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TEOLOGIA E PRÁTICA DO “CHAMADO DIVINO”: UMA OPINIÃO MINORITÁRIA
Este artigo aborda o parecer da [CTRE]: A Teologia e Prática do “o Chamado Divino”1. Este artigo quer prover: • Importante e útil material de Lutero, Chemnitz e outros teólogos Luteranos que falaram diretamente sobre o tema do Chamado Divino, mas parecem não ter sido utilizados no parecer da Comissão. • Uma crítica dos vários pontos que requerem uma visão ou ênfase diferente, devido às conexões ausentes ou soltas entre Teologia e Prática e/ou implicações perturbadoras. Nosso Senhor Jesus Cristo disse a Pedro: “Pastoreia as minha ovelhas”2 Esta é a razão pela qual Deus estabeleceu o ofício do Santo Ministério3 (literalmente, “dom ou obra de servir”). Este ofício é inseparável da igreja. Pastores de Cristo não são meros empregados da congregação, sujeitos às suas ordens. O homem chamado por Deus como Pastor (literalmente, “pastor de ovelhas”) deve prestar contas a Deus pelas almas que Deus confia a seu cuidado.4 Ele serve à igreja de Cristo proclamando claramente a Palavra de Deus e administrando a esta igreja, ao mesmo tempo exercendo o Ofício das Chavens em seu nome.
Para o bem do Evangelho O Chamado Divino é importante para o bem do Evangelho. Isto é experimentado vividamente por todo cristão que confessa seus pecados ao Pastor, quando ele pergunta: “Você acredita que o meu perdoar é o perdão de Deus?” O penitente responde: “Sim, eu creio”, e assim confessa sua fé no Evangelho – entregue pela voz do servo da Palavra, chamado e ordenado. Aqui a Teologia e Prática do “Chamado Divino” estão ligados direta, clara e pessoalmente ao Evangelho. No exercício do Ofício das Chaves, o pastor, então diz: “Que seja feito como você crê. E eu, pela ordem de nosso Senhor Jesus Cristo, perdoo os teus pecados em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém. Vá em paz.”5 A pessoa que ouve estas palavras de absolvição precisa ter a convicção que o pastor é verdadeiramente um homem de Deus, e não uma autoridade religiosa herética ou auto-proclamada. Ela precisa ter o conforto de saber que este servo lhe foi dado por Deus para ficar no lugar de Cristo, falando as
1 Adotado pela [CTRE] em sua reunião de 17 a 19 de fevereiro de 2003. 2 João 21.16-17 (ARA – Almeida Revista e Atualizada) 3 Boa teologia começa com definições claras. Na nota de abertura do rodapé, o Relatório adotado pela [CTRE] como A Teologia e Prática do “Chamado Divino” (de agora em diante “Relatório [CTRE]”) declara que este se baseia num relatório de 1981 da [CTRE] chamado: “O Ministério: Ofício, Procedimentos e Nomenclatora como um ponto de partida. Preocupações e revisões decorrentes do primeiro documento, portanto, foram feitas no segundo documento. Nenhum relatório explica de forma satisfatória o uso variado do termo diakoneo (“ministério”) e seus cognatos nas Escrituras. Às vezes a Bíblia usa o termo num sentido mais restrito, i .e.., o ofício do Santo Ministério, ocupado por um servo da Palavra chamado e ordenado. Outras vezes diakoneoo se refere ao serviço prespado pela igreja a outros. A confusão em torno deste termo crucial continua. Martinho Lutero foi o exegeta bíblico por excelência. Um bom entendimento do uso de Lutero da palavra “ministério” e seus termos relacionados, podem ser úteis para reselver esta confusão. Veja o Apêndice A para uma explicação introdutória da distinção necessária entre as palavras “ministério” (serviço) e “vocação” (chamado). Quando esta distinção é introduzida, definida, explicada e enfatizada haverá clareza no ensino da teologia e prática do Chamado Divino. Outra área confusa remanecente do relatório de 1981 sobre O Ministério é o relacionamento entre ofícios auxiliares na igreja e o ofício do Santo Ministério. Novamente, confusão aqui levará à confusão quanto ao Chamado Divino. Veja Apêndice B para uma breve discussão sobre este tópico. 4 “Obedecei aos vosso guias e sede submissos para com eloes; pois velam por vossa alma, como quem deve prestar contas, para que façam isto com alegria e não gemendo; porque isto não aproveita a vós outros.” Hb 13.17 (ARA). 5 Catecismo Menor de Lutero, “Breve forma de se confessar,” (St. Louis: Concordia Publishing House, 1986), 219. Trad.: Jarbas Hoffimann, qualquer sugestão para melhorar para: pastorjarbas@gmail.com