O que fazer quando o meu cão...puxa a trela

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O que fazer quando o meu cĂŁo puxa a trela?

Turid Rugaas



O que fazer quando o meu cão puxa a trela?

Turid Rugaas

Tradução: Maria Queiroz

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Este livro é a tradução da obra What Do I Do… When My Dog Pulls? Autora Turid Rugaas Este livro é publicado com a autorização de Turid Rugaas. © Versão inglesa, Abril de 2005, por Turid Rugaas. © Da edição em língua portuguesa Kns Ediciones S.C., 2016. Primeira edição: 2016 Autora: Turid Rugaas. Books 109. N-3360 Geithus, Noruega Para obter este livro ou outros desta editora, contacte: Kns Ediciones Rúa de Sar 53, 2º 15702 Santiago de Compostela A Coruña

www.knsediciones.com comercial@knsediciones.com

ISBN: 978-84-944109-6-3 Depósito legal: C 1853-2016 Tradução: Maria Queiroz Capa: Alberto Mosquera Composição gráfica: Ana Loureiro Ilustrações cedidas por Turid Rugaas

Impressão: Impresso em Espanha.

Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução total ou parcial desta obra, texto ou ilustrações, e não pode ser transmitida por meios eletrónicos, nem mecânicos, sem a autorização, por escrito, da autora, à exceção de breves transcrições para comentar a obra.


Índice Prefácio.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Como tudo começou.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . O método básico.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Manual de trabalho.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Porque é que os cães puxam a trela? .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . Resolução de problemas.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Equipamento a utilizar.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Equipamento a evitar e porquê.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Cachorros. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Ensinar o adulto e o cão senior.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Aplicar a técnica nas aulas.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Utilizar a técnica no dia-a-dia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Quando é que NÃO deve utilizar esta técnica.. . . . . . . . . . . Porque é que não se devem usar negativos.. . . . . . . . . . . . . . Aprendizagem através de associação.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . A reter.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Resumo.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Apoios .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Reflexão adicional.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Sobre a autora.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Bibliografía.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Da mesma autora.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Pet Dog Trainers of Europe.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Mais informação.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . –7–

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Prefácio Ocasionalmente, as pessoas são admiráveis. Há alguns invernos atrás, chegou-me uma aluna de forma pouco usual. A dona descia a colina a toda a velocidade, sentada no chão, pernas esticadas à sua frente, segurando na trela de um Boieiro de Berna muito feliz. Ele sorria, e galopava na minha direcção, com as orelhas a abanar, com cara de quem aprecia realmente a vida. A dona não estava assim tão feliz, e ficou aliviada quando o cão parou. A estrada, cheia de gelo, não lhe deu hipótese de se manter de pé, e assim fizeram esta entrada espetacular. Gosto de ajudar pessoas admiráveis e os seus cães a serem capazes de lidar com aquilo que encontram, e é por isso que adoro o método que desenvolvi para andar com um cão à trela sem tensão. É uma boa ferramenta para ajudar as pessoas a controlar a situação de uma forma harmoniosa.

N. da E.: Turid Rugaas, treinadora e comportamentalista norueguesa, esclareceu e encantou donos de cães por todo o mundo, com as suas pesquisas e compreensão acerca do comportamento e linguagem corporal caninos. Com o seu sedoso cabelo prateado e a sua simplicidade escandinava, persuade a sua audiência a entender a comunicação inter e intra-espécie de uma nova forma, mais compreensiva.

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Como tudo começou… Ao longo dos anos tenho vindo a perguntar aos alunos que frequentam as minhas aulas o que é que eles gostariam de ensinar aos seus cães. A resposta que figura no topo da lista é “andar bem à trela”. Na lista, em seguida, constavam “parar de saltar às pessoas”, “vir à chamada”, seguidos por uma variedade de outras coisas. Contudo, andar à trela ganhava sempre. Muito compreensível! Não consigo pensar em nada mais incomodativo do que passear um cão que puxa ou se atira a outros cães ou bicicletas. Além disso, pode ser perigoso. Há alguns anos, no inverno, havia gelo por todo o lado. Era difícil alguém manter-se de pé sobre o gelo, e virtualmente impossível segurar cães se eles puxassem a trela. As pessoas caíam com frequência e partiam ossos. Foi então que decidi explorar e desenvolver um método para ensinar os cães a caminhar com trela frouxa, e para prevenir os puxões, caso os cães se esquecessem de manter a trela sem tensão. Claro que os cães podem esquecer-se, mesmo quando aprendem bem as coisas – todos nós nos esquecemos às vezes. Neste sentido, os cães em nada diferem de nós. Eu procurava um método amável, que não magoasse, assustasse ou stressasse os cães – e a maioria dos métodos que tinha visto até ao momento não eram suaves. Pouco tempo depois, tive essa oportunidade, durante um curso de instrutores, com a duração de um ano, na Groruddalen Veterinary Clinic, nas imediações de Oslo. Foi-nos pedido que – 11 –


O que fazer quando o meu cão puxa a trela?

escolhessemos um projecto para trabalhar ao longo do ano, e eu, sendo uma pessoa prática, escolhi um projecto prático. Escolhi desenvolver um método para ensinar os cães a andar harmoniosamente à trela. Acabou por ser muito divertido. Fiz anúncios pedindo cobaias e recebi 204 respostas de imediato; pessoas que tinham cães com problemas de puxar variados. O mais jovem era um collie com 4 meses de idade, e o mais velho um cão de caça Norueguês com 14 anos. Foram representadas todas as raças, todas as idades, todos os tipos de cães, juntamente com todos os tipos de problemas de puxar. Para tornar o projecto possível, e para obter resultados válidos, tive que tornar o estudo rígido. A estatística é importante para as pessoas, e eu precisava de resultados que pudessem ser usados e servir de referência. De uma forma simples, quis experimentar o seguinte plano: ❙❙ ignorar qualquer comportamento indesejado, permancendo quieta, sempre que o cão puxasse a trela. ❙❙ Não fazer nada, excepto impedir o cão de ser capaz de puxar. ❙❙ Elogiar e reforçar o cão por caminhar tranquilamente com o guia. De forma a conseguir validar os resultados, escolhemos um troço de estrada em particular, e contamos o número de vezes que o cão esticava a trela. O método era muito simples, mas muito inflexível –foi desenvolvido e modificado posteriormente, como mostrarei mais tarde. Cada um dos cães que participou no estudo está representado pela sua curva no gráfico, onde o número de vezes que puxou a trela foi marcado todos os dias, do dia 1 ao dia 30. Quanto terminámos, havia 196 curvas, uma para cada cão que completou o – 12 –


Como tudo começou…

projecto. As curvas eram tão semelhantes, que poderia colocá-las umas em cima das outras e decalcar a primeira! Depois fiz um gráfico da média. Havia uma média de 70 puxões na trela no primeiro dia. Após os 30 dias, a média de puxões no mesmo troço de estrada tinha baixado para apenas 1, e esse puxão era quase irreconhecível. Depois deste projecto, percebi que estava no caminho certo para o sucesso. No entanto, tive necessidade de ajustar ligeiramente o método. Teria que começar a tornar a tarefa mais fácil para os cães, evitando stressá-los, e tornar mais fácil para as pessoas aprenderem como o fazer. Pouco a pouco, fui fazendo tentativas, e desenvolvi a minha técnica, refinando-a a um ponto que se tornou no método que ainda utilizo hoje. Ensinei-o a pessoas por todo o mundo, e estou satisfeita com ele. É suficientemente simples para que as pessoas o possam utilizar com o mínimo de explicação e ajuda, e é também simples para os cães aprenderem depressa. O retorno que recebo é, por vezes, quase eufórico, tal como: ❙❙ “ADORO o seu trabalho com trela!” ❙❙ Fico feliz com isto, já que muitas vezes significa uma vida melhor para um cão. Vamos ver então em que consiste o método.

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O método básico Olharemos para este método como se de uma receita se tratasse. Teremos que ter atenção ao seguinte:

z Ingredientes – Um cão – Uma pessoa – Arnês ou coleira simples – Trela – Biscoitos

z Método -versão curta
 Ensinar o cão a responder a um sinal, por exemplo um som com a língua. ❙❙ PARAR imediatamente quando a trela fica tensa, ou está prestes a ficar tensa. ❙❙ ESPERAR 2 segundos – ficar quieto – sem dizer nada. ❙❙ EMITIR um som com a língua ou lábios. Quando o cão começar a virar a cabeça na sua direcção: ❙❙ ELOGIE-O ❙❙ CAMINHE um par de passos noutra direcção e o cão seguilo-á. ❙❙ REFORCE o cão por segui-lo. Repita todas as vezes que quiser mudar de direcção, ou sempre que o cão estiver prestes a puxar. – 15 –


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