SISTEMA AROMATIZADOR, PURIFICADOR E UMIDIFICADOR DE AMBIENTE

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SISTE MA ARO MATIZADOR, PURIFICA DOR E UMI DIFICA DOR DE AMBIENTE por Paula Lemos



Paula Lemos

SISTE MA ARO MATIZADOR, PURIFICA DOR E UMI DIFICA DOR DE AMBIENTE


S達o Paulo - SP 2012


sistema aromatizador, purificador e umidificador de ambiente

Trabalho de conclusão do curso apresentado à banca examinadora como requisito parcial à obtenção do grau de Tecnólogo em Design de Produto do Instituto Europeu de Design de São Paulo. Orientador: Prof. Dr. Julio Cesar de Freitas


folha de julgamento


agradecimentos

Agradeço ao Prof. Dr. Julio Cesar de Freitas, grande mestre e excelente orientador, com quem aprendi imensamente e sem o qual esse trabalho não seria possível. Aos colegas, pelos bons momentos ao longo de todos esses anos. A todos que auxiliaram nesse trabalho: imenso carinho,respeito e gratidão.



resumo A preocupação com a qualidade de vida no trabalho constitui uma realidade corporativa onde as empresas passaram a perceber a importância de seus funcionários. Um clima organizacional favorável aliado à qualidade de vida no trabalho permite, além de maior e melhor produtividade, a satisfação dos colaboradores, gerando um ambiente integrado. O presente estudo trata da influência do sentido olfativo em ambientes de trabalho, abordando seus aspectos cognitivos e emocionais, e em particular a questão do bem-estar ligada à olfação. São avaliados os aromas como possíveis agentes positivos modificadores do comportamento ligados aos estados emocionais e mentais do indivíduo, e sua repercussão no trabalho. Apresenta alguns estudos recentes direcionados ao âmbito da psicologia do trabalho, extrapolando as questões relacionadas à prevenção de doenças e à produtividade. Nesse contexto, a necessidade de criar equipamentos que contribuam para a melhoria da qualidade de vida nos ambientes corporativos justifica o projeto deste trabalho. O produto apresentado aqui é um eletroeletrônico que reúne as funções de aromatizador, purificador e umidificador de ar. Palavras-chave: Bem-estar, Produtividade, Sensorial.

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abstract The concern for the quality of working life is a business reality, where companies have come to realize the importance of its employees. A favorable organizational climate combined with the quality of work life allows, in addition to greater and better productivity, employee satisfaction, generating an integrated environment. The present study deals with the influence of olfactory sense in working environments, addressing cognitive and emotional aspects, and in particular the issue of well-being related to Olfaction. The scents are evaluated as positive potential behavioral modifiers agents linked to emotional and mental states of the individual, and their repercussions at work. Presents some recent studies directed to the field of psychology of work, extrapolating the issues related to the prevention of diseases and productivity. In this context, the need to create equipment that help to improve the quality of life in corporate environments justifies the project of this work. The product presented here is an electronic that brings together the functions of aromatizer, air humidifier and purifier. Key words: Well-being, Productivity, Sensorial.



lista de ilustrações

Figura 1 – Aromas, pág. 33 Figura 2 – Óleos essenciais, pág. 35 Figura 3 – Plantas aromáticas usadas nos óleos essenciais, pág. 36 Figura 4 – O poder do olfato, pág. 38 Figura 5 – Infográfico da Pesquisa Millward Brown, pág. 39 Figura 6 – Olfato, pág. 40 Figura 7– Tabela Temperaturas do ar recomendadas para vários tipos de esforços físicos, pág. 41 Figura 8 – Alergia, pág. 43 Figura 9 – Tabela Fontes e agentes de envenenamento presentes nos ambientes fechados, pág. 44 Figura 10 - Pesquisa / Gráfico 1 Sexo, pág. 49 Figura 11 - Pesquisa / Gráfico 2 - Qual sua Idade?, pág. 50 Figura 12 - Pesquisa / Gráfico 3 – Qual seu Estado Civíl? , pág. 50 Figura 13 - Pesquisa / Gráfico 4 – Qual é a sua escolaridade? , pág. 50 Figura 14 - Pesquisa / Gráfico 5 – Qual é a sua profissão? , pág. 51 Figura 15 - Gráfico 6 – Qual o cargo que você ocupa? , pág. 51 Figura 16 - Gráfico 7 – Quais os serviços usados no seu local de trabalho? , pág. 51 Figura 17 - Pesquisa / Gráfico 8 – Qual seria a forma de melhorar a qualidade do seu ambiente de trabalho? , pág. 52 Figura 18 - Gráfico 9 – Voce usa aromatizantes de ambiente? , pág. 52 Figura 19 - Pesquisa / Gráfico 10 – Que tipo de aromatizante você prefere? , pág. 52 Figura 20 - Gráfico 11 – A diversidade de aromas é importante no seu dia a dia? , pág. 53 Figura 21 - Pesquisa / Gráfico 12 – Quais as sensações despertadas pelos aromas que te agradam? , pág. 53 Figura 22 - Pesquisa / Gráfico 13 – Seu trabalho é estressante? , pág. 53 Figura 23 - Pesquisa / Gráfico 14 – Como você define suas atividades profissionais? , pág. 54 Figura 24 - Pesquisa / Gráfico 15 – Há oportunidades de criatividade e inovação disponíveis? , pág. 54 Figura 25 - Pesquisa / Gráfico 16 – Qual o formato arquitetônico do seu local de trabalho? , pág. 54


Figura 26 - Pesquisa / Gráfico 17 – Qual a área aproximada da sala onde você trabalha? , pág. 55 Figura 27 - Pesquisa / Gráfico 18 – Quantas pessoas trabalham na mesma sala que você? , pág. 55 Figura 28 - Pesquisa / Gráfico 19 – Como é a ventilação em seu ambiente de trabalho? , pág. 55 Figura 29 – Pesquisa / Gráfico 20 – Qual o tipo de iluminação no seu local de trabalho? , pág. 55 Figura 30 – Pesquisa / Gráfico 21 – Voce gostaria de ter mais alternativas de alterações sobre a iluminação? , pág. 56 Figura 31 – Pesquisa / Gráfico 22 – Em caso positivo, assinale as opções de seu interesse. , pág. 56 Figura 32 – Aromaterapia, pág. 57 Figura 33 – Aromaterapia, pág. 63 (está sem a legenda) Figura 34 - Incensário egípcio, bronze, 712-404 A.C., pág. 64 Figura 35 – Incensário bizantino, Constantinopla, prata, 602-610 D.C. – pág 64 Figura 36 – Incensário fracês, Séc. XVI, The Cloisters Collection, 1925, pág. 64 Figura 37 – Aromatizador elétrico, pág. 64 Figura 38 – Umidificadores de ambiente, pág. 67 Figura 36 – Purificador de ar, pág. 65 Figura 37 – Máscara de gás Humboldt, 1799, pág. 68 Figura 38 – 1900s - Máscara de John Stenhouse, pág. 69 Figura 39 – Filtro HEPA, pág. 70 Figura 40 – Equilíbrio, pág. 83 Figura 41 – Felicidade, pág. 83 Figura 42 – Relaxada, pág. 83 Figura 43 – Sinergia, pág. 83 Figura 44 – Êxito, pág.83 Figura 45 – Saudável, pág. 85 Figura 46 – Personalizável, pág. 85 Figura 47 – Alegre, pág. 85 Figura 48 – Agradável, pág. 85 Figura 49 – Leve, pág. 85 Figura 50 – Tranquilo, pág. 85


Figura 51 – Criativo, pág. 85 Figura 52 – Produtivo, pág. 85 Figura 53 – Crisálida, pág. 87 Figura 54 – Casulos, pág. 87 Figura 55 – Escultural, pág. 87 Figura 56 – Sensorial, pág. 87 Figura 57 – Incensário, pág. 87 Figura 58 – Decorativo, pág. 87 Figura 59 – Amigável, pág. 89 Figura 60 – Inovador, pág. 89 Figura 61 – Tecnológico, pág. 89 Figura 62 – Elegante, pág. 89 Figura 63 – Sustentável, pág. 89 Figura 64 – Múltiplo, pág. 89 Figura 65 – Sistema de abertura da peça / Figura 1, pág. 91 Figura 66 – Sistema de abertura da peça / Figura 2, pág. 91 Figura 67 – Peça fechada / Figura 1, pág. 92 Figura 68 – Peça fechada / Figura 2, pág. 92 Figura 69 – Abertura do purificador, pág. 93 Figura 70 – Troca de filtro, pág. 93 Figura 71 – Abertura do umidificador, pág. 94 Figura 72 – Abastecimeneto do reservatório de água, pág. 94 Figura 73 – Abertura do aromatizador, pág. 95 Figura 74 – Troca do cartucho de aromas, pág. 95 Figura 75 – Luz LED, pág. 96 Figura 76 – Abertura da peça de iluminação, pág. 96 Figura 77 – Uso do controle remoto / Figura 1, pág. 97 Figura 78 – Uso do controle remoto / Figura 2, pág. 97 Figura 79 – Tabela: Componentes do ABS, pág. 98


Figura 80 – Crisálidas e casulos, pág. 104 Figura 81 – Crisálidas e casulos, pág. 105 Figura 82 – Crisálidas e casulos, pág. 106 Figura 83 – Crisálidas e casulos, pág. 107 Figura 84 – Estudo Formal – Evolução dos desenhos, pág. 108 Figura 85 – Estudo Formal – Evolução dos desenhos, pág. 109 Figura 86 – Estudo Formal – Evolução dos desenhos, pág. 110 Figura 87 – Forma escolhida / Figura 1, pág. 111 Figura 88 – Forma escolhida / Figura 2, pág. 111 Figura 89 – Forma escolhida / Figura 3, pág. 112 Figura 90 – Sketch 1 – Peça, pág.113 Figura 91 – Sketch 2 – Peça, pág. 114 Figura 92 – Sketch 3 – Estudo da abertura, pág. 113 Figura 93 – Sketch 4 – Peça aberta,pág. 113 Figura 94 – Peça I, pág. 116 Figura 95 – Peça II, pág. 117 Figura 96 – Vistas do produto, págs. 118 e 119 Figura 97 – Ambientação, pág. 120 Figura 98 – Ambientação, pág. 122 Figura 99 – Cores / Branco, pág. 124 Figura 100 – Cores / Cinza, pág. 124 Figura 101 – Cores / Grafite, pág. 125 Figura 102 – Cores / Marrom, pág.125 Figura 103 – Desenho técnico / Vista Geral e Perspectiva da Peça, págs. 126 e 127 Figura 104 – Desenho técnico / Conjunto Fiação e Plafom, pág. 128 Figura 105 – Desenho técnico / Conjunto Purificador, pág. 130 Figura 106 – Desenho técnico / Conjunto Umidificador, pág. 132 Figura 107 – Desenho técnico / Conjunto Aromatizador, pág. 134 Figura 108 – Desenho técnico / Conjunto LED, pág. 136


sumário resumo abstract lista de ilustrações tema introdução justificativa objetivo capítulo i

9 10 12 18 19 23 25

– o ambiente corporativo

- O ambiente corporativo - A importância da Aromaterapia no ambiente de trabalho - Do Marketing Sensorial ao Olfativo - A importância da qualidade do ar no ambiente de trabalho capítulo ii

28 33 37 41

– campo e mercadológica

- O que disseram os usuários e os especialistas Pesquisa com os usuários Análise e síntese da pesquisa Entrevistas com especialistas - “Status quo” e histórico do produto Aromatizador de ambiente Umidificador de ambiente Purificador de ar - Pré-requisitos do projeto

48 49 58 58 63 63 65 67 73

Recursos do produto capítulo iii

– o projeto

- Conceito do projeto - Painéis semânticos: Estilo de vida I – Pessoas e Agentes Estilo de vida II – Ambiente Tema visual Expressão do produto

78 81 82 84 86 88


- Estudos ergonômicos Ergonomia é saúde Ergonomia do objeto - Processos de operação do produto - Sistema de abertura da peça - Peça fechada - Purificador - Umidificador - Aromatizador - Luz LED - Uso do controle remoto - Estudos de materiais e processos Material – ABS Processo – Injeção capítulo iv

– desenhos, ilustrações e modelo

- Estudos preliminares (roughs) - Ilustração Sketches Modelagem 3D - Detalhamento técnico Desenho técnico 1 – Vista Geral Desenho técnico 2 - Conjunto de fiação e plafon Desenho técnico 3 – Conjunto Purificador Desenho técnico 4 – Conjunto Umidificador Desenho técnico 5 – Conjunto Aromatizador Desenho técnico 6 – Conjunto LED - Descrição do produto conclusão referências anexos

90 90 91 91 91 92 93 94 95 96 97 98 98 100

/ bibliografia

104 113 113 116 126 126 128 130 132 134 136 138 140 142 144


tema Sistema Aromatizador, Purificador e Umidificador de ar/ambiente. O produto é um eletroeletrônico para ambientes corporativos que reúne as funções de aromatizador, purificador e umidificador de ar, que através de estímulos sensoriais pode contribuir para influenciar o comportamento do usuário.

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introdução Na modernidade, o foco humanístico nas empresas, que valoriza as pessoas e os grupos sociais substituiu a preocupação com a organização formal e os princípios de Administração adotados pela gestão tradicional clássica, o engenheiro e o técnico cederam lugar ao psicólogo e ao sociólogo. As mudanças no panorama social, político, econômico e tecnológico fizeram, o método e a máquina perderem a preferência em favor da dinâmica de grupo. A felicidade humana passou a ser vista sob diferente ângulo. Essa abordagem humanística surgiu a partir da Teoria das Relações Humanas, após a década de 1930, decorrente do desenvolvimento das ciências sociais (Psicologia, Psicologia do Trabalho ou Psicologia Industrial), seus assuntos básicos de estudo eram a análise do trabalho, a adaptação do trabalhador ao trabalho e a adaptação do trabalho ao trabalhador. Ela visava entender como os processos psicológicos e sociais interagem com a situação de trabalho para influenciar o desempenho. Relações humanas foi a primeira grande abordagem a enfatizar os relacionamentos de trabalho informal e a satisfação do trabalhador. Um projeto de pesquisa conhecido como Estudo de Hawthorne (1927-1933), forneceu alguns dos mais interessantes resultados na historia da administração. O estudo foi solicitado pela Western Eletric Company fabricante de equipamentos de comunicação à equipe de pesquisadores de Harvard comandada por Elton Mayo e Fritz Roethlisberger e concluiu que a produtividade e o comportamento do profissional eram influenciados pelo grupo

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informal de trabalho. Para Mayo o desempenho das pessoas depende muito menos dos métodos de trabalho, segundo a visão da administração científica, do que dos fatores emocionais ou comportamentais. A empresa deveria ser vista como sistema social e não apenas econômico para a melhor compreensão de seu funcionamento e de sua eficácia (Chiavenato, 2004). É um conjunto de fatores interdependentes, materiais ou abstratos, que atua direta e indiretamente na qualidade de vida das pessoas e nos resultados dos seus trabalhos (Wada, 1990).

Em seu local de trabalho o homem precisa encontrar condições capazes de lhe proporcionar proteção e, ao mesmo tempo, satisfação. Neste sentido, o ambiente de trabalho é composto de um conjunto de fatores, que podem ser agrupados em dois blocos, quais sejam fatores físicos e fatores organizacionais. A OMS define a saúde como: “Um estado de completo bemestar físico, mental e social, e não meramente a ausência de doença.” Portanto, um ambiente de trabalho é produto da contribuição de diversos fatores, e se mantém saudável quando trabalhadores e gestores colaboram com um processo de melhoria contínua, para a promoção da saúde e bem-estar de todos, e para a sustentabilidade do ambiente. A compreensão de saúde ocupacional evoluiu de uma preocupação quase exclusiva com o ambiente físico de trabalho para a inclusão de fatores psicossociais e de práticas de saúde individual. A Qualidade de Vida contempla a integração de duas concepções importantes. Uma delas refere-se à subjetividade ou os

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aspectos percebidos pela pessoa sobre suas condições físicas, emocionais e sociais. A outra está relacionada com a objetividade das condições materiais, ou sobre a vida de relações estabelecidas pela pessoa com o meio ambiente. Ambos os aspectos influem no dia-adia das pessoas em todas as situações a que se expõem para viver. Nesse contexto, a necessidade de criar equipamentos que contribuam para a melhoria da qualidade de vida nos ambientes corporativos justifica o projeto deste trabalho. O produto apresentado aqui é um eletroeletrônico que reúne as funções de aromatizador, purificador e umidificador de ar. Valendo-se da importância da percepção dos sentidos, o produto explora as sensações olfativas e o impacto causado por elas no estado emocional e psíquico do usuário, seja no âmbito individual ou coletivo, no que diz respeito às relações entre as pessoas. Tendo a aromatização como um de seus recursos, o produto utiliza aromas dispersos no ambiente para promover o bem estar através da sua inalação. Os efeitos destes aromas servem aos mais variados propósitos, em ações possíveis de endomarketing ou marketing olfativo, ou seja, em ações de endomarketing ele proporciona o bem-estar geral dos profissionais em seu ambiente de trabalho e em ações de marketing, quando usados por uma empresa, atraem o interesse dos consumidores e a simpatia pela sua marca, produto ou serviço. A administração de fragrâncias tem desempenhado durante séculos um papel importante na hora de buscar uma melhor qualidade de vida para muitas pessoas, além disso, estudos científicos recentes mostram que é uma ferramenta extremamente eficaz para ajudar a melhorar o desempenho dos negócios, tanto quando aplicado nas áreas administrativas como nas produtivas.

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Estas investigações mostram que um ambiente profissionalmente aromatizado não só constrói um entorno mais agradável e confortável, mas também influi positivamente na associação que os trabalhadores fazem da empresa (identidade e associação positiva), nos estados de ânimo (melhor predisposição dos trabalhadores e um melhor clima de trabalho) e, finalmente, na sua capacidade de produzir (está comprovado que certas essências reduzem o stress e a ansiedade e aumentam a capacidade cognitiva e a concentração na tarefa). Sempre com o foco no sentido olfativo e seu sistema, mas agora pensando em seus aspectos objetivos, é necessário considerar a qualidade do ar nos espaços fechados dos ambientes corporativos, que usam sistemas de climatização e afetam de modo significativo a sua saúde humana. Para contribuir com a melhoria da qualidade do ar nos ambientes, o produto inclui sistemas de purificação e umidificação, que combate a contaminação e a baixa umidade provocadas pelo uso dos sistemas de ar condicionado.

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justificativa As pessoas que trabalham em ambientes corporativos ficam confinadas em prédios fechados cuja atmosfera é circulada e renovada por sistemas de ventilação mecânica ou de ar condicionado. O ar nestes espaços é um potente disseminador de contaminação, sendo os aparelhos de ar condicionado, na grande maioria dos casos, um maximizador deste processo, pois vários deles não são frequentemente limpos e monitorados quanto as suas condições assépticas. A Síndrome de Edifício Doentes advém da não observância destes parâmetros. Por conta disto, os profissionais desses espaços estão expostos a dois tipos básicos de contaminação: a biológica por fungos, bactérias, vírus e protozoários e até mesmo aracnídeos como é o caso dos ácaros e, a química proveniente de gases liberados por produtos de limpeza, vernizes, tintas, equipamentos de escritório, colas, aumento no nível de dióxido de carbono. As variáveis biológicas resultantes de fontes contaminadoras dentro dos ambientes climatizados estão diretamente ligadas às taxas de renovação de ar, podendo ser evitadas pela utilização de filtragem adequada. As variáveis químicas são resultantes de fontes contaminadoras dentro dos ambientes climatizados e também estão diretamente ligadas as taxas de renovação do ar. Locais climatizados onde não exista boa renovação de ar podem causar elevação da concentração de dióxido de carbono. A poluição interna dos ambientes se tornou assunto de relevância, uma vez que existem confirmações científicas correlacionando algumas doenças respiratórias e alérgicas aos sistemas de

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ar condicionado e ventilação em estados precários de higiene e limpeza, que contribuem para a disseminação de micro-organismos no ambiente. Usuários de locais com ar condicionado frequentemente apresentam ardência e secura nos olhos, mal estar, dor de cabeça, fadiga e gripes constantes (Klinger, K.; Folha de São Paulo; ed. 21/12/2000), fato devido a não desinfecção do sistema de ventilação. Somam-se a isto os problemas de ordem subjetiva, emocionais e sociais, que todo profissional enfrenta no seu dia a dia, como falta de concentração, cansaço, níveis variados de estresse, tensão, desânimo, falta de atenção, ansiedade, para citar alguns. Tornar o ambiente de trabalho mais harmonioso e produtivo é um dos grandes desafios das empresas e pode trazer bons resultados tanto para funcionários como para clientes que frequentam o local. Dentro deste contexto, o uso de um equipamento que torne o ambiente profissional mais agradável, confortável e, sobretudo mais saudável, influi positivamente na associação que os trabalhadores fazem da empresa (identidade e associação positiva), nos estados de ânimo (melhor predisposição das pessoas e um melhor clima de trabalho) e, finalmente, na sua capacidade de produzir. É a oportunidade de uma ferramenta eficaz para ajudar a melhorar o desempenho dos negócios, tanto quando aplicado nas áreas administrativas como nas produtivas.

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objetivo O objetivo deste projeto é desenvolver um eletroeletrônico destinado a ambientes corporativos, que reúna as funções de Aromatizador, Purificador e Umidificador de ar que usadas juntas ou separadamente, contribuam para a melhoria da qualidade de vida no trabalho.

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CAPÍ TULO I - O AM BIENTE CORPO RATIVO


o ambiente corporativo


P

ode-se definir organização como um conjunto de pessoas que em grupo ou individualmente, realizam tarefas de forma coordenada e controlada com a intenção de atingir objetivos pré-determinados através do uso de diversos meios e recursos disponíveis (Lacombe, 2003). Esse conceito pode ser aplicado a qualquer tipo de organização seja ela empresarial ou não, a única diferença está nos objetivos de base a que cada uma se propõe. Nas organizações empresariais a finalidade é a maximização do seu valor para seus proprietários conseguida através da produção e/ou distribuição de bens e serviços que satisfaçam as necessidades dos seus consumidores. De acordo com Moraes (2004, p.91): “Organizações são instituições sociais e a ação desenvolvida por membros é dirigida por objetivos. São projetadas como sistemas de atividades e autoridade, deliberadamente estruturados e coordenados, elas atuam de maneira interativa com o meio ambiente que as cerca”.

As organizações sempre estão sujeitas a fatores internos e externos que influenciam sua atuação e desempenho. Deve-se considerar o contexto econômico, tecnológico, sócio-cultural, político-legal, e ainda um conjunto de elementos que atuam de forma mais próxima e direta, tais como funcionários, colaboradores, clientes, fornecedores, concorrentes, comunicação social, organizações sindicais, entre outros. As empresas devem ter sua Identidade Corporativa bem definida, ela representa sua personalidade¹, a forma de ser e fazer na sua atuação global. É o conjunto de características, valores e crenças com que ela se auto-identifica e que a diferencia das Nota1: O uso da palavra “personalidade” é uma analogia entre empresas e pessoas.

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outras organizações existentes no mercado. Essa identidade depende essencialmente de quatro fatores principais: comportamento corporativo: consiste nas atividades desenvolvidas pela organização no seu relacionamento com o mercado e com os restantes stakeholders, incluindo as políticas e relacionamentos comerciais, a comunicação institucional, entre outros; cultura organizacional: representa o conjunto de valores e princípios partilhados e generalizadamente aceitos pelos membros da organização e que, por isso, constituem importantes elementos de integração interna; identidade visual: consiste no conjunto de símbolos e imagens que procuram traduzir graficamente os aspectos da identidade corporativa; comunicação corporativa: diz respeito ao conjunto de formas de comunicação utilizadas pela organização no seu relacionamento com os seus diferentes públicos-alvo. Capriotti (2005, p.140) explica: “a identidade corporativa seria o conjunto de características, valores e crenças com as quais a organização se autoidentifica e se autodiferencia das outras organizações concorrentes no mercado”.

Nas últimas décadas o contexto organizacional das empresas e de gestão de pessoas mudou muito, hoje existe uma área específica de atuação e produção de conhecimento que tem por objeto a relação do trabalho com a subjetividade do trabalhador, como afirmam Davel e Vasconcelos (1997, p.72), as empresas passam a “perceber que não há produtividade plena sem o reconhecimento da subjetividade do trabalhador”.

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Muitos são os fatores que podem prejudicar o ambiente corporativo, a falta de disseminação da cultura organizacional, quando a empresa deixa de ter uma identidade diante de si própria e dos seus funcionários, por exemplo, pode tornar o trabalho confuso e sem direções claras. Para garantir o bom clima organizacional, é preciso que a organização esteja próxima de seus colaboradores, que seja possível mensurar liderança, segurança no trabalho, desenvolvimento profissional, espírito de equipe, imagem que o colaborador tem das ações internas. Os profissionais devem ser vistos através de uma visão holística e não apenas como um recurso para suprir determinadas necessidades. Muitas vezes o profissional não atinge as expectativas devido à escassez de recursos que permitam a realização de suas tarefas. Para otimizar resultados é essencial que as pessoas envolvidas estejam confortáveis e tenham uma relação clara com o trabalho e não com o emprego. Isso significa que a satisfação profissional tornou-se um fator importante do engajamento do empregado do meio corporativo contemporâneo. Atingir essa satisfação é um processo complexo, que envolve certamente a qualidade do chamado “ambiente de trabalho”. Assim é preciso oferecer às empresas instrumentos, que aplicados ao trabalho, proporcionem um ambiente produtivo para que se tornem eficazes e competitivas. Esse objetivo depende de uma gestão eficiente de pessoas que pensa no indivíduo como alguém de valor, é preciso compreender o lado psicodinâmico das organizações. Conhecer o ambiente físico, as relações pessoais, as oportunidades e lideranças, é necessário para que estratégias bem sucedidas sejam implementadas e multiplicadas. Krausz (1999) ressalta que o grande desafio das organizações e dos seus líderes é estimular a participação e o compro-

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metimento de seus trabalhadores, buscando compatibilizar e interligar os objetivos da empresa com os objetivos pessoais e profissionais dos trabalhadores. Levando-se em consideração que a grande maioria das pessoas passa um terço de seu dia trabalhando, é de se esperar que enfrentem momentos de cansaço, tensão, angústia, ansiedade, mudanças de humor, conflitos pessoais e níveis variados de estresse. Tudo isto afeta diretamente o resultado do trabalho, seja através de erros por falta de atenção, baixo rendimento, retrabalhos ou acidentes físicos. Melhorar o ambiente de trabalho é uma forma de estimular a produtividade e ao mesmo tempo manter a saúde e satisfação de seus colaboradores. Assim, a preocupação com a qualidade de vida no trabalho constitui uma realidade empresarial, onde as empresas passaram a perceber a importância de seus funcionários. Um clima organizacional favorável aliado à qualidade de vida no trabalho (QVT) permite, além de maior e melhor produtividade, a satisfação dos colaboradores, gerando um ambiente integrado. Chiavenato (2004, p.348) evidencia que é imprescindível a existência de qualidade de vida, definida por ele como “criar, manter e melhorar o ambiente de trabalho seja em suas condições físicas – higiene e segurança – seja em suas condições psicológicas e sociais”. Chiavenato (2004, p.367) define: “a QVT representa o grau em que os membros da organização são capazes de satisfazer as suas necessidades pessoais com sua atividade na organização”.

O autor acrescenta ainda que a junção de todos estes fatores constitui um ambiente agradável e satisfatório, melhorando de for-

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ma substancial a qualidade de vida das pessoas nas organizações, e, por consequência, a qualidade de vida fora da organização. a importância da aromaterapia no ambiente de trabalho

A aromaterapia é uma prática milenar que utiliza óleos voláteis para promover o bem estar físico e psicológico, com diferentes formas de aplicação – inalação, ingestão e aplicação – sendo o método mais comum, a inalação, que ocorre por meio da vaporização de aromas.

Aromas

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Ela ressurgiu na Europa após a I Guerra Mundial, quando reiniciou-se o estudo das terapias naturais, com René-Maurice Gattefossé, um químico francês que criou o termo “aromathérapie” para descrever a utilização de aromas. Considerado o pai dessa terapia, seus livros fundaram a aromaterapia científica, baseada numa utilização médica, farmacológica e olfativa, que inclui os efeitos fisiológicos e psicológicos dos aromas (Schnaubelt, 1998a). A partir de Gattefossé, estudiosos passaram a pesquisar aromaterapia cientificamente e a clínica disseminou-se. Dentro da Aromaterapia, “aromacologia” é um termo cunhado pelo “Sense of Smell Institute” em 1982 (Corazza, 2002) para descrever o estudo científico dos efeitos dos aromas no humor, na fisiologia e no comportamento (Herz, 2009). No Brasil o termo pode ser encontrado como “aromacologia” (Corazza, 2002) ou “aromatologia” (Associação Brasileira de Aromaterapia e Aromatologia – ABRAROMA). A aromacologia é uma parte da aromaterapia científica que se relaciona intimamente com a osmologia (estudo científico do sistema olfativo). No estudo da aromaterapia (clínica e científica) é essencial compreender os efeitos dos aromas no organismo, a fim de conhecer suas propriedades terapêuticas. De forma resumida é possível dizer que o entendimento dos efeitos terapêuticos da aromaterapia desenvolveu-se com os conhecimentos farmacológicos, com a evolução da ciência e, principalmente, com o advento da neurociência, quando novas abordagens científicas passaram a estudar os efeitos neurofisiológicos dos óleos essenciais. Os óleos essenciais são “essências” puras, encontrados em flores, folhas, bagas, gramíneas, raízes, sementes, cascas, frutos e ervas, que possuem um caráter próprio e único, com aroma e

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propriedade terapêutica. Eles são constituídos de pequenas partículas químicas aromáticas que auxiliam em uma grande variedade de condições relacionadas à saúde, beleza e higiene (Tisserand, 1993).

óleos essenciais

Eles atuam no sistema olfativo das pessoas, quando são inalados, uma parte dos aromas penetra nos pulmões, caindo na corrente sanguínea, agindo fisiologicamente, e outra parte vai para o cérebro, agindo diretamente no Sistema Límbico, que é responsável pelos comportamentos, emoções, memória e humores das pessoas (Alkimia, 2012). Dependendo de sua composição, têm propriedades relaxantes, estimulantes, revigorantes, antidepressivas, sedativas, entre outras. Por suas propriedades terapêuticas, os aromas podem ser extremamente úteis no ambiente de trabalho, funcionando como uma ferramenta não apenas de Marketing, mas de Endomarketing, ao melhorar o relacionamento entre os profissionais. É importante determinar o objetivo da aromatização, que podem ser: melhorar o nível de concentração, melhorar a atenção, melhorar

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plantas aromáticas usadas nos óleos essenciais

o rendimento, diminuir o cansaço, melhorar a criatividade, melhorar o ânimo, harmonizar o ambiente, purificar o ar, geralmente impregnado de ácaros e substâncias nocivas que se desprendem de colas, vernizes, tintas e etc., que prejudicam o sistema respiratório das pessoas. Sendo voláteis, são um ótimo veículo para ser disperso no ambiente para que se atinja objetivos pré-determinados, algumas empresas já fazem uso de salas “anti-estresse”, onde os aromas podem ser usados como um dos recursos para que as pessoas se sintam mais dispostas no trabalho. Usar difusores aromáticos elétricos é a solução mais comum para a dispersão de aromas no ambiente, pois ainda não há tecnologia disponível para aspergir aromas por meio de sistemas de ar condicionado de forma econômica e eficaz. O tempo de uso dos aromas pode ser pré-definido, também é possível usar temporizadores para ligar e desligar quando desejado ou em horários programados, como horário de chegada e após o almoço (aromas mais estimulantes) e hora de saída (aromas mais relaxantes), por exemplo.

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do marketing sensorial ao olfativo

Com o objetivo de aguçar não apenas o olfato, mas visão, tato, audição e paladar, o marketing sensorial é hoje um aliado para influenciar na decisão de compra do consumidor². Dentre as sensações, os aromas também podem ser usados como objetivos de marketing, para atingir o público externo, é o chamado Marketing Olfativo, que cria aromas corporativos, com misturas personalizadas e exclusivas, num trabalho de desenvolvimento de logomarca olfativa. O efeito de um anúncio acompanhado de uma ação de Marketing Olfativo é imediato. Pesquisas internacionais revelam que há um retorno de até 20% a mais nas vendas. No Brasil, acredita-se que este número pode chegar até 40% devido ao perfil do consumidor brasileiro e ao ineditismo desta prática no País. Devido à sua comprovada influência na decisão de compra do cliente, o marketing olfativo está ganhando espaço e tem sido cada vez mais procurado por grandes marcas. Utilizando-se da aromatização para atrair o interesse dos consumidores e aumentar a simpatia pela marca, produto ou serviço, o Marketing Olfativo conquista e consolida o consumidor, que se sente confortável e permanece por mais tempo em ambientes aromatizados. No Brasil, desde a metade da última década, o marketing sensorial é capaz de associar uma experiência positiva à empresa ou ao produto, o que reflete no aumento de consumo e no fortalecimento da marca. Um bom exemplo do funcionamento da técnica é a sensação causada pelo “cheiro de novo” na compra de um carro zero quilômetro. O olfato registra o odor como fator de felicidade e cria laços afetivos com o automóvel. Nota²: São muitas as empresas de marketing sensorial e marketing olfativo, tais como: Airomas, Signature Olfactive, BySamia, Camaleão Marketing Olfativo.

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O poder do olfato

O olfato registra o odor como fator de felicidade e cria laços afetivos com o automóvel. Como parte da experiência de sonho realizado, montadoras têm aromatizado os carros com o cheiro para prolongar a sensação e, assim, fidelizar clientes. O fato é que os sentidos se relacionam com a memória e causam identificação. Despertando assim a emoção, e fixam uma lembrança positiva. As estratégias empresariais fazem uso dos sentidos para transmitir os conceitos de uma marca. Conceitos como “modernidade”, “tecnologia”, “sustentabilidade”, “cultura”, “formalidade” ou “informalidade” podem ser veiculados aos clientes, desde que os estímulos estejam bem planejados. Hoje, pesquisas mostram que a visão corresponde a 84% da atenção do cliente, porém isso deve mudar nos próximos anos.

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Segundo pesquisa feita pelo instituto de pesquisa especializado no desenvolvimento de metodologias Millward Brown, audição e olfato devem atingir 20% da atenção, enquanto o campo visual deve ser reduzido a 54%. Grandes empresas aplicam o marketing sensorial, a Apple, por exemplo, usa o formato arredondado em suas lojas para dar sensação de aconchego e exibir o conceito de alta tecnologia. Pesquisas apontam que o consumidor chega a passar 30% mais tempo nos estabelecimentos que despertam boas sensações. O olfato representa 75% das emoções diárias e, dos sentidos, é o que tem maior memória, ou seja, permanece mais tempo no inconsciente. Ou seja, é possível impactar clientes por meio uma “assinatura olfativa”, pois as moléculas da fragrância ou aroma agem diretamente na frequência das ondas do hemisfério direito do cérebro, área responsável pelas emoções³. A aplicação da fragrância deve ser atrelada à melhor tecnologia de difusão para preservar não apenas as características das matérias-primas utilizadas, mas melhorar os aspectos ambientais e a saúde de todos. Despertar desejos e sensações, marcar a memória. As estratégias de marketing buscam atingir os sentidos do consumidor.

Infográfico da Pesquisa Millward Brown Nota³: Fonte: <http://marketinganchieta.blogspot.com.br/2012_06_01_archive.html> Acesso em 08 novembro de 2012.

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Olfato 1.Moléculas de aroma penetram no nariz; 2.Essas moléculas aderem às ramificações dos neurônios olfativos, que forram o fundo da cavidade nasal; 3.Cada neurônio manda uma projeção para o bulbo olfativo.

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a importância da qualidade do ar no ambiente de trabalho

Qualidade do ar aceitável é definida como o ar sem concentrações de contaminantes prejudiciais à saúde e com o qual uma parcela significativa de pessoas expostas se sintam satisfeitas (Lamberts, 1994). As pessoas que habitam as cidades passam de 80 a 90% de seu tempo em ambientes fechados, seja no local de trabalho, durante os momentos de lazer ou em suas próprias casas, elas ficam confinadas em prédios fechados cuja atmosfera é circulada e renovada por sistemas de ventilação mecânica ou de ar condicionado. Tipo de trabalho

Temperatura do ar (ºC) 18 a 24 16 a 22 15 a 21 14 a 20 13 a 19

Trabalho intelectual, sentado Trabalho manual leve, sentado Trabalho manual leve, em pé Trabalho manual pesado, em pé Trabalho pesado

Temperaturas do ar recomendadas para vários tipos de esforços físicos. Fonte:Dul e Weerdmeester (1995)

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A má qualidade do ar interno dos edifícios passou a ser conhecida mundialmente como a “Síndrome dos Edifícios Doentes”, resultado de uma conjunção de fatores que vão desde os problemas no projeto até a má conservação dos dutos, causando dois tipos básicos de contaminação: a biológica por fungos, bactérias, vírus e protozoários e até mesmo aracnídeos como é o caso dos ácaros e, a química proveniente de gases liberados por produtos de limpeza, vernizes, tintas, equipamentos de escritório, colas, aumento no nível de dióxido de carbono. O ar não proporciona crescimento microbiano, mas é um potente disseminador. Por conter partículas de poeira e água é capaz de transportar os microrganismos e expô-los em contato com as pessoas (Pelczar et al, 1980). Entretanto, os tipos de germes presentes são determinados por fontes contaminantes, sendo os aparelhos de ar condicionado, na grande maioria dos casos, um maximizador deste processo de contaminação, vários deles não são frequentemente limpos e monitorados quanto as suas condições assépticas. Dentro deste contexto, a poluição interna dos ambientes está se tornando assunto de relevância, uma vez que existem confirmações científicas correlacionando algumas doenças respiratórias e alérgicas aos sistemas de ar condicionado e ventilação em estados precários de higiene e limpeza, contribuindo para a disseminação de microorganismos no ambiente. Usuários de locais com ar condicionado frequentemente apresentam ardência e secura nos olhos, mal estar, dor de cabeça, fadiga e gripes constantes (Klinger, K.; Folha de São Paulo; ed. 21/12/2000), fato devido a não desinfecção do sistema de ventilação.

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Alergia

Para se ter a ideia da dimensão desse problema a Organização Mundial da Saúde (OMS) informa que os gastos gerados ao ano com os doentes é cerca de cem bilhões de dólares ao ano nos Estados Unidos devido ao absenteísmo, queda de produtividade e intervenções na saúde, fatos que levaram a OMS a considerar esta síndrome como uma questão de saúde ocupacional desde 1983. Países como Estados Unidos realizam pesquisas sobre o assunto e segundo a “America Lung Associator” (associação pulmonar americana), muitos americanos despendem 90% de seu tempo dentro de prédios climatizados. Outros dados ainda demonstram que o número de asmáticos cresceu 59% desde 1970, totalizando 9,6 milhões de doentes de asma, sendo os óbitos dados em 4400 casos ao ano, um crescimento de 69% desde 1979 e hoje é considerado que cerca de 20% a 42% da população urbana é alérgica. Os americanos gastam US$ 6,4 bilhões ao ano tratando pessoas

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com asma e a rinite alérgica responde por 45 milhões de faltas nas escolas por ano4. A Associação Paulista de Medicina também demonstrou uma crescente ocorrência de ceratite amebiana. Essa infecção atinge o olho por um protozoário que prolifera em água, muito encontrado nas bandejas que recolhem a condensação da umidade do ar nos condicionadores, o número de pacientes atingidos saltou de dois em 1975 para 350 em 1990. Em 1984, o World Health Organization Comitee (Comite Mundial de Organização da Saúde) emitiu um relatório informando que 30% dos prédios novos e remodelados no mundo apresentam altas taxas de concentrações de poluentes biológicos e químicos no ar interno. Dados da Health Buildings International mostra que o nível de poluição no ambiente interno de alguns edifícios chega a ser cem vezes maior que o externo, devido a pouca renovação do ar dos sistemas de ar condicionado em más condições sanitárias. A qualidade do ar, considerando escritórios de modo geral pode ser afetada pelos seguintes agentes: Poluição entre paredes Fontes:

Agentes de envenenamento:

Fotocopiadora; Ar-condiciona-

Bactérias; Fungos; Poeira;

do; Ambientes fechados; Fuma-

Benzina; Tolueno; Ozônio;

ça de cigarro; Carpete; Tinta

Formaldeídos.

para caneta; Vernizes; Cola de móveis; Detergentes. Riscos para a saúde: cansaço, sonolência, dor de cabeça, alergias de pele e respiratória, tontura, doenças pulmonares, câncer. Tabela: Fontes e agentes de envenenamento presentes nos ambientes fechados

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Umidostato é nome genérico dos aparelhos que fazem a medição, através de um sensor. Tendo este valor em mãos, é possível adequar o ambiente às condições ideais para seus ocupantes. O funcionamento de umidificar é simples, nos chamados umidificadores individuais, destinados a áreas pequenas e médias, uma neblina faz uma atomização muito forte de água, que depois é dispersada no ar. Avaliando que uma pessoa adulta inala quinze mil litros de ar por dia e mais da metade do tempo diário, encontra-se exercendo atividades profissionais em ambientes internos com sistemas de ar condicionado, é possível concluir que a qualidade do ar interno dos ambientes fechados pode afetar de modo significativo a saúde humana. O conforto térmico, a purificação do ar e o controle da umidade garantem o bem-estar e estão ligados diretamente a um melhor desempenho e maior produtividade no ambiente de trabalho. Com todos estes dados apresentados percebe-se que uma boa qualidade do ar interior é necessária para que se tenha uma vida saudável, e é possível afirmar que o uso de um equipamento que mantenha a qualidade do ar aceitável é de grande importância para as empresas, assegurando o bem estar das pessoas que nelas trabalham e consequentemente, seu desempenho. Esse sistema deve proporcionar ao ambiente um ar de melhor qualidade que o ar exterior, tanto em umidade, concentração de gases nocivos à saúde, como no que tange a micro-organismos, fungos, bactérias e material particulado que circulam através dos sistemas de ar condicionado.

Nota4: Fonte:< http://www.santalucia.com.br/torax/arcond-p.htm> Acesso em 08 nov 2012

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CAPÍ TULO II - CAMPO E MERCA DOLÓGICA


o que disseram os usuรกrios e os especialistas pesquisa com os usuรกrios


A

presente pesquisa foi realizada no segundo semestre de 2012 e teve como objetivo investigar o ambiente de trabalho de profissionais de diversas áreas e seu interesse pelo produto proposto. A referência a profissionais diz respeito àqueles que trabalham em espaços fechados. Esse recorte permite enxergar que os usuários de equipamentos e serviços no ambiente corporativo tem uma avaliação positiva sobre os recursos oferecidos pelo sistema de aromatização, purificação e umidificação de ambiente em seus locais de trabalho. Foram ouvidas 30 pessoas, entre 16 e 55 anos, na cidade de São Paulo quanto aos serviços que usam em seu local de trabalho, quais seriam em sua opinião, as formas de melhora-lo e seu interesse sobre os recursos do aromatização, purificação e umidificação. A amostra foi construída com o objetivo de avaliar a necessidade deste produto, bem como suas possibilidades de seu mercado. 1. qual seu sexo?

Feminino Masculino Outro

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2. Qual sua idade?

16 a 25 16 a 25 25 a 25 35 a 35 35 a 35 45a 45 45 a45 55 a 55 outro outro

3. Qual seu Estado Civil?

Solteiro(a) Solteiro(a) Casado(a) Casado(a) União Estável União Estável Divorciado(a) Divorciado(a)

4. Qual é a sua escolaridade? Primeiro Primeiro grau grau incompleto incompleto Primeiro Primeiro grau grau completo completo Segundo Segundo grau grau incompleto incompleto Segundo Segundo grau grau completo completo Superior Superior incompleto incompleto

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5. Qual sua profissão? Designer, Arquiteta, Psicóloga, Designer, Designer, Designer, Designer, Gerente Financeiro, Auxiliar Administrativo, Agente de Organização, Advogado, Pedagoga, Técnico em Logística, Conferente, Desenhista Mecânico. 6. Qual o cargo que você ocupa? Estagiário, Arquiteta Professora, Empresária, Assistente Acadêmico, Estudante, Proprietário, Gerente Financeiro, Auxiliar Administrativo, Agente De Organização, Advogado, Analista, Treinamento & Desenvolvimento, Conferente 7. Quais os serviços usados no seu local de trabalho? Manutenção de Equipamentos Serviços de Limpeza Serviços de Alimentação Atividade física Outro

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8. Qual seria a forma de melhorar a qualidade do seu ambiente de trabalho? Melhorias na Melhorias na iluminação iluminação Melhorias no Melhorias no mobiliário mobiliário Purificar o ar Purificar o ar Aromatizar o Aromatizar o ambiente ambiente Personalizar o Personalizar o ambiente ambiente

9. Você usa aromatizantes de ambientes?

SimSim NãoNão

10. Que tipo de aromatizante você prefere? IncensoIncenso Spray Spray Óleo Óleo essencial essencial Evaporação Evaporação Outro Outro

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11. A diversidade de aromas é importante no seu dia a dia?

SimSim Não Não

12. Quais as sensações despertadas pelos aromas que te agradam? Relaxante Relaxante Refrescante Refrescante Revigorante Revigorante Estimulante Estimulante Aconchegante Aconchegante OutroOutro

13. Seu trabalho é estressante?

Extremamente Extremamente MuitoMuito Um pouco Um pouco MuitoMuito poucopouco Nem um Nempouco um pouco

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14. Como você define suas atividades profissionais?

Diversificada Diversificada RotineiraRotineira Pontual Pontual Outro

Outro

15. Há oportunidades de criatividade e inovação disponíveis?

Sim Sim Não Não

16. Qual o formato arquitetônico do seu local de trabalho? Salão aberto Salão aberto Subdivisão em em Subdivisão pequenos pequenos espaços espaços Casa reformada Casa reformada Edifício industrial Edifício industrial

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17. Qual a área (m2) aproximada da sala onde trabalha? 30, 30,diversos, 40m, não sei, 14, 25, 125 m², 7m, 12, 40, 4 x 4, 1000, 20, 300, 100m2, 30, 500, 600, 20, 4m x 3m, 20, 17,5, 15, 50m2, 30m², 50, 20, 15 m2 18. Quantas pessoas trabalham na mesma sala que você? 8, 1, em média 30, 2, 2, 0, 2, 2, 2, 5, 2, 10, 4, 5, 14, 35, 100, 6, 20, 13, 6, 6 pessoas, 2, 1, 2, 5, 20, 6, 4, 4 19. Como é a ventilação em seu ambiente de trabalho? Janelas Janelas

Exaustores

Exaustores Ventiladores

Ventiladores

Ar condicionado Ar condicionado local local Ar condicionado central Ar condicionado

central

20. Qual o tipo de iluminação no seu local de trabalho? Luz fria Luz fria Luz quente Luz quente Luz Luz incandescente incandescente Luz natural Luz natural Outro Outro

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21. Você gostaria de ter mais alternativas de alterações sobre a iluminação?

Sim Sim Não Não

22. Em caso positivo, assinale as opções de seu interesse:

Cor da Cor luz da luz Intensidade Intensidade da da luz luz DireçãoDireção da luz da luz Foco daFoco luz da luz Outro Outro

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Aromaterapia

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análise e síntese da pesquisa

Os dados da pesquisa mostram que profissionais de áreas distintas passam por momentos de estresse moderado no seu dia a dia de trabalho, apesar de manterem atividades diversificadas e pouco repetitivas. Essa situação é característica da chamada economia criativa. A totalidade dos entrevistados considera a possibilidade de melhorias em seus locais de trabalho, sendo que 60% indica a personalização do ambiente, 37% indica a purificação do ar e 27% indica a aromatização do ambiente. A partir do que se conclui que a proposta de um equipamento com os recursos de aromatização, purificação e umidificação, seria pertinente ao ambiente de trabalho contemporâneo. entrevistas com os especialistas

Ricardo Botelho, diretor da Neurobusiness Inteligence entrevista com

Que tal ganhar mais clientes e fidelizá-los de uma forma moderna com embasamento científico? O Neurobusiness é a aplicação da Neurociência na estratégia de negócios e vem se tornando cada vez mais presente no planejamento empresarial para atrair mais clientes. O Neurobusiness é utilizado por empresas que buscam identificar o comportamento humano para desvendar as reais necessidades do cliente. O foco é aumentar a competitividade por meio do entendi-

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mento da lógica do consumidor, o que o leva a adquirir um bem ou produto. De acordo com Ricardo Botelho, diretor da Neurobusiness Inteligence, empresa que surgiu em 2007 da fusão entre a Vetorial Marketing e o INA-PNL (Instituto de Neurolinguística Avançada), a percepção sensorial é um dos maiores diferenciais nos negócios. “O Marketing Sensorial, também batizado como Marketing de Experiência, é uma estratégia para buscar a fidelização do consumidor por meio de um processo de diferenciação na prestação do serviço e relacionamento com o cliente. É preciso avaliar a experiência com o ambiente, o atendimento, os produtos e os processos. Trata-se de remeter o consumidor a uma percepção de valor única e inequívoca, proporcionando-lhe uma vivência memorável que o estimulará a repetir e difundir a experiência de consumo, independentemente do preço”, explicou. Ricardo afirma que “as motivações para compra são originárias de necessidades objetivas e necessidades psicológicas do consumidor” e ao utilizar a neurociência com foco em negócios é uma atitude que contribui para desenvolver formas mais atraentes de fidelizar o consumidor de uma maneira inteligente e valiosa. “Trabalhamos para entender o comportamento do consumidor tanto no meio físico como no meio digital. Realizamos a análise do posicionamento do negócio, composição de produtos e serviços, análise das variáveis de marketing da empresa, objetivos e planos de comunicação, ações de comunicação e divulgação, estrutura e serviços”, ressaltou. De acordo com a definição, a Neurociência busca compreender como se forma a opinião de um indivíduo por meio do enten-

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dimento individual da percepção do ambiente. “Usamos os cinco sentidos para ler o ambiente, depois disso nosso cérebro exprime sensações que criam a opinião sobre o momento. O resultado é a ação de consumir ou não”, disse. É nesse momento que o neurobusiness é usado para encantar e surpreender o cliente. entrevista com

Felipa Couto da AYENSI –

marketing sensorial

É notória a tentativa das Marcas na criação de mensagens, conteúdos e formas de abordagem e experiências diferenciadoras. Os sentidos estão cada vez mais presentes na comunicação publicitária, em que medida é que podem influenciar o Consumidor? No nosso caso, a utilização de aromas e do sentido olfativo permite-nos desenvolver a vertente que está diretamente ligada ao sistema límbico, responsável pelas nossas memórias e emoções. Consciente ou inconscientemente, os aromas vão para além da percepção, com forte impacto sobre as nossas emoções. Aromas fazem-nos decidir instintivamente, proporcionam ambientes de bem-estar que se refletem na decisão da compra. Como parte de uma estratégia de promoção da marca, os Aromas ajudam os consumidores na identificação e reconhecimento da mesma, fidelizando-os. O Olfato é a nova fronteira do Marketing Emocional. Como é que se conjugam os argumentos racionais do produto (suas características, vantagens) com uma dimensão emocional? Como é que se consegue este equilíbrio? Fonte: Tibana, Andreza, Entrevista com Ricardo Botelho, diretor da Neurobusiness Inteligence < http://www.pensandogrande.com.br/neurobusiness-ciencia-e-negocios-unidospara-atrair-mais-clientes/ > Acesso em 09 nov. de 2012

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As marcas que apostam nesta forma de comunicar acreditam que este conceito é um complemento essencial à sua estratégia de comunicação, uma vez que utiliza as emoções como pilar. É uma forma de adicionar mais valor, por exemplo, à imagem, à embalagem, ao local de promoção dos produtos aos espaços, etc. Efetuado de forma correta e ajustada à medida de cada Cliente/Marca, traz resultados rápidos não só ao nível de um maior envolvimento do Cliente no momento de “contacto” com o aroma, mas também a um envolvimento a longo prazo (memória), obtendo-se uma maior identidade da marca e um melhor reforço da mensagem a transmitir. Como se escolhe uma cor ou um odor para uma marca? Escolhe-se ou cria-se um aroma da mesma forma como se trabalha a definição de um logótipo ou imagem de campanha. Se formos envolvidos desde o início, trabalhamos o briefing que transmite os objetivos, valores e características dessa marca. Por exemplo, características como energia, cor, frescor, podem levar aos aromas cítricos. Existem estudos que comprovam a sua influência no comportamento do consumidor? Através de mensagens que atinjam o lado direito do cérebro? O que se pode obter quando ativada o “gene do consumo”? O Cliente permanece mais tempo na loja? Fica mais relaxado o que o leva à predisposição de comprar mais? Passa a recordar a Marca associando-o à emoção transmitida? Profissionais do Marketing afirmam, há mais de 20 anos, que existe uma forte ligação entre o consumidor e o Aroma existente

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num determinado local, promovendo não só um sentimento de bem-estar, bem como um sentimento de pertença. Já existem vários estudos publicados, sobre a resposta de indivíduos aos aromas, bem como a ligação da utilização de aroma a música e a imagens. Estudos mostram que a difusão de um aroma agradável, difundido a um nível equilibrado, pode melhorar a experiência do cliente, aumentar a produtividade no local de trabalho, diferenciar uma marca e incrementar as vendas. Dos sentidos tradicionalmente utilizados, o som (música), passamos ao cheiro, à textura. Quais as grandes inovações neste domínio? Quais os canais onde melhor funcionam estas técnicas, ponto de venda, catálogos, Direct Mail? No caso do aroma, e sendo este um forte complemento a uma estratégia de marketing/comunicação, podemos considerar que a aplicação do mesmo em Pontos de Venda tem resultados bastante positivos, contudo esta experiência deve sempre ser transportada o tanto quanto possível para os restantes canais. Qual foi o sentido mais surpreendente solicitado à vossa empresa? No nosso caso o aroma solicitado mais surpreendente foi o de Frango Assado!

Fonte: Editor, Entrevista com Felipa Couto da AYENSI – Marketing Sensorial <http://www.forumdirecto.com/expertcenter/opiniao/as-sensa%C3%A7%C3%B5esajudam-a-vender.aspx> Acesso em: 09 de Nov. 2012

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“status quo” e histórico do produto aromatizador de ambiente

O homem usa plantas aromáticas desde a pré-história. Começou a conhecer melhor as plantas a partir da Idade da Pedra Lascada, pela passagem de nômade a agricultor. Na idade da pedra polida começou a extrair óleos graxos dos vegetais e a desenvolver uma aromaterapia rudimentar. Aborígenes australianos já utilizavam plantas aromáticas para auxiliar na sua adaptação às condições extremas do seu ambiente há 40.000 anos. No entanto, as primeiras culturas consideradas a utilizar aromaterapia em larga escala foram a egípsia, a chinesa e a indiana, onde com certeza, a pratica é mais antiga.

A aromaterapia saiu do Egito para a Grécia e da lá para o Império Romano, onde o incensário era na sua origem uma espécie de panela de argila ou metal com brasas acesas, para acender os círios com que se abria o cortejo do imperador romano. Os papas adotaram esse costume, e o turíbulo apareceu não só no cortejo do Papa e do Santo Evangelho, mas também ao redor do altar, umas vezes no chão, outras suspenso no ciborium. No século IX

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aparecem as incensações do altar, do clero, e dos ministros, incensações estas que se multiplicaram nos séculos seguintes. Braseiros queimando ervas, incensários, óleos aromáticos aquecidos com água em pequenos difusores cerâmicos, todos esses métodos milenares para aromatizar ambientes permanecem em uso até os dias de hoje e poucas inovações surgiram desde então. O uso da energia elétrica para a difusão dos aromas em peças de design arrojado adaptaou a pratica aos modos contemporâneos.

Incensário egípcio, bronze, 712-404 A.C.

Incensário bizantino, Constantinopla, prata, 602-610 B.C.

Incensário fracês, Séc. XVI The Cloisters Collection, 1925.

Aromatizador elétrico

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umidificador de ambiente

Umidificadores de ambiente

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A qualidade do ar de ambientes climatizados está atrelada aos parâmetros de temperatura, umidade relativa, velocidade de deslocamento em relação aos ocupantes e a renovação de ar. O controle da umidade se faz item imprecindível e com números recomendados da ordem de 40% a 60%, evitará a formação de bactérias e fungos. É preciso salientar que a alta umidade relativa é sinônimo de proliferação de microrganismos e o baixo índice, causador de efeitos negativos como dores de cabeça, irritação nos olhos, rompimento de vasos do nariz e garganta seca. Um umidificador torna o ar menos seco ou mais úmido, liberando a umidade no ar, as tecnologias utilizadas hoje são: umidificador evaporativo – Com reservatório, pavio e ventilador. A água é absorvida do reservatório pelo pavio, que também funciona como um filtro. Um ventilador na direção do pavio faz que o ar absorva a umidade, quanto mais alta a umidade relativa do ar, mais difícil de evaporar a água do filtro, ele é auto-regulável: conforme a umidade aumenta, a quantidade de vapor de água eliminada diminui. Este umidificador tem menor possibilidade de liberar poeira branca com a umidade. umidificador impulsor – Um disco rotativo lança a água sobre um difusor onde ela é partida finamente, e depois liberada no ar. Um umidificador de névoa fria, como este, abaixa a temperatura do ambiente em 1 ou 2 ºC, ele libera quaisquer minerais ou microorganismos contidos na água junto com a neblina, e por isso, o uso de água destilada é aconselhável. umidificador a vapor – O vaporizador ferve a água e libera o vapor na atmosfera. Ele permite a adição de medicamentos na água, que são projetados com o vapor. Umidificadores a vapor

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são melhores para a saúde, porque o vapor de água fervida não contém quaisquer minerais ou microorganismos nocivos. Os minerais tendem a se acumular ao redor do componente de aquecimento e exigem limpeza constante. Este tipo de umidificador aquece o ambiente em 1 ou 2 ºC. umidificador ultrassônico – Umidifica ao criar uma neblina fria através de um diafragma que vibra em frequência ultrassônica. São silenciosos, precisam ser limpos regularmente e não selecionam os elementos que colocam no ar, como minerais e microorganismos. purificador de ar

Purificador de ar

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O propósito de um purificador de ar é remover vários tipos de contaminantes nocivos e irritantes do ar. Estes contaminantes podem ser na forma de pó, pólen, pelos de animais, ácaros, mofo ou fumaça. Os principais utilizadores de purificadores de ar são alérgicos e pessoas com problemas respiratórios, como asma.

Máscara de gás de Humboldt, 1799

O conceito de purificador de ar começou com um respirador de ar protetor usado sobre a boca e o nariz. Seu propósito era filtrar o ar respirado através da unidade, protegendo assim o portador de inalar quaisquer gases, fumos, vapores ou partículas de poeiras nocivas.

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Leonardo da Vinci teve a ideia de tecidos finos, que mergulhados em água, poderiam proteger os marinheiros de respirar quaisquer pós-tóxicos, usados como armas. Em 1799, Alexander von Humboldt surgiu com um tipo primitivo de respirador que ele usou enquanto era um engenheiro de minas, mas na verdade, o primeiro respirador purificado de ar, desenvolvido por Lewis P. Haslett recebeu sua patente em 1848. Seu “Haslett’s Lung Protector” para filtrar a poeira do ar. Em 1879, uma máscara em forma de taça que se tornou amplamente utilizada para uso industrial foi patenteada por Hutson Hurd. H.S. A Hurd’s H.S. Cover Company, que fabricava essas máscaras, produziu-as até a década de 1970.

1900s - Máscara de John Stenhouse

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Durante a década de 1940, o U.S. Army Chemical Corps and the U.S. Atomic Energy Commission dos EUA desenvolveu os primeiros filtros HEPA para ajudar na proteção contra agentes radioativos da guerra química. Esses “filtros protetores coletivos”, como eram inicialmente chamados, foram renomeados “filtros HEPA”, que era um acrônimo para unidades de filtro de “ar de partículas de alta eficiência”.

Filtro HEPA

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Os filtros HEPA foram projetados com quadros rígidos e tinham uma taxa de “eficiência de remoção de partículas mínimas” de 99,97%, quando operado em uma taxa específica de capacidade de fluxo de ar. Eles foram usados durante o desenvolvimento da bomba atômica, como parte do “Projeto Manhattan”. Após a II Guerra Mundial, o governo desclassificou a tecnologia de filtro HEPA, permitindo que fosse usado para uso comercial e residencial. Contatada pelo governo dos EUA a Arthur D. Little, Inc. desenvolveu o primeiro “filtro absoluto”, completamente resistente ao fogo. Com o passar do tempo, a preocupação com a toxicidade das suas fibras de amianto inaladas cresceu, e seu uso comercial nos filtros foi abandonado. O surgimento do primeiro purificador de ar foi em 1963, quando Klaus Hammes, um engenheiro mecânico alemão, criou um sistema de filtragem simples para usuários residenciais alemães. Este sistema era composto por uma almofada que usava ímãs para anexá-lo à saída de ar dos fornos de carvão domésticos. O filtro foi projetado para capturar a poeira encontrada no ar frio enquanto era aquecido através do forno. Ele ajudou a reduzir a acumulação de fuligem encontrada nas paredes dos fornos e se tornou o primeiro sistema de purificação de ar para uso residencial. Ao longo do tempo, os consumidores perceberam que o sistema de filtro também reduzia crises de asma e aliviava os sintomas da alergia. Durante o fim da década de 1960 e na década de 1970, Klaus Hammes desenvolveu outros produtos baseado no seu sistema de filtro inicial. Com a ajuda de seu filho Frank, eles criaram um filtro de ar de cabine para os automóveis da Mercedes-Benz. Em 1994, Frank trabalhou com engenheiros da Suíça e Alemanha,

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para pesquisar e construir o primeiro purificadore de ar compacto altamente eficaz do mundo. Em 1998, o primeiro “IQAir HealthPro Plus” purificador de ambiente deixou sua linha de produção europeia. Hoje há muitas variações de purificadores de ar no mercado, disponíveis para uso doméstico e comercial. A seguir estão alguns dos tipos mais comuns: irradiação germicida ultravioleta – este tipo de filtro de ar esteriliza o ar forçado do ventilador que passa por lâmpadas UV. filtro HEPA- partículas contaminadas de ar passam através de um filtro de ar forçado e ficam presas no interior do filtro. carvão ativado – este material poroso absorve substâncias químicas que estão em um estado molecular. Ele não pode absorver grandes partículas contaminadas. Geralmente é usado com outros tipos de tecnologia de filtro e é mais eficaz na filtragem de gases nocivos. purificador ionizador – esse tipo de purificador de ar usa superfícies carregadas electricamente para gerar gás íons ou ar eletricamente carregados. Estes íons carregados juntam-se a qualquer partícula em suspensão encontrada no ar e são capturados por uma placa coletora. Purificadores ionizador liberam vestígios de ozonio no ar, mas a quantidade está dentro dos limites de segurança. Os purificadores de ar atravessaram um longo processo de desenvolvimento ao longo dos séculos. Desde o básico dispositivo de boca e nariz aos avançados sistemas usados hoje. Como os poluentes ambientais continuam a ser um subproduto de avanços tecnológicos, purificadores de ar vão continuar a ser um produto altamente necessário.

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pré-requisitos do projeto

1. purificador de ar: Filtra o ar para a retirada de partículas em suspensão, contaminantes químicos e orgânicos; 2. umidificador de ar: Pulveriza vapor d’agua para restabeler o nível de umidade relativa do ar de acordo com o recomendado; 3. aromatização: Dispersa aromas no ar para contribuir com a formação de estados mentais e emocionais determinados. recursos do produto

1. purificador de ar: - O equipamento purifica o ar através das seguintes tecnologias: filtro HEPA, filtro de carvão, filtro PCO e tecnologia UV. o Filtro HEPA – Filtros HEPA removem 99,97% das partículas de até 0,3-micrômetros, mas geralmente são mais eficazes para filtrar partículas maiores. Em ambientes com pó, um filtro HEPA pode acompanhar um filtro convencional (pré-filtro), que remove as impurezas mais grosseiras, para que possa ser limpo com uma frequência menor. o Filtro de carvão – AA filtragem de carbono é um método que usa um pedaço de carvão ativado para remover contaminantes e impurezas, através da adsorção química. Cada pedaço de carvão é projetado para permitir a maior exposição

73


possível de contaminantes à medida do filtro. Filtros de carvão são eficazes na remoção de compostos orgânicos voláteis, sedimentos e cloro da água. Eles não são eficazes na remoção de minerais, sais e dissolvido compostos inorgânicos. o Filtro PCO – Oxidação fotocatalítica (PCO) é uma tecnologia emergente na indústria de “aquecimento, ventilação e ar-condicionado” (AVAC). Sistemas de oxidação fotocatalítica são capazes de oxidar e degradar completamente contaminantes orgânicos, ele utiliza luz ultravioleta de onda curta (UVC), comumente usado para esterilização, para energizar o catalisador (geralmente de dióxido de titânio) e oxidar bacteria e vírus. Unidades PCO podem ser montadas no duto em um sistema de climatização de ar forçado, já existente. O PCO não é uma tecnologia de filtragem, pois não intercepta ou remove partículas, ele costuma ser associado a outras tecnologias de filtragem para purificação do ar. o Filtro UV – A radiação UVC é usada para tratamento do ar, além do tratamento da água. É usado para desinfecção de ar, superfícies e ar-condicionados. Sua radiação (UV) atinge o material genético dos microorganismos (DNA), impedindo sua multiplicação. A luz ultravioleta faz parte do espectro eletromagnético não visível, com comprimentos de onda entre 100 e 400 nanômetros (nm). É semelhante à luz visível e abrange as faixas: UV-A, UV-B e UV-C germicida. - O sistema de purificação mede: 114mm de altura X 254mm de largura x 215mm de profundidade, de forma similar ao produto americano Germ Guardian AC4010; - Cobertura: 80m² - Peso: 1,5kg

74


2. umidificador de ar: - Usa a tecnologia ultrassônica, que através de vibrações de altafrequência gera uma neblina ultrafina que é projetada no ambiente e imeediatamente evaporada; - O sistema de umidificação mede: 110mm de altura x 65mm de largura x 80mm de profundidade mais reservatório de 1l, similar ao produto AOS 7146 Travel Ultrasonic, da empresa suíça Air-O-Swiss; - Reservatório de água com capacidade de 1000ml; - Autonomia de 24 horas; - Cobertura: 60m² - Peso: 0,8kg

3. aromatização: - O equipamento de aromatização usa a tecnologia do Sistema Olfactive Spirit Pro® da empresa Signature Olfative, o sistema funciona através da difusão molecular, que é um procedimento a seco, sem dispersão de líquidos, resíduos e sem risco de saturação olfativa para a dispersão de fragrâncias no ambiente. - O sistema de purificação mede: 205mm de altura x 175mm de largura x 55mm de profundidade, de forma similar ao produto francês Olfactive; - Cobertura: 60m² - Peso: 0,95 kg com dois cartuchos cheios.

75



CAPÍ TULO III O PROJETO


conceito do projeto


O

conceito deste projeto diz respeito à qualidade de vida nos ambientes corporativos e a proposição de um produto viável para atingir este objetivo. A Qualidade de Vida contempla a integração de duas concepções importantes. Uma delas refere-se à subjetividade ou os aspectos percebidos pela pessoa sobre suas condições físicas, emocionais e sociais. A outra está relacionada com a objetividade das condições materiais, ou sobre a vida de relações estabelecidas pela pessoa com o meio ambiente. Ambos os aspectos influem no dia-a-dia das pessoas em todas as situações a que se expõem para viver. O conceito reúne as funções de Aromatizador, Purificador e Umidificador de ar que, usadas juntas ou separadamente, contribuem para um bom ambiente de trabalho. Valendo-se da importância da percepção dos sentidos, o produto explora as sensações olfativas e o impacto causado por elas no estado emocional e psíquico do usuário, seja no âmbito individual ou coletivo, no que diz respeito às relações entre as pessoas. Tendo a aromatização como um de seus recursos, o produto utiliza aromas dispersos no ambiente para promover o bem estar através da sua inalação. Os efeitos destes aromas servem aos mais variados propósitos, em ações possíveis de endomarketing ou marketing olfativo, ou seja, em ações de endomarketing ele proporciona o bem-estar geral dos profissionais em seu ambiente de trabalho e em ações de marketing, quando usados por uma empresa, atraem o interesse dos consumidores e a simpatia pela sua marca, produto ou serviço. Sempre com o foco no sentido olfativo e seu sistema, mas agora pensando em seus aspectos objetivos, é necessário considerar a

79


qualidade do ar nos espaços fechados dos ambientes corporativos, que usam sistemas de climatização e afetam de modo significativo a sua saúde humana. Para contribuir com a melhoria da qualidade do ar nos ambientes, o produto inclui sistemas de purificação e umidificação, que proporcionam ao ambiente um ar de melhor qualidade que o ar exterior, tanto em umidade, como no combate a contaminação provocada pela concentração de gases nocivos, micro-organismos, fungos, bactérias e material particulado que circulam através dos sistemas de ar condicionado. Em congruência com os objetivos do projeto, a expressão visual e linguística do produto, tem sua inspiração em formas orgânicas ancoradas nas crisálidas e nos casulos do bicho da seda para transmitir aconchego e bem-estar.

80


painÊis semânticos


estilo de vida

I

pessoas e agentes

Apresenta uma síntese das pessoas em seu espaço de trabalho e os estados emocionais que contribuem para que desempenhem com qualidade e de forma produtiva.

Uma pessoa com entusiasmo no trabalho, que se mantenha em equilíbrio (1) e relaxada (3), contribui para a felicidade (2) e a sinergia (4) do grupo, que bem integrado pode alcançar o êxito (5) profissional.

82


1

2

3

5

4

83


estilo de vida

II

ambiente

Ao pesquisar o estilo de vida do profissional em ambientes corporativos e o dia a dia de um escritório chega-se às imagens, que mostram quais as condições que podem proporcionar seu bom desempenho neste ambiente

Um ambiente saudável (6), que tenha a possibilidade de ser personalizável (7), trazendo para o espaço um pouco da identidade das pessoas, mas também da empresa em que trabalham. Um lugar alegre (8), agradável (9), que seja leve (10) e tranquilo (11) pode resultar em um ambiente criativo (12) e produtivo (13).

84


6

8

10

7

9

11

12 13

85


tema visual

objeto formas

Mostra a síntese da expressão visual e linguística do produto, que fazem parte do conjunto de valores que compõe seu universo.

Inspirado na forma orgânica da crisálida (14) e dos casulos (15) do bicho da seda para transmitir seu aconchego e ao mesmo tempo seu aspecto escultural (16), o produto tem caráter sensorial (17) pela interferência que faz no ambiente com o uso dos aromas, que remetem ao antigo incensário (18). Ele valoriza o espaço que ocupa por seu um objeto decorativo (19).

86


14

15

17 16

18

19

87


expressão do produto

objeto atributos

Síntese dos atributos que compõe o produto.

Um produto de linguagem amigável (20) e inovador (21), que provoque interesse por sua tecnologia atual (22), que agrade por sua elegância (23), pelo apelo sustentável (24) não apenas de suas funções, mas também da escolha dos materiais empregados, e pela multiplicidade (25) de seus recursos.

88


20

21

22 23

24

25

89


estudos ergonômicos

ergonomia é saúde

Segundo a definição dada pela Ergonomics Research Society, ergonomia é “o estudo do relacionamento entre o homem e o seu trabalho, equipamento e ambiente, e particularmente a aplicação dos conhecimentos de anatomia, fisiologia e psicologia na solução dos problemas surgidos desse relacionamento”. Qualquer pessoa que trabalha em um computador deve compreender que um mau posicionamento, combinado com falta de intervalos no trabalho, pode causar lesões musculoesqueletais. Em geral, as empresas não precisam de muitos equipamentos nem inspecionar completamente o local de trabalho, mas é preciso conhecer as causas dos principais problemas de ergonomia e fazer uma prevenção no local de trabalho. Tornar o ambiente de trabalho mais harmonioso e produtivo é um dos grandes desafios das empresas. Para isso, o uso da aromaterapia oferece excelentes resultados tanto para funcionários como para clientes que frequentam o local, auxiliando pessoas a lidar com suas emoções derivadas do estresse do dia a dia, tais como ansiedade, tensão e irritabilidade, por exemplo. Usando os aromas no ambiente de trabalho, o profissional obtém respostas emocionais favoráveis em sua psique.

90


ergonômia do objeto

processos de operação do produto

Sistema de abertura da peça

91


Peรงa fechada

92


purificador

Abertura do purificador

Troca de filtro

93


umidificador

Abertura do umidificador

Abastecimeneto do reservat贸rio de 谩gua

94


aromatizador

Abertura do aromatizador

Troca do cartucho de aromas

95


luz led

Luz LED

Abertura da peça de iluminação

96


uso do controle remoto

97


estudos de materiais e processos material

– abs

o material escolhido é o acrilonitrila-butadieno-estireno (abs)

Componentes do ABS Componentes

Principais características

Acrilonitrila

Resistência térmica e química

Butadieno

Resistência ao impacto e alongamento

Estireno

Brilho, moldabilidade e rigidez

Tabela: Componentes do ABS

Fisicamente é um material leve, fácil de moldar, mas ainda assim resistente, podendo ser utilizado entre os -25ºC e os +60ºC. De modo geral os termoplásticos apresentam elevada resistência a impactos, mais fácil processamento e maior capacidade de adaptação a projetos de natureza complexa do que os termofixos. O ABS, embora muito tenaz, é duro e rígido, possui resistência química aceitável, baixo índice de absorção de água e, portanto, estabilidade dimensional. Além disso, apresenta ainda alta resistência a abrasão. Alguns de seus tipos são facilmente submetidos à galvanoplastia. A produção de um quilograma de ABS requer o equivalente a cerca de dois quilogramas de óleo em matérias-primas e energia. Tem a vantagem, entretanto, de também poder ser reciclado. Os ABS são encontrados em vários tipos e apresentam diferentes níveis de resistência a impactos, ao calor, ao retardamento

98


de chama e de capacidade para galvanização. A maioria das resinas ABS varia da cor translucida à opaca, embora também possam ser pigmentadas para reproduzir praticamente todas as cores. Podem ser encontradas em tipos adequados para moldagem por injeção, extrusão, por sopro, expansível e para conformação a quente. Alguns tipos de ABS são compostos com outros tipos de resinas com a finalidade de atingir propriedades especiais. O ABS é responsável pela facilidade de moldagem. Outras resinas ABS são empregadas para alterar a rigidez do PVC para sua utilização em tubos, chapas e peças moldadas. Os plásticos ABS oferecem um bom equilíbrio entre resistência á tração, ao impacto e à abrasão, dureza superficial, rigidez, resistência ao calor, propriedades em baixa temperatura, resistência química e características elétricas. Esse material cede plasticamente quando submetido a grande esforço, de modo que o problema de alongamento raramente adquire importância significativa em seus projetos. Normalmente a peça pode ser curvada alem do seu limite de elasticidade sem que venha a se romper, embora enfraqueça por fadiga. As características de impacto das resinas ABS são excepcionais à temperatura ambiente e em determinados tipos de resinas, mesmo à temperatura de -40ºC. A reciclagem de ABS segue os padrões normais de reciclagem de outro termoplástico.

99


processo

– injeção

O processamento por injeção consiste em fundir a matéria-prima para que possa ser injetada num molde com a geometria da peça desejada, onde permanece até se atingir um arrefecimento que permita a sua desmoldagem. Quando isso acontece o molde abrese e a peça é expelida, reiniciando-se então a o processo para criação de uma nova peça. A injeção é um processo descontínuo. Este processo tem as seguintes vantagens: - Podem produzir-se peças de elevada qualidade com alta velocidade de produção; - O processo tem custos laborais relativamente baixos; - Pode atingir-se um bom acabamento superficial na peça moldada; - O processo pode ser grandemente automatizado; - Podem fabricar-se formas complicadas. E algumas desvantagens: - O elevado custo do equipamento faz com que seja necessário produzir um grande volume de peças, de modo a compensar o custo da máquina; - O processo tem de ser rigorosamente controlado, para que se obtenham produtos de qualidade. - Plásticos como o policloreto de vinilo, o polietileno, o poliestireno e os acrílicos são produzidos por este processo.

100




CAPÍ TULO IV DESE NHOS, ILUS TRAÇÕES E MODELO


estudos preliminares (roughs)

Crisรกlidas e Casulos

104


105


Crisรกlidas e Casulos

106


107


Estudo Formal – Evolução dos desenhos

108


109


110


Forma escolhida

111


112


ilustração

sketches

Sketch 1 – Peça

113


Sketch 2 – Peça

114


Sketch 3 – Estudo da abertura

Sketch 4 – Peça aberta

115


modelagem

3d

Peรงa I

116


Peรงa II

117


Vistas do produto

118


119


Ambientação

120


121


Ambientação

122


123


Branco

Cinza

Cores

124


Grafite

Marrom

125


1

2

4

3

143,1

A

565,1

B

294,9

C

151,8

D

21,5

115,9

E

F

230,6

126 1

2

3

4


6

5

7

Nº DO ITEM 1 2 3 4 5

8

Nº DA PEÇA /QTD. PAFLON COMPLETO 1 PURIFICADOR 1 UMIDIFICADOR 1 AROMATIZADOR 1 LED 1

A

B

1

C

599,8

2

D

3

25,3

24,4 4

5

23,1

ESC 1:9

28

NÃO MUDAR A ESCALA DO DESENHO

REVISÃO

TÍTULO:

VISTA GERAIS E PERSPECTIVA DA PEÇA

A3

DES. Nº

ESC. 1:5

127 FOLHA 1 DE 6


1

A

2

4

3

A 142,2

80,7

A A

B

3,1

14

2,2

142,2

C

141

,3

ESC. 1:5

B

C

2 Fio Padrรฃo de Mercado com cabo de aรงo embutido

6,2

D

3

Cores: Preto ou Branco dependendo do acabamento da peรงa

600

E

F

128 1

2

esc.: 2:1 3

esc.: 5:1 4


6

5

7

Nº DO ITEM A B C

8

Nº DA PEÇA PAFLON FIO ARREMATE DO FIO

QDT. 1 1 1

A

R5

1,2

9,2 2,2

B

A

SEÇÃO A-A ESCALA 1 : 2

C

B

2

D

Peça Padrão de Mercado

3,2

C

ESCALA: 1:5

6,2

NÃO MUDAR A ESCALA DO DESENHO

REVISÃO

TÍTULO:

4,

CONJUNTO FIAÇÃO E PAFLOM

3

A3

DES. Nº

129 FOLHA 2 DE 6


1

4

3

A 236

D

294,9

A

2

D

1

233,3

228,2

B

228,3 SEÇÃO D-D ESCALA 1 : 5

226,7

B

126,2

F

C/D

entradas de ar

,4

3 R4

120,8

R35,2 58,8

215,8

TRUE R6

D

8 entradas de ar

10

163,1

251,8

C

F

SEÇÃO F-F ESCALA 1 :

filtro

26,1 3

116,2

12,6

45,5

ESC.: 1:3 E

E TRUE R7,5

saídas de a G

R67,3

224,5

56,8

146,8

188,9

50,4

60 47

162,8

58,6

13

encaixe

F

estrutura

130 1

13,9 G

2

3

4


6

5

7

Nº DO ITEM A B C D E

2 Encaixe da tampa

8

Nº DA PEÇA PURI-CAPA PURI-SISTEMA PURI-FILTRO PURI-ESTRUTURAFILTRO PURI-TAMPA

QDT. 1 1 1 1 1

A

A

DETALHE E ESCALA 5 : 1

B

B passagem de fiação

C

C

36,1 D

5

16

H

2 2

3

9,3

3

D

E

8

ar

11 eixo femea

15

157,9

ESC.: 1:7 NÃO MUDAR A ESCALA DO DESENHO

REVISÃO

8,9 TÍTULO:

CONJUNTO PURIFICADOR SEÇÃO G-G ESCALA 1 : 5

DETALHE H ESCALA 1 : 1

A3

DES. Nº

131 ESCALA 1:10

FOLHA 3 DE 6


4

3

D

2

TRUE R29

I

2,3

233,3

TRUE R100

I 1

8

10,3

9,9

saídas de ar

194,1

A

225,6

A

2

199,5

1

0,9

0 R1

DETALHE S ESCALA 1 : 1

B

TRUE R1,5

PEGA JARRA

R15

13,5

B

E

103,3

K

250,5

J

C

118,7

J

92,1

K

TRUE R

D

SEÇÃO J-J ESCALA 1 : 2 sistema igual de cafeteiras volume total: 1.442 ml

136,3

C E

,9 09 R1

SISTEMA DE EIXO M

99,4

8,3 F

180,3

35,6

132 1

2

3

4


6

5

7

Nº DO ITEM A B C D E

101,6 saída de vapor

106,7

sistema igual de cafeteiras

9,5

8

Nº DA PEÇA UMID-TAMPA UMIDI-GARRAFA UMID-CASCAINTERNA UMID-SISTEMA UMID-CASCA

QDT. 1 1 1 1 1

A

A

149,8

passa fio

B

SEÇÃO I-I ESCALA 1 : 5

B

233,6

C

152,1

249,6

C

D

156,4

R3

D

2

SEÇÃO K-K ESCALA 1 : 5

E

6

8

10

0,9 esc.: 1:7

2,3

NÃO MUDAR A ESCALA DO DESENHO

REVISÃO

MACHO DETALHE L ESCALA 1 : 1

TÍTULO:

CONJUNTO UMIFICADOR

A3

DES. Nº

133 FOLHA 4 DE 6


1

A

2

TRUE R1,5

TRUE R4

4

3

B

SAÍDA DE AR

A

TT

V 168,9

TRUE R10 TRUE R25

V

B

60

22,8

eixo femea

16,2

R5

2

106,9

7,9

TRUE R45

11

15

2

C

8,9 DETALHE U ESCALA 1 : 1

SEÇÃO T-T ESCALA 1 : 3

23

C

W

proteção p/ eixo

SEÇÃO W-W ESCALA 1 : 3

D

W

64,1

49,6

78

17,5

99,1

1,5 D

5

61

passa fio

62

saída de ar

166,3

40,1

E

26,1

53,7

TRUE R10

F

pega p/ refil 1

134 2

3

4


6

5

7

Nº DO ITEM A B C D

SEÇÃO V-V ESCALA 1 : 2

8

Nº DA PEÇA AROM-TAMPA AROM-PORTA-REFIL AROM-SIATEMA AROM-CASCA

QDT. 1 1 1 1

A

A

1,5

99,1

86,5

23,2

100,5

TRUE R10

81,7

B

19,3

72,4

B

C

C

X

SEÇÃO X-X ESCALA 1 : 3

169,3 D

60

X torres parafuso do led

58

4

esc.: 1/3

2,5 NÃO MUDAR A ESCALA DO DESENHO

1,2

1

2,2

R33,7

12

2

10

2

D

REVISÃO

TÍTULO:

CONJUNTO AROMATIZADOR

encaixe cúpula DETALHE Y ESCALA 3 : 1

A3

DES. Nº

135 FOLHA 5 DE 6


1

A

Q

4

3

R0 ,5

66,1

22,3

A

2

Q

SEÇÃO Q ESCALA

B

6

, R30

R 1

67,6

R

R30,6

1

C

B

C

dissipador de calor do led

10

D

5

51,5

circuito

3 E

,2 R2

5

, R20

R26

3,5

R8, 5 F

136 1

2

3

4


6

7

Nº DO ITEM A B C

8

Nº DA PEÇA DISSIPADOR LED e PLACA CUPULA

QDT. 1 1 1

A

2

5

Q-Q 1:1

B

A

SEÇÃO R-R ESCALA 2 : 1 C

B

encaixe da cúpula no Aromatizador

led C

2

D

0

R1,3 ,5

6 R1

esc..: 1:1

NÃO MUDAR A ESCALA DO DESENHO

REVISÃO

TÍTULO:

CONJUNTO LED A3

DES. Nº

led e circuito da LUMINI

137 ESCALA 1:1

FOLHA 6 DE 6


descrição do produto

- Cada uma das três partes acomoda uma função: purificador, aromatizador e umidificador; - A manutenção pode ser feita ao baixar a peça, que usa um cabo retrátil; - As partes são articuláveis, elas giram em dois eixos localizados na lateral da peça; - Usa controle remoto digital, com recursos de programação personalizada para acionar os comandos; - Uma luz de LED na parte inferior da peça indica se está ligada ou desligada; purificador

Características: - O sistema purifica o ar através de filtragem e luz ultravioleta; - Controle de configurações – Controla o tempo de puficação; - Manipulação e manutenção – Filtro removível; umidificador

Características: - O sistema umidifica o ambiente através de tecnologia ultrassônica; - Controle de configurações – Controla o tempo de umidificação, velocidade do ventilador e nível de umidade; - Manipulação e manutenção – O reservatório de água é fácil de abastecer e limpar; - A operação tem baixo nível de ruído;

138


aromatizador

Características: - O sistema aromatizador dispersa aromas no ambiente através da tecnologia Olfactive Spirit® Pro; - Controle de configurações – Controla o tempo e a intensidade da aromatização; - Manipulação e manutenção – O sistema usa cartuchos substituíveis de aromas de fácil manipulação e substituição, sem que haja contato do usuário com o seu conteúdo e tem autonomia de dois meses; - A fórmula dos perfumes é livre de solventes, álcool e depósito de resíduos, não prejudica a saúde e não gera compostos orgânicos voláteis, que se depositam no piso, em paredes e roupas.

139


conclusão O homem precisa encontrar em seu local de trabalho, condições favoráveis ao seu desempenho e a sua satisfação, isso envolve os fatores físicos e organizacionais do ambiente, e a sua subjetividade, ou seja, a forma como as pessoas percebem suas condições físicas, emocionais e sociais. Assim, por meio deste projeto foi possível evidenciar e apontar necessidades que orientaram o desenvolvimento de um produto centrado na qualidade de vida dos ambientes profissionais e de seus usuários, pessoas à vontade em um mundo tecnológico e cujo desenvolvimento profissional requer a constante atualização de recursos e métodos de trabalho. Ao explorar as sensações olfativas e o impacto causado por elas no estado emocional e psíquico do usuário, os recursos do produto foram pensados para promover o bem estar e a qualidade do ar nos espaços fechados corporativos, que frequentemente usam sistemas de climatização e afetam de modo significativo a saúde humana. As investigações mostraram que um ambiente aromatizado e de ar saudável, não só constrói um entorno mais agradável e confortável, como influi positivamente na associação que os trabalhadores fazem da empresa, nos estados de ânimo e, finalmente, na sua capacidade de produzir. A administração de fragrâncias é usada há séculos na melhoria do estado físico e emocional das pessoas e se mostra extremamente eficaz ao ajudar no desempenho dos negócios, quando aplicada nas áreas administrativas ou nas produtivas.

140


A necessidade de criar equipamentos que contribuam para a melhoria da qualidade de vida nos ambientes corporativos justifica este trabalho, afinal, usuĂĄrios conscientes sĂŁo os melhores parceiros em projetos de novos produtos e tornar o ambiente de trabalho mais harmonioso e produtivo ĂŠ hoje um grande desafio para as empresas.

141


referências ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE AROMATERAPIA E AROMATOLOGIA (ABRAROMA). Site disponível em <HTTP://www.aromaterapia.org. br/> Acesso em: 08 nov. 2012. ALKIMIA. O sistema olfativo. Site disponível em <http://alkimia.tripod.com/ sistema_olfativo.htm> Acesso em: 08 nov. 2012 CAPRIOTTI, Paul. Planificación estratégica de la imagen corporativa. 2ª ed. Barcelona: Editora Ariel, 2005. CHIAVENATO, Idalberto. Comportamento Organizacional: a dinâmica do sucesso das organizações. 2ª ed. Rio de Janeiro: Campus, 2005. CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de pessoas: e o novo papel dos recursos humanos nas organizações. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. CORAZZA, S. Aromacologia:uma ciência de muitos cheiros. 1ª ed. São Paulo: Editora Senac, 2002. COSTA, André C. N.; FARIAS, Salomão A. O aroma ambiental e sua relação com as avaliações e intenções do consumidor no varejo. Rev. adm. empres. vol.51 nº.6. São Paulo Nov./Dec. 2011. Site disponível em http://dx.doi. org/10.1590/S0034-75902011000600003 DAVEL, E. & VASCONCELOS, J. (Orgs.). Recursos Humanos e Subjetividade. Petrópolis, RJ: Vozes, 1997. DUL, J. ; WEERDMEESTER, B. Ergonomia Prática. São Paulo: Edgard Blücher Ltda, 1995. HERZ, R. S., Odor-associative Learning and Emotion: Effects on Perception and Behavior. Chemical Senses. v.30, n.1, p.i250-i251, 2005. Disponível em

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anexos Martin Lindstron sexta-feira, 23 de abril de 2010 Martin Lindstrom é autor do livro Brandsense - A Marca Multisensorial. entrevista com

AE - Who is Martin Lindstrom? Martin Lindstrom-I’m an ordinary consumer, just like everyone else, with a very strong passion - and some may say - very deep insight into the world of branding and advertising due to my high level work with Nestle, Microsoft, the Walt Disney Company, Procter & Gamble, Reebok and Unilever. I’m also a person with an inbuilt curiosity - perhaps reflecting many of my global multi-million dollar research projects exploring consumers and our senses using some of the most sophisticated brain research techniques in the world. It may sound ironic - but I am just as everyone else affected by brands. It’s not like I have a magical bullet which protects me from commercial messages - and even though I might be more critical towards what I’m exposed for I still buy brands, watch commercials and shop like everyone else AE - What motivated you to follow this line of research Martin Lindstrom - It has been clear for me over the past years that the majority of decisions we make as a consumer takes place in our subconscious mind. Today we estimate that 85% of all the decisions we make every day are made in our subconscious mind

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- yet the majority - if not all communication appeals to the conscious part of our brain. It simply doesn’t make a sense which is the reason why I in 2004 commenced what has turned out to become the largest NeuroMarketing study in the world.A study combining marketing with science in order to shed some light on what really goes on in the consumers mind as we buy brands AE - How was the word “Buyology” created Martin Lindstrom: It was a 10 months long process - involving my agent, two external agencies, my copywriter team, my publisher, my writer and myself. A lot of titles were developed - at a last count 600 different book titles however none of these seemed to catch. Latterly in the 11th hour my editor came up with the idea inspired from a conversation he’d had at a dinner party pitching the book - everyone was in total agreement about the title and thus the term buyology was Born AE - Did the research have its focus on five senses or is it more widely Martin Lindstrom: One of the key focus areas were to explore the true importance of our senses - as a reflection of this we conducted a major sensory experiment using fMRI in Oxford, England as the first in the world in order to find out the true influence of our senses when buying brands. Buyology however explores a range of other related topics like the future of the logo (which by the way doesn’t seem to promising according to the Buyology study), the true effect of product placement (it doesn’t work at all) or sponsorships (forget it), the correlations between brands and religion (there is one), does sub-

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liminal advertising exist (the answer is yes) and does it work (you bet yea!) - does NeuroMarketing work (we’ve proven that it does) and what is the importance of our senses (amazingly powerful). So as you can gather - the sensory part is there but far from the topic of the entire book AE - What was discovered in relation to Olfaction? Martin Lindstrom: That the sense of smell is substantial more powerful in order to build brands than first anticipated. In fact we’ve learned that the sense of smell activates more regions in the brain than if you use the sense of sight - and we’ve learned that there is an amazing positive synergy taking place if you expose consumers for both the sense of smell and sight - a synergy so powerful that we’re not only talking about 2+2 is 4 but more 2+2 is 10. AE - Our blog is about Olfactory Marketing and Olfactory Identity. In your opinion, what is the relationship between brand and flavour? Martin Lindstrom: There are two different dimensions. – one - the straight forward dimension - i.e. using the sense of taste to build a strong brand signature - like Listerine or Colgate. But there’s another dimension which is just as important if not more - the imagination of taste - generated by using illustrations, colours and other sensory touch point. We’re today close to develop techniques enabling us to show a picture and as a result of that stimulate a perceived taste in our mouth. Or expose a consumer for a sound - and make us get a sense of the taste of it. This is ground-breaking stuff as this may enable us to use one sense to stimulate another and thus create cross over effects which means

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that we over time in principal can sample food products just using the sense of smell. AE -Considering the five senses, which one affect more in the final decision of the consumer? Martin Lindstrom: In BRAND sense I concluded that the most important sense of them all was the sense of smell - followed by the sense of sight - I was wrong. You see the problem with research like that was that we asked consumer questions - and often - as you know - it’s almost impossible to express what we smell, tasting or touching. That’s the reason why NeuroMarketing made sense - and the results were absolutely mind-blowing. We learned that across all the senses (and product categories) the most important sense is the sense of sound - followed by the sense of smell - then followed by the sense of sight. Considering the fact that 83% of brands today only appeals to the sense of sight - it is clear that there’s an enormous opportunity for companies across the world to leverage the senses in a far more systematic way. AE- You talk about “NeuroMarketing”. Can you explain this terminology? Martin Lindstrom: It is a new term - less than a decade old. It is a marriage between science and marketing - a highly controversial marriage - which on one hand takes decades of insights from the scientific world and combines this with the experiences from the marketing world. As a result we’ve begun to look into our subconscious mind in ways never done before - among other understanding what the true influence of our senses are when purchasing brands.

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AE- In your research, you talk about hidden motives, needs and desires that our conscious mind doesn’t understand. How it was detected? Martin Lindstrom: One of the most disturbing and surprising discoveries in Buyology was a study on health warnings on cigarette packs. I decided to look into these based on the fact that we smoke 13 percent more over the past three years. From a rational point of view it’s hard to understand considering the fact that tobacco advertising has been banned for more than a decade, we today know it is unhealthy to smoke and it’s almost impossible to smoke indoor. It was on the basis of this I decided to look into the health warnings to understand what affect they have on smokers. What we learned was that health warnings not only have failed to work - they in fact encourage smokers to light up another cigarette. You could say that the health warnings are the tobacco industry’s secret killer marketing weapon. This discovery not only indicates that what we think and feel is in sharp contrast - it also indicates that conventional marketing - like quantitative and qualitative research techniques has failed uncovering issues like this simply of that reason that it all takes place in our subconscious mind. AE- In your opinion, the Olfactory Marketing can be considered a revolution in the market brands or one more fashions? Martin Lindstrom: I’m not only convinced that olfactory marketing is a breakthrough - and believe that the entire concept of sensory branding - i.e. leveraging several if not all of our senses is a revolution. I’m saying “several” because we’ve learned from the Buyology project that senses are working much more together

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than first thought - and thus separating these into the sense of smell - does not make sense - they have to work together in order to generate a congruent effect. AE- Could the use of excessive odours make the opposite effect? Do you think it can create barriers or dull the choice? Martin Lindstrom: Most defiantly - in fact the Buyology project proved this as we established experiments where we exposed consumers for conflicting smells and pictures. I.e. a picture of a Coca-Cola logo combined with the smell of Dove - the results were a dramatic incongruent effect. I.e. 2+2 is 1 - and thus tearing down the entire brand. AE- How do you see the market of Olfactory Marketing? Martin Lindstrom: Extremely positive - in particular now when we finally know that it is no longer just a myth that it works - we can now finally prove it from a scientific point of view - all helping to create strong enough evidence helping brands to understand the true power of our senses.

Fonte: Site Aroma Essencial <http://aromaessencial-cybele.blogspot.com.br/2010/04/ entrevista-com-martin-lindstron.html>, Acesso em 08 Nov. 2012.

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por Paula Lemos


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