Porto Fundação Sindika Dokolo