Acervo Embraer
MA R C A
Aviação com Assinatura Brasileira Crescendo com o Brasil, a Embraer está entre as maiores fabricantes mundiais de aviões. Com 42 anos de atuação completados em agosto, a empresa emprega mais de 17 mil pessoas, atende encomendas de diversos países e garante a representatividade brasileira no mercado aeronáutico internacional. por Clarissa Miranda
64
Um projeto nascido para, literalmente, “voar alto”: essa é a
no ramo da Aviação Agrícola. Se as vendas de todos esses setores
essência da Empresa Brasileira de Aeronáutica, a Embraer. O porte
forem somadas, mais de 5 mil aeronaves já foram produzidas e
da companhia, traduzido em números, garante visibilidade para o
operam em 92 países com a assinatura da companhia.
país em um setor sofisticado e de tecnologia de ponta. São mais de
A Embraer se reafirma a cada ano entre as quatro maiores
17 mil empregados, 16 bilhões de dólares em pedidos firmes em
fabricantes de aviões do mundo. Para estar neste seleto grupo
carteira registrados até o primeiro trimestre de 2011 e unidades
industrial, o segredo da marca brasileira parece ser composto de
instaladas no Brasil, nos Estados Unidos, em países da Europa
elementos como formação de pessoas, serviço de excelência ao
e da Ásia. Uma empresa que opera nos segmentos da Aviação
cliente, constante busca por enxergar demandas de mercado e
Comercial, Executiva e de Defesa e Segurança, além da atuação
superação na pesquisa de alta tecnologia.
Pe r f o r m a n c e
ÍDER - II Semestre 2011
A Embraer foi a empresa que mais cresceu no mercado global de aviação executiva em 2010. Um em cada cinco jatos executivos entregues no ano foi fabricado pela companhia brasileira
Acervo Embraer
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Aviação com Assinatura Brasileira Crescendo com o Brasil, a Embraer está entre as maiores fabricantes mundiais de aviões. Com 42 anos de atuação completados em agosto, a empresa emprega mais de 17 mil pessoas, atende encomendas de diversos países e garante a representatividade brasileira no mercado aeronáutico internacional. por Clarissa Miranda
64
Um projeto nascido para, literalmente, “voar alto”: essa é a
no ramo da Aviação Agrícola. Se as vendas de todos esses setores
essência da Empresa Brasileira de Aeronáutica, a Embraer. O porte
forem somadas, mais de 5 mil aeronaves já foram produzidas e
da companhia, traduzido em números, garante visibilidade para o
operam em 92 países com a assinatura da companhia.
país em um setor sofisticado e de tecnologia de ponta. São mais de
A Embraer se reafirma a cada ano entre as quatro maiores
17 mil empregados, 16 bilhões de dólares em pedidos firmes em
fabricantes de aviões do mundo. Para estar neste seleto grupo
carteira registrados até o primeiro trimestre de 2011 e unidades
industrial, o segredo da marca brasileira parece ser composto de
instaladas no Brasil, nos Estados Unidos, em países da Europa
elementos como formação de pessoas, serviço de excelência ao
e da Ásia. Uma empresa que opera nos segmentos da Aviação
cliente, constante busca por enxergar demandas de mercado e
Comercial, Executiva e de Defesa e Segurança, além da atuação
superação na pesquisa de alta tecnologia.
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A Embraer foi a empresa que mais cresceu no mercado global de aviação executiva em 2010. Um em cada cinco jatos executivos entregues no ano foi fabricado pela companhia brasileira
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Aviação com Assinatura Brasileira Crescendo com o Brasil, a Embraer está entre as maiores fabricantes mundiais de aviões. Com 42 anos de atuação completados em agosto, a empresa emprega mais de 17 mil pessoas, atende encomendas de diversos países e garante a representatividade brasileira no mercado aeronáutico internacional. por Clarissa Miranda
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Um projeto nascido para, literalmente, “voar alto”: essa é a
no ramo da Aviação Agrícola. Se as vendas de todos esses setores
essência da Empresa Brasileira de Aeronáutica, a Embraer. O porte
forem somadas, mais de 5 mil aeronaves já foram produzidas e
da companhia, traduzido em números, garante visibilidade para o
operam em 92 países com a assinatura da companhia.
país em um setor sofisticado e de tecnologia de ponta. São mais de
A Embraer se reafirma a cada ano entre as quatro maiores
17 mil empregados, 16 bilhões de dólares em pedidos firmes em
fabricantes de aviões do mundo. Para estar neste seleto grupo
carteira registrados até o primeiro trimestre de 2011 e unidades
industrial, o segredo da marca brasileira parece ser composto de
instaladas no Brasil, nos Estados Unidos, em países da Europa
elementos como formação de pessoas, serviço de excelência ao
e da Ásia. Uma empresa que opera nos segmentos da Aviação
cliente, constante busca por enxergar demandas de mercado e
Comercial, Executiva e de Defesa e Segurança, além da atuação
superação na pesquisa de alta tecnologia.
Pe r f o r m a n c e
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A Embraer foi a empresa que mais cresceu no mercado global de aviação executiva em 2010. Um em cada cinco jatos executivos entregues no ano foi fabricado pela companhia brasileira
EMB 110 Bandeirante – Primeiro avião produzido pela Embraer. Foram fabricadas 498 aeronaves, sendo que 300 delas ainda estão em vôo
Ipanema – Lançada na década de 1970, a família Ipanema é líder no mercado de aviação agrícola no Brasil, com cerca de 75% de participação
A formação de pessoal especializado para o setor aeronáutico, por exemplo, está na base da história da empresa. Nascida a partir de um movimento do Estado e do Exército para incentivar a produção aeroespacial no país, a Embraer tem sua criação relacionada aos esforços do Ministério da Aeronáutica, formado em 1941, e à fundação, em São José dos Campos (SP), do Centro Técnico Aeroespacial (hoje Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial) que abriga o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), este último criado em 1950. É no ITA que, até hoje, são formados boa parte dos profissionais que tornam possível o desenvolvimento da Embraer. Para o jornalista e pesquisador de história da aviação no Brasil, Cosme Degenar Drumond, autor do livro Asas do Brasil: uma história que voa pelo mundo, a criação da escola de aeronáutica estava de acordo com as expectativas de crescimento dos governos brasileiros da primeira metade do século XX. “Criar um Brasil grande não era slogan apenas do regime militar. Esse pensamento foi comungado por destacadas figuras da história brasileira, como Dom Pedro II, Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek. A criação da Embraer certamente teria sido aprovada por esses estadistas”, diz Drumond. Fundada oficialmente em 19 de agosto de 1969, a Embraer começou a fabricar aviões em série com o bimotor EMB 110 Bandeirante, que teria como seu primeiro usuário a Força Aérea Brasileira (FAB), no segmento da Aviação de Defesa e Segurança. O Bandeirante foi também a aeronave de estreia da empresa no segmento Comercial, modelo escolhido para voos mantidos por 66
Pe r f o r m a n c e
ÍDER - II Semestre 2011
ERJ 145 – Com capacidade para 50 passageiros, teve grande aceitação e ajudou a empresa a se reerguer após a privatização
operadoras como a Vasp e a Transbrasil. Ao ser apresentado no Salão Aeronáutico de Paris, em 1977, o avião com apenas 19 lugares chamou a atenção e inaugurou o que até hoje é uma das vocações da empresa neste segmento: a venda de aeronaves de médio porte que podem atender demandas regionais tão frequentes em países como o Brasil. Foram comercializadas, ao todo, 498 aeronaves do Bandeirante e 300 delas ainda voam atualmente. Segundo o ex-presidente da empresa, Ozires Silva, o nicho de mercado percebido ainda nesta época foi um ponto fundamental para o crescimento da Embraer no segmento Comercial. “Quando a empresa foi constituída, entrou no mercado com seu primeiro avião para as linhas aéreas regionais. Foi um trabalho duro e usou como vantagem a transformação da linha de produtos secundária das concorrentes na linha primária de seus objetivos empresariais”, explica Ozires Silva, que comandou a Embraer em suas primeiras décadas e também durante o processo de desestatização. Ao longo das décadas de 1970 e 1980, a Embraer desenvolveuse no domínio do design das aeronaves, no conhecimento sobre subsistemas dos aviões e nos serviços de vendas e assistência técnica. No final da década de 1980 e início dos anos 1990, a empresa foi afetada pela crise econômica brasileira, a qual diminuiu orçamentos destinados aos fabricantes da área militar e aos fornecedores do governo. As dificuldades da economia e os elevados custos dos insumos e componentes no exterior foram alguns dos fatores que levaram com que, em 1992, o próprio Ministério da Aeronáutica solicitasse ao governo federal a
Super Tucano – Jato de treinamento e ataque leve do segmento de Aviação de Defesa
Embraer 170 – Primeira aeronave lançada da família Embraer 170/190. Estão hoje entre os produtos de melhor venda da empresa
inclusão da empresa no Programa Nacional de Desestatização. A privatização se deu em 7 de dezembro de 1994, durante o governo do presidente Itamar Franco, sendo a Embraer adquirida na Bolsa de Valores de São Paulo por um consórcio entre os grupos Bozano Simonsen, Wasserstein e Perella e os fundos de pensão Previ (Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil) e Sistel (Fundação Sistel de Seguridade Social). Mesmo com a privatização, o governo brasileiro manteve consigo ações de classe especial (golden share), que dão à União o poder de veto nas questões consideradas estratégicas, tais como a mudança de objeto e razão social, os programas militares e os aspectos relativos à tecnologia desenvolvida e à transferência de controle acionário. Privatizada e com um novo diretor-presidente, Maurício Botelho, ex-diretor executivo da Cia. Bozano, a Embraer desenvolveu ainda mais seu bom relacionamento com o mercado internacional, demonstrando capacidade de adaptar-se ao novo cenário em que se encontrava. O segmento Comercial foi o impulsionador para a empresa vencer os primeiros anos após a desestatização, com a boa aceitação pelo mercado de aeronaves como o ERJ 145, de 50 lugares. Em 2000, a Embraer lançou suas ações na Bolsa de Valores de São Paulo e, em 2006, passou por uma reestruturação societária na qual se tornou a primeira companhia brasileira de grande porte a ter o seu controle pulverizado, isto é, sem a figura do acionista ou do grupo controlador. As ações ordinárias de emissão da companhia passaram a ser negociadas
Acervo Embraer
Acervo Embraer
Acervo Embraer
Acervo Embraer
Acervo Embraer
Acervo Embraer
MA R C A
Legacy 600 – Um dos jatos executivos da família Legacy, feito com plataforma de jatos comerciais, e interiores refinados
“Nossas pessoas, a satisfação de nossos clientes, ousadia e inovação, presença global e a geração de resultados sustentáveis são os princípios que nos trouxeram onde estamos.”
no Novo Mercado da Bovespa. A reestruturação teve, como um de seus principais objetivos, a capacitação da Embraer para o livre acesso ao mercado de capitais mundial, o que ampliava sua capacidade de obtenção de recursos voltados para o desenvolvimento de programas de expansão. Botelho permaneceu à frente da Embraer até 2007, quando passou o cargo a Frederico Fleury Curado (veja entrevista “A educação como garantia de resultados” na pág. 72). »
Pe r f o r m a n c e
ÍDER - II Semestre 2011
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EMB 110 Bandeirante – Primeiro avião produzido pela Embraer. Foram fabricadas 498 aeronaves, sendo que 300 delas ainda estão em vôo
Ipanema – Lançada na década de 1970, a família Ipanema é líder no mercado de aviação agrícola no Brasil, com cerca de 75% de participação
A formação de pessoal especializado para o setor aeronáutico, por exemplo, está na base da história da empresa. Nascida a partir de um movimento do Estado e do Exército para incentivar a produção aeroespacial no país, a Embraer tem sua criação relacionada aos esforços do Ministério da Aeronáutica, formado em 1941, e à fundação, em São José dos Campos (SP), do Centro Técnico Aeroespacial (hoje Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial) que abriga o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), este último criado em 1950. É no ITA que, até hoje, são formados boa parte dos profissionais que tornam possível o desenvolvimento da Embraer. Para o jornalista e pesquisador de história da aviação no Brasil, Cosme Degenar Drumond, autor do livro Asas do Brasil: uma história que voa pelo mundo, a criação da escola de aeronáutica estava de acordo com as expectativas de crescimento dos governos brasileiros da primeira metade do século XX. “Criar um Brasil grande não era slogan apenas do regime militar. Esse pensamento foi comungado por destacadas figuras da história brasileira, como Dom Pedro II, Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek. A criação da Embraer certamente teria sido aprovada por esses estadistas”, diz Drumond. Fundada oficialmente em 19 de agosto de 1969, a Embraer começou a fabricar aviões em série com o bimotor EMB 110 Bandeirante, que teria como seu primeiro usuário a Força Aérea Brasileira (FAB), no segmento da Aviação de Defesa e Segurança. O Bandeirante foi também a aeronave de estreia da empresa no segmento Comercial, modelo escolhido para voos mantidos por 66
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ERJ 145 – Com capacidade para 50 passageiros, teve grande aceitação e ajudou a empresa a se reerguer após a privatização
operadoras como a Vasp e a Transbrasil. Ao ser apresentado no Salão Aeronáutico de Paris, em 1977, o avião com apenas 19 lugares chamou a atenção e inaugurou o que até hoje é uma das vocações da empresa neste segmento: a venda de aeronaves de médio porte que podem atender demandas regionais tão frequentes em países como o Brasil. Foram comercializadas, ao todo, 498 aeronaves do Bandeirante e 300 delas ainda voam atualmente. Segundo o ex-presidente da empresa, Ozires Silva, o nicho de mercado percebido ainda nesta época foi um ponto fundamental para o crescimento da Embraer no segmento Comercial. “Quando a empresa foi constituída, entrou no mercado com seu primeiro avião para as linhas aéreas regionais. Foi um trabalho duro e usou como vantagem a transformação da linha de produtos secundária das concorrentes na linha primária de seus objetivos empresariais”, explica Ozires Silva, que comandou a Embraer em suas primeiras décadas e também durante o processo de desestatização. Ao longo das décadas de 1970 e 1980, a Embraer desenvolveuse no domínio do design das aeronaves, no conhecimento sobre subsistemas dos aviões e nos serviços de vendas e assistência técnica. No final da década de 1980 e início dos anos 1990, a empresa foi afetada pela crise econômica brasileira, a qual diminuiu orçamentos destinados aos fabricantes da área militar e aos fornecedores do governo. As dificuldades da economia e os elevados custos dos insumos e componentes no exterior foram alguns dos fatores que levaram com que, em 1992, o próprio Ministério da Aeronáutica solicitasse ao governo federal a
Super Tucano – Jato de treinamento e ataque leve do segmento de Aviação de Defesa
Embraer 170 – Primeira aeronave lançada da família Embraer 170/190. Estão hoje entre os produtos de melhor venda da empresa
inclusão da empresa no Programa Nacional de Desestatização. A privatização se deu em 7 de dezembro de 1994, durante o governo do presidente Itamar Franco, sendo a Embraer adquirida na Bolsa de Valores de São Paulo por um consórcio entre os grupos Bozano Simonsen, Wasserstein e Perella e os fundos de pensão Previ (Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil) e Sistel (Fundação Sistel de Seguridade Social). Mesmo com a privatização, o governo brasileiro manteve consigo ações de classe especial (golden share), que dão à União o poder de veto nas questões consideradas estratégicas, tais como a mudança de objeto e razão social, os programas militares e os aspectos relativos à tecnologia desenvolvida e à transferência de controle acionário. Privatizada e com um novo diretor-presidente, Maurício Botelho, ex-diretor executivo da Cia. Bozano, a Embraer desenvolveu ainda mais seu bom relacionamento com o mercado internacional, demonstrando capacidade de adaptar-se ao novo cenário em que se encontrava. O segmento Comercial foi o impulsionador para a empresa vencer os primeiros anos após a desestatização, com a boa aceitação pelo mercado de aeronaves como o ERJ 145, de 50 lugares. Em 2000, a Embraer lançou suas ações na Bolsa de Valores de São Paulo e, em 2006, passou por uma reestruturação societária na qual se tornou a primeira companhia brasileira de grande porte a ter o seu controle pulverizado, isto é, sem a figura do acionista ou do grupo controlador. As ações ordinárias de emissão da companhia passaram a ser negociadas
Acervo Embraer
Acervo Embraer
Acervo Embraer
Acervo Embraer
Acervo Embraer
Acervo Embraer
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Legacy 600 – Um dos jatos executivos da família Legacy, feito com plataforma de jatos comerciais, e interiores refinados
“Nossas pessoas, a satisfação de nossos clientes, ousadia e inovação, presença global e a geração de resultados sustentáveis são os princípios que nos trouxeram onde estamos.”
no Novo Mercado da Bovespa. A reestruturação teve, como um de seus principais objetivos, a capacitação da Embraer para o livre acesso ao mercado de capitais mundial, o que ampliava sua capacidade de obtenção de recursos voltados para o desenvolvimento de programas de expansão. Botelho permaneceu à frente da Embraer até 2007, quando passou o cargo a Frederico Fleury Curado (veja entrevista “A educação como garantia de resultados” na pág. 72). »
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ÍDER - II Semestre 2011
67
Acervo Embraer
MA R C A
A preocupação com os detalhes, conforto e sofisticação é evidenciada no design dos interiores das aeronaves fabricadas para o segmento da Aviação Executiva
Acervo Embraer
Novos desafios
Alguns grandes nomes da história da Embraer: Ozires Silva, ex- presidente da empresa, ao lado de Frederico Fleury Curado, atual diretor-presidente
68
Pe r f o r m a n c e
ÍDER - II Semestre 2011
Atualmente, são muitas as companhias aéreas do mundo que estampam suas marcas em aeronaves da Embraer. No setor Comercial, o ERJ145 é ainda um dos aviões da empresa com melhor aceitação no mercado, tendo atingido a marca de mil unidades entregues. Outros modelos de destaque no portfólio Comercial são os jatos Embraer 170 e 190, com capacidade para 70 e 122 passageiros, respectivamente, e que suprem um mercado que demanda aeronaves intermediárias entre os jatos considerados regionais e aqueles de plataformas maiores. Os E-jets, como estas aeronaves são chamadas, também atingiram, neste ano, a marca de mil unidades vendidas, contando pedidos firmes em carteira. Essa conquista é comemorada pela empresa tendo em vista que a companhia atua neste modelo há apenas 7 anos. Na época, havia cinco concorrentes para o setor de aviação deste porte. Alguns já saíram de mercado, mas há novos entrantes na China, Japão e Rússia. No setor de Defesa e Segurança, um dos focos é o desenvolvimento do cargueiro KC390, para missões de transporte de cargas e de reabastecimento. Com capacidade de voar a 850 quilômetros por hora, em condições de combate, pode levar cargas com até 19 toneladas ou 64 paraquedistas equipados para
batalha ou ainda 80 soldados de infantaria convencional. O projeto tem agradado o mercado: foram registradas, até o final de março deste ano, intenções de compra de 60 unidades, sendo 28 para o Brasil. A previsão é de que se realize o primeiro voo do protótipo desta aeronave em 2014. Outro destaque é o Super Tucano, modelo de jato de treinamento e ataque leve que, desde seu lançamento, teve 152 unidades entregues para clientes de diversos países. As aeronaves da Embraer do segmento de Aviação de Defesa e Segurança auxiliam ainda as Forças Armadas Brasileiras no treinamento dos militares da Aeronáutica, no monitoramento do território e nas missões de salvamento e resgate. No segmento de Aviação Executiva, a empresa tem mostrado fôlego nos últimos anos e um potencial significativo de expansão. Entre outros, a Embraer desenvolve o Programa Legacy, uma família cuja estrutura possui plataforma de jato comercial, e a família Phenom, com design de interiores focado em conforto e que, só em 2010, registrou 126 aeronaves entregues, nos modelos Phenom 100 e Phenom 300. O segmento da Aviação Executiva é ainda um bom exemplo dos avanços tecnológico e de design constantemente buscados pela empresa. O Legacy 450 e Legacy 500 e os Phenom 100 e 300 têm os interiores projetados em parceria com a BMW Designworks, prometendo o mesmo requinte em interiores de um carro luxuoso como os BMW série 7 – veículos criados para oferecer aos clientes uma experiência de estado da arte em termos de tecnologias e conforto. Os novos modelos de aviões executivos da Embraer mostram ainda melhorias em desempenho e eficiência no consumo de combustível, redução de ruídos e de poluição. Utilizando motores da fabricante Honeywell, o Legacy 500, que ainda está por realizar o seu primeiro voo, poderá levar até 12 passageiros com o alcance de mais de 5 mil km, podendo voar a distância entre Rio de Janeiro e Chicago (EUA) com uma única parada. Com o Brasil estabelecendo-se como o segundo maior mercado do mundo para Aviação Executiva, seguindo dados da Abag (Associação Brasileira de Aviação Geral), a Embraer leva vantagem. O seu Phenom 100, por exemplo, é considerado um sucesso de vendas – resultado motivado, entre outros fatores, por ser um dos modelos da empresa que pode ser comprado por meio do Finame,
Acervo Embraer
MA R C A
A preocupação com os detalhes, conforto e sofisticação é evidenciada no design dos interiores das aeronaves fabricadas para o segmento da Aviação Executiva
Acervo Embraer
Novos desafios
Alguns grandes nomes da história da Embraer: Ozires Silva, ex- presidente da empresa, ao lado de Frederico Fleury Curado, atual diretor-presidente
68
Pe r f o r m a n c e
ÍDER - II Semestre 2011
Atualmente, são muitas as companhias aéreas do mundo que estampam suas marcas em aeronaves da Embraer. No setor Comercial, o ERJ145 é ainda um dos aviões da empresa com melhor aceitação no mercado, tendo atingido a marca de mil unidades entregues. Outros modelos de destaque no portfólio Comercial são os jatos Embraer 170 e 190, com capacidade para 70 e 122 passageiros, respectivamente, e que suprem um mercado que demanda aeronaves intermediárias entre os jatos considerados regionais e aqueles de plataformas maiores. Os E-jets, como estas aeronaves são chamadas, também atingiram, neste ano, a marca de mil unidades vendidas, contando pedidos firmes em carteira. Essa conquista é comemorada pela empresa tendo em vista que a companhia atua neste modelo há apenas 7 anos. Na época, havia cinco concorrentes para o setor de aviação deste porte. Alguns já saíram de mercado, mas há novos entrantes na China, Japão e Rússia. No setor de Defesa e Segurança, um dos focos é o desenvolvimento do cargueiro KC390, para missões de transporte de cargas e de reabastecimento. Com capacidade de voar a 850 quilômetros por hora, em condições de combate, pode levar cargas com até 19 toneladas ou 64 paraquedistas equipados para
batalha ou ainda 80 soldados de infantaria convencional. O projeto tem agradado o mercado: foram registradas, até o final de março deste ano, intenções de compra de 60 unidades, sendo 28 para o Brasil. A previsão é de que se realize o primeiro voo do protótipo desta aeronave em 2014. Outro destaque é o Super Tucano, modelo de jato de treinamento e ataque leve que, desde seu lançamento, teve 152 unidades entregues para clientes de diversos países. As aeronaves da Embraer do segmento de Aviação de Defesa e Segurança auxiliam ainda as Forças Armadas Brasileiras no treinamento dos militares da Aeronáutica, no monitoramento do território e nas missões de salvamento e resgate. No segmento de Aviação Executiva, a empresa tem mostrado fôlego nos últimos anos e um potencial significativo de expansão. Entre outros, a Embraer desenvolve o Programa Legacy, uma família cuja estrutura possui plataforma de jato comercial, e a família Phenom, com design de interiores focado em conforto e que, só em 2010, registrou 126 aeronaves entregues, nos modelos Phenom 100 e Phenom 300. O segmento da Aviação Executiva é ainda um bom exemplo dos avanços tecnológico e de design constantemente buscados pela empresa. O Legacy 450 e Legacy 500 e os Phenom 100 e 300 têm os interiores projetados em parceria com a BMW Designworks, prometendo o mesmo requinte em interiores de um carro luxuoso como os BMW série 7 – veículos criados para oferecer aos clientes uma experiência de estado da arte em termos de tecnologias e conforto. Os novos modelos de aviões executivos da Embraer mostram ainda melhorias em desempenho e eficiência no consumo de combustível, redução de ruídos e de poluição. Utilizando motores da fabricante Honeywell, o Legacy 500, que ainda está por realizar o seu primeiro voo, poderá levar até 12 passageiros com o alcance de mais de 5 mil km, podendo voar a distância entre Rio de Janeiro e Chicago (EUA) com uma única parada. Com o Brasil estabelecendo-se como o segundo maior mercado do mundo para Aviação Executiva, seguindo dados da Abag (Associação Brasileira de Aviação Geral), a Embraer leva vantagem. O seu Phenom 100, por exemplo, é considerado um sucesso de vendas – resultado motivado, entre outros fatores, por ser um dos modelos da empresa que pode ser comprado por meio do Finame,
MA R C A
"A Embraer entendeu que o principal ativo que tinha era o seu patrimônio tecnológico e de recursos humanos. Também foi fundamental a construção de uma nova competência associada à visão de mercado."
linha de crédito do BNDES que permite produção e aquisição de máquinas e equipamentos novos, de fabricação nacional, por intermédio de instituições financeiras credenciadas. Para atender aos clientes de aeronaves que hoje estão em todos os continentes, a empresa mantém um mapa de unidades internacionais, constituindo uma rede de serviços autorizados de manutenção. Atividades administrativas, de engenharia, desenvolvimento e fabricação são mantidas no Brasil, com unidades localizadas em São José dos Campos, Botucatu e Gavião Peixoto, além de um Centro de Distribuição e Logística em Taubaté, todos no Estado de São Paulo. A companhia conta com centros de serviço e venda de peças de reposição em Fort Lauderdale, Nashville, Lousville, Windsor Locks, Minneapolis e Mesa, nos EUA, onde também está construindo uma unidade industrial na cidade de Melbourne para auxiliar, entre outros, na montagem de aviões executivos Phenom 100 e Phenom 300. A sede europeia da empresa está localizada em Villepinte, na França, país em que mantém também a unidade Le Bourget, em Paris. Uma unidade de assistência técnica e montagem de componentes e estruturas das aeronaves funciona em Alverca, em Portugal, como consequência da aquisição de 65% do capital da OGMA - Indústria Aeronáutica de Portugal S.A. Também em Portugal, na cidade de Évora, estão sendo desenvolvidas instalações para a fabricação de estruturas metálicas usinadas
e conjuntos em materiais compostos. Na Ásia, em Singapura, funciona um escritório da Embraer, um centro de distribuição regional para operações de peças de reposição round-the-clock e prestação de serviços de manutenção e reparo. Na China, uma fábrica é mantida na cidade de Harbin em associação com a empresa estatal chinesa China Aviation Industry Corporation II (AVIC II), e um escritório em Pequim, além de um Centro de Distribuição de Peças de Reposição no Aeroporto Internacional de Pequim. Para o professor e pesquisador da área de Administração e autor da obra Embraer: Elos entre Estado e Mercado, Roberto Bernardes, o bom desempenho atual da empresa se deve ao valor global que a marca tem hoje e à sua estrutura internacional, mas também à valorização do capital humano e tecnológico formados na companhia. “A Embraer entendeu que o principal ativo que tinha era o seu patrimônio tecnológico e de recursos humanos. Também foi fundamental a construção de uma nova competência associada à visão de mercado”, acrescenta Bernardes. O investimento em formação de recursos humanos é mantido como programa permanente na empresa. Além do incentivo para o desenvolvimento acadêmico, com o Programa de Especialização em Engenharia oferecido em parceria com o ITA, há programas de desenvolvimento de lideranças. Colaboradores identificados com potencial para carreiras de gestão são convidados a participar do Programa de Formação de Novas e Futuras Lideranças, do Programa de Formação do Líder Embraer e do Programa de Formação de Empresários. Esses programas, oferecidos em sequência e nos quais são ensinados conteúdos como ciências humanas e visão de negócios, procuram reforçar a cultura empresarial e motivar equipes. Todos os líderes neles formados devem estar alinhados aos valores do Programa de Excelência Empresarial Embraer (P3E), um sistema baseado em um modelo japonês que tem por objetivo levar a gestão, os processos e os produtos Embraer ao nível de excelência a partir da melhora na capacitação de todos os empregados e lideranças da empresa. Com o investimento na formação de pessoas e no desenvolvimento de alta tecnologia, a Embraer demonstra manter, nos dias de hoje, os ingredientes originais que lhe permitiram sobreviver e voar alto no concorrido mercado mundial de aeronáutica. A fabricante de aviões parece capaz de vencer turbulências e criar a atmosfera necessária, no mundo dos negócios, para empreender voos em “céu de brigadeiro” – uma expressão que é tão brasileira quanto esta marca.
São Paulo - 11 4416-5200 - www.leonardi.com.br 70
Pe r f o r m a n c e
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"A Embraer entendeu que o principal ativo que tinha era o seu patrimônio tecnológico e de recursos humanos. Também foi fundamental a construção de uma nova competência associada à visão de mercado."
linha de crédito do BNDES que permite produção e aquisição de máquinas e equipamentos novos, de fabricação nacional, por intermédio de instituições financeiras credenciadas. Para atender aos clientes de aeronaves que hoje estão em todos os continentes, a empresa mantém um mapa de unidades internacionais, constituindo uma rede de serviços autorizados de manutenção. Atividades administrativas, de engenharia, desenvolvimento e fabricação são mantidas no Brasil, com unidades localizadas em São José dos Campos, Botucatu e Gavião Peixoto, além de um Centro de Distribuição e Logística em Taubaté, todos no Estado de São Paulo. A companhia conta com centros de serviço e venda de peças de reposição em Fort Lauderdale, Nashville, Lousville, Windsor Locks, Minneapolis e Mesa, nos EUA, onde também está construindo uma unidade industrial na cidade de Melbourne para auxiliar, entre outros, na montagem de aviões executivos Phenom 100 e Phenom 300. A sede europeia da empresa está localizada em Villepinte, na França, país em que mantém também a unidade Le Bourget, em Paris. Uma unidade de assistência técnica e montagem de componentes e estruturas das aeronaves funciona em Alverca, em Portugal, como consequência da aquisição de 65% do capital da OGMA - Indústria Aeronáutica de Portugal S.A. Também em Portugal, na cidade de Évora, estão sendo desenvolvidas instalações para a fabricação de estruturas metálicas usinadas
e conjuntos em materiais compostos. Na Ásia, em Singapura, funciona um escritório da Embraer, um centro de distribuição regional para operações de peças de reposição round-the-clock e prestação de serviços de manutenção e reparo. Na China, uma fábrica é mantida na cidade de Harbin em associação com a empresa estatal chinesa China Aviation Industry Corporation II (AVIC II), e um escritório em Pequim, além de um Centro de Distribuição de Peças de Reposição no Aeroporto Internacional de Pequim. Para o professor e pesquisador da área de Administração e autor da obra Embraer: Elos entre Estado e Mercado, Roberto Bernardes, o bom desempenho atual da empresa se deve ao valor global que a marca tem hoje e à sua estrutura internacional, mas também à valorização do capital humano e tecnológico formados na companhia. “A Embraer entendeu que o principal ativo que tinha era o seu patrimônio tecnológico e de recursos humanos. Também foi fundamental a construção de uma nova competência associada à visão de mercado”, acrescenta Bernardes. O investimento em formação de recursos humanos é mantido como programa permanente na empresa. Além do incentivo para o desenvolvimento acadêmico, com o Programa de Especialização em Engenharia oferecido em parceria com o ITA, há programas de desenvolvimento de lideranças. Colaboradores identificados com potencial para carreiras de gestão são convidados a participar do Programa de Formação de Novas e Futuras Lideranças, do Programa de Formação do Líder Embraer e do Programa de Formação de Empresários. Esses programas, oferecidos em sequência e nos quais são ensinados conteúdos como ciências humanas e visão de negócios, procuram reforçar a cultura empresarial e motivar equipes. Todos os líderes neles formados devem estar alinhados aos valores do Programa de Excelência Empresarial Embraer (P3E), um sistema baseado em um modelo japonês que tem por objetivo levar a gestão, os processos e os produtos Embraer ao nível de excelência a partir da melhora na capacitação de todos os empregados e lideranças da empresa. Com o investimento na formação de pessoas e no desenvolvimento de alta tecnologia, a Embraer demonstra manter, nos dias de hoje, os ingredientes originais que lhe permitiram sobreviver e voar alto no concorrido mercado mundial de aeronáutica. A fabricante de aviões parece capaz de vencer turbulências e criar a atmosfera necessária, no mundo dos negócios, para empreender voos em “céu de brigadeiro” – uma expressão que é tão brasileira quanto esta marca.
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ÍDER - II Semestre 2011
MA R C A
A educação como garantia de resultados
“investimento na formação de pessoas e no desenvolvimento de alta tecnologia: ingredientes que permitem voar alto no concorrido mercado mundial de aeronáutica.”
Desde 2007, Frederico Fleury Curado é diretor-presidente da Embraer. Engenheiro mecânico-aeronáutico graduado em 1983 pelo ITA, trabalha há mais de 20 anos na companhia. Antes de ocupar o comando da empresa esteve à frente da Vice-presidência Executiva para o Mercado de Aviação Comercial. Nesta entrevista à Performance Líder, ele fala sobre os desafios da gestão e sobre a sua visão para o futuro. O Brasil é considerado hoje uma das maiores potências econômicas em desenvolvimento. De que forma o fato de ter nascido brasileira contribuiu para o que a Embraer é atualmente? A Embraer é fruto de uma visão de Estado e da competência, criatividade e determinação de muitos brasileiros ao longo dos últimos 60 anos, desde a criação do CTA e do ITA. A empresa é um exemplo vivo de como investimentos em educação podem “exponenciar” resultados no futuro. Muitos países tentaram e outros vêm tentando desenvolver uma capacidade tecnológicoindustrial no setor aeronáutico, mas poucos foram bem-sucedidos até o momento. Quais são os desafios de estar à frente da Embraer e qual é a sua visão para o futuro da empresa? Meu principal desafio – e motivação – é assegurar que a Embraer seja uma empresa longeva, que possa se perpetuar segundo sua própria capacidade de gerar resultados, investir e crescer. Vejo, no futuro, uma Embraer mais forte, mais capaz, ágil e produtiva, que se mantenha na vanguarda tecnológica e que reinvista continuamente na construção de seu futuro. Há enormes desafios, sem dúvida, como as desvantagens estruturais do Brasil no que tange à infraestrutura, à educação, à carga tributária e ao câmbio supervalorizado, dentre outros. Além disso, as características estratégicas do setor aeroespacial levam os países que detêm tal competência a proteger suas indústrias, muitas vezes de forma incompatível com as boas práticas e normas de comércio internacional. Nesse sentido, são preocupantes iniciativas como a que se encontra em curso na China, que, por um lado, restringe o acesso ao seu mercado doméstico e, por outro, aporta um volume substantivo de recursos
públicos e incentivos no desenvolvimento de produtos potencialmente concorrentes fora da China. Nossa visão, entretanto, é de superação dos desafios e ameaças, com base nos mesmos princípios e valores que nos trouxeram até onde estamos – nossas pessoas, a satisfação de nossos clientes, ousadia e inovação, excelência empresarial, presença global e a geração de resultados (econômicos, sociais e ambientais) sustentáveis. A Embraer tem a sua história intercalada com a da criação dos centros de formação de engenharia aeronáutica do país. Qual a importância da pesquisa de novas tecnologias e do desenvolvimento de profissionais para o sucesso da empresa? Acho que o desafio da educação é, indiscutivelmente, o maior na trajetória da sociedade brasileira para alcançar níveis de desenvolvimento e equidade de que possamos nos orgulhar. É assustador, por exemplo, constatar que atualmente apenas algo como 12% de nossos formandos universitários tenham cursado engenharia ou as chamadas ciências duras, como Matemática, Física e Química. Além disso, a qualidade do ensino, tanto público quanto privado, ainda tem muito que evoluir. É consenso que o investimento em educação gera frutos no longo prazo, o que, a meu ver, acaba conflitando com o imediatismo que permeia nossa cultura e impedindo que possamos dar um salto de qualidade nessa questão. Tenho uma visão mais radical sobre os efeitos positivos da educação: eles começam a ocorrer no curto prazo, não no longo. O retorno desse investimento, tangível e intangível, começa a ocorrer imediatamente e tem um potencial exponencial, não linear. Exemplifico com a experiência que temos com o Colégio Embraer - Unidade Juarez Wanderley, em São José dos Campos.
A Embraer em números
Vocação traduzida em responsabilidade social “Levamos a nossa base, nossa visão de que a educação é parte do DNA da indústria aeronáutica brasileira, para os projetos sociais”, explica Pedro Ferraz, Presidente do Instituto Embraer. O Instituto desenvolve ainda o Programa de Parceria Social e o Programa Ação na Escola. O primeiro apoia projetos de organizações sociais sem fins lucrativos que, em parceria com funcionários voluntários da Embraer, desenvolvem atividades voltadas para a educação. O Ação na Escola, por sua vez, financia projetos que visem melhorias em escolas a partir de problemas identificados por direção, professores, pais, alunos e voluntários. “Nós estamos formando os cidadãos do futuro, pessoas que tenham preparo e maturidade”, explica Pedro Ferraz.
Receita líquida (no primeiro trimestre de 2011) – R$ 1.757 milhões Receita por região Receitas por segmento (dados do Relatório Anual de 2010)
Aviação Comercial – 53% Aviação Executiva – 21% Defesa e Segurança – 13% Acervo Embraer
O valor da educação está no centro das ações desenvolvidas pelo Instituto Embraer de Responsabilidade Social que tem como principal projeto o Colégio Engenheiro Juarez de Siqueira Britto Wanderley, apelidado de Colégio Embraer. Oferecendo ensino de segundo grau em São José dos Campos desde 2001, o Colégio atende 600 jovens que cursaram todo o ensino fundamental em escolas públicas. Para estudar no Colégio Embraer, é preciso passar num processo seletivo no qual 4 mil inscritos disputam 200 vagas. Os estudantes aprovados vivenciam neste Colégio uma rotina diferenciada da maioria das escolas do país, com 10 horas de aulas por dia. Além do currículo convencional de Ensino Médio, é oferecido o Programa de Preparação para a Universidade, no qual o jovem pode optar pelas áreas de pré-engenharia, pré-humanas e administração e pré-biomédicas.
Serviços aeronáuticos – 11% Outros – 2%
(Relatório Anual de 2010)
2%
Europa – 33%
11% 13% 21%
Ásia Pacifico – 22%
53%
América Latina – 15%
4%
13% 13%
33%
América do Norte – 13% Brasil – 13%
15%
Outros – 4%
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A educação como garantia de resultados
“investimento na formação de pessoas e no desenvolvimento de alta tecnologia: ingredientes que permitem voar alto no concorrido mercado mundial de aeronáutica.”
Desde 2007, Frederico Fleury Curado é diretor-presidente da Embraer. Engenheiro mecânico-aeronáutico graduado em 1983 pelo ITA, trabalha há mais de 20 anos na companhia. Antes de ocupar o comando da empresa esteve à frente da Vice-presidência Executiva para o Mercado de Aviação Comercial. Nesta entrevista à Performance Líder, ele fala sobre os desafios da gestão e sobre a sua visão para o futuro. O Brasil é considerado hoje uma das maiores potências econômicas em desenvolvimento. De que forma o fato de ter nascido brasileira contribuiu para o que a Embraer é atualmente? A Embraer é fruto de uma visão de Estado e da competência, criatividade e determinação de muitos brasileiros ao longo dos últimos 60 anos, desde a criação do CTA e do ITA. A empresa é um exemplo vivo de como investimentos em educação podem “exponenciar” resultados no futuro. Muitos países tentaram e outros vêm tentando desenvolver uma capacidade tecnológicoindustrial no setor aeronáutico, mas poucos foram bem-sucedidos até o momento. Quais são os desafios de estar à frente da Embraer e qual é a sua visão para o futuro da empresa? Meu principal desafio – e motivação – é assegurar que a Embraer seja uma empresa longeva, que possa se perpetuar segundo sua própria capacidade de gerar resultados, investir e crescer. Vejo, no futuro, uma Embraer mais forte, mais capaz, ágil e produtiva, que se mantenha na vanguarda tecnológica e que reinvista continuamente na construção de seu futuro. Há enormes desafios, sem dúvida, como as desvantagens estruturais do Brasil no que tange à infraestrutura, à educação, à carga tributária e ao câmbio supervalorizado, dentre outros. Além disso, as características estratégicas do setor aeroespacial levam os países que detêm tal competência a proteger suas indústrias, muitas vezes de forma incompatível com as boas práticas e normas de comércio internacional. Nesse sentido, são preocupantes iniciativas como a que se encontra em curso na China, que, por um lado, restringe o acesso ao seu mercado doméstico e, por outro, aporta um volume substantivo de recursos
públicos e incentivos no desenvolvimento de produtos potencialmente concorrentes fora da China. Nossa visão, entretanto, é de superação dos desafios e ameaças, com base nos mesmos princípios e valores que nos trouxeram até onde estamos – nossas pessoas, a satisfação de nossos clientes, ousadia e inovação, excelência empresarial, presença global e a geração de resultados (econômicos, sociais e ambientais) sustentáveis. A Embraer tem a sua história intercalada com a da criação dos centros de formação de engenharia aeronáutica do país. Qual a importância da pesquisa de novas tecnologias e do desenvolvimento de profissionais para o sucesso da empresa? Acho que o desafio da educação é, indiscutivelmente, o maior na trajetória da sociedade brasileira para alcançar níveis de desenvolvimento e equidade de que possamos nos orgulhar. É assustador, por exemplo, constatar que atualmente apenas algo como 12% de nossos formandos universitários tenham cursado engenharia ou as chamadas ciências duras, como Matemática, Física e Química. Além disso, a qualidade do ensino, tanto público quanto privado, ainda tem muito que evoluir. É consenso que o investimento em educação gera frutos no longo prazo, o que, a meu ver, acaba conflitando com o imediatismo que permeia nossa cultura e impedindo que possamos dar um salto de qualidade nessa questão. Tenho uma visão mais radical sobre os efeitos positivos da educação: eles começam a ocorrer no curto prazo, não no longo. O retorno desse investimento, tangível e intangível, começa a ocorrer imediatamente e tem um potencial exponencial, não linear. Exemplifico com a experiência que temos com o Colégio Embraer - Unidade Juarez Wanderley, em São José dos Campos.
A Embraer em números
Vocação traduzida em responsabilidade social “Levamos a nossa base, nossa visão de que a educação é parte do DNA da indústria aeronáutica brasileira, para os projetos sociais”, explica Pedro Ferraz, Presidente do Instituto Embraer. O Instituto desenvolve ainda o Programa de Parceria Social e o Programa Ação na Escola. O primeiro apoia projetos de organizações sociais sem fins lucrativos que, em parceria com funcionários voluntários da Embraer, desenvolvem atividades voltadas para a educação. O Ação na Escola, por sua vez, financia projetos que visem melhorias em escolas a partir de problemas identificados por direção, professores, pais, alunos e voluntários. “Nós estamos formando os cidadãos do futuro, pessoas que tenham preparo e maturidade”, explica Pedro Ferraz.
Receita líquida (no primeiro trimestre de 2011) – R$ 1.757 milhões Receita por região Receitas por segmento (dados do Relatório Anual de 2010)
Aviação Comercial – 53% Aviação Executiva – 21% Defesa e Segurança – 13% Acervo Embraer
O valor da educação está no centro das ações desenvolvidas pelo Instituto Embraer de Responsabilidade Social que tem como principal projeto o Colégio Engenheiro Juarez de Siqueira Britto Wanderley, apelidado de Colégio Embraer. Oferecendo ensino de segundo grau em São José dos Campos desde 2001, o Colégio atende 600 jovens que cursaram todo o ensino fundamental em escolas públicas. Para estudar no Colégio Embraer, é preciso passar num processo seletivo no qual 4 mil inscritos disputam 200 vagas. Os estudantes aprovados vivenciam neste Colégio uma rotina diferenciada da maioria das escolas do país, com 10 horas de aulas por dia. Além do currículo convencional de Ensino Médio, é oferecido o Programa de Preparação para a Universidade, no qual o jovem pode optar pelas áreas de pré-engenharia, pré-humanas e administração e pré-biomédicas.
Serviços aeronáuticos – 11% Outros – 2%
(Relatório Anual de 2010)
2%
Europa – 33%
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Ásia Pacifico – 22%
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América Latina – 15%
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América do Norte – 13% Brasil – 13%
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Outros – 4%
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