4ª Edição Revista PET/UFC Farmácia

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Nº4 Ano 4 Anual 2018 www.petfarmacia.ufc.br Distribuição Gratuita

REVISTA

PET

UFC - FARMÁCIA

10 anos contribuindo para a excelência do Curso de Farmácia da Universidade Federal do Ceará CAPA:

DESTAQUE:

FARMÁCIA UFC:

PET/UFC-Farmácia: 10 anos

Programa de Educação Tutorial

Implantação da Residência em Farmácia Industrial no Ceará



REVISTA

PET UFC - FARMÁCIA www.petfarmacia.ufc.br

A revista PET/UFC Farmácia foi idealizada, organizada e projetada pelos integrantes do Programa de Educação Tutorial (PET) do curso de Farmácia da Universidade Federal do Ceará (UFC). A primeira edição foi lançada no dia 12 de Março de 2015, na V Jornada da Farmácia da UFC. Tutora/Editora chefe Professora Doutora Nádia Accioly Pinto Nogueira Co-Tutora Professora Doutora Maria Goretti Rodrigues de Queiroz Layout Marília Gomes Caminha Fotografia PET/UFC - Farmácia Tratamento de imagem PET/UFC - Farmácia Revisão Ortográfica Corpo editorial Anyelle Barroso Saldanha Danilo Maciel Araújo Isabel Bento de Carvalho Isabelle de Fátima Vieira Camelo Maia Lorena Karla Estevam da Silva Marília Gomes Caminha Stephany Arruda Sousa Thainá Alves Lira

Thaynara Carvalho de Freitas Weslley Alves Vasconcelos Colaboradores  Dra. Ana Claudia de Brito Passos

  

Martins

  Clara Corando Moura  Prof. Dr. Custódio Luís Silva de Almei Dr. Carlos Roberto Koscky Paier

da

Dra. Mayane Emanuela Melo Lopes

Profa. Dra. Daniele de Oliveira Bezerra

Dra. Mylenne Borges Jácome Mascarenhas Dr. Paulo Marcelo de Lima Accioly

Dr. Thales Alves Campelo Dr. Tiago Lima Sampaio Profa. Dra. Zirlane Castelo Branco Coelho

Sousa

 

Enock Lee Rodrigues Profa. Dra. Francisca Cléa Florenço de Sousa

  

Dra. Hilana Valéria Dodou Dra. Jéssica Castro Fonseca Profa. Dra. Juliana Navarro Ueda Yaochite

    

Dra. Kellen Miranda Sá Lucas Oliveira Lima Dra. Ludmila Alves Freitas

Dr. Luís Carlos Brígido de Moura Profa. Dra. Luzia Izabel Mesquita Moreira

NOSSAS PUBLICAÇÕES

Dra. Mariana Costa de Menezes

FALE CONOSCO Website: http://www.petfarmacia.ufc.br

REVISTA

PET UFC - FARMÁCIA

E-mail: petfarmaciaufc@gmail.com

Fone: (85) 98824 3756 Facebook: Pet/UFC-Farmácia Endereço: Bloco Didático do Curso de Farmácia da Universidade Federal do Ceará (UFC) – Rua Capitão Francisco Pedro esquina com Rua Álvaro Weyne –

Rodolfo Teófilo – Fortaleza/CE


EDITORIAL

EDITORIAL As mais diversas instituições de ensino ao redor do mundo têm investido em estratégias que visam trazer o aluno para o centro do aprendizado, tornando-o protagonista de sua formação; o PET (Programa de Educação Tutorial) é, sem dúvida, um programa que cumpre esse requisito. O PET/UFC – FARMÁCIA comemora os seus dez

anos de fundação com um histórico vitorioso no contexto do ensino, da pesquisa e da extensão. Ao longo desses dez anos, o programa já teve mais de cinquenta bolsistas, muitos desses já engajados e referência nas mais diversas áreas de atuação do farmacêutico: análises clínicas, indústria, farmácia clínica, pesquisa e docência; e é unânime a opinião desses farmacêuticos de que participar do PET foi um fator determinante e diferencial no contexto da formação e atuação profissional. Nesse contexto, lançamos a edição comemorativa da revista do PET/UFC – FARMÁCIA e convidamos os leitores a desfrutarem da leitura conhecendo melhor a nossa história, os nossos integrantes atuais e egressos, as atividades realizadas ao longo desses dez anos e outras histórias de sucesso relacionadas à nossa atuação.

Além disso, nossa revista traz diversas matérias e entrevistas relacionadas ao campo científico e à atuação do profissional farmacêutico, trazemos também o espaço “fala aí tutor”, objetivando abrir esse canal de comunicação com você que se interessa por nossas atividades e visa compreender melhor a importância de um PET no crescimento e reconhecimento de um curso de graduação.

Portanto, temos diversos motivos pra comemorar! E essa revista foi elaborada justamente para sacramentar essa comemoração. Que esses dez anos sejam sempre bem lembrados e que muitos outros estejam por vir, sempre com muito trabalho e muito sucesso!!

Prof. Me. Tiago Sampaio

Farmacêutico e ex-petiano


EDITORIAL SUMÁRIO

SUMÁRIO 06

Fala aí, tutor!

Espaço PET

46

Quem somos

Depoimentos

Atividades Desenvolvidas pelo PET/UFC-Farmácia

Destaques

66

Profissão Farmacêutica

Programa de Educação Tutorial

Biofármacos: proteínas como principal componente de medicamentos

07

O farmacêutico na Vigilância Sanitária

Perícia Criminal: o Farmacêutico a serviço da Justiça

A utilização da pele de tilápia no tratamento de queimaduras

Conhecendo as ações extensionistas da UFC: Projeto Drogas de Abuso (ProDab)

74 •

Matéria de Capa Farmácia UFC

PET/UFC-Farmácia: 10 anos

78

Conhecendo a Feirinha de Plantas Medicinais da UFC

Implantação da Residência em Farmácia Industrial no Ceará

Informações sobre alimentação saudável: um desafio para o profissional farmacêutico

94

VII JOFAR/UFC Eventos científicos Trabalhos apresentados Eventos científicos 2018

104


Fala aí, tutor!

O PET/UFC-Farmácia está de parabéns: Congratulações por seus 10 anos. Foi uma década de muitas conquistas e aprendizagens, todos ganhamos muito. Aprendemos a planejar, a organizar, a trabalhar em grupo, a gerenciar melhor o tempo e a fazer "mágica" para realizar nossos eventos, como a Jofar e o curso de extensão Biologia Molecular nas

escolas: um novo conceito de aprendizagem. Aprendemos a receber carinhosamente os novos graduandos, com o Curso Pré-Saúde. Despertamos para o imenso valor social da extensão e para o papel de cada um no sonho de um mundo melhor e mais

justo, por meio da educação. Nesses 10 anos a comunidade acadêmica do curso de Farmácia pôde ver o

PET/UFC-Farmácia crescer a cada atividade e evento realizados. Contamos com a compreensão e apoio dos colegas professores em liberar seus alunos para participarem da Jofar, com a boa vontade dos secretários do Departamento de Análises Clí-

nicas e Toxicológicas (DACT), Departamento de Farmácia (DEFA) e Faculdade de Farmácia, Odontologia e Enfermagem (FFOE), em tudo que os petianos precisaram.

Essa 4ª edição da Revista PET/UFC-Farmácia é destinada a comemorar nosso aniversário, nossa primeira década, com muita alegria em ver o quanto crescemos, o quanto realizamos, com a ajuda de todos. Em ver que nesses 10 anos foram mais de 50 petianos, muitos já formados, atuando em diversas áreas, mas que em seus depoimentos, sempre reconhecem o quanto o PET foi importante para eles.

Nós, que fazemos o PET/UFC-Farmácia agradecemos a todos, que de alguma forma ajudaram na construção do programa, na realização dos eventos e atividades e acreditaram em nós. Todo o nosso sucesso também é de cada um de vocês.

06


Espaço PET Quem somos?

Goretti Queiroz

Nádia Accioly

(Co-tutora PET/UFC Farmácia UFC)

(Tutora PET/UFC Farmácia UFC)

Isabel Castro

Isabelle de Fátima Danilo Maciel

Anyelle Saldanha

Marília Caminha

Stephany Arruda

Lorena Estevam

Thainá Lira

Weslley Alves Thaynara Freitas

07


Espaço PET

Confira aqui, o que as pessoas dizem sobre o PET/UFC Farmácia. Integrantes do PET/UFC-Farmácia

Encarei o desafio de ser petiana no ano de 2016, tive receio no início por perceber que iria demandar tempo e muita dedicação por minha parte mas logo de-

pois consegui habituar-me. Para estar no PET/UFC Farmácia é necessário saber lidar com diversas atividades sendo promovidas praticamente ao mesmo tempo. Precisei saber organizar ainda mais o meu tempo e saber resolver problemas em grupo com instrução da nossa tu-

tora. Pude melhorar as habilidades que já possuía, como o ato de ensinar através do projeto de extensão Biologia Molecular nas Escolas e a aula de Biossegurança dada aos alunos recém-ingressos e também conquistei habili-

dades como presenciar uma competência do farmacêutico que é o acompanhamento farmacoterapêutico a um grupo de pessoas e a organizar eventos para os graduandos do curso. No PET eu fortaleci meu espírito de equipe e aperfeiçoei minha oratória. Além disso, obtive mais conhecimento acerca do curso e das inúmeras oportunidades de

atuação e de pesquisa para o farmacêutico. Neste ano de 2018, parabenizo o PET/ UFC Farmácia pelos 10 anos de compromisso e dedicação e afirmo que tenho muito orgulho em fazer parte desse grupo.

Anyelle Barroso Saldanha, 7° semestre do curso de Farmácia da UFC.

08


Espaço PET Integrantes do PET/UFC-Farmácia

Desde a primeira JOFAR que participei quando ainda estava no segundo semestre vi que o PET seria uma

experiência que agregaria muito ao meu currículo e à minha vida acadêmica. Hoje, já com um ano de PET, posso ver o grande acréscimo que o programa trouxe

para minha vida, não só acadêmica, como também pessoal. Saber trabalhar em equipe, cumprir prazos, ser organizado, relacionar-se com profissionais da área e com alunos de outros cursos foram alguns dos aprendizados que o programa me trouxe. E, como perspectivas futuras, eu busco ainda conquistar novas experiências e aprendizados, além de participar da execução de alguns projetos de extensão e a escrita de trabalhos referentes a estes projetos.

Isabel Bento de Castro, 8º semestre do curso de Farmácia da UFC.

09


Espaço PET Integrantes do PET/UFC-Farmácia

Desde o primeiro momento o PET/UFC- FARMÁCIA chamou minha atenção, e a vontade de participar desse programa magnífico e esplendoroso só crescia a cada instante que conhecia a importância e o impacto positivo em relação das

atividades que são desenvolvidas. Portanto, fazer parte dessa equipe é a realização de um sonho, engajar-se em um programa que possibilita a reunião do ensino, da pesquisa e da extensão é, sem dúvidas, muito gratificante. Minha expectativa em relação ao PET é aproveitar cada momento, podendo assim adquirir muitas experiências que vão ajudar todos de alguma forma, pois acredito que esse programa é essencial para o crescimento acadêmico e pessoal.

Isabelle de Fátima Vieira Camelo Maia, 2° semestre do curso de Farmácia da UFC.

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Espaço PET Integrantes do PET/UFC-Farmácia

Depois de todo o Processo Seletivo está sendo bastan-

te gratificante realmente fazer parte da equipe PET/UFC – FARMÁCIA. Poder estar por dentro do dia-a-dia de um petiano é bastante proveitoso, apesar de ser um pouco cansativo. Ter que realizar muitas atividades ao mesmo tempo requer bastante organização, mas tenho certeza que todas elas me ajudarão a desenvolver-me como um bom profissional. Como estou no começo, espero poder aproveitar bastante tudo o que o PET pode me oferecer, espero estar por dentro da

Pesquisa, do Ensino e da Extensão, pois eu sei que esses são os três principais pilares que o PET/UFC-FARMÁCIA irá agregar ao meu currículo e ao meu conhecimento pessoal. E é por meio desses pilares que o programa irá me desenvolver como um profissional de saúde apto para o mercado de trabalho e estar mais próximo da realidade de um profissional farmacêutico em seus diversos âmbitos de atuação irá auxiliar na minha evolução como graduando do curso de Farmácia.

Danilo Maciel Araújo, 4º semestre do curso de Farmácia da UFC.

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Espaço PET Integrantes do PET/UFC-Farmácia

Participar do PET/UFC-Farmácia tem sido uma experiência muito enriquecedora. m pouquíssimo tempo pude notar que sempre somos desafiados a superar nossas inseguran-

ças, a trabalhar em equipe, a sair da zona de conforto e a desenvolver nossas habilidades. Sinto que tenho muito a crescer no âmbito pessoal e profissional, e o PET vem sendo uma grande ponte para esse amadurecimento. Estou conhecendo o mundo acadêmico de modo muito mais amplo e tenho muitas expectativas positivas em aprender cada vez mais e multiplicar esses conhecimentos para a comunidade, me tornando assim uma profissional muito mais crítica e comple-

ta. Ser petiana é muito gratificante!

Lorena Karla Estevam da Silva, 5° semestre do curso de Farmácia da UFC.

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Espaço PET Integrantes do PET/UFC-Farmácia

Como integrante do grupo PET/UFC-Farmácia, eu aprendi a trabalhar em equipe, participei de novas experiências e de desafios que foram, e continuam sendo, adicionados a minha bagagem de conhecimento e de formação profissional. Constantemente somos apresentados a novos desafios e isso nos capacita para estarmos preparados em muitas situações em que precisamos tomar uma decisão importante, realizar uma atividade ou defender um ponto de vista. Toda essa capacitação é obtida por meio da realização de atividades, do cumprimento dos prazos, do estabelecimento de metas e da apresentação de resultados que contribuem com o crescimento do grupo, e é por meio dessa capacitação que o PET nos ensina a sermos mais responsáveis.

Marília Gomes Caminha, 5º semestre do curso de Farmácia da UFC.

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Espaço PET Integrantes do PET/UFC-Farmácia

Estar fazendo parte do PET/UFC-Farmácia é a consumação de um sonho. Participar de um programa que reúne todas as áreas de aprendizagem ofertadas pela universidade, sem dúvidas, é muito gratificante. Minha expectativa com relação ao programa é adquirir várias experiências em todos

os âmbitos do programa: ensino, pesquisa e extensão. Além disso, tornar-me e incentivar aos outros graduandos a tornarem-se, por meio dos projetos do PET, profissionais mais

humanitários e engajados na sociedade.

Stephany Arruda Santos, 2° semestre do curso de Farmácia da UFC.

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Espaço PET Integrantes do PET/UFC-Farmácia

A experiência no PET/UFC-Farmácia tem sido bastante enriquecedora em vários aspectos, no que diz respeito a conhecimentos e vivências. Aprendemos, principalmente, a conviver em grupo, respeitando as diferenças e agregando saberes. Aprofundamos os conhecimentos na área da Biologia Molecular e estamos nos capacitando cada vez mais para a organização de eventos no ambiente acadêmico. É possível observar que o PET/UFC-Farmácia contribui de forma significativa para a formação de profissionais farmacêuticos competentes. Acredito que irei percorrer um longo caminho neste grupo ao lado dos colegas petianos, por isso pretendo aprender o máximo com eles e com o que o programa tem a oferecer.

Thainá Alves Lira, 2º semestre do curso de Farmácia da UFC.

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Espaço PET Integrantes do PET/UFC-Farmácia

O PET sempre foi algo que almejei desde que entrei na faculdade devido a seus projetos e a toda dinâmica do grupo. Hoje, como integrante do grupo, posso dizer que o PET é

uma das melhores experiências que um acadêmico pode ter dentro da universidade porque nesse programa você consegue desenvolver-se por completo em diversos âmbitos, seja ele profissional ou pessoal. Nesse quase um ano e meio de PET eu já consegui crescer bastante como pessoa e superar várias barreiras, pois, como tudo na vida, o PET não é feito só de flores e os espinhos que encontramos no meio desse caminho, quando interpretados da melhor forma, só servem para

nos trazer mais força e sabedoria. Eu espero que o grupo continue a desenvolver-se e que cada integrante saiba aproveitar da melhor maneira possível a oportunidade de fazer parte desse programa.

Thaynara Carvalho de Freitas, 7° Semestre do curso de Farmácia da UFC.

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Espaço PET Integrantes do PET/UFC-Farmácia

Sou novo petiano e desde a seleção comecei a observar a seriedade do PET/UFC-Farmácia. O longo processo de seleção serviu para ter uma base de como o PET funciona. A seriedade, a organização e o esforço foram os pontos-chave que me marcaram e, mesmo não sendo fácil, foi enriquecedor. Já ouvi relatos de expetianos que dizem que o PET foi um programa de suma

importância para o desenvolvimento de suas formações acadêmicas e também pessoais. Ele proporciona ao estudante de farmácia a oportunidade de sair da sua zona

de conforto e ser um agente ativo de sua história e de quem o cerca. Sendo um profissional exemplar que ajuda a promover a saúde da população. Mesmo sendo novo no programa, espero crescer grandiosamente junto com meus colegas petianos. Espero vencer e crescer nessa nova jornada. Dificuldades eu sei que irão surgir, mas com a graça de Deus irei conseguir vencer cada uma delas. Agradeço aos veterenos do PET por nos ajudarem e à tutora professora doutora Nádia Accioly pela oportunidade.

Weslley Alves Vasconcelos, 6° semestre do curso de Farmácia da UFC.

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Espaço PET Profa. Dra. Zirlane Castelo Branco Coelho Coordenadora do curso de Farmácia da UFC

O PET Farmácia é um programa importante para o curso de Farmácia, pois vem realizando atividades que buscam desenvolver ações promotoras do

ensino, da pesquisa e da extensão. Também tem contribuído para a melhoria da graduação promovendo uma formação ampla e de qualidade aos alunos envolvidos direta ou indiretamente com o programa através de atividades que possibilitam a troca de sa-

beres

entre

a

comunidade

e

o

meio

acadêmi-

co. Considero ainda um programa abrangente e de relevância social, pois desenvolve no aluno a habili-

dade de trabalhar em equipe, característica primordial no exercício profissional.

Dra. Zirlane é graduada em Farmácia, mestre em Patologia e doutora em Ciências Médicas pela UFC e docente do curso de Farmácia da UFC.

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Espaço PET Profa. Dra. Juliana Navarro Ueda Yaochite Docente do curso de Farmácia da UFC

Pelo que eu conheço o PET, acredito ser um programa bastante importante para os estudantes de

Farmácia, tanto para os que pertencem a ele, como para os alunos em geral. Sei que o PET organiza alguns

eventos

para

a

comunidade

acadêmica

(sobremesa acadêmica), trazendo temas realmente importantes na área da saúde. Além disso, também tenho conhecimento das ações de extensão que acontecem nas escolas com temas de biologia molecular e algumas campanhas beneficentes (lar de idosos). Dra. Juliana é bióloga pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Mestre e Doutora em Ciências pela Universidade de São Paulo e docente do curso de Farmácia da UFC.

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Espaço PET Dra. Ana Claudia de Brito Passos Farmacêutica do Departamento de Farmácia da UFC

O PET/UFC – Farmácia existe desde 2008 e durante todos estes anos tem procurado cumprir com seu objetivo, que é o de propiciar aos estudantes

do curso de Farmácia novas possibilidades de aprendizado

coletivo,

desenvolvendo

habilidades,

conhecimentos e atitudes que serão fundamentais no processo de formação destes futuros profissionais farmacêuticos. A ideia é que a partir de sua

participação no PET/UFC, o estudante de Farmácia possa ter novas experiências e que realize atividades que sejam benéficas para a população, sobre-

tudo em cenários que envolvam a atuação do farmacêutico. Através das suas iniciativas, o PET/UFC Farmácia tem desenvolvido várias ações e gostaria de destacar em especial uma em que tive a oportunidade de colaborar, que é o acompanhamento farmacoterapêutico de idosos residentes em um abrigo público. Pude perceber a motivação dos alunos frente aos desafios nesta atividade e o quanto eles podem contribuir na melhoria da saúde destes idosos através de orientações sobre o uso correto dos medicamentos bem como na formação dos cuidadores,

além dos aspectos que envolvem também a segurança do paciente. Dra. Ana Cláudia é graduada em Farmácia e mestre em Ciências Farmacêuticas pela UFC. É doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas da UFC.

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Espaço PET Dra. Jéssica Castro Fonseca Farmacêutica do Departamento de Farmácia da UFC

Acompanho de fora o PET farmácia desde minha graduação, com a visão de aluna, até os dias atuais, com a visão de profissional. Só uma palavra consegue descrever tão bem o que enxer-

go do PET durante esse período: evolução. Evoluiu de uma tímida atuação para algo responsável e ramificado em diversas áreas, tornando-se mais do

que um programa, tornando-se essencial no ensino desde a pró-atividade como alunos até o diferencial na definição como profissional farmacêutico. Foram anos de evolução e amadurecimento visíveis onde só me resta parabenizar.

Dra. Jéssica é graduada em Farmácia e mestre em Ciências Farmacêuticas pela UFC.

É doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas da UFC.

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Espaço PET Dra. Mylenne Borges Jácome Mascarenhas Farmacêutica do Departamento de Farmácia da UFC

O Programa de Educação Tutorial (PET) foi uma criação da CAPS (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) com o objetivo de melhorar a qualidade do ensino superior, visando a formação de profissional de alto nível nas universidades. Em particular, o PET do curso de Farmácia da UFC, retrata bem esse perfil, no que concerne ao

desenvolvimento dos acadêmicos de Farmácia, fornecendo um ambiente rico para os alunos nele envolvidos. As temáticas propostas pelo Programa contemplam áreas relacionadas ao ensino, como a Sobremesa Acadêmica, que apresenta temas relevantes e atuais, bem como atividades nas áreas de pesquisa e extensão. Anualmente, o Programa organiza a JOFAR (Jornada de Farmácia), que insere o aluno em temáticas atuais do conhecimento farmacêutico. Considero o

PET do curso de Farmácia da UFC, uma experiência bastante exitosa, viabilizando formação ampla e diversificada, além de proporcionar a interação da universidade com a comunidade. Dra. Mylenne

é graduada em Farmácia e mestre em Ciências Farmacêuticas pela

UFC. É doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas da

UFC.

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Espaço PET Graduando do curso de Farmácia da UFC

O PET demonstra ser um projeto integrativo para várias áreas de atuação do aluno durante a graduação. Permite que o aluno tenha experiência de trabalho desde a pesquisa até a extensão e atuação na comunidade. Além de promover atividades e eventos constitutivos para os acadêmicos, como a JOFAR e as sobremesas acadêmicas. De modo geral é um projeto que possibilita que os participantes de-

senvolvam suas habilidades de liderança, de compromisso e de responsabilidade, como também o melhoramento da comunicação e das relações interpes-

soais. Clara Corando Moura, 8º Semestre.

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Espaço PET Graduando do curso de Farmácia da UFC

O PET é importante na criação e na promoção de informação, já que os novos estudantes, e até mesmo aqueles que já estão bem avançados, precisam do acesso ao conhecimento de áreas que às vezes passam

despercebidas

durante

nossa

formação.

A

construção da profissão farmacêutica é necessitada de vivências e o PET proporciona isso: um leque de expe-

riências que acrescentam e impulsionam a formação acadêmica de todos.

Enock Lee Rodrigues, 2º Semestre.

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Espaço PET Graduando do curso de Farmácia da UFC

O PET do curso de farmácia se mostra bem

atuante dentro do curso com suas atividades, dentre elas, a que eu conheço bem, é a sobremesa acadêmica, na qual são promovidas palestras com temas

importantes e que levantam muita discussão; isso é bom, pois nos atualiza como estudantes e traz para discussão temas recorrentes. Além disso, a JOFAR é outra atividade muito bem desenvolvida, que promove um panorama geral do mercado farmacêutico,

desde os minicursos as rodas de discussões. Ao meu ver, é essencial ter eventos como esse. No geral, as atividades que são promovidas, como o pro-

jeto de Biologia Molecular nas escolas e a

consci-

entização do uso racional de medicamentos com idosos, são projetos que chamam bastante atenção e trazem benefícios efetivos para a comunidade. Ademais, a meu ver, o PET proporciona diversas experiências no âmbito educacional, tanto para os executores destas quanto para o público em geral, sejam alunos ou comunidade.

Lucas Oliveira Lima, 4º Semestre.

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Espaço PET Ex-petianos do PET/UFC-Farmácia

Soube

do

PET/UFC-Farmácia

através

de

amigos que eram integrantes do grupo na época. Eles me falaram das atividades desenvolvidas e quando houve seleção logo me interessei em participar. E deu certo. Fui aprovada. O grupo era dinâmico e a todo momento tínhamos o desafio

de desenvolver atividades nas três esferas: pesquisa, ensino e extensão. Isso permitia crescimento profissional e pessoal, para cada nova ativida-

de desenvolvida, as aulas dadas nas escolas, os eventos científicos organizados, as palestras e cursos realizados, todas as experiências vividas contribuíram para a minha formação. O trabalho no PET propiciava a experiência contínua de trabalho em grupo. Cada um dava a

sua contribuição e a construção das atividades e o planejamento eram feitos sempre em equipe. Essa troca de saberes é algo essencial nas relações profissionais. Aos que desejam viver desafios e almejam desenvolvimento pessoal e profissional, essa é

sim uma porta de possibilidades que o curso de Farmácia da UFC dispõe. Participar do PET foi uma ótima experiência para mim.

Dra. Ludmila Alves Freitas é graduada em Farmácia pela Universidade Federal do Ceará e

Farmacêutica da Prefeitura Municipal de Fortaleza e da Farmácia Pague Me-

nos.

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Ex-petianos do PET/UFC-Farmácia

Tuberculose: conhecendo técnica de sequenciamento genético e MIRU no Instituto Evandro Chagas Por Weslley Alves

FOTO

Dr. Thales Alves Campelo é farmacêutico pela Universidade Federal do Ceará, mestrando no Programa de Pós-Graduação em Patologia da UFC e ex-petiano do PET/UFC-Farmácia.

"A tuberculose é a doença infecciosa que mais mata no mundo" Segundo a OMS, ela mata mais

A tuberculose multi-droga resistente

que a AIDS e a malária. No Estado do

(TB-MDR) é definida como a resistência à

Ceará, a tuberculose apresenta-se de for-

isoniazida

ma endêmica. Dentre os anos de 2011 e

constitui um problema grave para o con-

2016 ela permaneceu estável. Entretanto,

trole da doença. Além da TB-MDR, já te-

a taxa de abandono de tratamento no

mos

estado é muita alta, o que ocasiona o

(extensivelydrugresistent),

surgimento de bactérias resistentes e o

resistência à rifampicina e isoniazida é

retorno da doença na forma mais grave,

resistente a qualquer das fluoroquinolo-

podendo levar até a óbito. Dessa forma,

nas e, pelo menos, a uma das três dro-

um dos maiores desafios atuais não é

gas

só o diagnóstico, e sim o tratamento

(capreomicina, canamicina, e amicacina).

contra a tuberculose resistente.

no

(INH)

Ceará

injetáveis

e

rifampicina

casos

de

de que

(RIF)

e

XDR-TB além

da

segunda-linha

Uma das justificativas de ter meu trabalho voltado a tuberculose resistente

27


são os dados que o Ceará apresentou

Devido o número crescente de ca-

no seu ultimo boletim epidemiológico. No

sos da infecção por TB-MDR e o surgi-

Ceará, a taxa de abandono do tratamen-

mento de TB-XDR, verificamos a necessi-

to chega a 15,1% e falência do trata-

dade de analisar molecularmente as mu-

mento é de 15,6%. No Brasil, por outro

tações relacionadas com resistência dos

lado, a média é de 5%. Explicando me-

tipos MDR e XDR, em regiões dos genes

lhor, se tiver a taxa de abandono alta e

rpoB, katG, gyrA e rrs. Esses genes estão

se tiver taxa de falência alta, tudo isso

associados a resistência arifampicina, iso-

irá resultar no aumento de cepas mais

niazida,

resistentes. Observando esses dados, per-

des, respectivamente.

cebemos que no Ceará há mais do que o triplo quando comparado ao Brasil.

fluoroquinolona

e aminoglicosí-

Além da necessidade de identificar essas regiões de resistência é importante

Além disso, acreditamos que exista

investigar onde estão os principais focos

uma subnotificação de casos de tubercu-

e verificar se existe alguma dinâmica de

lose resistente, já que esses pacientes

transmissão entre a população do estu-

com tuberculose não moram sozinhos,

do.

geralmente vivem com um aglomerado, podendo haver nas suas casa cinco ou

mais pessoas, e sabemos que a transmissão da tuberculose é feita principalmente por via aérea e em locais fechados e

abafados, o que facilita a difusão da doença. Então, acreditamos que tenha uma grande taxa de subnotificações, não só de TB resistente, mas também da própria tuberculose, já que a maioria desses pacientes com só irão descobrir a doença depois de um bom tempo, e esse tempo resulta na transmissão da mesma para

outra pessoas.

Por isso, fui fazer um experimento no Instituto Evandro Chagas, que é um Instituto de referência de pesquisa sobre a tuberculose e onde há o uso da técnica de sequenciamento genético, uma técnica molecular para comprovar se a mutação analisada no gene a ser estudado

realmente ocorreu. Em outras palavras, o sequenciamento genético permite conhecer toda a sequência de nucleotídeos de

determinada região do DNA, e, portanto, detectar mutações conhecidas e não conhecidas ao comparar com uma sequência de referência. Minha

orientadora,

a

professora

Cristina Cunha Frota, entrou em contato

28


com o Instituto Evandro Chagas. Ele tem

blica. Sua área de atuação está relacio-

setores envolvendo arboviroses, bacterio-

nada às investigações e às pesquisas nas

logias, meio ambiente, entre outros. Logo,

áreas de Ciências Biológicas, de Meio

o setor de bacteriologia junto com a pro-

Ambiente e de Medicina Tropical. Fiquei

fessora Karla Lima, que é responsável pe-

12 dias adquirindo conhecimento teórico-

la linha de pesquisa de tuberculose e a

prático. Fui muito bem recebido por to-

professora Luana Nepomeceno, que tem

dos os pesquisadores, os técnicos e os

como linha de pesquisa hanseníase, fica-

bolsistas de Iniciação Cientifica. Acredito

ram interessadas no meu trabalho e per-

que a biologia molecular está gradativa-

guntaram se eu queria fazer o sequencia-

mente mais presente no cotidiano e por

mento genético e a técnica Mycobacterial

isso a necessidade de aperfeiçoamento

interspersed

com as técnicas que estão em continuo

repetitive

units (MIRU)

no

Instituto.

desenvolvimento.

No instituto foi feito o sequencia-

Por fim, queria agradecer ao Institu-

mento genético de amostras de TB resis-

to Evandro Chagas e às professoras Lua-

tente para comprovar a mutação da regi-

na e Carla por me darem essa rica opor-

ão alvo e também para verificar a exis-

tunidade. Gostaria de agradecer também

tência de mutações fora da região de

a minha orientadora, a professora Cristi-

estudo. Além disso, será utilizada outra

na Cunha, por ter me dado esse contato

técnica molecular, que é a técnica MIRU,

com o Instituto e ao PET/UFC Farmácia,

que possibilita uma comparação entre li-

porque comecei a gostar de biologia mo-

nhagens de diferentes áreas geográficas

lecular quando fomos para a primeira es-

e assim possibilita o rastreamento de li-

cola ministrar o curso de biologia mole-

nhagens individuais. Com isso, iremos sa-

cular; e a professora Nadia Accioly que

ber se a mesma linhagem de micobacté-

ministrou a cadeira de biologia molecular.

ria está envolvida em uma determinada população ou se são diferente linhagens. O Instituto Evandro Chagas, órgão vinculado à Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) do Ministério da Saúde (MS), atua nas áreas de pesquisas biomédicas

e na prestação de serviços em saúde pú-

29


Ex-petianos do PET/UFC-Farmácia

PET/UFC-Farmácia: Uma experiência para toda a vida Por Thaynara Freitas

Dra. Mariana Costa de Menezes é farmacêutica bioquímica graduada pela Universidade Federal do Ceará. Possui Especialização em Análises Clínicas pela Universidade Federal do Ceará. Tem experiência em Toxicologia Forense e Análises Clínicas. É mestranda do Programa de Pósgraduação em Patologia da UFC e expetiana do PET/UFC-Farmácia.

FOTO

"Uma vez petiano, sempre petiano" Ingressei na faculdade em 2007.

meço,

a

implantação

bastante

PET-UFC/

Pelos corredores dos outros cursos que

Farmácia

tínhamos aula - Medicina, Enfermagem,

igualmente motivante. Tudo era novidade

Odontologia e outros tantos no Campus

para o nosso grupo, composto por seis

do Pici - observava o mural de notícias

petianos e pela nossa tutora, Professora

das atividades realizadas pelo PET de

Nádia Accioly. Tal fato permitiu que o

cada curso e desejava que nós, estudan-

aprendizado fosse compartilhado desde o

tes de Farmácia, tivéssemos a oportuni-

começo,

dade de vivenciar um programa tão enri-

uma característica nossa. Realizar ativida-

quecedor e completo como aquele. Para

des na pesquisa, ensino e extensão em

minha feliz surpresa, no ano seguinte

um só programa é marca ímpar do PET

abre-se o edital e não tive dúvidas que

e poder participar disso na graduação é

participaria da seleção.

um privilégio.

Como todo co-

foi

do

desafiadora

e

fazendo do trabalho em equipe

30


Durante o período em que estive

meiro emprego como farmacêutica. Con-

como petiana de fato - isso porque de

clui o curso no final de 2011 e em janei-

direito costumamos dizer que não existe

ro de 2012 fui contratada para coorde-

ex-petiano, uma vez petiano, sempre peti-

nar o setor de Uroanálises e Parasitolo-

ano - diversas atividades foram realiza-

gia de um laboratório particular daqui de

das pelo nosso grupo que enriqueceram

Fortaleza. Tive oportunidade de trabalhar

não apenas meu Currículo Lattes, como

em outros locais e os valores sedimenta-

tiveram papel importante no meu cresci-

dos durante o PET me acompanham e

mento pessoal. Organizamos e promove-

abrem portas. Hoje estou de volta à fa-

mos cursos para a comunidade acadêmi-

culdade para retomar uma meta traçada

ca; realizamos projetos de pesquisa e ex-

enquanto bolsista petiana, a de tornar-me

tensão em uma instituição educativa de

mestre por essa Universidade.

crianças em parceria com outros grupos PET, o que fomentou a importância do trabalho multidisciplinar; demos início a projetos inovadores, como o Sobremesa

Acadêmica e a JOFAR e outras tantas atividades que nos renderam resumos nacionais, internacionais e participações em congressos, mas especialmente a formação de um profissional atuante, proativo, dinâmico e humanizado. Hoje tenho muito orgulho ao ver atividades elaboradas no início do programa ainda estarem em

execução, sendo aprimoradas pelos grupos seguintes. Além do conhecimento teórico e prático, o desenvolvimento de habilidades, como liderança, comunicação, organiza-

ção e capacidade de relacionamento interpessoal, promovido durante o período como petiana, foram fatores determinantes para que eu conquistasse meu pri-

31


Ex-petianos do PET/UFC-Farmácia

PET/UFC-Farmácia aos olhos de um petiano egresso: uma experiência enriquecedora Por Anyelle Saldanha

FOTO

Dra. Hilana Valéria Dodou é Farmacêutica e Mestre em Ciências Farmacêuticas pela Universidade Federal do Ceará e doutoranda do Programa de PósGraduação em Ciências Farmacêuticas da UFC. É ex-petiana do PET/UFCFarmácia.

"Questionaram-me quais as experiências mais exitosas vivenciadas no PET. É bem difícil de responder isso, pois, para mim, todas as experiências que vivenciei no PET me trouxeram um aprendizado especial e contribuíram para minha formação pessoal e profissional." Quando iniciei minha graduação em

lhante, então estudei muito, me preparei

Farmácia participei de duas atividades

e pedi ajuda a minha irmã, que já era

promovidas pelo PET, que foram o So-

petiana do curso de Enfermagem.

bremesa Acadêmica e o Curso de Ciências Genômicas e Biotecnologia. Achei

fantástica a forma de trabalhar desse grupo e então surgiu o meu interesse em participar do PET. A princípio, nunca tinha participado de uma seleção seme-

Consegui passar na seleção, junto com duas pessoas que já eram colegas meus de curso, Rafael e Davi, o que facilitou muito minha adaptação a rotina

de trabalho do PET.

Logo que entramos,

32


já fomos inseridos na organização da I

no PET me trouxeram um aprendizado

JOFAR. Cada função que eu ficava atribu-

especial e contribuíram para minha for-

ída de fazer era um desafio, eu sempre

mação pessoal e profissional. O PET me

me perguntava: “Nunca fiz isso na vida, e

ensinou a organizar eventos, me ensinou

agora?”. Mas todos os petianos sempre

a preparar e a dar aulas, me ensinou a

se ajudavam e tudo dava certo.

escrever e a apresentar trabalhos científi-

Passei 4 anos da minha graduação no PET e a cada semestre tudo mudava: criávamos novas atividades, sem nunca esquecemos das atividades que já reali-

závamos, saíam petianos e entravam pessoas novas. Cada atividade realizada era um aprendizado difícil de explicar. Reali-

zamos ensino, pesquisa e extensão; trabalhamos com os mais variados públicos, crianças, alunos de ensino médio, universitários, adultos e idosos; fizemos proje-

cos, me ensinou a trabalhar em grupo, me ensinou a fazer pesquisa em labora-

tório, me ensinou a fazer pesquisa em campo, me ensinou organização, proatividade, liderança, ... Além disso, as atividades que realizei no PET me ajudaram a passar na seleção da pós-graduação em Ciências Farmacêuticas e a seguir na carreira acadêmica. Não tenho como citar aqui tudo o que aprendi com o PET. A Universidade

é

sustentada

em

tos que envolviam microbiologia, outros

três pilares: o ensino, a pesquisa e a ex-

que envolviam atenção farmacêutica; inte-

tensão. Como a graduação passa muito

ragimos com professores e pesquisadores

rápido, a maioria dos estudantes acaba

renomados, e também com a população

vivenciando apenas um ou dois desses

em geral atendida no hospital universitá-

pilares. O PET foi uma estratégia criada

rio; organizamos eventos para 5, mas

para unir esses três pilares e permitir

também para 150 pessoas. Ou seja, o

que o aluno vivencie os três, garantindo

PET é um programa muito versátil, que

uma formação acadêmica global. Essa é

proporciona experiências variadas e úni-

a grande vantagem do PET, que o torna

cas, que nenhum outro programa na uni-

um programa único!

versidade é capaz de proporcionar.

Acredito que vale muito a pena

Questionaram-me quais as experiên-

participar do PET durante a graduação, e

cias mais exitosas vivenciadas no PET. É

que somente aqueles que já integraram o

bem difícil de responder isso, pois, para

programa

mim, todas as experiências que vivenciei

aprendizado que ele nos proporciona e

entendem

a

dimensão

do

33


da importância do PET para a melhoria do ensino superior e para o fortalecimento da Universidade.

34


Ex-petianos do PET/UFC-Farmácia

A importância do PET/UFC-Farmácia e demais atividades acadêmicas para a formação de um profissional de sucesso Por Thaynara Freitas

Dr. Tiago Lima Sampaio é Farmacêutico e mestre em Farmacologia pela Universidade Federal do Ceará e doutorando no Programa de Pós-Graduação em Farmacologia da UFC. É professor da Faculdade de Fortaleza (FAMETRO) e da Faculdade de Ensino e Cultura do Ceará (FAECE) e ex-petiano do PET/UFC-Farmácia.

“Viver o PET durante a graduação me permitiu conhecer a Universidade como um todo, favorecendo que eu aproveitasse ao máximo as possibilidades que ela me oferecia." PET: O que lhe motivou a entrar para o

PET: Quais as experiências mais marcan-

grupo PET/UFC-Farmácia?

tes você vivenciou dentro do grupo PET/

Tiago Sampaio: O PET sempre se mos-

UFC-Farmácia?

trou uma ferramenta de articulação dos

Tiago Sampaio: Costumávamos conversar,

estudantes dentro do Curso de Farmácia,

entre nós “PETianos”, que convivíamos

aquilo

buscando

uns com os outros muito mais do que

participar dessa integração, em março de

convivíamos com as nossas respectivas

2010, ingressei no PET/UFC-Farmácia.

famílias. Essa convivência, sem dúvida foi

me fascinava.

Então,

35


uma das experiências mais engrandecedoras, permitindo a troca constante de experiências e conhecimentos, favorecendo um amadurecimento profissional constante. Adicionalmente, guardo com muito

apreço as memórias da organização de eventos, encontros, cursos...

profissional? Tiago Sampaio: Sem dúvidas! Constante-

mente, no PET, precisamos relembrar que a

universidade

se

apoia

no

tripé

de

“ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO”. A contribuição do PET na minha carreira é notória, pois para seguir uma carreira aca-

PET: Em que o PET/UFC-Farmácia contri-

dêmica, você não precisa apenas ter co-

buiu para sua formação profissional?

nhecimento e saber lecionar, você precisa

Tiago Sampaio: Viver o PET durante a graduação me permitiu conhecer a Universidade como um todo, favorecendo que eu aproveitasse ao máximo as possibilidades que ela me oferecia. Com o

ter paixão pela pesquisa e entender que,

antes de ser professor, você é farmacêutico e seu dever cívico é contribuir para a melhoria da saúde pública através da

extensão universitária.

PET, escapei da armadilha de ser aquele

PET: Quais outras atividades dentro da

aluno que fica entre a casa e a sala de

Universidade contribuíram para a sua for-

aula. Além disso, com o PET, me tornei

mação profissional?

mais articulado em vários sentidos, desde perder o receio de falar em público até entender melhor as questões organizacionais e de hierarquia.

Tiago Sampaio: Além do PET, fui monitor durante dois anos e bolsista de Iniciação Científica. Além disso, fiz estágio extracur-

ricular em farmácia comercial, farmácia

PET: Atualmente, você está atuando em

de manipulação e em laboratório de aná-

qual área?

lises clínicas. Essas experiências me per-

Tiago Sampaio: Atualmente, sou professor universitário. Sou mestre em Farmacologia

e vou concluir o doutorado ainda esse ano. Já trabalhei em farmácia comunitá-

mitiram um amadurecimento pessoal e profissional, principalmente para alguém que, como eu, concluiu a graduação muito jovem.

ria e em análises clínicas, mas agora te-

PET: Quais dicas você daria para os aca-

nho me dedicado apenas à docência.

dêmicos

PET: Em algum momento, o PET/UFCFarmácia influenciou na sua escolha

de

farmácia

aproveitarem

ao

máximo as oportunidades que a Universi-

dade os dá?

36


Tiago Sampaio: A graduação não está lotada apenas nas cadeiras, nas lousas e nos livros, mostrem-se! Busquem os estágios extracurriculares, aumentem a sua network. Cinco anos passam muito rápido

e gente com diploma na mão tem de monte, o seu diferencial é você mesmo. Procure qualificar-se e tornar-se conheci-

do desde já! PET: Qual sua maior realização dentro do

PET/UFC-Farmácia? Tiago Sampaio: Até hoje, sinto muito orgulho por ter sido um dos idealizadores da JOFAR. Todos os anos, quando vejo o evento acontecendo, me sinto pavoneado

por lembrar que começamos tudo de forma tão simples, tão tímida, e atualmente o evento já faz parte do calendário acadêmico da UFC.

37


Espaço PET Atividades Desenvolvidas pelo PET/UFC Farmácia “Ensino” Curso Pré-Saúde Evento anual organizado pelos PETs dos cursos de Farmácia, Enfermagem, Medicina e Odontologia e Centro Acadêmico Sonia Gusman do curso de Fisioterapia da UFC, desde o ano de 2014, atualmente em sua 5ª edição. Os alunos re-

cém-ingressos nos cursos da área da saúde da UFC são o público-alvo. O Présaúde tem como objetivos apresentar uma abordagem multidisciplinar desses cursos e promover a integração entre profissionais, graduandos e recém-ingressos das áreas da saúde. No evento são ministradas palestras e realizadas oficinas sobre temas relacionais à saúde.

Projeto Sobremesa Acadêmica A atividade visa a melhoria do ensino de graduação, por meio de palestras,

filmes e oficinas, abordando assuntos atuais pertinentes a área das Ciências da Saúde e imprescindíveis para a formação do profissional da saúde. Os ciclos de palestra e temas com ênfase em saúde ocorrem quinzenalmente às terças-feiras no Bloco Didático do Curso de Farmácia, com duração de 1 hora e 15 minutos.

Aula de Biossegurança Aula ministrada para os alunos do curso de Farmácia do primeiro semestre. Tem como objetivo orientá-los sobre a importância da Biossegurança, transmitir conhecimentos sobre riscos e perigos em laboratórios e sobre o uso de equipa-

mentos de proteção individual e coletiva

38


Espaço PET Atividades Desenvolvidas pelo PET/UFC Farmácia “Pesquisa” Acompanhamento farmacoterapêutico de Idosos residentes em um abrigo público localizado no município de Fortaleza-CE O Projeto consiste na realização de um acompanhamento farmacoterapêutico dos pacientes idosos seguido da análise das prescrições médicas, levando em consideração as interações medicamentosas, as reações adversas e a otimização da terapêutica. As ações têm o objetivo de contribuir para um tratamento farmacológico seguro e eficaz, melhorando a qualidade de vida dos pacientes idosos, o que é importante por conta da visualização de casos de Reações Adversas a Medicamentos (RAMs) e possível intervenção em casos que assim forem

necessários.

Participação em laboratórios de pesquisas Nessa atividade, os integrantes do grupo têm participação em laboratórios de pesquisa, sob a orientação do responsável pelo laboratório, o que proporciona ao petiano a oportunidade de conhecer diferentes atividades realizadas em laboratórios

da UFC, além de permitir sua colaboração em pesquisas relevantes para ciência e para a comunidade. A atividade é realizada durante todo o período em que o aluno é vinculado ao PET.

39


Espaço PET

Atividades Desenvolvidas pelo PET/UFC Farmácia “Extensão” Biologia Molecular nas Escolas: um novo conceito de

aprendizagem O PET/UFC-Farmácia desenvolve esse projeto de extensão desde o ano de 2012, com o objetivo de contribuir para a formação de alunos de nono ano do

Ensino Fundamental e do Ensino Médio sobre Biologia Molecular. A cada ano são contempladas 3 a 4 escolas, públicas e particulares, localizadas no município

de Fortaleza-CE. O curso tem uma carga horária total de 10 horas, com aulas teóricas e práticas, além de dinâmicas.

Natal Solidário Contribuindo para a construção de uma vida mais justa, o PET realiza anualmente o Natal

Solidário

em instituições como:

lares,

abrigos e creches. Na festa de Natal, que conta também com o apoio de estudantes do curso de Farmácia da UFC, são oferecidos lanches, realizados atividades lúdicas e momentos interativos e distribuídos presentes aos moradores da instituição.

Casa Thadeu Nascimento, 2017

40


Espaço PET

Atividades Desenvolvidas pelo PET/UFC Farmácia “”Outras Atividades” Feira das Profissões O PET Farmácia participa de diversas feiras das profissões em escolas e faculdades, apresentando para estudantes do ensino fundamental e médio o que os alunos do curso de farmácia estudam e as diversas áreas de atuação do profissional far-

macêutico.

Jornada da Farmácia da UFC A Jornada da Farmácia da Universidade Federal do Ceará – JOFAR UFC é um evento anual, atualmente em sua oitava edição, promovido pelo PET/UFC Farmácia, vol-

tado para os alunos do curso de Farmácia, em que há compartilhamento de ideias, discussão de temas atuais e relevantes para o

IV JOFAR, 2014 Minicurso de Aplicação de Injetáveis

curso, assim como informações importantes para a formação acadêmica. Durante a jornada são realizadas mesas redondas, conferências, minicursos e oficinas. A primeira JOFAR UFC ocorreu em 2011. VII JOFAR, 2017 Visita Técnica ao HEMOCE

41


Espaço PET

Atividades Desenvolvidas pelo PET/UFC Farmácia “”Outras Atividades” Revista A Revista PET/UFC Farmácia foi lançada em 2015, com a finalidade de inovar a comunicação na comunidade acadêmica do curso de Farmácia e da UFC. A revista tem como corpo editorial integrantes do PET/UFC Farmácia e apresenta matérias e entrevistas sobre o Curso de Farmácia da

UFC e a profissão farmacêutica. Em 2018, publicamos a 4ª edição.

Jornal Tarja Preta A atividade teve início em 2009 e atualmente está na edição nº 60. As publicações são bimestrais e de

autoria dos petianos, contendo dicas de saúde, de filmes, de livros, de notícias e entrevistas que mantêm os graduandos informados sobre os acontecimentos mais

relevantes na profissão farmacêutica, no mundo científico e na universidade, além de incentivar a participação em atividades culturais. O jornal disponibiliza espaços destinados a divulgação de congressos e de eventos, a opinião de alunos sobre o curso de Farmácia e a UFC

e a apresentação de atividades realizadas pelo PET/ UFC-Farmácia.

42


Espaço PET Conhecendo nossos projetos: Curso Pré-Saúde

Curso Pré-Saúde Uma nova forma de receber os calouros dos cursos de saúde da UFC Por Stephany Arruda O Curso Pré-Saúde UFC surgiu baseado nos moldes do Pré-Engenharia, rea-

lizado pelos Programas de Educação Tutorial (PET) dos cursos de Engenharia da UFC. No ano de 2013 os PETs dos cursos de Enfermagem, Farmácia, Medicina e Odontologia e o Centro Acadêmico Sônia Gusman do curso de Fisioterapia reuniram-se para dar início a organização desse evento. Com o objetivo de apresentar, de discutir e de entender a multidisciplinari-

dade e a importância do trabalho multiprofissional são realizadas diversas atividades como mesas redondas, palestras, apresentações dos cursos de graduação na área da saúde, minicursos, dinâmicas e sorteios. Além disso, os calouros dos cursos da saúde da UFC colaboram com instituições beneficentes, através da doação de produtos necessários ao funcionamento das mesmas, como alimentos não pe-

recíveis, materiais de limpeza e paradidáticos, dentre outros. No ano de 2014, foi realizado o I Curso Pré-Saúde.

43


Espaço PET I Curso Pré-Saúde Na primeira edição do Curso pré-Saúde os calouros

puderam participar de diferentes oficinas: Fitoterapia e Biossegurança (Farmácia), Câncer de Boca e Mitos e verdades odontológicos (Odontologia), Suporte Básico de Vida e Iniciação Científica (Medicina), A Fisioterapia na vida do estudante e Desmitificando a fisioterapia (Fisioterapia) e Educação e Promoção em Saúde (Enfermagem). O Evento foi realizado nos dias 29, 30 e 31 de Janeiro de 2014 e contou com a participação de 82 calouros.

II Curso Pré-Saúde Nos dias 9 e 10 de 2015 foi realizado o segundo Pré-Saúde, com as oficinas de Plantas medicinais na saú-

de

(Farmácia),

Mitos

e

verdades

odontológicas

(Odontologia), Suporte Básico de Vida e Aferição da Pressão Arterial (Medicina), Saúde sexual: mitos e verdades (Enfermagem) e Desmitificando a Fisioterapia (Fisioterapia). Durante o evento também foram realizadas a mesa redonda Equipe Multidisciplinar do Instituto Dr. José Frota e as palestras Biossegurança e Humanização. Participaram do II Pré-Saúde 71 calouros.

III Curso Pré-Saúde No III Pré-Saúde os calouros puderam participar das oficinas de

Hematologia

odontológicos

(Medicina),

A

(Farmácia),

(Odontologia),

Fisioterapia

Mitos e

Suporte

na

vida

Básico

do

verdades de

Vida

estudante

(Fisioterapia) e Sexualidade (Enfermagem), assim como da apresentação das mesas redondas Biossegurança, HEMOCE e doação de sangue, Multidisciplinaridade na Atenção Bá-

44


Espaço PET sica e da palestra Humanização. Realizado nos dias 2, 3 e 4 de março de 2016, o evento contou com a participação de 92 calouros.

IV Curso Pré-Saúde

Em 2017, nos dias 2, 3 e 4 de março, foi realizado o IV Pré-Saúde. Os 86 calouros puderam participar das oficinas: Primeiros Socorros (Enfermagem), Yoga (Fisioterapia),

Mitos e verdades odontológicos (Odontologia), Aferição da Pressão Arterial (Medicina) e Fitoterapia (Farmácia), da mesa redonda Multidisciplinaridade e das palestras Humanização e Atividades de Aprendizagem Cooperativa.

V Curso Pré-Saúde Nos dias 15 e 16 de fevereiro

de 2018, 90 calouros

dos cursos de saúde da UFC participaram das oficinas Cosmetologia (Farmácia), Choque elétrico (Medicina), Obs-

trução de Vias Aéreas por Corpo Estranho (Enfermagem), Atendimento Pré-Hospitalar (Fisioterapia), Mitos e verdades odontológicos (Odontologia), da mesa redonda de apresen-

tação dos cursos com participação de profissionais das áreas da saúde e das palestras Atividades de Aprendizagem Cooperativa e Humanização.

V Curso Pré-Saúde, 2018

45


Destaque Programa de Educação Tutorial Por Marília Caminha

Prof. Dr. Custódio Luís Silva de Almeida é graduado em Computação pela Universidade FedeFOTO ral do Ceará (1988) e em Filosofia pela Universidade Estadual do Ceará (1991). Possui mestrado em Sociologia pela Universidade Federal do Ceará (1992) e doutorado em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (2000). Atualmente é Professor Titular da Universidade Federal do Ceará. Pesquisa e atua na área de Filosofia, com ênfase em Fenomenologia, Hermenêutica e Dialética. Atualmente é Vice-Reitor da Universidade Federal do Ceará, desde agosto de 2015. É MembroConselheiro do Conselho Estadual de Educação do Ceará, desde janeiro de 2017.

"...o aluno petiano ele é um fortíssimo candidato para os mestrados e doutorados, e após ser mestre e doutor é um fortíssimo candidato para carreira acadêmica na universidade." PET: De quem foi a ideia de criar um

Lula, no ano de 2007. Todas as universi-

PET Institucional na UFC?

dades federais foram convidadas a fazer

Custódio Almeida: O PET Institucional da UFC nasceu no âmbito do Programa do

Governo Federal de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), que foi regula-

mentado por um decreto do Presidente

projetos de reestruturação e expansão. No projeto da UFC, o PET Institucional entrou como parte do programa de reestruturação da universidade. Nós tínhamos uma equipe de trabalho constituída por mim para elaborar o Projeto REUNI, do qual eu fui o coordenador por nomeação

46


Destaque do Reitor Ícaro de Sousa Moreia, a ideia

Brasil. A UFC passou a ser a Universida-

de criar o PET Institucional surgiu nessa

de com o maior número de grupos PET.

equipe. Eu fui o proponente e a equipe

Depois, veio o PET diversidade e com is-

concordou. Em 2008 iniciou a chegada

so aumentou mais ainda esse número.

dos recursos e o Reuni começou a funcionar a partir de 2009, começamos a ins-

talar os programas e executá-los a partir

PET: Quais os desafios para a sua criação?

de 2009. O programa teve seu início em

Custódio Almeida: Acredito que o desafio

2008, mas várias ações já ocorreram a

na época estava no bojo do desafio do

partir de 2009. A ideia era simplesmente

programa Reuni, ou seja, nós não tive-

multiplicar na UFC mais grupos PET, se-

mos problema de criar o PET, nós incluí-

guindo o modelo do PET MEC-SESu. Nós

mos o PET na nossa programação do

queríamos que ninguém percebesse dife-

Projeto Reuni e, por isso, ele estava res-

renças entre um grupo PET-UFC e um

paldado para ser criado como parte do

grupo PET-SESu. A formatação do progra-

Reuni.

ma era idêntica; o número de componentes era o mesmo da SESu, doze estudan-

tes com a possibilidade de ter estudante

PET: Como foi a conquista da bolsa para tutores?

voluntário nos casos em que o PET dese-

Custódio Almeida: A nossa dificuldade ini-

jasse. Como no PET-SESu, o PET-UFC

cial não foi com recurso financeiro para

também teria doze bolsistas e um tutor.

manter as bolsas dos estudantes porque

PET: Como se deu o início do PET UFC?

isso já estava regulamentado, a nossa dificuldade inicial foi com relação ao pa-

Custódio Almeida: Dimensionamos quan-

gamento da bolsa dos tutores. Apesar do

tos grupos PET seriam necessários para

Reuni ter previsão orçamentária para pa-

compor com aqueles grupos que já existi-

gar estudantes e tutores, não existia nor-

am como PET-SESu. Então, na época nós

ma que desse suporte legal para a uni-

tínhamos além dos campi de Fortaleza, o

versidade pagar tutores. Foi preciso criar

campus da UFC no Cariri e o campus da

uma norma interna, a partir de uma nova

UFC em Sobral. E projetamos o PET Insti-

lei que foi publicada e que tornou possí-

tucional para os campi de Sobral e Cariri.

vel o pagamento de bolsa para professo-

Planejamos a abertura de 22 novos gru-

res. Com isso, regulamentamos e incluí-

pos PET mantidos pela UFC. Com isso o

mos na nossa resolução interna a possi-

PET na UFC passou a ser o maior do

bilidade de pagamento de bolsa para tu-

47


Destaque tores. Iniciamos o pagamento da bolsa

das coisas principais, e que ainda existe

de tutores a partir de 2013 e com o pa-

até hoje, é uma lista de livros clássicos

gamento dessa bolsa, nós simplesmente

da Filosofia que o corpo docente do cur-

concluímos o Projeto PET Institucional na

so considerava obrigatórios, que era mui-

UFC. O programa, então, ficou exatamen-

to importante e desejável que, ao final

te como o PET-MEC-SESu, inclusive quan-

do curso, os estudantes tivessem lido to-

to ao valor da bolsa, para estudantes e

dos os dezessetes livros clássicos, dos

tutores.

gregos aos contemporâneos. O grande

PET: Quais as principais realizações de um tutor?

eixo da programação do PET era a leitura grupal, com discussões, desses livros, e muitas vezes o início dos semestres le-

Custódio Almeida: O PET é um programa

tivos do curso de Filosofia, era realizado

interessante porque ele concilia o tripé

com convidados que proferiam conferên-

da universidade: ensino, pesquisa e ex-

cia sobre a obra que estava sendo lida.

tensão. Além disso, ele dá oportunidade

Por exemplo, quando estávamos lendo a

ao estudante de fazer alguma coisa em

Metafísica de Aristóteles, trouxemos um

gestão, ou seja, o estudante tem uma

especialista

certa iniciação em gestão devido às rea-

com uma palestra, o ano letivo, e o mes-

lizações que o PET faz como encontros,

mo com os outros livros (exemplos: A

seminários, organização de eventos. É um

República de Platão, Confissões de Agos-

programa completo, no qual o estudante

tinho, etc.). O PET também pode ajudar

pode trabalhar na sua programação com

na formação do estudante, criando um

seu tutor: com ensino e pesquisa – e de-

programa de estudo paralelo, em que o

ve fazer pesquisa –, pode fazer extensão

forte aí é a pesquisa. O tutor tem uma

e deve fazer extensão. O PET verdadeira-

oportunidade ímpar para realizar muitas

mente tem que ter esses três grandes

coisas interessantes, podendo realizar um

eixos. Suplementarmente, o estudante tem

trabalho vultoso no PET, porque ele pode

a oportunidade de produzir eventos e

realizar

muitas outras atividades, por exemplo, a

congressos, recepções, palestras, sempre

recepção de novos estudantes nos cur-

contando com o apoio, a organização e

sos, fazer uma programação de estudo

o trabalho do grupo, e tudo isso faz par-

paralela ao currículo. Quando eu fui tutor

te do processo de formação complemen-

do PET Filosofia, lembro-me de que uma

tar dos petianos, dos demais estudantes

em

eventos,

Aristóteles

seminários,

para

abrir,

colóquios,

48


Destaque dos respectivos cursos. Eu acredito, que

o verdadeiro trabalho do PET não pode ficar endógeno, não pode ficar voltado para dentro do PET, ele tem que se voltar para fora. O PET de Farmácia, por exemplo, deve pensar no curso de Far-

mácia, as atividades não devem ser atividades exclusivas para os petianos, é claro que tem uma atividade semanal pro-

gramática do grupo PET, mas quando se pensa em atividades de extensão, de ensino, eventos e tudo mais, tem que se pensar no todo. Temos assim, portanto, a importância do PET, esse grupo de doze petianos tem que contaminar, com suas atividades, o máximo de estudantes possível, e é uma tarefa do tutor propor is-

so. O PET pode se articular com outros PET, o tutor do PET pode se articular com outros tutores, para realizar atividades conjuntas e amplas, com temas comuns. Tomando como exemplo o PET Filosofia, quantos temas existem em co-

graduação? Custódio Almeida: O PET pode ser menos ou mais importante para a graduação,

quanto menos endógeno ele for, mais importante será. Para o estudante petiano, ele é importante desde o começo, é superimportante para a formação individual do bolsista petiano. A importância do PET para a graduação do curso é ampla, e para o bolsista é algo inestimável. Se formos analisar o destino final de muitos ex

-petianos, vamos observar que seguiram a carreira acadêmica, tornaram-se professores universitários ou não universitários.

O PET abre o caminho para esses trabalhos. O PET quando consegue fazer uma programação semestral ou anual no seu curso com eventos, seminários, colóquios, grupos de estudos, com recepções, está,

sim, contribuindo fortemente para a qualificação do curso de graduação ao qual ele está vinculado.

mum com vários cursos? Saúde é um te-

PET: Qual sua visão a respeito dos alu-

ma de filosofia, Justiça é um tema de

nos que passam pelo PET?

filosofia, podemos tratar do tema Conhecimento, do tema Vida. Assim, na Filosofia o PET pode se articular com a Biolo-

gia, com a Medicina, com a Enfermagem, com a Odontologia, com o Direito, com a Psicologia, com a Sociologia, etc. Então depende muito da pró-atividade do tutor e da sua disposição. PET: Qual a importância do PET para a

Custódio Almeida: São alunos com um portfólio

rico,

desejável

para

qualquer

programa de pós-graduação, ou seja, o aluno petiano é um fortíssimo candidato para os mestrados e doutorados, e após

ser mestre e doutor é um fortíssimo candidato para carreira acadêmica na universidade. São alunos que realizaram, no

grupo PET, a iniciação científica, a inicia-

49


Destaque ção à docência, a extensão universitária,

conseguindo ocupar por falta de orça-

que trabalharam com gestão, que, por-

mento. Incluímos o PET Institucional no

tanto, tem uma visão da universidade

orçamento do Reuni na UFC e isso ficou

mais ampla, para além do seu próprio

até hoje.

curso. E no caso de ser um PET que

atue em outros cursos, uma visão mais aberta da universidade e dos problemas do país do ponto de vista político. Sabe-

se que o petiano tem uma organização interna na universidade, existe o movimento InterPET e até mesmo em nível nacional. Isso é também uma oportunidade de o estudante ter uma visão de conjunto, uma visão ampla da conjuntura política, Inclusive para defender a continuidade do PET quando ele sofre ameaças.

Já houveram momentos em que o PET esteve ameaçado de extinção, e foi preciso muita organização e articulação para barrar.

É um ganho de formação profissional e é um ganho de cidadania, um ganho de convivência coletiva, é um grupo que precisa aprender a cooperar para se constituir como grupo e crescer. É um grupo que compartilha projeto, que coloca em discussão todas as propostas, é um grupo que tem que aprender a argumentar e defender propostas, para seguir em frente.

PET: No que difere o PET Institucional da

UFC do PET MEC-SESu? Custódio Almeida: Como disse anterior-

mente, não difere em nada. A ideia origi-

PET: Você já foi petiano? O que repre-

nal de criação do PET Institucional era

senta o PET na formação profissional e

de que fosse exatamente uma possibilida-

principalmente cidadã?

de de incremento do número de grupos na UFC, uma vez que as vagas ofertadas nacionalmente pela Secretaria de Educação Superior do MEC eram limitadas. Então a UFC aproveitou o Reuni para ocu-

par esse espaço que a SESu não estava

Custódio Almeida: Infelizmente, eu não fui petiano, quando eu fui estudante da UFC

o PET era uma coisa muito rara, por exemplo, meu curso, Computação, não era um curso que tinha grupo PET, então não tive a oportunidade de ser um petia-

50


Destaque no, mas como tutor eu posso dizer o quanto o PET representa como ganho acadêmico, como ganho de formação para os que dele participam. Eu fui tutor e em seguida continuei como cotutor, fiquei um período de quatro anos na gestão do

PET Filosofia. É um ganho de formação profissio-

nal e é um ganho de cidadania, um ganho de convivência coletiva, é um grupo que precisa aprender a cooperar para se

constituir como grupo e crescer. É um grupo que compartilha projeto, que coloca em discussão todas as propostas, é um grupo que tem que aprender a argumentar e defender propostas, para seguir em frente. ´

Foto: Davi Pinheiro | by ufcinforma

51


Destaque

Biofármacos: proteínas como principal componente de medicamentos Por Stephany Arruda

Profa. Dra. Daniele de Oliveira Bezerra Sousa é farmacêutica, mestre e doutora em Bioquímica pela Universidade Federal do Ceará. É professora do Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular da UFC onde desenvolve atividades de pesquisa relacionadas à caracterização molecular, estrutural e funcional de proteínas vegetais com potencial biotecnológico.

“Sim, a UFC possui vários pesquisadores/grupos de pesquisa vinculados a diferentes Programas de Pós-Graduação e cursos de Graduação, envolvidos em projetos de pesquisa relacionados à prospecção de proteínas terapêuticas." PET: Por que as proteínas estão sendo

sar de eficazes, a alta complexidade mo-

consideradas promissoras para o desen-

lecular tem sido considerada um entrave

volvimento de medicamentos?

para a sua produção e utilização. O ad-

Daniele

Sousa:

O uso

de

peptídeos/

proteínas no tratamento de doenças e síndromes consideradas graves tais como diabetes, câncer, doenças cardíacas e

autoimunes, não é recente. Porém, ape-

vento da tecnologia do DNA recombinante e outros avanços científicos da Bio-

tecnologia possibilitaram um aumento na produção em larga escala dessas biomoléculas e, em consequência, uma redução nos custos de obtenção. Esses fato-

52


Destaque res têm contribuído para tornar as prote-

dos por síntese química. Porém, os de

ínas mais disponíveis na terapêutica e

alta massa molecular só podem ser sin-

mais interessantes para a indústria far-

tetizados in vivo utilizando células ou or-

macêutica.

ganismos

(bactérias,

leveduras,

células

animais, plantas etc). Além disso, muitos

PET: Qual o papel do farmacêutico na

biofármacos precisam passar por modifi-

descoberta de medicamentos cujo princi-

cação pós-traducional, o que limita mais

pal componente é uma proteína?

ainda os tipos de organismos utilizados

para sua expressão heteróloga. EntretanDaniele Sousa: O profissional farmacêuti-

to, as tecnologias para a produção de

co tem uma grande importância nesse

biofármacos têm evoluído bastante nos

setor, pois devido a sua base curricular,

últimos anos. Técnicas para a entrega e

pode atuar nas mais diferentes fases en-

engenheiramento

volvidas no desenvolvimento de um bio-

estão sendo desenvolvidas a fim de oti-

fármaco. Desde as pesquisas básicas, en-

mizar a ação farmacológica e reduzir os

volvendo a prospecção de proteínas te-

efeitos adversos.

de

proteínas também

rapêuticas, como integrando as equipes de profissionais envolvidas nos testes pré

PET: Existe algum risco para o paciente

-clínicos e clínicos. Por exemplo, cuida-

após iniciar um tratamento com esses

dos com o armazenamento, a dispensa-

biofármacos? Qual (is)?

ção e o controle dos biofármacos em desenvolvimento, são algumas das fun-

Daniele Sousa: Via de regra, até a co-

ções atribuídas ao farmacêutico.

mercialização, os biofármacos são submetidos a uma série exaustiva de testes

PET: Quais são as dificuldades para a

que atestam sua segurança e eficácia.

produção dos biofármacos?

Entretanto, pela grande complexidade estrutural,

via de

administração

ou

até

Daniele Sousa: A grande complexidade

mesmo por processos de purificação ina-

estrutural dos biofármacos, quando com-

dequados, é possível que os biofármacos

parada a de fármacos sintéticos, traz al-

causem efeitos indesejados e reações

guns entraves ao processo de produção.

imunes que incluem inflamação, reações

Biofármacos com baixas massas molecu-

de hipersensibilidade, rush cutâneo leve,

lares, por exemplo, podem ser produzi-

até casos de anafilaxia severa. Essas re-

53


Destaque

ações, porém, podem ser minimizadas pelo uso concomitante de corticosteroi-

des ou ajustes de doses. PET:

Quais

medicamentos,

atualmente,

ponente?

têm sido aprovadas como agentes tera-

pêuticos nos últimos anos. Destas, mais de 50% são utilizadas no tratamento de doenças hematológicas e câncer. Temos, na atualidade, várias classes de biofármacos disponíveis no mercado, tais como anticorpos monoclonais (ex.: Trasutilizado

no

tratamento

do

câncer e inclusive já oferecido pelo Sis-

Único

de

Saúde),

enzimas

(ex.:Asparaginase, utilizada no tratamento de

pêuticas. Nesses estudos, diversas molétêm

sido

isoladas

e

avaliadas

quanto a suas propriedades citotóxica,

antimicrobiana, anti-inflamatória etc. Além disso, foi recentemente criado na UFC o Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento

Daniele Sousa: Mais de 100 proteínas

tema

nados à prospecção de proteínas teraculas

têm as proteínas como o principal com-

tuzumabe,

volvidos em projetos de pesquisa relacio-

leucemia)

e

hormônios

(ex.:Metreleptina, utilizada no tratamento de lipodistrofias).

de Medicamentos (NPDM) que, dentre outras ações, pode auxiliar nas pesquisas realizadas na universidade, já que se trata de um núcleo de pesquisa que atua sobre todas as etapas do desenvolvimen-

to de medicamentos, desde a obtenção da biomolécula até as etapas envolvendo testes com animais e pesquisas com se-

res humanos.

Mais de 100 proteínas têm sido aprovadas como agentes terapêuticos nos últimos anos

PET: Existe alguma(s) pesquisa(s) sendo desenvolvida(s), atualmente, nos laborató-

PET: O que lhe incentiva continuar de-

rios da UFC sobre biofármacos? Qual

senvolvendo pesquisas nessa área?

(is)? Daniele Sousa: Sim, a UFC possui vários

pesquisadores/grupos de pesquisa vinculados a diferentes Programas de PósGraduação e cursos de Graduação, en-

Daniele Sousa: A razão para continuarmos os estudos com proteínas dá-se justamente pelo enorme potencial biotecnológico que essas moléculas possuem,

não somente na área da saúde como

54


Destaque também na área ambiental e na agricultura. Em se tratando da área da saúde, nosso grupo de pesquisa já isolou algumas proteínas vegetais com ação antiinflamatória, antimicrobiana, hipoglicemi-

ante etc. Nossa grande meta, entretanto, é a continuidade das pesquisas visando o desenvolvimento de biofármacos. As

possibilidades de que tenhamos sucesso em

atingirmos

essa

meta

cresceram

enormemente quando, recentemente, firmamos uma importante parceria com o Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento

de Medicamentos (NPDM) da UFC. A criação de um grupo de pesquisa no NPDM voltado para a prospecção de proteínas/

peptídeos terapêuticas é uma das primeiras ações advindas da parceria Bioquímica/NPDM.

55


Destaque A utilização da pele de tilápia no tratamento de queimaduras Por Danilo Maciel

Dr. Carlos Roberto Koscky Paier, graduado em Bioquímica pela Universidade Federal de Viçosa (MG), possui mestrado e doutorado em Biologia Funcional e Molecular pela Universidade de Campinas (UNICAMP) e pósdoutorado em Oncologia Experimental pelo Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento de Medicamentos (NPDM) da Universidade Federal do Ceará. Atualmente é técnico em bioquímica do NPDM/UFC.

“A principal importância do projeto tilápia é: fortalecer a tecnologia e a ciência nacional em prol de uma razão muito nobre que é melhorar e acelerar o tratamento das queimaduras.” Pesquisadores da Universidade Federal do Ceará desenvolveram um método inovador em que a pele de tilápia (Oreochro misniloticus) vem sendo testada, desde o ano de 2016, para o tratamento de queimaduras. Dentre os cientistas está o pós-doutor Carlos Roberto Koscky Paier, natural do Espírito Santo, cidade de Vila Velha. Segundo Dr. Carlos a ideia inicial do projeto veio do cirur-

gião plástico Dr. Marcelo Borges, coordenador do SOS Queimaduras e Feridas do Hospital São Marcos de Recife-PE. Dr. Edmar Maciel, especializado em recuperação de queimados e Presidente do Instituto de Apoio ao Queimado do Ceará, do Prof. Dr. Manuel Odorico de Moraes, diretor do Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento de Medicamentos da UFC e da também Profa. Dra. Elizabete Moraes,

56


Destaque coordenadora da unidade de farmacolo-

duto barato, já que se você pensar que

gia clínica do NPDM. A partir daí a pes-

a pele era lixo, ela era jogada fora e

quisa teve seu início.

atualmente ela tem sido utilizada com

O Dr. Carlos iniciou seus trabalhos na pesquisa com pele de tilápia, já em

andamento, focando em dois processos principais no que diz respeito ao desenvolvimento do produto, melhorando as

suas características e o seu processo de manufatura e de industrialização, aumentando assim o valor agregado do produto, facilitando a sua utilização, a sua venda e a sua comercialização. Além

disso, o Dr. Carlos também atua na descoberta de novas aplicações para a pele de tilápia

esse poder incrível de acelerar a cicatrização nas queimaduras. Ela representa a resolução

de

um

problema

ambiental

porque você elimina o lixo e apresenta uma criação de valor agregado em cima desse produto, já que você pega lixo e transforma em algo muito importante e que tem grande valor na área médica,

isso é sensacional do ponto de vista econômico e do ponto de vista de inovação. Então, para mim, essa é a principal importância do projeto tilápia: fortalecer a tecnologia e a ciência nacional em prol de uma razão muito nobre que

PET: Qual a importância da pesquisa e

é melhorar e acelerar o tratamento das

da utilização da pele de tilápia no trata-

queimaduras.

mento de queimaduras?

PET: Quais os benefícios do tratamento

Carlos Koscky: A importância da pesquisa reside no fato de ser um produto genuinamente

brasileiro,

concebido

por

brasileiros e desenvolvido por brasileiros

e isso representa um grande avanço tecnológico e científico nacional e inclusive com fama internacional , pois além dos

resultados terem sido publicados em revistas de circulação nacional, como VEJA, em jornais eletrônicos como EL PAÍS, ela foi também publicada fora do Brasil em sites como BBC, entre outros. Vale

ressaltar que a pele de tilápia é um pro-

com pele de tilápia para a população?

Carlos Koscky: Bom, basicamente o que os experimentos clínicos com a pele de tilápia tem mostrado é que, em primeiro lugar, a pele de tilápia acelera muito o processo de cicatrização das queimaduras; acelera o tempo necessário para que a cicatrização aconteça e diminui em 50%, na média, o tempo de trata-

mento do doente, então a pessoa precisa passar somente metade do tempo necessário no hospital. Além disso, ela reduz também muito a dor, porque o

57


Destaque tratamento atual de queimaduras é feito com curativos que têm que ser trocados constantemente e a cada troca é imensa a dor do paciente. A pele de tilápia não precisa ser trocada tantas vezes e isso

reduz muito a dor do paciente, então são resultados sensacionais obtidos com um produto economicamente mais viável. PET: De que forma ocorre o tratamento inicial com a pele de tilápia? Carlos Koscky: Inicialmente a pele é reti-

Fonte: https://veja.abril.com.br/saude/pelede-tilapia-a-nova-promessa-no-tratamentode-queimaduras/

rada do peixe, trazida sob refrigeração,

do açude Castanhão, em Jaguaribara, até o Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento de Medicamentos, onde restos de

muscos são retiradas da pele. As peles são lavadas com soro fisiológico e tratadas com glicerol, que é um crioprotetor e visa proteger a estrutura dérmica da pele de tilápia, e clorexidina, que é um agente bacteriocitático que visa impedir o crescimento de microorganismos. Feito isso a pele é embalada e transportada

para São Paulo onde ela é irradiada pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares. A irradiação é feita com radi-

ação gama e esteriliza completamente a pele. Uma vez irradiada ela é transportada de volta aqui para o Ceará para que

É claro que até chegar a ser usada por pacientes, primeiramente ela passou por testes in vitro e testes in vivo. Os testes in vitro são testes em que cultura de células foram feitas em cima da pele para provar que ela era biocompatí-

vel. As células in vitro cresceram normalmente na presença da pele de tilápia e não houve inibição do crescimento. De-

pois ela foi utilizada para queimaduras em animais e apresentou excelentes resultados e após passar por essas duas fases pré-clínicas a pele de tilápia passou a ser usada na fase clínica sob a supervisão da Profa. Dra.

Elizabete Mo-

raes e apresentou os resultados sensacionais que foram publicados.

ela possa ser utilizada nos pacientes,

PET: De que forma o uso da pele de ti-

ainda de maneira experimental, no Insti-

lápia acelera o tratamento de queimadu-

tuto José Frota.

ras?

58


Destaque Carlos Koscky: Na verdade quando se

vai ser transferida para empresas nacio-

fala na forma de ação da pele de tilá-

nais para que a tecnologia fique no Bra-

pia, você diz respeito sobre mecanismo

sil, para que ela seja desenvolvida e ex-

de ação da pele, ou seja, como é que

plorada o máximo possível no Brasil. Isso

ela

forma

provavelmente irá ocorrer porque os co-

mais rápida. E isso ainda esta em estu-

ordenadores do projeto Tilápia temem

do, nós ainda não temos uma resposta

que ao transferir a tecnologia para in-

em definitivo para dar, o que a gente

dústrias multinacionais, que já produzem

sabe é que de fato acelera. E nós perce-

outros produtos utilizados no tratamento

bemos isso não só no bem-estar que

de queimaduras, elas acabem estrangu-

gera no paciente e na velocidade da ci-

lando financeiramente a produção da pe-

catrização que é observada de forma

le de tilápia. Por conta disso, os coorde-

macroscópica, mas também nos estudos

nadores do projeto têm o interesse de

em

histológicos

passar essa tecnologia para uma empre-

mostraram uma organização mais rápida

sa nacional para que seja explorada no

do tecido novo que é formado durante a

Brasil e que aqui no Brasil fique, portan-

cicatrização. Agora porquê há essa ace-

to, sendo produzido aqui no nosso país,

leração na formação de novos tecidos,

o produto será mais barato e mais aces-

isso ainda não está claro e ainda é ob-

sível,

jeto de estudos.

quanto para os hospitais e para o SUS.

estimula

animais.

a

Os

cicatrização de

estudos

tanto

direto

para

a

população,

PET: O tratamento será acessível para

toda a população? Qual será o custo? Carlos Koscky: Bom, em primeiro lugar quanto a custo eu não tenho uma margem, eu não tenho uma estimativa para poder passar, isso depende de conversas

que serão realizadas com a empresa que vai produzir a pele de forma industrial depois que os experimentos estiverem

terminado. Quanto ao acesso à população, o que já ficou claro é que essa tecnologia não vai ser transferida para indústrias multinacionais. Essa tecnologia

Fonte: https://veja.abril.com.br/saude/pelede-tilapia-a-nova-promessa-no-tratamentode-queimaduras/

59


Destaque PET: Em qual fase está a pesquisa? O

PET: O tratamento apresenta efeitos co-

que ainda é preciso ser realizado para

laterais ou adversos? A pele de tilápia

que o tratamento seja implantado?

poderá ser utilizada em outros tratamen-

Carlos Koscky: Bom, o produto inicial

tos na área da saúde?

que foi desenvolvido, esse que motivou a

Carlos Koscky: Então, essa pergunta so-

publicação de matérias em revistas jor-

bre os efeitos colaterais é uma das coi-

nalísticas nacionais e internacionais, já

sas mais empolgantes deste projeto por-

passou pela fase clínica e está muito

que, de fato, a porcentagem de pessoas

próximo de se transformar em produto

que apresentaram rejeição ou alguma

comercializável. Agora essa decisão de-

forma de alergia ao tratamento com a

pende dos coordenadores do projeto em

pele de tilápia ainda na fase I de pes-

associação com as empresas para quem

quisas clínicas - em que a pele foi apli-

eles vão transferir a tecnologia e depen-

cada sobre pacientes saudáveis para sa-

de também de regularização junto a AN-

ber se elas teriam algum tipo de reação

VISA. Porém, já está bem próximo, só

-, teve rejeição mínima. Eu não tenho

não posso definir quando vai ser transfe-

dados exatos, mas foi algo desprezível,

rido.

não significativo, e isso é algo sensacional. Porque, veja bem, você está utilizan-

A importância da pesquisa reside no fato de ser um produto genuinamente brasileiro, concebido por brasileiros e desenvolvido por brasileiros e isso representa um grande avanço tecnológico e científico nacional e inclusive com fama internacional...

do um tecido de um indivíduo de outra espécie,

filogeneticamente

distante

da

espécie humana, e esse tecido não oca-

sionar nenhum tipo de alergia, é sensacional.. E sobre a utilização da pele de tilápia para outros tratamentos na área da saúde, nós sabemos que já ocorre.

Eu sei que há movimentos para utilizar em aplicação veterinária, para a saúde animal. Recentemente, o jornal O Povo,

de circulação aqui no Ceará, publicou resultados do uso da pele de tilápia para auxiliar na reconstrução vaginal em mulheres que nasceram com uma síndro-

60


Destaque me genética que impede a formação

o processo de formação de novos teci-

normal da vagina. Essas mulheres têm

dos, partindo deste princípio as aplica-

que passar por uma reconstrução, utili-

ções são diversas e vão muito além da-

zou-se a pele de tilápia para fazer essa

quilo que já tem sido utilizado até aqui.

reconstrução e mais uma vez a recuperação das mulheres foi acelerada e observou-se inclusive que a pele de tilápia estimulou a formação de tecido novo.

Então, atualmente há um movimento para utilizar a pele de tilápia em cicatrização de forma geral, ou seja, em toda

intervenção médica-cirúrgica que necessite depois de um processo de cicatrização.

Porque veja bem, você está utilizando um tecido de um indivíduo de outra espécie, filogeneticamente distante da espécie humana e esse tecido não ocasionar nenhum tipo de alergia, é sensacional. A ideia é utilizar a pele de tilápia para promover o processo de cicatrização, independente da origem do ferimento, de como o ferimento ocorreu, se foi queimadura, se foi processo cirúrgico de remodelamento, entre outros. O interesse

é utilizar a pele de tilápia para acelerar

61


Destaque Conhecendo as ações extensionistas da UFC: Projeto Drogas de Abuso (ProDab) Por Marília Caminha

Profa. Dra. Francisca Cléa Florenço de Sousa, graduada em Farmácia, é mestre e doutora em Farmacologia pela Universidade Federal do Ceará. Tem experiência na área de Neuropsicofarmacologia e é Professora titular da UFC.

"Estima-se que no Brasil haja 6 milhões de dependentes químicos, o que representa 3% da população" PET: Como, e quando surgiu e o que

Desenvolvimento

motivou a criação do ProDab?

Universidade Federal do Ceará. O ProDab

Cléa Florenço: O “Projeto de Extensão

Drogas de Abuso” (ProDab) foi idealizado e criado em meados de 2006, por mim e pela Profa. Silvânia Vasconcelos, sendo

eu a coordenadora desde então. O projeto é vinculado ao Departamento de Fisiologia e Farmacologia da Faculdade de Medicina e ao Núcleo de Pesquisas e

de

Medicamentos

da

está ativo há 12 anos, realizando ações de extensão com enfoque em uma abordagem multidisciplinar. PET: Quem faz parte do ProDab? Cléa Florenço: O ProDab possui duas bolsas

da

Pro-Reitoria

de

Extensão

(PREX) e conta com a participação de

62


Destaque professores e profissionais da área da

Cléa Florenço: As atividades do ProDab

saúde e humanas, de estudantes de pós

são planejadas em reuniões semanais

-graduação (mestrado e doutorado em

entre os seus integrantes e a coordena-

farmacologia) e graduação dos cursos

dora, onde através de um cronograma

de medicina, farmácia, odontologia, fisio-

pré-estabelecido

terapia, psicologia, enfermagem e biotec-

sobre temas atuais, sobre drogas de

nologia.

abuso, e anualmente ocorre um curso

acontecem

seminários

de capacitação complementar para os alunos da

graduação

dos cursos

da

área da saúde da UFC (Curso de Abordagem

Multidisciplinar

em

Drogas

de

Abuso).

PET: Quais os objetivos do projeto? Cléa Florenço: O objetivo do ProDab, de

forma resumida, é capacitar estudantes de graduação, de pós-graduação e de ensino médio, tornando-os multiplicado-

res na prevenção ao uso de drogas em escolas publicas e/ou privadas de ensino médio. A metodologia programada busca ministrar, de forma clara, objetiva e atrativa, aulas teóricas acerca das alterações físicas e psicológicas causadas pelas principais drogas de abuso, como álcool, nicotina, cocaína/crack, maconha

e anfetaminas, entre outras. PET: Quais atividades são realizadas?

São feitas reuniões de planejamento e avaliação das atividades executadas. Posteriormente à capacitação dos estudantes, estes, juntos com a coorde-

nadora, realizam visitas nas escolas da rede pública e/ou privada (ensino médio e

profissionalizantes)

preferencialmente

as que estejam localizadas na proximidade do Campus do Porangabussu. Nessas escolas ocorrem reuniões com os diretores, os coordenadores e os professores com o objetivo de explicitar os objetivos

do projeto e como será a abordagem na

63


Destaque escola. O Prodab também realiza ações

tralmente e feita uma seleção que cons-

de extensão em clínicas de recuperação

ta de entrevista e uma prova de conhe-

de adictos, com familiares de adictos e

cimentos básicos.

em outras instituições que trabalham na temática de abuso de drogas. O Prodab também faz prevenção na mídia através de uma página no Facebook, criada pelos monitores e pelos bolsistas com informações atualizadas sobre os efeitos maléficos das drogas de abuso. PET: Quais as ferramentas utilizadas para desenvolver as ações extensionistas? Cléa Florenço: As Intervenções são feitas, principalmente, em escolas de ensino médio, nosso principal público alvo. As ações ocorrem por meio de palestras, de oficinas, de aplicação de dinâmicas, de participação nas feiras cultu-

rais, de peças teatrais, de filmes e de vídeos, em horários pré-estabelecidos e acordados previamente com os respon-

sáveis da escola. Nesta ocasião a escola é incentivada a selecionar alunos para participarem das reuniões periódicas que ocorrem entre os demais integrantes do

“...acreditamos estar contribuindo na prevenção tanto dentro da universidade, envolvendo os alunos de graduação e pós-graduação, como fora dos muros da universidade, alcançando alunos de escolas públicas e privadas.

ProDab, onde os mesmos são capacitados como multiplicadores da informação. PET: Como é a forma de ingresso ao projeto?

PET: Qual a contribuição do ProDab na formação dos alunos da UFC?

Cléa Florenço: O ProDab busca integrar

Cléa Florenço: Para os alunos de gradu-

os

alunos

no

tripé

Ensino-Pesquisa-

ação da UFC e de outras faculdades ou

Extensão. Desta forma, além das ativida-

universidade, é aberto um edital semes-

des extensionistas, o aluno é envolvido

64


Destaque nas pesquisas desenvolvidas

no Labora-

Dessas, 29.5 milhões de pessoas apre-

tório de Neurofarmacologia, colaborando

sentam transtornos relacionados ao con-

com mestrandos e doutorandos do pro-

sumo de substâncias. A idade de aco-

grama de Farmacologia, e treinado na

metimento na grande maioria dos países

docência através da ministração de pa-

encontra-se entre 8 a 25 anos, sendo o

lestras e seminários, tanto dentro do

maior predomino na adolescência. Estima

ProDab, como nas escolas de ensino

-se que no Brasil haja 6 milhões de de-

médio. Anualmente, os alunos integrantes

pendentes químicos, o que representa

do ProDab participam nos encontros uni-

3% da população.

versitários da UFC e em outros congressos da área, apresentando

forma oral ou

trabalhos de

sob forma de painéis,

onde mostram as atividades e os resultados obtidos com as ações do projeto. Alguns dados na área de dependência química e artigos de revisão foram publicados em artigos de revistas científicas indexadas e em dissertações de Mestrado e teses de doutorado.

Baseados nas evidências descritas, acreditamos estar contribuindo na prevenção tanto dentro da universidade, envolvendo os alunos de graduação e pós-

graduação, como fora dos muros da universidade, alcançando alunos de escolas públicas e privadas. O ProDab tem contribuído também de maneira

significativa na atividade

formadora de recursos humanos, onde vários de seus integrantes começaram com bolsa de extensão do ProDab ou

como voluntários, fizeram mestrado, doutorado e hoje são professores em esco-

PET: Você poderia fazer uma avaliação

las, faculdades ou universidades.

do ProDab na vida dos participantes? Cléa Florenço: O uso abusivo de substâncias é um problema de nível mundial. Segundo o Relatório Mundial sobre Dro-

gas de 2016, aproximadamente 5% da população entre 15 e 64 anos, o que equivale a 250 milhões de pessoas fez uso de pelo menos uma droga em 2014.

65


Profissão farmacêutica O farmacêutico na Vigilância Sanitária Por Isabelle de Fátima

Dr. Paulo Marcelo de Lima Accioly é far-

FOTO

macêutico pela Universidade Federal do

Ceará, especialista em Vigilância Sanitária pelo Hospital Sírio-Libanês e mestre em Ciências Fisiológicas pela Universidade Estadual do Ceará. É chefe da PVPAF*/ANVISA, em Fortaleza.

"Há uma grande preocupação das autoridades sanitárias mundiais bem como da Organização Mundial de Saúde (OMS), relacionadas ao aumento do trânsito internacional de pessoas, bens e produtos, num volume crescente e numa velocidade considerável, haja vista ser o modal aéreo um modal de tráfego rápido." PET: Comente um pouco sobre o seu tra-

controle sanitário internacional que é o

balho no posto de vigilância

caso de aeroportos internacionais e pas-

Paulo Accioly: A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) tem como atribuição na área de Portos, Aeroportos,

Fronteiras e Recintos Alfandegados, realizar as atividades de vigilância sanitária de produtos e serviços bem como reali-

zar o controle epidemiológico, saúde e orientação dos viajantes. Esta atividade se torna mais relevante nos pontos de

sagens de fronteira, bem como os portos.

Desta forma, ocupando a função de chefe do Posto Aeroportuário meu trabalho é garantir que as atividades que são de atribuição da agência sejam realizadas e estas vão desde a inspeção da infraestrutura aeroportuária, até atividades de inspeção

de

produtos importados,

vindos

através das modalidades de importação

* PVPAF: Postos de Vigilância Sanitária em Portos, Aeroportos e Fronteiras

66


Profissão farmacêutica por meio do

sistema do comércio exteri-

or ou bagagens acompanhadas.

provada, isto se constitui na possibilidade de aumento dos agravos à saúde da po-

PET: Quais os impactos desse posto de vigilância dentro do aeroporto, principalmente, em relação aos medicamentos?

pulação.

uma

grande

preocupação

das autoridades sanitárias mundiais bem como da Organização Mundial de Saúde (OMS), relacionadas ao aumento do trân-

Paulo Accioly: O Aeroporto de Fortaleza,

sito internacional de pessoas, bens e pro-

é um Aeroporto Internacional, logo repre-

dutos, num volume crescente e numa ve-

senta uma fronteira, pois recebe direta-

locidade considerável, haja vista ser o

mente de outros países pessoas e produ-

modal aéreo um modal de tráfego rápido.

tos.

brasileira

A OMS publica então uma lista de aero-

prevê que para a homologação de um

portos e portos que são pontos de con-

aeroporto

estejam

trole sanitário internacional e o aeroporto

presentes alguns órgãos do governo e no

de Fortaleza está nesta lista. Este é mais

tocante a vigilância sanitária a Constitui-

um dos impactos da presença do Posto

ção prescreve a presença do ente fede-

da ANVISA, pois o aeroporto estando fi-

ral, neste caso, a ANVISA, que se dá

gurado como ponto de controle internaci-

através das Coordenações de Vigilância

onal, tem que possuir um conjunto de

Sanitária Federal de Portos, Aeroportos,

atividades e infraestrutura para resposta

Fronteiras e Recintos Alfandegados. Então,

de emergência de saúde pública de inte-

há muitos impactos que se relacionam

resse internacional.

Atualmente, como

a

legislação

internacional,

com a manutenção do aeroporto na ca-

tegoria de internacional, isto permite a vinda direta de pessoas e produtos do exterior, fomentando a economia do esta-

do do Ceará que tem uma veia turística forte, assim como dá maior agilidade ao acesso de bens vindos de outros países. Por outro lado, como fronteira e intimamente ligado à facilitação do trafego de pessoas e produtos, está a possibilidade de inserção no território nacional, de doenças alheias ao nosso contexto epidemi-

ológico e produtos sem a eficácia com-

Com

relação

a

medicamentos,

o

posto fiscaliza a entrada de medicamentos vindos do exterior, através de inspeções físicas, seja do produto acabado, seja do insumo farmacêutico, sendo que a maior parte das importações do setor

farmacêutico,

ainda

esteja

concentrada

no sudeste do país. Ainda com relação a medicamentos a ANVISA fiscaliza as con-

dições de armazenagem dos medicamentos transportados sob carga nacional, ou seja, a distribuição dos medicamentos no território nacional. Essa fiscalização tem o

67


Profissão farmacêutica objetivo de garantir a qualidade do pro-

Paulo Accioly: Conforme já citado, o ae-

duto em uma das etapas da cadeia de

roporto de Fortaleza, é ponto de controle

distribuição que é o transporte e armaze-

sanitário internacional, deste modo as ati-

namento em áreas de Portos e Aeropor-

vidades realizadas pelo serviço do Posto,

tos.

visam diminuir os agravos à saúde da

PET: Qual o papel do profissional farmacêutico dentro desse posto?

população, pelo controle da entrada de

pessoas, de bens e de serviços executados no próprio aeroporto. Lógico, temos

Paulo Accioly: O papel do farmacêutico é

a convicção de que a barreira sanitária,

de grande relevância, uma vez que há

controla, mas não previne totalmente a

grande intersecção entre as atividades

entrada de agravos à saúde no país. Pa-

desempenhadas pela agência e aquelas

ra citar um exemplo, é possível que um

relacionadas ao desempenho da atividade

viajante assintomático entre no país, no

farmacêutica,

atividades

período de incubação de uma doença e

bem descritas em um contexto mais am-

não seja detectado no ponto de entrada

plo da vigilância sanitária na resolução

e tenha o diagnóstico somente na rede

539 de 22 de outubro de 2010, bem co-

de assistência, mas isso não diminui a

mo de maneira mais pormenorizada, para

importância do serviço, uma vez que há

as atividades em aeroportos na resolução

contato direto com a rede de atenção à

495 de 27 de novembro de 2008, ambas

saúde, tanto municipal como estadual, de

do Conselho Federal de Farmácia. O pro-

comunicação e resposta, através de pro-

fissional farmacêutico se insere bem nas

tocolos bem estabelecidos e que obedece

atividades da Agência, talvez seja o pro-

ao

fissional que ocupe a maior quantidade

Neste contexto, a importância do serviço,

de vagas na ANVISA, dado o cabedal de

está em ser o posto, um mediador nas

conhecimentos adquiridos durante a for-

respostas a agravos à saúde ou emer-

mação e os produtos que a agência re-

gência de saúde pública de interesse in-

gula, mais especificamente, medicamentos

ternacional.

estando

estas

e produtos para a saúde. Acresce ressaltar que a criação das agências reguladoras e do cargo de especialista em regulação tem legislação própria. PET: Em sua opinião, qual a importância desse serviço para a sociedade em geral?

Regulamento

Sanitário

Internacional.

PET: Qual foi a sua motivação para trabalhar nessa área? Paulo Accioly: Como farmacêutico, sempre fui um apaixonado e entusiasta da área

de saúde, sempre quis trabalhar no servi-

68


Profissão farmacêutica ço público, logo a motivação foi o pró-

anos, atuava na Coordenação de Pesqui-

prio estado da arte do fazer algo na

sa e ensaios Clínicos da Gerência de Me-

área de saúde e que atingisse de forma

dicamentos. Antes de ingressar nos qua-

benéfica a maior quantidade de pesso-

dros da Agência, trabalhei no setor priva-

as. Sendo assim, o serviço público e a

do, como analista clínico e no público

vigilância

encontro

como professor da Universidade Estadual.

aos meus anseios. A vigilância sanitária

Ganhei obviamente conhecimento e expe-

tem grande relevância, muitas das ações

riência, mas mantinha uma visão mais

são imperceptíveis, outras, tem resultado

academista. Ir para a ANVISA me deu

rápido e logo vistas. Na área de portos e

uma visão mais macro de como funciona

aeroportos as ações são rápidas e o re-

o setor da saúde do país e isso foi uma

sultado também é logo visto. Isto é grati-

grande experiência para mim. Essa experi-

ficante e sempre dá a sensação do dever

ência se alargou na área de Portos e Ae-

cumprido.

roportos, pois lida com quase todos os

sanitária

vieram

de

PET: Quais os principais desafios para o farmacêutico que atua nesse setor?

assuntos daquilo que a ANVISA regula e conforme já citei, as respostas são rápidas, ademais a interface com outros ór-

Paulo Accioly: Neste setor, o farmacêutico

gão de governo é muito grande, experiên-

lida com as mais diversas matérias e o

cia e conhecimento que só se adquire

principal desafio é estar bem atualizado

trabalhando nesta área.

tanto do ponto de vista da legislação quanto das inovações no que tange a

produtos e

serviços,

principalmente os

produtos que surgem de inovações tecnológicas ou descobertas científicas, muito

rapidamente, e inundam o mercado que precisa ser regulado, pois impactam diretamente na saúde da população. PET: Há quanto tempo você trabalha na ANVISA? Como você descreveria a experi-

ência adquirida no PVPAF? Paulo Accioly: Trabalho na ANVISA há on-

Como farmacêutico, sempre fui um apaixonado e entusiasta da área de saúde, sempre quis trabalhar no serviço público, logo a motivação foi o próprio estado da arte do fazer algo na área de saúde e que atingisse de forma benéfica a maior quantidade de pessoas.

ze anos e nos primeiros três ou quatro

69


Profissão farmacêutica Perícia Criminal: o Farmacêutico a serviço da Justiça Por Thainá Lira

Dra. Mayane Emanuela Melo Lopes Martins é graduada em Farmácia, com modalidade

em Análises Clínicas, especialista em Bio-

FOTO

química e Biologia Molecular e mestre em Patologia pela UFC. Atualmente, é Perita Legista da Perícia Forense do Estado do Ceará e farmacêutica do Laboratório do

Hospital Universitário Walter Cantídio.

"É preciso ter perspicácia para relacionar fatos ao crime e conseguir direcionar as análises, além de sempre trabalhar em busca de novos conhecimentos a fim de resolvermos 100% dos casos que são encaminhados." PET: Por que dentre tantas áreas que a

anos de formada, decidi que queria atuar

Farmácia abrange, você escolheu a Perí-

nessa área e passei a estudar e me pre-

cia Criminal?

parar para concursos.

Mayane Martins: Inicialmente, o meu inte-

PET: Como ocorre o ingresso na carreira

resse no curso de Farmácia seria para

de Perito Legista Farmacêutico?

atuar nas Análises Clínicas. Até que um dia ouvi falar, por um colega farmacêutico que ele havia sido aprovado no con-

curso para perito, o que despertou minha

Mayane Martins: O ingresso na carreira ocorre obrigatoriamente através de concurso público.

curiosidade e a partir daí comecei a pes-

PET: Qual a sua opinião sobre o merca-

quisar e conhecer essa área de atuação

do de trabalho para o farmacêutico na

que até então desconhecia. Após alguns

Perícia Criminal?

70


Profissão farmacêutica Mayane Martins: É uma área bem restrita.

inalantes e de outros produtos químicos

No estado do Ceará, atualmente, somos

relacionados a crimes.

menos que 20 farmacêuticos em ativida-

de. Existem peritos farmacêuticos atuando tanto nas perícias estaduais como na Polícia Federal. A remuneração na perícia

PET: Quais são os conhecimentos vistos na graduação mais utilizados na rotina de um Perito Legista Farmacêutico?

criminal é acima da média em relação as

Mayane Martins: Difícil especificar porque

outras áreas de atuação do farmacêutico.

todas estão interligadas, mas trabalhamos

E, acima de tudo, é um trabalho apaixo-

muito com toxicologia, farmacologia, quí-

nante e dinâmico, onde diariamente so-

mica analítica, química farmacêutica, bio-

mos desafiados a produzir laudos que

química, biologia molecular, hematologia.

irão ser decisivos para que a justiça seja feita.

Perito Legista Farmacêutico?

PET: Você considera necessário realizar um curso preparatório (ex.: Pós Graduação

PET: Quais são as áreas de atuação do

em

Ciências

Forenses)

antes

da

aprovação no concurso público? Explique.

Mayane Martins: São inúmeras as possibilidades de atuação do farmacêutico na perícia criminal. No nosso estado, especi-

ficamente, temos uma coordenadoria de

Mayane Martins: Não acho necessário pós

análises laboratoriais forenses, onde dis-

graduação. Para quem tem interesse em

tribuem-se 3 núcleos de atuação do far-

ingressar nessa carreira, sugiro que bus-

macêutico, sendo eles:

que editais de concursos anteriores, pro-

vas, resolva questões e inicie estudando farmacologia e toxicologia.

Se puder fa-

ça um cursinho preparatório para concur-

so e, principalmente, mantenha o foco e estude diariamente até o dia da prova.

Núcleo de Toxicologia Forense, onde fazemos a identificação de substâncias químicas como: drogas ilícitas, medicamentos, venenos, inalantes e outras relacionadas a crimes. Também neste setor trabalhamos com amostras bioló-

PET: Quais são as atividades que você

gicas oriundas das necropsias realiza-

realiza na PEFOCE?

das e que são encaminhadas ao labo-

Mayane

Martins:

Atualmente

desenvolvo

minhas atividades no laboratório de toxicologia, onde

faço a

identificação

de

drogas, de medicamentos, de venenos, de

ratório

quando

necessidade

de

identificar substâncias que possam estar relacionadas com a causa morte do necropsiado. Essas amostras são: vísceras, sangue, urina, humor vítreo,

71


Profissão farmacêutica onde fazemos a extração de substâncias

novos métodos de extração de substân-

buscando determinar se aquela quantida-

cias. É preciso ter perspicácia para relaci-

de detectada pode estar relacionada com

onar fatos ao crime e conseguir direcio-

a causa da morte.

nar as análises, além de sempre trabalhar

Núcleo de Biologia Forense, onde é feita a pesquisa de espermatozoide e PSA em amostras de vítimas de crimes

em busca de novos conhecimentos a fim de resolvermos 100% dos casos que são

encaminhados.

sexuais e também fazemos a pesquisa

PET: Quais são as principais dificuldades

e identificação de sangue humano.

para a elucidação de uma investigação?

Núcleo de DNA forense, onde é feita a

Mayane Martins: Falta de recursos técni-

identificação de corpos em avançado

cos e de equipamentos adequados, muita

estado de putrefação, de ossadas, co-

demanda e número reduzido de peritos,

mo também pesquisa de perfil em ob-

custo elevado para manutenção do labo-

jetos relacionados a cena de crime e

ratório, necessidade constante de desen-

identificação de perfil de suspeito rela-

volvimento de novas técnicas e de atuali-

cionados a crimes sexuais.

zação profissional.

PET: Por ser uma área que atua diretamente com o Direito e devido à exposi-

ção constante na mídia, quais são os riscos existentes no exercício dessa profissão? Mayane Martins: Há um risco inerente a

O ingresso na carreira ocorre obrigatoriamente através de concurso público.

profissão de policial, lidamos diariamente

com casos de crimes complexos, mas

PET: Os investimentos públicos na área

sempre buscamos a discrição para res-

da Perícia Forense têm sido suficientes

guardar nossa identidade.

ou ainda há carências que dificultam uma

PET: Qual o diferencial de um farmacêutico na prática da Perícia Criminal? Mayane Martins: É preciso estar sempre atualizado em relação às legislações vi-

gentes, às novas drogas psicoativas, aos

melhor realização do trabalho? Mayane Martins: Ainda existem carências

e alguns estados têm sofrido mais. No Ceará, houve um grande avanço de 2008 pra cá, quando a perícia desvinculou-se da polícia civil, mas ainda temos muito a

72


Profissão farmacêutica desenvolver. Recentemente, o governador do estado liberou recursos para compras de novos equipamentos e tem trabalhado

para realização de um novo concurso,. Quando isso acontecer nós iremos avançar bastante. PET:

Que

conselhos

você

daria

para

quem quer dar início a carreira de Perito

Legista Farmacêutico? Mayane Martins: Dedique algumas horas de estudo diariamente, acredite na sua capacidade e busque seu objetivo com determinação. O trabalho do farmacêutico

na perícia é extraordinário e muito gratificante. Amo a carreira que escolhi.

73


Matéria de capa PET/UFC - Farmácia: 10 anos Por Isabel Castro

Profa. Dra. Nádia Accioly Pinto Nogueira é Graduada em Química Industrial, Mestre em Tecnologia de Alimentos e Doutora em Bioquímica pela Universidade Federal do Ceará. É professora Titular do Departamento de Análises Clínicas e Toxicológicas da UFC e Tutora do PET/UFC-Farmácia.

“Comemorar 10 anos de PET/UFC-Farmácia é uma grande alegria e não posso negar que também é um imenso orgulho. É muito bom ver a gratidão na fala dos nossos egressos e saber o quanto o PET contribuiu para a formação deles.” PET: O que a motivou dar início ao PET/

como o programa mais próximo do que

UFC-Farmácia?

acredito ser o principal papel de um pro-

Nádia Accioly: Logo que ingressei na UFC

como docente busquei informações sobre o que seria o PET, na época sob a coordenação

da

CAPES

(Coordenação

de

fessor: despertar no aluno um novo olhar pela educação, pela ciência e pela sociedade, e assim contribuir para a formação de um excelente profissional.

Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Su-

Minha motivação a dar início a um

perior) e com o nome de Programa Espe-

programa de tutoria no curso de Farmá-

cial de Treinamento (PET). Não sabia mui-

cia foi, principalmente, a possibilidade de

to bem do que se tratava, mas vi o PET

"tirar o aluno da sala de aula", de mos-

74


Matéria de capa trar ao aluno a imensa dimensão da uni-

PET: Quais as maiores dificuldades en-

versidade, o muito que pode transformar

frentadas no período da implantação do

na vida de cada um e da sociedade, a

PET Farmácia?

possibilidade de fazer acontecer atividades extracurriculares, de mostrar a UFC para os alunos. Foi também a oportunidade de contribuir para a construção de uma graduação de excelência e para a formação de um cidadão comprometido

com um mundo melhor.

Nádia Accioly: No início tivemos muitas dificuldades, a falta de recursos e de espaço físico. Mas a principal dificuldade foi

aprender a ser tutora. Eu estava, assim como os petianos, aprendendo a planejar, a organizar e a trabalhar em equipe. Cada reunião, dificuldade e atividade plane-

Em 2006, o curso de Farmácia, o

jada e realizada era um aprendizado. Os

único dos cursos da saúde que não tinha

desafios se tornavam conquistas e as

um PET, submeteu um projeto temático

conquistas, grandes alegrias.

denominado "Ciências Genômicas e Bio-

tecnologia", de minha autoria, ao MEC, com o propósito de implantarmos o pro-

PET: Quais os maiores desafios encontrados até hoje?

grama em nosso curso. Devido ao grande

Nádia Accioly: Talvez nosso maior desafio

número de cursos da UFC que já possuí-

seja ainda a falta de recursos financeiros

am o programa, não fomos contemplados

que possam permitir realizar, com tran-

pelo MEC. Foi então que em 2008, no dia

quilidade,

25 de março, o então reitor Prof. Ícaro

PET/UFC-Farmácia. Mas também não po-

de Sousa Moreira lançou o programa

demos esquecer a falta de tempo dos

PET/UFC, um PET institucional.

petianos devido a pesada carga horária

Os cursos de Farmácia, de Arquite-

tura e Urbanismo, de Educação Musical, de Medicina-Sobral e de Sistemas de Informação-Quixadá foram os primeiros se-

lecionados para o PET/UFC. Imediatamente demos início ao tão desejado progra-

as

numerosas

atividades

do

que os alunos do curso de Farmácia têm que cumprir todos os semestres. Nesse ponto, gostaria de parabenizar a todos os petianos, que apesar de suas muitas obrigações, conseguem realizar tão bem tantas atividades no programa.

ma, com seis petianas (quatro bolsistas e

PET: Como você vê o PET hoje, compara-

duas voluntárias).

do a quando foi criado? Nádia

Accioly:

Hoje

vejo

o

PET/UFC-

Farmácia como um programa de tutoria

75


Matéria de capa muito bem estruturado, que realiza muitas

aquele momento,

para

aquele

petiano,

atividades de ensino, de pesquisa e de

que se deu tanto para ver mais uma ati-

extensão.

vidade realizada.

Suas atividades são sempre com o

Nesses 10 anos realizamos muitas

objetivo de contribuir para a uma gradua-

atividades de ensino, pesquisa e exten-

ção de excelência, promover a interação

são:

entre os alunos e a comunidade acadêmica.

- Publicação anual da Revista PET/UFCFarmácia e bimestralmente do Jornal Tar-

Em uma situação bem diferente da que vivenciamos nos primeiros anos, hoje temos a Sala do PET/UFC-Farmácia, bem estruturada, com um pequena biblioteca,

ja Preta; - Participação em feiras das profissões e

eventos científicos;

disponível para consulta e de empréstimo

- Apresentação de trabalhos em eventos

de livros aos alunos, computadores, im-

científicos;

pressoras, geladeira entre outros.

- Construção e manutenção do site PET/

Se compararmos com o início, em 2008, podemos avaliar que nosso progresso foi muito grande. Iniciamos sem nada, e principalmente sem saber como fazer acontecer. Por tudo isso agradece-

UFC-Farmácia e da página do Facebook; - Organização de eventos voltados para a graduação em Farmácia, como a Jofar

e o Projeto Sobremesa Acadêmica;

mos ao apoio de sempre da UFC, da

- Realização do Curso de Extensão Biolo-

FCPC, da Prograd, da FFOE, do DACT e

gia molecular nas escolas: um novo con-

do DEFA, e de todos os que formam o

ceito de aprendizagem em escolas de en-

curso de Farmácia. Sem a ajuda de to-

sino médio e das festinhas de Natal Soli-

dos, sem um objetivo coletivo, não tería-

dário para crianças, idosos e jovem LGBT;

mos conseguido.

- Arrecadação e doação de alimentos e

PET: Quais as maiores realizações nesses

itens de higiene para instituições necessi-

10 anos?

tadas;

Nádia Accioly: Falar as maiores realiza-

- Acolhida dos calouros dos cursos de

ções, não me deixa muito a vontade.

saúde da UFC por meio do Curso Pré-

Acredito que cada uma

Saúde.

foi

sempre a

das realizações

"maior realização",

para

76


Matéria de capa PET: Quais as perspectivas

para o grupo

durante esse ano? Nádia Accioly: Esse ano estamos come-

morando 10 anos de PET/UFC-Farmácia, uma longa e maravilhosa caminhada, com

de cada um dos alunos, petianos ou não,

que quando em um ambiente fértil, dão muitos frutos, vencem barreiras e chegam onde nem haviam desejado, por achar que não eram capazes.

muitos frutos. Estamos trabalhando para

PET: Qual a maior vantagem em ser tuto-

realizar nossos projetos e eventos, assim

ra do PET? Por quê?

como para torná-los cada vez melhores, envolvendo cada vez mais a participação de alunos, técnicos e professores.

Nádia Accioly: A maior vantagem de ser

tutora do PET é, com certeza, poder contribuir para uma formação ampla dos alu-

PET: Como é comemorar 10 anos de

nos, especialmente dos petianos. É poder

PET/UFC-Farmácia?

vivenciar e contribuir para seu crescimen-

Nádia Accioly: Comemorar 10 anos de

PET/UFC-Farmácia é uma grande alegria e não posso negar que também é um

to, além daquele pautado pelas disciplinas do curso e suas obrigações curriculares.

imenso orgulho. É muito bom ver a grati-

Por outro lado, também vejo como

dão na fala dos nossos egressos e saber

a maior vantagem de ser tutora do PET

o quanto o PET contribuiu para a forma-

a imensa oportunidade de aprender com

ção deles.

os alunos, corrigir muitos erros e me tor-

A implantação, o crescimento e as realizações do PET/UFC-Farmácia nos dá a

certeza de que tudo é possível quan-

do se trabalha em grupo, quando se

acredita que mesmo, passo a passo, e as

nar um ser humano melhor. A todos os petianos, desses 10 anos, agradeço a

oportunidade de poder orientá-los, e principalmente por tudo que aprendi com vocês. Obrigada petianos!!!

vezes muito lentamente, podemos mudar o olhar dos alunos, quanto ao que po-

dem aproveitar de seus tempos na universidade, quanto ao que podem contribuir para um curso de excelência e para uma sociedade melhor e mais justa. Comemorar os 10 anos do PET/

UFC-Farmácia é comemorar o potencial

77


Farmácia UFC

Conhecendo a Feirinha de Plantas Medicinais da UFC Por Lorena Estevam

Dra. Kellen Miranda Sá é farmacêutica e mestre em Políticas Públicas e Gestão do Ensino Superior pela Universidade Federal do Ceará. Possui especialização em Produtos Naturais e Derivados de Plantas Medicinais pela Unyleya Editora e Cursos S/A e especialização em Administração Hospitalar pela Faculdade Integrada do Ceará. É farmacêutica do Laboratório de Produtos Naturais - Horto Medicinal Prof. Francisco José de Abreu Matos da UFC, atua nas áreas de fitoterapia, aromaterapia e cosmética.

“A Feirinha de Plantas Medicinais é um projeto de extensão integrado ao Programa Farmácias Vivas da Universidade Federal do Ceará que orienta a comunidade a utilizar as plantas medicinais da forma correta e a cuidar do meio ambiente.” A feirinha ocorre no Horto de Plan-

Oficinas de preparações caseiras com

tas Medicinais Prof. F. J. Abreu Matos, no

Plantas

Campus do Pici, todas as sextas-feiras de

lambedores, tinturas, pomadas, etc);

9 às 12hrs. São desenvolvidas ações de saúde e de educação sobre plantas me-

no, procura também promover a saúde

física, mental e espiritual.

As atividades

Cosméticos

sabonetes,

Artesanais

Oficinas de

práticas agronômicas e

jardinagem;

e da comunidade. Baseado na política de práticas integrativas em saúde do gover-

de

(chás,

Naturais;

dicinais, com a participação de alunos, de professores, de profissionais de saúde

Oficinas

Medicinais

Aferição de pressão arterial e glicemia;

Orientação Farmacêutica;

realizadas são:

78


Farmácia UFC

Palestras sobre plantas medicinais;

Visitação ao Horto e Espaço Abreu

Matos. O PET – Farmácia UFC visitou a

feirinha e conversou com a Dra. Kellen Miranda Sá, uma das responsáveis pelas atividades que ocorrem no local. Ao ser

questionada

sobre

criação

projeto,

do

o

que ela

motivou

relatou:

a

..é imprescindível promover o resgate, o reconhecimento e a valorização das práticas tradicionais e populares de uso de plantas medicinais e remédios caseiros como elementos para a promoção da saúde ...

“A

feirinha da planta medicinal surgiu como uma necessidade. A gente via as pessoas chegando

aqui

no

horto,

pedindo

informações. E aí, a gente terminava que ficava

dando

assessoria,

ficava

respondendo... E as pessoas: “Poxa, não

tem um curso? Não tem um dia que vocês façam alguma coisa?” Então, a partir

de

iniciativa,

maio a

de

gente

2012, começou

feirinha da planta medicinal.”

por

essa

com

a

Os meios utilizados para disseminar o

conhecimento

científico

plantas medicinais para a

são

através

de

aulas

sobre

as

comunidade

teóricas

e

de

oficinas práticas de plantas medicinais. “A gente utiliza nas aulas teóricas o recurso audiovisual do DataShow, onde a gente ministra uma aula teórica, mostrando por

meio de fotos, o histórico do uso de plantas medicinais, como fazer para usar racionalmente, e o que não fazer... E aí,

nas oficinas práticas, a gente ensina a população a fazer um chá […] então, a gente ensina a diferença de um chá por infusão,

chá

decocção. sabonetes

por

Ensina

maceração, também

medicinais,

chá a

por fazer

repelentes

medicinais. Aí, na aula de campo, a gente já vai com as pessoas nos canteiros de

plantas medicinais e mostra as folhas, as flores, ensina a identificar, ensina a não trocar as plantas medicinais. Um exemplo: o capim santo e a citronela. Visualemnte,

79


Farmácia UFC

você não consegue distinguir uma da

amigas... Outras pessoas também, que

outra, mas quando você pega e cheira, aí

vieram pra feirinha com o intuito de

pelo

aprender algumas preparações caseiras,

cheiro

você

consegue

distinguir”,

informou Dra. Kellen.

e

Além disso a feirinha também conta com a exposição de produtos artesanais da comunidade e sessões gratuitas de Reiki.

A farmacêutica também avaliou os impactos

feirinha

comunidades,

funcionam como multiplicadores dessas

informações, fazem feirinhas nas suas próprias

comunidades,

dentre

outros

exemplos.”

A riqueza biológica do Brasil, quan-

pessoas da comunidade: “Tem gente

ve vários povos e comunidades, com vi-

que veio aqui e estava com depressão.

sões, saberes e práticas culturais pró-

Caso de senhorinhas aposentadas com

prias, torna-se ainda mais valiosa. Na

depressão que descobriram na feira de

questão do uso terapêutico das plantas,

planta

de

é imprescindível promover o resgate, o

e

reconhecimento e a valorização das práti-

elas

cas tradicionais e populares de uso de

relatam muito que hoje nem precisam

plantas medicinais e remédios caseiros,

mais de Diazepam. Chegam aqui, tomam

como elementos para a promoção da

um

saúde, conforme a Organização Mundial

aprender,

renovar

novas

chazinho

uma

forma

conhecimentos

amizades.

e

vida

suas

do aliada à sabedoria popular que envol-

medicinal

na

nas

das

fazer

da

hoje,

Então,

conversam

com

as

80


Farmácia UFC

da Saúde preconiza. Então, percebemos

Ela afirmou também que as princi-

no decorrer da entrevista, a importância

pais dúvidas das pessoas referentes ao

da escuta. É

a partir da escuta sobre as

uso de plantas medicinais estão relacio-

práticas dessas pessoas da comunidade

nadas à dose e ao tempo de uso no

que se faz pesquisas e se produz ciência.

tratamento. Um pensamento muito co-

Kellen salienta: “Na realidade, assim, o

mum, porém

conhecimento sobre plantas medicinais

é

que é natural não faz mal. Esse descuido

Então, você vai

pode gerar quadros de intoxicações e

ter, do Brasil à China, pessoas utilizando

acarretar em problemas mais graves que

plantas medicinais, e isso desde a época

poderiam ser evitados com a orientação

do

correta sobre a utilização dessas plantas

um conhecimento geral.

homem

das

cavernas.

Muito

do

equivocado, é o de que o

conhecimento está no senso comum. O

com efeitos medicinais.

que a gente fez foi pegar esse senso

Dra. Kellen também nos alertou a respei-

comum

to dos

e

científica.

transformar exemplo,

perigos da busca de informações

É

pela Internet: “Você sabe que hoje em

sociedade

o

dia a fitoterapia - que é o uso de plan-

que

tas medicinais -, virou moda. Então, você

antigamente o pessoal usava o mastruz

acessa o Instagram, você acessa o Face-

pra verme e pra efeito anti-inflamatório. E

book, você acessa a Internet, e está todo

realmente, o mastruz tem um poder anti-

mundo postando esse tipo de informação.

inflamatório fortíssimo e tem um efeito

E, às vezes, são informações erradas de

pra vermes, mas quando você toma o

gente que está aí só pra ganhar merca-

mastruz

pode

do, querendo ganhar seguidor, querendo

estimular a proliferação desses vermes,

ganhar um monte de coisa, sem nunca

inclusive a eclosão de ovos. [...] E o povo

ter feito nenhum curso de fitoterapia [...]

também relata um conhecimento popular:

E a gente tem visto que esse tipo de ati-

que

comum

mastruz

no

enrolado quebra,

na

com

pra

né?

subdosagem

interior no

nossa

leite,

numa

o

informação mastruz.

muito

Por

em

Além disso, a

ele

usam

muito

mastruz

tude, é uma atitude incoerente, é uma

da

galinha

quando

atitude errada, é uma atitude irracional.”

regenerar

coincidentemente,

os

esse últimos

osso.

E,

estudos

científicos do mastruz mostraram que ele é excelente para a regeneração de osso.”

Portanto, é necessário salientar a

importância dos estudantes de Farmácia e

farmacêuticos

como

meios

disseminadores de informações corretas sobre a utilização de plantas medicinais

81


Farmácia UFC

com fins terapêuticos. Ao ser indagada

– UFC conversou também com algumas

sobre

pessoas que participaram das atividades,

a importância do farmacêutico na

orientação

sobre

o

uso

racional

de

plantas medicinais, a Dra. Kellen afirmou: “O farmacêutico

clínico

e

o

conhecimento

de

plantas

realizado uma pesquisa onde da área da

o

farmacêutico

profissional

realmente

é

o

único

capacitado

na

graduação a atuar na área de plantas medicinais [...].Então a gente atua nesse sentido: prevenindo e orientando.” Em contou

impacto do projeto em suas vidas.

agrega o conhecimento

medicinais. Então, assim, em 2016 foi

saúde,

a fim de captar suas visões sobre o

seguida, sobre

Kellen seu

também

Inicialmente,

indagamos

se

eles

costumam frequentar a feirinha e o que de

mais

nessas

interessante

eles

experiências.

A

aprenderam

maioria

dos

entrevistados são frequentadores fiéis da feirinha. Inclusive Dona Gorete que

fez

questão

de

de

aprender,

salientar repassa

que, o

além

conhecimento

adquirido para as pessoas ao seu redor: nos

engrandecimento

“Toda vida que você vem, aprende algo novo.

Então

é

um

aprendizado

muito

profissional, acadêmico e pessoal, a partir

grande! Eu quando cheguei aqui, achava

da vivência no projeto: “A gente sempre

que sabia fazer um chá (risos). Porque eu

está pautado no conhecimento popular.

fervia, né? E elas ensinaram que a gente

Então, todo dia, a gente enriquece com o

tem que ferver a água, colocar a planta

conhecimento das pessoas e, às vezes,

dentro, desligar o fogo e depois abafar.

um

da

Aí eu cheguei na minha mãe fazendo es-

comunidade, para gente, se transforma

sa revolução. E ela: ” Você está querendo

numa pesquisa. E assim, do ponto de

me ensinar a fazer chá, eu com 85

vista

anos?”. Aí eu: “Mãe, é porque desse jeito aí, , a senhora só está tomando água com açúcar, o princípio ativo vai embora!””

relato

de

pessoal

uma

mesmo,

pessoa

a

minha

vida

mudou muito porque eu saí da área hospitalar e vim trabalhar na área de

fitoterapia.

Então,

nesse

processo,

a

minha farmácia inteira mudou. Hoje é raríssimo

eu

utilizar

um

medicamento

alopático.” Tendo em vista a importância dessa

Feira para a comunidade, o PET Farmácia

No dia da visita do PET à feira, foram ministradas palestras sobre “Como montar uma Farmácia Viva: escolha do terreno, tipos de canteiros, escolhas das

espécies

medicinais”

e

“Excicata

de

82


Farmácia UFC

plantas medicinais: importância e como fazer”.

Marina

participando

e

pela

Lua

primeira

estavam vez.

Para

Marina, o projeto é “Muito informativo, produtivo, interessante. É a ciência que a

gente realmente tem que estudar, que é a Mãe Terra!”.

Por

último,

perguntamos

qual

importância eles atribuem a esse projeto. “Aaah, muita importância! É muito rico! Eu convido tanta gente pra isso. É muito

bom! Só esse clima, esse ambiente... Isto é, pra mim, que gosto muito, né? É de uma

riqueza

sem

fim!

Eu

sou

muito

agradecida a essas professoras que já Os

participantes

indagados

também

sobre

o

foram

costume

de

procurarem orientação acerca do uso de plantas medicinais.

“Ela toma chá até de folha de cajueiro!” . Aí hoje não, hoje eu já fico com o pé atrás. Parei de comprar garrafada e essas colocaram

nele.

um ano sem nem andar no posto, só fui agora porque precisei de um atestado

contou: “ Antes

de eu vir para cá, não! Meu esposo dizia:

porque

E eu só uso plantas medicinais. Passei

médico.”, relatou Dona Lucila.

Dona Gorete nos

coisas,

ensinaram muita coisa que eu não sabia.

eu

não Aqui

sei tem

o

que muito

"...e às vezes, um relato de uma pessoa da comunidade, para a gente, se transforma numa pesquisa"

conhecimento!”.

83


Farmácia UFC

Implantação da Residência em Farmácia Industrial no Ceará Por Anyelle Saldanha

Prof. Luís Carlos Brígido de Moura é Farmacêutico Industrial pela Universidade Federal do Ceará e professor do Departamento de Farmácia da UFC. É coordenador do Centro de Desenvolvimentos e Ensaios Farmacêuticos (CEDEFAR/DEFA/UFC) e da Rede de Insumos Medicamentos e Cosméticos (SIBRATEC/ RIMEC), membro da Comissão de Indústria do Conselho Regional de Farmácia (CRF/CE) e doutorando no Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento e Inovação Tecnológica em Medicamentos (PPGDITM).

“Essa ideia veio retomar com mais propriedade a formação do farmacêutico industrial.” PET: Como se deu a ideia de trazer a

cêuticas e doutorado em Inovação Tecno-

residência em Farmácia Industrial para o

lógica de Medicamentos, como também

Ceará?

Residência

Luís Carlos: A princípio, somos farmacêu-

ticos industriais, acreditamos nesta modalidade porque ela proporcionará um desenvolvimento

de

Inovação

Tecnológica

para o desenvolvimento do Pólo Industrial Farmacêutico em implantação no Estado do Ceará.

A nossa faculdade de Farmá-

cia oferta mestrado em Ciências Farma-

UFC).

Multiprofissional

Particularmente,

(REMULTI/

entendo

que

a

área de formação industrial está sendo relativamente esquecida - está em segundo plano - após a reforma da graduação, no que diz respeito ao farmacêutico generalista. Nós ficamos diluídos, sem uma identidade própria. A ideia começou em junho de 2017.

84


Farmácia UFC

Tomamos conhecimento

de

que

existe

damento as avaliações do projeto envol-

apenas uma residência em Indústria Far-

vendo Laboratório Fresenius e Laboratório

macêutica no Brasil, que é patrocinada

Isofarma.

pelo Laboratório Prati-Donaduzzi e pela a Universidade Estadual do Oeste do Para-

ná-(UNIOESTE). Realizamos um workshop com a participação de, aproximadamente, 130 pessoas interessadas, trouxemos re-

presentantes

do

Laboratório

Prati-

Donaduzzi e da Universidade (UNIOESTE) e ambos se colocaram em total disposição de nos passar todas as informações. No momento estavam presentes empresas

farmacêuticas, entre elas o Laboratório Fresenius,

Fundação

Oswaldo

Cruz

(FIOCRUZ/CE), Conselho Regional de Far-

mácia (CRF/CE), Conselho Federal de Farmácia

(CFF),

Associação

Brasileira

de

A indústria Farmacêutica de Medicamentos e Cosméticos no Ceará encontrase em expansão. Nós temos três grandes laboratórios, 2 multinacionais e 1 nacional genuinamente cearense. Todos têm uma demanda muito grande por farmacêuticos e temos também a perspectiva

da FIOCRUZ, já instalada no Ceará. O grande desafio, como demanda, é uma planta farmacêutica de Produção de vacinas, projeto este em andamento, como também inúmeras empresas na área de cosmético em plena expansão tecnológica.

Educação Farmacêutica, Departamento de

Defendo que o Departamento de

Farmácia, Farmácia Escola. Estão em an-

Farmácia, mesmo tendo outras funções acadêmicas já delimitadas, venha abraçar

“A princípio, somos farmacêuticos industriais, acreditamos nesta modalidade porque ela proporcionará um desenvolvimento de Inovação Tecnológica para o desenvolvimento do Pólo Industrial Farmacêutico em implantação no Estado do Ceará”.

essa ideia. Com relação ao aluno, eles devem se interessar, tomar conhecimento e motivar a chefia do Departamento para

que este assunto seja colocado em discussão, porque se ficar na mão do Professor Luiz Carlos, Professor Said Fonseca, Farmacêutico Mário Moura (CEDEFAR), não vamos evoluir com a rapidez necessária para participar do Edital de Residências na área da saúde, possivelmente a ser lançado ainda este ano. PET: Quais estão sendo os desafios en-

85


Farmácia UFC

contrados para implantá-la?

da sua linha de atuação, avalie sua parti-

Luís Carlos: Um dos desafios é encontrar

os atores da residência, os responsáveis pelas ações acadêmicas e técnicas que acontecerão durante o período da residência (2 anos), como também garantir a continuidade

da

referida

residência.

É

preciso o envolvimento oficial do quadro docente e também dos profissionais das próprias indústrias, pois elas deverão ter

seus preceptores, aquelas pessoas responsáveis por acompanhar as atividades do residente. Delegar as ações para os colaboradores é um desafio que deve ser assumido por todos.

PET: Como está o andamento? Luís Carlos: Nós já dispomos desse mate-

rial, onde já foram identificadas a carga horária, a demanda, as disciplinas, o conteúdo programático, qual é o papel da

indústria e da Universidade. Recentemen-

cipação como professor da Residência. E, por isso, estamos aguardando um edital por parte do Ministério da Saúde, esse ministério é responsável por realizar as

residências na área da saúde em todo o Brasil, para que nós possamos apresentar esse projeto. A previsão é de 1-2 anos,

mas o projeto já deverá estar pronto no momento em que o edital for lançado. Inicialmente, nós estamos prevendo duas vagas, seguindo a mesma linha de implantação do Laboratório Prati-Donaduzzi.

Hoje esse laboratório conta com 14 residentes. Essa seleção de residência é em nível nacional, não é exclusiva para o Ce-

ará, onde qualquer Farmacêutico formado poderá

participar. A residência terá 2

anos de duração, com bolsa remunerada e

dedicação

exclusiva,

tempo

integral,

tendo aula e atividades aos sábados.

Estou

sendo

cobrado

por

vários

te, fomos procurados pelo Laboratório

alunos desde o primeiro Workshop, eles

Isofarma, onde tivemos uma reunião com

estão interessados em fazer residência,

o recursos humanos e os professores da

inclusive eles têm planos de fazer essa

comissão.

residência na Prati-Donaduzzi, localizada

Eu acredito na Residência Universitária, os professores do Departamento estão relativamente apoiando a ideia e nós estamos tentando viabilizar uma reunião extraordinária com o Departamento de

Farmácia para que cada professor, dentro

no Paraná. Não tem nenhuma outra instituição farmacêutica com o plano de fazer a segunda residência. Estamos mantendo

uma linha de comunicação com o CRF/ CE e o CFF e também com a Associação Brasileira de Educação Farmacêutica, cujo coordenador é o professor Dr. Paulo Ar-

86


Farmácia UFC

rais. Ele, altamente conhecedor da área,

(Isofarma e Fresenius), a Residência Multi-

vai dar total apoio para elaboração desse

disciplinar do Hospital Universitário Walter

conjunto de dados para que esse edital

Cantídio, o Conselho Regional de Farmá-

seja aprovado com sucesso. Como tam-

cia/CE e o Conselho Federal de Farmácia

bém bém estamos contando com a cola-

institucionalmente.

boração da REMULTI/UFC.

PET: Qual impacto irá trazer para a eco-

Estamos planejando uma viagem de trabalho

para

o

laboratório

Prati-

Donaduzzi para melhor identificação dos detalhes legais e acadêmicos do assunto

em conjunto com os professores da UNIOESTE. A equipe de residência Multidisciplinar

do

Hospital

Universitário

Walter

Cantídio, através da Doutora Eugenie Néri, se colocou a disposição para dar maiores

informações.

A

FIOCRUZ/CEARÁ,

através do Dr. Carlili Lavor, se colocou à disposição de somar. Alguns professores

já estão envolvidos na ideia, mas é necessário o apoio de mais professores. PET: Quais os outros farmacêuticos que estão envolvidos nessa elaboração?

nomia do estado? E para a educação?

Luís Carlos: O impacto é muito significativo pelo fato de que o residente, futuro profissional, sairá melhor qualificado estando diretamente ligado aos processos produtivos em geral, dentro da própria

indústria, com uma formação mais ampla dentro do aspecto de inovação tecnológica. A ideia é inédita em nosso curso.

Serve como incentivo para os alunos, para que eles retomem a sua formação na área industrial, escolhendo o estágio diferenciado para a área da indústria e candidatando-se a fazer residência na área da indústria. Para economia também terá impac-

Luís Carlos: Os mais envolvidos são o

to. Geralmente, as indústrias trazem pro-

Professor Said Fonseca, a Professora Ju-

fissionais de fora porque não existe uma

venia

Mário

demanda quantitativa necessária de pro-

Moura (CEDEFAR) e o Professor Josimar

fissionais farmacêuticos para este ramo

Eloy.

da indústria. Por exemplo, laboratórios lo-

Fontenele,

o

farmacêutico

PET: Quais parcerias estão sendo realizadas?

cais chegam a trazer profissionais da

área de outros estados porque não estamos atendendo a demanda do setor. É

Luís Carlos: Estamos contando com a

necessária uma reorganização da qualida-

possível

de na formação dos novos farmacêuticos.

parceria

de

dois

laboratórios

87


Farmácia UFC

Participamos em várias reuniões da discussão do projeto da FIOCRUZ/CE, estando em fase de consolidação. Nestes momentos a FIOCRUZ/CE e seus representantes foram enfáticos em colocar nas

universidades do Ceará um olhar especial sobre a formação acadêmica dos futuros profissionais na área de medicamento,

que possam envolver-se diretamente na ocasião da nova planta farmacêutica na área de vacinas, como também que mestrados e doutorados pudessem ter um olhar nos seus trabalhos de tese e pes-

quisa para área de biotecnologia. Colocamos-nos PET/Farmácia

e

do

a

disposição

Centro

do

Acadêmico

Rodolfo Teófilo caso desejem envolver-se nas discussões preliminares desse grande

projeto.

88


Farmácia UFC

Informações sobre alimentação saudável: um desafio para o profissional farmacêutico Por Isabel Castro

Profa. Dra. Luzia Izabel Mesquita Moreira é Farmacêutica e mestre e doutora em Bioquímica pela Universidade Federal do Ceará. É professora associado da UFC e tem experiência em Bromatologia nas temáticas alimentação não convencional, composição química e vigilância sanitária de alimentos.

“A orientação que podemos dar é que uma alimentação saudável inclui uma grande variedade de alimentos, sem exagero ou supressão total de nenhum tipo (exceto em doenças específicas) e o consumo regular de frutas e verduras, que sabidamente têm efeito protetor a saúde.” PET: Muito se sabe da preocupação da população em busca de uma alimentação saudável. Como o profissional farmacêutico pode contribuir com a população, evitando erros alimentares, na procura desta alimentação saudável? Isabel Moreira: De tempos em tempos surgem movimentos em defesa ou contra

alguns alimentos. Essas modas costumam excluir alimentos que contêm importantes nutrientes ou induzir ao exagero na ingestão de outros. Podemos citar o caso recente da propagação da retirada do glúten da dieta de pessoas saudáveis. Segundo a ABRAN (Associação Brasileira de Nutrologia) uma dieta sem glúten pode aumentar o risco de doenças. Limitar o

89


Farmácia UFC

glúten da dieta pode levar a redução do

como esse da retirada do glúten, ou da

consumo de fibra de cereais ou grãos

lactose, que foram bastante difundidos. A

integrais que ajudam a reduzir o risco de

lactose só causa problemas para quem

diabetes. Em outras épocas foi o ovo, o

não produz ou produz lactase em quanti-

café, o chocolate, a manteiga, o leite e

dades insuficientes. A forma mais correta

de tempos em tempos volta a mesma po-

é o equilíbrio. Não acreditar em tudo que

lêmica. Outro caso recente é o estímulo

está na internet.

à utilização do óleo de coco. Não exis-

tem evidências suficientes para concluir que o consumo de óleo de coco seja benéfico à saúde, aliás ele é contraindicado

PET: Você, como farmacêutica e professora de Bromatologia, aprova o jejum intermitente?

em algumas situações. A orientação que

Isabel Moreira: O jejum intermitente con-

podemos dar é que uma alimentação

siste em ficar várias horas sem se ali-

saudável inclui uma grande variedade de

mentar. Ainda existem poucos estudos sé-

alimentos, sem exagero ou supressão to-

rios sobre esse tipo de dieta. Os resulta-

tal de nenhum tipo (exceto em doenças

dos são contraditórios. Alguns apontam

específicas) e o consumo regular de fru-

para a falta de comprovação científica

tas e

dos benefícios decorrentes deste tipo de

verduras,

que

sabidamente

têm

efeito protetor a saúde.

dieta enquanto outros mostram vantagens

PET: Atualmente muitas informações sobre alimentação são encontradas na internet,

porém muitas dessas informações não são comprovadas cientificamente. Qual a sua indicação para a população que busca se alimentar de forma mais correta?

como a queda dos níveis de insulina (o que dificulta a deposição de gordura no tecido adiposo), a redução da obesidade, a redução da esteatose hepática, o aumento da liberação do hormônio do cres-

cimento. Entretanto, mesmo com este tipo de evidência, o jejum intermitente não

Isabel Moreira: Como dito anteriormente,

deve ser indicado e seguido sem orienta-

uma

uma

ção, não pode ser feito de qualquer jeito.

grande variedade de alimentos, sem exa-

Ele pode aumentar os níveis de estresse,

gero ou supressão total de nenhum tipo,

pode causar compulsão alimentar, isto é,

bem como o consumo regular de frutas e

de nada adianta passar várias horas sem

verduras,

efeito

comer e na hora da refeição exagerar na

protetor a saúde. Não seguir modismos

quantidade e também errar na escolha

alimentação

que

saudável

sabidamente

inclui

têm

90


Farmácia UFC

dos alimentos. Ele é contraindicado para

portantes. A suplementação também deve

crianças e adolescentes, gestantes, lac-

ser vista com cautela. Em algumas situa-

tantes, diabéticos do tipo 1, pessoas com

ções específicas a suplementação de pro-

transtornos alimentares e idosos. Nem to-

teínas contribui para resultados mais sa-

dos conseguem se adaptar ao jejum e

tisfatórios em relação ao ganho de mas-

obter benefícios, entretanto o jejum inter-

sa muscular, mas vale lembrar que proteí-

mitente pode ser promissor para o ema-

na em excesso é transformada em gordu-

grecimento e melhora da saúde metabóli-

ra pelo nosso organismo e que o exage-

ca para aqueles que se adaptam e que

ro pode causar problemas renais.

fazem boas escolhas alimentares respeitando as quantidades indicadas para cada um pois não existe um padrão, vários fatores devem ser considerados em rela-

ção ao tipo e quantidade de nutrientes a serem consumidos.

PET: Abaixo citarei alguns mitos sobre ali-

mentação bastante difundidos nos meios de comunicação. Você poderia nos auxiliar desmistificando alguns deles? A vitamina C evita gripes e resfriados, por este motivo é importante toda popu-

lação fazer uso de suplemento vitamínico.

É importante ressaltar que as pesquisas indicam que apesar da presença dos agrotóxicos ainda é mais saudável consumir vegetais do que retirá-los da dieta. PET: Dietas restritivas como low carb e suplementação como Whey protein são eficientes?

Isabel Moreira: Estamos no período do

ano que mais há proliferação de doenças virais como gripes e resfriados, é bastante frequente a circulação de mensagens

orientando como se prevenir ou evitar o contágio. Entre atitudes que são corretas, como lavar as mãos com frequência, evitar aglomerações, evitar tocar o rosto sem lavar as mãos, frequentemente ve-

mos

também a indicação do uso de su-

plementos de vitamina C. Não existe nenhum trabalho científico que tenha conse-

guido comprovar que a vitamina C seja

Isabel Moreira: Dietas low carb tem sido

capaz de prevenir ou de curar gripes e

bastante promissoras, entretanto é válido

resfriados. Este mito vem da década de

lembrar que todos os nutrientes são im-

70, divulgado por um cientista famoso,

91


Farmácia UFC

mas com publicações falhas e tendencio-

Isabel Moreira: Chia é fonte natural de

sas. A indústria farmacêutica, que tem lu-

ácidos graxos ômega-3, fibras e proteí-

cros astronômicos com a venda de suple-

nas, além de outros componentes nutrici-

mentos vitamínicos, se vale dessa inver-

onais importantes, como os antioxidantes.

dade para alavancar mais ainda suas

A alta quantidade de fibras da semente

vendas. Resumindo: vitamina C é muito

de chia (34,6%) pode aumentar a sacie-

importante em várias funções do nosso

dade e diminuir o consumo de energia,

organismo, mas uma alimentação saudá-

entretanto há ainda carência de estudos

vel provém toda a quantidade de que

para afirmar que auxilie na perda de pe-

precisamos, que chamamos de ingestão

so, no tratamento e na redução do risco

diária recomendada ou IDR (45mg) po-

de doenças crônico-degenerativas. Estu-

dendo facilmente ser atingida com a in-

dos semelhantes têm sido encontrados

gestão de alguns frutos como a goiaba

para a linhaça. De um modo geral, ali-

(370 mg), ou um caju (131 mg), ou uma

mentos ricos em fibras ajudam na sacie-

fatia de abacaxi (73 mg), ou de papaya

dade, não são calóricos e podem auxiliar

(50 mg) ou uma laranja (95 mg) sem fa-

em dietas para perda de peso.

lar do suco de acerola que é riquíssimo em vitamina C.

A retirada do glúten da alimentação ajuda no processo de perda de peso.

Gás de refrigerante dá celulite Isabel Moreira: O que dá celulite é o aumento das células adiposas, especializadas em armazenar gordura. Assim, um

Isabel Moreira: Não há estudos sérios que

refrigerante diet não induzirá o apareci-

comprovem isso. Para perder peso não

mento de celulite e um “inocente” suco

há mistério, a quantidade de

calorias

de laranja de 300mL tem aproximada-

consumidas deve ser inferior ao gasto

mente 140 kcal, se tomado em excesso

energético do indivíduo. Retirar o glúten e

leva a um aumento do volume dos adi-

ingerir excesso de outros alimentos não

pócitos e, consequentemente, de celulite.

vai levar a resultados satisfatórios. O glúten não está implicado em ganho de peso, apenas o seu excesso. Chia, Linhaça e outros grãos emagrecem.

Muitos legumes e frutas são repletos de agrotóxicos no seu período de plantio,

por conta disso, recomenda-se evitar certos tipos de leguminosas para se evitar contaminação por estes agrotóxicos.

92


Farmácia UFC

Isabel Moreira: Fica muito difícil fugir dos agrotóxicos.

Existem

aqueles

permitidos

por lei, dentro das quantidades preconizadas e além destes, outros são proibidos em nosso país, entretanto são usa-

dos

clandestinamente.

Li

recentemente

uma notícia que há contrabando de agrotóxicos da China absorvendo 20% do

mercado em nosso país. Lavar com bastante água pode minimizar, entretanto alguns são sistêmicos e não conseguimos retira-los dos vegetais.

Para perder peso não há mistério, a quantidade de calorias consumidas deve ser inferior ao gasto energético do indivíduo. É importante ressaltar que as pesquisas indicam que, apesar da presença

dos agrotóxicos, ainda é mais saudável consumir vegetais do que retirá-los da dieta. A opção por alimentos orgânicos é uma boa alternativa, entretanto, o preço e alguns cuidados para verificar se são realmente orgânicos são fatores limitantes para o consumo.

93


VII JOFAR—UFC

Trabalhos Apresentados Nos dias 10, 11 e 12 de maio de 2017 o PET/UFC-FARMÁCIA realizou a VII Jornada da Farmácia da Universidade Federal do Ceará (VII JOFAR/UFC), no bloco didático do curso de Farmácia da UFC. Durante a jornada foram apresentados nove trabalhos científicos.

O trabalho intitulado “Efeito do tratamento inalatório com alfa-bisabolol na resposta pulmonar alérgica induzida por ovalbumina.” de autoria dos alunos Gabriela Pereira de Salles, Cássia Rodrigues Roque, Daniel Freire de Sousa e Thuliermes Lopes Pamplona e orientado pelo Prof. Dr. Rodrigo José Bezerra de Siqueira recebeu o prêmio de melhor trabalho.

VII JOFAR, 2017. Apresentação de Trabalhos

94


VII JOFAR—UFC Efeito do tratamento inalatório com alfa-bisabolol na resposta pulmonar alérgica induzida por ovalbumina. Gabriela Pereira de Salles, Cássia Rodrigues Roque, Daniel Freire de Sousa, Thuliermes Lopes Pamplona, Rodrigo José Bezerra de Siqueira (orientador)

Estudo preliminar demonstrou a habilidade do sesquiterpeno alfa-bisabolol (ABIS) em reduzir a hiperresponsividade contrátil presente em modelo experimental de desafio

antigênico com ovalbumina (OVA). Ratos Wistar machos foram sensibilizados com OVA (1 mg/mL, i.p.). Após treze dias, o grupo controle recebeu inalação de solução salina seguida de OVA (6 mg/mL). Outro grupo foi tratado com inalação de ABIS (1 mg/mL) antes da OVA. As análises foram realizadas em ambos os grupos. O lavado bronco-alveolar foi coletado de animais anestesiados (pentobarbital 50 mg/kg, i.p.) e o fluido recuperado foi utilizado para dosagem das citocinas IL-1 e TNFa, além da atividade da mieloperoxidase (MPO), com a técnica ELISA. Em outra série experimental, foi realizada a coleta de sangue do plexo orbital para a contagem de células.

Amostras sanguíneas foram analisadas em contador automático KX-21 (Roche®) e em esfregaços sanguíneos confeccionados e corados (NewProv®) para a contagem por microscopia ótica (Olympus–CX-31). O tratamento com ABIS foi capaz de diminu-

ir significativamente (p < 0,05; teste t de Student) os níveis de IL-1 para 88,71 ± 2 pg/mL em comparação com o grupo controle salina (171,11 ± 2,8 pg/mL). Os níveis de TNFa diminuíram de maneira significativa (p < 0,05; teste t de Student) de 1016,62 ± 36,62 pg/mL no grupo controle para 329,85 ± 50,26 pg/mL no grupo tratado. Houve redução significativa (p < 0,05; teste t de Student) na atividade de

MPO no grupo tratado (1,02 ± 0,16 U/mg) em comparação com o grupo controle (8,53 ± 0,91 U/mg). Em relação ao grupo controle, o tratamento com ABIS reduziu significativamente (p < 0,05; teste t de Student) a contagem de leucócitos (8,6 ± 0,6

vs 4,83 ± 0,24 106/µL) e plaquetas (1353,66 ± 110,35 vs 734,33 ± 31,76 106/µL). O tratamento inalatório com ABIS reduziu a expressão de mediadores inflamatórios e de elementos celulares relacionados com a resposta de hiper-reatividade brônquica no modelo experimental de asma induzida por ovalbumina.

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VII JOFAR—UFC Fração de polissacarídeo sulfatado extraído da alga marinha gracilaria caudata reduz a hipernocicepção e a resposta inflamatória durante a artrite em camundongos Rhubens Levy Rodrigues Moreira, Rudy Diavila Bingana, Francisco Clark Nogueira Barros, Ana Lúcia Ponte Freitas, Renan Oliveira Silva (orientador)

Introdução: Estudos têm demonstrado que polissacarídeos sulfatados extraídos de Gracilaria caudata (GC) tem efeitos gastroprotetor, antiinflamatório e antidiarreico. Objetivo: Avaliar o efeito de uma fração do polissacarídeo sulfatado em modelos experimentais de artrite induzida por zymosan e Adjuvante Completo de Freund (CFA). Metodologia: Camundongos Swiss machos (25-30g, n=7-8; protocolo: 0086/14) foram submetidos à artrite induzida por zymosan (30µg/art) e tratados com salina ou GC

(3, 10 ou 30 mg/kg ip) 1h antes do estímulo. A hipernocicepção mecânica foi avaliada 2, 4 e 6h após o estímulo. Além disso, 6h após a administração do zymosan foram avaliados o edema, permeabilidade, atividade de mieloperoxidase (MPO), influ-

xo de células, IL-1β e NO3/NO2. Em outro experimento os camundongos receberam salina ou GC (30 mg/kg) 2h antes da administração de CFA (1mg/ml) e foram determinadas a hipernocicepção mecânica e o edema de pata nas fases aguda, subcrônica e crônica, bem como o índice de artrite. Resultados e discussão: GC reduziu significativamente (P<0,05) a hipernocicepção induzida por zymosan de maneira dose-

dependente com efeito máximo em 30 mg/kg (2,96 ± 0,35 vs 4,05 ± 0,31 Δg), edema (0,21 ± 0,09 vs 0,62 ± 0,05 mm), MPO (23,86 ± 4,95 vs 59,57 ± 4,41 UMPO/ mL), leucócitos (3,73 ± 0,88 x 103 vs 21,16 ± 3,38 x 103 leucócitos/cav), neutrófilos

(1,45 ± 0,28 x 103 vs 18,22 ± 3,22 x 103 neutrófilos/cav), IL-1β (1857,0 ± 578,1 vs 4776,00 ± 991,10 pg/mg), NO3/NO2 (6,83 ± 1,87 vs 14,08 ± 1,73 µM) quando comparados ao zymosan. Além disso, GC (30 mg/kg) também reduziu a hipernocicepção mecânica e o edema de pata nas fases aguda (82,2% e 40,6% de inibição, respectivamente), sub-crônica (73,3% e 39,8% de inibição, respectivamente) e crônica (80,6% e 38,5% de inibição, respectivamente) no modelo de indução por CFA. Conclusão: GC reduziu o processo inflamatório e a hipernocicepção nos modelos de artrite agudo, crônico e sub-crônico por redução da migração de polimorfonucleares e

de IL-1β.

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VII JOFAR—UFC Efeito ansiolítico dos polissacarídeos sulfatados da macroalga gracilaria cornea em camundongos Pedro Nonato da Silva Júnior, Andressa Alexandre de Oliveira, Valdécio Silvano Monteiro, Renata Line da Conceição Rivanor, Norma Maria Barros Benevides (orientadora )

Atualmente, existe um grande interesse no desenvolvimento de novos agentes terapêuticos a partir de fontes naturais. Dentro deste contexto, as algas marinhas têm

recebido bastante atenção por possuírem moléculas, tais como os polissacarídeos sulfatados, com propriedades biológicas ativas. Entretanto, poucos estudos existem envolvendo a ação dessas moléculas no sistema nervoso central. O objetivo desse estudo foi avaliar os efeitos neurocomportamentais dos polissacarídeos sulfatados da alga Gracilaria cornea (PST-gc) em camundongos, utilizando modelos clássicos de locomoção, ansiedade e depressão. Os resultados do teste de campo aberto mostraram que os polissacarídeos sulfatados não alteram a atividade locomotora dos animais. Com relação aos ensaios de ansiedade em placa perfurada, os polissacarí-

deos sulfatados nas doses testadas, aumentou o número de head dips (número de vezes que o animal insere completamente sua cabeça em algum buraco da placa), indicando que PST-gc detém potencial efeito ansiolítico. Nos ensaios de depressão, PST-gc não alteraram o tempo de imobilidade em relação ao controle no teste de suspensão de cauda. Com relação ao mecanismo de ação dos PST-gc na produção do efeito ansiolítico demonstrado no ensaio de placa perfurada, foi demonstrado a atuação destas moléculas pelo sistema gabaérgico, quando tratado em associação ao flumazenil. Desta forma, conclui-se que os polissacarídeos sulfatados apresentam

efeito ansiolítico com envolvimento do sistema gabaérgico, sem alteração na locomoção e sem atividade antidepressiva.

97


VII JOFAR—UFC Sífilis congênita no Brasil: preocupações epidemiológicas e com a escassez de medicamento Luciana de Vasconcelos Rebouças, Daniel Moreira Alves da Silva, Natália Ferreira de Oliveira, Ana Patricia Lima França, Danusio Pinheiro Sartori (orientador)

A sífilis é considerada um grande problema de Saúde Pública pela Organização Mundial de Saúde. Uma das preocupações quanto a seu controle é a infecção de mu-

lheres em idade reprodutiva, que pode acarretar na ocorrência de casos de sífilis congênita (SC) via transmissão vertical. Nos últimos anos o país vem apresentando aumento expressivo de casos de SC somado a crise no abastecimento da penicilina benzatina, principal medicamento utilizado no tratamento. Iremos expor o atual panorama de incidência de SC, discutir o desabastecimento da penicilina e propor sugestões. Foram consultados dados do Departamento de DST/AIDS e Hepatites Virais do Ministério da Saúde. Verificou-se que houve um aumento nos casos de SC em menores de 1 ano de idade de 16% entre 2005 e 2010 (5.830 casos para 6.947) e

aumento de 63,9% de 2010 e 2015 (6.947 casos para 19.235). Em 2015 foram registrados 76,4% casos de SC em mães de 10 a 29 anos e com baixo grau de escolaridade (44,9% possuem até a ensino fundamental completo). Dos casos, 51,4%

foi diagnosticado durante o pré-natal, onde 56,5% das mães seguiram inadequadamente o tratamento e 27,3% não o realizaram. Nas gestantes com sífilis, 86,2% utilizaram o esquema de tratamento com penicilina. Observa-se um crescimento dos casos em paralelo ao desabastecimento da penicilina no setor público e privado, provocado pela escassez de matéria-prima e fechamento de indústrias. O Governo pre-

tende aumentar o preço da penicilina para incentivar sua produção. O diagnóstico é realizado no período pré-natal, mas o tratamento é feito de forma inadequada ou não é realizado, sobretudo nas jovens de baixa escolaridade. Portanto há necessida-

de de acompanhamento, aconselhamento e esclarecimento às gestantes, além de garantir o acesso e a adesão ao tratamento. Sendo uma preocupação nacional, o governo deve estimular a indústria nacional a sintetizar e incorporar a sua matriz produtiva a penicilina para garantir seu abastecimento e evitar quebras na cadeia produtiva.

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VII JOFAR—UFC O uso da informática como ferramenta complementar no ramo da pesquisa científica no curso de farmácia Anyelle Barroso Saldanha, Ana Paula Soares Gondim (orientadora)

Introdução: O uso de tecnologias na prática pedagógica do ensino superior visa a integração de conhecimentos e habilidades promovendo uma formação completa ao acadêmico. A disciplina Integração à Prática Farmacêutica I (IPF I) do curso de Far-

mácia da UFC vem desenvolvendo métodos para estimular o aprendiz a ter uma experiência teórico-prática, por exemplo, a vivência da pesquisa científica com o emprego de recursos tecnológicos. A ferramenta a ser utilizada para propiciar essa integração foi o pacote de programas Epi Info™. Objetivo: Evidenciar o ponto de vista do estudante de farmácia, frente a uma ferramenta tecnológica (Epi Info™) na disciplina IPF I. Metodologia: Primeiramente foram ministradas 5 aulas e 2 monitorias para a turma. Após o término do módulo, elaborou–se um questionário online com 10 questões sobre o conhecimento, importância e manuseio desse recurso no desenvol-

vimento da pesquisa científica totalizando em um levantamento das opiniões de 35 estudantes que cursaram a disciplina de IPF I no semestre 2016.1. Resultados e Discussão: Em relação ao conhecimento prévio do Epi Info™ antes de cursar a disciplina IPF I, todos responderam que não sabiam da existência deste software. Quanto ao manuseio do programa sem a instrução da professora ou monitora, 82,9% (29) disseram que não conseguiriam manusear e 17,1% (6) disseram que conseguiriam, o que leva a discussão de que há a necessidade de um instrutor para orientá-los. Com relação a relevância do uso dessa ferramenta no 1º semestre, 68,6% (24) con-

sideram relevante e 31,4% (11) não consideram. Quanto a aplicação do Epi Info™ em pesquisas posteriores, a maioria (80%; 28) respondeu que aplicaria. Conclusão: Portanto, constatou-se que a aplicação de recursos tecnológicos é de grande benefí-

cio para integrar conhecimentos e habilidades no campo da pesquisa científica, além de verificar o aprendizado e a importância que o estudante de farmácia teve frente ao uso desta ferramenta bioestatística para uso acadêmico.

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VII JOFAR—UFC Prováveis efeitos do exercício físico no modelo experimental de Doença de Parkinson (DP) induzida pela injeção unilateral estriatal de 6-OHDA em ratos. Carlos Venicio Jatai Gadelha Filho, Glauce Socorro de Barros Viana, Glacyana da Silva Pinheiro, Roberta Oliveira da Costa (orientadora)

A Doença de Parkinson (DP) é uma patologia neurodegenerativa e progressiva do sistema nervoso central. A neurotoxina 6-hidroxidopamina (6-OHDA) é amplamente empregada como modelo animal para o estudo da DP por possuir semelhança estrutural com catecolaminas, sendo tóxica aos neurônios catecolaminérgicos, promovendo assim uma destruição nigroestriatal e levando aos sintomas da doença no modelo. Pondera-se a hipótese de que a prática regular de exercícios físicos aeróbi-

cos poderá melhorar a memória de curto e longo prazo em doenças neurodegenerativas, proporcionando benefícios aos indivíduos acometidos pela DP. O presente estudo teve como objetivo avaliar os efeitos do exercício físico sobre as memórias de

trabalho e de longo prazo em modelo de DP. Para tal adotou-se uma metodologia onde os animais, ratos machos da linhagem Wistar, foram divididos em 4 grupos (2 falso operados com e sem exerccício e 2 6OHDA com e e sem exercício). Os animais foram submetidos a uma cirurgia estereotáxica, onde foi injetado 6-OHDA no corpo estriado direito (CE) dos grupos 6OHDA e solução salina nos FO. Após 24 ho-

ras iniciou-se uma sessão diária de 30 minutos de exercícios em esteira, a uma velocidade de 20cm/s, por 14 dias consecutivos. No 14º dia, todos os animais foram submetidos ao testes comportamentais (apomorfina, Y-maze e reconhecimento de

objetos). Observou-se alterações comportamentais após a injeção unilateral de 6OHDA no CE, confirmando a lesão, ocasionado pelo aumento das rotações induzidas por apomorfina. Constatou-se que após a operação do protocolo de exercícios houve uma melhora na memória operacional e de longo prazo nos grupos lesionados com 6-OHDA se comparados aos dos grupos controle. Conclui-se que os animais lesionados com 6-OHDA desafiados nos testes Y-maze e de reconhecimento de objetos apresentaram prejuízos nas memórias avaliadas, contudo, o exercício conseguiu prevenir significativamente essas perdas, logo o exercício físico pode atuar como

neuroprotetor.

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VII JOFAR—UFC Análise do rendimento da aula sobre Biossegurança ministrada aos alunos recém-ingressos no curso de farmácia. Thaynara Carvalho De Freitas, Isabel Bento de Castro, Marilia Gomes Caminha, Anyelle Barroso Saldanha, Nadia Accioly Pinto Nogueira (orientadora)

Biossegurança é uma prática muito importante para ambientes laboratoriais e hospitalares, pois trabalha os cuidados que se devem tomar para tornar o ambiente se-

guro tanto para os profissionais, como para os materiais que são manipulados. Ela também visa a segurança individual com a utilização dos equipamentos de proteção individual, além de orientações sobre boas práticas laboratoriais. Objetivando orientar os alunos recém-ingressos sobre biossegurança e a sua importância, os alunos do PET/UFC-Farmácia ministraram uma aula expositiva sobre o assunto durante a disciplina de Integração a Prática Farmacêutica I. Essa aula foi composta de assuntos como o histórico e desenvolvimento da biossegurança; equipamentos de proteção individual e coletivo; níveis, tipos e mapas de riscos, além dos tipos de resíduos. An-

tes e após a aula aplicou-se um questionário que continham os temas a serem abordados, a fim de avaliar o rendimento dos alunos e a qualidade da aula ministrada. Analisando os questionários de pré-teste e pós-teste aplicados na aula, obti-

vemos os seguintes resultados: sobre os temas abordados na Biossegurança obtivemos 33,3% de acerto no pré-teste e 75,75% no pós-teste, sobre o histórico da Biossegurança 35,7% no pré-teste e 66,6% no pós-teste, sobre EPI e EPC no pré-teste nenhum aluno respondeu corretamente, já no pós-teste 87,87% responderam corretamente, sobre os níveis de Biossegurança no pré-teste não houve respostas corre-

tas, no pós-teste 27,7% estavam corretas e sobre o mapa de riscos foram 47,61% de acertos no pré-teste e 63,63% no pós-teste. Diante do exposto, concluímos que a aula de Biossegurança obteve êxito quanto ao objetivo proposto e que é um ins-

trumento importante para os estudantes de farmácia que estão ingressando na universidade e que passarão a conviver em ambientes em que é necessário o conhecimento sobre o assunto.

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VII JOFAR—UFC Sinergismo in vitro de anti-inflamatórios não esteroidais e antifúngicos azólicos em isolados clínicos de candida spp. Rebeca Souza Ventura Maranhão, Everardo Albuquerque Menezes (orientador)

As mais importantes leveduras descritas na América Latina, no Brasil e no Ceará são: Candida albicans, Candida parapsilosis e Candida tropicalis. As infeções causadas por essas leveduras são mais prevalentes na América Latina, do que nos Esta-

dos Unidos e Europa. Essas três espécies corresponde a 90% dos isolamentos fúngicos. Os antifúngicos disponíveis para o tratamento desses micro-organismos são em número limitado e ainda temos o problema da resistência fúngica. Doenças causadas por fungos passaram a receber maior atenção no século passado, principalmente nas duas décadas finais, com o advento da AIDS, avanços nas terapêuticas de doenças de base, maior uso de antibacterianos, aprimoramento de técnicas de transplantes, enfim, com a maior sobrevida de pacientes de variadas enfermidades. Dentre os fungos responsáveis por doenças em indivíduos imunodeprimidos, e nos apa-

rentemente sadios, encontramos as espécies do gênero Candida. O propósito desse estudo foi identificar a atividade antifúngica de Agentes Antinflamatórios, inicialmente o diclofenaco de sódio, sobre cepas de Candida spp. envolvidas em infecções fúngicas. Foram selecionadas para o experimento 30 cepas de Candida albicans, 10 cepas de Candida parapsilosis e 5 Candida tropicalis, isoladas de amostras de sangue, urina, material respiratório e ponta de cateter. A identificação das leveduras foi realizada por métodos bioquímicos, fenotípicos e moleculares. A determinação da atividade antifúngica foi realizada utilizando a técnica de difusão em meio de cultura sóli-

do. Também foi observada a concentração inibitória mínima a partir do método da microdiluição. Os ensaios foram realizados em duplicata. Foi observada expressiva atividade antifúngica do diclofenaco. O cetoprofeno não apresentou atividade. Todas

as cepas foram sensíveis ao fluconazol e ao miconazol. Apesar de não ser usual e comum usar-se um AINES como antifúngico.

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VII JOFAR—UFC Análise de leucograma de adultos participantes do projeto saúde e bombeiros - núcleo conjunto polar, no município de Fortaleza – Ceará Luanna Loyola Lima, Aline Albuquerque Almeida, Maria Letícia Rodrigues Carvalho, Antônio Eduardo de Castro Barros, Ieda Pereira de Souza (orientador)

O hemograma é composto pela análise das células que compõe o sangue, sendo a série vermelha avaliada através do eritrograma e a análise da série branca através

do leucograma.As informações que compõem o leucograma são: a contagem total de leucócitos (milhares/L) e a contagem diferencial, expressa em percentual e em número absoluto (milhares/L) de cada tipo de glóbulo branco.Esta avaliação é um importante recurso de investigação utilizada,dentre outras,na avaliação de infecções agudas.Porém, os valores leucocitários considerados normais estão sujeitos a alterações fisiológicas.As contagens, global e diferencial, são variantes conforme a idade, sexo, localização geográfica e outros.Nosso trabalho tem como objetivo caracterizar os valores leucocitários em adultos assistidos pelo projeto Saúde e Bombeiros do

núcleo Conjunto Polar, em Fortaleza-Ceará.O estudo aconteceu no período de agosto a setembro de 2016 onde foram avaliados 56 adultos de ambos os sexos, com faixa etária variando entre 40 e 80 anos sendo os exames processados no Labora-

tório de Hematologia da Universidade Federal do Ceará, das 56 amostras analisadas 84% foram do sexo feminino e 16% do sexo masculino.Com relação ao leucograma observamos que a contagem global variou de 6.100 a 11.100/mm3 para o sexo masculino e de 4.500 a 8.900/mm3 para o sexo feminino com a contagem diferencial normal para ambos os sexos apenas 3,57% adultos do sexo feminino apresenta-

ram linfócitos atípicos.É importante que os glóbulos brancos estejam dentro da normalidade tanto em números, quanto em relação a morfologia, pois eles representam nossa primeira barreira imunológica no combate à infecção tão comum na faixa etá-

ria estudada os quais estão muito vulneráveis.Podemos constatar que os adultos avaliados do Conjunto Polar estão com seus leucograma em ótimo estado, caracterizando de maneira satisfatória os respectivos desempenhos nos exercícios físicos dos quais participam três vezes por semana na pracinha do Conjunto Polar.

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EVENTOS 2018

Eventos Científicos 2018 Fique por dentro dos eventos científicos que acontecerão no Brasil e no Mundo em 2018. Agende-se! Participe!

IV SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE FARMÁCIA HOSPITALAR E CLÍNICA - I SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE FARMÁCIA ONCOLÓGICA

LOCAL: São Paulo, Brasil PERÍODO: 6 a 8 de junho de 2018 SITE: https://www.einstein.br/ensino INSCRIÇÕES: Online

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EVENTOS 2018

13º CONGRESSO CONSULFARMA

LOCAL: São Paulo, Brasil PERÍODO: 7 a 9 de junho de 2018 SITE: http://www.congresso.consulfarma.com/

INSCRIÇÕES: Online

X INFARUNI ENCONTRO NACIONAL DE FARMÁCIAS UNIVERSITÁRIAS

LOCAL: Petrolina. Brasil PERÍODO: 11 a 14 de junho de 2018 SITE: https://nafunivasf.wixsite.com/x-enfaruni2018 INSCRIÇÕES: Online

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EVENTOS 2018

VII SYMPOSIUM – NOVAS FRONTEIRAS FARMACÊUTICAS NAS CIÊNCIAS, TECNOLOGIA, REGULAMENTAÇÃO E SISTEMA DE QUALIDADE

LOCAL: Brasília, Brasil PERÍODO: 13 e 14 de junho de 2018

SITE: http://www.sindusfarma.org.br/ newsletter1588.html INSCRIÇÕES: online

45º CONGRESSO BRASILEIRO DE ANÁLISES CLÍNICAS

LOCAL: Rio de Janeiro, Brasil PERÍODO: 17 a 20 de junho de 2018 SUBMISSÃO DE RESUMOS: até 17 de maio de 2018 SITE: http://www.sbac.org.br/cbac/ INSCRIÇÕES: Online

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EVENTOS 2018

CPhI & P-MEC CHINA 2018

LOCAL: Xangai, China PERÍODO: 20 a 22 de junho de 2018

SITE: https://ubm.cphi.com/pmec-china-2018 INSCRIÇÕES: Online

23º CONGRESSO BRASILEIRO MULTIDISCIPLINAR EM DIABETES

LOCAL: Paraíso, Brasil

PERÍODO: 26 a 29 de julho de 2018 SITE: http://www.anad.org.br/eventos/congresso/ INSCRIÇÕES: Online

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EVENTOS 2018

V SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE CÂNCER GASTROINTESTINAL

LOCAL: São Paulo, Brasil

PERÍODO: 4 agosto de 2018 SITE: http://www.eventosoncologiador.com.br/gastrointestinal2018/ INSCRIÇÕES: Online

III ENCONTRO INTERNACIONAL BRCAST E EUCAST 6º SIMPÓSIO INTERNACIONAL MICROBIOLOGIA CLÍNICA

LOCAL: São Paulo, Brasil PERÍODO: 10 a 12 de Agosto de 2018 SITE: https://www.sbmicrobiologia.org.br/BrCast_SIMC_2018/index.php SUBMISSÃO DE RESUMOS: até 31 de maio de 2018

INSCRIÇÕES: Online

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EVENTOS 2018

78th FIP WORLD CONGRESS OF PHARMACY AND PHARMACEUTICAL SCIENCES

LOCAL: Glasgow, Escócia

PERÍODO: 2 a 6 de setembro de 2018 SITE: https://www.fip.org/glasgow2018/ SUBMISSÃO DE RESUMOS: até 1 abril de 2018

INSCRIÇÕES: Online

XXXIII FEDERAÇÃO DE SOCIEDADES DE BIOLOGIA EXPERIMENTAL (XXXIII FeSBE)

LOCAL: Campos do Jordão, Brasil PERÍODO: 3 a 6 de setembro de 2018 SITE: http://www2.fesbe.org.br/evento-anual-2018/ SUBMISSÃO DE ARTIGOS: até 22 de julho de 2018 INSCRIÇÕES: online

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EVENTOS 2018

IV ABCF CONGRESS

LOCAL: São Paulo, Brasil

PERÍODO: 6 a 8 de setembro de 2018 SITE: http://www.ivabcfcongress.com.br/ SUBMISSÃO DE RESUMOS: até 10 de maio de 2018

INSCRIÇÕES: Online

XXV SIMPÓSIO DE PLANTAS MEDICINAIS DO BRASIL

LOCAL: São Paulo, Brasil PERÍODO: 6 a 9 de setembro SITE:http://www.eventus.com.br/plantasmedicinais2018/ SUBMISSÃO DE RESUMOS: até 28 de maio de 2018 INSCRIÇÕES: Online

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EVENTOS 2018

XXII INTERNATIONAL CONGRESS OF GENETICS LOCAL: Foz do Iguaçu, Brasil PERÍODO: 10 a 14 de setembro de 2018 SITE: https://www.sbg.org.br/pt-br/ noticias/2018-international-congress-

genetics SUBMISSÃO DE ARTIGOS: até 30 de maio de 2018

INSCRIÇÕES: online

CPhl WORLDWIDE

LOCAL: Madri, Espanha PERÍODO: 9 a 11 de outubro de 2018 SITE: https://www.cphi.com/europe/ INSCRIÇÕES: Online

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EVENTOS 2018

34º CONGRESSO BRASILEIRO DE HOMEOPATIA LOCAL: Curitiba, Brasil PERÍODO: 10 a 13 de outubro de 2018 SITE: http:// www.34congressodehomeopatia.com.br/ SUBMISSÃO DE RESUMOS: até 10 de julho

de 2018 INSCRIÇÕES: Online

12º SEMINÁRIO INTERNACIONAL FARMÁCIA CLÍNICA

LOCAL: Granada , Espanha PERÍODO: 22 a 26 de outubro de 2018 SITE: http://www.racine.com.br/sif/ SUBMISSÃO DE RESUMOS: até 3 de setembro de 2018 INSCRIÇÕES: Online

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EVENTOS 2018 CONGRESSO BRASILEIRO DE HEMATOLOGIA, HEMOTERAPIA E TERAPIA CELULAR - HEMO 2018

LOCAL: São Paulo, Brasil

PERÍODO: 31 de outubro a 3 de novembro de 2018 SITE: http://hemo.org.br/ SUBMISSÃO DE ARTIGOS: até 5 de julho de 2018 INSCRIÇÕES: online

65º CONGRESSO BRASILEIRO DE ANESTESIOLOGIA

LOCAL: Belém, Brasil PERÍODO: 10 a 14 de Novembro de 2018 SITE: http://

www.congressoanestesia.com.br/ INSCRIÇÕES: online

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EVENTOS 2018

XXIV CONGRESSO LATINOAMERICANO DE MICROBIOLOGIA

LOCAL: Santiago, Chile

PERÍODO: 13 a 16 de novembro de 2018 SITE: https://alam.science/alam-2018/# SUBMISSÃO DE ARTIGOS: até 31 de maio de 2018 INSCRIÇÕES: online

2º CONGRESSO PAN-AMAZÔNICO DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS

LOCAL: Belém. Brasil PERÍODO: 5 a 7 de Dezembro de 2018 SITE: https://www.congresso.crfpa.org.br/ SUBMISSÃO DE ARTIGOS: até 31 de Agosto

de 2018 INSCRIÇÕES: online

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