O bom negócio da responsabilidadesocial corporativa

Page 1

IN T E R N A C I O N A L

O bom negócio da responsabilidade social corporativa

Carol Miranda

Responsabilidade social é hoje um tema que faz parte da pauta de preocupações do mundo empresarial. É uma área forte a ponto de entrar no planejamento estratégico das corporações ou motivar a criação de departamentos exclusivamente a ela dedicados. Tantas são as formas dessas ações que elas ganharam inclusive um nome próprio: responsabilidade social corporativa. O conceito

François Loriot é consultor internacional de empresas e ONGs em responsabilidade social se fortaleceu com a criação do Pacto Global da Organização das Nações Unidas (Global Compact), reunindo empresas e organizações de sociedade civil que estão comprometidas em alinhar suas operações e estratégias aos oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) e também a outros dez princípios estabelecidos especialmente para o Pacto Global nas áreas de Direitos Humanos, trabalho, meio ambiente e combate à corrupção. Atualmente há mais de 8,5 mil entidades e empresas participantes do Pacto Global em mais de 130 países. Trabalhando ativamente para que mais organizações se engajem na responsabilidade social corporativa, o francês François Loriot fala sobre o tema com a segurança de quem é conselheiro de diversas empresas e ONGs nos seus programas de responsabilidade social, nos princípios do Pacto Global e em ODM. Loriot, que tem PhD em Direito Internacional pela universidade

francesa Sorbonne-Panthéon, atua também como vicepresidente da Associação Internacional de Formadores em ODM, sediada em Genebra, na Suíça, e já foi chefe das Divisões de Assuntos Jurídicos da ONU e principal conselheiro do secretário-geral da entidade quanto a reformas para justiça interna, ética e sistemas de responsabilização. Como o senhor vê a importância de empresas atentarem para as questões de responsabilidade social nos dias de hoje? Ao fazer negócios, atualmente, você não pode escapar de levar em conta alguns temas humanitários importantes, como os que chamamos de Objetivos de Desenvolvimento do Milênio e que são preocupações de toda a humanidade. Um homem de negócios não pode trabalhar fora do que nós chamamos de mainstream das preocupações sociais e econômicas mundiais. Para ser competitivo, se você quer que sua companhia realmente chegue lá, você tem que entender isso e trabalhar permanentemente para mostrar que tem compaixão com esses temas e que está tentando trazer uma contribuição. É isso que eu vejo em todas as partes do mundo, em todos os homens de negócios com quem eu falo. São diferentes grupos, empresas de mineração, grupos de consumidores, associações comerciais: todos estão se dando conta cada vez mais dessa questão. Dez anos atrás, ninguém teria esse cuidado. Todos pensariam: esse é um tema para o governo se preocupar, os acionistas de minha empresa nunca acordariam em contribuir com alguma coisa que não trouxesse rendas ou lucros. Agora eles perceberam que existe um benefício em contribuir para as questões comunitárias e para as questões humanitárias também. A comunidade empresarial está a par do que nós chamamos corporate social responsability, ou responsabilidade social corporativa. A recente conscientização social das empresas pode estar relacionada à globalização e à ampliação dos debates internacionais em torno de temas humanitários como os defendidos pela ONU? Sim, definitivamente a globalização hoje, com a internet, faz com que todo mundo saiba quem está fazendo o que e com qual abordagem. É um fenômeno que está ligado, é claro, à globalização, mas também a uma consciência de que o mundo não está limitado à nossa pequena comunidade. É como um telescópio. Você pode olhar através dele e ver

somente para um pequeno ponto, muito limitado, e dizer “nós vamos tentar resolver isso”. Ou você pode pegar o outro lado do telescópio e olhar para uma imagem mais ampla. É isso o que está sendo oferecido pela responsabilidade social das empresas. Não há somente os aspectos locais, mas também os aspectos globais. O local é parte do global, e o global abraça todas as situações locais. Como evitar a confusão entre a responsabilidade social corporativa e o marketing? Há muitas formas de praticar a virtude. Uma forma é você fazer isso e mostrar aos outros que está realizando essa ação. Outra forma é permanecer em silêncio, fazer algo e ter certeza de que está trazendo resultado. Eu não critico aqueles que divulgam as ações que estão tomando para resolver um aspecto dos problemas humanos. Eu acredito que fazer isso é melhor porque inicia uma competição. Outra empresa vai encontrar outra abordagem que será muito melhor em termos de marketing. Então é bom que tenhamos competição, e é isso que está acontecendo agora para os consumidores também. Se um produto vende muito mais porque o marketing é melhor em um específico tema humanitário, significa eventualmente que o preço daquele produto vai cair. Pode haver efeitos positivos. Não deveríamos ser muito rígidos em termos de divulgar as ações que estão sendo tomadas. No entanto, há um ponto extremo que é o de que algumas empresas divulgam ações em termos de ODM, de responsabilidade social corporativa, que não são verdadeiras. Se vai à empresa, você percebe que não fazem como anunciam ou como propagandeiam. O senhor já disse durante uma conferência realizada no Brasil, em abril de 2010, que é um bom negócio para as companhias a manutenção de ações de responsabilidade social. Em que termos se dá essa vantagem? Eu creio que, no futuro, as companhias que não se inserirem em termos de responsabilidade social corporativa vão falir. Essa é a minha previsão. A competição está se tornando dura para as companhias que não são capazes de informar os consumidores sobre seus processos. Por exemplo, se vendem peixes, precisam dizer onde os pescaram, em que condições, se foi em águas contaminadas e se pagaram o preço justo ao pescador. As pessoas estão olhando para o que comem, o que bebem, querem saber os componentes, se há aspectos tóxicos. Hoje os consumidores estão se tornando mais conscientes, especialmente em países mais educados como o Brasil. Saiba mais: Site do Global Compact www.unglobalcompact.org


Imagine ter que devolver cada folha desta árvore à sua origem. Isto é micrologística reversa. Agora toda empresa é responsável pela coleta de resíduos sólidos que produz. E a sua, já se adequou à nova lei?

Nós resolvemos para você. Somos especializados em coletar resíduos sólidos tecnológicos em todo Brasil. Fale conosco. Comece já.

iniciativa:


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.