Portifólio Piatan Lube 2013

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2013, Vit贸ria - Brasil






















Acessar o imaginário planetário por meio da perfuração do solo, buscar a memória das coisas do mundo no subsolo da arte e, ao mesmo tempo, brindar, em um estado de comunhão, esse encontro, com a ingestão da água retirada do poço: esse é o processo ritualístico de criação de Aquarum. Ao desfrutar da água e de seus significados, o público experimenta um campo de vivências a partir dos lençóis que estão sob a Galeria de Arte e Pesquisa da Ufes (GAP). Trata-se de uma água/memória, água/arte, água/conceito, água/fenômeno, água/mundo para ser bebida dentro do espaço expositivo de modo a negociar com a institucionalização desse lugar por meio de sua poética. É a fonte de vida na fonte das artes. Em meus anseios primeiros de aspirações poéticas com a água, ela portava, de maneira mais latente, uma função escultórica, desenhou os vales, a geografia deste planeta. Mãe que, em direção ao mar, abriu-se em caminhos significantes. O território ideológico de meus trabalhos de arte é nos seus ventres, site orientado deste trabalho, transfigurada no olhar vertical para além dos limites visíveis, tencionando e problematizando os limites da galeria de arte enquanto tradicional espaço expositivo e acionando água como fonte de encontros e experiências com lugar da arte. “


2011 รก 2012- Viana-Brasil


























As proposições viraram negativas. Pois o Morro Elói, pretendido para a inscrição da palavra, pós- analise de solo, pós-medição topográfica, não fora cedido pelos seus proprietários a esta intervenção. revelando o espírito deste lugar. Logo, a intervenção “Fonte” no site galeria, mesmo depois de laudos técnicos, e significações conceituais de tal ação, fora também negada pela instituição a min. O trabalho no 5º mês de residência, teve de reiventar-sede reinventar-se, forçosamente pela falta de agentes de arte contemporânea abriu novos fronts de guerrilha artística. Ao recuar para o silêncio, a poética apontou o caminho de revelação e reinvenção da obra. Já se tinha delimitado a face de ação na proposta de ocupação, o espaço expositivo já estava riscado pelo o olhar artístico. Já se ouvia o barulho da água correndo pelos seus ventres A investida no território também é um mergulho no interior. Buscou-se dentro, o que nos move em direção à paisagem, o veio das relações de uma cartografia sentimental. A água, elementos com a força de revelar o nosso inconsciente também, a idade primeira do mundo; onde a vida surgiu ali na calda genética do H dois O. Fluido, transparente, uno, genes, desvios, vida, alimento, ciclo, Mãe Água memória do mundo.Os meus olhos hoje são, Olhos d’água. Convocando a guerrilha de plantio, cultivo, acionando novos guerrilheiros para arte de se fazer vida. O elixir é a séries de ocupações nas nascentes, presentificando relações, entre homem e suas crenças, entre homens e seus pares, entre homem e suas raízes, entre homem e sua paisagem, entre homem e sua arte. Renascente é uma lição do universo, do novo amanhecer. Os troncos de conceitos alumiados e vivenciados aqui, praticas do viés empírico de sublimação. São dispositivos humanizadores do corpo da obra que são, por tanto Esculturas Sociais10. Construídas com as famílias da região (voluntários, amigos, ativistas, artistas) Três intervenções foram realizadas com o plantio de 2000 árvores nativas em volta dos olhos d’água (re-memória da vivência dentro do espaço expositivo) paisagens afetivas, comunicadas a mim no convívio e na crença de construção de uma obra. E a operação expositiva.

















Foram Plantadas 50 mudas da planta Cestrum Nocturnum “Dama da Noite” no percurso de vila pavão ao Rio Cricaré, como monumento natural de demarcação do caminho que fizeram os primeiros imigrantes que nesta região chegaram















Trazendo a Arte para nossa história aos saltos as turbulências, a que nos remeteria hoje uma criação artística que urge pelas ruas, pela diversidade, pelos encontros e que sai em busca dos possíveis? A que estas experimentações em constante processo disparam em nossas vidas? Caminho das Águas convoca justamente formas outras de pensar nossas posses sobre mundo. Há como disparador, sobretudo a invenção de uma nova cartografia. Dizemos então, de uma linha que não cabe mais em sua horizontalidade, mas que justamente pelo vento que faz soprar, faz formar ondas que vão de encontro ao jogo de forças que habitam a cidade, sua população e sua memória. Sua ação se desloca por variações, ora se encontra na restauração do sentido histórico e patrimonial, ora faz arrancar gritos legítimos de um mar furioso que teve seus espaços invadidos. Ecos de Iemanjá. Somos então forçados a pensar, que os habitantes da cidade são também como os “humanos demasiado humanos” , espíritos livres, que habitam em total inter-relação com a terra, o mar, as pedras, o céu, os morros, as casas, os prédios e todas as possíveis “coisas” que formam nossas composições de convívio. Sendo assim, como viver junto? Ao dispor a ação Caminho das águas, neste ensaio, surge a problematizarão que faz apelo a esta escrita. Ao operarmos com novas estéticas pelas cidades, na produção e criação de Arte em espaços e contextos urbanos estaríamos compondo outras possibilidades de ativação em nossos corpos de habitantes, o atravessamento das intensidades e transformações sobre vivido? Seria possível pensar no despertar de olhares mais transversalizados, através da potência destes dispositivos que transformam o “comum” da cidade em poética? Sair de certa anestesia para a proposição de novos paradigmas?









Santuário dos Ventos: Série em construção Planeta terra




Flores de Cátedras: Instalação Florestais: 2013





Pinturas com o tempo: SĂŠrie FotogrĂĄficas





















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