Medo na UEL
Ano 40 - Nº 5 - 04 de outurbo de 2013
Assaltos no campus amedrontam comunidade universitária e trazem a tona debate sobre polícia militar
Chuvas continuam e causa estragos na Zona Sul Pag. 05
Festival de Música chega a 11ª edição em Londrina Pág. 10
Palmeirenses recebem o Verdão no Estádio do Café Pág. 11
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Opinião
04 de outubro de 2013
EDITORIAL
Jornal Laboratório produzido pelo 4º ano do Curso de Comunicação Social, habilitação Jornalismo, da Universidade Estadual de Londrina Coordenação Editorial (docentes responsáveis): Emerson Dias Fábio Silveira Gisele Rech Lauriano Benazzi Editor-Chefe: Isabela Cunha Chefe de Redação: Fernando Almeida Projeto Editorial: Emerson Dias Fábio Silveira Gisele Rech Lauriano Benazzi Projeto Gráfico: Erick Lopes Lais Taine Lauriano Benazzi
Diálogo do silêncio
O
debate sobre a segurança na Universidade Estadual de Londrina (UEL) ganhou novo capítulo no último mês. Mais um assalto - a uma das lanchonetes do campus, localizada no Centro de Educação Comunicação e Artes – colocou nas rodas de conversa de estudantes, professores e funcionários um assunto não necessariamente novo: a polícia no Campus. O debate é tão ultrapassado que surpreende que, nos dias de hoje, ainda tenha tantos defensores e, pior, que ainda existam pessoas que realmente confiem nessa opção como melhor solução. Notamos, há algum tempo, a ineficácia do modelo quando, na capital paulista, um grupo de alunos e alunas foi espancado por policiais por supostamente portar maconha. Mais, vimos no Canadá um policial que, em palestra a universitários, disse que para evitar os estupros que as universitárias vinham sofrendo elas, as mulheres, deviam parar de “se vestir como vadias”. Ainda mais perto de nós e mais recentemente, alunos da Universidade Estadual de Maringá (UEM), onde o reitor abriu os portões para a PM, foram parar no hospital depois de apanharem por se reunirem em espaço do campus para debater justamente a segurança e o policiamento da Universidade. Registros em foto e vídeo podem ser acessados na página no DCE da UEM. A situação ainda piora se tirarmos nossos olhos das críticas universidades públicas para observar a postura da polícia na periferia, no morro, com o “preto,
pobre, favelado”. Exemplos da truculência militar não faltam: Pinheirinhos em São Paulo, Amarildos e professores no Rio de Janeiro, o infrator de trânsito em Bairro Alto, no Pará. E tantos outros até hoje sem nome ou endereço. É evidente que os atuais 150 agentes que fazem o monitoramento do campus são insuficientes para dar conta de toda a segurança da comunidade universitária, composta hoje por mais de 23 mil pessoas. Mas fica claro que abrir os portões da Universidade para a PM não é, nem de longe, solução. Devemos nos atentar para o fato de que aqui, na UEL, os assaltos se repetem, vindos de fora, mas também temos casos assustadores em que os próprios vigilantes são denunciados por abuso e violência. Eles ainda estão sob jurisdição da Universidade. E a polícia, quem vigiaria? E também não devemos nos esquivar da culpa, somos por natureza elitizadores. Esse espaço que construímos e chamamos universitário é restrito, não é a toa que crimes são praticados por “quem vem de fora”. Há muito que nós os excluímos do nosso privilegiado convívio, talvez seja o momento de,em vez da polícia, abrir nossos portões para outras pessoas. Quando, sozinha, a Polícia Militar tem se mostrado tão falida, é ato medieval convidá-la para o convívio. Repressora e violenta que se tornou, ela mesma seria motivo de insegurança entre os universitários. Esse assunto deve ser debatido entre toda a counidade e esgotado para que, tomara, percebamos que não é de polícia que a comunidade universitária precisa.
MEMÓRIA PRETEXTO
Diagramação: Bruno Leonel Erick Lopes Renan Cunha Chefe do Departamento de Comunicação: Mário Benedito Salles Coordenador do Colegiado de Jornalismo: Ayoub Hanna Ayoub Correspondência: Coordenação do Curso de Jornalismo UEL – Universidade Estadual de Londrina Rodovia Celso Garcia Cid, BR 445, Km 380 CEP 86057-970 Londrina – PR Tel.: (43) 3371-4328 E-mail: jornalpretexto@gmail.com PreTexto na Internet: facebook.com/JornalismoUEL www.issuu.com/jornalpretexto www.jornalismouel.com
Há 16 anos, em agosto de 1997, a edição do PreTexto abordava a arte marginal. Velvet Undeground, Felini, Bukowski, Angeli e outros gênios da arte figuraram nas páginas do Jornal, que discutiu temas como a contra-cultura, fantasias e o belo. Curiosidade: Peterson Dias, atual estudante de jornalismo, colaborou para a edição com ilustração sátira dos heróis Batman e Hobin.
CRÔNICA
Dormindo profundamente
E
Bruno Leonel
nvelhecer é coisa complicada, é adquirir novos hábitos enquanto se perde cabelos. Conforme você envelhece vai tendo contato com novas coisas, adquirindo referências e cada vez mais precisando buscar novas coisas que te surpreendem… Crescer é perder o deslumbramento, é não ter mais a segurança das rodinhas na sua bicicleta. É se afastar cada vez mais da infância. ”Quando eu tinha seis anos, não puder ver o fim da festa de São João. Porque adormeci”, não tenho lá muita paciência pra poesia, mas Manuel Bandeira é realmente incrível, poucas coisas que já li fizeram tanto sentido pra mim quanto as coisas dele. Depois de morrer, eu provavelmente não serei lembrado por coisas que escrevi da forma como ele é até hoje, ainda assim, gosto de pensar que temos algumas coisas em comum, além de termos nascido no Recife, compartilhamos essa mesma inadequação com o tempo que passa, com velhos amigos que somem e com a saudade de uma época que insistia em ser mais simples. Lembrar da infância é coisa feia, sensação que te pega desprevenido numa tarde qualquer e te deixa meio “banzo” e melancólico com a vida atual. Uns amigos meus, adoram teorizar sobre infância, falam que é a única época da vida onde você
ainda não sofre sintomas do “desencantamento do mundo”, é a fase onde permite iludir-se mais com as coisas e também é fase na qual se aprendem coisas novas muito mais facilmente - Em poucos anos do “nada” passamos ao aprendizado do andar e falar, nenhum outro período da vida do homem tem um salto tão grande em termos de aprendizado. Talvez nossa mente nunca consiga repetir o mesmo desempenho que consegue ter durante a infância, uma pena. É fato, com o passar do tempo, as pessoas em geral tendem a dar mais valor àquela época banal e meio sem jeito que vai se tornando mais distante ano após ano. É um processo curioso de valorização do passado. Outro dia falei sobre isso com o meu filho, que achou uma grande bobagem… Olhou pra mim, deu risada e mandou: “ que papo de velho é esse eim pai??”. Ele é mais um que fatalmente só irá dar mais valor a essa fase quando a mesma já tiver terminado. Minha infância foi uma época incrível, sinto falta dos aromas, dos amigos, dos meus pais e da sensação que a época trazia, onde estão todos eles? “Hoje não ouço mais as vozes daquele tempo… Onde estão todos eles? Estão todos dormindo. Estão todos deitados… Dormindo Profundamente”. Ao menos, sei que essa queixa não é apenas minha.
Opinião
04 de outubro de 2013 DEBATES
Parecer
Nem todo cliente é bem-vindo
H
O requinte desse caso é o envolvimento do empreendimento comercial: um Shopping que, no caso, passou recentemente por revitalizações a fim de promover mais conforto aos seus clientes. Mas, aparentemente, não a todos.
Fernando Almeida
INSATISFEITOS
Fernando Almeida
á muito que o terminal do Shopping Catuaí, na região sul de Londrina, deixou de atender à demanda dos usuários. O terminal sem nenhuma estrutura recebe muito mais linhas de ônibus do que o espaço comporta e, nos horários de pico, os passageiros ficam literalmente ensardinhados na calçada do terminal, esbarrando em quem desce dos ônibus que chegam. O terminal é alvo de reclamações há muito: goteiras, nenhuma acessibilidade, calçadas altas e nenhum ponto de ônibus são alguns dos motivos das queixas. A novidade,
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agora, é que depois de CMTU, Grande Londrina e Catuaí não se posicionarem sobre o assunto, a questão chegou ao Ministério Público. Que a condição do transporte público é precária, todos sabemos. As últimas manifestações, em junho, dão uma boa mostra. E em Londrina, especialmente, entrar na questão é apostar em um debate longo. O requinte desse caso é o envolvimento do empreendimento comercial: um Shopping que, no caso, passou recentemente por revitalizações a fim de promover mais conforto aos seus clientes. Mas, aparentemente, não a todos. A conclusão não é novidade: o cliente, em qualquer um dos casos, sendo tratado como mercadoria. Especialmente sobre o terminal, é lamentável que o caso precise chegar ao Ministério Público, provando, além de tudo, que a reclamação direta, feita pelo usuário, não tem valor. Finalmente, as partes envolvidas tem 60 dias para resolver o caso. Resta esperar.
O movimento Passe Livre de Londrina agendou uma panfletagem no próximo domingo, na feira do Cincão, reivindicando o valor da passagem a R$ 1,35 e contestando as novas propostas da CMTU para o transporte coletivo. Segundo o movimento, as medidas “visam aumentar” o lucro das empresas. Uma delas é a chamada “cesta de tarifas”, que prevê passagens mais baratas apenas fora dos horários de pico e um distanciamento maior entre os pontos de ônibus. DESPERDÍCIO O governador Beto Richa anunciou a extinção de mil cargos comissionados e de mais quatro secretarias. Com os cortes, o governo deve economizar aproximadamente R$ 48 milhões para os cofres do estado. Ao divulgar esses números, o governador deixa a entender que esbanjou cerca de R$ 130 milhões desde de o início de sua administração. RUA O juiz da 1ª Vara da Fazenda Pública, Marcos José Vieira, ordenou a prisão de três auditores da Receita Federal. Eles são causados de terem cobrado propina do dono de um supermercado em troca da não autuação de irregularidades fiscais.
NAS REDES
DEBATES
Emerson Dias
Protestos A noite de segunda-feira (30) terminou com violência em um protesto de professores municipais do Rio de Janeiro, na Cinelândia. Na terça (1º) a Câmara aprovou o projeto de lei que regulamenta um Plano de Cargos, Carreiras e Remunerações (PCCR), mas os professores não concordaram com a aprovação. A lei beneficia apenas alguns profissionais, com requisitos específicos, como ter uma jornada semanal de 40 horas. A noite terminou com quebra-quebra em agências bancárias e depredação de prédios por mascarados – apesar de estar em vigor uma lei que proíbe disfarces.
Confira o PreTexto e as produções dos estudantes do curso de Jornalismo da UEL na internet. Mande seus comentários e sugestões de pauta através do Facebook e do Twitter. Acompanhe também a versão digital dos jornais laboratórios e as produções das demais séries no portal de notícias do curso. jornalpretexto@gmail.com facebook.com/JornalismoUEL issuu.com/jornalpretexto jornalismouel.com
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Londrina
04 de outubro de 2013
TRANSTORNOS
Chuva traz prejuízos para moradores de Londrina Bueiros não conseguiram dar vazão à àgua que invadiu cinco casas no Jardim Fransciscato Angela Ota
Yuri Martinez
MORTES EM IBIPORÃ Dois homens foram mortos a tiros em Ibiporã, na manhã da última quinta (3). O duplo homicídio ocorreu em uma residência localizada na Rua Coroados, Jardim Tupi. Os dois tinham passagens pela polícia por tráfico de drogas e homicídio. Segundo informações da Polícia Civil de Ibiporã, Abraão Lázaro Pereira, de 32 anos, e Marcelo Mariano, de 22, foram alvejados por vários disparos. Um parente de uma das vítimas, que estava no local do crime, disse à polícia que cinco indivíduos armados invadiram a residência. Um deles foi morto nas dependências da casa. O outro, na tentativa de fugir, foi morto do lado de fora. A polícia já tem suspeitas sobre a autoria do crime. GREVE
Rei Santos
A chuva que caiu em Londrina nos últimos dias tem causado transtornos para muitos moradores. Na noite desta quinta (03) vários pontos de alagamentos foram registrados pela Cidade. Na Zona Norte, o Lago Cabrinha transbordou sobre a Rodovia Carlos João Strass e deixou a pista interditada por cerca de meia hora. O Igapó chegou ao limite do transbordo. Já na Zona Sul, quem está sofrendo bastante são os moradores do Jardim Franciscato. Um bueiro entupido não conseguiu dar vazão a água, que se acumulou e derrubou o muro de uma casa. A enxurrada invadiu cinco domicílios, derrubou paredes e muros e causou bastante prejuízos para os moradores. Na manhã de sexta a Defesa Civil interditou parcialmente os imóveis devido ao risco que eles ainda apresentavam. O secretário de Defesa Social, coronel Rubens Guimarães, informou que vai fazer um levantamento para identificar os pontos mais vulneráveis na Cidade quando chove forte. E não é só a chuva que vem causando transtornos. Ontem a Copel teve que provocar o desligamento de um circuito no Jardim Novo Bandeirantes, deixando 6.800 residências sem
Ronda
Tempestade de raios também atingiu a região Norte do Paraná
energia elétrica por uma hora. Na última terça (02) uma tempestade de raios atingiu a região Norte do Estado e deixou aproximadamente 15 mil domicílios sem energia. Em Jacarezinho um sobrado chegou a pegar fogo após uma descarga elétrica atingir a residência, deixando muitos prejuízos, mas sem nenhum ferido. De ontem pra hoje, choveu
63,5mm e o acumulado do mês já chegou a 138,9mm, quase o total de toda chuva prevista para o mês inteiro. A média histórica é de 138,9mm. Árvores Apesar de forte, a chuva e ventos não chegaram a ser tão intensos como no dia 22. Dos estragos causados pelo vendaval, ainda é possível encontrar muitos galhos de árvores
espalhados pelas calçadas de Londrina. Segundo a Secretaria do Ambiente até a tarde de ontem 221 árvores tinham sido repicadas e a previsão é que o trabalho ainda deve durar cerca de 20 dias para ser concluído. Felizmente, na noite de quinta os ventos foram moderados e a Secretaria informou que recebeu apenas uma notificação de árvore caída.
FOTOGRAFIA
Divulgada a foto vencedora do concurso Clic Seu Amor por Londrina Divulgada na última quinta-feira, dia 3 de Outubro, a foto ganhadora da maratona fotográfica, de Wilson Rodrigues Vieira, disputou com mais 600 imagens. A seleção do júri elegeu 4 fotos como ganhadoras dos prêmios que entrega R$3.000,00 para o 1º colocado, R$2.000,00 para o 2º e R$1.000,00 para os dois terceiros colocados. A seleção das melhores, destacadas pelo júri, podem ser visualizadas em http://www. clicoseuamor.com.br/ resultados.php.
A greve dos bancários avança nesta sexta-feira (4) pelo 16º dia seguido, sem previsão de encerramento. De acordo com o Sindicato dos Bancários de Londrina não houve propostas por parte dos bancos, o que mantém o estado de greve por tempo indeterminado. Na avaliação de Wanderley Crivellari, presidente do sindicato, a adesão dos trabalhadores de Londrina à greve nesta quinta-feira é de quase 100%. “Acredito que vamos conseguir fechar 76 das 78 agências. É a maior greve dos últimos anos, sem dúvida.” Nos 26 municípios que compõem a área de atuação do sindicato, foram mais de 100 agências fechadas na última quarta-feira. ASSASSINATO Um jovem de 15 anos foi morto a tiros na tarde desta sexta-feira (4) na região norte de Londrina. O rapaz estava andando pela Rua Francisco Marques de Oliveira, no Conjunto João Paz, quando foi atingido por disparos no tórax, perna e braço. As informações são da Polícia Militar. Testemunhas confirmaram à polícia que por volta das 13 horas um carro parou ao lado do jovem e alguém de dentro do veículo começou a atirar. No local foram encontradas 14 cápsulas de munição 9 milímetros. Uma equipe do Siate foi deslocada para o atendimento, mas já encontrou o jovem sem vida. O rapaz não tinha passagens pela polícia. Até as 15h55 o autor dos disparos não havia sido identificado. As causas da morte estão sendo investigadas.
Paraná
04 de outubro de 2013 EXPLORAÇÃO
Paraná é o terceiro estado em trabalho infantil Londrina tem 12, 6% da população entre 10 e 17 anos trabalhando, segundo dados do Censo 2010 Amanda Vaz Tostes
Yuri Martinez
NOVO PRESIDENTE O Tribunal de Justiça do Paraná tem nova presidência. O desembargador Guilherme Luiz Gomes foi eleito nesta última quinta (3). Com dois turnos, a eleição ficou polarizada entre Gomes, com 60 votos, e Sérgio Arenhart, que recebeu 46 votos e um em branco.
A Assembleia Legislativa publicou na última quarta (2) no Diário Oficial aditivo de 25% no contrato com a Capri Promoções e Eventos Ltda., empresa que fornece o cafezinho na Casa. Nova licitação deve ser feita em janeiro de 2014. DILMA CITA RICHA
Para o auditor fiscal Rogério Perez, a legislação intimida as empresas
A presidente Dilma Rouseff (PT) disse nesta sexta-feira (4), durante visita ao interior do Paraná, que o governo não leva em conta a filiação partidária de prefeitos e governadores na construção de obras e distribuição dos benefícios dos programas federais. “Aqui no Paraná o governador é da oposição e temos o programa [Bolsa Família] sendo realizado aqui”, disse, dando como exemplo a relação com o governador Beto Richa (PSDB). COPEL DEMITIRÁ
Londrina conta com 18 auditores fiscais e atende 99 municípios. Nossa cidade apresentou 12,6%, segundo a PNAD. Perez acredita que o pequeno número de denúncias se deve à preocupação das empresas com relação às sanções aplicadas para quem utiliza a mão de obra infantil. “A legislação brasileira é
muito rigorosa e por isso não se encontram crianças trabalhando em larga escala, de forma institucionalizada, como no exterior. Os empresários não querem correr esse risco. Na maioria dos casos que vamos averiguar, a condição financeira do empregador é quase tão precária quanto a da criança”, conta, lembrando que muitas
denúncias vem de lava-jatos. É comum também, segundo o auditor, que essas crianças trabalhem junto às próprias famílias. “Nas colheitas de culturas sazonais, como tomate, morango e laranja, isso é recorrente. Às vezes, a família faz a criança ou o adolescente trabalhar para que ele não fique na rua”.
O que diz a Legislação? Trabalhar antes dos 14 anos e ilegal, em qualquer hipótese. Para os adolescentes de 14 e 15 anos, a atividade deve ser ligada ao aprendizado de uma profissão. Entre os 16 e 17, a legislação permite que se trabalhe, desde que não seja em atividade noturna, perigosa ou insalubre. Nível da ocupação, na semana de referência, das pessoas de 10 a 17 anos de idade. Valores percentuais. Fonte:IBGE
Extras
“CAFEZINHO” SUBIU
Amanda Vaz Toestes
O Paraná ficou no terceiro lugar do ranking dos estados com maiores índices de trabalho infantil: 240.271 crianças e adolescentes, 16,3% dos paranaenses entre 10 e 17 anos estavam sujeitas a essa situação em 2010, segundo dados do Censo divulgados nesta semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No topo da lista estão Santa Catarina, com 18,9% e Rondônia, com 18,2%. A Região Sul tem 16,6%, o pior resultado, já que depois do Paraná, está o Rio Grande do Sul, com 15,6% de jovens em situação ilegal. A cidade paranaense com maior índice é Bela Vista do Carobá, no sudoeste, onde foram encontradas 58,2% das crianças e adolescentes entre 10 e 17 anos trabalhando. Depois dela, com 49%, aparece Rio Bonito do Iguaçu, no centro sul. Sudoeste, Oeste e Centro Sul apresentam os dados mais preocupantes (ver no mapa). Outro levantamento divulgado na sexta-feira, dia 27, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do IBGE, mostrou uma redução do trabalho infantil no Paraná, em 2012. Entre as crianças de 5 a 13 anos, houve queda de 21,3% em relação a 2011, o que representa 554 mil crianças ocupadas em 2012. Para o auditor fiscal Rogério Perez Garcia Junior, chefe da Fiscalização da Gerência Regional do Trabalho, apesar do trabalho infantil ser considerado prioridade nos projetos de fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego(MTE), o número de denúncias registradas em Londrina não é significativo. A equipe de
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Até 13,3 Acima de 13,3 até 18,6 Acima de 18,6 até 24,1 Acima de 24,1 até 31,3 Acima de 31,3
A Copel enviou nesta sexta-feira (04/10) à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) um plano de ações para o reequilíbrio financeiro de seu braço de distribuição. O plano inclui o corte de 163 cargos de nível gerencial e a dispensa de 1 mil funcionários até o fim de 2015, por meio de um plano de desligamentos voluntário (PDV). Até o fim deste ano, cerca de 600 trabalhadores da Copel Distribuição terão aderido ao plano – contando as adesões em outras áreas da empresa, o PDV terá resultado na saída de 1,1 mil empregados. As medidas devem resultar em redução de custos operacionais da ordem de R$ 300 milhões até 2015. PROFESSORES PARAM? Professores da rede estadual prometem entrar em greve se o governo não efetuar hoje o pagamento de atrasos referentes ao ajuste 0,6% e progressões de carreira. A Secretaria de Administração e Previdência (Seap) garante que os valores da folha serão depositados nas contas dos servidores até a meia-noite.
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Campus
04 de outubro de 2013
INOVAÇÃO
Projeto da UEL leva robótica para o ensino fundamental Roger Bressianini
Roger Bressianini
Alunos do colégio Vicente Rijo participaram do 1o Campeonato de Robótica de Londrina O Centro de Tecnologia e Urbanismo da UEL (CTU) e o Núcleo de Atividades de Altas Habilidades/Superdotação de Londrina (NAAH/S) realizaram na última quarta-feira o 1º Campeonato de Robótica de Londrina, no Colégio Estadual Vicente Rijo. A competição, que contou com a participação de 30 alunos da rede pública de ensino, teve como objetivo levar a robótica educacional para o ambiente dos ensinos fundamental e médio, além de fornecer noções de programação e controle de dispositivos eletromecânicos. O evento foi a etapa final do projeto de extensão “A Robótica Educacional como Instrumento Motivacional no Ensino de Engenharia”, do CTU. Para isso, a organização do evento utilizou o kit “Lego Mindstorms”, um conjunto de peças desenvolvido em parceria com o Massachusetts Institute os Technology (MIT), que permite criar robôs simples capazes de realizar funções pré-programadas.
Aluno do Colégio Estadual Vicente Rijo participa do Campeonato de Robótica
meiro, os alunos da rede públi“Nós trabalhamos em várias ca selecionados áreas de interesse dos alunos, pelo NAAH/S, mas esse projeto com a bem como alrobótica é algo novo, que só guns professores, foi viabilizado com a parceria foram até a UEL e aprenderam com a UEL.” alguns pontos “O projeto começou com dos kits Lego, o curso de formação de mo- como itens de programação nitores de Engenharia Elétrica, e de montagem. Depois, os ministrado por um docente e monitores vieram até a escopelos alunos da graduação. Pri- la e passaram para os alunos
o conhecimento adquirido na universidade. E então os alunos começaram a treinar as tarefas semanalmente”, conta a organizadora e professora de Engenharia Elétrica da UEL, Juliana Piai. Segundo Ernesto Ferreira, professor da UEL e um dos responsáveis pelo evento, a primeira edição do campeonato também éuma experiência para os próximos anos. “A nossa intenção é manter os
desafios desse ano e também criar novos para o ano que vem, para que esse alunos do NAAH/S que participaram esse ano possam pular para uma fase mais avançada. Queremos que o projeto cresça em Londrina, e não que fique apenas aqui no Vicente Rijo”, explica Ferreira. Londrina é a única cidade do interior do Brasil que conta um NAAH/S, que é uma iniciativa do Governo Federal. A coordenadora do NAAH/S de Londrina, Fabiane Chueire, diz que dentro das área de necessidades especiais, as altas habilidades são as únicas que recebem fomento e atenção da administração pública. “Em 2005, o MEC desafiou todos os estados. O Paraná aceitou e destinou para o interior, então o NAAH/S de Londrina é o único no interior do país. Nós trabalhamos em várias áreas de interesse dos alunos, mas esse projeto com a robótica é algo novo, que só foi viabilizado com a parceria com a UEL”, acrescenta Fabiane. Para Marcos Sander, 14, aluno do Colégio Estadual Vicente Rijo, mais do que a experiência e o conhecimento, o que importa é a diversão. “Eu gosto da competição, a gente pode fazer o que aprendeu durante o ano, mas sobre a elétrica eu não sei. Eu quero mesmo é fazer Engenharia Civil”, conta sorrindo. Heron Heloy
EXTENSÃO
Twists-carpados e acrobacias para o futuro Heron Heloy
Nas tardes de quarta e sexta-feira, quem passar pelo ginásio do Centro de Educação Física e Esporte (CEFE) verá crianças e estudantes da UEL em meio a argolas, barras fixas e colchonetes. Trata-se do projeto de
é fazer ginástica de rendimento (profissional). O nosso foco é utilizar a ginástica como meio para o aprimoramento motor dessas crianças”, afirma. Sobre os aspectos do esporte que podem contribuir para o desenvolvimento infantil, Rosana O projeto não é de agora. Ele explica: “A ginástica exige muito ficou um período de cinco anos sem atividades, até que, a autoconfiança, em 2012, a professora Rosana determinação, coragem, e, às veMoreira decidiu reativá-lo. zes, para a criança apenas subir em iniciação à ginástica artística da um aparelho, é preciso quatro, universidade. cinco aulas de intervenção, para O projeto não é de agora. adquirir segurança, não só no Na verdade, ele ficou um perío- aparelho, como no professor.”. do de cinco anos sem atividades, Quem parece já ter adquiriaté que, em setembro de 2012, do confiança na prática da ginása professora Rosana Moreira tica é Sofia Hidalgo. A menina de decidiu reativá-lo. “A ideia não 7 anos não falta a uma aula: “É le-
Estudantes de Esporte e do bacharelado em Educação Física dão aulas às crianças
gal, a gente sobe na barra, a gente dá salto no colchão e também anda naquela barra.” A garotinha aponta o aparelho no qual outra criança fazia seus exercícios. Agora conversamos com Letícia de Araújo, de 10 anos, que deixa de ser monossilábica quando lhe perguntamos de sua rotina nas aulas no ginásio. “A gente faz bolinha (exercício de aquecimento), a gente vai na argola, é bem divertido.”. Sofia e Letícia são duas das quarenta crianças
que o projeto atende, de colégios próximos a UEL, como o Aplicação. O outro lado dessa extensão são os estudantes de Esporte e do bacharelado de Educação Física. Os alunos têm reuniões semanais do projeto, nas quais estudam formas de lidar com as crianças. Durante as aulas de ginástica, orientações também são dadas a eles. Lucas Yeike, do 4º ano de Esporte, diz que nota mudanças nos pequenos. “A ex-
pressão da criança, a criatividade, até mesmo a contração muscular delas”, diz. Apesar de não ser voltado para a formação de alto nível das crianças dentro da ginástica, o projeto encaminha os destaques para a Associação Londrinense de Ginástica. O trabalho de extensão tem fim previsto para agosto de 2014. A intenção é, após essa data, renová-lo por mais um ano e talvez transformá-lo em um programa do CEFE.
Campus
04 de outubro de 2013
Perobal
Perigo no Campus alerta comunidade universitária
Bruno Cuha
A UEL EM NÚMEROS Fotos: Bruno Cunha
Clima de medo e falta de proteção afligem funcionários e alunos da UEL
Fotos: Bruno Cunha
Lais Taine
Ao passar sob o pontilhão que dá entrada à Universidade Estadual de Londrina, a primeira informação que se encontra é o telefone de segurança, pintado em letras garrafais sobre o cimento. A UEL possui segurança 24 horas com 150 agentes em postos fixos e rondas. Ainda assim, o sentimento de insegurança percorre o Campus. O maior número de denúncias se concentra no período da noite, as queixas aparecem de várias partes. Igor da Silva de Mello (18) afirma frequentar a UEL desde os 15 e, apesar de nunca ter sofrido um ato violento, conhece amigos que já foram assaltados no interior da Instituição. “Aqui na UEL, dependendo do lugar em que você estiver é seguro, mas nas extremidades é meio perigoso, meus amigos foram assaltados quase saindo daqui, indo embora para casa”. José Ricardo de Almeida (46) gerente de uma lanchonete instalada no Centro de Educação, Comunicação e
A rotina dos vigias da Universidade, como a de Milton Soares, não costuma ser exigente, ‘‘mas nunca é bom vacilar por aqui’’, decreta o segurança
numa questão polêmica: ele lembra que há alguns anos era permitida a entrada de Cavalaria da Polícia Militar. “Naquele tempo os assaltos diminuíram, a situação era melhor, mas aí falaram que era repressão”, lamenta. No entanto, os próprios funcionários do Campus foram mo“De proteção só eu e Deus” tivos de denúncia. Um grupo de seguranças noturno foi Artes conta que o estabele- acusado de fazer uso ilegal de cimento já foi alvo de muitos armas e ameaças a estudanassaltos, o último, na semana tes, como mostrou o Jornal passada, dia 27. O funcio- de Londrina. Os depoimennário critica a falta de inves- tos foram feitos ao Ministério timentos para a contratação Público, à Ouvidoria do Gode mais agentes. “A UEL verno do Paraná e à Ouvidocresceu, mas o número de ria da própria universidade. agentes não, foi um aumento Segundo o jornal, a falta de providências efetivas fez com desproporcional”, explica. O gerente ainda entra que as supostas práticas de
violência continuassem. Entre as denúncias, a de que o Horto, no fim da Fazenda Escola, é espaço para o treinamento de disparos de seguranças da UEL. Porém, o prefeito do Campus da UEL, Teodósio Antonio da Silva, responsável pelos serviços de segurança, diz desconhecer os fatos relatados e garante que a contratação só é realizada com pessoal treinado. O uso de qualquer armamento é proibido. Na cintura de José Carlos Scarpeta (51), segurança noturno da UEL há 15 anos, está apenas o rádio de comunicação. “De proteção, só eu e Deus”, brinca. Sendo assim, a sua principal função é vigiar e chamar a Polícia Militar, que, quando autorizada, intervêm
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na segurança do Campus. “Sinceramente, acho que é a melhor forma de assegurar a proteção, arma não é para qualquer um, é melhor não ter”, avisa o servidor. Assim, seu trabalho é vigiar, prevenir e inibir, que, segundo ele, é bastante satisfatório. “Já faz uns três anos que eu não preciso interferir em alguma ocorrência, é raro.” Além dos agentes, a UEL conta com câmera e viaturas que circulam no campus. Na tentativa de amenizar os casos violentos, o telefone da segurança está espalhado em placas próximas às guaritas, logo na entrada da universidade. O número é 0800400-4474, a recomendação é de que todos tenham o número anotado para usá-lo em caso de emergência.
As acomodações da Segurança da UEL se resumem a uma guarita e à cancela do estacionamento, em alguns casos
45 é quantidade de cursos de graduação que a Universidade disponibiliza, entre Licenciaturas e Bacharelados. Para quem ainda está em dúvida se segue carreira em Humanas, Exatas, Biológicas, Sociais... 16.841 é o número total de estudantes de graduação na UEL. Do calouro que acabou de raspar o cabelo ao veterano que já criou raízes na faculdade, todos trocam experiências pelos corredores e salas 2.600 é a média de estudantes que formam todos os anos. Dizem que ‘‘é mais fácil sair do que entrar em uma faculdade’’. Mas ninguém é mais apto a superar barreiras do que um universitário decidido 87 é a quantidade de cursos de especialização que a Universidade oferece. Em torno de 2.300 novos alunos ingressam na pós-graduação todo ano. Porque receber o diploma não necessariamente precisa ser o fim Mais de 237 hectares é a área total do terreno da UEL. A clássica comparação desta unidade de medida com campos de futebol é bem-vinda, já que no ‘‘campeonato’’ universitário, ganha quem melhor sabe conviver em equipe 3.100 é o número de vagas que o concurso vestibular anual deixa em aberto, aguardando dentre um montante de 25.000 candidatos. Nas estatísticas, a supremacia nos postulantes corresponde às mulheres (sexo) e aos paranaenses (estado de origem) Mais de 142.000 é a quantidade de pacientes que são atendidos todos os anos no Hospital Universitário e no Hospital das Clínicas. De partos a vacinas, tudo visa auxiliar à comunidade da região Em torno de 1.600 professores e 3.500 outros funcionários técnico-administrativos compõem o quadro de servidores da Universidade Estadual de Londrina Mais de 147.000 é o acervo de livros disponíveis na Biblioteca Central, dividida por todos os segmentos letivos que a faculdade disponibiliza. A estrutura, uma das mais representativas do campus, foi construída em 1981 42 é a idade que a nossa querida Universidade completará na próxima segunda-feira, dia 07 de outubro. Vida longa ao Perobal!
08
Geral
04 de outubro de 2013
ANIVERSÁRIO
Petrobrás: 60 anos de desafios e vitórias Fotos: Agência Brasil
No último dia 03, a maior empresa do mundo em exploração de petróleo em águas profundas completou seis décadas de história, com muitos desafios pela frente.
O então presidente Getúlio Vargas assinou a lei nº 2.004. Em 3 de outubro de 195 estava criada a Petrobras. Fruto da campanha popular “O Petróleo é Nosso”, que lutava pela ideia da existência de reservas petrolíferas exploráveis e rentáveis no Brasil, a empresa é hoje a número um do mundo em tecnologia para exploração de petróleo em águas profundas. Segundo diversos historiadores, entre os quais Bernardo Kocher, da Universidade Federal Fluminense (UFF), Vargas era um desenvolvimentista. Cedo, deu-se conta da importância do produto para a economia, e consequente desenvolvimento, da nação. Criar uma empresa monopolista estatal que tivesse como missão investir em todas as etapas – desde as pesquisas até a prospecção e comercialização – da exploração petrolífera fazia todo o sentido, naquele momento histórico. Conforme comenta Kocher “O petróleo tem dois veios: os países desenvolvidos, com empresas privadas; e os não desenvolvidos, com empresas estatais”. De acordo com Américo Freire, historiador do Centro
Morre Cláudio Cavalcanti Soraya Momi
Vitimado por um choque cardiogênico, após complicações resultantes de uma cirurgia na coluna cervical, o ator e político Cláudio Cavalcanti faleceu na tarde do último domingo (29/09), no Hospital Pró Cardíaco, no Rio de Janeiro. Cláudio, que tinha 73 anos, deixa como legado mais de 50 trabalhos artísticos. Além de ator, foi também diretor de TV, produtor teatral, escritor, tradutor, cantor, dublador e radialista. Foi duas vezes eleito vereador (2000 e 2004), deputado estadual suplente (2006) e, atualmente, era secretário municipal de Promoção da Defesa dos Animais no Rio de Janeiro. Estiveram presentes no velório diversos animais, entre os quais um galo levado por uma fã, como homenagem a Cláudio, sempre engajados em projetos de proteção aos bichos.
de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (Cpdoc), da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o presidente Vargas tinha um projeto político e estratégico que visava alçar o país internacionalmente. Preferencialmente, diminuindo sua dependência econômica em relação a outras nações. A criação da Petrobras veio não somente a reforçar este último ponto, como transformar-se em um símbolo desse projeto. Como comenta Freire: “A gente não pode imaginar o Brasil sem uma empresa como essa”. No ano de 1995, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, houve a quebra do monopólio estatal. Uma emenda constitucional foi aprovada, em segundo turno, no dia 20 de julho, a partir de texto criado pela Comissão Especial do Petróleo da Câmara Federal. Dois anos após, a lei 9.478 abriu o mercado para outras empresas competiram com a Petrobras, entretanto, ela permaneceria como monopólio da União. Em 2000, houve FHC, reeleito, tentou mudar o nome da empresa para Petrobrax, argumentando que ele se encaixaria melhor na filosofia de crescimento internacional da empresa. Após forte reação
A importância econômica da empresa também está diretamente relacionada aos milhares postos de emprego pelos quais ela responde
contrária de diversos setores, a ideia foi abandonada. Atualmente, a Petrobras enfrenta o desafio de garantir-se na extração de óleos da camada pré-sal, localizada em águas ultraprofundas. Apesar de dispor de muitas pesquisas em tecnologia para este tipo de procedimento, a necessidade de busca por parcerias para viabilizar diversas etapas do processo parece ser certa. Apostas positivas no sucesso dessa empreitada também o são. (com Agência Brasil).
As pesquisas em tecnologias permitiram que, em pouco tempo, a empresa edificasse o que antes era impensável
CONFUSÃO
Polícia militar e professores se confrontam em protestos no RJ
Venezuela poderá derrubar aeronaves
Soraya Momi
Soraya Momi
Na noite da última terça-feira (01/10) a Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro aprovou a proposta do plano de cargos e salários dos professores da rede municipal. Desde a quinta-feira (26/09) grande número de professores acampava no Palácio Pedro Ernesto - sede da Câmara - e proximidades, em protesto à votação. Segundo a categoria, a proposta prejudica os profissionais que cumprem menos do que 40 horas semanais de jornada e, indiretamente, gera perda salarial. Na noite anterior à votação, cerca de mil manifestantes entraram em confronto com a PM. O saldo divulgado foi de oito pessoas detidas e quinze feridas. Na terça-fei-
Na última quinta-feira (03/10), o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou a adoção de uma rigorosa medida contra o narcotráfico de seu país. O novo regulamento da Lei de Controle para a Defesa do Espaço Aéreo permitirá que o chefe de Estado autorizar a derrubada de qualquer aeronave que adentre ilegalmente o território venezuelano, esteja relacionada ao tráfico de drogas e não obedeça às ordens dadas. Embora deseje livrar o país da imagem de potência internacional no narcotráfico, Maduro admitiu que, atualmente, os narcotraficantes exercem um grande poder no país, com influência suficiente para “criarem expedientes” e os utilizarem com “armas políticas”. (com Agência Brasil)
Emerson DIas
Soraya Momi
Oito pessoas foram detidas e quinze feridas no confronto ra, durante a votação, novos confrontos ocorreram. Bombas de gás lacrimogêneo, que foram lançadas para dispersar a movimentação que ocorria
fora do Palácio Pedro Ernesto, acabaram por prejudicar até o andamento de alguns trabalhos dentro da Casa. (com Agência Brasil).
Giro
Soraya Momi
“
Se a chuva for muito forte, vamos ter que recomeçar tudo de novo”
///////////////////////Balanço
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09
temporal de 22 de setembro em Londrina
José Roberto Hoffmann, presidente da Cohab de Londrina, sobre o trabalho de reconstrução das casas do Vista Bela e a ameaça de novo temporal.
Segundo a Simepar (Sistema Meteorológico do Paraná), ventos de até
107 km/h
Portal Bonde, 02/10/2013
“Estou irritado?
”
Absolutamente irritado
Presidente americano Barack Obama, sobre impasse dos republicanos em resolver questões referentes à paralisação do governo do país.
Agência Brasil
entrevista à CNBC, 01/10/2013
“O critério não foi étnico, o critério
Agência Brasil
foi outro e eu o achei correto. O primeiro era a qualidade estética, depois autores que tivessem livros traduzidos para o alemão e língua estrangeira. A Feira de Frankfurt é uma feira comercial e nós temos que dar prioridade a quem já está lá e vai poder se colocar também pela diversidade
”
Marta Suplicy, ministra da Cultura, sobre a polêmica a respeito de suposto racismo na escolha dos integrantes da comissão brasileira para o evento. Coletiva de imprensa, 02/10/2013
“Os bancos são o setor
mais rentável da economia, continuam batendo recordes de lucratividade, premiam seus altos executivos com remuneração milionária cada vez maior, e ignoram as reivindicações da categoria
”
Elias Hennemann, representante do Paraná no Comando Nacional dos Bancários, sobre a greve que já dura mais de duas semanas. Portal Bonde, 02/10/2013
“Pessoal, atenção
ao deadline e às exigências do projeto gráfico. O cumprimento desses dois quesitos é fundamental e incide diretamente na nota
”
Lauriano Benazzi, professor universitário e coordenador editorial do Pretexto Expresso motivando seus alunos na batalha diária.
PRETEXTO EXPRESSO, 02/10/2013
O temporal durou apenas
15 minutos Danos consideráveis em
6 prédios e 280emcasas Londrina 145 casas destelhadas no Residencial Vista Bela.
Segundo a Cohab, média de reconstrução de casas populares é de
10 ao dia
200 árvores derrubadas, segundo a Secretaria do Meio Ambiente (Sema)
4 mil residências sem luz 48apóshoras os ventos Segundo Defesa Civil e Prefeitura Municipal, prejuízos ultrapassam os
R$ 3 milhões Arquivo pessoal
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Mix
04 de outubro de 2013 Amanda Tostes
EM MOVIMENTO
Festival de Dança amplia programação didática e traz grupos da Europa Divulgação/ Michael Bugdhan
O evento tem oficinas formativas e espetáculos clássicos e contemporâneos – mas o Ouro Verde ainda faz falta Lucas Marcondes
A 11º edição do Festival de Dança de Londrina começa nesta sexta-feira com um espetáculo diferenciado. Os integrantes do Grupo Ares, de São Paulo (SP), estarão amarrados ao prédio histórico da Secretaria de Cultura de Londrina para, ao ar livre, apresentar a montagem “Tempo Suspenso”. Esse é apenas um aperitivo do que o público poderá apreciar até o próximo dia 13. Companhias internacionais marcarão presença no evento. Os franceses da À Fleur de Peau e o Odin Teatret, da Dinamarca, sobem ao palco do Circo Funcart nos dias 10 e 11, respectivamente. A série de atrações também destaca grupos nacionais vindos de Recife, São Paulo e Porto Alegre. A grade completa pode ser conferida no endereço festivaldedancadelondrina.art.br. A programação didática promete ser tão diversificada como a de apresentações, aponta a coordenadora geral do Festival de Dança, Danieli Pereira. “A grade didática está forte, tem nomes importantes da dança no país. É
algo que gente destaca bastante pelo fato de não ter acontecido no ano passado e de ser um dos pilares de sustentação do evento”. As oficinas ofertadas vão desde o balé clássico até a dança de rua. As outras opções são dança contemporânea, dança negra contemporânea, dança flamenca e dança aérea. Além disso, Eugenio Barba e Julia Varley, do Odin Teatre, vão ministrar a master class “Pensar por ações”. As oficinas já estão com inscrições abertas e começam nesta segunda-feira (7). Além dos espetáculos nacionais e internacionais, diferentes companhias londrinenses de dança estarão presentes no palco do Circo Funcart na segunda-feira (7), às 20h. “Nós vamos ter uma mostra local, que é a Dança Londrina. Escolas, grupos e projetos que a gente tem na cidade vão se apresentar nessa noite. É muito importante, porque os profissionais da cidade observam o que está sendo produzido aqui”, comenta Danieli. O Ballet de Londrina e a Escola Municipal de Dança da cidade fazem, com a Companhia Jovem do Teatro Bolshoi, de Joinville (SC), o encerramento do Festival de Dança. O palco, assim como na abertura, será ao ar livre, na principal praça de lazer de Londrina. O anfiteatro do Zerão sedia o fim desta edição do festival a partir das 19h de domingo (13).
A companhia À Fleur de Peau (foto), da França, é um dos destaques do Festival de Dança. Os dinamarqueses do Odin Teatre também se apresentam nesta edição. Ouro Verde O Festival de Dança de Londrina realiza mais uma edição sem aquele que era seu principal palco: o Teatro Ouro Verde, destruído por um incêndio em fevereiro de 2012. Danieli lamenta a ausência e afirma que, em Londrina, não há outro local que possa substituí-lo em razão das necessidades das apresentações de dança. “É um complicador ainda maior, porque o Ouro Verde tinha um palco com as dimensões que a gente precisava. Sem o Ouro Verde, a
gente tem uma grande perda na nossa programação”. O presidente de honra do festival, Leonardo Ramos – que também foi secretário de Cultura de Londrina na gestão do prefeito cassado Barbosa Neto (PDT) – reforça a ausência do Teatro e afirma que a cidade tem uma carência histórica de palcos culturais. “A ausência do Ouro Verde causa uma crise muito grande. Londrina tem uns 40 anos de atraso em relação a teatro. Cidades de porte muito menor do que Londrina
TEATRO
Estreia “Almanaque Conta Bom Crioulo” para o teatro, o diretor do espetáculo Silvio Ribeiro contou: “Já tem “... Seguia-se o terceiro preso, muito tempo que eu queria fazer um latagão de negro, muito alto e essa adaptação. E para entender corpulento, figura colossal de cafre, de quem é a adaptação é preciso desafiando, com um formidável entender o processo do projeto sistema de músculos, a morbidez Almanaque da Cia FUNCART - é patológica de toda uma geração ca- um processo colaborativo... chega dente e enervada, e cuja presença um momento em que podemos ali naquela ocasião, despertava gran- dizer que a adaptação é de todos os de interesse e viva curiosidade: era participantes. Realizar esse trabalho tem sido acima de tudo prazeroso, “A arte existe, para entre por conta do grupo outras coisas, provocar” de trabalho e do formato”. o Amaro, gajeiro da proa o BOM Silvio Ribeiro, que também é CRIOULO na gíria de bordo...”. As- ator, começou sua carreira artística sim é apresentado Amaro, perso- nos anos 1980 com o grupo Chanagem principal de O Bom Crioulo miné Baton onde também teve a de Adolfo Caminha. Romance pu- experiência da direção teatral. Desblicado pela primeira vez em 1895 de o final da década de 1990 trae que agora é apresentado em es- balha como coordenador da Escola petáculo teatral-musical com adap- Municipal de Teatro de Londrina tação própria pela Cia FUNCART (FUNCART). Sobre o projeto que dentro do projeto Almanaque. agora encena O Bom Crioulo ele Perguntado a respeito do pro- comenta: “O Almanaque já vem de cesso de adaptação do romance um trabalho realizado o ano passaLucas Rodrigues
do e contou com alguns integrantes do espetáculo anterior, os novos foram convidados por mim a participar de acordo com as necessidades do espetáculo e competência como ator ou músico”. A montagem que tem sua estreia no domingo, dia 06, no Bar Valentino às 21h, trata de temas fortes e ainda hoje polêmicos como homossexualidade e questão racial, tudo isso dentro do ambiente militar. “A arte existe, na minha opinião, para - entre outras coisas - provocar. O teatro principalmente, pelo contato direto com o público... porque fala-se de sentimentos, situações muitas vezes tão comuns e que nos tocam diretamente pela forma como é tratada ou mostrada”, explica Donizete Buganza que atua no espetáculo como uma espécie de mestre de cerimônias. Sobre a importância de se colocar tais temas em debate, e a dificuldade que isso gera o diretor Silvio também comenta: “encontramos resistência e inclusive restrição de lu-
gar para apresentar. Até para profissionais de nível superior. Infelizmente é um debate de temas que não se esgota, tanto que se contarmos uma história de amor (que é o caso do Bom Crioulo) entre duas pessoas do mesmo sexo e de cor de pele diferentes, as pessoas já ligam a essas questões e acabam ficando maiores do que o próprio romance”. Regina Reis, musicista formada pela UEL, não é atriz, porém atua em O Bom Crioulo e dá detalhes de uma parte importante do espetáculo que são as músicas: “A escolha do repertório foi basicamente do Silvio Ribeiro, o diretor, mas pudemos dar nossa opinião, principalmente nos arranjos... Além de mim participam da peça mais três músicos, tocando violão, flauta transversal e percussão”. E finaliza reiterando a importância da peça: “É urgente a transformação da sociedade para termos mais justiça para todos e espaço para cada um de nós vivermos e convivermos com plenitude e prazer”.
têm teatros municipais. É o caso de Ibiporã, Arapongas, Apucarana A reconstrução do local ainda passa por trâmites burocráticos no governo do Paraná. A expectativa é que o “novo” Ouro Verde esteja pronto até o início de 2015. Até lá, festivais como o de Dança buscam alternativas para suprir essa carência. O principal local de apresentações neste ano será o Circo Funcart, que comporta aproximadamente 200 pessoas. O Ouro Verde receberia um público quatro vezes maior.
Tech&Cult
Giovanna Machado
Cultura pop japonesa A exposição “Ouvidos e Coração” é atração na Galeria de Artes do SESC Londrina (R. Fernando de Noronha, 264), até o dia 30 de outubro. A mostra é inspirada na cultura pop japonesa, e conta com dez ilustrações de figuras humanas sem rosto. A exposição tem a autoria de Vanessa Hosokawa, formada em artes visuais pela UEL. O horário de visitação é das 8h às 22h. Lenine em Londrina O cantor Lenine estará em Londrina no dia 25 de outubro para um show com a orquestra Martin Fondse Orchestra. A apresentação será no Teatro Marista os ingressos tem preços de R$60,00 e R$120,00. Instagram e anúncios A rede social de compartilhamento de fotos divulgou em seu blog oficial que em breve vai começar a incluir anúncios em seu feed de notícias. Os anúncios vão começar a aparecer ocasionalmente e serão marcas que os usuários não seguem. O Instagram prometeu oferecer ferramentas para que o usuário possa esconder o anúncio caso não desejar vê-lo.
Esporte
04 de outubro de 2013
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FUTEBOL
Palmeiras joga em Londrina na próxima semana pela série B Angela Ota
Clube paulista chega na segunda-feira e disputa dois jogos no Estádio do Café pela divisão de acesso do Brasileirão Angela Ota
O torcedor palmeirense que mora em Londrina e região terá o gostinho de poder assistir a um jogo oficial do time do coração e sem precisar ir até a capital paulista. Isso porque o clube anunciou a vinda para Londrina na semana que vem. O Palmeiras vai jogar dois jogos no Estádio do Café, válidos pela série B do Campeonato Brasileiro, após ser punido pelo STJD devido a brigas entre duas torcidas organizadas no jogo contra o Guaratinguetá. E é justamente contra o Guaratinguetá um dos jogos a serem realizados pelo Verdão no Café. O primeiro jogo será contra o Figueirense, na terça-feira (08), às 19h30. Já o duelo contra o Guaratinguetá está marcado para sexta (11), um pouco mais tarde, às 21h50. A escolha de Londrina, segundo a assessoria do Palmeiras se deu pelo fato do tempo que o Alviverde não disputava uma partida na cidade e por conta do grande número de torcedores na região. Por isso mesmo, a diretoria espera casa cheia nos dois jogos. No que depender do estudante e torcedor Felipe Corbacho o Café vai lotar sim. Ele, que sempre vai aos jogos em cidades próximas a Londrina, pretende ir às duas partidas. Apesar de já ter assistido um duelo Palmeiras x Corinthians, o torcedor garante que “todos os jogos têm importância e com
32 mil torcedores compareceram ao Estádio do Café na final da 1ª fase do Campeonato Paranaense Os ingressos começam a ser vendidos no sábado, a partir das 10 horas para sócio-torcedores pelo site www.futebolcard.com. O público geral poderá comprar a partir de domingo também pelo site. Os valores são: R$ 40,00 para arquibancada, R$20,00 a meia, e R$ 120,00 a cadeira, R$60,00 meia-entrada. 17 anos O último jogo oficial do Verdão no Café foi pelo Campeonato Brasileiro de 1996, duelo contra o Fluminense que terminou com a vitória do Palmeiras por 5x1. Na época, o Alviverde contava com um elenco de estrelas, com Cafú, Djalminha e Rincón.
certeza a torcida vibra bastante com cada gol e cada vitória, da mesma forma que em qualquer jogo.” Confiante, o torcedor espera um jogo duro, truncado e com muitas faltas, mas acredita que o Palmeiras vai vencer as duas partidas. Brinde Além de assistir aos jogos do Palmeiras no Estádio do Café, o torcedor pé-vermelho com coração alviverde ainda poderá presenciar a volta do clube à série A. Líder isolado, o time matematicamente tem chances de já garantir a vaga na elite do futebol brasileiro no jogo contra o Guaratinguetá, na sexta. Ingressos
Londrina tem primeira loja oficial fora de SP Angela Ota
Há duas semanas foi inaugurada a loja oficial do Palmeiras - Academia Store - no Catuaí Shopping, a primeira fora do Estado de São Paulo. A escolha de Londrina se deu devido ao grande número de torcedores na região, em torno de 65 mil, segundo pesquisa realizada pela empresa que administra a franquia. A inauguração contou com
cerca de mil torcedores e a unidade continua fazendo sucesso, segundo o gerente da loja, Luciano Bittencourt. “A aceitação está sendo boa. As pessoas levam muitos presentes e não são só torcedores”, afirmou. E tem mais para o torcedor. Segundo Bittencourt, está programada a vinda de Evair, “o matador”, no dia 17 deste mês. O ex-centro avante do clube estará a partir das 18 horas na franquia de Londrina.
SUPERAÇÃO
Angela Ota
O Londrina Futsal feminino deslanchou de vez no Campeonato Paranaense. Neste sábado, a equipe comandada por Jayne Borin enfrenta o Paraná Clube, às 20 horas no Moringão. O adversário é difícil, mas a técnica disse que conhece bem a equipe que vai enfrentar. “Esta semana estamos treinando bastante e tentando corrigir alguns erros infantis que aconteceram ao longo do campeonato”, explicou.
Apesar do time modesto, “longe de ser uma equipe de alto rendimento”, como admitiu a técnica, as meninas evoluíram bastante. “A gente está numa crescente muito boa. Vamos tentar chegar à final, fazer um bom resultado aqui pra ir mais tranquilas pra lá”, afirmou a ala, Fabiana. E a equipe já pensa no calendário do ano que vem. Segundo Jayne, a “ideia é continuar com o trabalho no futsal e fazer com que esse time seja mais forte e possa, em 2014, ter voos mais altos, como participar de uma liga nacional.”
Angela Ota
Meninas do futsal têm jogo decisivo no sábado
Técnica Jayne tenta corrigir erros para o jogo da semifinal
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Perfil
04 de outubro de 2013
TALENTO
Nelson da Silva ou do Samba? Conheça a história de Seo Nelson, um dos grandes nomes do samba de Londrina Andreza Pandulfo
Mas e o samba? Ele nunca fez aulas de violão ou qualquer outro instrumento. O primeiro contato direto do mineiro com a música veio aos 11 anos, numa reunião de amigos na fazenda vizinha. O filho da dona da casa tocava um cavaquinho. Então menino, Nelson observava as posições dos dedos do amigo e quando teve a oportunidade, pediu para tentar: “Quando eu peguei o cavaquinho, pus de leve o dedo assim e não saiu som. Eu não sabia que tinha que apertar. Quando eu apertei saiu direitinho e tal... Saiu a primeira, a segunda, a terceira. Eu pensei que era coisa de Deus mesmo, porque ninguém falou pra mim como fazia. Na hora eu comecei a cantar uma música, fazendo a posição certa”. Dos instrumentos tocados, o primeiro foi o reco-reco, depois o tamborim, até chegar ao violão, que o acompanha até hoje. Seo Nelson lembra com saudades e animação do primeiro grupo musical do qual fez parte em São Paulo, o conjunto Cometa de Ritmos. O grupo se apresentava a cada 15 dias em bailes de uma indústria de chapéus e tocava estilos como rumba, bolero e mambo. Ele não entrou em detalhes sobre os motivos que levaram ao fim do grupo, mas sua voz denunciou que, ainda hoje, as lembranças daquela época o emocionam: “Era um conjunto muito bom, mas todo grupo assim tem aquelas políticas, né? Difícil ir pra frente todo mundo igual e por causa de uma besteira lá acabou o grupo. Aí eu fiquei um tempão sem tocar. Muito tempo”. “Quando eu peguei o violão pela A retomada veio só em primeira vez, eu pensei que era 1962, quando um amigo o chamou para tocar de última coisa de Deus mesmo, porque ninguém falou pra mim como fazia.” hora em um clube paulista. Seo Nelson tinha vendido sentava na máquina de escrever e ficava lá seu violão, mas conseguiu um emprestado catando milho”, conta. Em 1972, foi pro- e foi com o grupo. Assim, o músico comemovido a chefe de almoxarifado, função çou a se apresentar novamente em clubes que ocupou até se aposentar. Para assumir e bares, sempre com violões emprestados. o cargo, Seo Nelson concluiu o ensino mé- Até que, em 1970, foi convidado a passar dio através do supletivo e não foi além nos a noite de natal na praia, com a família de estudos por conta de suas responsabilidades uma enfermeira que trabalhava com ele. O como pai de família. Orgulha-se em dizer músico colocou esposa e filhos num táxi e que durante toda a vida, ficou apenas 11 foram. Na virada do dia 24 veio a surpresa: dias desempregado: “Não admitia chegar o “Quando chegou meia noite ela a filha dela fim do mês e não ter dinheiro pra mandar (a enfermeira) veio com um violão na capa pra mamãe”. e me deu de presente”, lembra.
Londrina O primeiro membro da família Silva a morar em Londrina foi uma filha, para acompanhar o marido que havia sido transferido de emprego. A saudade dos netos era grande e, em 1996, Seo Nelson e a esposa chegaram a viajar seis vezes para a cidade, como visitantes. À época, o sambista já estava aposentado e tocava em dias fixos em um hotel, churrascarias e choperias. No ano seguinte, a filha sugeriu: “Pai, o senhor já está aposentado. Por que não vem pra cá?”. A esposa não quis voltar Com 78 anos, o sambista toca em média uma nem para pegar as coi- vez por mês em eventos na cidade sas. Seo Nelson encontrou uma casa e veio morar em definitivo na cidade paranaense. em Londrina, também está entre as razões Hoje, quatro dos cinco filhos do casal mo- que, segundo Seo Nelson, desmotivam apresentações em bares. ram em Londrina. Educado e bom anfitrião, após apreJá em terra pé vermelha, fez amizade com os membros do Clube do Choro e sentar para nós as duas únicas músicas que em seguida montou o Quarteto do Samba, compôs na vida, Seo Nelson pergunta: com alguns estudantes da UEL: “A gente co- “Vocês tomam um refrigerante?”. Passameçou a se reunir num bar ali perto do lago dos os agradecimentos, negativas e elogios, Igapó. No início, tinha um monte de gen- perguntamos se o sambista toca suas comte, depois foi diminuindo, diminuindo, até posições nos shows, ao que ele respondeu que ficaram os quatro”, explica. O quarteto que não, pois as músicas – uma valsa e uma se desfez com a morte do pandeirista Luiz marcha de carnaval – não combinam com Henrique Caetano, que foi levado pela cor- seu repertório. Tivemos, então, a certeza renteza em uma tempestade de 2011. Seo de que havíamos acabado de presenciar Nelson revela que a perda de Luizinho dei- um momento mostrado para poucos. Apexou um vácuo e o grupo original se desfez. sar de não tocar canções próprias, Seo NelO sambista tem se apresentado somen- son procura atender a maioria dos pedidos te em eventos nos últimos tempos. Che- em shows: “O músico profissional é o cara gou a tocar semanalmente em um bar da que ganha bastante dinheiro e vem com 20 cidade, mas há algum tempo prefere não músicas, canta e pronto. Na noite, a gente assumir mais compromissos fixos. Entre os que é amador, tem que cantar música de motivos estão o fato de que, com o tempo, todo mundo. E é triste quando você não a mulher passou a reclamar mais da vida consegue atender uma pessoa”, compacorrida do marido e ele mesmo tornou- ra. Essa humildade e carisma contagiam e, -se mais caseiro: “Semana passada mesmo mesmo que ele não dissesse, transmitem ligaram pra tocar lá num bar, mas eu falei: ao ouvinte o prazer que Seo Nelson tem ‘Ah, tô com frio. Não vou, não’”, revela. O pela música: “A música deleita, né? Eu gosto cachê acertado mediante couvert, comum demais de música”. Fotos: Fernando Almeida
“
Só não nasci primeiro que o samba porque o Adoniran Barbosa nasceu primeiro que eu e começou a fazer samba antes de mim”. Essa foi a resposta que Seo Nelson deu aos rapazes do Clube do Choro logo que chegou à Londrina, em 1997, quando perceberam a sua afinidade com o estilo. A brincadeira reflete a principal imagem que se tem do músico após as quase duas horas de conversa que originaram esse texto. Seo Nelson é um homem de duas paixões: a família e o samba. Mineiro, Nelson da Silva é um senhor aposentado, de uma memória impressionante, 78 anos e inúmeras histórias pra contar. Fala de um jeito tão simples quanto o nome que carrega, porém, narra cada caso de forma tão envolvente que sua voz, mesmo gravada e ouvida pela segunda vez, ainda provoca um sorriso no rosto da ouvinte, como um bom samba de raiz. Seo Nelson nasceu em Ponte Nova, perdeu o pai aos nove anos e foi morar em São Paulo aos 18, em busca de um bom emprego para ajudar a família. Começou como servente de pedreiro, até que, aos 21 anos, passou a trabalhar como auxiliar de cozinha no Sesi (Serviço Social da Indústria). Tempos depois foi transferido para o ambulatório da mesma empresa, onde ganhava a vida como servente. Curioso, costumava chegar mais cedo e ia ao Arquivo para “fingir” que era datilógrafo: “Não tinha ninguém lá e eu fazia de conta que tava procurando uma ficha, inventava um nome fictício e tal,