EDP ON 09 - Empresa Responsavel

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ENERGIA SEM LIMITES · SETEMBRO 2008 · Nº9 CICLO COMBINADO PRODUZIR COM CONSCIÊNCIA MANSO NETO OS DESAFIOS DO MERCADO IBÉRICO

Empresa Responsável ACÇÕES QUE INCENTIVAM O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO NEGÓCIO, DOS PARCEIROS E DA SOCIEDADE

SEDE NO PORTO EDIFÍCIO INTELIGENTE

ENTRAMOS PARA DOW JONES SUSTAINABILITY INDEX


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Player Mundial PAULO CAMPOS COSTA DIRECÇÃO DE MARCA E COMUNICAÇÃO

N

o mesmo dia, 4 de Setembro, a EDP entrou para o mais exigente índice de sustentabilidade, o Dow Jones, e lançou oficialmente o parque eólico de Margonin, na Polónia.

Os dois acontecimentos estão intimamente ligados. Mas de que forma? O índice de sustentabilidade Dow Jones abarca uma avaliação global e minuciosa em elementos como o ambiente, ética, risco, pessoas, negócios e responsabilidade. Fundamentalmente, é um julgamento rigoroso sobre as empresas nas vertentes ambiental, social e económica; uma classificação das empresas capazes de criar mais valor para os accionistas através da gestão destes riscos associados. A preocupação e a visão de uma empresa responsável são superiores ao lucro financeiro. A Polónia, com 38,5 milhões de habitantes, tem outros 20 milhões a viver fora do

país, numa diáspora que se perpetua. O crescimento económico do novo país da União Europeia urge. Para que a própria Europa, no seu todo, elimine ou suavize assimetrias e, sobretudo, garanta o equilíbrio e a prosperidade dos seus cidadãos. De todos nós. O investimento da EDP na Polónia ascende a mais de 1.000 milhões de euros, com projectos para a instalação de 1.000 MW. É um país com frequentes rupturas no abastecimento de energia, que se baseia sobretudo no carvão. A União Europeia impõe regras e objectivos. Um deles é a energia limpa. Com a instalação dos primeiros 120 MW, até final de 2009, a EDP Renováveis terá o maior parque eólico dos “países de Leste” e duplicará imediatamente a capacidade desta energia na Polónia. São mudanças importantes num país onde já se fazem sentir fortemente os efeitos das alterações climáticas: a temperatura sobe para valores nunca antes verificados e a água, sustentabilidade da vida, já escasseia.

A EDP, além de criar emprego, abrirá novas estradas na região, pagará rendas aos proprietários locais, enfim, contribuirá para a economia local e nacional e para a economia europeia, onde nos integramos. É essa acção responsável, a vários níveis, que garante a nossa entrada e reconhecimento no mais exigente dos índices de sustentabilidade. É a única empresa portuguesa presente no Dow Jones, uma das doze eléctricas melhores do Mundo e uma das sete na Europa. A EDP é uma empresa com visão e acção. É isso que nos garante estar entre os primeiros: sermos competentes e competitivos. E porque somos todos nós, os colaboradores da EDP, que construímos presente e futuro, a empresa está a lançar o Click Idea, em todo o Grupo. Pequenos e grandes gestos fazem diferença. Vamos recolher pela intranet todas as ideias que podem ter um impacto positivo no nosso Grupo. Nós e a empresa para um futuro melhor; para um mundo melhor. on On | 3


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capital humano

índice

Setembro

compromissos

spotlight

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João Manso Neto, o estratega da produção

A EDP entra no exclusivo clube do Dow Jones Sustainability Index Spotlight

Proprietário EDP – Energias de Portugal, SA Praça Marquês de Pombal, 12, 1250-162 Lisboa Tel: 210 012 680 Fax: 210 012 910 dmc@edp.pt Director Paulo Campos Costa Editora Peninsula Press SL Rua dos Correeiros 120, 4º esq , 1100-168 Lisboa Administrador executivo Stella Klauhs info@peninsula-press.com Redacção José Couto Nogueira (editor), Joana Peres (redactora), Nuno Santos, Paulo Rodrigues (arte), Alexandre Almeida, Natasha Brigham e Adelino Oliveira (fotografia), Ana Godinho (revisora) Coordenação EDP Margarida Glória Distribuição gratuita Portugal - 23.000 exemplares; Espanha - 3.500 exemplares; Brasil - 3.200 exemplares Heska Indústrias Tipográficas Campo Raso, 2710-139 Sintra, Portugal Telf. +351 21 923 89 58 (Geral) Fax. +351 21 923 89 51

Isenta de registo na E.R.C., ao abrigo do decreto regulamentar 8/6, artigo 12º nº1-a

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Fórum os colaboradores dão a sua opinião sobre a responsabilidade social da empresa

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Bolsa na nossa empresa, as boas acções têm-se mostrado o activo mais sustentável

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EDP Way nova sede da EDP no Porto; bairros de Vila Nova e de Cabril vão a leilão; boas práticas nas florestas portuguesas

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Mercado uniformização dos processos dá origem ao SMILE; gasoduto Bergara-Irún a bom ritmo

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Inovação alguns desenvolvimentos para o benefício de todos

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Making of dos visionários

mercado


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bolsa

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sustentabilidade

portfólio

empresa responsável

inovação

índice

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Produção de energia com consciência

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“A entrada no Dow Jones reflecte uma profunda mudança cultural da empresa”, afirmou António Mexia

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António Sarmento, um investigador na crista da onda

Portfólio

42 Quando as barragens eram a preto e branco

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Causas ser uma empresa socialmente responsável e fazer tudo para alterar hábitos é uma missão para continuar

49 Compromissos novas apostas a médio prazo e o balanço de anteriores propostas 56

Capital Humano manual de acolhimento para quem vem de novo; organização mundial de alunos universitários - AIESEC visitam a nossa empresa; mais um programa para os Jovens de Elevado Potencial da EDP e os Recursos Humanos no Brasil

60 Jovens Talentos os escolhidos de uma poll de talento e juventude que parece inesgotável 62

Sustentabilidade preservação da natureza no parque natural do Douro Internacional. O elo entre o Homem e a vida animal está a ser recriado

64 Circuito fechado reuniões, viagens, acções, promoções, prémios e outros momentos felizes da nossa família nas várias geografias On | 5


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fórum

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quer saber?

empresaresponsável A On pergunta:

A EDP, ao longo dos anos, tem apoiado actividades em várias vertentes para cumprir aquilo que considera ser o seu dever - tanto para a comunidade dos seus colaboradores e famílias, como para a sociedade em geral. No entanto, por mais que se faça, há sempre mais que se pode fazer. Perguntámos aos colaboradores pela intranet

Na sua opinião, em que áreas poderia a EDP desenvolver e ampliar a sua responsabilidade social? (escolha no máximo três opções) Cultura

23% 60%

Saúde Desporto

22%

Educação Ambiente Apoio social

Ajudar a AREP, na construção de lares para funcionários/as da EDP, principal-

56,67% 36% 63%

mente nos maiores centros urbanos, Lisboa, Coimbra, Porto. Ajudar o Clube EDP, na criação de infantários e ATL’s, à imagem do que faz a PT. Se possível, conceder estágios aos filhos dos trabalhadores, assim como darlhes primazia na contratação.

críticos que nos propongan y aplicar descuentos especiales o condiciones de pago favorables); otra opción es transformar ‘puntos hc’ en kW solidarios. Educación y Ambiente: Implicarse en la educación en materias como reciclaje; ahorro energético; aprovechar las visitas escolares a nuestras instalaciones para impartir estas charlas de concienciación;

Las visitas culturales periódicas para conocer las instalaciones de EDP por par-

En el ámbito educativo, ayudando a las familias de los empleados del Grupo a

te del personal son muy bien acogidas y mejoran el grado de vinculación y aprecio a la Empresa. Al menos una vez al año, sería deseable una visita cultural a instalaciones EDP;

pagar los libros de texto de sus hijos. En el ámbito social, ayudando a las familias de los empleados (incluso jubilados), a pagar la asistencia social que puedan precisar las personas mayores;

A EDP apoia em demasia o desporto e a cultura, mas se apostar na saúde, educa-

Organizar um género de Challengers Trophy interno no Grupo EDP. É sempre

ção e apoio social, está a benificiar os colaboradores todos a nível do universo EDP;

uma boa ocasião para conhecer colegas de outras áreas e melhorar o trabalho em equipa. Nem necessitaria de muita comparticipação da EDP em dinheiro, pois, mesmo com os colaboradores a pagar, creio que seria um sucesso. Eu creio que com as inscrições pagas se faria uma melhor selecção de quem estaria realmente interessado em participar;

Da experiência que tive com os meus filhos considero que existe um défice no

ensino da física nos 10º/11º/12º anos, em especial na vertente da electricidade. A EDP poderia promover acções de sensibilização nas escolas, na forma de um conjunto de aulas, a serem dadas por voluntários internos (como tem feito, por exemplo, com a Associação Aprender a Empreender), financiar a remodelação de laboratórios de física, etc. Sou de opinião que a EDP poderia, a prazo, ganhar com este tipo de iniciativas, pois será dessa população que sairão os futuros técnicos e engenheiros; Apoyo social: kW solidarios; apoyo a familias con escasos recursos (a través de

la colaboración actual de la fundación con las diversas ONG; determinar casos

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Apoiar colaboradores que pretendam integrar missões humanitárias em

regime de voluntariado coordenadas pela ONU ou outras organizações internacionais com credibilidade. O apoio podia concretizar-se através de licenças sem vencimento com a duração das missões. Em termos culturais, a minha sugestão é a de a EDP ampliar o seu contributo para fora da região de Lisboa, através do apoio a entidades que promovem as artes plásticas e do espetáculo.


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edp os cordões da bolsa

RESULTADO DA EDP DISPARA 66,6% NO PRIMEIRO SEMESTRE PEDRO DUARTE, DIÁRIO ECONÓMICO, 30 DE JULHO A energética nacional revelou que o resultado líquido consolidado atingiu os 703 milhões de euros nos primeiros seis meses do ano, contra o lucro de 422,1 milhões de euros registado no período homólogo de 2007, a beneficiar dos ganhos de capital com a diluição da sua posição na EDP Renováveis e das mais-valias resultantes das participações na Turbogás e Portugen. Segundo um comunicado emitido pela EDP-Energias de Portugal, se não forem contabilizados os itens não recorrentes, o resultado líquido da EDP regista um aumento de 12% em termos homólogos, bastante acima da subida de 2,8% esperada pelos analistas, que sublinham que os resultados não são directamente comparáveis com os do primeiro semestre de 2007, já que a empresa passou a consolidar a norte-americana Horizon Wind Energy a partir do terceiro trimestre do ano passado. O documento precisa que entre Janeiro e Junho de 2008, o EBITDA da empresa cresceu 17,2% para os 1,58 mil milhões de euros, enquanto os custos operacionais diminuíram em 5,4% para os 860,5 milhões de euros. A energética explica o aumento do seu resultado com a realização de "diversos ganhos de capital", nomeadamente os 405 milhões de euros decorrentes da diluição da posição da EDP na EDP Renováveis e os 49 milhões de euros decorrentes da venda das posições na Turbogás (40%) e Portugen (27%).

21.711.713 2008/06 /24

“ENTRADA DA EDP NO DJSI CRIA VALOR PARA OS ACCIONISTAS” ANA MARIA GONÇALVES, DIÁRIO ECONÓMICO, 5 DE SETEMBRO A EDP é a única empresa portuguesa que integra actualmente o exclusivo clube do Dow Jones Sustainability Index. Uma estreia obtida à custa da saída das espanholas Endesa, Red Eléctrica España e da inglesa National Grid. É o culminar de um processo que, segundo o presidente da maior eléctrica nacional, António Mexia, reflecte uma profunda mudança cultural da empresa que ajudará a criar valor para os accionistas. Uma convicção assente nos resultados bolsistas das empresas que o integram.

23.382.384 2008/08 /06

12.485.261 2008/06 /10

10.117.370 2008/08/29

DESEMPENHO EDP [02.JUNHO - 08.SETEMBRO. 2008] Volume de títulos transaccionados On | 7


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cultura edp way NOVA SEDE NO PORTO

UM PASSO À FRENTE

DO FUTURO

MAXIMIZAÇÃO DE FONTES RENOVÁVEIS, TECNOLOGIA DE PONTA, MONITORIZAÇÃO DE CONSUMOS, SUPERFÍCIES INTERACTIVAS E MUITO MAIS, IRÃO FAZER PARTE DA NOVA SEDE DA EMPRESA QUE SE ERGUE NO PORTO

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O PRIMEIRO EDIFÍCIO DE SERVIÇOS EM PORTUGAL com classificação A no quadro da certificação energética dos edifícios, pensado ao pormenor para o bem-estar do público interno e externo. Um exemplo que todos quererão seguir. Mesmo ao lado da Casa da Música, local de excelência na malha urbana, ergue-se o primeiro edifício em Portugal de serviços com classificação A, que será a futura sede do Grupo na cidade invicta com um investimento de cerca de 49,5 milhões de euros. Pensado para incentivar estilos de vida sustentáveis, a nova sede preocupou-se em proporcio-

nar bem-estar a dois públicos distintos: funcionários e clientes da EDP. Da autoria do arquitecto Ginestal Machado, este projecto divide-se em três espaços de vida: as fachadas e exteriores, o Power Up Lounge e os escritórios. PAREDES QUE FALAM Pensado para o público em geral, as fachadas exteriores serão transformadas em superfícies animadas onde poderá encontrar-se conteúdos informativos, lúdicos, institucionais e de responsabilidade social. Mas muito mais será aproveita-


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cultura edp way NOVA SEDE NO PORTO

do: a zona circundante pedestre poderá ser utilizada para intervenções urbanas, lúdicas e artísticas ligadas à energia e sustentabilidade. Sendo a sustentabilidade a pedra de toque deste projecto, foram utilizados vários sistemas de geração e abastecimento de energias renováveis como, por exemplo, a instalação de painéis fotovoltaicos e micro turbinas eólicas. Outra das preocupações foi a redução do consumo de água, onde se optou pela captação de águas subterrâneas, aproveitamento de águas pluviais e pela utilização de equipamento sanitário water less.

ESPAÇO PARA RECARREGAR BATERIAS O Power Up Lounge foi concebido para satisfazer as necessidades dos funcionários e da comunidade. Aqui será possível encontrar tudo o que precisa: um serviço educativo destinado aos mais novos – Parque da Sustentabilidade – e vários serviços para dotar o ambiente de uma vivência variada, sempre com uma responsabilidade na sustentabilidade do espaço (restaurante, serviço financeiro, agência de viagens, livraria, entre outros). AMBIENTE DE TRABALHO Já os escritórios foram desenhados para trans-

formar o espaço de trabalho num ambiente inspirador visando optimizar a funcionalidade das infra-estruturas de apoio e modernizá-las com tecnologias de ponta, dotando todos os espaços de meios de informação constantes e monitorização dos consumos. Nada foi esquecido para o bem-estar dos cerca de 600 colaboradores da EDP. Com conclusão prevista para Março de 2010, este será um edifício onde todos quererão entrar e não desejarão sair! Mais um bom exemplo de um projecto interno liderado pela EDP Imobiliária & Participações de que a empresa se poderá orgulhar. on On | 9


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cultura edp way IMOBILIÁRIO

LEILÃO DE IMÓVEIS

Estes e outros imóveis da EDP vão estar à venda num leilão presencial. Saiba mais no portal www.souedp.edp.pt ou no site www.edp.pt

BAIRROS FUNCIONAIS DE ONTEM

um sucesso hoje

CONSTRUIR UMA BARRAGEM É SEMPRE uma tarefa hercúlea. Uma união de esforços entre homens, máquinas e natureza. No Portugal do início da década de 50, somavamse a estes desafios a grande distância que separava as barragens dos centros urbanos e o facto das deslocações serem significativamente mais morosas e difíceis. A origem dos bairros das barragens surge sempre da necessidade funcional de providenciar habitação aos trabalhadores, onde o trabalho era feito por turnos. Juntamente com as habitações, e para que o bairro fosse “um bairro”, eram construídos os equipamentos sociais, a casa do pessoal, o infantário, a capela, e outras infra-estruturas de que a população residente no bairro necessitasse. Assim se fazia uma comunidade com vida própria, num local ermo e distante, onde tudo girava à volta da barragem. 10 | On

Mais tarde, nos anos 80, as barragens passaram a ser telecomandadas por apenas três centros, localizados na Caniçada, Régua e Castelo do Bode. Poucos foram os trabalhadores que continuaram nos bairros, levando a que muitas das casas ficassem devolutas. A EDP, numa política de sustentabilidade, e para evitar a degradação destes bairros, decidiu vender muitas destas casas aos trabalhadores e, seguidamente, a investidores locais. Agora, chegou a altura de vender as poucas que ainda restam, numa oportunidade única e irrepetível. on


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cultura edp way PROTECÇÃO CIVIL

FLORESTAS Encantadas A EDP ADERIU AO “MOVIMENTO ECO EMPRESAS CONTRA FOGOS”, através da assinatura de um protocolo com a Autoridade Nacional de Protecção Civil, em Junho de 2008. O “Movimento” surgiu com o objectivo de coordenar a colaboração entre o mundo empresarial e as entidades públicas que, sob a tutela do Ministério da Administração Interna, assumem responsabilidades na política de combate aos incêndios florestais. Nos termos do “Protocolo”, cabe à EDP disponibilizar gratuitamente meios para uma Campanha Nacional que aposta na sensibilização e educação em relação aos comportamentos de risco para com a floresta. SISTEMA NACIONAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS Desde a publicação da legislação, em 2006, que as redes secundárias de faixas de gestão de combustível estão atribuidas à EDP Distribuição acções para a prevenção de incêndios florestais, de acordo com os chamados Planos Municipais de Defesa da Floresta Contra Incêndios (PMDFCI).

Entendendo a floresta como património essencial ao desenvolvimento sustentável do país, o diploma define, também, entre outros aspectos, uma política de gestão activa da floresta, e de articulação de acções entre diversas entidades para a defesa contra incêndios das pessoas, dos bens e dos recursos florestais. A intervenção da EDP Distribuição é desenvolvida sob traçados de Linhas Aéreas de Alta Tensão (LAAT) e Média Tensão (LAMT), através da redução da carga térmica existente no solo, visando reduzir o perigo de incêndio e a protecção das próprias infra-estruturas. Ao longo dos últimos dois anos, para além da colaboração na identificação das faixas sob as linhas aéreas cujas faixas de protecção foram integradas na Rede Secundária, e da caracterização das intervenções, desenvolvemos um “Manual de Boas Práticas”, considerado de referência pelas entidades envolvidas. Criámos um Plano de Acção a nível nacional, em que são definidas as relações com as várias entidades (Autarquias, Autoridade Nacional de Protecção Civil, Direcção das Florestas, GNR,

etc.), os procedimentos associados e, também, os prazos de execução das intervenções, contemplando os requisitos de abertura de concursos públicos para a constituição da Rede Secundária. Paralelamente, foram formados cerca de 50 colaboradores - interlocutores junto das Autarquias em representação da EDP Distribuição. Também está em desenvolvimento o projecto SAFELINET para a implementação de um “Sistema de Caracterização de Boas Práticas de Gestão de Faixas de Gestão de Combustível (FCG) associadas às Redes de Distribuição de Energia Eléctrica”, que permite, entre outros aspectos, identificar as faixas e prever ciclos de intervenção. A informação sobre o coberto vegetal existente numa faixa com 200 metros de largura, na envolvente das Linhas Eléctricas de AT e MT irá integrar, em breve, um futuro Sistema de Informação Geográfica, instrumento de apoio à gestão das FGC e ao cadastro das áreas atravessadas por linhas eléctricas – permitindo, também, a actualização permanente do Património Natural, Geológico e Arquitectónico do País. on

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mercado

MERCADO IBÉRICO LIBERALIZADO DE ENERGIA

LINGUAGEM

universal

NÃO FOI POR ACASO QUE A EDP ESCOLHEU O NOME DE SMILE PARA UNIFORMIZAR OS PROCESSOS, EM PORTUGAL E ESPANHA, DO MERCADO DO GÁS E ENERGIA. SENDO O SORRISO ENTENDIDO EM QUALQUER PARTE DO MUNDO, AGORA O MERCADO IBÉRICO PASSA A TER A MESMA LÍNGUA PARA OS CLIENTES EMPRESARIAIS E B2B.

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DESCODIFICANDO, SMILE SIGNIFICA SOLUÇÃO “De acordo com os nossos objectivos estratégicos, o para o Mercado Ibérico Liberalizado de Energia, e é SMILE aponta para uma eficiência superior, um cresum projecto de comercialização B2B. Em Portugal e cimento orientado e o controlo de risco, nomeadaem Espanha, no Gás, na Electricidade e nos Serviços, mente através da uniformização e optimização de prono back office e no front office, todos responderão cessos e sistemas de informação a nível ibérico. Ama este desafio comum: SMILE. Mas como será isto bicionamos assegurar a prestação de um serviço de possível? Através de um modelo de excelência, melhor informação processos optimizado e comum, com comercial e capacidade de fidelivista à eficiência operacional, bem zar e conquistar clientes, com como de uma solução de suporte maior fiabilidade e controlo interno Aumento de eficiência operaintegrada, ibérica, baseada em Orados processos”, explica a equipa. cional, através da optimização cle Utilities CC&B. Com esta nova soe uniformização de processos lução, serão implementados, num NOS BASTIDORES e sistemas de informação do único sistema, os processos de venO projecto está a ser realizado por Grupo, actuando como um das e atenção ao Cliente, contratauma equipa de trabalho mista, player ibérico; ção e switching, gestão da medida e constituída por cerca de 60 colafacturação, cobrança e gestão da boradores de cinco empresas do Aumento da capacidade de dívida, até aqui suportados por Grupo EDP – EDP Comercial, EDP fidelizar e conquistar clientes diversas aplicações. Assim a linguaSoluções Comerciais, EDP Gás, HC de maior valor, através de megem passará a ser universal. Energía e Naturgas Energía – e lhor informação comercial e da por colaboradores da Accenture PROJECTO TRANSVERSAL prestação de um serviço de e da Oracle. Este sorriso terá impacto em dois excelência; Foi definida uma estratégia de países, duas culturas, três línguas arranque faseada para os novos Melhoria do controlo do risco distintas, cinco empresas do Grupo processos e solução, sendo o prioperacional, através da maior e cerca de 500 colaboradores em 13 meiro arranque em Maio de 2009. fiabilidade e capacidade de locais geograficamente dispersos, Posteriormente, prevê-se a concontrolo interno dos processos. que suportam serviços aos clientes clusão do roll-out e estabilização num período de seis meses. on de maior consumo.

VANTAGENS


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mercado

edp GASODUTO BERGARA-IRÚN

ABASTECER Espanha e França

A NATURGAS ENERGÍA CONCLUIU O PRIMEIRO inter-ligações entre a Península Ibérica e o resto da troço da secção do gasoduto Euskadour entre Berga- União Europeia. ra a Irún, com um custo total avaliado em 67,5 milhões de euros e 88 quilómetros de extensão. Este troço, O SEGUNDO TROÇO entre Bergara e Saldibia, tem 30 quilómetros e repre- A Naturgas já começou os trabalhos iniciais correspondentes ao segundo troço de 25 quilómetros ensenta um investimento de 21 milhões de euros. Com esta construção, faz-se a ligação das redes da tre Zaldibia e Villabona, e necessitará de um invesNaturgas Energía com as da TIGF (Total Infraestruc- timento de 20,5 milhões de euros. Porém, este traçado é de uma grande complexidade técnica, devitures Gaz France), em França. O gasoduto Euskadour completo (do qual esta sec- do à acidentada orografia, o que obrigará à utilização de 88 quilómetros entre Bergara e Irún faz par- ção de técnicas de construção muito especializate) terá 318 quilómetros, com um investimento de das. A empresa prevê finalizar a obra no primeiro 180 milhões de euros, e unirá a central “regasifica- trimestre de 2009. on dora” da Bahía Bizkaia Gas (BBG), no porto de Bilbau, com o armazenamenVers Le Verdon to subterrâneo de LussagRed existente Naturgas Energía Red existente otros operadores net em França. O EuskaRed existenteTIGF dour vem assegurar o Fase I (ejecutada) Fase II (en construcción) abastecimento energético Fase III Fase IV do norte de Espanha e do Lussagnet sudoeste francês, e diverGaivota Coudure Bayonne sifica as fontes de abasteZierbena Sordes Irún cimento, ao permitir o Lacq Arcangues Bilbao Lemoa intercâmbio de gás entre o Bergara Villabona Arrigorriaga sul e o norte da Europa. Zaldibia Contribuirá também para Vitoria Larrau Haro atenuar o actual deficit de

GRUPO NATURGAS ENERGÍA A Naturgas Energía abastece gás e electricidade a empresas e particulares. Está presente no mercado com estruturas próprias em sete Comunidades Autónomas: País Basco, Astúrias, Catalunha, Castela e Leão, Madrid, Múrcia e Navarra. O Grupo é o segundo distribuidor de gás do mercado espanhol; transporta e distribui gás no mercado regulado e comercializa gás e electricidade no mercado liberalizado. A Naturgas Energía é líder em gás no País Basco e Astúrias, e o segundo operador de electricidade do País Basco; conta com uma rede de gasodutos de mais de 5.500 quilómetros, emprega mais de 300 pessoas e está integrada na HC Energía, do Grupo EDP.

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ENERGIA FOTOVOLTAICA 500 sóis num centímetro quadrado inovação PARA ALÉM DA TECNOLOGIA SOLAR FOTOVOLTAICA convencional (cristalina ou de filme fino), existe uma enorme diversidade de conceitos em desenvolvimento que pretendem explorar dimensões de maior eficiência, menor custo, maior adaptabilidade à integração em edifícios ou aproveitamento combinado de energia fotovoltaica e térmica. É o caso da tecnologia solar fotovoltaica com concentração, cujo principal objectivo é o de conduzir a um aproveitamento mais eficiente da energia primária (a radiação solar) – necessitando de menos área para produzir a mesma energia. A EDP estabeleceu um acordo de colaboração com uma pequena empresa portuguesa, que aposta nesta tecnologia mais eficiente (com desenvolvimento próprio). Esta empresa, por colocar o seu foco numa industrialização low-cost do processo produtivo, aponta para um compromisso entre eficiência/custo potencialmente muito interessante. COMEÇANDO POR UM POUCO DE HISTÓRIA… A primeira célula solar fotovoltaica moderna foi

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apresentada no ano de 1954 pelos laboratórios americanos Bell Labs. Tinha apenas dois centímetros quadrados e era capaz de produzir 5MW, com uma eficiência de 6%. Cinquenta e quatro anos passados, as células de silício são já uma tecnologia madura, calculando-se que a potência total instalada em 2007 seja de aproximadamente 9 GW. COMO FUNCIONAM AS CÉLULAS FOTOVOLTAICAS? As células fotovoltaicas são compostas por semicondutores; no caso mais comum, o semicondutor é composto por silício com “impurezas”. As “impurezas”, ou dopantes, têm como objectivo acrescentar electrões a uma das camadas, facilitando a capacidade de fornecer electrões (camada n), e de acrescentar buracos para onde os electrões se deslocarão (camada p). Ao serem atingidos pelos fotões, que compõem a radiação solar, os electrões ficam no estado excitado, gerando uma diferença de potencial. Ao ligar, através de

um circuito eléctrico, as duas camadas de semicondutores, os electrões circulam entre as mesmas, produzindo electricidade. www.actewagl.com.au QUAIS AS DESVANTAGENS DO SILÍCIO NA PRODUÇÃO DE CÉLULAS? Apesar do silício ser um dos elementos químicos mais abundantes no nosso planeta, este também é utilizado para a produção de outros equipamentos, como chips para computadores e outros componentes electrónicos. Devido ao aumento de procura deste material, tanto para a electrónica como para as células fotovoltaicas, e uma vez que a capacidade da purificação do silício não acompanhou esse aumento, o preço do silício disparou. Aliado a este fenómeno, ultrapassável a prazo com a construção de mais fábricas de purificação, existe um fenómeno técnico com maior dificuldade de ultrapassar: o silício, mesmo dopado com outros elementos químicos que lhe melhoram o desempenho, não consegue cobrir uma


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inovação Novo gerador eólico inspirado em baleias e golfinhos É uma barbatana? Uma hélice gigante? Na verdade, ambas as coisas. Uma equipa de cientistas dos Estados Unidos, liderada pelo cientista Frank Fish, descobriu, ao analisar as barbatanas e caudas de golfinhos e baleias, algumas características que desafiam os conceitos tradicionais da aerodinâmica e que podem ajudar a desenvolver novas tecnologias nesse âmbito. A informação foi divulgada, recentemente, pelo próprio Fish na reunião anual da Sociedade de Biologia Experimental. Para comprovar a descoberta, a equipa construiu um novo gerador eólico, totalmente inspirado nesses seres marítimos. Os testes revelaram: é mais eficiente e silencioso que os tradicionais. Há até mesmo a possibilidade de que esta tecnologia possa ser aplicada a projetos aeronáuticos no futuro, como nas lâminas das hélices dos helicópteros. O biomimetismo – nome dado à tecnologia baseada nas formas e princípios da natureza – tem revelado um interessante e importante potencial no seio da comunidade científica.

inovação O futuro chega todos os dias com ideias extraordinárias de todos os tamanhos e feitios, vindas dos cinco continentes

grande parte do espectro solar. Ou seja, nem todos os fotões que chegam à superfície da célula são aproveitados. Apenas os que possuem energia superior a 1,1 eV (energia necessária aos electrões para transitar de camada, no caso do silício) serão aproveitados. www.vicphysics.org A EDP Inovação, em conjunto com uma empresa portuguesa, está a testar um novo tipo de painéis que pretendem maximizar o aproveitamento do espectro solar. Estes módulos são constituídos por células de tripla junção, que não utilizam silício, e que, por isso, não competem com o referido mercado. O QUE É UMA CÉLULA DE TRIPLA JUNÇÃO? As células de tripla junção são compostas por três camadas de semicondutores com diferentes intervalos de energia de transição de uma camada para a seguinte. Desta forma, é possível obter uma maior cobertura do espectro solar produzindo

mais energia eléctrica, com menor desperdício sobre a forma de calor. Portanto, estas células são mais eficientes. As células de tripla junção permitem alcançar eficiência de 37%, versus 21% das células de silício. Quando se agrupam as células em módulos, as eficiências do conjunto passam a ser de 28% a 30%, versus 14% a 18% do silício. Acresce que a perda de eficiência com o aumento da temperatura e por envelhecimento têm menor impacto neste tipo de células. Apesar do desempenho destas células ser bastante mais satisfatório do que as de silício, o seu custo unitário de produção (¤/W) também é bastante superior. Uma vez que o objectivo desta tecnologia é conseguir competir com o silício, tornou-se necessário obter uma quantidade de radiação considerável para um tamanho de célula relativamente pequeno. A solução técnica para alcançar este objectivo passa pela concentração da radiação solar.

COMO SE CONCENTRA A RADIAÇÃO SOLAR? De modo a maximizar a produção de energia com o menor incremento possível no custo do módulo, utiliza-se uma célula de pequenas dimensões (por exemplo 1cm X 1cm), sobre a qual incide a radiação captada por uma lente de Fresnell, de dimensão bastante superior à da célula, relativamente simples e barata de fabricar. Havendo algumas variações ao nível do grau de concentração, podemos dizer, com segurança, que o sistema em análise pela EDP possui uma concentração de 500 sóis (provoca a incidência sobre uma célula de radiação correspondente a 500 vezes a radiação solar normal do local). Para concentrações desta ordem de grandeza, apenas a radiação directa produz energia, tornando necessário um sistema de seguimento solar. O protótipo do produto final está, de momento, a ser testado pela EDP Inovação. Actualmente, apenas os Estados Unidos, Espanha e Portugal estão a desenvolver projectos com esta tecnologia. on

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capacidade económica e empenho social

causasedp CAMPOS DE FÉRIAS

para o ano há mais ESTE ANO, FORAM MUITAS AS CRIANÇAS QUE PASSARAM E SE DIVERTIRAM PELOS CAMPOS DE FÉRIAS DA EDP. OUTRAS TANTAS, HOJE JÁ ADULTAS, RELEMBRAM A BRINCADEIRA E O ESPÍRITO DE EQUIPA DOS TEMPOS EM QUE POR LÁ PASSARAM. AQUI FICA A VISÃO DE QUEM JÁ LÁ ESTEVE E DOS QUE FORAM ESTE ANO.

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causas RESPONSABILIDADE SOCIAL

HÁ MAIS DE 50 ANOS QUE A EDP DISPONIBILIZA Campos de Férias para os filhos dos colaboradores. Depois de meio século, as mudanças são visíveis, mas o espírito continua intacto: tornarem-se adultos responsáveis! “Quer nos conteúdos programáticos, nas dinâmicas de grupo e inter-grupo e na animação, quer nos aspectos de segurança, saúde e higiene, passando pelos hábitos alimentares e a roupa, houve uma adaptação constante à realidade do país e da empresa. No entanto, algumas das actividades ainda mantêm semelhanças com as praticadas há 50 anos: alguma ocupação dos tempos livres em jogos tradicionais, cantar e tocar algumas músicas, etc. Mas as crianças e jovens de hoje, são muito, muito diferentes e a adaptação tem de ser constante”, explica Filipe Samarra, director da Plataforma de Recursos Humanos da EDP Valor. Este ano, foram muitas as crianças que quiseram participar neste evento tão esperado o ano inteiro, cujo tema central foi a Energia. Até ao final de Julho já tinham sido recebidas 890 candidaturas. TODOS OS ANOS A MELHORAR As novidades mais significativas de 2008 foram a introdução da parede de escalada na faixa etária dos 6 aos 12 anos; a evolução do imaginário global para as realidades etárias dos Clãs (11 e 12 anos), o Acampamento (13 e 14 anos) e Vivendas (15 anos), com vista a uma coerência, cada vez maior, entre as classes etárias e a um processo evolutivo interrealidade; a reformulação do sistema de organização de actividades pré-campo, com início em Janeiro, com uma nova organização por grupos de monitores com responsabilidades e calendários distintos; a concepção e desenvolvimento do plano de actividades e do imaginário global da nova realida-

de etária: as Aldeias (16 anos de idade); a alteração do conteúdo de todas as actividades tendo em consideração o tema dos Campos de Férias: “Energia”; e o reforço dos processos de controlo de segurança no desenvolvimento das actividades e investimentos em materiais e equipamentos, de forma a satisfazer as necessidades dos programas de cada grupo etário. MEMÓRIAS QUE FICAM Noel Camoesas, gestor da instalação da EDP Valor, recorda o Campo de Férias de Palmela com o maior prazer depois de cinquenta anos passados. “Lembrar que a única saída que havia, acontecia ao Domingo, para ir à missa, vestidos com um bibe lavado, ou que um dos divertimentos que ocorria aos Domingos e à quinta-feira (únicos dias da semana em que podíamos utilizar a zona relvada), era dizer adeus às carroças e aos burros, que eram o meio de transporte por excelência da época em Palmela. Mas poder dizer que se tinha estado na colónia de férias, era um motivo de satisfação e argumentos não faltavam, fossem eles as novas amizades que se criavam, o ter brincadeiras diferentes das

do dia-a-dia, e por que não, falar da alimentação que ali estava garantida em qualidade e quantidade?” Para Gonçalo Saleiro, do gabinete de desenvolvimento organizacional da EDP Valor, que teve a oportunidade de conhecer alguns Campos de Férias da EDP, Castelo do Bode foi aquele que ganhou um cantinho especial no seu coração. “Sempre que o trabalho me leva ao Campo tenho aquela sensação de voltar a casa; porque "casa" é também aquele sítio que nos ajuda a crescer mais um bocadinho”, afirma. André dos Santos Barbosa, actualmente monitor, testemunha Campo de Férias da Árvore (6 a sua passagem pelo Campo de a 12 anos): 122 inscritos Férias da Árvore. “Já lá vão 16 anos Total de participantes: 120 desde a minha primeira participação no Campo de Férias da ÁrvoCampo de Férias de Palmela re, participação essa, que ainda (6 a 10 anos): 223 inscritos está muito presente na minha meTotal de participantes: 218 mória. Tão presente que, mal alcancei a idade limite de particiCampo de Férias de Castelo pação em Campos de Férias, decido Bode (11 e 12 anos + 13 e 14 di ser monitor. Após sete anos a anos + 15 anos): 510 inscritos exercer essa função, é com agraTotal de participantes: 493 do que acompanho a evolução de ano para ano, tanto das instalaCampo de Férias de Castelo ções e das actividades do Campo do Bode (16 anos): 35 inscritos de Férias da Árvore, como do Total de participantes: 31 sorriso das crianças pelo prazer de ali estarem e saírem com o desejo * informação actualizada em 31 de de um dia ali voltar.” Julho 2008 Mas como uma imagem vale mais do que mil palavras aqui ficam alguns momentos de 2008! on

NÚMEROS DE 2008

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RESPONSABILIDADE SOCIAL

BRASIL

Instituto EDP

dá que falar FILMES, DEBATES, CONVERSAS COM ESPECIALISTAS E REFLEXÕES SOBRE TEMAS ACTUAIS FAZEM PARTE DO QUOTIDIANO DOS COLABORADORES DA ENERGIAS DO BRASIL. UMA INICIATIVA DO INSTITUTO EDP - ENERGIAS DO BRASIL EM PARCERIA COM O PROGRAMA CONCILIAR

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IMAGINEUMALMOÇOREFORÇADO,CUJOCARDÁPIO principal é debater temas da atualidade com especialistas. A ele, junte uma pitada de cinema, com a exibição de trechos de um filme relacionado com o tema. Digeriu? É essa a idéia do “Boca Livre”, iniciativa do Instituto EDP - Energias do Brasil, em parceria com o Conciliar, que arrancou no final de Julho, no Brasil. A idéia é envolver todos os colaboradores das empresas do Grupo em debates, palestras e apresentações de filmes. E o objetivo é refletir sobre temas e questões da atualidade como sustentabilidade, qualidade de vida, saúde e bem-estar, meio ambiente, entre outros. O “Boca Livre” tem cardápio garantido, todos os meses, em todas as empresas do Grupo e o formato é simples, mas delicioso: exibição de trechos de filmes, debate com especialistas brasileiros e almoço reforçado. A primeira edição estreou com o filme “A última hora”, da autoria do ator Leonardo Di Caprio, um documentário sobre o aqueci-

mento global e a responsabilidade da humanidade na preservação do planeta. O prato principal veio em seguida, com um debate, entre colaboradores e profissionais, sobre o tema. Em Agosto, o “Boca Livre” incluiu no cardápio o tema qualidade de vida, com a exibição de um trecho do filme “Elsa & Fred”, que discorre sobre o amor entre um casal de terceira idade. Dessa vez, entre os oradores, para melhor “degustar” o tema, o evento contou com a presença do escritor Loyola de Brandão, o jornalista da TV Globo Dino Rodrigues, Sérgio Kiyoshi Ueno, especialista em Programação Neurolingüística e com a experiência da psicóloga Maria Mercedes Fernandez Puñal. O evento aconteceu simultaneamente em cinco municípios dos estados brasileiros: São Paulo, Espírito Santo e Mato Grosso do Sul, e reuniu cerca de 300 pessoas. Na platéia, eletricistas, analistas, gerentes, superintendentes e diretores elogiaram o projeto. Mas esse “Boca Livre” vai continuar a dar que falar! on


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LETRAS DE LUZ na Bienal do Livro

UM MINI-TEATRO COM BRINCADEIRAS LÚDICAS e contadores de histórias rechearam de boa disposição o estande da EDP-Energias do Brasil, na 20ª edição da Bienal Internacional do Livro, que decorreu durante o mês de Agosto em São Paulo. Através do projeto de responsabilidade social, Letras de Luz - ação de incentivo à leitura, realizada pela Fundação Victor Civita com o apoio da holding - a EDP animou o público infantil com jogos teatrais, brincadeiras lúdicas, como a tradicional dança de roda, oficinas de leitura e recitação de poemas. O Letras de Luz também fez sucesso entre os pro-

fissionais de ensino, que conhecem a dificuldade de fazer um aluno adquirir gosto pela leitura. “A presença na Bienal reforça o objetivo do Letras de Luz de utilizar a leitura como instrumento de fomento à educação, cultura e cidadania”, explica António Pita de Abreu, diretor-presidente da EDP - Energias do Brasil. “O projeto contribui para que crianças e adolescentes criem o gosto pela leitura. Essa nova geração de leitores é fundamental para o processo de melhoria da qualidade da educação brasileira”, prossegue David Saad, diretor-executivo da Fundação Victor Civita. No estande, em horários alternados, os conta-

dores de histórias encantaram a criançada com contos folclóricos e mitos da cultura popular do país. “Em um ano do projeto Letras de Luz já levámos histórias de qualidade para mais de 80 mil jovens do país e a intenção é ampliar ainda mais esse alcance”, complementa Carlos Vieira, diretor de Responsabilidade Social do Instituto Energias do Brasil. O Letras de Luz está baseado em três pilares: oficinas de fomento à leitura, apresentações teatrais e doação de acervo de livros literários para bibliotecas e escolas das mais de 50 cidades visitadas em todo o Brasil. on On | 19


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ESTUDO DA MARCA

SOB O OLHAR

do cliente No âmbito das grandes empresas portuguesas, a marca EDP destaca-se com a maior notoriedade: todos os portugueses dizem conhecê-la. Mas com que olhos a vêem? A Direcção de Relação com o Cliente (DRE) realizou, em Junho deste ano, um estudo intitulado ‘Dynamic Tracking’, com o objectivo de conhecer as percepções e expectativas dos clientes. Para a DRE, “é fundamental ouvir regularmente os clientes, para conhecer a sua opinião sobre o desempenho da empresa. Este é um passo fundamental para melhorar a "Experiência do Cliente EDP"”. Os resultados mostram a importância que a empresa tem no país. A Marca EDP destaca-se como sendo a que tem maior notoriedade: dos cem por cento que dizem conhecer a marca, 70% citam-na como sendo a primeira na lista das grandes empresas; dentro do universo das empresas do Grupo são a Distribuição e o 5D que são mais conhecidas. COMO NOS VÊEM NO EXTERIOR A EDP é vista como uma empresa de confiança e extrovertida porque comunica facilmente com os seus clientes, mas, ao mesmo tempo, racional porque sensata. As campanhas de comunicação têm vindo a reforçar estes valores, sublinhando, sobretudo, os inerentes aos critérios de sustentabilidade da companhia. O sucesso da comunicação pode ser avaliado pelo tipo de impressões suscitadas no cliente quando exposto às peças. É de realçar que 98% dos clientes disseram ter gostado muito de ver a campanha da EDP Renováveis e 85% consideraram que a campanha tinha informação nova e muito relevante sobre a companhia. Para 79% dos clientes, a EDP ficou mais atractiva depois de terem tido conhecimento da informação transmitida na campanha. “Os estudos de ‘Voz de Cliente’ ajudam-nos a olhar para a EDP de fora para dentro, avaliando a nossa capacidade de responder aos novos desafios, enquanto nos dão a possibilidade de delinear caminhos e estratégias para melhorar os resultados menos bons”, afirma a DRE. Estas análises permitem, também, conhecer os factores determinantes para os clientes na escolha do seu fornecedor de energia. Aqui, a EDP tem um activo importante, uma vez que a confiança é um atributo fundamental, assim como a qualida20 | On

Notoriedade 100 90 70 70 60 50 40 30 20 10 0

10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0

6,2 5,1 39,4

20,4 40,3

3,5

2,6

3,3

2,7

24,6

28,2

20,2

2,5

10,8 edp continente modelo

top of mind

4,0

3,6

ctt

11

10,7

14,7

cgd

bcp

pt

outros espontâneo

22,3

2,4

tmn

8,6 bes

apenas sugerido

11,4 galp energia

índice de notoriedade

Impressões transmitidas espontaneamente 51%

energias renováveis

43% 23%

poupança de energia

33% 18% 20%

preocupação com o ambiente e com a sociedade

23%

inovação

18% 16% 16% 15% 16% 14% 14% 19% 14%

serviços da edp solidez financeira clientes e respectivas preocupações DK / NA junho

maio

Impressões transmitidas de forma sugerida 71% 69%

é uma empresa sólida financeiramente 54% 53% 54% 51% 51%

é uma empresa dinâmica preocupa-se com o ambiente ensina a poupar energia

45% 45% 43% 44%

as suas recomendações ajudam a alterar os hábitos de utilização de energia preocupa-se com os clientes

40% 30% 31%

tem uma nova oferta - edp5D junho

de da energia fornecida, valores em que o desempenho é bastante positivo. De acordo com os resultados temos que ser capazes de melhorar a oferta comercial e a capacidade de resolução de problemas. Sabemos que os clientes estão cada vez mais exigentes, pelo que o desafio é perma-

maio

nente, no sentido de sermos capazes de melhorar o relacionamento com os nossos clientes, respondendo às suas expectativas e, sempre que possível, sermos capazes de superá-las. Veja nestes dados como é que os consumidores percepcionam a comunicação da EDP. on


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imagem CAMPANHA INSTITUCIONAL

VISIONÁRIOS DO Século XXI

A CAMPANHA INSTITUCIONAL, INTITULADA “VISIONÁRIOS”, FOI INSPIRADA EM TRÊS FACTORES IMPORTANTES PARA A EDP: SUSTENTABILIDADE, EFICIÊNCIA ENERGÉTICA E ENERGIAS RENOVÁVEIS.

FOI ESTA A MANEIRA QUE A EMPRESA encontrou de mostrar a todos os portugueses que está empenhada em construir um futuro mais sustentável e que conta com todos; o papel de cada um de nós faz a diferença. Até 13 de Outubro, poderá ver em vários meios – televisão, rádio, cinema, imprensa e Internet – uma homenagem da EDP a todas as pessoas que estão à frente do nosso tempo, aos visionários do século XXI que, preocupados com o futuro do planeta, ousam experimentar novas tecnologias, inventando "engenhocas" caseiras, recorrendo a fontes de energia 100% renováveis. Uma campanha que recorre à poesia precisamente para mostrar que, por detrás do sonho está a visão de uma nova realidade, que aspirações aparentemente utópicas podem desencadear acções concretas. Uma campanha positiva que também tem por objectivo apelar a uma acção individual. Transforme-se num dos visionários deste século! on

DADOS DA CAMPANHA Objectivo da Campanha: Consolidar o posicionamento adoptado pela EDP, reforçando valores de sustentabilidade e a promoção da eficiência energética e das energias renováveis. Target: Todos os portugueses Agência: McCann Portugal Produtora do filme: Krypton Realização: Augusto Fraga Produtora de fotografia: Krypton Photo Locais das filmagens/fotografias: Tema sol - Serra da Estrela; Tema Mar - Praia do Magoito e Portinho da Arrábida; Tema Vento - Deserto do Cal no Barreiro; Casting: actores/modelos nacionais e internacionais Meios: TV, Cinema, Rádio, Imprensa, Internet

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FAZER COM CONSCIÊNCIA

EMPRESA RESPONSÁVEL Sociedade

Ambiente

Produção de energia “O ACENTUADO RITMO DE DEGRADAÇÃO DO AMBIENTE É DE TAL MANEIRA EVIDENTE QUE NÃO NECESSITA DE DEMONSTRAÇÃO. POR ISSO, DE FORMA CADA VEZ MAIS ACELERADA, O MUNDO VAI DESPERTANDO PARA A URGÊNCIA DE TOMAR MEDIDAS QUE, NUMA PRIMEIRA FASE, REDUZAM O RITMO DE DEGRADAÇÃO E, NUMA SEGUNDA FASE, AUXILIEM O AMBIENTE A RESTABELECER A SUA CAPACIDADE REGENERATIVA FACE ÀS AGRESSÕES DA ACTIVIDADE HUMANA. CONSCIENTE DAS SUAS RESPONSABILIDADES, A EDP, ATRAVÉS DE ACÇÕES EMPRESARIAIS PRÓPRIAS OU EM CONJUNTO COM INSTITUIÇÕES, PROCURA TAMBÉM INCENTIVAR O DESENVOLVIMENTO DE COMPORTAMENTOS AMBIENTAIS CONSISTENTES COM AS NECESSIDADES DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL, JUNTO DOS SEUS FORNECEDORES E DOS SEUS CLIENTES, BEM COMO NA SOCIEDADE EM GERAL”, ANTÓNIO DE ALMEIDA, RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE 2007. 22 | On


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A APOSTA DA EDP NO CAMPO HÍDRICO cionais (entre 80% a 85%). PORTUGAL TEM UM GRANDE POTENCIAL A EDP é já a empresa na Europa com o de crescimento no campo hídrico. Actualmenmaior número de MW hídricos em desenvolte, apenas 47% está aproveitado, em contraste vimento. Além destes projectos, com a maioria dos países euroa companhia está a desenvolpeus – Espanha 78%, França ver os estudos necessários 97%, Itália e Alemanha 86%. A PROJECTOS para proceder à repotenciação EDP conta com 4.654 MW de EM CURSO de alguns aproveitamentos capacidade instalada. No sentihidroeléctricos – Cabril, Vendo de corrigir estas assimetrias, Reforço de potência de da Nova, Salamonde e Paraestá em curso um plano hidrodela – o que significará um lógico nacional, no qual a EDP Picote – 246 MW Reforço de potência de acréscimo de 934 MW de assume um papel relevante. energia renovável, operacioEm 2014 teremos mais de Bemposta – 191 MW Reforço de potência de nal em 2016. Já em 2010, mais 1.227 MW disponíveis como rede 60% da capacidade instalasultado de um esforço financeiAlqueva e Pedrógão – 270 MW Construção do aproveitada da EDP deverá ser de fonro de 1.184 milhões de euros. tes renováveis. A aposta em energia limpa mento hidroeléctrico do Porque o relacionamento provoca uma redução significaBaixo Sabor – 171 MW Construção do aproveitacom as populações das zonas tiva das emissões de CO2 emide influência dos centros protidas e funcionará como um esmento hidroeléctrico de dutores são uma preocupação tímulo à economia nacional, Ribeiradio-Ermida – 77MW Construção do aproveitaconstante, o Grupo associa-se pela criação de milhares de a inúmeras iniciativas de dipostos de trabalho e pela incormento hidroeléctrico de versa índole de carácter local, poração de matérias-primas Foz Tua – 319 MW. como, por exemplo, a requaprovenientes das indústrias na24 | On

lificação e valorização do património rural da vila de Picote. No Brasil, a EDP tem um total de 1.043 MW de capacidade instalada e em Espanha 426 MW, continuando a promover o seu crescimento. Apostar numa boa gestão dos recursos hídricos é apostar no desenvolvimento de um futuro sustentável. AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE O equilíbrio entre os aspectos económicos, ambientais e sociais é primordial nos diversos sectores de actividade em que a EDP actua. Exemplo dessa prioridade é a produção de energia hídrica, seja pela construção de novos aproveitamentos ou pelo reforço de potência de outros. Os aproveitamentos em curso, situados em áreas de grande sensibilidade ecológica e valia patrimonial, são exemplares no respeito pelos valores ambientais e patrimoniais. A preocupação por estes valores é, aliás, bem patente nas fases de desenvolvimento dos projectos, na construção e na exploração dos aproveitamentos. on


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Alqueva

A MAIOR ALBUFEIRA DA EUROPA LOCALIZADONORIOGUADIANA, o aproveitamento de Alqueva é um grande empreendimento público de fins múltiplos destinado à irrigação de vastas zonas do Alentejo, ao abastecimento de água e à produção de energia eléctrica. A história remonta à década de 1950, com a aprovação do Plano de Rega do Alentejo (1957), na sequência do qual, a antiga Hidroeléctrica do Zêzere, uma das empresas que viriam a integrar a EDP, elaborou o projecto da barragem de Alqueva. O reforço de potência está em curso, duplicará a potência da central existente e deverá começar a produzir energia para a rede em Dezembro de 2011.

ALQUEVA Início da obra: Julho de 2008 Entrada em serviço: Dezembro de 2011 Número máximo de trabalhadores: 450 (ano 2010) Director do Projecto: Óscar Liberal Queda máxima: 72m Potência dos grupos (turbina): 2x130 MW Potência dos grupos (bomba): 2x110 MW Emissões CO2 evitadas/ano: 235 kt* Investimento empreitada geral de construção: 50 M¤ (2008) Fornecimento dos Equipamentos: 94 M¤ (2008) Incorporação nacional: 80% a 85% *directas e indirectas

O novo empreendimento será constituído por uma central escavada a céu aberto, um circuito de adução subterrâneo com cerca de 375m, um circuito de restituição e diversos edifícios conexos. A central será equipada com dois grupos reversíveis, com uma potência nominal de 260 MW, cujo fornecimento é objecto de contrato específico, adjudicado em Agosto. Refere-se, ainda, que a tomada de água, na albufeira da barragem de Alqueva, será realizada ao abrigo de uma ensecadeira constituída por elementos pré-fabricados em betão que serão montados numa estrutura previamente executada, aquando da construção da barragem. on

APOSTA NA SUSTENTABILIDADE A EDP, pelas actividades que desenvolve, define estratégias e assume um conjunto de compromissos que têm por objectivo a criação de valor, em três eixos fundamentais: financeiro, social e ambiental. Os valores, a visão e missão são comuns, razões pelas quais a sustentabilidade é um critério de gestão de topo. Os Princípios de Desenvolvimento Sustentável da EDP, publicados em 2004, foram um contri-

buto importante, para a nossa actividade de forma mais concertada e justa para a sociedade em geral. Para 2008, foi definido um Plano Operacional de Sustentabilidade e Ambiente que tem como principais vertentes: Biodiversidade; Avaliação Ambiental; Responsabilidade e Risco Ambiental; Eficiência Energética; Comunicação dos temas de Sustentabilidade; Ética e Deontologia. On | 25


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Baixo Sabor

PROJECTO RENASCIDO ESTAVA BLOQUEADO HÁ CERCA DE DEZ ANOS e só o ano passado obteve “luz verde” por parte da Comissão Europeia, sensível às medidas de compensação apresentadas e à importância estratégica que o projecto tem para a região e para o País. A sua concretização reflecte uma nova forma de integrar o crescimento económico e o meio ambiente, numa perspectiva de desenvolvimento sustentável e defesa da biodiversidade. De acordo com as previsões da EDP, o empreendimento produzirá anualmente 444 GWh de energia. O Aproveitamento Hidroeléctrico do Baixo Sabor duplicará a capacidade portuguesa de armazenamento de água no Douro e deverá começar a produzir energia para a rede em Setembro de 2013. Será constituído por dois escalões, estando o de montante situado a cerca de 12,6 km da confluência do Rio Sabor com o Douro, e o de jusante a pouco mais de 3 km da foz. A configuração geral do escalão de montante consistirá numa central em poço, equipada com dois grupos reversíveis com uma potência no-

minal de 140 MW, localizada na margem direita imediatamente a jusante de dois curtos circuitos hidráulicos subterrâneos e uma barragem de betão do tipo abóbada, que na parte central do coroamento tem instalado um descarregador de cheias. A albufeira criada pela barragem terá uma capacidade de cerca de 1.095 hm3 para o nível de pleno armazenamento. O fornecimento dos equipamentos, nos quais se incluem os grupos reversíveis referidos, será objecto de contrato específico, actualmente em fase de concurso público, e que deverá ser adjudicado até ao final do presente ano. O escalão de jusante será constituído por uma central em poço, alojando dois grupos igualmente reversíveis com uma potência nominal de 30 MW, alimentados por circuitos hidráulicos subterrâneos, e uma barragem do tipo gravidade construída em betão compactado com cilindro. on

BAIXO SABOR Início da obra: Junho de 2008 Entrada em serviço: Setembro de 2013 Número máximo de trabalhadores: 1.675 (2011) Director do Projecto: Abreu Aguiar Produção média anual (total): 444 GWh Produção média anual (líquida): 230 GWh Potência: 171 MW Emissões CO2 evitadas/ano: 1.037 kt* Investimento empreitada geral de construção: 257 M¤ (2008) Incorporação nacional: 75% a 80% * directas e indirectas

O aproveitamento hidroeléctrico do Baixo Sabor duplicará a capacidade de armazenamento de água no rio Douro. Comecerá a produzir energia em Setembro de 2013. Um investimento de 257 milhões de euros.

APOSTA NA SUSTENTABILIDADE Muitos dos objectivos já foram alcançados. O desempenho do Grupo em matéria de Sustentabilidade foi objecto de um importante reconhecimento: a integração dos índices Dow Jones de Sustentabilidade. FACTOS RELEVANTES • Índices Dow Jones de Sustentabilidade – Foi a 4 de Setembro que a EDP se tornou a única empresa portuguesa, em 2008, a integrar os "Dow Jones Sus26 | On

tainability Indexes: World e STOXX". O Dow Jones Sustainability Index (DJSI), composto por três índices, foi criado em 1999, especificamente para identificar e medir o desempenho de empresas líderes em termos de sustentabilidade corporativa. A EDP é uma das sete melhores empresas eléctricas cotadas no DSJI a nível mundial e uma das cinco melhores utilities a nível europeu. • Fundo EDP para a Biodiversidade – Gerido pela Fundação EDP com o apoio técnico da DSA, o Fundo recebeu 105 candidaturas, cujo valor dos projectos


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Foz Tua

DOURO FUTURO ESTÃO EM CURSO OS ESTUDOS E PROJECTOS necessários ao licenciamento do aproveitamento e ao lançamento dos concursos para a empreitada geral de construção e para o fornecimento dos equipamentos. Foram já elaborados e entregues às entidades oficiais o Estudo Prévio e o Estudo de Impacto Ambiental, o que conduziu ao início do respectivo processo de avaliação conduzido pela Agência Portuguesa do Ambiente. Este aproveitamento localizar-se-á no rio Tua, a cerca de um quilómetro da confluência com o rio Douro, e os estudos contemplam diversas hipóteses alternativas, designadamente, em termos de cota de pleno armazenamento da albufeira. Este aproveitamento será constituído pelos seguintes elementos principais: - Barragem abóbada de betão com dupla curvatura, localizada a cerca de 1.100 m da confluência dos rios Tua e Douro, dispondo de um descarregador de cheias inserido no corpo da barragem, com quatro vãos equipados com comportas, e de uma descarga de fundo; - Central subterrânea, em poço, equipada com dois grupos reversíveis e localizada na extremidade de jusante do circuito hidráulico; - Circuito hidráulico subterrâneo, com túneis independentes para cada grupo gerador; - Subestação e posto de corte exteriores, adjacentes ao edifício de descarga e comando. Estão em análise e processo de decisão três soluções alternativas com este arranjo correspondentes a distintos níveis da albufeira (cotas 195,00, 180,00 e 170,00). Correspondem a produções anuais de 742, 643 ou 585 GWh. A entrada em serviço deste aproveitamento está prevista para final de 2013. A estimativa do valor global do investimento varia entre 262 M¤ e 323 M¤ (a preços de 2007), em função da solução eleita. Ainda não foi designado o responsável técnico deste projecto. on

excedeu os 20 milhões de euros. A selecção dos projectos decorre em Outubro, estando a divulgação das candidaturas seleccionadas agendada para o início do mês de Novembro. GESTÃO AMBIENTAL • Certificação ambiental corporativa – Em Junho, a EDP obteve a certificação do Sistema de Gestão Ambiental Corporati-

Localizar-se-á no rio Tua, próximo da confluência com o rio Douro, e os estudos contemplam hipóteses alternativas, quanto aos termos de cota de armazenamento da albufeira, encontrando-se ainda em análise.

vo, de acordo com a ISO 14.001:2004, cujo âmbito é a “gestão corporativa das políticas ambientais e dos planos estratégicos de ambiente, da informação ambiental e do desempenho ambiental das organizações do Grupo”. Também a HC Energía obteve o certificado ISO 14.001:2004 de Sistema de Gestão Ambiental das suas centrais hidroeléctricas. • Produção e emissões de CO2 – Registou-se uma diminuição, On | 27


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Picote e Bemposta

REFORÇOS ESTRATÉGICOS OS REFORÇOS DE POTÊNCIA DAS CENTRAIS portuguesas do Douro Internacional – Picote e Bemposta – inserem-se na estratégia de promoção e exploração de centros que utilizam fontes renováveis, sobretudo no domínio hídrico. Estes projectos, equilibrando as capacidades de turbinamento de Picote e Bemposta com os caudais provenientes de Espanha e do escalão de Miranda, visam evitar o desperdício anual de energia por descarregamentos que ocorrem em períodos de cheia e optimizar a colocação no diagrama de cargas da energia produzida. O projecto de Picote II consiste num novo circuito hidráulico subterrâneo, em túnel, e uma nova central numa caverna de grandes dimensões, situada a uma profundidade de cerca de 150 metros. O circuito hidráulico é iniciado por uma tomada de água a cerca de 120 metros do encontro direito da barragem, equipada com grades e comportas de segurança, a que se segue uma galeria de carga revestida a betão com cerca de 300 metros de comprimento e um diâmetro interno de 11 metros. Após a central, o circuito hidráulico prossegue através de um curto túnel de secção variável em betão, sendo a restituição ao rio, feita por um bocal a jusante da barragem. A nova central será composta por duas cavernas escavadas no interior do maciço granítico: a central propriamente dita, que será equipada com um grupo gerador, sendo a turbina do tipo Francis, com capacidade de 400 m3/s, que em ano médio acrescentará 239 GWh à energia já hoje produzida em Picote; uma segunda caverna de menores dimensões, localizada perto da caverna principal, que se destina a albergar o transformador principal. O acesso à nova central exigirá a construção de um túnel com 625 metros, que será acedido através de estradas e túneis já existentes. A construção deste centro electroprodutor teve início em 2007 e a sua entrada em serviço está prevista para final de 2011.

O aumento da produção de energia eléctrica por fontes renováveis que este reforço de potência vai trazer, permitirá uma redução das emissões de CO2 de cerca de 88.000 toneladas. PICOTE Os acessos exteriores e todos os túneis de acesso encontram-se concluídos. Na central, está finalizada a escavação da abóbada da caverna e em curso a betonagem da mesma. Decorrem na presente estiagem os trabalhos de betonagem das ensecadeiras da Tomada de Água e da Restituição. Os túneis do circuito hidráulico encontram-se escavados em mais de metade da sua extensão. Tendo em vista a montagem dos equipamentos, a iniciar-se no segundo semestre do próximo ano, estão já na fase de colocação de encomenda a roda da turbina, o veio e o tubo de aspiração do grupo. A ponte rolante da central já se encontra em fabrico. Na globalidade, está a ser cumprido o planeamento dos trabalhos. on

PICOTE Início da obra: Março de 2007 Entrada em serviço: Dezembro de 2011 Número máximo de trabalhadores: 425 (2010) Director do Projecto: Freitas da Costa Queda estática: 67 m Potência: 246 MW Produção média anual: 239 GWh Emissões CO2 evitadas/ano: 122 kt* Investimento previsto: 135 M¤ (2007) Incorporação nacional: 80% a 85% * directas e indirectas

APOSTA NA SUSTENTABILIDADE de 7,1% da produção de electricidade, com redução da produção térmica (-10,7%), não obstante o acréscimo da produção das centrais de ciclo combinado (62,2%), devido às paragens programadas das Centrais de Sines e de Soto para a instalação dos equipamentos de dessulfuração. O consumo de energia primária reduziu 18%, face ao período 28 | On

homólogo de 2007. São de salientar o decréscimo homólogo de 35,3% do consumo de carvão e o acréscimo de 43% do consumo de gás natural, devido à maior utilização das centrais de ciclo combinado. O factor de emissão global de CO2 foi de 371,5 g/kWh, traduzindo-se num decréscimo de 12,4%, face ao período homólogo do ano passado.

• Contribuição para o desenvolvimento social - Durante o primeiro semestre de 2008, o Valor Acrescentado Bruto da EDP foi de 1.922 milhões de euros, traduzindo-se num acréscimo de 12,8%, face ao semestre homólogo. A riqueza criada por colaborador atingiu os 148 mil euros, uma variação homóloga de 13,6%. Para o mesmo período, o volu-


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ENCONTRA-SE CONCLUÍDA A MOVIMENTAÇÃO de terras da estrada de acesso e executados cerca de metade dos túneis de acesso. As plataformas exteriores da central e da subestação encontram-se escavadas, estando em curso a abertura para o átrio de montagem. Quanto às de tomada de água estão efectuadas em cerca de 40% do volume e em curso os trabalhos prévios para a ensecadeira. Na presente estiagem foram também executadas as escavações no leito do rio para implantação da restituição e respectiva ensecadeira, bem como, parte do canal de jusante. Os equipamentos encontram-se, na generalidade, na fase de projecto. Apesar dos condicionamentos ambientais que incidiram sobre a fase inicial dos trabalhos, estes têm-se desenvolvido a bom ritmo tendo já sido recuperado parte do atraso decorrente do atrás exposto, perspectivando-se o cumprimento dos objectivos do projecto. on

Estes reforços de potência vêm equilibrar as capacidades de turbinamento de Picote e Bemposta com os caudais provenientes de Espanha e do escalão de Miranda. Projectos que visam evitar o desperdício anual de energia por descarregamentos e optimizar a colocação no diagrama de cargas da energia produzida.

me de negócios da EDP cresceu 19,4%, face ao semestre homólogo anterior. Registou-se, ainda, um elevado crescimento do investimento operacional (+142,9%) devido ao investimento em energias renováveis, de 34,7% no primeiro semestre de 2007, para 66,1% no primeiro semestre de 2008. No mesmo período, o investimento social ascendeu a cerca de 7 milhões de euros, dos quais cerca de 52% em projectos

BEMPOSTA Início da obra: Fevereiro de 2008 Entrada em serviço: Dezembro de 2011 Número máximo de trabalhadores: 420 (2010) Director do Projecto: Freitas da Costa Queda estática: 65 m Potência: 191 MW Produção média anual: 134 GWh Emissões CO2 evitadas/ano: 67 kt* Investimento previsto: 130 M¤ (2007) Incorporação nacional: 80% a 85% * directas e indirectas

promovidos corporativamente, 24% em acções no âmbito da política de mecenato da Fundação EDP e o remanescente em iniciativas apoiadas pelo Instituto Energias do Brasil. Destacam-se: • Bolsas de Estudo – Em colaboração com a Fundação Hidrocantábrico e a Universidade de Oviedo, foram atribuídas 125 bolsas remuneradas, a realizar na sede da HC Energía; On | 29


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Fridão e Alvito

PROPOSTA VENCEDORA A EDP VENCEU O CONCURSO DAS CONCESSÕES dos aproveitamentos de Fridão e do Alvito, competindo com a Iberdrola, Endesa e Union Fenosa. Aguarda-se a recepção da comunicação do INAG sobre a adjudicação provisória. Entretanto, a EDP encontra-se já a preparar os estudos técnicos (anteprojectos) e ambientais (Estudos de Impacto Ambiental) dos escalões, tendo em vista o respectivo licenciamento. A caracterização está de acordo com a proposta apresentada no concurso lançado pelo INAG. Dos estudos técnicos e ambientais poderá resultar o ajustamento das características técnicas.

FRIDÃO Este aproveitamento terá dois escalões: 1- O principal, no rio Tâmega, a cerca de 4,7 km a montante da confluência com o rio Ôlo, constituído pelos seguintes elementos principais: - Uma barragem abóbada em betão, de 102 m de altura e um volume de 295.000 m3, com um nível de pleno armazenamento aproveitando uma queda nominal de 82 m; - Um circuito hidráulico subterrâneo, com um túnel de adução, e uma central em poço implantada a jusante da barragem, junto à margem, com um grupo gerador não reversível e uma subestação exterior. O caudal é de 350 m3/s e a potência instalada no veio da turbina, é de 256 MW; 2- Um escalão secundário – barragem de jusante – também localizado no Tâmega, a cerca de 4,2 km do escalão principal, com uma barragem em betão do tipo gravidade, para regularizar os caudais turbinados na central de Fridão, em regime concentrado, lançando-os para jusante conforme as características do rio e margens. Oportunamente, será analisado o interesse em dotar este escalão com uma central. A produtibilidade do aproveitamento está avaliada em 327 GWh/ano, com um custo de 242 milhões de euros (a preços de 2007). Ainda não foi designado o responsável técnico deste projecto.

Este aproveitamento utilizará, em regime de turbinamento e bombagem, a queda de 107 m, disponível entre os níveis da albufeira, situada no rio Ocreza, e os níveis da albufeira de Pracana, a jusante, cuja concessão pertence à EDP. Elementos principais: - Uma barragem do tipo gravidade, com uma al-

tura de 94 m e um volume de 580.000 m3; - Um circuito hidráulico subterrâneo, constituído por um túnel, com tomada de água na albufeira do Alvito e restituição na albufeira de Pracana, e uma extensão total de 3,6 km; - Uma central subterrânea, em caverna, situada na zona intermédia do circuito hidráulico, com um grupo reversível. O caudal equipado é de 150 m3/s e a potência instalada, referente ao veio da turbina, é de 136 MW; - Uma subestação igualmente subterrânea, e um posto de corte exterior. A energia produzida pelo aproveitamento, líquida do efeito da bombagem, é de 66 GWh/ano. Se se considerar também a energia produzida à custa de bombagem, espera-se, para o estádio do sistema produtor previsto para 2025, que aquele valor se eleve para 254 GWh/ano. Estima-se que o custo seja de 268 milhões de euros (a preços de 2007). Ainda não foi designado o responsável técnico deste projecto. on

INVESTIGAÇÃO & DESENVOLVIMENTO AMBIENTAL • Projecto de captura e armazenamento de CO2 – Participação da Hidrocantábrico em instituições espanholas, nomeadamente na Plataforma Tecnológica Espanhola de CO2 e na Associação Espanhola de CO2, para identificar os armazenamentos possíveis e permitir modificações

legislativas necessárias para que em 2020 seja uma prática habitual; • Nanoglowa (“Nanomembranes against Global Warming”) – Projecto desenvolvido com o objectivo de captar CO2 nas centrais de produção termoeléctrica com combustíveis fósseis. Pretende-se estudar a aplicação industrial de membranas com nanoes-

A produtividade do aproveitamento de Fridão está avaliada em 327 GWh/ano. Quanto à do aproveitamento de Alvito prevê-se que seja de 66 GWh/ano por efeito da bombagem.

ALVITO

APOSTA NA SUSTENTABILIDADE • Arte Contemporânea – Em Maio, foi assinado um protocolo entre a Fundação EDP e a Fundação de Serralves para apoiar a arte contemporânea e a jovem criação artística, um dos principais projectos de mecenato da Fundação EDP, orçamentado em 315 mil euros no período 2007/2008. 30 | On


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Ribeiradio-Ermida

DOIS ESCALÕES NO VOUGA E ST E A P R OV E I TA M E N TO N O R I O VO U G A foi objecto de concessão provisória, no final de 2007, à Green Vouga (EDP Produção) e à Martifer (Renewables). Será constituído por dois escalões: Ribeiradio, a montante, na zona intermédia da bacia do Vouga, a cerca de 85 km da nascente, próximo da povoação de Ribeiradio; e o de Ermida, 5 km a jusante do primeiro. Entretanto, foram desenvolvidos o Projecto e o Estudo de Impacto Ambiental, entregues em Agosto, dando início ao procedimento de Avaliação de Impacto Ambiental. Estão em curso os estudos para os concursos da empreitada e equipamentos. Elementos principais de Ribeiradio: - Barragem do tipo gravidade, em betão, com 76 m de altura, coroamento com 290 m de desenvolvimento, e albufeira com armazenamento de 136,4 hm3. Disporá de descarregador de cheias, com três vãos, e capacidade de descarga de 2.750 m3/s. Cer-

ca de 135 m a jusante, haverá um pequeno açude para dissipar os caudais descarregados. - Central em poço, localizada na margem esquerda, ligeiramente a jusante do açude, com 22,5 m de diâmetro interior, com um grupo gerador, com uma turbina Francis de 72 MW. - Circuito hidráulico subterrâneo, com tomada de água em torre de 53m, a 30 m a montante, e galeria de adução com 205 m e diâmetro de 5,5 m. - Subestação de ligação à REN, na subestação de Mourisca, no concelho de Águeda. Quanto ao escalão de Ermida: - Barragem do tipo gravidade, em betão, com 35 m de altura, com albufeira de 3,86 hm3, capaz de modular os caudais turbinados na central de Ribeiradio, evitando variações bruscas do caudal lançado para jusante; - Descarregador de cheias, sem comportas, e uma bacia de dissipação com 30 m de comprimento, e de uma descarga de 21 m3/s. - Central semi-enterrada, junto à margem direita, com dois grupos geradores, de eixo horizontal, com turbinas Kaplan e a potência unitária de 3,3 MW (25 m3/s); - Subestação de ligação da central à rede de 15 kV da EDP Distribuição, na futura subestação de Sever do Vouga. on

truturas capazes de proceder à separação dos gases emitidos das centrais. Este projecto, com duração prevista de cinco anos, prevê a instalação de protótipos de demonstração em centrais térmicas como a Central de Sines. EFICIÊNCIA ENERGÉTICA • Econnosco - público interno – Conjunto de iniciativas inter-

RIBEIRADIO ERMIDA Início da obra: 2009 Entrada em serviço: 2012 Director de Projecto: José Martins Neves Queda bruta máxima de Ribeiradio: 67,5m Potência: 78 MW Produção média anual: 134 GWh Emissões CO2 evitadas/ano: 35 kt* Investimento previsto: 131 M¤ (2007) Incorporação nacional:80% a 85% * directas e indirectas

Este aproveitamento será constituído por dois escalões: Ribeiradio, a montante, na zona intermédia da bacia do Vouga, a cerca de 85 quilómetros da nascente, e o de Ermida, cinco quilómetros a jusante do Vouga.

nas de eficiência energética e boas práticas ambientais, com resultados muito positivos. Ex: redução de cerca de 27% do consumo de electricidade dos edifícios administrativos em Portugal, face ao período homólogo do ano anterior; • Programa ECO – Foram apresentadas em Abril, as acções relativas a 2008 do Programa ECO, no qual a EDP prevê investir sete milhões de euros em medidas de eficiência On | 31


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Soto Ribera e Castejón

DIVERSIFICAÇÃO DO MIX A HC Energía continua, segundo o plano estratégico, com a diversificação do mix de produção. Daí a aposta nas centrais de ciclo combinado, como é o caso dos projectos de Soto de Ribera (Astúrias) e Castejón (Navarra). SOTO DE RIBERA (ASTÚRIAS)

gura, esta faixa terá mais de 1.500 árvores autóctones de folha perene, o que garante uma barreira permanente. O Soto 2 e Soto 3, os dois grupos térmicos alimentados a carvão, propriedade da HC Energía, estão localizados na margem oposta do rio. Outro dos compromissos que a HC Energía tem com a comunidade é a participação num programa com escolas das Astúrias, para que os alunos conheçam o funcionamento das instalações da empresa, com o objectivo de se familiarizarem com os processos de produção e distribuição de energia. O segundo grupo, Soto 5, já tem autorização para construir, adjudicada ao consórcio formado pela asturiana Duro Felguera e pela francesa Alstom. Prevê-se que esteja operacional em 2011, com um investimento de 280 milhões de euros. CASTEJÓN (NAVARRA)

A Central de Soto de Ribera tem dois grupos, Soto 4 e Soto 5. O primeiro já está em funcionamento, com um investimento de 204 milhões de euros e dois anos de obras, onde meia centena de empresas e cerca de 600 pessoas fizeram mais de um milhão de horas – sem acidentes de gravidade. Este primeiro grupo de ciclo combinado nas Astúrias começou a operar em pleno com uma capacidade de 2.300 GWh anuais e uma potência eléctrica bruta de 425,8 MW. O Soto 4 encontra-se num local estratégico, num terreno de 7,5 hectares na ribeira do rio Nalón – cujas águas fornecem a refrigeração das instalações – e a dois quilómetros do gasoduto Ruta de la Plata, que fornece o combustível. A central está muito próxima da subestação de Soto (Ferreros) o que escoará a electricidade produzida. O Soto 4 tem uma característica inovadora: uma faixa florestal que rodeia as instalações, reduzindo o impacto ambiental e visual. Com 25 metros de lar-

A outra central de ciclo combinado encontra-se na localidade de Navarra, em Castejón. Daí o nome dos grupos que a formam: Castejón 1 e Castejón 3, nome da segunda unidade que, de acordo com a Red Eléctrica de España, passou a denominar-se assim, uma vez que o nome Castejón 2 já foi utilizado para a central de ciclo

combinado de outra empresa. Castejón 1 conta com uma excelente localização, podendo abastecer-se de água para refrigeração no rio Ebro; e receber gás natural do gasoduto da Enagás. A evacuação de energia faz-se através das linhas de 400 kV para a subestação de La Serna. Castejón 1 juntou-se à rede em Maio de 2002. Depois de um período de testes, entrou em operação em Setembro desse ano. Com uma potência de 392,6 MW, opera 8.000 horas anuais, pelo que é capaz de produzir anualmente 2.900 GWh com um consumo de 500 MNm3 de gás natural. O segundo grupo da Central de Navarra, Castejón 3, juntou-se à rede em Outubro de 2007, mas só começou a operar em Janeiro de 2008. Com 418 MW de potência, produz 2.200 GWh anuais de energia e supõe um consumo anual de gás natural de 400 MNm3. A diferença é que a Castejón 3 tem a possibilidade de utilizar gasóleo como combustível de emergência para a geração de energia. A empresa também participa em diferentes projectos de promoção e desenvolvimento cultural na comunidade de Navarra. A iniciativa mais recente foi a abertura da Aula de Energia, depois de um acordo assinado com o município. A finalidade deste museu é a formação didáctica dos alunos de Navarra e das zonas limítrofes em matéria de energia: informar sobre as diferentes formas de geração e consciencializar sobre a necessidade de usá-la racionalmente. Em 2011, prevê-se que todos os grupos que formam as duas centrais de ciclo combinado estejam definitivamente operacionais, produzindo com uma potência de mais de 1.600 MW em centrais de ciclo combinado, o que superará os 1.535 MW da potência actual instalada em térmica tradicional (carvão) e os 433 MW de hidráulica. on

APOSTA NA SUSTENTABILIDADE energética, para reduzir os consumos das famílias e das empresas; • Sistema solar – Em Maio, foram aprovadas as obras do sistema de aquecimento solar das habitações de Mogi das Cruzes e Guarulhos, no Brasil, para reduzir os consumos entre 30% a 40%. Este projecto envolve a Bandeirante e a Companhia de 32 | On

Desenvolvimento Habitacional e Urbano. A Bandeirante prevê investir cerca de 20 milhões de euros. ÉTICA E DEONTOLOGIA • Implementação e divulgação do novo regulamento do Código de Ética EDP – Em Fevereiro, foi aprovado o Regulamento do Código de Ética EDP que

vem operacionalizar a aplicação do Código de Ética tendo, igualmente, entrado em funções o Comité de Ética Corporativo. COMUNICAÇÃO DOS TEMAS DE SUSTENTABILIDADE • O Ambiente é de todos – vamos usar bem a energia” – A EDP foi convidada a apresentar o projecto “O Am-


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Brasil

OUTRA REALIDADE, AS MESMAS PREOCUPAÇÕES NO BRASIL, O ACTUAL CONTEXTO DE POLÍTICA energética impõe a necessidade de diversificação da matriz de produção de energia eléctrica, de momento demasiado dependente das hídricas, para garantir a segurança do aprovisionamento de energia, num quadro de crescimento de consumo da ordem dos 5% ao ano. Em Outubro de 2007, o governo brasileiro realizou um leilão para fornecimento de energia a partir de 2012, tendo a EDP, em parceria com a MPX, obtido sucesso com a venda de 615 MW médios da termoeléctrica a carvão de Pecém I. Localizada próximo a Fortaleza (Ceará), a central utilizará carvão importado e irá incorporar as melhores tecnologias disponíveis, nomeadamente, em termos de mitigação dos impactos ambientais no que respeita aos gases acidificantes. Porém, o Grupo continua a manter a aposta no incremento da capacidade hídrica, possuindo estudos para a instalação, a médio prazo, de cerca de 2.000 MW de capacidade adicional. Ao todo, a EDP Energias do Brasil possui estudos para mais de 4.000 MW em projectos de hídricas, térmicas (1.000 MW a gás e 540 MW a carvão), eólicas (500 MW) e biomassa (100 MW). on

A EDP Energias do Brasil possui estudos para mais de 4.000 MW em projectos de hídricas, térmicas (1.000 MW a gás e 540 MW a carvão), eólicas (500 MW) e biomassa (100 MW).

INSTALAÇÕES DE GERAÇÃO DA ENERGIAS DO BRASIL PEQUENA CENTRAL HIDRELÉTRICA Usina PCH Mimoso CGH Coxim CGH São João I CGH São João II PCH Costa Rica PCH Paraíso CGH Cassilândia UHE Mascarenhas UHE Suíça PCH Alegre PCH Jucu PCH Fruteiras PCH Rio Bonito PCH Viçosa PCH São João PCH Santa Fé

Potência Instalada MW Energia Assegurada MWmédio Município 29,500 20,900 Ribas do Rio Pardo Coxim 0,400 0,300 Ponta Porã 0,660 0,600 0,500 Ponta Porã 0,600 16,000 12,280 Costa Rica 21,000 13,250 Costa Rica Cassilandia 0,500 0,000 Baixo Gaundú 180,500 127,000 18,910 Santa. Leopoldina 31,590 2,056 1,280 Alegre Domingos Martins 4,840 2,910 Cachoeiro do Itapemirim 8,736 5,560 8,000 Sta. Maria de Jetibá 16,800 2,800 Conceição do Castelo 4,500 Castelo 25,000 14,350 Alegre 29,000

Início de Operação 19691 19642 19632 19672 1999 20033 1958 19744 19654 19205 19095 19125 19594 20014 20076 2009

HIDRÍCAS UHE Peixe Angical Peixe UHE Lajeado Usina Luiz Eduardo Magalhães (902,50MW) Assegurada (510,8MW

452,000 902,5

Projetos Ambientais 1 Reflorestamento Ciliar e Monitoramento da Qualidade da Água. 2 Reflorestamento Ciliar 3 Reflorestamento Ciliar, Monitoramento da Qualidade da Água e Educação Ambiental 4 Monitoramento da Qualidade da Água; Monitoramento de Sedimentos; Monitoramento de Peixes; Educação Ambiental 5 Monitoramento da Qualidade da Água 6 Monitoramento da Qualidade da Água; Monitoramento de Sedimentos; Monitoramento de Peixes; Educação Ambiental; Reflores-

biente é de todos – vamos usar bem a energia” no workshop “Electricity Industry Activities on Energy Efficiency”, organizado pela Eurelectric e que teve lugar nas instalações da Comissão Europeia, no âmbito do evento “Sustainable Energy Week 2008”; • O Caderno de Sustentabilidade de 2007 do Grupo EDP mereceu a classificação A+ da Global Reporting Initiative (GRI). Esta classificação constitui o nível de reconhecimento mais

271,000 526,6

20067 20018

tamento Ciliar Monitoramento Hidrométrico e edimentológico;Monitoramento de Peixes; Monitoramento da Qualidade da Água; Reflorestamento Ciliar;Regularização Fundiária; Monitoramento da Qualidade de Vida na População Reassentada e Assistência Técnica aos Reassentamentos 8 Monitoramento de Peixes, Monitoramento da qualidade da água, Monitoramento da população remanejada; Implantação reflorestamento ciliar;Programa de Educação Ambiental, Apoio para a comunidade dos índios Xerentes 7

elevado que as linhas internacionais de relato empresarial de sustentabilidade permitem, a que corresponde um cumprimento de mais de 90 indicadores de sustentabilidade. EXEMPLOS DE BOAS PRÁTICAS • Plano de recuperação de emergência de aves rupícolas, no parque natural do Douro internacional – águia de bonelli, abuOn | 33


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Sines

ADAPTAÇÃO ÀS EXIGÊNCIAS DOS TEMPOS MODERNOS A OPERAR DESDE 1985, A CENTRAL TERMOELÉCTRICA de Sines, foi dos primeiros exemplos de diversificação das fontes de energia primária no seguimento das crises petrolíferas da década de 70. Localizada num ponto estratégico - junto a um porto de águas profundas que permite a atracação de grandes navios graneleiros - é, actualmente, o maior centro electroprodutor nacional. Há mais de duas décadas a produzir energia, esta central já passou por grandes transformações. Desde o início, tem respondido aos desafios globais e exigências ambientais, muito além do que a lei prevê; actualmente, está em fase de adaptação a novas tecnologias. Por iniciativa da EDP, a central, ainda na fase de projecto, decidiu fazer alguns estudos do impacto ambiental: análise das implicações do aumen- ao uso dos sub-produtos resultantes da comto de temperatura da água do mar no ecossiste- bustão do carvão, a central foi pioneira na coma marítimo; estudo do impacto na hidroecolo- mercialização de cinzas para mistura com begia (IHM); estudo da dispersão do pó de carvão tão, mais um exemplo do savoir-faire da EDP, nas áreas circundantes (modulação em túnel de onde todos os produtos de combustão do carvento- LNEC); estudo de vão são valorizados. dispersão atmosférica - altuA sua permanente e consra das chaminés. tante modernização, nomeSINES Na sua construção foram adamente, nos aspectos de implementadas algumas carácter ambiental (medidas Quatro grupos unitários de 314 MW medidas para minorar os primárias para a redução do (298 MW Emissão) principais impactos, como NOx, dessulfuração, cinzeiTotal da Central: 1256 MW (1192 a impermeabilização do ros secos, etc..) e nas tecnoMW emissão) parque de cinzas e escórias; logias dos sistemas de coAno de entrada em Serviço a estação de tratamento de mando e controlo informáIndustrial: efluentes líquidos para uso ticos (vários DCS's, etc.), Grupo 1- 1985; Grupo 2 - 1986; exclusivo; os precipitadores têm-na mantido, desde semGrupo 3 - 1987; Grupo 4 - 1989 electrostáticos/electrofiltros, pre, a par das suas congéneConsumo anual de Carvão: os queimadores de baixo res mais eficientes. Isto é o Grupo - 110 t/h teor de NOx; os transporresultado de uma forte aposTotal ~ 3.750 kton/ano tadores de carvão com cota da EDP na Central de SiResponsável Técnico: Jorge Carmo bertura, etc.. Relativamente nes e dos cerca de 400 M¤

investidos em projectos de requalificação ambiental. O programa de investimentos ainda não terminou, já que teve lugar, recentemente, a adjudicação dos novos sistemas de desnitrificação. A central ficará, assim, dotada das melhores tecnologias conhecidas e disponíveis nos mercados em termos ambientais. Sendo uma central termoeléctrica que responde a todas as exigências, está certificada com o Sistema de Gestão Ambiental desde 2001 e renovado em 2004 com o Sistema de Gestão de Prevenção e Segurança segundo a Norma OHSAS; e com diversas análises de carvão e cinzas do Laboratório Carvões e Cinzas acreditadas pelo IPQ , desde 2001. A capacidade da central é suficiente para satisfazer 20% do actual consumo de energia nacional. A energia produzida por Sines, desde o seu arranque, seria suficiente para satisfazer as necessidades do país durante quatro anos e meio. Esta é uma central importante para o Grupo foi no passado, é no presente e será no futuro! on

APOSTA NA SUSTENTABILIDADE tre do Egipto e cegonha preta – Este programa, iniciado em Setembro de 2007, envolve várias ONG’s e Associações Locais, com vasta experiência de campo, e o ICNB, responsável pela coordenação científica. A EDP tem várias infra-estruturas localizadas dentro do PNDI e os riscos de extinção destas espécies na região transmontana foram o incentivo para 34 | On

o apoio a este projecto, que tem uma duração de dois anos. É constituído por 16 acções que visam: - Melhorar os habitats de alimentação das aves; - Aumentar a reprodução destas três espécies; - Diminuir a incidência dos factores de mortalidade; - Contribuir para o desenvolvimento científico; • Espaços florestais – Existem mais de 500 hecta-

res em fase de integração às Zonas de Intervenção Florestal. Destes, cerca de 288 estão cobertos por um projecto-piloto que visa adoptar um modelo de gestão de promoção da biodiversidade local, com especial incidência nas zonas de encosta, linhas de águas e respectivas galerias rupícolas; • Peixe Angical – Para minorar os impactos ambien-


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produção

sustentável FAZER COM CONSCIÊNCIA

central de Lares

O FUTURO A CENTRAL DE CICLO COMBINADO DE LARES está localizada na margem direita do Rio Mondego, no sítio de Lares, concelho da Figueira da Foz, ocupando a área das antigas instalações industriais da fábrica de carboneto de cálcio existente no local e que deixou de laborar há cerca 25 anos. Tendo o contrato com o consórcio construtor sido assinado em 31 de Maio de 2007, as obras foram iniciadas em Junho de 2007 com a demolição das edificações existentes e constituição do aterro da plataforma da Central, constituindo os trabalhos de construção das diferentes infra-estruturas, a principal actividade realizada até ao final do primeiro semestre de 2008. Desenrolando-se, no momento, a execução da obra em cerca de 14 frentes de trabalho e encontrando-se já posicionados, nas suas estruturas definitivas, os equipamentos principais das duas ilhas de potências (turbinas a gás e alternadores), bem como as estruturas principais das caldeiras de recuperação, a actividade principal concentrar-se-á, nos próximos meses, nas montagens mecânicas e eléctricas dos diferentes equipamentos, de modo a permitir iniciar os ensaios preliminares em meados do próximo mês de Dezembro. Sendo a primeira vez que no Grupo EDP se constroem em simultâneo duas unidades, esta situação constitui o maior desafio na gestão deste projecto e, em particular, nos aspectos relacionados com a segurança e vigilância ambiental em obra, relevando-se o facto de, até ao final do presente ano, se atingir uma ponta de cerca de 900 trabalhadores envolvidos na execução das diferentes frentes. De referir que a configuração das ilhas de potência dos dois grupos da Central, cujo fornecedor é a General Electric, compreende a instalação de turbinas a gás que representam o mais elevado estado da arte nesta tecnologia, atingindo a potência disponibilizada para Lares o valor mais elevado, já alguma vez provido por aquele fornecedor para este tipo de máquinas. Complementarmente aos trabalhos da construção da Central, a EDP Produção tem ainda a res-

LARES Dados Principais da Central (2 Grupos): Potência Líquida (local) (1): 2 x 431 MWe Rendimento (100% carga) (2): 58% Consumo Anual de Combustível (3): 720 milhões Nm3 Produção média anual de electricidade (3): 4.000 GWh Disponibilidade anual da Central: superior a 96% Combustível principal: Gás Natural (1) Condições ISO ; (2) Sobre PCI (de 37.910 kcal/Nm3); (3) Para uma utilização de 4.500 horas Datas Chave Previstas: Consignação da Obra: Junho de 2007 Primeiro Acendimento: Abril de 2009 Primeira Sincronização: Maio de 2009 Serviço Comercial (Grupo 1): Agosto de 2009 Serviço Comercial (Grupo 2): Setembro de 2009 Investimento Global: 409 M¤ Director de Projecto: Marino Ferreira

tais decorrentes da construção deste aproveitamento hidroeléctrico brasileiro, programou a reflorestação de cerca de 250 hectares incluindo a envolvente da albufeira (90 hectares), uma área de enriquecimento (11 hectares) e uma área de regeneração de 145 hectares; • Conservação e recuperação de ecossistemas – Em Espanha, elaborou-se um Plano de Gestão Ambiental das envolventes

A EDP foi o primeiro promotor a obter a licença de produção das novas centrais de ciclo combinado, sendo ainda o primeiro a iniciar a construção das mesmas e futuramente a entrada em serviço nos prazos estabelecidos

ponsabilidade da construção da Linha de Muito Alta Tensão a 400 kV, que liga aquele centro produtor, na distância de 10 quilómetros, à subestação de Lavos, situação que, igualmente, representa mais um desafio neste projecto, face ao seu pioneirismo e cuja conclusão, para posterior passagem para a REN como concessionária da RNT, está prevista para o início do próximo mês de Dezembro. Recorde-se que a EDP foi o primeiro promotor a obter a Licença de Produção das novas centrais de ciclo combinado, sendo ainda o primeiro promotor a iniciar a construção das mesmas e futuramente a entrada em serviço nos prazos estabelecidos. on

dos aproveitamentos hidroeléctricos, em colaboração com o “Instituto de Recursos Naturales y Ordenación del Territorio”, com o objectivo de conservar e recuperar os ecossistemas locais, assim como o ordenamento dos espaços públicos. Continua a campanha de repovoamento de truta nos principais rios asturianos com a libertação de um total de 140.000 exemplares distribuídos pelos Rios Nalón, Norena e Nora. On | 35


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spotlight À CONVERSA COM...

JOÃO MANSO NETO

Português Suave FALA COMO SE FILOSOFASSE MAS DIZ COM PRECISÃO. JOÃO MANSO NETO, PRESIDENTE DA EDP PRODUÇÃO, DA HC ENERGÍA E DA EDP GÁS, CONHECE A REALIDADE E OS DESAFIOS DO MERCADO IBÉRICO COMO NINGUÉM.

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A EDP está a desenvolver um conjunto invulgar de projectos hídricos. Qual a importância para a EDP e quais as valências para o país? A EDP definiu como estratégia fundamental a aposta nas energias renováveis. O vento tem sido aquilo de que mais se fala, pela importância da operação da colocação em Bolsa, e por ser a energia em que todos os países apostam. No entanto, em Portugal, por razões históricas, a energia hídrica não se desenvolveu tanto como nos outros países europeus. Neste contexto, acho que podemos dizer que contribuímos para recolocar a hídrica na ordem do dia. Conseguimos solidificar o que já tínhamos em exploração, alargando o respectivo prazo de utilização no âmbito do novo quadro jurídico das concessões; por outro lado, também desencadeámos e ganhámos alguns projectos dentro dos novos concursos, e recuperámos outros que estavam quase perdidos, como o caso do Baixo Sabor. A EDP conseguiu uma posição importante nestes novos projectos porque tinha feito, ao longo das décadas, o trabalho de casa, mas também porque se bateu pelos seus objectivos. Convém notar que, com o que herdámos e com o que construímos, criámos uma competência técnica muito forte na elaboração de projectos hídricos.

grada num mercado chamado ibérico. Como os investimentos hídricos demoram no mínimo quatro a cinco anos a tornarem-se operacionais, quando os actuais investimentos produzirem resultados, a EDP já não será dominante, concorrendo, sim, no mercado ibérico com empresas maiores do que nós.

A que se deve o desfasamento de Portugal em relação aos restantes países da Europa? O projecto hídrico português foi lançado em meados do século passado, mas era pouco ambicioso, sobretudo se comparado com o projecto dos espanhóis dessa época. Não tinha a mesma amplitude, mesmo ressalvando as proporções. Por questões orçamentais, ou por outra qualquer razão, não se quis avançar tão significativamente como possível, com o investimento nas hídricas. Depois, a partir da década de 1980, começou a haver uma resistência muito grande de algumas organizações não governamentais à grande hídrica. O que mudou entretanto? Com a percepção das alterações climáticas, aquilo que antigamente era quase politicamente incorrecto passou a ser aceite e promovido.

Apesar da aposta no domínio hídrico, a verdade é que o parque produtor da EDP é vasto e abarca também o carvão, o fuel e o gás natural, não só em Portugal como em Espanha. Considera que, a prazo, as outras fontes, especificamente o carvão e fuel, tenderão a desaparecer? O fuel naturalmente que sim. É um tipo de tecnologia que, neste momento, está desactualizada e, para mais, que as nossas centrais a fuel têm de fechar até 2015, por questões ambientais. É um tipo de central que hoje funciona quase como reserva e só em última instância é que é utilizada. O carvão é diferente. De facto, o carvão perdeu competitividade devido ao efeito do CO2, mas o país não pode viver só de renováveis, porque a electricidade é precisa a todo o momento e as renováveis nem sempre estão disponíveis. Actualmente, a potência térmica de base mais competitiva é o gás. Mas o gás tem problemas: o preço está muito ligado ao petróleo e há o problema da segurança do abastecimento. No fundo, os produtores de gás são muito poucos. Consequentemente, o carvão tem e terá lugar no tecido energético nacional e internacional. Mas no futuro, o carvão tem de ser dotado de tecnologia de sequestração de CO2 – o chamado “carvão limpo”. Acredito que possamos ter esse carvão limpo técnica e comercialmente viável, mas não para já. Entretanto, temos de utilizar as tecnologias do carvão disponíveis e não termos um parque produtivo de carvão seria colocarmo-nos totalmente dependentes do gás. Assim, a nossa estratégia relativamente às centrais a carvão é mantê-las, de acordo com as melhores práticas ambientais em cada momento disponíveis, e estarmos preparados para as novas tecnolo-

Há um target, em termos de produção hídrica? Vamos aumentar mais de 50% a potência hídrica em Portugal. Entretanto, e por causa destas novas concessões, a EDP tem sido acusada de ter, ou pretender ter, o monopólio. Hoje, a EDP representará 60% da produção de energia em Portugal. É uma posição muito forte. Mas isto só é verdade enquanto a ligação com Espanha em termos eléctricos não aumentar. Nos próximos três, cinco anos, as ligações com Espanha serão suficientes para considerarmos que os dois países estão totalmente interligados. Pensar na EDP como uma empresa com uma posição muito forte no mercado é verdade, apenas numa perspectiva de muito curto prazo. A médio prazo, a EDP estará totalmente inte38 | On

Estes projectos implicam muitas questões de envolvimento com as comunidades. Como se processa essa vivência? E os contactos com as ONG’s e os poderes locais? Esse é um dos grandes desafios da EDP. Este tipo de projectos tem valências que são muito mais do que projectar e construir. Há projectos que são mais simples, mas, nos mais estruturantes – Baixo Sabor, Foz Tua, etc. –, estamos a reorganizar a nossa actividade para que a gestão de projecto passe a envolver, não só a componente de engenharia, mas também essas outras valências. As populações locais, normalmente, são a favor, são os nossos grandes aliados, mas pode fazer-se melhor. Relativamente às ONG’s, sabemos onde queremos estar, temos de lá chegar com todas essas valências, mas estamos a actuar ainda de forma relativamente casuística e não fazemos uma aproximação suficientemente global. É um desafio para o futuro imediato.

gias de sequestração de CO2, logo que sejam possíveis e viáveis. Nessas centrais de fuel, o que acontecerá ao pessoal? A primeira a fechar vai ser a Central do Carregado, onde já negociámos com todos os trabalhadores o destino de cada um, dentro da empresa, ou com reformas antecipadas. Esta central começou nos anos 60, e embora haja pessoas mais novas, a maioria tem uma idade média relativamente elevada. De qualquer forma, é matéria que tratamos com toda a atenção. Assim, quando sabemos as datas precisas de encerramento, fazemos uma reunião com todos os trabalhadores – eu já fui a várias, no Carregado e no Barreiro – explicamos a situação e, a partir daí, dialogamos com todos os trabalhadores. É um processo demorado, mas fundamental, porque são pessoas que deram imenso à empresa e que não têm culpa nenhuma das alterações tecnológicas. Cada caso é um caso. Por exemplo, no Carregado há pessoas que se reformam mais cedo e outras que passam para outras centrais, como a Central de Lares ou de Setúbal. Entretanto estão a ser feitos grandes investimentos em Sines, ao nível ambiental. Actualmente, o investimento que fazemos está de acordo com as normas ambientais com entrada em vigor prevista para 2016. Depois, haverá uma nova vaga de investimento que tem que ver com a tal sequestração de CO2. Os actuais investimentos apontam para a continuidade de Sines até pelo menos 2020, mas será certamente necessário fazer outro tipo de investimentos relativamente à sequestração. Sines tem uma localização extraordinária para o carvão, porque tem um porto de águas profundas já infra-estruturado para este tipo de mercadoria. Só há praticamente dois locais assim na Península Ibérica, Sines e Gijon, onde a Central de Aboño é outro activo a preservar. A EDP participa, com a central de Sines, num projecto chamado Nanoglowa. Pode explicar em que consiste? Isso é um protótipo de uma forma de sequestração de CO2. É um projecto experimental de não-emissão de dióxido de carbono para a atmosfera. Actualmente, ainda ninguém sabe qual a tecnologia de sequestração de CO2 que vai vencer. O Nanoglowa é desenvolvido por um consórcio internacional de organismos estatais e empresas e é apenas um dos projectos piloto em que estamos envolvidos. E na área do ciclo combinado, a central de Lares será inaugurada em 2009? Sim. O projecto está a andar muito bem. Este é um caso interessante em que o envolvimento da população tem sido extraordinário, mercê da qualidade do trabalho que os gestores do projecto têm desenvolvido.


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A EDP tem também alguns projectos de ciclo combinado em Espanha. Quais são os planos nesse país? Temos um ciclo que entrou em funcionamento no início deste ano – o segundo ciclo em Castejón, em Navarra – e, no início de Setembro, entrou em funcionamento o primeiro ciclo combinado das Astúrias, tendo a empresa adjudicado recentemente mais outro que estará operativo em 2011. A HC tinha uma produção a carvão que representava 76% da nossa produção, sendo o objectivo reduzir para menos de 50%. Onde se vai buscar o dinheiro para todos estes investimentos? A EDP tem cash-flow que financia grande parte do investimento. Mas é verdade que o esforço de investimento que se tem feito e se continuará a fazer, a nível do Grupo, é grande. É uma das razões pelas quais fizemos o aumento de capital das renováveis, diversificando, assim, as fontes de financiamento. São investimentos interessantes para os accionistas? Todos os nossos investimentos são aprovados e efectuados sob critérios rigorosos de rentabilidade. Em particular, as hídricas são muito rentáveis, sobretudo os reforços de potência. Há, contudo, um problema de desfasamento entre o momento em que se investe e o do retorno. Mas, quem compra acções tem que perceber a história das empresas. Uma empresa pode ser muito lucrativa, mas se não tiver uma história não atrai investidores. Assim, o desafio é sempre ser rentável no presente e assegurar o crescimento dessa rentabilidade. E sem essas duas condições não há ninguém que vença no mercado de capitais. O acordo com a Generg para pequenas centrais hídricas pretende identificar que tipo de projectos? Como a EDP tem muitos grandes projectos, é natural que não possa dar suficiente atenção ao mercado das pequenas centrais hídricas. Por isso, vale a pena ter parcerias com algumas entidades que estão mais motivadas para esse tipo de actividade. Temos acordos não só com a Generg, mas também com outras empresas como, por exemplo, a Martifer. As vantagens das pequenas hídricas é que têm menos impacto ambiental e uma melhor tarifa. É também Administrador Delegado da HC. Como são as relações entre portugueses e espanhóis? Fui para lá em 2005 e julgava que em termos de relações humanas seria muito mais complexo. Constatei rapidamente que a HC é uma empresa que tem uma qualidade humana muito boa, excepcional mesmo. Para isso, contribuiu a seguinte razão: enquanto que a EDP é uma empresa maioritária em Portugal, a HC era uma empresa pequena, com forte base regional e que, desde 1997, trabalhava no contexto de mercado, e por isso aprendeu ainda melhor a lutar. Como consequência, a capacidade de combate em On | 39


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termos de mercado e da regulação é muito grande. É uma empresa muito eficiente que tem uma capacidade técnica e uma postura muito forte e que, como tal, é muito respeitada em Espanha, não só pelas suas pares, mas também pelos organismos oficiais. O problema fundamental da HC é o facto de ser muito dependente da produção tradicional térmica a carvão. Está a evoluir através de várias vias. Por um lado, fizémos investimentos importantes no gás – na produção e na distribuição, esta via Naturgás. Por outro lado, em termos de electricidade, temos potenciado a componente comercial da HC que chegou a ter uma quota de 15%, quando a quota de produção é à volta dos 6%. É uma empresa com uma actividade comercial muito grande e, a maior parte, não é nas Astúrias, como se poderia pensar; 90% dos clientes está fora das Astúrias o que mostra a polivalência desta empresa. 40 | On

O que acha do MIBEL? Os progressos em termos de mercado e mesmo regulação são enormes. Dizer que não existe MIBEL é falso. Tem imperfeições e essas decorrem de dois factores muito claros: a já referida, ainda insuficiente interligação entre Portugal e Espanha (porque a electricidade tem que transportar-se fisicamente) e o atraso de Portugal nos investimentos em produção. Esta última restrição também se alterará com os investimentos em curso nas centrais a gás e nas hídricas. Dentro de cinco anos, estamos em pleno num mercado ibérico, situação que já é reconhecida pelas autoridades regulatórias. Na área do gás houve várias parcerias relevantes. Este é um segmento a desenvolver? Sem dúvida. A potência térmica de base a curto

prazo será, como expliquei acima, o gás. O nuclear não é fácil de criar de um momento para o outro, o carvão limpo ainda não está disponível, pelo que a alternativa é, sem dúvida, o gás. Ganhamos muito na compra de gás se associarmos o fornecedor aos nossos investimentos, e foi isso que a EDP fez com a Sonatrach. Por outro lado, o próprio negócio de comercialização de gás, em si, é um negócio que é complementar ao da electricidade. Cada vez mais, em mercados evoluídos, há o conceito de comprar o gás e a electricidade em pacote. O gás é, claramente, uma actividade a desenvolver e, provavelmente, nos próximos anos terá ainda mais peso. Já somos o segundo operador ibérico em termos de gás?


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Licenciado em Economia pelo Instituto Superior de Economia (1981) e Pós-graduado em Economia Europeia pela Universidade Católica Portuguesa (1982), completou ainda o Curso da “American Bankers Association” (1982), concluiu a componente académica do Mestrado em Economia pela Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa e, em 1985, o “Advanced Management Program for Overseas Bankers” na Wharton School – Filadélfia. Entre 1988 e 1995, assumiu no Banco Português do Atlântico as funções de Técnico da Divisão de Crédito Internacional, sendo responsável pela Divisão de Crédito Internacional, Director de Departamento, Director Central Adjunto da Direcção Internacional e Director Central das Direcções Financeiras e Comercial Retalho Sul. Entre 1995 e 2002 assumiu no Banco Comercial Português as funções de Director Geral da Direcção Financeira, Direcção Geral de Grandes Empresas Institucionais, Direcção Geral de Tesouraria, Membro do CA do BCP – Banco de Investimento e Vice-Presidente do BIG Bank Gdansk. Entre 2002 e 2003 assumiu no Banco Português de Negócios as funções de Presidente do BPN Serviços ACE, Administrador do BPN SGPS, Administrador da Sociedade Lusa de Negócios e Membro da Direcção do Banco EFISA. É ainda Vogal do CA do OMEL. Entre 2003 e 2005, assumiu funções na EDP como Director Geral e Administrador da EDP Produção. Em 2005, foi nomeado Conselheiro Delegado da HC Energía, Presidente da Genesa e Administrador da Naturgas Energía e do OMEL.

Em termos de distribuição sim; em termos globais não, porque quem tem as centrais consome muito mais gás. Ao nível da Portgás e da Naturgas o que se pode esperar? Que continuem a crescer, saturando as suas áreas de influência mantendo elevados níveis de eficiência, sem prejuízo de aquisições pontuais de dimensão moderada (vidé caso do Gás de Mérida) que possamos vir a fazer. Por outro lado, com a liberalização dos mercados, a componente comercial será cada vez mais determinante. Do ponto de vista da EDP Produção, existe capacidade técnica de recursos humanos para desenvolver tantos projectos ao mesmo tempo?

Intransmissível

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Felizmente, a maior parte das pessoas chave continua a trabalhar na EDP. O capital humano que existia, ainda lá está. O que não estava era com suficiente utilização. Se este crescimento hídrico acontecesse daqui a cinco anos podia ser um problema, porque a EDP não teria gente para formar outras pessoas. Estamos a recrutar muitos elementos quer a nível de engenharia, quer de electricistas, mecânicos de manutenção e muitas outras especialidades - para assegurar a transição do conhecimento. Também estamos a fazer muito mais outsourcing do que fazíamos. O aumento da produção hídrica foi bem recebido pelos colaboradores? Foi. É muito mais fácil gerir uma empresa a crescer do que uma em recessão.

É difícil encontrar mão-de-obra especializada para esta área em Portugal? Não é muito fácil, dado que a engenharia é das áreas onde não há excesso de recursos. Contudo, neste momento, estamos a trabalhar fundamentalmente com Portugal; só a nível de equipamentos é que a importação predomina. A indústria metalomecânica nacional com características para satisfazer as encomendas em causa, já praticamente não existe. Haverá alguma reorganização da área da produção para responder melhor aos desafios? Eu não sou de opinião muito favorável a revoluções. Pode-se e deve-se, contudo, fazer sempre alguns ajustamentos quando recomendado. Fizemos, por exemplo, uma alteração importante que foi criar uma Direcção de Projectos e Investimentos. E faremos novos ajustamentos para melhorar os pontos em que sejamos menos fortes sem que haja a tentação de mudar por mudar. Como vê a EDP daqui a 10 anos, em termos de produção de energia? Mais de 60% será de origem renovável. Agora a um nível pessoal; como é que um economista entra para a produção de energia? Não o programei. Convidaram-me e aceitei com muito gosto. Entre a banca e a electricidade há alguns conceitos iguais. Depois, há muitos princípios de gestão e economia que são universais. A grande diferença é que na banca tinha a obrigação de dominar cada assunto até ao último detalhe e, nesta área, onde não tenho formação de base, preciso de saber o que é importante, de ser selectivo, e confiar muito nas pessoas, relativamente às matérias que nunca irei conhecer profundamente. Isto foi menos difícil do que esperava porque na EDP as pessoas gostam muito de explicar. A EDP é uma empresa que recebe muito bem quem vem de novo. Como gere o seu tempo entre Portugal e Espanha? Com algum improviso! Vivo em Portugal, mas vou muito a Espanha e faço questão de ir regularmente a Oviedo e Bilbau. Utilizo muito os meios electrónicos, mas isso não substitui a presença física. Quais são os seus hobbies? Gosto de viajar, ler ficção, comprar e ver antiguidades e pintura moderna. Nada de muito específico, mas um conjunto variado de coisas que faço com a minha mulher. Considera que tem uma ocupação de tempo normal, ou que trabalha demais? Se eu deixasse de trabalhar seria uma complicação. Hoje não estaria preparado para deixar de trabalhar. Quando vai de férias desliga completamente? Não. Prefiro ir vendo todos os dias os e-mails e, assim, quando regresso de férias não tenho surpresas. Mas não telefono para a empresa quando estou de férias. O que eu combino com os meus colegas é que, se houver alguma coisa muito urgente, me falam. on On | 41


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Saber, Força e Beleza AS BARRAGENS SERÃO, TALVEZ, AS MAIS EXTRAORDINÁRIAS CONSTRUÇÕES DA NOSSA CIVILIZAÇÃO, UMA VEZ QUE REÚNEM A UTILIDADE COM A ESTÉTICA, FORMANDO CONJUNTOS ONDE A TECNOLOGIA E A NATUREZA SE COMBINAM PARA PRODUZIR A ENERGIA INDISPENSÁVEL AO NOSSO BEM-ESTAR. ESCOLHEMOS ALGUMAS FOTOGRAFIAS DOS ARQUIVOS DA EDP PARA DAR UMA PÁLIDA IDEIA DESTAS QUALIDADES.


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Vilarinho das Furnas Terras do Bouro, 1972 (Grupo I) e 1987 (Grupo II), Rio Homem, 125 MW


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Aguieira Penacova, 1981, Rio Mondego, 336 MW

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Salamonde Vieira do Minho, 1953, Rio Cรกvado, 42 MW

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Castelo do Bode Tomar, 1951*, Rio ZĂŞzere, 159 MW * Renovado em 2004


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edp compromissos objectivos concretos para um futuro melhor

compromissos LUÍS GOUVEIA CHEFE DE GABINETE DE APOIO AO PRESIDENTE E DE GESTÃO DA MUDANÇA DA EDP - ENERGIAS DO BRASIL COMPROMETE-SE A... Apoiar a presidência na otimização da estrutura organizacional e na governança corporativa da EDP-Energias do Brasil Introduzir a melhoria contínua na gestão, desenho e otimização dos processos Garantir o alinhamento estratégico de toda a organização Atuar como guardião dos conceitos e critérios do modelo de gestão e das diretrizes aprovadas pelo Grupo Promover a cultura orientada ao valor e à gestão dessa mudança

MUDANÇA, ESTRATÉGIA, GESTÃO. ALINHADOS, estes três conceitos são os novos inquilinos da EDP - Energias do Brasil. A razão? Está a surgir uma nova estrutura da holding do Grupo no Brasil, alinhando com a matriz em Portugal, para fazer jus à nova estratégia EDP: crescimento orientado, risco controlado e eficiência superior. Em Março, os pilares estratégicos foram comunicados ao mercado e para dar o exemplo da mudança fundiram-se as áreas do Gabinete da Presidência e de Organização e Processos. Agora, começa um novo momento na casa. Luís Gouveia, responsável pela área, esclarece. • GARANTIA DA GOVERNANÇA CORPORATIVA - Apoiar a presidência na articulação da sua agenda estratégica com as respectivas Partes Interessadas; - Monitorar o andamento dos temas prioritários definidos nas Reuniões de Diretoria; - Facilitar a integração das Hierarquias nas tomadas de decisão. • DESENVOLVIMENTO, ORGANIZAÇÃO E PROCESSOS - Desenvolver e aplicar metodologias e técnicas de gestão que auxiliem a organização a atingir níveis adequados de eficiência nos processos; - Garantir o aperfeiçoamento contínuo do modelo de gestão adotado, buscando a simplificação das estruturas organizacionais; - Estabelecer e monitorar os instrumentos normativos

do Grupo (políticas, normas, procedimentos e instruções de trabalho) em parceria com a Auditoria Interna. • ALINHAMENTO ESTRATÉGICO EMPRESARIAL - Traduzir os Vetores Estratégicos em Mapas de Relacionamento de Causa e Efeito: definir os objetivos estratégicos do Grupo e desdobrá-los nas unidades organizativas; - Definir e monitorar Indicadores Chave de Desempenho (do inglês Key Performance Indicator - KPI’s) para cada objetivo estratégico definido; - Analisar, priorizar e acompanhar a evolução de projetos que respondam às necessidades legítimas dos objetivos estratégicos definidos. • GESTÃO DA MUDANÇA - Alinhar e integrar as iniciativas de mudança à estratégia EDP nas dimensões de pessoas, processos e sistemas de informação, maximizando-se o impacto almejado; - Disseminar a importância do equilíbrio da performance da organização nas quatro perspectivas do novo sistema integrado de gestão e implementação da estratégia da empresa para a base (do inglês Balanced Scorecard - BSC): financeira, cliente e mercado, processos de aprendizagem e crescimento; - Monitorar o processo de implementação estratégica (mobilização da liderança, tradução da estratégia em termos operacionais, alinhamento da organização, disseminação estratégica para a base e governança balanceada). on

DESAFIOS Os grandes desafios da área passam pela continuação do processo de integração das empresas do Grupo, iniciado na IPO (oferta pública inicial, na gíria do mercado financeiro) em 2005 e pela consolidação da EDP - Energias do Brasil como um dos maiores protagonistas do setor elétrico brasileiro, através da: Otimização da estrutura organizacional do Grupo para acelerar a execução dos vetores estratégicos da EDP; Otimização de processos críticos para assegurar a eficiência superior como vantagem competitiva e para suportar o crescimento; Alinhamento dos esforços do Centro Corporativo, Unidades de Negócio e de Serviço Partilhado através de KPI’s balanceados nas quatro perspectivas do BSC; Articulação integrada da mudança, que visa implementar iniciativas voltadas às pessoas, às novas tecnologias e aos processos de forma harmoniosa e sinérgica.

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JOÃO TORRES Presidente do Conselho de Administração da EDP Distribuição Adequar a organização da EDP Distribuição e desenvolver as competências dos trabalhadores Estamos a viver um processo de reestruturação, no cumprimento dos objectivos do Plano de Negócios, cuja data-chave foi 1 de Junho de 2007. A nova estrutura, mais ágil e com um modelo geográfico mais eficiente, fica marcada pela: • Implementação de seis Direcções de Serviços de Rede e 25 Áreas Operacionais, (ao invés das três Direcções de Serviços de Rede, 14 Áreas Operacionais e 41 Unidades de Rede), com redução de um nível hierárquico;

• Criação de áreas nacionais de engenharia para captura de sinergias e foco em processos decisivos; • Rotação e renovação dos responsáveis das Unidades Organizativas, para dar mobilidade e rejuvenescer a organização. O Plano de Formação para este ano prevê cerca de 14.500 participações em acções de formação, um ratio de 34 horas de formação por colaborador. Para as 15 novas chefias de departamento desenhámos um programa específico de coaching. Acelerámos a polivalência dos quadros superiores jovens com um programa de mentoring ministrado por 40 quadros superiores a 80 jovens quadros. Com recurso ao PAE (Programa de Adequação de Efectivos), sairão 600 colaboradores até ao final de 2009, permitindo recrutamentos para as áreas críticas da empresa. Cerca de 400 trabalhadores mudarão o seu local de trabalho. Entretanto, está em curso o Programa Distribuição 2010, que integra 10 Projectos que, abarcam todas as actividades desenvolvidas pela empresa, e que mobilizou toda a organização. Optimizar o investimento No âmbito do Projecto CAPEX, mantivemos o plano de realizações, apesar dos ajustamentos orçamentais, com uma politica de planeamento e de ganhos de eficiência nas actividades de projecto e construção e nos processos de aprovisionamento de equipamentos e materiais.

A ideia-chave é fazer mais com o mesmo investimento. Em 2008, prevemos ligar mais 14 Subestações (a somar às 382 existentes) em pontos decisivos da rede, em resposta ao crescimento dos consumos, modernizando a rede e as infra-estruturas. No final de Junho, foi apresentado o Plano de Desenvolvimento integrado da Rede de Distribuição – PDIRD – para o período entre 2009 e 2011, reflectindo os compromissos de investimento e permitindo o crescimento da potência instalada em cerca de 12%, com uma rede mais equilibrada. Conter Custos Operacionais através da optimização dos Processos Os resultados de 2007 mostram uma redução de custos de perto de 5% do Opex/MWh. Negociámos e está em aplicação o modelo de contratação da empreitada contínua, prosseguindo no esforço de simplificação dos processos (através da metodologia Lean) e na racionalização do número de instalações, com o cancelamento de dezenas de arrendamentos e a realização de obras de beneficiação em muitas instalações. Melhorar a Qualidade de Serviço Em 2008, continuámos a melhoria sustentada da Qualidade de Serviço do ano anterior, que tinha sido de 37%. O TIEPIMT de 2007 foi de 111 minutos. Este ano continuamos com bons indicadores e, em Junho, foi obtido o melhor resultado mensal de sempre. A redução do valor médio do TIEPIMT do último triénio (2005-2007) corresponde a uma melhoria de cerca de 47% em relação ao triénio anterior.

Ba lan ço

Melhorar as condições Regulatórias Temos vindo a evidenciar junto da ERSE o esforço realizado na eficiência dos processos e na redução de custos. Estamos em ano de discussão de novas condições regulatórias para novo período (2009/2011). Apresentámos à ERSE a proposta com informação que vai suportar o estabelecimento das tarifas para o próximo triénio, na qual foi enquadrada a alteração ocorrida com criação do Comercializador de Último Recurso – a EDP Serviço Universal – a partir de 1 de Janeiro de 2008, alteração organizativa de impacto relevante. on 50 | On


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compromissos

SÉRGIO FIGUEIREDO Administrador-Delegado da Fundação EDP Criar uma nova identidade do Museu da Electricidade e colocá-lo entre os museus mais visitados no País Os museus do Estado são os únicos que publicam estatísticas fiáveis e regulares sobre o número de visitantes. Só com estes é possível comparar e medir a nossa evolução. Assim, o Museu da Electricidade, no fim de 2007, situava-se no sétimo lugar. No primeiro semestre deste ano, passou a ser o terceiro museu mais visitado a nível nacional, com mais de 57 mil visitantes. Um balanço não se esgota em números, mas sobretudo numa actividade virada para o público, a avaliação dos nossos “clientes” é, afinal e por definição, muito mais objectiva do que qualquer auto-avaliação. Assim comprometemo-nos: a) duplicar as visitas escolares no espaço de um ano – e estas passaram de 5.573 para 14.563 visitantes. A “banca de experiências”, vocacionada para o público infantil, passou a funcionar aos fins-de-semana; b) aumentar em 20% o público das

exposições realizadas pela Fundação – e o objectivo foi superado; c) alargar as actividades para atrair novos públicos – e foi aqui que mais se afirmou a nova dinâmica, com um salto de 3.500 para os 22 mil visitantes. Entre dezenas de realizações, destacamos: conferências sobre Energia (MIT, UTL) e Desenvolvimento Sustentável (Bill Clinton); Festa da Criança e da Energia; Olimpíadas da Física; Concurso Nacional de Jovens Cientistas; Manhãs de Domingo (jogos de energias para crianças e Concertos de Música Clássica e Jazz). A nova identidade do Museu da Electricidade obrigava a um conjunto de intervenções que estão emcurso, quer no interior, quer no espaço exterior, e ao lançamento de uma marca própria, até então inexistente, o que aconteceu a 15 de Maio.

criada com os planos de requalificação da Câmara de Lisboa para a frente ribeirinha do Tejo. Em articulação com a EDP Imobiliária, projectaram-se três novos centros de actividade, abertos ao público e à cidade: uma casa energética do futuro; uma casa de artes; uma casa de solidariedade. O Depósito de Nafta, uma estrutura metálica degradada e inútil, será aproveitado para a construção de um grande auditório e de salas para a futura Universidade EDP. A climatização do Museu – factor de conforto, mas também indispensável para a realização de exposições de obras de arte que não suportam grandes variações de temperatura e humidade – foi concluída no prazo previsto.

Ba lan ço

Requalificar o Campus da Central Tejo para actividades culturais e científicas O projecto de recuperação da Carpintaria, para sustentar o crescimento das actividades culturais, educativas, pedagógicas, científicas e sociais da Fundação, foi interrompido pela oportunidade

Apoiar causas relevantes na cultura, na saúde e solidariedade, na sustentabilidade e inovação Compromisso: distinguir as instituições seleccionadas no Programa EDP Solidária 2006 e lançar o Programa EDP Solidária 2007. Resultado: protocolos fechados com os projectos seleccionados de 2006 (conforme previsto) e já com vencedores de 2007, contemplando apoios de 600 mil euros. O Programa de 2008 foi lançado e decorre a fase de candidaturas. Resultados de outros compromissos: a) mais de 175 mil cidadãos contribuíram para o reequipamento da unidade de cuidados intensivos dos bebés prematuros da Maternidade Alfredo da Costa, numa iniciativa da Fundação EDP, que duplicou as contribuições anónimas; b) o primeiro Centro de Simulação Biomédica está a nascer no Hospital de Coimbra, num projecto que alia inovação e saúde e tem a ambição de colocar o país no topo mundial desta nova prática de formação na cirurgia; c) o novo Fundo para a Biodiversidade recebeu mais de uma centena de projectos empreendidos pela comunidade, numa iniciativa inédita e conjunta com a Direcção de Sustentabilidade e Ambiente EDP; d) como mecenas exclusivo da Companhia Nacional de Bailado, a Fundação EDP estimulou o regresso das digressões nacionais, que se cumpriu em 15 cidades; e) Prémio EDP Novos Artistas 2007: realizada a exposição colectiva, no Porto, com 2 mil visitantes, consagrando como vencedor o jovem artista André Romão. on

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ANTÓNIO SARMENTO PROFESSOR DO IST

O NASCER DAS ONDAS É NO ALTO MAR QUE NASCEM ESTES MOVIMENTOS ETERNAMENTE RENOVÁVEIS. E É NO IST DE LISBOA QUE SE ESTUDA A FORMA DE APROVEITAR A SUA ENERGIA. UMA PESQUISA AINDA NA INFÂNCIA, MAS QUE JÁ PROMETE UMA VIDA ADULTA PRODUTIVA.

quem é quem Como surgiu a ideia de usar a energia das ondas? Há duas origens, iniciadas em épocas distintas, de forma independente e em escalas diferentes. A seguir à II Grande Guerra, o comandante japonês Masuda pensou no problema, não tanto em termos de produção de energia em grande escala, mas para alimentar bóias de sinalização marítima. Naquela altura era difícil, mas ele desenvolveu esse sistema e comercializou-o no Japão. Com a crise petrolífera, ele propôs um sistema para produzir energia à escala comercial. A actividade na Europa começou a seguir à crise petrolífera, em 1973, e foi motivada pelo artigo de um professor escocês, Steven Salter, que chamou a atenção para a energia associada às ondas, propôs um dispositivo para a extrair e, com ensaios em laboratório, mostrou que isso era possível. Em Portugal, tivemos notícia desse artigo, ficámos sensibilizados, e mais ainda quando apareceu um inventor, o Sr. Agnelo David, de Almeirim, com uma espécie de um tanque de lavar a 52 | On

roupa onde fazia uma ondas e do outro lado aproveitava a energia para pôr um rádio a tocar! Quando diz em Portugal, está a referir-se ao IST? O Professor António Falcão iniciou as actividades aqui, em 1977. Eu tinha vindo de uma pósgraduação em turbomáquinas em Bruxelas e ele, sendo o meu orientador de doutoramento, sugeriu que a tese fosse sobre o desenvolvimento de uma turbina para aproveitar a energia das ondas. A minha tese acabou por ser sobre o problema da interacção das ondas com a estrutura, e o problema da turbina foi desenvolvido por um colega, anos mais tarde – o Professor Luís Gato. A equipa do Técnico, que se formou nessa altura, mantém-se, até hoje, a trabalhar nesta área. E, em termos internacionais, como é que a situação passou desses primeiros estudos para a fase actual? De 75 até 85 foram dez anos de muita actividade, sobretudo no Reino Unido. Não se sabia pratica-

mente nada sobre a energia das ondas, e o esforço internacional (e nacional) foi dirigido à compreensão das bases físicas e matemáticas do aproveitamento. Foi uma época liderada sobretudo por estudos de natureza teórica – no Reino Unido houve um grupo de matemáticos aplicados que estudaram isto, fizeram-se também os primeiros estudos experimentais e a perspectiva, muito optimista, era a de construir uma central de 2 GW. Foi uma fasquia muito alta – ao fim de algum tempo perceberam que não iam chegar lá e desistiram. Entretanto, no Japão continuavam bastante activos nesta área e na Escandinávia – sobretudo na Noruega – formou-se um pólo de desenvolvimento e investigação. No princípio da década de 1980 apareceu uma empresa interessada em levar para a frente esta tecnologia mas, em vez de procurar instalações muito grandes, pensou que era melhor começar devagar – foi a Kvaerner Brug, uma empresa de hidro-electricidade. No final da década de 90 construíram duas centrais – uma


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ANTÓNIO SARMENTO Professor Associado do Instituto Superior Técnico e Presidente da Direcção do Centro de Energia das Ondas. É ainda membro da direcção da Associação Europeia de Energia dos Oceanos, da direcção da Internacional Society of Offshore and Polar Engineering (EUA), consultor do Governo Escocês e do Energy Technology Institute (Reino Unido). Iniciou a sua actividade em energia das ondas na área da hidrodinâmica no ano de 1978, tendo obtido o seu doutoramento pelo IST, em 1985, neste mesmo tema. Foi responsável pelos estudos hidrodinâmicos que levaram à construção da Central do Pico e foi consultor da AWS B.V. (Holanda) no desenvolvimento e teste da central piloto de 2 MW, testada em 2004, na Póvoa do Varzim. Fundou o Centro de Energia das Ondas em 2003, onde tem tido um papel relevante na disseminação do aproveitamento da energia das ondas e no desenvolvimento de políticas públicas para esta área. Nesse âmbito tem igualmente desenvolvido estudos de natureza estratégica para empresas nacionais e estrangeiras. É autor/co-autor de quase uma centena de artigos científicos apresentados em conferências e revistas internacionais. Orientou/co-orientou seis teses de doutoramento.

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com a mesma tecnologia que Agnelo David, que é a utilizada na Central do Pico, e outra com uma tecnologia diferente. Foram as duas primeiras centrais do mundo com um sucesso parcial. Como é que surgiu a Central do Pico? No princípio de 90, a Comissão Europeia decidiu incentivar a investigação na energia das ondas, e isto teve repercussões importantes, principalmente para Portugal. Por cá, o investimento nessa energia nunca foi muito grande, mas nunca cessou. Mantivemos a pesquisa, sobretudo na década de 90, e mostrámo-nos bastante activos relativamente a outros países, pelo que conseguimos um bom financiamento europeu. Foi o que levou à construção da Central do Pico, que está em regime experimental. Foi financiada pela Comunidade Europeia, EDP e Electricidade dos Açores, e mais tarde também pelo Estado português. O IST fez o projecto preliminar e os projectos de pormenor ficaram a cargo das empresas. A Central do Pico é costeira, não é verdade? Exactamente. É uma central que está operacional desde 2005, apesar de ter sido construída na dé-

Quando pensa que esta energia estará madura? O futurismo científico é sempre difícil de fazer, porque depende das condições do mercado e investimento. Mas estou convencido que estamos em vias de ver o primeiro parque mundial com as três unidades da Enersis. Calculo que dentro de umas semanas o parque estará a funcionar. Existem várias tecnologias a ser desenvolvidas? Desde o ano 2000, diversas empresas têm experimentado várias tecnologias. Há talvez uns quinze ou mais sistemas testados no mar. Alguns são protótipos à escala real, outros são centrais piloto à escala 1:2. Normalmente, são testados em condições controladas ou em mares interiores, com ondas que não são muito grandes. Se olharmos para as empresas que estão por detrás destes projectos, vemos muitas pequenas empresas; mas começam a aparecer as grandes – petrolíferas, ou produtoras de energia, tipo EDP. Até hoje, apenas tivemos testes de protótipos experimentados em situações controladas em termos de tempestades – exceptuando a Central do Pico e a Central de Limpet na Escócia – e ainda não temos sistemas em operação comercial. A

longo prazo, podemos ter uma potência instalada total na ordem dos 5.000 MW ao longo da costa Oeste e produzir na ordem de 20% da energia que consumimos. Será da escala da energia eólica, partindo do princípio de que a tecnologia se torne fiável, os custos sejam comportáveis e que os impactos ambientais sejam relativamente pequenos. É uma perspectiva optimista, mas não irrealista. A nível mundial, há quem estime que, em condições economicamente viáveis e a longo prazo, se poderá ir para os 70% da energia que é anualmente produzida pelas centrais hídricas. No caso da energia das ondas não existe a mesma condicionante das eólicas, que é a dependência de um recurso de geração aleatória e imprevisível? As ondas são geradas por acção do vento sobre extensões enormíssimas do oceano Atlântico, sobretudo durante tempestades que ocorrem durante horas ou dias. Essas ondas são, posteriormente, transportadas ao longo de dezenas de milhares de quilómetros até chegarem à costa portuguesa. As ondas quando chegam cá, as que têm conteúdo energético significativo são geradas três ou quatro dias antes, portanto nós já sabemos que

quem é quem António Sarmento

cada de 90. Teve alguns problemas de infância que não foram ultrapassados por uma questão financeira. Só em 2003, com a constituição do Centro de Energia das Ondas e a motivação da EDP, EDA, EFACEC e outros associados, é que submetemos um novo projecto para financiamento público que acabou por ser facultado pelo DEMTEC/PRIME. Permitiu recuperar a Central, no sentido de substituir alguns componentes que entretanto tinham ficado danificados e corrigir algumas opções de projecto menos adequadas. Desde 2005, está a funcionar numa base experimental. As ondas são geradas no mar alto? As ondas são geradas pelo vento e, no caso da costa portuguesa, são geradas ao largo, isto é, no Atlântico Norte - entre a Islândia e a Gronelândia. Só perdem energia quando “sentem” o fundo, aí a partir dos 30, 40 metros de profundidade e, depois, quando finalmente rebentam é que a energia é toda dissipada. 54 | On

Central do Pico tem suportado esse teste, só não tem sido possível mantê-la a funcionar por falta de fiabilidade do equipamento electromecânico. Estamos a entrar com a EDP num segundo projecto de recuperação, para aumentar essa fiabilidade. O parque Pelamis vai ser o primeiro parque offshore. Está pensado um parque deste género na Escócia para daqui a um ou dois anos. Há outras tecnologias que vão atingir a fase do Pelamis também daqui a dois ou três anos. Vão passar do protótipo para um pequeno parque de três unidades, depois para um parque de 20 unidades, de 50 unidades, e por aí fora. A fase comercial será atingida com parques de 100 ou mais unidades, talvez daqui a 5 ou 10 anos. No futuro é possível produzir energia em quantidades significativas? Daqui a 10 anos penso que haverá parques na casa das centenas de MW. Temos uma estimativa preliminar para Portugal em que calculamos que, a

elas vão chegar e qual o seu conteúdo energético. Por outro lado, como resultam desta integração, quer temporal quer espacial, da acção do vento, não desaparecem de um dia para o outro. As ondas do mar são um recurso mais previsível e mais estável do que o vento. Hoje, as previsões das ondas fazem-se com seis dias de antecedência. Mas como é que as ondas não perdem energia? Só a partir dos 30 ou 40 metros de profundidade é que começam a sentir o fundo do mar e a perder energia pelo atrito gerado. Os comprimentos de ondas no Atlântico são da ordem dos 150, 200 metros e as profundidades no mar alto são muito elevadas. Não há movimento junto ao fundo do mar, logo não se dá dissipação de energia. Normalmente, associa-se a energia que a onda tem, à que ela dissipa quando rebenta, e isso é um erro. O que acontece na rebentação é que toda a energia que a onda tem é dissipada em poucos metros e é nessa fase que ela é particularmente


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destruidora. Pelo contrário, quando a onda se propaga sem rebentação, transportando a sua energia sem a dissipar, não é muito perigosa. E a energia das correntes marítimas? Essa é uma outra questão. Em Portugal não tem aplicação, porque nós temos correntes muito fracas e marés de amplitude relativamente pouco elevada. Está a ser desenvolvida noutros países. É completamente diferente da energia das ondas. São basicamente turbinas semelhantes às eólicas, mas muito mais compactas porque a água tem mil vezes a densidade do ar. É uma tecnologia que está em desenvolvimento e, mais uma vez, o Reino Unido é que está a apostar mais, sobretudo na Escócia, porque tem amplitudes significativas e muitas ilhas e canais que promovem correntes elevadas. Há outros países que estudam o assunto, nomeadamente para aproveitar as correntes dos rios sem ter de construir barragens – o Canadá e os EUA estão interessados nesta aplicação. E, depois, há o aproveitamento das marés com uma barragem, como os franceses fizeram na dé-

cada de 60 em La Rance, na Bretanha. Na Coreia fala-se em construir centrais deste género, mas penso que terá pouca viabilidade, sobretudo por causa dos impactos ambientais nos estuários. A energia das ondas é amiga do ambiente… Não há grandes interferências. É óbvio que há preocupações a ter, como o ruído que os sistemas produzem. Sobretudo a nível dos mamíferos marinhos que se guiam através de acústica, pois se o sistema gerar ruído na gama de frequências em que comunicam e emitem sons de orientação, pode trazer complicações. Outro impacto ambiental que pode ser condicionante, embora não seja crítico, tem que ver com o seguinte: quando extraímos energia às ondas estamos a reduzir-lhes a intensidade e, portanto, a diminuir a intensidade com que rebentam na costa. Ora a rebentação das ondas tem um papel ambiental importante – cria correntes costeiras que são responsáveis pelo transporte de areias. Temos

que estudar mais esta situação. Concluindo, não se pensa que os impactos ambientais sejam significativos e limitadores do aproveitamento das ondas, mas, por precaução, devem ser estudados, tendo em vista, também, identificar medidas de mitigação que os reduzam.

a empresas – no fundo, apoiamos as empresas a entrar nesta área, não só portuguesas, mas também estrangeiras. O financiamento vem daí. Para 2008, temos muitos projectos europeus. Presentemente, temos 12 empresas associadas e três instituições de investigação. As quotas representam cerca de 5%; os projectos comunitários representam cerca de 60%; as prestações de serviço representam cerca de 20% (no ano passado, 20% destas prestações resultaram de trabalhos para empresas estrangei-

Turbina da Central do Pico

Há muitas pessoas a trabalhar nisto em Portugal? No Técnico existe um grupo – eu, os Professores António Falcão e Luís Gato – e temos tido cerca de seis pessoas a trabalhar connosco, às vezes mais, outras menos. No IST há outros departamentos com alguma, mas menos, actividade nesta área. Depois, já no INETI, o Departamento de Energias Renováveis tem um grupo na energia das ondas com cerca de seis pessoas – a Dr.ª Teresa Pontes e o Dr. Paulo Justino são os responsáveis. No Centro de Energia das Ondas há, actualmente, cerca de 10 pessoas. Actualmente, o Centro dedica-se mais à investigação pura ou aplicada? A nossa preocupação principal é fazer investigação aplicada, com uma grande componente de prestação de serviços e de ligação às empresas, ao sector público e ao Estado. Temos vindo a desenvolver estudos na área das políticas públicas e trabalhamos na parte do ambiente e no apoio estratégico

ras, este ano, esta percentagem deverá ser maior); temos projectos nacionais à volta de 15%. Pretendemos aumentar esta prestação de serviços para 40%. São todos portugueses? E os patrocínios, também vêm exclusivamente de empresas nacionais? Temos tido a preocupação de integrar alunos estrangeiros – achamos que o Centro tem, de facto, uma função nacional de promover a energia das ondas, não só na perspectiva de desenvolvimento de tecnologia, mas, sobretudo, na sua comercialização e isso passa pela interligação com as empresas e com o Estado. Temos trabalhado para empresas como a EDP, Enersis, Galp e para consultoras; no estrangeiro, temos trabalhado com a Iberdrola, Shell e com instituições britânicas na área de financiamento para investigação. O Centro, apesar de ser uma instituição portuguesa, tem de assegurar uma visibilidade e uma actividade internacional. on On | 55


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QUEM CHEGA é sempre bem recebido

QUANDO SE ENTRA PARA UMA GRANDE EMPRESA É INEVITÁVEL UMA CERTA INSEGURANÇA; NÃO SE SABE COMO VAI SER A RECEPÇÃO, NEM COMO NOS VAMOS SENTIR NUMA ESTRUTURA TÃO COMPLEXA. MAS NO GRUPO EDP ESTÁ TUDO PREVISTO, ATÉ A SITUAÇÃO DOS RECÉM-CHEGADOS. COM O OBJECTIVO DE ASSEGURAR UMA integração de sucesso, disponibilizando aos novos colaboradores um conjunto de ferramentas e conteúdos informativos importantes, foi definido um conjunto de boas práticas a aplicar a todas as empresas do Grupo nas diversas geografias. Além das (também) fundamentais fases de préadmissão e admissão, o primeiro dia de trabalho tem um grande impacto para o novo colaborador. Pretende-se que esse seja um dia especial, recordado como o primeiro de muitos dias de trabalho em equipa, com empenho, pró-actividade, inovação e espírito empreendedor. As Direcções de Recursos Humanos das empresas do Grupo têm um papel fundamental neste processo, ao garantir que se aplicam os procedimentos definidos. As chefias e a equipa do novo colaborador assumem igualmente uma importância capital no êxito da integração. As bases de todos estes procedimentos estão disponíveis numa série de documentos, em papel e na intranet. Consistem em vários manuais de acolhimento que, não só explicam as práticas do Grupo, como também os nossos objectivos em relação ao desenvolvimento sustentável e ao bom ambiente (de trabalho e não só…) e o funcionamento orgânico das diversas estruturas do nosso negócio. É interessante destacar os manuais referen56 | On

tes às geografias – “Welcome to Texas” e “Bienvenido a Madrid”, por exemplo. O “Bemvindo a Portugal” é um verdadeiro guia “turístico”, com informações sobre a cultura e a vida nas regiões do país. PRINCIPAIS OBJECTIVOS • Assegurar o acolhimento enquanto processo corporativo, respeitando as diferenças culturais e linguísticas de cada geografia; • Aproveitar e evidenciar as boas práticas existentes no Grupo; • Tornar mais eficaz a integração dos novos colaboradores na empresa, na equipa e nas novas funções; • Assumir o processo como mais um instrumento de aculturação organizativa; • Facilitar a divulgação e o conhecimento das políticas, procedimentos e serviços RH disponíveis; • Acelerar o processo de aquisição de conhecimentos sobre o Grupo, o negócio, a empresa e o departamento; • Transmitir uma imagem de organização e de forte preocupação com o potencial humano, considerados estratégicos para o desenvolvimento global do Grupo EDP. on


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EDP RECEBE ESTUDANTES

da AIESEC

A AIESEC (ASSOCIATION INTERNATIONALE des Étudiants en Sciences Économiques et Commerciales) é uma organização mundial gerida por estudantes do ensino superior, que tem como objectivo o desenvolvimento do potencial dos jovens, através de várias iniciativas, nomeadamente programas de liderança, workshops temáticos, programas de estágios e intercâmbios internacionais. Esta associação tem cerca de 23.000 membros e está presente em mais de 100 países. A EDP foi a empresa escolhida pelo grupo de líderes da AIESEC Portugal, para a “reunião funcional”, que se realizou em Lisboa, no dia 21 de Julho, onde estiveram presentes 15 estudantes de 10 Universidades. A iniciativa enquadrou-se na estratégia da AIESEC de aproximar o meio universitário às empresas, dando à EDP, a oportunidade de posicionar a sua imagem perante os jovens universitários e ter acesso directo às suas opiniões relativamente a um leque diversificado de temas. Este encontro foi dinamizado pela Direcção de Gestão de Recursos Humanos de Topo e teve como convidada Marísia Giorgi, da Direcção Organização e Desenvolvimento da EDP Distribuição, que apresentou o Grupo EDP e deu o seu testemunho enquanto colaboradora. Permitiu um conhecimento mais aprofundado sobre o “mundo EDP”, através da resolução de um “estudo de caso” do Grupo promo-

vendo a interacção entre estudantes e colaboradores. No final do encontro foram recolhidos testemunhos dos jovens participantes que referiram a importância deste tipo de iniciativas: "Termos a possibilidade de conhecer a empresa, conhecer a realidade em que actua no dia-a-dia, e podermos ser parte na estratégia de aproximação da EDP ao meio universitário foi, sem dúvida, uma experiência de desenvolvimento importante, fornecendo novas perspectivas e novos desafios.” Armindo Salgueiro – Faculdade de Economia da Universidade do Porto “Como nunca tinha visto uma empresa de perto, o funcionamento, as iniciativas e todo o meio envolvente, foi excelente ter estado na EDP e ver a realidade de uma das maiores empresas nacionais. Não sabia de muitas coisas que foram ditas e os conteúdos transmitidos foram de extrema importância na contextualização, tanto do case-study como para a nossa vida quotidiana.” Anabela Reis – Universidade da Beira Interior “Os colaboradores da EDP foram todos extremamente atenciosos. Conheci melhor a empresa e as pessoas que estão por detrás desta, assim como o que tencionam fazer no futuro para jamais estag-

nar. Foi particularmente bom sentir que, tanto nós, os AIESECers, como as pessoas da EDP com quem convivemos, ganhámos com esta partilha de experiências e conhecimentos.” Teresa Amorim – Universidade de Coimbra "Foi para mim fantástico o dia que pude viver nas instalações e estar em contacto com as pessoas da EDP, e acredito que esta atitude de aproximação só pode trazer benefícios para ambas as partes.” Ricardo Cunha – ISEG “Foi muito interessante ter a oportunidade de conhecer a empresa de perto e compreender o ambiente que aí se vive e os valores que regem esta organização.” Rui Duarte – ISCTE “No início tinha uma ideia muito vaga daquilo que era a EDP, no entanto, ao longo do dia pude compreender que não é o “monstro” que parecia. Descobri uma empresa jovem, simpática, que se preocupa com os seus colaboradores, tendo na sustentabilidade e na energia pilares fundamentais da sua acção. Este tipo de actividades faz com que os jovens universitários possam decidir em que empresas gostariam de trabalhar.” Daúdo Vali – Universidade do Algarve on On | 57


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“Jovens de Elevado Potencial” do Grupo EDP O GRUPO EDP É, HOJE, UMA REFERÊNCIA internacional ao nível da implementação de políticas de desenvolvimento sustentado. Este facto reflecte-se, não só na forma como desenvolve a sua actividade no respeito pelo ambiente e bemestar da comunidade em que se insere, como também no investimento que faz para que os seus colaboradores se tornem o motor do crescimento de negócio, no cada vez mais competitivo mercado energético. Neste contexto, têm sido desenvolvidos projectos e realizadas iniciativas cujo grande objectivo é envolver os colaboradores na estratégia corporativa, promover e potenciar o desenvolvimento de competências e, consequentemente, aumentar os níveis de performance. O Programa JEP’s – “Jovens de Elevado Potencial”, com uma periodicidade anual, é um exemplo da implementação da estratégia de desenvolvimento sustentado do Grupo EDP. Após a identificação da poll de JEP’s, foi realizado um Assessment Center para avaliar o potencial de cada

OBJECTIVOS DO JEP’S Objectivos do JEP’S • Identificar os jovens com potencial de evolução na estrutura do Grupo; • Definir iniciativas específicas de desenvolvimento e aplicação de competências; • Implementar um programa de retenção e desenvolvimento de acordo com a estratégia do Grupo EDP. Critérios de participação • Idade até 40 anos; • Possuir, no mínimo, o grau de licenciatura; • Demonstrar níveis de performance acima da média; • Ser Colaborador do Grupo, há pelo menos, dois anos.

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Jovem e identificar áreas de melhoria, tendo por base as competências estratégicas definidas para o Grupo. No dia 23 de Junho, decorreu no Museu da Electricidade o “JEP_meeting’08” que reuniu os Jovens de Portugal e Espanha e marcou o arranque do Programa de Desenvolvimento de Competências. Durante um ano, estes jovens irão ter a oportunidade de concretizar o respectivo Plano de Desenvolvimento Individual (PDI), pondo à prova o seu potencial e, simultaneamente, participar nas iniciativas transversais ao programa, cujos eixos de intervenção são a Comunicação, a Liderança, a Estratégia e a Inovação. Antes do início de cada bloco, serão promovidos “Fóruns de Conhecimento” com o objectivo de fazer o enquadramento do tema. No final do Ciclo de Desenvolvimento, os JEP’s serão avaliados com base na evidência das competências estratégicas e no grau de cumprimento dos objectivos estabelecidos no PDI. O segundo Programa JEP’s_2009 arranca no último trimestre com a identificação de uma nova poll de JEP’s. on

NO BRASIL O DNA DA SUCESSÃO São 46 os talentos que respondem, atualmente, aos critérios do programa Jovens de Elevado Potencial (JEP) no Grupo EDP-Energias do Brasil. A iniciativa, lançada pela matriz, chega agora em grande forma ao Brasil. “Selecionamos jovens para serem desenvolvidos em um tempo diferenciado. Caberá a cada um fazer o seu tempo”, disse Elaine Ferreira, diretora de Gestão de Capital Humano da EDP Energias do Brasil, na abertura do evento, lembrando que o programa vai ser uma troca: a EDP-Energias do Brasil entra com o suporte, investindo em seus jovens profissionais, e estes aplicam seu empenho no processo. “Este programa não é um compromisso nem uma promessa de carreira. É preciso esforço e abertura para aprender sempre.” O grupo que mais se destacar vai a Portugal reunir-se em Novembro com António Mexia, presidente do Conselho de Administração da EDP-Energias do Brasil e presidente do Conselho de Administração Executivo da EDP-Energias de Portugal. No dia 11 de Setembro, um grupo de quatro sorteados esteve em Lisboa fazendo as primeiras apresentações pessoais do JEP para a EDP. Em 2009, os encontros em Portugal continuam, abrindo mais oportunidades de participação dos JEP do Brasil. “Essa é mais uma forma da empresa motivar as pessoas, assim como o projeto Conciliar e o Sou EDP”, diz o JEP Iuri Brandão, 27 anos, engenheiro eletricista. “Mas esse programa vai ainda além, pois valoriza e reconhece o nosso trabalho. Gostei da idéia das palestras e principalmente da oportunidade de ter um contato maior com o presidente. Isso coloca o colaborador mais próximo da alta direção.”


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OS ENERGIZADORES

continuam em acção!

ELES CONDUZIRAM COMO NINGUÉM AS TURMAS do projeto “Sou EDP”. Ampliaram seus conhecimentos sobre a empresa e foram para os mais distantes pontos onde a Energias do Brasil está presente. Além da simpatia e da dedicação, tinham como marca principal um boné azul, que os distinguia dos restantes colaboradores. Depois de dois meses de muito trabalho, o projeto chegou ao fim. Mas os desafios dos “energizadores” continuarão dentro das empresas. No final de Julho, foi feito um evento com o balanço do projeto, no qual o diretor-presidente do Grupo, António Pita de Abreu, convidou os energizadores a fazerem parte de uma equipe de trabalho que irá levantar as necessidades dos colaboradores e ajudar a empresa nos projetos.

Também será um importante aliado da área de Comunicação, ajudando na disseminação das informações. “O Sou EDP não chegou ao fim, está só a começar! Temos em marcha uma série de medidas para melhorar o que precisa ser reforçado e um desses elos de reforço são vocês”, ressaltou Pita de Abreu. “O projeto foi muito importante para a empresa e, por isso, vamos continuá-lo em outros moldes.” Um momento marcante do evento foi quando os Energizadores apresentaram histórias de como foi o processo. Histórias engraçadas que se mesclaram com momentos emocionantes vividos pelo grupo. Algo para ficar na memória do Sou EDP. on

CONCILIAR É... O projeto desembarcou no Brasil, no final do mês passado, para incentivar os colaboradores a dividir o tempo entre sua vida pessoal e profissional. Estruturado em quatro pilares - Saúde e Bem-Estar, Vida Pessoal e Profissional, Cidadania e Cultura e Apoio à Famíliao Conciliar se propõe a incentivar a reflexão sobre o tema e facilitar a vida do colaborador por meio de parcerias com fornecedores (academias, restaurantes, etc.). Duas semanas antes do lançamento oficial, foi criado o Concurso Cultural de Fotografia, no qual os colaboradores enviaram fotos de como conciliam sua vida pessoal com profissional. A participação foi surpreendente, não só pelo número de fotos, mas também pela qualidade do material enviado. O sucesso do concurso fez a Comunicação aumentar o número de ganhadores, de 20 para 30. Os felizardos levaram para casa um ipod e algumas fotos que fizeram parte da campanha de comunicação do projeto. O Conciliar foi lançado no mesmo dia no Espírito Santo, no Mato Grosso do Sul e em São Paulo (capital e interior), com um evento comemorativo. Mas as novidades foram além. Nas mesas dos colaboradores, um porta-retratos, com informações sobre o projeto, fotos dos ganhadores e, a grande surpresa, o “Vale um dia de Folga”. O brinde é válido por um ano, mas a data precisa ser negociada pelo colaborador junto ao gestor, para que não haja transtornos na área em que trabalha. Outra surpresa boa foi a criação do portal de serviços que vai ajudar o colaborador a Conciliar. Lá estão todos os convênios. A idéia, no entanto, é que ele vá crescendo à medida que você for sugerindo novas possibilidades para aumentar a rede. O portal pode ser acessado através da intranet.

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Sportinguista assumido e extremamente exigente, Rui Cabral é negociador da Plataforma de Negociação e Compras da EDP Valor. O seu trajecto nesta área iniciou-se nas compras da Distribuição, passando por Oviedo na HC e por Madrid na NEO, onde o seu conhecimento de infra-estruturas se revelou uma boa contribuição para a negociação de alguns parques eólicos em Espanha e França. De volta a Portugal, está agora nas Compras não Específicas do Grupo, que incluem telecomunicações, viaturas, infraestruturas, entre outras áreas transversais às unidades de negócio. Há sete anos na companhia, entende que o seu espírito de cooperação constante, entreajuda, boa disposição e disponibilidade para o que lhe é solicitado, marcam a sua forma de estar na EDP. Licenciado em Engenharia Electrotécnica e Computadores - ramo de Energia e Sistemas - pelo Instituto Superior Técnico, admira personalidades de todos os quadrantes: Van Gogh nas artes, Irmão Roger de Taizé na religião, Moniz Pereira no desporto, Saramago na escrita, Maxwell na electrotecnia, Einstein na Física e o pai em tudo. Nos seus tempos livres, dedica-se ao cinema, à leitura, aos jogos electrónicos, à Internet, aos animais, ao desporto e claro, ao Sporting!

Jovens

O seu desempenho, envolvimento, competência e espírito de equipa, têm-se destacado nas tarefas das muitas empresas do Grupo.

Talentos Para Charlie Turlinski, Senior Project Manager da Horizon, o sucesso da sua carreira deve-se ao leque de pessoas com quem teve oportunidade de trabalhar. A equipa da Horizon ofereceu-lhe uma oportunidade única de aprender tudo sobre as várias facetas do sector das energias renováveis: “tudo é absorvido por osmose, a pessoa só tem de ser suficientemente curiosa e estar disposta a fazer perguntas”. Há três anos na empresa, hoje é responsável pelo desenvolvimento de 200 MW da "Marble River Wind Farm" em Nova Iorque, previstos para 2009. Mesmo fora do escritório não consegue esquecer o vento. “Nos meus tempos livres envolvo-me em qualquer coisa relacionada com o sector das energias renováveis. Gosto de qualquer actividade desde que seja perto do mar.” Com apenas 32 anos, frequentou o Skidmore College e o MIT - Sloan School of Management.

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Fernando Costa Duarte, licenciado em Engenharia Electrotécnica e de Computadores pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, ocupa o cargo de licenciado II no departamento de redes AT/MT da Direcção de Projecto e Construção da EDP Distribuição. A trabalhar há treze anos no Grupo, é hoje responsável pelo projecto e gestão integral da construção de linhas aéreas e subterrâneas de Alta e Média Tensão. Quando não está sob “tensão” gosta de passar os tempos livres em família, ir ao cinema, ler, ouvir música e jogar voleibol. Aliás, a música é algo que o acompanha diariamente já que não prescinde do seu MP3. Viajar é outra das suas paixões e é a única coisa de que se arrepende de não ter feito mais vezes ao longo da vida: “o meu sonho é dar a volta ao mundo. Sempre que posso, gosto de viajar e de conhecer novas culturas.”

Engenheira civil, Ana Paula Moreira entrou para a EDP em 1996. O facto de se ter tornado numa “jovem talento” da companhia deve-se, sobretudo, ao seu entusiasmo e empenho em desenvolver o trabalho de forma a criar valor para a empresa. O seu sucesso é, também, potenciado pelo facto de estar integrada num Grupo com grande conhecimento acumulado e numa área com projectos muito interessantes e únicos a nível nacional.

Aos 19 anos começou a trabalhar na Bandeirante. Já lá vão onze anos e hoje, Joselino Santana Filho é engenheiro electricista de Estudos e Projetos (Gerência de Medição). O seu dia é passado a supervisionar a operação dos sistemas de Telemedição de Fronteira e Facturamento, visando fazer face às exigências regulatórias e à contabilização da carga da Bandeirante. O sucesso deve-se ao facto de fazer aquilo de que realmente gosta: “actuar numa área com a qual me identifico buscando sempre o aprimoramento acadêmico e trabalhar sempre envolvido com os companheiros e as metas da área com proactividade e senso crítico”, afirma. Fora da empresa tem uma paixão antiga: “pratico voleibol desde os 12 anos de idade. Sempre que posso reúno-me com os amigos para uma partida”. Além do desporto toca violão, gosta de cinema e de passar os fins-de-semana com a mulher e a filha.

O seu dia-a-dia é passado na elaboração de Estudos e Projectos ligados aos Aproveitamentos Hidroeléctricos na área de Engenharia Civil. Ocupa actualmente a função de Quadro Superior na Direcção de Projectos e Investimento da EDP Produção, no Departamento de Fundações e Estruturas. Fora de portas dedica-se às filhas, à leitura e ao seu bem-estar, praticando Yoga e Pilates. Considera que a sua maior extravagância é viajar, algo de que não abdica!

Carlos Arias, advogado da Naturgas Energía, passa a maior parte do tempo a acompanhar os desenvolvimentos legislativos e a produzir e implantar soluções jurídicas capazes de criar valor e neutralizar os impactos negativos em temas cruciais para as diferentes actividades da cadeia de valor da Naturgas Energía. Há quase três anos na empresa, este jurista acredita que o que mais contribuiu para a sua carreira no Grupo, foi a identificação com o projecto empresarial, assim como com as mudanças, todos os seus desafios e oportunidades. “São altamente motivadores e entusiasmantes. Por outro lado, as pessoas que fazem parte da empresa tornam o trabalho fácil apenas com o sorriso na boca”. Quando tem tempo, o seu hobby número um é brincar com a filha de dois anos. Depois, segue-se o gosto pela prática de desporto com os amigos ao ar livre e viajar com a mulher sempre que pode. On | 61


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PARQUE NATURAL

do Douro Internacional A NATUREZA, QUE A EDP SE IMPÕE PRESERVAR, NÃO É SÓ UMA NECESSIDADE PARA A VIDA, MAS TAMBÉM UM PRAZER ESTÉTICO. ANTÓNIO MARQUES FOI LÁ PARA GRAVAR PARA O CANAL EDP ON E FICOU INSPIRADO.

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O HORIZONTE CINZA SUAVIZA AS FORMAS agrestes das fragas mais próximas, e dos montes que se sucedem interminavelmente. Bátegas de chuva descem dos céus em cortinas escuras, a uma dezena de quilómetros ou mais de distância, a norte. O vento levantou-se e ensurdece. A tempestade espalha-se, ignorando fronteiras entre Portugal e Espanha. A única coisa que separa os dois países é o rio Douro, umas centenas de metros abaixo. Ignora-se o curso da tempestade: tanto pode estar prestes a chegar, como a correr ao longe sem passar de ameaça feia. As rajadas de ar morno e violento inquietam mais que os trovões estourando e ecoando regularmente até se perderem, segundos antes de os relâmpagos atingirem as serras. As últimas andorinhas de Agosto e os pombos torcazes, cautelosamente, recolhem-se. O melro-azul deixou de cantar. O tempo adverso é uma verdadeira oportunidade para outras aves. Abaixo do Penedo Durão, saindo do abrigo das rochas escarpadas, um por um, largam os grifos, abrindo as asas enormes com perto de três metros de envergadura, confundindo-se com o solo

acastanhado. Não há ave maior no nosso país. Indolentes, procuram o vento sem qualquer receio, aproveitam a corrente de ar e, num voo rodado, ascendem às alturas até não serem mais que pequenos pontos negros contra o céu escuro. Mais pequenos e velozes, acompanham-nos na subida, dois abutres-do-egipto. Apesar da altitude atingida, as suas vidas estão ligadas à terra, fonte de sustento e, tal como outras grandes rapinas do Parque Natural do Douro Internacional, unidas ao Homem por fortes laços que se criaram desde sempre. E que agora se quebraram. As aves de rapina enfrentam maiores perigos que ventos tempestuosos. O Parque Natural criou-se há 10 anos para proteger espécies únicas e raras no país e na Europa: o abutre-do-egipto, a águia de bonelli, a cegonha preta. Os oitenta e cinco mil hectares do Douro Internacional beneficiam muitas outras grandes aves: o falcão peregrino, a águia-real, o milhafre. Estes predadores dependem de uma imensa cadeia de vida abaixo deles.


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Neste microclima mediterrânico, o homem plantou oliveiras e amendoeiras em arribas trabalhadas em socalcos atapetados de cereal. Semeava-se centeio, trigo, trabalhavam-se hortas, criavam-se animais domésticos. Os campos foram sendo abandonados, sobretudo a partir dos anos 80. A falta de hortas e cereais, juntamente com a maleita, fez sumir coelhos. As perdizes ausentaram-se. Os pombais, usados para ter pombos para alimentação e estrume, abandonados. Deixou de haver abundância de animais, quer vivos, quer mortos, para alimento das aves de rapina e necrófagas. A relação que o homem criou inadvertidamente com as espécies selvagens cessou sem que elas estivessem preparadas para o novo cenário. Dos catorze casais de águias de bonelli existentes, sobram sete. O elo entre Homem e a vida animal no Parque Natural do Douro está a ser recriado. Rompidos os equilíbrios, estabelece-se uma teia de estruturas que sustentam as aves. Actualmente, o programa de emergência financiado inteiramente pela EDP com 363 mil

euros, permite que as ONG e o Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade criem alimentadores de abutres, abram charcos, façam sementeiras e reactivem pombais, junto aos locais de nidificação das espécies em perigo. Ao entardecer na Caleira, um dos casais de águias de bonelli pica direito ao pombal. Com as águias, abatem-se sobre a terra pingos gordos e isolados de chuva. Aspira-se o forte aroma de orégãos e a intensidade da terra molhada; suaves odores de zimbro e de musgo ensopado. Os relâmpagos caem perto, mais velozes que as águias que acabam de garantir o alimento. O bando de pombos e outro de milharucos esvoaçam para longe, assustados. O programa de emergência parece já estar a dar resultado. Dos sete casais de águia de bonelli, quatro procriaram este ano. Nasceram cinco crias. Não há recordação de tantos nascimentos num só ano. Quando a noite cai, as águias levantam voo em direcção ao horizonte, avessas à presença humana. Nos bicos levam a refeição para a cria e mais: a garantia da continuidade da vida. on On | 63


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Primeiro-Ministro visita Picote Foi no passado dia 30 de Junho que Picote recebeu o Primeiro-Ministro, José Sócrates, que presidiu à assinatura dos contratos de empreitadas gerais de construção do aproveitamento hidroeléctrico do Baixo Sabor e do reforço de potência de Alqueva. Foram cerca de 180 os convidados que tiveram a oportunidade de visitar a obra em curso e percorrer uma exposição demonstrativa dos projectos de Picote II, Bemposta II, Baixo Sabor, Alqueva e outros mais abrangentes sobre Ambiente e Sustentabilidade, que mostram a estratégia da EDP para o domínio hídrico. Da EDP Produção, para além da Direcção, estiveram presentes os elementos das Equipas de Projecto e os responsáveis ou representantes dos PHDR e PHTM.

circuito fechado os acontecimentos do mundo empresarial edp

Aposta na Polónia A norte de Poznan, em Margonin, a EDP Renováveis ergue um parque eólico de 120 MW dos 1.000 MW que irá instalar, um investimento superior a 1.000 milhões de euros. Com a construção inicial – 20 MW até final de 2008; 100 MW até 2009, com um custo de 160 milhões de euros – a

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Polónia duplica a sua capacidade eólica instalada. No lançamento oficial do parque de Margonin, a 4 de Setembro, António Mexia e Ana Maria Fernandes anunciaram que a Polónia será a plataforma de lançamento da EDP Renováveis no mercado dos países de Leste.


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Chegar a 17 mil clientes

Viajar mais fácil

A HC Energía construiu quase trinta quilómetros de rede – divididos em duas linhas de 14.239 metros – que permitirão uma importante melhoria da capacidade, qualidade, continuidade e segurança do abastecimento eléctrico a mais de 17.000 clientes dos municípios costeiros de Carreño e Gozón nas Astúrias, zonas com um importante crescimento urbanístico. Já entraram em funcionamento duas novas linhas de distribuição de 20 kV que partem da subestação de Tabiella e percorrem os concelhos de Avilés e Gozón. São compostas por três linhas subterrâneas e duas aéreas (parte de duplo circuito, parte em quádruplo circuito, com um total de 63 apoios instalados, assim como várias ligações com linhas já existentes). Instalou-se, também, uma linha com cabo que possibilita a comunicação com os serviços internos e externos da HC Energía. O investimento global, que superou os 3,2 milhões de euros, permitirá desmontar linhas áreas à volta de Luanco, facilitando a expansão do núcleo, além de melhorar, de forma notável, a qualidade do abastecimento aos habitantes desta zona da costa central asturiana.

A Plataforma de Negociação e Compras da EDP Valor lançou um concurso e negociou a prestação de serviços de gestão de viagens e estadias em hotéis internacionais, para empresas do Grupo EDP sediadas em Portugal, Espanha e Brasil. No processo negocial e de selecção das empresas finalistas, foi atribuída uma melhor classificação às que propuseram os melhores preços globais, proporcionando, igualmente, uma maior abrangência territorial e valores idênticos para o fornecimento dos serviços nos três países. Ao operar com uma única agência, o Grupo EDP pode obter acordos que as suas empresas, só por si, não poderiam conseguir, e permite uma política única de gestão de viagens Esta prestação de serviços foi adjudicada à empresa Geotur, pelo prazo de dois anos, até 2010.

Geração puxa por Ebitda do Grupo no Brasil O segundo trimestre de 2008 trouxe boas notícias para os resultados da EDP-Energias do Brasil. O Grupo registrou um EBITDA (resultados antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) de 323,4 milhões de reais (cerca de 134,75 milhões euros), um aumento de 3,8% em relação ao segundo trimestre de 2007. A grande protagonista nesta subida é a geração: o EBITDA atingiu 117,5 milhões de reais, (cerca de 49 milhões de euros) o que representa um crescimento de 19% em relação a 2007. A Receita Líquida Consolidada atingiu 1,203 bilião de reais, um valor 3,9% superior em relação ao segundo trimestre de 2007. Os gastos gerenciáveis, excluindo a depreciação e amortização, apresentaram redução de 15,9% em relação ao segundo trimestre de 2007.

A energia como arte A HC Energía esteve presente na Feria Internacional de Muestras de Asturias (FIDMA) com um pavilhão inovador que imitava a estrutura de uma central de geração, e teve uma grande afluência de visitantes. Na zona comercial do pavilhão, oito postos de atendimento ao cliente disponibilizavam informação sobre os projectos que a HC Energía tem em curso e promoção. Durante os dezas-

seis dias da Feira, houve muitas inscrições em programas e serviços, como Funciona Luz ou Facturação Electrónica, superando os números alcançados no evento do ano anterior. A exposição interactiva “El arte de la Energía” permitiu aos visitantes desenhar com luz, convertendo energia num instrumento para arte. Segundo um inquérito realizado a mais de três mil visitantes, esta foi a zona que mais

agradou ao público, devido à sua natureza inovadora e impacto visual. Na zona de ‘puntos HC’, os clientes que aderiram a este programa tiveram a oportunidade de trocar os seus pontos no stand e usufruir de promoções especiais aplicáveis na Feira. Foram 1.520 os novos clientes que se juntaram a este programa de fidelização. As actividades destinadas aos mais novos tiveram lugar no jardim exte-

rior. Participaram em ateliers e actividades relacionadas com a poupança e a eficiência de energia e o cuidado pelo meio ambiente. Um dos aspectos mais positivos foi a satisfação que os visitantes revelaram pelo pavilhão – 97% dos inquiridos classificou de “excelente” ou “bom” as instalações e pontuou de 4,9 sobre 5 pontos, a amabilidade e atenção do pessoal da HC Energía.

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Vento e água salgada A X Semana Asturiana de Vela, organizada pelo Club Marítimo de Luanco e patrocinada pela Fundación Hidrocantábrico e Cajastur, foi um êxito! Este ano, inscreveram-se na última jornada 40 embarcações. A prova, que faz parte do Campeonato de Asturias de Crucero, teve lugar de 19 a 27 de Julho em águas do Cantábrico. O tiro de partida desta prova contou com um inovador desafio: uma regata de Solitários, que, pela primeira vez, chegou ao porto de Avilés. A cidade costeira juntou-se ao percurso desta tradicional prova. O último dia coincidiu com a exibição do Exército do Ar em Gijón que converteu os aviões militares em acompanhantes dos veleiros durante a celebração da prova, e foi seguida por centenas de milhares de pessoas.

circuito fechado os acontecimentos do mundo empresarial edp Avança Termelétrica em Porto do Pecém

Começaram as obras para a instalação da Usina Termelétrica Porto do Pecém, em São Gonçalo do Amarante, no Ceará, com operação prevista para 2011. O empreendimento é uma parceria entre a EDP-Energias do Brasil (50%) e a MPX Energia (50%), uma empresa brasileira do Grupo EBX, e terá uma capacidade instalada de 720 MW. Cerca de 4.500 pessoas serão empregadas direta e indiretamente durante a fase de cons66 | On

trução da Usina Termelétrica, que usará, como matéria-prima, carvão mineral importado e a mais moderna tecnologia, alinhada com rigorosos parâmetros de sustentabilidade, para garantir a baixa emissão de poluentes. O projeto foi concebido de acordo com os mesmos padrões utilizados em térmicas na Europa. Ainda no âmbito do projeto Porto do Pecém, estão sendo desenvolvidas diversas parcerias sócio-ambientais do Estado, entre elas, o apoio financeiro para a ampliação da infra-estrutura e manutenção do Jardim Botânico de São Gonçalo do Amarante. A UTE Porto do Pecém resulta de um longo período de análises realizadas, em conjunto, pelas duas empresas e vai responder a um consistente crescimento da demanda brasileira de energia.

Tensão mais alta A Ferpinta é um Cliente B2B, presente no mercado português, espanhol e PALOPs em diferentes sectores de actividade, como o fabrico de tubos de aço, maquinaria para a agricultura e mais recentemente, também na hotelaria. O projecto levado a cabo pela Equipa de Serviços de Energia da EDP Corporate teve como objectivo, a construção de uma subestação e alteração do Nível de Tensão de Fornecimento de 15 kV para 60 kV, com a implementação de uma linha aérea de mais de 6 km e alteração da potência instalada de 3,5 MVA para 10 MVA, motivados por necessidades de produção de tubos estruturais de maiores dimensões, a nível de diâmetros e espessuras, no sentido de atingir novos mercados alvo. De salientar que, tendo em conta, o consumo expectável da

nova instalação somado ao das já existentes e o diferencial de tarifas, estimase um período de retorno entre três a quatro anos, de um projecto que rondou os 2 M¤. O Presidente do Conselho de Administração do Grupo Ferpinta – Comendador Fernando Pinho Teixeira agradece a contribuição da EDP no sucesso deste empreendimento industrial, vocacionado para o fabrico de tubo estrutural.


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