EXPEDIENTE
/expediente
DIRETOR RESPONSÁVEL Rafael Garganta - rafael@petzine.com.br EDITORA Carolina Cezar – MTB 57448 REDAÇÃO Suzi Correa DIREÇÃO DE ARTE E DIAGRAMAÇÃO Kaeru Comunicação www.kaerucomunicacao.com.br PUBLICIDADE comercial@petzine.com.br ATENDIMENTO AO LEITOR petzine@petzine.com.br
Se for o caso reclame,
nosso objetivo é a excelência.
EDITORIAL
/editorial
O que você pode fazer por um animal? Acredito que essa pergunta representa um pouco esta 2ª edição da PetZine. Você que é nosso leitor deve ter respondido - o melhor que eu puder – ou algo similar. Então veja que a tradicional medicina chinesa, a acupuntura, também pode beneficiar os animais. Voltando a pergunta de cima, não gostaríamos de ter a resposta – nada – mesmo porque sempre é possível fazer alguma coisa a favor dos animais. Veja na página 42 a matéria sobre maus-tratos e saiba que mesmo cuidando bem do seu animal de estimação, é possível fazer algo por aqueles que não tiveram a sorte de ter um dono amigo. Boa leitura! Rafael Garganta - Diretor rafael@petzine.com.br
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CAPA ACUPUNTURA
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RAÇA DO MÊS GATO PERSA
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JORGE PEREIRA EDUCAÇÃO FILHOTE
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ENTREVISTA TIAGO FERIGOLI
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JULIANA FERRARI TÁRTARO
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ESPECIAL MAUS-TRATOS
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ADOÇÃO CIBORG
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ANDRÉ ANDRADE IGUANAS VERDES
PERSA Tranquilo, dรณcil e companheiro Esse gato realmente gosta de sossego! Lembra-se do persa mais famoso dos quadrinhos e da TV? Isso mesmo, o Garfield. O que serรก que o personagem do desenho tem em comum com os gatos dessa raรงa?
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foto: divulgação
/raça do mês/persa
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foto: Neon Eddy
COMPORTAMENTO E PERSONALIDADE
ASPECTOS GERAIS
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Uma das raças felinas mais queridas em todo o mundo, os gatos persas são muito procurados por pessoas que moram em apartamentos ou casas pequenas, isso porque eles são calmos, apresentam forte apego ao dono e costumam ter um miado baixo. Os primeiros exemplares da raça foram levados da Pérsia (atual Irã) para Itália por Pietro Della Valle, no século XVII. Porém, os persas conhecidos hoje são resultado de acasalamentos feitos com gatos da raça Angorá. Com o tempo, foram aprimorando-se acasalamentos que visavam ao melhoramento genético e o aumento de cores e padrões de pelagem. Atualmente, há mais de 100 combinações de cores, variando desde o branco neve até o malhado.
O comportamento padrão da raça também é considerado singular. Eles são dóceis, tem um grau de atividade baixo e são mais dependentes dos donos. Em compensação, são grandes companheiros. “É o animal ideal para pessoas que querem ter um gato tranquilo”, afirma o veterinário José Manuel Mourino. Para saber mais sobre a personalidade, basta se lembrar do persa mais famoso dos desenhos animados e histórias em quadrinhos: o Garfield. Um gato dorminhoco, que odeia caças e adora comer bastante. Nesse caso a ficção imita a vida real. Um persa chega a dormir 16 horas por dia e adora carinho enquanto está deitado num bom sofá.
foto: cartaz do filme Garfield
foto: divulgação
/raça do mês/persa
CARACTERÍSTICAS A característica física mais marcante é a pelagem longa e sedosa que lembra a de um bicho de pelúcia.“Nenhuma outra raça possui pelos tão longos e fartos”, diz o veterinário Diogo Coutinho. Para mantê-lo em bom estado é preciso oferecer uma alimentação equilibrada, além de cuidados com escovação diária. Em razão do comprimento da pelagem é recomendado dar banho uma ou duas vezes por mês. Caso o dono não tenha segurança para realizar esta terefa, é aconselhavel levá-lo para uma clínica especializada. Além disso, eles são de médio a grande porte e pesam de 3 a 5,5 kg. A estrutura corporal é compacta e
“Nenhuma outra raça possui pelos tão longos e fartos”, diz o veterinário Diogo Coutinho. maciça, tem patas curtas, peito largo e musculoso. Os gatinhos com focinho bem achatado são conhecidos como flat face. Os que possuem o nariz levemente mais alongado são denominados doll face. Lembrando que o excessivo achatamento do focinho pode causar problemas de saúde ao animal, como dificuldade respiratória. Nos persas de pelagem branca, a cor azul dos olhos está geneticamente relacionada à surdez. Os que apresentam apenas um dos olhos azuis pode ser surdo de um ouvido, enquanto que as espécies com ambos os olhos azuis acabam não possuindo nenhuma audição. 11
/humor/fotos
_PUTZ, QUE FRIO!
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/humor/fotos
_XII ME ENROLEI TODO.
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Foto: chisholmdvm.com
TÁRTARO
Muito além do mau hálito.
Juliana Guazzelli Ferrari Médica Veterinária CRMV-SP 14132
O cálculo dentário ou tártaro (como é popularmente conhecido) é o problema bucal mais frequente nos cães e gatos. Tem sua origem a partir de bactérias, que estão presentes na boca de todo animal, e que vão se aderindo aos dentes, formando a placa bacteriana. Esta placa aos poucos vai se mineralizando, surgindo assim o que chamamos de tártaro. A quantidade do tártaro formado depende de vários fatores como: idade, tipo de alimentação, raça,
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/juliana ferrari/tartaro
predisposição genética e higienização da boca. Quando sua presença for muito grande, poderá surgir o aparecimento de doenças como a gengivite e a periodontite.
DOENÇAS Na gengivite ocorre o comprometimento apenas das gengivas, que ficam inchadas, avermelhadas e podem sangrar com facilidade. Após este estágio, temos o que chamamos de periodontite ou doença pe-
riodontal, onde já existe degeneração do osso alveolar e destruição do ligamento periodontal, gerando dor, exposição da raiz, mobilidade e até a perda dos dentes. O sinal mais comum da periodontite é o mau hálito. O que poucas pessoas sabem é que o maior perigo dessas doenças não é apenas a perda dos dentes e sim a possibilidade dessas bactérias afetarem outros órgãos através da migração pela corrente sanguínea. Os órgãos mais afetados são: rins, coração e fígado. Já existem 15
/juliana ferrari/tartaro disso, existem produtos no mercado que auxiliam esta manutenção, como tiras enzimáticas, soluções, ossos, sprays, etc.
estudos que apontam as bactérias do tártaro como as principais desencadeadoras da insuficiência renal e cardíaca em cães e gatos.
Porém, vale ressaltar que nada é mais eficiente que uma boa escovação feita com um creme dental apropriado. A pasta de dente humana nunca deve ser utilizada, pois elas contêm sabões que fazem espumas e flúor, ambos nocivos ao estômago dos animais.
TRATAMENTO
FIQUE ATENTO
O tratamento da doença periodontal consiste na limpeza do tártaro. Este procedimento deve ser realizado por um veterinário capacitado e que possua todo material odontológico necessário. Pois, se essa limpeza não for bem feita, o animal terá pouco benefício com o procedimento, apesar da melhora aparente observada pelos proprietários. Este tratamento requer anestesia inalatória para a devida contenção e segurança do animal.
Quando surgir algum sintoma como dor, mau hálito, sangramento ou situações em que o animal evite brincadeiras de morder brinquedos ou ossos, procure seu veterinário para uma avaliação. E não se esqueça de acostumar seu animal a escovar os dentes desde pequeno, assim, você estará evitando doenças sérias para o seu companheiro.
Após a limpeza do tártaro é extremamente necessário que seja iniciado um trabalho de profilaxia pelo dono do animal, que deverá escovar os dentes do seu amiguinho pelo menos três vezes por semana. Além 16
/humor/fotos
_HEHEHEHE.
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_AI, AI...CANSEI, HEHEHE! 18 18
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_PRA MIM, CHEGA POR HOJE.
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/humor/fotos
_HOJE É DIA DE BANHO, BLAH.
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_E EU VOU AS COMPRAS. 21
Entrevista com
tiago ferigoli, diretor do filme
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/entrevista/tiago_ferigoli
Tiago Ferigoli, publicitário, diretor de cinema e escritor, é o idealizador do “Projeto Vira-latas – Os verdadeiros cães de raça”, uma iniciativa inovadora que conta com uma série de ações conjuntas, entre elas: um livro, um website, workshops e um longa metragem. O filme Vira-latas: Os verdadeiros cães de raça, que conta com a participação de personalidades tais como Danilo Gentili, Ronnie Von, entre outros, estreia em dezembro nas salas de cinema do País.
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PZ. Como surgiu a ideia do Projeto Vira-Latas? TF. Tudo começou com a ideia de montar um livro de fotografias de cães de rua. Mas quando percebi que vira-latas era a condição do animal e não o animal em si, ou seja, não se tratava da raça do animal, mas sim da condição de abandono, e que este abandono é resultado de vários fatores, tais como educação e responsabilidade social, surgiu a ideia de ir além com o projeto. Quando percebi que as fotos não seriam suficientes para demonstrar a triste realidade desses animais, vi que precisava trabalhar um texto que complementasse as fotos. Este texto acabou se tornando um pré-roteiro para o filme. Comecei a escrever o livro sem imaginar que no final ele se tornaria parte de um projeto pioneiro jamais realizado no País. Iniciei fotografando o cão, 24
mas ao final do trabalho estava falando muito mais do homem do que do animal em si, uma vez que o cão não está nas ruas porque ele quer, mas sim porque o colocamos lá, ou melhor, o abandonamos. PZ. Qual é o objetivo do documentário? TF. Queremos mostrar que esse assunto atinge a todos nós, amantes ou não dos cães de rua. Que todo e qualquer profissional ou empresa precisa colaborar. Estamos documentando uma cruel realidade da qual somos responsáveis, direta ou indiretamente. E a mensagem é: se todos nós melhorarmos um pouco a nossa atitude, seja no respeito pelas pessoas, na educação que damos aos nossos filhos ou na responsabilidade no trabalho, estaremos colaborando para minimizar o problema dos cães abandonados.
/entrevista/tiago_ferigoli Na verdade, neste processo muitos outros problemas tão quão importantes poderão ser minimizados. A existência dos vira-latas é resultado da existência de vários outros problemas. Na minha opinião, de quem observou este assunto por três anos, a base de tudo é a educação. Portanto, meu público alvo é a humanidade.
“Estamos documentando uma cruel realidade da qual somos responsáveis, direta ou indiretamente.” PZ. Quais são os desafios que você enfrentou para realizar este trabalho? TF. Enfrentamos inúmeros desafios. Um em especial esteve presente em todas as etapas do trabalho: conseguir fazer com que as pessoas compreendessem que o projeto fala do homem e não do cão em si, porque é ele quem precisa “mudar”. Isso era importante porque uma das mensagens que queremos transmitir com o projeto todo é exatamente a ideia de que estamos todos conectados, independente da sua profissão você pode ajudar, direta ou até mesmo indiretamente. Isso aconteceu no projeto e deu certo, embora tenha sido um desafio enorme. Essa
é, sem dúvida alguma, a mensagem mais importante: sozinho ninguém chega em lugar nenhum. PZ. Durante a gravação do filme qual a história que mais te comoveu? TF. Várias histórias me comoveram e também a toda equipe. Pudemos observar o dia a dia de algumas ONGs e isso nos ajudou muito. Infelizmente a crueldade com os animais é algo que vai muito além do que as pessoas imaginam. É muito mais do que “apenas” o abandono, o homem ainda não sabe o tamanho da responsabilidade que é ter um animal. Maus-tratos é um problema crônico que precisa ser trabalhado com a educação. Essa falta de conscientização foi o que mais me chocou, e ao mesmo tempo foi o que me estimulou a fazer algo que fosse realmente significativo por esses animais.
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/entrevista/tiago_ferigoli
“O homem ainda não sabe o tamanho da responsabilidade que é ter um animal.” PZ. O filme é uma produção inovadora no cinema nacional. Além da mensagem transmitida, o que mais você espera? TF. Considero o Projeto um trabalho pioneiro de empreendedorismo, pois trouxemos a tona uma discussão antes vista de forma muito segmentada que era debatida apenas por aqueles que estavam ligados diretamente com o animal, e agora, depois do Vira-latas poderão contar com os olhares de muitas outras pessoas que antes nem sabiam que eles existiam. 26
PZ. O que você aprendeu ao fazer o filme e que todas as pessoas deveriam aprender também? TF. Aprendi que devemos acreditar mais em nossos sonhos. Que podemos trabalhar em conjunto para realizar projetos sociais significativos e eficientes. Que no meio de tanto sofrimento, tanta dor, existe a esperança. Que devemos pensar e agir mais no plural, porque se você ajuda o meio em que vive estará ajudando a si próprio. O sucesso do projeto Vira-latas comprova isso que estou falando. Devemos correr atrás de nossos sonhos, sempre, mas de forma responsável. Conheça mais sobre o Projeto no site www.vira-latas.com.
CIBORG UM CASO DE AMOR E SUPERAÇÃO!
Um boxer, de aproximadamente três anos, foi atropelado na rodovia Índio Tibiriçá, na divisa das cidades de Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, na grande São Paulo, e lá permaneceu por mais de 48 horas, sem conseguir se movimentar e sentindo muita dor.
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/adoção/ciborg Até que uma pessoa entrou em contato com o AjudAnimal, um grupo dedicado a resgatar, cuidar e buscar lares responsáveis para animais de rua ou abandonados, dizendo que tinha um cachorro ferido na estrada. Prontamente, a equipe do AjudAnimal deslocou um taxidog para resgatá-lo e encaminhá-lo para o veterinário parceiro. Após a consulta, o especialista deu o diagnóstico: o cão estava com fratura de fêmur e de bacia. O caso era de cirurgia urgente. Então, imediatamente o AjudAnimal acionou um pedido na Internet para levantar recursos para ajudá-lo. A colocação de pino e placa ficaria em R$1.200,00, sem contar a internação e a medicação.
+ fotos De acordo com Maria Cecília, idealizadora do projeto e diretora geral do abrigo que resgatou o cão, foi neste momento que acharam um nome para ele. “Nesta hora lembramos o seriado ‘O homem de seis milhões de dólares’. O nome do protagonista era Ciborg, por ter metade de seu corpo reconstituído com próteses de última geração, após grave acidente aéreo”, diz. Então o nome do corajoso cão ficou Ciborg. Maria Cecília conta ainda que mesmo sem conseguir todo o dinheiro de imediato, a operação foi autorizada. “Negociamos o pagamento parcelado e a ajuda financeira de outros protetores foi concluída em poucos dias”. A cirurgia foi um sucesso. “Ele veio para o nosso abrigo dois dias depois, todo enfaixado, parecia uma múmia! Mas sempre
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/adoção/ciborg muito agradecido, amável e dócil”, comenta. Em pouco tempo, ele já estava recuperado, sem nenhuma sequela. “Estava muito lindo e merecia um lar de verdade, então começamos a divulgálo para adoção”, conta a diretora. Desde então, muita gente se interessou em adotá-lo, mas na hora de conhecê-lo no abrigo, ele rosnava por medo e não deixava as pessoas se aproximarem. Até que uma família foi visitar o abrigo para adotar
outro animal e pediu para conhecer o restante. “O rapaz que pertencia à família se aproximou do canil de Ciborg e colocou a mão dentro da grade, começou a afagá-lo e milagrosamente ele retribuiu com muitas lambidas”. Foi amor a primeira vista. A história sofrida de Ciborg teve um final feliz. “Esse é um exemplo que nos enche de esperança e nos faz acreditar na magia da relação homem x animal”, completa Maria Cecília.
“Todos podem ter um lar cheio de amor, é uma questão de tempo para a magia acontecer.” É acreditando nessas palavras que o AjudAnimal atua há 20 anos em prol dos animais. Maria Cecília Bentini, idealizadora do projeto e Diretora Geral do abrigo, conta que abriu mão da carreira, família e vida social, para se dedicar exclusivamente aos cuidados de cães e gatos. O trabalho consiste em oferecer lar temporário, cuidados veterinários necessários, vacinação e castração de animais resgatados nas ruas, e buscar lares responsáveis, que possam assumir a guarda definitiva destes bichinhos por meio de adoção, dentro dos parâmetros de posse responsável. Hoje, o AjudAnimal mantém mais de 200 animais em um abrigo localizado em Ribeirão Pires, São Paulo. O grupo não recebe ajuda governamental e sobrevive de doações. Conheça mais um pouco do trabalho no www.ajudanimal.org.br. 29 29
A IMPORTÂNCIA DA ESCOLHA E EDUCAÇÃO DO FILHOTE. Para todas as situações, o mercado pet disponibiliza algum dispositivo que nos ajuda muito, se usado de forma correta.
Sempre que tomamos a decisão de adquirir um animal de estimação cometemos alguns erros, os mais comuns são em relação à raça mais adequada, ao espaço que será destinado ao novo mascote, à faixa etária dos moradores da casa, além dos custos adicionais com alimentação e veterinário. Esses erros ocorrem geralmente porque a escolha está ligada ao impulso. Fatores como: simpatia, cor da pelagem, se ele é o mais gordinho ou o mais brincalhão da ninhada são colocados em primeiro plano. Na verdade, outras características muito mais importantes devem ser consideradas, tais como: local onde o animalzinho irá morar (casa, apartamento, sítio); se você terá 30 30
/jorge pereira/educação_filhote tempo pra passear com ele - muito importante para a sociabilização de cães; o tempo disponível para higiene, escovação e banho; estar preparado para mudanças na sua rotina e, principalmente, se terá paciência para educá-lo. É muito comum olharmos filhotes bonitinhos e acharmos que eles são os seres mais perfeitos do mundo, mas quando chegamos em casa é que começam a surgir os problemas: choro, latidos excessivos, sujeira fora do lugar, móveis e utensílios destruídos, etc. Saiba que é perfeitamente possível ter uma boa convivência tomando alguns cuidados, o principal é adquirir o filhote de um criador idôneo ou uma loja especializada em venda de animais e em seguida pesquisar sobre as características da raça selecionada. Após a escolha é importante preparar o ambiente: com caminha, vasilhas de água e comida, brinquedo para o entretenimento e um lugarzinho para ser utilizado como banheiro - no caso dos animais que ficam em ambiente interno. Outro ponto importante é conhecer um veterinário, pois ele irá orientá-lo sempre que necessário quanto aos
cuidados com a saúde e alimentação. Quando seu filhote for levado para casa é importante que você procure a orientação de um especialista em comportamento, pois o processo de educação deve ser iniciado nos primeiros momentos da chegado do filhote. Nessa fase ele irá aprender as regras do novo ambiente, como e onde fazer xixi, quais são seus brinquedos, não destruir objetos e plantas da casa, e saber quem é o chefe da matilha. Hoje, o processo de integração e educação é bem mais fácil, graças ao grande número de empresas e petshops que fornecem produtos para educação, higiene e entretenimento dos bichinhos.
JORGE PEREIRA é cinotécnico e etólogo com especialidade no comportamento canino. Apresentou o quadro Cão Terrível, no programa Late Show com Luisa Mell, na Rede TV. 31
ACUPUNTURA
VETERINÁRIA uma solução alternativa
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/capa/acupuntura
A técnica tradicional da medicina chinesa tornou-se popular por ser segura, rápida e eficiente.
As novas vacinas, tratamentos, medicamentos, inovações em diagnósticos, terapias e técnicas cirúrgicas garantem ao animal uma vida muito mais longa e saudável. A medicina veterinária, assim como a humana, tem evoluído muito e hoje as terapias alternativas também são usadas para tratar os pets. Um exemplo é a acupuntura veterinária, uma técnica chinesa que consiste na introdução de finas agulhas de aço inoxidável na pele com o objetivo de estimular pontos específicos relacionados a cada órgão do corpo, visando um efeito curativo. O método pode ser utilizado sozinho ou como coadjuvante em tratamentos tradicionais. A prática da acupuntura em animais teve início na China a cerca de cinco mil anos. Os chineses a praticavam regularmente em seus animais. Inicialmente em cavalos, em seguida passaram para os cães, gatos e aves. No Brasil, a acupuntura chegou na década de 50, quando foi fundada a Associação Brasileira de Acupuntura.
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Aspectos Gerais As indicações mais comuns para o tratamento são para desordens osteo-musculares, como discopatias (coluna cervical, torácica e lombar) e artroses (displasia de cotovelo e coxo femural). O acupunturista veterinário, Eduardo Lobo lista em quais outras patologias a terapia alternativa pode oferecer excelentes resultados: “em problemas hormonais, hematológicos, oncológicos, renais, alergia e epilepsia (convulsões)”. Não existem contra-indicações específicas ao uso da acupuntura, mas existem situações em que deve ser aplicada com alguns cuidados e precauções. “Em fêmeas que estão prenhas precisamos atentar para não usar pontos que podem causar contração muscular, pois há perigo de induzir um aborto. Em animais muito debilitados devemos iniciar a acupuntura apenas após uma melhora na condição clínica dele”, alerta Daniela Lewgoy, especialista em acupuntura, neurologia e fitoterapia veterinária.
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A especialista Carol Haddad, voluntária do serviço de acupuntura da Unesp, diz que é importante realizar a terapia com um profissional preparado. “O profissional deve ter cursado uma especialização em acupuntura veterinária e se possível ter Licença de Órgãos Normativos Internacionais, como o IVAS.”
/capa/acupuntura
Tratamento A dúvida da maioria dos donos de pets é se acupuntura é um procedimento doloroso. Nos pequenos animais, a inserção das agulhas é praticamente indolor. As agulhas maiores, necessárias para animais de grande porte, podem causar algum desconforto ao atravessar a pele, porém em todos os animais, uma vez que a agulha atinge a posição correta, não há dor. Mas, também existe o estímulo laser (totalmente indolor, pois não penetra na pele). “A técnica deve ser escolhida
para que o desconforto durante a sessão seja o menor possível”, avalia o especialista. O tempo do tratamento depende da doença que o animal possui e a frequência das aplicações é de uma ou duas vezes por semana, podendo durar um mês ou até o resto de sua vida. O veterinário especialista em acupuntura, Rodrigo Fagundes explica “Cada animal reage de uma maneira e por isso o tratamento e o tempo de cura são individuais”.
Foto: Dr. Adriano Luiz Mendes Caquetti - www.acupunturaveterinaria.com.br
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Custo
$$$
Geralmente, o custo do tratamento fica em cerca de R$ 100 a R$ 150 para a primeira avaliação e de R$50 a R$ 90 por sessão semanal. Porém, existem clínicas que possuem atendimento a baixo custo, com a primeira avaliação equivalente a uma consulta de clinica geral, por cerca de R$ 50, e sessões semanais em torno de R$ 15. Um exemplo é o Hospital Escola da Unesp de Botucatu, no qual os alunos realizam todas as sextas-feiras sessões de acupuntura supervisionadas por professores com custo mais baixo que clínicas convencionais.
Lili 10 anos - Alergia Lili faz uso de acupuntura, cápsulas de ômega três, fórmula ortomolecular, shampoo de própolis e confrei. Todos esses cuidados são graças à dedicada dona Cynthia Torres. “Lili tinha uma alergia na pele devido ao período da seca. Está fazendo as sessões há dois anos e percebi o desaparecimento total dos sintomas. Até me tornei adep-
ta da acupuntura seguindo o exemplo dela!”, conta.
Spok (Yorkshire) 10 anos - Alergia e tosse Spok faz sessões de acupuntura há cinco anos para alergia e tosse. Sua dona, Sílvia Maria Sundfeld conta que procurou a medicina alternativa, pois, com a tradicional, 36 36
Spok não estava tendo melhoras. Há três anos, o cão também começou a apresentar problemas de articulação e de coluna por conta da idade e desde que começou o trata-
Juju 3 anos Movimento da pata A Juju foi achada quando tinha aproximadamente dois meses em um bueiro com a pata dianteira esquerda muito machucada. Káthia, que não teve dúvidas em adotá-la, conta que inicialmente a terapêutica com acupuntura foi indicada com o objetivo de tentar recuperar algum movimento da pata. “O resultado foi muito melhor do que o esperado. Em poucas sessões ela deixou de arrastar a pata e agora
com três anos tem uma vida normal. Até usa a patinha para cavar a areia higiênica e dar patadas nos outros gatos”, brinca.
Angélica 17 anos Artrite A gata Angélica é idosa e há seis meses foi diagnosticada com artrite. “Por já ter uma idade considerada avançada, um tratamento baseado em remédios não seria muito aconselhável. Então a trato com acupuntura associada à fitoterapia. Com apenas
duas sessões já notei que ela se movimentava melhor”, conta a dona Káthia Bazuchi.
mento com acupuntura tem melhorado muito. “Nessa época do ano, ele não sente os efeitos do frio. O Spok está um velhinho muito enxuto!”, alegra-se. Quando perguntada
sobre os benefícios, ela não hesita em responder. “Ele passou a ter saúde, melhor qualidade de vida e não faz mais o uso de remédios fortes”, diz. 37 37
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/andré andrade/iguanas verdes
IGUANAS VERDES
JÁ PENSOU TER UMA EM CASA? As iguanas verdes chamam atenção pela aparência exótica. São animais muito procurados por pessoas que desejam um pet diferente de cão e gato, mas que também interajam com o seu dono.
características A Iguana verde (Iguana iguana) é um lagarto da Família Iguanidae. Pode ser encontrada na América Central e do Sul, em florestas úmidas e perto de recursos aquáticos, como os rios. Embora nasça com poucos centímetros, chega a medir até dois metros de comprimento. Vive em média 25 anos, apresenta hábitos diurnos e é arborícula (passa a maioria do tempo em troncos). Geralmente é um bicho pacífico. Quando criada desde filhote com o dono, ela se torna mansa e convive bem com
outros animais. Entretanto, é preciso tomar cuidado em manipular a iguana que não se conhece, pois além de morder, ela pode usar a cauda para chicotear. Se a iguana se estressar muito na contenção, ela pode promover uma autoamputação da cauda. Na natureza, esse recurso é usado para distrair o predador, que fica atento aos movimentos da cauda no chão, enquanto ela escapa. A maturidade sexual desse animal é aos três anos. A fêmea coloca de 25 a 60 ovos em buracos na terra e os abandonam. Os filhotes, ao nascer, não recebem nenhum cuidado dos pais.
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Habitat
Alimentação
Assim como os outros répteis, são ectotérmicos, isto é, não produzem calor próprio. Esse calor é obtido através do ambiente. Por isso, o ambiente correto e indispensável para o bem-estar da iguana deve apresentar as seguintes características:
A iguana, quando jovem, se alimenta de pequenos invertebrados, roedores e aves recém nascidos e vegetais. Quando adulto, o animal se torna herbívoro (se alimenta predominantemente de folhas). Para proporcionar uma dieta equilibrada e saudável para a sua iguana é necessário oferecer diariamente uma grande variedade de verduras escuras e flores, e pouca quantidade de frutas. Uma vez por semana o proprietário deve oferecer ração de coelho.
• Espaçoso: a iguana pode chegar até dois metros de comprimento. • Troncos: por serem arborículas, há necessidade de colocar vários troncos no local. • Lago: embora tenham hábitos arborículas, elas são excelentes nadadoras. • Vegetação: além de manter a umidade local, serve de esconderijo, diminuindo o estresse do animal. • Fonte de calor: pedra aquecida, lâmpadas próprias e aquecedores. Deve se tomar cuidado, pois são muito comuns acidentes envolvendo queimaduras em iguanas. • Luz solar ou lâmpada especiais de UV: são importantes para calcificação óssea.
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Como adquirir?
dores legalizados e responsáveis, que tenham registro no IBAMA.
Infelizmente, a iguana é um animal muito procurado pelo tráfico de animais. Muitas vezes esses animais são colocados em pequenos tubos ou pacotes sem espaço ou oxigênio. Animais que provém do tráfico além de sofrer maus-tratos (muitos não aguentam e morrem) podem trazer doenças que passam para os humanos. Por esses motivos, a iguana como qualquer outro animal silvestre só deve ser comprada em cria-
Antes de comprar uma iguana, deve-se estar ciente do tamanho que a mesma ficará no futuro, procurando orientação profissional, de preferência de um médico veterinário ou biólogo que atue na área de animais silvestres. Também é importante levar em conta o custo de manutenção, o trabalho e o tempo que deve ser dispensado ao animal. Com todos esses cuidados você poderá oferecer uma vida saudável e feliz para a sua iguana.
ANDRÉ LUÍS ANDRADE CRMV-SP 13653 Médico veterinário, especializado em Animais Silvestres. Faz atendimento personalizado na Baixada Santista. Consultor Técnico da Animalog- Megazoo e Coordenador do Grupo ECOS (Educação Continuada em Animais Silvestres). andrelpgca@gmail.com 41 41
/especial/maus-tratos
O poder da sociedade contra os maus-tratos aos animais Saiba como você pode ajudar esta causa! Maltratar animais domésticos ou selvagens é caracterizado crime previsto na Lei dos Crimes Ambientais. No artigo 32, está calculado pena de três meses a um ano de detenção para aquele que praticar atos de maus-tratos. E todos os cidadãos de bem podem utilizá-la como respaldo para denunciar e proteger as vítimas de tais circunstâncias.
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tratos
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/especial/maus-tratos A garantia dos direitos à vida digna dos animais é recente, foi só em 1978 que os seus direitos foram registrados, quando a Unesco aprovou a Declaração Universal dos Direitos do Animal. Apesar disso, ainda é comum encontrar evidentes situações de maus-tratos. Quantas vezes ao andar pelas ruas da cidade não é possível ver lojas que abrigam animais em gaiolas pequenas sob o sol ou friagem e sem condições de higiene, cães presos a correntes curtas o dia todo, proprietários que batem em seus animais ou que não os alimentam adequadamente, animais maltratados em circos, cavalos usados na tração de carroças em visível estado de subnutrição, entre outros. Há pouco tempo, o mundo acompanhou notícias como a da britânica
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que foi flagrada jogando uma gata na lixeira e do vídeo que mostra uma jovem arremessando filhotes de cachorros em um rio na Croácia. Nos dois casos, as autoridades conseguiram identificar as agressoras por meio de grupos de protetores, cidadãos que lutam voluntariamente pelos direitos dos animais. “Os protetores são pessoas que mudaram a visão em relação à vida, passaram a lutar pela defesa dos direitos dos animais, pela castração, pela adoção, por leis mais rígidas e pela conscientização da população”, explica a protetora Lilian Rockenbach. A advogada especialista em Direito Animal, Denise Grecco, enfatiza
/especial/maus-tratos o poder destas pessoas que lutam para se fazer cumprir os direitos dos animais. “As conquistas em favor de animais são conseguidas atualmente por meio do imenso esforço da sociedade civil e de associações protetoras que provocam o Ministério Público, o Poder Judiciário e, até mesmo, o Legislativo”, diz. Foi o que aconteceu com o caso da cadela Preta, que em março de 2005 foi amarrada ao para-choque de um automóvel e arrastada por metros até a morte. Recentemente, o Ministério Público do Rio Grande do Sul conseguiu que os assassinos fossem condenados a pagar R$6.035,04 por danos morais coletivos.
Ainda há sites e redes sociais que promovem o encontro desses protetores, como, por exemplo, a Rede Bichos (http://redebichos. ning.com), criada com o objetivo de salvar o maior número possível de animais. Nos fóruns, os protetores trocam informações de animais de rua que precisam de abrigo, além de fazer denúncias. Grecco diz que apesar do longo caminho para o fim de exploração de animais, acredita em um futuro melhor. “Eu quero ser otimista e acreditar que nossa sociedade vai continuar pressionando os Legisladores para que eles trabalhem mais a favor dos animais. Com leis melhores, nossos juízes terão mais estrutura para condenar quem os maltratar.”
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/especial/maus-tratos O que pode ser considerado maus-tratos? • Abandonar, espancar, golpear, mutilar e envenenar. • Manter preso permanentemente em correntes. • Manter em local pequeno e anti-higiênico. • Não abrigar do sol, da chuva e do frio. • Deixar sem ventilação ou luz solar. • Não dar água e comida diariamente. • Negar assistência veterinária ao animal doente ou ferido. • Obrigar a trabalho excessivo ou superior a sua força. • Utilizar animal em shows que possam lhe causar pânico ou estresse. • Promover violência, como as rinhas.
COMO DENUNCIAR? Se for possível, procure conversar com o dono do animal maltratado, salientando que ele está cometendo um crime. Procure falar de maneira objetiva, mas com educação. A maioria das pessoas não se dá conta do que está fazendo. Acabam agindo de forma errada por falta de informação ou cuidado e não por falha de caráter. Se ele não quer mais o animal, convença-o a doá-lo para alguém que possa cuidar bem. Porém, se a conversa for impossível ou não surtir o efeito esperado, socorra o animal denunciando o agressor. Para isso, você deve procurar a delegacia de polícia mais próxima e fazer um Termo Circunstanciado, uma espécie de Boletim de Ocorrência (BO), citando o artigo 32 da Lei Federal de Crimes Ambientais. Se estiver em São Paulo, a prefeitura tem um site (http://sac.prodam. sp.gov.br) no qual as pessoas podem fazer solicitações de serviços, incluíndo denuncias contra maus-tratos. Caso o agressor seja indiciado, ele perderá a condição de réu primário, isto é, terá sua “ficha suja”.
ANIMAIS ABANDONADOS Todos os cidadãos podem ajudar a proteger os animais. Se o cão ou gato estiver abandonado, resgate-o, leve-o a um veterinário, vermifugue, castre, vacine e consiga um novo dono para ele por meio da divulgação de cartazes, anúncios em jornais, sites ou feiras de adoção. 46 46
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_SOCORROOOOOOOOO!
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