SEAMLESS TRAVEL ACROSS EUROPE - O CONCEITO INTEGRA Paulo Matos Martins1*, Inês Soares1, Mafalda Duarte1, Maria José Teixeira2 1
GuITTS/CEEC, Instituto Superior de Engenharia de Lisboa Fundação Museu Nacional Ferroviário * email: paulo.martins@dec.isel.pt. 2
Sumário Na presente comunicação são apresentados o conceito e marca europeia INTEGRA e são dados a conhecer os principais resultados alcançados pelo projeto START no desenvolvimento desta marca. Em concreto, identificam-se os objetivos específicos, as prioridades, o público-alvo, dão-se exemplos da promoção e divulgação já efetuadas, descrevem-se algumas ferramentas e serviços em fase de implementação e tecem-se algumas considerações sobre o futuro Consórcio Europeu INTEGRA. Dada a excelente adesão inicial, espera-se que até ao Verão de 2013 tenham declarado a sua intenção de aderir à rede INTEGRA entre sessenta e cem cidades, regiões, operadores de transporte e outras entidades do Espaço Atlântico, tornando-se membros honorários, excedendo largamente as expectativas iniciais de adesões em 2013, ano de lançamento do consórcio. Palavras-chave: Sistemas de informação; Mobilidade sustentável; Transportes públicos; ITS; Acessibilidade; Integra, Europa
1 INTRODUÇÃO 1.1
Enquadramento
O conceito INTEGRA teve os seus primeiros desenvolvimentos através do projeto INTERREG IIIB PARTNER [1], tendo adquirido a sua atual amplitude no âmbito do projeto Seamless Travel across the Atlantic Regions using sustainable Transport (START) [2]. O START tem como principal objetivo a simplificação das viagens entre e dentro das regiões do Espaço Atlântico, através da melhoria da acessibilidade aos sistemas de transportes e da promoção da utilização de modos mais favoráveis ao ambiente.
Fig. 1. Localização geográfica dos parceiros do projeto START
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O projeto é desenvolvido por um consórcio com 13 parceiros dos quatro países do Arco Atlântico: Portugal, Espanha, França, e Reino Unido. Em Portugal os parceiros são o Instituto Superior de Engenharia de Lisboa (ISEL), a Fundação do Museu Nacional Ferroviário (FMNF) e os Comboios de Portugal (CP). O desenvolvimento do conceito e da marca INTEGRA corresponde à atividade A5 do START, de um total de 11 atividades programadas1.Na presente comunicação descrevem-se os resultados obtidos no âmbito da atividade A5, ou seja, descrevem-se os resultados alcançados até ao momento no desenvolvimento do conceito e da marca INTEGRA. Apresentam-se também as iniciativas em curso e as perspetivas de desenvolvimento, como por exemplo, a constituição de um consórcio. Podemos afirmar que o conceito e a marca INTEGRA surgem como o resultado mais importante (e mais visível) do projeto START. A sua continuação e aperfeiçoamento serão garantidos através de um consórcio internacional constituído por uma rede de autoridades territoriais, operadores de transporte e turismo, empresas tecnológicas e universidades. Prevê-se que o nome INTEGRA seja gradualmente divulgado e difundido, tornando a marca num sinónimo de qualidade e valor acrescentado nos sistemas de informação associados ao transporte e à mobilidade sustentável. Pretende-se que, no futuro, o conceito INTEGRA possa alcançar todos os países do espaço Europeu, tornando-se numa marca europeia de qualidade no que respeita à informação sobre os sistemas de transportes, com destaque para os sistemas e a mobilidade sustentáveis. Pretende-se que a marca INTEGRA venha a ser reconhecida pelos viajantes como um fator de referência para a melhoria das viagens na Europa: “INTEGRA – viagens fáceis e sem barreiras no espaço europeu”. O universo INTEGRA estará focado na eliminação de barreiras através da harmonização e interoperabilidade dos sistemas de informação, o que inclui também uma forte relação com os sistemas de bilhética. A promoção de uma bilhética mais integrada ou de enquadramentos que permitam a fácil aquisição de títulos de transportes em sistemas não integrados fará com que este fator deixe de ser uma barreira ao transporte intermodal. Na figura 2 pode ser identificado o logótipo da marca INTEGRA, bem como algumas variantes existentes.
Fig. 2. Logo da marca INTEGRA e exemplos de variantes O INTEGRA tem como principal objetivo facilitar a circulação de passageiros nos transportes públicos e em geral promover a mobilidade sustentável em toda a Europa. Todavia para o INTEGRA o público-alvo mais relevante serão os viajantes ocasionais (quer em negócios, lazer ou turismo), que por estarem menos familiarizados com as opções de viagem que dispõe, sentem, de forma mais aguda, a falta de informação e de harmonização como uma barreira ao pleno êxito das suas viagens. A marca INTEGRA disponibilizará, e fomentará a disponibilização por terceiros, de um conjunto de ferramentas e serviços partilhados diretamente com os viajantes, para que estes possam planear e organizar de forma adequada as suas viagens, recebendo assim informação simples e de qualidade que os leve a confiar cada vez mais na utilização de transportes públicos e/ou soluções de mobilidade sustentável em ambientes de viagem que lhes são menos familiares.
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Nas restantes atividades do projeto START incluíam-se outras atividades de promoção e desenvolvimento sustentável dos Transportes, tais como o desenvolvimento e normalização de Planeadores de Viagens, Bilhética Inteligente, Relações como Cliente, Acessibilidade para Todos e outras, como as usuais atividades de gestão do projeto, avaliação, etc. Para mais informações consultar a referência [2].
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1.2
Objetivos
O objetivo deste artigo é apresentar o conceito e a marca INTEGRA bem como o enquadramento que está a ser desenvolvido no âmbito da mesma. É também dar a conhecer os principais resultados alcançados pelo projeto START no desenvolvimento da marca, nomeadamente os processos de desenvolvidos, os objetivos específicos, as prioridades, os públicos-alvo, incluindo a promoção e divulgação do futuro consórcio europeu INTEGRA.
1.3
Estrutura
Esta comunicação está estruturada em seis secções. Na primeira secção é feito o enquadramento, apresentandose algumas noções fundamentais INTEGRA e é realizada uma primeira abordagem ao tema, são definidos os objetivos e identificada a estrutura da comunicação. Na secção 2 é feita uma caracterização detalhada do conceito INTEGRA, de quais os objetivos principais a alcançar, bem como as suas vantagens e o seu potencial. Faz-se a descrição da marca como uma marca de qualidade associada aos sistemas de informação de viagem dirigidos aos utilizadores/viajantes e salienta-se o seu potencial para o melhoramento das viagens na Europa. Na secção 3 apresenta-se uma prospetiva do futuro próximo e descrevem-se os principais passos previstos para a criação do consórcio e da rede INTEGRA. Por fim faz-se uma caracterização breve dos objetivos e missão do Consórcio Europeu INTEGRA. Na secção quatro apresenta-se sumariamente um conjunto de iniciativas locais desenvolvidas no âmbito do projeto START, às quais se pretende dar continuidade no enquadramento INTEGRA. Na secção cinco descreve-se sumariamente um conjunto de ferramentas e serviços que foram desenvolvidos ou estão em fase final de desenvolvimento, com os quais se pretende operacionalizar numa primeira fase as iniciativas INTEGRA. Na secção 6 são estabelecidas as conclusões e apresentadas as perspetivas futuras para o desenvolvimento do conceito e da marca INTEGRA.
2 O CONCEITO INTEGRA: VANTAGENS E POTENCIAL O conceito INTEGRA visa a integração mais perfeita possível dos sistemas de informação associados aos sistemas de transporte sustentáveis, de forma a promover a definição do “seamless travel” (viagens sem barreiras) no espaço único da União Europeia. Além de um conceito, o INTEGRA é também uma marca e um selo de qualidade únicos que devem desejavelmente identificar as infraestruturas e os sistemas que se pautam pela aproximação ao “seamless travel”. Esta marca, de visual forte, pretende ser um sinónimo de confiança entre os utilizadores e os prestadores de serviços. INTEGRA é e será muito mais do que um conceito e uma marca de qualidade, mas estes são os dois pilares fundamentais sobre os quais se pretendem estender as pontes e reforçar as ligações entre a procura e a oferta, através do fornecimento de informação cada vez mais ‘perfeita’, aliada à oferta de sistemas de grande qualidade. O lema é “INTEGRA: a marca de qualidade europeia para o transporte público e a mobilidade sustentável”. O conceito e a marca INTEGRA são, essencialmente, caracterizadas por: Uma marca europeia que simboliza informação de QUALIDADE nos transportes coletivos e na mobilidade sustentável; Promover e desenvolver uma estratégia e abordagem INCLUSIVA; Não terem sido criadas para substituir as marcas existentes, pelo contrário para COOPERAR com estas; Trazerem uma visão e uma abordagem SISTÉMICAS, integradoras de vários tipos de mobilidade sustentável e com grande potencial transnacional; Implementação e apoio a medidas concretas para a mitigação e eliminação de barreiras existentes à criação de um mercado harmonizado de mobilidade sustentável no espaço comum europeu, atuando principalmente nas dimensões: Institucional; Técnica; Físicas; Culturais Transnacionais
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As características elencadas serão desenvolvidas prioritariamente ao nível da criação de enquadramentos potenciadores e harmonizadores do acesso à informação relativa aos transportes coletivos e aos modos de mobilidade sustentável, partindo do princípio unificador de que a informação tendencialmente perfeita promove uma mobilidade com qualidade cada vez maior e trás benefícios superiores para todos os intervenientes, dos quais o “seamless travel” é a visão última. O conceito e a marca INTEGRA dirigem-se a dois grandes grupos de público-alvo distintos. O primeiro é constituído pelos utentes, utilizadores, clientes da mobilidade (como lhes queiramos chamar), que na perspetiva económica compõem a chamada procura. O segundo são todos aqueles players institucionais que, de uma maneira mais ou menos direta, concorrem para a materialização do transporte coletivo e da mobilidade sustentável. Entre estes estão os operadores de transportes, os fornecedores de soluções de mobilidade, os operadores de outras áreas que lidam sistematicamente com viagens, como por exemplo, o setor do turismo, as entidades autárquicas (sejam elas municípios, comunidades ou regiões) e as autoridades concedentes, reguladoras e gestoras, sejam estas públicas, privadas ou mistas, bem como os consórcios, agrupamentos e associações relacionados com os diferentes tipos de players enunciados. No caso da procura, que designaremos simplesmente por utilizadores, o INTEGRA pretende oferecer uma perspetiva única para o acesso à informação. Não se pretende construir sistemas globais de informação e planeadores unificados de viagem na Europa. Queremos antes fornecer, através de uma única marca (INTEGRA ‘one stop shop’) informações úteis, de fácil acesso e compreensão, sobre os diversos serviços de transporte público e de mobilidade sustentável existentes no Espaço Atlântico (e, desejavelmente, no futuro, em toda a Europa). A marca não foi criada para substituir as marcas existentes, mas para poder ser usada em conjunto com estas, como apontador para os serviços de informação já existentes, sendo ao mesmo tempo organizadora da metainformação que o utilizador necessita. A estratégia mais adequada é a de utilizar nas ferramentas INTEGRA uma técnica de smart push de meta-informação que permite ao utilizador aceder mais facilmente aos locais desejados (leia-se, sites dos fornecedores de transportes e mobilidade sustentável), nos quais, com base em information pull, pode executar as suas consultas e preparar as suas viagens da forma mais eficiente possível. Na figura 3 destacam-se as principais etapas de preparação de uma viagem de um utilizador não-frequente, onde o INTEGRA pretende incidir, auxiliando o viajante.
Fig. 3. Etapas de preparação de uma viagem não-frequente O INTEGRA destina-se a ser reconhecido como uma marca europeia que simboliza informações de qualidade sobre transporte público, que será facilmente reconhecida por viajantes transnacionais. As informações fornecidas pelo INTEGRA irão mostrar aos viajantes exatamente o que esperam quando usarem o sistema de transporte público de uma cidade ou região onde não costumam deslocar-se, tais como: A aparência dos autocarros da região/cidade; Como usar o transporte público (por exemplo, onde e como comprar os bilhetes); Facilidade de ler as informações sobre os caminhos de viagem; A localização e regras de utilização da oferta de mobilidade sustentável (veículos elétricos, bicicletas);
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Outras informações destinadas aos visitantes de uma região (por exemplo, as atrações que são acessíveis por transportes públicos).
Os produtos INTEGRA devem existir preferencialmente nas quatro línguas do Espaço Atlântico: português, inglês, espanhol e francês, podendo ser estendidos a outras línguas. É aceitável que, por questões de custos, estes produtos sejam só produzidos na língua da região e em inglês, para permitir fazer a viabilização desses produtos.
Fig. 4. Exemplos do Manual de Branding INTEGRA A marca INTEGRA é detida pelo Consórcio Europeu INTEGRA. Pretende-se que seja uma marca de qualidade da informação disponibilizada ao utilizador, facilmente identificável e sinónimo de confiança. Pretende-se que seja: Simples e clara para o viajante; Uniforme, fiável e normalizada; Disponível em várias línguas (pelo menos na principal língua local e em inglês). A Marca INTEGRA foi alvo de um estudo de imagem aprofundado no âmbito do projeto START, estando disponível um manual de Branding (figura 4) para aqueles que precisam de incorporar a marca em instrumentos INTEGRA, ou relacionar a marca com as suas próprios ferramentas de branding. O manual define a Marca, a sua identidade visual, o logotipo e as formas da sua utilização, as simbologias usadas, o co-brandig, etc.
Fig. 5. Ação Local Entroncamento Na figura 5 apresenta-se um folheto desenvolvido pelo Município do Entroncamento utilizando a Marca e a simbologia disponível no manual de branding. A estrutura do folheto (o template) foi desenvolvido pela MerseyTravel, a autoridade metropolitana de transportes de Liverpool e numa ação de trabalho em rede (networking entre instituições semelhantes) foi adaptado pelo município português, com redução de custos de conceção, sendo um excelente exemplo de harmonização de informação.
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3 ATIVIDADES LOCAIS NO ÂMBITO DA REDE INTEGRA Apresentam-se algumas das ações locais desenvolvidas desde 2009 no âmbito do projeto START, que permitiram angariar experiência, identificar pontos críticos e fortes deste tipo de intervenção e que servirão de exemplo e experiência para o lançamento das futuras ações locais INTEGRA. No entanto, as futuras ações locais INTEGRA estarão mais focalizadas na gestão e desenvolvimento de sistemas de informação, uma vez que essa é a principal missão definida pelo Enquadramento INTEGRA.
3.1
Exemplos no Reino Unido
A Merseytravel em cooperação com a Mersey Partnership, a Arriva e a Cumfybus lançaram um smartcard único destinado aos visitantes da região de Liverpool. O smartcard para turistas está disponível para os visitantes que chegam ao aeroporto John Lennon de Liverpool. O cartão está disponível em duas versões e tem todas as funcionalidades dos smartcard, quer para os serviços de autocarros, quer para as atrações turísticas. O cartão (Fig. 6) está disponível numa versão para “viagens” e numa versão “turismo”, com várias vantagens em cada. Está disponível no sítio da Internet, nas bilheteiras no aeroporto John Lennon e na estação de autocarros Queen Square, no centro da cidade de Liverpool.
Fig. 6: Smartcard para os visitantes de Liverpool
Fig. 7: Autocarros em Argyll e Bute na Escócia
Atualmente, é mais fácil viajar de autocarro em Argyll e Bute, na Escócia, devido à instalação de unidades de localização nos autocarros (Fig. 7), as quais transmitem aos passageiros informações em tempo real sobre a localização do seu autocarro. Os autocarros foram equipados com GPRS, que lhes permite comunicarem com os visores das paragens e com os telemóveis. Os autocarros apresentam igualmente um visor para os motoristas chamado G Meter que é concebido para incentivar uma condução ecológica por parte dos mesmos, de forma a reduzir o consumo de combustível e o desgaste do veículo.
3.2
Exemplo em Portugal
O serviço educativo da Fundação do Museu Nacional Ferroviário e a empresa Sistemas do Futuro – Multimédia, Gestão e Arte, desenvolveram para o Museu Nacional Ferroviário de Portugal uma solução inovadora e interativa com um duplo propósito: Para melhor receberem as crianças no museu; Para aproximar o público do museu do uso do transporte público, em especial o comboio, tornando a interação dos visitantes com a realidade ferroviária mais atraente. Este serviço está incorporado numa vertente de trabalho em “Mudar o comportamento, convencendo crianças” do projeto, porque a direção das atitudes da mobilidade e do uso de transporte público são profundamente influenciados pelo conhecimento coletivo e exemplos aprendidos na infância. Uma solução inovadora para o quiosque multimédia, com um ecrã de grande formato que permite a visualização de filmes, ligado a uma câmara de vídeo e com interação com dispositivos sem fio. Este equipamento irá fornecer ao museu soluções através da produção de conteúdo 3D interativo – um aplicativo de vídeo, uma solução de realidade virtual e jogos interativos – permitindo que os visitantes mais jovens tenham
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um primeiro contacto com a coleção do museu e da história geral dos transportes públicos, de forma dinâmica e atraente. Os principais objetivos são apresentar a história ferroviária, chamar a atenção para o uso do transporte ferroviário e de outros transportes públicos, e sempre que possível, envolver o museu com a realidade quotidiana das crianças que o visitam.
Fig. 8: Mr. Steam & Friends e a realidade aumentada O museu pretende oferecer aos seus visitantes mais jovens uma viagem através da história das ferrovias, de forma atraente e experimental, cativando assim a atenção e provocando uma reação (figura 8). Na apresentação da realidade aumentada de comboios é possível acoplar locomotivas e diferentes carruagens ou outro tipo de vagões, desde comboios mais antigos até aos mais recentes, como o TGV e o Magleve.
3.3
Exemplo em Espanha
A Cantábria desenvolveu um projeto-piloto de Sistema de Informação em Tempo Real. O sistema é instalado em autocarros suburbanos, através de aparelhos GPRS e hardware para implementar o sistema de informação em tempo real. Existem ecrãs e painéis de informação nas principais paragens e estações de autocarros da região, semelhantes ao apresentado na figura 9, que exibem informação em tempo real para os passageiros, com os horários previstos e as principais paragens suburbanas. De forma a combinar transporte e sustentabilidade, alguns destes ecrãs serão alimentados a energia solar.
Fig. 9: Sistema de Informação em Tempo Real Foi desenvolvido também o sistema para gerir as filas de espera nos balcões de venda de bilhetes na Estação de Autocarros de Santander, acesso Wifi nos principais autocarros regionais de médio curso e novas máquinas de informação, ligadas ao sítio Web de transporte regional que disponibiliza informações sobre horários, preços, paragens, etc.
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3.4
Exemplos em França
A Comunidade Urbana de La Rochelle pretendeu melhorar a qualidade do serviço prestado aos utilizadores para facilitar as suas deslocações em transporte público no seu território. No âmbito das ações locais do projeto START cerca de metade da sua frota de autocarros foi equipada com ecrãs planos de TFT, que complementam a informação já disponível nos painéis LED, como apresentado na figura 10. Estes ecrãs permitem difundir aos utilizadores informação em tempo real, a estimativa do tempo de chegada à paragem seguinte, a disponibilidade dos outros modos de transporte na proximidade da paragem, grau de acessibilidade da paragem para pessoas com mobilidade reduzida e eventuais anúncios de atrasos/trabalhos na linha, etc.
Fig. 10: Ecrãs TFT nos autocarros em La Rochelle Também a região da Baixa-Normandia, juntamente com o Departamento de Calvados, a Viacités e a cidade de Caen assinaram um acordo de parceria para a implantação e exploração da intermodalidade bilhética e de serviços digitais inovadores na Baixa-Normandia. Tendo como objetivo a criação de um título de transporte único para a utilização nas quatro redes, empregando suportes bilhéticos mais práticos. Com o decorrer do projeto START diversos outros projetos e ações locais foram desenvolvidos. Para uma descrição pormenorizada dos exemplos apresentados, e de outros não incluídos, podem ser consultadas as newsletters do projeto START [2].
4 AS FERRAMENTAS E SERVIÇOS INTEGRA Apresentam-se as principais ferramentas e serviços INTEGRA que foram inicialmente criados no âmbito do projeto START, prevendo-se a continuação do seu desenvolvimento no âmbito do novo consórcio. Estes instrumentos colaborativos serão a base tecnológica para a operacionalização dos principais conceitos do Enquadramento INTEGRA. No entanto, não se pretende que estas sejam ferramentas de ponta em termos tecnológicos, mas sim uma base fácil e estável para a promoção dos conceitos de ponta INTEGRA e para o acesso dos utilizadores à informação com selo de qualidade INTEGRA. O papel de desenvolvimento de ferramentas tecnológicas mais complexas deverá ficar a cargo da iniciativa de empresas tecnológicas e de gestão de conteúdos que queiram aderir ao Enquadramento INTEGRA. Nesse caso, a criação de valor com essas soluções deverá ser intrínseco à qualidade das mesmas e não ao enquadramento mais favorável (leia-se, por exemplo, acesso privilegiado a dados) que possam conseguir obter devido a fatores específicos. Por outro lado, empresas que anteriormente só poderiam ter um âmbito de atuação regional ou nacional, passam de futuro a poder aceder a oportunidades de desenvolvimento de sistemas de informação noutras regiões ou países, porque através do Enquadramento INTEGRA poderão facilmente aceder aos dados normalizados respeitantes aos sistemas de mobilidade dessas regiões.
4.1
O Portal
O portal INTEGRA é um portal multimodal, de cidade a cidade através da Europa, com informações práticas sobre os destinos. Não é um planeador de viagens porta-a-porta, mas sim uma ferramenta complementar para a preparação de viagens multimodais, utilizando uma abordagem ‘top-down’ que desejavelmente deverá culminar na consulta dos sistemas locais de informação.
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O portal proporciona informações sobre como chegar ao seu destino, mostrando um leque possível de itinerários e escolhas de mobilidade sustentável, indicando várias opções de transporte coletivo para as deslocações entre cidades na Europa (neste momento cobre somente o Espaço Atlântico). Uma vez escolhido o percurso, o viajante é direcionado para os sites locais de operadores de transportes, principais pontos de interesse, etc., para consulta dos preços, horários e, possivelmente, reservar bilhetes on-line. Uma vez no local, o portal fornece informação prática sobre como o viajante se pode movimentar nos transportes públicos locais. Por exemplo, informações sobre como chegar ao centro da cidade a partir de qualquer ponto da cidade, bem como uma visão geral dos serviços de transportes públicos na zona. O portal assegura a interatividade dos utilizadores através do modo colaborativo dos utilizadores através da aplicação do Facebook, conexões com os sites dos transportes locais e regionais, bem como a cooperação com as autoridades locais e regionais. Na figura 11 são apresentadas duas imagens do Portal INTEGRA.
Fig. 11: Portal INTEGRA (versão de 2011)
4.2
As Redes Sociais
A Rede Social INTEGRA é um facilitador de troca de experiências de mobilidade onde os participantes colaboram ativamente com o objetivo de partilharem com os seus amigos e a comunidade as suas experiências de viagem, podendo classificar a qualidade das suas experiências (por exemplo, atribuindo pontuações a aeroportos, veículos, etc.). A qualidade global da informação prestada depende de um conjunto complexo de rankings, tal como é característico das redes sociais. Esta ferramenta é uma rede social temática, suportada por um sistema de computabilidade autónomo, que usa recursos disponíveis na Web, como por exemplo o Google Maps e o Facebook para a autenticação, autorização e publicidade. A Rede Social INTEGRA, ainda em fase de testes e somente disponível na sua versão em inglês, possui atualmente mais de 200 utilizadores registados para as fases de ensaios iniciais. É possível na rede social fazer a uma pesquisa sobre os vários destinos. Atualmente existe mais de 9.000 destinos possíveis, cerca de 80 operadores e 46 diferentes tipos de veículos. O utilizador pode acrescentar destinos, operadores e veículos, caso estes não existem. Pode também convidar amigos e partilhar as suas experiências de viagem na própria rede, ou através da publicação em Facebook, como é apresentado na figura 12.
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Fig. 12: Rede social INTEGRA As redes sociais constituem um dos maiores fenómenos da era atual, onde a tecnologia e o conhecimento são peças chave para o desenvolvimento. Nestas condições a inclusão do Enquadramento Integra nas redes sociais foi considerada fundamental para o início da sua fase de expansão viral. O marketing digital assume um papel de extrema importância no desenvolvimento de qualquer projeto, organização ou associação. As redes sociais efetivamente permitem a interatividade, personalização, globalização, integração, aproximação e democratização da informação. A utilização das redes sociais como ferramenta de divulgação e comunicação é essencial para o crescimento do Consórcio Integra. Presentemente o projeto Integra encontra-se presente no Facebook, dispondo de quatro páginas, uma para cada pais integrante do projeto. Futuramente prevê-se o estabelecimento de uma página para o Consórcio Integra, onde se pretende que sejam constantemente atualizadas pequenas notas informativas ou breves apontamentos para sistemas de informação associados a transportes públicos locais, turismo e mobilidade sustentável. A inclusão do Consórcio Integra noutras redes social de importante relevo, como o Twitter ou Linkedin, surgirá também a breve prazo, uma vez que se trata da forma mais rápida e eficaz de interagir com os públicos-alvo já identificados anteriormente.
4.3
Repositório de Termos e Glossário
Nos dias que correm é extremamente importante encontrar e compreender a informação, especialmente informação de qualidade. Contudo, as diferentes organizações, associações e instituições adotaram estruturas de dados próprias, assim como definições e conceitos às vezes distintos. Essas diferenças afetam drasticamente a partilha e compreensão da informação disponibilizada. É essencial e indispensável a disponibilização de informação normalizada, de acordo com normas e protocolos comuns, garantindo quer a nível nacional ou internacional que a informação se encontra com qualidade e com o maior rigor possível. Para o estabelecimento de uma comunicação eficaz é necessária a utilização de uma língua comum, compreensível por todos os utilizadores. Uma única palavra pode deter diversos significados quando inserida num determinado contexto, assim como um conceito pode ser caraterizado por um conjunto de palavras, cada uma delas com uma conotação ou nível de detalhe diferente. Torna-se evidente a necessidade da existência de uma terminologia normalizada, com o objetivo de simplificar a comunicação e a compreensão dos utilizadores. Por terminologia normalizada entende-se uma linguagem, nomenclatura, classificação ou taxionomia comum, estabelecida para ser partilhada entre diversos utilizadores [3]. O Enquadramento Integra pretende o estabelecimento de um repositório de termos, onde as definições e termos são armazenados de forma normalizada, de acordo com normas e especificações técnicas disponibilizados pelos organismos europeus e internacionais de normalização (ISO e CEN).
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Fig. 13. Esquema do serviço de Repositório de Termos INTEGRA Na figura 13 é apresentado o esquema o serviço de Repositório de Termos INTEGRA a ser desenvolvido. Pretende-se assim criar uma base de dados, devidamente estruturada, onde são armazenados todos os termos e conceitos, relacionados com os sistemas de transportes públicos e mobilidade sustentável, associados a um determinado ID único, que permitirá a sua fácil identificação, e posterior definição. Considerou-se fundamental que a estrutura desenvolvida contemple a possibilidade de os termos e conceitos armazenados serem disponibilizados em diversos idiomas. Começou-se pelas quatro línguas constituintes do projeto: PT, EN, FR, e ES. Para que este objetivo seja alcançado foi elaborada uma ferramenta simples de tradução, onde os membros da comunidade e os diferentes intervenientes no INTEGRA contribuem para o preenchimento gradual da base de dados com as traduções dos termos e das definições inicialmente armazenados em inglês. Assegurar a acessibilidade linguística, quer do repositório de termos, quer do glossário é fundamental para que possam ser utilizados por um grande número de utilizadores diferenciados e garantir a mais fácil comunicação entre os mesmos.
4.4
FAQ’s - Perguntas Frequentes
Com o desenvolvimento do serviço de Perguntas Frequentes INTEGRA pretende-se criar uma estrutura única, harmonizada, de perguntas frequentes sobre transportes públicos e mobilidade sustentável. Existe um leque de perguntas frequentes com resposta sintética para cada cidade e/ou região INTEGRA. Essa estrutura de FAQ’s tem que possuir as seguintes características: serem facilmente aplicáveis a qualquer cidade ou região, o que nem sempre é fácil, porque existe uma enorme variedade de sistemas de transporte na Europa e muitos contêm aspetos locais, físicos e institucionais muito específicos; serem facilmente transponíveis e armazenáveis numa estrutura de dados do tipo XML, que permita o muito fácil acesso; manterem conteúdos e uma estrutura que permita a sua fácil tradução em diversas línguas; a estrutura de dados tem que ser normalizada e as especificações do domínio público, para que possam ser disponibilizadas em formato aberto para utilização generalizada; o ponto anterior implica a necessidade de existência de um grande compromisso de qualidade na informação a fornecer e nos processos de validade e revisão dessa informação, porque é suposto que essa informação venha a ter um alcance viral muito grande Pelo menos os sistemas INTEGRA de disponibilização de FAQ’s aos utilizadores devem ter alguma componente de interatividade que permita que estes identifiquem as questões que consideram mais importantes e eventualmente possam identificar falhas no sistema, ou informação incorreta.
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Fig. 14. FAQ’s por destino e modo de transporte Na Fig.14 mostra-se o protótipo de aplicação desenvolvida para a disponibilização das FAQ´s aos utilizadores. As perguntas debruçaram-se principalmente sobre as questões das tarifas aplicadas em cada serviço, os horários de funcionamento, a acessibilidade para pessoas com mobilidade reduzida, bem como o transporte de bicicletas ou de animais de estimação. No caso de informações mais detalhadas, as FAQ’s remetem o utilizador para os sites dos operadores ou das cidades e regiões onde podem consultar a informação pretendida.
4.5
Normas INTEGRA
Relativamente à normalização, o Consórcio Integra não pretende possuir comissões de normalização. Para isso já existem organismos internacionais competentes e devidamente certificados, que desempenham esse papel excelentemente. Pretende-se sim que o INTEGRA seja uma iniciativa agregadora, que identifique e divulgue as melhores normas de referência, bem como as especificações técnicas mais adequadas, indicando as melhores circunstâncias para a sua aplicação. Pretende-se principalmente criar enquadramentos de qualidade para a aplicação dos processos de normalização existentes. Por outro lado, no âmbito da Rede INTEGRA, e na medida que os intervenientes assim o desejem, serão divulgados os casos de sucesso e as boas práticas, permitindo que as diferentes autoridades e operadores, através do networking obtenham informação técnica privilegiada que lhes permita nas suas futuras decisões táticas e estratégicas incorporar abordagens adequadas que gerem economias de escala e evitem que estas entidades fiquem reféns de soluções proprietárias impostas pelo mercado, sem que disso haja necessidade. Será uma das tarefas do Consórcio Integra avaliar e harmonizar a ampla gama de normas e especificações técnicas associadas aos sistemas de informação da mobilidade sustentável. Referem-se como exemplos as normas da família CEN Transmodel [4], as normas que desta derivam, como a pré-norma IFOPT [5], e ainda outras normas recomendadas pela Diretiva INSPIRE [6], pela Diretiva ITS [7] e outras recomendações (por exemplo, as normas de acessibilidade web). Um dos vetores fundamentais será a correta especificação nos cadernos de encargos dos sistemas de informação (quer sejam internos, ou dedicados ao público) que venham a ser implementados no futuro, das especificações adequadas para que as soluções a desenvolver estejam enquadradas nas melhores práticas e possam vir a ter a chancela INSPIRE.
5 CONCLUSÕES E PERSPETIVAS FUTURAS Podemos concluir que o conceito INTEGRA – “seamless travel across Europe” é hoje uma realidade, uma jovem realidade, mas que tem todas as condições, mesmo na atual situação económica que a Europa atravessa, de se expandir de forma firme e de vir a ser, no futuro, uma verdadeira mais-valia para a melhoria da qualidade das viagens locais e regionais na Europa. No que diz respeito ao projeto START, os objetivos inicialmente definidos na ação A5 foram alcançados, tendo sido mesmo ultrapassados pela expansão do conceito INTEGRA em relação ao que estava inicialmente previsto.
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Inicialmente, a expansão do conceito assentava no desenvolvimento do portal de viagens. Correntemente, o portal de viagens é um dos instrumentos previstos, entre várias ferramentas e serviços que vão ser disponibilizados no âmbito do consórcio INTEGRA. O facto do conceito e da marca INTEGRA terem sido desenvolvidos, desde 2009, no âmbito do projeto START, no qual constituíam uma atividade em paralelo (e às vezes concorrente) com várias outras atividades também importantes no âmbito do transporte coletivo (como os planeadores de viagens, os sistemas de bilhética, a acessibilidade para indivíduos com mobilidade reduzida, etc.), levou a que os trabalhos de desenvolvimento não tivessem sido tão céleres como inicialmente previsto. A aceitação, por parte da Autoridade de Gestão do programa de duas extensões do projeto, até Junho de 2013, foi decisiva para que, no âmbito dessas extensões, todos os parceiros concentrassem a sua atenção e disponibilidade no desenvolvimento da marca INTEGRA e de todo o enquadramento à sua volta, que passou a ser bastante mais amplo do que somente o portal de viagens. Essa forte concentração neste único objetivo já frutificou. O conceito INTEGRA foi fortalecido, ao mesmo tempo que se estuda a viabilidade da sua extensão às áreas de interseção dos Transportes com o Turismo e com a Mobilidade Elétrica, com todas as vantagens que daí podem advir. Não só em termos de economia de escalas e de harmonização e normalização, mas também em termos de ampliação das opções de viagem e de lazer que podem vir a ser proporcionadas aos utilizadores e ao cidadão europeu em geral. Por outro lado, a marca INTEGRA, que tal como a conhecemos tem dois anos de maturidade, tem vindo a atingir uma maturidade própria de um produto que está praticamente preparado para o “go to market”. Este não será um processo fácil, porque trata-se de um produto não comercial, a lançar em vários países enquadrados em realidades distintas, mas que pela sua forte imagem de marca, presença e pelas vantagens que trará aos mercados (leia-se utilizadores e responsáveis pela oferta de transportes: cidades, regiões, operadores, outros), se espera que tenha grande sucesso, apesar de os seus timings de maturação poderem vir a ser distintos dos clássicos produtos comerciais. Consideramos que neste momento estão reunidas as condições de produto e de mercado para um lançamento experimental de algumas ferramentas e serviços INTEGRA, durante o ano de 2013, e para o lançamento do consórcio europeu INTEGRA nos países do Arco Atlântico, que dará continuidade à marca, para além do projeto START. No entanto, após mais de quatro anos de trabalho conjunto no START (e as experiências obtidas anteriormente), devemos testemunhar e alertar para que as condições de desenvolvimento transnacional e (posteriormente) internacional são extremamente exigentes, porque as regiões e os países envolvidos, nomeadamente o seu tecido socioeconómico e cultural, apresentam muitas diferenças estruturais, que em termos práticos têm de ser ultrapassadas, porque podem potencialmente vir a por em causa as estratégias de cooperação definidas. Deve ser feita uma análise exaustiva aos vários níveis, nomeadamente institucional, económico, social, cultural e técnico, da qual devem resultar entendimentos múltiplos (que não têm que ser exaustivos) e pontes que permitam ultrapassar as divergências, contrariedades e impasses. Por exemplo, prevê-se que a formalização da própria Associação Europeia INTEGRA enfrentará maiores ou menores dificuldades em países diferentes, simplesmente porque as realidades locais são distintas e as condições de implementação poderão ser mais exigentes, localmente, naquelas sociedades que estejam num estádio mais avançado de desenvolvimento dos seus sistemas de informação para apoio à mobilidade. Noutras regiões ou países, em que esse mesmo panorama está numa fase mais embrionária, poderá ser menos complexo, do ponto de vista institucional, a aceitação dos instrumentos INTEGRA. No entanto, a marca terá uma vantagem única que é insubstituível pelos planeadores e sistemas locais de informação: é o seu caráter global, proposto num enquadramento normalizado e a partir de uma estratégia inclusiva de cooperação e não de concorrência com o mercado.
Perspetivas Futuras No final de Dezembro de 2012 trinta (30) entidades, entre cidades, regiões, operadores de transportes, empresas tecnológicas e outras instituições já tinham assinado a Carta de Intenções INTEGRA, tornando-se membros honorários do Consórcio. Em França e na Espanha as campanhas de sensibilização das autoridades territoriais (que detêm ao mesmo tempo a regulação e/ou operação do transporte coletivo local e regional) já começaram.
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No Reino Unido e em Portugal as campanhas vão começar brevemente. Devido às especificidades nacionais na organização e regulação do transporte público, em Portugal as campanhas de sensibilização terão dois públicosalvo principais: as comunidades intermunicipais e municípios, por um lado, e as entidades ligadas à regulação, organização e exploração do transporte público, os operadores e as associações suas representantes, por outro. Dada a excelente adesão inicial, espera-se que até ao final de 2013 tenham declarado a sua intenção de adesão ao INTEGRA, tornando-se membros honorários entre sessenta e cem entidades do Espaço Atlântico, excedendo largamente a expectativa inicial de cinquenta aderentes em 2013, ano inicial do consórcio. Disponibilizar, num futuro próximo, os vários instrumentos, prestar-lhes assistência técnica e promover o networking INTEGRA potenciando a interação e o efeito de rede entre estes, será um verdadeiro desafio para toda a organização INTEGRA em 2013 e 2014. Paralelamente, a estruturação de um enquadramento tecnológico que permita a criação de um layer base de ferramentas e serviços INTEGRA normalizados e multilingue, que forneçam serviços de referência a toda a comunidade (o portal de viagens, a rede social, a disponibilização de serviços nas redes sociais, as FAQ’s, as especificações técnicas normalizadas, etc.) é também um desafio que ainda não está completamente estabilizado. Até porque, pretende-se que estes “serviços de referência” venham, a médio e longo prazo, a incorporar uma cadeia de valor que seja iniciada nas universidades através de fileiras de I&D com enquadramento INTEGRA, que numa segunda fase originem protótipos (das melhores propostas) e numa terceira fase permitam o envolvimento do tecido empresarial na sua transformação em produto e na sua exploração comercial. O valor de mercado dessas propostas comerciais deve ser quantificado pela qualidade das soluções tecnológicas desenvolvidas e pela capacidade de interação destas com outros sistemas de informação e mercados. Quando o panorama tecnológico INTEGRA alcançar o nível de desenvolvimento descrito, enquadrando-se em paralelo numa fase de desenvolvimento estável do consórcio, em que o número de entidades aderentes será suficiente para gerar massa crítica adequada. Nesse patamar, podemos arriscar-nos a afirmar que o conceito, a marca e o consórcio INTEGRA serão uma mais-valia incontornável, facilitando as viagens e a mobilidade sustentável, aproximando as regiões e contribuindo de forma indubitável para a verdadeira coesão territorial da Europa.
6 AGRADECIMENTOS O projeto START [2] é um projeto enquadrado no objetivo 3.1: Promover a interoperabilidade e a continuidade das redes de transporte existentes e a intermodalidade entre transportes marítimos, rodoviários, ferroviários e aéreos da prioridade 3: Melhorar a acessibilidade e as ligações internas do Programa Operacional de Cooperação Transnacional do Espaço Atlântico, sendo cofinanciado pela União Europeia através do FEDER – Financiamento Europeu para o Desenvolvimento Regional. A comunicação apresentada descreve parte do esforço conjunto do consórcio de parceiros do START. Os autores são os únicos responsáveis pelos conteúdos da mesma. O texto apresentado não representa a opinião da União Europeia ou das instituições que constituem o consórcio do projeto e estas não é responsável por qualquer uso que possa vir a ser feito de informação contida na comunicação.
7 REFERÊNCIAS 1. PARTNER, Promoting Accessibility between Regional and Transnational transport Networks in EuRope, Projeto INTERREG III, Medida B1, 2004-08, http://www.interregatlantique.org/iiib/pl/projet/index.html?param=detail&idR=43&id=126. 2. START, Seamless Travel across the Atlantic area Regions using sustainable Transport, http://www.start-project.eu/pt/Principal.aspx, 2009-.
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3. Organização Internacional para a Normalização (ISO), ISO 704 Terminology work – Principles and methods, Génova, 2009. 4. European Committee for Standardization, CEN TC278 – Reference Data Model for Public Transport V5.0, Paris, 2001. 5. Comité Europeu de Normalização, CEN TC278 – Road traffic and transport telematics – Public Transport – Identification of fixed objects in public transport, 2008. 6. Comissão Europeia, Diretiva 2007/2/CE do Parlamento Europeu e do Conselho de 14 de Março de 2007 que estabelece uma infraestrutura de informação geográfica na Comunidade Europeia (Inspire), Bruxelas, 2007. 7. Comissão Europeia, Diretiva 2010/40/UE do Parlamento Europeu e do Conselho de 7 de julho de 2010 que estabelece um quadro para a implantação de sistemas de transporte inteligentes no transporte rodoviário, inclusive nas interfaces com outros modos de transporte, Bruxelas, 2010.
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