Energia sem limites · Maio | Junho * 2010 Nº17
MERCADO Liberalização atrai mais clientes em Portugal e na Espanha
GÁS NATURAL Nova regulamentação entra em vigor
EM DEBATE A ética nas empresas
Évora InovCity A primeira cidade inteligente da Península Ibérica Conheça todas as novidades na distribuição de eletricidade ENTREVISTA Miguel Stilwell de Andrade e António Vidigal “Os próximos 20 anos vão representar uma revolução no setor elétrico”
Editorial
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Na linha da frente da inovação
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EDP lançou, no início de abril, seu projeto de Inovcity – ou cidade inteligente – em Évora. Assim, deu mais um passo para colocar Portugal na linha de frente, sob o ponto de vista de inovação no setor, em termos mundias. Trata-se de um projeto que visa potenciar a cidade com o que de melhor pode existir com as redes inteligentes, desde a microgeração, ao veículo elétrico, ou aos contadores inteligentes. Até o final do ano, serão 50 mil clientes que terão acesso a tal tecnologia, que permitirá uma gestão mais rigorosa dos consumos de cada um, potenciando a aposta da EDP na promoção da eficiência ener-
Paulo Campos Costa Diretor de Marca e Comunicação
gética. Trata-se da primeira Inovcity da Península Ibérica, um modelo para o restante da Europa. Assim, abre a porta a um potencial de novos negócios para PME nacionais. Com essa iniciativa, contando com a presença do Primeiro-ministro português, José Sócrates, reafirmamos a capacidade de estar na linha de frete em um setor em verdadeira revolução. Eis o primeiro número da nova Revista da EDP. Uma “ON” pensada para responder às necessidades de um grupo cada vez mais global, multigeográfico, de partilha de conhecimento, potenciando as pessoas que nela trabalham diariamente. A partir de hoje, a revista passa a ter um componente comum a todas as geografias; e verdadeiramente se dá a partilha de conhecimento entre os vários países. Assim, mostra-se o que de melhor se faz dentro do grupo. Depois, cada uma passa a ter um componente dedicado exclusivamente ao seu mercado, numa intenção clara de responder às necessidades mais locais do grupo. Atualizamos também o grafismo da revista, com a introdução de melhorias pontuais, revelando maior cuidado gráfico e fotográfico. Acreditamos que nossa revista será um orgulho, pois todos podem revê-la. E pensamos ser útil e interessante para todos!
Até ao final do ano, 50 mil clientes terão acesso às redes inteligentes, o que permitirá uma gestão mais rigorosa dos consumos de cada um e promoverá a eficiência energética
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índice Maio | Junho Energia sem limites · Maio | Junho * 2010 Nº17
MERCADO Liberalização atrai mais clientes em Portugal e Espanha
GÁS NATURAL Nova regulamentação entra em vigor
EM DEBATE A ética nas empresas
Évora InovCity A primeira cidade inteligente da Península Ibérica Conheça todas as novidades na distribuição de electricidade
Évora foi a primeira cidade portuguesa a receber o projeto InovGrid. A EDP está na linha de frente nas redes inteligentes e promete mudar para sempre a forma como os clientes lidam com a energia
ENTREVISTA Miguel Stilwell de Andrade e António Vidigal “Os próximos 20 anos vão representar uma revolução no sector eléctrico”
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On é uma edição bimestral Proprietário EDP – Energias de Portugal, SA Praça Marquês de Pombal, 12, 1250-162 Lisboa Tel: 210 012 680 Fax: 210 012 910 gmc@edp.pt Diretor Paulo Campos Costa
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António Vidigal e Miguel Stilwell de Andrade explicam, em entrevista, o impacto que terão ter as redes inteligentes na área da energia
Editora Península Press SL Rua dos Correeiros 120, 4º esq , 1100-168 Lisboa Administrador executivo Stella Klauhs info@peninsula-press.com Redação Eduardo Marino (editor), Joana Peres (redatora), Arte Marta Conceição, Miguel Freire e Nuno Teixeira Fotografia Hugo Gamboa, José Reis e Adelino Oliveira, iStockphoto, SXC Revisão Ana Godinho Coordenação EDP Margarida Glória Distribuição gratuita Portugal – 23.000 exemplares; Espanha – 2.000 exemplares; Brasil – 2.500 exemplares
Isenta de registo na E.R.C., ao abrigo do decreto regulamentar 8/6, artigo 12º nº1-a
í n d i ce
A ILUSTRARTE – IV Bienal Internacional de Ilustração para a Infância – encantou crianças e adultos no Museu de Eletricidade
56 6 fórum Perguntamos aos colaboradores EDP quais as maiores vantagens para o grupo com a implementação das redes inteligentes
7 bolsa 8/13 cultura edp 14/16 mercado 18/19 causas A APPT21 é uma das associações apoiadas pela Bolsa de Valores Sociais
20/23 inovação 24/33 em foco Tudo sobre o projeto InovGrid, inaugurado em Évora, com grande sucesso
38/39 em debate Ética empresarial é o tema que reúne quatro opiniões de diferentes personalidades
40/41 capital humano
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O programa sou+edp pretende mobilizar todos os colaboradores do grupo
42/43 a nossa energia As notícias que ligam os centros produtores às comunidades envolventes
64 em destaque Teresa Pereira, da secretaria-geral e assessoria jurídica do Grupo EDP
34 O mentor da Bolsa de Valores Sociais faz o balanço desta iniciativa de solidariedade social, em Portugal
A EDP associa-se às comemorações do Ano Internacional da Biodiversidade, uma iniciativa lançada pela ONU. Saiba quais são os desafios para o Dia B, no próximo 22 de maio on 5
fórum* R E D E S I N T E L I G E N T E S · A O n p e rg u n ta
Quais as maiores vantagens na introdução do sistema InovGrid nas cidades portuguesas? · O projeto InovGrid procura responder a um novo paradigma energético que passa pela aposta nas renováveis, pela microgeração e pela procura de uso mais eficiente da energia. O Grupo EDP está na linha de frente no desenvolvimento das smart grids (redes inteligentes), o que envolve a instalação de Energy Box na casa dos clientes. O projeto-piloto já se iniciou em Évora. · PERGUNTAMOS AOS COLABORADORES – DE PORTUGAL, ESPANHA E BRASIL PELA INTRANET E RECEBEMOS VÁRIAS RESPOSTAS E COMENTÁRIOS
Melhoria na eficiência energética e redução das emissões de CO2, através do aumento da integração de energias renováveis e da promoção da mobilidade elétrica
Modernização da rede elétrica, com maior informação, comunicação, tecnologia, e melhoria da qualidade do serviço
Vantagens econômicas para o grupo, permitindo reter e captar mais clientes, oferecendo novos planos tarifários e serviços de valor acrescentado
Redução substancial de custos operacionais
40,2%
38,3%
9,1%
8,6%
Maior visibilidade para o Grupo EDP, em termos internacional, demonstrando que faz parte da vanguarda tecnológica
3,8%
Comentários “A possibilidade de se cortar e ligar a energia à distância é de uma importância nuclear para uma boa gestão do nosso produto de venda: a elétrica. As perdas comerciais irão diminuir de forma significativa.” PORTUGAL “(...) Nossa visão na área de Sistemas de Controle da EDP Bandeirante é que as tecnologias que temos, em operação na rede de AT e MT, está próxima daquelas em implantação em Portugal. Temos que dar mais passos no aprendizado com a equipe portuguesa, para alinharmos os processos e conhecermos as dificuldades encontradas e as
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soluções adotadas para a total gestão da rede elétrica na cidade de Évora (...)” Francisco Pires – BRASIL “A grande vantagem é a evolução que esta nova tecnologia permite. A funcionalidade aproxima o consumidor da energia aos seus gastos, procurando envolvê-lo numa análise mais cuidada do seu consumo de energia, algo que até agora era pouco possível na prática. Hoje, cada um de nós tem a possibilidade de mostrar como poupa, realmente, a energia; e não a desperdiça, fundamentando-se em dados que a smart grids trazem.” PORTUGAL
“Escolheria todos os itens, mas como tenho apenas uma escolha, opto pela modernização da rede elétrica... À EDP, parabéns pela inovação, pelo pioneirismo e pelo espírito empreendedor. Só podemos desejar boa sorte e sucesso!!” BRASIL “Estas situações mostram que o Grupo EDP não está parado, vendo apenas passarem os anos; mas, sim, tenta – permanentemente – evoluir na melhoria tecnológica e na sua implantação.” PORTUGAL
O s co rd õ e s d a b o l s a
EDP
3,0200
EDP retempera energias do PSI-20 A Bolsa Nacional encerrou em alta, acompanhando o movimento dos outros. mercados do restante da Europa, sustentando o índice de referência nacional, o qual esteve, sobretudo, a EDP. O PSI-20 fechou valorizando 0,92%, para se fixar nos 8.344,29 pontos, com 18 títulos em alta e dois em baixa, numa sessão em que mudaram de mãos 48,3 milhões de ações. A praça lisboeta foi, aliás, a que mais terreno ganhou na sessão de hoje na Europa. No restante do Velho Continente, o movimento foi também generalizadamente positivo, com exceção da Grécia. Os mercados acionistas estão sendo impulsionados pelos resultados acima do esperado da Intel e do JPMorgan Chase, que intensificam a convicção de um fortalecimento da retoma econômica. O Stoxx Europe 600 disparou mesmo para o nível mais alto, desde setembro de 2008. Só a Bolsa de Atenas é que não conseguiu acompanhar esse ânimo, tendo fechado com uma perda de 2,05%. A praça grega foi penalizada pelo fato de as “yields” das suas obrigações, há 10 anos, estarem, hoje, subindo 26 pontos base para 7,07%, com os investidores exigindo um retorno maior para financiarem a Grécia. A tendência de subida registou-se, aliás, na generalidade dos prazos. Em Portugal, a empresa que mais sustentou o índice de referência nacional foi a EDP. A elétrica, liderada por António Mexia, subiu de 1,13% para 3,035 euros. u Negócios,
14 de abril, Carla Pedro
UBS oferece potencial de valorização de 8% à EDP Renováveis O banco de investimento UBS retomou a cobertura da EDP Renováveis, atribuindo-lhe uma recomendação de neutral, para um prazo de 12 meses; e de comprar, para um período de três meses. Além disso, o analista do banu Negócios,
co de investimento suíço, Alberto Gandolfi, atribui um preço-alvo de 6,25 euros ao braço das renováveis da EDP, o que lhe confere um potencial de valorização de 8% face ao valor de encerramento de sexta-feira.
1 de abril, Susana Domingos
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cultura edp Os métodos mais eficientes e os valores que servem de exemplo
Melhor CEO da Europa na área de energia
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ntónio Mexia, presidente executivo da EDP, é o melhor CEO da Europa na área da energia. A distinção, atribuída pela conceituada publicação financeira Institutional Investors, é resultado da votação de mais de mil analistas que acompa-
nham o desempenho das empresas listadas na Bolsa de Valores. A reputação da gestão da EDP nos mercados financeiros internacionais rendeu ainda mais três prêmios atribuídos a Nuno Alves, Miguel Viana e Rui Antunes.
PRÉMIOS RECEBIDOS PELO GRUPO EDP: – 1º Lugar: CEO – Sell Side – Energy – António Mexia – 3º Lugar: CEO – Buy Side – Energy – António Mexia – 3º Lugar: CFO – Sell Side – Utilities – Nuno Alves – 3º Lugar: IR Professional – Buy Side – Utilities – Miguel Viana – 3º Lugar: IR Professional – Sell Side – Utilities – Rui Antunes (EDP Renováveis)
EDP entre as cinco melhores da Europa t 8 on
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EDP é das mais cotadas da Europa na gestão da relação com investidores. A empresa foi distinguida pelo IR Global Ranking como uma das cinco primeiras na categoria de Best Ranked Financial Disclosure Procedures in Europe e de Best Ranked Corporate Governance Practices in Europe. As duas categorias em que a EDP mais se destaca traduzem a qualidade da informação financeira disponibilizada e ainda os bons resultados do modelo de gestão corporativa em vigor.
Esse é um ranking que se realiza há 11 anos e que, nesta edição de 2010, conta com a 35 países, ditinguindo as empresas em seis diferentes categorias. A distinção é atribuída por um júri independente, o qual avalia os resultados recolhidos sobre as empresas concorrentes pela equipe de analistas da MZ Consulting. O IR Global Ranking é realizado com a colaboração da Bloomberg, KPMG, The Bank of New York Mellon, entre outras instituições de referência.
C u l t u ra E D P
Pilar de Sustentabilidade dos Negócios O Grupo EDP – líder no mercado das empresas cotadas na Euronext – incorporou, desde o primeiro momento em que os temas de controle interno foram regulamentados no mercado americano, os procedimentos e controles inerentes à sua utilização no grupo
"O âmbito do trabalho envolve as atividades desenvolvidas nas diversas unidades de negócio, contas, processos e respectivos controles realizados no ano de 2010"
A
preferência dos investidores por aplicações em empresas sustentáveis e de credibilidade, associado à política do grupo, na utilização das melhores práticas, permitiu a mobilização de recursos para a implementação voluntária do Sistema de Controle Interno do Relato Financeiro (SCIRF). O novo Código de Governo das Sociedades da CMVM, publicado em 2010, recomenda também a criação de sistemas de controle interno, tendo em vista a salvaguarda do
valor das empresas e a transparência do governo societário. Nesse sentido, está em curso um projeto de avaliação do SCIRF, com o apoio do Auditor Externo, tendo por objetivo a emissão de um relatório de conclusões e a de um parecer sobre a qualidade e robustez do sistema de controle interno do Grupo EDP. O âmbito do trabalho envolve as atividades desenvolvidas nas diversas unidades de negócio, contas, processos e respectivos controles
realizados no ano de 2010. Estão envolvidos no projeto as principais empresas da Geografia de Portugal: HCE, NGE, EDP R Europa + HWE e EDP Brasil, com a coordenação do Centro Corporativo. Estamos seguros de que o projeto vai merecer o envolvimento e empenho de todos os responsáveis SCIRF, certeza de que sairemoscom uma performance positiva, em fevereiro de 2011, com a emissão do parecer pelo Auditor Externo. on 9
C u l t u ra E D P E d p w a y
“The only way to become and stay lean is to produce lean managers” – Jim Womack “A relentless barrage of “why’s” is the best way to prepare your mind to pierce the clouded veil of thinking caused by the status quo. Use it often.” – Shigeo Shingo
Atendendo à importância de consolidar os negócios, criar valor e aumentar a execução no novo ciclo previsto pelo Plano Estratégico 2009-2012, a EDP lançou o Programa EDP Way, no qual se inclui o Lean. Saiba mais sobre esse projeto que pretende evitar todos os desperdícios, ou seja, recursos e atividades que não acrescentam valor para o cliente
Eliminar desperdícios com a participação de todos O Lean II, projeto integrado no programa EDP Way, visa à mobilização e o envolvimento dos colaboradores na resolução dos problemas no diaa-dia das suas actividades. É seu objetivo promover uma cultura de melhoria contínua e participativa, por meio da implementação da abordagem Lean a novos negócios e geografias do grupo, da disponibilidade de apoio metodológico transversal e da consolidação com os projetos já existentes. 10 o n
A metodologia Lean surgiu nos anos 50 do século XX, após a II Guerra Mundial. Taiichi Ohnno e seus precursores (Sakichi Toyoda e Kiichiro Toyoda) implementaram um novo método dentro da sua empresa. Jim Womack analisou-o e descreveu-o, num método, num estudo do (MIT), no início da década de 90 do mesmo século, dandolhe o nome de Lean Manufacturing (mais tarde, Lean Management). Lean significa “sem desperdício”, “sem gordura”. Tem como base o princí-
pio japonês, iniciado na Toyota, de eliminação de muda(desperdícios), mura(variabilidade) e muri (sobrecarga), por meio de kaizen uma melhoria contínua ou, literalmente, uma mudança para melhor. Os desperdícios são todos os recursos e atividades, que não acrescentam valor para o cliente. O Lean tem uma abordagem bottom-up e incremental, envolvendo toda a organização; a melhoria faz parte do trabalho do dia-a-dia de todos.
E d p w a y C u l t u ra E D P
Eventos Recentes
Resultados esperados • Clarificação e reforço do que é o “Lean EDP”; • Melhor formação dos colaboradores; • Maior motivação, envolvimento e comunicação; • Comprometimento da gestão com a metodologia; • Adoção de rotinas de partilha de experiências entre os diversos programas já implementados; • Troca colaborativa do conhecimento do Lean dentro da empresa; • Generalizar a prática cultural de os problemas serem analisados até à causa-raiz, com melhor aplicação das ferramentas e mais envolvimento na execução; • Afirmação do Lean em todos os negócios e geografias do grupo • Consolidação de uma cultura participativa, focada nos conceitos de melhoria contínua.
São habitualmente definidos sete tipos de desperdício (ou seja, atividade que não acrescenta valor): produção excessiva, espera, transporte, sobreprocessamento, inventário, reprocessamentos e deslocação. A esses, acrescentase o desperdício de não serem ouvidas as pessoas que, efetivamente, lidam com a produção ou o serviço – o gemba (em japonês). A adoção e a aplicação da metodologia têm trazido excelentes resultados para as empresas. Permitem, de uma forma sustentada, analisar e resolver problemas, identificando sua causa-raiz, eliminar desperdícios e analisar e implementar oportunidades de melhoria. A aplicação do Lean na EDP contribui para a otimização da gestão, para uma maior fluidez nos processos de suporte, para aumentos da eficiência, produtividade e competitividade. Torna-se muito importante também porque o Lean relaciona-se aos comportamentos das pessoas no dia-a-dia. É o sentimento dos colaboradores de participação ativa em contribuição para melhorar a performance diária.
Foram, recentemente, concretizados alguns dos objetivos do Lean II do EDP Way: – Expansão do Lean a novas geografias, nomeadamente na EDP Valor e na EDP Gás – Partilha de experiências interempresas, com a realização de oito ‘lean days’ locais, tendo envolvido mais de 550 colaboradores e a realização de fórum de debate Lean entre a EDPD e a EDPP – Garantia de sustentabilidade, com a discussão colaborativa do manual Lean entre colaboradores de todas as empresas
Linhas de orientação do Lean II: • Generalizar o Lean na EDP – lançamento de outros programas (negócios e geografias); • Garantir sustentabilidade – mecanismos de reforço, role-modeling e rotinas estruturantes; • Partilhar experiências – Estabelecer o Lean como metodologia de melhoria operacional comum ao grupo.
Pedro Gaivão, responsável pelo Projeto Lean II o n 11
C u l t u ra E D P E d p w a y
Quais os objetivos, as equipes e quem é responsável? EQUIPA
OBJECTIVO
RESPONSÁVEL
Novos programas
Apoio interempresas aos novos programas e expansão dos já existentes
Diogo Cordeiro (EDPP)
Plano de comunicação
Comunicação dos princípios Lean a todos os colaboradores EDP, integrados no plano de comunicação do EDP Way
Robalo Jorge (EDP SC)
Compromisso direções
Reuniões de alta direção sobre o Lean, sensibilização às chefias intermediárias; Lean como forma de atingir objetivos concretos, visitas ao terreno pelos responsáveis. Fomento de rotinas de gestão Lean
Virgínia Andrade (EDP D)
Manual Lean corporativo
Repositório de regras e boas práticas do Lean – comum ao Grupo EDP
Fernando García Agudo (HC)
Parcerias
Intercâmbio de experiências entre as universidades e o Lean nas empresas EDP – formação, apresentações de exemplos, casestudies, participação em doutoramentos/mestrados
Diogo Cordeiro (EDPP)
Lean day
Evento Lean com participação de oradores e convidados externos, com maior debate sobre a metodologia de trabalho Lean
Plano de formação
Networking Lean
Formadores recomendados e categorizados pelo tipo de formação (partilha de experiências das empresas com formação Lean) / integração do Lean em temas como universidade EDP, alinhamento com a P.F.M. no enriquecimento do catálogo de formação em Lean Criação de rotinas de partilha/debate entre os diversos Lean, pelos responsáveis das diversas empresas / Repositório de informação sobre a metodologia e os programas / promover visitas aos Lean interempresas
Filipe Lucas (DSI)
João Gonçalves (EDPV)
Pedro Gaivão
DESDE QUANDO E ONDE É APLICADO O LEAN NA EDP?
Significa "ir e ver por si mesmo" e é parte integrante da metodologia Lean. Refere-se à prática de os gestores não se basearem apenas em informação e observações filtradas e retiradas de contexto, de conhecerem, em primeira mão, o gemba, ou local onde se desenrolam as atividades. Como vantagens da aplicação desse princípio, incluem-se decisões mais adequadas e maior sentimento de pertença de todos os colaboradores.
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João Manso Neto · Sponsor Lean
"O Lean promove, estrutura e dá meios para uma atitude mais participativa na resolução de problemas em todos os âmbitos da organização. Traduz, por isso, uma forma de gestão diferente, em que, se associa a procura contínua da excelência a uma política de recursos humanos, fomentando o espírito de todos".
A aplicação do Lean na EDP iniciou-se em 2004. Começou na EDP Distribuição com um projeto-piloto com o objetivo de melhorar os indicadores de disponibilidade, na área de gestão de avarias. Em 2006, o programa iniciou-se na EDP Produção, com a realização de um piloto no Centro de Produção de Sines. Após o modelo testado e o sucesso alcançando, expandiuse por toda a EDP Produção e pela HC Energía. Em 2007, foram lançados outros novos programas Lean nas Soluções Comerciais e na EDP Brasil. 2008 foi marcado por seu lançamento do programa Lean na EDP Renováveis no âmbito da disponibilidade, eficiência e energia reativa, na DSI, em termos dos sistemas de distribuição, manutenção aplicacional e incidentes e em Naturgas. Desde o arranque do Lean EDP Way, em 2009, foram já lançadas novas equipes na EDPSC, programas na EDP Produção e o lançamento do Lean na EDP Valor e EDP Gás.
Cultura EDP
Sistemas unidos A Direção de Sistemas de Informação (DSI) foi a primeira área do Centro Corporativo da EDP a ter atividades integradas no espaço ibérico, o que constitui um grande desafio de gestão e organização
Uma sessão de trabalho envolvendo, simultaneamente, Lisboa, Oviedo e Bilbao foi o ponto de partida para uma nova realidade dos Sistemas de Informação (SI), tendo como referência o prosseguimento de otimização de custos, a flexibilidade para que se maximizem sinergias e a agilidade, face aos distintos negócios na EDP
1. 2. 3. 4.
Maior Integ ração de funções de SI Desenvolver a estratégia de integração de serviços de Sistemas de Informação para o Grupo EDP, que maximize sinergias e facilite a flexibilidade requerida pelos diferentes negócios e geografias.
Aumento da Eficiência dos serviços de TI Aumentar a eficiência, alavancada nas capacidades existentes no Grupo no grupo ibérico (partilhar serviços: CPD, Comunicação, Service Desk, Aplicações).
Seg urança de informação e “compliance” Executar o plano de segurança de informação e assegurar o cumprimento das normas (compliance) exigidas pelo SCIRF (Sistema de Controle Interno de Relato Financeiro).
Desenvolvimento do Capital Humano de SI Desenvolver o capital humano de Sistemas de Informação do Grupo EDP e executar o plano de formação e de desenvolvimento de pessoas.
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mercado Negócios da EDP
O QUE SIGNIFICA O MERCADO LIBERALIZADO? O mercado liberalizado é aquele no qual vários operadores podem concorrer livremente em termos de preços e condições comerciais, observando as regras da concorrência, a lei geral e os regulamentos aplicáveis. O transporte e a distribuição permanecem como atividades exercidas em regime de serviço público, exclusivamente. Os negociadores e os clientes celebram contratos de fornecimento com as regras entre eles acordadas. Consumidores
6 milhões em Portugal 50 milhões em Espanha
Liberalização atrai mais clientes O Grupo EDP está presente em vários mercados liberalizados, quer nos pequenos, quer nos mais expressivos. E aguarda com expectativa a iminente extinção das tarifas em Portugal m 2009, o grupo conseguiu disponibilizar ofertas competitivas no mercado; assim, viu crescer a venda a clientes finais em 68%. O E.B.I.T.D.A. das atividades liberadas também cresceu 61%, fruto de uma otimizada estratégia de sourcing de energia, presente numa flexibilidade crescente das centrais da EDP e rentáveis estratégias de compra nos mercados representativos a diferentes maturidades. Na Península Ibérica, o grupo concorre com a comercialização de eletricidade, gás e serviços de energia com diferentes marcas e com um portfólio alargado de produtos e serviços. Com a forte e crescente presença da concorrência (Iberdrola, Endesa, União Fenosa e Galp), em mercados 100% liberalizados, seis milhões de consumidores em Portu-
E
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gal, e 50 na Espanha, já possuem inúmeras opções. Em Portugal, onde os clientes em mercado liberalizado de energia elétrica representam cerca de 40% do total do mercado, a EDP Comercial defende sua quota no mercado da energia, por meio da marca EDP Corporate, no segmento empresarial da energia, e da edp5D, no residencial. Serviços de energia
O mercado de serviços de energia é totalmente livre. Por isso, o Grupo EDP aposta nas diferentes geografias, no desenvolvimento da oferta de serviços como estratégia de diferenciação nos mercados de energia, na promoção ativa da eficiência energética e na criação de mo-
delos de negócio com os clientes. A EDP Serviços – Sistemas para a Qualidade e Eficiência Energética, criada em 2009, é a empresa do Grupo EDP em Portugal que opera no mercado de serviços de energia (liberalizado e regulado), sob a marca EDP Serviços e Consultoria, promovendo a sustentabilidade, a eficiência energética e a parceria com os clientes. No âmbito da atividade de comercialização de energia e serviços, essas marcas e propostas de valor subjacente concretizam a visão do grupo, orientada para o mercado. Assim, constituem a linha da frente de interface com o cliente final, por meio de relacionamentos diários dos gestores de clientes e de produtos, ou de serviços com o mercado.
M e rca d o
Novos modelos de negócio Dadas as atuais mudanças de paradigmas no setor energético, a aposta do Grupo EDP é crescente no desenvolvimento de políticas da procura sólidas no aumento de eficiência energética, promovendo a mudança de comportamentos, da exploração e a massificação da adoção de novas tecnologias e equipamentos
pelos mercados residências e empresarias. As diferentes áreas de desafios à inovação na comercialização passam, entre outras questões, pela flexibilidade, domótica e pelo desenvolvimento de serviços e tarifários, à medida que os sistemas de contadores inteligentes forem instalados.
A plataforma do InovGrid, em Portugal, vai permitir a criação de InovServices que a EDP Comercial e a EDP Serviços. Estas se desenvolverão com o auxílio de vários parceiros externos e, também, com clientes, já que poderão ter uma participação mais ativa na gestão e na otimização da procura nacional.
A marca edp5D A marca edp5D agrega a oferta da EDP Comercial, desde setembro de 2006 (início da liberalização do segmento). Proporciona a clientes residenciais e a pequenos negócios uma tarifa atraente, associada a um conjunto de serviços de valor acrescentado. São exemplos o seguro de assistência domiciliar e o diagnóstico à iluminação para a promoção de práticas mais eficientes, que ajudem os clientes a pouparem. A inovação recente da marca edp5D – “A comunidade Social de clientes edp5D” envolve-se com o inesperado. Por exemplo, w sabia que a edp5D vai “virtualmente” com você ao café? Pois é; com essa comunidade, todos os clientes podem usufruir de descontos e
vantagens em diversos estabelecimentos comerciais; também clientes edp5D, desde cafés, restaurantes, cabeleireiros e lojas ou diversificados locais nos quais nossos clientes podem apresentar seu cartão virtual e lucrar com descontos especiais. Com esse projeto, os clientesnegócios aumentam a visibilidade de seu estabelecimento, divulgando-o, na comunidade edp5D, em www.edp5d.pt. Os residenciais usufruem das vantagens oferecidas nas várias áreas de atividade por todo o país. Além de todos esses benefícios, a comunidade transmite a percepção de pertença a um grupo exclusivo como fator fidelizador. A comunidade é assim – uma característica inovadora e diferenciadora do produto, num mercado cada vez mais exigente.
A marca EDP Corporate Em Portugal, o negócio comercial de energia elétrica tem funcionado como variável de determinação na colocação da energia produzida pelo Grupo EDP. Com a submarca EDP Corporate, pretende-se, por um lado, herdar da EDP os valores de proximidade, simpatia e parceria. Por outro lado, aprofundar as ideias de competitividade, agilidade e modernidade, mostrando claramente que se trata de uma oferta B2B. A EDP Corporate é um sinônimo da oferta de produtos e serviços de energia inovadores, indo mais além numa relação de verdadeira parceria e proximidade com os clientes empresariais, oferta da EDP Comercial, desde setembro de 2006 (início da liberalização do segmento).
Na Espanha A HC Energía e Naturgás, do Grupo EDP, também oferece aos clientes B2B e B2C a seguinte gama de serviços de energia: w PARA O B2C
1. Portfólio de Serviços de Eficiência energética: a) Ecofamílias: Utilização de novos contadores de horários para melhorar a eficiência energética das casas; b) Iniciativas Web: b.1) Consumo eficiente de Hogares: Conselhos e testes de avaliação de consumo via Internet; b.2) “Hogar sostenible en la web”: espaço de opinião e informação sobre os produtos da HC Energía/Naturgas Energía relacionados à sustentabilidade; b.3) Plantação de uma árvore a cada vez que um cliente optar pela fatura ou pelo fórum de novo abastecimento; b.4) Sorteio de eletrodomésticos de eficiência alta por participar de um jogo de E-newsletter mensal.
c) Bateria de Condensadores: Oferta de uma bateria de condensadores para negócios com o objetivo de evitar penalizações por reativo; d) “Plan Renove para Clientes Funcionais”: Substituição de caldeiras antigas ou defeituosas por novas, com condições especiais de preço; e) Outros: Pontos responsáveis num programa de fidelização (bola ecolavagem, lanterna de bateria manual, carregador de pilhas…), faturação eletrônica, oferta de lâmpadas de baixo consumo energético, por meio da iniciativa “Funciona luz”, entre outras ações.
Cobre a reparação de eletrodomésticos; b) “Funciona dual/Plus”: Manutenção e reparação das instalações elétricas e a gás. Cobre o custo da inspeção obrigatória legal de gás; c) “Funciona Negócios”: Manutenção e reparação das instalações elétricas e a gás. Cobre o custo da inspeção obrigatória legal a gás, revisão de extintores e iluminação de emergência. 3. Portfólio de serviços de produção descentralizada de energia: a) Solar Térmico; b) Solar Fotovoltáico ligado à rede; w PARA O B2B
2. Portfólio de Multitécnicos “Serviço Funciona” trabalha com manutenção, reparação das instalações e aparelhos elétricos e a gás: a) “Funciona Luz”: Manutenção e reparação de instalações elétricas.
• Gestão da energia, • Manutenção das instalações, • Qualidade de abastecimento; • Eficiência e economia energéticas; • Desenvolvimento sustentável. on 15
M e rca d o
Nova regulamentação do setor do Gás Natural A Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos aprovou, em fevereiro, a revisão dos regulamentos do setor do gás natural para o período de 2010-2012.
mercado português do gás natural encontra-se totalmente liberado, desde o início de 2010. Com a finalidade de atualizar os regulamentos com base na experiência obtida no primeiro período regulatório, já terminado de potenciar a entrada de novos agentes no mercado, criando maior concorrência; a ERSE (Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos) aprovou, em fevereiro, a revisão dos regulamentos do setor do gás natural, para o novo período regulatório 20102012. Das medidas definidas para esse período, destacam-se três pelos seus impactos nos negócios da EDP e no mercado: 1) Revisão da estrutura tarifária de acesso ao Terminal de GNL de Sines; 2) Definição da metodologia de recuperação das taxas de ocupação do subsolo presentes e futuras; 3) Abertura à prestação de serviços opcionais pelas empresas reguladas.
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O mercado português do gás natural encontra-se totalmente liberado desde 2010
Espera-se que a alteração da estrutura tarifária do terminal de GNL de Sines potencie uma maior competitividade dessa infraestrutura, contribuindo para a diversificação das formas de aprovisionamento para as empresas do Grupo EDP. Quanto às taxas de ocupação do subsolo, – se os municípios decidirem cobrá-las – serão suportadas pelos consumidores de gás natural daquele município, feito por um pagamento em fatura de gás natural. Relativamente aos serviços opcionais, os Operadores das Redes de Distribuição e os 16 on
encarregados de Último Recurso Retalhista podem alargar o leque de serviços prestados, oferecendo, além dos regulados, os opcionais (por exemplo: venda e assistência à gasodomésticos, reparação de instalações, etc.).
A realidade espanhola
O mercado de gás natural na Espanha está totalmente liberalizado e, desde 2007, o regulado foi extinto. As distribuidoras dedicamse unicamente à rede e às comercializadoras pelo fornecimento do cliente final.
causasedp Capacidade Econômica e empenho social
APPT21 – Uma Causa e… Um Negócio que faz a Diferença!
esde o início de sua atividade, em 1º de outubro de 1990, a Associação Portuguesa de Portadores de Trissomia 21 (APPT21) assume que “a política de mão estendida nunca foi solução” para qualquer problema. Tendo esse princípio como fato indiscutível, foram dados passos consistentes numa direção que, a determinada altura, apontou para a possibilidade de criação de um negócio com características sociais. Isto é, deu sinais de que havia espaço para o lançamento de um conceito de “empreendedorismo social”. No princípio, a iniciativa juntou designers, portugueses e estrangeiros, que começaram
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a criar peças, digamos, “geneticamente alteradas”: relógios, xícaras, clips e móveis; objetos “diferentes” produzidos e expostos na Fundação Calouste Gulbenkian. As receitas obtidas com suas vendas foram revertendo a favor da organização. Para além do resultado das vendas, chegava também à organização a notícia de uma evidência: o entusiasmo do público era muito grande; havia imensa procura e era enorme o agrado que o público demonstrava pelas peças e pelo que significavam. E a Associação Portuguesa de Portadores de Trissomia 21 percebeu que “havia uma oportunidade laten-
te – a de transformar uma proposta pontual num verdadeiro negócio social”, com a vantagem de que este poderia permitir à organização ser financeiramente sustentável. Para acelerar o processo de produção, a fim de fazer face às necessidades que o público ia demonstrando, foram necessárias estabelecer parcerias com empresas de retalho e industriais, capazes de garantirem uma distribuição em grande volume. Quando a APPT21 candidatou-se – e depois conseguiu – à Bolsa de Valores Sociais, já se tinha procedido à divulgação dos produtos disponíveis junto de empresas, lojas de museus, espaços de design, etc.
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Haiti: UMA CAUSA EXCEPCIONAL
A tragédia no Haiti, que vitimou e desalojou milhares de pessoas, constituiu um acontecimento considerado pertinente à EDP e à Bolsa de Valores Sociais (BVS). E abraçou mais uma causa que continua aberta na BVS. Para participar do “SOS Haiti”, basta ir à www.bvs.org.pt, registrar-se como investidor social e escolher a forma de pagamento. A Fundação EDP duplica o valor da sua doação. E essa contribuição será entregue pela BVS à Cruz Vermelha Portuguesa, instituição coordenadora de esforços de apoio humanitário não apenas no nosso país, mas no mundo inteiro.
Efeito D, uma marca da APPT21, é um Projeto cotado na Bolsa de Valores Sociais – www.bvs.org.pt – mas é, também, uma nova marca de peças de design
Efeito D – efeito Design; efeito Diferença. Uma marca de objetos diferentes, desenhados por artistas diferentes e inspirados em pessoas diferentes...
Efeito D – uma marca da APPT21
É um projeto de Ação Social que reverte a favor do Centro de Desenvolvimento Infantil DIFERENÇAS, um dos mais criativos e avançados da Europa, que acompanha, atualmente, mais de nove mil crianças em todo o país e proporciona apoio a 1.200 pessoas com Trissomia 21. Trata-se de um projeto cotado na Bolsa de Valores Sociais – www.bvs.org.pt –, mas é também uma nova marca de peças de design. Criada à luz de visões diversas de um conceito comum, inspira- se em pessoas diferentes, com Síndrome de Down, ou melhor, a Trissomia 21
é um distúrbio causado pela presença de um cromossoma 21 extra, total ou parcialmente, no código genético do ser humano. Ademais, essa ligeira alteração genética cria pessoas diferentes das outras e produz uma pequena alteração no código da palavra “defeito”: ela encontra uma materialização nova, positiva e inspiradora. Defeito torna-se efeito D. Asssumindo o design como ferramenta capaz de reproduzir essa distinção, o efeito D desafiou designers portugueses e estrangeiros a projetarem objetos que incorporassem, no seu código genético, uma diferença que os tornassem únicos, originais e atrativos para os consumidores.
Efeito D, resultado da criatividade aplicada à Ação Social, foi um projeto criado por Pedro Bidarra, desenvolvido pela BBDO Portugal, financiado pela Fundação Calouste Gulbenkian, coproduzido em pro bono com a “Experimenta Design”. Conta-se também com o apoio jurídico, em regime também pro bono, da VdA. O objetivo da marca, além de dar uma maior visibilidade à causa, é criar uma fonte de rendimento suscetível de financiar as atividades das DIFERENÇAS, um centro de desenvolvimento infantil que ajuda e acompanha crianças com problemas cognitivos e de desenvolvimento. on 19
inovação* O investimento na co-criação é uma das apostas da EDP, dentro da área de Inovação. Com esse objetivo, o grupo organizou, em parceria com a COTEC, um evento de apresentação às PME
O futuro está na co-criação Nos últimos anos, tem-se assistido a uma autêntica mudança no paradigma de inovação das grandes empresas. Enquanto, até agora, as organizações inovavam por intermédio de seus departamentos internos de I&D (Investigação e Desenvolvimento), percebem-se que têm muito a ganhar com descobertas em campos que, aparentemente, podem parecer dissociados da sua atividade. 20 o n
Essa constatação levou a que se passasse a falar de inovação aberta, ou seja, permeável a avanços científicos ou industriais de outros setores de atividade, por oposição à inovação fechada, que só utiliza os recursos disponíveis dentro da própria organização. Com tal mudança, surgiu a necessidade de “co-criar”; isso implica desenvolver relações de parceria mais fortes do que a mera relação entre clientes e fornecedores.
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Jogando, também se aprende
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A EDP pôs à prova o espírito competitivo dos seus colaboradores com o lançamento do Power Trade, um jogo on-line que simula o mercado livre de energia elétrica. Trata-se de uma ideia criada por Pedro Neves Ferreira, diretor de Planejamento Energético da EDP, que vê no jogo uma forma simples de explicar o complexo funcionamento do mercado. O primeiro campeonato interno envolveu mais de 100 jogadores, na Península Ibérica, e só os melhores conseguiram chegar à grande final, depois de, diariamente, terem de tomar decisões de planejamento de capacidade de energia. Além dos colaboradores, muitos estudantes universitários têm tido oportunidade de aprender com o Power Trade, num campeonato que ocorre, envolvendo universidades de todo o país.
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A rede COTEC é, particularmente, interessante para a EDP, por ser composta por PME’s, reconhecidas por suas propostas inovadoras e com elevado potencial
A EDP Inovação há muito que despertou à co-criação e, nesse sentido, em parceria com a COTEC; assim, organizou, no passado 24 de fevereiro, um evento de apresentação do Grupo EDP às empresas da rede COTEC PME (Pequenas e Médias Empresas) INOVAÇÃO. O acontecimento, com cerca de 50 participantes, permitiu a várias empresas apresentar sua atividade, destacando as iniciativas de inovação e as oportunidades de negócio para as PME pertencentes a essa rede. Estiveram presentes várias figuras conhecidas da área da Inovação em Portugal e do Grupo EDP, tais como Rogério Carapuça e Daniel Bessa, da COTEC. Representando o grupo, estiveram Jorge Cruz Morais (administrador da EDP), António Vidigal (EDP Inovação), Miguel Stilwell d’Andrade (EDP Distribuição), António Ferreira da Costa (EDP Produção), Paulo Pinto de Almeida (EDP Serviços e EDP Comercial), Luís Marques Ferreira (EDP Valor), Luís Adão da Fonseca (EDP Renováveis) e Inês Lima (Direção de Marketing Corporativo). A rede COTEC é, particularmente, interessante para a EDP, por ser composta por PME reconhecidas por suas propostas inovadoras, com um elevado potencial para introduzir soluções de ruptura.
Biogrid no Seminário Europeu sobre Alterações Climáticas v
A Naturgas Energía marcou presença no Seminário Europeu sobre Alterações Climáticas, realizado em Helsínquia, nos dias 18 e 19 de janeiro, a convite do Ministério do Meio Ambiente finlandês. Nesse seminário, o Grupo EDP esteve junto de outras empresas europeias que lideram projetos aprovados pelo programa LIFE+, da Comissão Europeia, e apresentou o projeto BIOGRID, como um instrumento potencial para reduzir as emissões de CO2 da atmosfera. Liderado pela Naturgas Energía, eis o único projeto sobre geração de gás natural renovável (biometano), procedente de resíduos orgânicos, aprovado pela comissão. A Comissão Europeia, em 2008, financiou o projeto com cerca de metade do orçamento, atingindo dois milhões de euros, para seu desenvolvimento entre 2009 e 2011. O BIOGRID é um projeto pioneiro em Espanha, no qual participam uma empresa espanhola, Biogas Fuel Cell, das Astúrias, e outras duas holandesas. o n 21
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EDP 2020: o caminho da inovação s empresas são capazes de criarem algo de valor quando utilizam o conhecimento. O conselho é de Kjell Nordström, o guru mais badalado da área de inovação, que abrilhantou o 1º Fórum de Inovação da EDP, no Brasil, no final do ano passado, em São Paulo. O evento marcou o lançamento de uma nova era dentro da empresa: o projeto EDP 2020, que pretende transformar o grupo em referência na área. Meta desafiadora? Sim; muito. Mas o comando da EDP acredita que é dessa maneira que se constrói uma empresa líder no mercado brasileiro de energia. “Com esse projeto, a ideia é inserir a estratégia de inovação na EDP para fazer frente ao ambiente competitivo e de constante transformação onde vivemos.”, diz António Laporta, diretor de Desenvolvimento do Negócio e Inovação. Entre os planos do EDP 2020, está o Prêmio Inovação, que tem como objetivo estimular o desenvolvimento de projetos na área de energias renováveis, das redes inteligentes, da mobilidade elétrica, da eficiência energética, da microgeração e das cidades sustentáveis. Serão investidos R$ 100 mil, anualmente, pelos próximos 10 anos. Sendo que, até 2020, terá sido aplicado um milhão de reais em novos negócios. “O prêmio segue a linha do Prêmio Richard Branson, lançado na EDP Portugal, no início de 2009.”, conta Laporta.
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Projeto, que inclui um prêmio de até um milhão de reais, pretende colocar empresa no Brasil entre as líderes do setor Kjell Nordström, em palestra no 1º Fórum de Inovação da EDP, no Brasil
Bicicletas elétricas da Polícia Militar do Espírito Santo
Mobilidade elétrica
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Outro foco previsto no EDP 2020 é a mobilidade elétrica. Seguindo exemplo da matriz portuguesa, pioneira no investimento do carro elétrico, a EDP tornou-se a primeira empresa no Brasil a instalar uma rede de postos de abastecimento de veículos elétricos. Realizada em parceria com o Governo do
estado do Espírito Santo, a ação contou com a doação de 45 bicicletas elétricas à Polícia Militar. Os novos veículos substituíram parte da frota de motocicletas utilizadas pelos soldados e estão sendo usadas para patrulhamento e manutenção da segurança em áreas da orla de cinco cidades do estado capixaba: Vitória,
Vila Velha, Serra, Guarapari e Cariacica. Segundo Laporta, a EDP priorizou uma parceria pública com caráter social e de prestação de serviço à população. “A EDP também está estimulando a indústria nacional, pois as bicicletas são fabricadas e montadas aqui no Brasil.”, explica.
Prêmio Inovação Lançamento: novembro de 2009 Objetivo: estimular o desenvolvimento de projetos inovadores no setor energético brasileiro Áreas: energias renováveis, das redes inteligentes, da mobilidade elétrica, da eficiência energética, da microgeração, das cidades sustentáveis Público-alvo: empreendedores Investimento: um milhão de reais até 2020 Apoio: Centro de Empreendedorismo da FGV Exemplo no Grupo: Prêmio Richard Branson, da EDP Portugal
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Centrais produtoras com sistema único A EDP criou um sistema integrado de informação que une todas as suas centrais de produção em Portugal e na Espanha, num total de mais de 60 unidades. Numa segunda fase, o Skipper integrará também o Brasil, bem como outros mercados em que o grupo venha a desenvolver centrais térmicas ou hídricas. O projeto implicou um investimento de quatro milhões de euros. Ao integrar num único todos os sistemas de monitorização e gestão das centrais de produção, a EDP garante ganhos de produtividade e de eficiência. Mais importante ainda, garante partilha constante e em tempo real de conhecimento à escala internacional e maior aproximação das várias culturas do universo EDP.
Labelec estuda Campos Eletromagnéticos
tema dos Campos Eletromagnéticos (EM) faz parte das preocupações das empresas produtoras e distribuidoras de eletricidade, quer na vertente da exposição a que são sujeitos seus trabalhadores, quer na da exposição do público em geral, tendo vindo a ser objeto de variados estudos pela comunidade científica. A Labelec, por intermédio do Departamento de Estudos e Desenvolvimento (DED), investiu em software especializado, que permite obter uma estimativa à priori dos CEM (Campos Eletromagnéticos) de uma instalação elétrica em fase de projeto. Com essa ferramenta, é possível antecipar eventuais problemas, realizar otimizações, ou proceder alterações ainda na fase de projeto, reduzindo eventuais custos quando comparados com alterações realizadas após início da construção da instalação. Denominado CDEGS (Current Distribution, Electromagnetics, Grounding and Soil Structure Analysis), o software utilizado pela Labelec foi desenvolvido pela empresa Safe Engineering Services & Technologies, sedea-
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da no Canadá, com larga experiência na área em questão. O soft tem sido validado com trabalho científico intenso, ao longo dos últimos 20 anos e, atualmente, apresenta um número vasto de utilizadores dos quais se destacam a IBERDROLA, Endesa, ABB e KEMA. O programa apresenta grande flexibilidade, sendo possível modelizar, com bastante rigor, todos os condutores filiformes existentes num sistema de energia elétrica, tendo em consideração suas características geométricas e elétricas (tais como resistividade, permitividade elétrica, permeabilidade magnética). Torna-se, assim, possível modelizar um simples cabo subterrâneo, uma linha aérea (incluindo apoios e cabos de guarda) e até os principais componentes de uma subestação, compreendendo vedação, malha de terra, barramentos, cabos e linhas, etc.).
Em outra vertente, e pelo Departamento de Alta Tensão (DAT), a Labelec tem sido solicitada para realizar diversas campanhas de monitorização de CEM em instalações elétricas, como Linhas Aéreas e Subestações, de empresas do Grupo EDP e das externas. Ademais, tem efetuado, frequentemente, medições em habitações particulares, que se situam próximo de instalações elétricas numa perspectiva de ir ao encontro das inquietações manifestadas pelas pessoas residentes nessas áreas. O DAT realiza medições de acordo com o disposto regulamentar em vigor, de forma a verificar o cumprimento dos requisitos legais em situações de reclamações de clientes, licenciamento de instalações elétricas, ou segundo o plano anual de medições, elaborado pela EDP Distribuição e pela REN. o n 23
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InovCity
Prepare-se para a revolução no setor elétrico! A EDP está na linha de frente das redes inteligentes e promete mudar – para sempre – a forma como os consumidores lidam com a energia. Évora foi a primeira cidade a receber o projeto-piloto do InovGrid. E, se já temos uma InovCity, dentro de alguns anos, estaremos a caminho de nos tornarmos um InovCountry. Quem sabe, do primeiro no mundo?!
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em foco
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arros movidos à eletricidade, carregados na garagem com energia produzida pelos próprios consumidores. Saber, em tempo real, dados sobre o consumo de eletricidade. Ativar, remotamente, serviços, como alterações tarifárias e de potência contratada. Saber que detectam avarias elétricas na alimentação de sua casa de forma automática. Todas parecem ideias mais próximas da ficção científica; contudo, a verdade é que já estão sendo testadas. Em Portugal, pela EDP, ocorre uma verdadeira revolução no modo como as pessoas têm acesso à energia. Essa é a premissa do InovGrid, projeto inovador, que visa dotar a rede elétrica de equipamentos inteligentes. Estes irão potenciar a eficiência energética, a microprodução e a mobilidade elétrica - pilares fundamentais do desenvolvimento sustentável. Évora foi a cidade escolhida para o arranque do teste. O objetivo da EDP é que todas as casas portuguesas venham a ser equipadas com terminais inteligentes de rede. Quando o projeto entrar em fase generalizada, prevê-se uma série de vantagens para os consumidores. Eles poderão, por exemplo, consultar seu padrão de consumo e disciplinar os hábitos de consumo, adaptando-os a períodos do dia ou da semana, em que o custo da energia é mais baixo. A fatura dos clientes refletirá seu consumo real, uma vez que a leitura é recolhida automaticamente pelo equipamento inteligente – Energy Box – colocado em cada casa. As Energy Box, dispostas nos pontos de consumo e nos de geração, permitem a atuação remota, evitando o deslocamento da equipe da EDP e a presença dos consumidores para execução de algumas tarefas, principalmente, alteração de potência, ciclo e tarifa. Tudo isso será possível por meio das redes inteligentes; elas permitem controlar e adaptar a capacidade da distribuição às necessidades decorrentes do consumo e da produção de energia. A rede inteligente tem inúmeros equipamentos instalados ao longo de sua extensão, e isso permite controlar, a cada instante, o estado de toda a rede, balancear cargas e prevenir avarias. Ela reage de imediato às ações dos consumidores e produtores, quando eles, por exemplo, injetam energia na rede, ou solicitam um aumento de potência. v on 25
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E lá fora?
A rede inteligente de energia apresenta vantagens para o consumidor que quiser também passar a produtor. Vai potenciar o volume de energia que qualquer utilizador da rede inteligente pode produzir em sua casa. Atualmente, o consumidor pode tornar-se produtor de energia elétrica ao instalar, em casa, painéis solares, fotovoltaicos ou pequenas turb nas eólicas. A rede inteligente de energia permitirá a maximização da produção disponível ao conseguir adaptar as condições técnicas de exploração da rede, em função dessa produção. O consumidor/produtor terá um conjunto de novos serviços e planos de preços ajustados a seu perfil de consumo. A gestão energética torna-se mais eficiente, dado que o balanço entre o que consome e o que produz poderá ser consultado on-line, via web, percebendo-se, exatamente, a que horas do dia é consumidor e a que é produtor. Guiada pelos princípios de sustentabilidade, inovação e eficiência energética, a EDP apoia também a criação de uma rede de pontos de abastecimento de veículos elétricos, que poderá se desenvolver mais rápida e eficazmente com a criação de uma rede inteligente de energia. E esta será suporte das operações de carga e de descarga dos veículos elétricos, operações que vão servir, respectivamente, para receber da rede energia, quando ela estiver disponível e tiver preço mais baixo. Para restituir à rede a energia elétrica quando ela é mais necessária e a um preço que se traduza em rentabilidade acrescida para o utilizador. A rede inteligente possibilita um controle quase em tempo real da energia consumida nesses postos de abastecimento, o que permitirá ao consumidor calcular a parcela de consumo alocada ao veículo elétrico, abastecido em sua habitação. A implementação desse piloto não tem qualquer custo para os clientes. A EDP suporta os custos de instalação e operação dos equipamentos, tal como acontece, hoje em dia, com os equipamentos de contagem. O custo da EB ainda não está definido. O certo é que os responsáveis pelo projeto reforçam que a tecnologia está evoluindo muito rapidamente e que, por esse motivo, estamos mudando para uma, cada vez maior, normalização de equipamentos e funcionalidades, o que perspectiva uma redução de investimento em equipamento devido a economias de escala.
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Apesar dos diversos projetos em curso, em termos internacionais, ainda não se verificam projetos de Smart Cities totalmente consolidados, quer em termos de instalação, quer em resultados obtidos. Boulder (EUA) e Amesterdã já estão em curso no terreno. Estocolmo aguarda ainda pela implementação do projeto. A instalação de Smart Meters em Castellón iniciou-se em abril deste ano e, em Málaga, deverá iniciar-se só no próximo.
em foco
Por que Évora? Depois de uma análise multicriteriosa, verificou-se que Évora possuía as características ideais em termos de número de clientes, características da rede e indicadores socioeconômicos e demográficos para o sucesso da experiência. No entanto, esse não será o único local de teste. Além dos 31.000 consumidores da InovCity de Évora, nos quais será instalada uma Energy Box (EB), estão também reservadas cerca de 10.000 EB's a instalar em outros locais.
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Equipe InovGrid (da esquerda para a direita): David Estevão, São Miguel de Oliveira, Pedro Vinagre, Gonçalo Lacerda, Filipe Vasconcelos, Dionísio Carneiro, Nuno Simões, Inês Marques, Aires Messias, Lélia Moita e Paulo Campos
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Para mais informações: www.inovcity.pt
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créditos: anyforms design
Évora teve o privilégio de ser a primeira InovCity portuguesa. Nesta ilustração, mostramos algumas mudanças principais que irão transformar a cidade em Patrimônio Mundial da Humanidade
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A Praรงa do Sertรณrio, em ร vora, foi palco do lanรงamento nacional da InovCity
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Q&A Energy Box Esqueça os antigos contadores. Esse pequeno objeto mudará a forma como lidamos com a energia. Ainda há dúvidas? Siga as respostas...
Como cliente EDP com uma EB, ficarei sem eletricidade durante a instalação?
A Energy Box tem dimensões diferentes, comparando com os atuais contadores?
A instalação da EB é um processo idêntico à atual substituição de um equipamento de contagem. A interrupção será muito curta.
A Energy Box tem as mesmas dimensões de um contador.
A instalação da Energy Box terá implicações no método de faturação que, atualmente tenho estabelecido?
Neste momento, só as instalações definidas pela EDP podem ter uma Energy Box instalada.
Sua faturação passará a ser, por regra, com leitura real. No caso excepcional de não se obter a leitura real, a faturação será efetuada como até agora. Minha fatura irá sofrer alguma alteração pelo fato de ter instalada uma Energy Box?
Não. A factura não vai sofrer alterações. O “leitor” continuará a deslocar-se à minha instalação, periodicamente, para retirar as leituras?
Posso solicitar a substituição do meu contador por uma Energy Box?
É possível agendar a instalação da Energy Box para o horário pós-laboral ou fim de semana?
Só é possível, legalmente, efetuar o serviço durante o horário normal de expediente, das 8h às 18h. Na Energy Box, poderei verificar as leituras, o tipo de tarifa e o ciclo?
Sim. As leituras, o tipo de tarifa e o ciclo aparecem no ecrã, que automaticamente, mostra a informação ao cliente.
O leitor deixa de se deslocar, uma vez que a leitura é recolhida automaticamente.
De que forma as alterações solicitadas, no âmbito da instalação, ficam disponibilizadas em tempo real?
A instalação de uma Energy Box pressupõe alguma potência máxima/mínima contratada?
As alterações, em situação normal, ficam disponíveis no próprio dia.
A instalação da Energy Box terá custos imputáveis ao cliente?
Com a Energy Box, o tarifário vai sofrer alguma alteração? E posso manter a mesma periodicidade de faturação?
Não; todos os custos serão suportados pela EDP.
Não vai haver alteração de tarifário acordado entre o cliente e o seu comer-
Não.
cializador. Sim, pode manter a mesma periodicidade de faturação. Tenho Contrato no Mercado Liberalizado. Minha instalação também estará sujeita à colocação da Energy Box?
Sim. A função de operação na rede é da responsabilidade do Operador de Rede (EDP Distribuição) e aplica-se aos clientes de todos os comercializadores. Os contadores atuais, por vezes, podem avariar, e o consumo não ser registado. Com a Energy Box, as probabilidades de existirem “anomalias” são menores?
As anomalias podem existir. A vantagem é a possibilidade de que a Energy Box dá de gerir à distância a existência de uma eventual anomalia. O atual contador só permite essa detecção no local. Em termos das condições de fornecimento, existe alguma vantagem em instalar a Energy Box?
A Energy Box permite uma interação com a rede, uma maior rapidez na detecção e resolução de anomalias. Existirá necessidade de continuar a comunicar as leituras?
Não; não tem necessidade de continuar a comunicar leituras. No entanto, se o fizer, e no caso excepcional de não haver leitura real da Energy Box, a sua leitura poderá ser usada na faturação.
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em foco
InovCity
O que se disse sobre o projeto
ANTÓNIO MEXIA Presidente do CAE da EDP “A rede elétrica inteligente está transformando Évora num modelo, à qual estão atentas diversas empresas europeias”
JOSÉ SÓCRATES Primeiro-ministro português “É um projeto muito inovador e que está na linha de frente, na fronteira tecnológica em todo o mundo. E a EDP desenhou, pensou e concebeu-o com essa ambição: colocar-se na linha de frente da tecnologia na área da energia. É precisamente dessa ambição de que nós precisamos”
CARLOS ZORRINHO Secretário de Estado da Energia "Não voltaremos ao tempo antigo, à dependência energética total de combustíveis importados"
MIGUEL STILWELL Administrador da EDP Distribuição
ANTÓNIO VIDIGAL Presidente da EDP Inovação
“É um projeto de referência em termos mundiais, na área das redes inteligentes”
“É uma revolução imensa no setor elétrico. Considero que os próximos 20 anos vão representar, na energia, o que os últimos 20 representaram nas comunicações e nas tecnologias de informação”
JOÃO TORRES Presidente da EDP Distribuição “Estamos falando de um aparelho, instalado na casa de cada um, que faz a contagem, mas muito mais. O muito mais é poder ser comandado de forma remota, por exemplo, alterações de contrato, de potência, de tarifa e disponibilizar informação, logo ali em casa ou via Internet”
As declarações mais marcantes sobre o evento com mais energia neste ano
JOSÉ ERNESTO D’OLIVEIRA Presidente da Câmara Municipal de Évora “Em Évora, queremos dar lugar à criatividade e à excelência. Queremos, por isso, acrescentar valores de futuro aos séculos de História herdados, pelo que é com redobrado orgulho que recebi a notícia de que nosso conselho foi escolhido para liderar o projeto InovCity. Acredito que a população, sempre habituada a estar na linha de frente das tecnologias, receberá com entusiasmo mais essa inovação, cujo impacto ultrapassará, em muito, as fronteiras do conselho”
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JOSÉ PEÇAS LOPES Coordenador da Unidade de Sistemas de Energia do INESC Porto
“Pretendemos que haja diversidade. O projeto pode abranger participantes com perfis rurais ou urbanos e de vários pontos do país. Do mesmo modo, não se pretende limitar aos lares tradicionais – também podem participar clientes empresariais, por exemplo”
em foco
parceiros fórum 1. Como caracteriza o programa InovGrid? 2. Que balanço faz desta parceria com a EDP? 3. O que gostaria de destacar neste projeto? Nesta fase experimental, a EDP trabalha com o INESC Porto no desenvolvimento do conceito e com três parceiros industriais – EFACEC, LOGICA e JANZ/CONTAR – para desenvolver os equipamentos. Os parceiros garantem a integração e coordenação no terreno da instalação e operação de todos os componentes e permitem a correta avaliação dos benefícios do projeto.
w INESC
Porto
1. Trata-se de um projeto arrojado que permite melhorar o desempenho técnico e o econômico da atividade de distribuição de eletricidade, constituindo uma plataforma que vai alavancar o desenvolvimento dos conceitos de SmartGrid. 2. Trata-se de uma excelente parceria que nos permitiu concretizar conceitos que havíamos desenvolvido por atividades de investigação e desenvolvimento, muito embora a contribuição do INESCPorto nem sempre esteja visível para o público. 3. A possibilidade de explorar essa plataforma para desenvolver, concretizar e testar soluções avançadas de gestão e controle da rede de distribuição, colocando Portugal numa posição de liderança mundial neste domínio.
w EFACEC
1. O InovGrid, é o resultado notável do compromisso e empenho dos parceiros de consórcio, alinhados com os objetivos europeus para a eficiência energética, sustentabilidade e as SmartGrids. É um desígnio nacional.
2. A parceria com a EDP permitiu que os parceiros assumissem um papel de liderança internacional, com resultados práticos, no âmbito das SmartGrids. No que toca à EFACEC, abriu-nos a porta para uma nova área de negócio, para a qual estávamos naturalmente vocacionados, dada a nossa experiência em sistemas de automação para redes de energia. 3. Destacamos o impacto ambiental, o social e o tecnológico, com implicações na qualidade do serviço prestado, cujo testemunho tem tido, felizmente, eco internacional, prestigiando Portugal e os parceiros do InovGrid, o que muito apraz a EFACEC.
w CONTAR 1. Na linha das SmartGrids, este projeto pauta-se pela meta arrojada que traçou. Agora, em fase de implementação, responde totalmente aos Drivers de mudança que estão a pressionando fortemente o sector elétrico, na Fiabilidade e Qualidade de serviço, na Sustentabilidade Ambiental, no Empowerment do Consumidor e no Aumento da Competitividade.
2. Muito positivo e inovador. 3. Capacidade de concretização, refletida nas sinergias conseguidas entre empresas portuguesas, com a criação de um projeto de grande valor acrescentado para aos acionistas, parceiros, colaboradores e, acima de tudo, para o país.
w LÓGICA
1. O programa InovGrid constitui a ruptura com processos que não tinham qualquer evolução há muito tempo, contextualizando também um processo de inovação com repercussão mundial, na Gestão de Redes de Energia. É um magnífico exemplo de colaboração entre empresas e uma demonstração clara do papel líder que a EDP tem, no plano internacional, nos domínios da inovação em energia. 2. Constituiu uma oportunidade única para a Lógica desenvolver competências em áreas de forte inovação, nomeadamente em Redes Inteligentes, Telecontagem e Novos Serviços a serem desenvolvidos quanto à rede elétrica. A parceria que a Lógica tem hoje com o cliente EDP tem
permitindo potenciar as nossas competências no plano internacional, sendo hoje, a Lógica Ibéria, um importante exportador de tecnologia e, fundamentalmente, de conhecimento profundo de negócio. O IUCC (International Utilities Competence Center) de Sacavém é, já hoje, um exemplo vivo do que foi afirmado e onde o Inovgrid tem sido demonstrado a muitas das maiores Utilities de outros países. 3. A parceria e a complementaridade entre os vários intervenientes no consórcio, bem como seu caráter inovador são, de fato, aspectos que merecem ser destacados. O longo caminho percorrido até o lançamento da InovCity, em Évora, e a visibilidade atingida pelo pioneirismo do projeto que a EDP empreendeu em colaboração com a Lógica e dos restantes parceiros são outros dos aspectos relevantes. É, no entanto, importante salientar, que o programa InovGrid ainda tem um longo caminho a percorrer com a implementação prevista para a InovCity e, posteriormente, aos 6 milhões de clientes em Portugal. on 33
Quem é Quem Bolsa de Valores Sociais
CELSO GRECCO F
ormou-se na área de Publicidade e Marketing, mas seu objetivo foi, desde sempre, criar um projeto na área da solidariedade social. Cumpriu o sonho com a Bolsa de Valores Sociais, conceito criado por ele próprio, que já revoluciona a forma como as pessoas olham para as organizações sociais. Depois do Brasil, chegou a vez de Portugal, onde, desde novembro, já foram apoiadas 18 instituições e investidos cerca de 100 mil euros. A Fundação EDP sabe apoiar os bons projetos, e este é, sem dúvida, um deles. O que é a Bolsa de Valores Sociais?
A Bolsa de Valores Sociais (BVS) é a replicação da Bolsa de Valores de Mercados de Capitais. Só que, em vez de empresas cotadas. Ao invés de investidores que procuram a bolsa pelo
relatórios sobre os resultados do investimento (por exemplo, quantas crianças passaram a estudar). É como implantar a filosofia do gênero, “em vez de lhe dar o peixe, dá-lhe a vara e ensina-o a pescar”?
Eu já mudei um pouco essa frase. Eu costumo dizer que a proposta da BVS não é procurar organizações que deem a vara, ou ensinem a pescar; a ideia é procurar organizações que desafiem a lógica da “indústria da pesca”. Já vimos, por exemplo, organizações que faziam inclusão digital. E a pergunta que se faz é: então, onde estão empregados esses jovens que tiraram o curso? Você deu a vara e ensinou a pescar, mas eles continuam a viver num deserto. A foco é quando você desafia a
Uma bolsa para fazer o bem Em 2008, no primeiro congresso de empreendedorismo social realizado em Portugal, ele veio apresentar a Bolsa de Valores Sociais. Na plateia, estavam uma diretora da Euronext e um membro da Fundação EDP. Eles ficaram, imediatamente, no projeto. Em menos de um ano, a ideia ganhou vida e já pode ser conhecida no site www.bvs.org.pt.
lucro financeiro, você tem investidores sociais; pessoas preocupadas com o destino da sua doação e com o resultado do impacto que ela terá. Nesse ambiente, promove-se o encontro entre doadores, filantropos, mas que tenham uma nova mentalidade: preocupam-se com o resultado do dinheiro que os próprios doam. E de que forma esses investidores podem ter acesso aos resultados?
A partir do momento em que você torna-se um investidor social e registra-se no site (www.bvs.org.pt), passa a ter sua própria página. Por intermédio dela, tem acesso ao histórico de todos os seus investimentos e pode ver o que aconteceu com o dinheiro doado. Há cópia das faturas (por exemplo, quantos computadores foram adquiridos para aquela instituição) e
lógica da organização da pesca e diz não adiantar fazer dessa forma, por que, depois, a pessoa não tem perspectivas. Tem que se pensar em algo mais arrojado. Como é que um potencial interessado pode chegar até à BVS?
Temos no site todas as informações sobre a BVS e o portfólio das organizações cotadas. A pessoa pode escolher o projeto pela sua temática, ou pela área geográfica, e pode ser direcionada para os sites das próprias organizações, a fim de saber mais sobre as propostas. Se gostar de algum projeto em especial, pode adquirir as ações que quiser. Basta pagar com cartão de crédito ou por transferência bancária. Assim, passa a acompanhar o progresso das ações. v
34 o n
Ciência Portuguesa Quem é Quem
o n 35
Quem é Quem Ciência Portuguesa
Celso Grecco nasceu em 1962, em São Paulo. Fez a carreira na área da Publicidade e do Marketing, mas se envolveu, desde sempre, no setor social pro bono. Participou da direção de várias associações e chegou a fundar uma no Brasil, na Aldeia do Futuro. “Meu sonho sempre foi ficar rico, só para poder fazer esse tipo de trabalho”. Em 1998/99, começou a ver os clientes interessados em participarem de um projeto de responsabilidade social. Foi, então, que vendeu sua antiga agência e montou uma consultora chamada Atitude, que se propunha a pensar, planear e criar projetos de responsabilidade social. Hoje, pode-se dizer que cumpriu o antigo sonho. Tornou-se um “empreendedor social”, conceito criado por uma associação americana, chamada Ashoka, que possui uma rede de três mil empreendedores em todo o mundo. Ademais, quer para seus companheiros e seguidores apenas quem tem ideias inovadoras è o caso de Grecco que, há 10 anos, tem o privilégio de ser pago para fazer o que gosta e para encontrar as pessoas “mais maravilhosas do mundo”. Ele confessa: “Porque eu só convivo com organizações sociais e com empreendedores que desafiam o mundo, que não aceitam a exclusão social e a pobreza. Tenho encontrado no meu caminho muitos ‘anjos’”. A remuneração também é, obviamente, emocional.
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O EMPREENDEDOR SOCIAL
Como surgiu essa ideia tão inovadora?
A ideia surgiu no Brasil, em 2003. Nesse ano, criei a primeira BVS do mundo, num tempo em que a Bovespa, Bolsa de Valores do Brasil, começava a perceber que o movimento da responsabilidade social corporativa ganhava muita força, principalmente em termos da imagem da empresa perante os stakeholders. Querendo participar disso, a Bovespa pediu-me para pensar numa plataforma de responsabilidade social. E a ideia que eu propus teve como ponto de partida seu próprio core business. Em qualquer Bolsa de Valores do mundo, há um ambiente de criação de valor. De um lado, junta-se a empresa cotada, que precisa atrair capital; do outro, um investidor que diz “dentro dessas empresas, vou tornar-me sócio dest, porque acredito nela”. A bolsa é um ambiente que promove o encontro entre a organização empresarial e o investidor, criando as regras e zelando por sua transparência.
Bolsa de Valores Sociais Quem é Quem
Que crítica principal faz aos projetos de responsabilidade social existentes nas empresas em geral?
Acho que a maior parte dos projectos de responsabilidade social das empresas são periféricos ao negócio. A empresa tem uma atividade como sua vocação empresarial, mas esta não é espelhada na sua vocação social. Então, o projeto social passa a ser tão periférico que a empresa nem lhe presta atenção. Determina um budget, deixa as coisas acontecem todos os anos, e segue com seu core business. O que eu dizia para a Bovespa era: o que vocês podem fazer de melhor pelo social é emprestar o talento empresarial que têm. Criem uma bolsa de valores sociais, usem a rede de escritórios de vocês e falem com pessoas que têm recursos financeiros para aplicarem em organizações sociais. A primeira BVS do mundo tornou-se estudo de caso na ONU. Na altura em que surgiu, foi recomendada pela ONU para ser reproduzida nas outras bolsas do mundo, coisa que, entretanto, nunca aconteceu. Até que, no ano passado, chegou a Portugal, por intermédio da Euronext.
tencialistas. Os nossos têm de ter um olhar na raiz dos problemas, uma atuação na causa. Pode dar exemplos concretos de organizações apoiadas?
Existe uma muito conhecida, até pela própria EDP, que é a Organização Nariz Vermelho. Trata-se de um grupo em que todos conhecem, e têm como filosofia “rir é o melhor remédio”. O desafio que nós propusemos no projeto que está cotado em bolsa é tornar essa afirmação uma pergunta. Então, o projeto é “Rir é o melhor remédio?”. Assim mesmo; com ponto de interrogação. Porque o que eles vão fazer é testar cientificamente, em parceria com a Universidade do Minho, o Hospital Pediátrico de Braga e o Instituto de Estudos da Criança, durante dois anos, qual é, na verdade, o efeito terapêutico do riso na criança e no staff do hospital. Atuarão no alívio do stress do corpo clínico que lida com uma situação difícil: as crianças com câncer, as quais acabam por morrer. E isso provoca um stress tremendo emocional. Qual é o efeito terapêutico de levar o riso a estas crianças e profissionais? As organizações
Para as empresas, a BVS faz muito sentido, e elas são as que mais aderem. Entendem que há um budget que tem de ser justificado e que tem de ter métricas. Tem que se justificar porque se gastava um determinado valor num ano e se pede mais 10%. Quanto a particulares, temos cerca de 400 pessoas registadas no site. É um número pequeno, mas interessante. Aliás, eu costumo brincar, dizendo que em Dezembro competimos com a Leopoldina e a Popota, e que, em Janeiro, passámos a competir com Deus: a tragédia do Haiti, depois do Chile, depois da Madeira… houve uma mobilização de recursos para as tragédias naturais que aconteceram no mundo. Qual tem sido o papel da EDP neste projecto?
A EDP foi a grande propulsora deste projecto. A Fundação EDP foi quem agarrou a ideia. Num primeiro momento, a minha conversa foi feita no âmbito da Euronext, que me disse que não tinha condições de financiar esse projecto por inteiro. Foi então que entrou a Fundação EDP. Como a conta ainda ficava
A EDP achou que Portugal precisava mesmo desse projeto, por causa da crise dos mercados financeiros de capitais. E assumiu o compromisso de mobilizar os recursos e as parcerias. Nossa base operacional começou a funcionar dentro dos escritórios da fundação. Que balanço faz dessa experiência?
Tem corrido de uma forma muito interessante. Sem querer ofender ninguém: a bolsa portuguesa é muito melhor que a brasileira, em vários aspectos. Primeiramente, a própria plataforma tecnológica da BVS portuguesa é melhor que a brasileira. Em segundo lugar, o povo português é bem mais solidário que o brasileiro; é bastante atencioso com o próximo. Mas existe um terceiro aspecto que acho mais importante: sinto que, por atravessarmos um momento de crise na Europa, e talvez por Portugal ser um país menor, eu percebo um sentimento de urgência aqui. E essa procura por resultados e soluções tem dado um impulso incrível à BVS. Grande parte da adesão, da disponibilidade das empresas, dos media partners (vamos ter um programa semanal na RTP2, dentro do “Sociedade Civil”, e uma página no Jornal de Negócios, todas as semanas) vem desse movimento de solidariedade, que começa a perceber que não basta a filantropia caridosa. Quando você distribui alimento e desenvolve uma organização assistencialista, está atuando nos efeitos. A pergunta é: quem vai atuar nas causas? A BVS não seleciona projetos assis-
Palhaço existem no mundo inteiro, só que nunca ninguém empreendeu um estudo destes. Que a intenção é bonita, nós sabemos. Agora, é efectiva? Esse é um caso que vai servir de exemplo para o mundo inteiro. Faz ideia de quantas instituições estão abrangidas, em Portugal, pela BVS?
Actualmente, temos 18. A nossa ideia é ter neste portfólio 30 organizações. Quando um projecto atingir os 100% na captação de angariação de recursos, sai e dá lugar a uma nova organização. É sempre um máximo de 30 organizações, por uma questão de custos operacionais e de capacidade de equipa, que é constituída por sete pessoas. E qual é o valor total do investimento?
Conseguimos angariar, desde Novembro, altura em que o projecto foi lançado, à volta de 100 mil euros. Acho os resultados ainda tímidos, mas os co-fundadores sentem-se tranquilos. Primeiro, porque, no período de Dezembro e Janeiro, houve as campanhas tradicionais de Natal, muito fortes, que mobilizaram as pessoas. Segundo, porque a BVS é um conceito inovador e não tenho dúvidas que vai conseguir chegar a uma nova geração de doadores.
pesada, a EDP arranjou a Fundação Calouste Gulbenkian. Num terceiro momento, por causa da crise dos mercados financeiros de capitais, a Fundação EDP achou que Portugal precisava mesmo deste projecto. E assumiu o compromisso de mobilizar os recursos e as parcerias. Basta dizer que inicialmente a nossa base operacional funcionava dentro dos escritórios da Fundação. Qual é o próximo passo na expansão da BVS?
Temos uma possibilidade interessante dentro da Euronext, que é uma rede que tem as bolsas de Amesterdão, Bruxelas, Paris e Nova Iorque. Desde que essa rede se formou eles pensaram num projecto de responsabilidade social comum. A questão é que os problemas sociais de uma cidade não são os mesmo que existem noutra. A BVS de Portugal é um piloto, que pode servir como modelo para ser replicado pelas outras Euronext. Acredito que o próximo passo seja na Europa, embora já haja consultas no sentido de levar o projecto para os países de língua portuguesa em África. o n 37
em debate PROF. JOSÉ MANUEL MOREIRA · Especialista em Ética Empresarial
Ética. Como “medir” o progresso “ético” – de longo prazo ou não,
ou ainda o imediato – de uma empresa e de seus colaboradores?
Não falta quem se atreva a olhar desempenho. Assim sendo, copara as atuais crises econômi- As empresas mo garantir que a atuação dos coca e financeira como uma deco- passaram a laboradores oriente-se por prinrrência de um sistema moral e dar crescente cípios e valores perenes? Devem cultural que tenderia a favore- atenção os critérios de avaliação ser quacer comportamentos coerentes à possível litativos ou quantitativos? com uma lógica de curto prazo, Num mundo em que a eficiência, tensão entre o que explicaria a proliferação de a produtividade e a criação de incentivos de efeito imediato motivações valor são vistas – e bem – como que, com o tempo, revelaram- e resultados inseparáveis do conceito de desse perversos. Daí, pode-se coloenvolvimento sustentável, não car a pergunta: será que a atual crise pode ser podemos estranhar uma cultura baseada no consequência de um sistema de incentivos que lema “o que não se mede não existe”, da qual repermitiu tanta gente ganhar tanto dinheiro em sulta a ideia de que a prestação de contas deve tão pouco tempo? seguir uma abordagem quantitativa. Sabemos que os incentivos contam, e muito, Mas surgem dificuldades: como medir o “promas também que devem estar bem alinhados gresso ético” – de longo prazo, e não apenas o com os objetivos de longo prazo das empresas, imediato – de uma empresa e dos colaboradoem especial os que respeitam a formação de res? Até que ponto os intangíveis são suscetíseus profissionais e o sistema de avaliação de veis de medida? Mas se não são, como sabere38 on
mos se estamos seguindo no bom sentido? Questões que obrigam à consideração da desejável relação entre resultados e incentivos. É verdade que há incentivos perversos. Mas, mesmo no caso dos bons, que ajudam a atingir as metas da empresa, não haverá o risco de se vir a trabalhar para os incentivos e esquecer a própria atividade, que deve ser querida por si mesma? Um setor que tradicionalmente se justificava pela própria atividade era a Administração Pública, com seu “serviço público” e o valor de sua missão. Mas hoje, mesmo este passou a ter de se sujeitar ao teste dos resultados e, mais recentemente, a uma lógica baseada na criação de valor público. Um conceito que, a partir dos resultados, obriga-nos a atender também à forma como esses são atingidos: desde a participação e inovação à potenciação de talentos individuais, sem esquecer, naturalmente, a dimensão ética. Seria como se, no Grupo EDP, ao excelente lema “somos o que fazemos”, acrescentássemos uma excelência suplementar: “e também a forma como o fazemos”. Não será essa, daqui a mais tempo, a decisiva vantagem comparativa e a verdadeira garantia de sustentabilidade de bons resultados? Daí que não se pode estranhar que, cada vez mais, empresas sem descurar a crucial importância da criação de valor tenham passado a dar crescente atenção à possível tensão entre motivações e resultaos. Mais ainda, sabendo-se que, quando a ênfase nos resultados vai ao ponto de desatender às motivações, aumenta o perigo de se ser levado a pensar que só estes interessam e que os meios são pouco relevantes, contrariando, assim, o conhecido princípio ético “os fins não justificam os meios”. Todos nós estudamos e, por isso, sabemos que a melhor maneira de aprender é estudar. Mas, se se incentiva o aluno a pensar que o que importa é passar no exame, não poderá ele ser levado a achar que é mais lucrativo copiar ou subornar o professor? É por isso que a competência e o brio profissional, postos a serviço da excelência de resultados, devem ser acompanhados pela disciplina dos bons hábitos constantes no respeito pelos princípios, valores e cultura da empresa.
As opiniões de diferentes personalidades
+
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Carlos Loureiro
Figueiredo Soares
Vanessa Pina
· Provedor de Ética da EDP
· Direcção da DSA (coordenador do projecto “Ética EDP”)
· EDP Distribuição (mais recente admissão no Grupo EDP)
A excelente peça introdutória evidencia a complexidade de que se revestem as ações de intervenção na dimensão ética da vida de uma empresa, nomeadamente, quanto à dificuldade de medir o progresso ético conseguido. Destaco a afirmação de que, para além de constituir um referencial de explicitação do que “deve ser feito”, um código de ética deve revestir-se da utilidade, por sua aplicação prática, facilitar a aquisição de bons hábitos (virtudes). E também a conclusão de que será o maior ou menor grau dessa aquisição de virtudes por todos que a integram que condicionará o desempenho ético da empresa nos cenários de maior dificuldade. Transpondo-me para realidade vivida no Grupo EDP, marcada pela vigência efetiva de um código de ética, de normas regulamentares, de procedimentos e pelo decurso da implementação do projeto “Ética EDP”, retiro do texto a motivação adicional associada à visualização de que é longo e estimulante o percurso que trilhamos na área da Ética Empresária.
A visão de empresa, líder em criação de valor, inovação e sustentabilidade, afirmada pela EDP, implica que, para além das licenças administrativas, seja-nos, continuadamente, outorgada pelas partes interessadas, outra licença – a “licença social para operar” –, apoiada na confiança de que ela assumirá a excelência do desempenho, a responsabilidade e a integridade como seus valores permanentes. A dimensão desse capital de confiança será uma medida do desempenho ético do grupo, proporcional à percepção da qualidade e consistência nas abordagens empresariais, da abertura e transparência na ação e na contribuição responsável para o desenvolvimento duradouro das regiões onde operamos. O sucesso sustentado implica o aprofundamento das matérias da ética empresarial, tanto em termos formais de estrutura, procedimentos e responsabilidades organizacionais, como no âmbito informal das relações interpessoais, da exemplaridade dos comportamentos e do alinhamento destes com os princípios e valores assumidos pela empresa.
Tanto na vida profissional como na pessoal devem existir um equilíbrio entre os objetivos a atingir e as motivações para alcançá-los. A obsessão pelo cumprimento de metas pode levar-nos a saltar etapas importantes, que contribuem para a qualidade do resultado. Um trabalho não pode ser visto só como um “buraco a ser tapado”; deve-se ter atenção à forma e aos meios utilizados para o preencher, bem como à qualidade com que foi executado. Isso não significa apenas tempo de execução, mas também a estruturação de todo um conjunto de tarefas. A carreira profissional deve ser gerida dentro de valores morais e culturais, porque, para conseguir dar um novo passo em direção ao futuro, necessitamos ter a consciência encaixada com os princípios em que acreditamos. A definição de prioridade deve ser a tarefa prioritária quando agarramos um novo projeto. Precisamos conciliar as metas a atingir aos caminhos a percorrer.
José Manuel Moreira é, atualmente, Professor Catedrático de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Aveiro. Contribuiu para a redescoberta e divulgação, em Portugal, de quatro grandes temáticas: éticas econômica e empresarial; tradição austríaca da economia; análises econômica da política e do governo; políticas públicas. É autor e coautor de 40 livros e de mais de uma centena de artigos, em revistas nacionais e estrangeiras.
“Seria como se, no Grupo EDP, ao excelente lema “somos o que fazemos”, acrescentássemos uma excelência suplementar: “e também a forma como o fazemos”. Não será essa, daqui a mais tempo, a decisiva vantagem comparativa e a verdadeira garantia de sustentabilidade de bons resultados?”
on 39
capital humano
O programa sou+edp pretende mobilizar todos os colaboradores do Grupo EDP em prol de cultura, visão, compromissos e estratégia comuns. Começou em Portugal, em janeiro, mas já rumou para a Espanha; porém, a viagem não acaba sem fazer escala em outros países, como EUA, França, Bélgica, Polónia, Romênia e Brasil ma nova vaga de mobilização e de apropriação dos pilares estratégicos, cultura e valores do novo ciclo, a ser vivido pela EDP, em 2009-2012, visa identificar, partilhar e alinhar pontos de vista sobre os desafios do negócio. Eis o maior deles que atravessará todas as geografias em que o grupo atua. Está, assim, prevista a participação de todos os colaboradores da EDP nas sessões de trabalho sou+edp, num total de 12.009, que duram meio dia de trabalho. Em conjunto com a Mychange, entidade
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detentora da metodologia e ferramenta de aprendizagem, a EDP optou por utilizar a Learning Maps (mapas de aprendizagem), com conteúdos desenvolvidos conforme o desafio. Mas não só! Os facilitadores e colaboradores tiveram uma missão possível, mas de grande responsabilidade: fazer chegar o sou+edp a todo o grupo. Além de tudo, foi ainda desenvolvido um jogo de perguntas e respostas – EDP Strategic Pursuit – que permite conhecer números, projetos e outros dados relacionados à atividade da em-
presa. Por essas sessões, além de uma visão comum, de maior conhecimento da empresa e dos pilares estratégicos, é possível recolher contribuições para outra iniciativa global, já bem conhecida de alguns - o ClickIdea, concurso de ideias interno para premiar as que possam ter um impacto positivo na atividade da EDP. Pontos cardeais para orientação
Para o sucesso dessa iniciativa, há dois pontos cardeais indispensáveis, tal como o Norte e o Sul, para chegarmos ao destino: o elemento fa-
capital humano
… e vocês? …y usted? … and you?
A Direção de Recursos Humanos Corporativa está elaborando o Manual de Políticas de Recursos Humanos do Grupo EDP. O manual surge como uma peça documental de grande importância no âmbito de atuação da área de RH no grupo e estará disponível nos três idiomas falados no universo EDP: português, espanhol e inglês, garantindo relação e comunicação transversal com todas as geografias. Pretende, por isso, ser um documento esclarecedor do Processo de RH na EDP, comunicando, objetivamente, a todos os colaboradores as políticas da empresa. Contudo, mais do que enunciar os eixos de intervenção na gestão de suas pessoas, a EDP quer afirmar que aprecia, defende e estimula suas equipes, mantendo um compromisso forte de políticas do plano das melhores práticas. A proposta vencedora dessa peça de comunicação foi aquela que reuniu maior consenso, considerando estruturação de conteúdos, facilidade de leitura e design.
Até agora, a ação e a formação já contou com a participação de 6.679 colaboradores em Portugal; 1.214 na HC Energía e 414 na Naturgas. Ainda neste ano, chegará aos colaboradores da Renováveis e da EDP Brasil
cilitador – “Energizador” – e o envolvimento do Presidente do Conselho de Administração, António Mexia, que teve a oportunidade de interagir diretamente com vários grupos de trabalho. Só assim é possível levar os colaboradores a bom porto. Até agora, em Portugal, mostra-se bem-sucedida tal ação de formação. Já contou com a participação de 6.679 colaboradores e a motivação e o empenho de 226 energizadores, em 41 locais diferentes, distribuídos por 31 localidades. No total, foram realizadas 1.362 sessões.
RH comunicar mais e melhor
Na Espanha, foram formados facilitadores 65 colaboradores da HC Energía e 24 da Naturgas, os quais promoveram sessões para 1.241 colaboradores da HC e 414 da Naturgas. Em maio, será a vez dos colaboradores da EDP Renováveis, abrangendo profissionais de vários países europeus - reunidos na Espanha e os EUA. Ainda durante o ano de 2010, a iniciativa seguirá até o Brasil. O sou+edp chegará, dessa forma, a todas as geografias em que o Grupo EDP está, atualmente, representado. o n 41
a nossaenergia* Número de visitantes anuais 2004
35.743
2005
26.884 19.545
2009
2008
2007
2006
28.959 35.583
39.958
Ecogestão e Auditoria O Centro de Produção de Sines foi palco, em janeiro, da apresentação do projeto de implementação do Sistema Comunitário de Ecogestão e Auditoria (EMAS). Na ocasião, foi apresentado o grupo de trabalho responsável por criar as condições necessárias à efetivação desse certificado. A equipe é constituída por Jorge do Carmo (diretor da central), Hélder Faia (coordenador do grupo de trabalho), Carlos Leal, João Furão, Augusto Grácio, Mário Jorge e Maria José Vales. Com o empenho e a dedicação de todos os colaboradores, o pedido de registro no EMAS deverá ser concluído até ao final do 1º semestre de 2010.
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Centrais recebem cada vez mais visitantes Durante 2009, os centros produtores da EDP Produção receberam cerca de 40.000 visitantes, sobretudo estudantes dos 2º e 3º ciclos, mas também alguns do Ensino Superior. As visitas não foram feitas exclusivamente por portugueses. Em 2009, registrou-se um aumento do número de estrangeiros, nomeadamente, empresas ligadas ao setor, que procura-
ram conhecer as instalações da EDP. O alvo mais cobiçado foi o aproveitamento hidroelétrico de Alto Lindoso, que recebeu 14.500 visitantes. Em termos globais, o número de visitantes aumentou em relação ao ano anterior, mesmo tendo em consideração o natural decréscimo nas centrais do Carregado e Setúbal e dos condicionamentos em alguns
aproveitamentos hidráulicos, que não permitiram que esses dados tivessem ainda mais relevância. De registar o esforço do Centro de Produção Ribatejo que, praticamente, duplicou os dados de 2008. Uma forma excepcional de promoção do grupo e de sua atividade junto da população em geral, com uma relevância cada vez mais evidente.
Visitas de estudo aos centros produtores nos últimos 5 anos: 2004
2005
2006
2007
2008
2009
Sines
2576
1408
1116
1542
1320
1964
Setúbal
1048
584
557
100
1066
515
Ribatejo
700
1230
1784
2268
1453
2723
Carregado
1903
961
1088
1044
1328
919
Douro
7701
7200
8290
6988
7475
8277
Tejo-Mondego
10123
7294
6710
7297
10516
8271
Cávado-Lima
11692
8207
8101
9720
12425
17289
TOTAL
35743
26884
19545
28959
35583
39958
a nossa energia
O que o Peixe Angical TEM PARA ENSINAR?
A EDP Produção recebeu da APA (Agência Portuguesa do Ambiente), os certificados EMAS (premiando a excelência na gestão ambiental), durante o seminário na Universidade EDP, dirigido por João Manso Neto, presidente do Conselho de Administração. Numa primeira fase, o programa geral de atividades para o registro no EMAS na EDP Produção abrangeu, na área térmica, a Central do Ribatejo, e, na hídrica, as infraestruturas hidroelétricas do Alto Lindoso, Miranda do Douro e a Cascata da Serra da Estrela (Lagoa Comprida, Sabugueiro I e II, Desterro, Ponte de Jugais e Vila Cova).
Quando projetamos uma barragem, projetamos um futuro melhor
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Excelência na gestão ambiental
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Uma associação de bordadeiras que exporta para a Europa, uma indústria artesanal assente no raro capim dourado, um pólo de pesca desportiva, 128 famílias realojadas, 263 quilómetros de estradas reconstruídas e nenhum passivo. Nem um único processo judicial a exigir à empresa compensações adicionais ou cumprimento de expectativas criadas. Eis um dos balanços possíveis da construção de Peixe Angical, no Brasil, a última barragem construída pela EDP. No final da década, quando o grupo der por concluídos os 11 projetos hídricos que tem em curso, em Portugal, qual será o balanço? “Temos a ambição de fazer melhor, até porque estamos mais avançados”, afirma Sérgio Figueiredo, administrador da Fundação EDP. “Evitar erros” foi o objetivo da fundação, ao trazer a Portugal Eduardo Santarelli. Durante dois dias, o gestor de Meio Ambiente da EDP Brasil apresentou a experiência de Peixe Angical aos quadros da EDP Produção e aos responsáveis por outras áreas do grupo, membros do Comitê Barragens.
www.a-nossa-energia.edp.pt. Anote esse site; nele há, à sua disposição, toda a informação relativa às novas barragens – centros produtores hidroelétricos, termoelétricos e eólicos da empresa. Assim, você poderá obter dados técnicos detalhados, respectivas localizações geográficas, saber quando é que este ou aquele projeto entrará em funcionamento, etc. Mas não só. O Grupo EDP desenvolve sua atividade baseando-se num conjunto de Princípios de Desenvolvimento Sustentável e, como tal, no site, podem-se acompanhar as várias iniciativas de responsabilidades social e ambiental, destinadas a compensarem o impacto ambiental dos novos empreendimentos, além de promoverem o desenvolvimento regional. Acompanhe, passo a passo, o andamento de nossa energia, por uma consulta fácil! Há vários caminhos para lá chegar; basta clicar: www.barragens.edp.pt ou www.a-nossaenergia.edp.pt.
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Spotlight A conversa com...
ANTÓNIO VIDIGAL MIGUEL STILWELL DE ANDRADE “Os próximos 20 anos vão representar uma revolução no setor elétrico.” Se os últimos 20 anos representaram uma mudança radical nas tecnologias da informação e comunicação, nos próximos 20, a revolução irá atingir o setor elétrico. Saiba o que lhe reserva o futuro com a chegada das redes inteligentes no nosso quotidiano.
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o n 45
Spotlight
Que impacto as redes inteligentes vão ter sobre o cliente? Miguel Stilwell de Andrade – As redes
inteligentes vão impactar o cliente essencialmente em três bases. Primeiramente, o teor da qualidade de serviço comercial permitirá a telegestão, ou seja, alterações contratuais – potência, ligações, tarifas, etc. – serão feitas de forma mais imediata, podendo o cliente mesmo o fazer pela Internet ou pelo call center. Assim, evitará que se tenha de agendar a visita de um técnico a uma casa para efetuar alterações. Em segundo lugar, no âmbito da eficiência energética, vai permitir que o cliente tenha acesso à informação mais detalhada sobre seus consumos. Além de a faturação deixar de ter estimativa, possibilitará que as pessoas tenham acesso ao seu perfil de consumo via Internet, ou diretamente em casa (caso tenha aparelhos de domótica); portanto, poderão tomar opções, diariamente, sobre seu consumo de energia de forma mais informada e consciente. Por fim, haverá condições para criar um mercado de serviços energéticos e tarifários mais flexíveis que acrescente valor ao consumidor. Podemos falar numa revolução dentro da área da energia? António Vidigal – É, de fato, uma revolu-
O RESPONSÁVEL DA DISTRIBUIÇÃO Nascido em Lisboa, casado e com dois filhos, Miguel Stilwell d'Andrade tem um MEng em Engenharia Mecânica pela Universidade de Strathclyde (Glasgow, Escócia) e um MBA pela MIT Sloan (Boston, EUA). Iniciou sua carreira no UBS Investment Bank, em Londres (Reino Unido). É atualmente membro do Conselho de Administração da EDP Distribuição Energia, EDP Inovação, Portgás e Presidente do InovGrid ACE. Antes disso, realizou várias funções dentro do Grupo EDP, incluindo, mais recentemente, a responsabilidade da área de Estratégia e Desenvolvimento Corporativo / M & A do Grupo EDP, dirigindo e coordenando várias operações de aquisição e desinvestimento da EDP, ao longo do período de 2005-2009.
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ção imensa no setor elétrico. Considero que os próximos 20 anos vão representar, na energia, o que as últimas duas décadas representaram nas comunicações e tecnologias de informação. O setor elétrico, mais concretamente o da distribuição, está sendo reinventado. Ocorre-me frequentemente que, se por milagre, Marconi e Edson voltassem a Terra, hoje, quase 100 anos depois de terem morrido, Marconi ficaria de boca aberta com a evolução das comunicações, enquanto Edson reconheceria muitas das patentes que registrou. O setor mudou pouco, porque tem funcionado bem. O paradigma, até aqui, foi sempre otimizar o custo, para uma confiabilidade definida. E, nesse sentido, era perfeito. Por que teve de aparecer a Internet? Porque começou a haver conteúdos que não estavam nas grandes bases de dados centrais e precisou-se arranjar um sistema mais flexível que, tipicamente, autodefine-se num mecanismo “plug and play”. Hoje, comprase um roteador, um PC e anda-se com ele em qualquer lugar, ligado de forma transparente à Internet. Eis o desafio que se coloca às redes elétricas de distribuição. Com as renováveis, temos de inventar uma “Energy Web” como foi criada, há cerca de 20 anos, a Internet. Estamos falando de
Spotlight
uma Internet da Energia. Um grande exemplo disso é o InovGrid. E que condições existem, agora, para mudar esse paradigma? AV – Várias. Primeiramente, a necessidade.
Os problemas do clima e das emissões de CO2 obrigaram a optarmos por formas descentralizadas de geração, que, de início, são mais caras, mas têm um impacto no clima muitíssimo menor. Com o aumento da conscientização ambiental, considerou-se que a energia é escassa. Quando fiz o curso no IST, por exemplo, não se consideravam restrições ambientais; o que contava era a funcionalidade e o custo, mas nunca o impacto ambiental. MSA – Há uns anos, não se falava de CO2. Hoje é uma das prioridades de qualquer empresa, especialmente no setor energético. Mesmo tais políticas, como a nova 20-20-20 da União Europeia e o próprio Plano Nacional de Energia, têm o enfoque nas renováveis, na eficiência energética, na redução do CO2. Tudo isso criou um enquadramento que torna necessário pensar e utilizar novas tecnologias, bem como outras que já existem e aplicá-las nessa mudança de paradigma. As redes inteligentes surgem para dar resposta a essa mudança? MSA – As redes inteligentes são uma peça-
telecontagem de leitura remota. O que é pioneiro e distintivo neste é ser de redes inteligentes com a integração de vários equipamentos e sensores na rede de distribuição. Não há muitos que tenham sido desenvolvidos nessa escala, em termos mundiais. AV – Um exemplo que gosto de dar é o do veículo elétrico, em que Portugal também é precursor. O que uma smart grid vai possibitar? Um problema grande nas redes elétricas é que a energia é difícil de armazenar; ela tem de ser produzida exatamente quando é consumida. Armazená-la é caríssimo e custa tipicamente, em central hídrica, mais de um milhão de euros por Megawatt! Imaginem que todos nós temos carros elétricos e que os estacionamos na garagem de um edifício. Os veículos estariam ligados à rede para carregarem as baterias e também à Internet, para receberem da REN preços incrementais de energia. Se, nesse momento, a energia estivesse cara, o carro poderia estar vendendo energia à rede. À noite, depois de chegarmos a nossa casa, voltaríamos a ligá-lo à rede e à Internet. Se houvesse muita energia renovável, seu custo seria mais barato, e o carro aproveitaria para carregar as baterias, a fim de que, no dia seguinte, voltasse a devolver a energia à rede. Isso era o tipo de coisa impensável há uns anos, mas que o InovGrid vai
alimentando-o em sentido contrário. O que o InovGrid vai dizer é: “Calma, agora não há consumo; baixem todos a produção um pouco.” O InovGrid permite ter muito mais energia renovável na rede e utilizá-la melhor, sem se gastar dinheiro no que não faz sentido, como seria em ferro e cobre, ao termos de sobredimensionar transformadores de energia. É melhor gastar dinheiro com inteligência; e é isso que pretendemos. O que vai a EDP ganhar com esse processo? AV – Vai fidelizar os clientes. E a EDP é uma
empresa muito ética; está empenhadíssima nessa luta do ambiente. Somos, hoje em dia, o terceiro maior operador eólico do mundo. Nós vendemos renováveis e inovação. E estamos aqui para ajudar a resolver os problemas. Eis uma dificuldade mundial, e não queremos ser parte do problema; mas, sim, da solução. MSA – Aprovo totalmente essa ideia; queremos ser parte da solução; e, não, do problema. Dado seu papel no sistema elétrico, a EDP Distribuição tem uma função particularmente relevante a desempenhar nessa área, para dar resposta aos desafios que surgem. Isso pode ser bom para todos. AV – Um operador de Internet ganha dinheiro, e acreditamos que a Energy Web tam-
“O que é pioneiro e distintivo é que este é um projeto de redes inteligentes com a integração de vários equipamentos e sensores na distribuição. Não há muitos projetos que tenham sido desenvolvidos nessa escala, em termos mundiais.”
De que forma esse projeto é pioneiro, em termos internacionais, em relação a outros existentes dentro do gênero? MSA – Existem vários projetos em termos
internacionais, que consistiam em sistemas de
possibilitar. MSA – Vamos imaginar, por exemplo, um bairro em que todos têm painéis solares nos telhados. Passa uma nuvem, e a energia diminui. Depois, há sol novamente e ocorre uma nova injeção de energia. Tem de existir alguma inteligência que consiga controlar e regular isso, ou seja, fazer com a rede não se desequilibre e não haja problemas de qualidade. Alterando a inteligência na rede, o processo autorregulase e consegue gerir-se de uma forma mais otimizada. AV – E permitir muito mais energia renovável na rede. Um caso concreto: pensemos no Algarve, um aldeamento turístico, cujo argumento de venda é ser ecológico. Todas as casas têm painéis solares, numa zona com muito sol. Suponhamos que, de maio a junho, as casas estejam vazias, e faça muito sol. Poderíamos sobrecarregar o transformador de distribuição,
bém permitirá um modelo de negócios, pois poderemos vender serviços. Haverá um largo conjunto de novas oportunidades. Podemos dizer que, no futuro, todos os portugueses vão ter uma Energy Box em casa? MSA – Nossa expectativa é que haja algo pa-
recido com a Energy Box em casa de todos os consumidores. Será fácil fazer essa mudança cultural? AV – Há 20 anos, quem iria dizer que cada
português teria um ou dois celulares? Não tenho qualquer dúvida de que essa mudança irá acontecer. Se o novo modelo acrescentar valor, com certeza, toda a gente vai aderir. E ele será muito potencializado pela tecnologia existente, como a televisão e os celulares. Posso estar aqui sentado e ver se me esqueci das luzes ligadas em casa, ou se entrou alguém e acendeu-as. v
chave para que se consiga atingir o objetivo de mudança de paradigma. E elas contribuem para atingir a meta das renováveis, porque potenciam um aumento desse nível, além da microgeração e do veículo elétrico que se pode ter ligado à rede de distribuição. Adicionalmente, trazem uma maior qualidade de serviço ao cliente e segurança de abastecimento – o que sempre foi, e continua a ser, uma das prioridades da EDP Distribuição. Por fim, há o tema da eficiência energética; passa-se a ter mais informação para que as pessoas possam gerir melhor seu consumo. São vários fatores alinhados que tornam o InovGrid bastante significativo neste momento.
o n 47
Spotlight
MSA – Nosso objetivo é tornar isso fácil para as pessoas utilizarem. Se for possível automatizar as tarefas, será o ideal. Todos querem ter qualquer coisa que seja muito prática e intuitiva.
tivas previstas para os próximos meses, com o objetivo de sensibilizar a população para o fato de ser aquela a primeira InovCity, e também para os benefícios que a tecnologia pode trazer à população.
Estamos falando dessas mudanças em Portugal. Pode-se aplicar tal sistema, e pensarmos que fará parte do futuro em outros países? AV – A situação está assumindo, universal-
Que outras InovCities estão programadas para breve? AV – Da InovCity, vamos passar diretamen-
mente, esse caminho. Aí é que está a grande vantagem para a EDP e para o país. Nós acreditamos ser uma tecnologia ao alcance das empresas portuguesas, porque elas lidam muito com software. Entramos num conceito bem definido. É uma oportunidade para que as pequenas empresas possam vender produtos no mundo inteiro, criando uma referência no país, com a primeira experiência em Évora. Isso nos dá uma vantagem grande e traz a possibilidade de um conjunto de empresas crescerem conosco. Será relativamente fácil implementar o sistema numa cidade de pequena/média dimensão? Podemos dizer o mesmo em relação a uma
te para o InovCountry. (risos) MSA – Há outras cidades nas quais vamos ter amostras mais específicas. Não temos planejado fazer uma cidade depois de outra; o próximo passo é testar esse conceito e validar os pressupostos subjacentes. Ou melhor, tentar expandir o projeto pelo restante do país. Quanto tempo irá demorar o projeto-piloto em Évora? MSA –O piloto tem como objetivo fazer um
balanço técnico e também comercial até meados de 2011, para tirarmos as primeiras conclusões e decidirmos em que moldes devemos avançar. AV – Há outra coisa que leva tempo para se perceber: o impacto social. Como as pessoas comportar-se-ão se mudarmos o consumo? Aceitarão esse sistema?
porque elas não funcionam, mas devido ao fato de consumidores não utilizarem ou valorizarem os benefícios que advêm da tecnologia – queremos assegurar que haverá mesmo a percepção de valor, acrescentada por parte dos clientes. Évora é conhecida por ter um polo universitário muito forte. A universidade esteve envolvida no projeto? MSA – Esteve e vai estar de uma forma cres-
cente. Já fizemos reuniões, e todos estarão envolvidos em alguns dos estudos. Esperamos que seja uma boa contribuição. Qual foi o papel da EDP Inovação no projeto? AV – Há, aqui, tecnologias de comunicação,
arquiteturas… No fundo, a EDP Inovação tem trabalhado mais na parte tecnológica. E entra também para estimular ideias e alternativas, além de questionar as soluções. MSA – A Inovação é sempre um excelente apoio. Tem participado ativamente no projeto e há uma boa articulação entre a Distribuição e a Inovação, e entre todos os outros parceiros.
“O InovGrid traz uma grande vantagem para a EDP e para o país. Acreditamos que é uma indústria ao alcance das empresas portuguesas e uma oportunidade para que estas possam vender seus produtos pelo mundo inteiro.”
metrópole? AV – Não faz diferença alguma. É tão difícil
numa pequena, como numa grande. Nesta, multiplica-se apenas o número de clientes, mas tecnicamente até pode ser mais fácil. É mais rápido colocar o sistema num prédio de 100 clientes do que em casas de moradores rurais, com pessoas a quilômetros de distância. Por que foi Évora a escolhida como InovCity? Algum requisito especial? MSA – Houve vários aspectos, a começar pe-
la dimensão e localização. Ademais, além de ser Patrimônio Mundial, a cidade celebra este ano 100 anos de eletrificação; portanto, ao modernizar a rede de distribuição, há um encontro de um passado (já distante) com o futuro (que são as redes inteligentes). De que forma foi divulgado o projeto à comunidade? MSA – Isso é um trabalho contínuo. Falamos
com todas as entidades locais. Os colaboradores da EDP que estão no terreno em Évora conhecem bem o projeto. Há uma série de inicia48 o n
MSA – O projeto tem sido bastante acompanhado pela ERSE e DGEG. Vamos ter que validá-lo e justificá-lo as várias partes interessadas, incluindo ERSE, DGEG e nossos acionistas, para depois o estender ao restante do país. Como disse o António, as alterações comportamentais dos clientes são mais difíceis de medir, mas esperamos tirar algumas conclusões preliminares e, depois, será uma questão de discutir como avançar. Qual foi o maior desafio para a EDP Distribuição no desenvolvimento da primeira InovCity? MSA – Acho que os desafios ainda não aca-
baram. Até agora, o maior foi o tecnológico, porque trabalhamos com vários fornecedores, e é importante assegurar que cada equipamento e sistema funcionam por si e entre eles. O grande desafio para os próximos tempos será assegurar que há uma boa comunicação junto da população e garantir que isso traz, efetivamente, valor para os clientes. Tipicamente, a introdução de novas tecnologias falha, não
Qual o orçamento do projeto? MSA - O valor que temos de orçamento, pa-
ra fazer não só Évora, mas também alguns outros pequenos pilotos dispersos pelo país, é de 15 milhões de euros. Voltando ao veículo elétrico, esse sistema vai promover sua massificação? AV – Não vai promover; vai torná-lo possí-
vel. Um sistema desse gênero permitirá o carregamento inteligente (a que os anglo-saxônicos chamam de smart charging). A rede elétrica como está não aguentaria a carga. Com um sistema de smart charging, sim. No fundo, é um “enabler” fundamental para o veículo elétrico. MSA – Na verdade, são dois projetos que caminham de mãos dadas. Essa rede, pelo fato de existirem carros elétricos, também é potenciada, justificando ainda mais o investimento. Os benefícios que advêm de existir uma rede inteligente aumentam com o carro elétrico, portanto.
Spotlight
AV – Quando houver veículos elétricos em número apreciável, como acreditamos que vai acontecer, será um disparate não existir uma rede inteligente. Como é um absurdo fazer proliferar energia renovável distribuída sem rede inteligente, pois os benefícios começam a desaparecer. Existe alguma previsão de quando o número de veículos elétricos ultrapassará os de combustível? AV – Existem estudos de várias entida-
des. Nomeadamente um da Califórnia, em que se afirma que, em 2050, não deverá haver um único carro movido a combustão interna. É o plano dos americanos não existir um único carro poluente. Os países árabes estão investindo bastante na indústria automobilística, prioritariamente em mobilidade elétrica, que é o próximo paradigma. Eu acredito muito no futuro dessa tecnologia, porque tal carro é melhor em tudo que o de combustão interna, com exceção da autonomia. Mas pense na evolução que tiveram as baterias dos celulares… É possível ter um Portugal autossustentável para quando? AV – Eu teria como objetivo o ano de
2050; acredito que, por essa época, possase ter energia totalmente renovável. MSA – Temos condições para isso: solar, eólica, off shore... No ano passado, quatro mil clientes adotaram a microgeração. Eu acho que as coisas acontecem mais rápido do que pensamos. Se o preço dessas tecnologias for baixando, como se espera, à medida que houver mais massa crítica, tornarse-ão mais competitivas com as tecnologias convencionais. E se o CO2 for mais penalizado, ou o preço dos combustíveis fósseis voltarem a subir, como em 2008, rapidamente chegaremos lá. Numa perspectiva mais pessoal, é um orgulho estar envolvido nesse projeto? AV – Claro que é! Minha experiência, ao
longo dos anos em que tenho trabalhado no grupo, é que, na EDP, nunca faltou dinheiro para um bom projeto. E esse é um dos mais ambiciosos em que estive envolvido. MSA – Concordo plenamente com essas palavras. Acho que o setor de energia é estratégico e está num momento histórico de mudança de paradigma; portanto, é extremamente estimulante. Penso que a EDP, que já é líder em tantas áreas, tem potencial para também liderar nas redes inteligentes com o projeto InovGrid, como mais um investimento. Os benefícios que advêm do fato de existir uma rede inteligente aumentam com o carro elétrico.
O RESPONSÁVEL DA INOVAÇÃO Diretor Geral do Grupo EDP, Presidente da EDP Inovação e da Labelec. Sua carreira é diversificada, a qual teve como fio condutor as Tecnologias de Energia e os Sistemas de Informação. Foi Administrador Executivo da Holding EDP; fez parte da equipe que lançou o operador móvel Optimus (empresa de que foi Administrador Executivo); foi CEO do operador móvel de terceira geração, Oniway; fez parte do grupo criador da Edinfor (hoje, Lógica Portugal), tendo sido o primeiro CEO da empresa; foi Chief Risk Officer do Grupo EDP, área que criou. Engenheiro eletrotécnico pelo IST, é membro da Academia de Engenharia.
o n 49
fundação* No primeiro trimestre de 2010, o Museu da Eletricidade foi visitado por mais de 36 mil pessoas - um crescimento de 31%, se comparável ao período homólogo de 2009. Tal fato confirma sua capacidade de liderança no segmento dos museus
MUSEU DA ELETRICIDADE
Um dos mais visitados em Portugal
50 on
fundação EDP
World Press Photo 2010
Ciência e Educação
Celebrar a República
De 6 a 23 maio. As melhores fotos, escolhidas pela Fundação WPP naquele que é a maior disputa do mundo em fotojornalismo, vão estar, pelo 4º ano consecutivo, expostas no Museu da Eletricidade.
Entre 14 de maio e 7 de junho. O museu vai receber “O Mês da Ciência”, o maior do ano. Será preenchido com o I Rali e o II Festival Solar, a IV Mostra Nacional da Ciência, a III Festa da Criança e as 14ª Olimpíada de Física.
Do início da segunda semana de junho até o final do mês de setembro, o museu vai ter patente uma exposição intitulada “Povo”, promovida e produzida pela Fundação EDP e integrada às comemorações do Centenário de República.
ublicadas as estatísticas de dezembro de 2009 sobre as atividades dos museus e palácios do Estado, em Portugal, foi possível fazer contas e estabelecer comparações entre elas e os números obtidos por nosso museu. E os números são claros: o Museu da Eletricidade mantém um crescimento de visitantes e um maior reconhecimento de seu interesse e qualidade; e também uma tendência evidente para alargar sua base de simpatizantes e amigos. “Estamos todos de parabéns, visto que o sucesso depende sempre do trabalho coletivo. Devemos sublinhar que os resultados são explicados, sobretudo, pelo empenho e profissionalismo que temos posto no nosso trabalho; do trabalho das ideias ao executivo mais ínfimo, da qualidade das exposições à qualidade dos serviços”, menciona Eduardo Moura, Diretor do Museu da Eletricidade. E ele salienta, referindo-se ao modo cada vez mais afável com que as pessoas referem-se ao museu: “Em janeiro, as visitas tiveram a avaliação média de 94%, o que significa o melhor valor” e, é claro, um sinal inequívoco de qualidade. Feitas as contas de 2009, nosso museu obteve o 2º lugar em Visitas Guiadas; ficando a seguir ao Palácio Nacional de Mafra (portanto, o 1º lugar entre os museus). Quanto ao número de visitantes nacionais, fomos o 3º e
só estamos atrás do Paço dos Duques e do Palácio Nacional de Mafra, ou seja, mais uma vez, fomos o 1º entre os museus. Já no que se diz a respeito ao número de visitas de público em geral, o museu aparece cotado em 7º lugar, atrás do Palácio Nacional de Sintra, do Paço dos Duques, do Palácio Nacional de Mafra, do Museu Nacional dos Coches, do Museu Nacional de Arte Antiga e do Palácio Nacional de Queluz. Mas, consequentemente, ficamos em 3º lugar entre os museus. Um número a fixar é o da duplicação de visitantes em dois anos (65.614 em 2007 contra 130.307 em 2009). É uma subida notável, à qual o diretor reage com mais uma provocação: “Devemos passar a comparar-nos não apenas com os museus do Estado, mas também com os palácios. Isso significa que temos desafios mais altos a estimular-nos. É uma provocação tremenda, mas vamos começar a explorar uma área fascinante de desenvolvimento de número de visitantes: o público estrangeiro”. Para 2010, a fundação estabeleceu como objetivo obter 150 mil visitantes e passar a ser o segundo museu mais visitado do país.
P
EDP nas artes ganha segunda edição no Brasil A estreia, realizada em 2009, foi um sucesso; tanto que a EDP no Brasil, por meio do seu Instituto EDP, e em parceria com o Tomie Ohtake, partiu para a segunda etapa do prêmio, estimulando a produção contemporânea entre o público universitário. O EDP nas artes abriu as inscrições para a nova edição que, dessa vez, também reconhecerá o trabalho do professor. Durante a inscrição da obra de arte, o participante sugere um educador de sua universidade ou unidade de ensino e, caso seja o primeiro colocado, o docente também será premiado. As inscrições podem ser feitas até 20 de junho de 2010, pelo correio ou na própria sede do Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo. O anúncio dos vencedores está previsto para agosto, data em que ocorre a inauguração da exposição dos trabalhos finalistas, a ser realizada no Instituto Tomie Ohtake. O prêmio responde à experiência do grupo mundial EDP que, por meio de sua fundação, em Lisboa, realiza uma premiação semelhante há oito anos, a fim de desenvolver talentos nas artes plásticas. “A primeira versão mostrou que há jovens com grande potencial, mas sem oportunidade de deslancharem no mercado. A premiação é apenas a porta de entrada para esses talentos ingressarem nesse universo", afirma António Pita de Abreu, Presidente da EDP no Brasil. Informações completas e o regulamento, como os prazos de entrega dos trabalhos, estão no site do Instituto Tomie Ohtake. on 51
sustentabilidade R e s p o n s a b i l i d a d e p e lo m e i o a m b i e n t e
Um ano dedicado à biodiversidade
A EDP associa-se às comemorações do Ano Internacional da Biodiversidade, uma iniciativa lançada pela ONU, que visa alertar todos os cidadãos para o contínuo empobrecimento da biodiversidade, com o desaparecimento de milhares de espécies Ano Internacional da Biodiversidade tem como missão alertar para o contínuo empobrecimento do planeta, uma vez que os cientistas estimam risco de extinção de 34 mil espécies de plantas e 5.200 de animais. Eles preveem que “a sexta extinção em massa” das espécies já está ocorrendo. A última conhecida refere-se ao desaparecimento dos dinossauros, há 65 milhões de anos. Ao longo de 2010, irão realizar-se inúmeras iniciativas para alertar consciências e abrir os olhos das populações dos quatro cantos do mundo. (http://www.cbd.int/2010/celebrations/). Em Portugal, estão planejadas várias ações de sensibilização para levar a temática da biodiversidade ao cidadão, usandose o programa Bioeventos 2010. Divulgar a importância da biodiversidade nos diver-
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52 o n
sos aspectos da sociedade humana e o papel de todos nós na sua preservação são objetivos do programa, promovido pelo Museu Nacional de História Natural e pelo Centro de Biologia Ambiental, entidades da Universidade de Lisboa.
A EDP também se juntou à causa, transformando-se, assim, num dos mecenas do Bioeventos. Pretende-se a mobilização de um mínimo de 65 mil participantes, estimando-se que a mensagem chegue a mais de um milhão de pessoas em Portugal
B i o d i ve rs i d a d e S u st e n t a b i l i d a d e
SAIBA QUE… • A abundância de espécies sofreu um declínio de 40% entre 1970 e 2000. • As populações de peixes do Atlântico norte sofreram um declínio de 66% nos últimos 50 anos.
COMBOIO DA BIODIVERSIDADE No dia 13 de março, várias pessoas ligadas a grupos de decisão político-econômica, do setor empresarial, do ambiente e de gestão de recursos naturais e figuras públicas ocuparam seus lugares no Comboio da Biodiversidade. Valendo-se de uma viagem, que teve como ponto de partida Santa Apolônia, atravessando o Estuário do Tejo e o Vale do Sado, salientou-se que a perda global da biodiversidade compromete a sobrevivência da nossa espécie e que qualquer solução para o problema tem como base a interligação entre três eixos fundamentais: a ciência, a tecnologia e a cultura. Realçar que a conservação da biodiversidade não se faz sem a participação da sociedade civil e que essa conservação deverá ser integrada como um princípio organizador de qualquer programa político e econômico foram outros objetivos da iniciativa, que também teve a finalidade de apoiar a candidatura da Arrábida a Património Mundial da UNESCO. Tratou-se de uma viagem explicada, estação a estação, pelos guias a bordo do comboio, investigadores da Universidade de Lisboa, que lançaram alguns temas para debate entre os passageiros.
DIA B 22 de maio será o dia B, isto é, o Dia Internacional da Biodiversidade. O desafio proposto consiste na participação ativa do público no trabalho de inventário do patrimônio natural português. Pede-se aos cidadãos que saiam às ruas, nesse dia, para observarem e registarem as plantas e animais comuns. Os Bioeventos 2010 lançam esse desafio a todas as pessoas interessadas em contribuírem para aumentar o conhecimento sobre a biodiversidade do nosso país. Para isso, poderá
registar-se no site www.biodiversity4all.org e fazer o download de um Guia de Campo; posteriormente, inserir as fotografias das suas observações. Mas essas não são as únicas iniciativas! Ao longo de 2010, haverá debates, palestras, exposições, conferências, concertos, entre muitos outros eventos. Esteja atento à agenda da Bioeventos (www.bcsdportugal.org) e saiba como um gesto mínimo da sua parte pode tornar o mundo melhor.
• Desde 2000, perdem-se, anualmente, e em média, seis milhões de hectares de floresta primária. • A degradação e a destruição de habitats é uma das principais ameaças à sobrevivência das espécies, afetando 86% de todas as aves em risco, 86% de todos os mamíferos em risco e 88% dos anfíbios. • A IUCN (International Union for Conservation of Nature) Red List 2009 enuncia um mínimo de 16.928 espécies em risco de extinção: globalmente, 21% dos mamíferos, 12% das aves, 31% dos répteis, 30% dos anfíbios e 37% dos peixes. • Em Portugal, 30% das espécies de vertebrados terrestres e 70% dos vertebrados de água doce encontram-se ameaçadas. (www.portugalbiodiversidade.org) FONTE: Bioeventos 2010
o n 53
s u st e n t a b i l i d a d e
Econnosco e sua Arca de Noé
Programa, que tem uma barca como símbolo, corre a todo vapor no Brasil
Ideias podem ser palavras escritas num papel.
A concretização pede pessoas.
Com força e energia para seguir em frente e apostar num ideal.
Que acreditam e que não desistem.
deias podem ser palavras escritas num papel. A concretização pede pessoas, que acreditam e não desistem. Com força e energia para seguirem em frente e apostarem num ideal. Esse é o lema dos Embaixadores da Sustentabilidade do Econnosco – programa criado em Portugal com objetivo de preservação dos recursos naturais na EDP –, e que avança na sua 4ª fase no Brasil, a dos resíduos. O time especial, composto por colaboradores de diversas localidades nas quais a EDP no Brasil está presente, ajuda no desenvolvimento e na melhoria do programa. Segundo Paloma Cavalcanti, do InstitutoEDP,osembaixadoressãoaessênciadoEconnosco, pois – além de conscientizarem as equipes –, identificam melhorias e implantam projetos. Exemplo disso é a participação de Carlos Aguiar, da área de Normas e Sistemas administrativos financeiros. De forma simples e sem custo, o embaixador está ajudando a área de
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construção do Alto Tietê, no interior de São Paulo, a economizar 10 mil folhas de papel por ano. “Antigamente, todas as cartas de medição para pagamento de fornecedores eram impressas. Hoje é só criar um arquivo em formato PDF e enviar por e-mail aos responsáveis”, explica. A meta de Aguiar é levar o procedimento nos próximos dois meses para as áreas da EDP que executam a mesma atividade. Portugal lá vou eu
Idéias como a do embaixador serão premiadas com viagem a Portugal. Nos próximos três meses, eles serão treinados pelo Instituto Akatu, parceiro da EDP, para aprenderem a criar um projeto de sustentabilidade, feito em dupla. Os melhores terão a oportunidade de conhecer o trabalho da Fundação EDP, em Lisboa, no segundo semestre deste ano. Com essa iniciativa, o Econnosco quer transformar os em-
baixadores em “cabeças pensantes”. “O projeto será como um trabalho de conclusão de curso. Primeiro eles recebem a teoria para depois aplicá-la”, diz Paloma. Todo mundo no mesmo barco
E como todo bom time tem uma mascote, a dos Embaixadores é uma barca, parecida com a de Noé, mas formada por pessoas, nesse caso os próprios embaixadores. Criada pelo Instituto Akatu, ela recebeu um banho de loja da colaboradora Andresa Santos, do Instituto EDP. Artesã por vocação, Andresa, que foi escolhida como a guardiã da embarcação, sugeriu que todos os embaixadores fizessem um boneco de si mesmo para dar sentido à barca e à mensagem “todo mundo no mesmo barco”. “Ela é simbólica. Quero transformá-la num local de mensagens de sustentabilidade, onde as pessoas as depositam e outras lêem”, afirma. Quem sabe essa barca também ficará registrada na história.
s u st e n t a b i l i d a d e
Em “linha” com a natureza O Grupo EDP preocupa-se com o meio ambiente. Principalmente se valendo de programas de preservação das denominadas faixas de gestão de combustível. Eis uma forma de proteger as florestas, garantindo a segurança no abastecimento de energia elétrica antes e depois
Na Espanha…
antes
depois
Em Portugal… m Portugal Continental, há 203.000 E quilômetros de linhas aéreas da rede de distribuição; grande parte em regiões arborizadas. A EDP Distribuição tem em curso um plano de ação que ronda os 15 milhões de euros, para constituição e manutenção da Rede Secundária de Faixas de Gestão de Combustível e conservação das Faixas de Proteção das linhas aéreas de alta e média tensão. Trata-se de um programa integrado que visa preservar a floresta por meio da prevenção do risco de incêndios; além de proteger a flora e, simultaneamente, garantir a segurança no abastecimento de energia elétrica, evitando incidentes provocados por contatos acidentais de árvores, ou de seus ramos, com os condutores das linhas elétricas. Em síntese, procura-se garantir a segurança de pessoas e bens em relação à floresta. Todavia, na Rede Secundária de Faixas de Gestão de Combustível, exige-se um permanente equilíbrio entre a carga térmica da cobertura vegetal em termos de solo e biodiversidade. Com base na experiência adquirida em programas anteriores, elaborou-se um Manual de Boas Práticas. Na verdade, é uma das medidas do Programa para a Promoção e o Desempenho Ambiental promovido pela ERSE; procura-se reforçar as garantias da biodiversidade, valendo-se de metodologias de análise e de caracterização do tapete vegetal existente em cada área, de forma a estabelecer o tipo e a profundidade das intervenções. O Manual de Boas Práticas é aplicado em todo o território nacional, por via da concretização de um Plano de Ação plurianual que registra uma forte articulação com os municípios.
No Brasil… A EDP Escelsa vem substituindo, gradativamente, as redes nuas por isoladas e/ou protegidas compactas (space cable), tanto na área rural quanto na urbana. A medida visa evitar a morte de animais – como os saguis-de-cara-branca, que habitam a Mata Atlântica –, ou mesmo as podas drásticas na arborização urbana. A empresa construiu, na área urbana, grande parte de suas redes em isoladas e/ou protegidas compactas, tendo alcançado um ótimo percentual sobre a construção total: 24,20% em 2007; 25,58% em 2008; 28,31% no ano de 2009. Tais números corroboram com 3º Princípio da Sustentabilidade – Respeito ao Meio Ambiente. Para tanto, a distribuidora do Espírito Santo assinou um convênio com o Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do estado – IDAF, renovado, em dezembro de 2009, a validade para mais cinco anos. O convênio estabelece normas e procedimentos destinados a viabilizar os serviços de manutenção, construção, limpeza de faixas de segurança das redes e linhas de distribuição em sua área de concessão, necessários ao pleno funcionamento do sistema, satisfazendo às condições de regularidade, continuidade, eficiência e segurança.
A HC Energía avançou com o programa trienal de “Corte e Poda”, sistematizando o trabalho a ser realizado, nos últimos quatro anos, para proteger o meio envolvente das regiões que atravessam as linhas áreas. Só no último ano, cortaram e/ou podaram-se mais de 560 quilômetros de zonas arborizadas, com um custo de 3,5 milhões de euros. O plano estabelece que 6.000 km de rede área da HC Energía de Média e Alta tensão que, na maioria, situa-se em terrenos de difícil acesso e, 22% em zonas de arvoredo intenso, sejam revistos de três em três anos. Tanto a administração, pela Consejería de Medio Rural y Pesca, como a universidade, por intermédio da Escuela Politécnica de Ingenieros Técnicos Forestales de Mieres, juntaram-se ao objetivo, colaborando na realização de um Manual Integral para a Atividade de Corte e Poda em Zonas de Servidumbre de Líneas Elétricas. A poda dessas áreas é um passo prévio para o programa-piloto de “Inversión de Flora”, o qual a companhia lançou, incluindo uma série de aplicações seletivas de fitosanitários (tipo de planta) para evitar o crescimento de árvores de porte que afetam as linhas áreas e, também, incentivar a proliferação de espécies nativas que possam conviver com as linhas. Trata-se de um programa plurianual, concebido por uma empresa especializada que patenteou o processo de “Inversión de Flora”. Ainda neste ano, arrancará o projeto-piloto junto de uma linha de 132 kV, de duplo circuito, entre Posada e Corredoria, na área central das Astúrias.
o n 55
ensaio fotográfico I LU S T R A R T E 0 9 – IV Bienal Internacional de Ilustraç ão para a Infância
As imagens vencedoras da 4ª edição da bienal, em exibição no Museu da Eletricidade, são ilustrações embutidas de grande força plástica, realizadas em xilogravura, bem ao estilo de Isabelle Vandenabeele. A ILUSTRARTE atingiu, assim, uma vez mais, seus objetivos: criar um espaço de encontro e de discussão da melhor ilustração para a infância internacional, colocando Portugal na rota dos grandes eventos da área
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Fotos de Alex Gandum
Imagens de encantar
"Prólogo de Um Amor Partido" Isabelle Vandenabeele, Bélgica, Vencedor
E n s a i o fo to g r á f i co
"O Quotidiano dos Animais" Alessandro Lecis + Alessandra Panzeri, Itália, Menção Especial o n 57
I LU S T R A R T E 0 9 – IV Bienal Internacional de Ilustraç ão para a Infância
"Tarefas Familiares" Martin Jarrie, França, Menção Especial
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E n s a i o fo to g r รก f i co
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I LU S T R A R T E 0 9 – IV Bienal Internacional de Ilustraç ão para a Infância
"Tarefas Familiares" Martin Jarrie, França, Menção Especial
"O Quotidiano dos Animais" Alessandro Lecis + Alessandra Panzeri, Itália, Menção Especial
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E n s a i o fo to g r á f i co
"O Quotidiano dos Animais" Alessandro Lecis + Alessandra Panzeri, Itália, Menção Especial
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I LU S T R A R T E 0 9 – IV Bienal Internacional de Ilustraç ão para a Infância
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"Prólogo de Um Amor Partido" Isabelle Vandenabeele, Bélgica, Vencedor
E n s a i o fo to g r á f i co
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em destaque TERESA PEREIRA secretária-geral e assessora jurídica
BUSINESS Há quantos anos trabalha na EDP?
Trabalho na EDP desde 1984. Vim para substituir uma pessoa por um período de seis meses e acabei ficando até hoje. Embora tenha estado sete anos na ONI, isso se deveu ao fato de eu pertencer ao quadro do pessoal da EDP. Qual a experiência mais gratificante que teve dentro do Grupo EDP?
Não é fácil pra mim “decidir mentalmente” qual foi a experiência mais gratificante. Gosto muito do que faço atualmente, mas a ONI foi um desafio extraordinário; fez com que eu crescesse muito – quer em termos pessoais, quer profissionalmente. Foi preciso fazer de tudo! Quais os maiores desafios que enfrenta, atualmente, na secretaria-geral e assessoria jurídica?
Atualmente, meu maior desafio é conseguir responder, em tempo útil, a todas as solicitações a que me são dirigidas. O volume de trabalho é enorme e, como sabe, em questões jurídicas há sempre prazos a cumprir. Em que sentido é que o fato de a empresa ser uma multinacional – presente em várias geografias com diferentes legislações – afeta o seu trabalho?
Obviamente que o fato de a EDP estar presente em diversas geografias afeta; mas, muitas vezes, de forma positiva. Estou sempre aprendendo! Os enquadramentos jurídicos são distintos e, em alguns casos, temos soluções diversas para questões muito similares. Como descreve seu dia-a-dia?
Diria que ele é bastante movimentado. Quando não tenho compromissos agendados que me obriguem a agir diferentemente, 64 on
“Por vezes, as pessoas pensam que o fato de terem uma mulher à frente lhes facilita o trabalho. Depois, porém, acabam por concluir que se enganaram” começo a trabalhar cerca das 10 horas da manhã; faço um intervalo por volta das duas da tarde e termino umas 22 horas.
a preocupação permanente de atingir resultados; e não apenas de “desenvolver uma atividade”.
O que ainda não fez, mas gostaria de fazer (ou mudar) dentro do grupo?
Sentiu algum tipo de entrave, durante a carreira, pelo fato de ser mulher?
Quando, em criança, perguntavam o que queria ser ao crescer, respondia: advogada. O que eu quero é continuar a fazer trabalho jurídico. É claro que há sempre muitas coisas em que podemos melhorar! Gostaria que caminhássemos todos no sentido da “excelência” e com
Nunca senti qualquer entrave. É claro que, nos primeiros contatos, no âmbito profissional; por vezes, as pessoas pensam que o fato de terem uma mulher à frente lhes facilita o trabalho. Depois, porém, acabam por concluir que se enganaram.
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World Press Photo
Maratona Douro Vinhateiro
Projeto de eficiência energética
A Fundação EDP recebe, mais uma vez, a World Press Photo. Não perca o olhar dos fotógrafos que percorrem o mundo, na Sala de Exposições do Museu da Eletricidade (Central Tejo, Belém, Lisboa).
Esta é a 5ª edição que conta com o patrocínio da EDP. Uma maratona que envolve 3.000 participantes e com transmissão, ao vivo, em directo na RTP1.
A Naturgas Energía apresenta o projeto de inovação sobre Eficiência Energética e Energias Renováveis em edifícios.
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MIT Clean Energy Prize Competition 2009 Dia Internacional da Biodiversidade
Carbon Disclosure
Entrega dos prêmios que a EDP Inovação patrocinou, em 2009, o Track Renováveis do MIT Clean Energy Prize, inserido no âmbito da 100K Competition, a maior competição mundial de empreendorismo universitário.
Serão apresentados os resultados do ano 2009, no Parlamento Europeu. O projeto tem uma grande visibilidade em termos mundiais, estimulando as empresas mais performáticas em termos de sustentabilidade.
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Ação de rua, promovida pelo Centro de Biologia Ambiental da Faculdade de Ciências de Lisboa, em parceria com a EDP.
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EDP Live em Madrid
Música clássica
Último balanço
Os colaboradores da EDP Renováveis, HC Energía e Naturgas vão reunir-se, em Madrid, para mais um encontro anual. Será um dia cheio de atividades, no qual onde serão lançados os objetivos para os próximos anos.
A EDP patrocina o coral que executa a 9ª Sinfonia de Beethoven num grande espectáculo, ao ar livre. Dois espectáculos em comemoração aos 50 anos de Brasília.
O grupo falará sobre o resultado do último balanço, no encontro com analistas e investidores, na APIMEC São Paulo.
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Campanha de hipertensão arterial
Conferência da American Wind Energy
Encontro anual da EDPR North America
A EDP Brasil lança uma campanha preventiva, coordenada pelos recursos humanos da empresa, com o objetivo de alertar os colaboradores sobre o problema da hipertensão arterial.
A EDP Renováveis, North America, será uma das expositoras da Wind Energy Association WINDPOWER 2010, a ser realizada em Dallas, no Texas. Vários representantes da EDPR NA irão intervir nesta conferência.
Reunião anual de colaboradores, em Houston no Texas. Discutem-se metas e objetivos a serem ainda alcançados, bem no futuro, o balanço das atividades do ano anterior. 02
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